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Concurso para a ABIN 2018
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Embora o nível de urbanização seja diferente nas diversas regiões do globo –
de forma geral, foi a partir da Revolução Industrial que a urbanização mundial se
intensificou (conforme gráfico acima [fonte]). Isto ocorreu a partir do século XVIII,
com o surgimento do capitalismo moderno e das novas formas de produção de
trabalho, como o sistema fordista. Ao contrário da atividade rural, que é naturalmente
dispersa, a atividade industrial foi concentrada em poucas partes do território, o
que provocou migrações (êxodo rural) e a consequente aglomeração de operários
e suas famílias, formando vilas e cidades. Amparados pela estrutura urbana, os
trabalhadores passaram a contar, cada vez mais, com o auxílio de sistemas técnicos
– em especial à saúde – acarretando na diminuição das taxas de mortalidade e
natalidade, e no consequente aumento da urbanização.
Podemos perceber, de acordo com o gráfico, que industrialização,
urbanização, e demografia são três fatores inseparáveis: historicamente,
revoluções industriais vêm acompanhadas de urbanização e de consequente
explosão demográfica. Isto ocorreu, em um primeiro momento, entre os séculos XVIII
e XIX, em cidades europeias, (especialmente inglesas, alemãs e francesas) e
posteriormente, nos séculos XIX e XX, em cidades dos Estados Unidos e do Japão.
No Brasil, este fenômeno foi ocorrer nas grandes cidades a partir do século XX, mais
especificamente entre os anos 1930 e 1970. Atualmente, embora haja uma tendência
de desmetropolização e desindustrialização das grandes aglomerações urbanas,
conforme veremos adiante, as pequenas e médias cidades estão se industrializando
e urbanizando, repetindo tal ciclo histórico. O mapa abaixo ilustra a urbanização
mundial contemporânea:
Porcentagem de urbanização mundial – 2014
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Pequim (CHI), Mumbai (Índia), Dhaka (Bangladesh), Karachi (Paquistão), Seul
(Coréia do Sul), Tóquio e Osaka (Japão), Manila (Filipinas) e Jacarta (Indonésia),
todas com mais de dez milhões de habitantes. Conforme mapa abaixo:
Localização das megacidades – 2014
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15 Istambul, Turquia 14.164 Ásia 30 Lima, Peru 9.897 América L.
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As discrepâncias de crescimento urbano entre as regiões mais e menos
desenvolvidas do globo deve-se principalmente aos distintos estágios de transição
demográfica que as regiões do globo estão passando. Devemos lembrar que no
geral, enquanto os países europeus e norte-americanos já estão entre a quarta e a
quinta fase de transição, caracterizadas pela estabilização e pela diminuição da
população; as regiões mais pobres ainda estão passando pela segunda ou terceira
fase, caracterizadas pelo alto crescimento demográfico. Estas dinâmicas
populacionais refletem diretamente na velocidade e na intensidade da urbanização
destes países. Fiquem tranquilos, pois veremos detalhadamente este assunto em
momento oportuno. Para esta aula, por enquanto, fiquem com um quadro introdutório
sobre o assunto:
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Considerando os dados da ONU (gráfico abaixo) no século XXI, a urbanização
deverá ser mais intensa em países emergentes como China e Índia. A indiana
Déli terá mais de 35 milhões de habitantes em 2030 – em 1990 eram apenas 10
milhões. Já Mumbai (também na Índia), que em 1990 tinha menos de 15 milhões de
habitantes, deverá ter entre 25 e 30 milhões em 2030. Do mesmo modo, as
aglomerações urbanas Shangai e Pequim (China) deverão ter por volta de 25 a 30
milhões de habitantes cada. Tóquio, no Japão, deverá permanecer a maior cidade do
mundo com 37 milhões de habitantes. No entanto, como o país passa por
encolhimento demográfico (quinta fase de transição), as metrópoles japonesas de
Tóquio e Osaka deverão ter suas populações diminuídas.
Na América Latina, a
urbanização deverá ser
menos intensa, porém, as
manchas urbanas continuarão a
crescer. Destaca-se, neste
caso, as metrópoles de São
Paulo (a maior do Brasil), e da
Cidade do México (México).
Independentemente da
região do globo, o crescimento
urbano deverá ser mais
intenso em cidades médias:
de acordo com a ONU, cerca de
metade dos habitantes urbanos
do mundo residem em cidades
relativamente pequenas de
menos de 500.000 habitantes;
enquanto isso, apenas cerca de
um em cada oito vivem nas 28 megacidades com mais de 10 milhões de habitantes.
Devido ao baixo grau de saturação, estas aglomerações de porte médio fornecem
maior potencial de expansão.
No entanto, se ocorrida sem o
devido planejamento, como ocorreu
no Brasil principalmente entre os
anos 1960 e 1990, a urbanização dos
países asiáticos e africanos poderá
acirrar problemas sociais já
existentes como a favelização, a
exclusão social, o desemprego, a
violência, e a carência
habitacional, bem como a saturação
de equipamentos públicos
destinados à saúde, à educação, e ao
abastecimento de água.
No contexto atual, mais de
Favela em Mumbai, Índia. No século XXI, países 60% dos africanos vivem em favelas
pobres e emergentes deverão liderar o sem instalações sanitárias próprias,
crescimento urbano, o que demandará grandes segurança e número suficiente de
desafios aos poderes públicos locais.
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cômodos. Em Serra Leoa, recordista mundial, 97% da população urbana vive em
barracos [fonte], situação que poderá se agravar no decorrer do século XXI. A
intensificação da urbanização também poderá causar impactos no meio físico como
a poluição dos rios e dos lençóis freáticos destinados ao abastecimento –
ocasionada pelo despejo de esgoto e lixo –, e a poluição do ar provocada por fontes
emissoras como automóveis e indústrias. A tabela abaixo sintetiza alguns dos
principais problemas ambientais agravados ou causados pela urbanização.
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1.2. Histórico e contextualização da urbanização brasileira
Assim como os demais países da América, o Brasil é altamente urbanizado.
De acordo com o Censo Demográfico de 2010, 84% da população brasileira é
urbana: dos 191 milhões de habitantes, 161 vivem nesta condição. Segundo o Censo,
a região Sudeste é a mais urbanizada do Brasil, apresentando um grau de
urbanização de 92,9%, seguida pelas regiões Centro-Oeste (88,8%) e Sul (84,9%).
Por outro lado, as regiões Norte (73,5%) e Nordeste (73,1%) têm mais de 1/4 dos
seus habitantes vivendo em áreas rurais: estados como Maranhão (63,1%), Piauí
(65,8%) e Pará (68,5%) apresentam índices de urbanização abaixo de 70% [fonte].
Deste modo, a distribuição da urbanização brasileira possui grandes
desigualdades. São Paulo, a maior cidade do país, com 12 milhões de habitantes,
possui aproximadamente o dobro da segunda colocada, Rio de Janeiro, que possui
seis milhões de habitantes. Brasília (DF), capital nacional, cuja urbanização se deu
após sua inauguração em 1960, possui quase três milhões de habitantes.
