O Sujeito da Falência
1. Conceito
Quando o devedor está insolvente, isso significa que ele não tem no seu
patrimônio bens suficientes para satisfação de todos os seus credores. Assim, os
credores, isoladamente, não poderão buscar a satisfação de seus créditos, pois o seu
devedor não dispõe de meios.
A falência, tal como a execução por insolvência civil, é uma forma de execução
concursal, mas que se destina a uma pessoa em especial: o empresário. Ele é o sujeito a
quem se destinam as regras da legislação falimentar, contida, principalmente, na lei
11.101/05.
Pela teoria dos atos de comércio (adotada pelo CCom,1850) o sujeito das
relações era o comerciante, que era identificado pela atividade por ele exercida, entre
aquelas apontadas pelo código como atividades de comércio (Regulamento 737/1850).
A mera exploração desses atos já submetia o seu executor (identificado como
comerciante) às regras de direito comercial (como registro, livros obrigatórios,
falência...)
Com o código de 2002, a Teoria do Atos de Comércio foi substituída pela Teoria
da Empresa. O sujeito das regras do, agora, direito Empresarial, é o empresário. A
diferença entre empresário e comerciante, não é apenas nominal, pois diz respeito aos
critérios da sua identificação.
O empresário pode ser uma pessoa física ou jurídica. Por isso, o art. 1º da LREF
irá disciplinar a falência e recuperação de empresas do empresário individual e da
sociedade empresária. E as demais pessoas jurídicas? Podem falir (sociedades simples,
fundações, associações...)? Não, pois apenas a sociedade empresária explora atividade
econômica, com fins lucrativos. E se essas entidades estiverem insolventes? Não
precisam também submeter-se a uma execução concursal? Sim, mas de outra natureza: a
execução por insolvência civil.
Assim, toda sociedade empresarial, quando insolvente, poderá ter sua falência
decretada? Ex: Banco Itaú (S.A.)? O art. 2º da LREF traz algumas exceções: