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Epóxi

Estrutura química do polímero epóxi

Uma resina epóxi ou poliepóxido é um plástico termofixo que se endurece quando se


mistura com um agente catalisador ou "endurecedor". As resinas epóxi mais frequentes
são produtos de uma reação entre epicloridrina e bisfenol-a. Existem ainda as resinas a
base de bisfenol F e resinas epóxi Novolac.
Existem hoje diversas empresas no mundo que se especializaram em formular produtos
com características próprias para cada necessidade do usuário. Os agentes de cura [3] mais
comuns são as poliamidas, poliaminoamidas, aminas alifáticas, aminas ciclo-alifáticas,
aminas aromáticas, adutos de aminas, anidridos, polimercaptanas e polissulfetos.

História

As primeiras tentativas comerciais de preparo da resina através da epicloridrina


aconteceram em 1927 nos Estados Unidos. O mérito da primeira síntese de uma resina
baseada no bisfenol-a foi compartilhado entre o Dr. Pierre Castan da Suíça e o norte-
americano Dr. S. O. Greenlee em 1936, com a sua exploração comercial em 1938, com o
declínio na produção na Segunda Guerra Mundial. Depois desta época, não houve mais
problemas relativos a escassez de matéria-prima. [4]
O trabalho do suíço foi licenciado pela empresa química Ciba-Geigy, também Suíça, que
se converteu rapidamente, num ano, numa das 3 maiores fabricantes mundiais de resina
epóxi, encerrando os negócios nos finais dos anos 90, e transferindo sua marca à Vantico
que posteriormente foi adquirida pela Huntsman. O trabalho do Dr. Greenlee foi
desenvolvido para uma pequena empresa que, posteriormente, foi comprada pela Shell e
então adquirida pela Hexion que hoje faz parte da Momentive
As maiores empresas que atualmente produzem as resinas époxi são: Dow Química,
Huntsman, Momentive e Nan-ya. Hoje existem fabricantes mundiais em quase todos os
continentes do mundo. No Brasil temos produtos vindos de diversos lugares como China,
Coreia, Itália, Republica Checa, Arábia Saudita, Índia, Tailândia, Estados Unidos e Suíça,
entre outros.

Produção

As resinas epóxi tem diversos gêneros,cada um de acordo com a produção de um tipo de


substância de epóxi, sendo as classificadas como: a epóxi novolacas, epóxi
cíclicas, epóxi acíclicas alifáticas e epóxi fenóxi, sendo abaixo a sua explicação sobre
cada um dos processos para a produção:
Epóxi novolacas
A produção da epóxi novolaca é feita pela polimerização de condensação dos grupos de
hidroxila de uma resina de fenol-formaldeído com epicloridrina, muito similar as resinas de
bisfenol F. Devido ao seu alto índice de cross-linking, possui maior resistência térmica,
química e elevada dureza.
Epóxi cíclicas alifática
Para a obtenção deste produto é dada pela reação das substâncias: dióxido de vinil-ciclo-
hexano e o dióxido de diciclopentadieno e por sua reatividade mais próxima entre as
substâncias é possível a produção de ciclos de carbono no epóxi, assim, caracterizando
este produto. Sua principal característica é resistência a ação do UV.
Epóxi Bromadas
são obtidas através da reação do tetrabromo bisfenol A com epicloridrina. A principal
utilização dela, é para sistema onde se necessite de características de retardância a
chama, como laminados elétricos.0
Epóxi acíclicas alifáticas
Epóxi fenóxi
Produto com excelente resistência química, que inclui diversos solventes. Tem uma ótima
resistência anticorrosiva e a abrasão.

Aplicação
O epóxi é um material de múltiplas aplicações em diversos setores industriais como
domésticos, em especial na indústria da construção civil, pinturas, aeronáutica e química
,sendo eles:

Aplicações do epóxi por setor consumidor:

Indústria Aplicações

Produção de tintas para revestimentos de tubos, manutenção industrial e de


Indústria
embalagens alimentícias, tintas em pó, produção de artigos esportivos, bijuterias
Química
e catalisadores.

Indústria Placas de circuito impresso (como a mainboard do computador),


Elétrica e encapsulamentos de componentes eletrônicos, geradores eólicos,
Tecnológica transformadores a seco e isoladores.

Consumo de adesivos para colagem de metais (pela necessidade de resistência),


Indústria
utilização de laminados a base de epóxi, como material de matriz estrutural com
Aeronáutica
o reforço de fibras de vidro, carbono e aramida (Kevlar).

Indústria da Reformas de parquetes, revestimento de concreto, metais, madeira em geral, de


Construção pisos industriais e decorativos, tambores e tanques com produtos químicos,
recuperação estrutural, lábios poliméricos, reforço com fibra de carbono,
Civil
chumbadores químicos, etc.

