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DICIONÁRIO

POPULAR
TEOLOGIA

MILLARD J. ERICKSON
O Dicionário popular de teologia
demonstra que, apesar de toda
a sua bagagem acadêmica de
altíssimo nível, Millard J. Erickson DIGITALIZADO
consegue comunicar-se com o Por
leitor de maneira simples, JOGOIS2006
concisa e clara, permitindo a e
disseminação do conhecimento EDITADO
teológico coerente com a Por
tradição bíblica. EMANUNCE
DIGITAL
D IC IO N Á R IO P O P U L A R
DE T E O L O G IA
MILLARD J. ERICKSON

D IC IO N Á R IO P O P U L A R
D E T E O L O G IA

Traduzido por E M IR SO N JU S T IN O

MC
mundocristão
São Paulo
Copyright © 1986, 1994, 2001 por Millard J. Erickson
Publicado originalmente por Crossway Books and Bibles a Publishing Ministry o f Good
News Publishers, Illinois, EUA.

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei nQ9.610, de 19/02/1998.


É expressamente proibida a reprodução total ou parcial deste livro, por
quaisquer meios (eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação e outros),
sem prévia autorização, por escrito, da editora.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Erickson, Millard J.

Dicionário popular de teologia / Millard J. Erickson; traduzido por Emirson Justino. -


1. ed. rev. - São Paulo: Mundo Cristão, 2011.

Título original: Título original: The Concise Dictionary o f Christian Theology.


ISBN 978-85-7325-636-9

1. Teologia - Dicionários I. Títulos.

10-07439 CDD-230.03

índice para catálogo sistemático:


1. Teologia cristã: Dicionários 230.03
Categoria: Referência

Publicado no Brasil com todos os direitos reservados por:


Editora Mundo Cristão
Rua Antônio Carlos Tacconi, 79, São Paulo, SP, Brasil, CEP 04810-020
Telefone: (11)2127-4147
Home page: www.mundocristao.com.br

Printed in China
1* edição: março de 2011
Prefácio

Todo professor de teologia já viu um aluno levantar a mão e pedir explicação de


um termo teológico. Às vezes, porém, um aluno fica sentado em silêncio, con­
fuso, diante do significado de uma palavra ou da identidade de um acadêmico
mencionado durante a palestra.
Este livro tem o propósito de ser um parceiro no estudo da teologia. Foi
planejado como um recurso a ser mantido aberto e à mão durante a aula ou
leitura independente para pronta consulta. Foi concebido durante a preparação
de Teologia cristã, quando ficou claro que a inclusão de explicações completas
tornaria o volume desnecessariamente desconfortável. Pelo menos em parte, ele
é planejado para ser um suplemento daquela obra.
Desde a publicação da primeira edição deste livro, muita coisa aconteceu
no mundo da teologia e no empreendimento intelectual de maneira geral. Esta
edição procura fazer com que o dicionário original se mantenha atualizado,
ao suplementá-lo com ideias e pessoas relevantes dos últimos quinze anos. Ao
mesmo tempo, uma vez que descobri que a maioria dos alunos tem maior fami­
liaridade com o pensamento mais recente do que com os primeiros personagens
históricos e movimentos, mantive a ênfase nos primeiros dezenove séculos da
era cristã.
Muitas pessoas contribuíram para a produção deste volume. Preciso des­
tacar de modo especial os inúmeros alunos cuja pergunta “o que é isso?”, ver­
balizada ou não, forneceu o incentivo necessário para a produção deste livro.
Minha assistente de pesquisa, Bonnie Goding, fez grande parte do trabalho de
compilação da lista de palavras original. Pat Krohn digitou todo o manuscrito.
Ray Wiersma editou a edição original e Ted Griffin, a edição revisada. Quero
expressar minha gratidão à Crossway Books e ao seu vice-presidente de edi­
torial, sr. Marvin Padgett, por publicar esta edição revisada e, mais uma vez,
disponibilizá-la aos alunos de teologia.
Fazer perguntas sobre assuntos teológicos é muito bom. Obter respostas
corretas a essas perguntas é ainda melhor. Que este livro contribua para ambos
os fins.
e Marcos 13:14 relembrando Daniel
Aa 11:31 e 12:11. Alguns entendem a
expressão como referência ao anticris­
to; outros, à prática da idolatria.
ABORDAGEM DIACRÔNICA. Estudo do
A ESCRAVIDÃO DA VONTADE. Livro de desenvolvimento de um conceito
Martinho Lutero que refletia a vi­ através de sucessivos períodos de tem­
são agostiniana da vontade humana. po. Essa abordagem contrasta com a
Opunha-se a Sobre o livre-arbítrio, de sincrônica: estudo e comparação de
Erasmo. vários conceitos simultâneos.
ABRA. Palavra aramaica que significa abo rd a g emEMPÍRICA. Metodologia
“pai”; como os termos papai ou pai- teológica que obtém conhecimento
zinbo, comunica familiaridade e inti­ por meio da percepção dos sentidos.
midade. E usada por Jesus em Marcos
14:36. Paulo diz que, pelo Espírito ABORDAGEM INDIVIDUALISTA DO CRIS­
Santo, o cristão usa o termo ao dirigir- TIANISM O. Variedade de cristianismo
se ao Pai (Rm 8:15-16; G14:6). que enfatiza o relacionamento indi­
ABELARDO,PEDRO (1079-1142). Filósofo vidual com Deus em detrimento da
e teólogo escolástico mais conhecido dimensão coletiva ou do grupo.
por sua visão da expiação, frequen­ ABORDAGEM INDUTIVA. Processo de
temente chamada de “teoria da in­ pensar em várias experiências ou ob­
fluência moral” . De acordo com ela, a servações para chegar a uma conclu­
morte de Cristo é uma demonstração são. Contrasta com a dedutiva, que
do amor divino, que leva os humanos é a aplicação de princípios gerais a
a se voltarem a Deus. instâncias específicas. A abordagem
ABENÇOAR. Ato de pronunciar uma indutiva da inerrância examina a ver­
bênção. Em referência a Deus, con­ dadeira natureza das Escrituras, em
ceder algum bem a humano. vez de olhar para o ensinamento bí­
blico sobre o assunto. A abordagem
ABERTURA DE D EU S. Veja TEÍSM O
indutiva da pecaminosidade humana
ABERTO.
investiga a vida de pessoas reais em
ABISM O. Lugar que serve como reino vez de abstrações doutrinárias sobre
dos mortos e prisão de Satanás e cer­ o assunto.
tos demônios, de onde virá a besta ou ABO R D A G EM O M N IE SC A T O L Ó G IC A .
anticristo (11:7; 17:8; 20:1-3). Não é
Abordagem dos que veem escatologia
o destino final dos ímpios.
por toda a Escritura ou a veem como
ABOLICIO NISM O. Movimento que se chave para o cristianismo e a revela­
opunha à prática da escravidão. ção bíblica.

ABOMINAÇÂO DESOLADORA. Expres­ ABORDAGEM PIETISTA DA DOUTRINA


são usada por Jesus em Mateus 24:15 DA IGREJA. Definir, analisar e avaliar
a igreja em termos de experiência uso de uma substância em particular,
espiritual e condição individual dos especialmente bebidas alcoólicas.
membros.
AÇÕES MORAIS. Atos que podem ser
abo rdagem SINCRÔNICA. Técnica de rotulados como eticamente certos (ou
estudo em que se compara um assunto errados).
com outro de existência simultânea,
. Adap­
a co m o d a ç ã o d a m en sa g em
em vez de levantar o desenvolvimento
cronológico. tação de uma mensagem ao contexto
do destinatário, como no antropo-
A BSO LUTISM O .Compreensão de que morfismo.
certas concepções são incondicionais
ou não relativas; na ética, emprega-se aco m o d ação da revelação . Adap­
no sentido de que certas regras ou de­ tação de uma declaração ou práti­
terminados julgamentos são inquali­ ca a certas situações. O termo pode
ficáveis ou universalmente aplicáveis. significar simplesmente que Deus
expressou sua verdade de uma forma
ABSOLUTO. No pensamento de Georg
compreensível ao ser humano, ou
Hegel (1770-1831) e de alguns filóso­
fos e teólogos idealistas, termo usado pode ter o sentido de que a verdade
para definir a realidade suprema. Tra­ foi distorcida para poder se encaixar
ta-se de uma realidade, de natureza ao entendimento humano, falível e
mental, que a tudo abrange e da qual errôneo.
todas as entidades finitas são parte. O ADÃO. O primeiro ser humano, uma
termo também se aplica ao conceito
criação de Deus. Pelo fato de a palavra
elaborado por Paul Tillich, que vê a
adãm em hebraico também significar
Deus não como um ser entre muitos,
“ser humano”, alguns acreditam que
nem mesmo como Ser Supremo, mas
Adão não foi de fato um indivíduo,
como a base de todo ser, a força ou o
mas simplesmente um personagem
poder dentro de todas as coisas que
representativo ou simbólico.
faz que elas existam.
ABSOLVIÇÃO. Perdão dos pecados. ADÃO, EM. Veja EM ADÃO.
Derivado de uma palavra latina que adão, pecad o d e . Veja p e c a d o o r i­
significa “libertar”, o termo se refere g in a l .
em particular à remissão dos pecados
pela Igreja Católica Romana. ADÃO, ÚLTIM O. Veja ÚLTIMO ADÃO.

ABSTINÊNCIA. Afastamento pessoal de ADIAFORISTAS. Grupo de protestan­


certas práticas, incluindo a sexualida­ tes que se dispuseram a tolerar certas
de. O termo muitas vezes se refere à práticas católicas romanas em favor
abstinência de comida ou bebida. da unidade da Igreja.

ABSTINÊNCIA TOTAL. Rejeição com­ ADIÁFORO. Assunto considerado não


pleta de uma prática específica ou do essencial à fé; especialmente na teolo­
gia luterana, questão tida como nem ÁGAPE. Forma de amor essencialmen­
ordenada nem proibida. te doadora (ao contrário de possessi­
va), altruísta e dissociada de mérito
ADIVINHAÇÃO. Tentativa de alcançar
por parte do ser amado.
conhecimento sobrenatural, espe­
cialmente do futuro, por meios como AGENTES MORAIS. Seres capazes de se
presságios ou médiuns. envolver em ações morais.
. Visão que professa a
a g n o s t ic is m o
ADOÇÃO. Parte da salvação na qual
incapacidade de determinar se Deus
Deus recebe o pecador desviado de
existe.
volta ao relacionamento e aos bene­
fícios de ser seu filho. O termo trans­ AGNÓSTICO. Literalmente, “aquele que
mite a ideia de favor positivo, em não sabe”; de modo geral, pessoa que
contraste com o simples perdão ou professa incerteza sobre a existência
remissão dos pecados. de Deus.

AD O CIONISM O.Tipo de cristologia de AGO STINH O D E HIPONA (354-430). Bis­


acordo com o qual Jesus, um ser hu­ po de Hipona. Grande sintetizador e
mano, foi escolhido pelo Pai para ser intérprete teológico da fé cristã, Agos­
tinho normalmente é considerado o
elevado à condição de filho de Deus.
maior teólogo da igreja primitiva.
ADONAJ. Um dos nomes hebraicos para
AGOSTINISM O. Sistema teológico que
Deus, com sentido básico de “Senhor”.
enfatiza a depravação da natureza hu­
ADORAÇÃO. Oferta de homenagem, mana, a necessidade da predestinação
honra e louvor a Deus. divina e a prioridade da fé sobre a ra­
zão. Em grande parte, o agostinismo
ADORAÇÃO DA NATUREZA. Adoração envolveu uma síntese da filosofia pla­
ao universo criado. tônica e da teologia cristã.
ADVENTISMO. Crença na segunda vin­ AJOELHAR.Dobrar ou curvar o joelho,
da de Cristo. normalmente um ato de adoração ou
homenagem.
ADVENTISMO DO SÉTIM O d i a . Deno­
minação cristã caracterizada pela ob­ ALCORÃO. Livro sagrado do islamis-
servância do sétimo dia como o sá­ mo. Os muçulmanos acreditam que
bado bíblico e pela crença de que a suas 114 suratas (capítulos) foram
volta de Cristo é iminente. O grupo realmente ditados ao profeta Maomé
organizou-se formalmente em New (Mohammed) pelo anjo Gabriel.
Hampshire, em 1844. ALEGORIA. Artifício literário usado
para expressar uma verdade através
ADVENTO. A vinda de Cristo. O pri­
de símbolos.
meiro advento refere-se à sua vinda
inicial, na encarnação. O segundo ALEGRIA. Senso de satisfação e prazer
advento é a futura Segunda Vinda. que não é afetado pelas circunstâncias.
Nas Escrituras, faz parte do fruto do vai cumprir simplesmente porque
Espírito (G1 5:22). disse que o faria. (Veja a l i a n ç a c o n ­
d ic io n a l ).
ALELUIA. Palavra hebraica que signifi­
ca “louvai ao Senhor” . No Antigo Testa­
a l ia n ç a , p o v o d a .

mento, Israel; no Novo Testamento,


ALFA E ÔMEGA. Primeira e última letra
do alfabeto grego. Referência à eterni­ a Igreja.
dade de Deus, a frase pode ser enten­ ALIANÇA, RELACIONAMENTO D E. Rela­
dida como “primeiro e último” (Ap cionamento que tem como base uma
1:8; 21:6; 22:13; cf. Is 44:6). aliança entre Deus e seu povo.
ALIANÇA. Concordância entre Deus e ALMA. Nas Escrituras, a vida ou o eu
os seres humanos, na qual Deus pro­ da pessoa, ou até mesmo a própria
mete abençoar aqueles que o aceita­ pessoa; em teologia, o aspecto imate-
rem e se comprometerem com ele. rial do ser humano.
ALIANÇA CONDICIONAL. Pactocujocum-
ALMA, EXTINÇÃO DA. Reformulação
primento depende de alguma ação ou do conceito do sono da alma, con­
resposta da parte do ser humano.
forme encontrado em movimentos
DA g r a ç a . Oferta de salva­
a l ia n ç a como o adventismo do sétimo dia:
ção feita por Deus através da obra não existe de fato uma alma que viva
de Cristo a todo aquele que a aceitar. à parte do corpo; assim, após a morte,
Também chamada “pacto da graça”. ela se torna não existente.
ALIANÇA DA REDENÇÃO. Acordo fei­ ALMA HUMANA. Entidade que se acre­
to entre Deus Pai e Deus Filho por dita ser a fonte da vida psicológica e
meio do qual este daria sua vida pela espiritual humana. Ao referir-se a Je­
salvação da raça humana. Também sus, a expressão indica que sua natu­
chamada “pacto da redenção”. reza tanto material como não material
Pacto entre Deus
a l ia n ç a d a s o b r a s .
eram humanas.
e Adão que prometia que a obediência ALMA, TRANSMIGRAÇÃO DA. Referên­
seria recompensada com vida eterna, cia à crença segundo a qual a alma
e a desobediência, punida com morte pode reencarnar sucessivamente em
eterna. Também chamada “pacto das pessoas diferentes ou até mesmo em
obras”. tipos diferentes de criaturas.
ALIANÇA DAVÍDICA. Pacto no qual ALMA, VISÃO CRIACIONISTA DA ORIGEM
Deus concedeu o reino a Davi e seus DA. Crença segundo a qual Deus cria
descendentes, para sempre (2Sm 7;
direta e especialmente cada alma no
cf. 2Cr 13:5).
momento da concepção ou do nas­
ALIANÇA INCO NDICION AL D E DEUS. cimento; em outras palavras, a alma
Pacto com a humanidade que Deus não é transmitida dos pais.
ALMA, VISÃO TRADUCIANISTA DA O R I­ mo, democracia no governo da igreja
GEM DA. Crença segundo a qual a e uma “luz interior” de revelação que
alma é criada pelos pais juntamente Deus dá aos indivíduos.
com o corpo.
AM ILENARISM O. Concepção de que
ALTA IGREJA. Segmento da Igreja An­ não haverá um período de reinado
glicana que enfatiza a liturgia e tem terrestre de Cristo, nem antes nem
grande afinidade com o catolicismo depois de sua segunda vinda. Os mil
romano. anos de Apocalipse 20:1-7 são consi­
derados simbólicos, seja da comple-
ALTÍSSIMO. Um dos nomes de Deus.
tude do reinado de Cristo, seja da
ALTO CRITICISM O . Método de inter­ bênção do cristão no céu.
pretação bíblica que busca determi­
AMOR. Um dos atributos supremos
nar a autoria e a datação de livros, os
de Deus: preocupação de produzir
documentos literários por trás deles e
o bem-estar do outro e a ação dela
sua dependência histórica. Veja b a i x o
decorrente. Existem várias palavras
C R IT IC IS M O .
gregas para o termo, como eros (pai­
AMALDIÇOAR. Usar expressões cuja in­ xão sexual) e philia (amizade); mas a
tenção é desejar o mal a outra pessoa. forma mais elevada de amor é a que
busca o bem-estar dos outros (ágape).
(340-397). Teólogo e líder
a m b r ó s io
Veja á g a p e .
eclesiástico instruído em grego e latim.
Teve influência especial sobre Agosti­ AMOR D E DEUS.Tanto o amor de Deus
nho, a quem ensinou e batizou. por nós como nosso amor por Deus.

AMÉM. Termo hebraico normalmente Tanto o amor hu­


AM OR DO HOM EM .

traduzido por “assim seja”, uma de­ mano como o amor por outros seres
claração de concordância com algo humanos.
que foi dito ou feito. A raiz hebraica AMOR PRÓPRIO. Estima e preocupa­
também expressa a ideia de confiança, ção consigo, que, em excesso, se torna
fidelidade, solidez e verdade. egoísmo.
AM IGOS. Nome usado como referên­ AMORAL. Relativo ao que não é nem
cia aos cristãos em Atos 27:3 e 3João moral nem imoral. O termo se refere
15. Aparentemente, a designação está tanto a assuntos não relevantes ao jul­
relacionada à declaração de Jesus em gamento moral como a pessoas insen­
João 15:13-15, em que Jesus chama síveis às considerações morais.
seus seguidores de “amigos” .
AMYRALDISMO. Doutrina formulada
AMIGOS (QUACRES), SO CIEDADE D OS. pelo teólogo francês Moisés Amyraut,
Grupo fundado no século XVTI por segundo a qual os decretos divinos
George Fox. Enfatizavam valores ocorreram na seguinte ordem (lógica):
como simplicidade de vida, pacifis­ 1) criar os seres humanos; 2) permitir
a Queda; 3) prover salvação suficien­ respeito a uma dada realidade, possua
te para todos; 4) escolher aqueles que alguma medida dessa qualidade; tam­
receberão essa salvação. bém é um método pelo qual se infere
algo da natureza de Deus a partir da
ANABATISTAS. Membros de uma ala
natureza da criação.
radical da Reforma que condenava o
batismo infantil, insistindo na exis­ Crença de
ANALOGIA DA e s c r i t u r a .
tência de uma igreja de crentes. De que, sendo a Escritura uma unidade,
maneira geral, eles enfatizavam a au­ o significado de uma passagem é es­
toridade da Bíblia e a separação entre clarecido por meio do estudo de ou­
Igreja e Estado. E dos anabatistas que tras porções.
descendem os menonitas e os vários
ANALOGIA DA FÉ. Concepção de que
grupos das Igrejas dos Irmãos.
passagens mais claras das Escrituras
ANÁLISE FENOMENOLÓGICA. Exame das esclarecem as porções menos claras.
coisas como elas se apresentam a nós
em nossa experiência. ANALOGIA D O SER. Ideia de que existe
paralelismo ou analogia entre Deus e
ANÁLISE FUNCIONAL. Tipo de análise sua criação, especialmente o homem,
linguístico-filosófica que, em vez de de modo que se possa extrair inferên­
prescrever uma maneira “certa” de cias em relação a Deus, com base no
usar a linguagem, descreve suas várias estudo do homem.
formas de uso. A análise funcional
também é conhecida como “filosofia ANALOGIA FIDEI. Veja ANALOGIA DA FÉ.
comum da linguagem”, em oposição ANÁTEMA. Expressão que significa
à “filosofia ideal da linguagem”. “maldito”. E também usada em refe­
. Forma de fi­
a n á l is e l i n g ü í s t i c a
rência à excomunhão.
losofia do século XX que enfatiza o ANCIÃO. Líder na sinagoga, na igreja
significado da linguagem, em vez de primitiva ou numa congregação local
fazer julgamentos normativos para de algumas denominações de hoje,
determinar se algo é verdadeiro ou também denominado “presbítero”.
falso e certo ou errado. As qualificações para o ofício são
ANÁLISE VERIFICACIONAL. Forma de fi­ apresentadas em 1Timóteo 3:1-7 e
losofia analítica segundo a qual uma Tito 1:5-9.
declaração sintética só é significativa se
ANGELOFANIA. Apropriação, por parte
houver um conjunto de dados senso-
dos anjos, de uma forma visível para
riais que possa ratificá-la ou falseá-la.
ocasiões especiais.
A análise verificacional é basicamente
equivalente ao positivismo lógico. ANGELOLOGIA. Estudo da doutrina
dos anjos.
ANALOGIA. Método de argumentação
no qual se acredita que um objeto, ANGLO-CATOLICISM O. Anglicanismo
embora não idêntico a outro com da Alta Igreja, que possui enorme afi­
nidade com crenças e práticas católi­ líder. São também conhecidos como
cas romanas. John Henry Newman, demônios.
um dos primeiros líderes do movi­
ANJOS SANTOS. Aqueles que não deser­
mento, converteu-se ao catolicismo
taram de sua posição de obediência.
romano, em 1845.
ANO CRISTÃO. Diversas e importan­
AN H YPO STASIA. Veja ANIPOSTASIA.
tes épocas do ano determinadas pela
ANIMISMO. Adoraçáo de objetos físicos igreja e que revivem os acontecimen­
em razáo da crença de que forças espi­ tos e as verdades essenciais da fé cris­
rituais estejam presentes dentro deles. tã, relacionadas com Jesus: Advento,
Natal, Epifania, Quaresma, Páscoa,
ANIPOSTASIA. Crença de que, ao en­
Ascensão, Pentecostes e Trindade.
carnar, a Segunda Pessoa da Trindade
não assumiu a humanidade de um in­ ANO LITÚRG ICO . Veja ANO CRISTÃO.
divíduo específico, mas uma natureza
ANO SABÁTICO. No judaísmo, todo
humana genérica ou impessoal.
sétimo ano, no qual os proprietários
ANIQUILACIONISM O. Crença de que de terras não devem semear no cam­
pelo menos alguns humanos deixa­ po e os pobres podem colher daquilo
rão permanentemente de existir na que cresceu sozinho (Êx 23:10-11;
morte ou em algum momento depois Lv 25:1-7).
dela. Aplica-se também a ideia de que
ANSELMO D E CANTUÁRIA (1033-1109).
aqueles que não creem e, portanto,
Monge e teólogo medieval que teve
não são salvos, serão destruídos por
grande influência sobre o pensamen­
ato direto de Deus ou como resultado
to cristão. Seguiu Agostinho ao usar a
do pecado.
filosofia platônica para construir sua
ANJO. Ser espiritual criado. O signifi­ teologia. Entre suas principais contri­
cado literal do termo é “mensageiro” . buições incluem-se sua visão da fé e
da razão, seu argumento ontológico
ANJO DA GUARDA. O anjo particular
para a existência de Deus e sua inter­
supostamente designado para proteger
pretação da expiação.
um indivíduo. O conceito tem pouco
apoio escriturístico, sendo que as pas­ ANTIAUTORITARISMO. Rejeição a qual­
sagens às quais normalmente se apela quer autoridade externa e oposição
são Mateus 18:10 e Atos 12:15- a ela.

ANJO D O SENH OR, O.Uma automani- ANTICLERICALISM O. Oposição à auto­


festação do Senhor feita de maneira ridade do clero.
perceptível.
A NTICRISTO. Oponente e impostor de
ANJOS CAÍDOS. Anjos que desobedece­ Cristo. Com base em ljoão 2:18,22
ram ao Senhor, desertaram do serviço e 4:3, o anticristo parece ser um espí­
a Deus e agora servem a Satanás, seu rito presente por toda a era da Igreja.
Alguns já procuraram identificar o Termo que se refere
AN TILEG O M E N A.
anticristo com pessoas específicas. Os aos livros sobre os quais houve dis­
reformadores e outros o identificaram cussão quanto à sua entrada no Novo
com o papado. Parece haver um espí­ Testamento.
rito ou princípio de rebelião em ação
ANTIM ETAFlSICO. Relativo à oposi­
no mundo que se completará em for­
ção a levantar questões metafísicas
ma pessoal nos últimos dias.
ou tentar dar explicações metafísicas.
ANTIDENOM INACIONALISM O. Oposi­ Veja METAFÍSICA.
ção à ligação das igrejas a associações ANTINATURAL. Contrário à natureza.
que têm como base a aceitação geral O termo é usado por proponentes da
de certas crenças distintivas. visão segundo a qual os milagres vio­
ANTIGA ALIANÇA. Veja ALIANÇA DAS
lam ou quebram as leis do universo
OBRAS.
físico.

ANTIGA DISPENSAÇÂO. A antiga aliança ANTINOMIA. Contradição ou tensão


entre duas ou mais leis, regras ou
ou o relacionamento de Deus com os
princípios, sendo que todos são con­
humanos antes da vinda de Cristo.
siderados verdadeiros.
ANTIGO CREDO ROMANO. O mais im­
ANTINOM IANISM O. Oposição à lei;
portante antecessor do Credo apostólico,
mais especificamente, rejeição à ideia
provavelmente desenvolvido durante a
de que a vida do cristão precisa ser
segunda metade do século II.
controlada por leis ou regras.
ANTIGO TESTAMENTO. Os trinta e
ANTINOMISMO . Veja ANTINOMIANISMO.
nove livros bíblicos reunidos pelos
judeus e reconhecidos de modo geral, AN TISSEM ITISM O .
Hostilidade para
à época de Cristo, como dotados de com os judeus, e não raro sua perse­
autoridade. guição.

ANTIGO TESTAMENTO, CANON D O . A ANTISSOBRENATURALISM O . Aversão


lista de livros aceitos pela igreja como à crença na atividade miraculosa de
revelação especial de Deus antes da Deus no reino terrestre e humano.
vinda de Cristo. ANTISSUBSTANCIALISM O. Aversão a
ANTIGO TESTAMENTO, CRENTES DO.
crer e fazer uso das categorias que
Pessoas que participavam de uma denotam substâncias. Costuma-se
enfatizar a função, em detrimento da
aliança com Deus antes da vinda de
substância.
Cristo. Alguns afirmam que a era dos
crentes do Antigo Testamento se en­ ANTÍTESE. Oposição ou contraste; no
cerrou por ocasião da ressurreição de pensamento hegeliano, evento, ideia
Cristo; outros afirmam que acabou ou movimento que surge em contra­
no Pentecostes. dição a uma tese precedente.
ANTÍTIPO. Realidades neotestamentá- O termo também é aplicado a outros
rias das quais certas pessoas, objetos livros de origem judaica ou cristã de
e práticas do Antigo Testamento são índole profética ou escatológica.
tipos ou figuras.
APOCATÁSTASE. Do grego apokatasta-
ANTITRIN1TARISMO. Sistema de crenças sis, que significa “restauração” . Refe-
que rejeita a doutrina da Trindade. re-se à restauração de todas as coisas
em Cristo (At 1:6; Rm 8:18-25; ICo
ANTROPOCENTRISM O. Visão segundo
15:24-28; 2Pe 3:13). Orígenes e ou­
a qual os seres humanos e os valores
tros ensinaram que essa restauração
humanos são o fato central do univer­
envolverá a derradeira salvação de
so, em vez de Deus e seus valores.
todos os humanos.
Estudo da natureza e
a n t r o p o l o g ia .
APÓCRIFOS DO ANTIGO TESTAMENTO.
da cultura do homem. Livros escritos no período intertes-
ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA. O estudo tamentário que, julgados pela igreja
da natureza humana do ponto de vis­ como espúrios, não foram aceitos no
ta da teologia e da revelação. cânon do Antigo Testamento.

ANTROPOM ORFISM O. Concepção de APÓCRIFOS DO NOVO TESTAMENTO.

Deus como possuidor de característi­ Livros do século II em diante que,


cas humanas ou existência em forma julgados pela igreja como espúrios,
humana. não foram aceitos no cânon do Novo
Testamento.
ANTROPOPATISMO.Compreensão de
Deus como possuidor de emoções APOLINÁRIO (c. 310-c. 390). Bispo de
humanas. Laodiceia; ele ensinou que, na Encar­
nação, o Logos divino assumiu o lugar
ANTRO POSOFIA (OU ANTROPOSSOFIA). da psique humana, de modo que a hu­
Sistema de ideias religiosas e filosófi­ manidade de Jesus ficou, de fato, restri­
cas que combina conceitos de diver­ ta a seu corpo físico. Apolinário e suas
sas fontes. Ensina que se pode e deve visões foram condenados pelo Conci­
escapar do mundo material por meio lio de Constantinopla, em 381.
da descoberta das verdades contidas
APOLINARISMO. Interpretação da pes­
nos seres humanos.
soa de Cristo, datada do século IV:
ANUNCIAÇÃO. Nome dado à mensa­ o Cristo divino não assumiu uma
gem do anjo Gabriel à virgem Ma­ forma completamente humana, mas
ria anunciando-lhe o nascimento de apenas sua carne; sua alma humana (a
Jesus. racionalidade ou notts) foi substituída
pelo Logos ou Palavra.
APOCALIPSE. Palavra grega para “reve­
lação”. Nome do último livro do Novo APOLOGÉTICA. Ramo da teologia cris­
Testamento atribuído ao apóstolo João. tã que tem como objetivo a defesa
equilibrada da fé cristã. Inclui tanto usado como referência às tentativas
argumentos positivos em favor da de levar pessoas modernas a refletirem
verdade do cristianismo como refuta­ utilizando-se de formas de pensamen­
ções das críticas lançadas a ele. to de culturas antigas.

APOLOGIA. Defesa de uma visão par­ ARCANJOS. Anjos comandantes. Mi­


ticular. guel é o único citado pelo nome nas
Escrituras (Jd 9). A outra referência
APOLOGISTA. Aquele que se envolve na bíblica não fornece nome (lT s 4:16).
argumentação em favor da verdade de Gabriel, outro anjo citado nas Escri­
uma visão, especialmente da mensa­ turas, não é identificado como arcan­
gem cristã; em particular, refere-se aos jo (Dn 8:16; 9:21; Lc 1:19,26).
teólogos dos séculos II e III que defen­
. Em algumas formas epis­
a r c e b is p o
diam vigorosamente o cristianismo.
copais de governo da igreja, oficial
APOSTASIA. “Abandono”, normalmen­ com mais autoridade que bispo. O
te um afastamento deliberado e total arcebispo preside uma arquidiocese,
da fé anteriormente defendida. que reúne várias dioceses.

APÓSTATA. Aquele que se afasta da fé. ARGUMENTO ANTROPOLÓGICO. Ba-


seia-se em alguma(s) característica(s)
Posse de sanção e
APOSTO l i c i d a d e . da natureza humana — como o ins­
autoridade apostólicas. tinto moral — para justificar a exis­
APÓSTOLO. Palavra grega que significa tência de Deus.
“enviado” . Em sentido estrito, o ter­ ARGUMENTO COSMOLÓGICO. É favorá­
mo é aplicado especialmente a cada vel à existência de Deus: uma vez que
um dos doze discípulos escolhidos tudo o que existente no universo preci­
por Jesus. sa ter uma causa, deve haver um Deus.

AQUINO, TOMÁS DE. Veja TOMÁS DE ARGUMENTO DA CONTINGÊNCIA. Um


AQUINO. dos argumentos cosmológicos de To­
más de Aquino para a defesa de Deus:
ARAMAICO. Língua semita. Sendo um para que qualquer coisa contingente
cognato do hebraico, provavelmente exista, é preciso haver pelo menos um
o aramaico tenha sido a língua que ser que não seja contingente.
Jesus falava normalmente. Partes de
Esdras e Daniel foram escritas em ARGUMENTO MONISTA. Qualquer
argumento que se apresente contra
aramaico.
a ideia de que a natureza humana é
ARCABOUÇO TEO LÓ GICO . Estrutura dualista ou composta.
doutrinária dentro da qual o pensa­
ARGUMENTO ON TO LÓ GICO . Baseia-se
mento e a vida são conduzidos.
em pensamento lógico puro, em vez
ARCAIZAÇÃO. Ato de fazer coisas mo­ de em observação sensorial do uni­
dernas parecerem antigas. O termo é verso físico, para provar a existência
de Deus. Uma de suas formas usuais é tinação. O arminianismo sustenta
que Deus é o maior de todos os seres que a decisão de Deus de conceder
concebíveis. Tal ser deve existir, pois, salvação a certas pessoas e não a ou­
caso contrário, alguém poderia conce­ tras está baseada em sua presciência
ber um ser ainda maior, a saber, um de quem crerá. Também inclui a ideia
ser idêntico que também possui o atri­ de que pessoas genuinamente regene­
buto da existência. Anselmo e René radas podem perder a salvação e que
Descartes são dois dos famosos pro­ alguns de fato a perdem. O arminia­
ponentes do argumento ontológico. nismo costuma ter uma visão menos
crítica da depravação humana que o
ARGUMENTO TELEO LÓ GICO . Argu­ calvinismo.
mento a favor da existência de Deus:
a ordem do universo deve ser obra de Ministro e
a r m Í n i o . j a c ó ( 1560- 1609).

um Projetista supremo. teólogo reformado holandês cujos en­


sinamentos deram origem ao sistema
ARIANISMO. Visão da pessoa de Cristo teológico conhecido como arminia­
como o maior dos seres criados e, por nismo.
isso, é tratado apropriadamente como
ARQUEOLOGIA. Estudo de culturas
um deus, mas não como o Deus.
ancestrais por meio da investigação
ÁRIO. Teólogo do século IV cujas visões de artefatos antigos. A arqueologia
da pessoa de Cristo foram condenadas bíblica tem como objetivo a ilumina­
no Concilio de Niceia, em 325. ção do texto bíblico.

ARISTÓTELES (384-322 A .C .). Filósofo ARREBATAMENTO. No pré-milenaris-


grego que, embora aluno de Platão, mo, a retirada da igreja do mundo,
desenvolveu um sistema empírico de promovida por Cristo. Várias corren­
filosofia bastante contrário às ideias tes defendem que ele ocorrerá antes,
do mestre. durante ou depois da grande tribu-
lação.
ARISTOTELISM O. Filosofia empírica
que faz da distinção entre forma e ARREBATAMENTO PARCIAL. Referência
matéria a chave para a metafísica e à ideia segundo a qual algumas pes­
sustenta que todo conhecimento é soas serão arrebatadas antes e outras
obtido pela percepção sensorial. depois; o momento dependerá de sua
disponibilidade.
ARMAGEDOM. Local citado em Apo­
ARREBATAMENTO, VISÃO MESOTRIBU-
calipse 16:16, mais comumente iden­
LACIONISTA D O . Ideia segundo a qual
tificado como o monte de Megido,
a igreja passará por metade da tribu-
onde ocorrerá a batalha final entre as
lação e, então, será arrebatada por
forças de Deus e as de Satanás. Cristo.
ARMINLANISMO. Visão que contradiz ARREBATAMENTO, VISÃO PÓS-TRIBU-
a compreensão calvinista da predes­ LACIONISTA DO. Doutrina segundo a
qual a igreja passará pela grande tri- comeram dela, cometeram o primeiro
bulação e, então, será capturada para pecado da raça humana. Também co­
se encontrar com Cristo. nhecida como árvore proibida.
ARREBATAMENTO, VISÁO PRÉ-TRIBU-
ASCENSÃO D E CRISTO . A partida cor­
l a c io n is t a D O . I d e ia d e q u e Cristo poral de Jesus, da terra, e seu retorno
r e m o v e r á a ig r e ja d o m u n d o a n t e s d a
ao céu no quadragésimo dia após sua
g r a n d e tribulação.A R R E P E N D IM E N T O .
ressurreição (Lc 24:51; At 1:9).
D e s g o s t o p ie d o s o d ia n t e d o p e c a d o e
d e c is ã o d e a fa s t a r - s e d e le . Livro apocalíp­
ASCENSÃO D E M O ISÉ S.
tico que supostamente é a exortação
ARTIGO D E FÉ. Um princípio dou­
de despedida de Moisés a Josué.
trinário particular. As doutrinas
específicas de um credo ou de uma . Prática da autodisciplina,
a s c e t is m o

confissão são comumente chamadas especialmente a renúncia de certos


de artigos. prazeres físicos.

ARTIGOS DE ISSY. Conjunto de 34 ar­ ASPERSÃO. Ato de espalhar em gotas


tigos de fé reunidos por uma comis­ ou em pequenas partículas. É uma
são da Igreja Católica que se reuniu forma de batismo.
em Issy, perto de Paris, em 1695. Os
ASSEIDADE D E DEUS. Veja DEUS, ASSEI-
artigos condenavam os ensinamentos
DADE DE.
de Madame Guyon.
ASSENSO (ou ASSEN TIM EN TO ). Palavra
ARTIGOS D E SMALCALD. Artigos de fé
de origem latina que se refere ao as­
escritos por Martinho Lutero para os
pecto da fé que envolve assentimento
príncipes e teólogos luteranos que se
intelectual de certas proposições.
reuniram na cidade de Smalcald, Ale­
manha, em preparação para um con­ ASSOCIAÇÃO D E IGREJAS. Designa,
cilio convocado pelo papa Paulo III. por extensão, qualquer reunião ou
Os artigos estão incluídos no Livro de afiliação de congregações ou de­
Concórdia. nominações; em igrejas que prati­
cam uma política congregacional,
ARTIGOS GALICANOS, QUATRO. Veja
o agrupamento organizacional de
QUATRO ARTIGOS GALICANOS.
congregações é, às vezes, chamado de
ARTIGOS IRLANDESES. Coleção de convenção ou concilio.
104 artigos de fé adotados pela Igreja
ASSUNÇÃO D E MARIA. Veja MARIA, AS­
Episcopal Irlandesa em sua primeira
SUNÇÃO DE.
convocação, em 1615.
ÁRVORE DO CONHECIM ENTO DO BEM E ATANÁSIO (293-373). Bispo de Alexan­
DO MAL. Árvore presente no jardim do dria que defendeu a visão ortodoxa de
Éden da qual Adão e Eva foram proibi­ Cristo e que, em particular, opôs-se
dos de comer (Gn 2). Quando, porém, ao arianismo.
ATEÍSMO. Crença de que Deus não ATRIBUTOS MORAIS D E D EU S. Quali­
existe. dades de Deus que dizem respeito ao
tratamento justo que dispensa às suas
ATEÍSMO CRISTÃO. Veja TEOLOGIA DA
criaturas. Seus atributos morais são
MORTE DE DEUS. realçados por seus atributos naturais
ATEMPORALIDADE. Deus está fora do absolutos, como sua onisciência, sua
onipresença e sua onipotência.
tempo, em vez de ter duração infinita
dentro dele. ATRIBUTOS NATURAIS DE D EU S. Atri­
butos de Deus que pertencem parti­
ATMÃ. No hinduísmo, partes indivi­
cularmente a seu relacionamento com
duais do todo da realidade, que é cha­ o universo físico, como seu poder, co­
mada de Brahma ou Brâman. nhecimento e sua onipresença.
ATOS D E d e u s . Veja DEUS, ATOS DE. ATRIBUTOS TRANSITIVOS OU RELATI­
VOS DE D EU S.Atributos de Deus en­
ATOS PENITENCIAIS. Atos realizados
volvidos no relacionamento que tem
como indicação de arrependimento.
com sua criação.
ATRIBUTOS ABSOLUTOS DE DEUS. Ca­
ATRIBUTOS, COMUNICAÇÃO DE. Veja
racterísticas de Deus que são inde­
COMUNICAÇÃO DE ATRIBUTOS.
pendentes ou não dizem respeito ao
seu relacionamento com pessoas ou AULÉN, GUSTAF EMANUEL HILDEBRAND
(1879-1978). Teólogo e bispo sueco
objetos criados.
associado à escola lundensiana de
ATRIBUTOS COMUNICÁVEIS D E DEUS. teologia, que enfatiza a primazia do
Atributos de Deus cujas caracterís­ amor. É mais conhecido pela expres­
ticas correspondentes podem ser en­ são Christus Victor, sua reformulação
contradas na natureza humana. daquilo que ele chama de visão clássi­
ca da expiaçáo, uma forma antiga da
ATRIBUTOS D E DEUS. Características teoria do resgate.
ou qualidades de Deus que fazem dele
AUTENTICIDADE, CRITÉRIO D E. Crité­
o que é. Não devem ser considerados
rio empregado por críticos da forma e
algo a ele atribuído ou relacionado,
críticos da redação para avaliar se pa­
como se algo pudesse ser adicionado
lavras atribuídas a Jesus nos evange­
a sua natureza. Em vez disso, são in­ lhos foram realmente faladas por ele.
separáveis de seu ser.
AUTENTICIDADE, QUESTÃO DE. A ques­
ATRIBUTOS EMANENTES DE DEUS. tão ou pergunta que visa a saber se as
Qualidades de Deus relacionadas à palavras atribuídas a Jesus são real­
sua criação. mente dele.
ATRIBUTOS INCOMUNICÁVEIS D E DEUS. AUTODETERM INISM O. Referência à
Atributos de Deus sem características crença segundo a qual uma pessoa é
correspondentes na natureza humana. livre para tomar suas próprias deci­
sões independentemente de qualquer toridade legislativa, o direito de deter­
influência externa. minar o conteúdo de nossas crenças.

AUTOENGANO. Falha em admitir a AUTORIDADE LEGISLATIVA. O direito


verdade sobre si mesmo. de determinar o conteúdo de uma
crença ou prática.
AUTOESTIMA. Estimação favorável que
alguém tem em relação a si mesmo. AUTORIDADE LEGÍTIMA. O direito de
prescrever crença e/ou ação em virtu­
AUTOEXAME. Escrutínio de si mesmo de da posse de conhecimento especial.
em termos de suas próprias virtudes e
AUTORIDADE NORMATIVA. Autoridade
motivações.
imposta em termos do que devemos
AUTO EXISTÊNCIA D E D EUS. Veja DEUS, crer e fazer; contrasta com a autorida­
AUTOEXISTÊNCIA DE. de histórica, que é a segurança em nos
dizer o que era normativo para outros
AUTÓGRAFO. Nome dado ao original
ou que aconteceu em outra época.
de cada livro da Bíblia.
AUTORITARISMO. Insistência forçada
AUTORIDADE. O direito a ordenar
ou dogmática a que haja adesão cega
uma crença ou ação.
a uma visão ou prática.
AUTORIDADE BÍBLICA. Veja BÍBLIA,
AUTORREVELAÇÃO. Exposição de si
AUTORIDADE DA.
mesmo a outros.
AUTORIDADE DA BÍBLIA. Veja BÍBLIA, AVERRÓIS (1126-1198).Filósofo islâmi­
AUTORIDADE DA. co que tentou recuperar a verdadeira
AUTORIDADE HISTÓRICA. Confiabili­ essência do pensamento aristotélico
isolado de considerações teológicas.
dade da Bíblia em nos dizer aquilo que
realmente aconteceu ou que foi norma­ AVERROÍSMO. Visão que parece impli­
tivo para as pessoas dos tempos bíblicos. car que uma proposição verdadeira na
Contrasta com a autoridade normativa, teologia pode contradizer uma que seja
o direito da Bíblia de declarar o que de verdadeira na filosofia e vice-versa.
fato devemos realizar hoje.
AZUSA, REUNIÕ ES DA RUA. Reuniões
AUTORIDADE IMPERIAL. O direito de realizadas numa ex-igreja metodista
promulgar decretos em função do no número 312 da Rua Azusa, em
posto ocupado por uma pessoa. Los Angeles, em 1906, por um pre­
gador negro, da tradição holiness,
AUTORIDADE JU D ICIA L.A capacidade chamado William I. Seymour. São
de decidir sobre o significado ou a consideradas o início do pentecosta-
verdade de algo. Contrasta com a au­ lismo moderno.
ou de certo conceito; por exemplo,
Bb se há consistência e coerência (ou a
falta delas).

BASÍLIO, O GRANDE (C. 330-379). Bis­


po de Cesareia e um dos teólogos
BAIXA IGREJA. Segmento relativamen­
te evangélico da Igreja Anglicana que capadócios que desenvolveram uma
não enfatiza a liturgia ou a sucessão fórmula para a Trindade como con­
apostólica. sistindo de uma substância (ousia) em
três pessoas (hypóstasis). A fórmula foi
BAIXO CRITICISM O . Método de inter­ adotada no Concilio de Constantino-
pretação bíblica que se preocupa com
pla, em 381.
questões da leitura correta do texto.
BATISMO. Ato de iniciação cristã no
BANQUETE MESSIÂNICO. Veja BODAS
qual se aplica água à pessoa por imer­
OU CASAMENTO DO CORDEIRO.
são, efusão ou aspersão.
BARCLAY, ROBERT (1648-1690). O mais
BATISMO COM ESPÍRITO SANTO. Bên­
importante teólogo quacre.
ção que, segundo João Batista, acom­
BARCLAY, WILLIAM (1907-1978). Pastor e panharia o ministério de Jesus (Mt
acadêmico bíblico escocês que lecio­ 3:11; Mc 1:8; Lc 3:16). Ocorreu no
nou na Universidade de Glasgow. Uni- Pentecostes, e Lucas interpretou como
versalista em sua teologia, é conhecido o cumprimento de Joel 2:28-32 (cf.
por sua obra Daily Study Bible. At 2:16-21). Alguns ensinam que esse
BARTH, KARL (1886-1968). Teólogo S u íç o batismo é um ato especial do Espírito
comumente considerado o fundador Santo, posterior à regeneração; outros,
da neo-ortodoxia. Talvez tenha sido o à luz de ICoríntios 12:13, creem que
teólogo protestante mais influente do todas as pessoas regeneradas passaram
século XX. por esse batismo.
BASES EXTERNAS. Meios independen­ BATISMO D E QUEM CRÊ. Batismo que
tes de avaliar um conceito teológico exige previamente uma profissão de
ou uma passagem bíblica por meio de fé (Batismo de adulto).
evidências externas. No pensamento
de Emil Brunner, o termo se refere BATISMO D E FAMÍLIA. Prática de bati­
às considerações empíricas (p. ex., a zar uma família, como em Atos 16:33,
evidência da ciência natural) concer­ incluindo, segundo alguns, bebês e
nentes à doutrina da criação. crianças (Batismo doméstico).

BASES INTERNAS. Evidências ou con­ BATALHA ESPIRITUAL. Combate do


siderações internas relacionadas à cristão contra forças sobrenaturais
validade de determinada passagem (Ef 6:10-17).
Modo de apli­
b a t is m o , f o r m a s d e . BAVINCK, HERMAN (1854-1921). Teólogo
car água ao candidato: imersão (mer­ reformado holandês que lecionou no
gulho), efusão ou aspersão. seminário de Kampen e na Universi­
dade Livre de Amsterdã.
b a t i s m o i n f a n t i l . Prática de batizar

crianças, embora elas não possam dar BAXTER, RICHARD (1615-1691). Pastor e
testemunho de fé pessoal. Alguns um dos principais teólogos puritanos.
de seus praticantes o veem como a Entre suas obras mais importantes es­
efetivação da regeneração (católicos tão O descanso eterno dos santos e O
romanos e luteranos); outros, como pastor aprovado.
um sinal da aliança (presbiterianos e BEATIFICAÇÃO. Na Igreja Católica Ro­
reformados). mana, o primeiro passo do processo
legal de canonização.
BATISMO LEIG O . Administração do
batismo por pessoa não ordenada. b e h a v i o r i s m o . Escola psicológica do

século XX, difundida especialmente


BATISMO PELOS MORTOS. Prática dos
por John Watson, que coletava infor­
marcionitas, novacianos e mórmons
mações com base na experiência e na
de batizar uma pessoa em benefício observação do comportamento, em
de um morto, geralmente um ances­ vez de confiar na introspecção.
tral. Alguns acreditam que lCoríntios
15:29 menciona essa prática. BELARMINO, ROBERTO (1542-1621). Teó­
logo jesuíta que lutou para estabe­
BATISTA. Cristão que acredita em dou­ lecer a Suma teológica, de Tomás de
trinas como: a igreja é composta apenas Aquino, como a autoridade teológica
por fiéis regenerados, batismo por imer­ básica do catolicismo romano.
são, forma congregacional de governo
BELIAL. Um dos nomes do Diabo
eclesiástico, separação entre igreja e Es­
(2Co 6:15).
tado e sacerdócio de todos os crentes.
BELZEBU. Divindade dos filisteus (2Rs
BATISTAS REGULARES, ASSOCIAÇÃO G E­
1:2). O nome era usado por judeus
RAL D O S.Grupo de batistas conserva­
da época do Novo Testamento para se
dores que se afastou da Convenção referir ao príncipe dos demônios (Mt
Batista do Norte dos Estados Unidos, 12:24).
em 1932, em protesto ao seu libera­
lismo teológico. BEMi BONDADE. O que é moralmente
excelente ou, no âmbito cristão, o que
BAUR, FERDINAND CHRISTLAN (1792- está de acordo com a natureza de Deus.
1860 ). Teólogo protestante alemão
BÊNÇÃO. Algum benefício particular
da Universidade de Tübingen que
recebido.
exerceu forte influência no desenvol­
vimento dos métodos do criticismo BÊNÇÃO DE TO RONTO. Fenômeno
histórico. ocorrido na então Igreja Vineyard do
Aeroporto de Toronto, envolvendo como professor de teologia sistemá­
cura e ocorrências físicas incomuns, tica e diretor do Calvin Theological
como a “gargalhada santa” (“unçáo do Seminary. Sua obra mais conhecida é
riso”), contorções e sacolejos. Teologia sistemática.
BENDITA ESPERANÇA. A segunda vin­ BESTA, MARCA DA. Veja MARCA DA
da de Cristo (Tt 2:13). Alguns creem BESTA.
que se refere à vinda secreta de Cristo
para remover a igreja antes da grande BEZA, TEO DO RO (1519-1605). Sucessor
tribulação. Também chamada “bem- de João Calvino como líder em Ge­
aventurada esperança”. nebra. Em alguns aspectos, seu con­
ceito de predestinação ia muito além
BENDIZER. Pronunciar uma bênção; da visão de Calvino (veja h i p e r c a l -
também significa louvar ou agradecer V IN ISM O ).
a Deus por uma bênção recebida.
BÍBLIA. Coleção de textos sagrados
BENED IC TU S. “Bendito”. Expressão inspirados por Deus, escritos num
latina que designa o cântico que Za­ período de aproximadamente 1.600
carias, sob influência do Espírito San­ anos, de 1500 a.C. a 100 d.C.
to, entoou ao Senhor, por ocasião do
nascimento de seu filho João Batista b í b l i a , a u t o r i d a d e d a . Ensinamento

(Lc 1:68-79). de que a Bíblia, sendo inspirada por


Deus, a autoridade suprema, detém,
BENEVOLÊNCIA D E DEUS. Veja DEUS,
por procedência, o direito de prescre­
BENEVOLÊNCIA DE.
ver a crença e as ações dos cristãos.
BENIGNIDADE. Misericórdia ou amor
b í b l i a , CÂNON DA. Coleção dos livros
leal por outro.
aceitos pela igreja como autorizados.
BERGSON, HENRI (1859-1941). Filósofo
BÍBLIA D E ESTU D O SCOFIELD. Obra
francês que ensinava a doutrina da
que tem exercido grande influência
evolução criadora ou emergente: um
no fundamentalismo norte-america-
élan vital (impulso primário) dentro
no. Foi originalmente produzida por
da matéria aperfeiçoa a realidade para
novos fins. C. I. Scofield.
BÍBLIA, INERRÂNCIA E INFALIBILIDADE
BERKELEY, GEORGE (1685 1753). Filóso­
DA. Termos que se referem à completa
fo teísta irlandês. Idealista subjetivo,
exatidão da Bíblia naquilo que ensina.
defendia que os objetos materiais
Inerrância significa que ela não ensina
existem apenas enquanto são perce­
nenhum erro. Infalibilidade significa
bidos por nós. Também argumentou
que ela não deixará de realizar aquilo
que Deus precisa existir, a fim de que
que se propõe a fazer. Alguns usam o
essas ideias existam.
termo infalibilidade apenas para se re­
BERKHOF, LOUIS (1873-1957). Teólogo ferir à exatidão da Bíblia em questões
calvin ista que serviu por muitos anos de fé e prática.
BÍBLIA, INSPIRAÇÃO DA. Ação do Es­ BLAKE, WILLIAM (1757-1827). Poeta e
pírito Santo sobre os autores bíblicos, artista místico inglês. Vários teólogos
garantindo que o que escreveram pre­ (em especial Thomas J. J. Altizer)
servou fielmente a revelação divina e extraíram muito de seu pensamento
fez da Bíblia efetivamente a Palavra sobre a morte de Deus.
de Deus.
BLASFÊMIA. Expressões irreverentes,
Versões da Bí­
b íb l ia , t r a d u ç õ e s DA. ofensivas ou difamatórias pronuncia­
blia das línguas originais (hebraico, ara­ das contra Deus.
maico e grego) para outros idiomas. BLASFÊM IA CONTRA O ESPÍR ITO SAN­

BIBLICISM O .Compromisso firme e TO . Pecado imperdoável menciona­


igualmente incondicional com a au­ do por Jesus (Mt 12:31; Mc 3:28-29;
Lc 12:10). Não parece se tratar de
toridade da Bíblia.
uma única ação, mas de uma rejei­
BIBLIOLATRIA. Dedicar tamanha esti­ ção continuada da luz e da verdade,
ma à Bíblia a ponto de praticamente levando o indivíduo a um estado em
adorá-la ou idolatrá-la. que se torna incapaz de perceber en­
tre a obra do Espírito Santo e a de
BIOÉTICA. Estudo de problemas éticos
Satanás.
relacionados a questões biológicas, par­
ticularmente a vida humana. Tam­ Conceito desenvolvido pelo fi­
BL IK .
bém chamada de ética biomédica. lósofo R. M. Hare com referência a
uma maneira de ver as coisas que não
BISPO . Literalmente, “supervisor”.
é alterada nem afetada pelos fatos.
Oficial com responsabilidade de ad­
ministrar ou orientar o trabalho da BLOCH, ERNST (1885-1977). Filósofo
Igreja (lTm 3:1-7; T t 1:5-9). Em marxista alemão cujo conceito de es­
alguns tipos de governo eclesiástico, perança, presente na obra O princípio
é um oficial encarregado de supervi­ esperança, exerceu considerável influên­
sionar uma área geográfica com várias cia sobre a teologia da esperança de
igrejas. Jürgen Moltmann.

BISPO AUXILIAR. Assistente de um bis­ BOAS OBRAS. Atos de obediência que

po diocesano, sem direito à sucessão. o cristão realiza pela graça de Deus


(Mt 5:16; E f 2:10). O termo é usado
BISPO COA DJUTOR. Assistente de um também para descrever os empenhos
bispo diocesano, com direito à su­ humanos realizados com base nas
cessão. próprias forças, que são considerados
BISPO DE ROMA. O papa, bispo cujo inaceitáveis por Deus.
ofício detém autoridade suprema na BOAS-NOVAS. O evangelho.
Igreja Católica Romana.
BOAVENTURA (1221-1274). Teólogo fran-
BITEÍSM O . Crença em dois deuses. ciscano e místico influente.
BODAS OU CASAMENTO DO CORDEIRO. religião”. Proibido pelos nazistas de
Metáfora que descreve a consumação falar em público ou escrever, tornou-
do reino de Deus (Ap 19:7-9). se membro da resistência, ficou preso
de 1943 a 1945 e foi executado sob
BO DE EXPIATÓRIO. Animal sobre o
acusação de traição.
qual os pecados dos israelitas eram
simbolicamente transferidos no Dia BO O TH , CATHERINE (1829-1890). “Mãe
da Expiação; em seguida, era enviado do Exército de Salvação”. Filha de um
ao deserto. ministro wesleyano, foi expulsa desse
BO ÉCIO , ANÍCIO MÂNLIO SEVERINO
movimento e, logo depois, casou-
(480-524). Teólogo que procurou usar
se com William Booth e ajudou-o a
fundar o Exército de Salvação.
a razão para apoiar a fé e que tentou
explicar a Trindade usando a filosofia BO O TH , WILLIAM (1829 1912). Minis­
aristotélica. tro metodista que, tendo convicto
interesse em satisfazer as necessidades
BOEHME, JAKOB (1575-1624). Místico e
físicas das pessoas e em combater os
teosofista luterano de origem alemã.
males sociais, fundou em East End,
BO GO M ILO S. Grupo de búlgaros do Londres, uma missão de ajuda huma­
século XI considerados hereges pela nitária, que, por fim, transformou-se
Igreja Ortodoxa do Oriente. Em opo­ no Exército de Salvação.
sição ao materialismo sacramental
BOWNE, BO RD EN PARKER (1847-1910).
da igreja, rejeitavam o batismo nas
Filósofo liberal metodista que popu­
águas e o uso do pão e do vinho na
larizou o idealismo pessoal e enfatizou
Ceia do Senhor. Eram teologicamen­
grandemente a imanência de Deus.
te dualistas.
BRADWARDINE, THOMAS (C. 1290-1349).
bom ESPÍRITO. De acordo com Nee-
Professor de teologia em Oxford e ar­
mias 9:20, aquele que Deus deu para
cebispo de Cantuária. Por enfatizar a
instruir seu povo no deserto. A ex­
graça e a vontade irresistível de Deus,
pressão costuma ser vista como uma
foi forte opositor do pelagianismo.
referência do Antigo Testamento ao
Espírito Santo. BRAHMA. No hinduísmo, o todo da
realidade.
BOM PASTOR. Autodesignação de Jesus
(Jo 10:11). BRAMA. Veja BRAHMA.

BOM PROPÓSITO D E D EU S. Veja DEUS, BRIGHTMAN, EDGAR SH EFFIELD (1884-

BOM PROPÓSITO DE. 1953). Filósofo personalista do século


XX que defendia a finitude de Deus.
BONHOEFFER, D IETRICH (1906-1945).
Pastor e teólogo luterano alemão, BROWN, RAYMOND (1928-1998). Acadê­
cujos conceitos mais influentes são mico católico romano do século XX,
“graça barata” e “cristianismo sem especialista em Novo Testamento.
BROW N, W ILLIA M ADAM S (1865 1943). BU DISM O . Religião oriental fundada
Teólogo presbiteriano de origem norte- por Sidarta Gautama (c. 566-486 a.C.).
-americana que lecionou no Union O objetivo do budista é fugir da se­
Theological Seminary, em Nova qüência de reencarnação e carma, e
York. Liberal influente, defendia a atingir o nirvana, onde ocorre a ces­
ideia de que as doutrinas derivavam sação do desejo.
da experiência, não da revelação.
BU LLINGER, HEINRICH (1504-1575).Re­
bruce, Acadêmico
F. F. (1910-1990).
formador suíço que se tornou sucessor
do século XX, especialista em Novo de Zuínglio em Zurique, em 1531.
Testamento e de linha conservado­
ra, que lecionou na Universidade de BULTMANN, RUDO LF (1884-1976). Aca­
Manchester. dêmico alemão de Novo Testamento,
da Universidade de Marburg, que
BRUNNER, HEINRICH EM IL (1889 1966).
aplicou a filosofia existencialista de
Pastor e teólogo reformado suíço que
Martin Heidegger na construção da
perde apenas para Karl Barth em in­
teologia. É mais conhecido por seu
fluência dentro do movimento neo-
trabalho pioneiro na forma de crítica
ortodoxo.
dos evangelhos e seu método de de-
BRUXARIA. Feitiçaria envolvendo ritos mitologização.
mágicos, particularmente com inten­
BUNYAN, JO H N (1628-1688). Pregador e
ção maligna. O termo também pode
escritor puritano inglês mais conhe­
se referir a uma influência irresistível
cido por sua obra O peregrino.
ou fascinação.
BUSCA PELO JE SU S H ISTÓ RICO . Veja JE ­
BUBER, MARTIN (1878-1965). Filósofo
SUS HISTÓRICO, BUSCA PELO.
judeu mais conhecido por sua ênfase
nos relacionamentos eu-tu, em vez de BU SH N ELL, HORACE (1802-1876).Teólo­
nos relacionamentos eu-isso. go congregacional americano e uma
BUCER, MARTIN (1491-1551). Reformador
das forças mais influentes na constru­
luterano que tentou mediar as diferen­ ção do liberalismo norte-americano
ças entre luteranos e zuinglianos sobre do século XIX. Expôs a visão da in­
a Ceia do Senhor. Enfatizava grande­ fluência moral da expiação.
mente o Espírito Santo e sua obra. Bispo, teó­
BU TLER.JO SEPH (1692-1752).

BUCHMAN, FRANK (1878-1961).Clérigo logo e apologista inglês que, em sua


luterano e fundador do Rearmamen­ obra Analogia da religião, usou um
to Moral, anteriormente conhecido argumento empírico para combater o
como Grupo de Oxford. deísmo de maneira bastante eficaz.
CALOVIUS, ABRAÃO (1612-1686). Lutera­

Cc no alemão que defendeu a ortodoxia


estrita. Era opositor em particular dos
ensinamentos dos sincretistas e de
Jorge Calixtus, que defendia a união
ca ba la .Forma mística de judaísmo das igrejas luterana, reformada e cató­
desenvolvida na Idade Média, que de­ lica romana.
fende a doutrina da reencarnaçáo. Uma
CALVÁRIO. Tradução latina do aramai-
de suas práticas esotéricas é atribuir às
co gólgota (“lugar da caveira”), colina
letras ao alfabeto hebraico valores nu­
onde ocorreu a crucificação de Jesus.
méricos, usados para revelar significa­
dos ocultos nas palavras das Escrituras CALVINISMO. O pensamento de João
hebraicas. Calvino. O termo é aplicado em par­
ticular à doutrina da predestinação,
CABEÇA. A mais proeminente parte
de acordo com a qual Deus escolhe de
do corpo e que exerce controle sobre
forma soberana alguns para a salvação
as demais. Por essa razáo, Cristo é
simplesmente por sua livre vontade e
mencionado como cabeça da igreja e
graça imerecida, e não por causa de
de todas as coisas (Ef 1:10,22-23).
qualquer mérito, nem mesmo de fé
CABEÇA FEDERAL. Veja LIDERANÇA FE­ prevista.
DERAL.
CALVINO, JOÃO (1509-1564). Reforma­
CADBURY, HENRY(1883-1974).Estudioso dor que deu à fé reformada sua ex­
do Novo Testamento e especialista em pressão mais completa e sistemática
estudos de Lucas. Membro da Socie­ por meio da obra Institutos da religião
dade dos Amigos, ele advertiu contra cristã ou simplesmente Institutos.
o duplo perigo de modernizar Jesus e
tornar a fé obsoleta. CAMADA D E TRADIÇÃO. Diferentes ca­
madas que os críticos da forma acredi­
CAIRD, JO H N (1820-1898). Pastor, teólo­
tam poder identificar nas Escrituras,
go, filósofo escocês neo-hegeliano e particularmente nos evangelhos. Elas
especialista em Spinoza.
consistem de material original e adi­
CAJETANO, TOMÁS DE VIO (1469-1534). ções anteriores ou posteriores.
Cardeal, teólogo e filósofo dominica­
CAM INHO ILUMINATIVO. O segundo
no, que defendeu o poder e a suprema­
dos três estágios da experiência mís­
cia monárquica do papa. Por três dias
tica; fica entre os caminhos purgati-
consecutivos, tentou persuadir Lutero
vo (limpeza dos pecados) e unitivo
a abjurar em Augsburgo, em 1518.
(união mística com Deus). O concei­
CALENDÁRIO CRISTÁO. Veja ANO CRIS­ to é encontrado particularmente nos
TÃO. escritos de João da Cruz.
CAMINHO, O. Designação da fé e da siderados canônicos por Roma no fi­
comunidade cristás (At 9:2; 19:9, nal do século II.
23; 22:4; 24:14, 22). Paulo se apre­
CANONIZAÇÃO. Processo de estabe­
senta como um de seus seguidores
lecimento do cânon das Escrituras;
(At 24:14). também é o processo legal mediante
c a m i n h o p u r g a t i v o . No misticismo o qual a Igreja Católica Romana ins­
cristão, o primeiro dos três estágios da creve alguém no catálogo dos santos.
experiência mística: a pessoa deve ser CAPADÓCIOS, TEÓ LO GO S. Veja TEÓLO­
purificada do pecado e dos impedi­ GOS CAPADÓCIOS.
mentos espirituais para receber a vi­
são de Deus. CARDEAL. Alto oficial da Igreja Ca­
tólica Romana. Os cardeais possuem
CAM INHO UNITIVO. Estágio final e tarefas especiais, sendo a mais notável
mais elevado do misticismo clássico. delas a escolha coletiva do papa.
E construído sobre os caminhos pur­
CARISMA. Dons espirituais, como os
gativo e iluminativo.
apresentados em ICoríntios 12:8-10.
CAM PBELL, ALEXANDER (1788-1866). Veja também d o n s c a r i s m á t i c o s .
Um dos fundadores da Igreja Cristã
CARISMÁTICOS. Aqueles que acredi­
(Discípulos de Cristo). Filho deTho-
tam e praticam os dons carismáticos.
mas Campbell.
No Brasil, “renovado” é o termo mais
CAM PBELL, THOMAS (1763 1854). Mi­ comum entre os evangélicos e que os
nistro da Escócia e Irlanda, um dos distingue da ala pentecostal.
fundadores da Igreja Cristã (Discípu­ CARLSTADT, ANDREAS RUDO LF BODEN-
los de Cristo). STEIN VON (C. 1480-1541).Reformador
CAMPBELLITAS. Seguidores de Alexan- protestante alemão. Depois de unir-se
der Campbell. ao movimento da Reforma, aprofun­
dou ainda mais alguns de seus temas,
CAMUS, ALBERT (1913-1960). Filósofo, até mais que o próprio Lutero, o que
romancista e autor dramático exis­ causou separação entre eles.
tencialista, cujo conceito de absurdo
CARMA. Doutrina encontrada em di­
da vida tem influenciado parte do
versas religiões orientais, segundo a
pensamento cristão.
qual as ações de uma pessoa geram re­
CÂNON. Ou cânone. Coleção de livros sultados inevitáveis sobre a condição
considerados autorizados pela igreja. dessa pessoa, tanto nesta vida quanto
nas subsequentes.
CÂNON MURATORIANO. Manuscrito
descoberto por Ludovico Antonio CARNAL. “Da carne”; adjetivo nor­
Muratori, em 1740, que mostra quais malmente aplicado a cristãos munda­
livros do Novo Testamento eram con­ nos ou não espirituais.
CARNAP, RUDO LF (1891-1970). Positivis­ CATECISM O.Manual popular ou resu­
ta lógico do século XX. mo de crenças cristãs.

CARNE. A natureza humana. Na Bíblia, CATECISMO D E GENEBRA. Criado por


o termo tem tanto o sentido literal João Calvino; foi publicado em Ge­
como o figurativo: é usado em referên­ nebra, em francês, em 1537, e em la­
cia à natureza física e também à natu­ tim, em 1538.
reza pecaminosa dos seres humanos.
CATECISMO DE H EIDELBERG. Criado
CARNE MORTAL. Veja CORPO MORTAL. pelos professores de teologia de Hei-
delberg a pedido de Frederico III e
CARNELL, EDWARD JO H N (1919 1967).
Teólogo e apologista protestante; foi adotado por um sínodo ocorrido ali
um dos líderes do novo evangelicalis- em 1563. Em alguns pontos, foi de
mo, um ressurgimento do academicis- tradição mais reformada que lutera­
mo evangélico após a Segunda Guerra na, particularmente na maneira de
Mundial. Ele passou a maior parte tratar os sacramentos (em especial a
de sua carreira no Seminário Teo­ Ceia do Senhor).
lógico Fuller. Entre seus livros mais CATECISMO RACOVIANO. Elaborado
conhecidos estáo Introdução à apolo- em Racow, Polônia, em 1605, pelos
gética cristã, Compromisso cristão e Em seguidores de Fausto Socino. Defen­
defesa da teologia ortodoxa. dia a teoria do exemplo da expiação
CARREGAR PECADOS. Referência ao (veja e x p i a ç ã o [t e o r i a d o e x e m ­
conceito de que Cristo, tal como o p l o ]) e foi um precursor do unitaris-

bode expiatório ou emissário do An­ mo moderno.


tigo Testamento, carrega nossos peca­ CATECISM OS DE W ESTM INSTER. Dois
dos para longe. catecismos elaborados pela Assem-
CARTA ENCÍCLiCA . Epístola que tem o bleia de Westminster, concomitante-
propósito de circular de uma congre­ mente à Confissão defé de Westminster.
gação para outra (p. ex. Efésios). Finalizado em 1647, o Catecismo bre­
ve foi criado para os jovens, e o Cate­
CASA DE D EU S. O tabernáculo ou o
cismo maior, para os ministros.
templo; o termo também é usado
como referência às igrejas da atuali­ CATECÚMENO. Aquele que recebe a
dade. instrução sobre a fé cristã antes de
batismo.
CASUÍSMO. Aplicação de leis ou regras
morais a casos específicos. CATEGORIAS MOREOLÓGICAS. Classifi­
cações com base na forma.
CÁTAROS. Termo aplicado a grupos
distintos na história da igreja que en­ CATEQUISTA. Aquele que dá instruções
fatizaram a pureza de vida. sobre a fé cristã.
CATOLICIDADE. Universalidade ou to­ de coração dos fariseus em relação ao
talidade. ministério de Jesus.

CATOLICISM O LIBERAL. Movimento Prática sacramen­


CEIA DO SEN H O R .
crescente dentro do catolicismo ro­ tal de comer pão e beber vinho (ou
mano que dá significativa importân­ suco de uva) em celebração à morte
cia ao criticismo bíblico, à filosofia de Jesus. Segue o padrão da Ultima
do processo e a conceitos modernos Ceia com os discípulos na véspera da
similares. crucificação.

CATOLICISMO ROMANO. Termo em uso CELIBATO. Estado de permanecer sol­


geral desde a Reforma para identifi­ teiro por razões religiosas.
car crenças e práticas dos cristãos que
CERTEZA (DA SALVAÇÃO). Confiança
aceitam o papa como chefe da igreja e
divinamente concedida ao cristão de
suprema autoridade terrena.
que ele é verdadeiramente salvo.
CATOLICISM O ROMANO CONVENCIO­
NAL. Catolicismo ligado à posição tra­ CÉU. Habitação futura dos fiéis. Lu­
dicional ou convencional conforme gar de felicidade e alegria completas;
declarada pelo Concilio de Trento. é caracterizado especialmente pela
presença de Deus.
CATÓLICO. Universal ou ortodoxo (do
grego katholikos, que significa “geral”, CHAFER, LEWIS SPERRY (1871-1952).

