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29/08/2016 www.oceanica.ufrj.br/deno/prod_academic/relatorios/2011/Carlos Gustavo e Oswaldo/relat2/Relatorio.

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1     INTRODUÇÃO
 
Este relatório visa dar continuidade ao trabalho iniciado no relatório 1 [1], onde foi determinada a estratégia adotada pelos projetistas para o desenvolvimento de uma
embarcação tipo SWATH, com objetivo de transportar apenas passageiros e visando o rendimento econômico máximo. A Figura 1‑1  mostra  a  matriz  de  influência  do
projeto, ferramenta utilizada para explicitar as qualidades esperadas pelos projetistas e suas relações com os elementos funcionais. No relatório anterior [1] foi definida
a metodologia a ser utilizada no projeto de uma embarcação tipo SWATH. Também foi definida a primeira síntese do projeto, a forma da embarcação.

Figura 1‑1      Matriz de Qualidade
 
Com  o  intuito  de  facilitar  a  compreensão  do  método  adotado  neste  trabalho,  foi  desenvolvido  um  fluxograma  em  que  podem  ser  vistas  as  sínteses  e  as  análises
realizadas assim como as avaliações sobre as sínteses. O fluxograma pode ser visto na Figura 1‑2.

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Figura 1‑2      Fluxograma do Projeto
No relatório 1 foi desenvolvido um modelo matemático para definir as características da embarcação de forma a atender às qualidades esperadas. O resultado obtido
pode ser visto na Tabela 1­1.

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Tabela 1‑1             Outputs do Modelo Matemático

Com as dimensões mostradas acima foi desenvolvida a primeira síntese do projeto, a forma. No relatório 1 a forma já foi devidamente analisada e avaliada. A Figura 1­
3 mostra a forma final desenvolvida para esta embarcação.

Figura 1‑3              Forma Gerada no Relatório 1

 
No presente relatório iremos realizar todas as sínteses, análises e avaliações restantes, sempre seguindo o que está descrito no fluxograma.
 

Fluxograma
Otimizador
 

2     ESTRUTURA
 

A regra utilizada para determinação dos requisitos estruturais foi a da ABS (American Bureau of Shipping) para embarcações da alta velocidade [2].
A Figura 2‑1 mostra os resultados obtidos que descrevem a topologia estrutural e a Figura 2‑2 mostra a seção mestra da embarcação após a definição dos reforçadores.

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Figura 2‑1              Detalhamento Estrutural

Figura 2‑2              Seção Mestra

 
A embarcação, por ser de casco duplo, deve ser analisada tanto pelo módulo de seção transversal quanto pelo longitudinal. A  Figura 2‑3 mostra os resultados obtidos
para os módulos de seção transversal e longitudinal.

Figura 2‑3              Módulos de Seção

 
Link: Planilha do Módulo de Seção

3     SISTEMA PROPULSIVO
 

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Neste capítulo serão determinados os equipamentos que farão parte do sistema propulsivo e também da praça de máquinas. Primeiramente foi decidido que o sistema
propulsivo  será  constituído  por  dois  motores  de  média  rotação  que  irão  rotacionar  dois  hidrojatos,  este  arranjo  foi  determinado  pelo  fato  de  apresentar  o  menor  preço
para  aquisição  e  possibilidade  de  instalação  no  interior  do  torpedo,  possibilitando  maior  aproveitamento  do  convés  de  passageiros,  também  será  determinado  os
geradores que iram alimentar a necessidade de energia da embarcação.
            A partir da potência requerida para que a embarcação seja propelida a velocidade fixada de 30 Knots, dada pelo otimizador, deve­se levar em consideração as
perdas na transmissão desta potência entre o motor e o propulsor. Essas perdas resultarão em uma necessidade de um a potência maior. A relação de perdas serão as
seguintes:

Onde:

 = Potência Requerida

 = Eficiência no Eixo

=Eficiencia Rotativa Relativa

 = Eficiência do Hidrojato

            A potência efetiva é igual a 2091 KW, o valor normalmente utilizado para a eficiência do eixo é de 0.98, a eficiência rotativa relativa seria uma compensação
para o desempenho da hélice quando em operação e o valor normalmente utilizado é de 0.99 e a eficiência do hidrojato é dada no site do fabricante como sendo 0.9. O
valor acima calculado levando em consideração as perdas será dividido por dois, uma vez que serão utilizados dois motores e que faz com que cada motor tenha uma
potência mínima de 1197 KW.
            De acordo com a potência calculada foi encontrado no site da Wartsila o motor do tipo Wartsila 20 ­ 6L20 que dará uma potência total de 1200 KW a uma
rotação de 1000RPM e um consumo específico de combustível igual a 186 g/KW.h . As dimensões podem ser vistas na Figura 3‑1.
           

Figura 3‑1        Motor Escolhido

           
O motor escolhido foi 6L20. Com ele será determinado o hidrojato que consiga operar nesta faixa de potência. A escolha foi feita a partir do site do principal fabricante
de hidrojatos [6]. A Figura 3‑2 mostra as características do hidrojato escolhido.

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Figura 3‑2        Hidrojato Escolhido
O hidrojato escolhido foi o Kamewa S3­50, que é o menor e mais barato que opera nesta faixa de potência.
Com o motor que foi escolhido temos uma margem de segurança de 15% entre a potência requerida e a potência disponível. A faixa de operação do hidrojato engloba
estes dois limites.

A conexão entre o hidrojato e o motor será feita por eixo. As dimensões deste eixo serão calculadas levando em consideração as forças de flexão e as forças de torção.

Temos:

Esforço simples de flexão:

Onde:

   e    

Para:
M = Momento de Flexão

L = Comprimento do eixo
Peso = Peso do eixo
Dext = Diâmetro Externo

Dint = Diâmetro Interno
 
Esforço simples de Torção:

Onde:

   e   

Para:
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Dext = Diâmetro Externo
Dint = Diâmetro Interno

Potência (KW) = Potência do motor
RPM = Rotação do Eixo
Como resultado será necessário achar a solução para a seguinte relação:

Onde:

 = Tensão admissível do aço igual a 106200 

As dimensões encontradas juntamente com os valores utilizados para calculados são:

                        Uma  vez  determinado  as  características  de  nosso  sistema  propulsivo,  será  calculado  agora  o  gerador  necessário  para  suprir  a  demanda  energética  da
embarcação. Para isso será utilizado a planilha Voltanques[15], BalTerm[16] e um calculador automático de potência para os equipamentos de ar­condicionado que se
encontra no site da fabricante Consul. Para o calculo da potência das bombas foi levado em consideração o volume total dos tanques de lastro, o tempo máximo para o
carregamento ou descarregamento dos mesmos, a quantidade de bombas, as dimensões principais e a perda de carga na tubulação. A planilha pode ser acessada a partir
do link abaixo. 
 

