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VIRARAPÁGINA
CADERNO DE ATIVIDADES
Serviço S o c i a l m p o r â n e o
e r v iço Soc ia l Co n te
D is c ip li n a : S
n o S e r v iço S o c ia l
0 7 : Te o r ia e p r át ica
Tema
Caderno de Atividades
Serviço Social
Disciplina
Serviço Social Contemporâneo
Coordenação do Curso
Adriana Luiza da Silva
Elisa Cleia Pinheiro Rodrigues Nobre
Autoria
Prof.ª Edilene Xavier Rocha
Prof.ª Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre
Realização:
seções
S e ç õ e s
Tema 07
Teoria e prática no Serviço Social
Introdução ao Estudo da Disciplina
Caro(a) aluno(a).
Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro A Natureza do Serviço Social,
do autor Carlos Montaño, Editora Cortez, 2009, 2ª Edição PLT 354.
Roteiro de Estudo:
Prof.ª Edilene Xavier Costa
Serviço Social
Processos Administrativos Prof.ª
Prof.Elisa
Ricardo
Cléia
Almeida
Pinheiro
Contemporâneo
Rodrigues Nobre
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Conteúdo
Nessa aula você estudará:
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CONTEÚDOSEHABILIDADES
Habilidades
Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:
LEITURAOBRIGATÓRIA
Teoria e prática no Serviço Social
O projeto ético-político profissional do Serviço Social no Brasil vincula-se a um
projeto de transformação de sociedade, reitera a teoria crítica como fundamentação para
o agir profissional.
A discussão sobre a dicotomia entre a teoria e prática, é uma ação frequente entre os
assistentes sociais, sem, contudo, se apresentar uma conclusão que atenda a todos os
profissionais sobre o assunto. Segundo Suguihiro (et all, 2009, p. 6), isso “revela resquícios
de uma fragilidade de fundamentação teórico-metodológica para uma atuação competente”,
ou, como considera Montaño (2007), revela a necessidade de se encontrar a especificidade
do Serviço Social.
A falta de clareza dos fundamentos que orientam a prática profissional traz como
consequência a prevalência de “posturas conservadoras, autoritárias, discriminatórias,
tecnocratas e clientelistas, enfraquecendo o projeto ético-político cuja defesa de liberdade
e da emancipação dos sujeitos sociais se fazem presentes” (SUGUIHIRO at all, 2009, p.6).
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LEITURAOBRIGATÓRIA
Insere-se nessa discussão a análise de Montaño (2007), mas, segundo o autor, suas
considerações não se voltam a qualquer teoria ou prática, mas sim à análise da teoria e
prática que os “praticistas” consideram próprias do Serviço Social.
Enfatiza, nas páginas propostas para o estudo deste tema, a apologia à prática profissional,
fruto das discussões dos profissionais reconceituadores das décadas de 1960 a 1979, cujo
teor das discussões repercute até hoje sobre o Serviço Social.
Seguindo essas discussões, Montaño adverte que os assistentes sociais tendem a rejeitar
as pesquisas que não são realizadas a partir do “fazer” de uma atividade de campo, ao
mesmo tempo em que “encanta-se com os produtos teóricos elaborados por sociólogos,
psicólogos sociais, antropólogos, pedagogos e economistas” (MONTAÑO, 2007, p. 161).
Toma-se como referência, para análise dos conceitos de prática e teoria apresentados
pelos praticistas, os documentos elaborados em Belo Horizonte no período de 1972 a
1975, conhecidos como “Método BH”, que apresenta uma separação entre os momentos
de produção da teoria e da prática, ou seja, dos momentos sensíveis (que incluem as
sensações e percepções) e dos momentos abstratos do processo de conhecimento.
Montaño (2007, p. 167) analisa que, sob a ótica do “Método BH”, esse momento sensível é o
ponto de partida para a elaboração de conhecimento, ou seja, a fonte. Observe que a análise
do autor relata um paradoxo existente no “Método BH”, qual seja, a proposta de primazia ou
privilégio da prática sobre a teoria e, no entanto, construir um conjunto de procedimentos
técnico-operativos, que denominam de “método profissional” fundamentalmente interventivo
(na prática), a partir da adoção de um “método (dialético) de conhecimento” teórico-científico,
de interpretação e conhecimento da realidade (MONTAÑO, 2007, p. 167).
