Você está na página 1de 33

2013

Apostila de Formação Litúrgica


Módulo I

Marcello Nascimento de Lima


Pastoral de Coroinhas e Acólitos
Paróquia São Francisco de Assis
02/02/2013
Pastoral dos Coroinhas e Acólitos

Apostila de Formação Litúrgica

Módulo I
Diocese de Rondonópolis
Paróquia São Francisco de Assis (Jaciara/MT)
Pastoral dos Coroinhas e Acólitos
Coordenação Litúrgica dos Coroinhas

Apostila de Formação Litúrgica


Módulo I

Padre Jônatas Marcos da Silva Santos


Pároco

Marcello Nascimento de Lima


Pré-Cerimoniário em formação litúrgica na Paróquia São Francisco de Assis (Jaciara/MT, 2013)
Acólito não instituído na Paróquia Nossa Senhora do Paraíso (São Paulo/SP, 2006)
Coordenador Litúrgico-Geral da Pastoral de Coroinhas e Acólitos

Marley Aparecida Duarte de Carvalho


Coordenadora Geral dos Coroinhas e Acólitos

Iraci Helena Bocolli


Auxiliar de Espiritualidade, Interação e Cuidados

Natália Duarte de Carvalho


Coroinha em formação litúrgica na Paróquia São Francisco de Assis (Jaciara/MT, 2013)
Auxiliar de Música, Animação e Cuidados

Jaciara, 29 de dezembro de 2012


Apresentação

Olá coroinha!
Tenho o imenso prazer de poder lhe apresentar esta apostila de formação. Nela, você irá encontrar o conteúdo
perfeito para a sua formação, sendo assim, apresentada em três encontros (Responsabilidade e Compromisso,
Introdução Geral a Liturgia, Ano Litúrgico e Espaço Litúrgico).

Assim, espero poder te ajudar com este conteúdo. Qualquer dúvida, você está livre a procurar-me, ou então a
coordenação de coroinhas para solucionar qualquer problema!
Leia bastante e se atualize, e sirva a Jesus Cristo em todos os sentidos!

Um muito obrigado a você que comprou essa apostila e quero muito que se divirta com os encontros e que
também aprenda bastante!

Os textos foram revisados com pura atenção e corrigidos com a máxima precisão possível.

Marcello Nascimento de Lima


Coordenador Litúrgico-Geral dos Coroinhas e Acólitos
Paróquia São Francisco de Assis (Jaciara, MT)
Encontros

Teremos os seguintes encontros;

I. Responsabilidade e Compromisso
Ministrado por Iraci Helena Bocolli (mãe do Patric), no dia 09/02/2013;

II. Introdução Geral à Liturgia


Ministrado por Marcello Nascimento de Lima (Pré-Cerimoniário), no dia 23/02/2013;

III. Ano Litúrgico e Espaço Litúrgico


Ministrado por Marley Ap. Duarte de Carvalho (Coordenadora), no dia 09/03/2013;

#Aviso importante!

Aqueles que precisarem faltar na formação litúrgica, avise a algum coordenador antes... É de pura
responsabilidade de cada coroinha ter que dar algum aviso urgente!

Todos os encontros serão realizados às 09h30min da manhã aos sábados, seguidos das Escalas.

Não vamos escalar as pessoas que faltarem, e nem vamos colocar pessoas que não sejam coroinhas para servir.
Isso irá depender de nossa necessidade.

Se algum dia não houver encontro, todos serão avisados.


Encontro I
Responsabilidade e Compromisso

Iraci Helena Bocolli

09 de fevereiro de 2013
Conversa Franca

Vestes Adequadas

Nas celebrações litúrgicas as vestes têm grande importância, pois distinguir as funções de cada membro da
equipe de celebração. Não faz sentido um coroinha vestir-se uma veste para leitores, ou outra veste litúrgica que
não tem haver com sua função. Cada pastoral tem sua veste própria para determinado trabalho. As vestes
litúrgicas servem para expressar a dignidade de que se revestem os atos litúrgicos. Cada coroinha deve
paramentar-se sem luxo, mas com dignidade e bom gosto.
Às vezes se veem coroinhas com roupas indesejáveis, não faz sentido e não há valor nenhum ser coroinha e não
saber vestir-se bem. Quando o coroinha vai servir ele deve ir com roupas adequadas, pois ele não esta servindo
a uma festa a um baile e sim servindo a Jesus eucarístico.

