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| [Mm tow @ Coa ‘SAUDE E PSICOLOGIA DA SAUDE (O que ¢ sade? Os trés dominio da save Teste da realidad: ‘Como esta sua sade? SAUDEEDOENGA De ugtes bo eassen0 8 Visées antigas Adade Media @ a Renascenga © racionaismo pés-Ronascenga Descobertas do século XIX O século XX @ 0 inicio de uma nova era Diversidade ¢ vida saudivet ‘Sade no novo miénio TENDENCIAS QUE WOLDARARE ‘APSICOLOGIA DA SAUDE Aumento da expectativa de vida © surgimento de transtomos relacionados com 0 esto de da epensando © modelo biomeédico ‘Aurmento dos custes do tratamento de saide PERSPECTIVAS EX PSICOLOGIA DA SAUDE Perspectva do curso o vida Perspective sociocutural Perspectiva de género Perspectva biopsicossocial (erte-corpo) ‘QUESTOES FREQUENTES SOBRE APSICOLOGIA DA SALDE © que fazam os psicciogos da satide? (Onde rabalham os slotiogos da saiide? ‘Como tomar-se um Pelotioge da sadde? psteologta da satide apficagso de principios e nesquisas psico- \égicas para a methoria da sai- 0.0 aprovengao ¢ 0 tratamen- 10 de doengas ae x i en vets os Estados na mn 185 ram emt seu pafs:adotivo, ma vida ainda era dura, Médicos eram caros Zags... (@powcos)s¢ ela sempre ‘inhi de’se'proteger contra agiia poluida, comi- ea “dig da contaminada ou infecgded porio‘febre tlbide, difteria ou alguma das taifas dbencas que prevaleciam naquela época’ Apesar davigilantia, a sobrevivencia éla,'seu mando, seu bebé recém-nascido (a avé de Kathleen) permanecia in- “A expectativa de vida era de menos de 50°ailos, @ im em cada seis-bebés hora ‘ahtes.de seu primeiro aniversério. “Uin {clo depois, Kathleen sori enquanto oli'a jgrafa desbotada de sua bisav6,: .firada em um momento de alegria quando, brincava, com Sua filha, Ela sabe due'sua ancestral viveu uma vida longa e produciva, morréido.aos 75 anos de idade e'tiina'hemopatia que parece ser de familia. Também, devido & seus pais, ela sabe ‘que tem 4 mesma perspectiva otimista e 0 mesmo sabot pela vida ue fortaleca sua bisavé contra as dificuldades. “Como as coisas s40 diferentés agora’, ", pensa Kathleen, “mas quanta coisa dela eu carrego em mim!”. * As coisas sao muito diferentes. Por um lado, 0s avancos na higiene, as medidas de satide publica e a microbiologia praticamente erradicaram as doencas infeccio- sas que os ancestrais de Kathleen mais temiam. Por outro lado, as mulheres que nascem hoje nos Estados Unidos apresentam uma expectativa de vida de quase 80 anos, ¢ os homens, apesar de apresentarem uma mais curta, freqiientemente atin- gem a idade de 72 anos. Juntamente com esse presente do tempo, a maioria das pessoas estd mais consciente de que a satide representa muito mais do que estar livre de doengas. Mais do que nunca, elas fazem coisas que garantem longa vitalidade, modificando suas dietas, fazendo exercicios regularmente e mantendo-se socialmen- te ativas, SAUDE E PSICOLOGIA DA SAUDE histéria da familia de Kathleen deixa claro que muitos fatores interagem para determinar a satide, Este ¢ um tema fundamental da psicologia da satide, um sub- 2 campo da psicologia que aplica principios e pesquisas psicolégicas para melhoria, ‘tratamento e prevengéo de doencas. Suas areas de interesse incluem condigbes sociais, (como a disponibilidade de servigos de satide), fatores biologicos (como a longevidade da famflia e as vulnerabilidades hereditérias a certas doencas) e até mesmo tracos de personalidade (como o otimismo). ‘Como Kathleen, temos sorte de viver em uma época em que a maioria dos cidados do mundo tem @ promessa de uma vida mais longa e melhor, com muito menos deficiéncias e doengas do que em qualquer outra época, Entretanto, esses beneficios a satide nao sdo desfrucados universalmente, Considere: O miimero de anos de vida saudaveis que se pode esperar em média é igual ow excede 0s 70 anas de idade em 24 paises do mundo (a maioria deles desenvolvi- foes, Kio. aa Qn 37" | are | runoaneyos oa ascouoca oa sabe dos), mas estima-se que seja menos do que 40 anos em outros 32 paises (@ maio~ tia em desenvolvimento) (Organizaqao Mundial da Satide, 2000). 