Contraditoriamente, quase o mesmo número de Salvador (BA), cidade com mais de
quatrocentos anos de história e primeira capital do Brasil. O gráfico abaixo mostra as
maiores cidades do Brasil, de acordo com o IBGE [fonte]:
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Entretanto, não é possível
entender estes números sem
considerar os aspectos históricos
que o Brasil passou. Primeiramente,
somente entre as décadas de 1960
e 1970 que o Brasil tornou-se
maioria urbana – conforme gráfico
ao lado, elaborado com dados dos
Censos Demográficos do IBGE. Em
trinta anos, entre 1970 e 2000, a
população urbana saltou de
aproximadamente 60% para mais de
80% do total; sendo a década de
maior crescimento entre 1970 e
1980.
Historicamente, deve-se lembrar que desde o período colonial, a ocupação do
território ocorreu principalmente nas proximidades do litoral. Conforme vimos na
aula anterior, a Zona da Mata nordestina – que ao contrário do sertão, possui clima
úmido e solo fértil – foi a primeira a se desenvolver, primeiramente com a extração de
pau-brasil (século XVI) e, posteriormente, com a introdução da cana-de-açúcar
(século XVI à atualidade). Não por acaso, cidades da Planície Costeira como Salvador
(BA), Fortaleza (CE), Recife (PE), e Maceió (AL) ainda hoje figuram como as maiores
do Brasil. Enquanto isso, o interior nordestino se desenvolveu principalmente devido
à produção de gado e gêneros alimentícios, fornecidos à economia pujante da
Zona da Mata. Não por acaso, Teresina (PI) é a única capital da região nordeste que
não possui litoral.
Mapa de Urbanização do Brasil – 2010
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Posteriormente, com a descoberta do ouro em Minas Gerais (século XVII), e
com o início do cultivo de café nos planaltos Atlântico e Meridional (Rio de Janeiro e
São Paulo), o eixo geoeconômico se deslocou para o centro-sul. A exploração
aurífera foi responsável pela urbanização de cidades como Ouro Preto (MG) (que
passou a ser a principal cidade do Brasil) Mariana (MG), Tiradentes (MG) e
Congonhas (MG). O escoamento da produção aurífera para os litorais paulista e
fluminense demandava longas viagens realizadas pela Estrada Real, o que favoreceu
a urbanização das áreas circunvizinhas ao percurso. No século XVIII, com o
crescimento da região sudeste, Rio de Janeiro tornou-se a capital do Brasil.
Quase no mesmo período – mais
especificamente entre os séculos XVII e
XVIII, a região sul recebeu grande afluxo
de imigrantes europeus, principalmente
alemães, italianos e poloneses. Outrora
ocupada por jesuítas, portugueses, e
tropeiros, o sul do país recebeu novos
padrões agrícolas, arquitetônicos e
culturais. Os solos férteis de
derramamentos basálticos possibilitaram
uma grande expressividade agrícola,
especialmente no que tange aos produtos
para consumo local, além da produção de
vinhos. No século XX, tiveram destaques
produtos como o café – introduzido na São Paulo no início do século XX:
região na década de 1940, e a soja – urbanização graças ao café e à indústria.
introduzida na década de 1960. Ao contrário Hoje, é a principal cidade do país.
do que ocorreu na região nordeste, a ocupação da região sul foi destinada à
colonização, e não à exportação de commodities em larga escala. Deste modo, o
interior da região é dotado de importantes cidades como por exemplo, Maringá,
Londrina e Cascavel (PR); Chapecó (SC), ou Santa Maria (RS). Posteriormente, no
século XX, o setor industrial desenvolveu-se bastante na região, atraindo ainda mais
as populações para as médias cidades do interior. Atualmente, a região sul é a
segunda mais industrializada do país.
Durante grande parte dos séculos XVIII, XIX e XX, o café paulista foi o principal
produto de exportação brasileiro (ainda hoje, somos o maior produtor mundial). A
acumulação de capital proveniente deste cultivo possibilitou a construção de objetos
técnicos como armazéns, ferrovias, redes de telégrafos, comércios e redes bancárias.
Com a crise do café (1929) o governo brasileiro estimulou a industrialização e a
substituição de importações. Deste modo, a região sudeste, que no século XIX já
havia se urbanizado por conta do café; no século XX, se urbanizou graças à
industrialização.
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Tais problemas levam à formação de “movimentos sociais” urbanos como o
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que reivindicam uma ampla
reforma urbana; isto é, o acesso mais igualitário à habitação de qualidade,
principalmente para os que residem em áreas de risco ou em condição de rua.
Pautada principalmente na invasão de imóveis, a atuação do MTST costuma ser
bastante polêmica, o que faz com que acirrem-se as discussões sobre os conflitantes
direitos à propriedade privada e ao usufruto da cidade.
Vale ressaltar, no entanto, que a
“reforma urbana”, dependendo do modo
que é realizada, acentua ainda mais as
desigualdades socioespaciais. Quando
uma determinada área, de baixo valor
imobiliário, recebe equipamentos
circunvizinhança como por exemplo,
estações de metrô, shoppings centers, ou
unidades culturais, o seu valor aumenta, o
que acaba expulsando as populações que
nela residem, que impossibilitadas de
arcarem com custos (aluguéis, impostos,
etc), acabam indo para regiões mais
baratas e/ou periféricas. Este fenômeno é
Favela do Vidigal (Rio de Janeiro): a
gentrificação expulsa a população
conhecido como gentrificação, ou seja, a
tradicional, atraindo moradores de renda expulsão da população local pelo aumento
i l do valor dos imóveis.
Devido a estes problemas, o espaço urbano é moldado por conflitos entre
diferentes atores. Conforme analisa Roberto Lobato Correa, estes atores são: os
proprietários dos meios de produção, os proprietários fundiários, promotores
imobiliários, o estado, e os grupos sociais excluídos.
Promotores imobiliários
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1.3. Caracterizando a rede de cidades no Brasil
O entendimento do contexto urbano vai muito além dos aspectos locais. Para
compreendê-lo, é preciso estudar não somente o cenário intraurbano, mas o
relacionamento entre as cidades; cada qual possuindo um determinado papel
nos sistemas urbanos regional, nacional e mundial. Sobretudo em um mundo
globalizado, pautado pela divisão internacional do trabalho, e pela especialização dos
territórios, o entendimento destas redes é fundamental para a correta compreensão
do espaço urbano. Levando em consideração esta porosidade, fatores externos ao
ambiente urbano local de ordem populacional, econômica, tecnológica, politica,
cultural, ambiental, entre outros, podem alterar significativamente o espaço urbano.
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Os centros de gestão do território são assim definidos quando há uma grande
diversidade de órgãos do Estado e sedes de empresas, a partir das quais são
tomadas decisões que afetam direta ou indiretamente um dado espaço. Há, portanto,
uma hierarquia entre as cidades de acordo com seu grau de polarização.
