COMO ELABORAR
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1. INTRODUÇÃO
Diversos tipos de resíduos são gerados nas cidades.. Isto inclui resíduos perigosos e
patogênicos, que trazem o risco de contaminação ambiental e do aporte de doenças, até mesmo
erradicadas no país, além de implicações quanto ao gerenciamento dos mesmos, dada as suas
características peculiares quando comparada a atividades industriais convencionais.
Para a correta gestão dos resíduos gerados nas atividades portuárias é necessário que alguns
conceitos básicos sejam entendidos. É importante que os resíduos sejam caracterizados quanto ao
estado em que ocorrem e também quanto à sua periculosidade. Esse conhecimento vai possibilitar o
equacionamento e a definição das formas de prevenção e de controle a serem aplicadas.
No Brasil, todas as definições e conceitos relacionados com a gestão dos resíduos são
apresentados na NBR 10004, emitida pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), com
o estabelecimento da classificação dos mesmos de acordo com a periculosidade, indispensável para
o processo de gestão.
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A classificação dos resíduos é importante para orientar as atividades de manuseio,
armazenamento e destinação. No Brasil, a classificação dos resíduos gerados na atividade portuária,
conforme a sua periculosidade, é estabelecida por dois documentos:
Resíduo sólido ou mistura de resíduos sólidos que não se enquadram nas Classes I ou IIb.
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Resíduo Classe IIb - Inerte
Resíduo sólido ou mistura de resíduos sólidos que, submetidos ao teste de solubilidade, não
apresentam nenhum de seus constituintes solubilizados, em concentrações superiores aos padrões
definidos.
Grupo Definição
Resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente
devido à presença de agentes biológicos (sangue, hemoderivados, animais
A
usados em experimentação, secreções e líquidos orgânicos, objetos
perfurantes e cortantes, etc.).
Resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente
devido às suas características químicas (drogas quimioterápicas, resíduos
B
farmacêuticos e demais produtos considerados perigosos conforme
classificação da NBR 10004 da ABNT).
Rejeitos radioativos (materiais radioativos ou contaminados com
C radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de
medicina nuclear e radioterapia, segundo a Resolução CNEN 6.05).
Resíduos comuns são todos os demais que não se enquadram nos grupos
D
descritos anteriormente
3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE
Estão listados a seguir os principais documentos legais, na esfera federal, aplicáveis à gestão
de resíduos na atividade portuária, juntamente com o resumo de sua abrangência. Estão
relacionadas, também, as normas técnicas da ABNT que, apesar de não constituírem requisitos
legais, são imprescindíveis para a boa gestão dos resíduos. Além disso, as normas técnicas são
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referenciadas em diversos documentos legais, tornando, nesses casos, obrigatória a sua aplicação.
Também é recomendável a pesquisa de requisitos específicos do estado.
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mais recentes. Entre suas exigências destaca-se a proibição da queima de resíduos ao ar livre
como forma de disposição final dos mesmos.
Pilhas e baterias
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Resolução CONAMA 283/01
Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços de saúde. No que diz
respeito aos resíduos de serviços de saúde, substitui a Resolução CONAMA 005/93.
Resíduos de madeira
Resíduos de pneumáticos
Resíduos radioativos
Rio de Janeiro
São Paulo
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Norma técnica CETESB O1.012, 1985
Fixa as condições mínimas para o projeto, construção e operação de aterros para resíduos
perigosos.
NBR 8419
Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos.
NBR 12807
Resíduos de serviços de saúde.
NBR 10157
Aterros de resíduos perigosos – Critérios para projeto, construção e operação.
NBR 7500
Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de
produtos.
NBR 7505-1
Armazenagem de líquidos inflamáveis e combustíveis – Parte 1: Armazenagem em tanques
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estacionários.
NBR 12235
Armazenamento de resíduos sólidos perigosos (Classe I).
NBR 11174
Armazenamento de resíduos classes II (não inertes) e III (inertes).
