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2012

Identidade da Mulher
Negra no Meio do Mundo

Identidade da Mulher
Negra no Meio do Mundo
O Projeto Afro Mulher é um
momento tão importante para
as, mulheres negras do
Amapá, uma forma de
resgatar o papel histórico, a
verdadeira identidade e as
heranças trazidas pelos
ancestrais tanto em tempos
livres de África, quanto de
escravidão e em especial o
processo de luta que perdura
até os dias atuais. 2

O Governo do Estado do RELATÓRIO TÉCNICO DE


Amapá - Secretaria ATIVIDADES
Extraordinária de Políticas
para os Afrodescendentes,
através do Núcleo de Saúde
da População Negra, Gênero
e Religião de Matriz Africana PROJETO AFRO MULHER
tem a oportunidade de
registrar e que as mulheres 27 A 30 DE MARÇO DE 2012
negras dentro deste governo
têm a oportunidade de LOCAL: FORTALEZA DE SÃO
dialogar e de construir
JOSE DE MACAPÁ
estratégias que vão nortear as
ações, atividades e projetos
que venham transformar com
qualidade a vida e a realidade
das mulheres negras que vão NÚCLEO DE SAÚDE DA
participar desse primeiro POPULAÇÃO NEGRA, GÊNERO E
momento.
RELIGIÃO DE MATRIZ
“Vamos ter um ano
inicialmente para discutir,
AFRICANA–
debater, escrever, promover,
restabelecer diálogo, por SEAFRO - 2012
que sabemos que as
mulheres negras aqui no
Amapá têm a capacidade de
fazer política, de articular e
principalmente de deixar
uma marca positiva nas
Políticas Públicas. ”Rejane
Soares” – Coordenadora do
Projeto Afro Mulher.
3
4

Identidade da Mulher Negra do Meio do Mundo

Macapá – Março de 2012


5
Nossos Sinceros agradecimentos

O Governo do Estado – Secretaria Extraordinária de Políticas para os


Afrodescendentes – SEAFRO, através do Núcleo de Saúde da População
Negra, Gênero e Religião de Matriz Africana, agradecer aos parceiros que
foram fundamentais para o acontecimento do projeto:

 Eletronorte/Eletrobrás;
 UNFPA;
 Secretaria de Políticas de Igualdade Racial da Presidência da
Republica – SEPPIR; 6
 Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da
Republica – SPM;
 Secretaria Extraordinária de Políticas para as Mulheres – SEPM;
 Instituto Amazônia – IA;
 Coordenação de Vigilância e Saúde – CVS;
 Coordenação Estadual de DST/AIDS e Hepatites Virais;
 RURAP;
 Escola de Administração Publica – EAP;
 Secretaria de Inclusão e Mobilização Social – SIMS;
 Secretaria de Trabalho e Empreendedorismo – SETE;
 Secretaria de Desporto e Lazer – SEDEL;
 Museu do Forte – Fortaleza de São José de Macapá;
 Gabinete Civil do Governo do Estado – GEA.

Agradecemos @s técnic@s da Secretaria Extraordinária de Políticas para


os Afro descendentes - SEAFRO que não mediram esforços para o resultado
positivo do Projeto Afro Mulher, tornando possível alcançar o objetivo do
projeto:

 Naira Paula, Denise Sena, Antonia Lino, Julia Lau, Gabriel Penha,
Wangela Fortunato, Nazaré Jacarandá, Eliana Ayres, Cristina Bernardo,
Aldaíze Fortunato, Mery Lucia Amaral, Laura Cristina Silva, Raça de
Paulo.

@s colaborador@s:

 Augusto Azevedo, Aparecida Penha, Lea Santos, Ana Zilda Almeida


e Oberdan Mascarenha.

As nossas palestrantes e oficineiras:

 Silvana Veríssimo, Lindinalva de Paula, Makota Kizamdembu, Laura


Cristina Silva e Rileny Mascarenhas.

E ressaltar o empenho e a confiança da Secretária Marilda Leite e do chefe de


gabinete Carlos Piru no processo de articulação e realização do Projeto.
1 – Identificação

1.1 - Instituição Responsável:

 Governo do Estado do Amapá - Secretaria Extraordinária de Políticas


para os Afrodescendentes – SEAFRO

1.2 - Responsável pela Instituição:

 Marilda Leite Pereira

1.3 – Responsável pelo Projeto: 7

 Núcleo de Saúde da População Negra, Gênero e Religião de Matriz


Africana.

1.4 - Coordenação Geral do Projeto:

 Assessora Técnica: Rejane Soares

1.5 – Equipe Técnica:

 Laura Cristina da Silva;


 Rayssa de Paula;
 Mery Lúcia Amaral;

2 – Detalhamento de identificação do projeto:

 Local: Fortaleza de São Jose de Macapá;


 Período: 27 a 30 de Março de 2012;
 Carga horária: 40h/a
03 - Objetivos Gerais

Instrumentalizar as mulheres negras do Estado do Amapá para que atuem


efetivamente na sociedade como agentes políticos, além da construção de uma
agenda de ações e atividades com foco na valorização dando visibilidade para
a real identidade da mulher negra do Amapá.

Objetivos Específicos:

 Qualificar lideranças negras e organizações, em especial as mulheres, e 8


possibilitar sua participação ativa na formulação, negociação e
monitoramento de diferentes políticas e ações voltadas para a
superação das desigualdades no Brasil, citando-se em especial a
desigualdade racial e de gênero;

 Valorizar as práticas culturais relacionadas aos cuidados, acolhimento e


solidariedade para a promoção da auto-estima da mulher negra
feminista da Amazônia, vivendo no Amapá;

 Qualificar e ampliar o acesso as informações relacionadas à identidade,


auto-estima, acesso as políticas publicas de ações afirmativas voltadas
a contemplar as mulheres negras com ênfase nas questões de gênero,
raça e direitos humanos;

 Contribuir para a desconstrução de estigmas e preconceitos impostos


pela sociedade em que vivemos, no que diz respeito a identidade da
mulher negra da Amazônia;

 Fortalecer e incentivar as lideranças feministas negras para o exercício


do controle social de políticas públicas;
A mulher negra, portanto,
tem que dispor de uma
grande energia para superar
as dificuldades que se impõe 4 - Introdução
na busca da sua cidadania.
Poucas mulheres negras Mulheres Negras, direitos e políticas públicas.
conseguem ascender
socialmente. Contudo, é Políticas públicas são iniciativas sustentadas pela
possível constatar que está sociedade que visam à redistribuição dos benefícios
ocorrendo um aumento do produzidos por todas e todos. Assim, a riqueza
número de mulheres negras (material e imaterial) produzida deve ser através delas,
nas universidades nos últimos repartida entre os diferentes grupos sociais de forma
anos. Talvez a partir desse equitativa, visando melhorar sua qualidade de vida e 9
contexto se possa vislumbrar também possibilitar a geração de mais riquezas
uma realidade menos materiais e simbólicas.
opressora para os negros, As políticas públicas são também importantes
especialmente para a mulher instrumentos para correção das injustiças sociais.
negra. Uma vez que podem induzir e produzir profundas
mudanças através da liderança, do exemplo e da ação
Contudo, cabe ressaltar a constante e firme na redução de desigualdades, das
experiência de mulheres discriminações e para a mudança ideológica.
negras na luta pela superação Para que possam alcançar o objetivo de correção de
do preconceito e injustiças e proporcionar igualdade, as políticas
discriminação racial no públicas devem contar com alguns elementos básicos.
ingresso no mercado de São eles:
trabalho. Algumas mulheres
atribuem a “façanha” da Foco
conquista do emprego do
sucesso profissional a um Refere-se à definição objetiva do problema que se
espírito de luta e coragem, quer resolver ou da população que necessitamos
fruto de muito esforço beneficiar. É a partir desta definição de prioridade que
pessoal, e outras ainda, ao ações, programas e metas são elaborados e
apoio de entidades do desenvolvidos e cujos resultados devem acontecer
movimento negro. primeiramente. Aqui, foco quer dizer o mesmo que
ação afirmativa. Ou seja: eleger beneficiários
Na atualidade não se pode imediatos e, a partir de suas especificidades se
tratar a questão racial como necessidades, políticas universais e políticas dirigidas
elemento secundário, ou específicas serão desenvolvidas.
destacando apenas a
problemática econômica. A
posição social do negro não
se baseia apenas na
Políticas para as mulheres negras devem levar
possibilidade de aquisição ou em conta nossos modos de vida, nossos
consumo de bens. Ainda há problemas, necessidades e também nossas
uma grande dificuldade da capacidades e direitos.
sociedade brasileira em
A partir deles, deve-se elaborar e desenvolver as
assumir a questão racial como propostas, as soluções, as políticas.
um problema que necessita
ser enfrentado.
Inter (e intra) setorialidade

Ou seja, envolver diferentes setores e aspectos das políticas públicas. Desde


nossa perspectiva, devem ser transversais, ou seja, atuar simultaneamente sob
diferentes fatores e aspectos da vulnerabilidade em benefício de cada grupo
populacional e suas necessidades.

Rompendo com o modo mais comum de administração pública, que organiza


as políticas setores – como saúde, educação, planejamento, promoção da
equidade, etc, fazendo com que tenhamos que percorrer uma infinidade de
caminhos e ações para que tenhamos nossos direitos e necessidades 10
atendidos. Pior: ao desconsiderar diferentes necessidade são prover ações e
serviços de forma igual a tod@s, arrisca-se a agravar as desigualdades.

