TEORIA DA COMUNICAÇÃO
Desde tempos longínquos o homem passou por lentas mas grandes evoluções
morfológicas. A posição erecta, o desenvolvimento das mãos, e as modificações do
crânio originaram um certo distanciamento entre o homem e os animais, uma vez que,
começa a revelar capacidades de manipulação de símbolos com vista à comunicação
especializando-se na arte e na caça.
Começou a utilizar racionalmente as suas habilidades motoras e sensoriais
cultivando a terra, domesticando animais e sobretudo, desenvolvendo cada vez mais a
comunicação, a inovação técnica, a organização social e a própria arte; características
que são, como se sabe, únicas e específicas do homem.
Prova disso são as suas pinturas rupestres que traduzem os seus desejos,
sentimentos, ideias e lutas travadas entre homens primitivos, reflexo das suas vidas
normais.
Isto deve-se ao facto da impossibilidade de representar numa palavra tudo aquilo
que era representado por símbolos.
Como exemplo temos a imagem do leão significado de coragem e rei dos animais;
o carneiro significado de inocência; o braço significado de poder; as mãos unidas
significado de pacto e o olho de vigilância.
Actualmente, alguns símbolos continuam a ter grande significado e são formas de
comunicação. Ex.: cabeça de vaca = talho; colher e garfo cruzados = restaurante.
COMUNICAÇÃO
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Sempre que haja uma emissão e uma recepção de sinais ou sempre que exista
uma troca de mensagens, desde que sejam percebidas por ambas as partes estamos
perante o fenómeno da comunicação.
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Torna-se um pouco complexo definir processo, mas de uma forma mais simples
podemos dizer que um processo é um fenómeno que apresenta uma contínua mudança
no tempo. Isto significa que existem acontecimentos que se inter-relacionam entre si, que
evoluem e que estão em constante mudança ao longo do tempo. Estes acontecimentos
agem entre si onde cada elemento tem a sua importância e todos juntos fazem parte de
um todo. Todo o processo tem um início e um fim independentemente do seu resultado.
Processo é sinónimo de movimento independentemente de implicar deslocação
espacial ou não. A ele estão aliados o dinamismo, uma certa duração; interacção entre
os componentes; continuidade resultante dessa interacção e finalidade.
Podemos dizer que toda a realidade é um processo dinâmico isto porque, resulta
da interacção dos vários componentes que lhe conferem continuidade e finalidade. Como
exemplo podemos referir uma aula onde existe o processo de pôr em comum (tem uma
duração, resulta da interacção professor/aluno o que dá continuidade e uma finalidade
específica).
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Um modelo de comunicação
De uma forma simples podemos afirmar que a comunicação consiste numa troca
de mensagens carregadas de significado. O que existe frequentemente é uma
transmissão de informações o que implica a emissão e recepção da mensagem.
Isto é notório nos meios de comunicação social que têm meramente uma função
informativa não estabelecendo assim o diálogo com o público receptor.
São vários os factores que intervêm no processo comunicacional que estão
interligados entre si. Assim sendo, todo o processo de comunicação tem uma fonte que
pode ser uma pessoa ou um grupo que desejam expressar e transmitir um objectivo.
Para que tal seja possível necessitamos do código a fim de os objectivos serem
expressos em forma de mensagem que transmita o desejado.
Como auxiliares deste processo temos as palavras, os gestos, a postura, o olhar,
entre outros, que vão ilustrar e facilitar a compreensão da mensagem.
A mensagem vai então ser construída através de um código que neste caso seria
o código linguístico português.
Mas para que a comunicação surja, ou melhor dizendo, para que ela ocorra
necessitamos de um condutor da mensagem – o canal. É com a recepção do estímulo
que a mensagem flui e que é transmitida. Surge então o receptor que, conforme a
palavra o diz, recebe o estímulo que lhe foi transmitido, tendo portanto de a decifrar para
que a possa utilizar. Serve-se assim de um descodificador para decifrá-lo.
