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DIREITO ADMINISTRATIVO

Prof. Luiz Lima


REQUISITOS PARA ENTRAR NO SERVIÇO PÚBLICO

- nacionalidade: tem que ser brasileiro nato ou naturalizado.


Exceção: as universidades públicas e instituições de pesquisa podem prover os
cargos com servidores estrangeiros.
- maioridade: 18 anos de idade.
- nível de escolaridade exigido para o cargo:
- em gozo dos direitos políticos:
- quitação militar e eleitoral:
- aptidão física e mental: este conceito é indeterminado e há margem de
discricionariedade do agente, por isso a jurisprudência pacificou o entendimento
de que deve haver respeito à razoabilidade.
Portador de deficiência está afastado do ingresso em cargos públicos?
- não, mas alguns portadores de necessidades especiais, naturalmente, estão
afastados de determinados cargos.

Súmula 683 do STF: O limite de idade para a inscrição em concurso público só


se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado
pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.

Jurisprudência: o máximo de vagas para deficiente é de 20% conforme se


denota na Lei. O STJ afirma que o mínimo será de 5%.
PROVIMENTOS: São as hipóteses de ocupação do cargo público. Prover é
ocupar. Se divide em originário e derivado.

1) Originário: é o primeiro provimento do sujeito na carreira pela primeira vez. Não


necessariamente no serviço público e sim na carreira.

a) Nomeação: ocorre com aprovação em concurso público de provas ou de


provas e títulos. O candidato nomeado já tem o cargo ocupado, mas não é
servidor, porque o provimento se dá com a nomeação, mas a investidura do cargo
se dá com a posse.
Depois da nomeação o servidor tem o prazo de 30 dias para tomar posse, que
pode se dar por procuração com poderes especiais. O exercício tem que se dar
em 15 dias. Caso tenha sido nomeado e não tome posse, o ato é tornado sem
efeito.
Obs.: é possível que alguém tome posse no lugar do aprovado, desde que tenha
uma procuração com poderes específicos.
2) Derivado: é o provimento que decorre da existência de um provimento
originário anterior e depois vai prover outros cargos na mesma carreira.

Importante a súmula 685, STF: É inconstitucional toda modalidade de


provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em
concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a
carreira na qual anteriormente investido.

a) Promoção: o sujeito ingressa na carreira e depois ocupa cargos superiores na


mesma carreira. Ex.: técnico do TRT, depois por antiguidade por merecimento é
promovido e chega até a classe especial, mas não poderá ser promovido a
analista do TRT, por que isso seria inconstitucional (súmula 685 do STF). Isso era
chamado de ascensão.
A promoção depende de um cargo vago para que seja possível ocorrer. Cuidado,
não se deve confundir com progressão, que é o aumento da remuneração.
b) Readaptação: ocorre sempre que o servidor sofrer limitação na capacidade
física ou mental e precisa ser readaptado em outro cargo que tenha funções
compatíveis com as limitações que sofreu.

Obs.: equivalência de vencimentos. O servidor readaptado não pode sofrer


nenhuma alteração remuneratória, independentemente da função que ele passe a
exercer.

Obs.: a lei 8.112/90 diz que não havendo cargo vago compatível para o servidor,
este deverá exercer suas funções como excedente.
c) Reversão: é o retorno à atividade do servidor aposentado por dois motivos:
- invalidez, cessados os motivos da aposentadoria;
- No interesse da administração, somente se houver concomitantemente os
cinco requisitos:
• Pedido do servidor;
• Interesse da Administração;
• Tinha que ter estabilidade quando aposentado;
• Estar aposentado por no máximo 5 ano;
• Tem que haver cargo vago.

Obs.: aposentadoria compulsória ocorre, atualmente, aos 70 anos de idade ou


aos 75 anos, nos casos previstos em lei. Aquele que já alcançou essa idade não
poderá ser revertido.
d) Reintegração: É o retorno do servidor público estável em cargo público em
virtude da anulação da demissão por decisão administrativa ou judicial.
ATENÇÃO: o servidor recebe o que deixou ganhar no período em que foi
demitido.