A fim de delimitar e analisar estas regiões de influência, especificamente os
pontos do território onde são emitidas as decisões políticas e econômicas, o IBGE
publicou o estudo Regiões de Influência das Cidades (REGIC) (2007), analisando
a conexão entre os centros urbanos de acordo com os seguintes aspectos: gestão
federal e gestão empresarial, equipamentos e serviços; comércio e serviços;
instituições financeiras; ensino superior; saúde; internet; redes de televisão aberta; e
conexões aéreas. De acordo com estes critérios, as cidades brasileiras podem ser
classificadas em ordem decrescente de importância, sendo: Metrópoles (grande
metrópole nacional, metrópole nacional, e demais metrópoles); Capitais Regionais
(capital regional A, capital regional B, e capital regional C); Centros Sub-regionais
(centro sub-regional A, e centro sub-regional B); Centro de Zona (centro de zona A,
e centro de zona B), e Centro Local.
1 - Metrópoles
São os 12 principais centros urbanos do País, que caracterizam-se por seu grande porte,
por fortes relacionamentos entre si, e por extensa área de influência direta.
Grande
São Paulo, o maior conjunto urbano do País, com 21 milhões de
metrópole
habitantes (dados de 2016) e alocado no primeiro nível da gestão territorial
nacional
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2 - Capitais Regionais
Integram este nível 70 centros que, como as metrópoles, também se relacionam com o
estrato superior da rede urbana. Com capacidade de gestão no nível imediatamente
inferior ao das metrópoles, têm área de influência de âmbito regional, sendo referidas
como destino, para um conjunto de atividades, por grande número de municípios.
Capital
11 cidades, com medianas de 955 mil habitantes e 487 relacionamentos
regional A1
Capital
20 cidades, com medianas de 435 mil habitantes e 406 relacionamentos
regional B
Capital
39 cidades, com medianas de 250 mil habitantes e 162 relacionamentos
regional C
1
Não é necessário saber detalhadamente d A B C I
de polaridade de cada categoria.
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As capitais regionais, conforme o nome sugere, são cidades que exercem
polarização regional em nível abaixo das metrópoles; como por exemplo, as demais
regiões metropolitanas e as grandes cidades do interior. Entre alguns exemplos estão
Campinas (SP), Campo Grande (MS), Juiz de Fora (MG), Santos (SP), São José dos
Campos (SP), Ribeirão Preto (SP), Porto Velho (RO), Uberlândia (MG)
3 - Centros Sub-Regionais
Integram este nível 169 centros com atividades de gestão menos complexas, têm área
de atuação mai reduzida, e eu relacionamento com centro externo à ua própria rede
dão-se, em geral, apenas com as três metrópoles nacionais.
4 - Centros de Zona
Nível formado por 556 cidades de menor porte e com atuação restrita à sua área
imediata; exercem funções de gestão elementares.
5 – Centros Locais
As demais 4.473 cidades cuja centralidade e atuação não extrapolam os limites do seu
município, servindo apenas aos seus habitantes, têm população dominantemente
inferior a 10 mil habitantes (mediana de 8 133 habitantes).
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Grande, as redes de cidades são menos expressivas no interior do país, onde os
sistemas técnicos de transporte e comunicação são mais escassos.
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RM Vale do Rio Cuiabá 726.220 833.766 15%
RM Curitiba 2.813.237 3.223.836 15%
RM Salvador 3.120.303 3.573.973 15%
RM Vale do Paraíba e Litoral
1.992.110 2.264.594 14%
Norte
RM Baixada Santista 1.476.820 1.664.136 13%
Brasil 169.798.885 190.755.799 12%
RM Belo Horizonte 4.357.942 4.883.970 12%
RM Recife 3.337.548 3.690.547 11%
RM São Paulo 17.878.812 19.683.975 10%
RM Rio de Janeiro 10.964.296 11.945.976 9%
RM Porto Alegre 3.782.651 4.031.688 7%
Os dados evidenciam que apesar da população de São Paulo estar se
elevando em ritmo mais lento que a média nacional, outras regiões metropolitanas
paulistas como Campinas, Vale do Par ba e Baixada Santista cresceram acima da
média brasileira, o que sugere que a população paulistana está se deslocando
para as demais cidades do interior do estado; e que também, dada a ampla
desconcentração industrial metropolitana, regiões como Vale do Paraíba e Campinas
estão se industrializando cada vez mais.
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e Serra Pelada (PA) (esta última, bastante intensa nos anos 1980 e 1990), a região
norte também apresentou crescimento demográfico expressivo nas últimas décadas.
Já na região nordeste, além dos recentes programas sociais, podemos destacar a
infraestrutura da Zona da Mata, tais como as áreas industriais e portuárias de Pecém
(CE) e Suape (PE), que ajudam a dinamizar a economia regional. Além disso, deve-
se salientar que nos últimos anos, a indústria automobilística – outrora concentrada
nas metrópoles paulista e fluminense – está se dirigindo ao interior. Exemplos desta
dinâmica são a instalação da Ford em Camaçari (BA), da Peugeot em Porto Real
(RJ), da Fiat em Betim (MG), e da Toyota em Indaiatuba (SP).
Por fim, outro fator a ser considerado nesta desconcentração é a expansão
da indústria petroleira, que ajudou a dinamizar as cidades litorâneas médias.
Alavancada pelo pré-sal e pelos investimentos no setor, cidades como Campos dos
Goytacazes (RJ), Macaé (RJ), e Duque de Caxias (RJ) já figuram entre os maiores
PIBs nacionais (tabela abaixo). Cidades como Ilha Comprida (SP), Ilhabela (SP), e
Presidente Kennedy (ES) – esta última, apresentando maior IDH do Brasil – também
beneficiaram-se da expansão petrolífera no país, principalmente com a política de
distribuição de royalties. A tabela abaixo compara o PIB dos municípios com o total
nacional aproximado (2013) [fonte]:
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Cidade-
Cidade ou aglomeração urbana que exerce influência mundial. Não
global ou
necessariamente tem a ver com os processos de conurbação ou
cidade-
metropolização, mas sim, ao raio de influência de uma cidade.
mundial
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As áreas de entorno, no entanto, se diferem em relação às centrais.
Primeiramente, como nestas regiões o valor dos imóveis é mais barato, o nível
socioeconômico costuma ser menor – com exceção dos condomínios fechados estilo
“Alphaville” destinados ao público de alta renda (autossegregação). Além disso, salvo
os ramos industriais e agropecuários que costumam se concentrar fora das grandes
cidades, o maior dinamismo econômico encontra-se nas cidades centrais das
conurbações, que neste caso, geram maiores quantidades de empregos, provocando
o deslocamento diário dos habitantes das áreas-satélite. O transporte diário ou
temporário (como por exemplo, o caso dos bóias-frias) de trabalhadores de cidades-
dormitório ou de bairros-dormitório para seus empregos é chamado de migração
pendular. Estes fluxos correspondem à principal causa de congestionamentos das
grandes cidades: pesquisas apontam que nas periferias urbanas, o tempo gasto até
o trabalho é até 163% maior [fonte].