4+ Embora a expectativa média de vida continue a aumentar, os brancos norte-ame- eanos vive consistentemente seis anos a mais do que os negros norte-america- hos. AS taxas de mortalidade para bebés negros continuam a ser mais de duas vyezes superior & dos bebés brancos (Anderson, 1995). Mortes e ferimentos relacionados com violéncia, drogas e dlcool e riscos relacio- nados com sexo, como o HIV, cada vez mais marcam a transigao da adolescéncia para a idade adulta, particularmente entre minorias étnicas (Yee e cals, 1995) Em cada idade, as taxas de mortalidade variam de acordo com o grupo éinico. Por exemplo, entre homens e mulheres norte-americanos entre 45 ¢ $4 anos de ida~ de, as taxas de mortalidade so maiores entre afto-americanos (12 por mil), se- {uidos pelos natives americanos (6,1 por mil), europeu-americanos nao-hispani- os (5,0), hispano-americanos (4,9) e americanos de origem asidtica e das ilhas do Pacifico (2,6) (National Center for Health Statistics, 1999). Durante um estudo de sete anos e meio de duracio, realizado com 3.617 adultos com idades a partir de 25 anos, os homens que viviam em dreas urbanas tiveram mortalidade 62% superior do que os homens que viviam em subiirbios, cidades pequenas ou areas rurais (House e cols., 2000) Embora os homens tenkam duas vezes mais probabilidade de morrer devido @ qualquer causa, a partir da meia-idade as mulheres apresentam taxas de doengas e incapacidades mais elevadas (National Center for Health Statistics, 1999). (Os imigrantes recentes para os Estados Unidos geralmente séo mais saudaveis do {que os residentes antigos de mesma etnia ¢ idade (Abraido-Lanza, Dohrenwend, Ng-Mak e Turner, 1999) 0s Estados Unidos gastam uma poreéo maior de seu produto interno bruto em serv 0s de satide do que qualquer outro pais, mas ocupam apenas a trigésima sétima posicao entre 191 paises em relagao ao desempenho geral de seu sistema de satide, medido pelo grau de resposta, imparcialidade de financiamentos, acessiblidade a todos os individuos, ¢ assim por dante (Organizagao Mundial da Satide, 2000). Mais de 15 milhdes de adultos ao redor do mundo entre as idades de 20 ¢ 64 morrem 4 cada ano. A maioria dessas mortes sdo prematuras e podem ser preve- nidas (National Center for Health Statistics, 1999). Essas estatisticas revelam alguns dos desafios na busca pelo bem-estar global. Esses desafios envolvern reduzir a discrepancia de 30 anos em expectativa de vida entre os palses desenvolvidos e aqueles em desenvolvimento; ajudar os adolescentes a fazerem ‘uma transigdo segura e sauddvel para a idade adulta; ¢ aleangar um entendimento mais profundo das relagSes entre género, etnicidade, status sociocultural e sade. Este capitulo apresenta a psicologia da satide, um campo relativamente novo que ira desempenhar um papel fundamental para enfrentar 0s desafios para a satide do mundo nos prdximos séculos. Considere algumas das quest6es que os psicdlogos da satide buscam responder: De que maneira sua capacidade de se relacionar bem com outras pessoas influen- cia a sua sade? De que maneira suas atitudes, crencas, autoconfianga e personalidade geral afe- ram a sua satide? Serd que a acupuntura, a homeopatia, os tratamentos com ervas € outras formas de medicina alternativa realmente funcionam? 