A mensagem é tudo aquilo que é transmitido, tudo aquilo que é comunicado pelo
emissor ao receptor por meio de um canal físico que pode ser por ex.: o ar, um
telemóvel, etc.
Obviamente que ao ser elaborada uma mensagem ela tem de ter um código comum ao
do receptor para que haja uma boa compreensão e interpretação. Deve também
obedecer a uma determinada ordem para facilitar essa mesma compreensão. Ao
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Para que o sucesso seja uma constante no processo comunicacional há que estar
atento para que não surjam ruídos na comunicação. Este ruídos são interferências
nefastas que vão deturpar, afectar e dificultar todo o processo que anteriormente
focamos.
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mensagem real. Por outro lado, se não houver contacto não poderá haver contexto e
vice-versa.
A comunicação é um fenómeno relativo na medida em que poderá haver maior ou
menor comunicação. No entanto, existem dois limites entre os quais a comunicação
humana se situa:
A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO
O modelo de Lasswell
Antes de mais, podemos dizer que uma técnica é o conjunto de processos de uma
arte. No processo comunicacional ambas as partes dispõem de um conjunto de
processos mais ou menos rígidos que os levam a atingir uma finalidade. As
comunicações humanas também têm uma técnica que foi recriada e sintetizada pelo
Professor Harold Lasswell através da seguinte fórmula:
a quem? / (receptor)
BARREIRAS À COMUNICAÇÃO
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2- Quando num diálogo, um dos interlocutores quer ser sempre ele a falar, a impor a
sua mensagem e a «abafar» a voz do outro.
4- Quando um dos dialogantes não se faz compreender por ser minucioso ou usar
linguagem gramatical incorrecta ou pouco expressiva.
Todos sabemos que a mesma frase pode originar efeitos diversos devido ao tom
de voz que utilizamos, ao acento, à expressão facial, à gesticulação, ou seja, à forma
como enfatizamos a mensagem. Por vezes não é importante o que se diz mas a forma
como se diz.
A OPINIÃO PÚBLICA
Torna-se fulcral distinguir estes dois conceitos uma vez que não são sinónimos. Vejamos
esta distinção através do seguinte exemplo: é um facto que o Papa é o Sr. João Paulo II,
ou seja, é um facto porque na realidade, ele é acontecimento, ele existe quer queiramos,
quer não, pois é algo que não podemos modificar. Porém quando a religião católica
afirma que João Paulo II foi o melhor Papa dos últimos tempos, está, naturalmente a
emitir uma opinião.
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O que aqui se passa são meras manifestações de juízos de valor sobre a personagem
em questão. O que é emitido são simples opiniões. Podemos então verificar que um
facto é aquilo que se fez; é o próprio acontecimento, e ninguém pode modificar o
sucedido. O facto, é assim, externo ao homem e independente dele; uma opinião é um
juízo de valor que se faz; não é o acontecimento em si, mas antes uma tomada de
conhecimento sobre o que aconteceu. A opinião é interna e dependente do homem.
É importante salientar que as opiniões podem transformar-se em factos, mas estes não
podem transformar-se em opiniões. Os factos podem ser comprovados a partir de uma
opinião, pois podemos fazer uma série de comprovações para chegarmos no final a
considerar como facto, uma opinião prévia. Por exemplo: temos a opinião formada de
que o nosso formador de Relações Públicas é transmontano, atendendo ao à-vontade
com que fala das povoações e das gentes daquela região. Mas não passa de uma
convicção, de uma opinião. Suponhamos que em determinada altura temos acesso ao
seu processo individual e vimos a confirmar as nossas suspeitas. Aí temos o exemplo de
como a nossa opinião prévia se transformou em facto, num acontecimento que ninguém
pode modificar.