Assim, diante do fato de que as injustiças e necessidades têm múltiplas


origens, mas nos atingem ao mesmo tempo – e principalmente, diante de
nossa singularidade e direitos de cidadania - é preciso que as políticas se
articulem e atuem de forma concomitante para que sejam capazes de alterar
de modo efetivo e sustentado a realidade adversa que nos atinge.

Políticas para as mulheres negras deverão envolver


diferentes setores, de modo a enfrentar as
diferentes violências físicas e simbólicas, a
pobreza, a baixa escolaridade, a desigualdade no
mundo do trabalho, entre outros. Priorizando
também enfrentar o racismo, o sexismo, a
lesbofobia e as múltiplas discriminações que nos
atingem na sociedade e nos mecanismos
institucionais.

ATENÇÃO: Diante da complexidade e amplitude


das situações, é fundamental que mulheres negras
sejam interlocutoras na formulação e no
acompanhamento das políticas. A isto chamamos
de participação e controle social, um direito
garantido na Constituição brasileira.
Interseccionalidade
A mulher negra ao longo É ferramenta fundamental para análise da nossa
de sua história foi a “espinha situação e para a visibilização da diversidade, das
dorsal” de sua família, que diferentes necessidades e das potencialidades dos
muitas vezes constitui-se dela grupos e populações.
mesma e dos filhos. Quando a
mulher negra teve
companheiro, especialmente
na pós-abolição, significou Políticas para as mulheres negras
devem reconhecer as diferenças e
alguém a mais para ser
desigualdades entre nós, as
sustentado. O Brasil, que se diferentes necessidades, as 11
favoreceu do trabalho escravo diferentes capacidades e
ao longo de mais de quatro potencialidades, para que sejam
séculos, colocou à margem o capazes de produzir soluções
seu principal agente adequadas específicas.
construtor, o negro, que
passou a viver na miséria,
sem trabalho, sem Curto, médio e longo prazo
possibilidade de sobrevivência
em condições dignas. Com o É preciso planejar ações e estabelecer prazos para
incentivo do governo brasileiro que seus resultados possam acontecer de forma
à imigração estrangeira e à sustentável, sem deixar de resolver necessidades
tentativa de extirpar o negro emergenciais.
da sociedade brasileira, houve O que significa reconhecer também que mudanças
maciça tentativa de sociais que erradiquem injustiças e desigualdades
embranquecer o Brasil.
requerem compromissos e ações que devem ser
desenvolvidas em tempo maior do que a duração de
Provavelmente o mais cada governo.
cruel de todos os males foi
retirar da população negra a
sua dignidade enquanto raça Políticas para as mulheres negras deverão,
remetendo a questão da obrigatoriamente, apoiar-se em mecanismos
negritude aos porões da consistentes que busquem garantir sua
sociedade. O próprio negro, perpetuação no longo prazo. Tais
em alguns casos, não se mecanismos devem incluir, prioritariamente,
o fortalecimento das mulheres negras e suas
reconhece, e uma das
organizações – além de outros setores da
principais lutas do movimento sociedade civil comprometidos com os
negro e de estudiosos mesmos objetivos – para que busquem
comprometidos com a defesa garantir a continuidade dos compromissos e
da dignidade humana é iniciativas que apresentem boas perspectivas
contribuir para o resgate da e resultados, diante das mudanças periódicas
cidadania do negro. ou intempestivas de gestão.
Orçamento

Toda ação ou política pública utiliza recursos públicos para se desenvolver. Isto
não quer dizer que cada nova política criada requer dinheiro novo, ou seja, que
se amplie a cobrança de impostos ou que se desloquem recursos de outras
ações igualmente importantes.
Ainda que isto seja necessário em alguns casos, especialmente na
disponibilização de recursos que financiarão mecanismos ou instâncias
institucionais capazes de coordenar ações de promoção da equidade, na maior
parte deles o que necessitamos é de utilização adequada e justa dos recursos 12
existentes e já à disposição, para que não haja desperdícios ou desvios de
finalidade.

Políticas para as mulheres negras


requerem o direcionamento dos
recursos para as necessidade e ações
prioritárias destinadas ao grupo. Uma
vez que já existem recursos nos
diferentes setores e políticas que
deveriam atingir esta população e não
atingem devido à inadequação da ação
ou do objetivo. Assim, é preciso saber
direcioná-los e potencializá-los.
5 - Desenvolvimento das atividades

Abertura Oficial do Projeto:


Coordenadora do Projeto
Afro Mulher

O desafio do Projeto Afro


Mulher é abordar, de forma
inovadora, as negras que
fogem dos estereótipos. É
“Fazer políticas puúblicas para as mulheres negras é
necessário que se apontem 13
diferente de fazer políticas públicas com as mulheres
as mudanças que estão
negras, o Projeto Afro Mulher nasce diante de uma
acontecendo no nosso país.
constatação: a invisibilidade da mulher negra no estado
Temos de mostrar às
do Amapá diante das políticas públicas e de um desafio
mulheres negras do Amapá,
para a Secretaria Extraordinária de Políticas para os
que os negros e negras e a
Afrodescendentes: reverter esse quadro com ações
cultura africana, não se
afirmativas direcionada para as mulheres negras.
resumem ao carnaval, futebol
e bater tambor. Temos que Por isso convidamos mulheres negras de (re)nome nacional
suscitar a curiosidade e para fortalecer esse momento de desafio e de
comprovar que a mulher possibilidades em oportunizar a troca e o contato de nossas
negra foi e é essencial para mulheres negras do Amapá com mulheres que a nível
cultura do país. E o Projeto nacional vem contribuindo para fortalecimento da
Afro Mulher, quer fazer isso construção da identidade da mulher negra, que vem
com as Mulheres que serão pautando dentro dos mais diversos espaços essa realidade.
envolvidas nas atividades e
ações do projeto, despertando O Projeto Afro Mulher neste momento dá início a uma
para sua verdadeira imagem, agenda direcionada para as mulheres negras, construída
verdadeira identidade que coletivamente, respeitando esse saber, esse fazer único que
nem sempre conseguem se temos, vamos estar nas comunidades quilombolas
perceber na importância de municípios, comunidades de terreiros, buscando envolver
ser negra na construção da cada vez mais as mulheres negras, para a construção e
identidade da sociedade fortalecimento dessa identidade de Mulher Negra no
amapaense. Amapá.

O Governo do Estado do Amapá da um passo com


diferencial quando vem de fato fazer políticas públicas de
ações afirmativas para as Mulheres Negras desse estado, e
aproveitamos para agradecer os parceiros que acreditaram
no nosso projeto enquanto SEAFRO para que hoje
pudéssemos estar aqui: Eletronorte/Eletrobrás, UNFPA,
SEPPIR, SPM SEPM, SIMS, SPM, SEDEL, Instituto
Amazônia, RURAP, CVS, COORD-EST.DST/AIDS,
Gabinete Civil e a Fortaleza de São Jose de Macapá”.

Rejane Soares – Negra Linda – Coordenadora Geral do


Projeto Afro Mulher
Fala das componentes da mesa de abertura

Composição e Mesa de
“Tudo para Mulher Negra é diferente:
Abertura do evento:
salário, acesso, oportunidade, espaço de
Primeiro Dia:27 de Março poder”!
de 2012
“Precisamos de mais Mulheres Negras no
A Programação deu início poder para mudarmos os dados e as
às 12h00min, no refeitório estatísticas.”
do Parque do Forte –
14
Doralice Nascimento – Vice Governadora
Fortaleza de São José de
do Amapá
Macapá, com o almoço
servido para as
“Os nossos esforços é para que este
participantes do projeto,
governo tenha um diferencial no
Em seguida a atendimento a população negra, inserir
programação iniciou no as comunidades quilombolas nesse
auditório a partir das cenário das políticas que atendam de
15hs, com a composição fato as necessidades.”
da mesa de abertura Eloiana Cambraia – Secretaria de
oficial do evento Inclusão e Mobilização Social - SIMS
composta pelas seguintes
Autoridades:
“O Racismo está presente no nosso dia a dia, e a
Doralice Nascimento – SEAFRO vem construindo estratégias de combate
e enfrentamento ao que nos exclui, e nos
Vice Governadora do condiciona muita das vezes a estar fora do
Estado do Amapá, sistema que existe, e acima de tudo estamos
cumprindo o projeto do nosso atual governo com a
Eloiana Cambraia - população negra, quando reunimos aqui as
mulheres negras quilombolas, ribeirinhas, afro-
Secretaria de Inclusão e
religiosas, acadêmicas para nos fortalecer através
Mobilização Social - do resgate de nossa identidade” Marilda Leite –
SIMS, Secretária Extraordinária de Políticas para os
Afro descendentes.
Cristina Almeida –
Deputada Estadual,
“Neste ano comemoramos os 80 anos de
Marilda Leite Pereira – conquista do voto das mulheres, e nós
Secretaria mulheres negras estamos fazendo a diferença
Extraordinária de no decorrer dessa conquista e estar
vivenciando um momento como esse é
Políticas para os resultado de nossas ações, de nosso poder de
Afrodescendentes - escolha, mais muito precisa ser feito, e uma
SEAFRO iniciativa como essa da Secretaria do
afrodescendente é sem duvida um grande e
importante passo para garantirmos as políticas
publicas de ações afirmativas para as mulheres
negras do Amapá, meu mandato estará
sempre a disposição para contribuir para o
crescimento de nossas companheiras negras”
Deputada Estadual do Amapá Cristina
Almeida.
Trajetória Política das Mulheres Negras
Papo de Mulher: Trajetória
das Mulheres Negras