Neste contexto, as diferenças de renda nas áreas urbanas provocam o que os
geógrafos chamam de segregação residencial. Trata-se da separação intencional
das áreas residenciais por faixa de renda; fenômeno este, que acentua as
desigualdades no espaço urbano. Normalmente, as regiões de alta renda concentram
as melhores ofertas de serviços e infraestrutura urbana, porém, as de baixa renda,
sofrem de mazelas já conhecidas como falta de equipamentos públicos. Enquanto as
classes alta e média-alta se isolam em condomínios fechados e edifícios de alto
padrão (autossegregação); as classes sociais menos favorecidas, sem capital de
investimento, são obrigadas a ocuparem as periferias (segregação por imposição).
Quando os próprios atores urbanos favorecem esta dinâmica, sendo pela construção
de conjuntos habitacionais induzidas pelo estado, ou pela venda de loteamentos de
baixo custo proporcionadas pela iniciativa privada, ocorre a segregação induzida.
Segregação residencial
Tipo de
Renda Características
segregação
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A demografia das metrópoles brasileiras normalmente acompanha o eixo
centro-sul: as três metrópoles mais populosas do Brasil estão na região sudeste.
É o caso da Região Metropolitana de São Paulo, que abriga mais de 20% da
população do Brasil, e do Rio de Janeiro, que possui 12 milhões de habitantes,
seguido da Região Metropolitana de Belo Horizonte, com quase 6 milhões. Além de
abrigarem maior contingente populacional, as metrópoles do sudeste concentram
os principais centros de gestão do território: de acordo com o REGIC/IBGE, das
1.124 maiores empresas do Brasil, 365 estão sediadas em São Paulo; e 118, no Rio
de Janeiro.
Regiões metropolitanas mais populosas do Brasil - 2016
Nº Metrópole População População
1 São Paulo (SP) 21.242.939 11 Manaus (AM) 2.568.817
2 Rio de Janeiro (RJ) 12.330.186 12 Vale do Paraíba (SP) 2.475.879
3 Belo Horizonte (MG) 5.873.841 13 Goiânia (GO) 2.458.504
4 Brasília (DF) 4.291.577 14 Belém (PA) 2.422.481
5 Porto Alegre (RS) 4.282.410 15 Sorocaba (SP) 2.066.986
6 Fortaleza (CE) 4.019.213 16 Vitória (ES) 1.934.983
7 Salvador (BA) 3.984.583 17 Baixada Santista (SP) 1.813.033
8 Recife (PE) 3.940.456 18 Ribeirão Preto (SP) 1.662.645
9 Curitiba (PR) 3.537.894 19 Natal (RN) 1.577.072
10 Campinas (SP) 3.131.528 20 São Luís (MA) 1.526.213
Interessante notar que maior população não necessariamente implica em
maior relevância ou área de influência: Belo Horizonte, simplesmente classificada
pelo IBGE como “metrópole”, tem população superior à Brasília, classificada como
“metrópole nacional”; categoria esta, de maior importância.
Embora sejam altamente populosas e influentes, as metrópoles possuem
profundas contradições urbanas. A metrópole do Rio de Janeiro, por exemplo
apesar de apresentar renda mais elevada em Niterói e nos bairros cariocas litorâneos
meridionais, apresenta um grande anel periférico, caracterizado pela baixa renda,
pela carência de infraestrutura, e por problemas urbanos como violência e
desemprego [fonte].
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Se as cidades de uma metrópole
interagem entre si, é correto dizer que as
metrópoles também possuem graus de
conexão externa, seja esta, econômica,
política ou cultural, formando áreas ainda
maiores. Sendo assim, o conjunto de várias
metrópoles é denominado megalópole. No
Brasil, há uma megalópole em formação entre
São Paulo e Rio de Janeiro – as duas maiores
metrópoles do país. Trata-se da junção das
metrópoles de São Paulo (RMSP), de
Campinas (RMC), da Baixada Santista
(RMBS), e do Rio de Janeiro (RMRJ),
formando uma área relativamente contínua,
expressão máxima do meio técnico-científico-
informacional, ligada por rodovias como a
Presidente Dutra (BR-116) e as vias
Bandeirantes e Anhanguera, além de um
grande cinturão de indústrias, universidades,
e objetos de reprodução do capital.
Recentemente, com a criação das regiões
metropolitanas do Vale do Paraíba (área
entre São Paulo e Rio de Janeiro,
estabelecida em 2012) e de Ribeirão Preto (a A Megalópole europeia, ou "Banana
norte de Campinas, estabelecida em 2016), o Azul", concentra as principais cidades do
potencial de interconexão da megalópole SP- continente.
RJ poderá ser potencializado.
Megalópole em formação entre São Paulo e Rio de Janeiro: região é a expressão máxima
do meio técnico-científico-informacional no Brasil.
Apesar de ser um fenômeno relativamente novo no Brasil, a formação de
megalópoles é uma tendência do mundo desenvolvido. Entre as principais, destaca-
se a Megalópole Japonesa (metrópoles de Tóquio, Kawasaki, Nagoya, Kyoto,
Nagasaki e Osaka), e a da Costa Leste dos Estados Unidos, abrangendo as
metrópoles de Boston, Nova York, Philadelhia e Washington. Na Europa, destaca-se
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a Megalópole Europeia, área apelidada de “Banana Azul”. Trata-se de um imenso
corredor urbano abrangendo países como Inglaterra, Bélgica, França, Luxemburgo,
Alemanha, Suíça, e Itália, onde concentra-se a maior parte da população do velho
continente.
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metrópoles como Paris, Pequim ou Tóquio. São Paulo é a única cidade brasileira
nas categorias tipo “Alpha”. Entretanto, o estudo cita outras cidades brasileiras em
categorias abaixo como: Rio de Janeiro (Beta-); Porto Alegre e Curitiba (High
Sufficiency), e Belo Horizonte, Brasília, Recife, Campinas, Salvador, e Goiânia
(Sufficiency). Estas duas últimas categorias, não constituem cidades globais, mas
sim, polos regionais ou nacionais. A publicação também mapeou estas aglomerações
urbanas, conforme o mapa abaixo:
Mapa das cidades globais (2016)
Nota-se que a maior parte das cidades globais está localizada em três áreas:
América do Norte, Europa, e Leste da Ásia, por onde saem as principais decisões
financeiras, culturais, e políticas que influenciam o planeta. A América Latina possui
apenas quatro cidades nas subcategorias “Alpha”, sendo: São Paulo (Brasil), Buenos
Aires (Argentina), Cidade do México (México) e Santigo (Chile). Apesar de sua
imensidão territorial, o continente africano apenas está representado por
Johannesburgo (África do Sul).
Cidade ou
Área urbana, que pode ultrapassar ou não o município
Aglomeração urbana
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7 Canadá 1042,3 2011 17 Polônia 412,0 2012
8 França 1028,4 2010 18 Reino Unido 394,4 2009
9 Austrália 823,2 2011 19 Turquia 385,8 2012
# África do Sul 747,0 2014 20 México 377,7 2012
Líder absoluto, os Estados Unidos – maior potência econômica global –
possui mais de 6,5 milhões de quilômetros de rodovias, o equivalente a mais de 100
vezes a circunferência da Terra. Surpreendentemente, os emergentes Índia, China
e Brasil ocupam as posições subsequentes, seguida da Rússia, que ocupa o quinto
lugar. Tratam-se de países de economia diversificada e grande extensão territorial.