De semelhante teor, surge o método elaborado por Boris A. Lima, que em 1986 elabora
o “Método de intervenção na realidade”. Tal método considera a existência da verdade
objetiva, que por sua vez contém um caráter absoluto e um relativo.
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LEITURAOBRIGATÓRIA
No entanto, Montaño (2007) assevera que os métodos apresentados partem do pressuposto
de que a “prática é a fonte da teoria”, mas que a elaboração dos mesmos possuem equívocos
substanciais no que se refere à conceitualização da prática e da teoria, bem como ao método
de intervenção e de conhecimentos que as relaciona.
Desse modo, Montaño (2007) tece suas considerações sobre este tema, chamando a
atenção aos equívocos trazidos pelos métodos apresentados tais como: a) Confundir a
“prática profissional” (imediata) com a “prática social” (histórica); b) Confundir a “teoria” com
abstração, com “generalização” e/ou com “sistematização”.
Nas palavras de Montaño, pode-se dizer que, para os praticistas, a prática é a fonte de
teoria, e esta por sua vez é a racionalização da prática; mas, como ele mesmo afirma:
“[...] para nós, a prática é o fundamento, a finalidade e o critério de verdade da teoria. Não
aquela ‘prática’ (profissional e direta) e aquela ‘teoria’ (específica, instrumental) tal como
são entendidas pelos praticistas, mas sim a prática social-histórica, entendida como um
todo, e a teoria (social) como uma modalidade de conhecimento que reproduz, idealmente,
o movimento social” (MONTAÑO, 2007, p. 194).
No decorrer de sua leitura, você poderá conhecer como essa relação se estabelece e
se é pertinente ou não aos caminhos do Serviço Social. Preste atenção, pois a leitura
do Livro-Texto é essencial para a sua compreensão do tema. Note que o assunto é
complexo e precisará de sua dedicação intensa. São vários os conceitos trabalhados,
mas sem a compreensão destes conceitos você terá dificuldades em avançar na sua
caminhada acadêmica.
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LINKSIMPORTANTES
Quer saber mais sobre o assunto?
Então:
Sites
Leia: TOMÉ, Maria Rosa. Sobre a Investigação em Serviço Social.
Disponível em: <www.cpihts.com/PDF/Rosa%20Tome.pdf>. Acesso em: 03 fev. 2014.
Neste artigo você poderá compreender o respaldo teórico que envolve a investigação em
Serviço Social.
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AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções
das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão
você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente
os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de
resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto
e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.
Questão 1: a) A; B; C
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AGORAÉASUAVEZ
a) Do ponto de vista da prática profissional. “Quem proclama a _________________
como fonte da teoria está pensando que
b) Do ponto de vista teórico-metodológi-
a teoria se faz sempre que, e só quan-
co, formativo e interventivo.
do, se partir da _______________, dos
c) Com relação ao perfil do profissional dados sensíveis do próprio ‘praticante/
em Serviço Social. teorizador’. A __________________ do
outro não é, para os efeitos da pesqui-
d) O Método BH não propunha nenhuma sa, atividade prática (direta), mas infor-
mudança ao Serviço Social, antes refe- mação secundária. A prática é, para os
rendava o Serviço Social tradicional. ______________________, ‘fonte de teo-
ria’, desde que seja prática desenvolvida
e) Do ponto de vista político administrativo.
pelo próprio _____________________,
não por outrem” (MONTAÑO, 2007, p. 188).
Questão 3:
a) Prática; teoria; prática; praticistas; pes-
Segundo Montaño (2007), é notório, nos quisador.
meios profissionais, a discussão de uma
teoria própria do Serviço Social. Aponta-se b) Prática; prática; teoria; praticistas; in-
para alguns profissionais que defendem divíduo.
que para o Serviço Social a prática é a fon-
c) Prática; prática; prática; prática; pes-
te de teoria. Essa conceituação refere-se à
quisador.
perspectiva:
d) Prática; teoria; teoria; praticistas; indi-
a) Modernizadora.
víduo.
b) Reconceituadora.
e) Pratica; teoria; pratica; teoristas; pes-
c) Filosófica. quisador.
d) Antropológica.
Questão 5:
e) Praticista.
