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POLÍCIA MILITAR
1º COMANDO REGIONAL
9º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR
SJD - SEÇÃO DE JUSTIÇA E DISCIPLINA
I. Considerando que o artigo 3º, alínea “a”, do Código Processo Penal Militar
prescreve que a legislação processual penal comum poderá ser utilizada para suprir
os casos omissos no CPPM, portanto, nos casos de prisão em flagrante de crime
militar, o preso também será recolhido em unidade policial militar;
II. Considerando que o parágrafo único do artigo 300 do CPP determina que o
militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos procedimentos legais, será
recolhido a quartel da instituição a que pertencer, onde ficará preso à disposição das
autoridades competentes;
III. Considerando que o artigo 62, inciso III da Lei Complementar nº 555, de 29 de
dezembro de 2014 (Estatuto dos Militares do Estado de Mato Grosso) estabelece
que o militar estadual quando preso, antes de sentença condenatória transitada em
julgado, deverá ser mantido em dependência ou sala especial de estabelecimento
militar;
IV. Considerando que o artigo 295 do Código Processo Penal e o artigo 242 do
Código Processo Penal Militar estabelecem os casos em que determinadas pessoas
serão recolhidas a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade
competente, quando sujeitas a prisão antes de condenação definitiva;
RESOLVE:
Art. 1°. Estabelecer normas gerais de ação, visando à padronização dos trabalhos de
custódia de preso cautelarmente à disposição do Poder Judiciário e de militar
estadual preso decorrente de sentença penal condenatória transitada em julgado, se
houver determinação judicial para cumprimento da pena em UPM, assegurando a
integridade física, psicológica e moral do preso cautelar, bem como a segurança do
efetivo policial militar.
Parágrafo único. Este Regimento Interno será aplicado, no que couber, ao militar
estadual que estiver cumprindo sanção disciplinar na UPM.
I - Comandante da UPM;
II – Subcomandante da UPM;
III - Oficial de Área;
Art. 3°. Cabe aos policiais militares elencados no artigo anterior, em relação à
custódia dos presos e de forma subsidiária e solidária, a missão de:
VII - As infrações às leis e regulamentos por parte dos presos deverão ser apuradas
através de processo administrativo, garantindo-lhes a ampla defesa e o
contraditório;
Art. 5°. Compete ao Oficial de Área da UPM, sem prejuízo de outras atividades:
III - Fiscalizar o efetivo da Guarda para que estes cumpram com suas atribuições;
c) Deverá ainda providenciar para que seja realizada a Guarda Hospitalar em casos
de atendimentos médicos demorados ou internamento em hospital.
Art. 6°. Compete ao Chefe da Seção de Justiça e Disciplina da UPM, sem prejuízo
de outras atividades:
Art. 7°. São atribuições do Corpo da Guarda da UPM em relação aos presos, sem
prejuízo das atividades diárias da UPM:
b) A determinação contida neste inciso e na alínea anterior não se aplica aos presos
com pena transitada em julgado, onde serão reguladas conforme o § 4° do artigo 24
desta Portaria.
III - Organizar e fiscalizar os banhos de sol dos presos;
VII - Comunicar ao Oficial de Área quando da chegada das visitas dos presos;
VIII - Fazer o controle de visitas, com nome, RG, grau de parentesco e horário de
chegada e saída;
VII - Constar todas as informações no livro das partes diárias da Guarda da UPM
referentes ao serviço ordinário e aos presos;
XIV - Proceder às revistas nos visitantes nos casos justificados por suspeitas;
Art. 8°. Cumpre ao preso, além das obrigações legais atinentes a hierarquia e a
disciplina, submeter-se às normas e leis penais.
VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua
manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho;
X - Conservação dos objetos de uso pessoal, bem como zelar pelos bens
patrimoniais e materiais que lhe forem destinados;
XVII - Abster-se de quaisquer práticas que possam causar transtornos aos demais
presos, bem como prejudicar o controle da segurança e disciplina;
Art. 10. Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos
condenados e dos presos provisórios.
II - Previdência social;
XIII - Contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura
e de outros meios de informação que não comprometam a moral, os bons costumes
e nem a segurança da UPM;
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos IV, VIII e XIII poderão ser
suspensos ou restringidos mediante ato motivado do Comandante da UPM.
DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE
Parágrafo Único. A assistência de que trata esse artigo, poderá ser prestada pelos
profissionais do Quadro de Saúde da PM ou, na impossibilidade deste, em hospitais
da rede pública ou privada.
Art. 14. Os medicamentos destinados aos presos deverão ser acompanhados de
prescrição médica e entregues ao Comandante da UPM, que determinará o registro
em prontuário de controle de medicação.
DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA
Art. 15. A assistência jurídica tem por finalidade a proteção dos direitos do preso
nos termos da LEP e deste Regimento Interno.
Art. 16. O advogado do preso terá livre acesso as instalações da UPM para assistir
seu cliente, independente de horário, conforme preceitua o art. 7º, VI, „b‟ e „c‟ da
Lei nº 8906/94.