No entanto, países como Japão, França, Espanha, Alemanha e Suécia – que
figuram entre as maiores malhas rodoviárias do mundo – também possuem territórios
pouco extensos. Há, neste caso, uma grande densidade de infraestrutura rodoviária.
No Brasil, a matriz de
transporte é predominantemente
rodoviária, com esta modalidade
correspondendo a cerca de 96,2% da
matriz de transporte de passageiros e
a 61,8% da matriz de transporte de
cargas; sendo elemento fundamental
nas cadeias produtivas, unindo
mercados e promovendo a integração
de regiões e estados [fonte]. No
entanto, apesar de ser o quarto pais
com maior malha rodoviária, o Brasil
carece de infraestrutura adequada:
dados da CNT indicam que dos
1.610.076 km de rodovias no país,
apenas 12% possui pavimentação.
O índice de pavimentação é de 79,7%
para as rodovias federais, de 49,6%
para as estaduais e de apenas 1,7% Principais rodovias do Brasil. Trata-se do principal
para as municipais, o que evidencia modal de transporte do país.
uma grande desigualdade logística
no território nacional [fonte].
No Brasil, as primeiras estradas surgiram no século XIX, impulsionadas pela
necessidade de escoamento dos produtos e pelo aumento do intercâmbio entre as
localidades, o que exigia a abertura de rotas mais modernas. No entanto, a primeira
rodovia pavimentada surgiu somente no início do século XX, mais especificamente
em 1928, ligando Rio de Janeiro (RJ) a Petrópolis (RJ), ficando conhecida como
Rodovia Washington Luiz. A partir dos anos 1950, com a chegada da indústria
automobilística, e com a consequente implementação de políticas públicas
rodoviaristas, houveram maciços investimos no que tange a construção de estradas
e a aquisição de automóveis pela população. A partir desta época, o modal rodoviário
passou a predominar no transporte do Brasil: oferecendo capilaridade, rapidez e
agilidade, possibilitou que locais distantes fossem integradas à economia nacional e
regional. [fonte].
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O mapa abaixo, elaborado pela CNT [fonte], sintetiza as principais rodovias
brasileiras. Neste, é possível notar que a malha viária acompanha o eixo
geoeconômico do centro-sul, em destaque às regiões sudeste e sul, além dos
arredores do Distrito Federal. Enquanto São Paulo, Paraná, e Goiás apresentam
densas malhas rodoviárias, estados como Amazonas, Pará, e Acre dependem mais
do transporte hidroviário, o que veremos mais à frente.
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É possível notar que ambos os rankings são compostos por países de grande
extensão territorial, onde o modal ferroviário é mais vantajoso. Não por acaso,
mais de 80% do transporte da Rússia, maior território do mundo, é protagonizado por
ferrovias. De fato, conforme gráfico abaixo elaborado pela CNT, quanto maior a
distância percorrida, maior a vantagem comparativa do transporte ferroviário.
No geral, enquanto caminhões são competitivos para o transporte de produtos leves
em pequenas distâncias, as ferrovias são mais eficientes no transporte de cargas
pesadas em longas distâncias. Além disso, quanto mais pesada é a carga, maior a
vantagem relativa do sistema ferroviário. [fonte].
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No Brasil, devido à carência de infraestrutura à condições de segurança– além
das vantagens do gráfico acima – as ferrovias são utilizadas principalmente para
transporte de commodities e produtos de baixo valor agregado; especialmente
minério de ferro, que de acordo com a Confederação Nacional do Transporte, é
responsável por aproximadamente três quartos (73,9%) do fluxo total de cargas
ferroviárias no país; além de: soja (5,18%), milho (3,79%), produtos de siderurgia
(2,94%), farelo de soja (2,25%), granéis minerais (2,14%), combustíveis e derivados
(2,11%) açúcar (2,01%) e outras matérias primas [fonte].
No entanto, nem sempre as ferrovias
constituíram transporte secundário: entre a
segunda metade do século XIX e a primeira
metade do século XX, quando as primeiras
ferrovias foram construídas, estas
correspondiam o principal meio de
transporte de cargas e passageiros no
Brasil. Nesta época, no auge dos ciclos do
café e da borracha, o Brasil era um país
agrário-exportador. As ferrovias supriram
as necessidades logísticas do momento,
servindo, principalmente, para escoar a
produção de matérias primas do interior do
Brasil para os portos. São deste período,
por exemplo, a construção das ferrovias
Trem da ALL, a maior concessionária do São Paulo Railway Company (1867),
Brasil. Após anos de crise, o setor está em
E.F.D. Pedro II (Central do Brasil) (1858) e
expansão.
da Madeira Mamoré (1911).
Num segundo momento, depois do boom cafeeiro, a industrialização do país
iniciada no século XIX e intensificada a partir dos anos 30 do século XX, aproveitou
as estruturas ferroviárias existentes para o transporte de produtos industrializados.
Não por acaso, as primeiras áreas industriais de cidades como São Paulo e Rio de
Janeiro situam-se justamente próximo às malhas ferroviárias.
A partir da segunda metade do século XX, a intensificação do uso do
automóvel reduziu a importância do modal ferroviário. Ao mesmo tempo em que
aumentava-se exponencialmente o ritmo de construção de estradas de rodagem,
estagnava-se ou diminuía-se a frequência de manutenção das ferrovias. Depois do
desenvolvimentismo dos anos 1950, o modal ferroviário passou por um
sistemático processo de sucateamento; ganhando novo fôlego somente com as
concessões realizadas no final dos anos 1990, tais como a da Companhia Ferroviária
do Nordeste S.A. (1997), da Ferroviária Centro-Atlântica S.A (1996), da MRS
Logística S.A (1996), entre outras. Após um longo período de estagnação,
atualmente, o setor ferroviário brasileiro está em nova fase de expansão:
somente entre 1997 e 2012, governos e empresas privadas investiram mais de 40
bilhões no setor. [fonte]. O mapa abaixo evidencia as principais ferrovias do Brasil:
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Mapa de fluxos aeroviários globais. Movimentação é mais intensa nos Estados Unidos, na
Europa Ocidental, no Japão e no sudeste asiático.
Importante notar que os principais fluxos aeroviários do mundo
acompanham as potências globais, sendo mais intensos no hemisfério norte entre
Estados Unidos, Europa Ocidental, Japão, China, e sudeste asiático. Na América do
Sul, os maiores fluxos estão na região sudeste do Brasil e nas imediações do Oceano
Pacífico em países como Chile e Peru [fonte]
Já no Brasil, de acordo com Atlas da CNT, os principais centros em volume
de passageiros transportados são, pela ordem: São Paulo, Rio de Janeiro,
Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza e
Manaus. Em volume de cargas, destacam-se São Paulo, (incluindo-se o aeroporto de
Viracopos, em Campinas, o 1º do país em carga aérea), Rio de Janeiro, Manaus,
Brasília e Belo Horizonte [fonte]. Corroborando estas constatações da CNT, a Infraero
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rodoviária nestes estados, e
também devido à topografia plana
destes rios, cuja navegabilidade
não depende (ou depende muito
pouco) de estruturas como eclusas,
que encarecem a navegação. Além
do Rio Amazonas e seus afluentes,
as principais bacias do país também
servem para navegação, tais como:
as bacias dos rios Paraguai e
Prata, Uruguai, Paraná, e Tietê nas
regiões sul, sudeste, e centro-oeste
do país; as bacias dos rios São
Francisco e Parnaíba na região
nordeste; as bacias dos rios
Tocantins e Araguaia, nas regiões
norte e nordeste; e a bacia do Rio
Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro.