Figura 3‑1 elétrico para os equipamentos de ar­condicionado e para as bombas de lastro
 

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Figura 3‑2 Balanço elétrico para as bombas de oleo combustível e de lubrificante
 
Link planilha de balanço elétrico
 

            O resultado final foi uma potência necessária de 17 KW para os aparelhos de ar condicionado mais 16 KW para as bombas de lastro e 26 KW para as bombas
de alimentação de óleo combustível e de óleo lubrificante, levando a um total de 59 KW.

4     COMPARTIMENTAÇÃO
 
Na síntese compartimentação devem ser definidas as anteparas que separam os tanques e compartimentos, subdividindo o casco. O posicionamento delas deve ser feito
de tal forma que não extrapole os limites estabelecidos pela curva de comprimento alagável. Também devemos definir os tanques de forma a comportarem o volume que
possibilite máxima autonomia.
Para definição dos compartimentos iremos traçar a curva de comprimento alagável da embarcação, considerando um fator de subdivisão de 50%, de acordo com [8].
Para definição do volume necessário em cada tanque iremos utilizar o consumo de cada item por viagem e iremos encontrar o número máximo de viagens que o navio
pode suportar.

A Figura 4‑1 mostra a curva de comprimento alagável utilizada como base para a compartimentação, já considerando o fator de subdivisão.
 

Figura 4‑1              Comprimento Alagável ­ Preliminar

 
A seguir será determinada a autonomia da embarcação que possibilitará o maior volume de tanques e consequentemente o menor custo com abastecimento. As regras de
compartimentação também devem ser atendidas.

            ­ O Pique­Tanque de Vante de acordo com a regra da IMO deve ter no mínimo 3,5% do Lpp o que, para esta embarcação, é equivalente a 70 cm.

             ­ O consumo de óleo diesel e de óleo lubrificante, por viagem, está nas Tabela 4‑1 e Tabela 4‑2, respectivamente.

Tabela 4‑1             Volume de Óleo Combustível Por Viagem

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Tabela 4‑2             Óleo Lubrificante Por Viagem

Para calcular a autonomia da embarcação levou­se em conta que a embarcação deixa o porto com 100% de óleo diesel e lubrificante. Nesta situação os tanques de água
sanitária e sedimentação estão vazios.
 
A  autonomia  foi  calculada  como  sendo  de  15  viagens,  a  maior  autonomia  que  permite  que  o  navio,  completamente  carregado,  consiga  garantir  o  equilíbrio  com  peso
igual ao empuxo. A Tabela 4‑3 mostra os valores calculados para o volume dos tanques.
 

Tabela 4‑3             Autonomia

 
Os tanques de lastro devem ser definidos de modo a possibilitar que a embarcação navegue sem apresentar trim. Esta análise só poderá ser feita após o cálculo do peso
leve. Os tanques serão definidos como tendo o maior comprimento possível e ficando o mais longe possível do centro da embarcação. Serão dois à ré e dois à vante. Os
tanques de lastro serão analisados posteriormente.
O tanque de água sanitária será calculado com um consumo de cerca de 5 litros diários por pessoa, foi estimada a necessidade de um total de 4,32 toneladas de água
doce, incluindo uma margem de 10%.

 
Onde:
 = Consumo diário por pessoa de água doce, 5 litros.
 = Lotação máxima da embarcação, 214 pessoas.
 = Tempo da viagem em dias, 0,17 dias.
 

 
 
­ Tanque de sedimentação de óleo combustível

O volume de tanque de sedimentação pode ser calculado por:
 

Onde:

 = volume do tanque de sedimentação do óleo combustível em m3

 = Fator de consumo específico, igual a 1,03.

= Fator de expansão igual a 0,96.

 = densidade do óleo igual a 0,8 t/m3

= Número de MCP igual a 1

C = Consumo do específico do MCP
BHP = Potência do MCP

 = tempo de sedimentação do óleo igual há 24 horas.

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Uma  vez  determinados  os  volumes  dos  tanques  da  embarcação,  utilizando  o  software  HidroMax  eles  podem  ser  modelados  para  que  futuramente  sejam  feitas  as
análises necessárias. A Figura 4‑2 mostra os tanques modelados no HidroMax.

Figura 4‑2              Tanques Modelados

A  curva  de  comprimento  alagável  mostra  o  maior  comprimento  que  pode  ter  um  compartimento  cujo  centro  esteja  em  determinada  posição  longitudinal.  Este
comprimento máximo deve estar de acordo com a recomendação da solas em [8]. Para que a curva de comprimento alagável seja traçada é necessária a determinação
da linha marginal, que de acordo com [8] deverá ser no mínimo 76 mm abaixo do convés dos passageiros. Além da determinação da linha marginal será determinado a
permeabilidade de cada tanque, que é a percentagem do volume do tanque que a água pode ocupar quando este mesmo compartimento for alagado. De acordo com a
mesma regra, para embarcações de passageiros deve­se utilizar um fator de subdivisão de 50%, que significa que o comprimento máximo permitido para um tanque é na
verdade metade do comprimento ditado pela curva de comprimento alagável. Este processo gera maior segurança para a embarcação.
Com  os  tanques  e  suas  permeabilidades  já  definidos  podemos  traçar  a  curva  de  comprimento  alagável  real  da  embarcação,  onde  para  cada  tanque  deve­se  levar  em
conta a sua permeabilidade. A Figura 4‑3 mostra a curva obtida em cada permeabilidade.

Figura 4‑3              Curvas de Comprimento Alagável

 
Com o centroide dos tanques, seus comprimentos e seus volumes, eles podem comparados ao comprimento permitido pela curva de comprimento alagável. Na Figura
4‑4 podemos ver a comparação entre os valores requeridos e os obtidos, o que caracteriza as análises de comprimento alagável e autonomia.

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Figura 4‑4              Análises de Comprimento Alagável e Autonomia

 
 
             ­ Análise de Acessibilidade.
 