NBR 8371
Ascarel para transformadores e capacitores - Características e riscos.
5. DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS
As opções para destinação final de resíduos devem ser bem estudadas na concepção do
Plano de Gerenciamento de Resíduos, levando-se em conta todas as alternativas existentes, os tipos
de equipamentos, capacidade instalada e distância das instalações portuárias, buscando a redução de
custos, a minimização de riscos ambientais e o atendimento à legislação pertinente. Muitas vezes,
devido à inexistência de estrutura local, é necessário destinar os resíduos para locais distantes, o que
onera o sistema de gestão de resíduos.
O Quadro 2 são apresentadas algumas alternativas que podem ser utilizadas para a
disposição dos resíduos. No caso do resíduo apresentar potencial de reciclabilidade, esta opção foi
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a escolhida para a destinação final. Entretanto, a questão da reciclagem está ligada a diversos
fatores tais como a viabilidade econômica do transporte do resíduo para uma empresa recicladora
(pode estar situada a uma distância muito grande), o estado de apresentação do resíduo (se está
contaminado ou não) e, também, a quantidade gerada (para justificar a reciclagem, há a necessidade
da remessa de um “lote econômico”, quantidade grande o suficiente para compensar os custos de
transporte para uma recicladora e para justificar o próprio processo de reciclagem).
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Quadro 2 – Alternativas recomendadas para disposição de resíduos
Resíduos impregnados com óleo e graxa (trapos Co-processamento (fornos de cimento) (*)
contaminados, serragem, areia, etc.) Incineração
Madeiras Aproveitamento energético
Resíduos de serviços de saúde (Classe A) Incineração / esterilização
Sedimentos de dragagens Aterros autorizados
FASE 1 – DIAGNÓSTICO
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Consiste, exclusivamente, na obtenção de informações sobre o atual gerenciamento dos
resíduos na atividade portuária. Muitas vezes tais informações não se encontram registradas e
sistematizadas, sendo necessário levantá-las em campo.
Cada uma das informações a serem resgatadas deverá ter uma finalidade específica na
elaboração do Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos. O checklist apresentado no Quadro
3.
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Informação Detalhamento
Identificar medidas de redução que foram consideradas ou verificadas mas
não implementadas por razão qualquer.
Funcionários envolvidos na coleta e disposição dos resíduos; Localização da
disposição de resíduos;
Custos de disposição;
Disposição dos resíduos
Métodos usuais de coleta, incluindo manuseio interno e externo de resíduos;
Forma de destinação final observando a autorização de funcionamento e
licenciamento dos equipamentos.
Esta atividade deve ser desenvolvida por meio de inspeções nas áreas e entrevistas com os
responsáveis. No Quadro 4 é apresentado um modelo de identificação das áreas geradoras a partir
das unidades do organograma da empresa.
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Atividade 3: Caracterização dos resíduos gerados em cada fonte
Por meio das entrevistas e observações in loco é possível levantar os tipos de resíduos
gerados nas instalações e embarcações. A caracterização dos resíduos é feita levando em conta o
disposto na NBR 10004 e na Resolução CONAMA 5/93. Esses documentos descrevem um grande
número de resíduos e fornecem ainda informações sobre substâncias que conferem periculosidade a
um resíduo. De posse da NBR 10004 e da Resolução CONAMA 5/93, e com o conhecimento dos
processos e atividades desenvolvidos nas diversas áreas, procede-se então à caracterização básica
dos resíduos.
Pode ocorrer que um determinado resíduo não possa ser caracterizado, caso sejam
desconhecidas sua composição e/ou a atividade geradora. Nesse caso, a caracterização deverá ser
feita por um laboratório credenciado, a partir de uma amostra do resíduo, coletada conforme a NBR
10007.
