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Definição
Seja T : V → V um operador linear. Um vetor v ∈V , v ≠ 0V , é dito autovetor, vetor próprio ou vetor
característico do operador T, se existir λ ∈ R tal que T ( v ) = λ ⋅ v .
O escalar λ é denominado autovalor, valor próprio ou valor característico do operador linear T
associado ao autovetor v.
Exemplos:
1) T : R 2 → R 2
( x, y ) a (3x,8 x − y )
(1,2) é autovetor de T associado ao autovalor λ = 3 , pois T (1,2) = (3,6) = 3 ⋅ (1,2) .
2) T : R 3 → R 3
( x , y , z ) a ( x + y + z ,2 y + z ,2 y + 3 z )
(1,1,2) é autovetor de T associado ao autovalor λ = 4 , pois T (1,1,2) = ( 4,4,8) = 4 ⋅ (1,1,2) e (1,−1,1) é
autovetor de T associado ao autovalor λ = 1 , pois T (1,−1,1) = (1,−1,1) = 1 ⋅ (1,−1,1) .
Propriedades
1. Se v é um autovetor do operador linear T associado ao autovalor λ então para todo k ∈ R , k ≠ 0 ,
k ⋅ v ∈V é autovetor de T associado ao autovalor λ .
dem.:
T (k ⋅ v ) = por TL2
k ⋅ T (v ) = por hipótese
k ⋅ (λ ⋅ v ) = por EV5
( kλ ) ⋅ v = comutatividade da multiplicação em R
( λk ) ⋅ v = por EV5
λ ⋅ (k ⋅ v) .
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3. Os autovetores v e v ′ do operador linear T associados, respectivamente, aos autovalores λ e λ ′
distintos entre si, são linearmente independentes.
dem.: kv + k ′v ′ = 0V (1)
T (kv + k ′v ′) = T (0V )
T (kv) + T (k ′v ′) = 0V
kT (v) + k ′T (v ′) = 0V
k (λv) + k ′(λ ′v ′) = 0V
(kλ )v + (k ′λ ′)v ′ = 0V (2)
Multiplicando-se (1) por λ , λ (kv + k ′v ′) = λ 0V
λ (kv) + λ (k ′v ′) = 0V
(λk )v + (λk ′)v ′ = 0V
(kλ )v + (k ′λ )v ′ = 0V (3)
Subtraindo (3) de (2), (kλ )v + (k ′λ ′)v ′ − (kλ )v − (k ′λ )v ′ = 0V
(k ′λ ′)v ′ − (k ′λ )v ′ = 0V
(k ′λ ′ − k ′λ )v ′ = 0V
k ′(λ ′ − λ )v ′ = 0V
Mas v ′ ≠ 0V e, por hipótese, λ ≠ λ ′ .
Assim, k ′ = 0 .
Analogamente, k = 0 .
Logo, v e v ′ são linearmente independentes.
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Cálculo de Autovalores, Autovetores e Autoespaços
Seja o operador linear T : V → V tal que dim V = n .
Assim, T ( v ) = λ ⋅ I V ( v ) .
Então, T ( v ) − λ ⋅ I V ( v ) = 0V .
O fato do operador linear não ser invertível é equivalente ao do determinante de sua matriz associada,
dada uma certa base, ser zero.
3 0 1 0 λ 0
Assim, [T ] = e λ ⋅ I 2 = λ ⋅ = .
8 − 1 0 1 0 λ
3 0 λ 0 3 − λ 0
Então, [T ] − λ ⋅ I 2 = − = .
8 − 1 0 λ 8 − 1 − λ
3 − λ 0
det([T ] − λ ⋅ I 2 ) = det = (3 − λ )(−1 − λ )
8 − 1 − λ
λ = 3
det([T ] − λ ⋅ I 2 ) = 0 ∴ (3 − λ )( −1 − λ ) = 0 ∴ 1 .
λ 2 = −1
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Multiplicidade de Autovalores
Exemplos: Considerando a base canônica do R3.
1) T : R 3 → R 3 tal que T ( x, y, z ) = ( 4 x + 2 y + 2 z,2 x + 4 y + 2 z,2 x + 2 y + 4 z )
4 2 2 4 − λ 2 2
[T ] = 2 4 2 e [T ] − ( λ ⋅ I 3 ) = 2 4−λ 2
2 2 4 2 2 4 − λ
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Diagonalização de Operadores Lineares
Dado um operador linear T : V → V , existem representações matriciais de T relativas as bases de V.
Dentre estas representações, a considerada mais simples é uma matriz diagonal.
Como a cada base corresponde uma matriz, a questão se resume na obtenção de uma certa base, cuja
representação matricial do operador linear T em relação a esta base é uma matriz diagonal. Assim, esta
base diagonaliza o operador linear T.
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D2. Se existem r < n autovalores distintos λ1 ,..,λr e para qualquer autovalor a multiplicidade algébrica
for igual a sua multiplicidade geométrica, isto é, para todo i = 1,..., r , m a ( λi ) = m g ( λi ) então o
operador linear T é diagonalizável.
dem.: Como a multiplicidade geométrica de λi é a dimensão do autoespaço Vλi , então:
dimVλ1 + dimVλ2 + ... + dimVλr = dimV = n
Considere Ai uma a base do autoespaço Vλi .
O conjunto A = A1 ∪ A2 ∪ ... ∪ Ar é uma base do espaço vetorial V.
k1 0 0
...
0 k2 ... 0
Então, [T ] A = onde k j é um dos autovalores λi , respeitada sua
... ... ... 0
0 0 ... k n
multiplicidade algébrica, isto é, o autovalor λi aparecerá tantas vezes na diagonal principal
quanto for sua multiplicidade algébrica.
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Exercícios
1) Verificar, utilizando a definição, se os vetores dados são autovetores:
2 2
a) ( −2,1) para [T ] = .
1 3
1 − 1 0
b) ( −2,1,3) para [T ] = 2 3 2 .
1 2 1
Respostas
1) a) Sim b) Não 5) {(1,−1), (1,0)}
2) T ( x, y ) = ( x + 4 y,2 x + 3 y ) e
T ( 4,1) = (8,11) 6) a) b) Sim c) Não
3) T ( x, y ) = ( x,2 x + 3 y )
4) a) autovalores: 2 e 3 − 1 0
7) A = {(−1,1), (5,2)} e [T ] A =
b) não possui autovalores reais 0 6
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