Nesta análise serão determinados os espaços que serão utilizados para que as pessoas encarregadas pela manutenção possam chegar a praça de máquinas. Como pode
ser visto na Figura 4‑5 há uma conexão do fundo duplo ao torpedo através de escadas, e o espaço denominado com o número 2 é um espaço de acesso para manutenções
no hidrojato e motor. Para o compartimento em questão há a necessidade de inspeções frequentes para identificar trincas ou até mesmo vazamentos, por esse motivo há
outra conexão mais a vante da embarcação.
 

Figura 4‑5              Acessibilidade

 
 
 
Arquivo Maxsurf e Tanques Hidromax

5     ARRANJO GERAL
 

No otimizador foi definido que o número de passageiros que atende a todas as restrições é de 214 passageiros. Nesta síntese o arranjo do convés de passageiros será
desenvolvido de modo a melhor acomodar estes passageiros. A Figura 5‑1 mostra o arranjo que ofereceu melhor aproveitamento da área disponível para acomodação
dos passageiros.
 

Figura 5‑1              Arranjo Geral

 
A  quantidade  de  passageiros  desta  embarcação  será  analisada  a  partir  da  quantidade  de  passageiros  de  embarcações  semelhantes.    A  Tabela  5‑1  corresponde  as
embarcações semelhantes do tipo SWATH que transportam apenas passageiros. Como se pode perceber a embarcação projetada (“Queen Of Malt”) possui um valor de

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área  de  convés  compatível  com  os  navios  semelhantes.  É  importante  mostrar  que  está  localizada  entre  os  menores  valores  de  área,  o  que  vai  de  acordo  com  a
expectativa principal do projeto, que é o maior rendimento econômico.
 

Tabela 5‑1             Embarcações Semelhantes

6     PESO LEVE
 

O cálculo do peso leve da embarcação é a primeira das análises globais. Este cálculo será fundamental para as análises posteriores, visto que todas elas dependem do
peso e do centro de gravidade da embarcação.
O peso leve foi obtido somando­se os pesos da estrutura, outfitting e praça de máquinas.

6.1   Peso de Alumínio
 

Com  a  forma  completamente  modelada  no  software  Rhinoceros  foi  possível  obter  toda  a  área  de  chapeamento  da  embarcação  e  seu  respectivo  centro  de  gravidade.
Multiplicando este valor pela espessura de chapeamento definida na topologia estrutural foi possível obter o volume de alumínio do chapeamento.
Para uma melhor precisão no cálculo do peso de reforçadores, todos eles foram desenhados no mesmo software para que fosse possível calcular suas áreas e centroides
e depois seus pesos.
Com  o  volume  de  alumínio  total  e  os  momentos  de  volume  de  cada  região  analisada  foi  possível  encontrar  o  centro  de  gravidade  de  todo  o  alumínio  utilizado  na
embarcação.  Os  valores  de  volume  foram  multiplicados  pela  massa  específica  da  embarcação  e  assim  obteve­se  o  peso  de  alumínio.  As  Figura  6‑1  e  Figura  6‑2
mostram  os  reforçadores  e  as  anteparas  modelados  no  Rhinoceros,  respectivamente.  A  Tabela 6‑1  mostra  o  cálculo  realizado  para  o  peso  e  centro  de  gravidade  do
alumínio utilizado na embarcação.

Figura 6‑1              Ilustração de um Painel Reforçado

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Figura 6‑2              Anteparas Modeladas no Rhinoceros

Tabela 6‑1             Cálculo do Peso do Casco

6.2   Peso de Outfitting
 

            Os itens de importância para o cálculo do outfitting geralmente são: carpintaria, elétricos, tinta, equipamentos de combate a incêndio, máquinas de
refrigeração, ventilação e ar­condicionado, cabos e amarração. Para a estimativa do peso destes equipamentos, será utilizado o paper “Some Ship Design
Methods”, de autoria de Watson, D.G.M e Gilfillian, A.W como referência[7]. Este artigo contém o gráfico, que relaciona a boca do navio com o peso de
outfitting. De acordo com o artigo os pontos indicados como x foram inserções de estimativas desenvolvidas em 1994.

Figura 6‑3 Gráfico com a estimativa do peso de Outfitting para as embarcações de passageiros

 
            Observa­se no gráfico acima a linha típica para a embarcação. Por isso será considerada a interseção no eixo y para uma boca de 13,8m.

Pela estimativa tem­se:

            Além dos equipamentos mencionados acima será calculado o peso para os equipamentos do convés dos passageiros. Foi levado em consideração os acentos e
equipamentos do bar.

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Tabela 6‑2 Tabela com a consideração dos equipamentos no convés de passageiros

 
            Finalmente pode­se dizer que o peso de outfitting da embarcação é de 15,1 Ton. A planilha com o cálculo pode ser vista no link abaixo.
 

Link: Peso Outfitting
 

6.3   Peso da Praça de Máquinas
 

O peso do motor e dos hidrojatos foi calculado de acordo com os catálogos dos fabricantes em [5] e [6], respectivamente. Os hidrojatos foram posicionados na ré do
torpedo.  Os  motores  foram  selecionados  de  acordo  com  o  custo  e  também  de  forma  a  caberem  dentro  do  torpedo,  o  que  gerou  menor  custo  de  construção  e  maior
aproveitamento do convés de passageiros. A Tabela 6‑2 mostra os cálculos realizados para obtermos o peso e o centro de gravidade da praça de máquinas.

Tabela 6‑2             Peso da Praça de Máquinas

6.4   Peso Leve
           
O  peso  leve  e  o  centro  de  gravidade  foram  calculados  considerando  o  peso  e  centro  de  gravidade  do  casco,  praça  de  máquinas  e  outfitting.  A  Tabela 6‑3  mostra  o
resultado obtido.

Tabela 6‑3             Peso Leve

 
Planilhas de pesos e Arquivo Rhinoceros

7     SEAKEEPING
 
A análise de SeaKeeping, ou comportamento no mar, é a análise que define a resposta da embarcação às ondas. Em termos práticos é o que define se a embarcação irá
oferecer segurança e conforto para os passageiros. Nesta análise devemos examinar as probabilidades dos seguintes eventos acontecerem: aceleração vertical na proa
maior que um limite a ser definido, emersão do propulsor, embarque de água no convés e batida de proa.

Preliminarmente serão realizados alguns cálculos necessários e posteriormente serão examinados os eventos que devem ser analisados.
 
            ­ Tipo de mar

Inicialmente define­se o mar que embarcação irá enfrentar a maior parte do tempo. Para a rota Rio de janeiro – Macaé foram utilizados os dados meteorológicos da
bacia de campos. Para representação do mar irregular utiliza­se o espectro de ondas JONSWAP fornecido pela Petrobras.