Podemos reafirmar que os factos podem ser comprovados a partir de uma opinião, mas
o contrário nunca acontece: um facto nunca conseguirá transformar-se em opinião; um
facto será sempre um facto.
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É importante salientar que a opinião não mantém sempre a mesma substância, pois
pode ser modificada, passar a ser outra a qualquer momento, por intermédio da
comunicação humana. A opinião nasce no cérebro humano e nasce quando expressa.
Ferdinand Tónnies apresenta-nos uma teoria muito interessante e útil para o estudo das
Relações Públicas. Esta teoria intitula-se “Teoria do Estado Físico das Opiniões”. Uma
vez que as Relações Públicas se desenvolvem no grande mundo das opiniões, torna-se
fundamental que os seus especialistas aprendam a distinguí-las pela forma como se
apresentam. Deste modo, podemos dizer que existem três níveis de opinião:
É importante salientar que o estado físico normal das opiniões que se constituem no
cérebro do homem para se expressarem através da palavra, é o gasoso ou o líquido. Isto
acontece na maioria das vezes, pois hoje em dia são raras as pessoas que emitem
opiniões sólidas.
Como podemos analisar, a distinção entre estes três níveis é muito importante para as
Relações Públicas. Para elas (R’PS) o ideal seria que as opiniões se encontrassem
geralmente nos estados líquido e gasoso, pois as pessoas em que o processo de
formação está incompleto, são altamente influenciáveis, uma vez que ainda não têm uma
opinião solidamente formada. Neste caso, o profissional de Relações Publicas utilizará
os melhores argumentos, por forma a fazer prevalecer a opinião que pretende fazer
aceitar, para que essas pessoas avaliem mentalmente e daí resulte o seu juízo através
da opinião. Portanto, a tarefa das Relações Públicas é a de formar, ajudar ou estimular a
formação de opiniões, socorrendo-se para o efeito, das técnicas de comunicação
humana. Essa tarefa é tanto mais fácil, quanto mais gasosas ou líquidas forem as
opiniões do público sobre as matérias que interessam directamente às Relações
Públicas.
- os rumores
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- líderes de opinião
- mecanismos psicossociológicos de selecção da informação
Os rumores
Este era o mecanismo mais arcaico de formação de opiniões antes do aparecimento dos
mass media. No rumor cada pessoa era informada, podia discutir com a fonte de
informação (feed-back) passando de seguida a informadora. Obviamente que a
informação ao passar de boca em boca ia-se modificando, perdendo pormenores e
ganhando outros, muitas vezes repletos de contradições. Tudo isto era em função do
realce e ênfase dado pelo grupo por onde circulou a informação.
1º nivelamento - dá-se à medida que circula o rumor; perde pormenores e palavras até
atingir uma forma estereotipada que se obtém logo a partir das primeiras pessoas.
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Podemos então dizer, que o rumor consiste num convencimento (persuasão) que nasce
da própria transformação da notícia original, graças a representações próprias das
pessoas que nela intervêm.
Parece-nos pertinente iniciar esta exposição escrita definindo acção. Assim sendo,
entendemos como acção toda a conduta humana individual ou colectiva, consciente ou
inconsciente. Neste sentido lato do termo, quer a acção, quer a conduta humana devem
incluir os comportamentos, pensamentos, sentimentos, aspirações e desejos.
Entre as acções individuais e as acções dos mass-media existem as acções dos grupos.
Todas as pessoas pertencem a grupos, e isto acontece pois partilham das suas opiniões,
finalidades e interesses. É no interior dos grupos, através da promoção de discussões,
que se formam e intensificam as opiniões com o intuito de introduzirem a mudança
desejada.
Quem pertence a determinado grupo, passa a ter as mesmas opiniões desse grupo.
Somente quando o grupo e as suas normas, interesses e finalidades perdem importância
é que se pode originar uma mudança de opinião.
Os grupos podem manifestar-se através dos “media” para reforçar as suas opiniões, ou
controlar elementos desviados do grupo. Os grupos têm por si só grande impacto na
sociedade, influenciando-a com as suas opiniões.