Sua Função
Função

Em primeiro lugar o coroinha deve conhecer a sua função: saber qual o seu papel na celebração litúrgica e estar
preparado para realizá-lo com eficácia e amor. Temos que ter segurança naquilo que servimos, quando um dia
você se sinta inseguro o certo é procurar o seu coordenador para auxiliar você, ou então, trocar o seu dia com
seu companheiro para que você possa ter um desempenho melhor. Para servir basta estarmos com o coração
aberto para acolher e anunciar a boa nova, mostrando o valor e o reconhecimento de Jesus Eucarístico.

Silêncio e concentração

Uma das atitudes necessárias é a pontualidade. Ser pontual, não é só para as reuniões dos coroinhas, mas
também quando for escalado para a celebração litúrgica. O coroinha ele deve chegar pelo menos 30 minutos
antes da celebração, para que ele possa estar preparado e ciente do que vai servir. Isso implica comparecer à
sacristia com antecedência, a fim de vestir-se e organizar a celebração. O momento antes da celebração é
reservado para o silêncio e concentração, não é momento para conversas impróprias para o momento.
Qualquer pessoa que vai servir a Jesus eucarístico deve está ciente de que vai exercer uma função sagrada.

.
Estou sendo coroinha por vocação ou obrigação?

Será que estou sendo coroinha por obrigação, estou participando das reuniões, cumprindo a
escala, chegando cedo à Igreja, ajudando o meu coordenador, cumprindo com minhas obrigações, sendo fiel a
Deus e amigo com os meus colegas?

Existem coroinhas que não está fazendo o seu papel como deveria fazer, principalmente quando
se fala de compromisso, muitos deixam de ir à reunião para ficar em frente ao computador, ou ficar em casa
assistindo TV, ou então saindo com amigos na rua, e ainda perguntam-se; Porque não fui escalado?

Na nossa vida temos que ter um tempo para divertir, com certeza! Mas não podemos esquecer as
obrigações como servo, não custa nada você ajudar a sua coordenação, tirar um pouco de seu tempo para
dedicar ao serviço a Igreja e a Jesus! A função do coroinha só passa a ser obrigada quando deixamos de lado o
nosso compromisso, lógico que nenhuma pastoral é perfeita, afinal somos pecadores e temos erros que devem
ser mudados, buscando melhorar a cada dia para o serviço de Deus.

Por isto você que é coroinha busque sempre o diálogo com o seu coordenador, mesmo que ele não
veja o seu lado, busque sempre mostrar para ele soluções para o desenvolvimento da pastoral. Temos que fazer
do nosso compromisso uma vocação e não torná-la uma obrigação!
Eu e o mundo

Passamos do plano pessoal ao familiar. Depois vimos à escola e a Igreja e, finalmente, vamos refletir
um pouco sobre a nossa relação com o mundo. Em primeiro lugar vamos ver a realidade. Divida o grupo em cinco
equipes.
Cada equipe toma um aspecto para analisar: um programa de TV, uma música, uma página de revista, uma folha
de jornal, um programa de rádio.

Quais são os assuntos mais falados?

Que tipo de vida é presentado?

Quais são os problemas comentados?

Qual a preocupação de todos?

O que cada pessoa espera do futuro?

O mundo já não é mais aquele que Deus planejou com tanto carinho, lugar onde todos viveriam
juntos e felizes. Por que esse plano de Deus não deu certo? Será que Deus estava errado?
Aconteceu que Deus ama a todos, mesmo quando as pessoas caminham longe dele. Por causa de seu
amor, ele nos deixa a liberdade. Podemos fazer o que queremos, mesmo se a escolha for viver longe de Deus.
Deus fez o homem livre para amar, mas o homem usa a liberdade para o mal, mas a injustiça, a exploração dos
fracos, a guerra...
O Verdadeiro Coroinha