Obs.: se o cargo foi extinto o servidor fica em disponibilidade.


Obs.: se o cargo estiver ocupado, esta pessoa que o ocupa retornará para outro
cargo, enquanto o reintegrado fica no seu antigo cargo.
e) Recondução: é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado.
Ocorre em duas hipóteses:
- Ocorre na reintegração do anterior ocupante do cargo;
- Não aprovado em estágio probatório de outro cargo, ocorre a recondução para
o cargo de origem.

f) Aproveitamento: retorno ao cargo público do servidor que estava em


disponibilidade.
Disponibilidade: é a colocação do servidor estável em inatividade provisória,
período durante o qual receberá remuneração proporcional ao tempo de
contribuição.
VACÂNCIA

a) Falecimento;
b) Aposentadoria;
c) Readaptação: (hipótese de provimento e vacância);
d) Promoção: (hipótese de provimento e vacância);
e) Exoneração: não tem caráter punitivo.
f) Demissão: tem caráter punitivo.
g) Posse em cargo inacumulável: se o servidor tomar posse em cargo
inacumulável com o primeiro, ele vaga o primeiro cargo e ocupa o segundo.
DESLOCAMENTO

a) Remoção: é o deslocamento do servidor dentro do mesmo quadro de


pessoal, com ou sem mudança de sede. Pode ocorrer:
- de ofício: no interesse da Administração
- a pedido: concedida a critério da Administração.
Obs.: mesmo que seja feita a pedido ela se dará a critério da Administração, ou
seja, é ato discricionário.
Atenção: existem três hipóteses em que o ato é vinculado, ou seja, enseja o
direito de pedido de remoção que não pode ser negado pela administração. São
eles:
Exceções (ato vinculado):

1) Deslocamento do cônjuge.
• Jurisprudência do STJ: o cônjuge que foi deslocado de ofício pode ser
empregado da Administração Direta ou Indireta.

2) Por motivo de saúde demonstrado por laudo médico oficial, seja do próprio
servidor, companheiro ou dependente econômico.

3) O STF já pacificou o entendimento de que a administração não tem obrigação


em realizar o concurso para remoção, mas se o fizer deve respeitá-lo. Nestes
casos, há outra hipótese de remoção não opcional por parte da Administração.
b) Redistribuição: é o deslocamento do cargo público ocupado ou vago. Se o
cargo estiver ocupado o servidor tem que ir junto, mas a intenção não é o
deslocamento do servidor, mas sim do cargo.
Tem que ser entre órgãos ou entre entes da federação, desde que seja dentro do
mesmo Poder.
Exemplo: em 2007 foi criada a super receita; até 2007 a União cobrava os
impostos federais e o INSS cobrava as contribuições previdenciárias. Após 2007
todas essas cobranças eram de responsabilidade da União.

A redistribuição é sempre de ofício, no interesse da Administração.

Conclusão: Na redistribuição o interesse da administração é pressuposto e na


remoção o interesse da administração é modalidade.
DOS DIREITOS E DAS VANTAGENS

a) Do vencimento e da remuneração:
- Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor
fixado em lei.
- Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens
pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.
• R=V+V

• Obs.: importante anotar que remuneração, vencimentos ou proventos não serão


alvo de arresto, sequestro ou penhora.
Súmula vinculante nº 16 do STF: Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC
19/98), da Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida pelo
servidor público.

- Conclusão: a lei 8112/90 foi alterada e estabelece que a remuneração não


pode ser inferior ao salário mínimo, mas o vencimento pode ser.
- Importante: não confundir remuneração com subsídio. Este é parcela única de
pagamento conferidas a agentes políticos, membros da defensoria pública
e advocacia pública, membros tribunal de contas e policiais.

- Teto remuneratório: ninguém poderá receber valores a maior do que os


Ministros do STF.
Desconto da remuneração: não deve haver desconto no subsídio ou
remuneração do servidor, mas a própria lei estabelece situações em que o
desconto é possível. São elas:
- Previsão legal. Ex.: desconto da contribuição previdenciária;
- Decisão judicial. Ex.: pensão alimentícia.
- Empréstimos consignados: para que seja feito este empréstimo tem que ter
interesse da Administração e autorização do servidor. No máximo 35% da
remuneração do servidor pode ter desconto consignado em folha.

