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Aliciar que consiste em convidar, seduzir, atrair, dois ou mais militares para a prática de motim e de
revolta, de organização de grupo armado para a prática de violência, omissão de lealdade militar e conspiração.
É um crime formal, pois não se exige a concretização do delito fim, sendo suficiente o convite revestido de
circunstâncias que demonstrem a seriedade de propósito e a possível viabilidade. Diante da gravidade dos fatos, a
lei antecipa-se, elegendo como crime o fato de convidar, seduzir, atrair militares para a prática dos delitos
pretendidos, sem aguardar qualquer resultado do ato ilícito.
A aliciação se dá por qualquer meio. Ex.: rádio, televisão, panfletos etc, sendo indispensável que chegue ao
conhecimento dos aliciados.
O verbo incitar, descrito no núcleo do tipo, tem a significação de açular, excitar, provocar; é incitar a
revolta. Tratando-se de crime formal, o crime se consuma sem que alguém cometa atos de desobediência e de
indisciplina ou pratique crime militar.
Pode ser cometido até mesmo por meio da Internet (Blogs, Orkut etc).
Observe que este crime é mais amplo que o anterior, pois, lá alicia só para crimes específicos e aqui, incita
a prática de crime militar, a desobediência e a indisciplina.
O crime não precisa ser praticado em lugar sujeito à administração militar, a não ser nos casos de afixação
de impressos, cujo conteúdo contenha incitamento á prática dos crimes previstos no artigo (parágrafo único).
Haverá concurso formal se houver lesão corporal. E se restar morte a pena será única (reclusão de 12 a 30
anos).
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CFO – PENAL MILITAR
Crimes contra a autoridade e Disciplina
Militar
Prof. Rogério Silvio
ART. 158 – VIOLÊNCIA CONTRA MILITAR DE SERVIÇO (impropriamente militar)
Com relação à violência, permanece os comentários feitos ao crime acima. Inclusive, a ausência de
elemento constitutivo do crime prevista no art. 47, II, a saber, a ação praticada em repulsa a agressão.
O sujeito passivo somente será o militar que estiver exercendo uma das funções descritas no tipo penal
(Oficial: de dia, similar ou CPU / praça: sentinela, vigia ou plantão). Tutela-se a integridade do militar responsável
pela segurança do aquartelamento, ou seja, está protegendo à Instituição Militar.
Se a vítima for superior, mas encontrar-se num dos serviços discriminados, o crime previsto no art. 158
absorve o do art. 157, visto que a violência contra militar de serviço é mais específica.
As causas de aumento de pena e o concurso formal, seguem, basicamente, o mesmo tratamento do delito
anterior.
Diz o art. 159 que no crime em comento e no anterior, se ficar evidenciado que a morte ou lesão ocorreram por
culpa do agressor a pena do crime de contra a pessoa é reduzida à metade (ex: O Sd PM desfere um tapa no rosto
do Sgt PM, quando este se desequilibra e cai sobre o braço, quebrando este membro do corpo).
Somente se configura se praticado diante da tropa ou em lugar sujeito à administração militar. Ultraje a
símbolo nacional consiste no insulto, vilipêndio, menosprezo, manifestados por meio de palavras gestos, escritos
etc.
O art. 1º da Lei federal n. 5700/71 estabelece que são Símbolos Nacionais, e inalteráveis: a Bandeira
Nacional; o Hino Nacional; as Armas Nacionais; o Selo Nacional.
Exemplos: cuspir na bandeira nacional, dançar funk enquanto é entoado o hino nacional.
Se for bandeira estadual (de MG) não configura o crime.
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Crimes contra a autoridade e Disciplina
Militar
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ART. 162 – DESPOJAMENTO DESPREZÍVEL (propriamente militar)
O agente atua com o dolo de menosprezar, desprezar a instituição militar. Ex: retirar a divisa de sargento e
dizer que ela não significa nada; despe-se da farda, joga-a no chão, pisa em cima e coloca fogo.
Muito embora, o tipo não utiliza a expressão militar, a conduta praticada por um civil não ofende a
disciplina militar.
Despojar significa despir-se, desvestir-se, tornando a ação típica quando é feita em relação ao uniforme,
condecoração militar (medalhas e comendas), insígnia (autoridade – postos e graduações) ou distintivo (cursos)
levado a efeito por menosprezo (desconsiderar) ou vilipêndio (afrontar).
A questão da agravante do parágrafo único. Não precisa ser em local sujeito à administração militar e nem
diante de outro militar. Mas, se ocorrer diante da tropa ou em público aumenta a pena da metade.
É também chamada de insubordinação. A ordem emanada deve ser inerente a assunto de serviço ou dever
imposto em lei, regulamento ou instrução.
Ex: O Ten manda o soldado confeccionar o BO e este se recusa; O Sgt se recusa a fazer a escala de serviço
determinada pelo Capitão.
O núcleo do tipo é recusar-se, é negar-se a cumprir ordem do superior. A recusa consiste em manifestação
de vontade que se exterioriza sob as formas mais variadas, por meio de palavra, gesto, imobilidade, agir de forma
contrária à ordem recebida.
A ordem pode ser escrita ou verbal, dada diretamente pelo superior ou por interposta pessoa, sendo, no
entanto, indispensável seu conhecimento pelo subordinado. Determinadas circunstâncias relacionadas como a
espécie da ordem ou sua execução, admitem pedido de confirmação pelo subordinado, desde que tal solicitação não
sirva de pretexto para retardar ou deixar de cumprir a ordem.