O verdadeiro coroinha é aquele garoto que conhece os princípios da igreja e primeiramente,


aquele que sabe servir com amor.
Deus criou o mundo por amor e com amor nós devemos viver com os nossos irmãos. Também
pelo amor que Deus enviou seu filho para nos salvar. Jesus Cristo disse que devemos amar á Deus e o próximo
como a si mesmo. O serviço feito com amor é como uma árvore que dá frutos para todos os homens. O amor é
dom de Deus, sendo dom de Deus deve ser partilhado com os outros. Junto com o amor vem à palavra serviço,
pois o serviço é a mesma coisa de amor partilhado, quando você partilha o amor, você esta á serviço de Deus.
Nós como cristãos e servidores de Cristo devemos aprender a servir com amor.
Papa João Paulo II disse que o Brasil precisa de santos. Uma pessoa para ser santa ela deve ter um
testemunho de fé sempre valorizando as pessoas, amando o próximo, tudo com amor. Tentamos buscar a
santidade a partir do momento que partilhamos o amor, ou seja, servimos. Antes de ser servido, sirva, antes de
falar, escuta e antes de ensinar aprenda os ensinamentos de Jesus Cristo, o nosso Senhor e Salvador. Não
importa o que você faz na hora da celebração ou da missa, e sim importa como você faz se está fazendo com
amor ou não. Pense bem, sirva com amor e agradece sempre á Deus por você está tendo esta oportunidade em
servir.
Você já se perguntou, se é um verdadeiro coroinha? Se não perguntou, pergunte agora!
Os 10 mandamentos de responsabilidade e compromisso de todos os coroinhas

I. Participe das reuniões, missas e demais compromissos que você assume;

II. Seja pontual e dê exemplos de Pontualidade! Chegue a tempo para as missas e formações;

III. Seja Organizado! Esteja sempre limpo, cabelo penteado, unhas cortadas e limpas, cabelos presos e
roupas e calçados, muito bem limpos e arrumados;

IV. Seja Cauteloso e muito Cuidadoso com as coisas da Igreja e do altar;

V. Trate dos paramentos e objetos litúrgicos com respeito como objetos destinados ao culto divino;

VI. Seja sempre humilde e preste atenção ao que lhe for ensinado;

VII. Durante os atos litúrgicos evite conversas, risos ou brincadeiras (durante as celebrações evitarem
andar ou correr sobre a Igreja);

VIII. Cultive o gosto pela oração e leia um trecho da Bíblia cada dia;

IX. Dedique-se ao estudo da liturgia, a fim de celebrar cada vez melhor;

X. Observe o silêncio na igreja e na sacristia. Mantenha a concentração, principalmente antes de


começar qualquer ato litúrgico!

Seguindo estes 10 mandamentos de responsabilidade e compromisso, você não só estará a se ajudar a


ser um verdadeiro coroinha, mas sim também estará ajudando a Pastoral a ser cada vez melhor, aos seus
colegas, dando o exemplo de pontualidade e responsabilidade, e também ajudando a Paróquia, dando
um grande exemplo de como ser um cristão leigo que trabalha dentro da Igreja.
Exercícios

I. Sobre os 10 mandamentos de responsabilidade e compromisso, escolha dois que você tem mais
dificuldade e pretende melhorar e diga por que precisa melhorar. Depois, escolha um que você tem
facilidade de fazer.

II. Pra você, o que é ser responsável?

III. O que é o verdadeiro coroinha?


Encontro II
Introdução Geral à Liturgia

Marcello Nascimento de Lima

23 de fevereiro de 2013
Liturgia e Celebrações Litúrgicas

Liturgia

Ela vem da língua grega e significa, entre outras coisas, RELAÇÃO DO POVO COM DEUS. No Antigo
Testamento, que é a primeira parte da Bíblia, a palavra "liturgia" é empregada para designar o culto
prestado a Deus pelos sacerdotes judeus. Se for procurar no dicionário o significado de "liturgia",
encontrará: complexo de cerimônias realizadas na igreja. Como sabemos os coroinhas participam da
liturgia, então eles participam das cerimônias realizadas na igreja, participam do CULTO.

O culto

É justamente o conjunto de atos e atitudes espirituais que manifestam respeito, honra, veneração e
adoração a Deus, como por exemplo, a missa e a oração. A LITURGIA é a maneira de glorificar Deus e seu
filho, Jesus Cristo, através das cerimônias e orações que realizamos na igreja. Não se deve, porém, ir à missa
ou rezar a Deus apenas para obter favores, pedir soluções para nossos problemas, milagres, bênçãos, mas
principalmente para manifestar nosso amor por Deus e agradecer-lhes todas as coisas que dele recebemos.
A liturgia é uma ação de Deus, para que os seres humanos recebam, por meio de seus sinais, a graça divina,
alcançando a salvação pela fé. O culto cristão deve ser realizado com o coração, com a vontade de querer
servir a Deus, com o prazer em "visitá-lo" em sua "casa", com o desejo de ajudar os outros, de agir com
honestidade e justiça. Deus quer que o visitemos na igreja e que lhe prestemos homenagens de modo
sincero e verdadeiro.