O racismo e o preconceito de cor


para a população negra no Brasil
se originam no cativeiro a que
essa população foi submetida. A
herança desse cativeiro
atravessa nossos dias com
padrões e normas de uma 15
sociedade branca, cheia de
tabus e de preconceitos, onde
cada um desempenha um papel
submetido a modelos
construídos por essa sociedade.
O movimento de mulheres negras no Brasil tem
início no período colonial, quando as mesmas criavam
As formas que os negros e as
estratégias de sobrevivência ao regime escravocrata e
negras encontraram para infringir
lideravam diversos movimentos de libertação do povo
as normas estabelecidas pelo
negro, como as rebeliões nas senzalas, os cuidados
branco resultaram em nossa espirituais, as fugas, a formação dos quilombos, a
sobrevivência, pois os compra de alforrias, o trabalho na cidade e a
quatrocentos anos de escravidão estruturação de suas famílias.
foram caracterizados por
embates permanentes na luta Na segunda metade do século XX, com a
pela vida. intensificação dos movimentos feministas pela
ampliação e reconhecimento dos direitos das
E é essa luta que, embora mulheres, as mulheres negras encontravam
oficialmente a escravidão já dificuldades de incluir sua pauta política nestes
tenha acabado há mais de um espaços que, liderado pelas brancas que tinham como
século, permanece na ordem do referência o feminismo europeu e realizavam práticas
dia, e em nossas pautas de racistas, se negavam a reconhecer as diferenças intra-
enfrentamento e de combate. gênero e tratavam a categoria mulher como
homogênea e universal. Esta prática de anular a
existência da mulher negra como grupo social com
identidade e necessidades peculiares se estende até
os dias de hoje, porém com menor impacto, pois
desde o final dos anos 90 as organizações feministas
têm avançado nessas discussões e assumido as
reivindicações desses segmentos.

Quando falamos da trajetória das Mulheres


Negras, alguns pontos são necessários serem
debatidos e destacados:

1 - O Brasil, que se favoreceu do trabalho escravo ao


longo de mais de quatro séculos, colocou à margem o
seu principal agente construtor, o negro, que passou a viver na miséria, sem
trabalho, sem possibilidade de sobrevivência em condições dignas. Nesse
contexto se encontra a mulher negra que por ser negra, mulher e pobre sua
exclusão ocorre de forma mais acentuada e gritante .

2 - A situação da mulher negra no Brasil de hoje manifesta um prolongamento


da sua realidade vivida no período de escravidão com poucas mudanças, pois
ela continua em último lugar na escala social e é aquela que mais carrega as
desvantagens do sistema injusto e racista do país. Inúmeras pesquisas
realizadas nos últimos anos mostram que a mulher negra apresenta menor
nível de escolaridade, trabalha mais, porém com rendimento menor, e as
poucas que conseguem romper as barreiras do preconceito e da discriminação 16
racial e ascender socialmente (SILVA, 2003).

3 - A mulher negra, portanto, tem que dispor de uma grande energia para
superar as dificuldades que se impõe na busca da sua cidadania. Poucas
mulheres negras conseguem ascender socialmente. Contudo, é possível
constatar que está ocorrendo um aumento do número de mulheres negras nas
universidades nos últimos anos. Talvez a partir desse contexto se possa
vislumbrar uma realidade menos opressora para os negros, especialmente
para a mulher negra.

4 - Contudo, cabe ressaltar a experiência de mulheres negras na luta pela


superação do preconceito e discriminação racial no ingresso no mercado de
trabalho. Algumas mulheres atribuem a “façanha” da conquista do emprego do
sucesso profissional a um espírito de luta e coragem, fruto de muito esforço
pessoal, e outras ainda, ao apoio de entidades do movimento negro.

5 – Não da para esquecer que três fatores que são decisivos na vida das
mulheres negras: RACISMO, MACHISMO e SEXISMO

Na atualidade não se pode tratar a questão racial como elemento secundário,


destacando apenas a problemática econômica. A posição social do negro não
se baseia apenas na possibilidade de aquisição ou consumo de bens. Ainda há
uma grande dificuldade da sociedade brasileira em assumir a questão racial
como um problema que necessita ser enfrentado. Enquanto esse processo de
enfrentamento não ocorrer, as desigualdades sociais baseadas na
discriminação racial continuarão, e, com tendência ao acirramento, ainda mais
quando se trata de igualdade de oportunidades em todos os aspectos da
sociedade.

A discriminação racial na vida das mulheres negras é constante; apesar disso,


muitas constituíram estratégias próprias para superar as dificuldades
decorrentes dessa problemática, e a partir dessas estratégias é que o cenário
vem mudando, as possibilidades de acesso estão aumentando, tudo fruto da
luta, da organização, da superação de certa forma da exclusão provocada pelo
racismo na sociedade em que vivemos.
17

OFICINA:
AUTO-ESTIMA E IDENTIDADE DA MULHER
NEGRA
SILVANA VERISSIMO – SÃO PAULO
OFICINA IDENTIDADE E AUTO ESTIMA DA MULHER NEGRA

Silvana Veríssimo 18
Grupo de Mulheres Negras NzingaMbandi
Fórum Nacional de Mulheres Negras
Rede LaiLai Apejo
Conselheira do CNDM – Conselho Nacional dos Direitos da Mulher

1 - Justificativa

Identidade e auto estima são processos que precisam ser construídos, sempre
objetivando e relacionando os fatores étnicos, pessoais e culturais, fazendo
com as pessoas reflitam seu papel na sociedade.

Quando se fala em identidade e auto-estima da mulher negra, há fatores


específicos, pois historicamente as mulheres negras brasileiras, devido ao
racismo persistente no Brasil, sempre foram estereotipadas como se não
tivessem beleza, sempre houve certa adoração à beleza escandinava, como se
tudo que viesse de origem africana fosse feio, desvalorizado e sem
importância.

Sendo que na realidade, vivemos em um país multi étnico racial, onde há uma
beleza infinita, que precisa ser cada vez mais valorizada e evidenciada,
respeitando e evidenciando os costumes milenares de cada povo.

Objetivo Geral:

Contribuir para a formação da identidade e auto-estima da mulher negra,


conhecimento, valorização de sua beleza, ancestralidade, origem e quebra de
estereótipos.

Conceitos a serem trabalhados

 O que é ser mulher negra;


 Identidade pessoal, étnica e social;
 Afetividade;
 Auto-estima;
 Beleza negra;
 Vestimentas, cabelo e tecidos afros;
Metodologia:

Desenho como sou


Duração: 4 horas
Material:
• Papel A4
• Hidrocor
 Painel

• Primeira Parte –Identificação: Sou mulher negra


• Tempo: Uma hora 19

1. Distribuição de folhas de papel A4 e canetas hidrocor coloridas,que cada


mulher negra se desenha como se vê e como se acha, assinando seu nome
embaixo do desenho, vinte minutos para esta atividade.

2. Após o término do desenho, uma a uma vem a frente, se apresenta, fala


como se vê no desenho e o que faz, cinco minutos de fala cada uma, após,
fixam o desenho na parede.

3. Depois da apresentação de cada uma, a oficineira pega um dos desenhos e


pergunta a todas o que elas vêem no desenho, observando as diferenças, as
falas e os olhares.

* Esta parte da oficina é para se ver como as mulheres negras se vêem e como
vêem as outras, identificando seus valores, seus prós e seus contras de sua
identificação como mulher negra e sua interação na vida pessoal e social.

• Segunda Parte – Desafios, combate ao racismo institucional e


valorização da identidade negra
• Tempo: Duas horas

Na segunda parte da oficina, se trabalha os desafios enfrentados pelas


mulheres negras em busca de sua identidade.
A oficineira pede para as mulheres fazerem uma roda bem grande, em
seguida, pede para as mulheres se entrelaçarem, formando um nó.

Após o nó estar pronto, a oficineira pede para o nó ser desmanchado, com


calma, observando a facilidade e a dificuldade de cada uma para sair do nó
humano e voltar à roda original.

*Nesta segunda parte da oficina observa-se os desafios que as mulheres


negras tem no vencimento dos obstáculos da vida, na busca de sua identidade
e superação do racismo.

 Terceira Parte – Apresentação de imagens de mulheres negras ao


redor do mundo
 Tempo: Uma hora
Nessa última parte da oficina, há uma apresentação de fotos e imagens de
mulheres negras de vários países, demonstrando as suas vestimentas, seus
costumes, origens e realidades.

Após, há uma roda de conversa com as participantes, onde falam o que


aprenderam e sentiram durante a oficina.

Resultados esperados

 Entendimento da necessidade de se auto afirmar como mulher negra;


 Valorização de sua identidade afro;
 Beleza natural afro; 20
 Elevação da auto-estima;
 Empoderamento para vencer os obstáculos da vida;
 Quebra de estereótipos;
 Conscientização do combate e superação do racismo institucional;

Cuidado com esta mulher que


menstrua...
(Elisa Lucinda)

Temos, não só o poder de


conceber mas também, de
transformar o mundo. Em
nosso corpo corre o sangue
da ancestralidade e o
equilíbrio.

Parimos homens e mulheres.


O mundo sai de nossas
entranhas.

Nosso poder é coloçal e


misteriosamente
desconhecido.

