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ESCOLA POLITÉCNICA
TIAGO JONAS
IHAN FAGUNDES
CIRCUITO EQUIVALENTE DE
THEVENIN E NORTON
(Roteiro 05)
Salvador, Bahia
Dezembro de 2017
I – Introdução
Durante o estudo de circuitos elétricos, a análise e o projeto destes, podem haver
casos em que a complexidade do circuito seja alta, dificultando a aplicabilidade das
formas usuais de análise. Pensando nisso, ao longo dos anos foram desenvolvidas
diversas técnicas de simplificação de circuitos. Algumas destas têm apenas a finalidade
de simplificar a rede. Todavia, outras trazem consigo algumas características
importantes. Este é o caso dos dois teoremas que serão apresentados neste relatório:
teorema de Thévenin e Norton.
Estes dois teoremas são usados para simplificar circuitos lineares pois permitem a
redução de uma rede complexa a apenas dois componentes. Estes componentes têm a
capacidade de oferecer as mesmas saídas nos terminais do circuito, o que facilita
diversos estudos. Como, por exemplo, a análise do comportamento de um circuito com
a adição ou modificação de um componente qualquer. Não seria necessário se analisar
a rede complexa novamente, bastaria apenas a análise de seu equivalente de Thévenin
ou Norton, que são notavelmente mais simples.
Tais conhecimentos são bastante úteis em diversos projetos da engenharia
elétrica. Isso se deve ao fato de trazerem a possibilidade de um estudo simplificado de
redes complexas. O que permite, por exemplo, que se façam modificações de forma a
obter maior transferência de potência e, portanto, maior eficiência com menor custo,
que é o foco de maior parte dos projetos. Esta será uma das aplicações do circuito
equivalente de Thévenin que será discutida neste trabalho.
Para isto, no presente relatório, serão apresentados e discutidos tais teoremas.
Então, será visto como estes conceitos se aplicam à análise de circuitos. Após isso, essa
teoria será aplicada a uma dada configuração de circuito. E, por último, será feita a
comprovação experimental desses conceitos supracitados. Ou seja, os circuitos serão
montados e as medições de corrente e tensão, feitas experimentalmente,
conhecimento já adquirido em experimentos passados. Após isso, será vista a aplicação
do equivalente de Thévenin para a obtenção da máxima transferência de potência. E,
novamente, serão apresentados conceitos teóricos, realizados cálculos, e estes serão
comprovados de forma experimental.
A comprovação experimental, visa demonstrar a validade do modelo teórico.
Mostrando que, de fato, os valores obtidos utilizando dos teoremas estudados,
coincidem com os valores medidos experimentalmente.
Na seção dois (Revisão Bibliográfica) serão mostrados conceitos básicos
necessários ao entendimento do presente relatório. Estes conceitos serão explanados
de forma a tornar o leitor apto ao entendimento não só da metodologia, mas também
dos resultados e análises aqui contidos.
Na seção três (Metodologia) será apresentado o passo a passo das tarefas
executadas, descrevendo cada procedimento e o justificando.
Na seção quatro (Resultados e Discussão) serão expostos os resultados obtidos,
utilizando da metodologia apresentada na seção III. Os resultados serão analisados,
comparando-os com fundamentos teóricos apresentados na seção II, e com simulações
previamente executadas no pré-projeto. O intuito é encontrar similaridades e diferenças
entre conceitos teóricos, simulações e a execução prática do experimento.
Na seção cinco (Conclusão), o relatório será concluído, mostrando se a atividade
teve êxito frente à previsão teórica e à simulação ou se ocorreram falhas operacionais
ou de condução do experimento.
E por fim, na seção seis (Bibliografia) estarão disponíveis as referências
bibliográficas utilizadas na confecção do relatório.
II – Revisão bibliográfica
O primeiro a ser apresentado e discutido é o teorema de Thévenin. Este afirma
que um circuito linear de dois terminais,” a” e “b”, como visto na Figura 1a, pode ser
substituído por um circuito equivalente formado por uma fonte de tensão V th em série
com um resistor Rth, como visto na Figura 1b abaixo:
(a) (b)
Figura 1 – (a) Esquema de um circuito linear de dois terminais (b) Esquema do circuito equivalente de Thevenin
(a) (b)
Figura 2 – (a) Esquema do circuito para obtenção de Vth (b) Esquema do circuito para obtenção de Rth
Para se obter a tensão equivalente de Thévenin basta que o circuito seja aberto
nos terminais “a” e “b”, e, a partir daí, seja aplicada alguma técnica de análise. Como
por exemplo, análise nodal ou de malhas. Ou, até mesmo, em casos mais simples, divisor
de tensão, transformação de fontes, dentre outros métodos.
