IMPERFEIÇÕES OU DEFEITOS
NOS SÓLIDOS
2
INTRODUÇÃO
Por que estudar defeitos e imperfeições em sólidos?
4
Influência do Carbono e do Cromo sobre as Propriedades
Mecânicas do Ferro
Material macio e de
Ferro puro baixa resistência a
corrosão
5
Influência do Carbono sobre as Propriedades Mecânicas do
aço Ferro
6
6
Passividade dos aços-cromo expostos durante 10 anos a
uma atmosfera industrial
7
DEFEITO CRISTALINO
8
“Defeitos cristalinos”: é uma irregularidade
na rede cristalina com uma ou mais das suas
dimensões na ordem de um diâmetro
atômico.
9
Classificação dos Defeitos em Função das
Dimensões
2. Defeitos lineares 1D
4. Defeitos volumétricos 3D
10
TAMANHO DOS DEFEITOS CRISTALINOS
11
TAMANHO DOS DEFEITOS CRISTALINOS
12
Embora esses defeitos sejam considerados pontuais, as
imperfeições afetam uma região que envolve vários átomos
ou íons. Essas imperfeições podem ser criadas pelo
movimento dos átomos ou íons, quando há aumento de
energia decorrente de aquecimento, durante o
processamento do material ou devido à introdução de
impurezas ou dopantes.
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Qual a diferença entre impurezas e dopagem?
o INTERSTICIAL
o DEFEITO DE FRENKEL
o DEFEITO DE SCHOTTKY
15
DEFEITOS PONTUAIS
São descontinuidades localizadas nos arranjos atômicos ou
iônicos, teoricamente considerados perfeitos, de uma
estrutura cristalina.
DEFEITOS PONTUAIS: LACUNA OU
VACÂNCIA
Lacuna
Presença de um sitio vago na rede
cristalina, onde deveria existir um
átomo
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Número de Lacunas em Equilíbrio (Nv)
O número de lacunas em equilíbrio (Nv) para uma determinada
quantidade de material depende da temperatura, a qual
aumenta de acordo com a seguinte expressão:
Onde:
Nv – número de lacunas por cm3
N- nº total de átomos de uma
região;
Qv- energia necessária para
Número de sítios atômicos formar um mol de lacuna;
T- temperatura absoluta em
NA- nº de Kelvin;
Avogadro; K- constante dos gases ( 8,31
ρ- densidade ; J/átomo-k ou 1,987 cal/molk)
n/Vc.u A- Peso atômico
Concentração em equilíbrio de lacunas
PeT
constante
PA
Resp.: Nv= 1,815 x108 lacunas/cm3
21
T= 375 K=102 º C
Exemplo 2: Determine o número de lacunas necessárias
para que um cristal de ferro CCC tenha uma massa
específica de 7,87 g/cm3. O parâmetro de rede do ferro
é de 2,866 x 10-8 cm, PA= 55,847g/mol.
24
Exemplo 3: Considerando que o C, r= 0,071 nm, é inserido na
estrutura do ferro como apresentado abaixo e que o parâmetro
de rede do Fe CFC é de 0,3571 nm e o do Fe CCC é de 0,2866 nm
Responda: (1) O C provocaria maior distorção na rede cristalina
do Fe CCC ou CFC?
Ferro CFC:
os átomos de
Ferro CCC:
C ocupam
os átomos de
interstícios
C ocupam
octaédricos
interstícios
tetraédricos
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DEFEITOS PONTUAIS:
SUBSTITUCIONAL
27
SOLUÇÕES SÓLIDAS
Uma solução sólida se forma quando, á medida que os
átomos do soluto são adicionados ao material hospedeiro, a
estrutura cristalina é mantida, e nenhuma nova estrutura é
formada.
29
Solução Sólida Substitucional:
Átomo de impureza
substitucional
Ocorre também com os materiais cerâmicos: Soluto: MgO
30
Solvente: NiO
• Impurezas substitucionais
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Exemplo de solução sólida aleatória e ordenada- Liga
AuCu3
(a) (b)
(c)
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FATORES QUE INFLUEM NA FORMAÇÃO DE
SOLUÇÕES SÓLIDAS SUBSTITUCIONAIS
REGRA DE HOME-ROTHERY
• Eletronegatividade próximas
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Alguns pares de elementos satisfazem muito bem as
regras de Hume-Rothery e são completamente solúveis
ou miscíveis no estado sólido.
cobre-níquel e nióbio-tântalo.
Carbonetos- NbC e TiC;
Os óxidos- UO2 e ThO2.