A valorização de nossa auto-


estima, a visibilização de
nossa identidade de Mulher
Negra é, a cima de tudo,
nosso maior trunfo na
condução do mundo.
21
22

OFICINA: ANCESTRALIDADE RELIGIOSA E


FEMINISMO NEGRO
Oficineira: Lindinalva de Paula - SALVADOR
PALESTRA: ANCESTRALIDADE RELIGIOSA E FEMINISMO NEGRO
LINDINALVA DE PAULA
Coordenadora Nacional de Políticas de Gênero – CEN
Comissão Especial de Promoção da Igualdade – Assembléia Legislativa -
BA
Fórum Estadual das Religiões de Matriz Africana – BA
Grupo Cultural Monas Odara

1 – Justificativa
23
Nosso Feminismo vem da nossa Ancestralidade, temos memória Ancestral.
Os movimentos sociais negros incorporam em suas narrativas políticas as
comunidades Religiosas de Matriz Africana como parte relevante das lutas
históricas de emancipação negro-africana no Brasil, um mito de origem que
define uma ancestralidade difusa. A identidade “negro-africana” implica a
equivalência entre as diversas identidades sociais, políticas ou religiosas do
campo afro-brasileiro.
Falar de Ancestralidade Religiosa e Feminismo Negro são pautas que se
convergem, pois o movimento de mulheres negras no Brasil tem início no
período colonial, quando as mesmas criavam estratégias de sobrevivência ao
regime escravocrata e lideravam diversos movimentos de libertação do povo
negro, como as rebeliões nas senzalas, os cuidados espirituais, as fugas, a
formação dos quilombos, a compra de alforrias, o trabalho na cidade e a
estruturação de suas famílias.
Na segunda metade do século XX, com a intensificação dos movimentos
feministas pela ampliação e reconhecimento dos direitos das mulheres, as
mulheres negras encontravam dificuldades de incluir sua pauta política nestes
espaços que, liderados pelas brancas que tinham como referência o feminismo
europeu e realizavam práticas racistas, se negavam a reconhecer as
diferenças intra-gênero e tratavam a categoria mulher como homogênea e
universal. Esta prática de anular a existência da mulher negra como grupo
social com identidade e necessidades peculiares se estende até os dias de
hoje, porém com menor impacto, pois desde o final dos anos 90 as
organizações feministas têm avançado nessas discussões e assumido as
reivindicações desses segmentos.
O feminismo negro traz para o centro do debate a articulação das categorias
raça, gênero e classe que atuam como operadores ideológicos na configuração
da realidade da mulher negra. Além disso, ele cria um elo de solidariedade
internacional entre as mulheres negras, que embora estejam inseridas em
diferentes lugares e contextos sociais no mundo, são atingidas por formas de
opressões comuns: raça, gênero e classe, e se encontram na base da pirâmide
social.
As mulheres negras, através da perspectiva do feminismo negro,
conquistaram alguns espaços e direitos. Mesmo com os avanços, o cenário
atual ainda não nos é favorável e encontramos muitos desafios para superar o
racismo, machismo, sexismo e desigualdades sociais. Além disso, estamos
encontrando problemas de organização dentro do próprio movimento negro.
O debate em torno do feminismo negro nos permitiu fazer uma discussão
qualificada no que se refere à realidade da população negra, a estratificação
social e as relações de gênero. Para fazer essas discussões passamos por um
processo de formação com o objetivo de entender a economia, organização do
Estado, relações de poder, ideologia, opressões simbólicas, entre outros temas
fundamentais. A mulher negra teve e tem um papel fundamental nas
intervenções políticas e produção de conteúdo no campo das relações raciais e
de gênero, mas a realidade social a qual esta submetida acaba por tirá-la de
diversos campos de atuação.

2 - Objetivos:
24
 Promover reflexões sobre a natureza e objetivos do Feminismo e do
Feminismo Negro;
 Determinar estratégias para alcançar mulheres que têm pouco ou nenhum
acesso ao movimento de mulheres;
 Associar conquistas individuais às lutas da população negra (acesso à
universidade, luta por trabalho, moradia e reconhecimento das
comunidades quilombolas);
 Desenvolver uma subjetividade feminina negra;
 Reconhecimento e respeito das diferenças entre mulheres negras;
 Conceitos a serem trabalhados;
 O que é Ancestralidade;
 Ancestralidade Religiosa;
 Feminismo Negro;
 Visão Humanista da Comunidade;
 Empoderamento da Comunidade Negra;
 Mulheres Negras como sujeitos ativos;
 Perspectiva de mudança social anti-sexista, anti-racista, anti-elitista e anti-
lesbofobica;

3 - Metodologia:

· Apresentação de Slide / data show e telão;


· Debates com a plenária;
O formato da palestra Ancestralidade Religiosa e Feminismo Negro do Projeto
Afro Mulher, realizado em Macapá do dia 27/03 à 30/03/2012, organizado pela
Secretaria Extraordinária de Políticas para os Afrodescendentes - SEAFRO
teve uma metodologia especifica associada aos conteúdos que proporcione a
ampliação e discussões das questões raciais, culturais e sociais das mulheres
negras, despertando o interesse pela busca do conhecimento.
Tivemos dois momentos; o primeiro com apresentação do slide sobre
Feminismo Negro e o segundo com a participação da plenária através do
debate.
Material:
4 - Resultados esperados:


Entendimento sobre Ancestralidade e Feminismo Negro.
 Conscientização das mulheres quanto Às questões de gênero,
raça/etnia, racismo, direitos humanos, Empoderamento e
sustentabilidade.
 Contribuição para formação de mulheres de vários segmentos. Ex.
terreiros, quilombolas, trabalhadoras do mercado informal (artesanatos e
outras), professoras, jovens, associações, etc.
 Formação de mulheres para atuarem em suas comunidades, grupos e
associações. 25
 Fortalecimento das mulheres Amapaense e de toda comunidade negra

 Feminismo Negro
 MULHER => termo insuficiente para dar conta da realidade de todas as
mulheres. Comumente servia para referir a apenas algumas mulheres, as
brancas, de camadas médias urbanas.

 MULHER NEGRA => historicamente considerada mulher de segunda
classe, foi socializada para ser independente e desembaraçada, ocupou o
espaço público antes da mulher branca.
26

PAPO DE MULHER: CAMISINHA FEMININA!

PALESTRA: SEXUALIDADE, RACISMO E PREVENÇÃO AS


DST/AIDS NA MULHER NEGRA.

PALESTRANTE: RILENE MASCARENHA


O rápido aumento do número de casos de AIDS entre a população
feminina em idade reprodutiva vem pressionando a revisão das políticas
públicas vigentes. O Assunto foi debatido no projeto Afro Mulher através da
Assessora Técnica Rileny Mascarenhas da Coordenação Estadual de
DST/AIDS e Hepatites Virais do Amapá e é importante lembrar-se de alguns
pontos importantes quando esse assunto é debatido, como por exemplo:

 No inicio da epidemia quem falava das mulheres? E, quando as


mulheres surgiram no cenário do HIV, quem entre elas era a dona-de- 27
casa, a mulher comum, aquela que se parecía com cada uma de nós?
Quem, entre os rostos presentes na mídia, era uma mulher negra
infectada pelo HIV/AIDS? Nestes anos, a epidemia era assunto para
outros? Os homossexuais, os brancos, as prostitutas (cuja face de
mulher, a negra, não era vista em lugar algum). Ergueu-se um muro de
ignorâncias que, ao invés de proteger, nos tornava mais frágeis. Os
resultados estão sendo medidos agora: cada vez mais o HIV/ AIDS
espalha-se entre mulheres; cada vez mais, constatamos, que a infecção
e a exposição ao vírus passa a ser um assunto (e um risco) para as
mulheres negras;
 Quando se fala em imagem da mulher negra, nunca se pensa em
alguém que se pareça conosco e isso não ocorre só na televisão. Está
no imaginário coletivo a associação de mulher com uma pessoa nórdica.
Esse quadro exemplifica a vulnerabilidade da mulher negra na epidemia
HIV/AIDS;
 É importante destacar o sexismo existente neste país. Vale dizer que
nas relações de gênero, as mulheres ainda estão fragilizadas porque
vivem uma situação de desigualdade e inferiorização. A conjugação do
racismo com o sexismo produz uma situação muito difícil para as
mulheres negras, as quais são inferiorizadas desde o primeiro momento
que foram trazidas para cá, escravizadas e consideradas menos que
humanas;
 Quando se fala em imagem da mulher negra, nunca se pensa em
alguém que se pareça conosco e isso não ocorre só na televisão. Está
no imaginário coletivo a associação de mulher com uma pessoa nórdica.
Esse quadro exemplifica a vulnerabilidade da mulher negra na epidemia
HIV/AIDS;
 Outra consideração da cooperação entre racismo e sexismo é o quadro
inverso de privilégio produzido: os homens estão numa posição
privilegiada. Esse privilégio também se dá em relação ao homem negro.
Essa condição significa que desde o início do século XX cabem a eles
certos níveis de voz ativa nas relações interpessoais com poder
decisório que se aplica também no uso ou não da camisinha. Mesmo
com a criação do preservativo feminino, a camisinha masculina é mais
disponibilizada nos postos de saúde e venda. Isso retira das mulheres,
muitas vezes, a possibilidade de dizer: "não, eu não quero com você
sem camisinha". Se o racismo é poderoso, ele vai colocar sobre as
mulheres esse preconceito, essas idéias de que somos menores e que
não temos condições de dizer em nossas relações quais os nossos
desejos

28
29

OFICINA DANÇAS AFRO: AFRICA BRASIL, TRADIÇÃO E


CULTURAL E CULTURA CORPORAL

OFICINEIRAS: LAURA SILVA - SEAFRO

0,
30
Oficina de Maraibaixo Manifestação Autentica e Secular do Amapá
Laura Ramos
Cia de Dança AFRO BARAKA
Cantadeira e Percussionista de Marabaixo
Bloco: Os Ancestrais
Assessora Técnica da SEAFRO

Justificativa

É preciso que firme o processo onde assim se valorize dando um patamar de


qualidade a historialidade de nossos antepassados, onde direcionamos a
criança, o jovem e o adulto, o verdadeiro compromisso com as riquezas
culturais do estado.