Para encontrar a resistência equivalente de Thévenin, há dois casos a se
considerar:
Caso 1: se não há fontes dependentes no circuito; basta que as fontes
independentes do circuito sejam desabilitadas. As fontes de tensão serão substituídas
por um curto circuito e as fontes de corrente por um circuito aberto. Daí, faz-se
associação de resistores até que se chegue a uma única resistência. Esta será dita
resistência equivalente de Thévenin.
Caso 2: se há fontes dependentes no circuito; neste caso, a carga será substituída
por um curto circuito e então, será calculada a corrente de curto circuito Icc entre os
terminais “a” e “b”. Daí a resistência equivalente de Thévenin pode ser obtida pela
Equação 1 abaixo:
𝑉𝑡ℎ
𝑅𝑡ℎ = (1)
𝐼𝑐𝑐
Vide o seguinte exemplo:
(a) (b)
Figura 4 – (a) Esquema do circuito exemplo para obtenção de Vth (b) Esquema do circuito exemplo para obtenção
de Rth
Daí, note que a tensão de circuito aberto entre os terminais “a” e “b”, é a mesma
sob o resistor de 12Ω. Portanto:
𝑉𝑡ℎ = 12 (𝑖1 − 𝑖2 ) = 12(2,5) = 30𝑉
E a resistência equivalente de Thévenin pode ser obtida por simples associação de
resistores, a partir do esquema da Figura 4b:
12.4
𝑅𝑡ℎ = 12||4 + 1 = + 1 = 4Ω
12 + 4
O teorema de Norton é mais uma dentre as inúmeras opções que temos para
cálculos de grandezas presentes em circuitos elétricos. Se assemelha ao teorema de
Thévenin e tem a mesma aplicabilidade. A diferença fundamental é que o circuito
equivalente consiste em uma fonte de corrente em paralelo com uma resistência.
Uma fonte de corrente é um elemento que injeta sempre a mesma corrente em
uma carga, independentemente de seu valor ôhmico. Normalmente fontes de corrente
fazem parte de circuitos eletrônicos mais complexos, onde suas funções são exigidas.
Em circuitos elétricos, as fontes de corrente são incluídas nas análises mediante a
interpretação de seus efeitos.
O teorema de Norton afirma que um circuito linear de dois terminais pode ser
substituído por um circuito equivalente formado por uma fonte de corrente IN em
paralelo com um resistor RN, em que IN é a corrente de curto-circuito através dos
terminais e RN é a resistência de entrada ou equivalente nos terminais quando as fontes
independentes forem desligadas.
Para descobrir a corrente IN de Norton, determinamos a corrente de curto-circuito
que flui entre os terminais “a” e “b” em ambos os circuitos da Figura 6. É evidente que
a corrente de curto-circuito na Figura 1b é IN. Esta tem de ser igual à corrente de curto-
circuito entre os terminais “a” e “b” da Figura 1a, uma vez que as duas correntes são
equivalentes. Portanto,
𝐼𝑁 = 𝑖𝑠𝑐 (5)
Existe uma estreita relação entre os dois teoremas: RN = RTh como na Equação (1)
e
𝑉𝑡ℎ
𝐼𝑁 =
𝑅𝑡ℎ (6)
Para determinar a corrente IN neste caso, podemos aplicar o método das correntes
de malha, como segue:
Figura 3–Balanço de potência para um gerador que alimenta uma carga resistiva.
Conversão estrela-triângulo
No circuito a ser analisado no presente relatório a resistência equivalente
necessita ser determinada e somente as regras de associação série e de associação em
paralelo não conseguem estabelece-la. Uma parte do circuito é um caso típico de
circuito em ponte, mostrado na Figura X. Nestes casos pode-se simplificar o problema
utilizando as regras de conversão estrela-triângulo, as quais são vistas aqui de forma
resumida, maiores detalhes encontram-se na bibliografia. A conexão de resistores em
estrela é mostrada na Figura Xa, ao passo que a conexão em triângulo é mostrada na
Figura Xb. A conexão em estrela também é denominada de conexão Y ou ainda conexão
T. Por outro lado, a conexão em triângulo também é denominada de conexão em delta
ou ainda conexão π. Sob todos os aspectos elétricos (corrente, tensão e potência), existe
uma equivalência entre estas duas conexões, a qual é assegurada pelas relações entre
as resistências em ambas.
