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CIBERDEMOCRACIA: DEMOCRACIA ELETRÔNICA,


VIRTUAL OU DIGITAL
por Alexsandro M. Medeiros

lattes.cnpq.br/6947356140810110 (http://lattes.cnpq.br/6947356140810110)

postado em 2013

atualizado em nov. 2016

A Democracia no século XXI

            Com o surgimento das novas Tecnologias de Informação e Comunicação, mais


destacadamente a internet, muitas são as discussões acerca da revitalização da democracia
(ciber-democracia/democracia/). A democracia surgiu na Grécia Antiga ( loso a-
politica/ loso a-antiga/) e, desde então, vem ganhando novas con gurações com o passar dos
anos de modo que, não se pode dizer que a democracia contemporânea seja a mesma de 2500
anos atrás. Uma prova disso, são os novos espaços gerados pela internet e que trazem novos
conceitos, como o de ciberdemocracia (ou ainda, democracia eletrônica, democracia virtual, e-
democracia), onde o cidadão, por meio da utilização dessas novas tecnologias pode, de alguma
forma, participar da coisa pública. Em certo sentido, podemos até dizer que quem não estiver
conectado a essa rede mundial, cará fora da vida social, econômica, cientí ca, que se
desenrola em tempo real através dos caminhos da internet. Os extraordinários avanços
tecnológicos dos últimos anos veem transformando signi cativamente o panorama das
modernas sociedades democráticas. Estas transformações afetam não somente o modo
substancial das relações sociais, mas também o funcionamento das atuais instituições e
estruturas políticas. Neste sentido, a ciberdemocracia consiste na criação de processos e
mecanismo de discussão, a partir de um diálogo entre o Cidadão e o Estado, para se chegar a
uma política de decisões, onde a participação popular se torna mais real em termos práticos.

Uma das discussões mais centrais na atualidade reside em saber o verdadeiro papel
das novas mídias como agente de “democratização”. Boa parte da literatura sobre
democracia digital reconhece o potencial de interação horizontal em massa das novas
tecnologias da informação e comunicação (TICs). Esse otimismo faz com que
pesquisadores vejam a internet como uma oportunidade para a revitalização da
democracia (ciber-democracia/democracia/) ao franquear novas formas de
participação cidadã (ciber-democracia/democracia-participativa/), horizontal,
independentemente das grandes estruturas políticas e organismos de comunicação
de massas, tornando o Estado mais ágil, transparente e próximo do cidadão
(CASTELLS, 2003; FERGUSON, 2002, p. 104; CEBRÍAN, 1999, p. 17 apud OLIVEIRA, 2012,
p. 4).
            A ciberdemocracia é, portanto, um conceito baseado na utilização das tecnologias de
informação e comunicação (TIC) mas ainda não tem um conceito especí co. Por exemplo,
existem outras formas de fazer referência a este modelo, como democracia eletrônica ou
democracia virtual. Alguns autores falam de ágoras on line ou ágoras digitais (uma alusão a ágora
grega, praça pública, onde eram debatidas as questões de interesse de cidades como Atenas,
por exemplo) para se referir aos espaços onde são possíveis debates em torno de questões
públicas em websites (products/a-democracia-na-rede-websites-/) como o portal e-democracia
(http://edemocracia.camara.gov.br/) da Câmara dos Deputados ou e-cidadania
(http://www12.senado.gov.br/ecidadania/) do Senado Federal brasileiro. Mas todos são
unânimes e reconhecer que a democracia eletrônica/virtual pode melhorar os processos de
deliberação em uma sociedade pois, “[...] a Internet estimula todas as experiências que
ultrapassam o limiar entre representantes e representados: deliberação ampliada, auto-
organização, implementação de coletivos transnacionais, socialização do saber,
desenvolvimento de competências críticas etc.” (CARDON, 2012, p. 01).