Sobre a bandeira levantada pela maioria
dos profissionais que exerciam a sua prá-
Questão 4: tica das décadas de 1960 a 1970 e defen-
diam que a prática é a fonte da teoria, é
Leia o fragmento de texto a seguir e pre-
correto afirmar:
encha corretamente as lacunas em branco.
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AGORAÉASUAVEZ
A. Esses profissionais participavam do Questão 7:
movimento de reconceituação do
Segundo Montaño (2007), quando se trata
Serviço Social.
das propostas metodológicas, que partem
B. Esses profissionais pretendiam, como da ideia de que “a prática é a fonte da teo-
base nestas afirmações, bater e ria”, deve-se observar que estas apresen-
rebater a referida concepção positivista tam equívocos substanciais referentes ao
de separar ciência e técnica, teoria e conceito de prática, de teoria e do método
prática. de conhecimento e intervenção que as re-
laciona. Segundo o autor, quais são estes
C. Esses profissionais ficaram conhecidos equívocos?
como praticistas.
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AGORAÉASUAVEZ
é possível identificar uma proposta profis-
sional alternativa de intervenção às tradi-
cionais práticas, apontando ao Serviço So-
cial uma abordagem coletiva, mobilizadora,
incentivando a organização social nas rei-
vindicações das necessidades da classe
trabalhadora.
Questão 10:
Como os praticistas entendem a “teoria do
Serviço Social” e qual a crítica estabelecida
por Carlos Montaño (2007) a esta conceitu-
ação?
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FINALIZANDO
Esse tema assim, como os outros, necessita de sua atenção e disposição na leitura
aprofundada do Livro-Texto. Note que os temas estão entrelaçados e, dessa forma, você
precisa entender todas as partes que são apresentadas, para que possa compreender as
particularidades e especificidades do Serviço Social.
Vários conceitos foram apresentados e trabalhados nas aulas, mas cabe a você ampliar
o espaço de discussão sobre o assunto. Lembre-se que o autor apresenta conceitos
baseados no estudo iniciado por outros autores que lhe antecederam, e que a intenção de
Montaño não é estabelecer ou desconstruir os métodos apresentados por estes autores, e
sim analisar criticamente a contribuição apresentada por esses métodos ao Serviço Social.
Entenda que historicamente estes métodos e autores fazem parte dos caminhos trilhados
pelo Serviço Social como profissão, e que os conceitos ora apresentados ainda permeiam o
“fazer” do assistente social. Resta, neste caminho, que o conhecimento seja ampliado, para
que esta profissão acompanhe o movimento da sociedade em que se insere e não fique
presa aos seus muros internos, como bem adverte Marilda Iamamoto.
Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar
seu Desafio Profissional e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Ney Luiz Teixeira de. Retomando a temática da “sistematização da prática” em
Serviço Social. Disponível em: <http://www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/tex-
to3-2.pdf> Acesso em: 03 fev. 2014.
BORIN, André Luiz dos Santos et alli. Como Pode Isto: Trabalhar como escravo, passar
fome num Estado rico? Só não morri, porque aqui e acolá, tem alguém prá ajudar. Liber-
tas - Volume 2 - Número 2 – Jul/2008. Disponível em: <http://www.ufjf.br/revistalibertas/
files/2010/01/artigo08_5.pdf>. Acesso em: 03 fev. 2014.
CAMURÇA Marcelo A. Seria A Caridade a “Religião Civil” dos Brasileiros? Revista Praia
Vermelha 12. Primeiro semestre 2005. pp. 42-63. Disponível em: <http://www.ess.ufrj.br/
siteantigo/download/revistapv_12.pdf>. Acesso em: 03 fev. 2014.
ESTEVÃO, Ana Maria R. O que é serviço social. São Paulo: Brasiliense, v. 111. 1992.
HOUAISS, Antônio. Dicionário eletrônico da língua portuguesa. José Jardim de Barro Jr.
(org). [CD-ROM]. Rio de Janeiro Objetiva, 2001
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REFERÊNCIAS
ICHIKAWA, Elisa Yoshie et alli. Ciência, Tecnologia e Gênero: Desvelando o Significado
de Ser Mulher e Cientista. Disponível em: <http://www.ssrevista.uel.br/> Volume 11 - Nú-
mero 1 - Jul/Dez 2008 Acesso em: 03 fev. 2014.
