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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

ENGC37 – LABORATÓRIO INTEGRADO II

PROFESSOR: CARLOS EDUARDO VIANA NUNES

ALUNOS: MATHEUS PINHEIRO SANTANA

TIAGO JONAS

IHAN FAGUNDES

CIRCUITO EQUIVALENTE DE
THEVENIN E NORTON

(Roteiro 05)

Salvador, Bahia

Dezembro de 2017
I – Introdução
Durante o estudo de circuitos elétricos, a análise e o projeto destes, podem haver
casos em que a complexidade do circuito seja alta, dificultando a aplicabilidade das
formas usuais de análise. Pensando nisso, ao longo dos anos foram desenvolvidas
diversas técnicas de simplificação de circuitos. Algumas destas têm apenas a finalidade
de simplificar a rede. Todavia, outras trazem consigo algumas características
importantes. Este é o caso dos dois teoremas que serão apresentados neste relatório:
teorema de Thévenin e Norton.
Estes dois teoremas são usados para simplificar circuitos lineares pois permitem a
redução de uma rede complexa a apenas dois componentes. Estes componentes têm a
capacidade de oferecer as mesmas saídas nos terminais do circuito, o que facilita
diversos estudos. Como, por exemplo, a análise do comportamento de um circuito com
a adição ou modificação de um componente qualquer. Não seria necessário se analisar
a rede complexa novamente, bastaria apenas a análise de seu equivalente de Thévenin
ou Norton, que são notavelmente mais simples.
Tais conhecimentos são bastante úteis em diversos projetos da engenharia
elétrica. Isso se deve ao fato de trazerem a possibilidade de um estudo simplificado de
redes complexas. O que permite, por exemplo, que se façam modificações de forma a
obter maior transferência de potência e, portanto, maior eficiência com menor custo,
que é o foco de maior parte dos projetos. Esta será uma das aplicações do circuito
equivalente de Thévenin que será discutida neste trabalho.
Para isto, no presente relatório, serão apresentados e discutidos tais teoremas.
Então, será visto como estes conceitos se aplicam à análise de circuitos. Após isso, essa
teoria será aplicada a uma dada configuração de circuito. E, por último, será feita a
comprovação experimental desses conceitos supracitados. Ou seja, os circuitos serão
montados e as medições de corrente e tensão, feitas experimentalmente,
conhecimento já adquirido em experimentos passados. Após isso, será vista a aplicação
do equivalente de Thévenin para a obtenção da máxima transferência de potência. E,
novamente, serão apresentados conceitos teóricos, realizados cálculos, e estes serão
comprovados de forma experimental.
A comprovação experimental, visa demonstrar a validade do modelo teórico.
Mostrando que, de fato, os valores obtidos utilizando dos teoremas estudados,
coincidem com os valores medidos experimentalmente.
Na seção dois (Revisão Bibliográfica) serão mostrados conceitos básicos
necessários ao entendimento do presente relatório. Estes conceitos serão explanados
de forma a tornar o leitor apto ao entendimento não só da metodologia, mas também
dos resultados e análises aqui contidos.
Na seção três (Metodologia) será apresentado o passo a passo das tarefas
executadas, descrevendo cada procedimento e o justificando.
Na seção quatro (Resultados e Discussão) serão expostos os resultados obtidos,
utilizando da metodologia apresentada na seção III. Os resultados serão analisados,
comparando-os com fundamentos teóricos apresentados na seção II, e com simulações
previamente executadas no pré-projeto. O intuito é encontrar similaridades e diferenças
entre conceitos teóricos, simulações e a execução prática do experimento.
Na seção cinco (Conclusão), o relatório será concluído, mostrando se a atividade
teve êxito frente à previsão teórica e à simulação ou se ocorreram falhas operacionais
ou de condução do experimento.
E por fim, na seção seis (Bibliografia) estarão disponíveis as referências
bibliográficas utilizadas na confecção do relatório.
II – Revisão bibliográfica
O primeiro a ser apresentado e discutido é o teorema de Thévenin. Este afirma
que um circuito linear de dois terminais,” a” e “b”, como visto na Figura 1a, pode ser
substituído por um circuito equivalente formado por uma fonte de tensão V th em série
com um resistor Rth, como visto na Figura 1b abaixo:

(a) (b)
Figura 1 – (a) Esquema de um circuito linear de dois terminais (b) Esquema do circuito equivalente de Thevenin

Onde a parte do circuito após os terminais, comumente chamada de carga, é


normalmente formada por componentes variáveis. Justamente visando analisar como a
variação deles influencia no comportamento final da rede. E Vth e Rth são
respectivamente chamadas de tensão equivalente de Thévenin e resistência equivalente
de Thévenin. [1]
A tensão Vth é igual à que aparece entre os terminais “a” e “b” do circuito, quando
em aberto, como mostrado na Figura 2a. E Rth é a resistência equivalente nos terminais
quando as fontes independentes estão inoperantes, como visto na Figura 2b abaixo:

(a) (b)
Figura 2 – (a) Esquema do circuito para obtenção de Vth (b) Esquema do circuito para obtenção de Rth

Para se obter a tensão equivalente de Thévenin basta que o circuito seja aberto
nos terminais “a” e “b”, e, a partir daí, seja aplicada alguma técnica de análise. Como
por exemplo, análise nodal ou de malhas. Ou, até mesmo, em casos mais simples, divisor
de tensão, transformação de fontes, dentre outros métodos.
Para encontrar a resistência equivalente de Thévenin, há dois casos a se
considerar:
Caso 1: se não há fontes dependentes no circuito; basta que as fontes
independentes do circuito sejam desabilitadas. As fontes de tensão serão substituídas
por um curto circuito e as fontes de corrente por um circuito aberto. Daí, faz-se
associação de resistores até que se chegue a uma única resistência. Esta será dita
resistência equivalente de Thévenin.
Caso 2: se há fontes dependentes no circuito; neste caso, a carga será substituída
por um curto circuito e então, será calculada a corrente de curto circuito Icc entre os
terminais “a” e “b”. Daí a resistência equivalente de Thévenin pode ser obtida pela
Equação 1 abaixo:
𝑉𝑡ℎ
𝑅𝑡ℎ = (1)
𝐼𝑐𝑐
Vide o seguinte exemplo:

Figura 3 – Esquema do circuito exemplo

Note que a resistência RL, chamada de resistência de carga, é variável. Portanto, é


necessário se encontrar o equivalente de Thévenin à esquerda dos terminais “a” e “b”.
Para isso, inicialmente, será calculada a tensão de circuito aberto entre estes terminais,
como na Figura 4a abaixo. Após isso, será calculada a resistência equivalente, com todas
as fontes independentes inoperantes, como na Figura 4b, também abaixo.

(a) (b)
Figura 4 – (a) Esquema do circuito exemplo para obtenção de Vth (b) Esquema do circuito exemplo para obtenção
de Rth

Aplicando a Lei de Kirchhoff da tensão às duas malhas da Figura 3a obtém-se:

Malha 1 −32 + 4𝑖1 + 12 (𝑖1 − 𝑖2 ) = 0 (2)


Malha 2 𝑖2 = −2𝐴 (3)

Substituindo (3) em (2), obtém-se:


𝑖1 = 0,5𝐴 (4)

Daí, note que a tensão de circuito aberto entre os terminais “a” e “b”, é a mesma
sob o resistor de 12Ω. Portanto:
𝑉𝑡ℎ = 12 (𝑖1 − 𝑖2 ) = 12(2,5) = 30𝑉
E a resistência equivalente de Thévenin pode ser obtida por simples associação de
resistores, a partir do esquema da Figura 4b:
12.4
𝑅𝑡ℎ = 12||4 + 1 = + 1 = 4Ω
12 + 4

Assim, o circuito equivalente de Thévenin da Figura 3 é:

Figura 5 – Circuito equivalente de Thévenin do exemplo dado

O teorema de Norton é mais uma dentre as inúmeras opções que temos para
cálculos de grandezas presentes em circuitos elétricos. Se assemelha ao teorema de
Thévenin e tem a mesma aplicabilidade. A diferença fundamental é que o circuito
equivalente consiste em uma fonte de corrente em paralelo com uma resistência.
Uma fonte de corrente é um elemento que injeta sempre a mesma corrente em
uma carga, independentemente de seu valor ôhmico. Normalmente fontes de corrente
fazem parte de circuitos eletrônicos mais complexos, onde suas funções são exigidas.
Em circuitos elétricos, as fontes de corrente são incluídas nas análises mediante a
interpretação de seus efeitos.
O teorema de Norton afirma que um circuito linear de dois terminais pode ser
substituído por um circuito equivalente formado por uma fonte de corrente IN em
paralelo com um resistor RN, em que IN é a corrente de curto-circuito através dos
terminais e RN é a resistência de entrada ou equivalente nos terminais quando as fontes
independentes forem desligadas.
Para descobrir a corrente IN de Norton, determinamos a corrente de curto-circuito
que flui entre os terminais “a” e “b” em ambos os circuitos da Figura 6. É evidente que
a corrente de curto-circuito na Figura 1b é IN. Esta tem de ser igual à corrente de curto-
circuito entre os terminais “a” e “b” da Figura 1a, uma vez que as duas correntes são
equivalentes. Portanto,

𝐼𝑁 = 𝑖𝑠𝑐 (5)

Mostrado na Figura 7. As fontes dependentes e independentes são tratadas da


mesma forma que no teorema de Thévenin.
Figura 6 (a) Circuito original; (b) circuito equivalente de Norton.

Figura 7 Encontrando a corrente de Norton IN.

Existe uma estreita relação entre os dois teoremas: RN = RTh como na Equação (1)
e
𝑉𝑡ℎ
𝐼𝑁 =
𝑅𝑡ℎ (6)

Basicamente, transformação de fontes. Por essa razão, a transformação de fontes


é muitas vezes chamada transformação Thévenin-Norton.
Uma vez que VTh, IN e RTh estão relacionadas de acordo com a Equação (6),
determinar o circuito equivalente de Thévenin e de Norton requer que encontremos:
• A tensão de circuito aberto, voc, entre os terminais a e b.
• A corrente de curto-circuito, isc, nos terminais a e b.
• A resistência de entrada ou equivalente, Rent, nos terminais a e b quando todas
as fontes independentes estiverem desligadas.
Podemos calcular quaisquer dois desses três itens usando o método mais fácil e
então usá-los para obter o terceiro item por meio da lei de Ohm. Da mesma forma, já
que
𝑉𝑇ℎ = 𝑣𝑜𝑐
𝐼𝑁 = 𝑖𝑠𝑐
𝑣𝑜𝑐
𝑅𝑇ℎ = = 𝑅𝑁
𝑖𝑠𝑐
Os testes de circuito aberto e de curto-circuito são suficientes para encontrar
qualquer circuito equivalente de Thévenin ou de Norton, de um circuito contendo pelo
menos uma fonte independente.
Para exemplificar o Teorema de Norton vamos utilizar o circuito da Figura abaixo:

Figura 8 Esquema do circuito para exemplo.

O objetivo é calcular a intensidade de corrente na resistência de 40Ω. O primeiro


passo é remover o elemento de interesse, no caso a resistência de 40Ω, e nominar os
pontos de onde ela foi retirada.

Figura 9 Esquema do circuito para exemplo.

O cálculo da resistência de Norton é feito do mesmo modo que a resistência de


Thévenin. Isto é:
A resistência de Norton é a resistência equivalente entre os pontos A e B quando
todas as fontes de tensão são curto-circuitadas ou substituídas pelas respectivas
resistências internas. As fontes de corrente, se houver, devem ser substituídas por
circuitos abertos.
Logo, a resistência equivalente entre os pontos A e B, ou seja, a resistência de
Norton, fica:
250 ∗ 100
𝑅𝐴𝐵 = 𝑅𝑁 = → 𝑅𝑁 = 71,43Ω
250 + 10
Para o cálculo da corrente de Norton, deve ser promovido um curto-circuito sobre
os terminais “A” e “B” do circuito original. A corrente de Norton será a corrente através
deste curto-circuito.

Figura 10 Esquema do circuito para encontrar a corrente IN.

Para determinar a corrente IN neste caso, podemos aplicar o método das correntes
de malha, como segue:

Figura 11 Esquema do circuito para encontrar a corrente IN.