Parágrafo Único. Este local deverá ser vigiado, porém deverá ser mantida certa
distância, fins garantir a integridade física de ambos e a privacidade da entrevista.
Art. 18. Após a entrevista o preso passará por revista pessoal, fins resguardar a
segurança dos policiais militares responsáveis pela guarda.
DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
Art. 19. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos,
permitindo-lhes a participação nos serviços organizados na UPM, bem como a
posse de livros de instrução religiosa.
Art. 20. O Comandante da UPM velará para que seja mantida, de forma atualizada,
a relação de religiosos e leigos e seus grupos, autorizados a trabalharem na UPM,
onde constará a qualificação completa de cada um e o respectivo diretor,
encarregado, ou orientador espiritual.
Art. 21. Nenhum religioso ou leigo ou grupo religioso ou grupo leigo poderá iniciar
seus trabalhos sem antes ser devidamente cientificado de que seu trabalho deve
desenvolver-se em harmonia com as normas da UPM.
Art. 23. De modo algum se permitirão cultos ou atividades que causem ou possam
causar tumultos ou delírios.
DO TRABALHO
Art. 24. O trabalho do preso, como dever social e condição de dignidade humana,
terá finalidade educativa e produtiva.
§ 2º. A jornada de trabalho não será inferior a 06 (seis), nem superior a 08 (oito)
horas, respeitado o descanso aos sábados, domingos e feriados;
Art. 26. Será proibido qualquer tipo de trabalho que importe em fiscalização ou
controle de um preso sobre outro.
DAS VISITAS
I - comuns;
Parágrafo único. Não haverá visita conjugal (íntima) nas dependências do 9º BPM,
quando o alojamento também se destinar ao uso coletivo dos policiais militares da
UPM.
Art. 28. Ficam estabelecidos como dias de visitas para os presos as quintas-feiras e
os domingos, das 09h00min às 11h30min e das 13h30min às 16h00min, devendo-se
usar as dependências da recepção e do refeitório.
§ 1º. O horário limite para entrada de visitantes na UPM será até as 15h00min.
§ 3º. Somente serão admitidas visitas de 02 (duas) pessoas por turno para cada
preso, fins garantir o controle e a segurança da UPM;
§ 4°. Excepcionalmente poderá ser autorizada utilização de outras salas nas
dependências do Batalhão para a recepção dos advogados conforme Artigo 17 desta
Portaria.
Art. 30. Antes e depois das visitas, o preso e seus objetos poderão ser submetidos à
revista.
Art. 31. Toda e qualquer quantia em dinheiro que der entrada na UPM destinada ao
preso deverá ser previamente autorizada pelo Comandante da UPM.
Art. 32. As pessoas idosas, gestantes e deficientes físicos, terão prioridade nos
procedimentos adotados para a realização da visita.
III - Armas de qualquer tipo ou objeto que possa ser transformado em artefato capaz
de ofender a integridade física de outrem, e ainda, danificar as instalações.
Art. 34. Os objetos trazidos pelos visitantes deverão ser criteriosamente vistoriados
pela Guarda da UPM, antes de serem entregues ao preso.
Art. 35. Os visitantes deverão observar os preceitos da caserna, com atenção ao uso
apropriado de vestimentas, de maneira que fica proibida a entrada de pessoas
trajando shorts, chinelos, camisetas regatas, blusas tomara que caia, roupas curtas e
similares, bem como deverão observar:
I - Os visitantes autorizados a adentrar ao local de visita, poderão levar os itens
abaixo relacionados ao preso visitado, de acordo com a Portaria nº
028/2006/GAB/SAJU/SEJUSP, de 22 de dezembro de 2006, devendo retornar com
as sobras e utensílios, bem como recolher o lixo e depositá-los na lixeira:
b) Doces;
III - Quando a UPM não dispuser dos materiais de higiene abaixo transcrito, fica
autorizada a entrada, quinzenalmente, os seguintes itens:
a) 01 (uma) unidade de creme dental;
Parágrafo Único. Caso a posse constitua ilícito penal, serão tomadas as providências
legais cabíveis.
DA VISITA COMUM
Art. 37. O preso poderá receber visita do cônjuge ou da companheira, dos filhos, de
parentes e de amigos, nos dias marcados, ou, excepcionalmente, em dia autorizado
pelo Comandante da UPM, desde que incluídas no rol de visitantes.
Art. 38. O preso deverá relacionar seus visitantes até no máximo de 10 (dez), sendo
que poderá receber até 04 (quatro) visitantes por dia de visita, incluindo os
adolescentes entre 12 e 18 anos, excetuando as crianças de até 12 anos incompleto.
Art. 41. A inclusão no rol de visitantes dar-se-á após serem obedecidas às seguintes
formalidades:
Art. 42. Quando se tratar de visitas do pai, mãe e filhos menores de 18 anos, os
seguintes documentos deverão ser apresentados:
II - Comprovante de endereço.
Art. 43. Quando se tratar de visitas de outros parentes, amigos e filhos maiores de
18 anos, os seguintes documentos deverão ser apresentados:
I - Xerox do RG;
II - Comprovante de endereço;
III - Atestado de antecedentes criminais.