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1ª- de uma maneira geral têm um conhecimento mais nítido, preciso e pormenorizado do
movimento que lideram, do que os respectivos membros.
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3ª- os líderes têm de tomar as maiores precauções para não se isolarem do grupo, a fim
de não tomarem posições demasiado avançadas. Este aspecto é importante para que
não sejam desautorizados pelos membros. Por vezes existem situações em que o líder é
ultrapassado por alguns dos membros, e nesse caso terá de enfrentar adversários e
oposição interna.
4ª- a posição do líder no movimento e no meio a que não pertence é sempre delicada.
Por vezes pode existir necessidade de se desculpar ou mesmo de se retirar, para evitar
que a sua presença prejudique a acção do movimento. Em contrapartida, líderes que
pertençam ao meio, podem ser suspeitos de estarem a alimentar ambições pessoais, de
terem interesses a proteger, de explorem a situação em proveito próprio.
5ª- seja qual for o tipo de líder de opinião, todos eles estão submetidos a uma grande
acção dos mass-media, sendo por eles muito mais influenciados do que aqueles que, por
sua vez, influenciam. Por exemplo: o líder no sector do cinema é assinante de revistas
especializadas e segue todos os programas de rádio e televisão relativos a este assunto.
Também o líder político faz o mesmo.
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Assim, podemos dizer que existem em todos nós determinados mecanismos que
consistem nos efeitos psicológicos das nossas predisposições para seleccionar uma ou
outra informação. Referimo-nos à Atenção, Percepção e Memória
A Atenção
De uma forma geral temos a tendência para dar preferência e especial atenção aos
programas que estão de acordo com as nossas opiniões, e evitar aqueles que são
contrários.
Segundo alguns estudos que foram efectuados por exemplo em programas políticos,
dois terços dos simpatizantes de determinado partido político escutam mais o seu
candidato do que o candidato adverso.
A Percepção
A Memória
Neste mecanismo referimo-nos à retenção das ideias no cérebro. As ideias poderão ter
sido escutadas e percebidas mas o cérebro recusa-se a retê-las. Na verdade a nossa
memória é curta para os assuntos que nos são antipáticos e é grande para os restantes.
Por exemplo: se colocarmos dois grupos distintos com o mesmo número de pessoas, em
que um grupo é pro-comunista e outro anti-comunista, verificamos que cada grupo ao
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debater as sua ideias e os seus pontos de vista, esquecerá os seus aspectos negativos,
embora reproduza muito bem os positivos.
Por exemplo: a televisão tem grande influência nas crianças sobre determinados
assuntos, embora não consiga afectar do mesmo modo as crianças mais esclarecidas.
Como segundo exemplo podemos focar o caso das mulheres que sofrem maus tratos
pelos maridos. Sentem-se frustradas em relação ao casamento, passando a ter uma
opinião diferente da que tinham antes de casar.
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De uma forma mais concreta, podemos dizer que a opinião pública é todo o juízo de
valor poderoso, anónimo (que se transforma quase sempre numa força política,
misteriosa, de oposição, de resistência contra um governo, um parlamento, uma
autoridade, um candidato à governação, um poder estrangeiro, etc), manifestado pelo
público, como conjunto de pessoas que vive num determinado espaço territorial e é
susceptível de se interessar por um determinado objecto.
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Diz-se que o grupo é uma unidade estruturada, porque os seus elementos estão ligados
uns aos outros por laços suficientemente definidos. É grande a diversidade de grupos
sociais, bem como as formas que os mesmos podem tomar. Existem muitas
classificações de grupos sociais propostas por diversos sociólogos, com base em
variadíssimos critérios. Podemos então classificá-los como grupos: temporários que
duram alguns minutos ou horas, para logo a seguir se desfazerem, grupos duráveis que
podem durar dias, meses ou anos. Como exemplo temos o Governo ou uma quadrilha
de ladrões. Grupos permanentes que duram gerações, como é o caso da família.