É necessária a importância de que devemos mostrar ao país o conhecimento


histórico e cultural e a valorização que o Amapá disponibiliza e a riqueza,
conscientização deste reconhecimento rico no contexto histórico, onde estão
juntos o lúdico e o sagrado que traz o legado da manifestação, onde o objetivo
é englobar e mostrar o Amapá que o Brasil, ou melhor, que o mundo não
conhece.

Objetivo Geral

Oportunizar ao conhecimento, valorizar, fortalecer, garantir e preservar a


tradição e a manifestação fazendo com que a sociedade valorize e se faça
presente abraçando a causa. Valorizando, afirmando, preservando as
manifestações e a Ancestralidade do povo negro, e o papel de resistência da
mulher negra neste contexto do reconhecimento da tradição.
Conceitos a serem trabalhados
1- Origem do Marabaixo;
2- O que é o Marabaixo;
3- Como surgiu o manifesto;
4- O significado das cantigas ou Ladrões;
5- Bebida Típica;
6- Construção do Calendário do Ciclo do Marabaixo;
7- Significado da Murta e do Mastro;
8- Indumentárias;
31
Metodologia
A metodologia desenvolvida nessa oficina foi expositiva, com apresentação de
slade com vídeo com participação e discussão das participantes e troca
experiências a cerca do marabaixo, com tempo de duas horas e uma belíssima
apresentação de marabaixo ao final da oficina com interação e integração de
todas as mulheres do evento.

Recursos Utilizados:
 Slide;
 Caixa Amplificada;
 Microfones;
 Caixa de Marabaixo;
 Note Book;

Primeira Parte
 Slide com histórico
 do Marabaixo;
 Marabaixo nos tempos atuais;
 Intervenção e participação.

Segunda Parte (Prática)


Tempo 2 horas

Ensinar os movimentos através dos passos na roda da tradição.


Na segunda parte da oficina trabalha-se o desenvolvimento através da
demonstração dos passos, acompanhado das cantigas e/ou ladrões e as
batidas da ‘‘Caixa”, que é um instrumento é utilizado para dar ritmo a
manifestação, momento onde as participantes irão compartilhar na roda da
tradição e sentir o ritmo e o envolvimento com a dança.

Resultados Esperados
 Auto afirmação e entendimento da historialidade negra;
 Conscientização e valorização da ancestralidade;
 Busca aprofundada ao conhecimento histórico da tradição;
 Excluir com o preconceito direcionado a manifestação;
 Maior integração da comunidade negra e tradicional;
 Garantir a prática da manifestação e a participação em massa nas
comunidades quilombolas;

32
WORKSHOP: 33

MODA ÉTICA E DIVERSIDADE CULTURAL DA MODA

PALESTRANTE: MAKOTA KIZANDEMBU – BELO HORIZONTE

Quem tem medo de Cultura Negra?


Cultura Negra IncoMODA?
34
WORKSHOP:
Moda Ética e Diversidade Cultural da Moda

MakotaKizandembu
Mestra em Indumentária Africana
Designer Moda-afro_Artesã /Tarologa_Numerologa
Educadora em DH_PIR
Coordenação de Articulação Política - MONABANTU
-Articuladora Rede Nacional de Saúde nos Terreiros de Minas Gerais
-Conselheira CONEDH/MG
-Conselheira CRSANS Metropolitana/CONSEA-MG

Temos na moda o efêmero: ”passageiro, transitório, mudança individual e


coletiva, transformação"

1 - Justificativa: Devemos ser reconhecidos em todos os cantos do planeta de


maneira positiva e consistente. Moda é um grande vetor de difusão de nossa
diversidade brasileira pelo mundo, de traduzir nossos hábitos, nossas maneiras
de ser e de sentir, nossa sensualidade e nosso jeito de viver o corpo no
ambiente, tudo aquilo que nos dá feições brasileiras.

A moda étnica é a primeira moda a ser produzida neste país, passando a ser
dos anos 70 a grande inspiradora e impulsionadora da moda brasileira, por
isso,necessitamos avançar na qualificação do trabalhador da moda/cultura,
buscando assegurar melhores condições de trabalho, emprego e renda e
promover a profissionalização do setor, dando atenção a áreas de
vulnerabilidade social e precarização urbana e a segmentos populacionais
marginalizados.

Recentemente, a moda vem sendo recolocada e ressignificada dentro da


sociedade como parte importante da cultura e da construção de identidade, as
mulheres negras têm consciência de que são parte significativa nesta moda
atual. Esta mulher negra vem sendo convocada para um novo ciclo de
integração cultural na moda.
Cronograma das atividades

Moda/étnica & Diversidade Cultural da Moda

Tempo de duração; 4h/a horas

35

Oficina de Técnica Africana de Amarrações de Tecidos

Amarrações, técnica africana de tecer tecidos pelo corpo, que


enlouquece cabeças e corpos pelo mundo, torcidas pelo corpo em uma
verdadeira exibição artística, que até hoje vêm influenciando o mundo e a
moda, são em tecidos de larguras. Comprimentos e estamparias variadas.

Material necessário:
-Espaço físico para no mínimo 150 pessoas;
- 04 espelhos de tamanho grande;
- 150 espelhos de mão;
- 03 cx de alfinete prateado pequeno;
- 03 cx de alfinete dourado pequeno;
- 05 tesouras profissionais de costura;
- Cada participante deverá trazer 02 tecidos com 02 metros de comprimento
por 1,40 mts de (02 larguras) cada, sendo um liso e outro estampado.
Sites indicados para pesquisas sobre o mundo da Moda Afro

• http://www.africaeafricanidades.com/documentos/13052011-11.pdf

• http://mondomoda.wordpress.com/2011/01/04/primeiras-modelos-negras-moda

• http://www.palmares.gov.br/?p=4263

• http://www.antroposmoderno.com/antro-articulo.php?id_articulo=316

• http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_18022/artigo_sobre_economia_cultura
l_e_desenvolvimento_endogeno
36
• http://www.profissaomoda.com.br/materia/3400/voce_acha_que_a_industria_da_m
oda_continua_racista.html

• http://paratyecofashion.com.br/evento/paraty-eco-fashion/

• http://revistaafricas.com.br/archives/21741

• http://correionago.ning.com/profiles/blog/show?id=4512587%3ABlogPost%3A229134
&xgs=1&xg_source=msg_share_post
37

Hu
• Moda Afro - brasileira é uma junção das cores alegres e vibrantes que
nos diferencia das demais, não apenas uma tendência e sim, o estilos
criados, usados e elaborados, por protagonistas que compreendem a
sua originalidade e o seu diferencial ao se tornar elegante e marcante
sem cair no folclore. Hoje, algumas discussões nos fazem refletir a sua
real importância e o reconhecimento dentro da sociedade brasileira da 38
Moda.

OS AFRICANOS E SEUS
DESCENDENTES NA
PRODUÇÃO ECONÔMICA

“VÊM DINAMIZANDO A PRODUÇÃO


ECONÔMICA NO BRASIL POR MAIS DE CINCO
SÉCULOS. CONSTRUÍRAM E AJUDARAM A
DESENVOLVER AS DIVERSAS TECNOLOGIAS,

ENTRE AS QUAIS A DA MODA”

Makota Kizandembu – Mestra em Endrumentária Afro


39

OFICINA TECNICAS DE TURBANTES


40
41

6 - PRODUTO DA PRIMEIRA ATIVIDADE DO PROJETO AFRO


MULHER

1 - Calendário de Ações construído pelas mulheres negras;

2 - Grupo de Monitoramento do Projeto Afro Mulher;

3 - Perfil das Mulheres Negras que participaram da oficina do


período de 27 a 30 de Março de 2012.
Calendário PROJETO AFRO MULHER

AÇÃO Descrição da Atividade Parceiros/responsáveis


Eletronorte/Eletrobras
01 Inicio do Projeto Afro Mulher C.V.S
UFPA/ONU
SIMS/SETE/SEDEL
FORTALEZA DE SÃO JOSÉ

Avaliação e construção do relatório Núcleo de Saúde da


das atividades de Março/2012 População Negra, Gênero e
Religião de Matriz Africana. 42
02
Oiapoque/ Afro Mulher: Oficina de Prefeitura de São Jorge
Formação de Liderança/Controle Prefeitura de Oiapoque
social para as Políticas de Igualdade SEAFRO
03 Racial/auto-estima e Identidade da ELETRONORTE
Mulher Negra/Prevenção as ELETROBRAS
DST/HIV/AIDS na mulher negra.

Ferreira Gomes/ Afro Mulher: Oficina


de Formação de Liderança/Controle EM PROCESSO DE
social para as Políticas de Igualdade ARTICULAÇÃO
04 Racial/auto-estima e Identidade da
Mulher Negra/Prevenção as
DST/HIV/AIDS na mulher negra.

-25 de Julho-Gravação de CD com - EM PROCESSO DE


campanhas educativas de valorização ARTICULAÇÃO
da mulher negra.