250𝐼1 = −20 → 𝐼1 = −0,08𝐴


100𝐼2 = 𝐼2 → 𝐼2 = 0,12𝐴
𝐼𝑁 = 𝐼1 + 𝐼2 → 𝐼𝑁 = −0,08 + 0,12 → 𝐼𝑁 = 0,04𝐴
Assim, o circuito equivalente de Norton fica:

Figura 12 Circuito equivalente de Norton.

Retomando com o elemento de interesse entre os pontos “A” e “B” e finalmente


calculamos a corrente sobre ele, aplicando a regra do divisor de corrente.
71,43
𝐼 = 𝐼𝑁 ∗ → 𝐼 = 25,6𝑚𝐴
71,43 + 40

 Máxima transferência de potência


O teorema da máxima transferência de potência trata fundamentalmente da
transferência de energia entre a fonte e a carga do circuito (resistores). Para entendê-lo
melhor, temos que considerar o fato de que as fontes comumente usadas não são ideais,
isto é, sempre existe uma limitação na corrente I que elas podem fornecer. Tais fontes
reais podem ser representadas pela associação em série de uma fonte ideal com uma
resistência (responsável pela dissipação de energia no interior do gerador), como
mostrado na figura 13.

Figura 13 – Fonte de tensão real.

Consideremos agora esta fonte conectada a uma carga com resistência


equivalente R. O circuito fonte carga pode ser representado tal como mostrado na figura
2.

Figura 14 – Teorema de máxima transferência de potência.

A corrente que atravessa o circuito pode então ser calculada:


𝜀 (1)
𝐼=
𝑅 + 𝑅𝑖

Explicitamente calculamos a potência Pc dissipada na carga e a potência Pi


dissipada na resistência interna do gerador:
𝑅 (2a)
𝑃𝑐 = 𝑉𝑐 𝐼 = 𝑅𝐼 2 = 𝜀²
(𝑅 + 𝑅𝑖 )²
𝑅 (2b)
𝑃𝑖 = 𝑉𝑖 𝐼 = 𝑅𝑖 𝐼 2 = 𝜀²
(𝑅 + 𝑅𝑖 )²
Supondo a tensão da fonte, ε, constante. Para descobrir qual valor de R a potência
dissipada é máxima basta derivar PC em relação a R e igualar a zero (neste caso, a
segunda derivada é sempre negativa .Tem-se então:

𝑑𝑃𝑐 𝜀² 2𝑅𝜀 2 (3)


= − = 0 → 𝑅 = 𝑅𝑖
𝑑𝑅 (𝑅 + 𝑅𝑖 )² (𝑅 + 𝑅𝑖 )3

Logo, quando a resistência da carga for igual à resistência do gerador, a potência


dissipada na carga será máxima. Podemos agora enunciar o teorema de máxima
transferência de potência, que diz: “A máxima transferência de potência para a carga
ocorre quando R = Ri ”.
Na figura 3 estão mostrados a potência total e as potencias dissipadas na
resistência de carga (potência útil) e na resistência interna (potência dissipada) da fonte
como função da resistência de carga. Com cargas de baixa resistência, a fonte é forçada
a gerar muita energia elétrica, sendo que boa parte dessa energia é dissipada nela
mesma. Isso tem dois efeitos ruins: sobreaquecimento da fonte, o que pode danificá-la,
e um consumo elevado de energia (se a fonte for, por exemplo, uma pilha, ela se
descarrega mais rapidamente do que se estivesse alimentando uma carga de maior
resistência).

Figura 3–Balanço de potência para um gerador que alimenta uma carga resistiva.

 Conversão estrela-triângulo
No circuito a ser analisado no presente relatório a resistência equivalente
necessita ser determinada e somente as regras de associação série e de associação em
paralelo não conseguem estabelece-la. Uma parte do circuito é um caso típico de
circuito em ponte, mostrado na Figura X. Nestes casos pode-se simplificar o problema
utilizando as regras de conversão estrela-triângulo, as quais são vistas aqui de forma
resumida, maiores detalhes encontram-se na bibliografia. A conexão de resistores em
estrela é mostrada na Figura Xa, ao passo que a conexão em triângulo é mostrada na
Figura Xb. A conexão em estrela também é denominada de conexão Y ou ainda conexão
T. Por outro lado, a conexão em triângulo também é denominada de conexão em delta
ou ainda conexão π. Sob todos os aspectos elétricos (corrente, tensão e potência), existe
uma equivalência entre estas duas conexões, a qual é assegurada pelas relações entre
as resistências em ambas.

