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AULA 1 – Introdução ao pensamento

geográfico
 AULAS
 21 FEV, 2015

A construção do conhecimento geográfico é resultado da contribuição de


diferentes pensadores nas mais diferentes áreas do conhecimento ao longo da
história;

Gregos -> Sistematização; Romanos -> Ciência Geográfica. Erastóstenes, Tales


de Mileto, Heródoto -> Geografia Científica. Ainda na Antiguidade, destaca-se
a influência de pensadores como Estrabão e Ptolomeu. Estrabão -> Viagens,
Descrição e Geografia Política. Ptolomeu -> Concepção ptolomeica do
Universo, a qual considerava que a Terra estava no centro do Universo (Teoria
Geocêntrica).

As grandes transformações ocorridas na Europa e no Mundo durante a Idade


Média (Séc. V ao XV) resultam em novas concepções e compreensões do
Espaço Geográfico. Destaca-se o avanço significativo da Cartografia e
Navegação durante Revolução Comercial e a Expansão Marítima durante a
transição da Idade Média para a Idade Moderna. Além disso, o Renascimento
Cultural e Urbano em subsequência propiciou o desenvolvimento de um aparato
teórico e técnico de grande importância para a Ciência Geográfica.
Com as Grandes Navegações e o MERCANTILISMO, bem como a Primeira
Revolução Industrial, contribuíram em muito para a evolução do pensamento
geográfico. Podemos dar destaque para:

Immanuel Kant: com ele que a região aparece, pela primeira vez ligada à ideia
de espaço geográfico. (séc. XVIII);

Alexander Von Humboldt; Carl Ritter (séc. XIX): com os estudos da paisagem
a partir da classificação e individualização dos elementos. Os desenhos
sistemáticos desenvolvidos por Humboldt em suas inúmeras viagens
alavancaram os estudos no ramo da Botânica e da Ecologia Vegetal. A
sistematização do conhecimento geográfico ocorreu no fim do século XIX na
Alemanha com Ritter e Humboldt.

Fredrich Ratzel e Vidal de La Blache: Ainda no Século XIX e no XX, passamos


a ter um forte desenvolvimento da Ciência Geográfica, destacando-se as duas
grandes Escolas: ALEMANHA e FRANÇA

A Geografia Clássica ou Tradicional : voltada aos estudos descritivos,


desenvolvimento posterior à Revolução Industrial. As diversas correntes da
Geografia Clássica, ou Tradicional, na tentativa de eleger um objeto de análise,
se apoiaram em elementos do Positivismo. Uma primeira manifestação dessa
relação está na redução da “realidade” ao mundo dos sentidos, ou seja, a análise
geográfica limitar-se-ia aos aspectos visíveis dos fenômenos, por meio do
método indutivo, considerado, na época, o principal meio de explicação.Outra
evidência da relação entre Geografia e Positivismo refere-se ao fato de a
Geografia ser considerada uma “ciência de síntese”, isto é, ela é considerada o
resultado final de todo conhecimento científico, no sentido de analisar e
relacionar todo o conhecimento produzido pelas demais ciências.

As principais correntes filosóficas, determinista e a possibilista, realizaram


papel fundamental na justificativa dos planos burgueses, na medida em que
permitiam obter conhecimento sobre novos territórios e aquisição para matérias
primas, assim como criar um sentimento de nacionalidade.
Escola Alemã – Determinismo;

 Influência das condições naturais sobre a sociedade; Expoente: Friedrich


Ratzel;
 Empirismo (observação e descrição); racionalismo positivista (verdade
através do conhecimento científico);
Escola Francesa – Possibilismo;