'Até que ponto as caracteristicas especificas do seu ambiente, incluindo arquitetu 1a, nivel de ruido e presenga de sol esto associados a sua sauide? Pode a doenca ser causada por hébitos pessoais? ‘Node RT. Dados extatisticos do perfil de morbi-mortalidade da populacio brasileira, bem ‘como de incidéncia e prevalencia das patologias ctadas podem ser encontrados nos sites ind cados na pagina 641 deste livto. ‘A satide da mulher estaindissocie- ‘velmente ligadaa seu statusnaso- Ciedade, Ela ee beneficia com a iguaidade e sofre com a discrimi- nagao. = Organizagao Mundial da Saude, 2000 12 satide estado de ‘completo bemt-estar fisico, moog d ricowaoasioe | wma | 23 Quais séo as barreiras & adogdo de um estilo de vida saudével? or que certos problemas de satide t8m ocorréncia mais provavel entre pessoas de determinada idade, género ou grupo é:nico? © Quais aspectos do estilo de vida do adolescente médio contribuem ou comprome- tema satide? Por que a pobreza é uma ameaca potencialmente séria para a satide? ae A psicologia da satide & a ciéncia que busca responder estas e outras questdes a respeito da forma como seu bem-estar & afetado pelo que vocé pensa, sente e faz. Comecamos nossa exploragdo desse excitante campo dando uma olhada mais de perto no conceito de satide e nas mudanas que sofreu no decorrer da histéria. A seguir, examinaremos a histéria e o alcance da psicologia da saide, incluindo a forma como ela baseia e sustenta outros campos relacionados com a satide. Finalmente, focaremos o tipo de treinamento necessario para tornar-se um psicSlogo da saiide e 0 que vocé pode fazer apés obier essa formacao. O que ¢ satide? A palavra satide vem de uma antiga palavra da lingua alema que é representa- da, em inglés, pelas palavras hale e whole,’ as quais referem-se a.um estado de “inte- sgridade do corpo”. Os lingiistas observam que essas palavras derivam dos campos de batalha medievais, em que a perda de haleness, ou satide, normalmente resultava de tum grave ferimento. Atualmente, somos mais propensos a pensar na satide como a auséncia de doen- ‘sas, em vez da auséncia de ferimento debilitante obtido no campo de batalha. Como tal definigao concentra-se apenas na auséncia de um estado negativo, ela é incomple- ta, Embora seja verdade que as pessoas sauddveis esto livres de doencas, a maioria de nés concordaria que a satide envolve muito mais. E bastante possivel, e até co- mum, que uma pessoa esteja livre de doencas, mas ainda no desfrute de uma vida vigotosa ¢ satisfatdria. A satide nao se limita ao nosso bem-estar fisic. Os trés dominios da saiide Reconhecendo como inadequada e limitada a definigéo anterior de sade, a Organizagdo das Nagdes Unidas estabeleceu a Orgenizacéo Mundial da Saude. Em seu documento de criago, a OMS definiu satide como “um estado de completo bem- estar fisico, mental e social, e ndo simplesmente como a auséncia de doengas ou ‘enfermidades”. Essa definicdo afirma que satide é um estado positivo e multidimen- sional que envolve trés dominios: satide fsica; saiide psicolégica e satide social. A satide fsica, é claro, implica ter um corpo vigoroso e livre de doengas, com um bom desempenho cardiovascular, sentidos agucados, sistema imunolégico vital e a capacidade de resistir a ferimentos fisicos. Ela também envolve habitos relacionados com o estilo de vida que aumentem a satide fisica, Entre estes, estdo seguir uma dieta nutritiva, fazer exercicios regularmente e dormir bem; evitar 0 uso de tabaco e outras drogas; praticar sexo seguro e minimizer a exposicao a produtos quimicos téxicos. A satide psicol6gica significa ser capaz de pensar de forma clara, ter uma boa auro-estima € um senso geral de bem-estar. Ela inclui a criatividade, as habilidades de resolucéo de problemas (como buscar informagées sobre questées relacionadas com a satide) ¢ a estabilidade emocional. Ela também é caracterizada pela auto- aceitacio, abertura a novas idéias e uma “tenacidade” geral na personalidade. A satide social envolve ter boas habilidades interpessoais, relacionamentos sig- nificativas com amigos e familia, e apoio social em épocas de crise. Ela também esta relacionada com fatores socioculturais em satide, como 0 status socioecondmico, a educacio, a emicidade, a cultura e 0 género. “N. de T: Em inglés, hale significa saide, vigor, e whole significa completo, integral ————_—— ST ZH | ares | moans parcotoan oa sale Cada dominio da satide é influenciado pelos