Além dos transportes marítimo e fluvial, outra modalidade de transporte
aquaviário bastante utilizada no Brasil é a navegação de cabotagem; isto é, a
realizada entre portos de diferentes estados, em distâncias relativamente curtas.
Conforme o mapa a seguir:
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Apesar de 9,6% da matriz brasileira ser composta por esta modalidade
(número evidentemente incluído no percentual do transporte aquaviário), o Brasil,
reunindo inúmeras vantagens naturais, poderia expandir significativamente a
navegação de cabotagem: temos quase 8 mil quilômetros de costa, 80% da
população vivendo a menos de 200km do litoral, e forte concentração costeira dos
sistemas produtivo e consumidor [fonte]. Neste cenário, não faz muito sentido a
utilização maciça do transporte rodoviário que fazemos hoje. Para efeitos de
comparação, 37% do transporte da União Europeia e 48% do transporte chinês é
realizado pela navegação de cabotagem [fonte]. Atualmente, portanto, constitui uma
das formas mais promissoras de transporte para o futuro brasileiro.
ABIN/2008 (Cespe/UNB)
01) O padrão de rede urbana encontrado no país, hierarquizado segundo o
tamanho das cidades, espelha a integração e a articulação de todo o território
nacional.
Nem todo o território nacional está igualmente integrado e articulado, há diversos
vazios demográficos e áreas com menor grau de conexão.
Gabarito: Errado
ABIN/2008 (Cespe/UNB)
A distribuição espacial da indústria no Brasil tem passado por transformações em
decorrência da evolução das infra-estruturas de transporte e comunicação. Acerca
dessa dinâmica instaurada, julgue os próximos itens.
02) O Estado contribuiu para o processo em curso de descentralização da
produção industrial no território brasileiro por meio de políticas de
desenvolvimento regional, como, por exemplo, disponibilizando energia.
Conforme vimos na aula passada, durante quase todo o século XX, o Estado foi o
principal indutor do crescimento industrial no Brasil. Quando a questão fala sobre
“descentralização” está especificamente se referindo ao período pós anos 1970,
quando o Governo Militar estava investindo pesado em energia (vide hidrelétricas
de Itaipu e Tucuruí e usinas nucleares de Angra I e Angra II), e evidentemente, em
linhas de transmissão que pudessem distribuir a energia gerada.
Gabarito: Certo
03) Como consequência do processo de descentralização, os desequilíbrios
relativos à concentração de renda, em nível regional, cederam lugar à
integração territorial, que eliminou as disparidades.
Vou ser chato e falar de novo: cuidado com essas questões que possuem frases
impactantes como “eliminou as disparidades”. Vimos na aula passada e também na
aula de hoje, que o território brasileiro é profundamente desigual!
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Gabarito: Errado
04) Em conformidade com a descentralização industrial, observa-se a
ampliação dos mercados por meio do rompimento com as estruturas
agroexportadoras existentes no passado.
De fato, ocorreu a ampliação dos mercados, mas a estrutura agroexportadora se
manteve. Por “estrutura agroexportadora”, a questão refere-se ao modelo de
exploração vivido no Brasil desde o período colonial: modelo de plantation (grandes
latifúndios), desigualdade no acesso à terra, e concentração de renda no campo.
Modernizaram-se as relações, mas a estrutura social continuou desigual (fiquem
tranquilos pois veremos esse assunto com mais detalhes na aula que vem).
Gabarito: Errado
05) Uma das consequências da desconcentração espacial da indústria no
Brasil foi a aceleração do crescimento das metrópoles nacionais, o que
promoveu as invasões urbanas e a criação de periferias nas cidades.
As principais metrópoles nacionais cresceram por conta da imigração interna, e não
por conta da desconcentração industrial. A desconcentração industrial ajudou a
desenvolver as cidades médias, e não centros urbanos historicamente
consolidados como São Paulo e Rio de Janeiro.
Gabarito: Errado
ABIN/2004 (Cespe/UNB)
A Amazônia foi alvo de diversos planos e projetos de desenvolvimento. Diante do
papel assumido pela região nas últimas décadas, a visão do vazio populacional não
vigora mais. Acerca desse assunto, julgue os seguintes itens.
06) O processo de urbanização vivido na Amazônia nas últimas décadas
confirma o caráter modernizador das políticas territoriais levadas a efeito pelo
Estado, geradoras de intensos fluxos de mão-de-obra.
Principalmente durante o Governo Militar, o Estado procurou estimular o
desenvolvimento da Amazônia. Alguns exemplos deste projeto estão a construção
da Rodovia Transamazônica, da Hidrelétrica de Itaipu, da Zona Franca de Manaus,
e da implementação de colônias agrícolas. Todos estes, realizados entre as
décadas de 1960 e 1970. Estes incentivos provocaram grandes ondas de migração
para a região, oriundas de todas as regiões do Brasil.
Gabarito: Certo
07) Os rios sempre foram importantes eixos de penetração e de escoamento
da produção na Amazônia, mas perdem significado estratégico com o
desenvolvimento das rodovias na atual fase de exploração dos recursos da
região.
Não, ainda hoje os rios constituem a principal forma de transporte da Amazônia,
pois a estrutura rodoviária ainda é muito deficitária.
Gabarito: Errado
08) Apesar de fazer limite com diversos países, a Amazônia brasileira goza de
estabilidade e segurança em suas fronteiras com esses países. Contribui para
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essa segurança o maciço florestal, que constitui uma barreira natural à
invasão e à ocupação.
Muito pelo contrário, o maciço florestal – por apresentar dificuldades de
policiamento e monitoramento – facilita atividades criminosas como por exemplo,
contrabando, e tráfico de drogas e armas.
Gabarito: Errado
09) Diferentemente da região Norte, o Centro-Oeste esteve à margem do
processo de modernização da agricultura e do avanço da fronteira agrícola
no Brasil nas últimas décadas. A monocultura é, ainda, sua principal atividade
produtiva.
Ao contrário do afirmado na questão, o Centro-Oeste é a região que mais recebeu
investimentos em modernização agrícola nas últimas décadas. Não faz sentido
dizer que “esteve à margem” deste processo.
Gabarito: Errado
ABIN/2008 (Cespe/UNB)
10) O padrão de rede urbana encontrado no país, hierarquizado segundo o
tamanho das cidades, espelha a integração e a articulação de todo o território
nacional.
Nem todo o território nacional está igualmente integrado e articulado, há diversos
vazios demográficos e áreas com menor grau de conexão.
Gabarito: Errado
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17) Apesar de fazer limite com diversos países, a Amazônia brasileira goza de
estabilidade e segurança em suas fronteiras com esses países. Contribui para
essa segurança o maciço florestal, que constitui uma barreira natural à
invasão e à ocupação.