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Atividade 4: Inventário dos resíduos
É possível que informações sobre as quantidades geradas não estejam disponíveis. Este fato
é bastante comum, em organizações, nas quais o gerenciamento de resíduos não era adequado,
principalmente quando o processo da implementação do Plano de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos ainda está em fase inicial. Recomenda-se, de qualquer maneira, a pesquisa de informações,
mesmo que aproximadas ou estimadas, sobre as quantidades geradas. Com o desenvolvimento do
Plano, as informações sobre a geração tenderão a ser mais precisas.
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Quadro 5 – Exemplo de inventário de resíduos em instalações portuárias
Fonte geradora:
Resíduo Quantidade
Grupo Subgrupo (t/ano)
1. Papéis 1.1. Papéis em geral
2. Plásticos 2.1. Plásticos diversos
3.1. Metais ferrosos
3. Metais
3.2. Metais não ferrosos
4.1. Restos vegetais
4. Matéria orgânica
4.2. Restos de alimentos
5. Vidros 5.1. Vidros diversos
6.1. Varredura de ruas
6. Varredura
6.1. Cereais
7.1. Baterias
7.2. Lâmpadas com mercúrio
7. Resíduos perigosos 7.3. Serragem/areia contaminada
7.4. Trapos de malha
7.5. Óleos minerais
8. Resíduos de serviço de saúde 8.1. Resíduos de saúde
9. Entulhos 9.1. Entulhos em geral
10. Eletrônicos 10.1. Eletrônicos em geral
11. Madeira 11.1. Madeira em geral
12. Borrachas 12.1. Borrachas em geral
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A principal diferença entre os dois casos reside no manuseio e destinação de resíduos de
restaurantes e de sanitários, que no primeiro caso são classificados como Classe IIa, podendo ser
dispostos em aterros. No segundo caso, devido ao risco de transmissão de doenças, há a
necessidade da esterilização e/ou incineração desses resíduos.
Nos quadros a seguir está indicado também o potencial de reciclabilidade dos resíduos. É
importante ressaltar que o potencial de reciclabilidade deve ser maximizado por um processo de
segregação adequado, visando a evitar a contaminação de um resíduo por outro, o que pode
prejudicar ou mesmo impedir sua reciclabilidade.
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Quadro 8 – Exemplos de resíduos Classe IIb (inertes)
Resíduo Classificação Res.CONAMA 05/93 Potencial de reciclabilidade
Sucata de metais ferrosos D Reciclável
Sucata de metais não ferrosos (latão, D Reciclável
etc)
Vidros D Reciclável
Entulho construção civil D Não reciclável
Plásticos não contaminados D Reciclável
Papel e papelão D Reciclável
Madeira D Não reciclável
Com base na identificação, caracterização, inventário e classificação dos resíduos devem ser
analisados os procedimentos existentes para o seu gerenciamento. Nesta análise, deve-se buscar a
identificação de situações, tais como:
Quais os resíduos que compõem uma grande percentagem em termos de volume ou de peso?
Existem resíduos com alto potencial de revenda ou um alto custo de disposição interna?
Que tipos de materiais podem ser facilmente separados de outros materiais?
Quais são as leis e regulamentos em curso e potenciais?
Alguns materiais podem estar sujeitos a limitações em sua reutilização ou possuir restrições
de saúde (ex. resíduos de varredura, que podem conter elementos patogênicos)?
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Qual é a situação relacionada à disposição em aterro?
Qual é a viabilidade atual de espaço na estocagem dentro da área portuária e por quanto
tempo?
Existem materiais de disposição difícil (ex. produtos químicos, resíduos radioativos)?
FASE 2 – IMPLEMENTAÇÃO
Segregar resíduos significa separá-los por tipos, na sua própria fonte de geração. Um
exemplo é a separação de resíduos perigosos dos inertes, de modo a evitar a contaminação de
resíduos recicláveis. Em alguns casos pode haver ainda uma separação secundária em unidades de
triagem.