A socialização dos indivíduos começa nos grupos. O homem inicia a sua primeira
experiência social no grupo familiar, nos grupos de brincadeira, nos bancos da escola,
nos grupos da vizinhança, etc., (Grupos Primários) que lhe dão a primeira socialização, a
mais primitiva experiência de unidade social. A partir daqui, o homem abandona essa sua
primeira “escola” social e integra-se com grupos mais complexos de acordo com as suas
habilitações profissionais, com a sua cultura (grupos culturais), com as suas crenças
(grupos religiosos), com os seus ideais (grupos políticos), ou com a sua afectividade
(grupos conjugais), etc. Todos estes grupos denominados Grupos Secundários, acabam
por completar a socialização do homem.
Podemos então afirmar, que grupos primários são aqueles que se caracterizam pela
associação e pela cooperação íntima e directa dos seus membros, pelo que o resultado
desta associação íntima é uma certa fusão das individualidades num todo comum, de tal
modo que o verdadeiro “eu” de um indivíduo, pelo menos para muitos dos seus fins, se
identifica com a vida comum e o fim do grupo. Assim nascem os ideais comuns como
lealdade, veracidade, benevolência, justiça, liberdade, etc, enfim, toda uma
aprendizagem da sociabilidade. Como exemplos de grupos primários temos a família,
namorados, bandos de jovens, etc. É importante acrescentar que o grupo face a face é
primário, no sentido de ser fundamental para a pessoa individual. Aqui são feitas as
primeiras experiências no seio do grupo familiar primário. Grande parte da sua
personalidade social provém desse contacto e dessa comunicação.
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Os grupos orgânicos podem-se definir como conjuntos de pessoas associadas com certa
permanência, e em interacção e comunicação, vinculadas entre si em obediência a
normas, interesses e valores que as solidarizam, no prosseguimento de objectivos
comuns. Família, Estado, escola, partido político, etc, são exemplos de grupos orgânicos.
Muitas vezes na rua, olhamos à nossa volta e deparamos com emblemas de clubes
desportivos, de organizações culturais, entre outros. Estes emblemas chamam a nossa
atenção para o facto do indivíduo que o ostenta estar integrado em certo grupo.
Em sumula, podemos dizer que estes grupos são duráveis e/ou permanentes; têm
normas obrigatórias pelas quais as pessoas se regem; as condutas e os valores são
fixados pelas normas do grupo. O uso de sinais de pertença é uma constante.
Podem ser institucionalizados, isto é, constituem instituições como é o caso da Família,
Igreja, etc.
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Salienta-se ainda que estes grupos são ocasionais e instáveis, desprovidos de quaisquer
normas vinculativas, não têm sinais de pertença e não possuem objectivos comuns ou
têm objectivos imediatos e meramente passageiros.
Assim sendo, os grupos têm três funções essenciais, isto é: darem às pessoas a primeira
experiência de unidade social ( família, amigos, vizinhos ), promoverem contacto social,
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Seria pertinente colocarmos a questão, se os grupos vivem isolados uns dos outros?
1. os grupos transmitem e recebem uns dos outros bens, serviços, ideias, opiniões,
estados emocionais, informações, imagens de si mesmos e dos seus problemas,
atitudes, comportamentos etc. Daí se poder falar em intercâmbio de bens e serviços
entre empresas lucrativas e o intercâmbio de propostas e negociações entre um
sindicato operário e uma organização patronal.
- pela sua presença - por exemplo, basta que exista um determinado grupo
sindical para que a entidade patronal não o ignore, sendo assim influenciada por ele.
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- pela sua força e o seu poder - conseguimos ver em tudo aquilo que na sociedade
são formas de competição ou conflito entre grupos, ou de domínio de uns grupos sobre
outros. Tudo isto são formas de se influenciarem ou determinarem outros.