Art. 44. As visitas comuns serão realizadas em local próprio, em condições dignas,
que possibilitem a vigilância pela Guarda da UPM.
Art. 45. O visitante, familiar ou não, será excluído do rol de visitas e terá o seu
ingresso proibido na UPM, quando se verificar que:
DA REVISTA
Art. 47. A revista consiste no exame de pessoas, objetos, bens, valores e veículos,
que adentrem a UPM e as áreas habitacionais dos presos, com a finalidade de
localizar objetos ou substâncias não permitidas ou que venham a comprometer a
segurança e disciplina.
Parágrafo Único. A revista de que trata o caput, quando possível, deve ser feita na
presença do preso.
Art. 49. Havendo recusa da visita em se submeter à revista será vedada a sua
entrada.
I - Manual;
II - Mecânico;
Art. 51. A revista efetua-se por meios manuais ou mecânicos, em pessoas que, na
qualidade de visitantes ingressarem na UPM.
§3º. A revista em menores, nos casos que couber, deve se realizar na presença dos
pais ou responsáveis.
III - Parlamentares;
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo deve ser adotado com a finalidade
de coibir a entrada ou a presença de objeto ou substância proibida por lei ou pelo
Comandante da UPM, ou que venham a por em risco a segurança da UPM.
Art. 55. A revista íntima corporal deve ser efetuada em local reservado, por pessoa
do mesmo sexo, preservadas a honra e a dignidade do revistado.
§2º. Nos casos em que após a revista íntima corporal, ainda haja dúvida quanto ao
porte de objeto ou substância não permitido, a entrada não deve ser autorizada.
§3º. Na hipótese da ocorrência do previsto no parágrafo anterior deverá ser
providenciado:
DA APRESENTAÇÃO PESSOAL
Art. 57. A vestimenta a ser utilizada pelo preso, nas áreas comuns, será camiseta
branca, calça jeans, sapato ou tênis preto.
§ 2º. Quando da realização de pratica esportiva e banho de sol, será facultado o uso
de camiseta regata branca, short preto, tênis preto e meia branca, não sendo
permitido uso de sunga, trajes íntimos ou assemelhados.
Art. 58. O preso quando militar somente poderá utilizar uniforme da Corporação
nas seguintes condições:
DAS INSTALAÇÕES
Art. 59. A medida restritiva de liberdade será cumprida em condições que irá
assegurar a segurança externa e interna da UPM, desde que preserve os direitos do
preso, a ordem e a disciplina.
Art. 60. Considerando que a UPM não dispõe de cela ou recinto específico para
permanência de presos, fica estabelecido que o local de custódia dos presos será no
alojamento coletivo da UPM, que dispõe de banheiro interno, sendo que o
alojamento deverá permanecer trancado.
DAS PROIBIÇÕES
Art. 61. É vedada a saída do preso da UPM, salvo quando autorizado, por escrito,
pelo Juiz de Direito que determinou a medida restritiva de liberdade ou pelo
Comandante da UPM, ambos os casos mediante escolta, ressalvadas as hipóteses
previstas nos artigos 122 a 125 da LEP.
Art. 62. O preso deverá permanecer no Alojamento da UPM, podendo sair nos
horários de refeição, banho de sol e de visita, devendo sempre informar a guarda da
UPM qual seu destino.
Art. 63. O preso terá como horário para banho de sol das 07h00min às 09h00min ou
das 14h00min às 18h00min, conforme a conveniência do serviço da guarda da
UPM, horário que poderá usar o pátio da UPM e o campo de futebol para realizar
atividades físicas, devendo sempre informar a guarda da UPM qual seu destino.
Art. 64. O preso, salvo os casos expressos em Mandado Judicial, deverá se recolher
ao alojamento da UPM às 20h00min, onde deverá permanecer por toda a noite,
somente podendo sair com autorização do Oficial de dia da UPM.
PRESCRIÇÕES DIVERSAS
Art. 66. O militar estadual preso ao ingressar na UPM será fotografado, e terá
aberto, em seu nome, prontuário, devidamente identificado em ordem seriada, onde
serão anotados, entre outros, seus dados de qualificação de forma completa, dia e
hora do ingresso, grau de escolaridade, situação da saúde física e aptidão
profissional.
Art. 67. Toda e qualquer determinação em contrário ou não prevista nesta norma
deverão ser comunicadas imediatamente ao Comandante da UPM que tomará as
providências cabíveis, com esteio nas legislações em vigor.
Art. 68. O militar estadual preso será posto em liberdade, somente, por ordem
judicial.
Art. 69. Deverão sempre ser observados os princípios norteadores dos Direitos
Humanos, respeitando a dignidade do preso como pessoa;
Art. 70. O preso deverá realizar as refeições no refeitório da UPM, sendo que o café
da manhã será das 06h00min às 07h30min, o almoço será das 11h30min às
13h00min e o jantar das 19h00min às 20h00min.
Art. 71. Os casos omissos nesta Portaria serão resolvidos pelo Comandante da
UPM;
Art. 72. Esta NGA entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas
todas as disposições em contrário.