(a) (b)
Figura X - Equivalência entre a conexão (a) estrela e (b) triângulo

Figura X – Indicação da ponte existente no circuito elétrico estudado

 Conversão de Triângulo para Estrela


Quando o circuito original está na conexão triângulo, pode-se converter o circuito para
estrela utilizando-se as seguintes relações:
𝑅𝑏 × 𝑅𝑐
𝑅1 =
𝑅𝑎 + 𝑅𝑏 + 𝑅𝑐
𝑅𝑐 × 𝑅𝑎
𝑅2 =
𝑅𝑎 + 𝑅𝑏 + 𝑅𝑐
𝑅𝑎 × 𝑅𝑏
𝑅3 =
𝑅𝑎 + 𝑅𝑏 + 𝑅𝑐
A regra para a conversão triângulo-estrela é, portanto: cada resistor do circuito em
estrela é o produto dos resistores dos dois ramos adjacentes do triângulo dividido pela
soma dos três resistores do triângulo.

 Conversão de Estrela para Triângulo


Quando o circuito original está na conexão estrela, pode-se converter o circuito para
triângulo utilizando-se as seguintes relações:
𝑅1 × 𝑅2 + 𝑅2 × 𝑅3 + 𝑅3 × 𝑅1
𝑅𝑎 =
𝑅1
𝑅1 × 𝑅2 + 𝑅2 × 𝑅3 + 𝑅3 × 𝑅1
𝑅𝑏 =
𝑅2
𝑅1 × 𝑅2 + 𝑅2 × 𝑅3 + 𝑅3 × 𝑅1
𝑅𝑐 =
𝑅3

A regra para a conversão estrela-triângulo é, portanto: cada resistor do circuito


em triângulo é o produto dos resistores da estrela dois a dois dividido pelo resistor
oposto da estrela.

 eficiência
A eficiência, simbolizada por 𝜂, é uma medida do desempenho de uma máquina.
Maior eficiência significa transformar a maior parte possível da energia disponível em
trabalho. Simboliza a fração da energia fornecida ao sistema que é convertida em
trabalho e, é definida matematicamente por:
𝑊
𝜂=
𝑄𝑄

Onde:
𝑄𝑄 é a quantidade de energia fornecida e W é o valor absoluto do trabalho
mecânico realizado.
III – Metodologia
Após prévia leitura do roteiro e realização do pré-projeto, foi realizado o
experimento.
Inicialmente determinamos, para o circuito 1 (Figura 13), os valores de corrente
(IRL) e tensão (VRL) nos terminais da resistência de carga RL como na Figura 14.

Figura 13 Esquema do circuito 1.

Figura 14 Simulação para encontrar os valores de corrente (IRL) e tensão (VRL) nos terminais da resistência de carga
RL.

Considerando a fonte de tensão desativada, determinamos a resistência


equivalente (RTH,RNOR) do circuito 1, a partir dos terminais da resistência de carga RL
(associação de resistores).
Figura 15 Simulação para encontrar a resistência equivalente (RTH,RNOR) do circuito 1, a partir dos terminais da
resistência de carga RL.

Determinamos o valor de tensão nos terminais da resistência de carga RL quando o


mesmo é considerado aberto (VTH).

Figura 16 Simulação para encontrar o valor de tensão nos terminais da resistência de carga R L .

Determinamos o valor da corrente através dos terminais da resistência de carga RL quando


a mesma é substituída por um curto circuito (INOR).

Figura 17 Simulação para encontrar valor da corrente através dos terminais da resistência de carga RL .
Então determinamos os equivalentes de Thévenin e Norton.
Medição da tensão de Thévenin: Montar em protoboard o circuito 1. Retirar o
resistor de carga RL e medir a tensão de circuito aberto nestes terminais (tensão de
Thévenin).
Medição da corrente de Norton: Montar em protoboard o circuito 1. Retirar o
resistor de carga RL e colocar em seu lugar um curto-circuito. Medir a corrente de curto-
circuito (corrente de Norton).
Essas duas etapas foram simuladas na primeira etapa, como nas figuras 16 e 17
respectivamente, e os valores obtidos na simulação assim como a discussão dos
resultados estão na seção posterior.
Determinamos então a resistência de Thévenin através dos procedimentos
descritos abaixo.
Montamos em protoboard o circuito 1, desconectando a fonte de tensão.
Colocamos no lugar da fonte de tensão um curto-circuito. Retiramos o resistor de carga
RL e aplicamos, em seu lugar, uma fonte de tensão VF (Fonte Fictícia). Medimos a
corrente I0, gerada pela fonte (VF). A resistência de Thévenin é calculada a partir da
equação:
RTh = VF/Io

Figura 18 Simulação para medir a corrente I0, gerada pela fonte (VF).