                  Diniz e Pinheiro (2012) destacam como os teóricos sobre a possibilidade de usar a


internet como forma de mediação entre Estado e sociedade através de uma esfera pública
virtual (products/esfera-publica-virtual/) podem ser divididos em otimistas, pessimistas e
moderados. Os otimistas veem com grande a expectativa a possibilidade de a internet superar
os limites do modelo de democracia representativa (ciber-democracia/democracia-
representativa/) e as limitações do espaço público facilitando o acesso dos mais diferentes
grupos aos debates políticos com ampla disponibilização de informação e baixo custo. Para os
otimistas a internet oferece a possibilidade de constituir uma esfera pública virtual
(products/esfera-publica-virtual/) com: 1) possibilidade de dar voz aos segmentos
marginalizados; 2) reciprocidade do discurso; 3) ampla disponibilidade de informação, maior
velocidade de acesso à informação e acesso universal; 4) facilidade de comunicação entre
cidadãos e políticos e dos cidadãos entre si; 5) baixo custo operacional; 6) sem limites de
fronteiras geográ cas; 7) comodidade, conforto e conveniência; 8) participação direta do
cidadão na governança democrática (DINIZ; PINHEIRO, 2012).

                  Além daqueles que são mais otimistas quanto ao papel da internet como agente de
democratização existem aqueles que são mais moderados quanto ao seu uso e veem com
ressalvas a possibilidade de a internet resolver os problemas que inquietam a forma
democrática de governo, como é o caso de Marques (2006, p. 180) que “procura identi car os
espaços discursivos digitais com a noção de conversação civil, pois sua utilidade seria mais
efetiva [...] ao nível da formação da opinião do que ao nível da tomada de decisões”. Vários são
os aspectos que levam o autor o tomar essa atitude moderada que vão desde a criação de uma
pauta pré-estabelecida de assuntos a serem discutidos e o fato de que nem todos os cidadãos
tem interesse e estão dispostos a discutir temas ligados à política até a necessidade de respeito
mútuo já que “nos fóruns abrigados pelo ambiente digital, são comuns ofensas ou exclusões de
usuários que não se dobram a determinado posicionamento, o que na verdade não caracteriza
uma atitude democrática” (2006, p. 181). E conclui o autor:

Desta forma, a internet não viria no sentido de prejudicar a democracia, mas também
não seria responsável por uma revolução em termos de compreensão desta forma de
governo [...] Se são diversas as ressalvas à internet enquanto esfera pública, por outro
lado não se pode negar que muitos debates só se concretizam por causa do advento
desta modalidade de comunicação. O ambiente digital pode ser tachado de caótico,
dominado por empresas que visam apenas o lucro, pouco afeito à racionalidade, onde
não se realiza debate de qualidade ou ainda que não é levado à sério pelas instâncias
decisórias do sistema político. Mas a constatação que deve ser feita é a de que o
debate racional entre cidadãos comuns, por exemplo, se não acontece na internet,
também não parece acontecer rigorosamente fora dela. Em outros termos, deve-se
considerar que, funcionando mal ou bem, pelo menos o ambiente digital abre a
oportunidade para a exposição de opiniões e formação de arenas conversacionais,
instâncias antes pouco prováveis ou mais difíceis de se realizarem (2006, p. 183).

            Os mais moderados acreditam que embora a rede mundial de computadores forneça
formas de comunicação bem diferentes de épocas passadas, uma melhoria nos mecanismos
democráticos depende de toda uma base que sustente o seu funcionamento relacionada com
uma cultura cívica e política de participação social (SAMPAIO, 2010).

                  E por m temos os pessimistas que destacam as restrições e os dé cits dos meios


tecnológicos para participação dos cidadãos como: 1) exclusão digital; 2) ausência de
racionalidade; 3) falta de organização, competência e até mesmo vontade de participação; 4)
di culdade de formas laços de con ança e solidariedade; 5) qualidade duvidosas das
informações disponibilizadas na internet; 6) as relações de poder existem igualmente através da
rede; 7) excesso de informações; 8) possibilidade de monitoramento por empresas e governos;
9) fragmentação da esfera pública (DINIZ; PINHEIRO, 2012).

