Aula 1 – 03/08
Bibliografia:
a. Substation Automation Handbook (2003) – Klaus Peter Brand, Valter Lohman,
Wolfgang Wimmer
b. Sistemas Digitais para Automação, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica –
José Antonio Jardini
c. Power System Relaying – Stanley H. Horowitz , Arun G. Phedlre
No Brasil:
COSN – Brasília
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No SIN os 5 centros de operação:
- previsão de carga
- programação hidro-energética de reservatório
- fluxo de potência
- estimador de estado
- análise de segurança
- controle de carga frequência
- recomposição do sistema
Para realizar essas funções o SSC tem de adquirir dados (tensões, correntes, fluxos de
potência ativa/reativa, status dos equipamentos, etc) em todos os pontos da rede. Além
disso, ele tem de comandar equipamentos, tais como disjuntores, seccionadores, etc. Essa
função é denominada SCADA (Supervisory Controle and Data Acquisition).
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Fundamentos do Sistema de Proteção
Componentes
- EP: Elemento de proteção. Pode variar desde um relé com uma única função de
proteção até um dispositivo multifuncional.
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Aula 2 – 10/08
Dentro desse contexto existem alguns princípios que o sistema deve respeitar:
a. Falha de Segurança (Security): Não existe uma falta dentro da zona de proteção
do relé e ele atua individualmente.
b. Falha de Operação (Dependability): Existe uma falta dentro da zona de proteção
e ela não atua.
Security e Dependability são objetivos conflitantes
SECURITY ↓ ↔ DEPENDABILITY↑
a. Contatos em Série:
b. Contatos em Paraelo:
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Ligação Probabilidades
Série p2 q(2-q) *
Paralelo
p(2-p) q2
- Disjuntores são instalados no ponto de conexão entre dois equipamentos. Isso permite
que somente o equipamento defeituoso possa ser isolado (eventualmente algum
disjuntor pode ser eliminado por razões econômicas).
- Faltas dentro da área de sobreposição de duas zonas provoca a atuação dos disjuntores
destas zonas (porém não existem pontos cegos).
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- A posição das zonas é determinada pela localização dos TCs (transformadores de
corrente).
Disjuntores de tanque vivo, por razões de isolação, não possuem TC. Usa-se um TC
externo.
Exemplo:
Falta em F2: Proteção da barra detecta e abre A e B Porém a falta alimenta pela linha
Não existe ponto cego na proteção primária.
b. Proteção de Retaguarda
O Sistema de Proteção Primária pode falhar para atuar. Neste caso, é necessário a
existência de um sistema alternativo que isole o equipamento defeituoso, mesmo
à custa da desenergização de um trecho maior da rede.
As alternativas são:
- Proteção Primária Duplicada;
- Proteção de back-up remota;
- Proteção de back-up local + esquema de falha de disjuntor.
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Aula 3 - 11/08
Caso a proteção primária falhe, um outro sistema de proteção deverá atuar, mesmo às custas
de um trecho maior da rede desenergizado.
É conveniente que não exista um modo de falha comum entre a proteção primária e a de
backup. Isso é alcançado se o backup estiver em uma SE diferente
Desvantagem:
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Proteção de Backup Local + Falha de Disjuntor
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Circuito de TRIP
a) Detectores de níveis
É o princípio de proteção mais simples. O relé atua quando a grandeza monitorada ultrapassa
um valor ajustado (relés de sobre) ou quando fica abaixo desse valor (relés de sub).
b) Função de sobrecorrente
- tempo definido
- tempo inverso
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Característica “tempo de atuação (TA) x corrente”
IPK = corrente de pick-up: o relé atua quando a corrente ultrapassar esse valor
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a2) função de sobre-tensão (ANSI 59) função de sobre-tensão (ANSI 27)
É um dos princípios de proteção mais sensíveis. Aplica-se a geradores, motores, trafos, barras,
reatores, linhas.
Ligação Diferencial
Ip
− − I e′
r
Ip Ip
I oP = − I e − − I e′ = I e′ − I e ≅ 0
r r
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I ′p
− I e′
r
I I′ I′ + I p
I oP = p − I e + p − I e′ = p − (I e′ + I e ) ≅ 0
r r 123 r
>> 0
I&1 I&2
O relé atua quando: τ operação > τ restrição (analogia com um sistema eletromecânico)
Ou: [ ]
K 1 ⋅ I&1 + I&2 > K 2 ⋅ I&1 + I&2( )
I&1 + I&2
⇒ I&1 + I&2 >K⋅
123 1
4224
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corrente _ de _ operação
corrente _ de _ restrição
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I&1 + I&2
Regia de
atuação K2
Regia de não
atuação
K1
I&1 + I&2
2
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Aula 4 – 17/08
Funcões de Proteção
1. Detector de Nível
- Sobrecorrente (50/51)
- Sobretensão (59)
- Subtensão (27)
2. Diferencial (87)
3. Comparação de Ângulo
- Direcional de Sobrecorrente (ANSI 67)
- Direcional de Potência Ativa (ANSI 32)
Exemplo
Uma unidade direcional normalmente associada a uma unidade de sobrecorrente nos casos em
que esta última sozinha não é capaz de discriminar corretamente o ponto de falta.
Exemplo:
Função de Distância
Baseia-se na medida da impedância “vista” pelo relé, isto é, na relação entre uma tensão e uma
corrente:
Z medida = R + jX = V / I
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Plano R – x
A zona característica do relé é uma curva fechada como indicado pelo região 2. O relé
ativa quando a impedância medida cair no interior dessa zona.