(a) (b)
Figura X - Equivalência entre a conexão (a) estrela e (b) triângulo
eficiência
A eficiência, simbolizada por 𝜂, é uma medida do desempenho de uma máquina.
Maior eficiência significa transformar a maior parte possível da energia disponível em
trabalho. Simboliza a fração da energia fornecida ao sistema que é convertida em
trabalho e, é definida matematicamente por:
𝑊
𝜂=
𝑄𝑄
Onde:
𝑄𝑄 é a quantidade de energia fornecida e W é o valor absoluto do trabalho
mecânico realizado.
III – Metodologia
Após prévia leitura do roteiro e realização do pré-projeto, foi realizado o
experimento.
Inicialmente determinamos, para o circuito 1 (Figura 13), os valores de corrente
(IRL) e tensão (VRL) nos terminais da resistência de carga RL como na Figura 14.
Figura 14 Simulação para encontrar os valores de corrente (IRL) e tensão (VRL) nos terminais da resistência de carga
RL.
Figura 16 Simulação para encontrar o valor de tensão nos terminais da resistência de carga R L .
Figura 17 Simulação para encontrar valor da corrente através dos terminais da resistência de carga RL .
Então determinamos os equivalentes de Thévenin e Norton.
Medição da tensão de Thévenin: Montar em protoboard o circuito 1. Retirar o
resistor de carga RL e medir a tensão de circuito aberto nestes terminais (tensão de
Thévenin).
Medição da corrente de Norton: Montar em protoboard o circuito 1. Retirar o
resistor de carga RL e colocar em seu lugar um curto-circuito. Medir a corrente de curto-
circuito (corrente de Norton).
Essas duas etapas foram simuladas na primeira etapa, como nas figuras 16 e 17
respectivamente, e os valores obtidos na simulação assim como a discussão dos
resultados estão na seção posterior.
Determinamos então a resistência de Thévenin através dos procedimentos
descritos abaixo.
Montamos em protoboard o circuito 1, desconectando a fonte de tensão.
Colocamos no lugar da fonte de tensão um curto-circuito. Retiramos o resistor de carga
RL e aplicamos, em seu lugar, uma fonte de tensão VF (Fonte Fictícia). Medimos a
corrente I0, gerada pela fonte (VF). A resistência de Thévenin é calculada a partir da
equação:
RTh = VF/Io
Figura 18 Simulação para medir a corrente I0, gerada pela fonte (VF).
Com os valores obtidos no item anterior, calculamos a potência (PAB) para cada
valor de resistência de carga.
Então fizemos a curva da potência consumida pela carga em função da resistência
RL e encontramos o ponto de máxima transferência de potência.
0.006
0.005
0.004
0.003
0.002
0.001
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000
IV – Resultados e discussão
Inicialmente determinamos de forma analítica para o circuito 1 (Figura xx), os
valores de corrente (IRL) e tensão (VRL) nos terminais da resistência de carga RL.
Utilizando o método das malhas temos:
(b) (c)
Figura XX – (a) Montagem do circuito e resultados experimentais da (b) Corrente e (c) Tensão sob o resistor RL
Onde calculamos:
6
𝐼𝑐 = = 5,36 𝑚𝐴
780 + 338,8
𝑉𝑡ℎ = 6 − 6 × 5,36 × 10−3 = 1,817𝑉
𝑉𝑡ℎ 1,817
𝐼𝒏𝒐𝒓 = = = 7,691 𝑚𝐴
𝑅𝑡ℎ 236,24
(a) (b)
Figura xx – (a) Corrente e (b) tensão experimentais do circuito quando RL está em aberto
Teórico:
VRL = 1,276 V IRL = 2,28 mA 𝑃𝑅𝐿 = 1,276 × 2,28 × 10−3 = 2,91𝑚𝑊
VTh= 1,817 V Inor= 7,691 mA 𝑃𝑇ℎ = 1,817 × 7,691 × 10−3 = 13,97 𝑚𝑊
Experimental:
VRL = 1,2898 V IRL = 2,275 mA 𝑃𝑅𝐿 = 1,2898 × 2,275 × 10−3 = 2,93𝑚𝑊
VTh= 1,8052 V Inor= 7,502 mA 𝑃𝑇ℎ = 1,8052 × 7,502 × 10−3 = 13,54 𝑚𝑊
V – Conclusão