        De qualquer modo, independente de otimistas, pessimistas ou moderados, o fato é que


hoje em dia existe uma facilidade muito grande, em virtude de instrumentos de pesquisa como
a Internet, em poder acompanhar as atividades das diferentes esferas de poder, seja o
executivo (ci%c3%aancia-politica/poder-e-soberania/poder-executivo/), legislativo
(ci%c3%aancia-politica/poder-e-soberania/poder-legislativo/) e judiciário (ci%c3%aancia-
politica/poder-e-soberania/poder-judiciario/). É possível, por exemplo, acompanhar as mais
variadas atividades parlamentares do Congresso Nacional como a elaboração de projetos de
leis, assistir aos pronunciamentos dos parlamentares em sessão do Plenário ou das Comissões
(em formato de áudio ou vídeo) e inclusive fazer o download dos arquivos, e ainda ter acesso
aos mais diferentes portais da transparência onde aparecem os gastos do Governo (federal,
estadual, municipal) e do Poder Legislativo (ci%c3%aancia-politica/poder-e-soberania/poder-
legislativo/) (Congresso Nacional, Assembleias Legislativas, Câmaras Municipais). “A Internet não
permite somente comunicar mais, melhor e mais rápido; ela alarga formidavelmente o espaço
público e transforma a própria natureza da democracia” (CARDON, 2012, p. 01). Desta forma, a
internet deve constituir-se em objeto de estudo e pesquisa como instrumento ou alternativa
da/para a democracia representativa pois está claro que, na era digital, a democracia vai mudar
de aparência. Daí a necessidade de pensar e ao mesmo tempo questionar as possibilidades e
limites do uso da internet no âmbito da democracia pós-moderna.

 
 

        As novas tecnologias estão reinventando o fazer democrático, com o surgimento de novas
e e cazes ferramentas de participação popular, inclusive no que diz respeito a possibilidade de
o cidadão colaborar com o Poder Público e acompanhar suas ações, com a transparência sem
precedentes proporcionada, sobretudo, pela internet. Ao atingir o ciberespaço, os portais do
Governo, seja na esfera executiva (ciber-democracia/democracia-representativa/poder-
executivo/), legislativa (ciber-democracia/democracia-representativa/poder-legislativo/),
judiciária, nacional, estadual ou municipal devem não só fornecer serviços, mas ampliar os
meios de informação e conhecimento e garantir a interação da sociedade com o Poder Público.

           Em razão dessas novas tecnologias, o século XXI tem criado condições de participação
direta dos cidadãos na coisa pública.   Os cidadãos devem ter oportunidades de interferência
efetiva quando da produção da decisão política, sendo que as instituições da democracia
devem atuar de maneira favorável a uma aproximação entre cidadãos e representantes.

                      Essa “nova” cidadania e as novas tecnologias devem andar juntas, no sentido de


fortalecer a participação popular e não há dúvidas de que a possibilidade da sociedade civil
participar diretamente da coisa pública é um grande avanço na construção de um efetivo fazer
democrático, ainda que representativo. Em pleno século XXI, não se pode mais ignorar os
espaços que essas novas tecnologias têm criado, de tal forma que podemos a rmar, tal como o
faz Pierre Lévy, que “os destinos da democracia e do ciberespaço estão amplamente ligados”
(2002, p. 32). O que acontece com nosso espaço público quando uma tecnologia facilita uma
aproximação estreita entre a conversa privada e a informação pública? “A Internet amplia o
espaço público. Ela escancara as portas de um universo antes inserido em um diálogo entre
jornalistas engajados e pro ssionais da política” (CARDON, 2012, p. 05). As informações
compartilhadas nesse novo “espaço público” podem ser comentadas, criticadas, desacreditadas,
transformadas por um grande número de pessoas anteriormente consideradas inaptas ou
ignorantes.

[... ] se o espaço público se abre para a intervenção cada vez mais ativa dos
indivíduos, é também porque as maneiras de ser se transformam [...] Essa abertura
do espaço público aos indivíduos tem consequências de primeira importância.
Introduz no mundo da informação e no mundo da política maneiras de estar junto,
de interagir e de cooperar que permaneciam até então enclausuradas no espaço das
sociabilidades privadas. Dessa forma, a Internet torna visível um conjunto de
expectativas muito importante de ser decifrado (CARDON, 2012, p. 06).