Tipo de Características
Característica Lenh
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Característica Quadrilateral
Característica Impedância
4. Outras Funções
Funções Aplicáveis
51 Sobrecorrente temporizada
- Tempo Independente
- Tempo Inverso
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Característica Tempo de Atuação x Corrente
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- Os relés de fase são capazes de detectar defeitos entre fases (trifásico, dupla-fase,
dupla-fase-terra) ou fase-terra sem compromisso.
- O relé de neutro detecta faltas que envolvem a terra (fase-terra ou duplo fase-terra).
Permite ajustes mais sensíveis.
O relé A deve detectar todos os defeitos entre fases ocorrendo entre a barra 10 e 20
(zona de proteção primária). Deve fornecer backup para a falta entre fases no trecho
20-30. Essas condições devem ser verificadas para todas as situações operativas.
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Ajuste da Função 51
- O relé não pode atuar para a corrente carga máxima (calculada para a tensão
mínima)(IL máx).
- O relé deve “enxergar” o defeito entre fases mínimo no trecho à jusante (backup),
que é o curto dupla-fase na barra 30 do exemplo.
Ajuste do MT da função 51
Para garantir a seletividade (por tempo), para todas as faltas comuns aos relés A e B,
deverá existir um intervalo de tempo mínimo (∆T) entre o tempo de atuação em A
(mais lento) e o tempo de B.
∆T engloba:
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∆T = tempo total B + terro + tsegurança
* Pode-se adotar valores mais elevados caso exista interferência nos dados.
Verificação não frequente dos ajustes (sistema muda).
Critério de Ajuste de MT
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Aula 5 – 18/08
Ajuste da Função 51
- Ajuste de IPK
- Ajuste do Multiplicdor de Tempo (MT)
Iccmáx = Máxima corrente de falta comum aos dois relés (normalmente curto trifásico
na barra 20 com mínima impedância de fonte).
RBTC Relação do TC
IBPK Corrente de atuação
MTB Multiplicador de tempo
Relé A
RATC ajustado
IAPK ajustado
MTA ?
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Tempo de atuação do relé B
- Equação da curva:
tb = MTB [ K1 + K2 / (mPB – 1) ]
tA ≥ tB + ∆T
- Ajuste do MTB
MT A [ K1 + K2 / (mPA – 1) ] ≥ tB + ∆T
MT A ≥ (tB + ∆T) / [ K1 + K2 / (mPA – 1) ]
Exemplo:
Ajuste do Relé B
Icarga máx = 95
TCB : 100/5
RBTC = 1:20
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Ajuste IBPK
Icarga máx no 2° TC = 95/20 = 4,75A
Icurto min no 2° TC = 600/20 = 30A
IBPK = 10A
Ajuste MTB : O relé B não coordena com outra proteção pode-se utilizar um ajuste
baixo para o multiplicador de tempo.
MTB = 1.0
- curto mínimo:
I curto min no 2° TC = 600/20 = 30A
m= I2° TC / IPK = 30/10 = 3
tBA = [0,0963 + 3,88/(32 – 1)] = 0,581 segundos
- curto máximo:
I curto máx no 2° TC = 1500/20 = 75A
m= I2° TC / IPK = 75/10 = 7,5
tBA = [0,0963 + 3,88/(7,52 – 1)] = 0,166 segundos
Ajuste do Relé A
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Ajuste IAPK
I carga no 2° TC = 140/40 = 3,5A
I curto min no 2° TC = 600/40 = 15A
IAPK = 7A
Ajuste MTA : Coordenação entre A e B para curto trifásico na barra 20 (pior caso).
Curto trifásico na barra 20 (1500A) tBA=0,166 seg
tAA ≥ tBA + ∆T
tAA ≥ 0,166 + 0,3 tAA >= 0,466 segundos
Icc = 1500A
tAA ≥ 0,466 seg
m = 1500/(40*7) = 5,36
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Função 50: Proteção de sobrecorrente de fase instantânea
Ajuste da Função 50
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Aula 6 – 24/08
67 Direcional de fase
67N Direcional de Neutro
- Para redes não radiais ou radiais com circuito em paralelo, somente com as funções
50/51 não é possível alcançar a coordenação entre os relés.
- Nestes casos, associa-se às funções 50/51, unidades direcionais (67) que permitem
que a sobrecorrente atua para faltas em um sentido e são bloqueadas para falta no
sentido contrário.
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Θ = defasagem entre as grandezas de polarização e operação
Θ Φ = defasagem entre os fluxos
Τ = Φ1 Φ2 sen Θ Φ
Τ = KVI sen (Θ - α)
τ - α = 90°
-α = 90° - τ
- Para a região de τ > 0, a função libera a sobrecorrente para atuar. Na região de τ < 0
ocorre o bloqueio.
- Os relés digitais utilizam o mesmo princípio, mas implementado via software, através
da seguinte condição:
Τ = Re [ Î*op (^Vpol x 1| τ)
(Obs: Î e ^V são vetores, não estou utilizando o Equation para poder disponibilizar o
arquivo na versão para Word 2003)
Para faltas próximas ao relé (que podem levar ao colapso a tensão de polarização), o
software utilzia a tensão de memória.
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2.1. Função Direcional de Fase (67)
A ÎA ^VBC
B ÎB ^VCA
C ÎC ^VAB
Curto Trifásico
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Curtos Bifásicos
Curtos A-N
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Unidade Direcional de Neutro (67N)
Ajuste típico:
-60° ≥ τ ≥ -70°
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b. Usar uma corrente como grandeza de polarização. Normalmente a corrente de
neutro do transformador
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