05 Exposição e comercialização das


produções das mulheres das EM PROCESSO DE
comunidades negras, ARTICULAÇÃO
preferencialmente acompanhando o
calendário das programações de
férias/verão (Araxá, Curiaú,
Fazendinha, Ferreira Gomes/Porto
Grande)
Mazagão/Afro Mulher: Oficina de
Formação de Liderança/Controle EM PROCESSO DE
06 07social para as Politicas de Igualdade ARTICULAÇÃO
Racial/auto estima e Identidade da
Mulher Negra/Prevenção as
DST/HIV/AIDS na mulher negra.
Curso de Corte e costura – voltada
para roupa afro ; EM PROCESSO DE
07 Curso Bijuterias afro; ARTICULAÇÃO
Curso de percussão;
Curso de Pintura de Tecidos.

Curso de Controle social e Saúde da EM PROCESSO DE


08 População Negra, e Políticas Públicas ARTICULAÇÃO
com recorte de gênero e raça
Ação no Encontro dos Tambores, no
09 Centro de Cultura Negra, para a EM PROCESSO DE
valorização as tradições culturais da ARTICULAÇÃO
mulher negra (capoeira, marabaixo,
batuque, umbanda e trajes afros)
Mesa redonda sobre as religiões de EM PROCESSO DE
10 matriz africana para as professores ARTICULAÇÃO
(publico e privada)
Ação Integrada da Saúde da Mulher EM PROCESSO DE
11 Negra, para as mulheres das ARTICULAÇÃO
comunidades quilombolas.
Construção do relatório anual das EM PROCESSO DE
12 atividades realizadas e articulação ARTICULAÇÃO
para o encontro estadual das
participantes do projeto
Atividade de encerramento do primeiro EM PROCESSO DE
13 ano do Projeto Afro Mulher ARTICULAÇÃO 43
7 - Grupo de Monitoramento do Projeto Afro Mulher;

O GT AFRO MULHER tem como objetivo monitorar e fortalecer as ações do


projeto. Composto pelas representantes da sociedade civil organizada, juventude,
comunidades quilombolas, são elas:

1 – Nome: Ana Rita Picanço da Silva

Segmento: Quilombo do Conceição do Macacoari

2 – Nome: Isis Tatiane da Silva dos Santos


44
Segmento: Quilombo do Curiaú

3 – Nome: Rosemery Correia dos Santos

Segmento: Comunidade da Ilha Redonda

4 – Nome: Irene Bonfim da Silva

Segmento: Educação

5 – Nome: Mirrethy Caroline Figueiredo Ramos

Segmento: Acadêmica de Fisioterapia – FACULDADE SEAMA

6 – Nome: Rosangela N. Costa da Silva

Segmento: Comunidade do Coração – Quilombo Arte Tapuia

7 – Nome: Camila dos Santos Nascimento

Segmento: Juventude – Comunidade Ilha Redonda

8 – Nome: Raimunda Coutinho de Souza

Segmento: Coletivo de Mulheres Negras Feministas da Amazônia -


CNEGRAM
8 Perfil das Mulheres Negras que participaram da oficina do período
de 27 a 30 de Março de 2012.

Quando falamos em mulher negra é importante traçarmos seu perfil para


que possamos demarcar diferença e de certa forma entender o universo a qual
elas vivenciam. E a coordenação do projeto Afro Mulher quando definiu que a
forma de inscrição deveria ter o formato de coleta de dados, construiu um
questionário incluindo quesitos que são relevantes para de certa forma 45
Traçamos esse perfil, como por exemplo: cor/raça, comunidade/instituição,
orientação sexual, escolaridade, estado civil, número de filhos, dentre outros
dados, que nos permitem dar o seguinte cenário:

 No período de 27 a 30 de Março de 2012, passaram rotativamente


cerca de 180 Mulheres Negras, e fixamente 78 mulheres negras, vale
ressaltar que a atividade era destinada para 150 mulheres negras;
 Quesito Cor: 29 negras – 16 pardas – 01 índia – 32 não declaradas.
 Orientação Sexual: 34 heterossexual – 44 não declaram orientação
sexual
 Comunidades/Instituição: 48 mulheres negras quilombolas, 16
acadêmicas, 02 afro-religiosas e 12 não preencheram este quesito no
formulário;
 Faixa Etária: participaram mulheres com idade entre 10 a 80 anos.

Podemos constatar que precisamos investir muito mais em algumas áreas do


projeto:

 A dificuldade que a grande maioria das mulheres em se auto declarar


negra;
 Dificuldade de afirmar sua orientação sexual ou por não conhecerem o
que de fato é esse tema, e ai desperta na coordenação do projeto a
necessidade de abordagem desse quesito;
 Oportunizar formação de liderança para as mulheres negras;
 E a necessidade de envolver mais mulheres para participarem do
processo de formação nas próximas etapas do Projeto Afro Mulher.

As evidências demonstram que o Empoderamento das mulheres que


participaram dessa atividade do Projeto Afro Mulher se deu único de forma
positiva, pois quando na palestra sobre Empreendedorismo com a técnica da
Secretaria de Empreendedorismo e Trabalho- SETE, com a exibição de um
vídeo motivacional contendo imagens de homens, todos brancos e americanos,
onde podemos perceber que precisamos de muito diálogo, articulação e
conhecimento do que são as políticas publicas de Igualdade racial com recorte
de gênero, pois o vídeo poderia ter o tema voltado para o perfil do projeto,
imediatamente as mulheres participando do evento se posicionaram
reivindicando e questionando por que um vídeo onde elas não conseguiam se
ver? Isso permitiu que a equipe coordenadora, assim bem como as
palestrantes, a importância de ações, de oportunidade de formação e
informação no universo das mulheres negras, para que elas tenham
propriedade de reivindicar a presença delas nas ações do poder público.

Houve o engajamento da equipe técnica da SEAFRO, contamos também


com o apoio da Vice Governadoria disponibilizando a Assessora Técnica
Maria Aparecida Penha no cerimonial de abertura do evento, com a
Assessora Parlamentar Lea dos Santos do Mandato da Deputada Estadual
Cristina Almeida na equipe de credenciamento do evento. 46

É possível afirmar que o projeto foi uma estratégia de êxito para criação de
novos espaços de enfrentamento à violência contra mulheres negras, contra o
racismo institucional, um espaço de dialogo permanente entre o poder público
e as Comunidades quilombolas através das mulheres que participaram do
projeto e que sem dúvida contribuiu para o fortalecimento do controle social
nesse campo.
9 - Considerações Finais

Investir diretamente em políticas públicas que atenda a mulher negra no


Amapá é um grande desafio, discutir as lutas dessas mulheres dentro das
comunidades quilombolas, dentro da academia, dentro do mercado de
trabalho, dentro dos terreiros, no mundo do empreendedorismo e dar
visibilidade a forma como isso vem refletindo da identidade e na auto estima da
mulher negra e assim destacar a capacidade de produção, de construção
coletiva que é herança das ancestrais, aos atores sociais não implica em um
trabalho a ser realizado na sociedade de forma geral, implica na mudança 47
cultural em uma nova postura presencial, numa nova visão das relações que
permeiam o cotidiano social, econômico e profissional dessas mulheres.
Significa, também, a ampliação dos trabalhos e discussões que abrem a mente
e mudam a forma de pensar e agir das gerações significa que cada vez mais o
estado precisa de Políticas Publicas e Ações Afirmativas para compreender,
transformar, inserir com qualidade a mulher negra que é responsável pela
construção e sustentação da sociedade e a resistência da cultura e da
identidade da população negra no geral.

Contudo trabalhar para eliminar da sociedade amapaense a discriminação


racial, a discriminação de gênero que se manifesta explicitamente nas práticas
cotidianas é uma tarefa difícil. Essas mulheres negras, que conseguiram
participar da primeira etapa do Projeto Afro Mulher, discutindo, dialogando
olho no olho, expondo sua real situação, “saíram do seu lugar”, isto é, do lugar
predestinado por um pensamento racista e pelas condições sócio-econômicas
da maioria das mulheres negras Amapá, o lugar da doméstica, da lavadeira, da
passadeira, daquela que realiza serviços gerais para ocuparem posição de
protagonistas e principalmente de agentes sociais e políticos, pela experiência,
pela vivência enfrentada no dia a dia, pela forma como enfrentam o racismo
velado, a violência doméstica, a violência institucional, e deixaram suas marcas
dentro da atual gestão do Governo do Estado, dentro especificamente da
equipe da SEAFRO, que já é conhecedora desse cenário, e por isso ousou
reunir essas mulheres e propor parceria intelectual e do saber empírico que
cada uma traz na sua trajetória para construir estratégias positivas para a
valorização e resgate da ancestralidade e da identidade da mulher negra.

A história de vida dessas mulheres negras mostra que é preciso reconhecer


e respeitá-las. É necessário romper com as posturas preconceituosas e
racistas arraigadas na sociedade e dos sistemas e reconhecer sim a diferença,
e deixar de subestimar as capacidades.

A trajetória de luta das mulheres negras que participaram dessa primeira


etapa do Projeto Afro Mulher contempla o poder de transformações que na
condição de sujeito ativo da própria história, essas mulheres perceberam
possuir. Demonstraram a força de criar e recriar caminhos e destinos numa
sociedade onde o preconceito e o racismo ainda sobrevivem.

48
49

ANEXO:
IMPRENSA
30/03/2012 16h05 - Atualizado em 30/03/2012 16h05
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Oficinas, debates e propostas marcam encerramento do “Afro Mulher”

Da Redação
Agência Amapá
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Confira outras fotos: clique aqui.A aula prática de


confecção de turbantes e vestimentas afro-
femininas, parte final da palestra "Moda Étnica e 50
Diversidade Cultural da Moda", ministrada pela
soteropolitana MakotaKizandembu, foi um dos
eventos que marcaram o encerramento do projeto
"Afro Mulher" nesta sexta-feira, 30, na Fortaleza de
São José de Macapá.