Requisitos da ordem:
a) a ordem tem que ser: imperativa (exigência), pessoal (não tem caráter geral) e concreta (não sujeita a apreciação,
ordem pura e simples);
b) a ordem tem que ser legal.
Trata-se de crime subsidiário, pois a recusa de obediência poderá evoluir para o delito de motim ou revolta
(art. 149), violência contra superior (art. 157), ou outro delito penal militar, cujas penas são mais severas.
Observações:
Recusa a obediência e Descumprimento de missão (art. 196) – a insubordinação tem como objeto
jurídico a “autoridade ou a disciplina militar”, ao passo que o delito de descumprimento de missão tem como objeto
jurídico “o serviço militar e o dever militar”. A única semelhança é que ambos os crimes têm como essência o não-
cumprimento de uma ordem legal em matéria de serviço, porém, na insubordinação, há recusa imediata no
cumprimento desta ordem, ao passo que no descumprimento de missão, o militar não se recusa a receber a ordem,
mas, tendo-a recebido, não a cumpre posteriormente.
Recusa a obediência e desobediência (art. 301) - enquanto o delito de recusa de obediência é crime militar
próprio, somente podendo praticá-lo o inferior diante de um superior, o de desobediência é crime militar impróprio,
podendo o superior, e até mesmo o civil, praticá-lo. Na recusa, a ordem refere-se a matéria de serviço ou dever
imposto em lei regulamento ou instrução, na desobediência basta que a ordem seja legal e o receptor da ordem
figura como se fosse um particular (ex: durante uma blitz o PM fiscalizador determina que o militar, condutor de
um veículo entregue-lhe os documentos para a devida conferência).
Novamente se tutela a instituição militar, agora representada pelo militar que detém a responsabilidade
pela segurança da Unidade.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, inclusive, um superior.
É crime subsidiário, se houver violência contra a sentinela, configura o crime previsto no art. 158.
Só para registro, se o sujeito ativo for civil ou militar federal e a sentinela for militar estadual, inexiste o
crime, prevalecendo o tipo penal previsto no art. 330 do CP.
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Crimes contra a autoridade e Disciplina
Militar
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Art. 171 - Uso indevido por militar de uniforme, distintivo ou insígnia (propriamente militar)
O crime se refere ao militar que se apresenta indevidamente fardado, em posto ou graduação superior à
sua, afrontando os pilares da disciplina e hierarquia.
São os casos em que um Sd PM fardado utiliza divisa de sargento ou o Ten PM fardado utiliza estrela de
Capitão, etc.
Quando a norma fala sobre uniforme, considere a farda e aqueles uniformes não interpretados como farda,
por exemplo o agasalho de Educação Física. O que deve ter em mente é que no uniforme existem características
que diferenciam os postos e graduações, que são as insígnias (indicadores do posto ou graduação) e distintivos
(indicadores de cursos relacionados ao posto ou graduação, como distintivo do curso do CFO).
É crime de mera conduta, basta usar dolosamente.
É crime subsidiário, podendo ser absorvido pelo estelionato (art. 251).
Art. 172 - Usar, indevidamente, uniforme, distintivo ou insígnia militar a que não tenha direito
(impropriamente militar)
No crime anterior, somente o militar que usa uniforme, distintivo ou insígnia de posto ou graduação
superior, pratica aquele crime. Aqui, o crime é pratricado por qualquer pessoa que não tenha direito ao uso do
uniforme, distintivo ou insígnia militares.
Portanto, são exemplos: um militar PM usa uma farda de BM, um Cap PM usa insígnia de Ten PM na sua
farda, um civil utiliza fardamento das forças armadas; um Sd PM usa um uniforme de militar das forças armadas,
ainda, que seja com insígnia de Cb PM.
Cita-se, que nem mesmo o militar inativo tem direito a usar farda se não for devidamente autorizado,
conforme súmula n. 57 do STF: “Militar inativo não tem direito ao uso do uniforme, fora dos casos previstos em lei
ou regulamento”.
Só para registro, se o civil ou militar das forças armadas utilizar farda da PM, inexiste o delito, e a conduta
se amoldará à contravenção penal prevista no art. 46 da LCP.
Além de ser propriamente militar, somente o Oficial pode praticá-lo (crime próprio), pois, a pena prevista é
a suspensão do posto.
Trata-se de abuso de autoridade, sendo esta mal exercida pelo superior para disciplinar os subordinados.
É crime subsidiário, sendo absorvido, por exemplo, pelo crime de sequestro ou cárcere privado (art. 225).
O delito pode ser cometido de duas formas. Na primeira o superior usa rigor não permitido nos
regulamentos ao punir o subordinado. É o caso de recolhê-lo à prisão, deixando-o sem alimento para tornar o
castigo mais severo. Na Segunda, ao aplicar punição verbal ou escrita, o superior usa palavras ofensivas ao
subordinado, incluindo-se a ofensa por meio de gestos.
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Crimes contra a autoridade e Disciplina
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A ofensa aviltante, que se constituiria em injúria real (CPM, art. 217) é aqui apenada com mais severidade,
em função da tutela necessária à civilidade, parte da Educação Militar e de interesse vital para a disciplina
consciente.
Aplica-se aqui os mesmos comentários do artigo anterior em relação á lesão corporal ou morte.
Como existe certa semelhança entre os crimes previstos nos arts. 174, 175 e 176, apresenta-se aqui
algumas diferenças:
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