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Para obter o espectro de onda deve­se informar a altura significativa de onda e o período de pico. Estes valores foram obtidos da Tabela 7‑1.
 

Tabela 7‑1             Alturas de Onda

 
Que dá como resultado os valores exibidos na Tabela 7‑2. Os cálculos foram realizados baseados em [9].

Tabela 7‑2             Altura Significativa de Onda

A distribuição de espectro versus período de onda pode ser vista na Figura 7‑1.
 

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Figura 7‑1              Espectro JONSWAP

 
             ­ Resposta do Navio em Mar Regular.
Para o cálculo das forças no navio devido à ação das ondas foi utilizado o software WADAM, do pacote HidroD da DNV. Como INPUT do programa utiliza­se a forma
do casco, o deslocamento e o centro de gravidade. Definem­se várias ondas regulares, cada uma com um período e todas com altura unitária.

A Figura 7‑2 mostra o casco modelado no software, os períodos das ondas incidentes e os diferentes aproamentos do navio em relação às ondas.

Figura 7‑2              Input WADAM

 
Como saída do programa temos as acelerações, velocidades e deslocamentos referentes aos seis graus de liberdade existentes (Surge, Sway, Heave, Roll, Pitch, Yaw).
Estes valores levam em conta a direção de incidência e o período da onda incidente, considerando a incidência de uma onda unitária. Os períodos foram escolhidos de
modo a representar o espectro da onda irregular.

Nas análises de SeaKeeping só é necessário considerar os cálculos para Heave, Roll e Pitch, que estão exibidos na Figura 7‑3 abaixo, apenas para as acelerações:

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Figura 7‑3              Acelerações Para Onda Regular

 
            ­ Resposta do Navio em Mar Irregular.
Os cálculos a seguir foram feitos para cada direção de incidência e para cada grau de liberdade, nas acelerações, velocidades e deslocamentos.

De  posse  do  valor  da  resposta  da  embarcação  em  mar  regular  (acelerações,  velocidades  e  deslocamentos)  e  com  o  valor  da  densidade  espectral  no  mar  irregular  o
procedimento é multiplicar estes valores em cada período. O resultado é o valor da resposta do navio em mar irregular em cada período de onda.
A Figura 7‑4 mostra as acelerações do centro de gravidade da embarcação no mar irregular.

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Figura 7‑4              Resposta em Mar Irregular

 
Para a análise de Seakeeping as acelerações, as velocidades e os deslocamentos verticais devem ser calculadas nos pontos críticos. Baseando­se em [9], os movimentos
na proa e na popa foram calculados com a fórmula abaixo, que considera a combinação dos movimentos de Heave, Roll e pitch.

 
Com esta informação as respostas na proa e na popa podem ser calculadas. A Figura 7‑5 mostra o resultado obtido para a aceleração na proa.

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Figura 7‑5              Aceleração Vertical na Proa

 
A integral destes gráficos calcula o valor de Mo, parâmetro utilizado no cálculo de comportamento em mar. Do ponto de vista estatístico, Mo é o quadrado do desvio
padrão. A Tabela 7‑3 mostra os valores de Mo calculados nas diferentes posições e para os diferentes aproamentos da embarcação.

Tabela 7‑3             Mo

 
Com os valores de Mo pode­se prosseguir para o cálculo do comportamento da embarcação em ondas.

             ­ Aceleração Vertical na Proa.
As acelerações verticais devem ser estudadas, pois são as principais responsáveis pelo desconforto dos passageiros. Este estudo será realizado na proa, pois é o ponto
mais crítico da combinação de Heave, Roll e Pitch. Como recomendado em [10] o valor limite será de 60% da aceleração da gravidade.
O cálculo da probabilidade de ocorrência de aceleração vertical segue a distribuição de Rayleigh e pode ser calculada por:

Onde Avp é o limite de aceleração vertical na proa, 5,89m/s², e Mo a área sob o espectro de aceleração vertical na proa.
 

             ­ Embarque de Água no Convés.
Na  embarcação  em  questão  não  há  convés  exposto  e  por  isso  o  cálculo  será  realizado  para  a  probabilidade  de  uma  onda  atingir  o  WetDeck,  na  altura  do  convés  de
passageiros. A probabilidade de que este fenômeno ocorra pode ser calculada por:

 Onde H representa a altura entre a superfície do mar e o wetdeck, 2,0m e Mzr é a área sob o espectro de deslocamento vertical na proa.
 
            ­ Emersão do Propulsor.

No  caso  do  SWATH,  onde  se  optou  pela  utilização  de  hidrojatos,  o  critério  adotado  foi  de  emersão  da  ré  do  torpedo,  que  é  onde  se  localizam  os  hidrojatos.  A
probabilidade de que este fenômeno ocorra pode ser calculada por:

 Onde H representa o calado no hidrojato, 3,24m e Mzr é a área sob o espectro de deslocamento vertical na popa.

            ­ Batida de Proa.
A batida de proa ocorre quando da ocorrência de dois fenômenos simultaneamente, a emersão do bulbo e a velocidade vertical acima de um limite crítico.

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Onde T é o calado na proa, v* é a velocidade crítica, Mvr0 é a área sob o espectro de deslocamento no bulbo e Mvr2 é a área sob o espectro de velocidade no ponto do
bulbo. A velocidade crítica utilizada foi definida como sugerida por M. Ochi:
 

 
­Resultados.
 
Os resultados obtidos após a análise das respostas da embarcação podem ser vistos na Tabela 7‑4.
 

Tabela 7‑4             Resultados Seakeeping

Planilha de cálculos seakeeping

8     RESISTENCIA ESTRUTURAL
 
Neste  estágio  do  projeto  todas  as  cargas  que  atuam  na  estrutura  já  foram  definidas  e  a  estrutura  já  pode  ser  analisada  globalmente.  Para  a  realização  desta
análise será construído um modelo em elementos finitos.
­ Modelo em elementos finitos.

Para  um  cálculo  preciso  das  tensões  atuantes  na  estrutura  foi  gerado  um  modelo  em  elementos  finitos  utilizando  o  software  NASTRAN.  A  Figura  2‑4  mostra  o
detalhamento das propriedades inseridas no programa.

Figura 8‑1              Propriedades Inseridas no Modelo de Elementos Finitos

 
As cargas atuantes na estrutura foram calculadas pela regra da ABS. A Figura 2‑5 mostra os valores calculados pela regra e os valores inseridos no software.