36
EXEMPLO DE SOLUÇÃO SÓLIDA
SUBSTITUCIONAL
PARÂMETROS Cu Ni
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Exemplo 2: Abaixo, estão tabulados os valores para o raio atômico, a
estrutura cristalina, a eletronegatividade e as valências mais comuns
para vários elementos. Para aqueles que são não- metais, apenas os
raios atômicos estão indicados. Quais desses elementos você
esperaria que formassem o seguinte com o cobre:
Átomo C dissolvido
intersticialmente em uma
posição tipo ½ 0 ½ na
estrutura ccc de um Fe
SOLUÇÕES SÓLIDAS
A solubilidade depende :
• Temperatura
• Tipo de impureza
• Concentração da impureza
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Solubilidade total no Solubilidade Parcial no
Estados Sólido Estados Sólido
43 43
Diagrama Material Cerâmico
DIAGRAMAS DE FASES BINÁRIO: EUTÉTICO SIMPLES
Diagrama Material Cerâmico
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SOLUÇÃO SÓLIDA
INTERSTICIAL
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Solução Sólida Intersticial:
ocorre quando os átomos de impurezas preenchem os
espaços vazios ou interstícios que existem entre os
átomos hospedeiros.
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Os sítios octaédricos são maiores que os sítios tetraédricos
DIAGRAMA Fe-C
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ESPECIFICAÇÃO DA COMPOSIÇÃO
É frequentemente necessário expressar a composição (ou
concentração) de uma liga em termo dos seus elementos
constituintes
As duas maneiras mais comuns de especificar a composição
são a percentagem em peso (ou massa) e a percentagem
atômica.
mTi
CTi x100
mTi mAl mV
mAl
C Al x100
mTi mAl mV
mV
CV x100
mTi mAl mV
Resp: Ti-6Al-4V
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ESPECIFICAÇÃO DA COMPOSIÇÃO
nm1 m'1
C1 ' * 100 nm1
nm1 nm 2 A1
55
Exemplo 3. Em uma liga Al-Cu existem 5 % em peso de
cobre e 95 % em peso de alumínio. Sabendo-se que a massa
atômica do alumínio é igual a 27 g/mol e a do cobre é 63,5
g/mol, determine a quantidade de cobre nessa liga, em %
em átomos.
m'1
nm1
A1
nm1
C1 ' * 100
nm1 nm 2
o INTERSTICIAL
o SUBSTITUCIONAL
o DEFEITO DE FRENKEL
o DEFEITO DE SCHOTTKY
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IMPERFEIÇÕES NAS CERÂMICAS:
Defeitos Pontuais
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DEFEITO PONTUAL: DEFEITO DE FRENKEL
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DEFEITO DE SCHOTTKY
62
COMPOSTO CERÂMICO ESTEQUIOMÉTRICO
64
A não–estequiometria pode ocorre em materiais
cerâmicos onde existem dois estados de valência para um
dado tipo de íon.
65
A neutralidade elétrica é mantida pela presença de vazios
catiônicos ( ). Para cada dois íons Fe+++ deve existir um
vazio catiônico: 3Fe++ = 2Fe+++ + e
66
IMPUREZAS NAS CERÂMICAS
67
IMPUREZAS NAS CERÂMICAS
Impureza Intersticial
70
Os defeitos e as impurezas modificam bastante as
propriedades ópticas dos sólidos iônicos e em particular a
cor.
71
1. Defeitos Pontuais: 0 D (1 ou 2 posições atômicas)
2. Defeitos lineares: 1 D
4. Defeitos volumétricos: 3 D
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DEFEITOS LINEARES
73
DEFEITOS LINEARES (Discordâncias)
Aresta
DISCORDÂNCIAS Espiral
Mista
74
75
DEFEITOS LINEARES (Discordâncias)
76
DISCORDÂNCIA ARESTA OU CUNHA
Envolve um plano extra de átomos
(a) Vetor de
Burgers
(b)
Linha da
discordância
aresta
(c)
Um cristal perfeito (a) é cortado e um plano extra
de átomos é inserido (b). A borda inferior do plano
77 adicional é uma discordância aresta (c) .
Intuitivamente, é evidente que a deformação plástica
causada pela movimentação de uma discordância exige uma
tensão muito menor que a necessária para movimentar um
plano de átomos como um todo
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MOVIMENTO DA DISCORDÂNCIA ARESTA
Direção de
Uma distância interatômica
escorregamento
Plano de escorregamento vetor de Burgers ⊥ linha de
discordância
Nos metais, o vetor de Burgers para uma discordância apontará para uma direção
79cristalográfica compacta e terá magnitude igual à do espaçamento interatômico.
DISCORDÂNCIA ESPIRAL OU HÉLICE
Uma discordância é em hélice quando o
empilhamento dos planos atômicos é
feito como uma mola.