Nas sociedades rurais toda a gente se conhece e interessam-se uns pelos outros. A
forma de encarar a vida é partilhada por quase toda a gente e estas formas de estar
reflectem o pensamento, estilo de vida, hábitos, costumes e crenças dessa sociedade.
As pessoas são, de certa forma, mais puras e vêem no Pároco um ídolo a seguir.
O movimento urbano tende a alastrar-se no mundo rural, onde não deixa de se dar o
intercâmbio social, regional e nacional, sob influência da especialização das culturas, das
facilidades de transportes, da vida cooperativa, de todo o movimento associativo que
predomina na cidade. Os centros rurais começam a deixar de ser os « centros da vida
social » devido ao facto de muitos habitantes desertarem com frequência à procura de
distracções, reuniões corporativas ou sindicais.
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- baixos rendimentos
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A publicidade passou por várias etapas até aos nossos dias. Inicialmente limitava-se a
um comerciante que procurava fazer conhecer a sua mercadoria; mais tarde é posta ao
serviço dos “mass-media” (imprensa em particular) e vão assegurar o êxito dos jornais; e
há poucos anos com a utilização dos media internacionais e com especialistas
nomeadamente da área da Sociologia, Psicologia, Relações Públicas, Marketing, Artistas
Gráficos, o seu desenvolvimento foi notório.
qualidade dos mesmos. Se o produto é tecnicamente novo, o tema deve centrar-se sobre
o conhecimento técnico o público deve ter dele. Mas se um produto é semelhante aos
seus concorrentes, os temas podem ser mais diversos.
Por exemplo, se existe no mercado um produto que elimina o mau hálito e outro que
combate a cárie, convém que este novo produto branqueie a dentição.
- seguidamente há que escolher o “media” mais adequado, que depende
fundamentalmente do orçamento e da audiência que cada “media” tem segundo
as regiões e as horas.
- por fim surge a escolha, de entre os vários anúncios propostos, daqueles que
coincidem com o eixo da campanha e com as características do “media” utilizado.
Finalmente, toda a campanha publicitária é assistida por várias técnicas, em que as mais
importantes são: o Marketing, as Relações Públicas, os Estudos de Mercado, o “Slogan”
e a procura de Motivação. Todas elas se apoiam, por alguns motivos, na Psicologia e
Sociologia. A publicidade é assim uma verdadeira técnica de persuasão fundada na
repetição. O comportamento do comprador deixa de ser racional, para ser comandado
por um itinerário psicológico, inconsciente que começa na atenção, continua no
interesse, depois no desejo, terminando fatalmente na compra. Os “Slogans” incisivos, as
imagens-choque e os jogos das palavras, são tudo técnicas que consistem em
conquistar a atenção do consumidor, que não sabe muitas vezes por que compra, que
compra tantas vezes produtos que não menciona, e cita produtos que jamais comprou.
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- a propaganda de competição
- a propaganda de integração
- a propaganda de subversão
Propaganda de Competição
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1- inicia-se por fazer uma prévia propaganda ideológica, onde se procura mostrar à
opinião publica os factos e os valores actuais, o que está mal na sociedade,
influenciando ideologicamente e psicologicamente os eleitores e incutindo-lhes a
necessidade de mudança.
Propaganda de Integração
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A Propaganda de Subversão
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Toda a propaganda de subversão tem por objectivo justificar e organizar a violência física
e moral, necessária à tomada do poder por uma organização. Antagónicas quanto à sua
origem social, as propagandas comunista e fascista, acabam por apresentar
semelhanças nos métodos utilizados, embora empreendam duras lutas entre si e contra
a democracia pluralista. O fundamental está no permanente controlo das massas, pela
organização.
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BIBLIOGRAFIA
Jackson, Patrick (1995). Public relations: practices: managerial case studies and
problems. Upper Saddle River: Prentice Hall.
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