Medimos a resistência de Thévenin com o multímetro. Considerando, para essa


medida, a fonte de tensão do circuito desativada.
Figura 19 Resistência de Thévenin com o multímetro.

Comprovação prática da equivalência entre os circuitos: Montamos em


protoboard o circuito 1 e medimos os valores de corrente e tensão nos terminais da
resistência de carga RL (como representado na seção seguinte)

A comprovação prática entre o circuito original e o equivalente de Thévenin só


será possível com o uso de um potenciômetro no lugar da resistência equivalente, uma
vez que não existe componente no valor exato da resistência obtida.

Montamos o equivalente de Thévenin do circuito 1 e medimos corrente e tensão


nos terminais da resistência de carga RL.

Figura 20 Determinação do equivalente de Thévenin.

Com o circuito equivalente obtido e os valores de corrente e tensão medidos,


calculamos a potência fornecida pela fonte equivalente de Thévenin (PTH) e a potência
entregue à carga (PRL).

Por último montamos o circuito da Figura 21 e medimos a corrente (IAB) e a tensão


(VAB) para diferentes valores de resistência de carga RL (330Ω, 560Ω, 680Ω, 1kΩ, 1,2kΩ,
2,4kΩ, 4,7kΩ, 10kΩ).
Figura 21 Esquema para o circuito 2.

Figura 22 Medição da tensão e corrente para RL = 330Ω.

Com os valores obtidos no item anterior, calculamos a potência (PAB) para cada
valor de resistência de carga.
Então fizemos a curva da potência consumida pela carga em função da resistência
RL e encontramos o ponto de máxima transferência de potência.

Resistência Potência Corrente


330 0,004664 0,0037594
560 0,005753 0,00320513
680 0,006023 0,00297619
1000 0,00625 0,0025
1200 0,006198 0,00227273
2400 0,00519 0,00147059
4700 0,003616 0,00087719
10000 0,002066 0,00045455
Potência
0.007

0.006

0.005

0.004

0.003

0.002

0.001

0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000
IV – Resultados e discussão
Inicialmente determinamos de forma analítica para o circuito 1 (Figura xx), os
valores de corrente (IRL) e tensão (VRL) nos terminais da resistência de carga RL.
Utilizando o método das malhas temos:

Figura xx Esquema analítico do circuito 1.

1680𝐼1 − 390𝐼2 − 510𝐼3 = 0


−390𝐼1 + 990𝐼2 − 130𝐼3 − 150𝐼4 = 0
−510𝐼1 − 130𝐼2 + 740𝐼3 − 150𝐼4 = 0
−470𝐼2 − 150𝐼3 + 620𝐼4 = −2

Resolvendo o sistema acima obtemos as seguintes correntes de malha:

𝐼1 = 6,05𝑚𝐴 𝐼2 = 4,13𝑚𝐴 𝐼3 = 5,02𝑚𝐴 𝐼4 = 𝐼𝑅𝐿 = 2,28𝑚𝐴

Determinação da tensão na resistência RL:


560
𝑉𝑟𝑙 = = 1,276 𝑉
2,28 × 10−3
Após a montagem do circuito a tensão e a corrente encontradas
experimentalmente foram as seguintes:
(a)

(b) (c)
Figura XX – (a) Montagem do circuito e resultados experimentais da (b) Corrente e (c) Tensão sob o resistor RL

Considerando a fonte de tensão desativada, determinamos a resistência


equivalente (RTH,RNOR) do circuito 1, de forma analítica utilizando os princípios de
transformação triangulo-estrela e associação de resistores.
Primeiramente observamos a formação de ponte de resistências conforme a
figura (da ponte), em seguida aplicamos os princípios de conversão:
Figura X – Determinação da resistência equivalente da ponte existente no circuito