Ressarcimento ao erário: o ideal é que o pagamento se faça uma única vez no


prazo de 30 (trinta) dias. Em caso e necessidade de parcelamento, o valor da
parcela não poderá ser menor que 10% da remuneração do servidor.
Em caso de desligamento do servidor, ele terá o prazo de 60 dias para efetuar o
pagamento. Caso não o faça, o débito será inscrito em dívida ativa.
DAS VANTAGENS:
a) Indenizações
Indenização não é acréscimo patrimonial, a verba serve para devolver o que
se gastou na prestação do serviço. Com isso a indenização pode acrescentar-se
no subsídio. A indenização não é contada para fins de teto remuneratório.
a.1) Diária: valor pago ao servidor público em virtude do deslocamento
temporário. O servidor faz jus à indenização de diárias e tem que devolver em até
5 dias nos casos de não gastar todo o valor.
Atenção: não faz jus à diária aquele que circula dentro da mesma região
metropolitana.
Atenção: o pagamento efetivado é de metade se o servidor vai e volta no
mesmo dia, ou seja, sem pernoite.
a.2) Ajuda de custo: indenização para os casos de deslocamento
permanente. O valor, pago uma única vez, pode ser de até 3 vezes o valor da
remuneração, variando do número de dependentes que possui. O pagamento se
dá sobre a mudança do servidor e de sua família, além da ajuda de custo.

Obs.: em caso de falecimento do servidor, a família deste pode requerer o retorno


pelo prazo de um ano. Nestes casos a Administração arca com as despesas da
mudança e com a ajuda de custo.

Obs.: caso o servidor não se apresente na nova sede em 30 dias, deverá ressarcir
o valor da ajuda de custo.
a.3) Transporte: regulamentado especificamente e se trata de indenização paga
ao servidor que utiliza veículo próprio para prestar o serviço.