“universal”). Evangelista, teólogo e educador. Fun­


dou, em 1924, o Seminário Teoló­
CATÓLICO ROMANO. Adepto da Igre­
gico de Dallas, no qual serviu como
ja Católica Romana; como adjetivo, presidente e professor de teologia sis­
refere-se ao ensino ou à prática do
temática. Sua Teologia sistemática tor­
catolicismo romano.
nou-se a principal publicação sobre o
CAUSAÇÁO NATURAL. Produção de efei­ pré-milenarismo dispensacionalista.
tos por meio de fatores comuns, em
CHAMADO. Convocação de Deus aos
vez de pelo sobrenatural.
humanos para salvação ou para po­
CAUSALIDADE, M ÉTODO DE. Maneira sições especiais de serviço. No pen­
de entender Deus por meio da inves­ samento calvinista, a obra efetiva de
tigação da criação e, assim, atribuir a Deus na vida do eleito para levá-lo à
ele toda e qualquer característica que fé; contrasta com seu chamado geral,
fosse necessária para causá-la. um convite a todas as pessoas.

Incapacidade
CEGUEIRA e s p i r i t u a l . CHAMADO EFETIVO. Convocação efi­
dos descrentes de reconhecer a ver­ caz ou que resulta em uma resposta
dade divina (Rm 1:21; 2Co 4:4). Um favorável por parte daquele que é
dos principais exemplos é a dureza chamado.
CHAMADO EFICAZ. Ação especial de cado e a morte não são reais; logo, os
Deus sobre o eleito, de modo que este humanos podem evitar as doenças e
responda com fé. não precisam de expiação.

CHAMADO EXTERNO. Convocação ou CIÊNCIA NATURAL. O estudo do uni­


convite que vem por meios externos, verso físico. E frequentemente con­
como a pregação da Palavra, em vez trastada com as ciências sociais.
de por meio de uma influência inter­
CIÊNCIA POLÍTICA.Disciplina preocu­
na da parte de Deus.
pada com o estudo da instituição e do
CHAMADO GERAL. Convite de Deus a processo governamentais.
todos os humanos a que aceitem Jesus
CINCO PONTOS DO CALVIN1SMO. Cinco
Cristo e sejam salvos.
tópicos da visão calvinista da salvação:
CHAMADO INTERIOR. Convocação rea­ depravação total, eleição incondicio­
lizada pela obra interior do Espírito nal, expiação limitada, graça irresistí­
Santo. vel e perseverança dos santos. Derivam
dos cânones adotados pelo Sínodo de
CHAVES DO REINO. Expressão usada por
Dort. Em inglês, as iniciais desses cin­
Jesus para se referir a certa autoridade
que Pedro deveria exercer, e, possivel­ co pontos formam a palavra tulip.
mente, os outros apóstolos (Mt 16:19). CIPRIANO (C. 200-258).Bispo e teólogo
CHEM NITZ, MARTIN (1522-1586).Teólo­ de Cartago cujas ideias contribuíram
go luterano de segunda geração e líder para a doutrina da igreja.
que influenciou muito a consolidação CÍRCULO D E PANNENBERG. Grupo de
do luteranismo após Lutero. acadêmicos de várias disciplinas teo­
Ex-pro-
C H ILD S, BREVARD (1923-2007). lógicas que se reuniram para fazer
fessor de Antigo Testamento da Fa­ uma teologia cooperativa e cujo pen­
culdade de Teologia da Universidade samento foi associado particularmen­
Yale e um dos primeiros a apontar o te a Wolfhart Pannenberg.
declínio do movimento da teologia CÍRCULO H ERM EN ÊUTICO. Conjunto
bíblica; tornou-se mais conhecido por de princípios e pressuposições que
seu conceito de criticismo do cânon. fazem de certa hermenêutica um sis­
CIÊNCIA CRISTÃ (A IGREJA DE CRISTO, tema consistente ou coerente.
CIENTISTA). Sistema religioso fundado
CIRCUNCISÃO . Ato de remover o pre­
por Mary Baker Eddy, em 1879. Seus
púcio do homem; como ritual religio­
textos, especialmente Ciência e saúde
so, significa a filiação do indivíduo à
com a chave das Escrituras, são consi­
comunidade judaica.
derados por seus seguidores a inter­
pretação oficial da Bíblia. A Ciência CIRCUNCISÃO DO CORAÇÃO. Dedica­
Cristã é basicamente idealista. Entre ção de si mesmo a Deus como sinal
seus principais conceitos estão: o pe­ ou ato espiritual. Contrasta com a
circuncisão física. Veja também c ir ­ guém. No primeiro sentido, costuma
c u n c isã o IN T E R IO R . ser atribuído a Deus.

CIRCUNCISÃO EXTERIOR. Circuncisão CLEM ENTE D E ALEXANDRIA (C. 150-


literal ou física. 220 ).Teólogo grego que se tornou o
primeiro grande personagem da esco­
CIRCUNCISÃO FÍSICA. Remoção de
la de Alexandria.
uma parte do prepúcio do homem.
Contrasta com a circuncisão espiritual CLEM ENTE DE ROMA (í-C. 100 D. C .).
ou interior, sobre a qual Paulo fala em Presbítero e bispo de Roma do final
Colossenses 2:11, que é uma questão do século I. É autor de uma antiga
de arrependimento e fé interiores. carta à igreja de Corinto.
CIRCUNCISÃO INTERIO R. Referência CLERO. Conjunto dos que foram or­
à ideia de que a salvação, como con­ denados para o serviço religioso, ao
versão e regeneração, é o equivalente contrário do laicato.
interior do que a circuncisão era no
CLERO SECULAR. Membro do clero
aspecto exterior e formal no judaísmo
(Rm 2:29). católico romano que não faz parte ou
não está ligado a qualquer ordem reli­
D E a l e x a n d r i a (376-444). Pa­
c ir il o giosa em particular.
triarca de Alexandria e teólogo que
enfatizou a unidade da pessoa de COBIÇA. Pecado de desejar o que per­
Cristo. tence a outro.

Divisão formal de um grupo


c is m a .
COCCEIUS, JOH ANNES. (1603 1669). Teó­

religioso. logo reformado alemão que desenvol­


veu a ideia de aliança (ou pactos) das
CISMA FOCIANO. Disputa ocorrida no
obras e aliança da graça.
século IX entre o cristianismo orien­
tal e ocidental, que teve início quan­ CÓ D IG O ESCRITO . Conjunto de pa­

do Fócio, um professor de filosofia, drões assentado por escrito. Nor­


foi indicado como patriarca de Cons- malmente lida com moralidade ou
tantinopla. A disputa foi tanto polí­ conduta correta.
tica quanto doutrinária, sendo que a
CÓ D IG O ÉTICO . Regras que definem a
última se relacionava a assuntos como
conduta, as atitudes ou escolhas cer­
celibato do clero, jejum, unção com
tas ou erradas.
óleo e, particularmente, a questão da
dupla processão do Espírito Santo. CO ERENTISM O. Teste da verdade no
qual as proposições não são justifi­
CISMA, GRANDE. A separação das igre­
cadas por derivação de proposições
jas do Oriente e do Ocidente, ocorri­
fundamentais, mas por sua coerência
da em 1054.
com outras proposições. No holismo,
CIÚM E. Positivamente, zelo por algo; a coerência está presente em todas as
em sentido negativo, inveja de al­ proposições.
COEXTENSIVIDADE DA INTERCESSÁO. envolve o compartilhamento de preo­
Princípio segundo o qual uma vez cupações, interesses e valores comuns.
que as várias obras de Cristo são coex-
COMUNHÃO DOS SANTOS. Referência à
tensivas, ele intercede por todos aque­
união de todos os cristãos, que tam­
les a quem expiou. E usado ao lidar
bém pode enfatizar a comunhão em
com a questão da expiação limitada Cristo entre os cristãos vivos e os que
ou ilimitada. já morreram.
CO GN O SCIBILID AD E DE DEUS. Grau COMUNHÃO ESPIRITUAL. Interesse co­
em que Deus pode ser entendido mum em assuntos sobrenaturais, ou
ou encontrado. O ponto de vista de um relacionamento ou comunhão
alguém acerca da revelação determi­ que não possui manifestação visível
nará sua visão da cognoscibilidade de ou concreta.
Deus.
COMUNHÃO INTERDENOM INACIONAL.
CO-HERDEIROS COM CRISTO. Referên­ Afiliação cooperativa de indivíduos e
cia a um dos aspectos da união do igrejas de diferentes denominações.
fiel com Cristo: se sofremos com ele,
COMUNHÃO INTERIO R. O relaciona­
também seremos glorificados com ele
mento entre os três membros da Trin­
(Rm 8:17).
dade.
COKE, THOMAS (1747-1814). Importante
COM UNHÃO INVISÍVEL. O relaciona­
pregador e líder metodista da geração
mento entre os cristãos pelo simples
seguinte à de John Wesley.
fato de terem a mesma fé. Não exige
COLEGIALISM O. Crença de que a igreja a existência de qualquer conexão for­
e o Estado são associações voluntárias mal ou organização.
e mutuamente independentes criadas COMUNICAÇÃO D E ATRIBUTOS. Ensina­
por seus membros. mento especialmente associado à teolo­
COMPORTAMENTO HUMANO. As ativi­ gia escolástica luterana, segundo o qual
dades dos seres humanos. os atributos da divindade de Cristo são
comunicados à humanidade e vice-ver­
COMPREENSÃO. Questão de entendi­ sa, ou que os atributos de cada natureza
mento ou conhecimento mais pro­ são atributos da pessoa específica.
funda que a simples familiaridade.
COM UNIDADE. No pós-modernismo,
COM UNHÃO. Senso de comunidade uma vez que o significado não é
de que os cristãos compartilham ao inerente ao texto, a objetividade é
trabalhar e orar juntos, encorajando e alcançada por meio de convenções
confortando uns aos outros. Também interpretativas da comunidade.
é sinônimo de Ceia do Senhor.
CO M UNIDADE DA ALIANÇA. Povo cria­
COMUNHÃO COM D EU S. Relaciona­ do por meio de uma aliança divina,
mento entre o cristão e Deus, que seja a nação de Israel, seja a igreja.
CO M UNIDADE PÓS-RESSURREIÇÁO. O imagem de Deus, seus atributos natu­
conjunto de cristãos após a ressurrei­ rais de razão e vontade, que a huma­
ção de Cristo. nidade manteve.
COM UNISM O. Ordem social, política CONCILIARISM O . Movimento refor­
e econômica na qual os meios de pro­ mista do século XV, ocorrido na igreja
dução são de propriedade do Estado, ocidental, que afirmava a autoridade
e não de particulares. dos concílios gerais sobre o papa.
COM UNITARISM O. Compartilhamen­ CO N CÍLIO D E CALCEDÔNIA (451). As-
to de bens na igreja primitiva, prática sembleia ecumênica que, ao reunir
que levou posteriormente a alguns declarações anteriores, como as feitas
casos de vida comunitária e de socia­ no Concilio de Niceia, formulou a
lismo cristão. declaração definitiva da cristologia
CONCEITO METAFÓRICO. Ideia que ortodoxa. Os ensinamentos de Euti-
não deve ser considerada literalmen­ ques foram a principal razão da ocor­
te, mas figurativamente. rência do Concilio de Calcedônia.

CONCEPÇÃO MILAGROSA. Normalmen­ CO N CÍLIO D E ÉFESO (431). Reunião


te uma referência ao nascimento vir­ ecumênica que condenou os ensina­
ginal de Cristo. mentos de Nestório e declarou a uni­
dade da pessoa de Cristo.
CONCEPÇÃO VIRGINAL. Expressão
usada pelos protestantes e alguns ou­ CO N CÍLIO DE JERUSALÉM. Realizado

tros para distinguir sua crença de que em Jerusalém para discutir se os cris­
Maria era virgem no momento da tãos gentios precisavam ser circuncida-
concepção de Jesus do ensinamento dos e obedecer à lei de Moisés. A igreja
católico, segundo o qual, em seu nas­ de Antioquia enviou Paulo, Barnabé e
cimento, Jesus simplesmente passou outros cristãos para obter uma resposta
pela parede do útero de Maria, em definitiva dos apóstolos (At 15).
vez de chegar ao mundo pelo canal do CO N CÍLIO D E SÁRDICA (343-344). Con­
nascimento, de modo que seu hímen vocado pelos imperadores Constante
não foi rompido. Esse ensinamento
e Constâncio, juntamente com o papa
católico é parte da doutrina da vir­
Julio I, numa tentativa de resolver a
gindade perpétua de Maria.
controvérsia ariana. Aconteceu em
CONCESSÃO SOBRENATURAL. No pen­ Sárdica (a moderna Sófia), que estava
samento de Irineu e da igreja católica a meio caminho entre o Oriente e o
medieval, um dom sobrenatural adi­ Ocidente. Atanásio, exilado anterior­
cionado à natureza humana básica, mente, foi restaurado a sua sé, mas o
mas perdido na Queda. Essa seme­ resultado fundamental do concilio foi
lhança com Deus, que consistia de o aumento da separação entre Orien­
seus atributos morais, era distinta da te e Ocidente.
Res­
CO N CÍLIO D ETR EN TO (1545 1563). e c u m ê n i c o s . Concílios
c o n c íl io s

posta oficial da Igreja Católica Ro­ eclesiásticos convocados para tentar


mana à Reforma luterana. Procurou resolver questões em disputa, normal­
instituir certas reformas na igreja e mente assunto de doutrina.
esclarecer suas doutrinas em relação
CONCOMITÂNCIA. Na teologia católica
às dos reformadores. Muitas das dou­
romana, o ensinamento de que o cor­
trinas e práticas definitivas da igreja
po e o sangue de Cristo estão presen­
adotadas nos anos posteriores foram
tes tanto no pão como no vinho.
formuladas nesse concilio.
CONCÓRDIA, FÓRMULA DE. Confissão
CO N CÍLIO ECLESIÁSTICO .Reunião na
doutrinária adotada pelo luteranismo
qual representantes da igreja tentam em 1577, depois de quase trinta anos
definir o rumo de ações. de estudo e discussão. Seu propósito
CONCÍLIO VATICANO I (1869-1870).Con- foi resolver a controvérsia entre os
cílio convocado em Roma pelo papa filipistas (seguidores de Filipe Me-
Pio IX com o objetivo de definir cla­ lanchthon) e os gnesioluteranos (lu­
ramente e com autoridade a doutrina teranos autênticos).
da igreja, particularmente em respos­ CONCÓRDIA, LIVRO DE. Coleção de
ta aos novos desafios vindos do libe­ credos e confissões geralmente aceita
ralismo teológico e dos movimentos dentro da igreja luterana.
filosóficos e políticos seculares. A
CONCUPISCÊNCIA. Tendência ou incli­
erupção da guerra franco-prussiana
e a ocupação de Roma pelas tropas nação da natureza humana na direção
italianas encerraram o concilio pre­ do pecado.
maturamente. O principal resultado Ação contínua de Deus
CO N CU RSO .
do concilio foi a adoção da doutrina em conjunto com a ação de suas cria­
da infalibilidade papal. turas.
CO N CÍLIO VATICANO II (1962-1965). CONDENAÇÃO. Julgamento negativo
Concilio reunido em Roma por con­ em relação ao pecado.
vocação do papa João XXIII, que
CONDENAÇÃO ETERNA. Condenação
gerou diversas declarações sobre igre­
que dura além da vida, chegando à
ja, revelação e salvação. Em alguns
eternidade.
aspectos, o Concilio Vaticano II foi
uma retomada do Concilio Vaticano CONDIÇÃO ESPIRITUAL. O estado de
I e sua pauta inacabada. uma pessoa com respeito aos assuntos
sobrenaturais: A pessoa está perdida
C O N CÍLIO S DA IGREJA.Grupos de re­
ou salva? É espiritual ou carnal? E as­
presentantes de igrejas individuais ou
sim por diante.
denominações que são chamados a se
reunir para discutir questões de preo­ CONDIÇÃO HUMANA. Estado no qual a
cupação mútua. raça humana se encontra; de maneira
geral, o estado decaído e pecamino­ thfield, Massachusetts, cidade de sua
so dos seres humanos afastados de infância.
Cristo.
CONFERÊNCIAS D O NIÁGARA. Série de
CONDICIONAM ENTO GENÉTICO. Refe­ conferências bíblicas realizadas no fi­
rência à ideia de que o comportamen­ nal do século XIX, das quais surgiram
to humano é determinado por fatores certas declarações de doutrinas ou lis­
hereditários. ta de fundamentos que contribuíram
significativamente para o surgimento
CONDICIONAMENTO PSICOLÓGICO. Re­
do movimento fundamentalista.
ferência à ideia de que o comporta­
mento humano seja influenciado por CON FESSION ALISM O. Expressão da fé
fatores psicológicos, especialmente cristã por meio da formulação de de­
aqueles presentes no passado de uma clarações formais com as quais todos
pessoa. concordam.

CONDICIONAM ENTO SOCIAL. Ideia se­ c o n f i a n ç a . Segurança em algo ou

gundo a qual as ações dos indivíduos especialmente em alguém.


podem ser influenciadas e até mesmo CONFISSÃO. Ato de reconhecer o pe­
totalmente determinadas pelos efeitos cado e declarar a fé.
da sociedade sobre eles.
CONFISSÃO D E 1967. Declaração de fé
C O N D IÇ Õ E S Fatores
GEOGRÁFICAS. que assumiu o lugar da Confissão de
topográficos e climáticos que afetam Westminster como o padrão doutri­
o comportamento de um grupo de nário fundamental da Igreja Presbite­
pessoas, incluindo suas práticas reli­ riana Unida dos Estados Unidos.
giosas. Em clima seco, por exemplo,
CONFISSÃO D E AUGSBURGO. Confissão
a oração pedindo chuva pode ser
fundamental de fé luterana. Escrita
comum.
por Filipe Melâncton, foi apresentada
Teólogo negro e
CONE, JAM ES (1938-). na Dieta de Augsburgo, em 1530.
maior porta-voz da teologia negra.
CONFISSÃO D E FÉ. Declaração pública
CO N FERÊNCIA M ISSIONÁRIA M U N­ de fé ou lista de doutrinas, como as
DIAL. Conferência missionária reali­ confissões de Augsburgo ou de West­
zada em Edinburgh, em 1910, como minster.
tentativa de organizar as missões
CONFISSÃO D E FÉ D E W ESTM INSTER.
mundiais de maneira cooperativa.
Declaração de fé completada em
Tornou-se o incentivo para o ecume­
1646 por um grupo de clérigos reu­
nismo moderno.
nidos no deado de Westminster. Em
CONFERÊNCIAS DE N O RTH FIELD. Sé­ função do propósito de trazer a Igreja
rie de conferências bíblicas de verão Anglicana para mais perto da Igreja
iniciadas por D. L. Moody em Nor- da Escócia e de outros grupos refor­
mados, assumiu a posição calvinista por Filipe Melanchthon, 1551, para
clássica. Embora tenha governado a ser apresentada ao Concilio de Trento.
Igreja da Inglaterra apenas brevemen­
CONFISSÃO TETRAPOLITANA. Decla­
te, a confissão há muito tem sido usa­
ração elaborada em 1530 durante
da como padrão de crença por vários
a Dieta de Augsburgo por Martin
grupos presbiterianos e reformados.
Bucer e Wolfgang Capito, como ten­
CONFISSÃO DE NEW HAMPSHIRE. Uma tativa de acordo entre as posições de
das principais declarações da fé batis­ Lutero e Zuínglio. Aconteceu em pa­
ta. Publicada por um comitê da Con­ ralelo à Confissão de Augsburgo, mas
venção Batista de New Hampshire, deu um tratamento mais intermediá­
em 1833, contém dezoito pequenos rio à Ceia do Senhor. Não conseguiu
artigos. unir os dois grupos.
CONFISSÃO D E PECADO. O reconhe­ C O N FISSÕ ES HELVÉTICAS. Confissões
cimento ou admissão de pecado, seja elaboradas na Suíça. A Primeira Con­
a Deus, seja a outros humanos. Na fissão Helvética (1536) também é co­
Igreja Católica Romana, a confissão nhecida como Segunda Confissão da
deve ser feita a um sacerdote; este, por Basiléia. A Segunda Confissão Hel­
sua vez, absolve o confidente das con­ vética (1566) é um extenso tratado
seqüências do pecado. sobre a doutrina cristã.
CONFISSÃO ESCOCESA. A primeira con­ CONGREGACIONALISM O. Veja IGREJA
fissão de fé da Igreja Reformada da CONGREGACIONAL.
Escócia. Foi elaborada em 1560 por
seis reformadores escoceses. CON GRUlSM O. Forma de calvinismo
segundo o qual Deus torna certo
CONFISSÃO GALICANA. Declaração de
aquilo que ocorre, mas o faz ao tra­
crença religiosa elaborada por protes­
balhar junto com a vontade humana,
tantes franceses em 1559.
de modo que o ser humano escolha
CONFISSÃO GERAL. No catolicismo ro­ livremente aquilo que Deus deseja.
mano, a confissão em oração particu­
CONHECIMENTO. Aquilo que é reconhe­
lar de todos ou parte dos pecados da
cido ou entendido, seja de Deus, de
vida da pessoa, ainda que se acredite
outras pessoas ou de outras partes da
que alguns deles já tenham sido per­
criação.
doados. No Livro de oração comum,
da Igreja Anglicana, é a oração pro­ CON H ECIM ENTO, DOM DE. Um dos
ferida pelo ministro e a congregação dons espirituais (IC o 12:8; 13:8).
no início da Oração Matutina e da
CON H ECIM ENTO M ÉDIO . Defendida
Oração Vespertina.
por Luís de Molina, é a crença de
CONFISSÃO SAXÔNICA. Exposição da que Deus conhece não apenas tudo o
Confissão de Augsburgo. Foi escrita que acontecerá, mas também todas as
possibilidades que poderiam ser mas CO N SELH O MISSIONÁRIO INTERNA­

não foram. CIONAL. Movimento oriundo da


conferência missionária de 1910, em
CONHECIM ENTO OBJETIVO .Conheci­ Edimburgo. Uniu-se ao Conselho
mento do fenômeno que existe inde­ Mundial de Igrejas em 1961.
pendentemente do conhecedor.
CON SELH O M UNDIAL DE IGREJAS.
CON HECIM ENTO SUBJETIV O .Com­ Agência cooperativa de igrejas e de­
preensão informal que não é mera ob­ nominações fundada em 1948. Ten­
servação indiferente, mas que envolve do como base doutrinária confessar
diretamente a pessoa. “o Senhor Jesus como Deus e Salva­
CONSAGRAÇÃO. Separação de uma dor de acordo com as Escrituras” , os
pessoa, lugar ou objeto para uso di­ membros do conselho “buscam cum­
vino especial. prir juntos seu chamado comum para
a glória do único Deus, Pai, Filho e
CONSAGRAÇÃO DA HÓSTIA. Na mis­ Espírito Santo”.
sa católica romana, ato por meio do
CONSEQ Ü ÊNCIAS ETERNAS D O PECA­
qual a hóstia da eucaristia é transubs-
D O . Os resultados infindáveis do pe­
tanciada no corpo do Senhor.
cado, em contraste com os resultados
CONSCIÊNCIA. Senso de obrigar-se temporais, que cessam com a morte.
a fazer o certo e evitar o errado; em
CONSEQÜÊNCIAS TEM PORAIS D O PE­
algumas visões, uma faculdade poten­
CADO. Os resultados do pecado que
cial da natureza humana.
ocorrem ainda nesta existência.
CONSCIÊNCIA MESSIÂNICA. Referência
à ideia de que Jesus tinha consciência CONSERVAÇÃO. Veja PRESERVAÇÃO.
de sua missão messiânica. CONSERVADORES. Aqueles que se pro­
põem a manter ou preservar valores
CON SELHEIRO. Referência ao papel do
tradicionais; na teologia, aqueles que
Espírito Santo de guiar e encorajar o
enfatizam o apego à autoridade dos
cristão (Jo 14:16).
ensinamentos bíblicos.
Do latim consilium , lugar
CO N SELH O .
CONSERVADORISMO TEO LÓ GICO . Po­
onde se delibera; na forma presbite­
sição segundo a qual existem certas
riana de governo, uma referência ao
verdades básicas permanentes a serem
conselho governante da igreja local.
aceitas, e autoridades a serem obede­
CON SELH O INTERNACIONAL D E IGRE­ cidas.
JA S CRISTÃS. Organização que uniu
CON SO LADOR. O Espírito Santo (cf.
igrejas de diferentes denominações
p. ex. Jo 14:16).
em protesto contra o Conselho Mun­
dial de Igrejas. Nasceu mediante a CONSTANTINO, O GRANDE (C. 275-337).
liderança de Carl Mclntire. Imperador romano que, em 313,
aceitou a legitimidade do cristianis­ No pensa­
CON TINGÊN CIA n a t u r a l .

mo e, com efeito, estabeleceu o cris­ mento de Reinhold Niebuhr, referên­


tianismo como a religião oficial do cia ao fato de que os seres humanos
Império Romano. são finitos e, portanto, inseguros e
dependentes.
CONSTANTINOPLA, PRIM EIRO CO N CÍ­
CO NTIN UU M FEC H AD O . No pensamen­
LIO DE (381).Concilio ecumênico que
essencialmente reafirmou decisões to de Rudolf Bultmann e outros, a
ideia de que o universo é limitado
conciliares anteriores, estabelecendo
e governado por leis naturais fixas e
assim a cristologia ortodoxa.
invioláveis, de modo que os milagres
CONSTANTINOPLA, SÍNODO DE. Assem- são impossíveis.
bleia que, em novembro de 448, con­
CONTRARREFORMA. Movimento de
denou as ideias de Eutiques.
reforma do século XVI que objetivou
CONSUBSTANCIAÇÁO. Ideia caracterís­ purificar e fortalecer a Igreja Católi­
tica da teologia luterana de que na ca Romana a partir de suas próprias
Ceia do Senhor o pão e o vinho não fileiras.
são transformados no corpo e no san­
CONTRIÇÃO. Tristeza pelo pecado,
gue de Cristo, mas que as moléculas pelo fato de este ser uma ofensa con­
da carne e do sangue estão presentes tra Deus, em vez de pela possibilidade
“em, com e sob” as moléculas do pão de trazer conseqüências ruins para o
e do vinho. pecador. Este segundo item é co­
CONSUMAÇÃO DOS SÉCULO S. Veja nhecido na teologia católica romana
C O N SU M A ÇÃ O FIN A L.
como “atrição”.
CONTROVÉRSIA AGOSTINIANA-DONA-
CONSUMAÇÃO FINAL. O final da histó­
TISTA. Veja DONATISMO.
ria; o cumprimento do plano de Deus
na segunda vinda e os seus eventos CONTROVÉRSIA M AJORÍSTICA. Polê­

subsequentes. mica dentro do luteranismo entre


os filipistas e o partido gnesiolute-
CONTEMPORANEIZAÇÃO. Declaração de
rano (os “luteranos autênticos”) so­
verdades eternas em formas atuais. bre concessões feitas pelos filipistas
CONTEXTO VITAL (S IT Z IM LEBEN). O aos ensinamentos de Georg Major
contexto original no qual um evento (1502-1574), professor da Univer­
aconteceu ou em que um ensinamen­ sidade de Wittenberg e pupilo de
Melanchthon, segundo os quais as
to foi apresentado.
boas obras são necessárias à salvação.
CONTEXTUALIZAÇÂO DA TEOLOGIA. Nikolaus von Amsdorf, um dos gne-
Tentativa de adaptar o vocabulário da sioluteranos, declarou que as boas
teologia à época, ao lugar, à cultura obras (i.e., as realizadas com o propó­
ou ao público determinados. sito declarado de obter salvação) são,
na verdade, prejudiciais à salvação. A CONVOCAÇÃO. Literalmente, “chamar
Fórmula de Concórdia (1577) resol­ para estar junto”, uma reunião para
veu a questão. adoração ou instrução.

CONTROVÉRSIA MODERNISTA-FUNDA- COOPERAÇÃO ECLESIÁSTICA. Diferen­


Discussão do século XX
m e n t a l ist a . tes grupos denominacionais traba­
entre cristãos liberais e conservadores; lhando juntos em função de propósi­
normalmente acontecia dentro de tos comuns.
uma denominação.
CORAÇÃO. Na psicologia bíblica, o
CONVENÇÃO D E KESW ICK. Conferên­ centro das emoções humanas e até
cia bíblica anual de verão, realizada mesmo da pessoa.
em Keswick, na região da Cumbria,
CORAÇÃO NOVO. Expressão usada por
Inglaterra. O termo também tem sido
Ezequiel (18:31) ao pedir a seus ou­
usado com referência a convenções si­
vintes que se arrependessem de seus
milares realizadas em outros lugares,
pecados; ele os incentiva a obter um
como nos Estados Unidos.
coração novo e um espírito novo. Isto
Qualidade de ser be­
c o n v e n iê n c ia . é visto por alguns como uma referên­
néfico ou adequado à finalidade em cia do Antigo Testamento à doutrina
vista; especialmente a subordinação a da regeneração.
princípios morais, de modo a facilitar
CORDEIRO DE DEUS. Referência feita por
a realização de um propósito.
João Batista à obra de Cristo de retirar o
CO NVENTÍCULO. Grupo religioso ou pecado do mundo (Jo 1:29,36).
reunião de adoração fora ou até certo
CO RD EIRO IMACULADO D E D EU S. Je-
ponto contra a igreja oficial.
sus, o sacrifício perfeito.
c o n v e r s ã o . Ação de uma pessoa
CORDEIRO PASCAL. Cordeiro sacrifica­
voltar-se para Cristo. Inclui arrepen­
do na Páscoa. Paulo se refere a Cristo
dimento (renúncia ao pecado) e fé
como o Cordeiro pascal (1 Co 5:7).
(aceitação de Cristo).
COROA. Peça colocada sobre a cabeça
CONVERSÃO UNIVERSAL. Teoria segun­
significando honra ou ofício elevado.
do a qual todas as pessoas se afastarão
O termo é usado para simbolizar as re­
do pecado e virão a Cristo e, assim,
compensas que os cristãos recebem.
serão salvas; ou seja, todos responde­
rão favoravelmente ao evangelho. CORPO. O aspecto físico da natureza
humana ou o estado materializado da
CONVICÇÃO D O PECADO. Persuasão
pessoa.
de que se é pecador. De acordo com
Jesus, essa persuasão é produzida por CORPO, ALMA E ESPÍRITO. Veja TRICO-
obra do Espírito Santo (Jo 16:8-9). TOMIA.
CORPO ATUAL. O corpo que os huma­ CORPO R ECO N STITU ÍD O . Veja CORPO
nos têm nesta vida. DA RESSURREIÇÃO.

CORPO CELESTE. Objeto astronômico, CORREÇÃO. Parte da disciplina na


como uma estrela, a lua ou um pla­ qual ideias e ações erradas são desta­
neta. cadas com o objetivo de poderem ser
transformadas no que é verdadeiro e
CORPO CORRUPTÍVEL. O C o rp o fís ic o
correto.
a tu a l, s u je it o à m o r t e e à d e c a d ê n c ia .
COSM OLOGIA. Estudo da origem e da
CORPO DA RESSURREIÇÃO. O Corpo
natureza do universo.
que os cristãos terão depois de serem
ressuscitados dos mortos. Terá certa COSM OLOGIA NATURALISTA. Explica­
continuidade com o corpo da vida ção da origem e da natureza do uni­
atual, mas também será diferente em verso em termos das leis ou forças físi­
diversos aspectos. cas existentes nele; não há necessidade
de nada fora dele.
CORPO D E CRISTO . Literalmente, a
natureza física de Cristo; metaforica­ CREATIO D E N O VO . Criação sem o uso
mente, a igreja. de materiais preexistentes; é, portan­
to, criação genuína, em vez de remo-
CORPO E ALMA. Veja DICOTOMISMO.
delagem do que já existe.
CORPO ESPIRITUAL. O corpo impere-
CREATIO E X N IH ILO . Literalmente,
cível que os crentes possuirão na res­
“criar do nada”, a ideia de que Deus
surreição (IC o 15:42-49).
criou sem o uso de materiais preexis­
CORPO FINAL. O corpo recebido na tentes.
ressurreição.
CREDALISM O. Insistência na adesão
CORPO FUTURO. O corpo ressurreto formal a uma declaração de fé, em
que o cristão terá. todos os seus termos.

CORPO GLORIFICADO. A ressurreição CRED O .Resumo de crenças de uma


ou o corpo aperfeiçoado do futuro. pessoa ou grupo, frequentemente de
uma denominação.
CORPO MORTAL. Corpo susceptível à
morte. CREDO APOSTÓLICO. Ou Credo dos
apóstolos. Resumo antigo da fé cristã.
CORPO NATURAL. Corpo físico dife­
De início, acreditava-se ter sido cria­
rente do corpo espiritual ou da res­
do pelos doze apóstolos. Em sua for­
surreição (cf. ICo 15:42-50).
ma atual, data provavelmente de 700
CORPO PERECÍVEL. A natureza física de nossa era. Seu antecessor, o Credo
dos humanos que está sujeita à morte romano, surgiu talvez na segunda me­
e à ruína. tade do século II.
CREDO NICENO. Declaração de cren­ CRIAÇÃO, DOUTRINA DA. Ensinamen­
ças elaborada pelo Concilio de Niceia, tos relacionados ao ato divino de tra­
segundo o qual o Filho é da mesma zer à existência tudo o que existe.
substância que o Pai. Foi uma clara
CRIAÇÃO FÍSICA. Aquilo que Deus
rejeição ao arianismo.
trouxe à existência com caráter mate­
CRENÇA FÁCIL. Abordagem semelhan­ rial ou corpóreo, ou seja, localização,
te à “graça barata”. Enfatiza que, para extensão no espaço, tangibilidade e
ser salvo, basta apenas crer — não há assim por diante.
necessidade de um compromisso ver­
CRIACIONISM O. Crença segundo a
dadeiro.
qual o universo e a vida (especialmen­
CRENÇAS CRISTÁS. Conceitos que for­ te a humana) se originaram de um ato
mam a estrutura cognitiva do cristia­ específico de Deus, em vez de simples
nismo. acaso.
CRENTE. Seguidor de certos ensina­ CRIACIONISM O FIAT. Crença de que
mentos e, em particular, sinônimo de Deus criou por meio de um ato di­
cristão, evangélico, protestante. reto. Também é comum incluir as
CRESCIM ENTO ESPIRITUAL. Amadu­ ideias de que a criação aconteceu
recimento progressivo em questões durante um breve período e que não
houve o desenvolvimento natural de
espirituais.
formas intermediárias.
CRIAÇÃO. O ato de Deus trazer as coi­
CRIACIONISM O PROGRESSIVO. Ensi­
sas à existência.
namento de que Deus criou de novo
CRIAÇÃO CONTlNUA. Ideia encontra­ em vários passos, ou seja, que criou
da especialmente no pensamento de o primeiro membro de cada “espé­
Karl Heim: a criação não permanece cie”; este, então, se desenvolveu (ou
simplesmente em existência, mas está evoluiu). As espécies, portanto, não
constantemente saindo da existência evoluíram uma da outra numa cadeia
e sendo recriada por Deus a cada ins­ ininterrupta de acasos. Essa visão, às
tante do tempo. vezes chamada microevolução (evo­
lução dentro das espécies), opõe-se
CRIAÇÃO, DESENVOLVIMENTO DENTRO
à macroevolução (evolução entre as
DA. Ideia de que tem havido desenvol­
espécies) e destaca a criação, e não da
vimento ou elaboração dentro da cria­
evolução, como factual. Deus criou o
ção, isto é, partes da obra de Deus não
humano na íntegra, moldando o as­
foram criadas em sua forma final.
pecto material e imaterial da natureza
CRIAÇÃO D O S HUM ANOS. Ato de Deus humana de novo-, ele não usou um ser
de trazer a humanidade à sua existên­ existente que evoluíra fisicamente e o
cia inicial. transformou em um humano.
CRIADOR e m é r i t o . Referência à visão CRISTÃOS ANÔNIM OS. Ideia encontra­
basicamente deísta de que Deus, ten­ da especialmente no pensamento de
do dado início ao processo evolutivo, Karl Rahner de que é possível haver
não se envolve diretamente com ele. pessoas que, sem se identificarem
como cristãos, possam ainda assim ser
CRIADOR, O. Referência popular a
favorecidas com a salvação divina.
Deus enfatizando que ele trouxe à
existência tudo o que existe. O termo CRISTÃOS PROFESSOS. Pessoas que afir­
é usado popularmente como sinôni­ mam ser cristãs.
mo de Deus.
CRISTIANISMO. Religião fundada sobre

CRIATURA. Qualquer ser que deriva a vida e os ensinamentos de Jesus.


sua existência de Deus.
CRISTIANISM O CONVERSIONISTA. Tipo

CRIPTOCALVINISTA. Ou “calvinista se­ de cristianismo que enfatiza a neces­


creto”. Termo usado contra Filipe sidade de dar um passo definido ao
Melanchthon e seus seguidores por iniciar a vida cristã.
supostamente aceitarem muitos dos
CRISTIANISM O E CULTURA. Relaciona­
ensinamentos de Calvino.
mento entre cristianismo e cultura,
CRISMA OU CONFIRMAÇÃO. Sacramen­ isto é, entre as raízes bíblicas do cris­
to da Igreja Católica Romana (e de al­ tianismo com a prática e a terminolo­
guns outros grupos) no qual a pessoa gia contemporâneas.
confirma de modo consciente e in­
h i s t ó r i c o . Visões e
c r is t ia n is m o
tencional a fé professada no batismo.
ensinamentos tradicionais do cristia­
Pregador
CRISÓ STOM O, JOÃO (347-407). nismo.
e teólogo do Oriente ou da igreja gre­
Cristianismo
CRISTIANISM O JU D E U .
ga que ficou conhecido especialmente
encontrado em igrejas entre pessoas
por sua pregação eloqüente.
que primeiramente foram judias.
CRISTADELFIANOS. Pequena seita que
CRISTIANISM O NÃO CATÓLICO ROMA­
surgiu nos Estados Unidos por volta
NO. Cristianismo não identificado
de 1850. São unitaristas e se conside­
com a Igreja Católica Romana; inclui
ram irmãos de Cristo.
o protestantismo e as várias igrejas or­
CRISTANDADE. O reino do cristianis­ todoxas orientais.
mo, ou seja, as pessoas e os lugares
CRISTIANISM O SEM RELIGIÃO. A lógi­
nos quais o cristianismo é a religião
ca do conceito de obsolescência da
dominante.
religião de Dietrich Bonhoeffer: en­
CRISTÃO. Aquele que crê em Cristo quanto a religião necessita de Deus
e procura viver de acordo com seus para ajudar a resolver seus problemas
ensinamentos. e explicar seus mistérios, o cristianis­
mo sem religião terá prazer em Deus, CRISTO DA FÉ. O Cristo crido e prega­

em vez de usá-lo. do pelos primeiros cristãos. O Cristo


da fé contrasta com o Jesus da histó­
CRISTIANISM O SOLITÁRIO. Tentativa
ria, que pode ser identificado e anali­
de praticar a vida cristã isolando-se
sado por pesquisa histórica.
das outras pessoas. Existe uma ênfase
no relacionamento pessoal individual CRISTO, D EIDAD E DE. Ideia de que
com Deus e uma diminuição da ên­ Cristo é Deus como o Pai.
fase nos aspectos coletivos do cristia­
CRISTO, D OU TRINA DE. Ensinamentos
nismo.
sobre a natureza e o significado da
CRISTO. Literalmente, “o ungido”; títu­ pessoa e da obra de Cristo.
lo que designa Jesus como o Messias.
CRISTO, DUAS NATUREZAS DE. Doutrina
CRISTO, ADVENTO D E. A vinda de segundo a qual Jesus era, em uma única
Cristo. Ao referir-se a Cristo, o Novo pessoa, tanto divino como humano.
Testamento usa o termo parousia
CRISTO ENCARNADO. Estado de Cristo
(vinda, advento) apenas em relação à
desde o tempo em que se tornou ser
segunda vinda; em textos cristãos do
humano.
século II, porém, é usado como refe­
rência às duas vindas. CRISTO, EXALTAÇÁO D E. Os vários pas-
CRISTO, A VINDA DE. Chegada de Cris­ sos de Jesus em direção ao alto, dados
to à terra, tanto a primeira quanto a após sua morte, incluindo ressurrei­
segunda. ção, ascensão e retorno à sua posição
à direita de Deus.
CRISTO COM O PROFETA. Referência a
um dos três ofícios de Jesus Cristo: CRISTO, HUM ANIDADE DE. Ideia de
sua obra de revelação. que Jesus era plenamente homem
como nós, a não ser pelo fato de não
CRISTO COM O REI. Referência a um possuir natureza pecaminosa e de não
dos três ofícios de Jesus Cristo: seu ter cometido pecado.
poder de governar.
CRISTO, HUMILHAÇÃO D E. Estágios
CRISTO COM O SACERDOTE. Referência do autoesvaziamento ao qual Jesus se
a um dos três ofícios de Jesus Cristo: submeteu, incluindo sua vida terrena,
sua obra expiatória e intercessora. seu sofrimento, sua morte e seu sepul-
CRISTO COM O SACRIFÍCIO. Ideia de tamento (alguns também incluiriam a
que Cristo, em sua morte, desempe­ descida ao Hades).
nhou o papel que os animais desem­
CRISTO, IDENTIFICAÇÃO COM . União
penharam no sistema sacrificial do
do cristão com Cristo. Essa doutrina
Antigo Testamento.
tem como base as muitas declarações
CRISTO COM O SU BSTITU TO .Ideia de bíblicas sobre o cristão estar em Cris­
que Cristo morreu em nosso lugar. to e de Cristo estar no cristão.
CRISTO, IMITAÇÃO DE. Tentativa do de interceder junto ao Pai por nós
cristão de viver de acordo com o (Hb 7:25).
exemplo de Cristo. A ideia gerou toda
CRISTO , O EVENTO DE. A encarnação.
uma coleção de literatura devocional,
O termo é comumente usado por
como Imitação de Cristo, de Tomás de
aqueles que concebem a revelação ba­
Kempis, e Em seus passos que faria Je­
sicamente como um evento histórico,
sus?, de Charles Sheldon.
em vez de uma exposição da natureza
CRISTO, IM PECABILIDADE D E. Refe­ e dos atributos de Cristo.
rência ao ensinamento de que Cristo
c r i s t o , o f í c i o s d e . O papel triplo de
nunca pecou. Alguns afirmam que ele
não poderia pecar, enquanto outros Cristo: profeta, sacerdote e rei.
declaram que ele poderia ter pecado, c r i s t o , p a p e l r e v e l a t ó r i o d e . Obra
mas que de fato não o fez. A doutrina de Cristo de fazer o Pai e sua vontade
se baseia em diversas referências bíbli­ conhecidos. Isso cumpre o ofício de
cas, como 2Coríntios 5:21; Hebreus profeta.
4:15; 7:26 e ljoão 3:5.
CRISTO, PESSOA DE. Referência a quem
Referência plena, in­
CRISTO, JE SU S.
Cristo é, em contraste com aquilo que
cluindo nome e título, a Jesus de Na­ ele faz.
zaré, a Segunda Pessoa da Trindade
que se encarnou. CRISTO , PREEXISTÊNCIA DE. Conceito

CRISTO, M IN ISTÉRIO PROFÉTICO PRÉ-


de que a pessoa que nasceu em Belém
ENCARNADO. Ideia de que, antes de como Jesus de Nazaré era a preexis­
encarnar, Jesus ministrou por meio tente Segunda Pessoa da Trindade.
da mensagem dos profetas. CRISTO QUERIGMÁTICO. O Cristo pre­
CRISTO, M ORTE VICÁRIA DE. Doutri­ gado nos sermões dos apóstolos;
na segundo a qual a morte de Cristo como contraste, o Jesus histórico é a
ocorreu em nosso favor. pessoa real que a pesquisa pode ates­
tar que realmente viveu e ensinou.
CRISTO, NATUREZA DE. Referência a
quem e ao que Cristo é e era. CRISTO , REINO DE. Veja REINO DE
CRISTO.
CRISTO, O BED IÊN CIA ATIVA DE. O
cumprimento positivo da vontade do CRISTO, SANGUE D E. Referência à mor­
Pai por parte de Jesus. te de Cristo e seu valor expiatório.

CRISTO, OBRA DE. O que Cristo fez, CRISTO, SEG U ID O R DE.Aquele que
em contraste com quem ele foi e é. procura viver de acordo com os ensi­
namentos de Jesus.
CRISTO , OBRA INTERCESSORA D E. Re­
ferência tanto à morte expiatória de CRISTO, SEGUNDA VINDA DE. Veja SE­
Cristo como à sua obra contínua GUNDA VINDA DE CRISTO.
CRISTO, SENH ORIO D E. Veja SENHORIO mente na imagem de Cristo como o
DE CRISTO. segundo Adão, que reverteu os efeitos
do pecado de Adão.
CRISTOCÊNTRICO. Relativo a qualquer
sistema de pensamento ou prática em CRISTOLOGIA D O S TRÊS ESTÃGIOS. En­
que Cristo tem lugar central ou do­ sinamento segundo o qual a Segunda
minante. Pessoa preexistente da Trindade en­
CRISTOLOGIA. Estudo doutrinário da
carnou-se como humano e, depois, à
pessoa e da obra de Cristo. época da ascensão, retornou ao céu.

CRISTOLOGIA A PARTIR DE BAIXO. Cris­ CRISTOLOGIA FUNCIONAL. Estudo que


tologia que aborda a pessoa de Cristo enfatiza o que Jesus Cristo fez em vez
a partir da investigação do Jesus his­ do que (ou de quem) ele era. Assim,
tórico. pode-se conceber Jesus como alguém
que agiu em nome de Deus, em vez
CRISTOLOGIA A PARTIR D E CIMA. Cris­ de alguém que era Deus. Afirmando
tologia que aborda a pessoa de Cristo
que a Bíblia traz, de modo geral, ape­
a partir de uma concepção doutriná­
nas declarações funcionais sobre Cris­
ria em vez de fazê-lo por meio de uma
to, e não ontológicas, a cristologia
pesquisa histórica.
funcional pode então tanto limitar-se
. Cristo­
c r is t o l o g ia c a l c e d ô n ic a à visão bíblica como considerar legíti­
logia que está de acordo com a defini­ mo e consistente com a visão bíblica o
ção ortodoxa prescrita pelo Concilio pensamento ontológico posterior.
de Calcedônia: Jesus Cristo é plena­
CRISTOLOGIA PATRÍSTICA. Cristologia
mente Deus e plenamente humano,
dos pais da igreja.
duas naturezas em uma única pessoa.
CRISTO LÓ G ICO .
Relativo a Cristo ou,
CRISTOLOGIA DA PALAVRA-CARNE. En­
sinamento segundo o qual a Palavra mais especificamente, à doutrina de
(a Segunda Pessoa da Trindade) as­ Cristo.
sumiu uma natureza humana física, CRITÉRIO D E AUTENTICIDADE. Veja
mas não uma alma humana. AUTENTICIDADE, CRITÉRIO DE.

CRISTOLOGIA DA PALAVRA-HOMEM. En­


CRITICISM O BÍBLICO .Estudo que ten­
sinamento segundo o qual a Palavra (a ta determinar o verdadeiro significado
Segunda Pessoa da Trindade) assumiu da Bíblia por meio de técnicas aplica­
uma natureza humana plena. das a outros documentos escritos.
CRISTOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO.
CRITICISM O CANÔNICO. Método de­
Doutrina de Cristo conforme enun­
senvolvido especialmente por Bre-
ciada no Novo Testamento.
vard Childs que, embora não aborde
CRISTOLOGIA D O SEG U NDO ADÃO. Es- a Bíblia de maneira acrítica, vai além
tudo doutrinário centrado particular­ do estudo crítico padrão: tenta inter­
pretar a Bíblia como um cânon, ou mentos genéricos da existência e da
seja, em termos da autoridade que as experiência humana dentro do texto
tradições exerciam dentro da comu­ bíblico. Também é chamado de “exe­
nidade cristã. gese estrutural” .
CRITICISM O DA FONTE. Disciplina que CRITICISM O H ISTÓRICO. Método para
tenta isolar e identificar as diferentes tentar avaliar a evidência histórica,
fontes escritas que dão base à forma particularmente a ligada ao texto bí­
atual do texto. blico. O derradeiro objetivo é deter­
minar o que de fato aconteceu.
CRITICISM O DA FONTE LITERÁRIA.
Método de estudo que tenta isolar as CRITICISM O TEXTUAL. Estudo crítico
várias fontes escritas nas quais o texto que tenta identificar a forma exata do
bíblico atual se baseia. texto original.
CRITICISM O DA FORMA (FO RM G ESC H I- CRUCIFICAÇÃO. A mais dolorosa e ver­
C H TE ).
Método de criticismo bíblico gonhosa forma de execução praticada
que busca encontrar por trás das fon­ pelo Império Romano. A pessoa era
tes escritas aquilo que realmente foi pregada e pendurada verticalmente em
dito e feito. Tenta identificar e avaliar uma cruz e deixada ali até morrer.
camadas de material adicionadas à
CRUCIFICADO COM CRISTO . Referên­
tradição durante o período de trans­
missão oral. cia à identificação do crente com Cris­
to em sua morte (G1 2:20).
CRITICISM O DA REAÇÃO D O LEITOR.
Teoria de interpretação bíblica, bas­ CRUZ. Instrumento da execução de
tante próxima do pós-modernismo, Cristo. O termo também é usado para
segundo a qual o significado de um representar sua crucificação e morte,
texto não é encontrado na intenção além da expiação.
original do autor, mas naquilo que o CRUZADAS EVANGELÍSTICAS. Esforços
texto diz ao leitor. evangelísticos organizados normal­
CRITICISM O DA REDAÇÃO. Método mente com o objetivo de alcançar
de criticismo bíblico que busca iden­ uma cidade inteira ou uma grande
tificar o papel do autor na seleção, área. Costumam envolver a coopera­
modificação e, talvez, até mesmo na ção de diversas igrejas.
criação de material para inclusão.
CULLMANN, OSCAR (1902-1999). Estu­
CRITICISM O DAS RELIGIÕ ES COMPA­ dioso do Novo Testamento do sécu­
RADAS. Abordagem que explica a his­ lo XX, da Universidade de Basel. É
tória da fé judaico-cristã em termos mais conhecido por seu livro Cristo e
de padrões de desenvolvimento tidos o tempo e por seu conceito de cristo­
como comuns a todas as religiões. logia funcional.

CRITICISM O ESTRUTURAL. Estudo crí­ CU LPA Dívida a ser paga como puni­
tico que busca encontrar certos ele­ ção por um delito. O termo às vezes
também é aplicado ao sentimento de CULTURA. Padrão total do compor­
culpa, que pode não ter nenhuma tamento humano e seus produtos;
base objetiva. os modos de viver e pensar de uma
CULPA ABENÇOADA (FELIX CULPA). Ideia sociedade.
de que a Queda foi uma coisa boa, CUNRAM. Veja QUMRAN.
pois o fato de Deus permiti-la con­
tribuiu para que ele revelasse mais de CURA. Membro do clero que auxilia o
sua natureza essencial por meio da ministro de uma paróquia. Sinônimo
obra da redenção. de padre. O termo também se refere
à restauração da saúde física, mental
CULPA OBJETIVA. Culpa baseada em uma
transgressão natural; contrasta com me­ ou espiritual.
ros sentimentos de culpa, que podem CURA ESPIRITUAL. Cura de doenças fí­
não ser apropriados ou merecidos. sicas através de meios não físicos, seja
O fato de que to­
c u l p a u n iv e r s a l . o tipo efetuada por Cristo durante
das as pessoas serão passíveis de puni­ sua vida, seja o tipo realizada pela fé e
ção por delitos cometidos. oração no tempo presente.
DECLARAÇÕES A PRIOR1. Declarações

Dd logicamente anteriores à percepção


sensorial ou independentes dela.

DECRETO HORRÍVEL. Expressão usada


por alguns, incluindo Calvino, em re­
Mi­
DARBY, JO H N NELSO N (1800-1882).
lação à doutrina da reprovação, a sa­
nistro irlandês e um dos primeiros
ber, a doutrina que afirma que Deus
líderes do movimento dos irmãos de
predestinou alguns para a condena­
Plymouth. Popularizou o dispensa-
ção eterna.
cionalismo.
D ECRETO S DE DEUS. Decisões toma­
DARW INISMO. Primeira forma geral
da teoria da evolução biológica con­ das por Deus na eternidade que de­
forme proposta por Charles Darwin terminam como é infalível tudo o que
no livro A origem das espécies (1859). ocorre no tempo.
Costuma ser usada como sinônimo DECRETO S ETERNO S. Desígnios de
de evolução. Deus que foram feitos na eternidade.
DEBATE DE LEIPZ1G. Discussão rea­ DECRETO S PSEUD OISIDO RIA NOS. C o­
lizada de 27 de junho a 15 de julho leção de cartas supostamente escritas
de 1519, na Universidade de Leipzig,
por papas antigos e compiladas por
envolvendo Johann Eck, Martinho
Isidoro de Sevilha (c. 560-636). Eram
Lutero e Andreas Carlstadt.
comumente consideradas genuínas
DEBATE EVOLUCIONISTA. Conflito en­ até que Nicolau de Cusa (entre ou­
tre os que defendem o criacionismo tros) demonstrou sua falsificação.
e os que favorecem a teoria da evo­
d e i d a d e . Referência a Deus ou à pos­
lução. Foi de grande destaque entre
se de divindade.
cristãos conservadores e cientistas na
primeira parte do século XX. DEIFICAÇÃO. Prática de tratar uma

DECÁLOGO . Veja DEZ M ANDAM EN­


pessoa (p. ex. o imperador romano)
TO S, OS. ou um objeto como divino.

DECLARAÇÃO ANALÍTICA. Asserção na Crença em um Deus que


D EÍSM O .

qual o predicado está logicamente, por criou o mundo, mas que não tem en­
definição, contido dentro do sujeito. volvimento contínuo com os eventos
dentro dele.
DECLARAÇÃO SIN TÉTICA. Proposição
cognitiva na qual o predicado adicio­ D ELFO S. Veja ORÁCULO DE DELFOS.
na algo ao conteúdo do sujeito.
DEM ITO LOGIZAÇÃO. Método teoló­
DECLARAÇÕES A POSTERIO RI. Declara­ gico, encontrado especialmente no
ções logicamente posteriores à expe­ pensamento de Rudolf Bultmann,
riência sensorial ou dependentes dela. pelo qual se interpreta os elementos
sobrenaturais (os “mitos”) da Escri­ DEPRAVAÇÃO TOTAL. Referência à
tura não de maneira literal, mas de crença segundo a qual todos os seres
acordo com as categorias do existen- humanos iniciam a vida com todos os
cialismo. aspectos de sua natureza corrompidos
DEM IURGO. No pensamento grego,
pelos efeitos do pecado; desse modo,
especialmente o de Platão, um ser que todas as suas ações estão totalmente
moldou o mundo material. O termo destituídas de motivos puros. Isso
é usado uma vez na Bíblia para refe- não significa, porém, que estejam
rir-se ao papel de Deus como Criador totalmente destituídos de quaisquer
(Hb 11:10). impulsos bons.

DEM Ô NIO S. Anjos caídos que agora DEPRAVAÇÃO UNIVERSAL. Doutrina se­
fazem o mal sob a liderança de seu gundo a qual todas as pessoas são pe-
chefe, Satanás. cadoras (cf. p. ex. Rm 3:23).
Ato de re­
DEM Ô NIOS, EXPULSÃO DE. DESCARTES, RENÉ (1596-1650). Filósofo
mover demônios de endemoniados, francês que fundou a escola moder­
normalmente por meio de ordens. na de pensamento conhecida como
Também conhecida como exorcismo. racionalismo. Ensinava que a verdade
DEMONOLOGIA. Estudo dos demônios. pode ser descoberta por meio do ra­
ciocínio puro.
DENOMINAÇÃO. Grupo de cristãos ou
de igrejas unidas com base em um con­ DESCIDA AO INFERNO. Ensinamento

junto comum de práticas e crenças. de que, entre sua morte e ressurreição,


Jesus desceu ao inferno. Referências à
DENOMINACIONALISMO. Dedicação ou
descida ao inferno são encontradas
entusiasmo pela denominação de al­
nos textos de muitos pais da igreja e
guém. O termo também se aplica à
em versões posteriores do Credo apos­
diversidade de igrejas heterogêneas
tólico. As evidências bíblicas às quais
no interior do cristianismo.
normalmente se recorre são Atos
DENOMINAÇÕES NÃO PERFECCION IS­ 2:31, Efésios 4:8-10 e 1Pedro 3:18-
TAS. Grupos que não ensinam que 20. A doutrina normalmente é enten­
alguém possa alcançar espiritualidade dida de maneira literal pelos teólogos
completa ou perfeita nesta vida. católicos romanos e luteranos, e de
DENOMINAÇÕES PERFECCIONISTAS. maneira figurada pelos reformados.
Denominações de tendência wes- DESCONSTRUÇÃO. Variedade radical
leyana que enfatizam que a perfeição de pós-modernismo, na crítica literá­
espiritual deve ser buscada e pode ser
ria e na filosofia, associada a pessoas
obtida nesta vida.
como Jacques Derrida, Michel Fou-
DEPRAVAÇÃO. Pecaminosidade, cor­ cault e a escola de crítica literária de
rupção ou contaminação da natureza Yale. Derrida desconstrói ao encon­
de uma pessoa. trar elementos contraditórios dentro
de qualquer sistema. Foucault des- DESTINO . Poder impessoal que se acre­
constrói por meio de análise histórica dita controlar a vida humana.
(às vezes “fictícia”), mostrando que
os detentores do poder determinam DESTIN O ETERNO . Estado futuro da
quais são as normas, o que é verdade pessoa, seja no céu seja no inferno,
e o que é certo. com Deus ou longe dele.

DESCRENÇA. Falta de fé, particular­ DESTRUIÇÃO ETERNA. A interminável


mente na mensagem do cristianismo. punição futura do ímpio.
DESCREN TE. A partir da perspectiva DETENTOR, O. Em 2Tessalonicenses
cristã, uma pessoa não cristã ou não 2:7, a pessoa ou grupo que detém ou
regenerada. impede o poder da iniqüidade. O de­
DESENVOLVIMENTO DENTRO DA CRIA­ tentor costuma ser identificado como
ÇÃO. Veja CRIAÇÃO, DESENVOLVIMEN­ o Espírito Santo ou a igreja.
TO DENTRO DA.
D ETERM IN ISM O. Crença de que tudo
DESENVOLVIMENTO EM FRUIÇÃO. Ideia, o que acontece foi causado e fixado
encontrada especialmente no pensa­ de maneira imutável.
mento de John Baillie, de que, embora
no céu não venhamos mais a progredir D ETERM IN ISM O G EN ÉTICO . Referên­

além da perfeição alcançada na morte, cia à ideia de que as crenças e açóes de


continuaremos a exercer essa perfeição. um ser humano são determinadas por
O conceito contrasta com o “desenvol­ sua constituição genética.
vimento rumo à fruição”.
DETERM IN ISM O PSICO LÓ G ICO . Cren­
DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL. Avan­
ça segundo a qual o comportamento
ço no nível de maturidade espiritual
humano é determinado não pela ge­
de uma pessoa.
nética ou por fatores físicos, mas por
DESESPERO. Senso de desesperança ou fatores psicológicos.
angústia; tema comum na teologia e
na filosofia existenciais. Cren­
DETERM IN ISM O SO CIO LÓ G ICO .
ça segundo a qual fatores sociológicos
D E SIG N INTELIG EN TE.Movimento li­
determinam a crença e a conduta hu­
derado por intelectuais, como o pro­
manas.
fessor de direito Phillip E. Johnson e
William A. Dembski, que critica as DETERM INISM O TEOLÓGICO. Qualquer
bases lógica e metodológica da teoria sistema que afirme que o comporta­
tradicional da evolução. mento humano é causado (pelo menos
DESOBEDIÊNCIA CIVIL. Ato de desobe­ até certo ponto) por Deus; por exem­
diência à autoridade civil como protes­ plo, a ideia de que Deus preordenou
to contra uma lei considerada injusta. todas as coisas que vão acontecer.
d e u s , a b s o l u t i d a d e DE. Referência à DEUS, BEN IG NIDADE DE. O amor fiel
doutrina que afirma que Deus é per­ e persistente de Deus para com suas
feito e, portanto, imutável. criaturas.

DEUS, AMOR DE. Preocupação e ação DEUS, BOM PROPÓ SITO D E. A sobera­
de Deus em favor do bem-estar de na vontade de Deus ou a realização
suas criaturas. Muitos teólogos con­ daquilo que ele escolhe fazer sem re­
sideram o amor como o mais funda­ ferência a considerações externas nem
mental dos atributos de Deus. coerção; em particular, sua vontade
com respeito aos humanos (cf. p. ex.
D EU S, ASSEIDADE DE. Referência ao E f 1:5; Fp 2:13).
fato de que a base da vida de Deus
está dentro dele mesmo e não é cau­ DEUS, BO NDADE DE. O caráter mo­
sada por nada externo. ral de Deus; seus atributos morais,
como amor e fidelidade. A bondade
DEUS, ATOS D E. As ações de Deus den­ de Deus contrasta com a grandeza de
tro da história humana. O movimen­ Deus, isto é, seu poder, conhecimen­
to da teologia bíblica considerava que to e sua eternidade.
os principais acontecimentos, como o
DEUS, COMPAIXÃO DE. Sentimento de
Êxodo e o “evento de Cristo”, foram
Deus quanto à condição de suas cria­
momentos verdadeiramente exclusi­
turas; leva a atos de misericórdia em
vos de revelação divina.
favor delas.
DEUS, ATRIBUTOS DE. Veja ATRIBUTOS
DEUS, CONFIABILIDADE D E. A cons­
DE DEUS.
tância da natureza de Deus; como
DEUS, ATRIBUTOS MORAIS DE. Qua­ resultado, podemos confiar naquilo
lidades de Deus que pertencem ao que ele faz e promete.
tratamento justo que ele dá às suas DEUS, CON HECIM ENTO (COMO ATRI­
criaturas. Seus atributos morais con­ BUTO) DE. Conhecimento de toda a
trastam com seus atributos naturais verdade por Deus (como resultado de
puros, como conhecimento, presença ter originado tudo o que existe).
e poder.
DEUS, CONSEQÜÊNCIA NATURAL DE.
DEUS, AUTO EXISTÊNCIA DE. Atributo No pensamento de Alfred North
de Deus por meio do qual ele existe Whitehead, criador da teologia do
simplesmente por si mesmo, sem ne­ processo, a ação concreta de Deus no
cessidade de nenhuma força ou causa mundo: a resposta de Deus e a recep­
externa. tividade dos processos no mundo.
DEUS, BENEVOLÊNCIA DE. Aspecto do DEUS, DOUTRINA DE. Ensinamentos
amor de Deus: sua preocupação com sobre a natureza e as obras do Ser
seus filhos e seu desejo de fazer-lhes Supremo, o Criador de tudo o que
bem. existe.
DEUS, e s p í r i t o d e . O Espírito Santo, falsos deuses, Deus é de fato um ser
a Terceira Pessoa da Trindade. vivente.

DEUS, ESPIRITUALIDADE D E. A nature­ DEUS, GLÓRIA DE. O esplendor, a gran­


za imaterial e não física de Deus. deza e a magnificência de Deus.

d e u s, esplen d o r d e . A majestade ou DEUS, GOVERNO D E. Aspecto da provi­


glória de Deus. dência de Deus que controla e dirige
tudo o que acontece.
DEUS, ESSÊNCIA DE. A plena natureza
do que Deus é. No pensamento de DEUS, GRAÇA DE. O fato de Deus lidar
alguns teólogos, especialmente do com seus filhos não com base naquilo
passado, a essência era diferenciada que eles merecem, mas simplesmente
dos atributos de Deus, como se fosse em termos da sua bondade e genero­
algum tipo de substrato que não se sidade relativas às necessidades deles.
manifesta claramente, ficando enco­ DEUS, GRANDEZA DE. Os atributos
berto. naturais de Deus, como seu poder,
DEUS, ETERNIDADE DE. O fato de conhecimento e sua eternidade.
Deus não ter início nem fim. Ele DEUS-H OM EM . A Segunda Pessoa da
sempre foi e sempre será. Trindade encarnada, Jesus Cristo.
DEUS, FID ELIDADE DE. Está relacio­ DEUS, IMAGEM DE. O que distingue
nada às suas promessas: ele sempre os seres humanos de todo o restante
cumpre o que prometeu. das criaturas de Deus. Alguns teólo­
DEUS, FILH O DE. Jesus Cristo, a Se­ gos creem que a imagem se refere a
gunda Pessoa da Trindade. qualidades reais presentes na nature­
za humana, enquanto outros a veem
DEUS, FILHOS DE. No Novo Testamen­ como um relacionamento do qual os
to, os cristãos. humanos participam, e ainda outros
DEUS FINITO. Referência à ideia de
a consideram algo que o ser humano
que Deus é limitado. Edgar Sheffield realiza.
Brightman (1884-1953) e outros usa­ DEUS, IMANÊNCIA DE. Presença e ati­
ram o conceito como solução para o vidade de Deus dentro do mundo
problema do mal: este existe porque criado da natureza.
Deus é incapaz de impedi-lo.
DEUS, IMATERIALIDADE DE. Referência
DEUS, FORMA DE. Natureza essencial ao fato de que Deus é espírito, não
de Deus que, de acordo com Filipen- possuindo nenhuma natureza mate­
ses 2:6, Jesus manifestava antes da rial ou física.
encarnação.
DEUS, IM ENSIDADE DE. Transcendên­
DEUS, GENUINIDADE d e . Referência cia de Deus de todas as limitações e
ao fato de que, diferentemente dos localidades espaciais.
DEUS, IM ENSURABILIDADE DE. Refe­ não pode ser visto, a menos que esco­
rência ao fato de que Deus, sendo in­ lha manifestar-se de alguma forma.
finito, excede as medidas e os padrões
DEUS, IRA DE. A furia divina: sua rea­
finitos humanos.
ção justa à injustiça. É o desprazer de
DEUS, IMUTABILIDADE DE. Doutrina Deus para com o mal, expresso em
que afirma que Deus é imutável. Em julgamento e punição.
algumas concepções gregas, esse en­
DEUS, JU STIÇ A DE. A administração de
sinamento acabou por tornar-se uma
seu reino de acordo com sua lei.
visão estática de Deus. Corretamente
entendida, porém, é simplesmente d e u s , l e i d e . O que Deus estabeleceu

uma ênfase no caráter imutável e na como certo e bom.


confiabilidade de Deus. A expressão DEUS, MAJESTADE DE. A grandeza e a
também é uma referência ao fato de glória de Deus.
que não há mudança em Deus, seja
quantitativa seja qualitativa. Ele é o Preocupação
DEUS, M ISERICÓRDIA D E.

que sempre foi e sempre será. compassiva de Deus para com seu
povo; a maneira afetuosa como trata
DEUS, IN CO M PREEN SIBILIDAD E DE.
o necessitado.
Referência ao fato de que a grande­
DEUS, NATUREZA DE. O que Deus é,
za de Deus resulta no fato de nunca
sermos capazes de entendê-lo plena­ em contraste com aquilo que ele faz.
mente. DEUS, NATUREZA PRIM ORDIAL DE. Na
DEUS, INDEPENDÊN CIA DE. Referência teologia de Alfred North Whitehead,
ao fato de que Deus não precisa de a essência abstrata imutável de Deus.
nada fora de si mesmo para existir. DEUS, ONIPOTÊNCIA DE. Capacidade
de Deus de fazer todas as coisas que
D EU S, INFINIDADE DE. Grandeza da
sejam objetos passíveis de poder.
natureza de Deus, que não tem limi­
tes nem pode ser limitada. DEUS, ONIPRESENÇA DE. Referência
ao fato de que Deus está presente em
DEUS, INTEGRID ADE D E. Conjunto
todo lugar e tem acesso a todas as par­
dos atributos de Deus relacionados
tes da realidade.
à sua inteireza. Integridade inclui
genuinidade (ser verdadeiro), vera­ DEUS, O NISCIÊNCIA DE.O fato de
cidade (dizer a verdade) e fidelidade Deus conhecer todas as coisas que
(mostrar-se verdadeiro). podem ser conhecidas.

DEUS, INTERDEPENDÊNCIA D E. Veja IN­ DEUS PAI. A Primeira Pessoa da Trin­


TERDEPENDÊNCIA DE DEUS. dade.

