1) A dosagem da glicose no sangue é importante para diagnosticar e tratar o diabetes, já que níveis muito altos ou baixos podem ter sérias consequências.
2) A concentração de hemoglobina glicada (HbA1c) fornece uma estimativa do nível médio de glicose no sangue das últimas semanas e é usada para monitorar o sucesso do tratamento do diabetes.
3) Níveis altos de produtos finais de glicação avançada formados a partir da hemoglobina glicada podem causar
1) A dosagem da glicose no sangue é importante para diagnosticar e tratar o diabetes, já que níveis muito altos ou baixos podem ter sérias consequências.
2) A concentração de hemoglobina glicada (HbA1c) fornece uma estimativa do nível médio de glicose no sangue das últimas semanas e é usada para monitorar o sucesso do tratamento do diabetes.
3) Níveis altos de produtos finais de glicação avançada formados a partir da hemoglobina glicada podem causar
1) A dosagem da glicose no sangue é importante para diagnosticar e tratar o diabetes, já que níveis muito altos ou baixos podem ter sérias consequências.
2) A concentração de hemoglobina glicada (HbA1c) fornece uma estimativa do nível médio de glicose no sangue das últimas semanas e é usada para monitorar o sucesso do tratamento do diabetes.
3) Níveis altos de produtos finais de glicação avançada formados a partir da hemoglobina glicada podem causar
Dosagem de glicose sanguínea no diagnóstico e no tratamento do diabetes
A glicose é o principal combustível para o cérebro. Quando a quantidade de
glicose que chega até o cérebro é muito baixa, as consequências podem ser desastrosas: letargia, coma, dano cerebral permanente e morte (ver Figura 23-24). Com a evolução, os animais desenvolveram mecanismos hormonais complexos para garantir que a concentração de glicose no sangue permaneça alta o suficiente (aproximadamente 5 mM) para satisfazer as necessidades cerebrais, mas não alta demais, já que níveis elevados de glicose no sangue também podem ter consequências fisiológicas sérias. Os indivíduos com diabetes melito dependente de insulina não produzem insulina suficiente, o hormônio que normalmente atua para a redução da concentração de glicose no sangue, e, se o diabetes não for tratado, os níveis de glicose sanguínea nesses indivíduos podem elevar-se, ficando algumas vezes maiores do que o normal. Acredita- se que esses altos níveis de glicose sejam pelo menos uma das causas das sérias consequências de longo prazo no diabetes não tratado – insuficiência renal, doenças cardiovasculares, cegueira e cicatrização debilitada –, de modo que um dos objetivos da terapia é prover exatamente a quantidade de insulina suficiente (por injeção) para manter os níveis de glicose próximos do normal. Para manter o balanço correto entre exercício, dieta e insulina para cada indivíduo, a concentração de glicose sanguínea deve ser dosada algumas vezes ao dia, e a quantidade de insulina injetada deve ser ajustada de modo apropriado. As concentrações de glicose no sangue e na urina podem ser determinadas por meio de um ensaio simples para açúcares redutores, como a reação de Fehling, que por muitos anos foi o teste diagnóstico padrão para diabetes. Dosagens modernas precisam de apenas uma gota de sangue, que é adicionada a uma fita de teste contendo a enzima glicose-oxidase, que catalisa a seguinte reação:
Uma segunda enzima, uma peroxidase, catalisa a reação do H2O2 com um
composto incolor gerando um produto colorido, quantificado com um fotômetro simples que mostra a concentração de glicose no sangue. Como os níveis de glicose sanguínea variam com os períodos de refeição e exercício, essas dosagens em momentos específicos não refletem a glicose sanguínea média ao longo de horas ou dias, de modo que elevações perigosas podem passar despercebidas. A concentração de média glicose pode ser estimada pelo seu efeito na hemoglobina, a proteína carreadora de oxigênio dos eritrócitos (p. 163). Transportadores na membrana dos eritrócitos equilibram a concentração de glicose intracelular e plasmática, de modo que a hemoglobina está constantemente exposta à concentração de glicose presente no sangue, qualquer que seja essa concentração. Uma reação não enzimática ocorre entre a glicose e os grupos amino primários da hemoglobina (tanto a Val aminoterminal quanto os grupos amino « dos resíduos de Lys; Figura Q-1). A velocidade desse processo é proporcional à concentração de glicose; por isso, essa reação pode ser usada como base para a estimativa do nível médio de glicose sanguínea ao longo de semanas. A quantidade de hemoglobina glicada (HbG) circulante em qualquer momento reflete a concentração de glicose sanguínea média durante o “período de vida” do eritrócito (cerca de 120 dias), embora a concentração das últimas duas semanas seja a mais importante na determinação do nível de HbG. A extensão de glicação da hemoglobina (chamada assim para distingui-la da glicosilação, a transferência enzimática de glicose a uma proteína) é medida clinicamente pela extração da hemoglobina de uma pequena amostra de sangue seguida pela separação eletroforética de HbG e hemoglobina não modificada, aproveitando a diferença de carga resultante da modificação do(s) grupo(s) amino. Valores de HbG normais são cerca de 5% da hemoglobina total (correspondendo à glicose sanguínea igual a 120 mg/100 mL). Em pessoas com diabetes não tratado, entretanto, esse valor pode ser tão alto quanto 13%, indicando um nível de glicose sanguínea médio de cerca de 300 mg/100 mL, ou seja, perigosamente alto. Um dos critérios para o sucesso em um programa individual de terapia com insulina (quando começar, frequência e quantidade de insulina injetada) é a manutenção dos valores de HbG em cerca de 7%. Na reação de glicação da hemoglobina, a primeira etapa (formação de uma base de Schiff) é seguida por uma série de rearranjos, oxidações e desidratações da porção de carboidrato, produzindo uma mistura heterogênea de AGE (produtos finais de glicação avançada; do inglês, advanced glycation end products). Esses produtos podem deixar o eritrócito e formar ligações cruzadas covalentes entre as proteínas, interferindo com a função normal delas (Figura Q-1). O acúmulo de concentrações relativamente altas de AGE em pessoas com diabetes pode causar, pela ligação cruzada de proteínas críticas, problemas aos rins, à retina e ao sistema cardiovascular, sintomas que caracterizam a doença. Esse processo patogênico é um potencial alvo para a ação de fármacos.