Figura 8‑2              Cargas Utilizadas nos Modelos de Elementos Finitos

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Definidas as cargas, a topologia e o critério de avaliação pode­se partir para a geração do modelo em elementos finitos.
O modelo gerado tem comprimento de 18 metros (0,8*LOA, como recomendado em [2]) e os momentos recomendados pela regra. Para garantir a validade da teoria de
vigas,  onde  as  seções  planas  devem  permanecer  planas,  foi  utilizado  um  elemento  rígido  nas  extremidades  da  viga­navio,  no  qual  foram  aplicados  os  momentos.  A
Figura 2‑7 a seguir mostra o modelo, completo antes de ser analisado.

Figura 8‑3              Modelo NASTRAN

 
Na Figura 2‑8 abaixo, o detalhe de um painel reforçado. Pode­se notar que neste tipo de embarcação a estrutura é predominantemente transversal.

Figura 8‑4              Painel Reforçado

 
A  primeira  análise  a  ser  feita  ira  identificar  os  esforços  principais  atuantes  no  casco,  os  de  flexão  longitudinal  e  transversal  e  de  torção.  As  figuras  a  seguir
mostram os modelos análisados nos casos de flexão longitudinal, transversal e de torção, respectivamente.

Vista lateral do modelo em flexão longitudinal.

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Vista frontal do modelo em flexão transversal.

Vista em perspectiva do modelo sob torção.

 
Neste ponto pode­se perceber que para os esforços calculados isoladamente a estrutura parece superdimensionada. Porém, após a análise de seakeeping vemos que a
embarcação está projetada para enfrentar as condições mais severas esperadas na bacia de campos. Assim é necessário que a estrutura esteja pronta para os esforços
mais críticos, representados pela combinação das cargas atuantes.
Com  a  aplicação  das  cargas  de  flexão,  torção,  peso  próprio  e  pressão  hidrostática  passamos  a  ter  uma  estado  plano  de  tensões,  assim  sendo,  deve­se  escolher  um
critério para calcular a tensão resultante neste estado complexo de tensões. Os critérios mais utilizados são o de von­Mises e o de Tresca [3].

Considerando as tensões normais atuantes em duas direções perpendiculares, os dois critérios calculam a tensão resultante de um carregamento biaxial. O critério de
Tresca utiliza a máxima tensão de cisalhamento, enquanto o critério de von­Mises utiliza a máxima energia de distorção. A Figura abaixo ilustra o cálculo realizado por
von­Mises e Tresca [4].

Critérios de von­Mises e Tresca

           

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De acordo com o critério de Tresca, se a tensão resultante estiver fora da linha pontilhada ocorre escoamento do material. No critério de von­Mises o escoamento só
ocorre se a resultante estiver fora da elipse. Pode­se perceber que o critério de Tresca é mais conservador que o de von­Mises.
De acordo com [3] a formulação de von­Mises é mais precisa que a de Tresca e é também a mais utilizada em engenharia. Por isso a tensão resultante será calculada
pelo critério de von­Mises. Abaixo está a formulação do critério de von­Mises. O modelo de elementos finitos será analisado de acordo com este critério.

 
O modelo foi analisado e os resultados podem ser vistos a seguir, de onde foram excluidos os elementos de extremidade para que seja possível analisar a estrutura sem
a concentração de tensões gerada pelo modelo. Com a possibilidade oferecida pelo software de dividir o modelo em grupos, foi criado um grupo sem a presença dos
elementos das extremidades. A Figura abaixo mostra o resultado da análise.

Modelo Final Analisado

Após a modificação do modelo foi possível observar que a máxima tensão encontrada na estrutura foi de 55 MPa, um pouco abaixo do limite de 57 MPa.
Com os resultados obtidos acima se pode concluir que a estrutura está dimensionada dentro de um bom nível de segurança, porém sem um super­dimensionamento que
afetaria o peso e o custo da embarcação. Os arquivos utilizados para rodar as análises podem ser vistos no link abaixo.

Link: Planilha da Regra da ABS e FemapNeutral

9     EQUILÍBRIO, ESTABILIDADE E TRIM.
 
Em embarcações comuns, a análise de equilíbrio e estabilidade visa apenas atender a critérios definidos por uma regra. E a análise do trim é apenas um detalhe dentro
do equilíbrio. Para embarcações tipo SWATH é essencial, para o funcionamento ótimo desta, a navegação com trim nulo. Por esta razão houve a divisão entre equilíbrio
(peso = empuxo) e trim.
Após a síntese “compartimentação” foi criada uma ferramenta que, a partir de cada condição de carregamento, determina o volume de lastro em cada tanque de forma a
zerar o trim. O objetivo desta ferramenta é verificar se os tanques de lastro projetados conseguem atender às condições mais críticas de carregamento. Com o lastro
definido pode­se analisar o equilíbrio e a estabilidade.

Nestas sínteses o procedimento será analisar o trim da embarcação e colocar o lastro adequado, analisar o equilíbrio (peso=empuxo) e analisar a estabilidade intacta.
Posteriormente serão abordados os casos de estabilidade em avaria.
 
 ­ Condições de Carregamento Para Estabilidade Intacta

As  condições  1  e  2  consideram  100%  de  consumíveis  e  0%  de  resíduos  (sanitários  e  sedimentação).  As  condições  3  e  4  consideram  10%  de  consumíveis  e  80%  de
resíduos. As condições 5 e 6 consideram 50% de consumíveis e 50% de resíduos. A Figura 8‑1 mostra as condições de carregamento.

Figura 8‑1              Condições de Carregamento

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A Figura 8‑2 mostra a condição sem lastro da primeira condição de carregamento.

Figura 8‑2              Condição de Carregamento 1 ­ Sem Lastro

A Figura 8‑3 mostra a condição com lastro da primeira condição de carregamento.

Figura 8‑3              Condição de Carregamento 1 ­ Com Lastro

 
Após a análise do trim em todas as condições de carregamento a estabilidade intacta pode ser analisada. Foi utilizado o critério para embarcações de alta velocidade
(High Speed Crafts ­ HSC) desenvolvida pela IMO [12]. O software utilizado para a análise foi o HydroMax.
 

­ Estabilidade Intacta.

Regulamento

1.         A distribuição máxima é de 4 passageiros por metro quadrado.
2.         O centro de gravidade dos passageiros sentados deve ser adotado como 0,3m acima do assento.
3.         O centro de gravidade dos passageiros em pé deve ser adotado como sendo 1 metro acima do deck.