O que é liturgia?

Liturgia é, antes de tudo, AÇÃO. Ação supõe movimento. A liturgia se expressa mediante palavras e gestos.
Por isso, dizemos que a liturgia é feita de sinais sensíveis, ou seja, sinais que chegam aos nossos sentidos
(tato, paladar, olfato, visão e audição).
Antigamente, fora do campo religioso, liturgia queria dizer ação do povo. A Igreja passou a aplicar este
termo para indicar ação do povo reunido para expressar sua fé em Deus, nada mais é a relação do povo com
Deus.

O que é celebrar?

O ato de celebrar implica alguns elementos importantes:


 Celebrar é um ato público
 Celebrar supõe que haja momentos especiais
 Celebrar requer motivação
 Celebrar depende de ritos
 Celebrar supõe espaço
 Celebrar requer tempo
Celebrações Litúrgicas

O que são celebrações litúrgicas? São encontros de Deus com seu povo reunido. Esses encontros se
realizam mediante algumas condições que chamamos elementos constitutivos da celebração litúrgica.
Os principais elementos que constituem uma celebração litúrgica são os seguintes:

 Assembleia: são pessoas batizadas que se reúnem para celebrar.

 Ministros: ministros ordenados (bispos, padres, diáconos) e os ministros instituídos (leitores e acólitos
instituídos). Há também os ministros extraordinários para distribuição da eucaristia, ministro da palavra,
ministro do batismo... E ministros para os vários serviços da celebração litúrgica.
 Palavra da Igreja: explicação da palavra proclamada, homilia e orações.

 Ações simbólicas: ritos e símbolos mediante os quais os fiéis entram em comunhão com Deus.

 Canto: indispensável na celebração, o canto expressa a harmonia dos cristãos, unidos pela mesma fé.

 Espaço: local da celebração, mas significa também ocasião para se reforçar os laços da fraternidade;
momento da organização e luta por melhores condições de vida, e ambiente da festa humana.

 Tempo: é a sucessão das horas do dia e da noite, mas é também o instante de graça de Deus; são
momentos em que Deus, desde toda a eternidade, vai realizando seu plano de salvação na história humana.
Exercícios – Introdução Geral à Liturgia

I. O que quer dizer a palavra “Liturgia”?

II. Para depois, você pode procurar o significado de “Liturgia” no dicionário.

III. Quais são os seis itens que são necessários pra celebrar algo?

IV. O que é uma celebração litúrgica? Cite pelo menos duas equipes que compõem a celebração.

* Próximo encontro, dia 2 de março, teremos uma dinâmica... Portanto, estejam todos e não faltem!

(A aqueles que tiraram a apostila antecipadamente, depois retirem as cópias dos dois últimos encontros, que são
o III e o IV comigo)
Encontro III
Ano Litúrgico e Espaço Litúrgico

Marley Aparecida Duarte de Carvalho

09 de março de 2013
Ano Litúrgico – Introdução

O Ano litúrgico é o período de doze meses, divididos em tempos litúrgicos, onde se celebram como
memorial, os mistérios de Cristo, assim como a memória dos Santos.

Diferença do ano civil e ano litúrgico

Durante o ano inteiro celebramos a vida de Cristo, desde a sua em Encarnação no seio da Virgem
Maria, passando pelo seu Nascimento, Paixão, Morte, Ressurreição, até a sua Ascensão e a vinda do Espírito
Santo. Mas enquanto civilmente se comemoram fatos passados que aconteceram uma vez e não acontecerão
mais, (muito embora esses fatos influenciem a nossa vida até os dias de hoje), no Ano Litúrgico, além da
comemoração, vivemos na atualidade, no dia-a-dia de nossas vidas, todos os aspectos da salvação operada por
Cristo. A celebração dos acontecimentos da Salvação é atualizada, tornada presente na vida atual dos crentes.