a.4) Auxílio moradia: indenização paga ao servidor para custear despesas com
moradia.
b) Gratificações
b.1) Gratificação de função: é um plus pago ao servidor que exerce o
função de confiança.
b.2) Gratificação natalina: equivale ao décimo terceiro salário e deve ser
pago até o dia 20 do mês de dezembro do respectivo ano. Para cada mês
trabalhado percebe-se 1/12 avos de sua remuneração, sendo que 15 dias
trabalhados considera-se um mês.
Considera-se para fins de remuneração de dezembro a gratificação
natalina. Não importa se antes de começado o ano o servidor ganhava
menos, mas sim com base na sua remuneração de dezembro.
b.3) Gratificação por encargo de curso ou concurso: paga-se ao servidor que
atue na aplicação ou coordenação de concursos, ou atue como examinador em
concursos, instrutor em curso de formação.
Não se permite que no ano, o número de horas ultrapasse 240, sendo
primeiramente de 120 prorrogáveis por mais 120 horas.
c) Adicionais
c.1) Insalubridade, periculosidade e penosidade: insalubre é perigoso à saúde;
periculosidade é o risco da atividade; e penosidade é a condição exasperada de
esforço físico.
Obs.: se o servidor exercer atividade que seja insalubre e perigosa deve-se
optar por um dos adicionais.
Obs.: gestante e lactante não podem exercer atividades insalubres,
perigosas e penosas. Cessada a insalubridade, periculosidade e penosidade
cessam imediatamente esses adicionais.
c.2) Adicional de hora extra: a lei de cada carreira define a jornada normal
de trabalho do servidor. De acordo com a 8112/90 o mínimo é 6h e o máximo 8h
por dia. Fora isso, o pagamento de hora extra acresce 50% da hora normal.
Obs.: A hora extra tem caráter excepcional e no máximo duas horas por
jornada diária.
c.3) Adicional noturno: entre as 22h e 5h é considerado horário noturno e é
acrescido de um percentual de 25% da hora normal.
Obs.: a hora noturna dura 52min30seg.
Obs.: qualquer hora que se estenda ao horário noturno também é
considerada noturna. A hora a mais, nesse caso, é hora extra e noturna. Primeiro
se aplica o valor da hora extra e depois multiplica pelo valor da hora noturna.
c.4) Adicional de férias: um terço da remuneração do servidor deve ser
pago até dois dias antes das férias do servidor.
Obs.: em caso de parcelamento de férias o adicional deve ser pago
integralmente antes da primeira parcela dos dias de férias.
ATENÇÃO: as indenizações jamais se incorporam à remuneração do
servidor. As gratificações e adicionais podem se incorporar nos termos e
condições previstos em lei.
FÉRIAS
O servidor público tem direito a 30 (trinta) dias de férias por ano. Para
gozar do primeiro período de férias ele deve ter 12 (doze) meses de exercício.
Somente para o primeiro período aquisitivo de férias é que são necessários
12 meses de exercício.
Acumulação de férias: no máximo 2 vezes;
Parcelamento de férias: até 3 vezes.
Exceção: servidores que operam com raio X tem direito de férias a cada
semestre de 20 dias e não podem ser acumuladas.
- Pagamento das férias: 02 dias antes de o servidor entrar de férias.
Obs.: interrupção das férias: medida excepcional que somente poderá
ocorrer em casos de:
Calamidade pública;
Comoção interna;
Convocação para júri;
Convocação para serviço militar/eleitoral;
Necessidade do serviço demonstrada pela autoridade superior do órgão.
Obs.: se as férias forem interrompidas uma vez, o restante tem que ser tirado
de uma vez só. Isso é a garantia que o servidor tem de que suas férias serão
interrompidas uma única vez.
LICENÇAS
Licenças são situações em que o servidor fica fora do cargo provisoriamente,
por motivos de cunho pessoal.
Concedida a licença ao servidor, qualquer nova licença concedida dentro de
60 dias do termino da primeira, desde que seja de mesma natureza, não é
considerada nova licença, mas prorrogação da primeira.
a) Licença em virtude de doença na família (EP): tem que ser demonstrado
pelo laudo médico oficial demonstrando ainda três requisitos:
- Doença na família.
- Doente depende de assistência direta do servidor.
- Impossibilidade de conciliar a assistência com o serviço público.
Obs.: até 60 dias com remuneração e 90 dias sem remuneração, ou seja,
pode durar até 150 dias.
Obs.: depois de concedida uma licença por doença em pessoa da família,
outra só pode ser concedida após 12 meses de exercício, contado do
deferimento da primeira licença. MAS ATENÇÃO, pois se o prazo para a
concessão de outra licença não for superior a 60 dias, o deferimento será
possível já que, neste caso, a licença vai ser entendida como prorrogação da
primeira.
b) Licença para afastamento do cônjuge/companheiro (EP): o afastamento
do cônjuge do servidor todas as vezes que o cônjuge seja deslocado a trabalho,
independentemente de ser trabalhador público ou privado.
Obs.: sem remuneração e sem prazo determinado.
Obs.: a jurisprudência do STJ proferiu decisão de que é direito do servidor, desde
que cumprido o requisito legal.
c) Licença para prestação do serviço militar (EP): servidor convocado
para prestação de serviço será licenciado e perceberá a remuneração conforme
lei especifica.
Obs.: terminada a licença o servidor tem 30 dias não remunerados para voltar ao
serviço. Trata-se de benefício para que o servidor não retorne imediatamente.
ATENÇÃO: a licença para o serviço militar é a única que não suspende a
contagem para o estagio probatório.

d) Licença para atividade política (EP): não é para o servidor que foi
eleito, mas sim para aquele que pretende participar nas eleições.
Obs.: da escolha em convenção partidária até a véspera da candidatura a licença
é sem remuneração.
Obs.: do registro da candidatura até 10 dias após as eleições a licença será
remunerada e não pode ultrapassar três meses.
e) Licença por interesse de motivo particular: não pode ser concedida durante
o estágio probatório, ou seja, imotivada e não precisa justificar qualquer motivo
para o pedido.
Obs.: discricionária e precária, pois a administração pública concede se
quiser e pode ser interrompida.