            Com o advento da internet a concepção de um espaço público ou esfera pública ganha
novas dimensões. Fala-se em esfera pública virtual (products/esfera-publica-virtual/) (MARQUES,
2006; OLIVEIRA, 2012), esfera pública interconectada – networked public sphere (BENKLER,
2006; DINIZ; RIBEIRO, 2012; SILVA, 2010; SILVEIRA, 2009), policy websphere (PROCOPIUCK; FREY,
2009), ou ainda as novas “ágoras on-line” (LEMOS; LÉVY, 2010) constituem o novo lócus
destinado à formação de opiniões e debates desenvolvidos em listas de discussão e fóruns on-
line abertos a qualquer usuário, um espaço decisório ou um canal alternativo para fomentar a
participação dos cidadãos e as redes sociais como Facebook, Twitter, ou canais de vídeo como o
Youtube ganham destaque nesse processo onde surgem novos atores sociais nestes espaços
públicos virtuais no qual ocorrem mobilizações, deliberações e tomadas de decisão.
                  Com as novas tecnologias digitais surgem novas formas de produção, distribuição e
consumo da palavra pública e a tecnologia vincula-se à constituição da “polis” no séc. XXI para
dar lugar a ciberdemocracia criando possibilidades de ampliação da comunicação e da gestão
da coisa pública.

            Quando se fala em “polis” ou “ágoras on-line” faz-se uma referência explícita ao modo de
fazer política na Grécia Antiga ( loso a-politica/ loso a-antiga/), caracterizado por um espaço
de discussão (a praça pública: a ágora) como forma de organização políticas das polis: as
cidades Estado gregas. Por isso não é fora de propósito pensar em como as novas tecnologias
alteram as formas de pensar a política não apenas do ponto de vista da ciência política
(ci%c3%aancia-politica/), mas igualmente a partir da loso a política: uma loso a política
( loso a-politica/) que explore de maneira audaciosa o possível aprofundamento da
democracia na era da cibercultura, incluídos aí: governança mundial, Estado transparente, Web
2.0. Lemos e Lévy (2010, p. 35) propõem, inclusive, uma releitura da Alegoria da Caverna
(products/a-alegoria-da-caverna-em-quadrinhos/) de Platão ( loso a-politica/ loso a-
antiga/platao/) no contexto da Cibercultura:

O lósofo tem o dever de transcender as opiniões que se trocam ordinariamente na


caverna obscura das cidades (as mídias), como as pretensas evidências
compartilhadas que só re etem pequenas perspectivas locais, para fazer um longo e
difícil desvio pelo mundo das ideias. É apenas dessa maneira que ele pode ajudar seus
concidadãos a perceber sua cidade de outra forma e, eventualmente, fazer progredi-la
em função de uma ideia mais elevada e mais bela de vida coletiva (LEMOS; LÉVY, 2010,
p. 35).

            Alguns estudos analisam as possibilidades que o uso da rede mundial de computadores
e das novas tecnologias permitem para a promoção do controle social, da participação cidadã e
da transparência pública (PINHO, 2008; PRADO; LOUREIRO, 2006; FREY, 2005; NIXON;
JOHANSSON, 1999), o uso da internet pelos partidos políticos (BARROS FILHO; BRAGA; FRANÇA;
NICOLÁS, 2009; COUTINHO; NIXON; JOHANSSON, 1999; SAFLATE, 2007), governança pública
(PROCOPIUCK; FREY, 2009) e debates sobre a representação, a organização política e as
instituições democráticas a partir do ciberespaço (HAGUE; LOADER, 1999; TERRANOVA, 2004).
Vejamos também alguns exemplos de utilização da rede mundial de computadores associado a
objetivos políticos.