outros dois dominios. Por exem- plo, uma pessoa emocionalmente estavel, qué tem boas habilidades de resolucao de problemas (saide psicolégica), provavelmente ted mas faiidade para manter rela- Fonamentos sociais saudaveis (satide social) do que uma pessoa depressiva que tem Giftculdade para se concentrar no problema em questo. Da mesma forma, a satide fisica fraca apresenta desafios especiais, tanto para a auto-estima da pessoa (satide peicol6gica) quanto para relacionamentos com sua familia e seus amigos (stide social). [ Teste da FAITE Como estd sua satide? ‘Como vocé vera ne Capitulo 2, o8 psledlogos da sabe uizam uma vartedade da métodos para conduzie pesquisas 0 gular suas inervengbes clinicas. Entre esses métodos, estdo experimentos dd laboratério, estudos da campo e pasquisas como esta. Um ash ‘célogo ave rabah com a psicaloga da savas aplicada podo usar Exercicios ¢ boa forma fisica 1. Bu realizo atividadesfisicas moderadamente inter sas, como caminhar rapidamente ou fazer trabalhos domésticos por, pelo menos, 30 minutos por dia a Sloane rbaha con apeccga ce sua soins a, rena ertelos igor, co CET, |} planojar uma intervengao para tratar uma pessoa com hipertensso dar, caminhar rapidamente ou aulas de danca 1 felacionada ao estresse. Por exemplo, as resposias podem revelar ‘aerdbica por, pelo menos, 20 2 30 minutos pelo + eee eoras om su tude foe, ater pars Se tren ad ets por semana i om soe ee ee ‘sobre beilenan Sie oH — 3. Eutenho uma vida ativa. Seanamero non ova rien, Eatenko mit ov mena mesma fafa da Re a earn eet eat me accent a a \aioria das pessoas da minha idade. ae ei cies congram wen aren , ee forma exagerada aos problemes cotidianos, Questionaries como tu passo grande parte do meu Tempo. i la7et en ‘este so apenas pontos de partide para @ pesquisa € as interven volvido com esportes ou atividades fisicas ativas | | 96s clinicas. Uma vez identificada uma érea potencial de melhona ‘como ciclismo, caminhadas, natacio, jardinagem i a in emma, ate wa dtoans © wpe celpratcanceespoes comes i Seve sr ides 6 Evesnho bos reticle, ! ; TS ELNEMRS ceeritos de foratecimeno muscular | ‘Quesnonino sone Esto pe Vins = Hésrros pelo menos algumas vezes pot semana, } ; eet _¢, Eutonto ener sucente pra psa o dla sem || ste questiondrio pode ser utilizado para examinar de forma ampla o estilo de vida e os habitos em relacio a cada uma ddas dimensoes da sade e a questbes relacionadas coma sati de, como exercicios, boa forma e prevencio de acidentes. Leia cada um dos itens a seguir. Esereva com sinceridade 0 imimero que melhor corresponde a sua resposta. Adicione seus escores para cada categoria e use as diretrizes para in- | texpretar os resultados. me sentir fatigado. Escore de exercicios e boa forma Consumo de alcool, tabaco e outras drogas 1, Eu evito fumar cigarros, 2. Euevito qualquer uso de tabaco, inciuindo cachim- bos, charuitos e formas de tabaco que néo produ- zam fumaga, como rapé e de mascer. FA 3 Evevitobeber cerveja ou vinho ou se beberevto | Raramente As eber mais de duas doses por dia. coununca —vezes--—«-Normalmente Sempre _4, Ewevito beber em situagbes em que seria inseguro ; 1 2 3 4 beber : __. 5. Bu evito tomar bebedeiras (beber cinco ou mais Satide fisica doses de uma vez). “1. Bucuido da minha sade _— 6, Euevito drogas ics. ' Fees Ceuirer meu corpo saudivel e em boa —— 7. Ex evito socializar com pessoas que utilzam dro- H forma gas ilcitas ou bebem excessivamente. | __ 5, Ex Regientemente fago exames para problemas —— 8. Eu evto usar cool ou outras drogas para lidar i de satide que podem afetar pessoas com © meu tom problemas ou para fazer com que eusina mais bistérico familar tonflanga no meio social % 4, Endo tenho doengas erénicas ou incapacitantes. Escore de consume de alcool, | Xo. 5S eit sinto que estou basicamente em boa sade tubaco e oumas droges |} Lo. & unio tenho alergias. {7 Bunio perco muito tempo de trabalho por causa Praticas de satide preventiva t de doencas, _____1. Euvisito meu médico regularmente para check-ups { __g, urdurmo pelo menos 7 #8 horas ras as notes © ea een eee corde sentindo-me descanstdo e revigorado. —__ 2, Eu examino a pressto sangitinea ¢ o colesterol re score para sade fsica gularmente. aoe —— 3. Eu pratico auto-exames dos seios/testiculos men- salmente. Se eu tenho contato sexual, pratico sexo seguro. 