Boa parte das quadras poliesportivas são pintadas com tinta epóxi, outro
exemplo de pintura de piso é a demarcação de faixas nas estradas e sinalização
Pintura de Pisos
de vagas para deficientes em estacionamentos e outros locais que necessita de
pintura epóxi de alta resistência.

Também na biologia, o epóxi solúvel em água são normalmente utilizados para


microscópios eletrônicos para a observação de amostras no plástico para que eles possam
ser secionado (fatias finas) com um micrótomo.

Referências
1. «Handbook of Epoxy Resins»

2. «Resinas Epóxi.»

3. «Epoxy Resins:Chemistry and Technology»

4. Vários Autores, Escrito o Capítulo Epoxies (EP) por Calhleen A. Jonhson e Gleen Hilton,
Engeeering Plastics, Volume 2,Editora ASM Internacional,1987,Páginas 240-241.

5. Vários Autores, Escrito o Capítulo Epoxies (EP) por Calhleen A. Jonhson e Gleen Hilton,
Engeeering Plastics, Volume 2,Editora ASM Internacional,1987,Páginas 240-241.

6. D.C. Miles e J.H. Briston,Tradução Caetano Belliboni, Tecnologia dos Polímeros, Editora
Polígono, São Paulo, SP, 1° Edição, 1975, Páginas 121-125.

7. Sikarwar, Rahul S.; Raman Velmurugan, Velmuri Madhu (2012). «Experimental and
analytical study of high velocity impact on Kevlar/Epoxy composite plates». Central
European Journal of Engineering. 2 (4): 638–649. doi:10.2478/s13531-012-0029-x.
Consultado em 2 de abril de 2013

8. Stäubli, W. (1963). «A new embedding technique for electron microscopy, combining a


water-soluble epoxy resin (Durcupan) with water-insoluble Araldite» (PDF). Rockefeller Univ
Press. The Journal of Cell Biology. 16 (1). 197 páginas. doi:10.1083/jcb.16.1.197

9. Kushida, H. (1963). «A Modification of the Water-miscible Epoxy Resin "Durcupan"


Embedding Method for Ultrathin Sectioning». Japan Society Microscopy. Journal of
Electron Microscopy. 12 (1). 72 páginas

10. Luft, J.H. (1961). «Improvements in epoxy resin embedding methods» (PDF). Rockefeller
Univ Press. The Journal of biophysical and biochemical cytology. 9 (2).
409 páginas. doi:10.1083/jcb.9.2.409
A palavra epóxi vem do grego "EP"(sobre ou entre) e do inglês "OXI"(oxigênio), literalmente o termo significa oxigênio entre
carbonos. Em um sentido geral , o termo refere-se a um grupo constituído por um átomo de oxigênio ligado a dois átomos de
carbono. O Grupo epóxi mais simples é aquele formado por um anel de 03 elementos, o qual o termo a-epóxi ou 1,2-epóxi pe
aplicado. O óxido de etileno é um exemplo desse tipo. Os termos 1,3 e 1,4-epóxi são aplicados ao óxido de trimetileno e
tetrahidrofurano.

Neste estudo vamos nos concentrar somente em resinas contendo anéis de três elementos. Não existe nenhum acordo
universal sobre a nomenclatura do anel epoxídico. Existem mesmo, uma divisão no próprio termo epóxi, os europeus
geralmente preferem o termo "EPOXIDE", o qual é sem menor dúvida o mais correto que "EPOXY" utilizado pelos americanos.
Os epóxis podem ser designados óxidos, como no caso do óxido de etileno (epoxietano) ou óxido de ciclohexano (1,2-epóxi ou
1,2-óxido de ciclohexano). O termo oxirano, é um nome trivial para o óxido de etileno, e também usado em referência ao grupo
epóxi, muitos dos mais comuns monoepóxi possuem nomes triviais como epicloridrina, ácido glicídico, glicidol e grupo glicidil.

O grupo glicidil é usado como referência do grupo epóxi terminal, sendo o no me completado por éster, éter, amina, etc..., de
acordo com a natureza do grupo ligado ao terceiro carbono. Seguiremos a nomenclatura geralmente aceita nos EUA.

A primeira resina comercial foi o produto da reação de EPICLORIDRINA e BISFENOL A dando assim a resina mais comum
conhecida como DIGLICIDIL ÉTER DE BISFENOL A (DGEBA).
A molécula acima é a resina epóxi antes de ser catalisado podendo, dependo do valor de n, ser líquida a até sólida sendo que
a viscosidade aumenta conforme vai aumentando o n. Com n< ou = 1 teremos resinas líquidas e n > 1 começará as resinas
semi-sólidas e sólidas. Podem ser classificadas através do EEW (equivalent epoxy weight) ou seu peso equivalente em epóxi.
A grosso modo as líquidas ficam até 229, as semi-sólidas de 230 a 459 e as sólidas acima de 460 podendo chegar a até 5000.
O EEW é utilizado para cálculo estequiométrico de proporção entre resina e endurecedor. A resina básica líquida é a de EEW
= 190. O cálculo do EEW é simplesmente o peso molecular da resina dividido pelo n° de anéis epoxídicos.