DEUS, INVISIBILIDADE DE. Referência DEUS, PATERNIDADE DE. Caracteri­


ao fato de que Deus, sendo espiritual, zação do relacionamento especial de
Deus com seu povo escolhido, seja as dimensões da santidade, retidão e
Israel, sejam os cristãos. Ele os trata justiça.
como um pai humano trata seus fi­
DEUS, REINO DE. Veja REINO DE DEUS.
lhos. Porém, tem-se debatido a ques­
tão de se Deus deve ser considerado DEUS, RETIDÃO D E. A santidade de
pai de todos os humanos. Deus aplicada a seu relacionamento
com outros seres.
DEUS, PERFEIÇÃO D E. A absoluta com-
pletude e plenitude de Deus. Não lhe DEUS, SABEDORIA DE. Atributo de
falta nada e ele não possui nenhuma Deus por meio do qual ele sempre
imperfeição. age com pleno conhecimento e valo­
res corretos.
DEUS, PERSISTÊNCIA DE. Continuida­
de do tratamento amoroso de Deus DEUS, SANTIDADE DE. Separação de
para com suas criaturas. Ele não as Deus de tudo o mais e particularmen­
abandona nem desiste delas. te de todo o mal.
d e u s , p e r s o n a l i d a d e d e . Referên­ DEUS, SER D E. A essência de Deus, ou
cia ao fato de que Deus não é uma aquilo que ele é.
força impessoal, mas um ser pessoal
DEUS, SOBERANIA DE. Supremacia e
com capacidade de pensamento, sen­
controle de Deus sobre tudo o que
timento, vontade e interação com
acontece.
outras pessoas.
d e u s , s o p r o DE. Referência à doação
DEUS, PLANO DE. Referência aos decre­
de vida por parte de Deus à humani­
tos de Deus que determinam todas as
dade ao soprar nas narinas em Adão
coisas que vão acontecer e trazendo-as
(Gn 2:7).
à realidade.
D EU S TO DO -PO DERO SO . Tradução do
DEUS, PODER DE. Habilidade de Deus
nome hebraico E l Shaddai, que enfa­
de fazer tudo o que está sujeito ao seu
tiza o poder de Deus.
poder.
DEUS, TRANSCENDÊNCIA D E. A sepa­
DEUS, PRESCIÊNCIA D E. Conhecimen­
ração e a superioridade de Deus em
to de Deus sobre tudo o que acontece­
relação à criação e à história.
rá antes que tal fato ocorra. O termo
dá a ideia não apenas de percepção DEUS TRA NSCEN DENTE. Deus separa­
passiva, mas de vontade ativa. do e de certo modo distante da natu­
reza, da história e da humanidade.
DEUS PRIM ORDIAL. Veja SER PRIMOR­
DIAL. D E U ST R IU N O . Veja TRINDADE.
DEUS, PUREZA MORAL D E. O fato de DEUS, UNIDADE D E. O fato de que
Deus ser livre de qualquer coisa per­ Deus, embora seja três pessoas, é um
niciosa ou maligna; sua pureza inclui em essência. A expressão também é
uma referência ao fato de que Deus é D EV O TIO M O D ERN A. Movimento de-
um, e não vários deuses. vocional dos séculos XV e XVI den­
tro da Igreja Católica Romana.
DEUS, VERACIDADE DE. A inabalável
honestidade e exposição de Deus das DEWEY, JO H N (1859-1952).Filósofo e
coisas como elas de fato são. teorista educacional; um dos maiores
pragmáticos e principal arquiteto da
DEUS, VIDA D E. Referência ao fato de educação progressiva.
que Deus é um ser vivente, não um
ídolo sem vida, e que ele é a fonte ou DEWOLF, L. HAROLD (1905 1986). Teó­
logo metodista da Faculdade de Teo­
a causa de sua própria existência.
logia da Universidade de Boston e do
DEUS, VONTADE D E.De modo geral, a Seminário Teológico Wesley, que de­
intenção de Deus em relação a uma fendeu o uso da razão na religião.
pessoa ou grupo de pessoas em par­
D EZ ARTIGOS, OS. Declaração doutri­
ticular.
nária resultante da revolução religiosa
DEUS, VONTADE DECRETÓ RIA D E. Veja promovida pelo rei Henrique VIII da
VONTADE DECRETÓRIA. Inglaterra. Promulgados em 1536, os
Dez Artigos foram o meio que o rei
DEUS, VONTADE ESPECÍFICA DE. Inten­ encontrou para tentar satisfazer um
ção e decisão de Deus em relação a grupo de reformadores basicamente
um assunto em particular, em con­ luteranos em sua orientação.
traste com suas preferências gerais ou
DEZ MANDAMENTOS, OS. A parte mais
seu agrado.
básica da lei dada por Deus a Israel
DEUS, VONTADE GERAL D E. As inten­ no monte Sinai. Os Dez Mandamen­
ções gerais de Deus, os valores essen­ tos estão registrados em Exodo 20 e
ciais dos quais ele se agrada. Deuteronômio 5.

DEUS, VONTADE PRECEPTIVA DE. Aqui­ DIA. Nas Escrituras, as horas do dia,
lo que Deus ordena que seja feito. uma longa era ou um período espe­
cífico.
D EUTEROCANÔNICO S. Do grego “se­
gundo cânon”. Nome pelo qual a DIA DA ASCENSÃO. Dia da volta de Je­
Igreja Católica Romana designa os sus ao céu, o quadragésimo dia após
livros de Tobias, Judite, IMacabeus, sua ressurreição (At 1:3,9).
2Macabeus, Eclesiástico, Baruque e DIA DA IRA. Dia do julgamento do
Sabedoria. No protestantismo são Senhor.
classificados de “apócrifos” (veja A p ó ­
Dia futuro de jul­
DIA D O SEN H O R.
c r if o s d e A n t i g o T e s t a m e n t o ).
gamento, identificado no Novo Tes­
DEVOÇÕES PESSOAIS. Prática de estu­ tamento como a segunda vinda de
do bíblico, meditação e oração como Cristo. Também se refere ao primeiro
ato de adoração pessoal ou privada. dia da semana, ou domingo.
DIA PICTÓRICO (ARCABOUÇO LITE­ lhos. O termo é usado por Reginald
RÁRIO), TEORIA D O . Interpretação do Fuller ao referir-se aos ensinamentos
relato dos seis dias da criação (Gn 1) que não são encontrados nem no ju­
como uma apresentação lógica, não daísmo nem na igreja e, desse modo,
cronológica. A seqüência, portanto, presume-se que sejam verdadeira­
não precisa ser combinada com a mente de Jesus.
geologia.
DILÚVIO. No tempo de Noé, o grande
DIABO, O. Satanás, o supremo ser es­ temporal que durou quarenta dias e
piritual maligno, que se rebelou con­ quarenta noites e resultou na mor­
tra Deus e decidiu opor-se a ele. Nos te de todas as criaturas vivas, exceto
últimos tempos, o Diabo será por fim
aquelas que estavam na arca (Gn 7).
subjugado.
Alguns estudiosos afirmam que as
DIÁCONO, DIACONISA. Oficial da igre­ águas do dilúvio cobriram o mundo
ja local. O termo vem de um verbo inteiro (teoria do dilúvio universal),
que significa “servir”. As qualificações enquanto outros sustentam que o
para o ofício, cuja origem aparente­ dilúvio ocorreu apenas na área onde
mente está registrada em Atos 6:1-6, Noé vivia (teoria do dilúvio local).
são encontradas em 1Timóteo 3:8-13. Evidências tanto bíblicas como de
As mulheres que serviram como dia- outras fontes têm sido citadas em
conisas são apresentadas em Roma­ apoio a cada uma dessas teorias.
nos 16:1.
DILÚVIO, TEORIA D O . Crença de que o
DIADEMA. Uma coroa; um símbolo de grande dilúvio criou condições geoló­
realeza. gicas incomuns, que são as responsá­
DIÁSPORA. Termo usado para as comu­ veis pela idade aparentemente longa
nidades judaicas fora da Palestina. da terra.

DICOTOMIA. Divisão de qualquer coi­ DIMENSÃO INENARRÁVEL. Também

sa em duas partes. Veja também d i - chamada de “sobre-humana”, “supe­


C O T O M ISM O . rior” ou “além”. Conceito usado por
Soren Kierkegaard para expressar a
DICOTOM ISM O. Visão da natureza ideia de transcendência, considerada
humana como constituída de dois não apenas distância espacial, mas o
componentes, normalmente um ele­ fato de Deus estar numa dimensão
mento material e outro espiritual, isto ou reino completamente diferente da
é, corpo e alma.
realidade além de nossas dimensões
DIDAQUÊ. Antigo manual de instru­ de tempo e espaço, ou num reino de
ções relativas à vida cristã e ao gover­ realidade distinto daquele no qual
no da igreja. existimos.

DIFERENCIAÇÃO. Critério de autenti­ D IO CESE. Nas igrejas católica romana,


cidade no estudo crítico dos Evange­ ortodoxa grega e anglicana, trata-se
de uma unidade geográfica chefiada DISPENSAÇÃO d a l e i . No dispensa-
por um bispo. cionalismo, o período durante o qual
Deus lidou com a raça humana desde
D IO N ÍSIO , O AREOPAGITA. Veja PSEU-
a lei de Moisés até a era do Novo Tes­
D O D IO N ÍS IO , O AREOPAGITA.
tamento.
DIÓ SCO RO .Patriarca de Alexandria
DISPENSACIONALISM O. Sistema de in­
de 444 a 451; oponente do nestoria-
terpretação bíblica e de teologia que
nismo e defensor de Eutiques.
divide a obra de Deus em diferentes
DIREITOS CIVIS. Direitos fundamentais períodos que ele administrou partin­
garantidos ao cidadáo pelo Estado. do de bases diferentes. Envolve uma
interpretação literal das Escrituras,
DISCERN IM ENTO DE ESPÍRITOS. A ha­
uma distinção entre Israel e a Igreja
bilidade de avaliar o que é dito por
e uma escatologia pré-milenarista e
profetas (IC o 14:29).
pré-tribulacionista.
d i s c e r n i m e n t o e s p i r i t u a l . A capa­
DISPENSACIONALISM O PROGRESSIVO.
cidade de julgar sabiamente assuntos
Variedade de dispensacionalismo que
sobrenaturais.
enfatiza menos fortemente as distin­
D ISCIPLINA.Instrução que envolve ções entre Israel e a Igreja.
particularmente a correção. Trata-se
DISPO N IBILID A D E UNIVERSAL DA SAL­
de uma correção moral e espiritual
VAÇÃO. Ensinamento que prega o
por meio de instrução e reprimenda.
oferecimento da graça redentora de
DISCÍPU LO . Aprendiz ou seguidor. O Deus a todos; tudo o que a pessoa
termo é usado especialmente em re­ tem a fazer é arrepender-se e crer.
lação aos doze seguidores mais próxi­
Entidade ou fato
D ISTELEO LÓ G ICO .
mos de Jesus.
aparentemente não contributivo ou
DISCRIM INAÇÃO. Tratar certas pessoas contraditório a um propósito racional
de maneira injusta pelo fato de per­ ou construtivo.
tencerem a um grupo racial ou social
DISTINÇÃO DE ESPÍRITO S. Veja DIS­
em particular.
CERNIM ENTO DE ESPÍRITOS.
DISPENSAÇÃO. Administração ou ge­
DISTINÇÃO QUALITATIVA. Diferença no
renciamento de questões. No sistema
tipo em vez de no grau; de acordo com
teológico conhecido como dispensa-
o pensamento de Soren Kierkegaard,
cionalismo, refere-se a um período no
existe uma distinção qualitativa infi­
qual Deus lida com a raça humana de
nita entre Deus e os seres humanos.
maneira específica.
DIVINDADE. A Trindade em sua tota­
DISPENSAÇÃO DA INOCÊNCIA. No dis-
lidade.
pensacionalismo, o período durante
o qual Deus lidou com Adão e Eva DIVINDADE ONTOLÓGICA D E JE SU S.
antes da Queda. Referência à visão segundo a qual
Jesus Cristo realmente possuía todas normalmente estas não são compro­
as qualidades da divindade; essa visão vadas.
contrasta com a abordagem funcio­
DOM CELESTIAL. Expressão problemá­
nal, que diz simplesmente que ele
tica presente em Hebreus 6:4. Ao que
realizou a obra de Deus ou agiu em
parece, trata-se de alguém que já pro­
favor de Deus.
vou o dom celestial e posteriormente
DIZERES D E JE SU S. Os pronunciamen­ se afastou. Os arminianos afirmam
tos reais de Jesus. que o dom celestial é a salvação; mui­
tos calvinistas dizem que é simples­
DIZIMAR. A prática de ofertar um dé­
mente uma iluminação.
cimo das receitas ao Senhor.
DOM D E ADMINISTRAÇÃO. Um dos
DÍZIM O. A décima parte das receitas
dons espirituais: capacidade de admi­
que alguém recebe.
nistrar (1 Co 12:28).
DOAÇÃO DE CONSTANTINO. Docu­
DOM DE CONTRIBUIÇÃO. Dom do
mento supostamente elaborado por
Espírito Santo que envolve generosi­
Constantino, concedendo ao papa
dade especial na entrega de recursos
Silvestre I a porção ocidental de seu
financeiros à causa de Cristo; é a ha­
império. Nicolau de Cusa e Lourenço
bilidade de dar com alegria em escala
Valia demonstraram tratar-se de uma
incomum (Rm 12:8).
falsificação.
DOM DE CURA. Um dos mais mira­
D O C ETISM O .Crença de que a hu­
culosos dons espirituais (IC o 12:9),
manidade de Jesus não foi genuína,
exercido pelos apóstolos e pela igreja
isto é, ele simplesmente parecia ser
primitiva; a habilidade de restaurar a
humano.
saúde.
D O D D , CHARLES HAROLD (1884-1973).
DOM D E EVANGELISMO. Um dos dons
Ministro congregacional britânico
espirituais, uma eficácia incomum na
e professor de Novo Testamento em
apresentação do evangelho. Em Efé-
Oxford, Manchester e Cambridge; é
sios 4:11, os evangelistas são mencio­
conhecido particularmente por seu
nados entre os que recebem os dons
conceito de escatologia realizada.
que Deus dá à igreja.
DOGMA. Uma doutrina, geralmente
DOM DE PRESTAR AJUDA (SOCORRO).
na forma de uma declaração eclesiás­
Um dos dons espirituais menciona­
tica oficial normativa.
dos em ICoríntios 12:28; habilidade
DOGMÁTICA. Estudo sistemático da concedida espiritualmente para pres­
doutrina; sinônimo de teologia siste­ tar ajuda a outros.
mática.
DOM INADO RES. Termo presente em
DOGM ATISM O. Qualidade de ser in­ Efésios 6:12 que, segundo alguns, re­
sistente e categórico em suas crenças; fere-se a seres espirituais; para outros,
DOM INADORES D ESTE M UNDO 62

refere-se a forças internas presentes exemplo, cura, exorcismo, ressuscitar


nas estruturas da sociedade. mortos e falar em línguas.

Re­
D O M IN A D O R ES D E ST E M U N D O . D O N S ESPIRITUAIS. Concessões espe­
ferência paulina aos poderes que ciais do Espírito Santo à igreja, sejam
controlam o presente mundo mal habilidades incomuns, qualidades es­
(Ef 6:12). pirituais, sejam indivíduos capacita­
dos. E possível encontrar quatro listas
DO M INGO .O primeiro dia da sema­
de dons espirituais nas Escrituras: Ro­
na; na era cristã, tornou-se o dia de
manos 12:6-8, ICoríntios 12:4-11,
adoração (o Dia do Senhor). Efésios 4:11 e 1Pedro 4:11.
D OM INGO D E RAMOS. Domingo em DON S M IRACULOSOS. Dons espirituais
que se comemora a entrada triunfal bastante extraordinários, como falar
de Cristo em Jerusalém. Ocorre na em línguas, cura e ressurreição de
semana anterior à Páscoa. mortos.
DO M ÍNIO . Referência à ordem de D O N S NOTÁVEIS. Aqueles dons do
Deus a Adão em Gênesis 1:28 a que Espírito Santo que são incomuns ou
tivesse domínio sobre o restante da espetaculares por natureza.
criação. Algumas teologias veem o
exercício de domínio como a imagem Ideia de uma
D O N U M SUPERADD ITU M .

de Deus na raça humana. adição sobrenatural à natureza huma­


na, adicionando o que fora perdido
DONATISMO. Movimento separatista na queda, deixando a natureza huma­
africano que tinha como objetivo a na intacta. De acordo com a teologia
reintegração de cristãos que haviam católica medieval, foi a semelhança
negado as Escrituras sob perseguição. de Deus (o donum supemdditum) que
Em oposição aos donatistas, Agosti­ os humanos perderam, enquanto a
nho desenvolveu o conceito de igreja imagem de Deus não foi afetada pela
invisível. Queda.
D O N S CARISMÁTICOS, Qualquer dom DOOYEWEERD, HERMAN (1894-1977).
espiritual, mas, em especial, os inco- Filósofo reformado holandês cuja
muns e miraculosos, como falar em maior obra foi Nova crítica do pensa­
línguas, cura e ressurreição de mortos. mento teórico (1953-1958), publicada
em quatro volumes.
DON S D E SINAIS. Certos dons espeta­
culares do Espírito, como línguas e DOR. Sensação de desprazer que pode
curas, considerados evidências espe­ ser física, emocional ou mental.
ciais de sua obra.
DORNER, ISAAK AUGUST (1809-1884).
D ON S ESPECIAIS. Os dons mais espeta­ Teólogo alemão que lecionou em
culares e miraculosos do Espírito; por Tübingen, Kiel, Kõnigsberg, Bonn,
Gõttingen e Berlim. Sua principal damentais, como matéria e espírito,
ideia foi a de que a encarnação de natural e sobrenatural ou bem e mal.
Cristo aconteceu de forma gradual e
DUALISMO GREGO. Tendência da fi­
progressiva.
losofia grega de fazer forte distinção
DORT, SlN O D O D E (1618-1619). As- entre o material e o imaterial; por
sembleia eclesiástica internacional exemplo, o corpo e a alma.
convocada para lidar com questões DULIA. Honra que pode ser presta­
teológicas e eclesiásticas na Igreja da a outras pessoas que não a Deus,
Reformada da Holanda. Sua mais como aos santos e aos anjos. Veja h i -
duradoura contribuição foi a promul­ PERDULIA.
gação dos Cânones de Dort, que arti­
DUNS SCOTU S, JO H N (C. 1266-1308). Es-
culavam a posição reformada sobre a
eleição e assuntos correlatos. colástico franciscano nascido na Es­
cócia e educado em Oxford e Paris.
DOUTRINA. Crença ou ensinamento Lecionou em Oxford, Paris e Colô­
relativo a temas teológicos, ou seja, nia. Em oposição a Tomás de Aquino,
um princípio relativo à natureza de sustentava que a fé é fundamental­
Deus e suas obras. mente uma questão de vontade, não
de razão, e, portanto, não é estabele­
DOUTRINAS CRISTÃS. Ensinamentos
cida por provas racionais.
do cristianismo sobre a natureza de
Deus, sua obra e seu relacionamento d u r e z a D E c o r a ç ã o . Ato (ou estado)

com a criação. de resistência e rejeição à Palavra e à


vontade de Deus.
DOXOLOGIA. Declaração de louvor a
Deus. O termo costuma referir-se a DÚVIDA RELIGIOSA. Incerteza quanto

certas expressões fixas, todas elas assu­ à veracidade de certas proposições,


mindo a forma “Glória a Deus...”. ou falta de compromisso consistente
com o objeto da confiança religiosa.
O grupo origi­
DOZE D ISCÍPU LO S, O S.
Não deve ser confundida com des­
nal dos doze que foram chamados por crença.
Jesus: Simáo Pedro, seu irmão André,
DWIGHT, TIM OTHY (1752-1817). Clérigo,
Tiago e seu irmão João (os filhos de
Zebedeu), Filipe, Bartolomeu, Tomé, teólogo e educador congregacional.
Mateus, o coletor de impostos, Tiago, De 1795 até sua morte, foi presiden­
filho de Alfeu, Tadeu, Simão o zelote te e professor de teologia na Univer­
sidade Yale. Defensor do calvinismo
e Judas Iscariotes. Depois da apostasia
conservador, exerceu influência sobre
e da morte de Judas Iscariotes, ele foi
o Segundo Grande Avivamento. Sua
substituído por Matias.
obra principal foi um conjunto de
DUALISMO. Qualquer visão da reali­ sermões em cinco volumes intitulado
dade baseada em dois princípios fun­ Teologia explicada e defendida.
EDUCAÇÃO PROGRESSIVA. Teoria edu­

Ee cacional popular do século XX, de­


senvolvida em grande parte por John
Dewey, com base nas visões pragma-
tista e funcionalista: a educação deve
Heresia cristológica pri­
EBIO N ISM O . acontecer experimentalmente e pre­
mitiva que via Jesus como humano, cisa enfatizar o desenvolvimento do
mas não divino. aluno, em vez de o tema e a metodo­
logia tradicionais e clássicos.
Teólogo ale­
ECK , j o h a n n (1486-1543).
mão mais conhecido por sua oposição EDWARDS, JONATHAN (1703 1758). Mi­
a Martinho Lutero, especialmente no nistro congregacional e um dos prin­
debate de Leipzig. cipais teólogos do Primeiro Grande
Avivamento. Seu pastorado mais im­
ECKHART, M EISTER (C. 1260-1328).Mís­ portante aconteceu em Northampton,
tico dominicano alemão. Ensinou que Massachusetts, onde pregou o famoso
Deus não pode ser conhecido por ne­ sermão “Pecadores nas mãos de um
nhum meio normal do conhecimen­ Deus irado”. Ele foi presidente da Fa­
to humano, mas apenas mediante a culdade de Nova Jersey (Universidade
união espiritual direta com ele. Princeton) apenas algumas semanas
antes de sua morte.
ECOLOGIA. Estudo do inter-relaciona-
EFEITOS SO CIO PSIC O LÓ G IC O S D O PE­
mento do universo e particularmente
CADO. Conseqüências que o pecado
da preservação do ambiente e dos re­
tem sobre a mente, as emoções e os
cursos naturais.
relacionamentos sociais.
ECONOM IA ESPIRITUAL. A orientação
EFUSÃO. Batismo realizado mediante
de Deus nos assuntos espirituais.
o derramamento de água sobre a ca­
ECUM ENISM O PRIM ITIVO. Primeiras beça.
tentativas de obter crenças unifica­ EGOÍSM O. Preocupação excessiva pelo
das mediante concílios que buscaram próprio bem-estar, conforto e reputa­
formular declarações doutrinárias ção.
oficiais.
EGOTISM O .Valorização excessiva da
ÉD EN , JARDIM D O . Veja JARDIM DO própria importância; presunção.
ÉDEN.
EISEGESE. Prática de distorcer passagens
EDIFICAÇÃO. Literalmente “constru­ bíblicas, impondo significados alheios
ção”; fortalecimento da vida espiri­ ao próprio texto. Veja e x e g e s e .
tual de cristãos e congregações.
“Deus”. Um nome hebraico co­
EL.
EDIFÍCIO. Uma das metáforas da igreja. mum para o Criador.
“Deus todo-poderoso”.
EL s h a d d a i . e m a n a ç ã o . Derramamento ou trans-

Nome de Deus que enfatiza seu poder. bordamento, normalmente associado


à ideia de que a criação não se origi­
No pensamento de Henri
É L A N VITAL.
nou do nada, mas que foi uma ema­
Bergson, um impulso vital, imanente
nação da própria natureza de Deus.
a todos os organismos, que provoca
os desenvolvimentos evolucionários EMANUEL. “Deus conosco”. Nome
que ocorrem. hebraico aplicado a Jesus (cf. Is 7:14;
Mt 1:23).
ELEIÇÃO. Decisão de Deus de escolher
um grupo especial ou certas pessoas Referência, freqüen­
EM CRISTO JE SU S.
para a salvação ou para posições espe­ te em Paulo, ao fato de que o cristão
ciais de serviço. O termo é especial­ está identificado com Cristo e é in­
mente associado à predestinação dos fluenciado por ele (cf. G1 2:20).
beneficiários individuais da salvação.
em panação. Referência à visão de
Aqueles especialmente es­
e l e it o s . que, na Eucaristia, o pão não é tran-
colhidos por Deus. O termo pode substanciado no corpo de Cristo, mas
referir-se tanto à nação de Israel de que Cristo é incorporado ao pão.
como a indivíduos designados para Assim, o participante recebe tanto
a salvação ou para posições especiais o corpo de Cristo como o pão. Essa
de serviço. doutrina foi ensinada especialmen­
te por Guitmundo de Aversa e João
ELO HIM . Literalmente, “deuses”. No­
de Paris.
me hebraico bastante comum para
o Deus verdadeiro, indicando sua EM PÍRICO. Pertencente aos sentidos
majestade e supremacia diante dos ou que pode ser conhecido por per­
deuses pagãos. O termo é bem am­ cepção sensorial.
plo e genérico por natureza, podendo
EM PIRISM O. Teologiafilosófica segun­
ser aplicado a deuses pagãos, anjos e
do a qual todo conhecimento é obtido
certas autoridades humanas, como os
por meio de percepção sensorial.
juizes.
EM PIRISM O LÓ G ICO . Veja POSITIVIS­
ELQUESAlTAS. Seita primitiva de cris­
MO LÓGICO.
tãos judeus oriunda do ebionismo e
que contribuiu para o surgimento ENCARNAÇÃO. Referência à doutrina
do islã. Era sincretista, teosófica e de que a Segunda Pessoa da Trindade
legalista. tornou-se ser humano sem abandonar
sua divindade.
EM ADÃO. Referência à ideia de que
todas as pessoas estão em Adão; logo, ENCARNAÇÃO DINÂMICA. Ideia de que
o pecado de Adão foi, em certo sen­ Cristo não era divindade em termos
tido, nosso pecado (cf. p. ex. Rm 5, ontológicos, mas que o poder ou
especialmente v. 12). a influência de Deus estava ativa e
operante dentro dele. Esse conceito é EPIFANIA. De uma palavra grega que
encontrado no monarquianismo di­ significa “manifestação”; refere-se à
nâmico, uma antiga heresia trinitária, primeira ou segunda vinda de Cristo.
e em textos do século XX, como Deus Também é uma festa do calendário
estava em Cristo, de Donald Baillie. cristão (6 de janeiro).
ENCH ER-SE D O ESPÍRITO SANTO.Ocu­ EPISCOPADO. Sistema de governo da
pação e controle da totalidade da igreja que dá maior autoridade ao
vida do cristão por parte do Espíri­ ofício de bispo; também se refere ao
to Santo. Esse enchimento pode e ofício em si.
frequentemente precisa ser repetido.
É diferente do batismo do Espírito EPISCOPAL. Pessoa que pertence às
Santo, que ocorre no momento da igrejas episcopais ou que apoia as cren­
regeneração. ças episcopais.

EN CÍCLICA.Carta circular, em espe­ EPISCÓPIO, SIMÂO (1583-1643). Teólogo


cial um documento papal nos tempos holandês e líder dos remonstrantes,
modernos. banidos pelo Sínodo de Dort. Sua
declaração incompleta do arminia-
ENDEM ONIADO. Pessoa possuída por
nismo, de quatro volumes, intitulada
um demônio.
Institutiones Theologicae, foi publicada
ENDOGENEIZAÇÃO. Desenvolvimento postumamente.
de teologias baseadas na cultura local,
EPISTEM OLOGIA.Teoria do conhe­
em vez de importar categorias.
cimento ou uma investigação sobre
ENGANADOR, O. Satanás. como obtemos conhecimento.
ENSINAM ENTO ÉTICO . Ensinamento EPISTEM OLOGIA RELIGIOSA. Estudo
vinculado à maneira como a vida deve sobre o modo como obtemos conhe­
ser conduzida; em particular, a instru­ cimento religioso.
ção de Jesus sobre a moralidade.
EPÍSTOLAS PASTORAIS. Veja PASTORAIS,
ENSINO, DOM D E. Um dos dons espiri­ EPÍSTOLAS.
tuais: capacidade de transmitir conhe­
EQUIPROBABILISMO. Na casuística, po­
cimento (Rm 12:7; IC o 12:28-29).
sição segundo a qual se os argumentos
ENTIMEMA. Argumento lógico no para dois cursos distintos de ação fo­
qual uma das premissas é suprimida rem igualmente convincentes, existe a
ou não expressa e, assim, não é testa­ opção de seguir qualquer um deles.
da normalmente.
ERA, DESTA. Veja SÉCULO, DESTE.
EPICURISM O. Visão ética grega que
enfatiza os prazeres como o bem su­ ERA PÓS-APOSTÓLICA. Período da igre­

premo. ja que sucedeu a era apostólica.


67 ESCOLA DA HISTÓRIA DAS RELIGIÕES

ERAPÓS-CRISTÁ. Referência ao concei­ a qual as ações e os ensinamentos de


to de que, no século XX, as crenças e Jesus eram fundamentalmente esca-
os ideais cristãos se tornaram obsole­ tológicos.
tos e que, portanto, estamos vivendo
ESCATOLOGIA CÓSMICA. Estudo so­
num período em que a influência do
bre como as últimas coisas afetam
cristianismo é muito pequena.
conjuntamente a raça humana ou a
ERASMO, DESID ÉRIO (1466-1536). Líder criação.
cristão humanista do período da Re­ ESCATOLOGIA DO AN TIGO TESTAMEN­
forma que procurou reformar a igre­ Ensinamento do Antigo Testa­
TO .
ja por meio da erudição. No início, mento sobre as últimas coisas.
apoiou Lutero, mas rompeu com ele
ESCATOLOGIA D O NOVO TESTAMENTO.
pela questão da liberdade da vontade.
Ensinamento do Novo Testamento
. Nome derivado de
e r a s t l a n is m o sobre as últimas coisas.
Tomás Erasto (1524-1583) e de seu
ESCATOLOGIA INDIVIDUAL. Estudo dos
pensamento: a visão de que o estado
tem autoridade sobre a igreja em to­ eventos futuros com respeito aos in­
divíduos; em particular, estudo de sua
dos os assuntos.
morte, estado intermediário e ressur­
ERIÚGENA, JOÃO SCO TU S (C. 810-877). reição.
Filósofo irlandês que liderou a mu­
ESCATOLOGIA REALIZADA. Visão de
dança do pensamento europeu do
Charles Harold Dodd e outros segun­
platonismo para o aristotelismo. Em­
do a qual as passagens escatológicas
bora as Escrituras fossem sua princi­
da Bíblia não se referem ao futuro,
pal autoridade, ele também enfatizou
mas a assuntos que ocorreram e se
o papel da razão na descoberta de seu
cumpriram no período bíblico, e es­
significado. Sustentou que a melhor
pecialmente durante a vida e o minis­
interpretação das Escrituras era aque­
tério de Jesus.
la que mais concordasse com a razão.
ESCATOM. A culminação futura.
ESCATOFOBIA. Temor ou fuga do es­
tudo ou da discussão sobre as últimas ESCATOMANLA. Interesse ou preocu­
coisas. pação excessivos com o estudo das
últimas coisas.
ESCATOLOGIA. Estudo das últimas
coisas ou do futuro de modo geral. ESCOLA DA HISTÓRIA DAS RELIGIÕES.
Escola de pensamento que estuda o
ESCATOLOGIA COLETIVA. Eventos esca-
desenvolvimento das religiões. Suas
tológicos envolvendo o universo como
áreas de interesse incluem a interpreta­
um todo ou toda a raça humana.
ção da fé judaico-cristã em termos do
ESCATOLOGIA CO N SISTEN TE. Visão de desenvolvimento histórico pelo qual as
Albert Schweitzer e outros segundo religiões normalmente passam.
ESCOLA D EM ISSÃ O 68

ESCOLA D E MISSÃO. Escola mantida bairro pobre para ensinar crianças a


em campos missionários para o ensi­ ler e escrever e para ouvir a mensagem
no dos nativos e dos filhos de missio­ das Escrituras.
nários.
ESCO LASTICISM O .A teologia e a filo­
ESCOLA DETEOLOGIA DE CHICAGO. Teo­ sofia ensinadas nas escolas medievais
logia liberal associada à Universidade do século XI ao XIV. Assumiu a for­
de Chicago, especialmente na primeira ma de debates em livros-texto sobre
parte do século XX. Havia forte afini­ várias teses.
dade com o pragmatismo e ainda mais
ESCOLASTICISM O MEDIEVAL. Veja ES-
com a filosofia do processo.
COLASTICISMO.
ESCOLA D E TÜ BING EN . Movimento
ESC OLASTICISM O PROTESTANTE. Tipo
teológico ocorrido na Universidade
escolástico de teologia praticado pelo
de Tübingen, que aplicava à Bíblia
protestantismo e particularmente pe­
pressuposições antissobrenaturalistas
lo luteranismo no século XVII. Preo-
e abordagem histórico-crítica. O mo­
cupava-se principalmente com a defi­
vimento foi liderado por F. C. Baur,
nição da doutrina correta através de
mas na verdade se iniciou com a
uma série de argumentos sutis, como
obra Vida de Jesus (1835), de David
fizera o escolasticismo católico num
Strauss. Embora tenha chamado mui­
período anterior. Também é conheci­
ta atenção, essa variedade de liberalis­
do como ortodoxia protestante.
mo não teve amplo apoio.
ESCOLH A IN CO ND ICIO N AL. Veja PRE­
ESCOLA HARM ONÍSTICA. Grupo de
DESTINAÇÃO INCONDICIONAL.
teólogos e estudiosos da Bíblia que
tentou harmonizar passagens bíblicas ESCRAVIDÃO. Estado de ser forçado
que contêm aparentes discrepâncias. a servir outros. Embora a escravi­
dão seja reconhecida no Antigo e no
Escola de pen­
e s c o l a l u n d e n s ia n a .
Novo Testamentos, e não seja especi­
samento teológico ligada à Universi­
ficamente atacada ou condenada, a
dade de Lund, Suécia, que enfatiza o
Bíblia de fato contém princípios que
amor divino como o motivo central
terminaram sendo vistos como exi­
da teologia.
gências à abolição da escravidão.
esco la s d o m i n i c a i s . Escolas que
ESCRITURAÇÃO. Preservação da revela­
funcionam aos domingos (normal­
ção de Deus por escrito por meio do
mente em associação com uma igre­
processo de inspiração realizado pelo
ja) para ensino de verdades religiosas
Espírito Santo.
e bíblicas. O movimento teve início
em 1780 quando o anglicano Robert ESCRITURAS. Ou “escritos”; os livros
Raikes, um jornalista de Gloucester, canônicos do Antigo e do Novo Tes­
Inglaterra, fundou uma escola num tamentos.
ESCRITURAS, AUTORIDADE DAS. O di­ ao pensamento de Jürgen Moltmann.
reito das Escrituras, como mensagem Enfatiza a dimensão futura de Deus,
de Deus, de prescrever fé e prática em vez de destacar a passada.
para os cristãos.
ESPERANÇA VIVA. A gloriosa expecta­
ESCRITURAS, DOUTRINA DAS. Ensina­ tiva que o cristão regenerado possui
mentos relativos à natureza e à auto­ como resultado da ressurreição de
ridade das Escrituras. Cristo (lPe 1:3).

ESFERA SUPRASSENSÍVEL. O que está ESPIRITISM O. Crença e prática dos


além da percepção humana. que buscam fazer contato com pesso­
as mortas, particularmente através de
ESFORÇO HUMANO. Os feitos limita­ médiuns.
dos que os seres humanos podem re­
alizar por si mesmos ou em favor uns ESPÍRITO. Literalmente “sopro” ou
dos outros; contrasta com a obra de “vento”, o princípio de vida atribuído
Deus neles e em seu favor. tanto a animais como a pessoas (hu­
manas ou divinas).
ESFORÇO NÃO COM PETITIVO. Referên­
ESPÍRITO, CH EIO DO. Diz-se dos cris­
cia à visão de alguns liberais que con­
tãos controlados pelo Espírito Santo,
sideram que, pelo fato de o pecado
a tal ponto que a vida deles como um
surgir em parte pela competição de
todo é espiritual em sua natureza.
indivíduos entre si, o esforço coope­
rativo ou não competitivo eliminará ESPÍRITO DA VERDADE. Uma das de­
o pecado. signações feitas por Jesus sobre o Es­
pírito Santo (Jo 14:17).
ESFRIAMENTO. Diminuição temporá­
ria ou parcial do compromisso espi­ ESPÍRITO DE ADOÇÃO. Em Roma­
ritual de uma pessoa; é menos sério e nos 8:15 o espírito que os crentes
menos intenso que a apostasia. recebem de modo a não terem mais
medo, mas por meio do qual podem
ESMOLA, DAR ESM OLAS. Ato de carida­ chamar Deus de Pai.
de direcionado aos pobres.
ESPÍRITO D E DEUS. No Antigo Testa­
ESPAÇO METAFÍSICO. Separação quali­ mento, expressão frequentemente vis­
tativa entre tipos de seres, como entre ta como referência ao Espírito Santo;
Deus e a humanidade, ou entre hu­ Pedro estabeleceu essa identificação
manos e o restante da criação. ao citar Joel 2:29 (cf. At 2:18).
ESPERANÇA. Expectativa de coisas boas ESPÍRITO, DERRAMAMENTO D O . Qual­
no futuro; no cenário cristão, fé em quer manifestação especial do Es­
relação a assuntos que ainda estão pírito Santo, mas especialmente em
para acontecer. Pentecostes.
ESPERANÇA, TEOLOGIA DA. Teologia ESPÍRITO DE SABEDORIA. Bênção espe­
do século XX associada especialmente cial que Josué recebeu quando Moisés
impôs as mãos sobre ele. Capacitou munhar ao coração humano o que se
Josué a ajudar na obra de Moisés. refere à divindade e à veracidade das
Escrituras. A doutrina foi desenvolvi­
ESPÍRITO D O M U NDO. Sabedoria terre­
da por Agostinho e exposta mais ple­
na; é contrastada com o Espírito, que
namente por Calvino.
é de Deus e ajuda o cristão a entender
os dons de Deus (1 Co 2:12). ESPÍRITO, SELADO COM O. Referência à
ESPÍRITO PARTIDÁRIO. Divisão dentro obra de Deus de marcar o cristão com
de grupos cristãos resultante de forte o Espírito Santo (Ef 1:13).
identificação com líderes especiais. Em Um
ESPÍRITOS, D ISCERN IM ENTO DE.
Corinto, por exemplo, alguns se identi­ dos dons do Espírito (IC o 12:10):
ficavam com Paulo, outros com Apoio habilidade especial de identificar
e ainda outros com Cefas (ou Pedro). quais espíritos são de Deus.
ESPÍRITO, PROCESSÂO D O . Veja PRO-
ESPÍRITOS EM PRISÃO. Expressão dis­
CESSÃO DO ESPÍRITO.
cutível de 1Pedro 3:19: Cristo pregou
ESPÍRITO SANTO. A Terceira Pessoa da aos espíritos em prisão. Alguns afir­
Trindade, plenamente divina e plena­ mam que se trata de uma referência
mente pessoal. à pregação no tempo de Noé. Outros
interpretam o versículo significando
ESPÍRITO SANTO, BATISMO D O . Veja
que Jesus pregou, entre sua morte e
BATISMO COM ESPÍRITO SANTO.
ressurreição, aos que estavam então
ESPÍRITO SANTO, DIVINDADE DO. no estado intermediário. Ainda ou­
Referência ao fato de que o Espírito tros afirmam que temos aqui uma re­
Santo é divino, assim como o Pai e ferência à pregação de Jesus durante
o Filho. seu tempo de ministério terreno.
ESPÍRITO SANTO, M IN ISTÉRIO D O . A ESPÍRITOS M ALIGNOS. Demônios.
obra do Espírito Santo.
ESPÍRITOS M INISTRADORES. Anjos
ESPÍRITO SANTO, PERSONALIDADE D O. (Hb 1:14).
Referência ao fato de que o Espírito
Santo não é uma simples força, mas ESPIRITUALIDADE. Profundo compro­
uma pessoa capaz de interagir com misso e semelhança com Deus.
outras pessoas. ESPIRITUALIDADE D E D EU S. A nature­
ESPÍRITO SANTO, PROMESSA D O . A za imaterial e não física de Deus.
promessa de Jesus de que, após sua ESPIRITUALIDADE ORTODOXA. Obser­
partida, ele enviaria o Espírito Santo vância religiosa conforme encontra­
(cf. Jo 15:26).
da na tradição ortodoxa do oriente,
ESPÍRITO SANTO, TESTEM UN H O DO. combinando misticismo e ênfase na
A obra do Espírito Santo em teste­ contemplação, com profundo inte­
resse litúrgico nos sacramentos e na da existência humana. Incluída em
celebração do calendário eclesiástico. sua humilhação estão a encarnação, o
sofrimento físico, a morte e, na visão
ESPIRITUALIDADE PURITANA. Forma
de alguns, a descida ao Hades.
de orientação religiosa concentrada
na Palavra de Deus, na pregação, na ESTADOS DE JE SU S CRISTO . Os dois
preparação do coração para receber a principais estágios da vida de Cristo;
Palavra e na obediência a Deus. Essa humilhação e exaltação.
abordagem não mística desenvolveu-
se na Inglaterra e na Nova Inglaterra. ESTADO DESENCARNADO. Condição
das pessoas entre a morte e a ressur­
ESPIRITUALMENTE MORTOS. Condição reição.
dos descrentes. Por causa do efeito do
pecado, eles não respondem a assun­ ESTADO DUPLO DE JE SU S. Veja ESTA­

tos espirituais. DOS DE JESU S CRISTO.

ESSÊNCIA D E d e u s . Veja DEUS, ESSÊN­ Condição do indiví­


e s t a d o f in a l .

CIA DE. duo após a ressurreição, seja no céu,


seja no inferno.
ESSÊNIOS. Seita judaica ascética que se
desenvolveu do século II a. C. até o ESTADO FUTURO. Condição das pes­
final do século I da era cristã. soas após esta vida, incluindo tanto o
estado intermediário como o estado
ESTA ERA. Veja ESTE SÉCULO.
final (céu ou inferno).
ESTADO. Organização governamental
ESTADO INCO M PLETO. Condição an­
de um grupo de pessoas que ocupa
terior à final. O termo é aplicado par­
permanentemente um território par­
ticularmente ao estado intermediário
ticular; em teologia, entidades políti­
cas distintas da igreja, uma entidade após a morte. Não é a condição final
espiritual. e eterna da pessoa, uma vez que não
envolve existência corpórea plena.
ESTADO DE EXALTAÇÃO. Na cristologia
clássica, o processo da volta de Cristo ESTADO INTERM EDIÁRIO. Condição
à glória que ele tinha antes de vir à ter­ entre o momento da morte e da res­
ra. Inclui sua ressurreição, ascensão e surreição.
assento à mão direita do Pai, e chegará ESTADO PERFEITO .Condição huma­
ao apogeu em sua segunda vinda. na de inocência e retidão antes da
ESTADO D E GRAÇA. Condição imereci­ Queda.
da de estar debaixo do favor especial
ESTÁGIO ESTÉTICO . Um dos está­
de Deus.
gios ou caminhos da vida de Soren
ESTADO D E HUMILHAÇÃO. Autolimita- Kierkegaard. O esteta vive em função
ção de Cristo ao assumir as condições de satisfação ou prazer imediato.
ESTATUTOS. Regras ou leis decretadas tirânicos, o mercado, a escola, as cor­
para controlar o comportamento. tes, o racismo e a nação.

ESTE M U NDO. Pertinente ao mundo ETERNIDADE. A transcendência do


presente, ou seja, o secular. tempo; sem começo nem fim, tam­
bém é qualitativamente superior ao
A era em que vivemos.
E ST E SÉCU LO .
temporal. Veja a t e m p o r a l i d a d e .
Contrasta com a era por vir, que será
iniciada pela volta de Cristo. Alguns ÉTICA. Estudo do certo e do errado
aspectos da era por vir, contudo, já para determinar o que fazer ou o que
estão presentes nesta era. é bom para a humanidade.

No misticismo, marcas no
e s t ig m a s . ÉTICA BÍBLICA.Sistema de certo e
corpo consideradas reproduções das errado baseado ou encontrado na
feridas de Cristo. Envolvem variados Bíblia.
graus de intensidade, de leves mar­
ÉTICA CRISTÃ. Ensinamentos do cris­
cas vermelhas sobre a pele a feridas
tianismo sobre o certo e o errado.
hemorrágicas reais. O primeiro caso
conhecido foi o de Francisco de Assis, ÉTICA NATURAL. Princípios de con­
em 1224. duta que, em vez de serem recebidos
por meio de revelação especial, são
ESTO ICISM O .Filosofia de uma escola
desenvolvidos simplesmente por uma
de pensamento grega cujo nome vem
observação do mundo.
do pórtico (stoa) em Atenas, onde seu
fundador ensinava. O estoicismo é ÉTICA PESSOAL. Decisões e ações mo­
mais conhecido por seu sistema ético, rais dos indivíduos; contrasta com a
que, ao enfatizar a harmonia com a ética social, que envolve entidades
natureza e a libertação das emoções, sociais e práticas sociais.
capacita a pessoa a suportar os rumos
ÉTICA SEXUAL. Questões morais e
incertos da vida.
padrões que lidam com os relaciona­
ESTRANHAMENTO EXISTENCIAL. No mentos sexuais.
pensamento de Paul Tillich, a con­
ÉTICA SITUACIONAL. Forma de ética
dição humana de ser dependente do
que afirma que não há bens absolutos
absoluto para sua existência e, ainda
nem obrigações absolutas, exceto o
assim, sentir estranhamento pelo ab­
amor. Qualquer ação particular, in­
soluto por não ser aquilo que alguém
cluindo até mesmo assassinato, pode,
essencialmente é ou deveria ser.
portanto, ser correta em determinada
ESTRUTURAS MORAIS. No pensamen­ situação, ou seja, se for o curso mais
to de John Yoder e outros, aquelas amável a seguir naquela situação. O
instituições da sociedade que têm principal expoente da ética situacio-
implicações morais, como governos nal é Joseph Fletcher.
ÉTICA SOCIAL. Questões de impor­ mente prolongado e doloroso; pode
tância moral relacionadas à conduta envolver tanto a omissão de trata­
na sociedade ou às responsabilidades mento (eutanásia passiva) como atos
dentro dela. diretos cujo objetivo é interromper a
vida (eutanásia ativa).
ETO S. Conjunto de ideias, valores
ou sentimentos que caracterizam ou Arquimandrita
EUTIQ UES (C. 375-454).
permeiam uma época e um local es­ de um mosteiro em Constantinopla.
pecíficos. Tendo sido condenado e deposto pelo
Sínodo de Constantinopla (448), foi
Referência à ideia de
EU c o l e t i v o .
apoiado pelo Sínodo dos Ladrões, em
que a raça humana é um todo orgâ­
Efeso (449), e então finalmente con­
nico, em vez de indivíduos separados.
denado pelo Concilio de Calcedônia
Desse modo, o pecado de Adáo não
(451).
foi o ato isolado de um indivíduo,
mas um ato da raça humana, de modo EUTIQULANISMO. Ensinamento de que
que as conseqüências são experimen­ Jesus tinha apenas uma natureza.
tadas por toda a humanidade.
EVA. A primeira mulher, esposa de
“ EU s o u ”, d e c l a r a ç õ e s . Frase de Jesus Adão; foi feita por Deus da costela de
como “Eu sou o caminho, a verdade e Adão (Gn 2:21-22).
a vida”, e “Eu sou o bom pastor”. Es­ evangelh o . A mensagem da salvação
sas frases são consideradas por alguns
oferecida por Deus a todo aquele que
como reflexos da declaração de Êxo­
crê; também é uma referência a cada
do 3, onde Deus se identifica como
um dos quatro primeiros livros do
“Javé” ou “Eu Sou”. Na verdade, Novo Testamento, que contam a vida
apenas a declaração “Antes de Abraão e os ensinamentos de Jesus.
nascer, Eu Sou!” (Jo 8:58) é gramati­
calmente paralela a Êxodo 3:14. Termo pau-
EVANGELHO DE c r i s t o .
lino para a mensagem da salvação
A Ceia do Senhor. O
e u c a r is t ia .
(Rm 15:19; IC o 9:12; 2Co 2:12; 9:13;
termo é usado especialmente pelos 10:14; G1 1:7; Fp 1:27; lTs 3:2).
sacramentalistas.
EVANGELHO, IM PLICAÇÕES SOCIAIS
EUDEM ONISM O. Teoria ética que ava­ DO. Veja IM P L IC A Ç Õ E S SO C IA IS DO
lia as ações em termos de sua capaci­ EV A N G ELH O .
dade de produzir felicidade ou bem-
EVANGELHO SOCIAL. Dentro do li­
estar pessoal; a ênfase é sobre a vida
beralismo do final do século XIX e
controlada pela razão, em vez de na
início do século XX, uma tendência a
busca pelo prazer.
substituir o evangelho da regeneração
EUTANÁSIA. Literalmente, “boa mor­ por uma ênfase na transformação da
te”. E a tentativa de impedir que o sociedade por meio da alteração de
processo da morte seja desnecessaria­ suas estruturas.
EVANGELHOS SIN Ó PTICO S. Os três EVANGELISMO D E PODER. Evangelis-
evangelhos: Mateus, Marcos e Lucas. mo que procura persuadir por meio
Embora cada um tenha sua ênfase, de demonstração de sinais miracu­
abordam a vida de Cristo basicamente losos e maravilhas contemporâneas,
tendo como base posições similares. especialmente milagres de cura.
EVANGELICALISMO. Movimento do EVANGELISMO LOCAL. Testemunho
cristianismo moderno que enfatiza o realizado diretamente na localidade
evangelho do perdão e a regeneração onde se vive, em vez de em campos
por meio da fé pessoal em Jesus Cris­ no exterior.
to e que declara doutrinas ortodoxas.
EVANGELISMO M UNDIAL.Esforço para
EVANGELICALISMO LIBERAL. Movi­
converter o mundo não cristão à fé
mento bastante indefinido entre os
em Jesus Cristo.
evangélicos; ao mesmo tempo que
enfatiza a autoridade das Escrituras e EVANGELISMO PÓSTUM O . Doutrina
a necessidade de um relacionamento que afirma que aqueles que não ou­
pessoal com Cristo, está aberto a de­ viram o evangelho durante sua vida
senvolvimentos intelectuais moder­ terrena terão oportunidade de ouvir e
nos, particularmente no âmbito do escolher após esta vida.
criticismo bíblico e de outras visões
da expiação que diferem da teoria da EVANGELISTAS. Na igreja primitiva,
substituição penal. aqueles que primeiramente levaram
as boas-novas. Foram mencionados
EVANGÉLICO. Alguém que segue as
como um dos dons de Deus à igre­
crenças e práticas do evangelicalismo. ja (Ef 4:11). Os autores dos quatro
O termo também se aplica a qualquer
evangelhos também são chamados de
protestante ou membro de igreja
evangelistas. Hoje, o termo se refere a
evangélica.
qualquer pessoa que realiza a obra de
EVANGÉLICOS PÓS-CONSERVADORES. espalhar o evangelho, mas especial­
Teólogos e cristãos que, embora re­ mente os profissionais que não atuam
tenham a designação de evangélicos, em alguma igreja em particular, mas
modificaram a teologia evangélica tra­ que dedicam seu ministério inteira­
dicional em áreas doutrinárias como Es­ mente ao evangelismo.
crituras, natureza de Deus e a extensão
da salvação. Entre os principais teólogos EVENTOS H ISTÓ RICO S. Ocorrências
desse grupo bem livre de pensadores es­ reais e objetivas do passado.
tão Clark Pinnock e Stanley Grenz. EVIDÊNCIAS D O CRISTIANISM O. Dados
EVANGELISMO. Apresentação do evan­ factuais que apoiam as declarações do
gelho com o objetivo de levar o ou­ cristianismo; tais dados incluem pro­
vinte à fé em Jesus Cristo e, assim, à fecias cumpridas, milagres e algumas
salvação. descobertas arqueológicas.
EVOLUÇÃO. Processo pelo qual uma aconteceu como resultado da nature­
forma se desenvolve em outra; em za espiritual ou mental da realidade.
particular, a teoria biológica segundo
E X CATHEDRA. Literalmente, “do tro­
a qual todas as formas de vida se de­
no”; designação para as declarações
senvolveram a partir de formas mais
feitas pelo papa no exercício de sua
simples mediante diversos passos
função. Por tratar de questões de fé e
graduais.
moral, essas declarações são conside­
EVOLUÇÃO BIOLÓGICA. Desenvolvi­ radas infalíveis.
mento de formas biológicas mais
Ideia de que Deus está acima
EX LE G E .
complexas a partir de formas menos
ou além da lei e, portanto, não está
complexas.
sujeito a ela.
EVOLUÇÃO CRIATIVA. Visão de que
Deus produz tudo o que existe traba­ E X N IH IL O , CREATIO. Veja CREATIO EX
NIH ILO.
lhando de forma imanente por meio
das leis da natureza. Essa é uma varia­ E X OPERE OPERATO. Doutrina católica
ção da evolução teísta. romana que afirma que os sacramen­
EVOLUÇÃO NATURALISTA. Ideia de que tos agem “por sua conta” . Ou seja,
a evolução aconteceu por meio de leis contanto que não haja nenhum obs­
imanentes dentro do universo físico; táculo, o sacramento é eficaz em vir­
é simplesmente uma questão de áto­ tude do ato daquele que o administra
mos, movimento, tempo e acaso. e independentemente das qualifica­
ções do beneficiado.
EVOLUÇÃO TEÍSTA. Visão de que Deus
deu início à criação por meio de um EXCOMUNHÃO. Desligamento ou ex­
ato inicial e, então, trabalhou dentro pulsão de uma pessoa da comunhão
do processo de evolução para produzir da igreja.
os resultados desejados. Ele interveio EXEGESE. Obtenção do significado de
no processo para modificar o que es­ uma passagem ao extrair o significado
tava surgindo, mas nunca criou outra
do próprio texto, em vez de inseri-lo
vez. Em particular, criou a natureza
ali. (Veja e i s e g e s e ).
espiritual do homem (ou alma) dire­
tamente e, então, infundiu-a numa EXEGESE ESTRUTURAL (OU ESTRUTU-
forma física anteriormente existente. RALISTA). Abordagem interpretativa
que afirma que o texto bíblico tem
EVOLUCIONISM O EM ERGENTE. Ideia
significado independente do pro­
de que novas entidades estão surgin­
cesso de composição e da intenção
do dentro do processo evolucionário
do autor. Baseado na ideia de que
devido às forças criativas interiores.
existem certas estruturas recorrentes
EVOLUCIONISM O IDEALISTA. Visão se­ ou padrões de pensamento, tenta
gundo a qual a evolução é algo que encontrar os inter-relacionamentos
EXEGESE HISTÓRICO-GRAMATICAL 76

entre os elementos internos do texto ginado no período de conquista ou


(a estrutura superficial) e as realidades pouco depois.
antropológicas às quais esses elemen­
EXISTÊNCIA. Estado ou qualidade de
tos se referem (a estrutura profunda).
ser.
É comum considerar que o estrutura-
lismo tenha sido criado pelo linguista EXISTÊNCIA AUTÊNTICA. No existen-
suíço Ferdinand de Saussure. Ele faz cialismo, maneira de viver que ratifi­
uma abordagem sincrônica do texto, ca a individualidade e a liberdade de
em vez de uma abordagem diacrôni- uma pessoa. É o equivalente secular
ca, e é uma reação tanto ao método da salvação.
histórico-crítico quanto ao método EXISTÊNCIA D E DEUS, ARGUMENTOS

existencial de Rudolf Bultmann e dos EM FAVOR DA. Evidências racionais


pós-bultmanianos. organizadas para provar que Deus
existe.
EXEGESE HISTÓRICO-GRAMATICAL. In­
terpretação da Bíblia que enfatiza que EXISTÊNCIA INAUTÊNTICA. No pen­
uma passagem deve ser explicada à samento existencial, indisposição
luz de sua sintaxe, de seu contexto e de aceitar responsabilidade por si
de seu panorama histórico. mesmo. Pode implicar simples con­
formação à multidão ou desculpar o
EXEGESE TEO LÓ GICA. Em sentido ge­ comportamento de alguém com base
ral, a análise crítica das passagens em algum condicionamento genéti­
das Escrituras que se preocupa com co, psicológico ou social.
o estabelecimento de uma doutrina;
EXISTENCIAL SOBRENATURAL. No pen­
em sentido mais específico, análise
samento de Karl Rahner, a ideia de
crítica que, presumindo a unidade do
que cada pessoa possui dentro de si
cânon, busca explicar passagens à luz
o potencial de conhecer a Deus e que
das Escrituras como um todo. esse potencial já está em ação. Portan­
EXÉRCITO D E SALVAÇÃO. Organização to, não existe a ideia de estar total­
fundada por William Boothem 1865 mente separado da graça.
como um movimento essencialmente EXISTEN CIALISM O. Filosofia que en­
evangélico e teologicamente conser­ fatiza a existência acima da essência.
vador, que buscava ministrar às ne­ É o mesmo que dizer que a pergunta
cessidades reais das pessoas. Recebeu “Isto existe?” é mais importante que
o nome de Exército de Salvação em “O que é isso?”. Entre outros temas
1878. do existencialismo pode-se citar liber­
dade humana, subjetividade e irracio­
EXÉRCITOS, SEN H O R D O S. Nome de
nalidade.
Deus que o retrata como o chefe das
forças celestiais. Não aparece no Pen- . Expulsão de espíritos
e x o r c ism o

tateuco, tendo provavelmente se ori­ malignos de uma pessoa.


EXORCISTA. Aquele que realiza o exor­ EXPIAÇÃO ILIMITADA. Doutrina se­
cismo. gundo a qual Cristo morreu por todas
as pessoas, eleitas ou não.
EXORTAÇÃO. Fortalecimento de um
cristão por meio de advertência, con­ EXPIAÇÃO LIMITADA. Interpretação da
selho ou encorajamento. expiação de acordo com a qual Cristo
morreu apenas pelos eleitos.
EXORTAÇÃO, DOM D E. Um dos dons
espirituais mencionados em Romanos EXPIAÇÃO, TEORIA DA INFLUÊNCIA
12:8 — a habilidade especial de forta­ MORAL DA. Compreensão de que o
lecer outros por meio de advertência, propósito da morte de Cristo foi de­
conselho ou encorajamento. monstrar a nós o amor de Deus e, as­
sim, nos induzir a responder à oferta
EXPERIÊNCIA CRISTÃ. A experiência
de salvação de Deus.
dos cristãos. Está em consideração
mais do que uma simples experiência EXPIAÇÃO, TEORIA DA SATISFAÇÃO DA.
sensorial, incluindo a religiosa. Concepção de que a morte de Cris­
to foi um sacrifício feito a Deus em
EXPERIÊNCIA PÓS-CONVERSÃO. Expe­
pagamento da pena pelos erros que
riência cristã que ocorre após a con­
cometemos contra ele.
versão; em particular, a ideia de uma
obra especial ou batismo do Espírito EXPIAÇÃO, TEORIA DA SUBSTITUIÇÃO
Santo subsequente à conversão e à re­ PENAL DA. Ideia de que a morte de
generação. Cristo é o sacrifício oferecido como
pagamento pela pena de nossos pe­
EXPERIÊNCIA SUBJETIVA. Evento ou
cados. E aceita por Deus Pai como
ocorrência tão pessoal que não pode
cumprimento da pena que devería­
ser verificado por outros. Em outras
mos pagar.
palavras, não há objeto externo que
possa ser apontado por alguém para EXPIAÇÃO, TEORIA D O EXEM PLO DA.
verificação sensorial. Visão segundo a qual a expiação foi
um exemplo de dedicação ao Pai que
EXPIAÇÃO. Aspecto da obra de Cris­
Jesus nos deu e que, portanto, deve­
to, e particularmente sua morte, que
mos imitar.
torna possível a restauração da comu­
nhão entre indivíduos que creem e EXPIAÇÃO, TEORIA DO RESGATE DA.
Deus. O termo também se refere ao Noção de que o sangue de Cristo foi
cancelamento do pecado. Expiação um resgate pago a Satanás para que li­
contrasta com propiciação, que é o bertasse os humanos de seu controle.
aplacamento da ira divina.
EXPIAÇÃO, TEORIA GOVERNAMENTAL
EXPIAÇÃO, DIA DA.Dia no qual o sa­ DA. Ensinamento de que o principal
cerdote do Antigo Testamento fazia efeito da morte de Cristo foi demons­
expiação por todos os pecados do trar a santidade da lei de Deus e quão
povo (Lv 16). sério é transgredi-la.
EXPIAÇÃO UNIVERSAL. Teoria segun­ EXTRABÍBLICO . Pertencente a um ma­
do a qual Cristo morreu por todas as terial não encontrado na Bíblia.
pessoas.
EXTRANATURAL. Pertencente ao que
EXPIAÇÃO UNIVERSAL. Veja EXPIAÇÃO não se encaixa no universo físico, mas
ILIMITADA. que não necessariamente está num
plano superior.
EXPIAÇÃO VICÁRIA . Visão de que a mor­
te expiatória de Cristo aconteceu em EXTREMA-UNÇÃO. Veja UNÇÃO DOS
favor dos pecadores. ENFERMOS.

EXPOSIÇÃO. Interpretação, explicação


e esclarecimento de uma passagem
bíblica.
que questionou a doutrina da puni­

Ff ção eterna.

FARRER, AUSTIN (1904-1968).Filósofo,


teólogo e pastor anglicano que pas­
sou a maior parte de seu ministério
FAIRBAIRN, ANDREW MARTIN (1838-
em Oxford.
1912).Teólogo britânico cuja maior
contribuição foi sua obra sobre a FATALISMO. Crença de que tudo o que
consciência de Cristo. acontece é controlado por uma força
impessoal. Geralmente é uma visão
FALÁCIA GENÉTICA. Crença errônea de
filosófica pessimista.
que uma vez que tenhamos explicado
o que faz uma ideia ser sustentada, FÉ. Crença em algo ou alguém, e seu
determinamos sua veracidade ou fal­ subsequente compromisso. A base
sidade. da fé cristã para o relacionamento de
uma pessoa com Deus está especifi­
FALSOS CRISTOS. Pessoas que se declara­
camente na confiança completa em
rão falsamente como o Cristo nos últi­
Cristo e em sua obra.
mos tempos (Mt 24:5,24; Mc 13:22).
FÉ, CURA PELA. Prática de confiar que
FAMlLIA HUMANA. Veja H U M A N ID A D E
Deus curará miraculosamente o do­
SO LID Á R IA .
ente ou ferido com base na confiança
FARDO DO PECADO. O p o d e r d o p e c a ­ de que ele assim o fará.
d o d e r e a lm e n t e e sc r a v iz a r o u d o m i ­
FÉ, DOM DA. Um dos dons espirituais
n ar o p e cad o r.
mencionados em ICoríntios 12:9.
FARISEUS. Importante grupo religioso Envolve uma habilidade incomum
judeu da Palestina, presente do final ou notável de exercer a fé.
do século II a.C. até o final do sécu­
FÉ GERAL. Crença numa declaração
lo I d.C., cujo legalismo foi o alvo
ou conjunto de declarações; contrasta
dos ensinamentos de Jesus por várias
com a fé vital, que consiste em depo­
vezes. Seus líderes espirituais eram os
sitar a confiança numa pessoa.
escribas e seu ponto focal era a sina­
goga, sendo que seus maiores rivais, FÉ IMPLÍCITA. Doutrina que afirma
os saduceus, se concentravam mais que uma pessoa sem conhecimento
no templo. No início do século I d.C. explícito de Jesus Cristo pode, com
desenvolveu-se grande controvérsia base na revelação geral, exercer fé
nas fileiras farisaicas entre os seguido­ salvadora ao crer nas linhas gerais do
res do rabi Shammai, conservador, e evangelho.
os do rabi Hillel, menos rigoroso.
FÉ IN CO N SCIEN TE.Crença e compro­
FARRAR, FREDERICW ILLIAM (1831-1903). misso que existe à parte da capacidade
Ministro e teólogo anglicano liberal de raciocínio e do autoconhecimento.
Tem-se sugerido, por exemplo, que as tenciais problemas na formulação de
crianças batizadas possuem fé incons­ uma visão de inerrância, como o arre­
ciente. dondamento de números e o aparente
desacordo entre passagens.
FÉ VICÁRIA. Referência à doutrina
segundo a qual é possível ter fé em FERMENTO. Levedura. As Escrituras
favor de outra pessoa; em particular, costumam usar o termo para represen­
que é possível que pais tenham fé por tar o mal. Contudo, nem sempre esse
seus filhos. é o caso. Por exemplo, Mateus 13:33 o
usa como referência ao reino de Deus.
FÉ VITAL. Fé como confiança verda­
deira numa pessoa. Sinônimo de fé FERRÉ, FRED ER IC K (1933-). Filósofo
salvadora, derivado da palavra latina norte-americano da religião que fez
fiducia , o termo foi usado por Edward contribuições especiais para a com­
Carnell para indicar que a confiança preensão da natureza e da função da
de uma pessoa deve se basear numa linguagem teológica. Filho de Nels F.
fé geral ou numa crença de que algo é S. Ferré.
verdadeiro. A maioria dos teólogos or­
todoxos crê que a confiança na pessoa FERRÉ, NELS F. S. (1908-1971). Teólo­
de Cristo não pode ser destacada da go sueco-americano que enfatizou o
crença em certas verdades sobre ele. amor como princípio interpretativo
fundamental da teologia. A maior
FEBRONIANISM O. Movimento teológi­ parte de sua carreira de ensino se
co alemão do século XVIII iniciado passou na Faculdade de Teologia
por Johann Nikolaus von Hontheim, Andover Newton e na Universidade
que escreveu sob o pseudônimo de Vanderbilt. Suas obras mais conheci­
Justinus Febronius. A maior disputa das são Cristo e o cristão e A visão cristã
do febronianismo foi a contestação sobre Deus.
da doutrina da infalibilidade papal:
sustentava que grupos de cristãos, FESTA DO AMOR. Também chamadas

como os bispos agindo em conjunto, de “ágapes”. Refeição comum compar­


tinham mais poder que o papa. tilhada pelos membros da igreja primi­
tiva. Algumas vezes acontecia antes da
FELICIDADE. Senso de bem-estar ou Ceia do Senhor (IC o 11:20-21).
prazer.
FESTA FIXA. Feriado cristão que é sem­
FENOM ENOLOGIA. Filosofia que, em
pre observado na mesma data, como
sua forma contemporânea, baseada
o Natal. Uma festa móvel cai em datas
particularmente no pensamento de
diferentes a cada ano, como a Páscoa.
Edmund Husserl, busca isolar a ques­
tão da existência dos objetos e intuir FESTAS. Veja FESTIVAIS.
suas essências puras.
FESTAS CRISTÃS. Dias de celebração
FENÔM ENOS DAS ESCRITURAS. Carac­ em que se comemoram eventos espe­
terísticas das Escrituras que são po­ ciais do Ano Cristão.
FESTAS DO ANTIGO TESTAMENTO. Três truição e que, portanto, está destina­
festivais anuais em que os hebreus se do à ruína eterna (2Ts 2:3). O termo
reuniam em Jerusalém para celebrações é aplicado ajudas em João 17:12.
especiais: Páscoa (festa dos pães asmos
FILH O S D E DEUS. No Novo Testamen­
ou pães sem fermento), Primícias (fes­
to, os cristãos. Essa expressão também
ta das semanas) e o dos Tabernáculos
indica um relacionamento singular
(festa das cabanas) (Dt 16:16).
com Deus, e é usada em relação a
FESTAS MÓVEIS. Feriados cristãos cujas Israel, a reis e especialmente a Jesus,
datas exatas são determinadas pelas com referência à sua divindade.
fases da lua. Assim, caem em datas di­
FILH O DO HOM EM . Título cristoló-
ferentes a cada ano, como a Páscoa.
gico relativamente enigmático que
FESTIVAIS.Ocasiões especiais de cele­ Jesus costumava usar em relação a si
bração, normalmente em comemora­ mesmo. Usando o texto de Daniel
ção a um evento significativo. 7:13-14 como pano de fundo, parece
indicar alguém que tem as mesmas
FEUERBACH, LUDWIG (1804-1872). Fi­
prerrogativas de Deus.
lósofo alemão do século XIX. Ele
sustentava que a ideia de Deus é uma FILH O ESPIRITUAL.Indivíduo influen­
invenção humana — o homem cria ciado pelo ministério de uma pessoa;
Deus à sua própria imagem. particularmente, aquele que veio a
conhecer a Cristo através desse mi­
Visão de que os objetos da
FID EÍSM O .
nistério.
crença religiosa e do compromisso
devem ser aceitos pela fé em vez de FILIAÇÃO. Relacionamento singular
provados pela razão. com o Pai, que qualifica uma pessoa
para certas prerrogativas.
FID ELIDA DE. Lealdade de Deus para
com seu povo com base no compro­ FILIO Q U E.Literalmente “e do Filho”,
misso estabelecido por meio da alian­ termo presente nas versões latina e
ça firmada, assim como uma lealdade ocidental do Credo niceno. Refere-se
similar da parte do povo de Deus ao ao conceito de que o Espírito Santo
compromisso com ele. procede tanto do Pai como do Filho.
Ausente na forma original do credo,
FILACTÉRIOS. Caixinhas de couro con­
filioque parece ter sido inserida pela
tendo tiras de pergaminho com certas
primeira vez no Concilio de Tole­
passagens bíblicas daTorá (Mt 25:3).
do (589). A igreja oriental ou grega
Os judeus usavam os filactérios du­
não aceitou esse ensinamento, e essa
rante suas orações matinais e eram
diferença foi o principal ponto dou­
atados no braço esquerdo e na testa.
trinário envolvido na separação das
FILH O DA PERDIÇÃO. Alguém cuja igrejas do oriente e do ocidente em
vida é controlada pelas forças da des­ 1054.
Seguidores de Filipe Me-
f iu p is t a s . substâncias. Baseia-se especialmen­
lanchthon, considerados pelos gnesio- te no pensamento de Alfred North
luteranos, ou “luteranos autênticos”, Whitehead.
como abertos demais a um compro­ FILOSOFIA TEÍSTA. Filosofia que inclui
misso com o catolicismo romano. a crença num Deus pessoal.
FILO D EALEXAN D RIA(C. 2 0A .C -42D .C .). FIM DO MUNDO. A conclusão da his­
Filósofo judeu que mesclou o pen­ tória terreal. No pensamento cristão,
samento do Antigo Testamento com acontecerá na segunda vinda de Cristo.
o estoicismo e o platonismo gregos.
Crença num Deus
FIN ITISM O TEÍSTA.
Muito da exposição cristã primitiva
pessoal limitado. Entre os expoentes
das Escrituras foi influenciado por
dessa posição, que também é conhe­
sua obra.
cida como teísmo finitista, é Edgar
FILO SO FIA. Literalmente, “amor pela Sheffield Brightman.
sabedoria”. Reflexão sobre algumas
Crença em um Deus fini­
FIN ITISM O .
das principais questões da vida, in­ to ou limitado.
cluindo o que é real, como a ver­
dade pode ser conhecida e o que FIN ITUD E, ANSIEDADE DA. Veja PECA­

devemos fazer. DO, TEORIA DA ANSIEDADE DA FIN I-


TUDE.
FILOSOFIA ANALlTICA. Tentativa de
FINNEY, CHARLES GRANDISON (1792-
desviar o foco da filosofia para longe
1875). Pastor, evangelista e teólogo
de suas questões tradicionais (o que
norte-americano, professor e presi­
é certo, o que é verdadeiro, o que é
dente da Faculdade Oberlin. Ensina­
belo), voltando-o simplesmente para
va um sistema arminiano de teologia
o significado e a função da linguagem.
e uma visão perfeccionista da santi­
O termo está ligado especialmente a
ficação.
um movimento do século XX.
FIRMAMENTO. No pensamento hebrai­
FILOSOFIA DA RELIGIÃO. Escrutínio co, o vazio aparente no qual as nuvens
filosófico e reflexão sobre a natureza e as luzes do céu se encontram.
e as bases da religião. Como tal, é um
ramo da disciplina mais ampla da fi­ FLÁCIO, MATIAS (1520-1575). Teólogo
losofia. luterano nascido na Croácia que li­
derou um grupo chamado gnesiolu-
FILOSOFIA DO JUÍZO FINAL. Crença de teranos (os “luteranos autênticos”).
que a história chegará a um fim de­ Opunham-se a Filipe Melanchthon
sastroso. e a seus seguidores (os filipistas) por
serem muito conciliatórios com os
FILOSOFIA DO PROCESSO. Sistema me­
católicos romanos.
tafísico que enfatiza o crescimento,
o progresso e a evolução, em vez de Clérigo
FLETCHER, JO SE PH (1905 1991).
concentrar-se nas entidades fixas ou episcopal do século XX e principal
defensor da ética situacional, visão se­ fo rça sD O m a l . Satanás, seus demô­
gundo a qual o bem é relativo à situa­ nios e outros que fazem sua vontade,
ção. A única medida real de bondade sejam indivíduos, sejam estruturas da
ou retidão de uma ação é se aquilo é a sociedade.
coisa mais amorosa a se fazer sob cer­ FORÇAS ESPIRITUAIS D O MAL. Forma
tas circunstâncias. No final da vida, de oposição contra a qual o cristão
desprezou a religião como base para deve lutar (Ef 6:12).
a ética.
FORÇAS SATÂNICAS. Demônios aliados
FLEW .ANTONY (1923-2010). Filósofo do em apoio a Satanás.
século XX pertencente à escola analí­
FORMA. Em Platão, é a essência real
tica; segundo ele, o papel da filosofia
de uma coisa; ela existe independen­
é analisar a linguagem.
temente de entidades concretas indi­
FOGO ETERNO . Punição eterna pre­ viduais. Em Aristóteles, a forma de
parada para o Diabo, seus anjos e os alguma coisa é o princípio pelo qual
seres humanos maus (Mt 25:41). ela é organizada; forma contrasta com
aquilo que é organizado, a saber, a ma­
FOGO QUE NUNCA SE APAGA. Metáfora téria. Veja também d e u s , f o r m a d e .
sobre a natureza infindável da puni­
FORMA CONGREGACIONAL D E GOVER­
ção à qual os pecadores serão sub­
NO ECLESIÁSTICO . Formato que enfa­
metidos. João Batista declarou que o
tiza a autonomia, a independência e a
Messias que está por vir queimará a autoridade da igreja local.
palha num fogo que nunca se apaga
FORMA FINAL. Na revelação progressi­
(Lc 3:17).
va, a última e definitiva expressão de
FÔLEGO DA VIDA. Referência ao ato uma doutrina.
de Deus de conceder vida ao humano
FORMAS PLATÔNICAS. As essências pu­
(Gn 2:7).
ras e imutáveis das coisas; elas existem
FONTES EXTRABÍBLICAS. Outras fontes independentemente de quaisquer ins­
que não a Bíblia. tâncias empíricas. Exemplos: huma­
nidade, brancura, cadeiridade.
Materiais pro­
f o n t e s e x t r a c r is t ã s .

duzidos por não cristãos. FORMAS TRANSIENTES. Expressões tem­


porárias ou localizadas que não fazem
FORÇA ESPIRITUAL. Capacidade de en­
parte da essência da mensagem.
volver-se efetivamente nas dimensões
sobrenaturais da vida, incluindo o FÓRM ULA BATISMAL. Declaração for­
ministério espiritual. O termo tam­ mal pronunciada em conjunto com a
bém se refere ao poder de alguém ou administração do batismo nas águas.
alguma coisa não vista, seja divina, FÓRMULA D E CONCÓRDIA. Veja CON­
seja satânica. CÓRDIA, FÓRMULA DE.
FORNICAÇÃO. Em sentido amplo, que ficou preso num campo de con­
imoralidade sexual de todo tipo; em centração alemão, descobriu o papel
sentido específico, relação sexual central da esperança na vida humana.
voluntária entre pessoas solteiras. Desenvolveu seu sistema de logotera-
O sentido específico contrasta com
pia com base naquelas experiências.
adultério, que é um ato similar rea­
lizado por uma pessoa casada com FREUDISM O. Tanto a teoria psicológica
outra que não seja seu cônjuge. da personalidade humana como a for­
ma de psicoterapia desenvolvida por
FORSYTH, PETER TAYLOR (1848-1921).
Teólogo congregacional evangélico Sigmund Freud (1856-1939). Divide
inglês. a psique humana em id, ego e supere-
go, e vê a energia sexual como a força
f o r t i t u d e . Uma das sete virtudes
motriz da personalidade humana.
capitais: força de mente que capacita
uma pessoa a enfrentar a adversidade FRUTO DA JU STIÇA . As boas obras da
com coragem. vida cristã (Fp 1:11).
FO SD ICK , HARRYEM ERSON (1878-1969). FRUTO DO ESPÍRITO . Grupo de virtu­
Teólogo, pregador e escritor norte- des espirituais apresentado por Paulo
americano que fez bastante para po­ em Gálatas 5:22-23; por exemplo,
pularizar o liberalismo. Lecionou no amor, alegria e paz.
Union Theological Seminary e serviu
como pastor na Riverside Church na FUNCIONALISM O. Aspecto do prag­
cidade de Nova York. matismo filosófico de acordo com o
qual o significado ou a verdade de
FOX, GEORGE (1624-1691). Cidadão
uma proposição são as conseqüências
inglês que fundou a Sociedade dos
Amigos (os quacres). que advêm dela. O funcionalismo
enfatiza aquilo que acontece (verbos)
FRANCISCO D E ASSIS (1182-1226).Santo em vez de a natureza das coisas (pro­
medieval católico que enfatizou a imi­ nomes e adjetivos).
tação de Cristo por meio de pobreza
absoluta, humildade e simplicidade, FUNÇÕES TRINITARIANAS . Papéis de
e que teve grande amor e apreço pela Deus considerados a obra conjunta
natureza. das três pessoas da Trindade.
FRANCKE, AUGUST HERMANN (1663- FUNDACIONALISM O. Visão de conhe­
1727). Um dos líderes do pietismo cimento na qual certas crenças não
luterano. Pastor, professor da Univer­ são justificadas por outras proposi­
sidade de Halle e escritor, ele também ções, e todas as outras proposições são
fundou diversas instituições de ensino
justificadas por derivação daquelas.
e de caridade.
No fundacionalismo clássico as fun­
FRANKL, VIKTOR (1905-1997). Psiquia­ dações fornecem certeza ao serem in-
tra judeu que, durante o período em dubitáveis, incorrigíveis ou evidentes
aos sentidos, e as outras proposições FUNDAM ENTOS. Série de artigos im­
são derivadas delas por dedução. pressos em doze volumes que expõe as
doutrinas básicas da fé cristã. Publica­
f u n d a m e n t a l i s m o . Movimento teo­
da originalmente e n t r e l 9 1 0 e l 9 1 5 e
lógico conservador que teve início nos
associada ao fundamentalismo, a série
Estados Unidos no final do século XIX
defendeu a ortodoxia protestante con­
e continuou a exercer grande influência
tra o liberalismo. O termo também se
durante o século XX. Insistia que certas aplica aos princípios fundamentais de
doutrinas básicas ou “fundamentos” de­ qualquer sistema ou corpo de conhe­
vem ser preservados, como a inerrância cimento
das Escrituras e o nascimento virginal
de Cristo. Nos últimos anos, o termo FUTU RISM O . Interesse e estudo do
futuro.
passou a ser associado a uma mentali­
dade particular de separação, legalismo FUTURÍSTICO. Pertencente ao futuro, ou
e até mesmo obscurantismo. moderno ou avançado por natureza.
Impor­
GERHARD, JO H A N N (1582-1637).