Por exemplo: no dia 7 de Setembro comemoram-se o Dia da Independência do Brasil. Pois bem, esse
fato. aconteceu uma única vez na História do mundo. Já do ponto de vista religioso, no Ano Litúrgico, a cada
Natal é Cristo que nasce no meio das famílias humanas, é Cristo que sofre e morre na cruz na Semana Santa, é
Cristo que ressuscita na Páscoa, é Cristo que derrama o Espírito Santo sobre a Igreja no dia de Pentecostes. De
forma que, ao fazermos memória das atitudes e dos fatos ocorridos com Jesus no passado, essas mesmas
atitudes e fatos tornam-se presentes e atuantes, acontecem hoje, no aqui e agora da vida dos crentes.

Organização do Ano
Ano Litúrgico

Com base no que foi comentado acima, podemos perceber que existiu a necessidade de se organizar
essas comemorações. E assim a Igreja fez, ao longo de séculos, estabelecendo um calendário de datas a serem
seguidas, que ficou sendo denominado de “Ano Litúrgico” ou “Calendário Litúrgico”.

O Ano Civil começa em 1º de Janeiro e termina em 31 de Dezembro. Já o Ano Litúrgico começa no 1º


Domingo do Advento (cerca de quatro semanas antes do Natal) e termina no sábado anterior a ele. Podemos
perceber, também, que o Ano Litúrgico está dividido em “Tempos Litúrgicos”, como veremos a seguir.

Antes, porém, vale a pena lembrar que o Ano Litúrgico é composto de dias, e que esses dias são
santificados pelas celebrações litúrgicas do povo de Deus, principalmente pelo Sacrifício Eucarístico e pela Liturgia
das Horas. Por esses dias serem santificados, eles passam a serem denominados dias litúrgicos. A celebração do
Domingo e das Solenidades, porém, começa com as Vésperas (na parte da tarde) do dia anterior.

Dentre os Dias Litúrgicos da semana, no primeiro dia, ou seja, no Domingo (Dia do Senhor), a Igreja
celebra. O Mistério Pascal de Jesus, obedecendo à tradição dos Apóstolos. Por esse motivo, o Domingo deve ser
tido como o principal dia de festa. Cada rito litúrgico da Igreja Católica tem o seu Calendário Litúrgico próprio,
com mais ou menos diferenças em relação ao Calendário Litúrgico do Rito romano, o mais conhecido. No
entanto, para todos os ritos litúrgicos é idêntico o significado do Ano litúrgico, assim como a existência dos
diversos tempos litúrgicos e das principais festas litúrgicas.
A Igreja estabeleceu, para o Rito romano, uma sequência de leituras bíblicas que se repetem a cada
três anos, nos domingos e nas solenidades. As leituras desses dias são divididas em ano A, B e C.
No ano A leem-se as leituras do Evangelho de São Mateus; no ano B, o de São Marcos e no ano C, o de São
Lucas. Já o Evangelho de São João é reservado para as ocasiões especiais, principalmente as grandes Festas e
Solenidades.
Nos dias da semana do Tempo Comum, há leituras diferentes para os anos pares e para os anos
ímpares, tirando o Evangelho, que se repete o ano a ano. Deste modo, os católicos, de três em três anos, se
acompanharem a liturgia diária, terão lido quase toda a Bíblia.

O Ano Litúrgico da Igreja é assim dividido: Ciclo da Páscoa, Ciclo do Natal, Tempo Comum, Ciclo santoral.

Tempos litúrgicos

Estes tempos litúrgicos existem em toda a Igreja Católica. Há apenas algumas diferenças entre os
vários ritos, nomeadamente em relação à duração de cada um e à data e importância de determinadas
festividades. A descrição que se segue corresponde ao Rito romano.

Tempo do Advento

O Tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades
do Natal, em que comemoramos a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em
que, por meio desta lembrança, se voltam os corações para a expectativa da segunda vinda de Cristo no fim dos
tempos.
Por esse duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa expectativa da
vinda do Messias, além de se apresentar como um tempo de purificação de vida. O tempo do Advento inicia-se
quatro domingos antes do Natal e termina no dia 24 de Dezembro, desembocando na comemoração do
nascimento de Cristo. É um tempo de festa, mas de alegria moderada.

Tempo do Natal

Após a celebração anual da Páscoa, a comemoração mais venerável para a Igreja é o Natal do Senhor
e suas primeiras manifestações, pois o Natal é um tempo de fé, alegria e acolhimento do Filho de Deus que se
fez Homem.