5. Eu evito exposigdo excessiva a0 sol. Eu uso protetor solar sempre que fico no sol por mais do que alguns minutos. —— 7. Eu lavo as mios apés usar 0 banheiro. — 8. Ewmantenho minhas vacinas atualizadas. Escore de priticas de saide preventiva __ Prevengao de acidentes 1. Eu tenho um detector de fumaga em casa. 2. Eurenho um detector de monéxido de carbono em — 3. Euguardo produtos quimicos de uso doméstico em um local seguro. 4. Bui uso 0 cinto de seguranga sempre que dirijo ou ando de carro, — 5. Eurmantenho as eriangas sentadas em umn assento infantil ou com o cinto de segurangs quando an- ddamos de cart. —— 6. Bu obedeco as regras de transito. — 7. Eu uso capacete e outros equipamentos de segu- ranga recomendados quando ando de patins ou de bicicleta — & Bu leioe sigo as instrugdes para 0 uso correto de detergentes, solventes, pesticidas e eletrodomés- eos. Escore de prevencio de acidentes Controle de peso ¢ nutricao 1. Eulimito meu consumo de gordara, incluindo gor- dura saturada. — 2 Eulimito meu consumo de alimentos com alto teor de colesteral, como ovos,figado ¢ came, —— 3. Eu sigo uma’dieta equilibrada do ponto de vista snutricional — 4. Eu como cinco ou mais porgaes de frutas ¢ vege tais diariamente —— 5. Eu limito a quantidade de sal e agticar que con- sumo, —— 6. Bu como alimentos fervidos ou cozidos no vapor, em vez de frites Eu como alimentos ricas em fibras diversas vezes por dia — 8. Eutomo cuidado para manter meu peso dentro de um limite saudavel Escore de controle de peso e nutri¢go ___ Saiide psicolégica — 1. Eveonsigo me concentrar no trabalho na escola ‘ou no emprego. Eu tenho uma diregdo definida em minha vida Eu geralmente gosto de mim mesmo. Eu consigo relaxar e descontrait Ex tenho esperanga no futuro. Eu. gosto de desafos. Eu consigo expressar meus sentimentos. Eu consigo administrar o estresse em minha vide, Escore de satide psicoldgica nmooucio Apscovoaaoussive | comwor | 25 Satide espiritual — 1. Bu vejo significado na vida 2. Bu tenho tm senso de conexio com algo maior do que eu, seja isso uma relgido organizada, a natu- reza ou causas socials, 3. Euacredito que a vida tem um propésito. —— 4 Bu aprecio as artes — pintura e escultura, dana, imisica ou livros, — 5. Buacredito ter um lugar de valor em minha comu- nidade. — 6. Bu tento ajudar as pessoas necessitadas sem espe- rar algo em troca. 7. Eu tento fazer coisas que tenham um valor dura- douro. 8 Bu sinto a nevessidade de fazer alguma diferenga para a vide das pessoas. Escore de satide espiritual ___ Satide social 1. Bu tenho amigos intimos. 2. Bu sou capaz de desenvolver relacionamentes de confianga com outras pessoas —— 3. Bu consigo expressar sentimentos de apreciagdo & ‘amor para com outras pessoas, assim como senti- mentos de decepgio e raiva, 4. Quando hié um problema que eu no consigo re- solver sozinho, normalmente tenho ou encontro alguém com quem conversar a respeic. 5. Eutenho um bom relacionamento com meus famni- liares. —— 6. Eu costumo estar disponivel para as pessoas quan: do elas necessitam de mim. —— 7. Bu consigo me afirmar de maneira responsivel & ‘no permite que os outros trem vantagem de rim. 8. Bu respeito os sentimentos dos outros. Escore de satide social __ Satide ambiental 1. Eu me mantenho informado a respeito de ques ‘Des ambientais,comoa redugio da camada de oz no, a destruigdo das forest e a chuva cia 2. Bureciclo papel, garafas¢ atas de aluminio, 3. Bu cenho eonscidncla da seguranga e qualidade da agua que wilizo. 4. Eu participo ou contribuo para causes ambientais. 