Çg tante teólogo luterano cuja influência


sobre o luteranismo é vista por alguns
estudiosos como excedida apenas por
Martinho Lutero e Martin Chemnitz.
GAEBELEIN, ARNO CLEM ENS (1861-1945). Sua maior obra foi um sistema de
Professor de Bíblia e conferencista dogmática intitulado Loci Theologici.
que contribuiu grandemente para o
G ESCHICHTE. Palavra alemã com
desenvolvimento do movimento fun-
significado de “história”, que Ru-
damentalista. Ficou especialmente
dolf Bultmann usou para se referir
conhecido por seu interesse e traba­
à “história significativa” ou ao efeito
lho sobre profecia e Israel.
subjetivo interior sobre uma pessoa.
GALICANISMO. Movimento francês Geschichte é diferente de Historie, ou
que objetivava diminuir a autoridade simples história, que é o fato objetivo
papal e aumentar o poder do Estado da ocorrência de um evento.
sobre a igreja.
G ILL, JO H N (1697-1771).Pastor batista
GEENA. Transliteração do hebraico para escocês do século XVIII. Grande au­
“vale de Hinom” (2Rs 23:10). Passou a todidata, foi escritor prolífico e teólo­
representar o estado espiritual final do go hipercalvinista.
ímpio (Mt 10:28; Mc 9:43).
GLADDEN, W ASHINGTON (1836-1918).
GÊNERO. Tipo distinto ou categoria Ministro congregacional que muito
de composição literária. contribuiu para a popularização da
teologia liberal e do evangelho social.
G EN TIO . Aquele que, por raça, não é
judeu. GLASTONBURY. Cidade em Somerset,
Inglaterra, que foi um grande centro
GERAÇÃO ETERNA. Compreensão do
de peregrinação na Idade Média devi­
relacionamento entre os membros da
do à informação de que seu mosteiro
Trindade de acordo com a qual a fi­
fora fundado por José de Arimateia.
liação da Segunda Pessoa é anterior à
Encarnação (Jo 1:18; ljo 4:9). GLÓRIA. Bilho, grandeza ou esplen­
dor; um dos atributos ou qualidades
GERAÇÃO. Ato de gerar; também um
de Deus.
período, um grupo de indivíduos que
vive em determinada época, ou um GLORIFICAÇÃO. Passo final no proces­
grupo de indivíduos no mesmo está­ so de salvação; envolve a finalização
gio de descendência de um ancestral da santificação e a remoção de defici­
comum. ências espirituais.
GERADO. Criado por ou derivado de. GLORIFICAÇÃO A DEUS. Ato de dar
Veja também u n i g ê n i t o . louvor e glória a Deus.
GLORIFICAÇÃO DA ALMA. Referência à Bultmann foram seguidas por alguns
perfeição futura das qualidades espiri­ pós-bultmanianos.
tuais de uma pessoa.
GOMARUS, FRANCISCUS (1563-1641).
GLORIFICAÇÃO DO CORPO. Referência Teólogo calvinista holandês que se
ao ato de receber um corpo novo e opôs à visão de Armínio. Desempe­
indestrutível. nhou papel de destaque no Sínodo de
Dort, mas não conseguiu convencer o
. Referên­
g l o r if ic a d o c o m c r is t o
sínodo a adotar sua variedade supra-
cia ao fato de que aqueles que sofrem
lapsariana de calvinismo.
com Cristo também serão glorificados
com ele (Rm 8:17). A glorificação, as­ Teólogo e
G OTTSCH ALK (C. 805-869).

sim como outras facetas da salvação, é monge que aparentemente foi a pri­
um resultado da união com Cristo. meira pessoa a ensinar a dupla pre­
destinação.
GLOSSOLALIA. Prática de falar em
línguas (At 2; IC o 12; 14). Alguns GOVERNO. Organização ou estrutura
cristãos a consideram um dom do governamental de uma igreja local ou
Espírito Santo a ser praticado ainda de uma associação de igrejas.
hoje. governo d i v i n o . Providência de

GNESIOLUTERANOS. Grupo do século Deus em termos de seu direciona­


XVI cujos seguidores se consideravam mento de todas as coisas para os fins
os verdadeiros seguidores de Marti­ que ele escolheu.
nho Lutero, ou os “luteranos autên­ GOVERNO EPISCOPAL. Forma de go­
ticos”, em contraste com os filipistas, verno da igreja que atribui ao bispo o
seguidores de Filipe Melanchthon, a posto de maior autoridade.
quem consideravam muito propenso
a ceder ao catolicismo romano. GRAÇA. O tratamento imerecido que
Deus concede aos humanos; é sim­
G NO STICISM O . Movimento surgido plesmente um transbordamento da
no início do cristianismo, já no sécu­ bondade e da generosidade de Deus.
lo I, que 1) enfatizava uma verdade
especial elevada que apenas os mais GRAÇA, ALIANÇA DA. Veja ALIANÇA DA
GRAÇA.
iluminados recebiam de Deus; 2) en­
sinava que a matéria é má; e 3) negava GRAÇA BARATA. Aceitação do perdão e
a humanidade de Jesus. dos dons de Deus sem arrependimen­
to e obediência. O conceito foi desen­
GOGARTEN, FRIEDRICH (1887-1968).
volvido por Dietrich Bonhoeffer em
Teólogo alemão que migrou do li­
sua obra Discipulado.
beralismo para a neo-ortodoxia e
para uma defesa da demitologização GRAÇA COM UM. Graça estendida a to­
de Rudolf Bultmann. Suas críticas a das as pessoas por meio da providência
geral de Deus, como a provisão de sol GRAÇA SANTIFICADORA. No catolicis­
e chuva para todos. No pensamento de mo romano, a graça concedida pelos
John Wesley, o termo pode referir-se à sacramentos, equivalente ao que os
graça preveniente que vem sobre todas protestantes chamam de justificação
as pessoas e as restaura a um ponto no e santificação.
qual sejam capazes de crer.
GRAÇA SUFICIEN TE. Referência ao fato
GRAÇA EFICAZ. Referência ao fato de de que a graça de Deus é adequada
que aqueles a quem Deus escolheu para salvar a pessoa que crê.
para a vida eterna certamente crerão
GRAÇA TRANSFORMADORA. A imereci­
e serão salvos. Alguns usam o termo
da obra divina de regeneração.
graça irresistível, mas esse é um con­
ceito mais negativo. GRAÇA UNIVERSAL. Veja GRAÇA CO­
MUM.
GRAÇA ESPECIAL. Graça por meio da
qual Deus redime, regenera e santifi- GRANDE COM ISSÃO. Ordem de Cristo
ca seu povo. aos seus discípulos para evangelizar o
GRAÇA GRATUITA. Expressão usada mundo (Mt 28:19-20).
por John Wesley para enfatizar que GRANDE d r a g ã o . O Diabo (Ap 12:3).
o dom universal da graça de Deus
não depende de forma alguma do GRANDE TRIBULAÇÃO. Período sem
mérito humano. Também usada no paralelo de grande angústia e inquie­
final do século X X por Zane Hodges tação no final dos tempos.
para afirmar que o arrependimento e GRANDES AVTVAMENTOS. Dois reaviva-
a obediência não são exigidos para a mentos religiosos ocorridos nos Esta­
salvação. dos Unidos, aproximadamente entre
GRAÇA IRRESISTÍVEL. Veja GRAÇA EFI­ 1735-1743 e 1795-1830.
CAZ. GRANDEZA D E DEUS. Veja DEUS, GRAN­
GRAÇA, M EIOS DE.Canais pelos quais DEZA DE.

Deus concede bênçãos aos huma­ g rebel, co nrad (c. 1498-1526). Fun­
nos, como os sacramentos ou, mais dador do movimento anabatista suíço
informalmente, a oração e o estudo e da primeira congregação da Igreja
bíblico. Livre.
No movimen­
g r a ç a p r e v e n ie n t e .
GREGO. Língua indo-europeia na
to wesleyano ou no arminianismo, a
qual o Novo Testamento foi escrito
crença de que, embora todas as pes­
(o dialeto utilizado em particular foi
soas iniciem a vida com uma natu­
o coiné).
reza pecaminosa, Deus restaura cada
indivíduo a um ponto no qual existe GREGÓRIO D E NAZIANZO (C. 330-389).
suficiente capacidade de crer. Um dos teólogos capadócios cuja for­
mulação da doutrina da Trindade veio reação contra grupos mais litúrgicos.
a ser adotada como visão ortodoxa. Os puritanos na Inglaterra são um
exemplo.
GREGÓRIO DE NISSA (C. 330-395). Um
dos teólogos capadócios cuja formu­ GUERRA. Conflito armado entre na­
lação da doutrina da Trindade veio a ções.
ser adotada como visão ortodoxa.
GUILHERM E D E OCKHAM (C. 1285 1349).
GREGÓRIO I, O GRANDE (C. 540-604). Teólogo medieval inglês grandemen­
Papa cujo pontificado (590-604) te influenciado por João Eriúgena
costuma marcar o início do período Scotus. Era contrário à teologia de To­
medieval da igreja. más de Aquino, insistindo que a razão
GROTIUS, HUGO (1583-1645). Jurista e não pode nos dar conhecimento de
estadista holandês. Sua maior contri­ Deus, pois tais coisas só podem ser al­
buição à teologia se deu no desenvol­ cançadas por meio de revelação e fé.
vimento da teoria governamental da GUTIERREZ, GUSTAVO (1928 ). Teólogo
expiação, que sustenta que o principal católico latino considerado a maior
propósito da expiação foi demonstrar voz da teologia da libertação.
a seriedade da lei e do pecado.
GUYON, MADAME (1648-1717). Mística
GRUPO DE OXFORD. Veja M O RA L, REAR­
francesa que enfatizava a importân­
M A M EN TO .
cia de lutar pela perfeição espiritual,
GRUPOS CRISTÃOS NÃO LITÜRGICOS. entendida como um amor desinteres­
Agrupamentos que não praticam uma sado por Deus e obediência completa
forma fixa de adoração, às vezes em a ele.
apóstolos teriam recitado o hallel ao

Hh final da última ceia (Mt 26:30).


HALLOWEEN. Nome dado ao dia 31 de
outubro, a véspera do Dia de Todos
os Santos.
HABILIDADE ESPIRITUAL. Capacidade
HAMILTON, W ILLIAM (1924-).Um dos
de entender e responder aos assuntos
mais conhecidos defensores da teo­
sobrenaturais.
logia da morte de Deus (ou teologia
h a b i t a ç ã o . Presença de Cristo ou do secular), que prosperou brevemente
Espírito Santo na vida do cristão. em meados da década de 1960.

HADES. Palavra grega usada na Sep- HARE, RICH ARD MERVYN (1919-2002).

tuaginta como tradução do hebrai­ Filósofo analítico britânico do sécu­


co sheol, o lugar dos mortos. Em lo XX.
Mateus 11:23, Lucas 10:15 e Lucas HARNACK, ADO LF VON (1851-1930).
16:23 ela representa o lugar de puni­ Teólogo luterano liberal alemão e es­
ção do ímpio. tudioso do Novo Testamento que le­
cionou em Leipzig, Giessen, Marburg
HADES, DESCID A AO. Em formas pos­
e Berlim. Sua obra mais influente foi
teriores do Credo apostólico, ensina­
O que é o cristianismo? (1901).
mento de que Jesus, no período entre
sua morte e ressurreição, desceu ao HARTSHORNE, CHARLES (1897-2000).

Hades e pregou ali. A evidência bíbli­ Aluno de Alfred North Whitehead e


ca citada inclui Salmos 16:10, Efésios filósofo do processo que contribuiu
4:8-10, 1Tim óteo3:16, lPedro3:18- grandemente para a formação da teo­
logia do processo. Lecionou nas uni­
19 e 4:4-6. Alguns teólogos, porém,
versidades de Chicago e do Texas e na
acreditam que essas passagens não
Universidade Emory.
se referem à descida ao Hades, mas
à descida de Jesus à terra para pregar HEBRAICO. Idioma falado pelos he-
durante sua vida ou à sua libertação breus. Concernente aos hebreus.
da morte. HEBREU. Relativo aos hebreus. Antigo
HAGIÓGRAFO. Termo que significa nome dado a Abraão e seus descen­
“escritor sagrado”, e é aplicado a cada dentes.
autor inspirado por Deus para escre­ H EDON ISM O. Filosofia de vida que vê
ver a Bíblia. o prazer como o bem supremo.
H A LLEL. “Louvor” em hebraico. E HEGEL, GEORG W ILHELM FRIEDRICH
o conjunto dos salmos de louvor (1770-1831). Filósofo idealista alemão
(113— 118), recitados nas seguintes cujas visões inspiraram tanto o idea­
festas judaicas: Páscoa, Tabernáculos, lismo absoluto (teoria segundo a qual
Pentecostes e Dedicação. Jesus e os toda realidade é mental e orgânica
por natureza) como o materialismo deuses; basicamente, a crença de que
dialético. há diferentes deuses para diferentes
povos ou nações.
HEGELIANISM O . Filosofia de Georg
Hegel e seus seguidores; em particu­ HENRY, CARL F. H. (1913-2003). Teólogo
lar, a visão de que a história é deter­ batista e foi um dos fundadores do
minada por padrões inatos de tese, Novo Evangelicalismo; é considera­
antítese e síntese. Também inclui a do por muitos como o principal teó­
ideia de que toda realidade e toda logo da segunda metade do século
XX. Foi o primeiro editor da revista
história são orgânicas por natureza e
Christianity Today.
que a realidade é basicamente uma
grande mente. HERANÇA. Posses recebidas por um
herdeiro como resultado de um tes­
H EIDEGGER, MARTIN (1889-1976). Filó­
tamento ou processo legal.
sofo existencialista alemão do século
XX que exerceu considerável influên­ HERANÇA D O PECADO DE ADÁO. Re­
cia sobre a teologia. ferência à ideia de que, por causa do
pecado de Adão (o pecado original
HEILSG ESC H IC H TE. Termo alemão ou primeiro pecado), todas as pes­
que significa “história da salvação”. soas são agora culpadas. Essa doutrina
Certos teólogos do século XX, como também é conhecida como imputa-
Oscar Cullmann e Gerhard von Rad, ção do pecado adâmico.
veem a Bíblia basicamente como “his­
H ERDEIROS COM CRISTO . Veja CO-
tória da salvação”, a história contínua
-ERDEIROS COM CRISTO.
da atividade redentora de Deus. Em
vez de usar textos específicos como HERESIA. Crença ou ensinamento que

prova das doutrinas da teologia, in­ contradiz as Escrituras e a teologia


terpretam as Escrituras de maneira cristã.
geral ou básica. H ERESIA CRISTO LÓGICA. Visão que se
desvia da formulação ortodoxa em re­
HEIM, KARL (1874-1958). Teólogo lute­
lação à pessoa e à obra de Cristo.
rano alemão que lecionou em Halle,
Münster e Tübingen. Suas contribui­ H ERÉTICO . Relativo a qualquer visão
ções particulares foram na questão de que tenha sido oficialmente condena­
relacionar a teologia e as Escrituras da por grupo dotado de autoridade.
com a ciência. H ERM ENÊUTICA. Ciência da interpre­
HELENISTA. Pertencente às práticas tação das Escrituras.
ou modos de pensar dos gregos, es­ H ERM ENÊUTICA DA SUSPEITA. Abor­
pecialmente depois de Alexandre, o dagem que procura por motivações
Grande. ocultas em textos e ações.
HENO TElSM O. Crença em um deus H ERM ENÊUTICA, NOVA. Veja NOVA
sem rejeitar a existência de outros H ERMENÊUTICA.
HERODIANO. Judeu partidário da fa­ (Geena) passou a representar o lugar
mília de Herodes e favorável ao domí­ de punição eterna.
nio do Império Romano na Palestina
h i p e r c a l v i n i s m o . Forma exagerada
nos dias de Jesus (Mt 22.16).
de calvinismo que se recusa a chamar
HERRMANN, W ILHELM (1846-1922). Aca­ o pecador que ouve o evangelho a se
dêmico liberal alemão do século XIX, arrepender e crer, pois isso implicaria
que passou a maior parte de sua car­ na possibilidade de que o pecador
reira em Marburgo. tem, por si mesmo, essa capacidade.

HESICASM O. Movimento monástico HIPERDULIA. Na teologia católica ro­


cristão que desenvolveu uma série de mana, veneração oferecida à virgem
exercícios espirituais cujo propósito Maria, maior que a oferecida aos
era produzir um encontro místico. santos e anjos (dulia) e menor que a
Seus partidários assumiam postura dirigida a Deus (latria).
contemplativa que incluía o direcio­ HIPOCRISIA. De uma palavra que sig­
namento do olhar para a região do nifica “desempenhar um papel”, re­
umbigo. Por conta disso, foram apeli­ presentando a si mesmo como outra
dados de “egocêntricos”. pessoa e melhor do que realmente é.
H IC K .JO H N (1922-). Filósofo da religião H IPÓ LITO (C. 170-236). Presbítero de
do século XX, que talvez seja mais co­ fala grega da igreja de Roma que lide­
nhecido nos círculos teológicos pela rou um cisma contra o bispo Calixto.
publicação de O mito do Deus encar­ Seus escritos mais significativos fo­
nado e por sua defesa do pluralismo ram Uma refutação a todas as heresias,
religioso. A tradição apostólica e um comentário
ao livro de Daniel.
HIERARQUIA. Sistema de governo da
igreja que tem uma série de níveis, no HIPÓSTASE. De uma palavra grega
qual é concedida mais autoridade aos para “substância” ou “natureza”, a
níveis mais elevados. natureza real ou essencial de algo,
distinta de seus atributos. No pen­
HIN D UÍSM O .Religião oriental que
samento cristão, o termo é usado em
inclui em seus ensinamentos a reen-
referência a qualquer uma das três
carnação, o carma e o mocsa, que é
pessoas distintas da Trindade, espe­
a absorção do indivíduo no todo da
cialmente a Cristo, a Segunda Pessoa
realidade; essa absorção põe fim ao
da Trindade, em suas naturezas divina
ciclo de nascimento e renascimento.
e humana.
H INO M , VALE DE. Vale a sudoeste de
H IPÓ TESE. Proposição cuja verdade
Jerusalém. Nos dias dos reis malignos
precisa ser testada.
de Judá, era o local onde se realizavam
sacrifícios de crianças. Por causa dis­ H IPÓ TESE DOCUM ENTAL. Teoria se­
so, a transliteração do nome hebraico gundo a qual o Pentateuco é uma
compilação de diversas fontes escri­ H OCKING, W ILUAM ERNEST (1873 1966).
tas, geralmente representadas pelas Filósofo idealista norte-americano
letras J, E, D e P. que procurou estender a filosofia para
além do mundo acadêmico, particu­
h is t ó r ia c ó s m ic a . História da cria­
larmente para o âmbito da religião.
ção como um todo.
Sua alegação de que os missionários
HISTÓRIA UNIVERSAL. Todos os even­ deveriam se envolver em trabalho so­
tos do passado, presente e futuro. No cial envolveu-o nos debates entre libe­
pensamento de Wolfhart Pannenberg rais e conservadores. Suas principais
e de seu círculo, Deus trabalha e reve­ obras sobre religião foram O significa­
la a si mesmo em toda a história, em do de Deus na experiência humana, A
vez de simplesmente pelos atos reden- natureza humana e sua reconstrução e
tivos registrados nas Escrituras. Religião viva e umafé mundial.
HISTÓRIAS APOTEGMÁTICAS. De acor­
HODGE, ARCHIBALD ALEXANDER (1823-
do com a interpretação da crítica da
1886). Teólogo reformado do século XIX
forma da Bíblia, histórias que forne­
que lecionou no Seminário Princeton,
cem o ambiente histórico para dizeres
levando adiante a tradição reformada
e pronunciamentos, em especial os de
exposta por seu pai, Charles Hodge.
Jesus nos Evangelhos.
H O DG E, CHARLES (1797-1878). Estudio­
HISTÓRIAS DE MILAGRES. Veja NARRA­
so da teologia sistemática do Semi­
TIVAS DE MILAGRES.
nário Princeton no século XIX. Sua
H ISTORICISM O, NOVO. Variação do teologia sistemática apresentava uma
pós-modernismo. Em contraste com profunda teologia reformada.
o historicismo antigo, que procurava
HOFMANN, JOHANN CHRISTIAN KONRAD
reconstruir exatamente o que havia
acontecido no passado, o novo histo­ VON (1810-1877). Teólogo luterano
ricismo pode recriar a história ao rees- alemão frequentemente considera­
crevê-la de maneira criativa, de modo do o mais importante da escola de
a se encaixar em crenças atuais. Erlangen. Concentrou-se naquilo
que, mais tarde, passou a ser conhe­
H ISTÓRICO. Pertinente a eventos que cido como Heilsgeschichte.
já ocorreram.
H O LIN ESS.Movimento na tradição
Palavra alemã para “histó­
H ISTO R IE.
de John Wesley que enfatizava a san­
ria”. Rudolf Bultmann e outros de sua
tificação total e a perfeição cristã.
escola usaram o termo para se referir
Originou-se nos Estados Unidos em
ao que de fato ocorreu e que pode ser
meados do século XIX. O termo tam­
investigado pelo método histórico.
bém se refere a movimentos dentro
HISTORIÓGRAFO. Aquele que se en­ do cristianismo que enfatizam forte­
volve no processo de escrever ou es­ mente a santificação total e uma vida
tudar a história. de separação e piedade.
HO LISM O. Variedade de coerentismo HOM EM ESSENCIAL. Veja HUMANIDA­
na qual a medida da verdade de uma DE ESSENCIAL.
proposição é sua coerência com todas
HOM EM EXISTENCIAL. Veja HUM ANI­
as outras proposições. DADE EXISTENCIAL.

HOLOCAUSTO. Referência à persegui­


HOM EM EXTERIO R. Expressão paulina
ção e ao genocídio de judeus pela concernente ao aspecto da natureza
Alemanha nazista durante a Segunda humana que pode ser desgastado, en­
Guerra Mundial. O termo também se quanto o cristão é renovado interna­
refere ao sacrifício no qual a vítima mente (2Co 4:16).
era totalmente consumida no altar.
hom em , i d a d e D O . Alusão à questão
HOM EM. A mais elevada das criações sobre há quanto tempo as formas ge­
terrenas de Deus — somente o ho­ nuinamente humanas existem sobre
mem foi feito à imagem de Deus. O a terra.
termo também é usado para referir-se
Local da regenera­
h o m e m in t e r io r .
ao ser humano do sexo masculino em
ção divina no ser humano (Rm 7:22;
contraste com a mulher, o ser huma­
2Co 4:16; E f 3:16).
no feminino.
HOM EM M O DERNO . Aquele que aceita
HOM EM DA INIQÜIDADE. O anticristo
as crenças e os modos de pensar e agir
(2Ts 2:3). da sociedade contemporânea.
HOM EM, DESENVOLVIMENTO INTRA-
HOM EM NATURAL. A pessoa que, não
ESPECÍFICO D O .Referência à ideia
tendo o Espírito Santo, não aceita e
de que tem havido crescimento e
não pode compreender as coisas que
desenvolvimento dentro da espécie
vêm do Espírito, porque elas preci­
humana; contrasta com a ideia de
sam ser discernidas espiritualmente
desenvolvimento a partir de ou para
(IC o 2:14). E o homem em sua con­
outra espécie. dição não redimida, fora da salvação
HOM EM , DIVINDADE D O . Referência à em Jesus Cristo.
ideia encontrada particularmente no HOM EM, NATUREZA COMPOSTA DO.
liberalismo religioso segundo a qual Referência à ideia de que a natureza
cada humano tem um elemento do humana abrange componentes mate­
divino dentro de si. riais e imateriais.
HOM EM DO PECADO. Outra tradução HOM EM , NATUREZA ESSENCIAL D O . O
da menção de Paulo ao anticristo homem como originalmente criado;
(2Ts 2:3). “Homem da iniqüidade” é contrasta com o homem como hoje o
uma tradução melhor. vemos, no estado decaído.
HOMEM, D OUTRINA DO. Entendimen­ HOM EM, NATUREZA IMATERIAL DO.
to teológico da natureza humana e do Parte ou aspecto da natureza humana
destino. que sobrevive à morte.
HOMEM, NATUREZA MATERIAL DO. násio e seus seguidores, para enfatizar
Parte ou aspecto da natureza humana que Jesus é da mesma natureza que
que está sujeita à morte física. o Pai.
hom em , n o v o . Termo usado por HOM OSSEXUALIDADE. Atração sexual
Paulo para se referir ao ser humano entre pessoas do mesmo sexo. Isso é
regenerado (E f4:22-24; Cl 3:9-10). orientação sexual. Uma pessoa que de
fato participa de atos sexuais físicos
hom em , q ueda d o . Veja QUEDA.
com alguém do mesmo sexo está en­
HOM EM, QUESTÃO DA ORIGEM DO. volvida em prática homossexual.
Tema que analisa se o homem foi
H ON ESTID ADE. Veracidade, franqueza
criado diretamente por Deus ou se
e lealdade em todas as apresentações e
descende de alguma outra forma de
vida na totalidade da natureza huma­ atividades comerciais de uma pessoa.
na ou na natureza física. HONRA. Respeito e estima concedida

HOMEM, VELHO. Termo usado por a uma pessoa, organização ou objeto.


Paulo para se referir ao ser humano H OO KER, RICHARD (C. 1554-1600). Teó­
náo regenerado ou ao homem longe logo e apologista anglicano que reagiu
da salvaçáo em Cristo (Rm 6:6; Ef aos puritanos em favor do anglicanis-
4:22-24; Cl 3:9-10); contrasta com o mo. Sua obra mais importante foi Leis
novo homem. da política eclesiástica.
HOMEM, VISÁO NATURALISTA D O . Ideia HOSANA. Forma grega de uma sauda­
de que o homem é simplesmente uma ção hebraica que significa “Salva-nos,
parte da natureza. suplicamos-te”. Todas as seis ocorrên­
HOM ILÉTICA. Ciência e arte de prepa­ cias da expressão no Novo Testamen­
ração e pregação de sermões. to estão ligadas à entrada triunfal de
Jesus em Jerusalém.
HO M ILÉTICO . Pertinente à pregação
ou ao estudo da pregação. HOSTES CELESTIAIS. Os anjos de Deus.

H O M O IO U SIO S. Expressão usada pelos HÓSTIA. Pequena bolacha ou pão que,


semiarianos para significar que Jesus acredita-se, torna-se o corpo de Cris­
não era igual a Deus, mas similar a to na Ceia do Senhor.
Deus em natureza.
HÓSTIA, CONSAGRAÇÃO DA. Veja CON­
H O M OLOGOUM ENA. Textos do Novo SAGRAÇÃO DA HÓSTIA.
Testamento universalmente reconhe­ HUBMAIER, BALTHASAR (C. 1480-1528).
cidos pela igreja como canônicos. O Reformador alemão, escritor e um
termo contrasta com antilegomena, dos primeiros anabatistas. Foi tor­
textos sobre os quais houve alguma
turado, preso e então executado por
discussão.
sua crença e pregação do batismo de
Termo usado por cris­
H O M O O U SIO S. quem professa sua fé de forma cons­
tãos ortodoxos, particularmente Ata- ciente.
HUM ANIDADE. Toda a raça humana, de ateísmo. Ou pode se referir a uma
ou a essência da natureza humana. filosofia que prega que, embora exista
um ser superior, os humanos devem
h u m a n i d a d e CAÍDA. A raça humana
ser destacados e mais valorizados que
em sua condição depois da Queda.
o ser superior.
h u m a n i d a d e D E CRISTO . Referência
Ideia de que,
HUM ANISMO c r i s t ã o .
ao fato de que Jesus Cristo assumiu com base nos ensinamentos do cris­
uma natureza humana plena, ainda tianismo, os seres humanos devem ser
que não decaída. altamente valorizados.
ESSENCIAL. A huma­
h u m a n id a d e
HUM ANISMO SECULAR. Filosofia que,
nidade conforme pretendida e criada embora negue quaisquer entidades
por Deus, em contraste com a nature­ religiosas ou sobrenaturais, está preo­
za humana como existe após a Queda. cupada e comprometida com os seres
HUM ANIDADE EXISTENCIAL. Natureza humanos.
humana conforme encontrada no es­ HUM E, DAVID (1711-1776). Filósofo es-
tado atual dos seres humanos. cocês da escola empirista. Seu efeito
HUMANIDADE PRÉ-ENCARNADA. Re­ sobre a religião é mais plenamente
visto em suas críticas às provas da
ferência à crença de que Jesus era
existência de Deus e sua negação da
humano antes de sua concepção e nas­
possibilidade de milagres.
cimento como Jesus de Nazaré — ele
trouxe sua natureza humana com ele. HUM ILDADE. Qualidade de não se
considerar mais que deveria, não ser
HUM ANIDADE SOLIDÁRIA. A raça hu­
excessivamente preocupado com o
mana como um todo, considerada
bem-estar e reputações próprios.
como unida na experiência comum.
HUMILHAÇÃO D E JE SU S CRISTO . Veja
HUM ANISMO. Estudo e interesse na
CRISTO, HUMILHAÇÃO DE.
humanidade. Pode também se referir
a uma filosofia que afirma que os se­ Filó­
H USSERL, ED M U N D (1859-1938).
res humanos são os seres mais eleva­ sofo alemão de grande destaque na
dos, o que, nesse caso, é uma forma fenomenologia.
mais é senão uma coleção de pensa­
mentos ou ideias mentais.

IDEALISM O HEGELIANO. Também co­


nhecida como idealismo absoluto, é
uma filosofia segundo a qual toda rea­
IBN RUSHD. Outro nome de Averróis. lidade é orgânica, semelhante a uma
ICH TU S. Ou “ichtys”, palavra grega grande mente.
para “peixe”. Trata-se do acrônimo IDEALISM O LOTZEANO. Também co­
formado pelas iniciais da frase Iesous nhecido como idealismo pessoal, é
Christos Theou Uios Soter (Jesus Cris­ uma filosofia segundo a qual a reali­
to Filho de Deus Salvador). dade é pessoal ou social; apenas pes­
ÍCON E. Representação religiosa em soas ou personalidades são reais.
pintura ou relevo de alguma persona­ IDEALISM O PESSOAL. Filosofia que
lidade sagrada usada nas igrejas orien­ enfatiza que a derradeira realidade é
tais (ortodoxas). de pessoas ou “eus”. Essa visão está
ICONOCLASTIA. Literalmente, “que­ particularmente associada ao pensa­
brar imagens” ; prática de destruir mento de Borden Parker Bowne, Ed­
imagens num esforço para erradicar gar ShefField Brightman e L. Harold
a idolatria. Em 754, o Concilio de DeWolf.
Constantinopla sancionou legalmen­ p l a t ô n i c o . Filosofia se­
id e a l is m o
te à iconoclastia. A Reforma praticou gundo a qual as abstrações ou os valo­
uma forma mais positiva de icono­ res são mais reais que instâncias espe­
clastia ao enfatizar as Escrituras e o cíficas ou entidades.
sacerdócio de todos os crentes. Figu­
id e l a s PLATÔNICAS. O s abstratos uni­
rativamente, o termo indica oposição
versais ou as essências puras, como a
à visão comumente aceita.
brancura e a humanidade, em relação às
Ação instantânea, ao contrário
ICTO . quais as coisas existentes são avaliadas.
de um processo.
IDENTIDADE, LEI DA. Princípio lógica
IDADE DO ENTENDIM EN TO. Idade na segundo o qual A é A.
qual a pessoa se conscientiza do que
IDENTIFICAÇÃO COM CRISTO . A união
é certo ou errado e, assim, torna-se
de Cristo com aquele que crê. A dou­
responsável por seus atos.
trina é baseada nas muitas declarações
IDEALISM O. Qualquer filosofia que bíblicas relacionadas ao fato de o cris­
enfatize a dimensão mental ou espiri­ tão estar em Cristo e de Cristo estar
tual como mais real que a material. no cristão.
Filosofia se­
IDEALISM O BERKELIANO. IDOLATRIA. Adoração de um ou mais
gundo a qual toda realidade nada ídolos.
Qualquer coisa que não seja
ÍD O LO . siástico. Também chamado de “regi­
Deus e à qual se presta adoração devi­ mento”, “estatuto”.
da apenas ao Todo-poderoso.
IGREJA DA UNIFICAÇÃO. Seita do sé-
IGNORÂNCIA. Falta de conhecimento. culo XX fundada na Coreia por Sun
Nas Escrituras, é uma forma de pe­ Myung Moon. O grupo afirma que
cado e também base para ele, mas de a obra de redenção de Jesus foi ape­
um tipo menos culpável que o pecado nas espiritual, pois ele não se casou.
deliberado. Consequentemente, deve haver ainda
IGREJA. Aqueles que verdadeiramente outro messias, o senhor do segundo
creem em Cristo. O termo é usado advento, que trará a redenção física.
no Novo Testamento tanto em senti­ Na obra Princípio divino, Moon deixa
do universal (todos os cristãos) como implícito que o senhor do segundo ad­
em sentido restrito (um grupo parti­ vento nascerá na Coreia e que todas as
cular de cristãos reunidos em deter­ religiões serão reunidas debaixo dele.
minado lugar). Seus seguidores creem que Moon seja
esse messias. Adeptos do movimento
IGREJA, ARREBATAMENTO DA. Ideia de receberam considerável publicidade,
que, em sua segunda vinda, Cristo le­
apesar do fato de que haja menos de
vará a igreja para estar com ele. Nor­
um milhão de membros.
malmente, a noção é de que a igreja
será removida para que seja poupada IGREJA D E CRISTO, CIENTISTA. Veja
da grande tribulação. Veja também CIÊNCIA CRISTÃ ( a IGREJA DE CRISTO,

ARREBATAMENTO. CIENTISTA).

IGREJA DE JESU S CRISTO DOS SANTOS


IGREJA, AUTORIDADE NA. Direito de
determinar as crenças e práticas den­ DOS ÚLTIMOS DIAS. Veja MORMONISMO.

tro da igreja. Em última análise, essa IGREJA, DISCIPLIN A DA. Orientação


autoridade pertence a Deus, mas exis­ ativa da igreja sobre a conduta de seus
te dúvida se ela deve ser exercida pelo membros. O termo costuma pressu­
clero, por certos líderes leigos escolhi­ por conotação negativa, a saber, ins­
dos ou por todos os crentes. trução com objetivo de correção ou
IGREJA CATÓLICA ROMANA. Veja CATO­ até mesmo excomunhão.
LICISMO ROMANO.
IGREJA DO SU L DA ÍNDIA. Grupo for­
IGREJA CONGREGACIONAL. Igreja OU mado em 1947 pelas igrejas meto­
grupo de igrejas que pratica a forma dista, congregacional, presbiteriana e
congregacional de governo eclesiástico. anglicana no sul da índia.

IGREJA, CONSTITUIÇÃO DA. Documen­ IGREJA, D OUTRINA DA. Princípios rela­


to que detalha os procedimentos que tivos à natureza, função, organização
dirigem o trabalho de um grupo ecle­ e aos sacramentos da igreja.
IGREJA E ESTADO, QUESTÃO ENTRE. Unidos e a Igreja Metodista Episco­
Tema que trata do relacionamento pal.
entre a autoridade da igreja e a do Es­
IGREJA NÃO DENOM INACIONAL. Igreja
tado. Veja também s e p a r a ç ã o e n t r e
que não se identifica com nenhuma
IGREJA E ESTADO.
posição confessional ou organizacio­
A igreja como de
ig r e ja e m p ír ic a . nal em particular. Às vezes pode se
fato é encontrada na história e na ex­ identificar como uma comunidade
periência humana. ou igreja bíblica.
IGREJA ESPIRITUAL. Veja INVISÍVEL, IGREJA NO LAR. Grupo informal de
IGREJA. cristãos que se reúne em casas parti­
IGREJA, EXTENSÃO DA. Fundação de culares em vez de nos edifícios ecle­
novas congregações por parte de igre­ siásticos para oração, estudo, adora­
jas estabelecidas. ção e comunhão. Às vezes a igreja no
lar pode fazer parte de uma comuni­
IGREJA, GOVERNO DA. Sistema por dade maior que se reúne como um
meio do qual as igrejas são organizadas todo em outros momentos.
para levar adiante sua atividade. Os
principais tipos de governo eclesiás­ IGREJA, OFICIAIS DA. Aqueles que pos­
tico (episcopal, presbiteriano, con- suem alguma autoridade particular,
gregacional) diferem quanto a quem tanto dentro da igreja quanto no rela­
possui autoridade na igreja. cionamento entre várias igrejas.

IGREJA INSTITUCIONAL. A igreja for­ IGREJA, O FÍCIO S DA. Posições que en­

mal, visível e organizada. Contrasta volvem autoridade e dão estrutura à


com a igreja espiritual, que consiste igreja.
de todos os cristãos verdadeiros, se­ A igreja que exis­
ig r e ja o r g a n iz a d a .
jam ou não identificados como tais. te em forma visível, com estrutura de
IGREJAS LIVRES. Igrejas que não estão governo e lista oficial de membros.
ligadas a nenhuma estrutura estatal e IGREJA, PAIS DA.Líderes da igreja do
que tradicionalmente se opuseram a
período imediatamente posterior à
tais associações.
era do Novo Testamento.
IGREJA LOCAL. Ou “congregação lo­
IG R EJA P R E SB IT E R IA N A O R T O D O X A .
cal”. O corpo de cristãos organizados
Grupo que surgiu em 1936 a partir
em um local específico para comu­
da Igreja Presbiteriana dos Estados
nhão, adoração, evangelismo e ativi­
Unidos da América. Depois da sepa­
dades relacionadas.
ração, John Gresham Machen (1881-
IGREJA METODISTA UNIDA. Denomi­ 1937) e outros criaram o Seminário
nação formada nos Estados Unidos de Westminster e uma junta missio­
pela união dos Irmãos Evangélicos nária independente.
IGREJA PRIMITIVA. A igreja do período IMACULADA CO N CEIÇÃO . Doutrina

inicial da era cristã, também chamada católica romana segundo a qual Ma­
de igreja do Novo Testamento, igreja ria foi preservada do pecado original,
do livro de Atos e igreja do século I. embora tenha experimentado os efei­
tos temporais do pecado de Adão.
IGREJA UNIDA D E CRISTO . Denomina­ Os textos bíblicos normalmente usa­
ção formada nos Estados Unidos por dos como fundamentação são Gê­
uma mescla de igrejas congregacio- nesis 3:15 e Lucas 1:28. O dogma
nais, evangélicas e reformadas. foi proclamado pelo Papa Pio IX,
em 1854.
IGREJA UNIDA DO CANADÁ. Denomi­
nação formada no Canadá por uma d e d e u s . Aquilo que dis­
im a g e m

união de presbiterianos, metodistas e tingue os seres humanos do restan­


congregacionais em 1925. te das criaturas de Deus: o homem
é criado à própria imagem de Deus
IGREJA UNIVERSAL. Ideia segundo a
(Gn 1:26).
qual a igreja é composta por todos os
crentes, de todos os lugares. im a g e m d e d e u s , v is ã o e s t r u t u r a l

OU SUBSTANTIVA DA. Ideia de que a


IGREJA VERDADEIRA. Uma igreja que imagem de Deus é uma qualidade ou
se destaca por ser genuína ou por um conjunto de qualidades, físicas ou
possuir as marcas da igreja. A defini­ psicológicas, presentes na pessoa.
ção de autenticidade ou das marcas
IMAGEM D E DEUS, VISÃO FUNCIONAL
da igreja varia de uma denominação
DA. Conceito segundo o qual a ima­
para outra.
gem de Deus não é algo intrínseco
IGREJA VISÍVEL. A igreja organizada e da natureza humana, mas algo que o
oficial na terra. homem faz.

ILUMINAÇÃO. A obra do Espírito San­ IMAGEM DE DEUS, VISÃO RELACIONAL


to de dar entendimento quando a Es­ DA. Ideia de que a imagem de Deus
critura é lida ou ouvida. não é inerente à pessoa, mas que está
presente quando o indivíduo se coloca
ILUMINAÇÃO SOBRENATURAL. Ilumi­ num relacionamento em particular.
nação especial do Espírito Santo que
leva o beneficiário para além do co­ IMAGEM FORMAL D E D EU S. Nos textos
nhecimento humano normal. de Emil Brunner, a ideia de que, em­
bora os pecadores estejam afastados
ILUM INISM O . Movimento filosófico de Deus, eles ainda se relacionam
do século XVIII, ocorrido especial­ com ele ou se colocam diante dele.
mente na Alemanha e na França. Foi São seres racionais, responsáveis e li­
racionalista e frequentemente hostil à vres. A imagem formal contrasta com
religião. a imagem material, os atos de resposta
a Deus, ou seja, o ato de os humanos IMORTALIDADE CO N DICIO NA L. Ideia
serem moldados por Deus em um es­ de que, antes da Queda, Adão e Eva
tado perfeito. tinham a capacidade de viver para
sempre, contanto que satisfizessem as
IMAGENS, VENERAÇÃO DE. Prática
exigências de Deus e obedecessem a
de dirigir honra a Deus, a anjos ou
seus mandamentos. O termo também
a santos por meio de representações
se aplica à variação do aniquilacionis-
visuais.
mo, de acordo com a qual a imorta­
Expressão latina que sig­
IM AG O D EI. lidade é um dom especial concedido
nifica “imagem de Deus”. ao cristão; os descrentes simplesmen­
IMANÊNCIA. Presença e atividade de
te deixarão de existir no momento da
Deus dentro da criação e da história morte.
humana. Referência
im p a s s ib il id a d e d iv in a .

im a n e n t is m o . Crença na imanência à ideia de que Deus não é afetado por


divina. nada que ocorre no mundo; em espe­
cial, ele não experimenta sofrimento
IMATERIALIDADE D E DEUS. Veja DEUS, ou dor.
IMATERIALIDADE d e .
IM PECABILIDADE. Liberdade do pe­
IMENSIDADE DED EUS. Veja DEUS, IMEN­ cado.
SIDADE DE.
im p e c a b iu d a d e d e c r is t o . Veja c r i s ­
IM ENSURABILIDADE D E DEUS. Veja to , IMPECABILIDADE DE.
DEUS, IMENSURABILIDADE DE.
. De acordo
im p e r a t iv o c a t e g ó r ic o
IMERSÃO. Forma de batismo na qual com Immanuel Kant, uma ordem
a pessoa é completamente submersa moral de obrigação incondicional e
em água. universal.
Condição de algo que
im in ê n c ia .
IM PIEDADE. Ausência ou oposto de
pode acontecer a qualquer momento
uma semelhança com Deus em as­
ou que está prestes a acontecer. Quan­
suntos espirituais ou morais.
do aplicada à segunda vinda, o termo
significa que Cristo pode voltar a qual­ ÍM PIO. Aqueles que não foram justifi­
quer momento. Alguns que defendem cados nem perdoados.
essa última visão afirmam, porém, que
IMPLICAÇÃO LÓGICA. Relacionamen­
uma seqüência de eventos pode estar
to entre duas proposições por meio
vinculada à segunda vinda.
do qual se a primeira for verdadeira, a
IMITAÇÃO DE CRISTO. Veja CRISTO, segunda também deve ser.
IMITAÇÃO DE.
IMPLICAÇÕES SOCIAIS DO EVANGELHO.
Condição de ser ca­
im o r t a l id a d e . Princípios que a mensagem cristã
paz de viver para sempre. necessariamente exige em relação
a atitudes individuais e coletivas e IM U NDO . Pertinente à pessoa ou ao
ações relacionadas às questões da so­ objeto que, de algum modo, está em
ciedade. violação das exigências rituais da lei
de Israel.
IMPOSIÇÃO D E MÃOS. Prática de tocar
cerimonialmente uma pessoa que está IM UTABILIDADE D E DEUS. Veja DEUS,
sendo consagrada ou ordenada. IMUTABILIDADE DE.

IMPRECAÇÃO. Pronunciamento de mal­ INÁCIO D E LOYOLA (1491-1556). Fun­


dição ou juízo sobre alguém ou algu­ dador da Sociedade de Jesus (os je­
ma coisa, especialmente o envio de suítas). Sua experiência mística tor­
uma pessoa ao inferno. nou-se a base de Exercícios espirituais,
IM PULSOS NATURAIS.Tendências que um manual de espiritualidade.
temos simplesmente em virtude de INCAPACIDADE TOTAL. Inabilidade hu­
nossa natureza humana pecaminosa. mana de fazer qualquer coisa meritó­
IMPUTAÇÃO. Atribuição ou transfe­ ria à vista de Deus por meio de esfor­
rência do pecado ou da retidão de ços próprios.
uma pessoa para outra. INCEN SO, OFERTA D E. Veja OFERTA DE
IMPUTAÇÃO CON DICIONA L D E PECA­ INCENSO.
DO. Ideia de que o pecado de Adão na
IN CIRCU N CISO S. Os gentios.
Queda é imputado a seus descenden­
tes, mas só se torna efetivo quando Re­
in c o m p r e e n s ib il id a d e d e d e u s .

eles o ratificam através de seu próprio ferência ao fato de que Deus não pode
pecado ou pela falha em refrear sua ser entendido por suas criaturas.
própria natureza pecaminosa.
IN CO M UN ICÁVEIS, A T R IB U TO S. Veja
IMPUTAÇÃO DA CULPA. Declaração se­ ATRIBUTOS INCOMUNICÁVEIS DE DEUS.
gundo a qual uma pessoa é culpada
com base na atitude de outra pessoa. INCORRUPTÍVEL. Não sujeito à morte,
destruição ou decadência.
IMPUTAÇÃO DA RETIDÃO D E CRISTO.
Ato de Deus de creditar a retidão INDEPENDÊN CIA D E D EU S. Veja DEUS,

de Cristo aos pecadores que creem e INDEPENDÊNCIA DE.

aceitam esse dom. IND ETERM INISM O . Filosofia segundo


a
IMPUTAÇÃO, DOUTRINA DA. Tanto a qual o comportamento humano não
justificação do fiel com base na retidão é completamente causado por fatores
de Cristo como a condenação do des­ físicos ou psicológicos predisponen-
crente com base no pecado de Adão. tes; nossas ações são basicamente uma
questão de nossa própria vontade.
IM UNDÍCIA. Condição de estar em
violação das exigências rituais da lei INDIGNAÇÃO JUSTA. Ira justa diante de
de Israel. um erro cometido.
INDIVIDUALISMO. Ênfase nas situa­ xarão de realizar seu propósito, ainda
ções, ações e vontades do indivíduo, que, até certo ponto, erros factuais
em vez de nas do grupo. estejam envolvidos.
INDULGÊNCIA. No catolicismo roma­ INERRÂNCIA LIMITADA. Referência à
no, remissão de conseqüências tempo­ crença de que a inerrância da Bíblia
rais (especialmente o purgatório) de é de alguma forma limitada. Uma
pecados anteriormente perdoados. versão comum diz que a Bíblia é iner-
INERRÂNCIA. Referência à doutrina rante em suas referências teológicas
segundo a qual a Bíblia não contém ou salvíficas, mas não em suas refe­
erros. rências a assuntos ligados à história e
à ciência.
INERRÂNCIA, ABORDAGEM ABSTRATA
DA. Posição segundo a qual o fenô­ Visão segundo a
in e r r â n c ia p l e n a .

meno problemático presente nas qual a Bíblia é completamente verda­


Escrituras não precisa ser explicado. deira em tudo o que ensina, mas que
Baseia-se na crença de que as evidên­ nem todas as suas alusões precisam
cias a favor da inspiração e a conse­ ser consideradas afirmações.
qüente inerrância são abundantes.
INFALIBILIDADE. Referência à doutri­
INERRÂNCIA, ABORDAGEM DA H ARM O­ na segundo a qual a Bíblia é infalível
NIZAÇÃO M ODERADA DA. Tentativa de em seu propósito. Em alguns usos do
reconciliação de passagens difíceis ou termo, a autoridade da Bíblia pode
aparentemente conflitantes das Es­ estar restrita aos assuntos da salvação.
crituras, que pode ser feita de modo
aceitável com os dados de que se dis­ i n f a l i b i l i d a d e p a p a l . Doutrina cató­

põe; caso não haja indicação de que lica romana, de 1870, segundo a qual
há dados suficientes, nenhum esforço o papa é infalível quando fala ex cathe-
explanatório é realizado. dra, ou seja, em sua posição oficial.
INERRÂNCIA, ABORDAGEM HARMO- INFERNO. Lugar da punição futura do
N lSTIC A DA.Tentativa de resolver as ímpio ou do descrente; é um lugar de
dificuldades que passagens aparen­ grande agonia no qual Deus está to­
temente conflitantes ou imprecisas talmente ausente.
apresentam para a doutrina da iner­
rância das Escrituras. INFIDELID ADE. Ato de não cumprir
promessas ou compromissos firma­
INERRÂNCIA ABSOLUTA. Visão segun­ dos. Infidelidade pode se referir a um
do a qual a Bíblia fala de forma es­
tipo de pecado: traição ou deslealdade
pecífica e conclusiva sobre todos os
contra Deus. Também pode ser usada
assuntos e é totalmente verdadeira
em referência aos relacionamentos
em todas as áreas.
humanos, especificamente à violação
INERRÂNCIA D E PROPÓ SITO. Visão de votos de compromisso exclusivo
segundo a qual as Escrituras não dei­ ao parceiro conjugal.
INFRALAPSARISMO. Forma de calvinis- INSPIRAÇÃO CONVERGENTE. Processo
mo segundo o qual o decreto da Que­ por meio do qual Deus revelou ver­
da precedeu logicamente o da eleição. dades simultaneamente ao ato de o
Portanto, a ordem dos decretos de autor bíblico ser motivado a escrever.
Deus é: 1) criar os seres humanos; 2)
INSPIRAÇÃO PLENÁRIA. Visão segun­
permitir a Queda; 3) salvar alguns e
do a qual toda a Escritura é inspira­
condenar outros e 4) prover salvação
da, e não apenas certos livros, certas
apenas para os eleitos.
partes de um livro ou certos tipos de
INIQÜIDADE. Falha em se conformar material.
ao padrão moral de Deus. O termo INSPIRAÇÃO, TEORIA DA ILUMINAÇÃO
também se aplica ao pecado e enfatiza DA. Ideia de que a obra de inspiração
o desvio de um curso correto. Pode do Espírito Santo simplesmente ele­
assim referir-se à injustiça, à falha em vou os poderes normais dos autores
satisfazer o padrão de justiça ou à fal­
das Escrituras. Ele não lhes deu ne­
ta de integridade.
nhuma orientação específica em rela­
INÍQUO, o. O anticristo (2Ts 2:8). ção àquilo que escreveram.
INSPIRAÇÃO, TEO RIA DA INTUIÇÃO
INJUSTIÇA. Falha em conceder a alguém
aquilo que é justamente merecido. DA. Ideia de que a inspiração envolve
simplesmente um alto grau de insight
INQUIETAÇÃO. Ansiedade sobre even­ religioso.
tos ou possibilidades específicos.
INSPIRAÇÃO, TEORIA DINÂMICA DA.
INRI. Abreviação da frase latina Iesus Visão segundo a qual Deus guiou o
Nazarenus Rex Iudaeorum (Jesus Na­ autor bíblico aos conceitos que deve­
zareno, Rei dos Judeus), que Pôncio riam ser registrados, mas não à real
Pilatos mandou escrever na placa so­ escolha das palavras.
bre a cruz de Cristo, informando o
motivo de sua condenação (Jo 19:19; INSPIRAÇÃO, TEORIA DO DITADO DA.

v. tb. Lc 23:38). Visão segundo a qual Deus realmente


ditou as palavras exatas que os autores
INSENSIBILIDA DE. Crescente resistên­ bíblicos registraram.
cia aos apelos e às declarações de Cris­
to à medida que a pessoa continua no INSPIRAÇÃO, TEO RIA VERBAL DA. Dou­
pecado. trina segundo a qual o Espírito Santo
guiou de tal modo o autor bíblico que
INSPIRAÇÃO. Em sentido estrito, a
até mesmo as palavras e os detalhes
ação do Espírito Santo sobre os au­
são aquilo que Deus desejava que fos­
tores bíblicos, garantindo que escre­
se escrito.
veram a Palavra de Deus (2Tm 3:16).
Em sentido extenso, referência a qual­ INSPIRAÇÃO VERBAL. Referência à
quer coisa que mexe com uma pessoa doutrina segundo a qual o Espírito
ou a motiva. Santo guiou de tal modo os autores
das Escrituras que até mesmo as pa­ com ele; Deus não é impassível, dis­
lavras escolhidas estavam de acordo tante ou imutável.
com a intençáo de Deus.
INTERPRETAÇÃO. Maneira de enten­
INSPIRADO POR D EU S.Referência à der ou explicar uma passagem escrita
inspiração divina na Bíblia (2Tm ou um conceito.
3:16).
INTERPRETAÇÃO ALEGÓRICA. Método

Tra­
IN ST IT U T A S DA RELIG IÃO CRISTÃ. de interpretação bíblica que tenta en­
tado teológico escrito por João Cal- contrar um significado mais profun­
vino que se tornou o grande padrão do que o literal.
doutrinário da igreja reformada. INTERPRETAÇÃO D E LÍNGUAS, DOM DE.

INSTRUM ENTALISMO. Na filosofia Dom espiritual que envolve a capaci­


pragmática, a crença de que as ideias dade de entender e, assim, dar senti­
somente são válidas se levarem a uma do àquilo que foi falado numa língua
ação útil. estranha (IC o 12:10,30; 14:13, 26-
28). Pode ser possuído por aquele que
INTEGRIDADE D E DEUS. Veja DEUS, IN ­ fala essa língua ou por outra pessoa.
TEGRIDADE DE.
INTERPRETAÇÃO IDEALISTA DA ESCA-
INTELIGÊNCIA. Qualidade da natu­ TOLOGLA. Abordagem que considera
reza humana que é parte da imagem o material apocalíptico presente na
estrutural de Deus, a capacidade de Bíblia relacionado a verdades atem­
conhecer e entender a verdade. porais, mas não a eventos específicos
dentro da história. É a visão simbólica
INTENÇÃO EFICAZ. Referência à cren­
da escatologia ou de Apocalipse.
ça católica romana segundo a qual se
um sacerdote planeja administrar um INTERPRETAÇÃO TIPOLÓGICA. Com­
sacramento, esse sacramento é valido preensão de acontecimentos e pessoas
ainda que o sacerdote esteja distraído do Antigo Testamento como anteci­
na administração dele. Isso eqüivale a pação simbólica de ocorrências do
dizer que ele não precisa estar cons­ Novo Testamento.
ciente de sua intenção em todos os IN TE RP RETIC S.Termo usado por
momentos do sacramento. Frederick Ferré para referir-se ao re­
INTERCESSÃO DE CRISTO . Referência à lacionamento entre unidades de lin­
doutrina segundo a qual o atual mi­ guagem (“signos”) e o intérprete. E
nistério de Cristo em favor dos cris­ similar ao uso que Charles Morris faz
tãos inclui a mediação em favor deles do termo pragmática.
diante do Pai. INV ISIBILIDADE D E DEUS. Veja DEUS,
INVISIBILIDADE DE.
INTERDEPENDÊNCIA DE DEUS. Na teo­
logia do processo, a conexão de Deus INVISÍVEL, IGREJA. Todos os cristãos
com o mundo e seu envolvimento verdadeiros de todas as épocas. E
invisível porque não se reúne nem bora todos sejam, por criação, filhos
se encontra (pelo menos não antes de Deus, a verdadeira irmandade está
do escatom) e porque não podemos presente apenas entre aqueles que cre­
distinguir aqueles que realmente cre­ em em Cristo.
em dos que simplesmente professam
IRMÃO. Termo às vezes usado pelos
acreditar.
cristãos ao se referirem uns aos outros.
INVOCAÇÃO D O S SANTOS. Pedido aos
IRMÃOS DA VIDA COM UM . Sociedade
cristãos no céu que intercedam em
religiosa na Holanda do século XIV
favor do peticionário.
ao início do século XVII. Enfatizava
IP SISSIM A VERBA. As verdadeiras pala­ o zelo religioso e a pureza moral, e
vras faladas por Jesus. combinava misticismo e filantropia.
Tomás de Kempis foi talvez o mem­
A essência ou o senti­
IP SISSIM A VOX.
bro mais famoso desse movimento.
do das palavras faladas por Jesus.
IRMÃOS DE PLYMOUTH. Grupo que
IRA D E DEUS. Oposição e ódio de
se originou em Dublin, Irlanda,
Deus pelo mal, juntamente com sua
mas que formou sua primeira con­
intenção de puni-lo.
gregação em Plymouth, Inglaterra,
IRINEU (C. 130-200). Antigo pai grego em 1831, como reação à Igreja An­
que, no final da vida, tornou-se bispo glicana. Os cultos são simples e não
de Lião. Propôs a doutrina da recapi­ há clérigos ordenados. Os Irmãos
tulação, de acordo com a qual Cristo Abertos praticam o batismo de con­
assumiu a natureza humana e, por vertidos, enquanto a maioria dos
sua obediência, restaurou o que fora Irmãos Exclusivistas realiza o ba­
perdido pela desobediência de Adão. tismo infantil ou o batismo do lar.
Ou seja, ele retomou (recapitulou) o Por meio dos ensinamentos de John
que Deus planejara que a humanida­ Nelson Darby, os Irmãos de Plymouth
de fosse. têm exercido grande influên-cia sobre
o dispensacionalismo.
IRMANDADE D E TO D O S OS HOM ENS.
Conceito que enfatiza que todos os IRMÃOS MORÁVIOS. Movimento cris­
seres humanos são filhos do mesmo tão pietista, evangélico e de men­
Deus e que, portanto, devem se tratar talidade missionária iniciado na
como uma irmandade. Veja i r m a n ­ Morávia. John Wesley converteu-se
dade U N IV E R SA L. como resultado de seu contato com
um grupo de irmãos morávios.
IRMANDADE UNIVERSAL. Visão liberal
segundo a qual todos os seres huma­ IRONSIDE, HENRY ALLEN (1876-1951).
nos são filhos de Deus e, portanto, Evangelista, professor, escritor e
irmãos uns dos outros. Os conserva­ pastor da Moody Memorial Church
dores geralmente afirmam que, em­ (Chicago) de 1930 a 1948. Desempe­
nhou papel significativo na populari­ do na Palestina. Também se refere ao
zação do dispensacionalismo. Israel espiritual, cristãos com fé seme­
lhante à demonstrada por Abraão.
IRRACIONALISMO. Qualquer filosofia
que valorize negativamente os pode­ ISRAEL ESPIRITUAL. Os que creem em
res da razão humana. Em algumas Cristo e possuem a fé de Abraão, em
formas, como no existencialismo de vez de serem descendentes carnais
Soren Kierkegaard, pode de fato en­ deste.
volver a atribuição de um valor posi­
ISRAEL ÉTN ICO .Israel como nação,
tivo ao paradoxal. em vez de grupo religioso.
IRREVERÊNCIA. Falta de respeito pelo ISRAEL LITERAL. Israel como nação ou
sagrado. grupo étnico.
IRVING, EDWARD (1792-1834). Ministro
ISRAEL NACIONAL. Israel visto como
evangélico que, durante seu pasto- um grupo nacional específico.
rado em Londres, muito fez para a
popularização do pré-milenarismo. ISRAEL, NOVO. A igreja.
Quando se tornou carismático, em ISRAEL PO LÍTICO . Entidade política
1830, foi forçado a sair da Igreja da ou a nação de Israel.
Escócia. Seus seguidores organizaram
ISRAEL, RESTAURAÇÃO D E. Ideia de que
a Igreja Católica Apostólica.
o Israel literal ou nacional em algum
ISLÂ. Religião fundada por Maomé momento será restaurado à posição
(ou Mohammed) e baseada em seus que experimentou anteriormente, na
ensinamentos. qual desfrutava de situação especial
perante Deus, uma posição atual­
ISRAEL. Aqueles que descendem de
mente concedida à igreja.
Abraão. O termo normalmente se re­
fere ao Israel físico, aqueles que são ISRAELISMO BRITÂNICO. Seita que en­
judeus por nascimento, ou ao Israel sina que o verdadeiro Israel é o povo
nacional, o estado moderno organiza­ anglo-saxão.
lhor aprendizado do grego na igreja

JJ latina ou ocidental. Sua realização


mais importante foi a Vulgata, uma
tradução da Bíblia para o latim.
JERUSALÉM, NOVA. Referência à posição
Ou Yah. Forma reduzida de Javé
JÁ . definitiva da igreja (Ap 3:12; 21:2).
(Êx 15;2; 17:16). Veja j a v é .
JESUÍTAS. Membros da Sociedade de
Teólo­
JAN SEN , CORN ELIUS (1585-1638). Jesus, fundada por Inácio de Loyola.
go católico de origem flamenga e vi­
goroso defensor da visão agostiniana JE SU S CRISTO .Nome composto da
da predestinação. Segunda Pessoa da Trindade em sua
encarnação: “Jesus” refere-se ao ho­
JANSENISM O . Movimento baseado nos mem de Nazaré, e “Cristo” é o equi­
ensinamentos e escritos de Cornelius valente grego de “Messias”, que quer
Jansen. No século XIX, um grupo de dizer “ungido”. Em Atos 5:42 (RA),
jansenistas da Holanda passou a inte­ é tratado como “Jesus, o Cristo”. Ao
grar a Velha Igreja Católica. que parece, isso foi abreviado para a
JARDIM DO ÉD EN . Lugar onde Deus forma “Jesus Cristo”.
colocou o primeiro homem e a pri­ Nome dado à crian­
JE SU S D E NAZARÉ.
meira mulher e de onde foram ex­ ça nascida da virgem Maria, que con­
pulsos depois de seu pecado. Com cebeu sob a ação do Espírito Santo.
base em Gênesis 2:10-14, alguns
estudiosos têm tentado identificar a JE SU S, DIVIN DADE DE. Veja CRISTO,

localização aproximada do jardim, DEIDADE DE.

aparentemente em algum lugar da JE SU S, ESTADO DUPLO DE. Veja ESTA­


Mesopotâmia. DOS DE JESU S CRISTO.
JASPERS, KARL (1883-1969). Importante Referência à pes­
JE SU S H ISTÓ R ICO .
filósofo existencialista alemão. soa de Jesus que viveu na terra e que
JAVÉ. Transliteração do
principal nome pode ser investigada por métodos de
hebraico para Deus. Veja j e o v á . pesquisa histórica. O Jesus histórico
contrasta com o Cristo da fé, crido
Abstinência voluntária total
JE JU M .
como ressurreto e pregado pelos
ou parcial de comida por tempo limi­
apóstolos e pela igreja primitiva, ou
tado. Normalmente é realizado para
seja, o Cristo que aparece no trabalho
benefício espiritual.
teológico de Paulo e de outros auto­
JEOVÁ. Forma equivocada de pronun­ res do Novo Testamento.
ciar o Tetragrama Sagrado YHWH.
JE SU S H ISTÓRICO, BUSCA PELO. Tenta­
Veja j a v é .
tiva realizada na segunda metade do
(C. 340-420). Estudioso da
je r ô n im o século XIX de determinar exatamente
Bíblia que procurou introduzir o me­ o que o Jesus histórico disse e fez.
JE SU S, HUMANIDADE D E. Veja CRISTO, Pertencente ou relacionado
JU D A ICO .
HUMANIDADE DE. aos judeus ou ao judaísmo.

JE SU S LIBERAL.Retrato de Jesus cons­ JU D A ÍSM O . Religião e cultura do povo


truído por pesquisadores liberais sobre judeu.
o Jesus histórico, visto normalmente
Tipo de judaís­
JU D A ÍSM O RABÍNICO.
como um bom professor que nunca
mo ensinado pelos rabinos.
disse ser divino. O Jesus que eles en­
contram costuma ser um reflexo das JUDAIZANTES. Pessoas que tentaram
crenças e dos ensinamentos deles. impor os padrões e as leis do judaís­
mo ao cristianismo. Alguns dos cris­
JE SU S NÃO MIRACULOSO. Referência à
tãos primitivos, por exemplo, exigiam
crença segundo a qual Jesus era pura­
que os gentios convertidos fossem
mente humano e suas ações, incluin­
circuncidados e que cumprissem a lei
do seus aparentes milagres, podem
mosaica. A carta de Paulo aos Gálatas
ser explicadas por meios naturais,
foi escrita em parte para refutar essa
sem que se apele ao sobrenatural.
posição.
Essa crença costuma ser o resultado
de aplicar aos evangelhos uma her­ Pessoa de ascen­
JU D E U M ESSIÂNICO.
menêutica particular que remove os dência judaica que passou a crer em
elementos miraculosos. Jesus como o Messias.