Muito pelo contrário, o maciço florestal – por apresentar dificuldades de
policiamento e monitoramento – facilita atividades criminosas como por exemplo,
contrabando, e tráfico de drogas e armas.
Gabarito: Errado
18) Diferentemente da região Norte, o Centro-Oeste esteve à margem do
processo de modernização da agricultura e do avanço da fronteira agrícola
no Brasil nas últimas décadas. A monocultura é, ainda, sua principal atividade
produtiva.
Ao contrário do afirmado na questão, o Centro-Oeste é a região que mais recebeu
investimentos em modernização agrícola nas últimas décadas. Não faz sentido
dizer que “esteve à margem” deste processo.
Gabarito: Errado
3. LISTA DE QUESTÕES
ABIN/2008 (Cespe/UNB)
01) O padrão de rede urbana encontrado no país, hierarquizado segundo o tamanho
das cidades, espelha a integração e a articulação de todo o território nacional.
ABIN/2008 (Cespe/UNB)
A distribuição espacial da indústria no Brasil tem passado por transformações em
decorrência da evolução das infra-estruturas de transporte e comunicação. Acerca
dessa dinâmica instaurada, julgue os próximos itens.
02) O Estado contribuiu para o processo em curso de descentralização da produção
industrial no território brasileiro por meio de políticas de desenvolvimento regional,
como, por exemplo, disponibilizando energia.
03) Como consequência do processo de descentralização, os desequilíbrios relativos
à concentração de renda, em nível regional, cederam lugar à integração territorial,
que eliminou as disparidades.
04) Em conformidade com a descentralização industrial, observa-se a ampliação dos
mercados por meio do rompimento com as estruturas agroexportadoras existentes no
passado.
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05) Uma das consequências da desconcentração espacial da indústria no Brasil foi a
aceleração do crescimento das metrópoles nacionais, o que promoveu as invasões
urbanas e a criação de periferias nas cidades.
ABIN/2004 (Cespe/UNB)
A Amazônia foi alvo de diversos planos e projetos de desenvolvimento. Diante do
papel assumido pela região nas últimas décadas, a visão do vazio populacional não
vigora mais. Acerca desse assunto, julgue os seguintes itens.
06) O processo de urbanização vivido na Amazônia nas últimas décadas confirma o
caráter modernizador das políticas territoriais levadas a efeito pelo Estado, geradoras
de intensos fluxos de mão-de-obra.
07) Os rios sempre foram importantes eixos de penetração e de escoamento da
produção na Amazônia, mas perdem significado estratégico com o desenvolvimento
das rodovias na atual fase de exploração dos recursos da região.
08) Apesar de fazer limite com diversos países, a Amazônia brasileira goza de
estabilidade e segurança em suas fronteiras com esses países. Contribui para essa
segurança o maciço florestal, que constitui uma barreira natural à invasão e à
ocupação.
09) Diferentemente da região Norte, o Centro-Oeste esteve à margem do processo
de modernização da agricultura e do avanço da fronteira agrícola no Brasil nas últimas
décadas. A monocultura é, ainda, sua principal atividade produtiva.
ABIN/2008 (Cespe/UNB)
10) O padrão de rede urbana encontrado no país, hierarquizado segundo o tamanho
das cidades, espelha a integração e a articulação de todo o território nacional.
ABIN/2004 (Cespe/UNB)
A Amazônia foi alvo de diversos planos e projetos de desenvolvimento. Diante do
papel assumido pela região nas últimas décadas, a visão do vazio populacional não
vigora mais. Acerca desse assunto, julgue os seguintes itens.
11) O processo de urbanização vivido na Amazônia nas últimas décadas confirma o
caráter modernizador das políticas territoriais levadas a efeito pelo Estado, geradoras
de intensos fluxos de mão-de-obra.
12) Os rios sempre foram importantes eixos de penetração e de escoamento da
produção na Amazônia, mas perdem significado estratégico com o desenvolvimento
das rodovias na atual fase de exploração dos recursos da região.
13) Apesar de fazer limite com diversos países, a Amazônia brasileira goza de
estabilidade e segurança em suas fronteiras com esses países. Contribui para essa
segurança o maciço florestal, que constitui uma barreira natural à invasão e à
ocupação.
14) Diferentemente da região Norte, o Centro-Oeste esteve à margem do processo
de modernização da agricultura e do avanço da fronteira agrícola no Brasil nas últimas
décadas. A monocultura é, ainda, sua principal atividade produtiva.
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Questão 01 – Errado
Questão 02 – Certo
Questão 03 – Errado
Questão 04 – Errado
Questão 05 – Errado
Questão 06 – Certo
Questão 07 – Errado
Questão 08 – Errado
Questão 09 – Errado
Questão 10 – Errado
Questão 11 – Certo
Questão 12 – Errado
Questão 13 – Errado
Questão 14 – Errado
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Tendo o gráfico acima como referência e considerando o processo de urbanização
do mundo contemporâneo, assinale a opção correta.
A) No Brasil, o crescimento urbano e a urbanização foram alimentados por um forte
êxodo rural e fluxos migratórios entre regiões, o que possibilitou melhor distribuição
da população no território
B) O caráter urbano e metropolitano do Brasil, com o estabelecimento de bem
distribuída rede de cidades, está restrito ao sul e sudeste do país, uma vez que estas
foram as regiões que experimentaram o maior desenvolvimento industrial ao longo da
história do país.
C) O aumento contínuo da participação da África e da América Latina no conjunto das
cem maiores cidades do mundo ao longo do período representado no gráfico reflete
o processo de globalização da economia, que enseja a inserção de países periféricos
e a superação de seu passado colonial.
D) O aumento da participação da América Latina no conjunto das cem maiores
cidades do mundo indica o rápido processo de urbanização calcado na
industrialização, que não se faz acompanhar de adequada e suficiente oferta de
empregos urbanos no setor secundário da economia.
E) O declínio na participação de determinados continentes é justificado pela
interposição de barreiras à entrada de migrantes e, principalmente, pela diminuição
de suas populações, tendo eles já realizado sua transição demográfica.
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especialmente em cidades globais como Paris, São Paulo e Los Angeles, na década
de 80 do século XX.
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1) A segregação residencial tanto nas grandes quanto nas médias e pequenas
cidades pode ser considerada como autossegregação, segregação imposta e
segregação induzida.
2) A segregação residencial é um processo espacial que se manifesta por meio de
áreas sociais relativamente homogêneas internamente e heterogêneas em relação
umas às outras.
3) A segregação residencial resulta na minimização dos movimentos sociais, por
afastar a população pobre das áreas centrais urbanas, e na maximização das
representações das diferentes áreas sociais.
4) Na cidade conurbada, as áreas de consumo de bens e serviços não são as mesmas
para todos, e o tempo de deslocamento até elas é razão de diferenciação, o que
facilita a elaboração de uma representação de centralidade urbana que seja a base
de construção de identidades e de memória urbana.
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Com mais de 80% de sua população vivendo em cidades, o Brasil contemporâneo
demanda políticas públicas para enfrentar problemas que cada vez mais se
identificam com a realidade urbana, a exemplo da deficiência em habitação,
saneamento, saúde e educação.