51 Eu me cerifico de que qualquer residuo que eu produzir seja descartado adequadamente _— 6. Euevito usar pesticias em aerossol dentro de casa ou no jardim ou, se 0 utlizar, tenho o cuidado de seguir codas as instrugdes de segucanca Eu lavo todas as frutas vegeta ants de comé-os. x fago um esforgo para economizar gua cele: cidade score de satide ambiental Como interpretar o seu resultado 24 a 32 ~ Parabéns! Vocé parece ter adotado um estilo de vida saudével, com um minimo de comportamentos que possam com prometer a saiide. Ainda assim, pode haver espa para melho- rar O que mais vocé pode fazer para otimizar sua saide? 5 —_—_—_xS 26 | are | Fenonventos or scoroc om SADE 168.23 —Embora voot tena claramenteestabelecido alguns hdbitos saudaveis, vot ainda tem muito que melhorat Exa mine as respostas que so menos do que “sempre”, especial mente aguelas que s40 as vezes” ou “raramente ou munca". CConsidere maneiras de mudr seu comportamento para me: thorar seu escore. Abaixo de 16 ~ Com base nesses fatores relacionados com seu estilo de vida, voce parece realizar muitos comporta- ‘SAUDE E DOENCA: LICOES DO PASSADO. Meso que todas as cvizagoes tam sido afetadas po imentos que podem comprometer sua satide, Possivelmente, ‘esses comportamentos aumentam seu risco de doenca ou de acidentes. Quais atitudes voc’ pode tomar para melho- rar seu resultado? Fonte: Nevid, JS, Rathus, $. A. e Rubenstein, H. R, (1996). ‘Health in the new millenium (p. 10-12). New York: Worth Publishers. 1 doengas, cada uma delas compreendia € tratava a doenga de formas diferentes. Em uma certa época, nossos lancestrais pensavam que a doenga era causada por deménios. Em outra, eles diziam {que era uma forma de punigao pela fraqueza moral. Atualmente, Iutamos com ques bes como: “sera que a doenca pode ser causada por uma personalidade doentia?”. ‘Vejamos de que maneiras as nossas visdes com relagio a sate e & doenca mudaram no decorrer da historia. (Talvez. voc8 queira utilizar a Figura 1.1 durante a discussao ‘eguinte para ter um senso da cronologia da mudana nas visbes sobre saide e doenca.) Visdes Antigas Medicina pré-historica Os esforgos de nossos ancestrais para curar doengas podem ser tragados até 20 mil anos atrés. Uma pintura feita em uma caverna no sul da Franga, por exemplo, Gque se acredita ter 17 mil anos de idade, mostra o xami da idade do gelo vestindo 2 Shéscara animal de um antigo curandeiro, Em religides que se baselam em uma cren- {qa em esplrios bons maus, somente um xama (sacerdote ou pa) pode infiuenciar esses espiritos. ‘Para homens ¢ mutheres pré-industriais, que enfrentavam as forgas freqtien temente hostis de seu ambiente, a sobrevivéncia baseava-se na vigilancia constante ‘Contra essas misteriosas forcas do mal, Quando uma pessoa ficava doente, nao havia fama razdo fisica Sbvia para tal fato; pelo contrario, a condigao do individuo acome to era erroneamente atribufda a uma frequeza frente @ uma forga mais forte, feiti ‘carla ou possesséo por um espirito do mal (Amundsen, 1996). © tratamento era duro e consistia de rituais de feitigaria, exorcismo uma forma primitiva de cirurgia chamada de trepanaydo, Muitos arquedtogos ja desenter- raram cranios humanos pré-historicos contendo buracos irregulares que aparente- mente haviam sido perfurados por antigos curandeiros para permitir que os demOni- ‘os que causavam a doenca deixassem o corpo do paciente. A trepanagdo era pratica- dia em pessoas vivas e mortas, sugerindo que essa pritica desempenhava umm impor- tante papel em ceriménias culturais ou Teligiosas além do tratamento da sade. Re- gistros historicos indicam que a trepanagao era uma forma de traramento amplamen- fe praticada na Europa, no Bgito, na India e na América Central e do Sul. “Aproximadamente 4 mil anos atrds, algumas pessoas notaram que a higiene também desempenhava um papel na satide e na doenca e fizeram tentativas de me Ihorar a higiene