EEW = peso molecular da resina / nº de anéis epoxídicos


As resinas epóxi são preparadas comercialmente por 03 métodos principais:

1. Pela dehidrohalogenação da cloridrina obtida pela reação da epicloridrina com adequado Di ou Polihidroxi ou
qualquer outra molécula contendo hidrogênios ativos.

2. Pela reação de olefinas com compostos contendo oxigênio, tais como peróxidos e perácidos.

3. Pela dehidrohalogenação de cloridrinas obtidas por outros mecanismos diferentes do primeiro.

Em 1927, Mr Schade cita, nos Estados Unidos, a primeira tentativa comercial de preparação de resinas epóxi através da
epicloridrina. Entretanto o mérito dos materiais primeiramente designados como resinas epóxi, aqueles derivados de
Epicloridrina e Bisfenol A, é dividido entre o Dr. Pierre Castan da Suíça e o Dr. S.O. Greenlee dos EUA.

Em 1936, o Dr. Castan da suíça produziu uma resina de baixo ponto de amolecimento, com cor âmbar, a qual foi reagida com
anidrido ftálico para produzir um composto termofixo. Dr. Castan trabalhando para "De Trey Freres"da suíça, previu o uso das
resinas líquidas para a fabricação de dentaduras e artigos moldados. Os seus desenvolvimentos foram subseqüentemente
patenteados pela Ciba-Geigy. Conta a história que o Dr. Castan pediu um percentual da venda de toda a resina que fosse para
uso odontológico. O que mais tarde se mostrou muito mais versátil.

Em 1939, o Dr. Greenlee, nos EUA, trabalhando para "Devoé-Raynolds" pesquisou a síntese entre o Bisfenol A e Epicloridrina
para a produção de resinas para "casting", as quais não continham ligações éster sensíveis à soda caustica.

Algumas outras referências devem ser feitas para:

1. Mcintosh e Wolford, os quais em 1920, fizeram plásticos para aplicação em tintas, pó para moldagem e materiais
impregnantes à prova d'água, pela reação de fenol ou cresol com epicloridrina na presença de catalisadores.

2. Bluner, o qual em 1930 descobriu a composição para a fabricação de tintas baseadas em compostos fenol aldeído
reagidos com epicloridrina.

3. Fon Robert e Lemmer, os quais em 1930 reportaram a esterificação de hidroxilas fenólicas por dicloridrinas em meio
caustico.

4. Eisleb, o qual verificou a reação da epicloridrina com aminas secundárias subseqüentemente dehidrohalogenação
com soda caustica em 1926, e Stallman, o qual reportou a produção de diglicidil aminas de amônia e epicloridrina
em 1933.

5. Schank, em 1933 descreveu um glicidil éter de baixo peso molecular produzido de um mol de Bisfenol A e 10 moles
de Epicloridrina, reagida em meio caustico.

6. Groll e Hearns, em 1934 obtiveram uma série de diepóxi de álcoois cloridrados por dehidrohalogenação.

7. Van Peski e Heeffeiman, em 1935 produziram dióxido de butadieno por dehidrohalogenação.

8. Block e Fishbein, levou a pesquisa de Schack de alguma maneira adiante mas trabalhou a maior parte com diepóxi
de baixo peso molecular, tais como diglicidil éter de dióxido de butadieno.

Existem atualmente quatro tipos principais de resinas epóxi comercializados, são:

Resinas epóxi à base de Bisfenol A: são as mais utilizadas, pois são versáteis e de menor custo, proveniente da reação de
Epicloridrina e Bisfenol A, podem ser líquidas, semi-sólidas ou sólidas dependo do peso molecular como descrito acima;

Resinas epóxi à base de Bisfenol F e/ou Novolac: a troca do Bisfenol A pelo Bisfenol F propiciam as resinas epóxi maior
cross-link e melhor desempenho mecânico, químico e térmico, principalmente quando curado com aminas aromáticas ou
anidridos;

Resinas epóxi Bromadas: são resinas à base de Epicloridrina, Bisfenol A e Tetrabromobisfenol A, com essas quatro
moléculas adicionais de bromo, confere às resinas a característica de auto-extinguível;
Resinas epóxi flexíveis: são resinas que possuem longas cadeias lineares substituindo os bisfenóis por poliglicóis pouco
ramificados, são resinas de baixa reatividade que normalmente são utilizados como flexibilizantes reativos em outras
resinas melhorando a resistência a impacto com acréscimo da flexibilidade;

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