f) Licença capacitação: substitui a licença-prêmio e faz com que o servidor


tenha direito, após cinco anos de exercício, a tirar licença para fazer um curso de
capacitação profissional.
Obs.: o prazo da licença será igual ao do curso e não necessariamente três
meses.
Obs.: recebe remuneração integral para fazer o curso de capacitação.
Obs.: podem ser somados os prazos de cargos diferentes para alcançar o
prazo de licença capacitação.
g) Licença para mandato classista: direção ou representação de órgãos
e entidades de classe. Quando o servidor exerce alguma atividade, há direito à
licença para exercer a função. A entidade é quem paga o servidor e não a
Administração.
Obs.: o prazo de duração da licença é o prazo do mandato podendo haver
uma única prorrogação.
Obs.: a licença para mandato classista, diz a lei 8112, que o tempo de
licença conta como tempo de serviço para todos os efeitos, menos para fins de
promoção por merecimento.
AFASTAMENTOS
São ausências autorizadas pela lei em que o servidor sai do efetivo exercício
do cargo para realizar alguma outra atividade de interesse público.
a) Servir outro órgão
O afastamento para servir a outro órgão ocorre quando o servidor vai a outra
órgão para exercer o cargo em comissão ou por outro motivo previsto em lei.
De quem é o ônus da cessão, ou seja, quem vai pagar o servidor? Se o
servidor for cedido da União para Estados, Distrito Federal ou Município ou serviço
social autônomo o pagamento do servidor será por parte de quem o recebeu
(cessionária). Entretanto, se o servidor for para outro órgão da União a regra é que
o cedente, ou seja, a própria União arcará com o pagamento.
Obs.: nos casos de servidor em estágio probatório, a lei diz que só pode ser
cedido a outro órgão para exercer cargo para exercer cargos em comissão 4S em
diante. Se não estiver em estágio probatório pode exercer qualquer cargo.
b) Mandato eletivo
A princípio se o servidor público for eleito para mandato público eletivo federal,
estadual ou municipal. Se for de prefeito afasta do cargo e escolhe a
remuneração. O vereador, se possível pode cumular os cargos e as
remunerações.

Obs.: servidor afastado para exercício de mandato eletivo, o seu tempo de


serviço conta para todos os efeitos, exceto para fins de promoção por
merecimento.
Obs.: o tempo que ele estiver afastado continua contribuindo para o regime
próprio de previdência do servidor como se em exercício estivesse.
Mandato eletivo Providência a ser tomada
Federal, Estadual e DF Afasta do cargo efetivo
Prefeito Afasta-se do cargo efetivo e opta
pela remuneração
Vereador Compatibilidade de horários,
pode acumular; se não houver,
será afastado pode optar pela
remuneração.
c) Afastamento para Estudo ou missão no exterior
O tempo de afastamento conta para fins de estágio probatório. O
afastamento dura o tempo do estudo ou da missão, sendo que o prazo máximo
é de 4 anos.
Este afastamento é remunerado. Contudo, depois que o sujeito retorna ao
cargo público, pelo tempo que ficou afastado, fica proibido de requerer
exoneração a pedido ou licença para interesse particular. A não ser que esteja
disposto a ressarcir o erário de todas as despesas que teve com o
afastamento.
Obs.: o afastamento será feito sem remuneração, se o afastamento é para
órgão cooperador com o Brasil, pois o órgão é quem fará o pagamento.
d) Pós graduação strictu sensu
Se dá para as hipóteses em que o afastamento é dentro do Brasil, se for
para o exterior encaixa-se no afastamento anterior.
Não é possível afastamento para pós-graduação, somente para mestrado
ou doutorado. Se for realizar mestrado, o prazo é de 3 anos; se for realizar
doutorado ou pós-doutorado o prazo é de 4 anos.
Obs.: tem que demonstrar que nos últimos dois anos não teve licença para
interesse particular, nem licença capacitação ou para afastamento de pós-
graduação. Se for realizar pós-doutorado tem que demonstrar que não teve
esses benefícios nos últimos 4 anos.
Obs.: não pode se afastar do exercício da função pelo prazo que esteve no
exterior. Se voltar sem o título, tem que ressarcir o erário.
Obs.: quando retorna, o servidor terá que permanecer no cargo por período
igual ao do afastamento.
CONCESSÕES
São as hipóteses em que o servidor tem o direito de se ausentar e ainda
assim não poderá receber falta e não se contará a sua ausência.