O tempo do Natal vai da véspera do Natal de Nosso Senhor até o domingo depois da festa da
Epifania, em que se comemora o Batismo de Jesus. No ciclo do Natal são celebradas as festas da Sagrada Família,
de Santa Maria, Mãe de Deus e do Batismo de Jesus.

Tempo da Quaresma

O Tempo da Quaresma é um tempo forte de conversão e penitência, jejum, esmola e oração. É um


tempo de preparação para a Páscoa do Senhor, e dura cerca de quarenta dias.

Neste período não se diz o Aleluia, nem se colocam flores na Igreja, não devem ser usados muitos
instrumentos e não se canta o Glória a Deus nas alturas, para que as manifestações de alegria sejam expressadas
de forma mais intensa no tempo que se segue, a Páscoa. A Quaresma inicia-se na Quarta-feira de Cinzas, e
termina na manhã de Quinta-feira Santa.

Tríduo Pascal

O Tríduo Pascal começa com a Missa da Santa Ceia do Senhor, na Quinta-Feira Santa. Neste dia, é
celebrada a Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, e comemora-se o gesto de humildade de Jesus ao lavar os
pés dos discípulos.

Na Sexta-Feira Santa celebra-se a Paixão e Morte de Jesus Cristo. É o único dia do ano que não tem
Missa, acontece apenas uma Celebração da Palavra chamada de “Ação ou Ato Litúrgico”.
Durante o Sábado Santo, a Igreja não exerce qualquer ato litúrgico, permanecendo em contemplação de Jesus
morto e sepultado.

Na noite de Sábado Santo, já pertencente ao Domingo de Páscoa, acontece a solene Vigília pascal.
Conclui-se, então, o Tríduo Pascal, que compreende a Quinta-Feira, Sexta-Feira e o Sábado Santo, que prepara o
ponto máximo da Páscoa: o Domingo da Ressurreição.

Tempo Pascal

A Festa da Páscoa ou da Ressurreição do Senhor, se estende por cinquenta dias entre o domingo de
Páscoa e o domingo de Pentecostes, comemorando a volta de Cristo ao Pai na Ascensão, e o envio do Espírito
Santo. Estas sete semanas devem ser celebradas com alegria e exultação, como se fosse um só dia de festa, ou,
melhor ainda, como se fossem um grande domingo, vivendo uma espiritualidade de alegria no Cristo
Ressuscitado e crendo firmemente na vida eterna.

Tempo Comum

Além dos tempos que têm características próprias, restam no ciclo anual trinta e três ou trinta e quatro
semanas nas quais são celebrados, na sua globalidade os Mistérios de Cristo. Comemora-se o próprio Mistério
de Cristo em sua plenitude, principalmente aos domingos.

É um período sem grandes acontecimentos, mas que nos mostra que Deus se faz presente nas coisas
mais simples. É um tempo de esperança acolhimento da Palavra de Deus. Este tempo é chamado de Tempo
Comum, mas não tem nada de vazio. É o tempo de a Igreja continuar a obra de Cristo nas lutas e no trabalho
pelo Reino.

O Tempo Comum é dividido em duas partes: a primeira fica compreendida entre os tempos do Natal
e da Quaresma, e é um momento de esperança e de escuta da Palavra onde devemos anunciar o Reino de Deus;
a segunda parte fica entre os tempos da Páscoa e do Advento, e é o momento do cristão colocar em prática a
vivência do reino e ser sinal de Cristo no mundo, ou como o mesmo Jesus disse, ser sal da terra e luz do mundo.

O Tempo Comum é ainda tempo privilegiado para celebrar as memórias da Virgem Maria e dos
Santos.
Cores litúrgicas

Quando vamos à igreja, notamos que o altar, o tabernáculo, o ambão, e até mesmo a estola e a casula
usadas pelo sacerdote, combinam todos com uma mesma cor. Percebemos também que, a cada semana que
passa, essa cor pode permanecer a mesma ou variar.

Se acontecer de no mesmo dia irmos a duas igrejas diferentes, comprovaremos que ambas usam a
mesma cor, com exceção, é claro, da igreja que celebra o seu padroeiro. Na verdade, a cor usada certo dia é
válida para a Igreja em todo o mundo, que obedece a um mesmo calendário litúrgico. Conforme a missa do dia,
indicada pelo calendário, fica estabelecida uma determinada cor.

