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TROPO
• O nome vem da palavra Tropare (= compor, procurar, inventar) e consiste em fazer acrescentos de
textos ou de melodias a uma peça de canto gregoriano já existente.
• Começaram por ser praticados no mosteiro de Jumiéges na Bretanha (França) mas foram os
mosteiros de St.Gall na Suiça e St.Martial de Limoges na França que mais contribuíram para o
reportório dos Tropos. Os seus livreiros e bibliotecários sempre zelaram, preservaram e colecionaram
os seus manuscritos, de tal modo que, em St.Gall foram encontrados cerca de 850 Tropos num
Antifonário.
• Todos os tropos têm em comum um objetivo:
aumentar o tamanho dos cânticos litúrgicos de forma a
destacar a solenidade das festas e da Missa. Era na
Missa que o faziam com maior elaboração, sendo que o
Credo era o único item que nunca era tropado. Também
se faziam tropos nos cânticos do Ofício.
• Os tropos apresentam-se em diferentes estilos
musicais e diferentes modos de composição e a sua
prática tornou-se muito popular. Rapidamente se
desenvolvem noutros países como a Itália e a Inglaterra.
Estas adições tardias ao repertório da época
mostram ideias artísticas novas e novos procedimentos
de composição.
Há que referir que em 1563, o Concílio de Trento
decretou que a liturgia devia ser restaurada o mais
possível até à sua forma original e, em resultado disso
todos os tropos foram abolidos e apagados dos livros.
Durante muito tempo pensou-se que o que tinha
sido abolido eram coisas sem importância mas mais
tarde, conseguiu-se saber o suficiente para dar a esta música um enorme mérito artístico e histórico.
Ainda hoje os monges de Solesmes tentam restaurar essas melodias.
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•Assim, podemos encontrar 3 tipos:
o Tropo musical – adição melódica ou melismática com fins ornamentais.
o Tropo textual – adição de textos a cânticos, aplicando-os silabicamente a uma melodia
existente.
o Tropo textual-musical – as novas frases de texto e música são acrescentadas antes do cântico
ou entre as frases deste. Ex: Kyrie, fons bonitatis, pater ingenite, a quo bona cuncta procedut,
Eleison.
SEQUÊNCIA
• Não se sabe a origem das sequências mas sabe-se que antes do Mosteiro de St.Jumiéges ser
saqueado pelos Normandos em 862, um dos monges conseguiu fugir para St.Gall levando com ele um
antifonário, onde novos versos eram adaptados a longas melodias dos Alleluias. Já em St.Gall, Notker
Balbulus, monge, professor e poeta, parece ter gostado desta nova forma e começou ele próprio a
escrever vários textos e sequências.
• Assim, a sequência consiste numa outra espécie de Tropo, neste caso, é feito um acrescento de
um texto novo ao melisma da última sílaba do Alleluia, a que se dá o nome de Jubilus.
• Esta sequência era feita na Missa e ouvia-se na repetição do Alleluia.
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• Acabou por se tornar uma composição independente, tanto textual como musicalmente.
• Na Idade Média e no início do Renascimento foram compostas cerca de 4500 sequências, o que
mostra o entusiasmo dos compositores e o abuso no uso desta forma.
• Tal como aconteceu com os Tropos, no Concílio de Trento as sequências foram todas abolidas à
excepção de 4:
o Victimae Paschali (Páscoa)
o Veni Sancte Spiritus (Pentecostes)
o Lauda Sion (Corpo de Deus)
o Dies Irae (Defuntos)
• Mais tarde, em 1727, foi introduzida mais uma:
o Stabat Mater
DRAMA LITÚRGICO
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• Estes dramas musicais, depressa se transformaram em peças teatrais maiores, o que levou as
autoridades a regulamentarem o seu uso na liturgia.
• Este conceito acabaria por se desenvolver também fora da igreja com novas formas de encenação
musical e com nomes como:
o Mistérios – dramas da Paixão de Cristo.
o Peças – representações sagradas ou profanas.
o Milagres – representações de milagres.
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