4.         A área do gráfico GZ até o ângulo    deve ser maior que:

                        Onde:    = menor ângulo entre o ângulo máximo de GZ ou 30°

5.         O ângulo máximo de GZ deve ser maior ou igual a 10°.
6.         A Banda devido a incidência de vento deve ser menor que 10°.
7.         A banda devido a incidência de vento e o momento dos passageiros não deve passar de 12°.

Condição 1: Todos os critérios foram atendidos. O calado da embarcação manteve­se em 3,9 m e o deslocamento em 165, Ton. Os tanques de lastro estão com o volume
necessário para que não haja trim nessas condições.

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 Condição  2:  Todos  os  critérios  foram  atendidos.  O  calado  da  embarcação  manteve­se  em  3,82  m  e  o  deslocamento  em  165,1 Ton.  Os  tanques  de  lastro  estão  com  o
volume necessário para que não haja trim nessas condições.

     
 

Condição  3:  Todos  os  critérios  foram  atendidos.  O  calado  da  embarcação  manteve­se  em  3,15  m  e  o  deslocamento  em  146,3  Ton.  Os  tanques  de  lastro  estão  com  o
volume necessário para que não haja trim nessas condições.

   
 

Condição  4:  Todos  os  critérios  foram  atendidos.  O  calado  da  embarcação  manteve­se  em  2,92  m  e  o  deslocamento  em  139,7  Ton.  Os  tanques  de  lastro  estão  com  o
volume necessário para que não haja trim nessas condições.

   

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Condição  5:  Todos  os  critérios  foram  atendidos.  O  calado  da  embarcação  manteve­se  em  3,5  m  e  o  deslocamento  em  158,3  Ton.  Os  tanques  de  lastro  estão  com  o
volume necessário para que não haja trim nessas condições.

   
 
Condição 6: Todos os critérios foram atendidos. O calado da embarcação manteve­se em 3,54 m e o deslocamento em 152 Ton. Os tanques de lastro estão com o volume
necessário para que não haja trim nessas condições.

  
 
Desta forma os critérios referentes a estabilidade intacta desta embarcação foram atendidos como pode ser visto na curva de estabilidade e no relatório de estabilidade.

             ­ Estabilidade em Avaria.
             ­ Avaria Determinística.
Para a análise de estabilidade em avaria o procedimento será avariar compartimentos vizinhos, tanto na vertical quanto na horizontal de modo que o navio atenda aos
critérios recomendados pela IMO [12] para avaria.

Regulamento:
1.         A distribuição máxima é de 4 passageiros por metro quadrado.

2.         O centro de gravidade dos passageiros sentados deve ser adotado como 0,3m acima do assento.
3.         O centro de gravidade dos passageiros em pé deve ser adotado como sendo 1 metro acima do deck.

4.         A área do gráfico GZ até o ângulo    deve ser maior que 1,604 m.graus

5.         Máximo GZ deve ser superior a 0,05m
5.         O ângulo máximo de GZ deve ser maior ou igual a 7°.
6.         A Banda devido a incidência de vento deve ser menor que 15°.

7.         A banda devido a incidência de vento e o momento dos passageiros não deve passar de 20°.

Para  determinação  da  extensão  da  avaria  será  utilizado  o  cálculo  recomendado  pela  MARPOL  em  [13].  A  condição  de  carregamento  utilizada  na  análise  será  a
condição 1 utilizada na estabilidade intacta, que é a que apresenta maior peso total da embarcação. A Figura 8‑4mostra os comprimentos de avaria calculados.
 

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Figura 8‑4Comprimentos de Avaria

 
Com estes comprimentos foi possível estimar quais compartimentos seriam avariados em caso de acidente. Foram considerados quatro casos, exibidos abaixo.
 

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Todos os casos foram aprovados nos critérios. A figura abaixo mostra a curva de estabilidade para o quarto caso de avaria, o mais crítico de todos.

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            ­ Avaria Probabilística.
Na avaria probabilística é levada em conta a probabilidade de uma embarcação sofrer avarias e a probabilidade desta avaria levar o navio a pique. Para o cálculo destas
probabilidades o histórico de colisões já ocorridas é utilizado. As estatísticas contemplam apenas embarcações maiores de 80 metros. Por este motivo não é necessário
realizar a análise de avaria probabilística neste projeto. Em virtude da função didática deste relatório o procedimento de cálculo de avaria probabilística será explicado.
Os cálculos não serão realizados e, portanto, os resultados não serão apresentados.

Na avaria determinística foi definido o comprimento máximo que uma avaria pode ter. Na avaria probabilística assume­se que a avaria em um compartimento pode não
ser  contida.  E  calcula­se  a  probabilidade  de  um  determinado  compartimento  ser  avariado.  Um  navio  muito  subdividido  apresenta  grande  probabilidade  de  conter  a
avaria, porém ainda assim apresenta alguma probabilidade de não contê­la, e este é o principio da avaria probabilística.
Com base em estudos estatísticos sobre colisões foi estabelecida a probabilidade de cada região do navio ser avariada. Esta probabilidade cresce da popa para a proa.
Chama­se de “P” a probabilidade de um determinado compartimento ser avariado. As zonas de avaria são separadas pelas anteparas transversais e a cada zona se da
um valor “P”. Para cada zona avariada atribui­se um valor “s”, que é a probabilidade de sobrevivência da embarcação quando sofre avaria nesta zona. Existe ainda um
favor “v”, que é a probabilidade de uma avaria não se alastrar verticalmente.
Os fatores “P”, “s” e “v” são calculados por fórmulas baseadas em estatísticas. A Figura 8‑4 mostra as zonas de avaria e a Figura 8‑5 os fatores “s” calculados.

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Figura 8‑5              Zonas de Avaria

Figura 8‑6              Fatores “s”

 
Com  os  fatores  “P”,  “s”  e  “v”  calculados  em  cada  compartimento  pode­se  calcular  o  índice  de  subdivisão  “A”  com  a  expressão  abaixo,  onde  i  é  o  compartimento
avariado.