            O site da Rede Technology for Transparency (http://transparency.globalvoicesonline.org/)


(T4T) – uma iniciativa criada pela ONG internacional Global Voices – tem como o objetivo
mapear experiências cidadãs de uso das novas tecnologias da informação e comunicação para
a promoção de transparência, accountability e engajamento cívico. “No Brasil, o T4T realizou seis
estudos de caso de iniciativas cidadãs de uso da Internet para melhorar a transparência, a
accountability e o engajamento cívico. Todas essas experiências focaram governos nos seus
diferentes níveis” (DINIZ; RIBEIRO, 2012, p. 98).

            Diniz e Ribeiro (2012) como o próprio nome do artigo do qual são autores sugere – O
conceito de esfera pública e o site “webcidadania” no Brasil – realizaram uma análise da
participação cidadã através da internet por meio da análise do site mencionado. O site
Webcidadania (http://www.webcidadania.org.br/) apresenta uma série de iniciativas que
utilizam a rede mundial de computadores como forma de fortalecimento do exercício da
cidadania. Projetos como: Cidade Democrática (http://www.cidadedemocratica.org.br/), Voto
consciente (http://www.votoconsciente.org.br/), Viva Favela (http://vivafavela.com.br/), Voto
aberto (http://www.votoaberto.com.br/), Ficha Limpa, fazem parte da plataforma do website.
“Dentre as atividades realizadas por este movimento, estão as seguintes: mostrar aos cidadãos
as possibilidades das novas tecnologias para scalizar e participar nos governos; utilizar os
dados públicos; e promover causas para in uenciar nas políticas públicas” (DINIZ; RIBEIRO,
2012, p. 106).

(DINIZ; RIBEIRO, 2012, p. 106)

(DINIZ; RIBEIRO, 2012, p. 107)


(DINIZ; RIBEIRO, 2012, p. 107)

            Silveira destaca como o papel da internet é fundamental hoje em dia no meio político.

Segundo a pesquisa realizada pelo Pew Research Center for the People & the Press e da
Pew Internet & American Life Project, em 2008, 42% dos jovens norte-americanos entre
18 e 29 anos disseram informar-se sobre a campanha pela Internet, destacando o
papel crescente das chamadas redes sociais, principalmente, do MySpace e do
Facebook (KHOUT, 2008 apud SILVEIRA, 2009, p. 103).

            Dados do IBGE de 2007 (apud MAGAGNIN, 2008, p. 30) mostram como tem crescido o
acesso a internet no Brasil e a tabela abaixo mostra como a população utiliza esta ferramenta
de acordo com a nalidade do internauta (por região):

            Os dados do quadro acima revelam que, apesar de haver um crescimento na utilização
da internet por parte da população brasileira, esse acesso ainda é pequeno no que diz respeito
a utilização do ambiente virtual como uma forma de interação e participação da sociedade na
esfera pública, seja na busca de informações ou outros serviços. A utilização da internet como
uma forma de interação com o poder público ca acima apenas dos serviços de compras
através da internet e transações bancárias. Pelo menos até o ano de 2007.

            A internet é considerada como a plataforma mais promissora para a ciberdemocracia
mas não a única. O desenvolvimento da telecomunicação móvel pode servir igualmente de
suporte tecnológico para a ciberdemocracia.

            Várias diferenças fundamentais entre a internet e os meios de comunicação tradicional
explicam seu uso mais adaptado para a ciberdemocracia. Por um lado, a internet permite uma
comunicação em tempo real entre vários interlocutores, enquanto que a rádio ou televisão não
permitem senão de forma limitada e a telefonia móvel não coloca em relação senão um
interlocutor com outro, simultaneamente (pelo menos até o aparecimento dos smartphones e o
surgimento de aplicativos como o whatsapp, viber, entre outros). Além disso, a internet já se
transofrmou em uma ferramente importante no processo de discussão democrática e na
difusão de ideias de partidos políticos, campanhas eleitorais, ou mesmo individuais, através de
blogs, redes sociais, mídias alternativas etc.

 
 

Referências Bibliográ cas


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TERRANOVA, T. Network Culture: Politics for the Information Age. London  Pluto, 2004.

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