JESU SO LO GIA .Percepção doutrinária Pessoa de ascendência hebreia


JU D E U .
de Jesus que se concentra em sua vida ou adepto praticamente do judaísmo.
terrena; particularmente, pesquisas
JULGAM ENTO . Condenação ou avalia­
realizadas no século XIX em busca do
ção da culpa ou da inocência de uma
Jesus histórico, que fizeram dele pou­
pessoa.
co mais que um ser humano.
JULGAM ENTO DAS NAÇÓES. O vere­
JOÃO DA CRUZ (1542-1591). Místico
dicto de Cristo sobre as nações gen­
cristão mais conhecido pela obra A
tias existentes logo após sua segunda
noite escura da alma.
vinda. Os amilenaristas tendem a
JOÃO DAMASCENO (C. 675-749). Ou considerá-lo parte de um grande jul­
“João de Damasco”. Último dos gran­ gamento final. Os pré-milenaristas,
des pais orientais da igreja. Sua obra particularmente do ramo pré-tribu-
mais conhecida é Fonte de sabedoria lacionista, tendem a vê-lo como um
(ou Fontes de conhecimento). julgamento distinto.

JOÃO D E ANTIOQUIA. Patriarca de An- JULGAM ENTO SCOPES. O julgamento,


tioquia (morto em 441) que conse­ realizado em 1925, de um professor
guiu um acordo após o Concilio de de biologia chamado John Thomas
Éfeso (431), que condenara o nesto- Scopes, em Dayton, Tennessee, so­
rianismo. bre a questão da legalidade do ensino
da teoria da evolução nas escolas de acordo com sua própria natureza,
ensino médio do Tennessee. William vontade e lei.
Jennings Bryan, um antievolucionis-
Justiça que os seres
JU ST IÇ A NATURAL.
ta, e Clarence Darrow, o advogado de
humanos possuem por seu próprio
defesa, transformaram o julgamento
esforço.
num debate sobre os valores relativos
da teoria da evolução e a interpreta­ JUSTIÇA ORIGINAL. Integridade ou
ção criacionista das Escrituras. Nos bondade moral dos seres humanos da
relatos do julgamento publicados nos maneira que foram criados por Deus. A
jornais, os fundamentalistas recebe­ raça humana perdeu essa retidão origi­
ram a imagem de atrasados no aspec­ nal como resultado da queda de Adão.
to cultural.
JU ST IÇ A PRÓPRIA. Apreciação de si
Punição ad­
JU LG A M EN TO TEM PO RA L. mesmo como moralmente correto e
ministrada por meio de acontecimen­ justificado pelos próprios feitos.
tos nesta vida. Contrasta com o julga­
JU ST IÇ A RETRIBUTIVA.Referência à
mento eterno, que ainda acontecerá.
ideia de que a justiça de Deus não
JULGAM ENTO , ÚLTIM O. Veja ÚLTIMO busca apenas corrigir os pecadores,
JULGAMENTO. mas também lhes dar o que suas
transgressões merecem.
JULIAN O DE ECLANO (C. 380-455). O
mais sistemático expoente do pelagia- JUSTIFICAÇÃO . Na doutrina da salva­
nismo; em alguns aspectos, chegou a ção, a declaração que afirma que uma
ir mais longe que o próprio Pelágio. pessoa foi restaurada a um estado de
justiça aos olhos de Deus. No campo
A fiel administração que
JU STIÇA .
da filosofia, é a estratégia de estabele­
Deus exerce sobre seu reino de acordo
cer a verdade das proposições.
com sua lei; sua retidão oficial e a exi­
gência que os humanos concordem JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ. Declaração
com os padrões que ele estabeleceu. que afirma que uma pessoa foi res­
Nos humanos, justiça é a preocupa­ taurada a um estado de justiça com
ção no sentido que cada pessoa receba base na crença e na confiança na obra
aquilo que por direito lhe é devido. de Cristo em vez de ter como base as
realizações da própria pessoa.
JU STIÇ A DAS OBRAS.Referência à cren­
ça segundo a qual os humanos podem Apologis­
JU STIN O MÁRTIR (C. 100-165).
se salvar por meio de seus próprios ta cristão que procurou mostrar que o
atos meritórios. cristianismo expressa os mais nobres
e elevados conceitos da filosofia grega
Qualidade ou atri­
JU STIÇ A D E DEUS.
e, portanto, é a verdade suprema.
buto de Deus em função do que ele
faz o que é certo ou o que está de JU ST IT IA C IV ILIS. Veja RETIDÃO CIVIL.
Um dos fun­
KEBLE, JO H N (1792-1866).

Kk dadores do movimento tractariano


ou movimento de Oxford.

KEM PIS, TOMÁS DE. Veja TOMÁS DE


KEMPIS.
KÀHLER, MARTIN (1835-1912). Teólogo
K EN O SIS. O esvaziamento de Cristo
protestante alemão cujo livro O as­
de sua igualdade com Deus (Fp 2:7),
sim chamado Jesus histórico e o Cristo
tomando-se assim funcionalmente
bíblico histórico (1896) descreveu a
subordinado a Deus, seu abrir mão
diferença entre Historie e Geschichte,
dos atributos de sua divindade.
que desempenhou papel fundamental
na pesquisa do evangelho e na cris- KERYGM A. Veja QUERIGMA.
tologia do século XX. Sua separação
KIERKEGAARD, S0REN . (1813-1855).
entre o Jesus da história e o Cristo da
Filósofo existencialista e teólogo di­
fé influenciou grandemente o pensa­ namarquês. Seus escritos tiveram
mento de Rudolf Bultmann. relativamente pouca aceitação em
KALAM, ARGUMENTO COSM O LÓ GICO. seus dias, mas exerceram considerável
Argumento para a existência de Deus influência sobre o existencialismo e a
baseado no principio da causação teologia neo-ortodoxa do século XX.
eficiente e na impossibilidade de um K ING JR ., MARTIN LUTH ER (1929-1968).
retrocesso infinito dos eventos. Ministro religioso negro norte-ameri­
cano e líder da causa dos direitos civis
KANSAS CITY, PROFETAS DE. Grupo
que organizou a Conferência Sulista
que ensina que o dom de profecia do
de Liderança Cristã e defendeu a não
Novo Testamento é para hoje e que
violência contra a segregação racial.
o pratica.
Ganhador do prêmio Nobel da Paz de
KANT, IMMANUEL (1724-1804). Filósofo 1964, foi assassinado em Memphis,
alemão que procurou unir o raciona­ Tennessee, em 4 de abril de 1968.
lismo filosófico e o empirismo.
KINGSLEY, CHARLES (1819-1875). Cléri­
KANTISM O. Filosofia baseada em Im- go anglicano, autor e reformador so­
manuel Kant, particularmente uma cial que defendia o darwinismo e que
epistemologia que julga que todo co­ tentou integrar o cristianismo e a ci­
nhecimento deriva seu conteúdo da ência, até mesmo em seu famoso livro
experiência sensorial, enquanto sua infantil Os meninos aquáticos (1863).
estrutura ou forma são derivadas das Desaprovava o ascetismo e se opunha
ao movimento de Oxford. Era da
categorias de compreensão intelectual
facção liberal da Igreja Anglicana (a
encontradas na mente humana.
“Igreja Larga”), mas tornou-se mais
KASEMANN, ER N ST (1906-1998). Pós- conservador no aspecto teológico nos
bultmanniano do século XX. últimos anos de vida.
KNOX, JO H N (C. 1514-1572). Clérigo posto de sua posição oficial de profes­
escocês que introduziu a teologia re­ sor católico romano.
formada de Calvino na Escócia. Foi
KUYPER, ABRAHAM (1837 1920). Teólo­
o mais influente reformador da Escó­
go, pastor e político holandês. Foi um
cia, servindo como pastor na Igreja de dos principais formuladores da teolo­
St. Giles, em Edimburgo. Via o Esta­ gia calvinista clássica holandesa.
do e a Igreja como essencialmente a
mesma comunidade. KYRIE. Termo grego para “senhor” .
E o título aplicado a Cristo e que
Palavra grega que significa
K O IN O N IA. corresponde no Antigo Testamento
“comunhão”. Veja C o m u n h ã o . ao Tetragrama sagrado (as quatro le­
Teólogo católico
KÜNG, h a n s (1928-).
tras que designam o nome de Deus:
romano suíço que defendeu muitas IHVH ou YHWH), geralmente ver­
tido por “Javé” ou “Jeová” . Esse título
das reformas realizadas pelo Concilio
foi dado a Cristo em reconhecimen­
Vaticano II, mas que, depois, foi além
to de sua divindade e igualdade com
delas, insistindo que a verdadeira po­
o Pai.
sição católica sobre a justificação é
basicamente semelhante à visão pro­ Expressão grega e ora­
K YR IE ELEISO N .
testante. Também crítico da doutrina ção litúrgica que significa “Senhor,
da infalibilidade papal, Küng foi de­ tem piedade!”.
que enfatizava a razão, a tolerância e
Ll um espírito antidogmático.

LATOURETTE, KENNETH SC O TT (1884-


1968). Missionário batista, estudioso
e historiador eclesiástico, particular­
LACUNAS, DEUS DAS. Referência quan­ mente da história das missões. Lecio­
to a Deus ser a resposta aos mistérios nou na China e, posteriormente, na
da natureza ou às lacunas do conheci­ Universidade Yale.
mento humano.
LATRIA. No catolicismo romano, a
LAGO DE FOGO. Local de puniçáo adoração prestada somente a Deus;
eterna para o ímpio. E menciona­ contrasta com dulia, honra que pode
do seis vezes em Apocalipse (19:20; ser dada a outras pessoas além de
20:10; 20:14 [2]; 20:15; 21:8) e re­ Deus, como santos e anjos.
ferido também como “lago que arde
com fogo e enxofre”. LAUD, W ILLIAM (1573-1645).Arcebispo
da Cantuária e conselheiro de Carlos
LAICATO. De uma palavra grega que I. Foi preso pelo Parlamento em 1641
significa “povo”, uma referência a e executado por traição em 1645, em
todo o povo de Deus. Contudo, o parte como resultado de sua tentativa
termo passou a se referir àqueles que de impor a aceitação do Livro de ora­
não são especialmente separados ou ção comum na Escócia.
ordenados ao ministério.
LAUDES. No catolicismo romano e no
LAKE, KIRSOPP (1872-1946). Estudio­ anglicanismo, um dos ofícios diários
so inglês da Bíblia e especialista em prescritos ou serviços de adoração.
Atos dos Apóstolos e cristianismo Seguindo-se às matinas, é o primeiro
primitivo. Alguns de seus textos eram ofício das horas do dia.
controversos por natureza, incluindo
LAVAGEM D O S PÉS. Prática dos tem­
uma tentativa de lançar dúvida sobre
pos bíblicos. Se um anfitrião quisesse
a história do túmulo vazio.
prestar honra especial a seus convida­
LATIMER, HUGH (C. 1485 1555). Prega­ dos, ele lavaria pessoalmente os pés
dor protestante inglês e mártir. Sa­ dos visitantes. Jesus lavou os pés dos
grado bispo de Worcester em 1535, discípulos como sinal de humildade
reconhecia a Igreja Católica, mas ne­ e amor (Jo 13:1-17). Alguns grupos
gava as alegações da Igreja de Roma. cristãos praticam a lavagem dos pés
como demonstração das mesmas
LATITUDINARISMO. Atitude ou men­
qualidades.
talidade que favorece a liberdade de
pensamento, em especial na religião; LA W ISM .Conceito segundo o qual
em particular, a posição de um grupo exigências éticas podem ser expressas
de clérigos anglicanos do século XVII em leis ou regras sem as dimensões
comportamentais e a meticulosidade expansões adicionadas por rabinos
associadas ao legalismo. judeus.

LEÃO I (O GRANDE) (C. 400-461).Papa LEI MOSAICA. Conjunto das regras


de 440 a 461,que defendeu a ideia da apresentadas por Moisés.
supremacia papal sobre a autoridade
LEI NATURAL. Princípios básicos en­
imperial. Em 452, persuadiu Atila,
contrados na natureza, como a lei da
o Huno, a interromper seu ataque à
gravidade.
cidade de Roma.
LEIBNITZ, G O TTFRIED W ILHELM VON
LEGALISM O. Cumprimento da lei,
(1646-1716). Filósofo alemão e raciona-
particularmente em sentido formal,
lista epistemológico que argumentou
em que se considera que a obediência
que Deus criou o melhor de todos os
é meritória.
mundos possíveis.
LEI. A lei mosaica do Antigo Testa­
LEIG O . Aquele que não é ordenado.
mento; contrasta com a nova aliança
ou a aliança da graça. LEIS CERIM ONIAIS. Leis que perten­
cem a práticas religiosas, como a
LEI CANÔNICA. Regras oficiais da igre­
oferta de sacrifícios e a purificação;
ja em relação a seus procedimentos e
sua disciplina. diferem das leis morais.

lei Princípio da
DA c o n t r a d i ç ã o .
LENDAS. Contos com origem no pas­
lógica que afirma que uma coisa não sado; no criticismo da forma, histó­
pode ser A e não-A ao mesmo tempo, rias sobre personagens de destaque na
nem em relação ao mesmo aspecto. tradição judaico-cristã.
LESSING, G O TTH O LD EPHRAIM (1729-
LEI d a r e v e r s ã O. Conceito de Ethelbert
1781). Filósofo, crítico e dramaturgo
Stauffer segundo o qual Deus permite
que rejeitava a revelação bíblica e ex­
a ocorrência de alguns pecados, mas
plicava a origem do cristianismo por
os direciona de tal modo que algum
bem possa ser gerado a partir deles. meios naturalistas. Embora não fosse
Esse é um acessório especial da dou­ teólogo, preparou o caminho para o
trina da providência. estudo crítico da Bíblia, especialmen­
te do Novo Testamento, e para a teo­
LEI D E TALIÃO.Retribuição ou puni­ logia liberal.
ção de mesma categoria; a ideia de
“olho por olho, dente por dente”. LEVIRATO. Instituição da lei mosaica
que obrigava um homem a desposar a
LEI E GRAÇA. Referência à questão
viúva de seu irmão, quando este não
grandemente discutida dos papéis re­
havia deixado um descendente do
lativos da lei e da graça.
sexo masculino (o filho nascido des­
LEI JUDAICA.A lei entregue por Moi­ sa união era o herdeiro do falecido e
sés juntamente com interpretações e continuaria sua linhagem).
LEVITA. Em sentido extenso, membro cer ou de sua presciência daquilo que
da tribo de Levi. Os sacerdotes eram a pessoa escolherá fazer.
escolhidos entre os levitas; o restante
LIBERD AD E CRISTÃ. Liberdade de es­
da tribo agia como equipe de apoio,
colher rumos de ação que derivam
ajudando nos trabalhos do templo. É
do compromisso que a pessoa tem
esse ultimo grupo que normalmen­
com Cristo e as Escrituras, em vez
te se tem em vista ao usar o termo
de ser compelida por outros seres
le v ita .
humanos.
LEWIS, C. S. (CLIVE STAPLES) (1898-
LIBERDADE HUMANA. Conceito segun­
1963). Romancista irlândes e teólogo
do o qual os humanos determinam
leigo cujos textos populares escritos
livremente seu próprio comporta­
na condição de apologista do cristia­
mento e nenhum fator causai externo
nismo têm gerado considerável influ­
ência sobre os intelectuais. pode ser adequadamente responsabi­
lizado por suas ações.
L E X TALIO NIS. Veja LEI DE TALIÃO.
LIBERDADE NÃO COM PATIBILlSTICA.
LIBERALISM O. Qualquer movimen­ Visão segundo a qual a liberdade de
to disposto a redefinir ou mudar as um ato é incompatível com qualquer
doutrinas e práticas tradicionais do certeza de sua ocorrência, seja porque
cristianismo. Deus considera aquilo certo, seja por
LIBERALISMO CLÁSSICO. Liberalismo sua presciência quanto ao que ocorre­
teológico que se desenvolveu na Eu­ rá. Nessa visão, a ação de um agente
ropa no século XIX e nos Estados moral não pode ser ao mesmo tempo
Unidos entre o final do século XIX e conhecida previamente por Deus e
o início do século XX. genuinamente livre.

LIBERALISM O D E ESQUERDA. No COn- LIBERDADE RELIGIOSA. Liberdade pa­


texto teológico, forma extrema de ra adorar de acordo com as próprias
liberalismo na qual a distinção entre convicções e consciência, sem coerção
cristianismo e Jesus Cristo é perdida, política ou de outra ordem.
dissolvida em religião de modo geral.
LIBERTAÇÃO. Ato ou estado de ser li­
Teologias
LIBERALISMO TEO LÓ G ICO . vre de algum fardo, de qualquer coisa
que redefinem ou modificam doutri­ que restrinja ou escravize, como o po­
nas tradicionais. der do pecado.

LIBERDADE COM PATIBILlSTICA. Ideia LIBERTADOR. Pessoa que os fiéis do


segundo a qual a liberdade humana Antigo Testamento esperavam que
não é inconsistente com a certeza do viesse para libertá-los da opressão.
que ocorrerá, seja em termos de Deus Essa esperança foi cumprida na vinda
ter como certo aquilo que vai aconte­ de Cristo.
LIBERTARIANISMO. Tipo de antino- experimentam a salvação e o regozijo
mianismo; ênfase na liberdade em vez derivados da presença de Deus.
de no cumprimento de regras.
N a teologia católica,
LIM B U S PATRUM.
Forma de antino-
LICEN CIO SID AD E. lugar onde residia a alma dos santos
mianismo ou autoindulgência que do Antigo Testamento até que Cristo
rejeita ou descarta todas as regras; desceu do inferno e as libertou.
particularmente, permissividade em
LÍNGUAS, DOM DE. Um dos dons do
questões sexuais.
Espírito; envolve falar palavras que a
LID D O N , HENRY PARRY (1829-1890). pessoa não conhecia anteriormente
Ministro anglicano que liderou o ex­ (At 2; ICo 12:10; 14). Alguns acredi­
tinto movimento tractariano ou de tam que o fenômeno atual (também
Oxford. conhecido como glossolalia) seja uma
questão de línguas humanas reais,
LIDERANÇA FEDERAL. Ou “liderança
enquanto outros creem que seja uma
representativa”. Referência à visão questão de sílabas desconhecidas.
segundo a qual Adão, quando pecou,
agiu como representante da raça hu­ LITERALISM O. Tradução ou interpre­
mana; consequentemente, toda a raça tação bíblica que toma o significa da
sofre as conseqüências do primeiro linguagem em seu sentido mais dire­
pecado de Adão. to, mais óbvio e frequentemente mais
concreto.
l i g a r E d e s l i g a r . Referência à de­

claração de Jesus em Mateus 16:19 LITERATURA APOCALÍPTICA. Gênero


e 18:18. A interpretação romanista é de literatura que apresenta revelações
de que a Igreja Católica Romana tem ligadas ao fim do mundo, como Apo­
o poder de reter ou perdoar pecados calipse.
por meio de seus sacerdotes e, essen­ LITERATURA D E SABEDORIA. Os livros
cialmente, do papa. do Antigo Testamento que oferecem
conselhos: Jó, Provérbios e Eclesiastes.
. Termo usado por teólogos
l im b o

medievais com referência à supos­ LITURGIA. Formas prescritas de adora­


ta localização das almas que, após a ção, incluindo linguagem, vestimenta
morte, não merecem ir nem para o e objetos.
céu nem para o inferno. Falava-se em
LIVRE-ARBÍTRIO. Conceito segundo o
dois limbos: limbus patrum e limbus
qual as escolhas e ações humanas são
infantium.
autodeterminadas. Tem sido usado
. Na teologia cató­
l im b u s in f a n t iu m como solução para o problema do
lica, o lugar para onde as crianças não mal; este é entendido como resultado
batizadas vão após a morte. Elas não do mau uso, por parte dos humanos,
experimentam dor nem punição, nem da liberdade que foi dada por Deus.
117 LOMBARDO, PEDRO

LIV R O DA O RD EM COMUM. Manual li- foram usados por Mateus e Lucas.


túrgico usado pela Igreja da Escócia e Comumente identificado como do­
igrejas presbiterianas associadas. cumento “Q ”.
LIVRO DA VIDA. Em cidades antigas, LÓGICA SIM BÓLICA. Tipo formal de
um registro do nome dos cidadáos lógica envolvendo o uso de símbolos.
(cf. SI 69:28; Is 4:3). A ideia foi es­
tendida para um registro daqueles . Termo usado pelo
l o g o c e n t r is m o

que são cidadãos do reino dos céus filósofo desconstrucionista Jacques


e possuem vida eterna (Dn 12:1; Derrida para referir-se a uma visão da
Lc 10:20; Fp 4:3; Hb. 12:23; Ap 13:8; linguagem na qual o significado ou a
17:8; 20:15; 21:27). verdade da linguagem se baseia numa
estrutura objetiva da realidade, inde­
LIV R O D E CONCÓRDIA. Veja CONCÓR­
pendente da linguagem.
DIA, LIVRO DE.
LO G O S.Termo grego equivalente a
LIV R O D E ORAÇÃO COMUM. Livro de
“Palavra” ou “Verbo”, usado no prólo­
liturgia e orações usado pela Igreja
go do evangelho de João para referir-
da Inglaterra e outras comunidades
se a Cristo. Na teologia posterior, é
anglicanas.
usado como razão ou razão de Deus.
LIVROS H ERM ÉTICOS. Conjunto de
LOGOTERAPIA. Sistema de psicotera-
escritos místicos que tratam de vários
pia desenvolvido por Viktor Frankl
assuntos religiosos e filosóficos e que
que ajuda a pessoa a encontrar uma
incorporam pensamento religioso
razão ou um propósito na vida.
platônico, estoico, neopitagórico e
oriental. Datado como do século II LOISY, ALFRED FIRM IN (1857 1940).
ou III de nossa era, os livros são asso­ Estudioso da Bíblia considerado em
ciados a Hermes Trismegisto, desig­ muitos aspectos o fundador do mo­
nação do deus egípcio Thoth. dernismo católico franco-romano.
LOCKE, JO H N (1632-1704).Filósofo in­ LOM BARDO, PEDRO (C. 1100-1160). Teó­
glês comumente visto como o primei­ logo medieval que lecionou na escola
ro dos empiristas modernos. Forma­ da catedral de Paris e tornou-se bispo
do em teologia, química e medicina, daquela cidade em 1159. Devedor
ensinou que a mente humana é uma tanto a Abelardo como a Bernardo de
folha em branco que alcança o co­
Claraval, sua teologia envolveu tanto
nhecimento por meio de impressões
tratamento lógico como compromis­
sensoriais escritas nela.
so devocional. Sua obra Sentenças foi
LOGIA. Pronuncia-se “loguia”, palavra o principal livro-texto das instituições
grega que significa “ditos”, “declara­ católicas romanas até o século XVII,
ções” “discursos”. Coleção de dizeres quando foi substituído pela Suma
de Jesus que, segundo se acredita, teológica de Tomás de Aquino.
Homenagem e adoraçáo,
lo u v o r. basicamente a partir do Sínodo de
especialmente quando dirigidas a Missouri da Igreja Luterana.
Deus.
LUTERO, MARTINHO (1483-1546). Prin­
LÚCIFER. Termo usado em relação ao cipal figura da Reforma alemã. Mon­
rei da Babilônia em Isaías 14:12-14 e ge católico romano que, em função
ocasionalmente usado como referência de estudo das Escrituras, passou a dis­
a Satanás. Alguns teólogos acreditam cordar da Igreja Romana em muitos
que a passagem de Isaías se refere tanto pontos, em especial sobre a doutrina
ao rei da Babilônia como a Satanás. da justificação. Lutero terminou ex­
comungado da igreja. Embora sua
LUGAR SANTÍSSIM O. Parte interior do
intenção fosse apenas reformar ou
tabernáculo ou do templo. Somente
purificar a Igreja, sua ação levou à
o sumo sacerdote poderia entrar ali,
criação de uma nova denominação,
e apenas uma vez por ano, no Dia da
separada do catolicismo romano.
Expiação, para oferecer sacrifício para
purificação. Também é conhecido LUXÚRIA. Forte desejo ou anseio por
como Santo dos Santos. algo. Embora originalmente pudesse
ser entendido tanto positiva quanto
LUGAR SANTO. Parte exterior do ta­
negativamente, o termo hoje passou a
bernáculo ou do templo. Continha o
significar um desejo ruim, particular­
altar de incenso, a mesa dos pães da
mente paixão sexual desordenada.
presença (ou da proposição) e o can­
delabro de ouro. LUZ. Iluminação vinda do sol ou de
uma fonte artificial. Nas Escrituras, o
LUGARES CELESTIAIS. O lugar onde
termo é usado para referir-se a Deus e
Deus, Cristo e os cristãos vivem juntos.
ao bem que vem dele. Em contraste,
LUTERANOS DO SÍN O D O DO M ISSOU- o mal é associado às trevas.
RI. Grupo de luteranos conservadores
LUZ INTERIO R. Expressão usada pelos
dos Estados Unidos.
quacres como referência à orientação
LUTERANOS EVANGÉLICOS EM MISSÃO. ou à revelação de Deus por meio de
Grupo luterano que se desenvolveu uma iluminação interior.
M ACKINTOSH, HUGH ROSS (1870-1936).

Mm Teólogo e autor escocês cujo principal


cargo foi o de professor de teologia
sistemática na New College, Uni­
versidade de Edimburgo, de 1904 a
M’CHEYNE, ROBERT MURRAY (1813-1843). 1936. Era um liberal moderado que
Ministro escocês reconhecido por sua apresentou o academicismo alemão
piedade pessoal, oraçáo, compaixão e ao cenário britânico. Sua doutrina
evangelismo. Morreu aos 29 anos du­ da pessoa de Cristo incluía a teoria
rante seu pastorado em Dundee. da kenosis da encarnação. Opunha-se
MACDONALD, GEORGE (1824-1905). Teó­
à teoria da substituição penal da ex­
logo escocês e autor mais conhecido piação.
por seus contos de fadas e fantasias. MACROEVOLUÇÃO. Em sentido extenso,
MACEDONIANISM O. Concepção sobre evolução: todos os organismos surgi­
o Espírito Santo defendida pelos ram a partir da evolução de uma forma
“pneumatômacos”, também denomi­ mais simples ou mais antiga de vida.
nados macedonianos (“combatentes
MACROINTERPRETAÇÃO. Interpretação
do Espírito”). Essa seita radical do
que tenta explicar um grande número
século IV se opunha à doutrina da
de passagens bíblicas ou conceitos em
divindade do Espírito Santo, e rece­
termos de um conceito básico.
beu seu nome de Macedônio, bispo
ariano de Constantinopla. MÁE D E D EU S. Título dado a Maria no
Concilio de Efeso, em 431. A objeção
MACHEN, JO H N GRESHAM (1881-1937).
ao termo levantada por Nestório, pa­
Teólogo presbiteriano conservador
triarca de Constantinopla, levou à sua
norte-americano que lecionou no
deposição. Mais tarde, o termo passou
Seminário Princeton até que a reor­
ganização daquela escola, em 1929, a ser usado para exaltar Maria e é en­
o obrigou a sair, juntamente com contrado na liturgia católica romana.
Cornelius Van Til, Oswald T. Allis, A Bíblia não usa o termo, referindo-
Robert Dick Wilson e outros, para -se a ela, porém, como mãe de Jesus
a formação do Seminário Westmins- (p. ex. Jo 2:1; At 1:14).
ter, na Filadélfia. Ele era conhecido M AGNIFICAT. Hino de Maria louvan­
como excelente acadêmico do Novo
do o Senhor por escolhê-la para ser
Testamento, apologista e persuasivo
a mãe do Messias e por honrar sua
proponente do cristianismo evan­
aliança com Israel (Lc 1:46-55).
gélico. Embora não se considerasse
fundamentalista, seu pensamento foi Estu­
M A G NO , A L B E R T O (1193-1280).
grandemente usado pelos fúndamen- dioso dominicano que tentou inte­
talistas. grar o pensamento de Aristóteles ao
cristianismo. Exerceu grande influên­ MANDUCAÇÁO. Referência arcaica à
cia sobre Tomás de Aquino. ideia de que o corpo de Jesus é real­
mente comido na Ceia do Senhor.
MAIM ÔNIDES, M O ISÉS (1135 1204). Fi­
lósofo judeu medieval de grande des­ MANI (C. 216-277).Filósofo persa que
taque. Sua obra Guia para o perplexo combinou ideias persas, cristãs e bu­
procurou estabelecer uma relaçáo en­ distas para formar o maniqueísmo,
tre a teologia e a filosofia. uma religião dualista.

MAINZ, SÍN O DO DE. Sínodo de bispos MANIFESTAÇÕES EXTÁTICAS. Expres­


realizado em Mainz (Mogúncia), Ale­ sões audíveis normalmente não com­
manha, que em 848 condenou a dou­ preendidas pelos ouvintes.
trina da predestinação de Gottschalk. MANIQUEÍSMO. Filosofia dualista
MAJESTADE D E DEUS. A grandeza e a que se tornou a principal religião do
glória de Deus. mundo antigo. Havia forte ênfase no
ascetismo como meio de salvação.
MAL. Aquilo que é moralmente ruim
ou danoso. MANSIDÃO. Humildade que resulta
em bondade e moderação no relacio­
MAL FÍSICO . OU MAL NATURAL. Mal namento com os outros.
que é parte da criação e que inde­
MANSON, THOM AS WALTER (1893 1958).
pende da vontade humana, como
doenças, terremotos e enchentes. Estudioso britânico da Bíblia e au­
No pensamento de Edgar ShefField tor que lecionou na Universidade de
Manchester. Ele destacou a vida e os
Brightman, trata-se do mal que não
ensinamentos de Jesus.
pode ser utilizado para o bem, inde­
pendentemente de quais operações MANUSCRITOS DO MAR M ORTO. Cole­
sejam realizadas nele. ção de textos encontrados em caver­
nas próximas do mar Morto e, em
MAL MORAL. Mal presente no universo
especial, em Qumran. Esses manus­
que afeta os seres humanos e envolve
critos, o primeiro dos quais foi desco­
as ações que realizam uns para com os
berto em 1947, foram provavelmente
outros. Difere do m a l n a t u r a l .
produzidos por uma comunidade de
MAL, PROBLEMA D O . Questão de essênios.
como conciliar a existência do mal no
MÃO DIREITA D O PAI.Posição de auto­
mundo com a existência de um Deus
ridade ocupada agora por Cristo.
amoroso e todo-poderoso.
MAOMÉ (C. 570-632).Líder religioso ára­
MALIGNO, O. Satanás.
be que, afirmando ter recebido uma
MAMOM. Palavra aramaica para “ri­ revelação de Deus, cuja forma escrita
quezas” ou “fortuna”. recebeu o nome de Alcorão, tornou-
se o fundador do islã, que o considera entre o Deus Criador do Antigo Tes­
o último e supremo profeta de Deus. tamento e o Deus Redentor do Novo
Testamento. Modificou substancial­
M ARANATA. Expressão aramaica en­
mente o Novo Testamento para que
contrada em ICoríntios 16:22 que
se encaixasse às suas ideias.
pode ser traduzida como um apelo
(“Vem, nosso Senhor”) ou como in­ M ARCIONISMO. Concepções teológi­
dicativo (“Nosso Senhor chegou”). cas ensinadas por Marcião, que en­
fatizavam a diferença entre os dois
MARAVILHAS. Termo para referir-se a
Testamentos.
milagres que despertam grande ad­
miração. MARCIONITAS. Grupo fundado por
Marcião em 144, quando foi ex­
MARBURGO, COLÓQUIO DE. Reunião
comungado da Igreja de Roma. O
realizada entre os seguidores de Lu­ grupo era caracterizado por estrito as­
tero e os de Zuínglio, em 1529, para cetismo, práticas distintivas dos sacra­
tentar resolver as diferenças entre eles. mentos e uma Escritura abreviada.
Embora se tenha conseguido acordo
em quatorze dos quinze artigos, hou­ Visão sustentada
m a r c o s a n t ig o s .

ve uma diferença irreconciliável sobre por certo número de batistas, particu­


se o corpo e o sangue de Cristo estão larmente nos Estados Unidos, segun­
de fato presentes no pão e no vinho. do a qual apenas a igreja local e visível
O colóquio levou à separação, em vez se conforma ao modelo do Novo
de ao acordo. Testamento. A ideia de uma igreja
espiritual universal é rejeitada. A ceia
MARCA DA BESTA. Expressão discutível é restrita aos membros da assembleia
encontrada em Apocalipse 13:16-18, local. Também afirmam que um tipo
14:11, 16:2, 19:20 e 20:4. Envolven­ de sucessão apostólica através do ba­
do algum tipo de marca ou estampa, tismo pode ser traçada de João Batista
parece estar identificada com o núme­ até as igrejas batistas modernas.
ro da besta, 666 (Ap 13:18). Tem ha­
MARIA, ASSUNÇÃO D E. Dogma católico
vido muita especulação quanto ao seu
promulgado em 1950 pelo papa Pio
significado e à identidade da besta.
XII, de acordo com o qual a virgem
MARCAS DA IGREJA. Sinais ou qualida­ Maria não morreu, mas foi levada em
des que indicam a presença da igreja corpo e alma para o céu.
verdadeira.
MARIOLATRIA. Adoração a Maria, a
MARCEL, GABRIEL (1889-1973). Filósofo mãe de Jesus.
existencialista cristão de origem fran­
MARIOLOGIA. No catolicismo roma­
cesa.
no, ensinamentos relacionados à Ma­
MARCIÃO. Herege do século II (morto ria, incluindo a imaculada conceição
em c. 160) que fazia forte distinção e a assunção corporal.
MARITAIN, JACQ UES (1882-1973).Filóso­ MATERIALISMO. Ensinamento segun­
fo francês e um dos principais neoto- do o qual a derradeira realidade é a
mistas do século XX. matéria.

MARONITAS. Pequeno grupo cristão MATERIALISMO D IALÉTICO . Base filo­


do Líbano. Embora sejam católicos sófica do comunismo marxista: forças
romanos, possuem a própria liturgia. inerentes dentro da matéria funcio­
nam por meio de um padrão dialético
MÁRTIR. Originalmente, aquele que para chegar à sociedade sem classes.
dá testemunho da verdade religiosa; Sendo uma adaptação do hegelia-
no sentido posterior do termo, aque­ nismo, a filosofia de Georg Hegel, o
le que sela esse testemunho com a materialismo dialético substitui uma
morte. referência à matéria sempre que He­
MARX, KARL (1818-1883).Filósofo social gel fala do espiritual ou do ideal.
alemão cuja obra O capital tornou-se MATHEWS, SHAILER (1863-1941). Edu­
praticamente a bíblia do comunismo. cador e teólogo batista, e foi um dos
A ambientação da visão dialética da principais proponentes do liberalismo
história de Georg Hegel sobre bases teológico. Foi professor de teologia
materialistas passou a ser conhecida e deão na Faculdade de Teologia da
como materialismo dialético. Universidade de Chicago.

M ASDEÍSM O. Basicamente um pensa­ MATINAS. Parte do ofício diário: ora­


mento gnóstico que inclui, de modo ções proferidas entre a meia-noite e o
sincretista, elementos do dualismo nascente. O termo é usado na Igreja
persa, do platonismo, da astrologia, da Inglaterra como referência ao ofí­
do judaísmo e de antigos ensinamen­ cio da Oração da Manhã.
tos babilônicos e egípcios. MAURICE, JO H N FRED ER ICK DENISON

MASDEÍSTA. Seguidores atuais do gnos- (1805-1872).Teólogo anglicano que


ticismo que vivem no sul do Iraque. lecionou na Kings College, Londres,
mas foi dispensado por sua negação
MATÉRIA. Na linguagem comum, as da doutrina da punição eterna. De­
coisas concretas, físicas e perceptí­ saprovava as facções teológicas e, de
veis. Nos estudos filosóficos e teo­ certo modo, foi o precursor do movi­
lógicos, matéria costuma contrastar mento ecumênico moderno.
com forma.
McGIFFERT, ARTHUR CUSHMAN (1861-
MATERIAL DIDÁTICO. Material de na­ 1933). Historiador eclesiástico do
tureza de ensino ou instrução; em Union Seminary em Nova York, uma
particular, as porçóes narrativas ins- força proeminente na promulgação do
trucionais da Bíblia, em contraste liberalismo teológico. Sua teologia foi
com as porçóes narrativas. grandemente afetada por alegar que
uma história “científica”, que inclui o MEDITAÇÃO TRANSCENDENTAL (MT).
sobrenatural, é mais objetiva que uma Prática de meditação oriental popu­
história que permite o envolvimento larizada no Ocidente por Maharishi
divino no mundo. Também foi defen­ Mahesh Yogi (1918-2008). Embora
sor do evangelho social. afirme ser apenas uma técnica cientí­
fica que traz felicidade e repouso, crí­
McINTIRE, CARL (1906-2002).A princi­
ticos do movimento argumentam que
pal força por trás do Conselho Ame­ se trata de prática religiosa hindu.
ricano de Igrejas Cristás.
Princípio ló­
M EIO EXCLU ÍD O , LEI D O .
McPHERSON, AIMEE SEM PLE (1890-1944).
gico segundo o qual uma coisa precisa
Pregadora pentecostal avivacionista e ser A ou não-A; em outras palavras,
apresentadora de programa de rádio. uma proposição deve ser falsa ou ver­
Trabalhou como pastora do Angelus dadeira.
Temple em Los Angeles e ajudou
Falácia ló­
MEIO NÃO D ISTR IBU ÍD O .
a fundar a Igreja Internacional do
gica que acontece quando nenhuma
Evangelho Quadrangular.
premissa de um silogismo faz uma
MECÂNICA QUÁNTICA. Abrangente teo­ declaração universal sobre o termo
ria da física do século XX, que abarca que não aparece na conclusão. Por
muitas teorias específicas. De acordo exemplo: “Uma vez que todo A é X e
com ela só é possível haver a proba­ B também é X, então B deve ser uma
bilidade estatística, não a predição instância de A”.
exata, de certos comportamentos de
M EIO-TERM O, ALIANÇA D O . Compro­
partículas atômicas e subatômicas.
misso firmado entre os puritanos nor­
Tem sofrido críticas de vários físicos, te-americanos em 1662: puritanos de
incluindo de Albert Einstein. segunda geração que não haviam feito
MEDIAÇÃO. Ato de tentar trazer re­ uma profissão de fé poderiam ter seus
conciliação entre duas partes. filhos batizados. Contudo, ninguém
pertencente a essa segunda ou terceira
MEDIADOR. Aquele que se coloca en­ geração poderia participar da Ceia do
tre duas partes numa tentativa de re­ Senhor ou ter os privilégios da filiação
conciliá-las. No caso do cristianismo, à igreja até que dessem testemunho
Jesus Cristo é o mediador entre Deus pessoal de regeneração. A oposição de
e a raça humana. Jonathan Edwards resultou na elimi­
MEDITAÇÃO ESPIRITUAL. Reflexão so­ nação desse acordo.
bre assuntos sobrenaturais. M EISTER ECKHART. Veja ECKHART,
MEISTER.
MEDITAÇÃO INTERNA. OU MEDITAÇÃO
SILENCIO SA. Ato de ponderar ou re­ Re­
M ELANCHTON, FILIPE (1497 1560).
fletir sobre as ideias de alguém. formador alemão que sucedeu Lutero
como maior teólogo do luteranismo. como a da transubstanciação. Enfati­
Sua obra Loci Communes [Tópicos zava a paz, a não resistência, a proibi­
gerais] foi o primeiro tratamento sis­ ção de votos e a separação entre igreja
temático da teologia luterana. e Estado.

MELQUIORITAS. Seguidores de Mel- MENONITAS. Grupo que descende de


chior HofFman, pregador anabatista anabatistas holandeses, alemães e suí­
do século XVI. ços. Entre suas ênfases estão o batismo
apenas de quem crê, a pureza de vida
M ELQUISEDEQUE. Sacerdote a quem
e a não resistência, ou pacifismo.
Abraão entregou dízimo (Hb 7:9-10).
O nome significa “rei de justiça” . MENTALIDADE h e b r a ic a . Maneira
típica de pensar dos hebreus. Num
MEMBRESIA ECLESIÁSTICA. Aflliação
período antigo, sua mentalidade era
oficial a um corpo eclesiástico, incluin­
considerada altamente não teórica e
do certas responsabilidades e certos
funcional em natureza, mas estudos
privilégios como o direito a voto.
recentes desafiam seriamente ou até
M EM ORIALISM O. Doutrina segundo a mesmo desaprovam esse conceito.
qual a Ceia do Senhor é simplesmen­
M ENTE.O centro da consciência, do
te uma celebração da morte de Cristo.
pensamento e da razão; contrasta
Foi defendida por Ulrico Zuínglio.
com o conceito de corpo.
M ENINOS D E D EU S.Grupo sectário or­
M ENTE, TEORIA D O FEIXE DA. Visão
ganizado por David Berg, em Los
defendida por David Hume de que
Angeles, em 1967. Tendo iniciado
a mente é simplesmente um feixe ou
como um grupo evangélico, mudou
coleção de percepções.
seus ensinamentos à medida que no­
vas revelações foram supostamente MENTIRA. Transmissão ativa de uma
concedidas. O grupo foi acusado de falsidade com o intuito de enganar
envolvimento em diversos escândalos alguém a quem a verdade é devida.
de ordem sexual, como a “pesca co-
MÉRITO. O merecimento de algo bom.
quete” (ou prostituição sagrada), vista
como um meio de evangelismo pes­ M ESOTRIBULACIONISM O . Ideia de que
soal, e o sexo livre, até mesmo entre a igreja passará pela primeira metade
adultos e crianças. Depois passaram da grande tribulação e, então, será ar­
a ser chamados “A Família do Amor” , rebatada.
e agora “A Família”. São bem conhe­
M ESSIÂNICO. Pertencente à obra do
cidos pela série de vídeos “O sótão
Messias.
encantado” .
MESSIANISMO. Crença em um messias.
Sacerdote
M ENNO SIM ONS (1496-1561).
católico romano que deixou a Igre­ MESSIAS. Literalmente, “o ungido”, o
ja de Roma por causa de doutrinas líder apontado por Deus para realizar
125 M ICRO EVOLUÇÃO

a missão especial de redenção e liber­ como respostas a perguntas implícitas


tação. na existência humana.
M ESTRES, PASTORES E. Um dos dons M ÉTODO DA EM INÊNCIA OU M ÉTODO
espirituais (Ef 4:11). Costuma-se DA SUPERIORIDADE. Procedimento de
pensar nos dois termos como uma tentar conhecer a Deus tomando qua­
referência ao mesmo ofício. lidades humanas que refletem a Deus
METAFÍSICA. Ramo da filosofia que e elevando-as a um grau supremo.
lida com questões da derradeira natu­ M ÉTODO DO PARADIGMA. Técnica uti­
reza da realidade. lizada para estudar um conceito em
METAFÍSICA GREGA. Antigo pensamen­ particular selecionando uma de suas
to grego sobre a derradeira natureza da variedades como exemplo normativo.
realidade. Platão enfatizou as ideias ou
m é t o d o e x e g Ét i c o . Técnica da exe­
as essências puras; Aristóteles, o rela­
gese.
cionamento entre forma e matéria. A
influência da metafísica grega sobre a m éto do h e r m e n ê u t i c o . Aborda­

construção da teologia cristã frequen­ gem de interpretação da Bíblia.


temente resultou em dualismo, como
M ÉTODO h i s t ó r i c o . Técnicas empre­
o do corpo e da alma.
gadas pela disciplina de história.
METANARRATIVA. Explicação abran­
gente ou história que afirma ser uni­ M ETODOLOGIA CRÍTICA. Procedimen­
versal em sua verdade. to que busca avaliar a evidência da
autenticidade de um documento ou
Teoria segundo a qual
m e t e m p s ic o s e .
declaração em vez de simplesmente
as almas reencarnam diversas vezes.
aceitá-lo como se apresenta.
M ETODISM O. Ramo ou denominação
M ETODOLOGIA TEO LÓ GICA. Técnicas
do cristianismo inspirado por John e
para construir e avaliar um sistema
Charles Wesley. Tendo se originado
doutrinário.
na Igreja Anglicana, mas posterior­
mente se separado dela, o metodismo METROPOLITANO. Bispo que exerce
enfatizava uma experiência pessoal de autoridade sobre uma arquidiocese
salvação. Envolve uma forma de go­ em vez de apenas sobre uma diocese.
verno episcopal. Também chamado de arcebispo.
M ÉTODO CIENTÍFICO. Procedimento MICROEVOLUÇÃO. Ideia de que pode
usado por ciências positivas para obter ter havido algum desenvolvimento
e verificar conhecimento; envolve ob­
limitado de uma forma para outra
servação, predição e experimentação.
por meio do processo de evolução.
M ÉTODO DA CORRELAÇÃO. Modo de Contrasta com a macroevolução,
Paul Tillich de apresentar a teologia que sustenta que toda a criação se
desenvolveu a partir de uma única Ministro
M ILLER,W ILLIAM (1782-1849).
forma inicial. batista de Nova York cujos ensina­
mentos levaram ao estabelecimento
M ID RASH . Comentáriorabínico judai­
daquilo que é hoje conhecido como
co das Escrituras hebraicas. Existe o
adventismo do sétimo dia.
midrashim haláquico, que tenta expor
o sentido mais profundo da lei, e o Serviço prestado a Deus
M IN ISTÉRIO .

midrashim hagádico, que é a inter­ ou a outras pessoas.


pretação homilética e devocional das Aquele que serve por meio
M IN ISTRO .
Escrituras. do ensino e da edificação. No uso
Ocorrência observável que,
m il a g r e .
comum atual, o termo se refere a um
mesmo sem desobedecer às leis da clérigo ordenado; contudo, o termo
natureza, é notável pelo fato de que, não possui tamanha restrição nas Es­
se plenamente compreendido, não crituras.
pode ser explicado pelas leis da na­ m is e r ic ó r d ia . Compaixão, perdão,
tureza. absolvição.
MILAGREIRO. Aquele que afirma rea­ m is e r ic ó r d ia d e d e u s . Veja DEU S,
lizar milagres. Isto costuma envolver m ise r ic ó r d ia d e .
também a declaração de um dom es­
MISSA. Termo católico romano para a
pecial ou de um oficio.
eucaristia ou Ceia do Senhor. Desde
MILAGRES, DOM D E. Dádiva espiri­ o século IV, refere-se ao ofício reli­
tual que inclui a expulsão de espíri­ gioso inteiro no qual a comunhão é
tos e a cura de males corporais (IC o celebrada.
12:10,28-29). MISSÃO D E CRISTO. Tarefa ou propósi­
M ILENARISMO. Crença num período to pelo qual Cristo veio à terra.
substancial de governo divino sobre Ciência das missões ou
M ISSIOLOGIA.
a terra. Na forma mais literal de mile- a comunicação da fé cristã entre cul­
narismo, acredita-se que esse período turas.
durará exatamente mil anos.
M ISSÕ ES. Transmissão da mensagem e
MILENARISTA. Aquele que acredita no da obra de Jesus Cristo a outros, espe­
milênio. cialmente àqueles que fazem parte de
outras culturas.
Período de mil anos de rei­
M ILÊNIO .
nado de Cristo sobre a terra. Transmissão da
M ISSÕ ES M UNDIAIS.
mensagem de salvação para outros
Filóso­
M IL L ,JO H N ST U A R T (1806-1873).
países.
fo que propôs uma visão utilitária da
ética: promover o maior bem para o Aquilo que é desconheci­
M ISTÉRIO .
maior número de pessoas. do ou não plenamente compreendi­
127 MOLINA, LUIS

do. Paulo declara que Deus revelou M O DERNISM O. Tentativa de atualizar


seus mistérios de modo que eles não doutrinas antigas, frequentemente
são mais incompreensíveis (cf. E f mudando sua essência no processo.
1:9; 3:3). Também é sinônimo de liberalismo
teológico.
m i s t é r i o DA i n i q ü i d a d e . Frase difí­

cil de entender em 2Tessalonicenses MODERNISM O CATÓLICO. Pequeno mo­

2:7: o mistério da iniqüidade já está vimento iniciado no século XIX na


em ação, mas tem sido refreado por Igreja Católica Romana. Buscou
alguém que terminará sendo afastado. modernizar a declaração de fé. Entre
Uma quantidade enorme de interpre­ outros nomes ligados ao modernismo
tações e identificações foram propos­ católico pode-se citar Alfred Loisy,
tas, incluindo a explicação de que o George Tyrrell e Edouard Le Roy.
Espírito Santo está refreando a obra MODERNISTA. Aquele que tenta atua­
de Satanás. lizar ou modernizar a fé.
M ISTÉRIOS. Verdades não comumente M O D U S PO N EN S. Forma de raciocínio
conhecidas pelos humanos. O Novo lógico na qual, diante da pressuposi­
Testamento ensina que os mistérios ção que o antecedente implica o con­
de Deus foram revelados ao homem. seqüente, afirmar que o antecedente
significa que o conseqüente também
Forma de prática religio­
M ISTICISM O.
pode ser afirmado; em outras pala­
sa que busca o conhecimento direto
vras, se A implica B, e se A é verdadei­
de Deus, ao contrário do conheci­
ro, então B também é verdadeiro.
mento discursivo ou intelectual.
Forma de raciocínio
MODUS t o l l e n s .
m it o De modo geral, forma literária
.
lógico na qual, diante da pressuposi­
ou história tradicional cujo objetivo é ção que o antecedente implica o con­
transmitir um significado não literal. seqüente, se o conseqüente for falso,
M ITOLOGIA PERSA. Histórias encon­ o antecedente também pode ser con­
tradas na religião persa que incluem siderado falso; em outras palavras, se
um dualismo poderoso no qual o A implica B, sendo B falso, então A
Diabo e os demônios são uma força também é falso.
independente que se opõe a Deus. MOHAMM ED. Veja MAOMÉ.
M ODALISM O. Visão segundo a qual os Líder de Israel durante o êxo­
M O ISÉS.
três membros da Trindade são dife­ do, por meio de quem Deus revelou
rentes modos da atividade de Deus, a Lei. Moisés também foi o autor do
em vez de três pessoas distintas. Pentateuco.
M O DERADOR. Aquele que preside so­ Jesuíta es­
MOLINA, LUIS (1535-1600).
bre os assuntos de um grupo ou uma panhol que desenvolveu a teoria do
entidade eclesiástica em particular. conhecimento médio.
MOLTMANN, JÜ R G EN (1926-). Teólogo princípio, isto é, a realidade é de ape­
protestante contemporâneo da Uni­ nas uma categoria.
versidade de Tübingen que propôs a
M O NOFISISM O. Doutrina segundo a
teologia da esperança, que interpreta
qual Jesus tinha apenas uma natu­
o presente, incluindo a natureza pre­
reza, em vez de duas. Normalmente
sente de Deus, à luz do futuro ou do
assume a posição de que a humani­
que será. Moltmann faz da escatolo-
dade de Jesus foi absorvida por sua
gia não simplesmente o último tópico
divindade.
da teologia, mas a perspectiva para o
entendimento de toda a teologia. M O NOGENISM O .Ideia de que toda a
raça humana originou-se de um casal
MONARQUIANISMO. Abordagem que comum.
enfatiza a unidade de Deus, particu­
larmente um movimento dos séculos M O NOTEÍSM O . Crença em um único
II e III. Assumiu duas formas: monar- Deus.
quianismo dinâmico e monarquianis- MONTANISMO. Movimento derivado
mo modalista. dos ensinamentos de Montano e que
MONARQUIANISMO DINÂM ICO. Visão floresceu na Ásia Menor no século II
segundo a qual Jesus não era da mes­ em diante. Ensinava que o Espírito
ma essência de Deus, mas Deus agia Santo continuava a falar por meio da
por meio dele. profecia. Tertuliano foi montanista.

MONARQUIANISMO MODALISTA. Mo­ M OON, SUN MYUNG (1920-). Líder reli-


vimento que interpretava a Trindade gioso coreano, chefe da Igreja da Uni­
como revelações sucessivas de Deus: ficação. Publicou suas ideias na obra
primeiro como Pai, depois como Fi­ Princípio divino.
lho e, por último, como Espírito San­ MOORE, GEORGE EDWARD (1873 1958).
to. Assim, Deus é uma pessoa, não Epistemólogo e eticista inglês, um
três. O Pai, o Filho e o Espírito Santo dos principais expoentes da filosofia
são apenas três papéis diferentes e su­ analítica.
cessivos de Deus se manifestar. Teve
MORADA D O S MORTOS. Lugar para o
início no século III.
qual as pessoas vão após a morte e lá
M O NASTICISM O. Afastamento da so­ ficam até a ressurreição. Veja também
ciedade e participação em grupos pri­ ESTAD O IN T E R M E D IÁ R IO .
vados que praticam o ascetismo e ou­
MORAL. Relativo aos princípios do
tras formas de disciplina espiritual.
comportamento certo ou errado.
M O NERGISM O . Visão
segundo a qual a
m o r a l , ARGUMENTO. Prova para a
conversão é efetuada totalmente pela
existência de Deus. Segundo esse
obra de Deus.
argumento, Deus é necessário como
M O NISM O.Filosofia ou teologia que explicação para os valores morais e o
explica tudo em termos de um único impulso moral.
MORAL, CARÁTER. A natureza básica MORAL, PERFEIÇÃO. Estado de satis­
das pessoas com respeito ao certo ou fação completa das exigências da lei
errado no campo da ética. moral.

Conjunto de regras
MORAL, CÓ D IG O . MORAL, p r e p a r a ç ã o . Na
teologia e na
de comportamento moral. prática católicas romanas, a prepara­
ção da pessoa antes de participar de
Capacidade de
m o r a l , c o m p e t ê n c ia . um sacramento. Envolve a remoção
entender e fazer julgamentos em de qualquer indisposição prévia que
questões de moralidade. possa trabalhar contra o caráter do
sacramento.
MORAL, CONDUTA. Comportamento
de uma pessoa com respeito a ques­ MORAL, REARMAMENTO. Nome pos­
tões de certo ou errado. terior do Grupo de Oxford, um
movimento baseado no pensamento
Senso de que,
m o r a l , c o n s c iê n c ia . e na obra de Frank Buchman (1878-
em questões de certo ou errado, a pes­ 1961). Enfatizou inicialmente a im­
soa tem certas obrigações. portância dos ideais morais e da ação
moral.
MORAL, CORRUPÇÃO OU D EFICIÊNCIA.
Incapacidade de escolher adequada­ MORAL, RESPONSABILIDADE. Condi­
mente em questões morais. ção de ser capaz de distinguir ques­
tões de moralidade e de escolher
Determinação que
m o r a l , d e c is ã o . sabiamente.
tem importância moral.
MORAL, TEOLOGIA. Disciplina católi­
MORAL, ESCOLHA. Decisões relaciona­ ca romana correspondente ao que os
das a assuntos de importância ética, protestantes normalmente chamam
em contraste com questões de mera de ética cristã.
etiqueta ou estética. MORALIDADE. Conduta ética.
MORAL, LIBERDADE. Capacidade de MORALISTA. Estudante ou professor
fazer escolhas em questões de certo e de moralidade.
errado.
MORDOMIA. Administração cuidado­
MORAL, MAL. Mal presente no uni­ sa dos recursos do reino de Deus con­
verso que afeta os seres humanos e fiados a uma pessoa ou a um grupo.
envolve suas ações em relação mútua.
Uma das obras-
M Ó RM O N, LIV R O DE.
Contrasta com o mal natural, que se padrão do mormonismo. Consiste de
refere a características do universo revelações que Joseph Smith afirma
natural que causam dificuldades sem, ter recebido. Entre suas doutrinas
contudo, envolver o exercício da von­ estão as ideias de que Deus Pai tem
tade humana. um corpo físico e que os humanos
estão destinados a evoluir para uma MORTE SUBSTITUTIVA. Referência à
divindade. ideia segundo a qual Jesus morreu em
nosso lugar.
. Grupo religioso ini­
m o r m o n is m o

ciado por Joseph Smith, em 1830, no MORTE UNIVERSAL. Referência ao fato


norte do Estado de Nova York. Após a de que todas as pessoas morrem.
morte de Smith, em 1844, o grupo se
MORTE VICÁRIA D E CRISTO. Veja C R IS -
dividiu em Igreja de Jesus Cristo dos
TO, MORTE VICÁRIA DE.
Santos dos Últimos Dias, cuja sede
fica em Salt Lake City, no estado nor- MORTOS EM CRISTO . Aqueles que
te-americano de Utah, e a Igreja Re­ morreram crendo em Cristo (cf. p. ex.
organizada de Jesus Cristo dos Santos 1Ts4:16).
dos Últimos Dias, cuja sede fica em MORTOS, ORAÇÃO PELOS. Prática de
Independence, Missouri, EUA. orar pelos mortos. Encontrada espe­
MORTALIDADE. Susceptibilidade à rea­ cialmente no catolicismo romano, as
lidade do fato de morrer. orações pelos mortos se baseiam em
grande parte no texto apócrifo de
MORTALIDADE PURA. Forma da dou­ 2Macabeus 12:44.
trina do aniquilacionismo: a vida
MOTT, JO H N RALEIGH (1865 1955). Lí­
humana está tão intimamente iden­
tificada com o organismo físico que der eclesiástico americano conside­
a morte do corpo resulta na cessação rado uma grande força por trás do
da vida. ecumenismo do século XX. Atuou
como secretário geral do Comitê In­
M ORTE. Cessação da vida física. ternacional da Associação Cristã de
MORTE ESPIRITUAL. Separação de Deus. Moços (1915-1931).
MOVIMENTO CARISMÁTICO. Corrente
MORTE ETERNA. Consolidação da mor­
que enfatiza os dons carismáticos; em
te espiritual; separação permanente
especial, um aumento de tal interesse
entre o pecador e Deus.
e prática iniciado na década de 1950.
MORTE FÍSICA. Cessação da vida no
MOVIMENTO DA TEO LO GIA BÍBLICA.
corpo humano, envolvendo um co­
Corrente que surgiu, prosperou e de­
lapso da unidade psicossomática.
clinou no período de 1945 a 1965.
MORTE, PRIMEIRA. Mesmo que morte Enfatizava as dimensões teológicas da
física. Bíblia e tinha muita afinidade com a
neo-ortodoxia.
MORTE, SEGUNDA. Estado final daque­
les que morrem separados da salvação MOVIMENTO DA VIDA D E JE SU S. Esfor­
oferecida por Deus. O termo é en­ ço, particularmente dos estudiosos
contrado em Apocalipse 2:11, 20:6, liberais do século XIX, de construir
14 e 21:8. um retrato do Jesus histórico.
131 MURRAY, ANDREW

MOVIMENTO DE CRESCIMENTO DA IGRE­ sado judaico no cristianismo. Apa­


JA .Movimento iniciado por Donald receram em vários períodos, tanto
McGavran, em 1961, para estudar e dentro da história bíblica como na
ensinar o que faz uma congregação história subsequente da igreja.
crescer.
MT. Veja MEDITAÇÃO TRANSCENDENTAL.
MOVIMENTO D E OXFORD. Importante
corrente de reforma dentro da Igreja M U LHERES NA IGREJA, QUESTÃO DAS.

da Inglaterra no século XIX. Enfa­ Tema que discute qual papel as mu­
tizou um retorno à tradição da Alta lheres devem desempenhar na igreja,
Igreja e à piedade em resposta ao ra­ incluindo se é apropriado que sejam
cionalismo, ao liberalismo e à imora­ ordenadas e sirvam como pastoras.
lidade da época.
M UNDANISM O. Em um sentido, preo­
MOVIMENTO DE SANTIDADE. Veja HO- cupação com este mundo, incluindo
UNESS. a inquietação pelas condições sociais.
Em outro sentido, identificação ex­
MOVIMENTO D E SINAIS E MARAVILHAS.
cessiva com o mundo, isto é, confor-
Corrente cristã que enfatiza a cura
mar-se a ele, em vez de transformá-lo
miraculosa, cuja origem geralmente é
(cf. Rm 12:2).
atribuída a John Wimber. Também é
chamado de “terceira onda”, posterior M U NDO HELENISTA. O mundo do
ao pentecostalismo e ao neopentecos- pensamento, da política e da cultura
talismo ou movimento carismático. gregos.
Veja também t e r c e i r a o n d a .
M U NDO, O.Nas Escrituras, a terra, o
MOVIMENTO ECUM ÊNICO MODERNO. cosmos, ou uma força espiritual que
Movimento do século XX para a uni­ se opõe a Deus.
ficação dos cristãos. Começou como
um esforço missionário cooperativo M UNDO V INDOURO . Ordem futura

para realizar a obra de Cristo. Em algu­ sob o reinado de Cristo. Esse gover­
mas formas, tem o propósito de levar no divino futuro já está parcialmente
à verdadeira fusão de denominações presente.
em um grupo maior. Originou-se em
Re­
MÜNZER, THOM AS (C. 1489-1525).
1910 como resultado de conferências
formador fanático que acreditava
missionárias internacionais.
que Deus fala diretamente aos cris­
MOVIMENTOS DE REAVTVAMENTO. Ten­ tãos, revelando-lhes sua vontade por
dências ocorridas em vários mo­ meio de visões e sonhos. Normal­
mentos da história que envolveram mente considerado um anabatista
o ressurgimento ou a renovação do primitivo, foi líder da Revolta dos
interesse espiritual. Camponeses.
M OVIMENTOS JUDAIZANTES. Grupos M inis­
MURRAY, A N D R EW (1828-1917).
que defendem a manutenção do pas­ tro sul-africano que foi ativo no
evangelismo e na elaboração de mais MUTABILIDADE SANTA. Expressão usa­
de 250 livros e panfletos. Sua teologia da por Karl Barth para referir-se à ideia
tinha inclinação mística, e sua ênfase de que Deus é livre para corrigir, sus­
numa segunda bênção e na cura di­ pender ou substituir seus decretos.
vina tinham afinidade com o pente-
costalismo.
NASCIM ENTO VIRGINAL. Ensinamento
Nn segundo o qual a concepção de Jesus
aconteceu por uma obra miraculosa
do Espírito Santo sem que Maria ti­
vesse qualquer relacionamento com
NAÇÃO SANTA. Povo especialmente um homem. Veja também c o n c e p ­
escolhido e designado por Deus para ção VIRGINAL.
comunhão com ele e para ser usado
NATAL. Dia observado como nasci­
por ele. O termo é aplicado nas Escri­
mento de Cristo: 25 de dezembro.
turas a Israel e à Igreja.
Crença de que toda a
n a t u r a l is m o .
NAÇÓES, JULGAM ENTO DAS. Veja JU L ­
realidade se resume à própria natu­
GAMENTO DAS NAÇÕES.
reza, não existindo nada além dessa
NÃO BÍBLICO . Pertencente a algo não esfera natural de vida; consequente­
encontrado na Bíblia e talvez até mes­ mente, não existe o sobrenatural ou
mo contrário a ela. transcendental.
NÃO CONFO RM IDADE. Falta de dispo­
NATURALISMO EVOLUCIONÁRIO. Ideia
sição de sujeitar-se à religião oficial. de que a natureza cresce e se desen­
Assim, grupos conformistas em uma
volve com o tempo, produzindo
situação podem ser não conformistas
novas formas por meio de processos
em outra.
evolucionários.
NÃO CRISTÃOS. Aqueles que não cre­
No pensa­
n atureza c o n seq ü en te.
em em Jesus Cristo.
mento de Alfred North Whitehead,
NÃO CRÍTICO . Abordagem que sim­ a atualidade e atividade concretas
plesmente aceita um conceito ou de Deus em relação ao processo do
uma declaração de verdade como ela mundo.
se apresenta ou sem nenhuma com­
provação. NATUREZA CORROM PIDA.A natureza
humana conforme corrompida pela
NÃO ELEITOS. Aqueles que não foram
Queda e pelo pecado.
escolhidos por Deus para a salvação.
NATUREZA D E D EU S. Veja DEUS, NATU­
NARRATIVAS D E MILAGRES. Relatos das REZA DE.
Escrituras sobre ocorrências de mila­
gres. São encontradas particularmen­ NATUREZA DUPLA DA FÉ. Fé conside­
te nos evangelhos. rada como aceitação de proposições
ou verdades e como confiança numa
NASCER D E NOVO. Veja REGENERAÇÃO.
pessoa.
NASCIDO D E DEUS. Veja REGENERAÇÃO.
NATUREZA HUMANA. A constituição
NASCIDO DO ESPÍRITO. Veja REGENE­ universal do ser humano. E comum
RAÇÃO. recorrer-se a ela como uma explicação
para certas atividades tipicamente NEÓ FITO . Na igreja primitiva, um
humanas. convertido recém-batizado que usava
a veste batismal branca por oito dias.
NATUREZA INTERIO R. A real condição
da pessoa em termos de santidade NEOKANTIANOS. Filósofos e teólogos
subjetiva. Contrasta com o relacio­ que seguem, de maneira geral, a abor­
namento externo de uma pessoa com dagem de Immanuel Kant. Também
Deus, a situação objetiva de ser justi­ fazem algumas revisões da abordagem
ficado ou condenado por ele. geral de Kant.

NEONOM IANISM O. Movimento que


NATUREZA PREEXISTENTE D E CRISTO.
surgiu na Igreja da Escócia no início
A situação pré-encarnada da Segunda
do século XVIII durante uma contro­
Pessoa da Trindade.
vérsia sobre o relacionamento entre a
NATUREZA PRIM ORDIAL D E D EU S. Na lei e o evangelho na salvação. Os ne-
teologia de Alfred North Whitehead, onomianistas sustentam que o evan­
a imutável essência abstrata de Deus. gelho é uma nova lei que substitui a
do Antigo Testamento: as condições
NAZARENO. Residente de Nazaré; o ter­
legais da fé e do arrependimento de­
mo é aplicado especialmente a Jesus. vem ser satisfeitas antes que a salvação
NEANDER, JO H A N N AUGUST W ILHELM possa ser oferecida.
(1789-1850). Historiador eclesiástico NEO-ORTODOXLA. Sistema de teolo­
alemão geralmente considerado o fun­ gia associado particularmente a Karl
dador da historiografia eclesiástica Barth, Emil Brunner e Reinhold
moderna. Niebuhr. Embora aceitasse o criti-
cismo bíblico e certa quantidade de
NEGAÇÃO, M ÉTODO DA. Abordagem
pensamento existencial, o movimen­
para a investigação dos atributos de
to enfatizou a transcendência divina,
Deus por meio da qual se exclui todas
assim como a pecaminosidade e a ne­
as imperfeições da natureza humana
cessidade humanas. Representou um
e se atribui a Deus suas perfeições
retorno a formas modificadas de dou­
opostas. trinas ortodoxas em contraste com o
NEGLIGÊNCIA, PECADOS DE. Veja PE­ abandono de tais doutrinas realizado
CADOS DE NEGLIGÊNCIA. pelos liberais.

NEILL, STEPHEN CHARLES (1900-1984).


NEOPENTECOSTALISM O. Movimento
Missionário inglês da Igreja da In­ carismático surgido em meados do
século XX, com a pretensão de suavi­
glaterra que trabalhou também como
zar a rigidez e as exigências normati­
educador, acadêmico e autor.
vas do pentecostalismo clássico, mas
NEOEVANGELICALISMO. Veja NOVO sem abrir mão dos dons miraculosos.
EVANGELICALISMO. Voltou-se sobretudo para a classe mé­
135 NOÉ

dia, enfatizando a teologia da prospe­ da Faculdade Elmhurst e, posterior­


ridade e a batalha espiritual. mente, lecionou na Faculdade de
NEOPLATONISMO. Formas modifica­ Teologia de Yale, de 1931 até sua
das do pensamento de Platão. Asso­ morte. Foi defensor de uma versão
ciado a pensadores como Plotino, en­ norte-americana da neo-ortodoxia.
fatizava que o caráter fundamental da Sua obra mais importante foi O signi­
realidade é ideal ou mental, e frequen­ ficado da revelação (1941). Era irmão
temente incluía a ideia de criação como de Reinhold Niebuhr.
uma emanação da natureza de Deus.
NIEBU H R, REINH O LD (1892-1971). O
NEOPRAGMATISMO. Filosofia associa­ mais conhecido defensor norte-ame­
da a Richard Rorty. Em vez de con­ ricano da neo-ortodoxia. Foi pastor
siderar a verdade como aquilo que por treze anos em Detroit e depois
corresponde à realidade ou de pedir lecionou no Union Theological Se­
justificativas racionais para a ética, minary, na cidade de Nova York. A
essa visão simplesmente olha para
maioria de seus textos foi na área de
aquilo que “funciona”.
ética teológica. Seus dois livros mais
. Formas modificadas do
n e o t o m is m o importantes foram Homem moral e
pensamento de Tomás de Aquino. sociedade imoral e A natureza e o desti­
NESTORIANISM O. Visão herética que no do homem.
dividia Cristo em duas pessoas: uma NIETZSCH E, FRIED RICH (1844-1900).Fi­
divina e outra humana. lósofo alemão cuja filosofia ateia foi
NEWMAN, JO H N HENRY (1801-1890). uma das primeiras formas de existen-
Clérigo inglês que, em 1845, conver­ cialismo. Seu pensamento, especial­
teu-se do anglicanismo para o catoli­ mente em relação ao super-homem,
cismo romano. foi explorado por Adolf Hitler e pelo
nazismo.
NICEIA (325), CO N CÍLIO DE. Concilio
ecumênico convocado para tratar do NIILISM O . Rejeição da tradição, da
arianismo. A declaração feita pelo moralidade e da autoridade; de ma­
concilio afirmou que o Filho é da neira geral, é um ceticismo filosófico
mesma substância que o Pai.
com respeito tanto à verdade como à
NICEIA (787), SEG U NDO CO N CÍLIO DE. moralidade.
Concilio ecumênico que autorizou a
NIRVANA. O objetivo do hindu. O
veneração de imagens de vários tipos,
ciclo de reencarnação cessa e o indi­
especialmente as de Cristo, de Maria,
víduo é absorvido por Brâman. Tam­
de anjos e de santos.
bém chamado de mocsa.
N IEBU HR, H ELM UT RICHARD (1894-
Teólogo americano que lecio­
1962). NO É.Patriarca do Antigo Testamen­
nou no Seminário Eden, foi diretor to que obedeceu a Deus ao construir
uma arca, sendo poupado da destrui­ regeneração individual como em re­
ção do grande dilúvio. novação de todo o cosmos. O termo
também se refere à regeneração que
Fi­
N O ETO DE ESM IRNA (C. 220-C. 290).
ocorre naquele que crê em Cristo
lósofo cristão do século III, a quem
e também à futura restauração de
Hipólito associa ao monarquianismo toda a criação.
e ao patripassianismo.
NOVA CRIATURA. Pessoa regenerada ou
NO ITE ESCURA DA ALMA. Locução ex­ que nasceu de novo.
traída do título de um livro de João
NOVA ERA, RELIGIÃO DA. Religião em
da Cruz e que se refere à aparente au­
sência de Deus. expansão no ocidente que tem raízes
na filosofia panteísta do oriente. Vê fa-
NOIVA D E CRISTO . Expressão que se gulhas do divino em todas as pessoas.
refere à igreja.
NOVA ESCOLA D E TEOLOGIA. Desen­
NOM INALISM O. Doutrina medieval volvimento teológico dentro do cris­
segundo a qual conceitos abstratos tianismo evangélico em meados do
ou universais não possuem existência século XIX. Surgiu a partir da teo­
real, sendo apenas nomes aplicados a logia de New Haven, de Nathaniel
qualidades encontradas dentro de ob­ Taylor, e representou uma ênfase
jetos individuais específicos. mais forte sobre a liberdade humana
e a decisão evangelística. Os seguido­
NOMINALISTAS. Aqueles que defen­ res da Nova Escola foram expulsos da
dem o nominalismo. igreja presbiteriana em 1837 e recebi­
NORMA. Padrão de crença ou ação. dos em 1869.