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Para se calcular o índice de subdivisão total do navio deve­se calcular o índice de subdivisão em três calados distintos, leve(l), 60% acima do leve (p) e completamente
carregado (s). O índice de subdivisão do navio é dado por:

E deve ser superior ao índice de subdivisão requerido “R”, dado por:

 
 
Planilha para cálculo volume de lastro

Outputs Estabilidade Intacta
Outputs Estabilidade em Avaria

10    VIABILIDADE ECONOMICA
 
A  análise  da  viabilidade  final  desta  embarcação  foi  desenvolvida  utilizando  a  mesma  formulação  utilizada  no  modelo  matemático,  apresentado  no  primeiro  relatório.
Apenas  foram  feitas  as  atualizações  pertinentes  ao  peso  de  alumínio  e  ao  custo  do  motor.  Em  relação  ao  peso  de  alumínio  houve  uma  diferença  de  0,2%  a  mais,
comparando o peso final da estrutura com o peso calculado pelo modelo matemático, a outra diferença se restringe ao motor, pois apesar de termos calculado a potencia
efetiva para o mesmo a escolha do motor deve ser em relação aos motores que existem no mercado, com isso houve uma diferença para mais, no custo final do motor de
207 mil reais.

Estes dois itens relacionados abaixo influenciaram para que o rendimento da embarcação que estava em torno de 46% para uma vida útil de 15 anos passasse para 44%.
Com isso obteve­se o resultado mostrado na Figura 10‑1.
 

Figura 10‑1 Viabilidade Econômica
 
            Esta diferença encontrada será mantida, pois para que seja feito um motor com exatamente a potência necessária para nossa embarcação, os fabricantes iriam
cobrar um valor bem acima do mercado, o que vai em desencontro com as expectativa de nosso projeto
 

Figura 10‑2 Comparação entre as embarcação de mesma rota que transportam passageiros
 
                        Na Figura 10‑2  é  feita  uma  comparação  entre  as  embarcação  projetadas  para  fazer  o  mesmo  trajeto  e  com  a  finalidade  de  transportar  passageiros.  Esta
comparação nos indica uma aproximação ao menor custo por passageiro, que é visto na embarcação Kyra e que nos faz compreender que a nossa embarcação esteve no
caminho da qualidade percorrida que foi o rendimento econômico máximo.  
 
Planilha Viabilidade Econômica

11    MANOBRABILIDADE
           
            Manobrabilidade é a capacidade da embarcação em realizar uma mudança controlada da direção de movimento o que é governado pelo sistema propulsivo
adotado, que foram dois waterjets com raio de atuação de 70° , o que resulta em um alto poder de manobra.  Baseado nestes dados será determinado o raio máximo que
a embarcação poderá manobrar levando em consideração o menor ângulo entre o de alagamento do convés ou o de emersão do torpedo. Para isso primeiro foi
determinado os ângulo de alagamento do convés dos passageiros (Figura 10­1) e o ângulo que o torpedo começa a emergir (Figura 10­2).

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                                                                                  Figura 10­1  Ângulo de alagamento do convés de passageiros                                                                               Figura 10­2  Ângulo de emersão do
torpedo

 
            De acordo com a análise acima, foi determinado que o raio máximo de manobra da embarcação será quando esta alcançar um ângulo de banda igual a 20°. Para
calcularmos o raio, será utilizado o software Hydromax.
 

Tabela 10‑1 Resultados para o Raio de Giro para a condição máxima de banda

            Foi utilizado um método iterativo, onde a partir de uma estimativa inicial qualquer da % da linha d’água obtém­se o ângulo de banda para uma velocidade de 30
Knots da embarcação. Quando o valor do ângulo fosse próximo ao desejado, o raio de giro estava determinado.

            O mesmo procedimento será feito agora para determinar qual o raio de curvatura mínimo para que os passageiros sintam­se confortáveis em caso de manobra.
De acordo com os critérios estabelecidos e explicitados nos artigos sobre fatores humanos, uma pessoa consegue ficar de forma confortável em caso de inclinação igual
a 5°. Baseado neste valor encontra­se abaixo o resultado final, para está condição, do raio de giro para a embarcação.

Tabela 10‑2 Resultados para o Raio de Giro de conforto dos passageiros

12    AVALIAÇÃO GLOBAL
 
A avaliação global da embarcação busca compreender se as sínteses realizadas durante o processo estão de acordo com as expectativas dos projetistas.
Como  definido  no  relatório  1,  a  expectativa  primordial  da  embarcação  é  gerar  lucro. As  outras  qualidades  são  necessárias,  algumas  até  obrigatórias,  porém  não  são
principais.

A forma gerada oferece conforto para os passageiros, muito mais do que a outra opção, que é o transporte rodoviário, o que é um fator determinante na escolha de qual
meio utilizar. Mas ainda assim a forma não é exageradamente grande para o número de passageiros, o que vai de encontro com a expectativa de lucro máximo.
A  estrutura  obtida  está  dentro  dos  limites  estabelecidos  pela  regra,  sem  excessos.  O  modelo  em  elementos  finitos  mostrou  que  as  tensões  estão  altas,  porém
seguramente  abaixo  do  valor  admissível.  A  estrutura  está  muito  bem  projetada  dentro  dos  limites  aceitáveis,  sem  ter  excesso  de  material,  o  que  iria  confrontar  a
expectativa primordial.
Seguindo o mesmo raciocínio e considerando todas as sínteses da embarcação pode­se perceber que todas estão dentro das expectativas esperadas, gerando segurança e
conforto aos passageiros, porém sem nunca contrariar a expectativa primordial de rendimento econômico.

13    CRÍTICA AO METODO
           

            Neste tópico serão identificados os pontos positivos e negativos do projeto assim como as voltas que tivemos que dar durante o desenvolvimento do projeto. Em
relação  aos  pontos  positivos  tem­se  o  modelo  matemático  que  facilitou  o  desenvolvimento  de  algumas  sínteses  como  por  exemplo:  Síntese  Sistema  Propulsivo,  pois  o
output da potência pelo modelo matemático foi considerado, baseado na fidelidade apresentada entre os valores da resistência ao avanço entre o modelo matemático e
do  software  utilizado.  Outro  ponto  importante  foi  a  facilidade  de  parametrizar  a  região  submersa  do  casco  por  ser  uma  superfície  geométrica,  facilitando  com  isso  a
identificação do centro de carena e também da área da linha d’água permitindo que fosse feito uma análise da altura metacêntrica no modelo.
            Os pontos negativos deste projeto foram a imprecisão do método utilizado para o cálculo do peso de outfitting, o que influência o peso leve da embarcação que
por  sua  vez  influência  a  estabilidade  e  a  viabilidade  econômica  dentre  outras  qualidades.  A  estratégia  adotada  a  princípio  teve  que  ser  alterada  algumas  vezes  pela
inconsistência das análises, um exemplo foi a consideração inicial da análise do Arranjo Geral pela autonomia que deveria e está sendo a análise da compartimentação,
pois é onde se determina o volume necessário de combustível e consumíveis.
           