Desta forma, concluímos que as diferentes cores possuem algum significado para a Igreja: elas visam
manifestar externamente o caráter dos Mistérios celebrados e também a consciência de uma vida cristã que
progride com o desenrolar do Ano Litúrgico. Manifesta também, de maneira admirável, a unidade da Igreja. No
início havia certa preferência pelo branco.

Não existiam ainda as chamadas cores litúrgicas. Estas só foram fixadas em Roma no século XII. Em
pouco tempo, devido ao seu alto valor teológico e explicativo, os cristãos do mundo inteiro aderiram a esse
costume, que tomou assim, caráter universal.

As cores litúrgicas são seis, como veremos a seguir.

Branco
Simboliza alegria, ressurreição, vitória, pureza. É usada na Páscoa, no Natal, nas solenidades e festas do Senhor,
nas festas de Nossa Senhora e dos santos (exceto dos apóstolos e dos mártires).

Vermelho
Lembra o fogo do Espírito Santo e também o sangue. É a cor usada na liturgia dos apóstolos, dos mártires,
no Domingo de Ramos, na Sexta- feira Santa e no Pentecostes.

Verde
Simboliza o crescimento e a esperança. É usada no Tempo Comum.

Roxo
É símbolo da penitência e da conversão. É usada nos tempos do Advento e da Quaresma, e também nas missas
dos defuntos e no sacramento da confissão.

Preto
É sinal de tristeza e luto. Hoje está praticamente em desuso na liturgia.

Rosa
A cor rosa pode ser usada no 3º domingo do Advento e no 4º domingo da Quaresma. Simboliza uma breve
pausa, certo alívio no rigor da penitência da Quaresma e na preparação do Advento.
Estrutura do ano litúrgico em tabela

Figura 1
Estrutura do ano litúrgico em ciclo

Figura 2
Espaço litúrgico – A igreja em sua estrutura

Na igreja podem-
podem-se encontrar vários espaços cada um com a sua função e significado próprio.

Nela podemos encontrar os seguintes espaços:

• O presbitério

• A nave da igreja

• O batistério ou pia batismal

• Sacristia

Figura 3
Presbitério

No presbitério encontramos vários elementos, alguns dele essenciais na Celebração Eucarística.

Nele podemos encontrar:

• O sacrário (nesta paróquia fica localizada em outro lado)


Sacrário é o lugar onde as hóstias consagradas nas missas ficam armazenadas, isso é: Jesus Eucarístico.

Figura 4
• O altar
Altar é a mesa em que o celebrante realiza todos os ritos eucarísticos da missa (o altar também é
representado por Jesus Cristo, portanto, ao passar por ele, devemos fazer reverência)

Figura 5

• O ambão (nesta paróquia, só há um)


Ambão é a mesa onde é proclamada a palavra de Deus. Existem dois tipos de ambão... O da palavra, no
qual são realizadas as leituras e o evangelho, e o ambão do comentarista, onde são realizados os
comentários da missa.

Figura 6
• Cadeira presidencial ou Cátedra
A cadeira presidencial é exclusiva somente ao celebrante se assentar nas celebrações. Recebe também o
nome de cátedra devido às cadeiras de pedra, ou então, as cadeiras que os bispos ocupam nas missas,












Figura 7
• Outros assentos
Os outros assentos são destinados aos Coroinhas, Acólitos, Cerimoniários, Leitores e Ministros da
Eucaristia, e até a assembleia;

Figura 8

• Credência
É a mesa onde ficam armazenados temporariamente, os objetos litúrgicos de uso na celebração
eucarística (cálice, âmbula, galheta de água, galhetas de vinho, etc...).

Figura 9
É sempre bom observar em questão estes lugares, pois sempre transitamos sobre eles e fazemos nossas
funções. Vamos agora aprender mais sobre a nave da igreja.

• Nave da Igreja

A nave é o lugar destinado aos fiéis. Deve ser disposto de forma a possibilitar-lhes participar devidamente
nas celebrações sagradas com a vista e com o espírito. Devem existir bancos ou cadeiras. Deve possibilitar
uma fácil aproximação da comunhão.

Figura 10
E por último, tem-se a pia batismal, ou o batistério.

Figura 11

Você também pode gostar