NORMAS MORAIS. Guias para o com­ NOVA HERMENÊUTICA. Abordagem in-


portamento ético. terpretativa que usa a filosofia existen­
cialista para entender a Bíblia em ter­
Dispensação e eco­
NOVA a l i a n ç a . mos de seus efeitos sobre uma pessoa,
nomia cristã iniciada por Cristo e em vez de seu significado objetivo. A
os apóstolos. Em alguns casos, a ex­ nova hermenêutica está associada a
pressão é sinônimo de evangelho de nomes como os de Rudolf Bultmann,
Cristo. Ernst Fuchs e Gerhard Ebeling.
NOVA BUSCA PELO JE SU S H ISTÓRICO. NOVA JERUSALÉM . Referência à última
Outra tentativa de determinar a na­ fase da igreja (Ap 3:12; 21:2).
tureza do personagem histórico Jesus.
NOVA LUZ, CISMA DA. Divisão ocorri­
Começou com Ernst Kasemann, em
da no presbiterianismo e no congre-
1954.
gacionalismo em meados do século
NOVA CRIAÇÃO. O que Deus está XVIII. A Velha Luz interpretava o
gerando ao refazer ou renovar a calvinismo racionalmente, susten­
criação caída, tanto em termos de tando que a crença teológica correta
é mais importante que a vida cristã. NOVO ESPÍRITO . Veja CORAÇÃO NOVO.
A Nova Luz, em contrapartida, enfa­
NOVO EVANGELICALISMO. Desenvol­
tizava a piedade puritana como essen­
vimento ocorrido no cristianismo
cial para a teologia calvinista.
evangélico norte-americano após a
NOVA M ORALIDADE. Referência a mo­ Segunda Guerra Mundial; enfatizou
dificações na moralidade tradicional a necessidade de um maior envolvi­
ocorridas no século XX, particular­ mento intelectual e por uma aplicação
mente uma maior permissividade na social do evangelho. Entre os líderes
área da ética sexual. A nova morali­ da primeira forma do movimento
dade às vezes está relacionada à ética estavam Harold J. Ockenga, Edward
situacional. J. Carnell, Carl F. H. Henry, Ber-
nard Ramm, Vernon Grounds e Billy
NOVA TERRA. O universo completa­
Graham. Em sua forma posterior, às
mente redimido no futuro, junto
vezes chamada de neoevangelicalis-
com o novo céu. Veja também n o v o s
mo, houve algumas modificações das
CÉUS E NOVA TERRA.
doutrinas clássicas, como a da iner-
NOVA VIDA. A vida espiritual dada por rância das Escrituras.
Cristo àquele que nele crê, neutrali­
novo h o m em . A pessoa regenerada
zando o efeito mortificador do peca­
ou o cristão.
do e instilando uma nova habilidade
espiritual. NOVO ISRAEL. A igreja.
NOVACIONISMO. Movimento cismá- NOVO LEGALISM O. Abordagem que
tico dentro da igreja, que durou de busca estruturar a vida cristã em tor­
meados do século III até o século VI. no de certas regras invariáveis, sendo
Praticava disciplina rigorosa e insistia que o cumprimento delas é conside­
que os cristãos que haviam oferecido rado uma virtude.
sacrifícios em nome do imperador,
NOVO MANDAMENTO. Expressão usa­
durante as perseguições de Décio
da ao falar da ordem divina para que
(249-251), não deveriam ser aceitos
de volta à comunhão da igreja. todos amem uns aos outros (Jo 13:34;
ljo 2:8).
NOVENTA E CINCO TESES. Lista de pro­
posições que Martinho Lutero estava NOVO M U ND O . Veja NOVOS CÉUS E

disposto a debater. Ele pregou essa NOVA TERRA.

lista na porta da capela do castelo de NOVO NASCIMENTO. Veja REGENERAÇÃO.


Wittenberg, Alemanha, no Dia de
Todos os Santos, de 1517. Esse even­ NOVO POVO DE DEUS. A igreja.
to costuma ser visto como o início da NOVO TESTAMENTO. Os vinte e sete
Reforma protestante.
livros que a igreja aceita como reve­
NOVO CORPO. O corpo que será rece­ lação autorizada de Deus sobre a vida
bido na ressurreição. de Cristo e a missão da igreja.
NOVO TESTAMENTO, CANON D O . Lis­ final da década de 1960 e início da
ta autorizada dos livros incluídos no de 1970. Alguns podem ser mais bem
Novo Testamento. descritos como seitas; outros derivam
de religiões orientais.
NOVO TESTAMENTO, ESCATOLOGIA DO.
Ensinamentos do Novo Testamento NÚ M ENO .O que não pode ser en­
relacionados às últimas coisas. tendido ou explicado intelectual­
mente. O conceito é encontrado
NOVOS CÉU S E NOVA TERRA. O uni­ especialmente na obra O sagrado, de
verso redimido e renovado do futuro Rudolf Otto, e no pensamento dos
(Rm 8:18-21; 2Pe 3:13; Ap 21:1-8). místicos.

NOVOS MOVIMENTOS RELIGIO SO S. Di­ NUMEROLOGIA BlBLIC A . Estudo da


versos grupos religiosos surgidos na importância dos vários números pre­
América do Norte e na Europa no sentes nas Escrituras.
OBRAS, ALIANÇA DAS. Veja ALIANÇA

Oo DAS OBRAS.

OBRAS, BOAS. Veja BOAS OBRAS.

OBRIGAÇÃO. Aquilo que alguém é


OBEDIÊNCIA. Fazer aquilo que é orde­ moralmente obrigado a fazer.
nado. De acordo com as Escrituras, a O BSCENIDA DE. O que é imoral ou
obediência será o resultado inevitável perverso.
da fé verdadeira.
OCKHAM , G UILH ERM E DE. Veja GUI­
O BEDIÊNCIA DE CRISTO . Disposição LHERME DE OCKHAM.
de Cristo de realizar a vontade do Pai,
como o ato de submeter-se à cruci­ OCKHAM ISTAS. Aqueles que seguem
ficação. o ensinamento de Guilherme de
Ockham, particularmente com res­
. Recusa a
o b je ç ã o d e c o n s c iê n c ia peito ao nominalismo.
prestar serviço militar em função de
ÓCULO S DA FÉ. Metáfora usada por
objeção religiosa ou filosófica quanto
a tirar a vida humana, mesmo em si­ João Calvino para indicar que a fé e
tuação de guerra. a revelação dão clareza aos assuntos
espirituais.
OBLAÇÃO. Oferta apresentada em ado­
ração. O termo é usado particular­ OCULTISM O. Termo costumeiramente
mente em relação a uma oferta inani­ associado a práticas como adivinhação,
mada, em contraste com o sacrifício astrologia espiritismo, magia etc.
de algo vivo. OCULTO. Aquilo que está escondido
OBRA. Atividade que resulta de um ou é secreto.
trabalho ou uma ação. As Escrituras O oposto do amor; sentimento
Ó D IO .
colocam sobre nós a responsabilidade de antipatia intensa ou de oposição.
de realizar a obra de Deus.
OFERTA D E COM UNHÃO. Veja OFERTA
OBRA D E CRISTO. O ministério de PACÍFICA.
Cristo, particularmente sua vida e
OFERTA D E GRATIDÃO. No sistema sa-
morte redentoras.
crificial do Antigo Testamento, um
OBRA INTECESSÓRIA DO ESPÍRITO SAN­ tipo de oferta pacífica dada a Deus
TO .A intercessão Espírito Santo por em gratidão por seus favores.
nós quando não sabemos como orar
OFERTA D E IN CEN SO. Oferta feita duas
(Rm 8:26-27).
vezes por dia na tenda exterior (Lugar
OBRA SOBRENATURAL. Atos de Deus Santo) do tabernáculo.
que estão além da capacidade humana.
OFERTA MOVIDA. Parte da oferta pa­
OBRAS.A atividade de Deus ou dos cífica reservada para uso do sacerdote
homens. (Lv 7:28-34).
OFERTA PACÍFICA. Oferta voluntária O FICIAIS DA IGREJA. Obreiros que
que um israelita poderia fazer em possuem autoridade para dirigir ou
adiçáo aos sacrifícios pela expiação e ensinar na igreja local.
consagração (Lv 3; 7:11-38).
O FÍC IO D IÁRIO .Também chamado
OFERTA PELA CULPA. No Israel antigo, “ofício divino” . Serviços de ado­
um pagamento pelos danos ou res­ ração diários prescritos, especial­
tituição por uma violação da lei (Lv mente nas igrejas católica romana e
5:14— 6:7; 7:1-7). anglicana e, em menor escala, nas
igrejas luteranas.
OFERTA PELA TRANSGRESSÃO. Paga­
mento de indenização como resti­ O FÍCIO S D E CRISTO. Papéis ou funções

tuição por ofensas sociais, religiosas de Cristo, tradicionalmente profeta,


ou rituais. Também chamada de oferta sacerdote e rei.
pela culpa, envolvia plena restituição do OFITAS. Seita gnóstica que venerava
valor dos bens envolvidos e uma pena serpentes, ensinando que Deus era
adicional de um quinto do valor. ruim e a serpente boa.
OFERTA PELO PECADO. Oferta exigi­
ÓLEO, UNÇÃO COM . Veja U N Ç Ã O .
da de cada israelita 1) para limpeza
ritual, 2) para pecado não intencio­ OMAN, JO H N W OOD (1860-1939). Im­
nal contra a lei de Deus e 3) em cada portante teólogo britânico de pers­
festa hebraica. O sacrifício oferecido pectiva fortemente liberal. Pastoreou
dependia da situação de cada pessoa. em Alnwick, Northumberland, e de­
pois lecionou no Westminster Colle-
OFERTA QUEIMADA. Veja HOLOCAUSTO. ge, o instituto teológico presbiteriana
OFERTA VOLUNTÁRIA. No Antigo Tes­ em Cambridge.
tamento, oferta espontânea feita OMISSÃO, PECADOS D E. Veja PEC A D O S
como parte de um pedido a Deus ou D E OMISSÃO.
em gratidão por aquilo que ele fez.
ONIPRESENÇA DIVINA. Veja D EU S,
Devido à sua natureza voluntária, um
O N IP R E S E N Ç A D E .
animal imperfeito poderia ser ofereci­
do em sacrifício (Lv 22:23). O N ISCIÊNCIA DIVINA. Veja D EU S,
O N IS C IÊ N C IA D E .
OFERTAS PROPICIATÓRIAS. Ofertas cujo
propósito é aplacar a ira de Deus. ONTOLOGIA. O estudo do ser.
OFERTAS PÚBLICAS. No Antigo Tes­ OPORTUNIDADE UNIVERSAL. Visão se­
tamento, uma classe de ofertas vo­ gundo a qual todas as pessoas terão uma
luntárias não exigidas como expiação oportunidade em algum momento da
pelo pecado, como a “oferta pacífi­ vida para aceitar a salvação de Jesus
ca’'(RA ) ou os “sacrifícios de comu­ Cristo, quer tenham ouvido conscien­
nhão” (NVI). temente o evangelho quer não.
OPORTUNIDADE UNIVERSAL EXPLÍCI- em algumas outras variedades do cris­
ta. Visão segundo a qual em algum tianismo.
momento todas as pessoas serão apre­
ORÁCULO. Designa uma palavra ou
sentadas a uma oportunidade especí­
declaração de natureza profética ou
fica para crer em Cristo. Essa posição
simplesmente uma orientação da
normalmente inclui a ideia de uma
parte de Deus.
oportunidade de crer após a morte
para aqueles que não ouviram a men­ ORÁCULO DE D ELFO S. O maior dos
sagem durante a vida. santuários proféticos gregos. Vários
métodos de profecia eram emprega­
OPRESSÃO. Controle explorador das
dos, incluindo línguas estranhas que
classes indefesas por parte dos pode­ lembravam o fenômeno de falar em
rosos. Na teologia liberal, é a maior línguas do cristianismo.
dimensão do pecado.
ORDEM DA SALVAÇÃO. A seqüência
OPUS OPERATUM. Veja EX OPERE OPERATO. tradicional de discussões sobre os
ORAÇÃO. Contato com Deus por lou­
diferentes aspectos da salvação; por
exemplo, conversão, regeneração,
vor, petição ou confissão.
justificação, santificação.
ORAÇÃO DA FÉ. De modo geral, oração
ORDEM DOM INICANA. Grupo funda­
feita com base na fé; em Tiago 5:15,
do em 1216 visando à defesa da fé.
um clamor que trará cura.
Contando com Alberto Magno e To­
ORAÇÃO DO SENHOR. Oração-modelo más de Aquino entre seus membros,
dado por Jesus (Mt 6:9-13). contribuiu com obras significativas
para a teologia e a apologética. De­
ORAÇÃO INTERCESSÓRIA. Oração feita
sempenhou papel significativo na
em favor de outras pessoas. Inquisição.
ORAÇÃO MATUTINA. Na Igreja Angli­ ORDEM FRANCISCANA. Grupo cató-
cana, um serviço que faz parte do ofí­ lico romano fundado por Francisco
cio diário. Também conhecido como de Assis no século XIII. Os membros
matinas ou oração da manhã. dessa ordem praticavam a pobreza e
ORAÇÃO SACERDOTAL DE JE SU S. A in- ministravam aos necessitados. Agin­
tercessão de Jesus por seus seguidores do em contrariedade ao espírito de
Francisco, apoiaram a Inquisição.
em João 17.
ORDENAÇÃO. Ato de separar uma
ORAÇÃO VESPERTINA. Na Igreja Angli­
pessoa para ofício ministerial. Os
cana, o culto noturno; também cha­
sacramentalistas acreditam que ela
mada de vésperas ou oração da noite.
confere certos poderes de ministério.
ORAÇÕES PELOS MORTOS. Prática de Outros a consideram simplesmente
orar por aqueles que já morreram. E um reconhecimento público do que
encontrada no catolicismo romano e Deus já fez.
ORDENANÇA. Prática estabelecida por de autoestima e satisfação diante do
Jesus Cristo com a ordem de que ela bem-estar e das realizações da pessoa.
deve ser realizada. Hoje é considerada
um memorial ou um ato de obediên­ o r ig e mDA a l m a . Questão que ana­

cia, em vez de um sacramento. O ter­ lisa se cada alma individual é criada


mo é usado por tradições cristãs não diretamente por Deus (criacionis-
sacramentais para se referir a certas mo) ou se é gerada juntamente com
práticas, particularmente o batismo e o corpo no momento da concepção
a Ceia do Senhor. (traducianismo).
As posições mais ele­
o r d e n s m a io r e s . ORIGEM DO HOM EM . O início da es­
vadas ou mais antigas do clero ordena­ pécie humana. Teólogos e cientistas
do. Na Igreja Católica Romana existem debatem se essa origem se deu por
três: sacerdócio (presbiterado e episco- criação direta de Deus ou por desen­
pado), diaconato e subdiaconato. volvimento evolucionário de formas
Na Igreja Católica
o r d en s m en o r es. de vida preexistentes.
Romana e na Ortodoxa do Oriente,
ORIGEM DO UNIVERSO. O início do
os ofícios de porteiro, leitor, exorcista
mundo físico. Teólogos e cientistas
e acólito.
debatem os meios envolvidos nessa
ORDENS SANTAS. Veja SANTAS ORDENS. origem: uma criação direta de Deus,
a explosão de um conjunto compacto
o r d o s a l u t is . Veja ord em d a s a l­
de matéria ou qualquer outra coisa.
vação.

ORGANIZAÇÕES INTERCONGREGACIO-
ORÍGENES (C. 185-254). Importante te­
NAIS. Denominações interdenomina- ólogo da igreja primitiva grega. Seus
cionais. principais escritos foram Contra Celso
e Doutrinas fundamentais {De princi-
ORGANIZAÇÕES PARECLESIÁSTICAS. Or­
piis). Acreditava que os cristãos eram
ganizações religiosas criadas para a
livres para especular sobre tudo, exce­
realização de tarefas específicas como
to as doutrinas fundamentais expostas
evangelismo ou alcance de jovens. Es­
nas Escrituras. Entre suas especulações
sas organizações não se reúnem para
estavam a crença na reencarnação e a
cultos regulares aos domingos ou
administração de ordenanças, nem derradeira restauração promovida por
demonstram outras características Deus de todos os seres, até mesmo do
próprias de uma igreja organizada. Diabo e de seus anjos. Três séculos
Seus membros costumam pertencer a depois de sua morte, Orígenes foi de­
diversas igrejas. clarado herege pela igreja.

ORGULHO . Normalmente, autoestima ORIGENISM O. Teologia relacionada aos


excessiva, juntamente com desprezo ensinamentos de Orígenes, parti­
pelos outros. Ocasionalmente o ter­ cularmente a crença na restauração
mo pode se referir a um senso correto completa e final de todas as coisas.
ORR, JAMES (1844-1913). Teólogo escocês OSIANDER, ANDREAS (1498-1552). Teó-
e apologista de uma forma moderada logo alemão, reformador e seguidor
de calvinismo. Seus livros mais impor­ de Martinho Lutero. Sua obra mais
tantes foram A ressurreição de Jesus, A importante, De Justificatione, publi­
imagem de Deus no homem, O problema cada em 1550, suscitou controvérsia.
do Antigo Testamento, Revelação e inspi­ Seu entendimento da justificação era
ração, A visão cristã de Deus e o mundo de que ela não se tratava simplesmen­
e O nascimento virginal de Cristo. te de uma declaração judicial de justi­
ça, mas uma concessão real de justiça
ORTODOXIA. Conjunto de doutrinas
por meio da habitação de Cristo no
ensinadas pelas Escrituras, como a di­
cristão. Desse modo, Osiander tendia
vindade de Cristo, a Trindade e a auto­
a mesclar a visão tradicional da justi­
ridade das Escrituras; refere-se também
ficação com a regeneração.
ao segmento do cristianismo que apoia
essas doutrinas. Além disso, o termo O TTO, RUDO LF (1869 1937). Teólogo
também é usado como referência ao alemão cuja obra mais significati­
ramo oriental do cristianismo. va, O sagrado, enfatiza o númeno, o
“Algo inefável”, ligado à experiência
ORTODOXIA ORIENTAL. Designação
do divino.
das igrejas gregas ou do Oriente que
se separaram das igrejas ocidentais o u s i a . Palavra para “ser”, referindo-se

em 1054. especialmente à natureza não dividi­


da de Deus.
ORTODOXO. Literalmente “correto”
ou “adequado”, aquilo que está de Teólogo puri­
O W EN ,JO H N (1616-1683).
acordo com práticas ou doutrinas tano inglês que enfatizou fortemente
corretas, conforme estabelecidas por a forma congregacional de governo da
uma autoridade. O termo pode sig­ igreja. Tornou-se um não conformista
nificar simplesmente “convencional”, na década de 1660.
em oposição a “incomum”. Também
OZMAN, AGNES. Aluna do instituto bí­
pode referir-se ao ramo oriental do
blico de Topeka, Kansas, que afirmou
cristianismo, que se separou da Igreja
ter recebido o Espírito Santo em Io de
Católica Romana latina.
janeiro de 1901, quando Charles Pa-
ORTODOXO, NÃO. Qualquer desvio da rham impôs as mãos sobre ela. Então,
posição padrão ou tradicional, par­ ela orou sucessivamente em diversas
ticularmente na área da teologia. O línguas que lhe eram desconhecidas.
termo normalmente não tem a cono­ Alguns consideram esse episódio o
tação de um desvio tão sério como o início do movimento pentecostal mo­
termo “heterodoxo” . derno.
cederam os apóstolos e antecederam

Pp os apologistas (aproximadamente na
primeira metade do século II).

PAIS DA IGREJA. Principais teólogos dos


sete primeiros séculos da era cristã.
PACIFISMO. Normalmente, a posição
daqueles que se recusam a participar PAIS G REGOS.Primeiros pais da igreja
de guerras; de modo geral, um desejo do ramo oriental do cristianismo.
de evitar o uso de força, particular­
PAIXÃO. Experiências emocionais in­
mente de um tipo violento.
teriores. No pensamento de Soren
PACTO DA GRAÇA. Veja ALIANÇA DA Kierkegaard, a paixão interna, em vez
GRAÇA. de certeza objetiva, é a medida correta
de verdade e fé.
PACTO DA REDENÇÃO. Veja ALIANÇA
DA REDENÇÃO. PAIXÃO D E CRISTO .O sofrimento de
PACTO DAS OBRAS. Veja ALIANÇA DAS
Cristo, particularmente sua crucifi­
OBRAS.
cação.

PADRÃO CONFESSIONAL. Credo ou con­ PALAMAS, GREGORIUS (C. 1296-1359).

fissão que serve como definição teoló­ Teólogo ortodoxo grego mais conhe­
gica de um grupo. cido por sua defesa do hesicasmo, que
difundia a teologia da experiência di­
PÃES ASMOS. Pães que não crescem
reta com Deus.
por serem assados sem fermento; são
comidos na refeição pascal. PALAVRA, A. Termo frequentemente
usado em referência à Bíblia ou a Je­
PAGANISMO. De modo geral, sistemas
sus Cristo.
religiosos e éticos diferentes do cris­
tianismo. PALAVRA-CARNE, CRISTOLOGIA DA. Veja
C R ISTO LO G IA DA PALAVRA-CARNE.
PAI CELESTIAL.A Primeira Pessoa da
Trindade. A expressão costuma ser PALAVRA D E DEUS. A mensagem que
usada em orações. veio de Deus. Os autores do Novo
PAI DA MENTIRA. Referência a Satanás Testamento e Jesus referem-se ao An­
(Jo 8:44). tigo Testamento como a Palavra de
Deus (cf. Jo 10:35). A Bíblia em sua
PAI, DEUS. Veja DEUS PAI.
totalidade é citada com a Palavra de
PAI, OBRA D O . Atividades
de Deus par­ Deus.
ticularmente associadas ao Pai, como
PALAVRA D E PRONUNCIAM ENTO. Na
ouvir orações.
teologia católica romana, declaração
PAIS APO STÓLICOS. Nome dado aos formal e essencial para a eficácia de
líderes e pensadores cristãos que su- um sacramento.
palavra DO SEN H O R. Termo usado PANLOGISMO. Conceito encontrado
frequentemente pelos profetas do An­ especialmente nas filosofias hegelianas
tigo Testamento para identificar sua segundo o qual a realidade derradeira
mensagem como vinda de Deus. é de natureza mental ou racional.
PALAVRA-HOMEM, CRISTOLOGIA DA. PANNENBERG, W OLFHART (1928 ). Teó­
Veja C R ISTO LO G IA DA PALAVRA-HO- logo da Universidade de Munique
M EM . cuja teologia racional e baseada na
p a l e o n t o l o g i a . Estudo dos registros
história representa uma reversão da
fósseis como meio de tentar determi­ abordagem de Bultmann.
nar o passado. PANO D E FUN D O INVISÍVEL DA CRIA­
ÇÃO. Expressão usada por Hendrikus
PALESTRAS GIFFORD. Prestigiosas pa­
Berkhof ao falar dos poderes que fo­
lestras realizadas em quarto antigas
ram criados por Deus como instru­
universidades escocesas desde 1888. O
mentos de seu amor e que formam o
objetivo da série era “promover, avançar,
arcabouço dentro do qual o serviço a
ensinar e difundir o estudo da teologia
ele deve ser realizado.
natural, no sentido amplo do termo,
ou seja, o conhecimento de Deus”, in­ PANTEÍSMO. Crença segundo a qual
cluindo “os fundamentos da ética”. Deus é tudo e tudo é Deus.
PALESTRAS H IBBERT. Série de palestras O chefe da Igreja Católica Ro­
papa.
criadas em 1878 para promover pers­ mana; também conhecido como
pectivas antitrinitarianas e, de modo sumo pontífice ou bispo de Roma.
geral, visões liberais de assuntos reli­
giosos. papad o .O ofício de bispo de Roma,
o sumo pontífice do cristianismo ca­
PALEY, WILLIAM (1743-1805). Teólogo tólico romano.
anglicano que lecionou no Christs
p a p e l s a c e r d o t a l . Um dos três ofí­
College, em Cambridge. Bastante
liberal em sua teologia, acreditava cios tradicionais de Cristo: seu ato de
que muitas das 240 proposições dis­ expiação e a contínua intercessão que
tintas apresentadas nos Trinta e Novo realiza por seu povo.
Artigos da Igreja da Inglaterra eram PARÁBOLA. História simples que ilustra
inconsistentes entre si. Sua obra mais uma verdade espiritual. Jesus fez uso
notável foi Uma visão das evidências
extensivo dessa técnica de ensino.
do cristianismo. Nesse volume e na
obra Teologia natural, ele apresenta PARÁBOLA ESCATOLÓGICA. Parábola que
argumentos teleológicos para a exis­ aborda as últimas coisas, como aque­
tência de Deus. las encontradas em Mateus 25.

PANENTEÍSMO. Crença de que Deus PARÁBOLAS D E JE SU S. Histórias conta­


está em todas as coisas, mas difere de­ das por Jesus para ilustrar e comuni­
las. Veja também p a n t e í s m o . car a verdade espiritual.
PARÁCLITO. Termo grego para “conso­ rá restaurando todos os seres huma­
lador”, “auxiliador”, “advogado”, “in- nos à comunhão com ele.
tercessor”, geralmente empregado ao
PARTIR D O PÃO. Veja CEIA DO SENHOR.
Espírito Santo (Jo 14:16, 26; 15:26;
16.7). Variantes: paraclito e paracleto. PASCAL, A APOSTA D E. Argumento
criado por Blaise Pascal numa tenta­
PARADOXO. Aparente contradição na tiva de convencer o complacente ou
qual duas teses opostas são mantidas insatisfeito a pensar sobre a seriedade
em tensão uma contra a outra. da decisão a favor ou contra Cristo.
Apostamos se Deus existe ou não. Se
PARADOXO, TEOLOGIA DO. Teologia
errarmos na aposta de que Deus exis­
existencial ou neo-ortodoxa que vê
te, não perdemos nada; mas se acer­
a presença de aparente contradição
tarmos na aposta de que Deus existe,
como indicação positiva da verdade. E
teremos ganhos infinitos. Por outro
nesse ponto que ocorre a crise de fé.
lado, se acertarmos na aposta de
p a r a íso . O céu ou a presença de Deus. que Deus não existe, não perdemos
nada; mas se errarmos na aposta de
PARALOGISMO. Raciocínio contrário
que Deus não existe, teremos perdas
às regras da lógica. infinitas.
PARHAM, CHARLES (1873 1929). Líder PASCAL, BLAISE (1623 -1662). Matemá­
de uma pequena escola bíblica em tico, cientista e pensador religioso
Topeka, Kansas, EUA, onde o fenô­ francês cujas ideias mais significativas
meno carismático surgiu depois de foram registradas em sua obra póstu­
ele ter pedido aos alunos que pesqui­ ma Pensamentos (idéias sobre religião
sassem o assunto batismo do Espírito e outros assuntos). Ele afirmava que
Santo. Esse evento costuma ser consi­ Deus não é conhecido inicialmente
derado o início do movimento pente- pela razão, mas é recebido intuitiva­
costal moderno. mente no coração. Em seu famoso
argumento da aposta, afirmou que a
PARÓQUIA. Congregação local ou a área
prudência exige que corramos o risco
geográfica a que ela compreende. de ter fé em Deus.
ou PARÚSIA. Palavra grega
p a r o u sia
PASCAL, CONTROVÉRSIA. Controvér­
para “vinda” (também se diz parusia). sia em torno da fixação das datas da
Designa o retorno glorioso de Jesus Sexta-feira santa e da Páscoa.
no fim dos tempos.
PÁSCOA. O evento introdutório do
PARTICULARISMO. Ideia de que a sal­ êxodo, quando o anjo da morte matou
vação é baseada numa resposta pessoal o primogênito de todas as famílias do
à graça de Deus; alguns, portanto, Egito, mas poupou os primogênitos
se perderão. A posição universalista, das famílias de Israel, as quais haviam
pelo contrário, diz que Deus termina­ marcado o umbral das portas com
sangue. O evento ainda é comemora­ patriarca é o bispo de uma cidade es­
do pelos judeus. O termo também de­ pecialmente significativa.
signa o domingo em que se celebrada
PATRIPASSIANISMO. Ideia de que, na
a ressurreição de Cristo.
verdade, o Filho era Deus Pai mani­
Seções da Bí­
p a s s a g e n s n a r r a t iv a s . festado numa forma diferente e, por­
blia que descrevem eventos de natu­ tanto, o Pai sofreu e morreu na cruz
reza histórica. na pessoa do Filho.

PASTOR. Ministro cristão em sua fun­


PATRÍSTICA.O estudo da filosofia cris­
ção de ensinar, alimentar espiritual­ tã formulada pelos pais da Igreja ou a
própria doutrina dos pais da Igreja.
mente e cuidar de uma congregação
local. PATROLOGIA. Estudo da vida e das
obras dos pais da Igreja.
PASTORAIS, EPÍSTOLAS. As cartas de
Paulo relacionadas a assuntos pasto­ PAULICIANOS. Seita cristã oriental sur­
rais, especificamente 1— 2Timóteo e gida no século VIII. Repudiavam
Tito. a mariolatria, a intercessão dos san­
tos, a hierarquia romana e o batismo
PASTORES E M ESTRES. Um dos dons
infantil. Eram adocionistas em sua
espirituais (Ef 4:11). Os dois termos cristologia e davam enorme valor aos
costumam ser tratados como referên­ escritos de Paulo.
cia ao mesmo ofício.
PAULINISMO. Teologia fundamentada
PATERNIDADE DE DEUS. Referência ao basicamente nos textos de Paulo, em
fato de que Deus deu vida a todos os vez de em outros autores do Novo
humanos e se relaciona com eles de Testamento.
modo semelhante como o pai huma­
Bispo de An-
PAULO d e s a m o s a t a .
no se relaciona com seus filhos.
tioquia de 260 a 272 que foi exco­
PÁTHOS.Emoção apaixonada, particu­ mungado por um sínodo realizado
larmente de misericórdia compassiva em 268. Monarquiano dinâmico, ele
ou compaixão. acreditava que Deus trabalhava atra­
vés de Jesus, mas que Jesus não era a
PATRIARCA. O pai de uma família ou
Segunda Pessoa da Trindade.
chefe de uma tribo. O título é usado
em referência a Abraão, Isaque, Jacó e PAZ. Na Bíblia, a ideia de completude,

aos filhos de Jacó, especialmente José. sanidade e plenitude. Pode se referir


Também é usado nas igrejas Católica a saúde e prosperidade e ausência de
Romana e Ortodoxa Grega como re­ conflitos internos ou externos.
ferência aos bispos que são elevados PECADO. Qualquer ato, atitude ou
acima de outros bispos. Nas igrejas inclinação que deixa de alcançar ou
ortodoxas gregas, em particular, o cumprir plenamente os padrões da
retidão de Deus. Pode envolver uma em sobre um grupo de pessoas, seja
transgressão real da lei de Deus ou sobre a família, seja a igreja de uma
uma falha em viver de acordo com pessoa, seja sobre toda a raça humana,
suas normas. como no caso de Adão.

PECADO, CARÁTER D O . A natureza sub­ PECADO, EFEITOS INDIVIDUAIS D O . Os


jacente de todos os tipos de pecado. resultados do pecado sobre a pessoa
O caráter do pecado é diferente das que cometeu o pecado ou, em alguns
ocorrências específicas do pecado. casos, sobre o individuo contra quem
o pecado é cometido. Os grupos ou
PECADO COM O DESTITUIÇÃO DE DEUS.
as estruturas societárias não estão en­
Referência à ideia de que a essência
volvidos.
do pecado é colocar alguma coisa no
lugar de Deus, ou seja, não permitir PECADO, ESCRAVIDÃO AO. Veja PECA­

que Deus seja Deus. DO, SERVIDÃO DO.

PECADO, CONFISSÃO D E. Veja CONFIS­ PECADO, HOM EM D O . Veja HOMEM DO

SÃO DE PECADO. PECADO.

PECADO, CONSEQÜÊNCIAS D O . Os re­ PECADO IMPERDOÁVEL. Blasfêmia con­


sultados temporais e eternos do pe­ tra o Espírito Santo, um pecado que
cado. Jesus declarou ser “eterno” , em con­
traste com os pecados que podem
PECADO, CONSEQÜÊNCIAS NATURAIS
ser perdoados (Mt 12:31-32; Mc
DO . Os efeitos que acompanham o
3:28-29; Lc 12:10). Jesus fez essa de­
delito em um verdadeiro relaciona­
claração depois de os fariseus terem
mento de causa e efeito.
atribuído a Belzebu a obra que Jesus
PECADO, CONVICÇÃO D O . Veja CON­ realizara pelo poder do Espírito San­
VICÇÃO DO PECADO. to. O pecado imperdoável costuma
ser considerado a negação persistente
PECADO DE ADÃO. O pecado inicial
da obra de Deus, resultando numa
de Adão no jardim do Éden. Cons-
dureza de coração que impede o in­
tituindo-se na Queda, tem gerado
divíduo de reconhecer a verdade e se
conseqüências de longo alcance sobre
arrepender do pecado.
a raça humana.
PECADO, IMPUTAÇÃO DE. A acusação
PECADO DELIBERADO. Delito no qual
ou a transferência das conseqüências
alguém se envolve a despeito do co­
do pecado, normalmente a outro;
nhecimento das questões envolvidas.
particularmente, a transferência do
PECADO E DA MORTE, LEI D O . A domi­ pecado de Adão a seus descendentes.
nação do pecado (Rm 8:2).
PECADO IN CO N SCIEN TE. Atos errône­
PECADO, EFEITOS COM UNS D O . As os cometidos sem consciência do mal
conseqüências de um delito que reca­ envolvido.
Pecado come­
PECADO i n d i v i d u a l . PECADO QUE LEVA À MORTE. Referên­
tido por uma pessoa; contrasta com cia em ljoão 5:16 ao pecado imper­
os pecados de uma sociedade ou de doável mencionado por Jesus. Veja
uma raça. também p e c a d o i m p e r d o á v e l .

PECADO, LIBERTAÇÃO DO. Referência PECADO RACIAL. Referência ao fato de


ao conceito segundo o qual a salvação que, em Adão, toda a raça humana
envolve não apenas o cancelamento pecou coletivamente.
das conseqüências do pecado, mas
PECADO, REMISSÃO DE. Veja REMISSÃO
também a libertação de seu controle.
DE PECADOS.
PECADO MORTAL. Pecado que causa
PECADO, SALÁRIO DO. A conseqüência
morte espiritual. Na teologia católica
das transgressões: a morte (Rm 6:23).
romana, o pecado mortal extingue a
vida de Deus na alma, enquanto o pe­ PECADO, SERVIDÃO D O . O efeito es-
cado venial simplesmente enfraquece cravizante ou controlador do pecado
essa vida. Juntamente com o pecado (Rm 7).
mortal existe uma determinação deli­
PECADO, TEORIA DA ANSIEDADE DA
berada e intencional de resistir a Deus
FIN ITU D E D O .Visão defendida por
em tudo o que a pessoa faz, mas no
Reinhold Niebuhr segundo a qual o
pecado venial existe uma tensão en­
pecado tem como base nossa finitude
tre a ação ofensiva e a pessoa que a
e a conseqüente ansiedade, o que, por
comete.
sua vez, resulta em esforços para cons­
PECADO NÃO PERDOADO. Delito que truir nossa segurança, normalmente à
não foi perdoado, normalmente por­ custa de outros ou da independência
que não foi confessado e para o qual de Deus.
não se buscou perdão.
PECADO, TEORIA DA NATUREZA ANIMAL
PECADO, NATUREZA D O . Veja PECADO, DO. Visão segundo a qual o compor­
CARÁTER DO. tamento pecaminoso é resultado de
não termos evoluído completamente
PECADO ORIGINAL. O efeito do peca­
em nossa natureza animal.
do de nossos antepassados, particular­
mente de Adão, sobre nós. Afetando PECADO, TEORIA DA SEN SIBILID AD E
nosso comportamento de maneira DO. Ideia de que o pecado é, em es­
independente e anterior a qualquer sência, a tendência de nossa natureza
ação de nossa parte, o pecado original física de dominar nossa natureza es­
pode envolver tanto a corrupção da piritual.
natureza humana como a culpa (ou
PECADO, TEORIA D O EGOÍSM O DO.
obrigatoriedade de punição).
Ideia de que o pecado é essencialmen­
PECADO, PO DER D O . O efeito costu­ te uma preocupação excessiva consigo
meiro do pecado. mesmo.
PECADO, UNIVERSALIDADE D O . Refe­ PECADOS ESPIRITUAIS. Atitudes e dis­
rência ao fato de que todos são pe­ posições que não satisfazem o padrão
cadores e que o pecado é encontrado de Deus de retidão. Contrastam com
em todas as culturas, raças e classes atos físicos iníquos.
sociais.
PECADOS POR IGNORÂNCIA. Erros co­
peca d o VENIAL. No sistema católico metidos em função da falta de conhe­
romano, um pecado que não causa cimento de assuntos. A lei do Antigo
morte espiritual. O pecado venial é Testamento oferecia alívio da pena
uma escolha, mas não com o propó­ para pecados cometidos sem intenção;
sito de resistir a Deus em tudo o que a Lei estabeleceu, por exemplo, as ci­
uma pessoa faz. dades de refugio (Nm 35:6-34; Js 20).
PECADO VOLUNTÁRIO. Atos malévolos PECOCK, REGINALD (C. 1395 1460). Bis­
realizados conscientemente e com de­ po de Chichester e um dos primeiros
terminação clara de fazer o mal. críticos históricos. Em 1450, ele argu­
mentou que a “Doação de Constan-
PECADOS CAPITAIS. No catolicismo ro­
tino” não era autêntica. Ocupou-se
mano, uma lista de sete faltas morais
também do Credo apostólico. Acusado
particularmente sérias: orgulho, cobi­
de heresia, renunciou e foi confinado
ça, luxúria, inveja, gula, ira e preguiça.
a uma abadia com uma pequena pen­
São consideradas tendências pecami­
são pelo resto da vida.
nosas em vez de pecados mortais.
PEDOBATISMO. Prática de batizar crian­
PECADOS DA CARNE. Delitos que en­
ças.
volvem uso incorreto do corpo; por
exemplo, fornicação, licenciosidade e PEDRA ANGULAR, CRISTO COM O. Pro­
embriaguez. Contrastam com os pe­ cede da metáfora da igreja como tem­
cados comportamentais e sociais. plo espiritual; significa como Cristo é
fundamental e importante para toda
PECADOS D E NEGLIGÊNCIA. Transgres­
a igreja (Is 28:16; Ef2:20; lPe 2:6).
sões resultantes de desatenção. De
acordo com as Escrituras, geralmente PEDRO LOMBARDO. Veja LOMBARDO,
levam a conseqüências menos sérias, PEDRO.
ainda que o pecador seja responsabi­
PEDRO MÁRTIR VERM IGLI (1499 1562).
lizado por elas.
Grande reformador que, tendo saído
PECADOS D E OMISSÃO. Erros por dei­ de sua cidade natal, Itália, em 1542,
xar de fazer algo ou não cumprir com escreveu e fez palestras na Suíça, In­
a responsabilidade. Contrastam com glaterra e França.
violações reais dos padrões de Deus.
PEIXE. Um dos antigos símbolos do
PECADOS D E REBELIÃO. Infrações en­ cristianismo e usado pelos primeiros
volvendo indisposição a se submeter à cristãos como senha secreta na época
autoridade e à orientação de Deus. das perseguições. Veja ICHTUS.
PELAGLANISMO . Teologia baseada no é imortal, que a filosofia é um meio
pensamento de Pelágio, que enfatiza a de tornar-se semelhante ao divino e
capacidade humana e o livre-arbítrio, que o universo está baseado em rela­
em vez de a depravação e a pecamino- cionamentos matemáticos. Muito da
sidade. Na visão da maioria do pela- influência do pensamento pitagórico
gianos, é possível viver sem pecado. O se deu através de sua assimilação do
efeito do pecado de Adão sobre seus platonismo.
descendentes foi simplesmente o de
PENSAMENTO POSITIVO. Abordagem
um mau exemplo.
do cristianismo que enfatiza que o
PELÁGIO (C. 360-420). Monge britânico pensamento otimista capacitará a
cujas visões de que a natureza humana pessoa a realizar ideais particulares ou
é essencialmente boa e de que crianças a viver a vida cristã.
não batizadas não estão necessaria­
mente condenadas criou um conflito p e n t a t e u c o . Os cinco primeiros li­

entre suas ideias e as de Agostinho. vros do Antigo Testamento.


PENTECOSTAL M O DERNO, MOVIMEN­
PENA CAPITAL. Aplicação da pena de
TO .Movimento iniciado no começo
morte para determinados e sérios atos
de transgressão. do século XX, que se considerava
uma renovação das obras do Espírito
PENA DE MORTE. Prática de execução Santo realizadas no século I.
de pessoas consideradas culpadas de
certos crimes hediondos. PENTECOSTALISM O. Movimento que
enfatiza tanto um batismo especial do
PENITÊNCIA. Disciplina imposta pela Espírito Santo, subsequente à regene­
igreja sobre os pecadores que confes­ ração, como os atos sobrenaturais do
saram. E um sacramento das igrejas Espírito Santo, como o falar em lín­
Ortodoxa Grega e Católica Romana. guas e a realização de curas.
Envolve a realização de certos atos
como pagamento parcial pela culpa PEN TECO STES. Da palavra grega que
dos pecados. O termo também costu­ significa “cinqüenta”, um termo que
ma ser sinônimo de arrependimento. representava a amarração dos feixes
A penitência também pode ser vista de cevada durante a celebração da
como remorso pelos pecados e, as­ Páscoa; especificamente, trata-se do
sim, difere de arrependimento, que é evento ocorrido no pentecostes poste­
o abandono real do pecado. rior à ressurreição de Cristo, no qual
o Espírito Santo desceu sobre os cris­
PENSAMENTO HEBRAICO. Veja MENTA­
tãos de modo que, quando falaram,
LIDADE HEBRAICA.
a multidão vinda de diversos países
PENSAMENTO PITAGÓRICO. As ideias ouviu a mensagem em sua própria
de Pitágoras, que nasceu provavel­ língua. E geralmente aceito como o
mente em 570 a.C. Entre seus prin­ tempo de cumprimento da promessa
cipais conceitos estão o de que a alma de Jesus, segundo a qual ele enviaria
o Espírito Santo. O termo também PERFEIÇÃO CRISTÃ. Vida sem pecado
designa a época em que se comemora como objetivo do cristão.
esse evento.
PERFEIÇÃO ESPIRITUAL. Finalização do
pequeno CATECISMO. Breve manual processo de santificação.
de instrução da fé cristã escrito por
PERICORESE. Coabitação ou interpe-
Martinho Lutero, em 1529, depois
netração. Ensinamento antigo segun­
de descobrir a enorme ignorância en­
do o qual a Trindade consiste de três
tre o clero e o laicato na Saxônia.
pessoas tão profundamente unidas
PERDÃO. Absolvição do pecado e a li­ que a vida de cada uma delas flui
bertação de suas conseqüências. Deus através uma da outra. Termo também
pratica o perdão e também espera que usado por alguns como referência ao
seus seguidores o façam. relacionamento entre as duas nature­
zas de Cristo.
Absolvição de
PERDÃO d o s p e c a d o s .
delitos. Perdão envolve cancelamento PERÍO DO INTERTESTAMENTAL. Tempo
de qualquer penalidade que o pecado de aproximadamente quatrocentos
possa ter causado e de qualquer senti­ anos entre Malaquias, o último livro
mento ruim que possa ter despertado. do Antigo Testamento, e o período
do Novo Testamento.
PERDÃO UNIVERSAL. Referência ao en­
sinamento que Deus, por ser amo­ PERÍO DO MOSAICO. Fase da história
roso, não condenará ninguém, mas de Israel que vai do êxodo à entrada
perdoará até mesmo aqueles que lhe na terra prometida.
resistiram em vida.
Em Gênesis, o
p e r ío d o p a t r ia r c a l .

PERDIÇÃO. Destruição, especialmente período que vai de Abraão até José.


a destruição espiritual.
Tempo
PERÍO DO p r é -p e n t e c o s t e s .
PERFECCION ISM O . Visão segundo a anterior à vinda do Espírito Santo
qual é possível alcançar um estado no no Pentecostes, incluindo tanto os
qual o cristão não peca mais. eventos do Antigo Testamento como
os do Novo Testamento que antece­
PERFECCIONISTAS. Cristãos que enfati­
deram ao Pentecostes.
zam a santidade, incluindo o conceito
de que a ausência completa de pecado PERSEVERANÇA. A habilidade do cris­
pode ser alcançada nesta vida. tão de, com a ajuda de Deus, suportar
provações, tentações e aflições.
PERFEIÇÃO. Completude ou inteireza;
no pensamento wesleyano, o ideal al­ PERSEVERANÇA, DOU TRINA DA. O en­
cançável de não pecar. Outras visões sinamento segundo o qual aqueles
enfatizam a ideia de completude em que verdadeiramente creem em Cris­
vez de a ausência de defeitos. to manterão a fé até o final.
PERSISTÊNCIA D E DEUS. Veja DEUS, PIEDADE INDIVIDUAL. Referência à
PERSISTÊNCIA DE. ênfase no relacionamento pessoal in­
dividual com Deus ou Jesus Cristo.
PERSONALIDADE DE DEUS. Veja DEUS,
PERSONALIDADE DE. PIETISM O. Variedade do cristianismo
que enfatiza a experiência pessoal.
PERSONALISMO. Veja IDEALISMO PES­
SOAL. PIETISM O ALEMÃO. Movimento inicia­
do no século XVII em reação ao esco-
PERVERSIDADE. Oposição ativa a Deus.
lasticismo luterano. Enfatizava a fé
PESQUISA HISTÓRICA. Conhecimento pessoal e a vida devocional e, às vezes,
ligado àquilo que ocorreu no passado. tendia ao anti-intelectualismo. Philipp
Spener e August Francke foram as
PESSIM ISM O. Avaliação negativa da
principais vozes do movimento.
bondade e capacidade humanas, ou
da possibilidade de o futuro ser bom. PIETISTAS. Cristãos que enfatizam o
compromisso individual com Cris­
PESSOA D E CRISTO. A natureza e a
to, dando destaque especial a tópicos
identidade de Cristo, por exemplo,
como dimensão experiencial, estudo
como Deus e homem. O estudo de pessoal, santidade, seriedade e zelo na
sua pessoa costuma ser distinto do es­ religião.
tudo de sua obra.
PLANO VISÍVEL. No pensamento de
PESSOA, DEUS COM O. O conceito Hendrikus Berkhof, a parte física da
segundo o qual Deus náo é sim­ realidade; contrasta com o fundo in­
plesmente uma força ou um objeto visível, que são os poderes não vistos.
impessoal, mas tem as característi­
cas de uma pessoa, como emoções e plantação DE ig r e ja s . Fundação de
vontade, e é capaz de interagir com novas congregações.
outras pessoas. PLATÃO. Filósofo grego ativo em Ate­
nas. Discípulo de Sócrates, enfatiza­
PESSOA PÓS-RESSURREIÇÃO. A nature­
va a realidade do ideal, no lugar do
za do ser humano após a ressurreição
empírico. Platão tem exercido muita
do corpo.
influência na filosofia ocidental e
Uma falá­
PETIÇÃO D E P R IN C ÍP IO . também em grande parte da teologia
cia lógica informal que consiste em cristã.
presumir o que alguém está ten­
PLATÔNICOS DE CAM BRIDGE. Impor­
tando provar; forma de raciocínio
tante movimento filosófico e teológico
circular.
inglês do século XVII. Interpretavam
PIEDADE. Semelhança a Deus em ca­ o cristianismo com base em uma pers­
ráter moral e espiritual. pectiva platônica geral, enfatizando
fortemente a razão sobre a experiên­ ministério deve ser realizado à pessoa
cia. como um todo.

PLATONISM O. Filosofia que tem como POBREZA. Grande falta das coisas es­
base o pensamento de Platão; enfatiza senciais da vida.
a realidade das ideias ou dos conceitos
PO D ER DE CRISTO . Habilidade de
acima das entidades empíricas.
Cristo de capacitar aquele que nele
PLATONISMO CRISTÃO. Tentativa de crê (cf. 2Co 12:9).
mesclar a teologia cristã e a filosofia
PODER DE DEUS. Veja DEUS, PODER DE.
platônica.
PO D ER DE SER. Capacidade ou habi­
As­
PLEN ITU D E D E CON H ECIM ENTO.
lidade de existir; na teologia de Paul
pecto envolvido na glorificação do
Tillich, sinônimo de absoluto.
cristão (IC o 13:12).
PODER DO ALTÍSSIM O. Expressão usa­
PLEN ITUDE DO ESPÍRITO SANTO. Veja
da em relação a uma atividade po­
ENCH ER-SE DO ESPÍRITO SANTO.
derosa de Deus, como no anúncio a
PLEN ITU D E D O TEM PO . Referência Maria de que ela daria à luz o Messias
à época da primeira vinda de Cristo (Lc 1:35).
(G1 4:4); geralmente considerada no
PO DER DO PECADO. Controle que o
sentido tanto do tempo estabeleci­
pecado exerce sobre o descrente; con­
do por Deus como da prontidão das
tinua em certa medida na vida dos
condições mundiais para a vinda de
que creem em Cristo.
Cristo.
PO DERES. Conceito paulino de difí­
plero m a.Palavra grega que significa
cil interpretação (Rm 8:38-39; E f
“plenitude” ou “completude”.
6:12); no pensamento de Hendrikus
Palavra grega que significa
p l e r o s is . Berkhof e John Yoder, as estruturas
“plenitude” . da sociedade que formam o arcabou­
ço dentro do qual as pessoas agem. O
PLOTINO (C. 205-270).Provavelmente o
termo também indica uma das três
pensador neoplatônico mais criativo
classes de anjos descritas por Pseu-
e de maior influência. Enfatizava que
dodionísio, o Areopagita, um autor
todas as coisas emanaram de Deus.
do século V ou VI, que afirmava ser
PNEUMATÔMACOS. Veja MACEDONIA- o Dionísio convertido por Paulo em
NISMO. Atenas (At 17:34).

PNEUM OPSICOSSOM ÁTICO . Pertencen­ POLANUS, AMANDUS (1561-1610). Pro­


te à ideia de que o humano é um todo fessor de teologia da Universidade da
físico, psicológico e espiritual uni­ Basiléia e teólogo reformado de gran­
ficado e que cada aspecto da pessoa de influência no período da ortodoxia
afeta os outros. Consequentemente, o protestante.
Crença numa plu­
POLIDEM ON ISM O . cativa se existir um conjunto de da­
ralidade de demônios ou de poderes dos sensoriais que possam verificá-la
demoníacos. ou falseá-la. O positivismo lógico
POLIGAMIA. Estado de estar casado
tende a restringir a significância a
com mais de uma pessoa ao mesmo declarações analíticas e a observações
tempo. empíricas.

PÓS-LAPSARISMO. As visões do infra-


PO LITEISM O. Crença em mais de um
Deus. lapsarismo e do supralapsarismo.

Material escrito ou
p o r n o g r a f ia .
PÓS-LIBERALISM O. Movimento asso­
visual que apela aos interesses lasci- ciado a teólogos como George Lin-
vos contrários aos padrões aceitos por dbeck e Hans Frei, que vai além das
uma comunidade em particular. posições liberais antigas, mas sem se
tornar conservador. Veja também t e o ­
PÓS-CRÍTICO . Pertencente ao estágio l o g ia NARRATIVA e T E O R IA D A REGRA
da vida no qual, tendo passado por DA D O U T R IN A .
um período crítico, um indivíduo
ou uma cultura surge com uma visão PÓS-M ILENARISM O. Abordagem es-
mais positiva, sem reverter a uma vi­ catológica segundo a qual Cristo re­
são não crítica. tornará após o reinado de mil anos.
Isto significa que ele reinará sem estar
PÓS-ESTRUTURALISM O. Teoria inter- fisicamente presente.
pretativa, posterior ao estruturalismo,
que coloca mais ênfase sobre o papel PÓS-M ODERNISM O . Movimento do fi­
do intérprete. Tem forte afinidade nal do século XX ocorrida na arqui­
com o pós-modernismo. tetura, na crítica literária, na filosofia
e na teologia, assim como na música
PÓS-EXÍLICO. Pertinente à vida do
e na cultura popular. Representa uma
povo judeu logo após o exílio. reação contrária à visão da verdade
POSIÇÃO PRÓ-GLOSSOLALIA. Visão se­ e dos esquemas explicativos univer­
gundo a qual o falar em línguas é para sais, assim como à visão iluminista
os cristãos dos dias atuais. da objetividade, racionalidade e do
progresso. Apresenta tendência ao
POSITIVISM O. Filosofia fundada por
pluralismo e ao relativismo.
Auguste Comte que enfatiza as ciên­
cias positivas e limita o conhecimen­ POSSESSÃO DEMONÍACA. Condição na
to humano a percepções dos sentidos. qual se é habitado e dominado por
Contrasta com abordagens metafísi­ demônios.
cas anteriores da realidade.
PÓS-TRIBULACIONISMO. Crença segun­
POSITIVISMO LÓGICO. Movimento filo­ do a qual a igreja passará pela tribula-
sófico do século XX que afirma que ção, não sendo removida até a volta
uma declaração sintética só é signifi­ de Cristo, no final daquele evento.
Aqueles que defendem essa visão nor­ PRÉ-CRÍTICA. Pertinente a uma abor­
malmente são pré-milenaristas. dagem que não levou em conta a me­
todologia crítica.
PÓ S-TR IBU LA C IO N ISM O IM IN E N T E .
Crença de que embora a segunda PREDESTINAÇÃO. A decisão de Deus
vinda de Cristo ocorra após a tribu- de escolher quem será salvo e quem se
perderá. Predestinação simples é o en­
lação, ela pode acontecer a qualquer
sinamento que afirma que Deus de­
momento. Essa visão abrange a pres­
signa apenas aqueles que serão salvos;
suposição de que podemos já estar na
predestinação dupla é o ensinamento
tribulação.
que afirma que Deus escolhe as duas
POVO DA ALIANÇA. Referência à ideia classes. De acordo com o arminianis-
de que Deus escolheu Israel para ser mo, Deus antevê a fé daqueles que
o objeto especial de seu favor e que crerão e então os escolhe. De acordo
com o calvinismo, a fé do que crê em
lida com ele com base em um pacto
Cristo vem de Deus, em vez de fazer
realizado com o povo.
que Deus o escolha.
p o v o D E D EU S. A comunidade dos
Ensinamen­
p r e d e s t in a ç ã o d u p l a .
que creem em Deus — Israel no An­
to segundo o qual Deus escolheu não
tigo Testamento e a igreja no Novo apenas alguns para serem salvos, mas
Testamento. O Concilio Vaticano II também outros para se perderem.
incluiu entre o “povo de Deus” os
PREDESTINAÇÃO INCO NDICIONAL. Re­
cristãos não católicos que estão “li­
ferência à visão calvinista segundo a
gados” à igreja e os não cristãos que
qual a escolha realizada por Deus de
estão “próximos” à igreja.
certas pessoas para a salvação não de­
PRAGMÁTICA. Movimento que enfa­ pende de qualquer antevisão de virtu­
tiza que o significado ou a verdade de ou fé da parte delas.
de qualquer proposição é seu efeito PREDETERMINAÇÃO . Determinação, da
prático. Iniciado no final do século parte de Deus, de um evento como
X IX e tendo exercido influência na certo antes mesmo de ele acontecer.
primeira metade do século XX, par­
PREEM INÊNCIA. Posição de grande
ticularmente nos Estados Unidos, o
destaque. Diferentemente dos gnós-
movimento está associado a Char­
ticos, que exaltavam os anjos, Paulo
les S. Peirce, William James e John enfatizou a preeminência de Cristo
Dewey. (Cl 1:15-20).
PRECONCEITO RACIAL. Discriminação PREEXISTÊN CIA . Estado de existência
contra aqueles que vêm de um passa­ anterior a essa vida. O cristianismo
do étnico diferente; resulta de consi­ clássico usa o termo em relação à
derá-los inferiores à raça da pessoa. Segunda Pessoa pré-encarnada da
Trindade, que se fez carne na pessoa PRESBITÉRIO . Na forma presbiteria­
de Jesus de Nazaré. Algumas formas na de governo da igreja, o grupo que
de religiões orientais e de platonis- toma as decisões para a organização
mo usam o termo para referir-se à de igrejas numa área local. E compos­
existência das almas humanas antes to por um presbítero leigo de cada
desta vida. conselho local e por todos os minis­
tros daquela área.
PREEXISTÊNCIA DAS ALMAS . Referência
à crença de que a alma humana existia PRESBÍTERO. Ofício envolvendo en­
antes da concepção e do nascimento sino ou governo da igreja local. Nas
do indivíduo neste mundo. formas presbiterianas de governo, os
presbíteros de uma determinada igreja
PREGAÇÃO. Declaração da verdade das
local formam um conselho, e os pres­
Escrituras para uma platéia.
bíteros das igrejas de uma dada área
PRELAZIA. De um termo medieval em geográfica formam seu presbitério.
latim que significa “oficial civil ou re­ Veja também a n c i ã o .
ligioso de grande patente”, o tipo de
PRESBÍTERO S LEIG O S. Oficiais que
governo da igreja no qual o controle é
ocupam posições de liderança, mas
concedido a oficiais como arcebispos
não são ministros ordenados for­
(como na Igreja Católica Romana) ou
malmente. No modo de governo
metropolitanos e patriarcas (como na
presbiteriano de igreja, eles formam,
Igreja Ortodoxa Grega).
juntamente com o ministro ordena­
PRÉ-MILENARISMO. Crença segundo a do, o conselho de presbíteros.
qual Cristo voltará e então estabelece­
PRESBÍTEROS MESTRES. Presbíteros que
rá seu reino terreno por um período
ensinavam e pregavam; portanto, o
de mil anos. Alguns pré-milenaristas
clero.
afirmam que esse período não neces­
sariamente precisa ser considerado de PRESBÍTERO S REGENTES. Em igrejas
mil anos cronológicos. que seguem a forma presbiteriana de
governo, leigos que servem no conse­
PRÉ-MILENARISTA. Aquele que defen­
lho da igreja local.
de a visão do pré-milenarismo.
PRESCIÊNCIA. Conhecimento prévio
p r ê m io . Veja RECOMPENSA.
sobre eventos futuros.
PRENOÇÃO. Conjunto de conceitos ou
PRESCIÊN CIA AMPLA. Doutrina que
disposições que é trazido ao processo
afirma que Deus sabe, desde a eter­
de compreensão teológica ou de vida.
nidade, tudo o que acontecerá, in­
PRESBITERIANISM O. Movimento cris­ cluindo as ações humanas livres.
tão que segue a política e a doutrina Essa doutrina pode incluir ou não
presbiteriana. a ideia de que Deus conhece todas
as possibilidades que poderiam ter Cristo estão de fato fisicamente pre­
ocorrido. sentes no pão e no vinho do sacra­
mento da Ceia do Senhor.
PRESCIÊNCIA LIMITADA. Ensinamento
segundo o qual Deus não conhece to­ PRESERVAÇÃO. Aspecto da providência
dos os eventos futuros, mas apenas al­ divina pertinente ao fato de Deus man­
guns. A forma normal de teoria é que ter em existência tudo o que foi criado.
Deus não conhece as ações humanas
Suposições, às vezes
pr essu po sto s.
livres antes que elas ocorram.
não examinadas, trazidas ao processo
PRESENÇA CORPÓREA. Doutrina se­ de pensamento ou raciocínio.
gundo a qual o corpo e o sangue de
PRETERIÇÃO. De um termo latino que
Cristo estão de fato presentes no pão
significa “ignorar” ; é o ato de Deus de
e no vinho da Ceia do Senhor.
não interferir com o não eleito, dei­
PRESENÇA D E DEUS. A habitação de xando simplesmente que ele prossiga
Cristo com sua igreja, conforme pro­ no caminho escolhido. A preterição
metido a seus discípulos (Mt 28:20; contrasta com o conceito de repro­
Jo 14:23; 15:4-7). A natureza de sua vação, de acordo com o qual Deus
presença na Ceia do Senhor tem sido determina especificamente que o não
um tópico de grande controvérsia eleito será condenado.
dentro dos círculos cristãos.
PRÉ-TRIBULACIONISM O. Crença de
PRESENÇA DINÂMICA. Referência à que Cristo arrebatará ou removerá a
visão de que o corpo e o sangue de igreja do mundo antes da tribulação.
Cristo estão presentes espiritualmente
PRIMAZIA D E PEDRO. Ideia geralmente
e de maneira influente na Ceia do Se­
aceita tanto por protestantes como
nhor, e não de forma literal ou física.
por católicos de que Pedro foi o pri­
PRESENÇA ESPIRITUAL. Referência à meiro entre os apóstolos ou o líder.
crença segundo a qual Cristo não está No catolicismo romano, essa ideia é a
presente física ou corporalmente nos base do papado (supostamente Pedro
elementos da Ceia do Senhor, mas foi o primeiro papa).
sim espiritualmente.
p r im e ir a M ORTE. A morte física.
PRESENÇA INFLUENTE. Referência à
PRIM EIRA PESSOA DA TRIN DADE. Deus
ideia de que ainda que Deus não este­
Pai.
ja pessoalmente presente, sua influên­
cia espiritual está presente. PRIMEIRA RESSURREIÇÃO. Veja RES­
SURREIÇÃO, PRIMEIRA.
PRESENÇA INVISÍVEL. Referência à
ideia de que Cristo, embora não vis­ PRIM EIRO CO N CÍLIO VATICANO. Veja
to, está presente entre os cristãos. CONCILIO VATICANO I.

PRESENÇA REAL D E CRISTO . Ideia se­ PRIM EIRO DIA DA SEMANA.Domingo,


gundo a qual o corpo e o sangue de ou o Dia do Senhor. Os cristãos ob­
servam o domingo como seu dia de xista Ernst Block que estimulou Jür-
adoração porque a ressurreição do gen Moltmann a escrever sua Teologia
Senhor aconteceu nesse dia. da esperança.
PRIM EIROS FRUTOS. Ofertas do Anti­ PRIN CÍPIO DA INCERTEZA. Parte fun­
go Testamento, provenientes da pri­ damental da mecânica quântica que
meira colheita do ano. Eram dadas ao afirma que algumas características do
Senhor como reconhecimento de que átomo e de suas partículas só podem
a terra e tudo o que ela produz vêm ser determinadas com certo grau de
dele e a ele pertencem. probabilidade. Também conhecido
como princípio de Heisenberg, em
PRIM OGÊNITO. O filho legítimo mais
homenagem a Werner Heisenberg.
velho. Era costume antigo que o
primogênito recebesse uma herança PRIVATIZAÇÃO DO PECADO. Tendência
especial (em alguns casos, tudo; em a considerar o pecado apenas como
outros, uma porção dobrada). No uma questão de ruptura do relaciona­
Novo Testamento, o termo se refere mento individual com Deus. Os efei­
a Cristo como o herdeiro do Pai. Em tos sobre outras pessoas e a sociedade
relação a Cristo, o termo também in­ em geral são desconsiderados.
dica “soberano”, “proeminente” (cf.
p r o b a b i l i o r i s m o . Na casuística do
SI 89:27), pois o termo primogênito,
século XVII, a regra segundo a qual
na cultura judaica, não indica apenas
nos casos de dúvida moral uma linha
o primeiro de uma série, mas também
de ação será considerada incluída na
uma condição ou posição.
lei a não ser que haja maior probabili­
PRIM OGÊNITO DE TODA A CRIAÇÃO. dade de que não seja.
Referência a Cristo como o “sobera­
. Na teologia casuís­
p r o b a b il is m o
no” de toda a criação, já que ele é seu
tica católica, a visão segundo a qual
Criador (Cl 1:15; Hb 1:6).
qualquer linha de ação provavelmen­
PRIM OGÊNITO D ENTRE OS MORTOS. te sólida pode ser seguida ainda que
Referência a Cristo como o primeiro uma ação contrária possa parecer
a ressuscitar de forma imortal e incor­ ainda mais provável. Essa visão le­
ruptível (Cl 1:18; Ap 1:5). vou à frouxidão moral, pois a menor
probabilidade já era frequentemente
PRINCETON, VELHA TEOLOGIA DE. Veja
aceita como justificativa suficiente
VELHA TEOLOGIA DE PRINCETON.
para a ação.
Forças espirituais cita­
p r in c ip a d o s .
pr o blem a d o m a l. Veja m a l, p r o ­
das por Paulo (Rm 8:38; E f 6:12).
blem a DO.
P R lN CIPE D O p o d e r DO a r . Satanás
PROBLEMA SIN Ó PTICO . A questão do
(Ef 2:2).
relacionamento entre os três evange­
PRIN CÍPIO DA ESPERANÇA (D A S PR IN ZIP lhos sinópticos e sua relativa depen­
h o ffn u n g ) . Obra de autoria do mar­ dência um do outro.
PROCESSÂO DO e s p í r i t o . Referência
à os autores dos livros proféticos inclu­
questão se o Espírito procede do Pai ídos no Antigo Testamento.
e do Filho ou apenas do Pai. A Igreja
PROFETAS MAIORES. Os autores pro­
Ortodoxa Grega separou-se da igre­ féticos: Isaías, Jeremias, Ezequiel e
ja do Ocidente em oposição à frase Daniel.
presente na versão ocidental do Credo
niceno, que diz que o Espírito Santo PROFISSÃO D E FÉ.Declaração pessoal
procede do Pai e do Filho. pública de fé, geralmente proferida
no batismo.
PROCESSO D E REGENERAÇÃO. Referên­
cia à ideia de que a transformação que PROJETO IN TELIG EN TE. Veja DESIGN
INTELIGENTE.
Deus realiza na vida do que crê em
Cristo não é uma ocorrência instan­ A terra da Pales­
p r o m e t id a , t e r r a .
tânea, mas acontece no transcorrer de tina, que Deus prometeu a seu povo
um período. Israel.
PROCESSOS NATURAIS. Série de ocor­ PROPICIAÇÃO. Referência à ideia de
rências dentro do universo físico. que a expiação de Cristo satisfaz a ira
de Deus.
PROCLAMAÇÃO. Anúncio ou declara­
ção de uma mensagem; em especial, a PROPICIATÓRIO. Placa de ouro co­
pregação das boas-novas. locada sobre a arca da aliança. Sim­
bolizando o perdão de Deus para os
PROFECIA. Falar no lugar ou em favor
pecados, o sangue da expiação era
de Deus; em sentido mais restrito, aspergido sobre o propiciatório.
a declaração de algo que virá a acon­
tecer. PROPÓSITO. O objetivo ou a meta que
governa a vida.
PROFECIA, DOM DE. Um dos dons do
Espírito (1 Co 12:10; 14). Os profetas PROPRIEDADES TRINITARLANAS. Ca­
também são chamados de um dom racterísticas exibidas por todos os
do Espírito (Ef 4:11). membros da Trindade. Essas proprie­
dades contrastam com características
PROFECIA PREDITIVA. Declaração de singulares específicas dos papéis in­
eventos que ainda estão por acontecer. dividuais dos membros da Trindade,
como a humanidade, que é caracte­
PROFETA. Aquele que fala no lugar ou
rística de Jesus, mas não do Pai nem
em favor de Deus.
do Espírito.
PROFETA, CRISTO COM O. Um dos ofí-
PROSELITISM O. Ato de persuadir os
cios tradicionais de Cristo: seu minis­
que pertencem a outro grupo religio­
tério de ensino e revelação.
so a que façam parte de seu próprio
PROFETAS. Participantes do ofício grupo. E às vezes contrastado com
profético em Israel; particularmente, evangelização, que é então definida
como o ato de persuadir pessoas que dodionísio tentou mesclar a teologia
não têm um comprometimento reli­ cristã e o pensamento neoplatônico.
gioso específico.
PSICO FÍSICO .Pertinente ao relaciona­
Ramo do cristianis­
p r o t e s t a n t is m o . mento entre os aspectos psicológico e
mo que, no século XVI, separou-se da físico da natureza humana.
Igreja Católica Romana em protesto
PSICOLOGIA. Estudo dos pensamen­
contra algumas de suas práticas. Em
tos, das emoções e dos comportamen­
sentido amplo, o protestantismo inclui
tos dos seres humanos.
todos os grupos cristãos que não per­
tencem nem à Igreja Católica Romana PSICOLOGIA BEHAVIORISTA. Veja
nem à Igreja Ortodoxa Grega. BEHAVIORISMO.