13.1    Processos iterativos
            Este subtópico tem objetivo didático de informar aonde as sínteses tiveram que ser interrompidas por não estarem sendo satisfatórias.

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                        A  primeira  modificação  no  projeto  foi  durante  o  processo  de  otimização.  O  modelo  matemático  inicial  considerava  apenas  a  qualidade  primordial  que  é  o
rendimento  econômico.  Porém  percebeu­se  que  outras  qualidades,  apesar  de  menos  importantes,  também  deveriam  ter  sido  levadas  em  conta.  A  primeira  delas  foi  a
autonomia  e  a  quantidade  de  passageiros,  pois  o  navio  de  rendimento  máximo  não  possuía  deslocamento  suficiente  para  carregar  seu  peso  leve,  combustível  e
passageiros. Após esta consideração foi gerada uma forma que se mostrou instável e por isso a estabilidade passou a ser calculada no modelo matemático e o modelo
pode ser considerado finalizado.
                        Com  a  geração  da  forma  inicial  a  próxima  síntese  é  a  estrutura.  A  primeira  forma,  que  foi  a  de  construção  mais  simplificada  (atendendo  ao  rendimento
econômico) se mostrou ineficiente quando sua estrutura foi analisada, pois seus cantos vivos apresentaram grandes concentrações de tensão.

                        Na  síntese  “compartimentação”  além  de  gastar  o  mínimo  com  material  para  anteparas,  duas  outras  qualidades  eram  esperadas,  autonomia  e  comprimento
alagável.  Pelo  critério  autonomia  e  rendimento  econômico  os  tanques  deveriam  ser  os  maiores  possíveis  de  forma  a  comportar  o  máximo  de  combustível  e  gastar  o
mínimo de alumínio. O tamanho dos tanques foi sendo reduzido até que a compartimentação atendesse à curva de comprimento alagável. Posteriormente percebeu­se
que o equilíbrio não estava sendo satisfeito, pois com condição de 100% de passageiros e consumíveis o empuxo não era suficiente para sustentar o peso. Desta forma o
tamanho dos compartimentos foi sendo reduzido até que o equilíbrio fosse satisfeito, prejudicando o mínimo possível na qualidade rendimento econômico (a influência
desta síntese no rendimento econômico decorre do fato de que quanto mais compartimentado for o navio maior é o custo de alumínio e de construção e de quanto menor
for a autonomia mais tempo a embarcação passa abastecendo).
Globalmente, o método proposto é muito útil e consistente. Deve­se apenas tomar cuidado com o nível de precisão adotado em cada passo. Pois esta precisão, em falta
ou excesso, pode estar levando o projeto para um caminho errado ou então impedindo o avanço.

14    CONCLUSÃO
 
            De maneira geral os aspectos referentes a embarcação do tipo SWATH foram tratados de maneira adequada o que contribui para os resultados satisfatórios
deste trabalho, resultados estes que deve ser tomados como fonte de ajuda para futuros trabalhos sobre este tipo de embarcação.

            No caminho para a conclusão deste trabalho, teve­se algumas voltas e mudanças que apenas contribuíram para um melhor entendimento e confiança sobre o
objeto projetado, refletindo na qualidade de mérito o rendimento econômico máximo.   

15    REFERENCIAS
 
1.      http://www.oceanica.ufrj.br/deno/prod_academic/relatorios/2011/Carlos%20Gustavo%20e%20Oswaldo/relat1/Relat1.htm
 
2.      ABS Guide For Building and Classing High­Speed Naval Craft ­ 2007 ­ Part 3 ­ Hull Construction and Equipment ­ Sections 1 & 2 ­ Disponível em:
http://www.eagle.org/eagleExternalPortalWEB/ShowProperty/BEA%20Repository/Rules&Guides/Current/109_HighSpeedNavalCraft2007/Part3
 
3.      Resistência dos Materiais/ Ferdinand P. Beer, E. Russel Johnston Jr., 3ª edição ­ Pearson Makron Books, 1995, pg 637.
 
4.      http://en.wikipedia.org/wiki/Von_Mises_yield_criterion
 
5.      http://www.weg.net/br/Produtos­e­Servicos/Motores­Eletricos/Industriais­Especiais­de­Baixa­e­Alta­Tensao/Linha­WGM­BT­AT­Fechado­Gaiola
 
6.      http://www.rolls­royce.com/Images/3026310_s3wj_fs_tcm92­8768.pdf
 
7.      Watson, D.G.M ­ Practical Ship Design, Elsevier Ocean Engineering Book Series, Volume 1, Escócia, 1998
 
8.      Safety of Life at Sea ­ International Maritime Organization ­ Londres, 2002. Chapter II­I ­ Construction ­ Structure, Stability, Installation ­ Part B ­ Subdivision and
Stability.
 
9.      Offshore Hydromechanics, J.M.J. Journée & W.W. Massie ­ Delft University of Technology, Holanda, 2001 ­ Primeira Edição
 
10.  NEVES, M. S., Dinâmica do Navio, Programa de Engenharia Oceânica, Departamento de Engenharia Naval e Oceânica/UFRJ, Rio de Janeiro, 2004.
 
11.  http://www.oceanica.ufrj.br/deno/prod_academic/relatorios/2010/fumis_victor/relat2/relat2.htm
 
12.  http://www.imo.org/OurWork/Safety/Regulations/Pages/HSC.aspx
 
13.  International Convention for the Prevention of Pollution from Ships ­ MARPOL ­ International Maritime Organization ­ IMO, 1973
 
14.   Marcus  Grigorovsky  Vollmer,  Uma  Proposta  de  Revisão  do  Novo  Regulamento  do  SOLAS  para  Avaria  Probabilística  de  Special  Purpose  Ships,  Projeto  Final  de
Curso, UFRJ, DENO, 2009.
15.  Luiz Antonio Vaz Pinto – Departamento de Engenharia Naval e Oceânica – UFRJ ‐ Projeto de Sistemas de Máquinas – Planilha Voltanques Versão 03

16.  Luiz Antonio Vaz Pinto – Departamento de Engenharia Naval e Oceânica – UFRJ ‐ Projeto de Sistemas de Máquinas – Planilha Balterm Versão 03
 

http://www.oceanica.ufrj.br/deno/prod_academic/relatorios/2011/Carlos%20Gustavo%20e%20Oswaldo/relat2/Relatorio.htm 33/33

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