JUNQUEIRA, L. A. P. Organizações sem fins lucrativos e redes sociais na gestão das polí-
ticas sociais. In: CAVALCANTI, M. (org.) Gestão social, estratégias e parcerias: redesco-
brindo a essência da administração brasileira de comunidades para o terceiro setor. São
Paulo: Saraiva, 2006.
MACHADO, Edinéia Maria; KYOSEN, Renato Obikawa. Política e Política Social. 1998.
Disponível em: <www.ssrevista.uel.br/c_v3n1_politica.htm>. Acesso em: 03 fev. 2014.
MONTAÑO, Carlos. A natureza do Serviço Social: um ensaio sobre sua gênese, a “especi-
ficidade” e sua reprodução. São Paulo: Cortez, 2007.
______. Relações sociais e serviço social no Brasil: esboço de uma interpretação históri-
co-metodológica. 29ª ed. São Paulo: Cortez, 2009.
RIBEIRO, Iselda Corrêa. et alli. Meio ambiente e gestão social. Disponível em: <http://
www.aedb.br/seget/artigos04/161_161_A%20QUESTAO%20SOCIAL%20DO%20
MEIO%20AMBIENTE2.doc> Acesso em: 03 fev. 2014.
SILVA, Carla Andréia Alves da. O sentido da reflexão sobre autonomia no Serviço Social.
Disponível em <http://www.ssrevista.uel.br/> Volume 6 - Número 2 - Jan/Jun 2004. Aces-
so em 03 fev. 2014.
SUGUIHIRO, Vera Lucia Tieko (at all). O serviço social em debate: fundamentos teórico-
metodológicos na contemporaneidade. Revista Multidisciplinar da UNIESP. Saber Acadê-
mico. n º 07 – Jun/2009.
VELOSO, Renato. Serviço social, tecnologia da informação e trabalho. São Paulo: Cortez,
2011.
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GLOSSÁRIO
Estudo de Caso: atividade técnica utilizada durante o processo de acompanhamento, para
elaboração de diagnóstico sobre determinado indivíduo, família e grupo, visando à realização
de intervenções. Inclui coleta de dados sobre a história pessoal e social, sistematização das
informações e produção de conhecimento.
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GABARITO
Questão 1
Resposta: Alternativa D.
Questão 2
Resposta: Alternativa B.
Questão 3
Resposta: Alternativa E.
Questão 4
Resposta: Alternativa A.
Questão 5
Resposta: Alternativa D.
Questão 6
Resposta: (p.167) O paradoxo, de acordo com Montano é propor que a primazia, o privilégio
da prática sobre a teoria, e construir um conjunto de procedimentos técnicos operativos,
que denominam de método profissional fundamentalmente interventivo (na prática) a partir
da adoção de um método dialético de conhecimento teórico-científico, de interpretação e
conhecimento da realidade.
Questão 7
Resposta: (p.171 - 173) O autor apresenta 2 equívocos: 1º- aqueles que defendem a
perspectiva praticista confundem a “prática profissional” com “prática social”. A prática
profissional, sendo parte da última, no entanto, não a esgota. 2º - Confundem “teoria” com
“abstração”, com “generalização” e/ou “sistematização”.
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GABARITO
Questão 8
Resposta: Montano (2007) justifica que as inovações do “Método BH” não conseguiram
superar a segmentação positivista entre a ciência e técnica, a naturalização da realidade e
o apriorismo metodológico. “Estas contribuições estão aprisionadas, portanto, como afirma
Netto, num anel de ferro que não lhe permite consolidar a ruptura reproduzindo a essência
das práticas tradicionais” (p. 171).
Questão 9
Resposta: A resposta dessa pergunta dependerá da pesquisa realizada pela dupla. Após
a construção dos trabalhos as duplas poderão apresenta-los para sala, trocando assim,
informações sobre o tema.
Questão 10
Resposta: (p.181). Carlos Montano apresenta 3 itens que conceituam a teoria do serviço
Social e que devem ser elencados pelos alunos. Na mesma página apresenta a sua crítica a
este conceito, ou seja, ressalta que esta concepção condena o Serviço Social à subordinação
em face das outras disciplinas sociais, condena-o a produzir apenas um saber profissional
instrumental: o diagnóstico e a sistematização da sua “própria prática”
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