PROTOEVANGELHO DE TIAGO. Relato PSICOLOGIA DA RELIGIÃO. Estudo que


apócrifo do nascimento de Jesus. Em­ utiliza as categorias da psicologia para
bora afirme ter sido escrito por Tiago, analisar experiências religiosas.
o irmão de Jesus, na verdade data do
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO.
século II.
Estudo dos estágios pelos quais passa
PROVAÇÃO. Ideia de que nossa vida o ser humano.
na terra é um período de preparação p s i c o l o g i a h e b r a i c a . Maneira pela
para a vida além. qual o povo hebreu entendia a na­
PROVÉRBIO. Mensagem breve e sábia. tureza humana, particularmente nos
De acordo com a crítica da forma, os textos do Antigo Testamento,.
provérbios encontrados na literatura PUNIÇÃO. Aplicação de sofrimento,
de sabedoria de várias culturas religio­ dor ou perda como retribuição por
sas seguem um padrão comparativa­ um delito cometido.
mente fixo.
PUNIÇÃO ETERNA. A natureza infin­
PROVIDÊNCIA DIVINA. O cuidado de dável da punição que Deus aplicará
Deus pela criação, envolvendo a pre­ aos pecadores depois desta vida; eles
servação de sua existência e a condu­ experimentarão sofrimento e dor.
ção dela para que alcance os fins que
ele deseja. PUNIÇÃO FUTURA. Pena que será ad­
ministrada como resultado do julga­
PRUDÊNCIA. Cuidado, ação sensata ou mento por vir.
a sabedoria que se encontra por trás
de tais ações. PUNIÇÃO RETRIBUTIVA. Veja JUSTIÇA
RETRIBUTIVA.
PSEUDODIONÍSIO, O AREOPAGITA. Es­
critor que provavelmente viveu na Sí­ PUREZA. Condição cerimonial de lim­
ria no século V ou início do século VI. peza. A lei hebraica estipulava o que fa­
Inicialmente identificado como Dio- zia que certas pessoas, certos lugares e
nísio, o areopagita (At 17:34), o Pseu- objetos fossem considerados impuros,
assim como a maneira de uma pessoa pessoas que não são nem suficiente­
se purificar. mente santas para ir diretamente para
o céu, nem suficientemente iníquas
PUREZA DA IGREJA. Ideal de que a
para serem enviadas permanentemen­
igreja, sendo o corpo de Cristo, deve
te para o inferno. Por meio de um
ser pura como ele é. Isso pode im­
processo de experiências purificado-
plicar a ênfase na regeneração como
ras, elas serão preparadas para o céu.
pré-requisito para filiação à igreja, o
exercício de disciplina por parte da PURIFICAÇÃO. Ato de limpeza.
igreja ou ambos. PURITANISM O. Movimento que tinha
PUREZA DE DEUS. Veja DEUS, PUREZA como objetivo purificar a Igreja da
MORAL DE. Inglaterra, indo além do que fora fei­
to na Reforma inglesa. Originário do
PUREZA ÉTICA. Viver em estrita con­
século XVI, o puritanismo envolvia
formidade a um código moral; pode uma ênfase na simplicidade de ado­
implicar ascetismo. ração e vida, e na verdade bíblica e
PUREZA MORAL D E DEUS. Veja DEUS, teológica.
PUREZA MORAL DE. PUSEY, EDWARD BOUVERIE (1800-1882).

PURGATÓRIO. Na escatologia católica, Líder do movimento de Oxford, ou


lugar para onde vão, após a morte, as tractarianismo, da Igreja da Inglaterra.
nos ou na natureza à parte da obra

Qq especial de Deus.

QUARESMA. Período de quarenta dias


(isto é, quarenta dias úteis ou qua­
renta e seis dias corridos) que vai da
Q. Suposta fonte que os autores dos Quarta-feira de Cinzas ao domingo
evangelhos de Mateus e Lucas usaram imediatamente anterior à Páscoa. Seu
para suplementar o material de Mar­ propósito é ser um tempo de absti­
cos. “Q ” é uma abreviatura de Quelle, nência, oração e obras de caridade.
palavra alemã que significa “fonte”.
QUARTA-FEIRA D E CINZAS. Dia que
q u a c r es. Ou quakers. Veja a m ig o s marca o início da Quaresma.
(q u a c r e s ) , s o c ie d a d e d o s .
QUARTO EVANGELHO. O evangelho de
QUADRIGA. Na interpretação medie­ João.
val, os quatro sentidos das Escrituras:
QUATRO ARTIGOS GALICANOS. Arti­
literal, moral, alegórico e anagógico. gos redigidos por uma assembleia de
QUALIDADES ABSOLUTAS. Atributos de clérigos franceses em Paris, em 1682,
Deus independentes de seu relacio­ para esclarecer os respectivos papéis e
namento com os objetos e as pessoas poderes do rei, do papa e dos bispos
criados. franceses.

QUALIDADES ESPIRITUAIS. Caracte­ QUATRO LEIS ESPIRITUAIS. As verda­


des básicas do evangelho apresen­
rísticas que constituem a maturidade
tadas por meio de uma declaração
espiritual.
elaborada por Bill Bright, presidente
QUALIDADES MORAIS. Atributos de Deus da Cruzada Estudantil e Profissional
que pertencem ao seu relacionamento para Cristo: 1 ) Deus ama a todos e
justo com os seres humanos; contras­ tem um plano maravilhoso para a
tam com as qualidades naturais, seus vida de cada pessoa; 2 ) os homens são
atributos de pura habilidade, como pecadores e estão separados de Deus;
sua onisciência e onipotência. 3) Jesus Cristo é a única provisão de
Deus para a remissão do pecado hu­
QUALIDADES RELATIVAS.Atributos de mano; 4) cada pessoa precisa receber
Deus envolvidos em seu relaciona­ Jesus Cristo como Salvador e Senhor.
mento com a criação.
QUEDA. Resultado do pecado inicial
QUALIDADES SOBRE-HUMANAS. Carac­ da desobediência de Adão e Eva em
terísticas não possuídas por seres função do qual perderam sua posição
humanos por suas próprias forças de favor junto a Deus (Gn 3).
(p. ex. onisciência, onipotência).
QUEDA, EFEITOS DA. Resultados pro­
QUALIDADES SOBRENATURAIS. Atribu­ vocados pela Queda, como culpa e
tos não encontrados nos seres huma­ corrupção da natureza.
QUEDA, VISÃO LITERAL DA. Crença de diata de Deus; provavelmente uma
que a Queda foi um evento espaço- classe de anjos.
tempo real que aconteceu a duas pes­
QUIETISM O. Qualquer abordagem que
soas históricas.
enfatize a passividade contemplativa.
QUEDA, VISÃO M ÍTICA DA. Crença se­ Em particular, uma forma de misti­
gundo a qual Gênesis 3 não descreve cismo católico romano dos séculos
um evento real, mas se trata de um XVII e XVIII.
relato simbólico ou representativo.
QUILIASM O. Crença no milênio terre­
QUENSTEDT, JO H A N N ES ANDREAS
no; em particular, nos primeiros sé­
(1617-1688). Teólogo luterano alemão
culos da igreja, um pré-milenarismo
do período escolástico protestante
que defendia uma visão bastante viva
(ou período ortodoxo protestante).
e criativa das condições durante o
QUERIGMA. De uma palavra grega que milênio.
significa “proclamação”. Refere-se ao
conteúdo da mensagem cristã primi­ QUINTA-FEIRA SANTA. A quinta-feira
tiva, que deve ser aceita pela fé com o da Semana Santa.
propósito de receber a salvação. QUMRAN. Comunidade essênia à qual
Q UERUBIM . Espíritos ministradores geralmente se atribui a produção dos
invisíveis que estão na presença ime­ manuscritos do mar Morto.
RAlZES HISTÓRICAS. Situação históri­

Rr ca da qual determinada instituição ou


crença se originou.

RAMM, BERNARD (1916-1992). Teólogo e


apologista batista cujos textos contri­
RABI ou RABINO. Pessoa qualificada buíram para o movimento conhecido
para ensinar a lei judaica. como “novo evangelicalismo”.
RABÍNICO. Pertinente aos ensinamen­ RASHDALL, HASTINGS (1858-1924). Teó­
tos e às práticas dos rabinos. logo liberal inglês e idealista pessoal.

RAÇA HUMANA. O conjunto completo RAUSCHENBUSCH, WALTER (1861-1918).

dos seres humanos. Pastor e educador batista norte-ame­


ricano, às vezes considerado o pai do
RACIONALISMO. Qualquer ênfase no
evangelho social. Lecionou no Semi­
papel da razão. O racionalismo epis- nário Teológico de Rochester.
temológico é a teoria segundo a qual
RAZÃO. O poder de pensar, compre­
o conhecimento é obtido através do
ender e inferir.
raciocínio, em vez de por meio da
experiência sensorial. O racionalis­ . Na filosofia medieval, a
r e a l is m o

mo teológico é basicamente a crença ideia segundo a qual os universais ou


segundo a qual a razão tem a capa­ conceitos gerais possuem existência
cidade tanto de provar a veracidade distinta das entidades concretas espe­
cíficas. Essa visão se baseou na filoso­
das afirmações do cristianismo como
fia de Platão.
de interpretar seu conteúdo. Uma
forma mais radical de racionalismo REALISMO CRÍTICO . Crença na exis­
teológico sustenta que a razão pode tência do mundo exterior, mas que
descobrir as verdades espirituais e que afirma que devemos levar em consi­
apenas as verdades descobertas dessa deração possíveis erros de percepção.
maneira podem ser aceitas. REALISMO DO SEN SO COM UM . Filoso­
fia associada de modo especial ao pen­
RACIONALISTA. Aquele que enfatiza o
samento do filósofo escocês Thomas
papel da razão.
Reid, segundo o qual os objetos que
RAHNER, KARL (1904-1984). Teólogo ca­ percebemos são basicamente como os
tólico romano liberal cujo pensamen­ percebemos. Também chamado de fi­
to influenciou o Concilio Vaticano II. losofia escocesa do senso comum.
Ele ampliou o conceito de povo de REALISM O ESCO CÊS. Movimento filo­
Deus de modo a incluir alguns que sófico que tentou responder ao ceti­
não possuíam uma ligação formal cismo epistemológico do empirismo
com a igreja. de David Hume com o realismo do
senso comum. Foi fundado porTho- RECOMPENSA. Algo dado em reconhe­
mas Reid. cimento por serviços ou realizações
passados; em especial, aquilo que os
R EA T U S C U LPA E. Propensão à culpa ou cristãos receberão no julgamento fi­
à repreensão. nal por uma vida fiel e justa.
Propensão à punição.
R EA T U SP O EN A E. RECONCILIAÇÃO. Ato de juntar nova­
Os escolásticos protestantes se recu­ mente duas partes que estavam em
savam a diferenciar reatus culpae de disputa; particularmente, o ato de
reatus poenae. Cristo de reunir Deus e a humanida­
de, cujo resultado é a salvação.
REAVIVALISMO. Ênfase na decisão re­
soluta de se converter ou renovar um RECONCILIAÇÃO UNIVERSAL. Referên­
compromisso. cia ao ensinamento segundo o qual
a morte de Cristo restaurou todas
REAVIVAMENTO. Renovação que Deus
as pessoas a Deus, quer elas tenham
promove em um indivíduo ou em um respondido a ele quer não, ou até
grupo em relação à vitalidade espiri­ mesmo estejam conscientes do que
tual e ao compromisso. aconteceu.
REBATISMO. Batismo de uma pessoa RECONSTRUÇÃO. Movimento associa­
que já foi batizada. E comum a ad­ do a nomes como Gary North e Greg
ministração do batismo a uma pessoa Bahnsen que busca transformar os en­
que foi batizada quando criança, ou o sinamentos bíblicos na base para leis
batismo diferente da imersão. públicas e moralidade. Outro nome
para esse movimento é teonomia.
REBELIÃO. Uma das palavras bíblicas
para pecado; enfatiza a falta de dis­ RECORDAÇÃO SERIAL. A transmissão
posição de se submeter ao poder e à de uma história em cadeia, de uma
pessoa para outra, segundo a classi­
autoridade de Deus.
ficação de tipos de transmissão oral
RECAPITULAÇÃO. Ideia encontrada es­ feita por Frederic Bartlett.
pecialmente no pensamento de Iri-
REDENÇÃO ETERNA. Frase usada em
neu, segundo a qual Cristo “recapi-
Hebreus 9:12 para indicar que, dife­
tulou” a humanidade. Isso tem sido rentemente do sacrifício de animais
interpretado de duas formas: Cristo do Antigo Testamento, cujo efeito era
repetiu os passos de Adão e da huma­ limitado, a morte redentora de Cristo
nidade ou ele englobou ou abrangeu tem efeito eterno.
em si mesmo toda a humanidade.
REDENÇÃO GERAL. Doutrina que afir­
r ech te leh re.Literalmente “ensino ma que a morte de Cristo teve como
correto” ou “doutrina correta”, uma propósito incluir toda a humanidade,
ênfase luterana do período do esco- quer todos creiam quer não. Também
lasticismo protestante. é chamada de expiação ilimitada.
REDENÇÃO PARTICULAR. Veja EXPIA- ticularmente nas teologias católica
ÇÃO LIMITADA. romana e luterana.
REENCARNAÇÃO. Doutrina segundo a REGENERADO. Aquele que nasceu de
qual uma alma individual pode viver novo.
vidas sucessivas encarnada em pessoas
REGENERADO, NÃO. Aquele que não
diferentes ou até mesmo em tipos di­
se converteu e, assim, não nasceu de
ferentes de criaturas.
novo.
REFEIÇÃO PASCAL. Refeiçáo feita pelas
REGRA D E FÉ OU REGULA FIDEI. As sãs
famílias judias em comemoração à
doutrinas cristãs; o padrão pelo qual
Páscoa.
todas as crenças e práticas devem ser
REFORMA INGLESA. Ruptura das igrejas medidas. Para os reformadores, a re­
inglesas com Roma quando o parla­ gra de fé era apenas a Bíblia; para os
mento declarou, em 1534, que Henri­ católicos romanos, é todo o conjunto
que VIII era o chefe supremo da Igreja de ensino oficial da igreja. O termo foi
da Inglaterra. Foi uma ruptura eclesiás­ usado pela primeira vez no século II.
tica e financeira com a Igreja de Roma.
REGRA D E OURO. A declaração de Jesus:
Doutrinariamente, porém, a Reforma
“Façam aos outros o que vocês querem
se processou em diferentes graus du­
que eles lhes façam” (Mt 7:12).
rante longo tempo.
REI. Soberano. Nas Escrituras, o ter­
Ruptura ocor­
refo r m a pr o t est a n t e.
mo pode referir-se tanto a uma auto­
rida na Igreja Católica Romana espe­
ridade humana como a Cristo.
cialmente no século XVI. Começou
como uma tentativa de reformar essa REI, CRISTO c o m o . Veja C r is t o c o ­
igreja, mas resultou em separação. mo REI.

REFORMA RADICAL. Ala esquerdista da REI DA GLÓRIA. Referência a Deus que


Reforma ou a Terceira Reforma, ou enfatiza sua grandeza e seu esplendor
seja, aqueles não incluídos nos movi­ (SI 24:7-10).
mentos luterano e reformado. Envol­
Pai do rea­
R EID, THOM AS (1710-1796).
veu particularmente os anabatistas.
lismo do senso comum escocês.
REGENERAÇÃO. A obra do Espírito
REINADO TERRENO D E CRISTO . Refe­
Santo em criar uma nova vida na pes­
rência ao milênio. Veja também r e i ­
soa pecadora que se arrepende e passa
no TERRENAL.
a crer em Cristo.
REINO DAVÍDICO. O antigo reino de
REGENERAÇÃO BATISMAL. Doutrina
Israel, governado por Davi e seus su­
segundo a qual o batismo resulta na
cessores.
regeneração da pessoa batizada. Nor­
malmente baseada em João 3:5 eTito REINO D E CRISTO. O reino de Deus. O
3:5, essa doutrina é encontrada par­ termo enfatiza a soberania de Cristo.
r e i n o DE DEUS. O domínio de Deus, REITOR. No anglicanismo, o clérigo
seja internamente, dentro do coração encarregado de uma paróquia autô­
dos homens, ou externamente. Não é noma; no catolicismo, o sacerdote
um reino específico. mais importante de uma igreja ou de
outra instituição religiosa; também o
Termo usado por
REINO D O S CÉUS.
Mateus para referir-se ao reino de chefe de uma escola ou universidade.
Deus. r e l a c i o n a m e n t o m I s t i c o . Referên­

REINO ESPIRITUAL. Domínio habita­ cia à visão segundo a qual o relacio­


do por espíritos: Deus, anjos e demô­ namento entre o cristão e Cristo é tão
nios. Contrasta com o reino físico. O profundo e atraente que o cristão pra­
termo também se aplica ao governo ticamente perde sua individualidade.
de Cristo na vida dos que creem. Tal RELATIVISMO. Qualquer visão que
reino não é deste mundo e não envol­
afirme que um conceito, um signifi­
ve poder político ou militar.
cado ou uma verdade é dependente
REINO ÉTICO . Referência ao governo de uma situação ou de um objeto em
de Deus sobre a conduta moral dos particular.
cristãos.
RELATIVISMO TOTALITÁRIO. Posição se-
REINO FUTURO. Aspecto do reino de gundo a qual todas as coisas são re­
Deus que será mais plenamente im­ lativas e que, consequentemente, não
plementado à época da segunda vinda há absolutos nem conhecimento hu­
do Senhor. mano universalmente válido.
REINO MILENAR. No pré-milenarismo, RELATO H ISTÓRICO. Em sentido geral,
o reino a ser estabelecido por Cristo sinônimo de narrativa; em sentido
sobre a terra durante os mil anos que mais específico, relatório factual da­
sucederão sua segunda vinda; no pós- quilo que de fato aconteceu.
mileranismo, referência à ideia de que
a vontade de Cristo será realizada na RELIGIÁO. Crenças e práticas relacio­
terra sem que ele esteja fisicamente nadas à convicção de que há algo ou
presente. alguém superior ao ser humano indi­
vidual.
REINO NATURAL. O universo físico e
as leis que o governam. RELIGIÁO CIVIL. Mistura de valores re­
ligiosos com os valores de uma nação.
REINO SOBRENATURAL. O que está
fora dos limites do universo físico ou Forma popular de
RELIGIÁO D E JE SU S.
do sistema natural de causação. cristianismo, centrada na experiência,
que se surgiu na segunda metade do
REINO TERRENAL. O reino de Deus
século XX.
conforme manifestado sobre a terra.
A frase às vezes se refere ao futuro rei­ RELIGIÁO NATURAL. Sistema de cren­
nado milenar de Cristo. ças desenvolvido a partir da obser­
vação do mundo físico. Similar à RENAN, JO SE PH ERNEST (1823 1892).
teologia natural, é comumente asso­ Historiador francês da religião que
ciada a movimentos como o deísmo. escreveu A vida de Jesus, obra na qual
as origens do cristianismo são consi­
Crenças po­
R ELIGIÕ ES D E M ISTÉR IO .
deradas lendas.
pulares no mundo greco-romano.
Pessoas que foram iniciadas nesses r e n o v a ç ã o . Um novo despertar da

movimentos recebiam várias verda­ vida, seja de um indivíduo, seja de


des que deveriam ser mantidas em um grupo.
segredo. RENOVAÇÃO DA IGREJA. Versão do sé­
Outras religiões
RELIGIÕES M UNDIAIS. culo XX daquilo que, em épocas ante­
de destaque além do cristianismo, riores, ficou conhecido como reaviva-
como budismo, hinduísmo, islamis- mento ou despertamento. Objetiva o
mo e judaísmo. ressurgimento da vitalidade na igreja.

RELIGIÕES NÂO CRISTÃS. Crenças mun­


RENOVAÇÃO ESPIRITUAL. Reenergiza-
ção não física de uma pessoa ou de
diais contrárias à religião cristã, como
um grupo.
hinduísmo, budismo, judaísmo e is-
lamismo. REPRODUÇÃO REPETIDA. No tratamen­
to que Frederic Bardett faz sobre a difu­
RELIGIÕ ES NATIVAS. Crenças pratica­
são da tradição oral, o conceito de uma
das por pessoas nativas de certas áreas
pessoa dizer repetidas vezes aquilo que
geográficas.
viu ou ouviu pessoalmente. Contrasta
RELIGIÕ ES ORIENTAIS. Religiões ori­ com a lembrança serial, na qual uma
ginadas na Ásia, como hinduísmo, história é passada adiante numa cadeia
budismo e taoísmo. que vai de uma pessoa a outra.

RELÍQUIAS. Objetos considerados do r e p r o v a ç ã o . A escolha de certas pes­

período primitivo da igreja, particu­ soas por parte de Deus para a conde­
larmente da vida de Jesus, Maria e de nação.
outros santos. REPROVÁVEL. Aquele que é rejeitado

REMANESCENTES. Referência aos ju­ ou desaprovado; nas Escrituras, aque­


deus que permaneceram fiéis a Deus. les que rejeitaram a oferta da graça de
Deus.
REMISSÃO D E PECADOS. Libertação da
RESERVAS MENTAIS. Limites não ex­
pena dos pecados.
pressos daquilo que alguém confessa.
REMONSTRANTES. Seguidores de Tiago
RESGATE, TEORIA D O . Veja EXPIAÇÂO,
(ou Jacó) Armínio. Em um documen­
TEORIA DO RESGATE DA.
to conhecido como “Remonstrance”
(1610), isto é, reclamação pública ou RESPONSABILIDADE. O estado de ser
objeção, rejeitaram o principal dog­ capaz e, portanto, responsável pelas
ma calvinista. ações de alguém.
RESPOSTA UNIVERSAL. Veja CONVER­ RESSURREIÇÃO PARAO JULGAM ENTO. A
SÃO UNIVERSAL. ressurreição dos descrentes (Jo 5:29).
RESSURREIÇÃO. Normalmente, o RESSURREIÇÃO, PRIMEIRA. Referência de
acordar de todos os crentes dentre os difícil determinação presente em Apo­
mortos; algumas vezes também se re­ calipse 20:5. Muitos amilenaristas a en­
fere aos descrentes. tendem como ressurreição espiritual ou
RESSURREIÇÃO CORPÓREA D E C RISTO. novo nascimento; os pré-milenaristas a
Ideia de que a ressurreição de Cristo entendem como uma ressurreição física
aconteceu também no corpo físico, apenas dos crentes. Veja também r e s ­
não sendo simplesmente uma mani­ s u r r e iç ã o , SEGUNDA.

festação espiritual.
RESSURREIÇÃO, SEGUNDA. Referência
RESSURREIÇÃO D E CRISTO .O fato his­ aos que não voltarão à vida até o final
tórico e a doutrina do retorno de dos mil anos. O conceito é uma infe­
Cristo à vida no domingo posterior à rência extraída da alusão à “primeira
sua crucificação. ressurreição” em Apocalipse 20:5.
RESSURREIÇÃO DO JU ST O . A ressurrei­ Os pré-milenaristas veem a segunda
ção dos que creem. ressurreição como a ressurreição fí­
sica dos descrentes. Os amilenaristas
RESSURREIÇÃO D OS DESCREN TES. Res­ normalmente a consideram como a
surreição daqueles que, sem terem ressurreição física envolvendo todos
aceitado a Cristo e sem terem sido re­ os que morreram, sendo a primeira
generados, morreram separados dele. ressurreição de caráter espiritual.
RESSURREIÇÃO D O S MORTOS. Ensina­
RESSUSCITADO COM CRISTO . Expres­
mento encontrado tanto no Antigo
são paulina presente em Romanos
como no Novo Testamento segundo
6 : 1 - 1 1 : o cristão, tendo morrido e
o qual, no futuro, todos os mortos
sido sepultado com Cristo, também
serão trazidos de volta à vida.
ressuscitará com ele.
RESSURREIÇÃO ESPIRITUAL. O novo
RESTAURAÇÃO D E ISRAEL. Na literatura
nascimento.
profética, uma situação especial futu­
RESSURREIÇÃO GERAL. Ressurreição ra para a nação de Israel. É identifica­
de toda a humanidade. da de várias formas: retomo do exílio,
RESSURREIÇÃO INSTANTÂNEA. Doutrina estabelecimento do estado moderno
segundo a qual receberemos nosso cor­ de Israel, em 1948, e até mesmo a
po futuro logo após a morte. Não há, substituição pela igreja como povo
portanto, ressurreição corpórea futura. especial de Deus.

RESSURREIÇÃO PARA A VIDA. A res­ RESTAURAÇÃO UNIVERSAL. Referência


surreição dos que creem em Cristo à teoria lançada primeiramente por
(Jo 5:29). Orígenes, segundo a qual em algum
ponto do futuro todas as coisas re­ RETRIBUIÇÃO. Retaliação por um erro
tornarão ao seu estado original e cometido.
desejado por Deus. Essa posição fre­
REUNIÓ ES D E CAMPO. Reuniões de re-
quentemente envolve a ideia de que,
avivamento religioso que aconteciam
no início da vida futura, haverá um
ao ar livre nas regiões mais remotas
período purgativo que fará as pessoas
dos Estados Unidos na primeira par­
responderem positivamente a Deus.
te do século XIX. Era comum haver
RESTAURACIONISMO. Crença no retor­ experiências dramáticas de conversão
no a um estado prévio de bem-estar. envolvendo fenômenos emocionais
Pode referir-se tanto à redenção final e até mesmo físicos. As reuniões de
de toda a criação como a uma salva­ acampamento foram adotadas em es­
ção universal, como a que era defen­ pecial pelos metodistas.
dida por Orígenes.
REVELAÇÃO. Ato de tornar conhecido
Execução de vingança
r e t a l ia ç ã o . o que é desconhecido; a revelação do
por um delito. que está encoberto.
RETIDÃO. Estado de ser justo ou mo­ REVELAÇÃO ACOMODADA. Veja REVE­
ralmente puro, seja com base na pró­ LAÇÃO ADAPTADA.
pria força da pessoa, ou numa virtude
concedida. revelação a d a pta d a .Referência à
ideia de que, ao fazer-se conhecido,
RETIDÃO CIVIL. Realização de atos Deus se adapta ao nível de compreen­
bons ou humanitários que, ainda são do destinatário.
que não sejam meritórios, todavia
são recomendáveis. Virtudes morais . Revelação
r e v e l a ç ã o a n t r ó p ic a

positivas presentes até em não cris­ apresentada na forma humana ou em


tãos. Embora tais atos e virtudes se­ formas familiares aos humanos.
jam genuinamente bons e agradáveis REVELAÇÃO BÍBLICA. Revelação que
a Deus, de modo algum qualificam foi preservada nas Escrituras.
uma pessoa para a salvação.
REVELAÇÃO ESPECIAL. A manifestação
RETIDÃO DE DEUS. Veja JU STIÇA DE
de Deus sobre si mesmo ocorrida em
DEUS.
momentos e lugares particulares, por
RETIDÃO HUMANA. A virtude que os meio de eventos especiais, como o
seres humanos possuem em função Êxodo e a visão de Isaías no capítu­
de suas próprias realizações. À vista lo 6 . A expressão também se refere às
de Deus, ela nunca é suficiente para Escrituras.
qualificar para a salvação.
REVELAÇÃO GERAL. Revelação dispo­
RETIDÃO ORIGINAL. O estado huma­ nível a todas as pessoas de todas as
no de inocência antes da Queda. épocas, particularmente por meio do
universo físico, da história e da cons­ Teó­
R ITSC H L, ALBR ECH T (1822-1889).
tituição da natureza humana. logo protestante alemão que, basean­
do sua abordagem nas visões de Im-
REVELAÇÃO NATURAL. Manifestação
de Deus à parte de sua revelação es­ manuel Kant, construiu uma forma
pecial. A revelação natural está re­ de liberalismo que dava ênfase aos
lacionada aos aspectos da revelação julgamentos de valor, em vez de nas
de Deus acessíveis a todas as pes­ doutrinas teóricas, bem como nas
soas, como seu poder no universo responsabilidades éticas e sociais dos
físico. cristãos.
REVELAÇÃO PROGRESSIVA. Referência RITSCHLIANISM O. Sistema de pensa­
à doutrina segundo a qual a revelação mento atrelado ao nome de Albrecht
posterior é construída sobre a revela­ Ritschl; deu ênfase aos julgamentos de
ção anterior. Desse modo, ela contém valor, em vez de às doutrinas teóricas.
verdades que não eram conhecidas
anteriormente. RITUAL DE PURIFICAÇÃO. Ritual de
limpeza realizado após o nascimento
REVELAÇÃO, VISÃO INFORMATIVA DA.
de uma criança (Lv 12; Lc 2:22-39).
Visão segundo a qual Deus se revela
ao transmitir informação factual ou ROBINSON, HENRY W HEELER (1872-
verdades, em vez de fazê-lo por meio 1945).Pastor batista inglês e estudioso
de um encontro pessoal. As vezes do Antigo Testamento que dirigiu
também é chamada de visão prepo­ o Regents Park College, de 1920 a
sicional da revelação.
1942. Durante o período em que lá
REVELAÇÃO, VISÃO NÃO PROPOSICIO- esteve, a faculdade mudou-se de Lon­
NAL DA. Conceito segundo o qual dres para Oxford.
Deus não revela verdades, mas revela
ROLOS D O MAR M ORTO. Veja MANUS­
a si mesmo.
CRITOS DO MAR MORTO.
REVELAÇÃO, VISÃO PROPOSICIONAL
DA. Crença segundo a qual Deus ROMANO, VELHO C R ED O . Veja ANTIGO

transmitiu informação factual sobre CREDO ROMANO.

si mesmo.
ROMANTISMO. Movimento artístico e
REVERÊNCIA A D EU S.Respeito, ado­ literário que enfatizava o sentimento
ração e honra a Deus por quem e o em detrimento da razão. Foi parti­
que ele é. cularmente popular entre o final do
REVERSÃO, LEI DA. Veja LEI DA REVER­ século XVIII e início do XIX.
SÃO. Presbítero palesti­
RUFINO (C. 345-410).

REVESTIMENTO INSTANTÂNEO. Veja no que formulou a teoria do resgate


RESSURREIÇÃO INSTANTÂNEA. da expiação.
SABÉLIO. Professor de teologia do sé­
Ss culo III, cuja visão da Trindade era
essencialmente modalista.

SACERDÓCIO. Sistema de intercessão


pelos humanos e a representação de­
s á b a d o . Do hebraico shabbat ou
les diante de Deus, podendo incluir
xabbat, “repouso”. Para os judeus, o
a forma dos rituais do Antigo Tes­
sábado é o dia de descanso e adora­
tamento, o sacerdócio de Cristo e o
ção; a maioria dos cristãos guarda o
sacerdócio de todos os fieis. Nos siste­
domingo como seu shabbat, pois Je­
mas religiosos sacerdotais, os sacerdo­
sus ressuscitou nesse dia.
tes humanos representam o povo.
SÁBADO SANTO. O dia entre a Sexta-
SACERDÓCIO ARAÔNICO. O sacerdócio
feira Santa e o domingo de Páscoa.
conferido por Deus a Arão e seus su­
SABAOTH . Literalmente “dos exérci­ cessores.
tos”, uma palavra usada em combina­
SACERDÓCIO D E TO D O S OS SANTOS OU
ção com Yahweh (Javé) ou, às vezes,
UNIVERSAL. Referência à ideia de que
Elohim , para designar o Senhor como
cada convertido tem acesso direto a
o “Deus dos exércitos” ou o “Javé dos
Deus e não necessita de um inter­
exércitos”. O nome composto não
mediário, a não ser Jesus; também
é encontrado no Pentateuco, mas é
é a ideia de que cada fiel é capaz de
bastante comum em Salmos e nos
agir como um sacerdote em favor de
profetas.
outros.
SABATISMO. Observância estrita (fre­
SACERDÓCIO REAL. Designação dos
quentemente por exigência legal) de
cristãos (lPe 2:9).
um dia da semana como o dia para
adoração e descanso. SACERDOTALISMO. Ensinamento se­
gundo o qual o ato de ordenação a
SABEDORIA DE DEUS. Veja DEUS, SABE­
certos ofícios religiosos transmite a
DORIA DE.
habilidade de administrar os sacra­
SABEDORIA, DOM DE. Um dos dons mentos e, assim, dispensar graça.
espirituais: a habilidade especial de
SACERDOTE, CRISTO COM O. Veja CRIS­
discernir ou julgar o certo e o errado
TO COMO SACERDOTE.
(IC o 12:8).
SACRAMENTALISMO. Visão de que a
SABELLANISMO. Visão derivada do
graça é transmitida por certos rituais
pensamento de Sabélio, que era es­
religiosos.
sencialmente um monarquianismo
modalista: Deus é um ser, uma pes­ SACRAMENTALISTAS. Pessoas que creem
soa, que sucessivamente assume três que a graça é transmitida por certos
formas diferentes de manifestação. rituais religiosos.
SACRAMENTO. Rito religioso conside­ SALVAÇÃO. Ato divino de libertar
rado meio ou sinal de graça. aquele que crê do poder e da maldi­
ção do pecado e, então, a restauração
SACRAMENTO DO BATISMO. Visão de
desse indivíduo à comunhão com
que o batismo é um meio ou um sinal
Deus, para a qual os humanos foram
de graça. Veja também b a t i s m o .
originalmente criados.
SACRAMENTO DO CASAMENTO. Visão
SALVAÇÃO DOM ÉSTICA. Situação na
católica romana de que o casamento
qual uma família é salva, como em
é um sacramento.
Gênesis 17 ou Atos 16:15,33.
SACRIFÍCIO ANIMAL. Morte de um ani­
SALVAÇÃO, DOUTRINA DA. Ensinamen­
mal em um ritual como oferta a Deus.
to relativo ao todo da salvação e seus
SACRIFÍCIO PROPICIATÓRIO. Sacrifício vários aspectos, incluindo conversão,
oferecido a Deus para aplacar sua ira regeneração, união com Cristo, justi­
contra o pecado. ficação, adoção, santificação, perseve­
rança e glorificação.
SACRIFÍCIO VIVO. Termo que Paulo
usa para pedir a seus ouvintes que SALVAÇÃO INFANTIL. Doutrina segun­
apresentem a si mesmos como oferta do a qual as crianças que morrem são
a Deus (Rm 12:1). salvas.

SACRILÉGIO TERRÍVEL. Veja ABOMINA- SALVAÇÃO PELA GRAÇA. Salvação en­


ÇÃO DESOLADORA. tendida como um dom gratuito e
imerecido por parte do beneficiário.
SACRO. O que é separado do munda­
no e do secular. SALVAÇÃO PELAS OBRAS. Referência à
crença segundo a qual a realização de
SADUCEU S. Importante grupo reli­
certos atos virtuosos tem a possibili­
gioso judeu, presente na Palestina do
dade de determinar o favor divino e
final do século II a.C. até o final do
a salvação.
século I d.C., que se opunha a Jesus.
Seus membros rejeitavam todas as SALVAÇÃO PESSOAL. Salvação consi­
observâncias judaicas não explícitas derada em termos de relacionamento
ensinadas no Pentateuco ou na lei. individual com Deus, em vez de em
Também negavam as doutrinas da termos de mudanças nas estruturas da
ressurreição e das recompensas e pu­ sociedade.
nições após a morte. Entre suas ênfa­
SALVAÇÃO UNIVERSAL. Referência à
ses estava a da liberdade humana.
crença segundo a qual todas as pessoas
SALMISTA. O autor de um salmo. serão libertas dos efeitos do pecado.

SALMOS IMPRECATÓRIOS. Salmos nos SALVADOR. No Antigo Testamento,


quais o autor invoca a maldição de o aguardado Libertador do povo de
Deus sobre os inimigos. Israel. Por meio de sua morte expiató­
ria, Jesus Cristo tornou-se o Salvador Ato divino de tornar
s a n t if ic a ç ã o .

de toda a raça humana. realmente santo aquele que crê em


Jesus, ou seja, de levar a pessoa a uma
SALVO, NÃO. Aquele que ainda está em
condição moral de conformidade
seus pecados e, portanto, separado de
com a situação legal estabelecida na
Deus.
justificação.
SAMOSATA, PAULO DE. Veja PAULO DE
SAMOSATA.
SANTIFICAR. Separar algo como san­
to ou consagrado para uso religioso.
SANDAY, w i l l i a m (1843-1920). Estudio­ Aquilo que é tratado dessa maneira é
so anglicano do Novo Testamento e chamado de “santificado” ou “consa­
pioneiro na admissão do criticismo grado”.
bíblico da Alemanha no academicis-
mo britânico. SANTO. No Novo Testamento, qual­
quer um que cresse genuinamente em
SANGUE. Na Bíblia, frequentemente Cristo; no catolicismo romano, um
sinônimo de vida. Assim, o derrama­
cristão atualmente no céu em função
mento de sangue refere-se à doação
de uma vida exemplar, que pode in­
da vida de uma pessoa.
terceder junto a Deus tanto pelas pes­
SANTA COM UNHÃO. Ceia do Senhor. soas vivas como por aquelas que estão
no purgatório.
SANTAS O RDEN S. Os principais ofícios
de ministério nas igrejas episcopais SANTO D E ISRAEL.Nome para Deus,
(anglicana, católica romana e ortodo­ especialmente em Isaías.
xa grega); por exemplo, bispo, presbí­
SANTO D O S SANTOS. Parte interior do
tero (sacerdote, padre) e diácono. A
tabernáculo ou do templo. Apenas
admissão nessas santas ordens é feita
por meio de ordenação. o sumo sacerdote poderia entrar ali,
somente uma vez por ano, no Dia da
s a n t i d a d e . Condição de pureza ou Expiação, para oferecer sacrifício para
liberdade de pecado, ou de ser sepa­ purificação.
rado para um serviço especial. Na
Igreja Católica Romana, é a situação SANTOS DO ANTIGO TESTAMENTO. Veja

daqueles que foram designados como ANTIGO TESTAMENTO, CRENTES DO.

santos por ela. Depois de reconhecer SANTOS, INVOCAÇÃO DE. No catolicis­


oficialmente uma lista de milagres mo romano, chamado aos santos para
atribuídos a uma pessoa em parti­
interceder por alguém.
cular, a igreja pode designar aquele
indivíduo como santo através de um SANTOS, PERSEVERANÇA DOS. Veja PER­
processo duplo chamado beatificação SEVERANÇA, DOUTRINA DA.
e canonização.
SANTOS, VENERAÇÃO D O S. Honra aos
SANTIDADE CRISTÃ. Santificação ou santos tanto por trazê-los à memó­
verdadeira piedade do cristão. ria como por imitar suas virtudes.
Também podem estar envolvidas co­ lecionava no Seminário Reformado
munhão verbal com eles ou prestação Alemão em Mercersburg, Pensilvânia,
de reverência. EUA, foi acusado de heresia, mas a
tentativa de condená-lo falhou. En­
SANTUÁRIO. Veja LUGAR SANTO.
cerrou sua carreira no Union Theo-
SAPIENCIAL. Pertencente ou relativo à logical Seminary, na cidade de Nova
sabedoria. O termo aplica-se em es­ York. Entre suas obras mais signifi­
pecial a cinco livros da Bíblia em que cativas estão os sete volumes da His­
predominam máximas de sabedoria tória da Igreja cristã, os três volumes
e edificação: Jó, Salmos, Provérbios, de Credos da cristandade e a edição da
Eclesiastes e Cântico dos Cânticos Enciclopédia Scbaff-Herzog de conheci­
(nas versões católicas incluem-se mento religioso.
Eclesiástico e Sabedoria). Outra de­
SCHLEIERM ACHER, FRIEDRICH (1768-
signação comum para esses livros é
1834). Teólogo protestante liberal que,
“poéticos”.
ao inserir o romantismo na teologia,
SARTRE,JEAN-PAUL(1905-1980). Existen­ levou à popularização do liberalismo.
cialista e ateu de origem francesa. Defendia que a religião não é uma
questão de crença ou de prática, mas
sa r x . Palavra grega para “carne”.
de sentimento.
SATANÁS. O Diabo, criatura angélica
Filósofo
SCH LICK , M O RITZ (1882-1936).
elevada que se rebelou contra Deus e,
alemão que fundou e liderou o gru­
assim, foi expulsa do céu. Tornou-se
po de positivistas lógicos conhecido
o líder da oposição a Deus e às forças
como Círculo de Viena.
celestiais.
SCHW EITZER, ALBERT (1875 1965). Teó­
SATANÁS, QUEDA DE. Desobediência e
logo, músico e médico missionário
rebelião de Satanás antes da criação
alemão. Seu mais notável trabalho teo­
da raça humana.
lógico foi A busca pelo Jesus histórico
SATANISMO. Adoração a Satanás. (1906). Passou grande parte de sua
vida como médico missionário em
SATISFAÇÃO.Reparação ou compen­
Lambaréné, no Gabão (África equa­
sação por um delito ou uma dívida
torial francesa).
contraída.
SCH W EN CKFELD , KASPAR (1489 1561).
SAÚDE ESPIRITUAL. Condição da vida
Místico alemão, teólogo leigo e um
espiritual de uma pessoa.
dos primeiros defensores de Lutero,
SAYERS, DOROTHY LEIGH (1893 1957). Au­ mas que rompeu com ele quanto à
tora anglicana, teóloga leiga e influente natureza e ao significado da Ceia do
defensora da fé cristã ortodoxa. Senhor.

SCHAFF, PHILIP (1819-1893). Teólogo suí­ m e d ia i . Literalmente “co­


s c ie n t ia

ço e historiador da Igreja. Enquanto nhecimento médio”; o conhecimento


de Deus sobre aquilo que aconteceria SEGUNDA c h a n c e .Referência à ideia
com base nas decisões livres dos seres de que, em algum momento após a
criados. Esse conceito de um terceiro morte, as pessoas que não aceitaram
tipo de conhecimento divino foi in­ a Cristo nesta vida terão uma oportu­
troduzido por jesuítas no século XVI. nidade de fazê-lo.
Contrasta com 1) o conhecimento
SEGU NDA MORTE. Morte espiritual
de Deus sobre o que ele pode ou não
eterna (Ap 2:11; 20:6, 14; 21:8).
pode fazer e 2 ) seu conhecimento do
Contrasta com a morte física, que
que acontecerá com base em seu pró­
põe fim à vida natural da pessoa.
prio plano e vontade.
SEGUNDA PESSOA DA TRIN DADE. Deus
SCO FIELD , CYRUS INGERSON (1843-
Filho, Jesus Cristo.
1921). Ministro congregacional cujos
escritos fizeram muito para popu­ SEGU NDA RESSURREIÇÃO. Veja RES­
larizar as visões fundamentalista e SURREIÇÃO, SEGUNDA.
dispensacionalista, especialmenteMane­
Referên­
SEGU NDA v i n d a d e c r i s t o .
jando bem a Palavra da Verdade e a
cia à crença de que Cristo retornará
Bíblia de estudo Scofield.
à terra.
SCOTU S, d u n s . Veja DUNS SCOTUS,
SEG U N D O ADVENTO D E CRISTO . Veja
JO H N .
SEGUNDA VINDA DE CRISTO.
SECTARISMO. Compromisso excessi­
SEG U NDO CO N CÍLIO D E NICEIA (787).
vamente doutrinário ou exclusivista
Veja NICELA (7 8 7 ), SEGUNDO CON CÍ­
com a visão própria de alguém ou de
LIO DE.
algum grupo. Aqueles que discordam
são condenados. SEG U N D O CO N CÍLIO VATICANO. Veja
CONCÍLIO VATICANO II.
SECULARISM O .Vida e pensamento
conduzidos sem crença ou compro­ SEGU NDO GRANDE AVIVAMENTO. Veja
misso com Deus ou religião. GRANDES AVIVAMENTOS.

SECULARIZAÇÃO. Processo de sair de SEGURANÇA D O CRISTÃO. Visão segun­


uma orientação religiosa para uma do a qual os cristãos são guardados pelo
mais centrada no mundo e nas coisas poder de Deus. A doutrina também é
naturais. chamada de “perseverança dos santos”.
SÉCULO, DESTE. Estrutura terrena atual SEGURANÇA ETERNA DO CRISTÃO.
da realidade, governada por Satanás Doutrina segundo a qual os cristãos
(2Co 4:4; E f 6:12). verdadeiramente regenerados jamais
perderão a salvação.
SEGU IDO RES DO CAM INHO. Uma evi­
dente autodenominação cristã. A fé Lugar ao qual Lá­
SEIO D E ABRAÃO.
cristã é chamada de “o Caminho” em zaro foi levado após sua morte
Atos 9:2; 19:9, 23; 22:4 e 24:14, 22. (Lc 16:22-23).
SEIS ARTIGOS. Série de normas es­ desenvolvimento através de períodos
tabelecidas pela Igreja da Inglaterra de tempo. Veja também a b o r d a g e m
sob Henrique VIII. Promulgados em D IA C R Ô N IC A .
1539, deram um viés mais católico à
SEMÂNTICA HISTÓRICA. Estudo do
doutrina do que os Dez Artigos de
desenvolvimento cronológico do
1536.
significado das palavras. Também co­
SEITA. Normalmente um grupo que nhecida como semântica diacrônica.
se separou de alguma agremiação reli­
SEM ÂNTICA LING ÜÍSTICA. Estudo das
giosa maior ou possui visões diferen­
palavras que se preocupa com a iden­
tes ou incomuns. E comum haver um
tificação e a descrição de significado
líder particular cujos ensinamentos
em línguas existentes; contrasta com
singulares tornam-se a base da crença
a semântica lógica, que se preocupa
do grupo. O termo também se aplica
com o relacionamento dos sinais e
a um grupo herético em um ou mais
símbolos com seus referentes.
aspectos significativos e que frequen­
temente pratica forte controle social SEMELHANÇA D E DEUS. Normalmente
sobre seus membros. Às vezes, uma um sinônimo de imagem de Deus.
seita também se envolve em formas Contudo, alguns teólogos, incluindo
de lavagem cerebral para ganhar e re­ Irineu, consideravam ser algo separado
ter convertidos. da imagem. O catolicismo medieval
considerava a semelhança uma santi­
SELEÇÃO INCO NDICION AL. Veja PRE­
DESTINAÇÃO INCONDICIONAL.
dade espiritual adicionada às qualida­
des naturais de personalidade e razão.
SELEÇÃO NATURAL. No pensamento de
Charles Darwin e outros evolucionis- SEM IARIANISMO. Posição elaborada
tas, o processo por meio do qual sobre­ pelos que não puderam aceitar a po­
vivem os membros de um grupo que sição ariana nem a ortodoxa adotada
sejam mais fortes ou mais adaptados. em Niceia. Defendiam que Cristo é
homoiousios com o Pai, o que signi­
SEM IGREJA. Pessoas que não foram fica que ele é similar ao Pai, mas não
evangelizadas ou, se o foram, que ain­ necessariamente da mesma substância
da não foram incorporadas ao rol de ou natureza.
membros da igreja.
SEM ID EU S. Ser semidivino.
A semana entre o Do­
SEMANA SANTA.
SEMINÁRIO TEO LÓ GICO D E PRINCE-
mingo de Ramos e a Páscoa.
TO N. Seminário presbiteriano funda­
SEMÂNTICA. Estudo do significado e do em 1812; até o início do século
função dos sinais, especialmente da XX, destacou-se como um centro de
linguagem humana. sólida ortodoxia calvinista.
SEM ÂNTICA DIACRÔNICA. Estudo se­ SEMINÁRIO TEO LÓ GICO D E W ESTMINS-
mântico ou lingüístico que enfatiza o TER . Seminário que apoia uma teolo­
gia presbiteriana calvinista ortodoxa. SEN H ORIO D E CRISTO. Autoridade de
Foi fundado na Filadélfia, em 1929, Jesus Cristo e seu governo sobre a
por um grupo que incluiu nomes vida do cristão.
como Robert Dick Wilson, Oswald
SENSUS DEITATIS OU SENSUS DIVINITA-
T. Allis e J. Gresham Machen que,
n s. Referência à ideia de que os seres
no passado, fizeram parte do corpo
humanos têm um conhecimento ou
docente do Seminário Teológico
consciência inatos de Deus.
Princeton.
SEN SU S PLEN IO R OU SEN TID O PLENO
SEM INÁRIOS TEO LÓ G ICO S.Escolas de­
Aquilo que a Bíblia passou a sig­
dicadas ao estudo de assuntos teológi­
nificar na experiência dos leitores
cos, particularmente com o objetivo
cristãos, geração após geração. Esse
de preparar pessoas para o serviço mi­
“sentido mais pleno” se soma à inten­
nisterial.
ção consciente do autor.
SEM IPELAGIANISM O. Posição doutri­
SENTENÇAS. Textos medievais que ex­
nária desenvolvida durante o século
punham a verdade teológica de ma­
V e início do século VI por pessoas
neira autorizada e disciplinada. As
que não queriam adotar a visão de Pe-
mais famosas são as Sentenças de Pe­
lágio nem a de Agostinho. O termo
semipelagianismo, que foi cunhado no dro Lombardo.
século XVI para descrever essa posi­ SEN TID O LITERAL. A interpretação
ção intermediária, é às vezes aplicado mais simples ou mais óbvia de uma
ao arminianismo. porção das Escrituras.
SEMITA. Pertinente ao grupo de pes­ SEN TID O LITERAL DAS ESCRITURAS.
soas que, nos tempos antigos, incluía Veja L1TERALISMO.
babilônicos, assírios, arameus, cana-
SEN TID O PRIMÁRIO DAS ESCRITURAS.
nitas e fenícios, mas que em tempos
mais recentes é representado parti­ O significado que o autor planejava
cularmente pelos judeus. O termo é transmitir ao seu público original.
frequentemente usado em referência SEN TID O QUÁDRUPLO DAS ESC RITU ­
à forma hebraica de pensamento. RAS. Ideia medieval de que a Bíblia
tem quatro sentidos: 1 ) literal, 2 ) mo­
SENHOR. Forma tradicional de verter
ral, 3) alegórico e 4) anagógico.
o tetragrama sagrado YHWH, as qua­
tro letras sagradas do nome mais co­ A prática de afastar-se do
sepa ra çã o .

mum de Deus no Antigo Testamento. que é profano e do mal.


O termo também é usado pelos cris­
SEPARAÇÃO ECLESIÁSTICA. Afastamen­
tãos em relação a Jesus Cristo.
to de grupos eclesiásticos considera­
SEN HOR D O S EXÉRCITOS. Veja EXÉRCI­ dos impuros, seja na doutrina seja no
TO S, SENHOR DOS. estilo de vida.
SEPARAÇÃO ENTRE IGREJA E ESTADO. SER NECESSÁRIO. Aquele que existe
Referência à doutrina segundo a qual em virtude de ter seu próprio poder
a igreja e o Estado possuem domínios interior de existência; aquele que deve
distintos e, portanto, devem ser legal­ existir.
mente independentes um do outro. SER PRIM ORDIAL. No pensamento dos
Afastamen­
sepa r a ç ã o s e c u n d á r ia . teólogos da corrente da Morte de
to das pessoas que náo se separaram Deus, particularmente no de Thomas
do mundo. J. J. Altizer, uma referência ao Deus
transcendente antes de tornar-se pro­
SEPARATISTA. Aquele que deixa de gressivamente encarnado no mundo.
se associar a um grupo religioso em
particular ou que pratica um estilo de SER VIVENTE. Expressão usada como
referência a várias formas de vida em
vida de afastamento.
Gênesis 1— 2. Quanto ao homem, a
SEPTUAGÉSIMA. O terceiro domingo Bíblia diz que se tornou um ser viven-
antes da Quaresma. te quando Deus soprou nele o fôlego
da vida (Gn2:7).
SEPTUAGINTA. A mais antiga tradução
do Antigo Testamento do hebraico para SERAFIM. Seres celestiais frequente­
o grego, supostamente realizada por mente considerados uma classe de
setenta (ou setenta e dois) tradutores anjos (Is 6:2).
judeus. E às vezes abreviada por LXX SERES HUM ANOS. A mais elevada
(setenta, em algarismos romanos). criação de Deus; os humanos foram
SEPULTADO COM CRISTO . Referência feitos à sua imagem e semelhança e
ao batismo (Rm 6:4). receberam domínio sobre o restante
da criação (Gn 1:26).
SER. Propriedade de tudo aquilo que
é; em certo sentido, a categoria meta­ SERMÃO DA MONTANHA. O discurso
física mais elementar. de Jesus registrado em Mateus 5— 7;
é frequentemente considerado o mais
SER, ANALOGIA D O . Veja ANALOGIA DO elevado padrão da vida cristã.
SER.
SERPENTE. O ser que tentou Eva no
Algo que não exis­
SER CON TINGEN TE. jardim do Éden. É geralmente enten­
te em si mesmo, mas cuja existência dida como uma aparição de Satanás,
depende de algum outro ser. sendo que o termo é usado em relação
a ele em outros lugares das Escrituras
SER INFINITO .Referência a Deus co­
(Ap 20:2).
mo ilimitado em todos os atributos
positivos. Em contraste, os humanos SERVIÇO, DOM D E. Um dos dons do
são limitados em atributos como co­ Espírito (Rm 12:7; lPe 4:11): capaci­
nhecimento, poder e presença. dade de ajudar aos outros.
SERVIDÃO. O aspecto da vida cristã que blico: “Ouve, Israel, o S e n h o r , nosso
procurar servir em vez de ser servido. Deus, é o único S e n h o r ” (Dt 6.4).

SERVO DO SENH OR. Em sentido geral, SH EO L.Termo do Antigo Testamento


um seguidor dedicado de Deus; em que se refere ao estado intermediário
Isaías 40— 53, o termo servo aparece das almas entre a vida na terra e o es­
vinte vezes, às vezes como referência a tado final.
Israel, às vezes ao Messias. . Argumento dedutivo no
sil o g ism o

SERVO SOFREDO R. Referência de Isaías qual a conclusão é extraída a partir de


uma premissa maior e outra menor.
ao Messias e à angústia pela qual pas­
saria em nosso favor. Pertinente a algo que re­
SIM BÓ LICO .
presenta outra coisa.
SETE PECADOS CAPITAIS. Veja PECADOS
CAPITAIS. Significado que o uso
SIM BO LISM O .
de um objeto ou de uma ideia para
SEXTA-FEIRA SANTA.A sexta-feira ante­
representar outra tem o propósito de
rior ao domingo de Páscoa; é guarda­ transmitir.
da como lembrança do dia da morte
de Cristo. SÍM BO LO . Algo
que significa ou repre­
senta outra coisa. Os dois podem ter
. Palavra hebraica que signi­
sh a l o m uma conexão inerente, mas não são
fica “paz”, “bem-estar”, “plenitude”. equivalentes em sentido literal.
Emprega-se normalmente como sau­
SÍM BOLO D E SALVAÇÃO, BATISMO CO ­
dação de boas-vindas ou despedida
MO. Referência à visão segundo a qual
(Dn 10.9).
o batismo não é nem um meio de
SH ED D , WILLIAM GREENOUGH THAYER graça nem um ato de iniciação cor­
(1820-1894). Teólogo calvinista conser­ respondente à circuncisão do Antigo
vador norte-americano que lecionou Testamento, mas um emblema ou
por trinta anos no Union Theological testemunho simbólico exterior de
Seminary, na cidade de Nova York. uma mudança interna já realizada.
Seu trabalho mais conhecido é a Teo­
SIM ONS, m e n n o . Veja m enno si-
logia dogmática, de três volumes.
MONS.
. Palavra não bíblica que ex­
s h e k in a h
Um dos atri­
SIM PLICID A D E D E DEUS.
pressa a proximidade de Deus com seu butos de Deus: sua unidade inviolá­
povo, como na nuvem que cobria o vel. Como um espírito puro, ele não é
tabernáculo como uma manifestação um composto e, consequentemente,
visível da glória de Deus (Ex 40:34). não pode ser dividido.
Expressão hebraica para
s h e m á is r a e l . SIM PSON, ALBERT BENJAMIN (1844-
“Ouve, Israel”. Designa as palavras ini­ 1919).Pastor e evangelista norte-ame-
ciais da principal oração dos judeus e ricano que fundou a Aliança Cristã e
sua profissão de fé no monoteísmo bí­ Missionária.
SINAGOGA. Lugar de adoração dos SÍNODO DE DORT. Veja DORT, SÍNODO
judeus. A primeira foi estabelecida DE.
provavelmente durante o exílio babi-
SÍN O D O DEW H ITBY . Veja W HITBY, SÍ­
lônico.
NODO DE.
SINAIS.Termo usado com frequência
SÍN O D O D O S LADRÓES.Concilio reu­
em relação a milagres, uma vez que
nido em Efeso, em 449, que restituiu
em alguns momentos eles serviram
Eutiques, declarando que a ideia de
como evidência de autoridade sobre­
que Cristo tivera duas naturezas após
natural da pessoa que os realizava.
sua encarnação era herética. A obje­
SINAL SACRAMENTAL. Na teologia ca­ ção a essa declaração levou ao Conci­
tólica romana, um dos elementos es­ lio de Calcedônia em 451.
senciais de um sacramento. Esse sinal
SINTÁTICA. Ramo da semiótica (uma
visível consiste de alguma forma de
teoria geral dos signos) que lida com o
matéria (p. ex. a água no batismo) ou
relacionamento entre os vários signos
de uma palavra de proclamação.
ou símbolos em um dado sistema.
SINAL VISÍVEL. Na teologia católica,
Movimento que tenta res­
SIO N ISM O .
um dos elementos necessários num
tabelecer o povo judeu em Israel.
sacramento: alguma forma de maté­
ria (p. ex. a água do batismo) e uma SIO NISM O CRISTÃO. Movimento cris­
palavra de pronunciamento. tão que, em função de sua escatologia
pré-milenarista, tem apoiado a tenta­
SINCRETISMO. Reunião de diferentes
tiva sionista de restabelecer os judeus
crenças; particularmente, a assimilação
em Israel.
das visões de uma religião nas de outra.
SISTEM A ÉTICO CRISTÃO. Sistema de
Do grego “tribunal”, “con­
SIN ÉD R IO .
certo e errado baseado nos princípios
selho”. Órgão governamental supre­
e ensinamentos cristãos.
mo dos antigos judeus, composto por
setenta membros, entre sacerdotes, SISTEM A LEVÍTICO . Sistema de sacrifí­
anciãos e mestres da Lei, mais o presi­ cios e leis cerimoniais encontrado no
dente (o sumo sacerdote). Antigo Testamento.
SIN ERGISM O .Conceito de que o hu­ SISTEM A MONÁRQUICO D E GOVERNO
mano trabalha com Deus em certos DA IGREJA. Qualquer modelo episco­
aspectos da salvação, como a fé ou a pal de governo da igreja, que concede
regeneração. autoridade a um ofício em particular
SÍN O D O . Reunião oficial de um gru­
nos moldes de um governo monár­
po de cristãos para discutir questões quico civil.
da Igreja. Normalmente envolve um SISTEM A OLIGÁRQUICO D E GOVERNO
grupo de igrejas. DA IGREJA. Tipo presbiteriano de regi­
me eclesiástico: a autoridade é coloca­ SOBERANIA D E DEUS. Governo de Deus
da nas mãos de certos representantes. e sua autoridade sobre todas as coisas.

SISTEM A SACRIFICIAL. Procedimento SO B R E O LIV R E -A R B ÍT R IO . Tratado es­


ritual para oferta a Deus de animais, crito por Erasmo, em 1524, para re­
colheitas ou outros objetos de valor. futar Lutero.
SISTEM AS SACRAMENTAIS. Ritos reli­ SOBRENATURAL. Pertinente ao que
giosos por meio dos quais a graça é não se encaixa ou não pode ser atri­
dispensada. buído às leis do universo físico.
l e b e n . Frase em alemão que
s i t z im SOBRENATURALISMO. Crença nos po­
significa “contexto da vida”; ou seja, deres que estão além do universo ob­
o cenário particular da vida no qual servável.
um ensinamento é dado ou formula­
SOCIALISM O. Sistema econômico e
do. No criticismo da forma e da reda­
político no qual os meios de produ­
ção, pode ser a situação na qual Jesus
ção são de propriedade coletiva e a
proferiu um ensinamento, a condição
distribuição de bens é controlada pelo
da igreja ao preservar e expressar esse
governo.
ensinamento ou a situação à qual o
autor do evangelho se referiu na for­ SOCIALISM O CRISTÃO. Qualquer ten­
ma final do ensinamento. tativa da parte de cristãos de estabele­
SM ITH, HANNAH W HITALL (1832-1911).
cer um sistema no qual a propriedade
Quacre norte-americano cujo livro seja de posse comum em vez de in­
mais conhecido, O segredo cristão dividual.
para uma vida feliz, enfatizava a paz SOCIANISM O . Veja SOCINIANISM O.
interior e a vitória exterior. Essa obra
SO CIED A D E D O S AM IGOS (QUACRES).
teve o efeito de popularizar a doutri­
na segundo a qual a santificação total Veja AMIGOS (QUACRES), SOCIEDADE
DOS.
é uma segunda obra da graça.
SM ITH, WILLIAM ROBERTSON (1846- Sociedade angli­
SO C IED A D E PARKER.
1894). Acadêmico escocês de Antigo cana cujo nome deriva de Matthew
Testamento que lecionou na Free Parker, primeiro arcebispo protes­
Church College em Aberdeen, mas tante de Cantuária que, entre 1840
foi dispensado em 1881 por pontos e 1855, publicou as obras dos prin­
de vista considerados objeções à cren­ cipais reformadores ingleses do sécu­
ça na inspiração das Escrituras. Mais lo XVI. Foi uma tentativa de voltar
tarde, tornou-se editor chefe da Enci­ aos ensinamentos da Reforma, es­
clopédia Britânica, professor de árabe pecialmente sobre a justificação
e bibliotecário-chefe da Universidade pela fé, e para atacar o movimento
de Cambridge. tractariano, que contava com alguns
membros que desprezavam a Refor­ sua dor e angústia ou suportar agonia
ma inglesa. por sua causa (Rm 8:17; Fp 3:10).

SOCINIANISM O. Movimento deriva­ SOFRIM ENTO.Dor ou angústia física,


do do pensamento de Fausto Socino mental ou emocional.
que enfatizava a moralidade, negava
Agonia e dor
SOFRIM EN TOS PENAIS.
a divindade de Cristo, a predestina­
experimentadas como punição pelo
ção, a presciência divina e o pecado
pecado.
original, e considerava a expiação de
Cristo um exemplo, em vez de uma SOLAFIDEÍSM O ou SO LIFID EfSM O . En­
satisfação feita ao Pai. sinamento segundo o qual a salvação
é apenas pela fé.
SOCINIANOS. Seguidores de Fausto
Socino. SOLIDARIEDADE COM UM . Referência
à ideia de que existe uma unidade
Sistema-
SO CIN O , FAUSTO (1539-1604).
tizador de um tipo racionalista de de ação e responsabilidade dentro da
cristianismo que se transformou no raça humana. Veja e u c o l e t i v o .
unitarismo moderno. SOLID ARIEDADE DA RAÇA HUMANA.

Advoga­
SO CIN O , LÉLIO (1525-1562).
Referência à ideia de que todos os hu­
do italiano e um dos precursores do manos são descendentes dos mesmos
unitarismo moderno. Tio de Fausto ancestrais e, portanto, são afetados
Socino. pelas ações de Adão, particularmen­
te o primeiro pecado no jardim do
SÓCRATES (C. 470-399 A .C .). Filósofo Éden.
grego considerado, em muitos aspec­
tos, o fundador da filosofia. Grande Série de pensamentos, ima­
SO N H O .

parte de seu pensamento é encon­ gens ou emoções que ocorre durante


trado nos diálogos de seu discípulo o sono. Nos tempos bíblicos Deus
Platão. usou sonhos para se revelar aos huma­
nos. Sonhos contrastam com visões,
Uso de argumentos que
SO FISM O .
que são revelações similares que acon­
parecem corretos e impressionantes,
tecem em estado consciente.
mas que são inválidos.
SO NO DA ALMA. Referência à ideia
SOFISTAS. Grupo de pensadores, espe­
segundo a qual entre a morte e a res­
cialmente da Grécia antiga, que de­
surreição a pessoa fica em estado de
senvolveram argumentos altamente
inconsciência, um sono profundo e
subjetivistas e enganosos.
sem sonhos.
SOFRER COM CRISTO. Conceito pau-
SOTERIOLOGIA. O estudo da salvação.
lino relativo à tamanha identificação
com Cristo a ponto de compartilhar SOTERIOLÓGICO. Pertinente à salvação.
185 SU ICÍD IO A SSISTIDO

SPENER, PHILIPP JA K O B (1635 1705). STRONG, AUGUSTUS H O PKINS (1836-


Pastor de origem alemã geralmente 1921). Pastor batista norte-americano,
considerado o fundador do pietismo. teólogo e educador que foi diretor e
professor de teologia no Seminário
SPINOZA, BENEDITO (1632-1677). Filó­
Teológico de Rochester e primeiro
sofo holandês de origem judia que foi
presidente da Convenção Batista do
racionalista em sua epistemologia e
Norte dos Estados Unidos (1905-
panteísta em sua metafísica.
1910). Sua Teologia sistemática (1886)
SPURGEON, CHARLES H AD DON (1834- foi um texto-padrão por muitos
1892). Influente pregador batista na anos.
Inglaterra. Embora nunca tenha sido
SUBORDIN ACION ISM O . Doutrina se­
ordenado, manteve um poderoso
gundo a qual o Filho é, em essência
ministério de pregação numa con­
e posição, inferior ao Pai, ou que o
gregação em Londres por um período
Espírito é inferior ao Pai e ao Filho.
de 38 anos, muitos dos quais num
Deve-se fazer a distinção entre o su-
prédio chamado Tabernáculo Me­
bordinacionismo funcional, que vê
tropolitano, que acomodava seis mil
o papel do Filho e do Espírito como
pessoas sentadas. Também fundou
temporariamente subordinado ao Pai
uma faculdade para treinamento de
durante um período de ministério.
pastores. Sua teologia era calvinista e
sua política liberal. SUBORD IN ACION ISM O FUNCIONAL.
Ideia de que Cristo, a Segunda Pessoa
STAUPITZ, JOH A NNES VON (C. 1465-
da Trindade, embora não deixando
1524). Acadêmico católico romano
de ser igual ao Pai naquilo que era,
que encorajou Martinho Lutero a
sujeitou-se ao Pai naquilo que fez.
fazer o doutorado e que, posterior­
mente, tentou sem sucesso modificar SUBSTITUIÇÃO. Ato de assumir o lugar
a posição de Lutero. de outro.

STODDARD, SOLOM ON (1643-1729). Pre­ SUCESSÃO APOSTÓLICA. Ensino de que


gador congregacional de Northampton, a autoridade na igreja foi transmitida
Massachusetts, que exerceu enorme por ordenação ou imposição de mãos
influência sobre o protestantismo na dos apóstolos ao clero dos dias atuais.
Nova Inglaterra. Avô de Jonathan
SUDÁRIO D E TURIM . Veja TU RIM , SU-
Edwards.
DÁRIO DE.
STRAUSS, DAVID FRIEDRICH (1808-1874).
Ato de colocar fim à pró­
SU IC ÍD IO .
Teólogo alemão cuja obra em dois
pria vida, por razões outras que não o
volumes intitulada A vida de Jesus
altruísmo ou o autossacrifício.
examinada criticamente foi um dos
primeiros relatos radicais sobre Jesus. Terminologia
SU IC ÍD IO A SSISTID O .
Strauss interpretou o cristianismo à normalmente atrelada à eutanásia ati­
luz da filosofia hegeliana. va voluntária autoinfligida, cometida
mediante conselho ou assistência téc­ 2) criar tanto os eleitos como os re­
nica de um médico. provados; 3) permitir a queda de to­
dos os humanos; 4) prover salvação
SUMO SACERDOTE. Originalmente, ape­
apenas para os eleitos.
nas o principal sacerdote entre seus pa­
res (Lv 21:10). No judaísmo posterior, SUPREM O CO N CÍLIO . O mais elevado
porém, a posição passou a envolver corpo administrativo da Igreja Pres­
prestígio especial e poder em Israel. biteriana do Brasil, que se reúne qua-
trienalmente, em anos pares.
SUPERERROGAÇÃO, OBRAS DE. Ações
realizadas por livre escolha de uma SW EDENBORG, EMANUEL (1688-1772).
pessoa, acima e além das exigências Filósofo sueco e pensador religioso.
das ordens de Deus. A palavra supe-
SW EDENBORGISM O. Visões derivadas
rerrogação significa literalmente “pa­
do pensamento de Emanuel Swe-
gar mais do que é necessário”.
denborg, incluindo: 1 ) a ideia neo-
SUPERSTIÇÃO. Literalmente, “estar aci­ platônica segundo a qual o universo
ma”; uma crença não provada e irra­ e os humanos não foram criados por
cional, frequentemente de natureza Deus, mas emanaram dele; 2) uma
mágica ou religiosa. Trindade monopessoal; 3) uma teoria
do exemplo da expiação; e 4) crença
SUPERVISOR. Tradução literal da pa­
numa segunda oportunidade durante
lavra grega para “bispo”, aquele que
o estado intermediário.
tem a responsabilidade de supervisio­
nar o trabalho da igreja. SWETE, HENRY BARCLAY (1835 1917).
Acadêmico anglicano que lecionou
SÚPLICA. Oração humilde a Deus.
no Kings College (Londres) e na
SUPRALAPSARISMO. Visão segundo a Universidade Cambridge, tendo se
qual os decretos de Deus ocorreram destacado por seu método crítico
na seguinte ordem (lógica): 1) Eleger conservador e seus textos sobre o Es­
alguns humanos e condenar outros; pírito Santo.
TAYLOR, NATHANIEL WILLIAM (1786-

Tt 1858). Pregador congregacional e teó­


logo da Universidade Yale, que é vis­
to como o fundador da teologia de
New Haven. Modificou o calvinis-
mo, mesclando-o com as ênfases do
TABERNÁCULO. Grande estrutura, se­
reavivalismo.
melhante a uma tenda, que serviu
como lugar de adoração para Israel TEILHARD DE CHARDIN, PIERRE (1881-
desde o tempo de sua jornada pelo 1955). Geólogo jesuíta francês que
deserto até a construção do templo desenvolveu uma visão da evolução
de Salomão. cósmica que, em muitos aspectos, é
similar à teologia do processo.
TACIANO (C. 110-172). Apologista cris­
tão e gnóstico, cuja maior contribui­ TEÍSM O. Crença em um Deus pessoal.
ção escrita foi o Diatessaron, uma TEfSM O a b e r t o . Teologia que rejeita
harmonia dos evangelhos. a visão clássica da imutabilidade e da
TALMUDE. Do hebraico, “estudo”. onisciência de Deus; também afirma
Conjunto de antigas leis e ensina­ que Deus cresce, descobre coisas que
mentos orais judaicos, além de co­ não sabia e muda de ideia. Deus cor­
reu o risco de criar os humanos, cujas
mentários e interpretações sobre a
ações ele não necessariamente conhe­
Torá. Também chamado “Torá oral”,
ce antecipadamente.
em contraste com a Torá escrita.
TEÍSM O ABSOLUTO. Termo de Edgar
TANAK. Nome dado à Bíblia Hebrai­
Sheffield Brightman para a crença em
ca. A palavra é um acrônimo da tripla
um Deus ilimitado. Ele próprio sus­
divisão judaica das Escrituras: Torá
tentava que Deus é finito.
(Lei), Niviim (Profetas) e Ketuvim
(Escritos). TEÍSM O BIPOLAR. Na teologia do pro­
cesso, a ideia de que Deus tem dois
Pre­
TAULER, JOH A NNES (C. 1300- 1361).
polos ou aspectos: uma essência abs­
gador dominicano e místico da região trata imutável e uma realidade con­
hoje conhecida como França, Suíça e creta que se relaciona com o mundo e
Alemanha. se submete a mudanças.
TAUTOLOGIA. Proposição composta TEÍSM O D O LIVRE-ARBÍTRIO. Veja TEÍS­
que é verdadeira independentemente MO ABERTO.
dos valores de verdade de suas propo­
sições componentes. TELEOLOGLA. Estudo da ordem natu­
ral ou do propósito no universo.
TAYLOR, ALFRED EDWARD (1869-1945).
t e l o s. O fim ou propósito de algo.
Filósofo britânico famoso especial­
mente por sua obra sobre Platão e TEM OR. Experiência negativa diante
ética. da probabilidade de dor ou grande
sofrimento; também se refere a uma TEN DÊNCIA UNIVERSAL. Disposição
reverência e respeito por alguém ou al­ encontrada em todas as pessoas; basi­
guma coisa, particularmente por Deus. camente, a inclinação para o pecado.
No pensamento de Sarcn Kierkegaard,
TENNANT, FRED ER ICK ROBERT (1866-
um estado existencial que é a precon-
1957). Teólogo anglicano e filósofo da
dição do pecado. E uma ansiedade
religião que lecionou na Universidade
sobre a vida em si, baseada na tensão
Cambridge. Sua principal obra foi re­
entre flnitude e liberdade.
alizada a partir de uma epistemologia
TEMPERANÇA. Uma das sete virtu­ empírica.
des cardeais: moderação em tudo.
TENTAÇÃO. Ato de induzir ao pecado
O termo passou a ter uma aplicação ou a condição de ser induzido ao pe­
específica com respeito à ingestão de cado.
bebida alcoólica. (O movimento da
temperança de fato sugere não apenas TENTADOR. Aquele que induz ao pe­
moderação, mas abstinência.) cado; particularmente, Satanás.