O evento, iniciado na terça-feira, 27, foi realizado pelo Núcleo de Saúde, Gênero e Religiões de
Matriz Africana, da Secretaria Extraordinária de Políticas para Afrodescendentes (Seafro). Na
manhã desta sexta-feira, as participantes conheceram maneiras criativas de confeccionar
vestimentas e adornos, de maneira simples e com baixo custo.

Na aula prática, direito a desfile com o resultado das lições de moda afro. "É, também, uma
forma de compartilhar o que temos em Salvador com o que está sendo feito no Amapá, em
termos de roupas afro-femininas e adornos",
assinala Makota.

No turno da tarde, a formação dos Grupos de


Trabalho (GT's) para a formulação de propostas
que beneficiarão as mulheres negras
amapaenses. Entre elas, está a realização de
oficinas de capacitação, para a formação de
lideranças femininas, bem como de cursos
voltados para o fortalecimento do
empreendedorismo em comunidades negaras e quilombolas do Estado.

Segundo a técnica da Seafro e coordenadora do evento, Rejane Soares, o "Afro Mulher"


cumpriu a proposta inicial nesta primeira edição. "Participaram mais mulheres que o número
inicial previsto, que era de 150. claro, que de maneira alternada, pois o espaço físico do local é
pequeno. Muitas participaram um dia e outro não,
mas no geral o importante é que conheceram e
socializaram a importância de sua valorização,
como mulheres, negras e lideranças", informa
Rejane.

Gabriel Penha/Seafro
www.amapadigital.net

29/03/2012

Projeto Afro Mulher segue até sexta-feira na Fortaleza


de São José
Iniciou na terça-feira, 27, e segue até a próxima sexta-feira, 30, o projeto Afro
Mulher, com palestras, debates e oficinas sobre o tema "Identidade da Mulher 51
Negra no Amapá". O evento acontece na Fortaleza de São José de Macapá e é
realizado pelo Núcleo de Saúde, Gênero e Religiões de Matriz Africana, da
Secretaria Extraordinária de Políticas para Afrodescendentes (Seafro) do
Governo do Estado do Amapá, marcando o fim da programação do Mês da
Mulher.

Na solenidade de abertura do Afro Mulher, compuseram a mesa de trabalho a


vice-governadora Dora Nascimento, a secretária de Estado de Inclusão e
Mobilização Social, Eloiana Cambraia, a deputada estadual Cristina Almeida
(PSB), a secretária da Seafro, Marilda Leite, e as palestrantes Lindinalva de
Paula, de Salvador (BA), Makota Kizandembu, de Belo Horizonte (MG), e
Sivana Veríssimo, do Estado de São Paulo.

De acordo com Rejane Soares, técnica da Seafro e coordenadora do projeto,


uma das principais propostas do Afro Mulher é fortalecer a liderança política
nas mulheres negras.

"No Estado do Amapá, as negras têm o poder do engajamento político, mas


muitas vezes desconhecem esse potencial. O primeiro passo para mudar isso
é mostrar, entre outros pontos, a importância de sua valorização, como negra e
mulher", argumenta a coordenadora.

"Falar de afrodescendentes é falar da maioria da população do Amapá. Então,


políticas públicas só se tornam eficazes quando feitas respeitando as
peculiaridades de cada comunidade. E isso o governo do Estado tem
procurado fazer, através da Seafro. Este evento é mais uma clara
demonstração disso", endossa a secretária Marilda Leite.

Os convidados acompanharam versões especiais do Hino Nacional Brasileiro e


da Canção do Amapá, ilustradas com vídeos. A palestrante Lindinalva de Paula
falou sobre a importância de eventos como o Afro Mulher como o ponto de
fortalecimento da luta negra no Amapá. Nesta quarta-feira, ela ministra a
palestra "Ancestralidade Religiosa e o Feminismo Negro".

Gabriel Penha/Seafro
www.portalamazonia.com.br

TV Amapá

Palestrantes de São Paulo, Bahia e Minas Gerais


participaram do evento. Foto: Divulgação/Agência
Amapá

MACAPÁ – Unidas em organizações


52
da sociedade civil há mais
possibilidades de alcançarem metas
estabelecidas. E o Projeto “Afro
Mulher” além de discutir ações é também um momento de reflexão. É a hora
também de unir a força da mulher negra do Amapá.

“Durante o evento foi discutido o acesso ao mercado de trabalho que está


longe de ser o ideal, mas ninguém nega as conquistas. Sejam elas na área
cultural, política e no empreendedorismo”, ressalta Rejane Soares,
coordenadora do Projeto.

O Projeto Afro Mulher acontece em março em virtude de ser este o mês da


Mulher. O projeto é executado pelo Núcleo de Saúde, Gênero e Religiões
de Matrizes Africanas da Secretaria Extraordinária de Políticas para os
Afrodescendentes - SEAFRO. O desenvolvimento de políticas públicas para
afro descendentes garante a este seguimento, cada vez mais espaço na
sociedade.

“Eu trabalho com artesanato, e resolvi investir na cultura afrodescendente.


Por meio desse artesanato, já participei de diversas exposições dentro e
fora do estado e sempre com sucesso”, afirma a artesã Rosana Costa.
Notícias
28/03/2012 9h56 - Atualizado em 28/03/2012 9h56
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Projeto Afro Mulher segue até sexta-feira na Fortaleza de São José
Da Redação
Agência Amapá
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Iniciou na terça-feira, 27, e segue até a próxima sexta-feira, 30, o projeto Afro
53
Mulher, com palestras, debates e oficinas sobre o tema "Identidade da Mulher
Negra no Amapá". O evento acontece na Fortaleza de São José de Macapá e é
realizado pelo Núcleo de Saúde, Gênero e Religiões de Matriz Africana, da
Secretaria Extraordinária de Políticas para Afrodescendentes (Seafro) do
Governo do Estado do Amapá, marcando o fim da programação do Mês da
Mulher.

Da esquerda para direita: deputada Cristina Almeida, secretária Eloiana


Cambraia, vice-governadora Dora Nascimento e secretária Marilda Leite

Na solenidade de abertura do Afro Mulher, compuseram a mesa de trabalho a


vice-governadora Dora Nascimento, a secretária de Estado de Inclusão e
Mobilização Social, Eloiana Cambraia, a deputada estadual Cristina Almeida
(PSB), a secretária da Seafro, Marilda Leite, e as palestrantes Lindinalva de
Paula, de Salvador (BA), Macota Kizambebu, de Belo Horizonte (MG), e Sivana
Veríssimo, do Estado de São Paulo.

Palestrantes dos Estados de São Paulo,


Bahia e Minas participam do Afro Mulher
De acordo com Rejane Soares, técnica da
Seafro e coordenadora do projeto, uma
das principais propostas do Afro Mulher é
fortalecer a liderança política nas
54
mulheres negras.

"No Estado do Amapá, as negras têm o


poder do engajamento político, mas muitas vezes desconhecem esse
potencial. O primeiro passo para mudar isso é mostrar, entre outros pontos, a
importância de sua valorização, como negra e mulher", argumenta a
coordenadora.

Mulheres de diferentes comunidades e entidades se credenciam para participar


dos debates e oficinas "Falar de afrodescendentes é falar da maioria da
população do Amapá. Então, políticas públicas só se tornam eficazes quando
feitas respeitando as peculiaridades de cada comunidade. E isso o governo do
Estado tem procurado fazer, através da Seafro. Este evento é mais uma clara
demonstração disso", endossa a secretária Marilda Leite.

Os convidados acompanharam versões especiais do Hino Nacional Brasileiro e


da Canção do Amapá, ilustradas com
vídeos. A palestrante Lindinalva de Paula
falou sobre a importância de eventos
como o Afro Mulher como o ponto de
fortalecimento da luta negra no Amapá.
Nesta quarta-feira, ela ministra a palestra
"Sexualidade, Racismo e Prevenção às
DST/Aids na Mulher Negra".

Gabriel Penha/Seafro
55

ANEXO

PROGRAMAÇÃO DO EVENTO
Programação do Evento
27 de Março de 2012 28 de Março de 2012 29 de Março de 2012 30 de Março de 2012
08h
- Oficina de Técnicas de
- Oficina danças afro:África
Oficina:Auto estima e a Amarração de tecidos
Divulgação, entrevistas de Identidade da Mulher Negra e Brasil, tradição e cultura
radio, tv, etc Oficineira: Makota kizandembu
corporal
Oficineira: SilvanaVeríssimo – –Minas Gerais
São Paulo – SP Palestrantes: Laura Silva e
- Oficina de Turbante 56
Mery Lúcia – SEAFRO
Oficineira: Rejane Soares -
SEAFRO

Almoço Almoço Almoço


14hs: Abertura Oficial do 14hs: 14hs: 13hs - Grupos de Trabalhos
Evento Palestra: Ancestralidade Moda Étnica e Diversidade
Religiosa e Feminismo Negro. Cultural da Moda GT 1 – Tia Venina
15hs: Palestrante: Lindinalva de Paula GT 2 – Tia Marcica
Moderação: Rejane Soares – –Salvador – BA Palestrante: Makota GT 3 – Gertrudes
SEAFRO kizandembu –Minas Gerais GT 4 – Mãe Luzia
GT 5 – Tia Cândida
-Trajetória Politica da Mulher Moderação: Raimunda Edna –
Negra. Vice Governadoria Apresentação das Propostas

 Silvana Verissimo;
 Joaquina Lino;
 Makota Kizamdembu;
 Lindinalva de Paula;

Jantar Jantar Jantar Jantar

Papo de Mulher: 19hs - Exibição do Filme: 19hs - Sarau Afro Mulher


Camisinha Feminina! Histórias Cruzadas – Um ato
de coragem pode
Palestra: Sexualidade,Racismo transformar tudo!
e Prevenção as DST/AIDS na
Mulher Negra
Palestrante: Coordenação
Estadual de DST/AIDS-AP
57

ANEXO

DINÂMICAS UTILIZADAS NO EVENTO AFRO MULHER

RESPONSÁVEIS:

SARA SOUZA – SEAFRO;

ELIANA AYRES – SEAFRO;

CRISTINA FIGUEIREDO – SEAFRO


Dinâmica: Amor e vida

Objetivos: Trabalhar a interação, fortalecer a afetividade e laços de amizade


do grupo, descontração.