A segregação secundária é mais aplicável para os locais com grande circulação de público
externo, que não está devidamente familiarizado com a gestão local de resíduos.
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adoção desses padrões é obrigatória para os órgãos públicos e recomendada para as demais
instituições e empresas.
Quadro 9 – Padrão de cores estabelecido pela Resolução CONAMA 275/01 para a identificação de coletores
e transportadores de resíduos
Resíduo Cor
Papel / papelão Azul
Plástico Vermelho
Vidro Verde
Metal Amarelo
Madeira Preto
Perigosos Laranja
Resíduos ambulatoriais e de
Branco
serviços de saúde
Radioativos Roxo
Orgânicos Marrom
Resíduo geral não reciclável
ou misturado, ou contaminado Cinza
não passível de separação
Além das já citadas anteriormente, as seguintes normas técnicas devem ser observadas para o
acondicionamento e manuseio de resíduos:
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Determinados resíduos, principalmente aqueles de origem orgânica, devem ser removidos tão
logo sejam gerados, evitando a proliferação de vetores. Os resíduos sépticos devem ser coletados e
transportados separadamente dos demais resíduos.
Conforme o caso, o galpão deve contemplar ainda estrutura para triagem e beneficiamento
dos resíduos (trituração, prensagem, etc.), com a finalidade de descaracterizar os materiais,
maximizar o potencial de estocagem e elevar o valor agregado dos resíduos, no caso de reciclagem.
área coberta;
área dotada de porta central de acesso ao veículo transportador de resíduos;
paredes de alvenaria, impermeáveis, de material liso, lavável e de cor clara, com aberturas
para circulação de ar;
piso liso, impermeável e lavável
sistema de drenagem de águas superficiais e residuais;
dispositivos para identificação dos resíduos;
sistema de proteção contra incêndio;
baias dotadas de bacia de contenção para os resíduos perigosos.
É importante destacar que os resíduos perigosos devem ser armazenados de forma a evitar
quaisquer tipos de vazamentos para o solo e conseqüentes danos ambientais.
O PGRS deve conter ainda o layout proposto para a central de triagem e armazenamento dos
resíduos.
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Atividade 10: Transporte
Além das citadas anteriormente, as seguintes normas técnicas devem ser observadas para o
transporte de resíduos:
Alguns estados, como é o caso do Rio de Janeiro, estabeleceram em sua legislação ambiental a
necessidade da emissão de manifestos de transporte, que devem ser assinados pelo gerador, pelo
transportador e pelo receptor dos resíduos. Assim, deve ser pesquisada a legislação local para
verificação da necessidade dos manifestos.
As opções para destinação final de resíduos devem ser bem estudada na concepção do
PGRS, levando-se em conta todas as alternativas existentes, os tipos de equipamentos, a capacidade
instalada e a localização das instalações portuárias, buscando a redução de custos, a minimização de
riscos ambientais e o atendimento à legislação pertinente. Muitas vezes, devido à inexistência de
estrutura local, é necessário destinar os resíduos para locais distantes, o que onera o sistema de
gerenciamento de resíduos.
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O Quadro 2, apresentado anteriormente, contém algumas alternativas para a disposição final
de resíduos gerados em instalações portuárias e embarcações. Além destas, devem ser pesquisadas
outras alternativas, em função das disponibilidades locais, e outros fatores.
O PGRS deve apresentar cronograma dos treinamentos, assim com os temas a serem
abordados e respectiva carga horária.
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Visando a padronizar e facilitar o entendimento do processo de gestão dos resíduos, é
necessária a elaboração de procedimentos e instruções de trabalho, os quais devem
obrigatoriamente ser de conhecimento de todos os colaboradores.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ZULAR, Victor, 2001. Resíduos Sólidos, Instituto Brasileiro de Administração Municipal, Rio de
Janeiro.
JARDIM, Niza S., 1996. Lixo municipal: Manual de Gerenciamento Integrado, IPT, São Paulo.
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