A) Certo
B) Errado
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Tendo o gráfico acima como referência e considerando o processo de urbanização
do mundo contemporâneo, assinale a opção correta.
A) No Brasil, o crescimento urbano e a urbanização foram alimentados por um
forte êxodo rural e fluxos migratórios entre regiões, o que possibilitou melhor
distribuição da população no território
De fato, “o crescimento urbano e a urbanização foram alimentados por um forte êxodo
rural e fluxos migratórios entre regiões”, mas isso NÃO possibilitou a melhor
distribuição da população. Muito pelo contrário, a população brasileira é altamente
concentrada nas regiões sudeste e litoral do nordeste. Enquanto isso, há vazios
demográficos nas regiões norte e centro-oeste.
Gabarito: Errado
B) O caráter urbano e metropolitano do Brasil, com o estabelecimento de bem
distribuída rede de cidades, está restrito ao sul e sudeste do país, uma vez que
estas foram as regiões que experimentaram o maior desenvolvimento industrial
ao longo da história do país.
As redes de cidades existem no Brasil todo, mas de forma “bem distribuída”, somente
nas regiões sul e sudeste, que de fato, experimentaram maior desenvolvimento
industrial.
Gabarito: Correto
C) O aumento contínuo da participação da África e da América Latina no
conjunto das cem maiores cidades do mundo ao longo do período representado
no gráfico reflete o processo de globalização da economia, que enseja a
inserção de países periféricos e a superação de seu passado colonial.
Embora cidades globais sejam normalmente populosas, isso não quer dizer que toda
cidade populosa é influente! O maior crescimento demográfico urbano está previsto
para a Ásia e América Latina, no entanto, isso decorre do fato de ambos os
continentes estarem passando pela segunda ou terceira fase de transição
demográfica, e não por estarem “mais globalizados”. O “passado colonial” continua
muito presente nestas localidades, um exemplo disso é o Brasil, cujo território foi
moldado pela exploração colonial.
Gabarito: Errado
D) O aumento da participação da América Latina no conjunto das cem maiores
cidades do mundo indica o rápido processo de urbanização calcado na
industrialização, que não se faz acompanhar de adequada e suficiente oferta de
empregos urbanos no setor secundário da economia.
A participação da indústria no PIB vem caindo desde a década de 1980, e este cenário
reflete-se para toda a América Latina. Nas últimas décadas, o setor de serviços
cresceu exponencialmente. O setor terciário, portanto, é o mais expressivo da maioria
das cidades, e também, o que gera a maior quantidade de empregos.
Gabarito: Errado
E) O declínio na participação de determinados continentes é justificado pela
interposição de barreiras à entrada de migrantes e, principalmente, pela
diminuição de suas populações, tendo eles já realizado sua transição
demográfica.
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Não, a transição demográfica tem cinco fases, e todos estão passando por ela! De
forma geral (ignorando a particularidade de cada país), a África e a Ásia estão entre
a segunda e a terceira fase (períodos de grande crescimento). Já a Europa e a
América do Norte estão entre a quarta e a quinta fase (períodos de baixo crescimento
ou diminuição da população).
Gabarito: Errado
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CACD/2012 (Cespe/UNB) – Questão 27
O Brasil, que sempre se caracterizou pela existência, em uma região ou em outra, de
fronteira de povoamento, viu, com o processo de industrialização do campo, o
aparecimento de fronteiras de modernização nas quais se verificaram profundas
transformações socioespaciais. Ambos os tipos de fronteira suscitam novos centros
de comercialização e beneficiamento de produção agrícola, de distribuição varejista
e prestação de serviços ou, em muitos casos, de centros que já nascem como
reservatórios de uma força de trabalho temporária.
R. L. Corrêa. Estudos sobre a rede urbana. Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 2006,
p. 323 (com adaptações).
A partir das informações apresentadas no texto acima, julgue (C ou E) os itens
seguintes.
1) A implantação, na região amazônica, de atividades industriais e agrárias
exploradas por empresas públicas e privadas exemplifica o processo de
desenvolvimento descrito no texto.
Sim, nas últimas décadas, a região Amazônia tem recebido diversos parques
industriais, como a Zona Franca de Manaus, o Polo Sidero-Metalúrgico de Carajás
(Pará), e indústrias em Santarém (PA) e Belém (PA). As regiões metropolitanas de
Manaus e Belém concentram os setores de serviços na região.
Gabarito: Correto
2) Dado o processo de industrialização do campo, resultante da modernização
das técnicas e das relações sociais de produção, a maior parte da força de
trabalho da produção agrícola concentra-se nas grandes propriedades, o que
reduz o índice de subemprego e atenua a baixa produtividade rural.
Vimos isso na última aula: a “maior parte da força de trabalho da produção agrícola”
concentra-se nas PEQUENAS propriedades, onde é produzida a maior parte dos
alimentos que consumimos. O agronegócio gerido pelo grande capital gera mais mão
de obra na indústria de alimentos do que no campo propriamente dito.
Gabarito: Errado
3) Sob o impacto da globalização, as transformações mencionadas no texto
provocam uma menor diferenciação entre os centros urbanos, que passam a
desempenhar as mesmas funções na rede urbana, ou seja, a de reservatórios
de força de trabalho temporária.
Conforme vimos no início do curso, a globalização acirra as desigualdades regionais,
AUMENTANDO a “diferenciação entre os centros urbanos”. Além disso, ao contrário
do mencionado, cada centro urbano possui uma determinada função na divisão
internacional do trabalho.
Gabarito: Errado
4) Contraditoriamente, a criação de novos centros urbanos acentuou a
concentração espacial da população brasileira, o que se evidencia na
distribuição populacional ainda marcada por vazios populacionais e pela
existência de um processo de fragmentação da rede urbana.
Apesar da população brasileira ainda ser altamente concentrada (principalmente nas
regiões sudeste e sul e litoral do nordeste), a dinamização de áreas como centro-
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oeste (especialmente devido à agricultura) e norte (principalmente devido à indução
estatal) provocou a urbanização de alguns pontos destas áreas. Assim, estes novos
centros urbanos NÃO ACENTURAM a concentração espacial da população, mas
ajudaram a diminuí-la.
Gabarito: Errada.
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4) Na cidade conurbada, as áreas de consumo de bens e serviços não são as
mesmas para todos, e o tempo de deslocamento até elas é razão de
diferenciação, o que facilita a elaboração de uma representação de centralidade
urbana que seja a base de construção de identidades e de memória urbana.
De fato, numa conurbação, “as áreas de consumo de bens e serviços não são as
mesmas para todos, e o tempo de deslocamento até elas é razão de diferenciação”,
mas ao contrário do afirmado, isso nada tem a ver com identidade e memória urbana.
Gabarito: Errado
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Correto. No Brasil, isto ocorre com maior intensidade no centro-sul (sudeste, sul e
parte do centro-oeste).
Gabarito: Correto
Comentário: A questão está dizendo que o Brasil precisa de políticas públicas para
resolver os problemas da cidade. Resposta óbvia, evidentemente correta.
Gabarito: Certo
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