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Trabalho B- Learning uc @Modelos de Ensino à Distância

Mestrado em Pedagogia de E-Learning

uc @Modelos de Ensino à Distância

O modelo de Blended Learning

Introdução

Actualmente a Internet é o maior repositorium de conhecimento da


humanidade, e a nossa sociedade depende cada vez mais dos meios de
comunicação e informação. A maior facilidade de acesso à Rede e a
disseminação da utilização do computador nesta era da We2, já transformou a
forma produzir armazenar e partilhar informação. Uma outra importante
característica da nova Internet é a sua é a sua capacidade de auto-evolução,
criação de habitats para culturas alternativas, e crescer criando a grande
velocidade novos nós (a nodalidade baseada numa geometria reticular, pela sua
utilização. Está assim formada a Sociedade da Informação e criado este “tecido
nas nossa vidas” (Castells em A Galáxia Internet)
Torna-se pois imperioso preparar as gerações para esta nova forma de estar, onde
todos são consumidores e produtores e onde as capacidades de pesquisar e de
avaliar a qualidade da informação são criticas (Carvalho, 2006; Carvalho et al.,
2005).
É nesta linha de pensamento e preocupações que os Ministérios da
Educação, sobretudo dos países desenvolvidos, têm levado a cabo acções
visando o desenvolvimento e disponibilização de meios para promoverem e
integrarem as tecnologias da informação e a Internet nas Escolas. Em Portugal
isso tem passado pela criação de programas e equipas vocacionados neste sentido
Carlos Jorge Penso
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como o CRIE (computadores, redes e internet nas escolas) (http://www.crie.min-


edu.pt/),
os projectos Nónio e Centros de Competências, (http://www.nonio.pt/), Minerva, o
Plano Tecnológico para a Educação (http://www.escola.gov.pt/inicio.asp) entre
outros. Através de programas financiados pela União Europeia está a generalizar o
acesso em alta velocidade às redes sem fios na instituições de ensino, dotando-as
de equipamentos adequados, salientando a LMS (Learning Management System),
no caso a plataforma Moodle, de apoio à aprendizagem no ensino presencial,
resultante do projecto “moodle.edu.pt. (http://moodle.crie.min-edu.pt/). e mais
recentemente já em fase avançada a instalação de Quadros Interactivos
Multimédia (QIM).

‑Chave:
Palavras‑
Internet, Colaboracão, Comunicacão, Conectivismo, LMS, Moodle, Pesquisa,
Publicacão online.

Objectivo

Muitas competências sòcio-cognitivas podem e devem ser rentabilizadas na


Internet: aprender a procurar informação, aprender a comunicar, aprender a
colaborar e aprender a participar na sociedade. As oportunidades na rede são
inúmeras para professores e alunos desenvolverem uma aprendizagem autentica.
A diversidade de recursos e grande, implicando tempo de pesquisa e de
exploração. Para todas as disciplinas há conteúdos, actividades com correcção
automática, simulações e jogos. [1] Por isso, os processos de ensino
aprendizagem podem ser enriquecidos oferecendo uma nova oferta educativa que
rentabiliza todos os recursos da Web2, sem descurar a importância do ensino
presencial, factor ainda incontornável, quando falamos do ensino Básico e
Secundário – o Blended Learning.

Carlos Jorge Penso


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O Blended Learning

Esta modalidade de ensino é ainda visto por muitos como uma actualização
de antigos conceitos ou ideias do ensino à distância, argumentando que já existia
desde o tempo do uso dos suportes em áudio, gravações e vídeo, tendo “apenas”
como valor acrescido a internet. Esta posição deve-se em parte ao entendimento

que se tem do b-learning considerando-o como um método em que se misturam


duas modalidades de ensino / aprendizagem, a presencial e o ensino online.,
multiplicando “..apenas os canais de conhecimento por parte do aluno” [2]
Ora o b-learning é mais que essa “mistura” de meios, devendo ser entendido
sobretudo como uma combinação de metodologias, em que a aprendizagem deixa
de estar restringida apenas a um contexto educativo, mas traz novas
oportunidades de aprendizagem de escolhas e de flexibilidade através de recursos
físicos e virtuais
Com esta combinação, não só de meios mas também de métodos, pode ser
possível superar as insuficiências dos outros modelos e valorizar as suas
potencialidades. No caso do grupo etário para o qual estou a dirigir a minha
atenção, este é especialmente sensível a alguns aspectos do e-learning como a
necessidade de manter a auto-motivação, gestão do tempo , autonomia e relação
com os conteúdos Por outro lado o ensino tradicional, ao não incorporar as
ferramentas tecnológicas da Web2 não contribui para a sua literacia digital, tem
dificuldade em centrar o processo ensino /aprendizagem no aluno e menoriza
aspectos como a conectiviade e conectivismo, a colaboração, cooperação, a
publicação e partilha online, a falta de conteúdos diversificados e interactivos.
O blended learning, para alunos do 2º e 3º Ciclos do EB, pode constituir uma
solução válida pois é o sistema que configura um bom “casamento” entre os
métodos da escola actual com os sistemas de ensino a distância e apresenta fortes
potencialidades para um futuro próximo (Fernandes e Paiva, 2005).[3]

