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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Leitura do Código de Processo Civil

Normas Fundamentais

Art. 1º – processo civil ordenado, disciplinado e interpretado segundo as normas da CF/88 e


observadas as disposições deste Código.

Art. 2º – processo começa por iniciativa das partes e se desenvolve por impulso oficial, salvo
exceções legais.

Art. 3º – não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.


§ 1º – permitida a arbitragem.
§ 2º – Estado promoverá a solução consensual de conflitos.
§ 3º – Conciliação e mediação deve ser estimulada por todos os atores processuais.

Art. 4º – partes tem direito de obter a solução do conflito em prazo razoável, incluída a atividade
satisfativa.

Art. 5º – aquele que participar do processo deve comportar-se de acordo com a boa fé.

Art. 6º – todos os agentes do processo devem cooperar entre si para a obtenção, em prazo razoável,
da decisão de mérito justa e efetiva.

Art. 7º – garantido às partes a paridade de tratamento em relação às questões processuais, meios de


defesa, ônus, deveres, devendo o juiz zelar pelo efetivo contraditório.

Art. 8º – ao julgar o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando a
dignidade da pessoa humana, observando a proporcionalidade, razoabilidade, legalidade,
publicidade e eficiência.

Art. 9º – não se pronunciará decisão contra quem não tiver sido ouvido. § único – não se aplica o
caput: (i) na tutela provisória de urgência; (ii) nas hipóteses de tutela de evidência dos incisos I e II,
do artigo 311; e (iii) na decisão prevista no artigo 701 (ação monitória em que é evidente o direito
do credor).

Art. 10 – juiz não pode decidir a causa baseado em ponto sob o qual as partes não se manifestaram,
ainda que se trate de matéria que possa conhecer de ofício.

Art. 11 – todos os julgamentos são públicos e as decisões motivadas, sob pena de nulidade. § único
– nos casos de segredo de justiça pode ser autorizada somente a presença das partes, advogados,
defensores públicos e MP.

Art. 12 – juízes e tribunais atenderão preferencialmente à ordem cronológica de conclusão para


proferir sentença ou acórdão. (alterado pela Lei 13.256/2016 – antigo dispositivo estabelecia a
obediência à ordem cronológica)
§ 1º – lista de processos aptos a julgamento deve estar à disposição para consulta pública.
§ 2º – excluídos da regra do caput:
(i) sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do
pedido.
(ii) julgamento de processos em bloco (casos repetitivos).
(iii) julgamento de recursos repetitivos ou incidente de resolução de demandas repetitivas.
(iv) decisões proferidas com base nos artigos 485 (não resolução do mérito) e 932 (ordem dos
processos em segunda instância).
(v) julgamento de embargos de declaração.
(vi) julgamento de agravo interno.
(vii) preferências legais e metas do CNJ.
(viii) processos criminais.
(ix) causa que exija urgência no julgamento, por decisão fundamentada.
§ 3º – após a elaboração da lista será respeitada a ordem cronológica das conclusões entre as
preferências legais.
§ 4º – após a inclusão na lista, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica,
a não ser que tenha que se abrir a fase de instrução ou conversão do julgamento em diligência.
§ 5º – decidido o requerimento do § 4º, o processo voltará à mesma posição que se encontrava.
§ 6º – ocupará o primeiro lugar na lista o processo que:
(i) tiver sentença ou acórdão anulado, salvo necessidade de diligência.
(ii) se enquadrar na hipótese do artigo 1040, inciso II (caso em que o acórdão recorrido contrariar
orientação de tribunal superior).

Aplicação das Normas Processuais

Art. 13 – jurisdição civil regida por normas processuais brasileiras, ressalvados disposições
específicas de tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil faz parte.

Art. 14 – norma processual não retroagirá e será aplicada aos processos em curso, respeitados os
atos processuais já praticados e situações jurídicas consolidadas na vigência da lei anterior.

Art. 15 – aplicação supletiva e subsidiária do CPC às ações de matérias trabalhistas, eleitorais e


administrativas.

Jurisdição e Ação

Art. 16 – jurisdição civil exercida por juízes e tribunais em todo território nacional.

Art. 17 – para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.

Art. 18 – ninguém poderá requerer direito alheio em nome próprio, salvo com autorização legal. §
único – havendo substituição processual, o substituído poderá funcionar como assistente
litisconsorcial.

Art. 19 – interesse do autor pode se limitar a:


(i) existência, inexistência ou modo de ser de uma relação jurídica.
(ii) autenticidade ou falsidade de um documento.

Art. 20 – admissível ação declaratória ainda que tenha ocorrido violação de direito.

Limites da Jurisdição Nacional

Art. 21 – é de competência da autoridade judiciária brasileira processar e julgar ações em que:


(i) réu, qualquer que seja nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil (art. 12, LIDB).
(ii) no Brasil tive que ser cumprida a obrigação (art. 12, LIDB).
(iii) fundamento seja fato ocorrido ou praticado no Brasil.
§ único – considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver agência,
filial ou sucursal.

Art. 22 – compete ainda à autoridade judiciária brasileira, julgar ações:


(i) de alimentos: quando credor tiver domicílio no Brasil ou réu mantiver vínculos no Brasil (posse
ou propriedade de bens, recebimento de renda ou benefícios).
(ii) decorrentes de relação de consumo quando o consumidor tiver residência ou domicílio no
Brasil.
(iii) em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.

Art. 23 – compete à autoridade judiciária brasileira, com a exclusão de qualquer outro:


(i) conhecer de ações relativas a imóveis localizados no território nacional.
(ii) em sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento, inventário e partilha de bens
localizados no Brasil, ainda que o titular seja estrangeiro ou tenha domicílio fora do País.
(iii) em divórcio, separação e dissolução de união estável, proceder à partilha de bens localizados no
Brasil, ainda que o titular seja estrangeiro ou tenha domicílio fora do País.

Art. 24 – ação proposta no estrangeiro não induz litispendência e não impede o conhecimento pelo
juiz da mesma causa e das que lhe são conexas, salvo disposições em tratados internacionais. §
único – a pendência de causa perante a autoridade judiciária brasileira não impede a homologação
de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.

Art. 25 – não compete à autoridade judiciária brasileira a análise de caso que contém cláusula de
eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.
§ 1º – não se aplica o caput nas hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste
Capítulo.
§ 2º – aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º (necessidade de instrumento escrito) e 4º (citado,
o réu pode alegar abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação).

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