publica. Os antigos egipcios, por exemplo, realizavam rituals de limpeza para impedir que vermes causadotes de doengas infestassem o corpo, Na Mesopotamia (parte da qual localizava-se onde hoje & 0 Iraque),fabricava-se sabéo, projetavam-se instalagées sanitérias e construiamse sistemas para 0 tratamento de esgotos puiblicos (Stone, Cohen e Adler, 1979). rmoDuGio A rscotocu pa shine | cxvwor | 27 Figura te memes. ‘uma tnha do topo de vattagbes caltarashistércas em rlagao 2 deenga e a are Tate ana uso ca Bepanagio paramore exits o ml até ovo atl de agra rdimasivas do creo ors doprestcay doers. 0 Yataneta co rcbles 6 sade om aisido a mparatasaaros oom ops! dos roe Lina eine Go ttaerns2o logo cas eas apevetaa a equ on esqud para ala: Yapanee2o fem un oo peur ang) espa da Chinas prineras crags o seco XVI vain por um vsnaGor erie va Lendes do soo Xt, uma faragraacompuaderaada pra cheer a aide certal ro sodo XX. GRECIA ANTIGA Doongas ‘causadas pelo dasoquifbrio. dos hurnores do corpo; boa Gietae moderagio a vida : poderiam outs. ae PRE-HISTORICO IDADE MEDIA (476-1450) oor go al et das ‘Doenga era punigao divina SECULO XIX Doenga . eee por pecados, curada por ‘causada por organismos Ec com trepanagéo. Intervengées miraculosas € ‘microscépicns. camer invocagao do srt, em Wamenoeacupiae Gave (2 Rebotomia, munca peter le - ile Matoses ie 3 Ig 3 3 2 modemos @ we & 88loc8_ Sh 88828/8 2 28 iohewwe THI TH trtameto ANTIGO EGITO Deménios € punigdes dos deuses ROMA ANTIGA (200 a.C.) tausavern “Patogenos" como 0 oF : a doenga. A magia ¢ formas ‘contaminado e os humores do Ear tad oe rmivas de ong © ope causavam a doonca info. pea mente & atone Fala tba, vous arose blomostralamentos ‘nomae eCanhos sicanase eee RENASCENCA Doenga era CHINA ANTIGA (1100-200 4) uma condi sca do Forgas danatreza ‘po, que ere separece da Secagulloradascausavam a tronte Técricasertrgeas Geena Tatadecom medona —_uzadas pola primeira vez de eras o acupuntra, Vgers# Exrjtes ra Toa ds bas. C0 Grup’ onre sca A | Geyitieen tome CT sear © Pens Saco. Medicina grega e romana Os avancos mais expressivos em satide puiblica © saneamento foram feitos na Grécia e em Roma durante os séculos Vie V a.C. Em Roma, um grande sistema de drenagem, a Cloaca Maxima, foi construido para drenex um pantano que mais tarde se tomaria o lugar do Forum romano. Com 0 tempo, a Cloaca assumit as fungoes de um sistema de esgotos moderno. Banheiros piblicos, para os quais havia uma pequena taxa de admissio, eram comuns em Roma por volta do século a.C. (Cartwright, 1972) 28" | easTe | FuNDawErTos 04 PICOLOGI Da SALDE 0 primeiro aqueduto trouxe Agua pura para Roma jé em 312 a.C., e a limpeza das vias publicas era supervisionada pelos aediles, um grupo de oficias indicados que também controlavam o suptimento de alimentos. Os aediles criavam normas para garantir que a carne e outros alimentos pereciveis estivessem frescos e organizavam © armazenamento de grandes quantidades de gréos, por exemplo, no esforco para prevenir a fome (Cartwright, 1972). ‘Na Grécia, o flésofo grego Hipdcrates (cerca de 460 a 377a.C.) estabeleceu 2 tera humoral conceto de sat raizes da medicina ocidental quando se rebelou contra o antigo foco no misticismo e ge propasto por Hipdorates,con- na supersticio, Hipécrates, freqitentemente chamado de “o pai da medicina moder _siderava o bam-2star como um na”, foi o primeiro a afirmar que a doenca era uma fenémeno natural e que suas _ estado de perio equiv on- causas (e, portanto, seu tratamento e prevenco) podem ser conhecidos e merecem ‘We Quato Fuidos corpora ba ‘estudos sérios. Dessa forma, ele construit a base mais antiga para uma abordagem ‘sicos, chamados de humores. fi ‘Acredtava-se que a doenga ere cientifica da cura. re eee Hipécrates propés a primeira explicacdo racional para o fato das pessoas adoe- Sac anstanes cerem. Segundo sua teoria humoral, um corpo e uma mente saudaveis resultavam do equilibrio entre quatro