Carlos Jorge Penso


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Aspectos metodológicos

Tendo em conta as potencialidades já enumeradas deste modelo tentarei


indicar alguns aspectos que me parecem relevantes não com a pretensão de
construírem um “manual de boas práticas” mas de se evitarem alguns erros na
sua implementação.
Assim, o professor / mediador deverá criar um “ambiente” incluindo
actividades e os recursos para a sua realização emprestando-lhes graus variáveis
de interactividade. tanto com os recursos como entre eles.
Evitar a tentação de colocar os materiais produzidos pelo professor ou pelos alunos
na net, como se esta fosse agora uma nova “prateleira” para depositar arquivos
“mortos”.
Procurar construir um contexto de aprendizagem, como se fosse uma área em que
o aluno desenvolve competências e habilidades tanto ao nível da literacia digital,
como da auto-aprendizagem ou participação colaborativa.
Oferecer recursos que permitam ao aluno ajudá-lo a encontrar soluções para
problemas não descurando a linguagem audiovisual. Proporcionar ferramentas
comunicativas e informativas, dotando também esse ambiente de tutorias
explicativos
Dada a importância dos aspectos emocionais da comunicação, criar compromissos
na gestão do tempo criando momentos de interacção presencial, para a
apresentação de conteúdos novos, realização de entrevistas, explicações mais
individualizadas ou quando optamos por não disponibilizar todos os recursos e a
sistematização de alguns conceitos o justifica.
Todos os recursos são compatíveis com diferentes modelos didácticos, mas o
modelo blended leraning está vocacionado para o trabalho em projecto centrado
em problemas ou quando pretendemos atingir objectivos ou competências
especificas centradas no aluno.

Pedagogicamente
os alunos os professores podem cruzar formatos alternativos e complementares
na planificação e desenvolvimento das actividades que podem ocorrer em
ambientes:

Carlos Jorge Penso


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. Síncrono físico – Dependente do tempo em que ocorre a interacção e do espaço


onde se localizam os intervenientes da interacção;
.Síncrono on-line – Dependente do tempo em que ocorre a interacção, mas
independente do espaço onde se localizam os intervenientes da interacção;
. Assíncrono – Independente do tempo em que ocorre a interacção e do espaço
onde se localizam os intervenientes da interacção;
sintetizados nesta tabela. adaptada de [2]

tabela 1
Como tenho vindo a referir neste artigo, o papel do professor / facilitador é
de decisiva importância para garantir a qualidade na utilização educativa das
ferramentas tecnológicas, seja em que modelo for, mas ainda relevante quando
falamos de uma combinação de metodologias, o que obriga a métodos de
organização cuidados. Assegurar-se que os alunos compreenderam a utilização e
procedimentos com as ferramentas disponibilizadas ou solicitadas, realizar
actividades formativas, responder ás dúvidas e trabalhos dos estudantes, verificar
as aprendizagens, repensar estratégias e metodologias, planificar e gerir
calendários, orientar as actividades, manter-se permanentemente actualizado. [4}

Carlos Jorge Penso


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Conclusão

Os nossos alunos, na sua generalidade “nativos digitais”, e manter fora da


escola um mundo de potencialidades e de recursos poderosos e atractivos não faz
sentido. O papel da Escola é dar sentido formativo, e tornar as tecnologias como
ferramentas cognitivas, Actualmente fala-se muito na implementação dos e-
portefólios escolares. Ora o b-learning, convida ao uso de blogs, wikis, podcasts e
webcasts, gestão de redes sociais, criação e actualização de perfis, sites de grupos
ou individuais. Como a sociabilização e o relacionamento pessoal ou personalizado
é fundamental na formação e construção do ser humano, a coexistência destas
duas metodologias reveste-se de grande interesse e potencialidades.
Actualmente, o proveito educativo que a maioria dos jovens do ensino básico e
secundário retira da web é pouco significativo. Mas a facilidade que têm em lidar
com estes equipamentos, a curiosidade que lhes despertam, e a motivação que daí
pode resultar são valores a não desperdiçar.
O apoio por parte da gestão das Escolas e do Ministério da Educação a projectos
de trabalho suportados por estas metodologias é decisivo. Outra forma de poder
mais facilmente por em prática o b-learning seria disponibilizar cada vez mais a
formação em serviço obrigatória para professores em ambientes de ensino online
ainda que fosse necessário uma primeira fase presencial.

Jorge Penso

BIbliografia

1 – Carvalho, Ana Amelia Amorim ; Rentabilizar a Internet no Ensino Basico e


Secundario: dos Recursos e Ferramentas Online aos LMS
Universidade do Minho
2 - Blended-Learning e Aprendizagem Colaborativa no Ensino Superior
- Mateus Filipe, A.J. . Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de
Coimbra, Coimbra, Portugal,
Carlos Jorge Penso
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- Orvalho, J.G. Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Coimbra,


Coimbra, Portugal,

3 – Fernandes, Arménio Martins ;Educação para a sociedade Online


http://nautilus.fis.uc.pt/cec/teses/armenio/TESE_Armenio/TESE_Armenio/_vti_cnf/T
ESE_Armenio_web/cap1.pdf (acedido em 12/07/2009)

4 – Aiello, Martín e Willem, Cilia


EL BLENDED LEARNING COMO PRÁCTICA TRANSFORMADORA. BLENDED
LEARNING AS IT PRACTICES TRANSFORMING
Universidad de Barcelona

Carlos Jorge Penso

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