 Influência das ações do homem sobre o meio; Expoente: Vidal de La


Blache;
 Gênero de Vida – Conjunto de atividades cristalizadas pela influência dos
costumes, da cultura; conceito de região.
 A Geografia Regional é uma corrente da geografia desenvolvida
inicialmente por Vidal de La Blache e que se apoia na concepção
antipositivista e historicista, contestando a corrente determinista cujo
principal representante foi Ratzel. A existência de regiões geográficas,
defendida pela geografia regional, resulta da harmonia entre as condições
naturais, as heranças históricas e a criação humana, daí resultando um
espaço com características individualizadas e únicas.
A Geografia Quantitativa ou Nova Geografia (New Geography), surgiu da
necessidade de compreender a organização espacial para poder planejar e agir
nesta organização – (re)organização espacial. Foi bastante influenciada pelo
meio técnico-científico-informacional e se utilizou da elaboração de técnicas
para melhor trabalhar e analisar os fenômenos geográficos. No Brasil, o IBGE
– Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – sofreu forte influência da
Nova Geografia.

A Geografia Crítica (Radical) surgiu a partir da segunda metade da década de


1970; influência de movimentos sociais e contracultura. A Geografia Radical
procura tratar a problemática social, criticando as desigualdades e o forte
desenvolvimento industrial que exerceu impacto significativo sobre a natureza
e sociedade; o desenvolvimento desigual nas sociedades; tem como primazia o
marxismo enquanto base ideológica e propiciou o desenvolvimento da
Geografia Cultural, Socioambiental e Fenomenológica. São expoentes da
Geografia Crítica o francês Yves Lacoste e no Brasil a ilustre figura do
Geógrafo Milton Santos.

Outros conceitos importantes na Geografia são:

Espaço Geográfico: A Geografia deve partir do seu objeto de estudo que são as
transformações que o homem realiza no espaço (natural e construído). Assim
temos o conceito de espaço geográfico, que não é apenas palco ou cenário e sim
elemento componente de uma dimensão onde existem pessoas, culturas,
economia, história, política, etc. Com relação ao conceito de espaço, ele aparece
na Geografia desde a Antiguidade e se fortalece com Kant no século XVII
baseado na ideia de condição de ocorrência dos fenômenos. Na Geografia
tradicional tem como maior expoente o alemão Friedrich Ratzel com a
conceituação de Espaço Vital. O espaço atual é um meio cientifico e
tecnológico. Portanto, é o espaço produzido pelo homem, por meio das
transformações imposta ao espaço natural pelo trabalho. As transformações
serão mais significativas quanto maior for a disponibilidade de capitais e
tecnologia para aplicar sobre o espaço natural

Paisagem: São as várias porções de superfície terrestre em suas características


naturais e humanizadas. Diz-se que a paisagem é natural quando o homem ainda
não a alterou e que é artificial, cultural ou humanizada, quando o homem, direta
ou indiretamente, já a alterou.

Território: É qualquer porção da superfície terrestre, apropriada por grupos


humanos que, estabelecendo suas fronteiras ou limites, exercem alguma relação
ou prática de poder no espaço. Por isso que se diz que o território é um conceito
também político. A palavra Território vem do latim, sendo derivada do
vocábulo Terra e é ligado a ideia de poder, quer se faça referência ao poder
público, estatal, quer ao poder das grandes empresas.

Lugar: É a porção delimitada da superfície da Terra, compreendida pelo


indivíduo com base na sua experiência pessoal e nas relações do cotidiano, onde
se vive, estuda, trabalha etc. em outras palavras é “uma porção do Espaço
Vivido”. O conceito de lugar, dentro da geografia tradicional, foi definido
segundo COSTA & ROCHA (2010) de acordo com as características naturais
e culturais próprias de uma determinada área. Estava ligado à noção de
localização e à individualidade das parcelas do espaço. Como resultado das
várias críticas recebidas, as correntes geográficas tradicionalistas passaram, a
partir de então, para uma fase de renovação de seu método e de suas concepções
de ciência e de ver o mundo.

FONTE: http://klebercaverna.blogspot.com.br/2013/11/a-evolucao-do-
pensamento-geografico.html

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