fiuidos corporais chamados de humores: sangue, bile ama- rela, bile negra ¢ fleuma, Para manter 0 balanco adequado, o individuo deveria se- guir um estilo de vida saudével, incluindo exercicios, descanso suficiente, boa dieta ¢ fevitar excessos. Quando os humores estavam desequilibrados, contudo, corpo e a mente seriam afetados de maneiras previsiveis, dependendo de qual dos quatro hu- mores estivesse em excesso. Um excesso de sangue, por exemplo, contribufa para uma personalidade sangizinea (otimista e alegre). Embora uma personalidade alegre possa parecer desejavel, HipScrates acreditava o contrario: sangue demais, dzia ele, aumentava a suscetibilidade da pessoa a epilepsia, angina, disenteria e artrite. O tratamento para o excesso de sangue consistia em flebotomia (a abertura de uma veia para remover sangue), banhos frios e enemas. A pessoa fleumdrica, que tinha excesso de fleuma, era triste, langutida e lenta. Como resultado, era propensa a dores de cabesa, resfriados ¢ acidentes vasculares cerebrais. O tratamento consistia em banhos quentes, diuréticos ¢ ervas que induzissem a ndusea. A pessoa colérica, que tinha um excesso de bile amarela e um temperamento ardente, necessitava de um tratamento para dlceras na boca, ictericia e distirbios estomacais. Encontrava-se ali- vio por meio de sangrias, dietas liquidas, enemas e banhos refrescantes. Uma pessoa rmelancélica possuia bile negra demais; uma disposicéo triste € sorumbatica (dai 0 termo melancolia) era o resultado provével. Também se esperava que essa condicéo contribuisse para a ocorréncia de iileeras e hepatite, que poderiam ser tratadas com ‘uma dieta especial, banhos quentes, eméticos (drogas que induzem o vémito) € quei- ma de tecido corporal com um ferro quente (cauterizacio). ‘Ainda que a teoria humoral tenha sido descartada & medida que foram feitos avangos em anatomia, fisiologia e microbiologia, a nocéo sobre os tragos da persona- lidade escarem ligados aos fluidos corporais persiste na medicina popular e alternati- va de muitas culturas. Além disso, como veremos no proximo capitulo, atwalmente sabemos que muitas doengas envolvem um desequilfbrio (de certa forma) entre 05 neurotransmissores do cérebro, de modo que Hipéerates nao estava tao errado. HipScrates fez muitas outras contribuigdes notdveis para uma abordagem cienti- fica da medicina. Por exemplo, para aprender quais cram os habitos pessoais que contribuiam para a gota, uma doenga causada por perturbacées no metabolismo corporal do Acido rico, ele conduaiu uma das primeiras pesquisas de saiide publica a respeito dos habitos daqueles que sofriam da doenca, como sua temperatura corpo- ral, freqiténcia cardiaca, respiragao e outros sintomas fisicos. Ele também apontou a importancia das emogSes © pensamentos de cada um dos pacientes com relagdo a ‘sua satide e tratamento e, assim, chamou a atencéo para os aspectos psicol6gicos da satide e da doenca ‘A préxima grande figura na historia da medicina ocidental foi o médico Claudius Galeno (cerca de 129 2 200 d.C.). Grego por nascimento, passou muitos anos em Roma, conduzindo estudos de dissecacdo de animais e tratando 0s ferimentos graves dos gladiadores romanos, dos quais ele aprendeu grande parte do que anteriormente ‘do se sabia a respeito da saiide e da doenca. Galeno escreveu volumes a respeito da anatomia, higiene e dieta, construides sobre as bases hipocraticas da explicagao ract- onal e da descrigao cuidadosa dos sintomas fisicos de cada paciente. {A Idade Média comecou com um ‘surto de peste que teve origem no Egito em5d0dC. eespathou-sere- pidamento por todo o império ro- mano, chegando @ matar 10 mil ppessoes em um tinico dla. Havia fantos eadaveres que os coveiras ‘do consegulam acompanhat, e 2 solugae foi carregar navies com os mortes, remé-los para © mare abandoné-ios. epidémico literaimente, entre as pessaas, uma doenga epi-

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