Procedimento: Peça que a turma fique em pares, enfileirados, de frente um


para o outro. Uma pessoa será a Vida e a outra, o Amor.

Amor – Oi! Pergunte para a vida, qual o nome dela(e). 58


Vida – Oi! Pergunte para o seu amor, qual o nome dele(a).
Amor – Oi! Demonstre para sua vida que você está feliz, dê um abraço
nela(e).
Vida – Oi! Pegue nas mãos de seu amor.
Amor – Oi! Pergunte para sua vida se ela tem um outro amor.
Vida – Oi! Pergunte para seu amor se ela(a) tem outra vida.
Amor – Oi! Pergunte para sua vida qual o significado do amor para ela (ele).
Vida – Oi! Comece a chorar.
Amor – Oi! Não deixe sua vida chorar, conforte-a.
Vida – Oi! Você ficou triste, alegre-se.
Amor – Oi! Não deixe sua vida escapar, segure-a pela mão.
Vida – Oi! Liberte-se dessa dor, vá em busca de outro amor.
Amor – Oi! Pergunte para sua nova vida, qual o seu nome.
Vida – Oi! Não seja ingrata, demonstre que está feliz, abrace seu novo amor.
Amor – Oi! Fale para sua nova vida que você está muito feliz em vê-la.
Vida – Oi! Seu verdadeiro amor à chama, volte para seu primeiro amor.
Amor – Oi! Fale para sua vida que estava com muita saudade.
Vida – Oi! Fale para seu amor que está muito feliz em revê-lo(a).
Amor – Oi! Bata palmas para sua vida.
Vida – Oi! Faça o mesmo também, bata palmas para seu amor.
Amor e Vida – Oi! Batam palmas porque só assim podemos ver estas duas
coisas que são muito importantes para o ser humano.
Dinâmica: Nó Humano
A oficineira pede para as mulheres fazerem uma roda bem grande, em
seguida, pede para as mulheres se entrelaçarem, formando um nó.

Após o nó estar pronto, a oficineira pede para o nó ser desmanchado, com


calma, observando a facilidade e a dificuldade de cada uma para sair do nó
humano e voltar a roda original.
59
60

ANEXO

DEPOIMENTOS DE ALGUMAS MULHERES QUE


PARTICIPARAM DA ATIVIDADE DO PROJETO AFRO MULHER

“O QUE SIGNIFICOU O PROJETO AFRO MULHER NA SUA


VIDA?”
Confesso que nunca fui a um evento destes com tantos dias e não achar maçante, ou cansativo, todos os
dias era uma coisa nova, diferente, cheio de novidades e muito aprendizado, uma vez que aqui no Amapá só
se fala que preto é cultura, Marabaixo, umbanda, Carnaval. No Afro Mulher eu vi que ser mulher negra vai
além de tranças no cabelo.....Enfim...deixou saudades e é um marco para que outros eventos de tal porte
sejam realizados aqui, no nosso ESTADO. Adorei o fato de ter se realizado na FORTALEZA DE SÃO JOSÉ
DE MACAPÁ... Foi mágico...
Inclusive eu vim trabalhar hoje de vestido Jeans e uma amarração de tecido por cima, bem linda que eu
aprendi no curso de moda...
A-D-O-R-O!!!
Logo que cheguei hoje cedo no trabalho, minhas colegas quiseram fazer cara de espanto, mas logo foi 61
unânime a aprovação... Estou linda para elas, não pelo fato de não ter sofrido piadinhas pelo modo como vim
vestida, mas pelo aprendizado do AFRO MULHER que me fez orgulhar-me de ser NEGRA e me fazer
reconhecer minha verdadeira identidade.
Sou NEGRA e sou LINDA e qualquer semelhança amiga "NEGRA LINDA" é mera coincidência.
Grande beijo e obrigada por ter me inspirado!
Nelma Lau Gaia
Assessora Jurídica do Centro de Referencia de Atendimento a Mulher Vitima de Violência - CRAM

“O AFRO MULHER foi diferente de outros eventos, por que a minha


comunidade participou de uma forma que eu ainda não tinha visto, no “ Não pude participar de
primeiro dia que fui buscá-las, tive que acordar estavam todas todas as atividades, mais o
dormindo, sai acordando todas elas, nos outros dias quando eu pouco que pude ver, foi
chegava elas já estavam todas prontas, mesmo sendo quatro dias, acolhedor e importante esse
elas não reclamaram, voltavam animadas, alegres e participaram de debate, importante sermos
tudo e já estão esperando a próxima etapa do projeto” lembradas como afro
religiosas, por que sofremos
Wangela Fortunato preconceito pela nossa
Assessora Técnica da SEAFRO religião, e participar de
Comunidade da Ilha Redonda momentos como esse com
as mulheres, faz uma
diferença enorme por que
“ Foi um dos melhores eventos da Secretaria Extraordinária de Políticas fortalece nossa identidade,
para os Afrodescendentes – SEAFRO, através do Núcleo de Saúde da nossa estima e sempre que
População Negra, Gênero e Religião de Matriz Africana, onde as tiver nos convidem que na
palestras foram voltadas somente para o objetivo do projeto a identidade medida do possível vamos
da mulher negra, o Empoderamento, a valorização e auto estima, onde participar e somar nessa luta
eu me sentir renovada como mulher e me vendo em varias falas das que também é nossa!”
palestrantes. Clícia Pantoja
A importância da mulher negra dentro do processo de Empoderamento, Afro-religiosa
a importância da mulher negra no contexto histórico e suas conquistas
nos espaços profissional, político e na sociedade em geral “
Julia Lau
Assessora Técnica SEAFRO
Comunidade Igarapé do Lago
“A força da mulher negra quando se organiza é incrível, e é isso que estamos
vendo com as ações do projeto afro Mulher, a força que nós temos e
precisamos para mudar estar em nós mesmas, e isso não é de hoje, essa força
vem da nossa ancestralidade e precisamos nos unir para não perder nada do
que é nosso, nenhuma das nossas heranças, e eu tenho uma herança muito
forte, muito resistente e isso é meu, e como mulher negra desse Amapá, quero
muito mais para nós mulheres negras e isso já iniciamos quando esse projeto foi
pensado”
Laura Silva
Coordenação do Afro Mulher - SEAFRO
62

“A Mulher Negra é tão importante, tão importante e pena que não temos essa noção,
precisamos nos reunir mais, nos encontrar mais, falar mais de nós mesmas, para não
termos a sensação de estarmos sozinhas em nossas angustias e lutas, o Afro Mulher fez
isso comigo, eu acredito que muita coisa vai mudar, por que nós nos unimos, por que
nós planejamos juntas pensando em todas nós, isso tem que dar certo, não acredito que
nós negras não vamos conseguir alavancar o projeto AFRO MULHER, VAMOS SIM E NÃO
ESQUEÇAM DE MIM NAS PROXIMAS POR QUE EUQUERO MAIS!”
Rosimery Correia dos Santos
Comunidade de Ilha Redonda
Acadêmica de História

“ O que mais me marcou nessa oficina foi uma das falas das
“Quando você entende o que é ser
palestrantes – quando você ver uma mulher negra no poder com
Mulher e Negra nessa sociedade, você
dificuldades, apóiem, vão La procurem ajudar, procurem saber de
consegue entender por que as pessoas
que forma você pode fortalecer aquele espaço ocupado por essa
te olham diferente, por que quando
mulher negra – e de verdade é isso que precisamos, nós mulheres
você entra nos lugares e os olhares
negras nos fortalecer, através de espaços que nós já ocupamos!”
vem todos voltado para você,
principalmente se você estiver de Marilda Leite
vestidos coloridos, turbante, sinto isso Secretaria - SEAFRO
diariamente por que eu uso meus
vestidos lindos coloridos, meus
turbantes meus assessórios, então ser
mulher negra com identidade assumida “ Esse projeto é um presente para as mulheres
é um desafio, e nesse projeto Afro
negras, por que você precisa desse cuidado,
Mulher eu pude compreender muito
mais esse desafio e como é importante desse respeito, você precisa desses momentos de
você se conhecer e se enxergar como autoconhecimento, e se conhecer como mulher
realmente somos: Mulheres Negras” negra é uma necessidade, e eu ainda não tinha
prestado atenção como é delicado ser mulher e
Rosangela Costa
principalmente negra, isso incomoda as pessoas e
Web Designer – Quilombo Arte
Tapuia nós precisamos cuidar uma das outras, e esse
Comunidade do Coração encontro me sentir tão acolhida, me sentir
especial e saio forte, por que sei quem eu sou!”
Clotilde Raimunda
Município de Macapá

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