Plano de Escorregamento
Puramente
aresta
Linha de
Discordância
Puramente espiral
mista
Micrografia de
uma liga de
titânio na qual
as linhas
escuras são
discordâncias.
83
DEFEITOS EM CRISTAIS POLIMÉRICOS
Discordância
espiral
Fronteira do Lacuna
Ramificação
cristalito Impureza
Discordância
Cadeia Região não aresta
pendente cristalina Extremidade
das cadeias
84 Cadeia frouxa
84
DISCORDÂNCIAS E DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
Em uma escala microscópica a deformação plástica é o resultado
do movimento dos átomos devido à uma tensão aplicada. Durante
este processo ligações são quebradas e outras refeitas.
87
ENDURECIMENTO POR DEFORMAÇÃO,
POR SOLUÇÃO SÓLIDA, POR TAMANHO
DE GRÃO
2. Defeitos lineares: 1 D
4. Defeitos volumétricos: 3 D
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DEFEITOS INTERFACIAIS OU DE FRONTEIRAS OU
SUPERFICIAIS
Superfícies externas;
Contorno de grãos;
Classificação dos defeitos
interfaciais: Contorno de macla;
Contornos de fases
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SUPERFÍCIES EXTERNAS
São consideradas defeitos cristalinos, já que o número de
vizinhos de um átomo superficial não é o mesmo de um átomo no
interior do cristal.
As
superfícies
Isso aumentaexternas
a energia do
dosmaterial representam
átomos externos, interfaces
tornando-os mais
instáveis.
nas quais o cristal termina abruptamente. O átomo da
superfície apresenta características diferenciadas em
relação aos do bulk e as ligações atômicas Superfície
estão rompidas.
Externa
Deslizamentos de planos?
Energia de contorno?
95 Ângulo de desalinhamento
96
DETERMINAÇÃO DO TAMANHO
DE GRÃO
O número médio de grãos de uma microestrutura é padronizado pela
ASTM (American Society for Testing and Materials).
Quanto maior o número de grãos, menor o tamanho de grão da amostra
N= 2 n-1
N = número de grãos por polegada quadrada
n =número do tamanho de grão
98
CONTORNOS DE GRÃOS
Equação de Hall-Petch: relaciona o tamanho dos grãos
com o limite de escoamento.
Menor tamanho de
grão → maior área
de contorno por
unidade de volume
→ maior resistência
mecânica
A determinação do tamanho de grão ASTM deve ser elaborada em um
material lixado, polido e atacado quimicamente, observado com uma
ampliação de 100x.
50 m 50 m 50 m
101
Exemplo 5: O limite de escoamento de um aço, com baixo teor de
carbono e tamanho de grão médio de 0,05 mm, é de 137,9 MPa
(20.000 psi). Se considerarmos o mesmo aço com tamanho de grão de
0,007 mm, esse limite será de 275,8 MPa (40.000 psi). Qual será o
tamanho médio de grão desse aço-carbono com um limite de
escoamento de 206,85 MPa?
Resposta: 14,8 m
102
CONTORNOS DE MACLA
É um tipo especial de contorno de grão através do qual existe uma
simetria especifica em espelho da rede cristalina; isto é, os átomos
em um dos lados do contorno estão localizados em posições de
imagem em espelho dos átomos no outro lado do contorno.
104
resultam do deslocamento atômico que são produzidos a partir
de forças mecânicas de cisalhamento aplicadas, e também
durante tratamentos térmicos de recozimento realizado após
deformações
105
A maclagem ocorre em um plano cristalográfico definido
e em uma direção especifica, ambos os quais dependem da
estrutura cristalina
106
SOUZA, S. A. S. A (2008)
107
A eficácia dos defeitos superficiais em interferir no
processo de deslizamento pode ser avaliada pelas
energias associadas a cada imperfeição de superfície de
cada metal.
108
DEFEITOS VOLUMÉTRICOS
São defeitos cristalinos presentes em todos os materiais
sólidos que se estendem em dimensões maiores do que os
defeitos pontuais e superficiais.
São eles:
Porosidade
Trincas
Inclusões
Mistura de fases
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Porosidade
Ex.: superfície do ferro puro durante o seu processamento por
metalurgia do pó. Embora a sinterização tenha diminuído a quantidade
de poros bem como melhorado sua forma (os poros estão mais
arredondados), ainda permanece uma porosidade residual.
Inclusão de sulfeto de
manganês na matriz de Fe
Espectros
elementares de
EDS
(espectroscopia
113 de energia
Fase
Porção homogênea de um sistema que possui características físicas e
químicas uniformes.
Quando duas fases estão presentes em um sistema não é necessário
que existam diferenças tanto nas propriedades físicas como químicas.
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