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Resumo:
Introdução:
Um sujeito que não quer saber de sua própria verdade, imerso em uma
fantasmática que o oprime na certeza de um absurdo imaginário. O psicótico
padece de seus próprios delírios, numa realidade irreal vivida por este como
real.
Sigmund Freud deixa um campo aberto para a pesquisa e clínica das psicoses,
o que se comprova desde os seus primórdios. Psicanalistas dedicados a esta
clínica deixam em evidência que a psicanálise é possível e efetiva nestas
estruturas ou modos de existência. A neurose inclui uma fantasmática, palco de
uma tragédia familiar, do desejo ocultado pelo sintoma, à perversão explícita no
imaginário, de uma realidade psíquica conflitante no seu confronto real com a
realidade concreta. Já na psicose, uma impossibilidade da relação com o
mundo externo, uma realidade psíquica destruída pelo destino.
Desta forma propomos tratar estas patologias como psicoses e não sujeitos
psicóticos. Fazendo uso de contraponto para a reflexão um caso clínico onde
temos um psicose acompanhada de epilepsia
Desenvolvimento
A partir do que foi testemunhado, não somente nos atendimentos clínicos feitos
por nós, mas como também em paciente atendidos pela instituição.
Encontramos nestes pacientes, danos reais neurológicos, psicomotricidade
comprometida e discursos referentes a sujeitos psicóticos.
Para que este sujeito, em meio a todas as suas limitações, possa falar, fazendo
uso dos recursos que melhor lhe aprouver, ou seja, fazer uso de instrumentos,
tais como lápis, papel, brinquedos, objetos, afim de que se presentifique o
surgimento do discurso tornando possível a construção de uma fantasmática e
sua travessia.
Cabe aqui uma reflexão da função de uma análise nestes casos evidente que
saindo de comentários gerais a uma caso específico.
Fragmento Clínico
Vemos no atendimento de um paciente com hipótese diagnóstica de psicose
acompanhada de quadro de epilepsia, no manejo terapêutico fatores
importantes tais como: a questão do horário, o paciente buscando fazer
relações de tempo e espaço (temporalidade das sessões), construindo
delimitações e semelhanças entre objetos e coisas. Será que poderíamos
considerar estes eventos como construções em análise ? Constatamos os
efeitos terapeuticos de início de tratamento, como uma redução considerável
das crises convulsivas, da agressividade, da impulsividade e de uma série de
comportamentos anti-sociais (queixa da família e muitas vezes da própria
instituição).
que ele possa falar, para que o sentido advenha dele. Permanecemos na
função de analista, causando uma construção, pontuando o discurso do
paciente. Ficamos em silêncio, para que o paciente possa falar, se ouvir e fazer
algo com o que ouve. Há uma completa desorganização apresentada ao início
do tratamento, em direção a uma gradativa organização.
Retornemos ao caso.
Dos jogos com baralho, o paciente busca semelhanças, elege as cartas com
números e diz: "essa casa com esse". As cartas figuradas, K,D,A,J são
descartadas, inclusive o coringa que o paciente diz não servir para nada. Para
o paciente não há Rei, não há Dama e não há Valete e A’s. Diz que quando
crescer irá ter uma mulherzinha e vai mudar de casa. Não há para este o outro
enquanto possibilidade de identidade, não há diferença entre um e outro, mas
meras semelhanças numéricas.
Seguem os critérios:
Sobre o acolhimento
Evento:
Busacmos agora aqui fazer uma paralelo mesmo que seja breve de conceitos
como a contra-transferêcia (D.W.W.) e resistência do analista (Lacan) mesmo
que sejam opostos observamos a presença de um fenômeno de repulsa desta
forma fazendo alguma aproximação. A partir do evento de agressividade do
paciente e o estado do analista que não sobe contornar a situação.
Lembramos de uma sessão que o paciente pega uma bola e diz "com a mão
não pode, e o questionamos, e responde "só com o pé, com o pé é um ponto e
com a mão e zero ponto, e pontuamos "como assim ? e o paciente repete o
que diz e lhe pedimos que pegue um papel e uma caneta e mostre como é
essa relação de número, pé e mão, e durante a sessão a bola vem e vai, o
paciente pega a bola com a mão e anota um zero, chuta a bola, um ponto e o
paciente diz "um ponto para mim, zero para você, um ponto para mim, um
ponto para você e vai anotando em um papel e então temos o seguinte retrato.
010110011101100001111101110111000100111
Em outra sessão:
Justificativa:
Conclusão:
Michel Foucault, em seu célebre texto: "A História da Loucura", nos ensina que
a experiência da loucura é impossível para o racionalismo. As tábuas de
classificação são apenas uma linguagem, um sentido sobre a existência do
indivíduo, mas uma classificação que vem de fora para este, onde a ciência dá
o seu veredicto e eleva-se enquanto ciência pela vias das disposições de um
discurso científico que capta o sujeito, o anulando de sua verdade e legislando
sobre este, condenado a desrazão.
4 de outubro de 2002
Bibliografia:
______,________ ___ Recordar, Repetir e Elaborar (1914) ) ESB Vol XII Ed,
Imago RJ 1976.