Gerais: concedidas a todos os servidores públicos federais.


1.Doação de sangue: 1 dia;
2.Alistamento eleitoral: 2 dias;
3.Casamento (gala): 8 dias;
4.Luto (nojo): 8 dias – cônjuge ou companheiro, pai, mãe, filho (a), irmão
ou pessoa que esteja sob sua guarda.
Especiais: não são direitos de ausência nem concedidas a todos os servidores
públicos.
1.Estudante: direito a horário especial, mas feito compensando os
horários do servidor, ou seja, trabalha a mesma coisa.
2.Portador de deficiência: não precisa compensar horário, desde que a
junta médica assim estabeleça.
3.Dependente do portador de deficiência: com compensação de horários.
TEMPO DE SERVIÇO
É contado para todos os efeitos o tempo de serviço público federal,
inclusive o prestado às Forças Armadas.
A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que serão convertidos
em anos, considerado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.
Além das ausências ao serviço previstas no art. 97 (concessões), são
considerados como de efetivo exercício os afastamentos em virtude de:
I - férias;
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados,
Municípios e Distrito Federal;
III - exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer parte do território nacional, por
nomeação do Presidente da República;
IV - participação em programa de treinamento regularmente instituído ou em programa de pós-graduação stricto
sensu no País, conforme dispuser o regulamento;
V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção
por merecimento;
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme dispuser o regulamento;
VIII - licença:
a) à gestante, à adotante e à paternidade; b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro
meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo; c)
para o desempenho de mandato classista ou participação de gerência ou administração em sociedade
cooperativa constituída por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto para efeito de promoção
por merecimento; d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; e) para capacitação, conforme
dispuser o regulamento; f) por convocação para o serviço militar.
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;
X - participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar representação desportiva
nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica;
XI - afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere.
Obs.: O tempo em que o servidor esteve aposentado será contado apenas para nova
aposentadoria.
Obs.: Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às Forças Armadas em
operações de guerra (não foi recepcionado pela CF).
Obs.: É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado
concomitantemente em mais de um cargo ou função de órgão ou entidades dos
Poderes da União, Estado, Distrito Federal e Município, autarquia, fundação pública,
sociedade de economia mista e empresa pública.
DO DIREITO DE PETIÇÃO
É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em
defesa de direito ou interesse legítimo. O requerimento será dirigido à
autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a
que estiver imediatamente subordinado o requerente.
Caso o pedido seja negado, será cabível:
Reconsideração: pedido direcionado para a mesma autoridade que
negou o pedido. Cabe somente um pedido de reconsideração (despachado em
5 dias e decidido em 30 dias).
Recurso: direcionado para uma autoridade superior. Cabe quando:
I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.
Obs.: reconsideração e recurso devem ser propostos em 30 dias.
Obs.: O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que
tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala
ascendente, às demais autoridades.
Efeito suspensivo: a juízo da autoridade competente. Trata-se de não
permitir a imediata aplicação da decisão proferida.
Interrupção da prescrição: o pedido de reconsideração e o recurso,
quando cabíveis, interrompem a prescrição.
Prescrição: ocorre em 5 anos para demissão, cassação de aposentadoria
ou que afete interesse material ou créditos resultantes de relação de trabalho.
Para os demais casos o prazo é de 120 dias.
REGIME DISCIPLINAR
O art. 116 estabelece somente os deveres genéricos do servidor.
O inciso cai muito em prova: “IV – o servidor público deve obedecer as ordens
do superior hierárquico, exceto quando manifestamente ilegais.”
No art. 117 da Lei 8112/90 temos as proibições do servidor
Obs.: o inciso I ao VIII e XIX: pena de advertência;
Obs.: do inciso IX ao XVI: pena de demissão;
Obs.: os incisos XVII e o XVIII: pena de suspensão;
Obs.: os incisos II e o III de abandono de cargo (faltar do serviço por trinta 30
consecutivos intencionalmente) e inassiduidade habitual (60 dias interpolados no
prazo de 12 meses) geram pena de demissão por meio de processo
administrativo sumário.
Art. 116. São deveres do servidor:

I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;


II - ser leal às instituições a que servir;
III - observar as normas legais e regulamentares;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V - atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as
protegidas por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou
esclarecimento de situações de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao
conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento
desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração;
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
Art. 117. Ao servidor é proibido:
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do
chefe imediato;
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer
documento ou objeto da repartição;
III - recusar fé a documentos públicos;
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou
execução de serviço;
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei,
o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu
subordinado;
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação
profissional ou sindical, ou a partido político;
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança,
cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em
detrimento da dignidade da função pública;
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada,
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de
acionista, cotista ou comanditário;
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas,
salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes
até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer
espécie, em razão de suas atribuições;
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
XV - proceder de forma desidiosa;
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou
atividades particulares;
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa,
exceto em situações de emergência e transitórias;
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o
exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.
a) Demissão
É uma sanção no serviço público que encerrar o vínculo do servidor com o
Estado com caráter de uma punição.
Competência: é do chefe do poder ao qual o servidor esteja vinculado.
Sempre o chefe maior do poder ao qual o servidor está vinculado tem essa
competência.
Prescrição: 5 anos. O prazo prescricional começa a incidir somente quando a
administração toma conhecimento do fato.
b) Cassação de aposentadoria e cassação de disponibilidade
São aplicadas ao servidor público que não se encontra mais em atividade.
Competência e prazo prescricional são idênticos à demissão.
c) Suspensão: O prazo máximo de suspensão que pode ser aplicado é 90 dias.
Obs.: A penalidade de suspensão pode ser substituída por multa de 50% da
remuneração do servidor (a critério da Administração)
Obs.: Também ocorre a pena de suspensão quando o servidor é reincidente em
infrações puníveis com advertência.
Obs.: A suspensão tem o registro cancelado após 5 anos; a advertência tem prazo
de registro cancelado após 3 anos.
Obs.: Se o servidor é solicitado a se submeter a uma inspeção médica será punido
com suspensão (até 15 dias).

Prescrição: 2 anos contados do momento em que a administração pública toma


conhecimento do fato.
Competência: varia de acordo com o prazo de suspensão.
Até 30 dias: o próprio chefe da repartição;
Mais de 30 dias: é a autoridade imediatamente inferior ao Chefe do Poder (este,
competente para aplicar demissão).
d) Destituição de cargo em comissão e função de confiança
A exoneração dos cargos em comissão é livre, contudo, a destituição sempre
precede processo administrativo.
As hipóteses de demissão e suspensão para o cargo efetivo, geram destituição
do servidor ocupante de cargo em comissão.
Competência: é a própria autoridade que nomeou a responsável pela
destituição.
Prescrição: 5 anos contados a partir de quando a constituição tomou
conhecimento dos fatos.
e) Advertência
Aplicada em decorrência de cometimento de infrações mais leves.
Prescrição: 180 dias a partir do dia em que a administração pública toma
conhecimento do fato.
Competência: o chefe da repartição.
RESPONSABILIDADES DO SERVIDOR
Atenção: com uma única infração o servidor pode ser punido em três instancias:
penal, administrativa e civil. Vale a regra da independência das instâncias. A decisão
de uma não interfere na outra.
A responsabilidade penal se dá pela prática de crime ou contravenção;
A responsabilidade civil se dá por dano praticado a alguém;
A responsabilidade administrativa ocorre quando se pratica uma infração prevista
no estatuto.
Obs.: a instância penal interfere nas outras instâncias quando houver absolvição
por prova de que não praticou o crime ou por prova da inexistência do fato.
Obs.: não se pode aplicar nenhuma penalidade na esfera administrativa sem que
tenha um processo administrativo disciplinar em que foi assegurado o contraditório e
ampla defesa.
SINDICÂNCIA E O PROCESSO ADMINSITRATIVO DISCIPLINAR

Sindicância e seus desdobramentos


Arquivamento: no bojo da sindicância percebe-se que o servidor não foi o
responsável ou o não cometimento da infração, nesses casos arquiva-se a
sindicância;
Sanções: quando se observa que o servidor efetivamente cometeu a infração
aplica-se as sanções que não podem ser superior a advertência e suspensão de
até 30 dias;
Instauração do PAD: se observado que a infração for superior àquela das possíveis
de serem aplicadas na sindicância, instaura-se um PAD.
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

Instauração:
• Ocorre a baixa de uma portaria em que a comissão será nomeada para
realização do processo.
• 3 servidores estáveis;
• Jurisprudência do STJ: não precisa discorrer minuciosamente sobre os fatos.

inquérito administrativo:
• Instrução:
• Defesa: prazo de 10,15 ou 20 dias.
- revelia:
• Relatório: natureza jurídica de parecer.

Julgamento: decisão final da autoridade competente para aplicar a sanção.


Recurso e Pedido de Reconsideração
Ambos devem ser interpostos no período máximo de 30 dias. Não há efeito
suspensivo, o que não impede que a autoridade de este efeito. Mas a regra é
que não há efeito suspensivo do recurso ou da reconsideração.

Coisa julgada administrativa: na esfera administrativa não se pode mais


discutir o tema, tendo em vista o esgotamento das instancias. Contudo, como o
brasil adota o sistema da jurisdição única somente o Poder Judiciário tem
condição de dar definitividade às contendas.

Reformatio in pejus (reforma para pior): o recurso pode piorar a


situação do recorrente, não há violação da reformatio in pejus.
Revisão
É um novo processo em que se começa nova análise da mesma matéria.
Não tem prazo, podendo ser requerido a qualquer tempo, contudo, tem que
haver conhecimento de fatos novos, que são aqueles que já ocorreram, mas que
não foram analisados no processo anterior. A revisão se baseia na alegação de
novos fatos e não cabe por razões de injustiça. A própria autoridade que decidiu
poderá analisar o caso.
Não se pode piorar a situação daquele que entra com o pedido de revisão do
processo administrativo disciplinar, vale dizer, não cabe reformatio in pejus.
QUESTÕES DE CONCURSO
Considerando os deveres, responsabilidades e o regime disciplinar dos servidores públicos,
assinale a alternativa CORRETA.
a) A autoridade administrativa competente pode divergir do parecer apresentado pela comissão
disciplinar processante, desde que não seja para aplicar penalidade mais severa.
b) Da mesma maneira que ocorre em relação aos ilícitos penais, viger em relação às infrações
administrativas o sistema da rígida tipicidade.
c) O afastamento do servidor público de suas funções somente pode ocorrer após a conclusão
da apuração disciplinar e a cominação da sanção pela autoridade administrativa competente.
d) Embora possam ser caracterizados diferentes tipos de responsabilidade a partir de uma
mesma conduta de determinado servidor, é vedada a aplicação de mais de uma espécie de
sanção.
e) A absolvição do servidor público na esfera penal não tem como necessária consequência a
impossibilidade de responsabilização no plano administrativo.
QUESTÕES DE CONCURSO
Maria, servidora estável, sofreu penalidade de demissão em janeiro de 2013. A pena foi invalidada
por decisão judicial transitada em julgado em janeiro de 2016. Ocorre que o cargo de Maria, que é
servidora pública federal, encontra-se provido pela servidora Joaquina. Nesse caso, conforme
preceitua a Lei no 8.112/1990, Maria será

a) reintegrada ao seu cargo, sendo ressarcida de todas as vantagens referentes ao período em que
ficou fora do serviço público.
b) aproveitada em outro cargo com atribuições e vencimentos compatíveis com o anterior.
c) colocada em disponibilidade, com direito de receber todos os vencimentos e vantagens inerentes
ao cargo, até que seja providenciada a recolocação de Joaquina.
d) reintegrada ao seu cargo, sendo ressarcida apenas dos vencimentos referentes ao período em
que ficou fora do serviço público.
e) redistribuída, sendo observados os requisitos legais de tal instituto, como por exemplo, a
equivalência de vencimentos.

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