Em seguida observamos que essa resistência equivalente à ponte está em


paralelo com a resistências R1 e R7, conforme a imagem abaixo:

Figura XX – Determinação da resistência de Thévenin

Em seguida partimos para medição experimental e o resultado da resistência


equivalente medida foi a seguinte:
Figura XX - Resultado da resistência de Thévenin Experimental

Determinamos o valor de tensão nos terminais da resistência de carga RL quando


o mesmo é considerado aberto (VTH). Para isso, pegamos o equivalente da ponte e
ligamos em série com as resistências R1 e R7 conforme a imagem abaixo:

Figura XX – Circuito Equivalente ao circuito com resistência RL em aberto

Onde calculamos:

6
𝐼𝑐 = = 5,36 𝑚𝐴
780 + 338,8
𝑉𝑡ℎ = 6 − 6 × 5,36 × 10−3 = 1,817𝑉
𝑉𝑡ℎ 1,817
𝐼𝒏𝒐𝒓 = = = 7,691 𝑚𝐴
𝑅𝑡ℎ 236,24

Que experimentalmente foram:

(a) (b)
Figura xx – (a) Corrente e (b) tensão experimentais do circuito quando RL está em aberto

Na tarefa seguinte montamos o equivalente de Thévenin do circuito 1 e medimos


corrente e tensão nos terminais da resistência de carga RL, conforme a imagem abaixo:
Não tem foto do circuito
Figura XX – Tensão e resistência do circuito equivalente montado

Com o circuito equivalente obtido e os valores de corrente e tensão medidos,


calculamos a potência fornecida pela fonte equivalente de Thévenin (PTH) e a potência
entregue à carga (PRL).

Teórico:
VRL = 1,276 V IRL = 2,28 mA 𝑃𝑅𝐿 = 1,276 × 2,28 × 10−3 = 2,91𝑚𝑊
VTh= 1,817 V Inor= 7,691 mA 𝑃𝑇ℎ = 1,817 × 7,691 × 10−3 = 13,97 𝑚𝑊
Experimental:
VRL = 1,2898 V IRL = 2,275 mA 𝑃𝑅𝐿 = 1,2898 × 2,275 × 10−3 = 2,93𝑚𝑊
VTh= 1,8052 V Inor= 7,502 mA 𝑃𝑇ℎ = 1,8052 × 7,502 × 10−3 = 13,54 𝑚𝑊

Por último montamos o circuito da Figura 21 e medimos a corrente (IAB) e a tensão


(Não lembro quais
(VAB) para diferentes valores de resistência de carga RL
resistências usamos por isso não fiz a tabela)

V – Conclusão

Analisando os resultados obtidos através do experimento podemos afirmar que os


Teoremas de Thévenin e Norton são muito uteis para reduzirmos circuitos maiores a um
circuito equivalente com apenas dois elementos a partir de um determinado ponto, para
saber por exemplo, grandezas elétricas como tensão, corrente ou potência.
Sobre a máxima transferência:
A máxima transferência de potência não significa eficiência máxima. Apenas
metade da potência gerada é dissipada na carga, o que resulta em 50% de eficiência.
Das equações (de eficiência), vemos que a eficiência é:
𝑃𝑐 𝑅
𝜂= =
𝑃𝑐 + 𝑃𝑖 𝑅 + 𝑅𝑖

Portanto, a eficiência é máxima quando a resistência interna do gerador é


pequena em comparação com a resistência de carga. O ideal é que a resistência da carga
seja muito maior do que a resistência interna do gerador, porque nessa situação a
eficiência será próxima de um e a potência dissipada como calor no gerador será
pequena. Em situações operacionais utilizam-se geradores que possuem resistências
internas muito menores que as resistências de carga.
VI – Bibliografia
[1] ALEXANDER, Charles K.; SADIKU, Matthew N.O; “Fundamentos de Circuitos
Elétricos”, 5ª edição, McGraw-Hill, 2013.
[2]Walker, Jearl. Halliday e Resnick: Fundamentos de Física Vol 3. 4ª edição, 2014.
[3]A. Çengel, Yunos; A. Boles, Michael (2013). Termodinâmica 7ª ed. [S.l.]: AMGH

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