TEM PLE, WILLIAM (1881-1944). Acadê­ Pertinente a algo que


TEO C ÊN TR IC O .

mico e sacerdote anglicano que serviu se concentra em Deus como o valor


como arcebispo de Cantuária. Seus mais elevado.
textos mais famosos são Christus Ven­ TEOCRACIA. Forma de governo que
tas, Natureza, homem e Deus e Cristia­ acredita estar baseada na lei de Deus.
nismo e ordem social.
TEO DICEIA.Tentativa de mostrar que
TEM PLO . Estrutura construída em Deus não é responsável pelo mal.
Jerusalém para a adoração a Deus.
TEODICEIA AGOSTINIANA. Tentativa de
Diferentemente do tabernáculo, que
era temporário e portátil, o templo explicar o mal como parte da cria­
ção e que ele é necessário para o bem
era uma casa de adoração permanen­
maior desta.
te; além disso, era duas vezes maior
que o tabernáculo. O primeiro tem­ TEO DICÉIA DE IRINEU.Sugestão de que
plo foi construído sob a liderança do o mal é parte do processo divino de
rei Salomão. criação da alma, da formação espiri­
tual do ser humano.
TEM PO . Período entre o início da cria­
ção e a grande consumação; contrasta TEODORETO (C. 393-458). Bispo de Ciro,
com a eternidade. No Novo Testa­ na Síria, que assumiu uma posição in­
mento, a palavra chronos geralmente termediária entre duas partes na con­
se refere a um período ou seqüência trovérsia nestoriana. Deposto e exilado
de tempo; kairos, por outro lado, pelo Sínodo dos Ladrões de Éfeso, foi
refere-se a um momento definido no restaurado pelo Concilio de Calcedô-
tempo, particularmente um evento nia (451), que exigiu que ele partici­
significativo. passe na condenação de Nestório.
TEÓ DOTO . Comerciante de couros bi­ de reafirmar expressões bíblicas numa
zantino que apresentou o monarquia- forma contemporânea.
nismo dinâmico a Roma por volta do TEO LO GIA CATÓLICA ROMANA CO N ­
ano 190. Em outras áreas de doutri­ TEMPORÂNEA. Teologia católica ro­
na, era ortodoxo. mana, em especial a formulada desde
TEOFANIA. Aparição ou manifestação
o Concilio Vaticano II. Contrasta
visível de Deus, particularmente no com o escolasticismo tradicional.
Antigo Testamento. TEOLOGIA CONSTRUTIVA. Tentativa de
sintetizar ou formular uma teologia e,
TEOLOGIA. Em sentido estrito, estudo
especialmente, a obra de um grupo de
da doutrina de Deus Pai. Em sentido
teólogos norte-americanos, não evan­
amplo, estudo da doutrina de Deus.
gélicos, formado na década de 1970.
TEOLOGIA ALEXANDRINA. Escola de Crendo que a teologia tradicional ou
teólogos que floresceu durante os ortodoxa não é mais sustentável, ten­
séculos III a V e que tentou usar a taram remodelar doutrinas de modo
filosofia platônica na construção da que se encaixassem no mundo mo­
teologia cristã. derno.

TEO LO GIA APOFÁTICA. Maneira de se TEOLOGIA, CONTEXTUALIZAÇÁO DA.


relacionar com Deus de acordo com Declaração de doutrinas religiosas em
a crença de que ele não pode ser con­ termos compreensíveis e apropriados
ceituado em categorias humanas. a uma determinada cultura.

TEOLOGIA ASCÉTICA. Teologia que lida TEO LO G IA DA ALIANÇA. Teologia que

com a tentativa de alcançar a perfei­ vê o relacionamento entre Deus e a


ção cristã por meio de várias práticas humanidade como um tipo de acor­
ascéticas. do entre eles, e que define o com­
portamento de Deus para com os
TEOLOGIA ASIÁTICA. Teologia desen­
humanos.
volvida por asiáticos na tentativa de
conceituar a mensagem cristã de tal TEO LO GIA DA CRIAÇÁO. Teologia que
modo que seja relevante para a cul­ enfatiza a doutrina da criação.
tura asiática. Tais tentativas normal­ TEOLOGIA DA CRISE. Sinônimo de
mente têm como base a percepção de neo-ortodoxia; foi usado especial­
que a teologia ocidental corrompeu a mente nos primeiros anos do movi­
essência da mensagem cristã. mento.
TEOLOGIA BÍBLICA. Organização dos TEOLOGIA DA CRUZ. Doutrina formu­
ensinamentos teológicos tendo como lada por Martinho Lutero segundo a
base os trechos da Bíblia em que ocor­ qual Deus é revelado e encontrado em
rem, em vez de por tópicos. A teolo­ especial na cruz. O pleno conhecimen­
gia bíblica não faz nenhuma tentativa to de Deus não deve ser encontrado,
portanto, em seus gloriosos atributos atributos divinos; em particular, um
naturais (a teologia da glória), mas no movimento inglês do final do século
lugar onde sua glória está oculta por XIX que apresentava essa ênfase.
aparente fraqueza.
TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO. Conjunto
TEO LO GIA DA D O R D E DEUS. Movi­ de movimentos teológicos (movimen­
mento teológico identificado com tos de libertação do Terceiro Mundo,
o pensamento de Kazoh Kitamori, teologia feminista e teologia negra)
professor do Seminário Teológico que dão mais ênfase à libertação dos
de Tóquio. Em seu livro Teologia da seres humanos dos vários tipos de
dor de Deus (1946), ele enfatiza que escravidão temporal (econômica,
a dor de Deus é o significado central política e social) do que na redenção
do evangelho cristão: Deus simpatiza pessoal do pecado. Tende a utilizar
com seu povo e sofre em favor dele. mais as ciências sociais que as bases
Foi uma tentativa de contextualizar bíblicas e teológicas.
o evangelho cristão no Japão pós Se­ TEOLOGIA DA MEDIAÇÃO. Esforço, rea­
gunda Guerra Mundial. lizado principalmente na Alemanha
TEO LO GIA DA ESPERANÇA. Tentativa de meados do século XIX, de encon­
de construir teologia em termos do trar um meio-termo entre diferentes
futuro; está particularmente associada teologiax.
a Jürgen Moltmann. TEOLOGIA DA MORTE DE DEUS. Movi­
TEO LO GIA DA EXPERIÊNCIA. Teologia mento teológico que floresceu breve­
baseada especialmente na própria ex­ mente em meados da década de 1960.
periência do indivíduo, em vez de em Seus principais expoentes foram Tho-
alguma autoridade externa. mas J. J. Altizer, William Hamilton e
Paul Van Buren. Embora existissem
TEO LO GIA DA GLÓRIA. Termo criado diferenças, os três concordavam que
por Lutero para a abordagem que um Deus transcendente não fazia mais
afirma ser possível conhecer a Deus parte da experiência dos humanos
por meio de suas obras, ou seja, modernos. A teologia ficou conheci­
através da teologia natural. O termo da como “ateísmo cristão” e “teologia
também se aplicaria ao triunfalismo secular”.
de alguns carismáticos modernos que
TEOLOGIA DA NOVA INGLATERRA. Tra­
veem Deus em ação em visões dramá­
dição teológica surgida a partir da
ticas, curas miraculosas e glossolalia.
obra de Jonathan Edwards e que
A teologia da glória é a antítese da
continuou até o século XIX. O movi­
teologia da cruz.
mento ficou mais conhecido pelos in­
Teologia que
TEO LO GIA DA k e n o s i s . teresses compartilhados em questões
enfatiza a autolimitação de Cristo como a liberdade da vontade humana
ou seu abandono das prerrogativas e e a moralidade da justiça divina, e
menos por sua concordância com um TEO LO GIA D E O BERLIN.Teologia wes-
conjunto comum de doutrinas. leyana que enfatiza o perfeccionismo.
Está especialmente identificada com
TEOLOGIA DA VELHA ESCOLA. Teolo­
o pensamento de Charles Finney e
gia dos calvinistas tradicionais norte-
a posição da Faculdade Oberlin, de
americanos nas décadas de 1830 a
meados do século XIX.
1860. Associada a nomes como Ar-
chibald Alexander Hodge e Charles TEO LO GIA DIALÉTICA. Termo usado
Hodge, em Princeton, a Velha Escola como sinônimo de neo-ortodoxia, es­
tentou manter a posiçáo calvinista pecialmente em seus primeiros anos.
rigorosa. TEOLOGIA D O BÚFALO D ÁGUA. Ao en­
TEOLOGIA DE GRONINGEN. Movimen­ fatizar que o camponês da Tailândia
to teológico da Igreja Reformada da está mais preocupado com seu búfalo
Holanda surgido em meados do sé­ do que com questões abstratas, Ko-
culo XIX. Centrada na Universidade suke Koyama insistiu que a teologia
de Groningen, seu objetivo era uma deve abordar essas questões práticas.
teologia revitalizada combinada com TEOLOGIA DO PARADOXO. Veja PARA­
um humanismo como o de Erasmo. DOXO, TEOLOGIA DO.
A escola de Groningen negava a Trin­
TEOLOGIA DO PROCESSO. Movimento
dade e afirmava que Jesus teve apenas
teológico do século XX que, ampla­
uma natureza, espiritual ou divina,
mente baseado no pensamento de
que é compartilhada por Deus e pe­
Alfred North Whitehead, considera
los humanos.
a realidade basicamente como um
TEOLOGIA D E MERCERSBURG. Teologia processo ou de caráter evolutivo em
reformada romântica de meados do sé­ sua natureza. Além disso, Deus está
culo XIX. Está particularmente asso­ tão proximamente identificado com
ciada aos nomes de John Williamson o restante da realidade que se consi­
Nevin e Philip SchafF, que lecionavam dera que ele também está crescendo e
no Seminário Reformado Alemão em se desenvolvendo.
Mercersburg, Pensilvânia, EUA. TEO LO GIA DO REAVTVAMENTO. Teo­
T E O L O G IA D E NEW H AVEN. Forma logia que enfatiza a pecaminosidade
posterior da teologia da Nova Ingla­ humana e particularmente a neces­
terra desenvolvida para satisfazer as sidade de conversão imediata e ab­
necessidades do Segundo Grande Avi- soluta. Costuma incluir uma visão
vamento. Estava associada particular­ emocional da natureza da conversão.
mente aos nomes de Timothy Dwight TEOLOGIA DO SEN H O RIO . Ensina­
e Nathaniel Taylor. Em suas formas mento segundo o qual a conversão
posteriores, a teologia de New Haven salvífica exige arrependimento de pe­
se afastou da teologia calvinista de Jo- cado e aceitação de Jesus Cristo como
nathan Edwards. Senhor e Salvador.
TEOLOGIA DO SENTIM ENTO. Teologia EXISTENCIAL. Teologia que
t e o l o g ia
exposta de forma mais completa por tem como base a filosofia existencial.
Friedrich Schleiermacher, que conside­
TEOLOGIA FEDERAL. Escola de pen­
rava os sentimentos humanos o centro
samento teológico, especialmente
da religião e a base da teologia, em vez
identificada com Johannes Cocceius
da crença ou das ações morais.
(1603-1669). Sustentava que Adão
T E O L O G IA D O T E R C E IR O M U N D O . representou a raça humana na aliança
Contextualizações da doutrina cristã de obras estabelecida por Deus.
ao panorama do Terceiro Mundo. TEOLOGIA FEMINISTA. Teologia que dá
TEOLOGIA D O TERCEIRO O LH O . Teolo­ grande ênfase à situação e à liberdade
gia asiática, associada ao pensamen­ das mulheres.
to do teólogo taiwanês Choan-Seng TEOLOGIA FILOSÓFICA. Teologia que
Song, que enfatiza o papel intuitivo emprega os recursos da filosofia. Isso
do coração, que transcende a razão e pode envolver tanto a reflexão sobre
penetra no mistério do ser. Song diz questões filosóficas da teologia —
que os cristãos asiáticos devem apren­ por exemplo, a existência de Deus e o
der a ver Cristo através de olhos asiá­ problema do mal — como fazer mais
ticos. uso de conteúdo da filosofia do que
das Escrituras.
TEOLOGIA EMPÍRICA. Teologia basea­
da em dados sensoriais; teologia na­ TEOLOGIA FUNCIONAL. Teologia basea­
tural. da no funcionalismo.

TEOLOGIA ENCARNACIONAL. Teologia TEOLOGIA HISTÓRICA. Estudo do de­


que afirma que a Segunda Pessoa da senvolvimento cronológico do pensa­
Trindade de fato tornou-se humana mento teológico; no caso do cristianis­
na pessoa de Jesus Cristo; no pensa­ mo, o estudo do desenvolvimento da
mento popular do século XX, tam­ teologia cristã desde os tempos bíbli­
bém é a ideia de que cada um de nós cos até o presente.
representa Cristo no mundo. Tentativa de ex­
t e o l o g ia in d ia n a .

TEOLOGIA ESCOLÁSTICA. Teologia me­ pressar a teologia cristã por meio de


dieval que definiu a doutrina correta categorias indianas, não ocidentais.
em grande detalhamento por meio de Tendência dos
t e o l o g ia in v e r t id a .
uma série de argumentos racionais e seres humanos de se colocarem acima
debates. de Deus e considerar que ele deve
servi-los e agradá-los; isso faz que os
Teologia que
TEO LO G IA EVANGÉLICA.
humanos se tornem Deus e faz de
apoia as doutrinas tradicionais do
Deus o servo dos humanos.
cristianismo ortodoxo, com ênfa­
se na necessidade de regeneração TEOLOGIA MODERNA. Teologia dos sé­
pessoal. culos XIX e XX, começando particu­
larmente com reações ao pensamento TEOLOGIA ORTODOXA. Teologia que
de Immanuel Kant. está de acordo com algum padrão de
crença oficialmente estabelecido.
TEOLOGIA MORAL. Veja MORAL, TEO ­
LOGIA. TEO LO GIA RABÍNICA. Teologia desen­
volvida e passada adiante pelos rabi­
TEOLOGIA NARRATIVA. Considera a nos judeus.
doutrina como essencialmente da
mesma natureza da narrativa, em TEOLOGIA RADICAL. Teologia que assu­

vez de proposições racionais. Versões me uma posição extremista; especial­


variantes veem o papel da narrativa mente, a teologia da Morte de Deus
de meados da década de 1960.
como de produzir comunicação, de ser
a chave hermenêutica das Escrituras TEO LO GIA REFORMADA. Teologia que
ou de ser possuidora de poder heurís­ enfatiza a abordagem calvinista, espe­
tico. Alguns acreditam que biografias cialmente com respeito à questão da
cristãs pós-bíblicas e contemporâneas salvação. Costuma ser acompanhada
possuem valor de revelação. por um tipo de governo eclesiástico
presbiteriano.
TEOLOGIA NATURAL. Teologia desen­
volvida à parte da revelação especial TEO LO GIA RELACIONAL. Forma de
nas Escrituras; tenta demonstrar cer­ enxergar o cristianismo que enfati­
tos elementos da teologia com base za o relacionamento de pessoas com
apenas na experiência e na razão. pessoas, em vez de o relacionamento
direto com Deus.
TEOLOGIA NEGATIVA. Teologia cons­
truída por meio da negação; num TEO LO GIA SECULAR. Teologia que en­
sentido mais geral, uma orientação à fatiza envolvimento com o mundo,
teologia que é basicamente polêmica em vez de afastamento dele, na dire­
e preocupada com a refutação de ou­ ção de um relacionamento com Deus.
tras visões do que com a afirmação de Dietrich Bonhoeffer estava entre os
suas próprias. precursores dessa abordagem.
TEOLOGIA SINCRETISTA. Contextuali-
TEOLOGIA NEGRA. Teologia norte-
zação da teologia até o ponto no qual
americana do século X X que possui
ela incorpora elementos de outras reli­
considerável afinidade com a teologia
giões, como hinduísmo ou budismo.
da libertação. Considera que a preo­
cupação de Deus para com a salvação TEO LO G IA SISTEM ÁTICA. Disciplina
dos seres humanos não possui um que tenta arranjar o conteúdo dou­
enfoque exclusivamente espiritual, trinário das Escrituras de maneira
mas que também se envolve com a coerente, expressá-lo de modo con­
libertação política, econômica e so­ temporâneo e relacioná-lo às ques­
cial. James Cone é o maior teólogo do tões de ordem prática no âmbito
movimento. cristão.
TEOLOGIA SITUACIONAL. Teologia ela­ TEONOM IA. Veja RECONSTRUÇÃO.
borada em resposta a circunstâncias TEO NOM ISM O .Crença segundo a qual
ou ocorrências particulares, como na Deus é livre para escolher; portanto,
teologia da dor de Deus, elaborada no tudo o que ele deseja é bom e corre­
Japão por Kazoh Kitamori logo após to. Nessa abordagem, relacionada em
a Segunda Guerra Mundial. particular com o problema do mal, a
TEOLOGIA TRADICIONAL. Tanto a teo­ teologia é anterior à lógica.
logia ortodoxa convencional como a TEORIA DA ANSIEDADE DA FIN ITU D E.
teologia que é rotineiramente aceita Veja PECADO, TEORIA DA ANSIEDADE
sem ser examinada. DA FIN ITUD E DO.

TEÓ LO GO.Aquele que busca entender TEORIA DA COERÊNCIA DA VERDADE.


a base doutrinária de uma religião, Visão segundo a qual a medida da
normalmente a religião que ele segue. verdade das proposições é sua coerên­
Teólogo profissional é uma pessoa cia mútua.
que tem treinamento avançado em
TEORIA DA ILUMINAÇÃO . Veja INSPIRA­
estudos doutrinários e que frequente­
ÇÃO, TEORIA DA ILUMINAÇÃO DA.
mente também leciona e escreve.
TEORIA DA INFLUÊNCIA MORAL DA
TEÓ LO GOS CAPADÓCIOS. Três teólogos
e x p ia ç ã o . Veja e x p i a ç Ã o , t e o r ia d a
da província da Capadócia da segun­
INFLUÊNCIA MORAL DA.
da metade do século IV: os irmãos
Basílio de Cesareia (o Grande) e Gre- TEORIA DA LACUNA. Crença de que
gório de Nissa, e Gregório de Nazian- Gênesis 1:2a deve ser traduzido des­
zo. Foram os principais responsáveis ta maneira: “A terra ficou sem forma
pela exposição da doutrina ortodoxa e vazia”; o versículo 3, portanto, dá
da Trindade, contrária ao arianismo. início a uma descrição da recriação
ou reformação da terra. Em essência,
TEÓ LO GOS DO EQ U ILÍBRIO .Na classi­
todo período geológico é assim co­
ficação de James Fowler dos teólogos
locado na lacuna entre o ato criativo
da libertação, aqueles que veem erros
original de Deus, no versículo 1, e sua
nos dois lados da luta social, política
subsequente recriação do mundo.
e econômica de hoje: os opressores e
os oprimidos. TEORIA DA NATUREZA ANIMAL D O PE­
CADO. Veja PECADO, TEORIA DA NATU­
TEÓ LO GOS ID EO LÓ G ICO S. Teólogos
REZA ANIMAL DO.
cujas visões estão relacionadas, de­
rivam ou se voltam à defesa de uma TEORIA DA REGRA DA DOUTRINA. Vi-
ideologia particular. James Fowler usa são, originada por George Lindbeck,
o termo para se referir a teólogos da da Universidade Yale, segundo a qual
libertação extremistas que só veem as doutrinas, em vez de serem declara­
coisas boas em sua visão e apenas coi­ ções de primeiro nível ou de verdade,
sas ruins nas visões contrárias. são de segundo nível e lembram as re­
gras gramaticais, ao prover orientação resultado de uma explosão, a matéria
para a comunidade da fé. começou a se espalhar por aquilo que
é hoje conhecido como universo, e
TEORIA DA SEN SIBILID AD E D O PECA­
DO. Veja PECADO, TEORIA DA SEN SIB I­
que continua a se expandir. A teo­
LIDADE DO. ria do big bang também é conhecida
como teoria do estado superdenso.
TEO RIA DA SUBSTÂNCIA DA M EN TE.
Aspecto do dualismo de René Des­ TEORIA D O CAOS. Desenvolvimento
cartes de acordo com o qual a men­ da matemática moderna e da teoria
te, como o corpo, é uma substância científica, cujo objetivo é fornecer
distinta. um arcabouço para a compreensão de
ocorrências irregulares da natureza.
TEORIA DA SUBSTITUIÇÃO PENAL DA
e x p ia ç ã o . Veja e x p i a ç ã o , t e o r ia da TEORIA D O DITADO. Veja INSPIRAÇÃO,
SUBSTITUIÇÃO PENAL DA. TEORIA DO DITADO DA.

Doutrina
t e o r ia d a s d u a s e sp a d a s. TEORIA DO FEIXE. Veja M ENTE, TEO ­
segundo a qual existem dois domínios RIA DO FEIXE DA.
e poderes terrenos, a saber, o Estado e “ TEORIA D O GERM E” SO BR E A O RIGEM
a Igreja. Foi originalmente declarada
D O PECADO. Ideia de que, para que al­
pelo papa Gelásio I, em 494. O exato
guém peque, a substância do pecado
relacionamento entre Estado e Igreja
já deve existir; é o mesmo que dizer
tem sido assunto de muitos debates
que o pecado é extraído de uma fonte
por parte de teólogos e militantes do
preexistente.
direito canônico.
TEORIA DO TEM PO IDEAL. Teoria se­
TEORIA DE CO RRESPON DÊNCIA DA
gundo a qual a aparente idade de algo
VERDADE. Visáo segundo a qual a ver­
dade das proposições é medida por criado pode ser maior que sua idade
sua concordância com a realidade que real. Desse modo, um minuto depois
elas descrevem. de sua criação, Adão tinha a idade
de um minuto, mas teria uma idade
TEORIA DIA-ERA. Teoria segundo a
ideal ou aparente de talvez vinte anos.
qual os dias da criação registrados em Essa teoria foi proposta primeiramen­
Gênesis 1 são longos espaços de tem­ te por Philip Henry Gosse em 1857.
po, em vez de dias de 24 horas.
TEORIA D O S ATOS D E FALA. Teoria da
TEORIA D O ARCABOUÇO LITERÁRIO.
linguagem que enfatiza as diversas
Veja DIA PICTÓRICO (a r c a b o u ç o l i ­
funções da fala, como prometer, or­
t e r á r io ), TEORIA DO.
denar etc., além de referir. Em vez de
Teoria cosmoló-
TEORIA D O b i g b a n g . simplesmente levantar a questão da
gica de acordo com a qual o universo verdade de uma declaração, essa abor­
começou com toda a matéria con­ dagem indaga se ela é “apropriada”,
centrada em um único ponto. Como isto é, eficaz.
TEORIA DOS DOIS ESTÁGIOS. Referência TERTULIANO (C. 155-220). Pai da igreja
à crença dos pré-tribulacionistas de que latina; em seus últimos anos de vida,
a segunda vinda de Cristo ocorrerá em tornou-se montanista. Suas princi­
dois estágios, sendo que no primeiro pais contribuições foram a criação do
deles ele removerá a Igreja do mundo termo Trindade e a sugestão de que a
antes da grande tribulação. Divindade deve ser entendida como
uma substância manifestada em três
TEORIA NUMÉRICA DA BÍBLIA. Estudo
pessoas. Também fez contribuições
do significado dos números na Bíblia.
significativas para o entendimento do
TEOSOFIA. Filosofia mística que en­ pecado original e o relacionamento
volve um sistema de autossalvação: o entre fé e razão.
homem está sempre evoluindo rumo
TESTAMENTO. Cada uma das divisões
à natureza divina por meio de uma
das Escrituras: o Antigo Testamento,
série de reencarnações e através de
escrito no período anterior a Cristo,
conhecimento recebido tanto dire­
e Novo Testamento, escrito depois de
tamente do mundo do espírito como sua vinda. O termo significava origi­
de ensinamentos daqueles que estão nalmente “aliança”.
mais próximos da perfeição.
TESTEM UNHAS D E JEOVÁ. Grupo reli­
TERCEIRA ONDA. Movimento que en­ gioso fundado por Charles Taze Rus-
fatiza dons miraculosos, posterior ao sell, na década de 1870, que rejeita a
pentecostalismo clássico e ao movi­ doutrina da Trindade e a visão tradi­
mento carismático, ou neopentecos- cional da pessoa e da obra de Cristo.
talismo. Veja m o v i m e n t o d e s i n a i s Em alguns pontos, segue interpreta­
e m a r a v il h a s . ções extremamente literais da Bíblia.
TERCEIRA PESSOA DA TRIN DADE. Deus O nome “Testemunhas de Jeová” foi
Espírito Santo. adotado em 1931.

TERCEIRA REFORMA. Veja REFORMA


TESTEM UNH O . Ato de testemunhar
sobre aquilo que é conhecido ou que
RADICAL.
foi experimentado, especialmente so­
TERM INISM O. Doutrina segundo a bre o evangelho cristão.
qual Deus estabelece um tempo limi­
TESTEM UNHO DO ESPÍRITO SANTO. Ve­
te para cada oportunidade individual
ja TESTEM UNHO INTERNO DO ESPÍ­
de conversão e salvação.
RITO s a n t o . A obra de testemunho
TERRITORIALISM O. Ideia segundo a do Espírito Santo, bem como o con­
qual um governante civil tem o direi­ vencimento do coração e da mente
to de estabelecer uma religião oficial humanos sobre a origem divina e a
em seus domínios. autoridade das Escrituras.

t e r t iu m q u id . Caminho intermediário TETRAGRAMA. As quatro letras em he­


ou alternativo para duas coisas igual­ braico relativas ao nome do Deus de
mente desagradáveis. Israel: YHWH.
197 TOMÁS D EAQ UIN O

TEXTO DE PROVA. Texto das Escrituras respostas teológicas são relacionadas


apresentado em apoio a uma visão ou às perguntas filosóficas feitas pela
a um ensinamento em particular. As cultura. Sua visão de Deus não como
vezes um texto de prova é apresenta­ um ser, nem mesmo como o Ser Su­
do de maneira bem artificial, sendo premo, mas como a base ou poder de
sua conexão com o assunto bastante todos os seres, é basicamente panen-
superficial, ou mediante a desconsi­ teísta.
deração de seu relacionamento com
TIN DAL,M ATTH EW (C. 1655 1733).Deís-
o contexto.
ta inglês que causou furor com a pu­
THEOLOG1A C R U C IS. Veja T E O LO G IA DA blicação de Cristianismo tão antigo
CRUZ. quanto a criação; ou o Evangelho, uma
republicação da religião da natureza.
THEOLOGIA GLO RIAE. Veja T E O LO G IA
D A G LÓ RIA. TIPO . Um evento histórico ou uma
pessoa real que de certa maneira sim­
TH EO PH O RO I. Literalmente “o que
boliza ou antecipa uma ocorrência
tem a Deus” ou “o nascido de Deus”;
posterior; particularmente, uma an­
termo usado pelos primeiros cristãos
tevisão presente no Antigo Testamen­
significando que eram habitados por
to de um evento ocorrido no Novo
Cristo ou por seu Espírito.
Testamento.
t h e o t o k o s . Literalmente “portadora
TIPOLOGIA. Estudo de eventos e
de Deus”, uma expressão usada em
pessoas do Antigo Testamento que
relação a Maria, a mãe de Jesus. A re­
antecipam simbolicamente o Novo
cusa de Nestório em aceitar o termo
Testamento.
foi condenada pelo Concilio de Efeso
em 431. A expressão theotokos pode Deístainglês
TO LA N D ,JO H N (1670-1722).
ser usada tanto como uma afirmação que rejeitou os mistérios e milagres do
da divindade de Jesus Cristo ou como cristianismo que careciam de provas
uma forma de mariolatria. racionais. Sua publicação mais conhe­
cida é Cristianismo não misterioso.
Teólogo donatista, atuante
T ICÔ N IO .
entre 370 a 390 d.C., cuja visão pós- TOLERÂNCIA. Longanimidade, paciên­
milenarista influenciou Agostinho. cia ou moderação (qualidade de Deus
que também deve ser encontrada nos
TILLICH , PAUL (1886-1965). Influente
cristãos). O termo também se aplica à
teólogo américo-germânico que pro­
disposição de permitir a existência de
curou construir uma teologia usando
crenças e práticas diferentes de suas
a filosofia existencial. Colocando-se
próprias.
na fronteira entre Oriente e Ociden­
te, liberalismo e neo-ortodoxia, e fi­ TOMÁS DEAQ UINO (1225-1274). Teólogo
losofia e teologia, desenvolveu o que católico medieval cuja síntese da teo­
é chamado de método de correlação: logia cristã com a filosofia aristotélica
tomou-se o sistema clássico da teolo­ TRADIÇÃO ORAL. Aquilo que é passa­
gia católica por vários séculos. Ele é es­ do de boca em boca em vez de na for­
pecialmente conhecido por sua prova ma escrita. A Igreja Católica Romana
quíntupla da existência de Deus. considera a tradição oral a segunda
forma de conhecimento transmitida
Mon­
TOMÁS D E K E M P IS (C. 1379-1471).
pelos apóstolos, sendo a primeira as
ge alemão e autor espiritual mais
Escrituras.
conhecido por sua obra Imitação de
Cristo, que enfatiza o afastamento das TRADIÇÃO ORTODOXA. A tradição
atrações do mundo. teológica das igrejas ortodoxas do
Oriente; refere-se também às doutri­
TO M ISM O. Sistema de pensamento
nas que passaram a ser consideradas
inspirado na síntese elaborada por os ensinamentos básicos das Escritu­
Tomás de Aquino entre a doutrina ras, como a Trindade, a divindade de
cristã e a filosofia aristotélica. Inclui Cristo, a autoridade das Escrituras, o
uma ênfase nas evidências racionais pecado do homem e a necessidade de
em favor da existência de Deus. regeneração.
TOMISTA. Aquele que segue o pensa­ TRADIÇÃO REFORMADA. Crenças e
mento de Tomás de Aquino. práticas habituais das igrejas refor­
TORÁ. Palavra hebraica que significa madas, em contraste com a tradição
“lei”; no sentido técnico, o termo se luterana e outras. Descende especial­
refere ao Pentateuco, os cinco primei­ mente da Suíça, Holanda e Escócia.
ros livros do Antigo Testamento. TRADIÇÃO TEOLÓGICA. Conjunto parti­
TORGAU, ARTIGOS DE. Três documen­ cular de ensinamentos ou arcabouço de
tos compostos por teólogos lutera­ teologia que foi estabelecido há muito
nos alemães em 1530, 1574 e 1576. tempo e que ainda é obedecido.
O primeiro deles foi incorporado à TRADIÇÃO WESLEYANA. Crenças e prá­
Confissão de Augsburgo, e o terceiro, ticas que remetem a John Wesley. E
à Fórmula de Concórdia. arminiana em sua teologia e enfatiza
a santidade pessoal.
TRACTARIANISMO . Estágio do movi­
mento de Oxford durante o qual a TRADUCLANISMO. Crença de que a
série de folhetos intitulada Panfletos alma humana é recebida por trans­
para nossos tempos (em inglês “Tracts missão dos pais da pessoa. Também
for the Times”) foi publicada entre chamado de geracionismo.
1833 e 1841.
TRADUTORES. Teólogos que tentam
TRADIÇÃO. Conjunto de crenças ou expressar a mensagem cristã numa
práticas passadas adiante de uma ge­ forma contemporânea, mas sem mu­
ração para outra. dar sua essência no processo.
199 TRANSUBSTANCIAÇÁO

TRADUTORES BÍBLICO S. Pessoas que traduzida como “transformação” em


traduzem a Bíblia para idiomas dife­ vez de “transfiguração”.
rentes dos originais.
TRANSFORMAÇÃO D E VIDA. Regene­
TRANSCENDÊNCIA D E DEUS. Diversi­ ração.
dade ou distanciamento de Deus de
TRANSFORMADORES. Teólogos que ten­
sua criaçáo e da raça humana.
tam expressar conceitos religiosos em
Pertencente ao céu
tr a n sc en d en ta l. forma contemporânea e, sustentando
e a questões espirituais, em vez de a que certos aspectos do cristianismo
este mundo e suas necessidades. são obsoletos, estão dispostos a eli­
minar certas doutrinas ou mudar sua
TRANSCENDENTALISM O. Movimento
própria essência.
do século XIX que enfatizava o co­
nhecimento intuitivo, a inspiração TRANSGRESSÃO. Outro termo para
da alma individual e o otimismo pecado: ultrapassar os limites impos­
em relação à natureza humana. En­ tos por Deus.
tre os nomes de destaque associados
TRANSGRESSÃO D E CATEGORIA. De
ao transcendentalismo estão Samuel
acordo com a filosofia lingüística ou
Taylor Coleridge, Ralph Waldo
analítica, uma transição de um tipo
Emerson, Margaret Fuller e Theodo-
de proposição ou “jogo de lingua­
re Parker. O termo também se refere
gem” para outra.
à preocupação relativamente exclusi­
va com a espiritualidade ou piedade TRANSLADAÇÃO D E PESSOAS. A expe­
pessoal em vez de nas condições do riência de Enoque e Elias de serem
mundo. As vezes está associada ao as­ levados diretamente ao estado futuro,
cetismo. em vez de morrerem.
TRANSDENOM INACIONAL. Que trans­ TRANSMIGRAÇÃO DA ALMA. Veja ALMA,
cende as distinções denominacionais. TRANSMIGRAÇÃO DA.

TRANSFERÊNCIA. Passagem de pecado TRANSMISSÃO ORAL. A passagem de


dos pecadores para Cristo ou da justi­ ensinamentos e narrativas de boca
ça de Cristo aos cristãos. em boca em vez de na forma escrita.
Durante o período da Igreja, antes da
TRANSFIGURAÇÃO. Fato ocorrido no
composição dos Evangelhos, as infor­
topo da montanha no qual a aparên­
mações sobre a vida de Cristo foram
cia de Jesus foi mudada, momento
transmitidas oralmente.
em que sua face brilhou e suas vestes
assumiram a brancura de brilho in­ TRANSUBSTANCIAÇÁO. Doutrina cató­
tenso (Mt 17:2; Mc 9:2-3). A mesma lica romana segundo a qual o pão e
palavra grega é usada em relação ao o vinho da missa de fato se transfor­
cristão em Romanos 12:2 e em 2Co- mam nas substâncias do corpo e do
ríntios 3:18, onde normalmente é sangue de Cristo.
TRÊS ESTÁGIOS, CRISTOLOGIA DE. Veja partes, normalmente identificadas
CRISTOLOGIA DOS TRÊS ESTÁGIOS. como corpo, alma e espírito.

TREVAS. Símbolo bíblico de ignorân­ TRINDADE. Referência à doutrina se­


cia, mal e destruição. gundo a qual Deus é um, existindo
porém eternamente em três pessoas.
Exclusão da pre­
tr ev a s e x t e r io r e s.

sença de Deus. O termo é usado para TRIN DADE ECONÔM ICA. A Trindade
descrever o inferno em Mateus 8:12, conforme manifestada nos atos salva­
22:13 e 25:30. dores de Deus.

TREZE ARTIGOS. Manuscrito latino ela­ TRIN DADE IMANENTE.A natureza tri-
borado pelos participantes de uma na e una de Deus como ele é em si
conferência entre luteranos alemães e mesmo.
teólogos ingleses em 1538. Foi desco­
TRIN DADE, LÓGICA DA. Tentativa de
berto entre os documentos do arce­
analisar o significado da Trindade
bispo Thomas Cranmer. Fortemente
usando categorias lógicas.
baseado na Confissão de Augsburgo,
os Treze Artigos nunca foram adota­ TRIN DADE ONTOLÓGICA. A Trindade
dos pelas autoridades civis ou eclesi­ entendida em termos da natureza real
ásticas inglesas, mas podem ter sido a de Deus.
base para os Quarenta e Dois Artigos
TRINDADE, PRIMEIRA PESSOA DA. Deus
adotados em 1553.
Pai.
TRIBULAÇÃO. Nas Escrituras, de modo
TRINDADE, SEGUNDA PESSOA DA. Deus
geral, sofrimento e angústia do povo
Filho, Jesus Cristo.
de Deus. O termo também é usado
para se referir à grande tribulação, TRINDADE, TERCEIRA PESSOA DA. Deus
um período sem paralelo de dificul­ Espírito Santo.
dades, que ocorrerá no final dos tem­
TRINITARIANISMO IM PLÍCITO. Evidên­
pos. Será iniciada pela abominação
cias bíblicas indiretas da Trindade.
desoladora (RA), ou sacrilégio terrí­
vel (NVI), e concluída pela segunda TRINTA E NOVE ARTIGOS. O padrão
vinda de Cristo. Alguns creem que a doutrinário da Igreja Anglicana e das
Igreja será removida do mundo por igrejas episcopais no mundo inteiro. O
uma vinda preliminar de Jesus no iní­ documento foi publicado pela primei­
cio da grande tribulação. ra vez em 1563 e adotado em 1571.

TRIBUNAL. Termo usado para se refe­ TRITEÍSM O . Crença em três deuses


rir ao julgamento final realizado por separados.
Jesus Cristo.
TRIUNFALISM O. Visão que enfatiza a
TRICOTOMLA. Visão segundo a qual a natureza vitoriosa da Igreja na vida
natureza humana é composta de três cristã.
201 TYRRELL, GEORGE

TROELTSCH, ERNST (1865 1923). Teólo- Pano de linho


TU RIM , SUDÁRIO D E.
go alemão e filósofo social que serviu que contém aquilo que alguns creem
como sacerdote antes de lecionar ser uma imagem do Cristo crucifica­
em Gõttingen, Bonn, Heidelberg e do. Está guardado na cidade de Tu­
Berlim. De tendência liberal, seguia rim, na Itália.
a interpretação hegeliana da história TU RRETIN, FRANCIS (1623 1687). Teólo-
como um movimento do espírito re­ go reformado suíço que representa o
tornando a Deus. Em 1915, mudou escolasticismo calvinista, responsável
da teologia para a filosofia. Sua obra tanto por explanações breves como
mais conhecida é O ensinamento so­ por extensas deduções lógicas. Sua
cial das igrejas cristãs. obra mais conhecida é Institutio, pu­
TRO NOS. Parte do primeiro grupo de blicada em três volumes.
anjos na classificação de Pseudodioní- TYRRELL, GEORGE (1861-1909). Teólogo
sio, o Areopagita. modernista irlandês que deixou o an-
glicanismo para entrar numa ordem
t r o p ic i . Grupo do século IV que in­
jesuíta. Suas visões críticas do catoli­
terpretava as Escrituras de maneira
cismo romano terminaram resultando
figurativa. Considerando o Espírito
em sua expulsão da ordem jesuíta e na
como um anjo da classe mais elevada,
privação dos sacramentos.
eram opositores de Atanásio.
t u l ip . Veja c i n c o p o n t o s d o c a l v i-

NISMO.
iniciando em Atos 13, quando Paulo

Uu foi enviado para realizar sua primeira


viagem missionária. O ultradispensa­
cionalismo é mais inclinado a iden­
tificar certas passagens como apenas
UBIQ UIDADE D E D EU S. A onipresença
para épocas particulares que a forma
mais moderada de dispensacionalis­
de Deus. O termo também é usado no
mo, que vê Atos 2 (Pentecostes) como
pensamento luterano para explicar de
o início da Igreja.
que maneira o corpo de Cristo pode
estar presente na eucaristia ao mesmo ULTRAMONTANISMO. Movimento ca­
tempo em que ele está no céu. tólico romano do século XIX que
incentivou a centralização do poder
ÚLTIMA CEIA. O evento que estabele­
no papado como meio de renovação
ceu a Ceia do Senhor. espiritual da Igreja.
ÚLTIMO ADÁO. Referência a Jesus Cris­ UNÇÃO. Do grego chrisma, de chrío,
to, contrastando-o com o primeiro “passar óleo” . Em sentido estrito,
Adáo (cf. IC o 15.45; Rm 5). refere-se à ação de ungir ou untar, es­
pecialmente com óleo (v. Ex 30.25).
ÚLTIMO JULGAM ENTO . Avaliação que
Em ljoão 2.20, refere-se ao derrama­
Cristo fará de cada indivíduo depois
mento ou comunicação especial do
de sua segunda vinda.
Espírito Santo. Entre os evangélicos,
ÚLTIM OS DIAS OU ÚLTIMOS TEM POS. usa-se a palavra para indicar “poder
No Antigo Testamento, um tempo sobrenatural”, “autoridade espiritual”
futuro de julgamento e redenção; no (“Ela cantou com muita unção”, “Ele
Novo Testamento, tanto o período pregou com unção”).
imediatamente anterior como o perí­ UNÇÃO DOS ENFERM OS. Um dos sacra­
odo inaugurado pela volta de Cristo. mentos da Igreja Católica Romana,
conhecido antes do Concilio Vatica­
U LTRA DISPENSACION ALISM O . Forma
no II (1962-1965) como “extrema-
extrema de dispensacionalismo que
unção”; consiste na aplicação de óleos
vê o início da Igreja ocorrendo em
abençoados aos enfermos.
Atos 28, quando Paulo, no fim de
seu ministério, declara que uma vez UNLÃO COM CRISTO. Dimensão básica
que Israel rejeitou o reino de Deus, da doutrina da salvação: ao ser iden­
a salvação é agora oferecida aos tificado com Cristo em sua morte ex­
gentios. Essa posição costuma ser piatória, assim como na força de sua
ressurreição, os cristãos obtêm justiça
chamada de “bullingerismo”, em
e vitalidade.
homenagem a Ethelbert William
Bullinger (1837-1913), um de seus UNIÃO COM DEUS. Restauração de um
principais defensores. Outra forma de cristão ao relacionamento com Deus
ultradispensacionalismo vê a Igreja se que fora originalmente planejado.
Foi realizada por meio da morte de UNIÃO METAFÍSICA. Referência à ideia
Cristo. de que o humano é absorvido em
Deus, tornando-se essencialmente
UNIÃO DA IGREJA DE CRISTO (CH URCH
um com ele.
OF C H R IST UN ITIN G ). Movimento
ecumênico originalmente chamado UNIÃO M ÍSTICA. De acordo com os
de Consulta sobre a União da Igreja místicos, união entre o homem e
(“Consultation on Church Union” Deus que transcende a compreensão
ou apenas a sigla CO CU ). Seu obje­ comum do relacionamento entre o
tivo é a fusão orgânica verdadeira das cristão e Deus. Alguns místicos acre­
diversas comunidades eclesiásticas. ditam que essa união é perpétua, e
outros, que seja intermitente.
UNIÃO DE CRENTES. O elo que une
UNIDADE. A unificação entre o Pai e o
todos os cristãos.
Filho, entre Deus e os cristãos, e dos
UNIÃO D O S CRISTÃOS. A unificação cristãos entre si.
entre os cristãos pela qual Jesus pediu
UNIDADE COM PLACENTE. Referência à
em sua oração sacerdotal (Jo 17:21).
visão segundo a qual a união do cris­
Alguns consideram que se trata sim­
tão com Cristo é simplesmente um
plesmente de uma unidade espiritual elo exterior. E semelhante ao acordo
baseada no fato de que todos creem entre pessoas que pensam do mesmo
num mesmo Deus. Outros defendem modo em relação a determinados as­
a ideia de é uma unidade de comu­ suntos de importância.
nhão real e ativa. Outros a interpre­
UNIDADE CON D ICIONA L D O SER H U ­
tam como uma unidade de afiliação
MANO. Ideia de que embora o estado
ou um relacionamento conciliar. Ain­
normal do ser humano seja uma uni­
da outros a consideram uma união
dade material e imaterial, debaixo de
orgânica real de todos os cristãos em
certas condições, como a morte, tal
uma denominação.
unidade se rompe.
UNIÃO ESPIRITUAL. Relacionamento
U N ID A D E D E D E U S. Veja D EU S, U N I­
não físico que os cristãos têm com DADE DE.
Cristo ou uns com os outros.
UN IDADE ESPIRITUAL. Relacionamen­
UNIÃO HIPOSTÂTICA. A união das na­ to não visível que todos os cristãos
turezas divina e humana de Jesus em possuem uns com os outros. Isso
uma única pessoa. contrasta com a união visível da igreja
UNIÃO JU D IC IA L. O aspecto da união
organizada.
do cristão com Cristo, em virtude da UNIDADE ORGÂNICA. Conexão organi­
qual o pecado do homem é levado zacional de fato, com a filiação oficial
por Cristo e a justiça de Cristo é con­ a uma igreja ou a consolidação de
cedida ao cristão. igrejas em uma corporação; contrasta
com a unidade espiritual, que é sim­ UNIVERSALISMO HIPOTÉTICO. Ideia de
plesmente um acordo em questões de que Jesus morreu pelos pecados de to­
crenças e prática. das as pessoas e de que todos são capazes
de crer. Teoricamente, portanto, todas
UNIDADE PSICOSSOMÁTICA. Referên­
as pessoas podem ser salvas, ainda que,
cia à ideia segundo a qual o humano
na prática, esse não seja no caso.
não é puramente corpo nem apenas
mente, mas a união das duas coisas. Aquele que acredita
u n iv e r s a l is t a .

na salvação de todas as pessoas.


UNIFORM ITARIANISMO. Conceito da
ciência e particularmente da geologia URSINO, ZACARIAS (1534-1583). Um dos
segundo o qual os processos atual­ elaboradores do Catecismo de Hei-
mente em ação no universo físico são delberg. Foi dispensado das atividades
os mesmos do passado. Desse modo, como professor em Breslau e Heidel-
eventos passados podem ser datados berg por defender posições calvinistas
por meio da extrapolação dos proces­ da Ceia do Senhor.
sos atuais.
JAM ES (1581-1656). Arcebispo
u ssh er ,
UN IGÊNITO. Expressão que enfatiza a e acadêmico irlandês mais conheci­
singularidade de Cristo como Filho do por datar a criação do mundo em
de Deus (Jo 3:16). Nós, humanos, 4004 a.C., uma conclusão que che­
somos “filhos de Deus” num sentido gou a ser incluída em muitas edições
qualitativamente distinto. da Bíblia.
UNITARISMO. Crença em Deus como UTILITARISM O. Teoria ética que avalia
apenas uma pessoa. atos em função de suas conseqüências
UNITARISTAS. De modo geral, todos e particularmente pelo critério de
aqueles que acreditam que Deus é maior bem para o maior número de
apenas uma pessoa; especificamente, pessoas.
membros de um grupo religioso orga­
UTOPIA. Crença na possibilidade de
nizado que mantém essa crença.
uma sociedade perfeita na terra.
UNIVERSALIDADE DA GRAÇA D E DEUS.
UTRECHT, DECLARAÇÃO D E. Base dou­
Referência à ideia de que a obra re­
trinária oficial das igrejas do movi­
dentora imerecida de Deus foi reali­
mento dos Velhos Católicos. Formu­
zada para todas as pessoas.
lada por cinco bispos da Velha Igreja
UNIVERSALISMO. Crença segundo a Católica, em 1889, tenta definir o ca­
qual todos os humanos serão, no fi­ tolicismo sem um compromisso com
nal, restaurados a Deus. o papa.
V ELHAS LU ZES. Veja NOVA LUZ, C IS­

Vv MA DA.

VELHO HOM EM . A pessoa antes do


novo nascimento.

VALDENSES. Movimento medieval que VELHO TESTAMENTO. Veja ANTIGO

seguia os ensinamentos de Pedro Val- TESTAMENTO.

do: simplicidade e pureza de vida e a V ELH O S CATÓLICOS. Grupo de católi­


tarefa evangelística. cos romanos que se recusa a aceitar
VALDO, PEDRO. Rico comerciante da o decreto de infalibilidade papal do
cidade de Lyon que, entre 1170 e Concilio Vaticano I.
1180, teve uma experiência espiri­
VENERAÇÃO D E RELfQUIAS. Concessão
tual profunda. Os seguidores de seus
de honra a certos objetos que se acre­
ensinamentos são conhecidos como
dita estarem associados a Cristo ou
valdenses.
aos santos.
VALIA, LOURENÇO (1407 1457). Lin­
VENERAÇÃO D O S SANTOS. Veja SAN­
guista e retórico italiano do período
TO S, VENERAÇÃO DOS.
da renascença que, entre outras rea­
lizações, demonstrou a falsificação da VERDADE. Aquilo que está de acordo
Doação de Constantino. com a realidade ou que é genuíno.
VALOR. Importância; também se trata VERDADE OBJETIVA. Fatos sobre fe­
de um princípio ou padrão que tem nômenos externos à pessoa; no pen­
ou se julga ter valor. samento de Saren Kierkegaard, fatos
VELHA NATUREZA. Disposição pecami­ que, embora descrevam corretamente
nosa da pessoa antes da regeneração. fenômenos externos, não afetam real­
Ainda que numa forma enfraquecida, mente o conhecedor.
continua no cristão, agindo contra a VERDADE SUBJETIVA. Fatos considera­
santificação. dos em termos de seu efeito sobre o
VELHA TEOLOGIA DE PRINCETO N. A conhecedor, em vez de em termos de
teologia do Seminário Teológico sua correspondência com os objetos
Princeton no século XIX, conforme que eles descrevem.
enunciada por Charles Hodge, A. A.
VERDADES ESPIRITUAIS. Conhecimen­
Hodge, Benjamin Warfield e outros.
to que não pode ser apreendido pela
Destacava-se especialmente por seu
mente humana por si só.
forte calvinismo e sua visão estrita da
autoridade, inspiração e inerrância VERM IGLI, PEDRO MÁRTIR. Veja PEDRO
bíblicas. MÁRTIR VERMIGLI.

VELHA VIDA. A vida da pessoa antes da VÉSPERAS. Ofício religioso vespertino


regeneração. diário das liturgias católica, anglicana
e luterana. Também é chamado de VIDA ATUAL. A vida que temos na ter­
oração da tarde ou vespertina. ra em nosso corpo físico.
VLA A N A LO G IA E. Tentativa de obter VIDA DA RESSURREIÇÃO. Revitalização
conhecimento de Deus presumindo por meio do poder da ressurreição e à
que ele tenha as qualidades positivas luz da ressurreição de Cristo.
encontradas nos humanos e que a
proporção dessas qualidades em Deus Sensibilidade e re­
VIDA e s p i r i t u a l .

e nos humanos é a mesma entre o ser ceptividade aos assuntos sobrenatu­


de Deus e o ser dos humanos. rais. A vida espiritual vai além daquela
que é meramente física ou biológica.
v ia e m in e n t ia e . Tentativa de obter

conhecimento de Deus tomando as VIDA ETERNA. A vida dada ao que crê;


qualidades positivas da natureza hu­ ultrapassa a vida natural em qualida­
mana e extrapolando-as a uma forma de e também se estende além desta
infinita. vida, até à eternidade.
VIA ILLUMINATTVA. Veja C A M IN H O ILU - VIDA FUTURA. A condição e o lugar
M INATIVO . de existência do ser humano após a
VIA MÉDIA. Expressão que indica a morte.
posição doutrinária da Igreja da In­ VIDA NA CARNE. A vida dos humanos
glaterra de evitar os extremos entre o debaixo do controle de sua natureza
protestantismo e o romanismo. depravada. Contrasta com a vida no
v ia n e g a t iv a . Maneira de investigar Espírito, que é motivada e movimen­
os atributos de Deus: tomam-se as tada pelo Espírito Santo. Paulo com­
qualidades humanas negativas e, en­ para as duas em Gálatas 5:13-26.
tão, atribui-se a Deus sua perfeição
VIDA NO ESPÍRITO . A vida do cristão
oposta. Se o humano é infinito, então
debaixo do controle do Espírito San­
Deus, por outro lado, é entendido
to, que nele habita (G1 5:13-26).
como infinito.
VIGÁRIO. Do latim vicarius, “substitu­
v ia p u r g a t iv a . Veja c a m in h o p u rg a -
to”. O termo pode ser referir ao padre
tiv o .
responsável por uma paróquia, a um
v ia u n it iv a . Veja c a m in h o u n itiv o . padre substituto ou simplesmente
VIDA. A condição de estar vivo. O ter­ aquele que substitui outro. Neste
mo pode referir-se à vida física, que é sentido, Jesus é nosso vigário (veja
biológica em sua natureza, ou à vida C r i s t o , m o r t e v i c á r i a d e ).

espiritual, que é o estado de estar vivo, VINDA ESPIRITUAL. Referência à visão


responsivo e ativo no reino espiritual.
segundo a qual a segunda vinda de
VIDA APÓS A MORTE. Estado ou condi­ Cristo é não corpórea em natureza e,
ção de existência que se segue à cessa­ portanto, pode já ter acontecido em
ção da vida física ou corpórea. Pentecostes.
VINEYARD.Rede de igrejas ligadas ao ção de uma ação pelas conseqüências
movimento de sinais e maravilhas, que advêm dela.
também chamado de Terceira Onda. VISÃO CRIACIONISTA DA ORIGEM DA

VINGANÇA. Execução da retribuição ALMA. Veja ALMA, VISÃO CRIACIONISTA


DA ORIGEM DA.
a alguém que se acredita ter causado
mal a outro. v is ã o d e d e u s . Veja v i s ã o b e a t íf ic a .

Uso de força para infligir


v io l ê n c ia . VISÃO DE M U NDO.Síntese conceituai
dano físico ou mental a outra pessoa. ampla que forma a perspectiva de
VIRGEM, ASSUNÇÃO DA. Veja MARIA,
uma pessoa em relação a toda a rea­
ASSUNÇÃO DE.
lidade.

VISÃO ECONÔMICA DATRINDADE. Abor­


VIRGINDADE PERPÉTUA. Conceito pre­
sente no catolicismo romano segundo dagem da Trindade criada por Hipó-
o qual Maria não apenas era virgem lito e Tertuliano que enfatizava as di­
ferentes manifestações e funções das
no momento da concepção e do
três pessoas.
nascimento de Jesus, como também
permaneceu virgem por toda a vida. Perspec­
VISÃO JU R ÍD IC A D O PECADO.
Isso significa que ela não teve relações tiva segundo a qual o pecado é mo­
sexuais e também que o processo de ralmente errado, viola a lei e, dessa
nascimento não anulou sua virginda­ forma, incorre em punição. A visão
de física. jurídica contrasta com a visão estéti­
ca, que define o pecado como tudo
VIRTUDES. Qualidades morais e espi­
o que é desagradável, inarmônico e,
rituais positivas.
portanto, repulsivo.
VIRTUDES CAPITAIS, SETE. As sete virtu­
VISÃO NÃO ESCATOLÓGICA. Ponto de
des básicas das quais se considera que
vista segundo o qual algo não é esca-
dependem todas as outras virtudes
tológico em sua natureza (p. ex., uma
cristãs: fé, esperança, amor, justiça, pru­
porção das Escrituras, em particular,
dência, temperança e perseverança.
ou talvez o cristianismo como um
Na teologia católica
VISÃO b e a t í f i c a . todo).
romana, o conhecimento direto de
VISÃO ORTODOXA. A posição conven­
Deus por parte do cristão.
cional, tradicional ou correta.
VISÃO CÍCLICA DA HISTÓRIA. Ideia de
VISÃO PACTUAL DO BATISMO. Ideia de
que os eventos da história formam
que o batismo é um sinal de parti­
um padrão recorrente, de modo que
cipação no pacto ou na aliança. Por
nenhum progresso é feito.
conseguinte, apenas crentes adultos e
VISÃO CONSEQUENCIALISTA DA ÉTICA. filhos de pais cristãos devem ser ba­
Ética que mede a bondade ou corre­ tizados. De acordo com essa visão,
o batismo tem na nova aliança o lu­ removida ou arrebatada antes de seu
gar que a circuncisão tinha na antiga início. Também há algumas diferenças
aliança. quanto à duração da tribulação, sen­
do que algumas pessoas afirmam que
DA IGREJA. Perspec­
v isã o p a r o q u ia l
ela durará sete anos, enquanto outras
tiva segundo a qual a igreja deve se
acreditam que será simplesmente um
identificar com a paróquia ou a con­
período estendido de tempo.
gregação local. Essa visão é sustentada
por vários grupos, incluindo os lute­ Referência à ideia cristã
v it ó r ia .

ranos. de que, uma vez que Jesus venceu o


mundo, o cristão é capaz de superar
VISÃO PRETERISTA. Interpretação da
as circunstâncias da vida (cf. Jo 16:33;
escatologia, particularmente de Apo­
Rm 8:37).
calipse, que afirma que os eventos
narrados já aconteceram ou estavam VIVI FICADO COM CRISTO . Referência
acontecendo no momento em que paulina ao fato de o cristão receber
eram registrados de forma escrita. vida espiritual ou ser ressuscitado jun­
tamente com Cristo (p. ex., E f 2:5).
VISÃO PROPOSICIONAL DA REVELAÇÃO.
Veja REVELAÇÃO, VISÃO PROPOSICIO- VOCAÇÃO. Palavra latina para “cha­
NAL DA. mado”, indicando o convite de Deus
à salvação ou a papéis particulares de
VISÃO REALÍSTICA DA IMPUTAÇÃO DO
serviço, seja de maneira individual
PECADO. Crença de Agostinho e ou­
seja coletiva.
tros de que todas as pessoas estavam
igualmente presentes em Adão, que, VOLUNTARISMO . Posição filosófica que
com efeito, era a humanidade não enfatiza o papel da vontade em con­
dividida. Portanto, quando Adão pe­ traste com o da razão ou do intelecto.
cou, todos nós estávamos de fato pre­
VONTADE. Capacidade de escolher ou
sentes e participamos no ato, embora
aquilo que é escolhido.
não individualmente nem autocons-
cientes de tal prática. VONTADE D E D EU S.A intenção de
Deus para os homens.
VISÃO UNITÁRIA DA NATUREZA HUMA­
NA. Ideia segundo a qual a natureza VONTADE DECRETÓRIA. Referência à
humana é indivisível, isto é, ela não é vontade de Deus de que certas coisas
um composto de elementos. aconteçam; ele é considerado o ini-
ciador. Coloca-se em contraste com a
VISÕES TRIBULACIONISTAS. Interpre­
vontade permissiva, que é mais da na­
tações relacionadas ao modo como a
tureza de uma consentimento passivo.
Igreja enfrentará a grande tribulação.
As três principais são as que afirmam VONTADE ETERNA D E DEUS. O que
que a igreja passará por toda a tribula­ Deus desejou ou escolheu desde a
ção, por apenas parte dela ou que será eternidade.
209 VULGATA

DEUS. Per­
v o n t a d e p e r m is s iv a d e ninguém ou a qualquer coisa externa
missão que Deus dá aos humanos de a ele.
cometer atos que ele mesmo jamais
escolheria. VOTO. Promessa voluntária feita a
Deus ou a outras pessoas.
VONTADE PRECEPTIVA D E DEUS. O que
Deus ordena que seja feito. Formas de feitiçaria e
VUDU o u V O D U .
magia negra originária da África.
VONTADE SOBERANA. Referência ao
fato de que as escolhas e as decisões VULGATA. Do latim, “divulgada” , “da­
de Deus não são de modo algum li­ da ao público”. Tradução da Bíblia
mitadas por fatores externos a ele; dos idiomas originais (hebraico e gre­
também, o direito de Deus de es­ go) para o latim feita por Jerônimo
colher sem precisar dar satisfações a entre 340 e 420 d.C.
Durham. Conservador em sua teolo­
Ww gia e profundamente envolvido em
questões sociais, ele é mais conhecido
por uma edição do Novo Testamento
em grego (que produziu em conjunto
WALDENSTRÕM, PETER PAUL (1838- com Fenton John Anthony Hort) e
1917). Teólogo pietista sueco cuja pelos comentários do evangelho de
influência pode ser vista em duas de­ João, das epístolas de João e da epís­
nominações norte-americanos da he­ tola aos Hebreus.
rança sueca: Igreja Evangélica da Alian­
WESLEY, CHARLES (1707-1788). Evange­
ça (Evangelical Covenant Church) e a
lista e compositor inglês. Seus 7.270
Igreja Evangélica Livre (Evangelical
hinos contribuíram muito para a ex­
Free Church). Seu ensinamento mais
pansão da mensagem cristã e da fé
controverso foi uma variante da teoria
metodista, bem mais que as pregações
da influência moral da expiação: a cruz
de seu irmão mais famoso, John.
reconcilia a humanidade com Deus,
em vez de Deus com a humanidade. WESLEY, JO H N (1703-1791).Fundador
W ARFIELD, BENJAM IN BRECK IN RID G E do metodismo. Ordenado na Igreja
(1851-1921). Professor de teologia do
Anglicana, compareceu a uma reu­
Seminário de Princeton, conhecido nião dos irmãos morávios na rua Al-
por sua defesa convicta do calvinismo dersgate, em Londres, em 24 de maio
ortodoxo e particularmente pela visão de 1738, e seu coração foi “estranha­
da inspiração verbal e da inerrância mente aquecido”. De acordo com
uma avaliação do próprio Wesley, esse
das Escrituras.
foi o início de uma novidade de vida.
WATTS, ISAAC (1674-1748). Famoso com­
WESLEYANISMO. Teologia baseada nos
positor inglês de hinos.
ensinamentos de John Wesley. Armi-
WEISS, JOHANNES (1863-1914). Acadêmi­ niano em sua orientação, enfatiza a
co protestante do Novo Testamento, graça preveniente (pela qual Deus res­
de origem alemã, cujo livro A procla­ taura todas as pessoas ao instante em
mação de Jesus sobre o Reino de Deus que são capazes de crer) e a possibilida­
sustentava que a mensagem de Jesus de de santificação total ou perfeição.
era sistematicamente escatológica. A
WHITBY, SÍN O D O DE. Assembleia ecle­
obra de Weiss, juntamente com a de
siástica convocada em 664 para discu­
Albert Schweitzer, marcou o limite das
tir as várias diferenças entre os grupos
considerações liberais sobre Jesus.
romano e celta do cristianismo inglês,
W ESCOTT, BROOKE FOSS (1825 1901). particularmente sobre a data da Pás­
Destacado estudioso inglês do Novo coa. O grupo romano prevaleceu, e os
Testamento que lecionou em Cam- dissidentes se refugiaram na Escócia,
bridge e depois serviu como bispo de sem que ocorresse um cisma.
W HITE, ELLEN G O U LD (1827-1915). Lí­ W ORMS, DIETA DE. Reunião realizada
der da igreja adventista do sétimo dia, em 1521, em Worms, Alemanha, du­
cujas obras Testemunhospara a igreja e rante a qual Martinho Lutero foi cha­
Passos até Cristo tiveram forte influên­ mado a desmentir seus ensinamentos,
cia sobre o movimento. o que se recusou a fazer. O resultado
dessa reunião, que fora convocada
W HITEFIELD, GEORGE (1714-1770). Evan­
por Carlos V, imperador do Sacro
gelista metodista que teve enorme su­
Império Romano germânico, foi a ex­
cesso na pregaçáo ao ar livre. Diferen­
comunhão e o banimento de Lutero
temente dos irmãos Wesley, sua teolo­
pelo imperador.
gia era basicamente calvinista.
W HITEHEAD, ALFRED NORTH (1861- W REDE, WILLIAM (1859-1906). Acadêmi­
1947). Matemático e filósofo cujas co alemão do Novo Testamento que
visões se tornaram o nascedouro da considerava Paulo o segundo fundador
filosofia do processo e da teologia do do cristianismo. Na visão de Wrede, as
processo. doutrinas de Paulo sobre encarnação,
expiação e ressurreição mudaram a re­
W1TTENBERG, CONCÓRDIA DE. Acordo ligião de Jesus.
ao qual chegaram teólogos luteranos
e zuinglianos, em 1536, sobre a ques­ W ÜRTTEMBERG, CONFISSÃO D E. Docu­
tão da Ceia do Senhor. mento produzido por teólogos protes­
tantes, em 1551, para apresentar sua
W ITTENBERG, UNIVERSIDADE DE. Ins­
posição ao Concilio de Trento.
tituição na qual Martinho Lutero re­
cebeu o grau de bacharel em estudo WYCLIFFE, JO H N (C. 1330-1384).Refor­
bíblicos, em 1509, e o doutorado em mador inglês que foi chamado de “Es­
teologia, em 1512. trela da manhã da Reforma”. Passou
grande parte de sua vida na Universi­
W ITTGENSTEIN, LUDWIG (1889-1951).
dade de Oxford. Como resultado de
Filósofo analítico de origem austrí­
suas críticas à Igreja Católica Roma­
aca que passou sua carreira letiva na
na, seus seguidores em Oxford foram
Universidade Cambridge. Seu pensa­
postos sob banimento eclesiástico e,
mento teve grande influência nas áre­
em 1428, seu corpo foi exumado e
as do positivismo lógico e da análise
queimado, e as cinzas jogadas no rio
lingüística.
Swift. Entre as maiores contribuições
Quacre
WOOLMAN, JO H N (1720-1772). escritas de Wydiffe inclui-se uma
norte-americano que defendeu a abo­ suma teológica e uma tradução da
lição da escravatura. Vulgata para o inglês.
Xx
xeo l. Veja s h e o l .

XILOLATRIA. Adoração prestada a ído­


los de madeira.

XP (:£). Monograma formado pelo


entrelaçamento das iniciais gregas do
nome “Cristo”: X (chi) e P (rhó).
Y_y
YAHWEH. Veja JAVÉ.

YHWH. As quatro letras em hebraico


relativas ao nome do Deus de Israel;
também conhecidas como Tetragra-
ma. Veja j a v é .
po tinha uma ênfase mais alegre que o
Zz pietismo de August Francke.

ZOROASTRISMO. Religião persa com


raízes no século VI a.C. Baseada nos
ensinamentos do profeta Zaratustra,
ZELLER, EDUARD (1814-1908). Teólogo
é um sistema dualista que vê o mun­
protestante alemão e filósofo que se
do como uma luta entre o senhor da
tornou líder da Escola de Tübingen.
luz e o espírito do mal.
Também lecionou em Berna, Mar-
burg, Heidelberg e Berlim. Suas prin­ ZUÍN GLIO , ULRICO (1484-1531).Líder
cipais contribuições foram as obras da Reforma protestante na Suíça.
História dafilosofia grega e Conteúdo e Por volta do ano 1516, passou a ver
origens de Atos dos Apóstolos investiga­ a Bíblia, e não a Igreja, como fonte
dos de maneira crítica; usando os mé­ de doutrina. Sua maior diferença
todos críticos de F. C. Baur e David com Lutero foi sobre a questão de o
Strauss, ele questionou a historicida- corpo e o sangue de Cristo estarem
de do livro de Atos. Zeller rejeitou a realmente presentes na Ceia do Se­
visão ortodoxa de Deus e a divinda­ nhor. Envolvendo-se cada vez mais
de de Cristo, adotando em seu lugar com questões políticas, Zuínglio foi
uma visão panteísta. morto na batalha de Kappel.

ZELOTE. Partido nacionalista judaico ZURIQUE, ACO RDO DE. Declaração


que combatia com violência e rigidez que afirmava a presença espiritual de
o domínio do Império Romano na Cristo na Ceia do Senhor. Formu­
Palestina nos dias de Jesus. Este esco­ lado em 1549, conseguiu impedir
lheu um zelote, Simão, como um de uma divisão entre calvinistas e zuin-
seus apóstolos (Mc 3:18). glianos.

ZINZENDORF, CO N D E NIKOLAUS LU- ZWICKAU, PROFETAS DE. Radicais que


DW1G VON (1700-1760). Alemão, fun­ foram a Wittenberg pregando a rejei­
dador da Igreja Morávia. Embora ção tanto do batismo infantil como
apegado ao conteúdo básico da teolo­ do ministério profissional, a revelação
gia luterana, enfatizava a importância especial por meio de visões e sonhos
do conhecimento pessoal e experien- e a iminente volta de Cristo. Foram
cial de Deus. O pietismo de seu gru- expulsos de Wittenberg em 1522.
Nascido em 24 de junho de 1932
na cidade rural de Stanchfield,
Minnesota, cerca de 80 quilômetros
de Minneapolis, Millard J. Erickson
é filho de agricultor. Sua origem
humilde não impediu que se
tornasse um estudioso de renome
mundial e um dos teólogos mais
respeitados de nossos dias.
A compilação das realizações
acadêmicas e dos destaques de sua
carreira resulta em uma lista
impressionante. É Bacharel em
Ciências Humanas pela University
of Minnesota e Bacharel em
Teologia pelo Northern Baptist
Seminary. Graduou-se Mestre em
Ciências Humanas na University of
Chicago e obteve um Ph.D na
Northwestern Univ ersity. Fez pós-
doutorados em ministério pastoral
na University of Minnesota (EUA),
University of Munich (Alemanha) e
University of Edinburgh (Escócia).
Ministro ordenado pela Igreja
Batista, pastoreou igrejas em
Chicago e Minneapolis e foi pastor
interino em mais de trinta
congregações. Atuou como
professor assistente de teologia no
Bethel Theological Seminary e,
atualmente, é professor de teologia
no Truett Seminary (Baylor
University) e no Western Seminary.

Capa: Julio Carvalho


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aprofundar-se no conhecimento do cristianismo. Fatos,
temas e pessoas que marcaram os primeiros vinte
séculos do cristianismo são explicados por um dos
maiores teólogos da atualidade.

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estimulando o interesse pela teologia que mudou a
história da humanidade.

Teologia

mundocristão

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