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ESTADO DE MATO GROSSO

POLÍCIA MILITAR
1º COMANDO REGIONAL
9º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR
SJD - SEÇÃO DE JUSTIÇA E DISCIPLINA

PORTARIA Nº 01/SJD/9º BPM/17.

Normatiza o Regimento Interno para custódia de


preso no 9º BPM e dá outras providências.

O COMANDANTE DO 9° BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR, no uso das


atribuições que lhe confere o Artigo 178 da Portaria n° 189/QCG/DGP, de 17 de
junho de 2013 que aprova o Regulamento Geral da PMMT e dá outras providências
e com fulcro no artigo 68 da Portaria nº 16/CORREGPM/PMMT, de 06 de junho de
2013:

I. Considerando que o artigo 3º, alínea “a”, do Código Processo Penal Militar
prescreve que a legislação processual penal comum poderá ser utilizada para suprir
os casos omissos no CPPM, portanto, nos casos de prisão em flagrante de crime
militar, o preso também será recolhido em unidade policial militar;

II. Considerando que o parágrafo único do artigo 300 do CPP determina que o
militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos procedimentos legais, será
recolhido a quartel da instituição a que pertencer, onde ficará preso à disposição das
autoridades competentes;

III. Considerando que o artigo 62, inciso III da Lei Complementar nº 555, de 29 de
dezembro de 2014 (Estatuto dos Militares do Estado de Mato Grosso) estabelece
que o militar estadual quando preso, antes de sentença condenatória transitada em
julgado, deverá ser mantido em dependência ou sala especial de estabelecimento
militar;

IV. Considerando que o artigo 295 do Código Processo Penal e o artigo 242 do
Código Processo Penal Militar estabelecem os casos em que determinadas pessoas
serão recolhidas a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade
competente, quando sujeitas a prisão antes de condenação definitiva;

V. Considerando que a Portaria nº 16/CORREGPM/PMMT, de 06 de junho de


2013, dispõe sobre a homologação do Regimento Interno para custódia de preso
cautelar na PMMT e dá outras providências, assim como a Portaria n°
9/CORREGPMMT, de 25 de novembro de 2015 normatiza o local de custódia de
Policiais Militares presos cautelarmente;

VI. Considerando ainda os princípios norteadores da lei nº 7.210, de 11 de julho de


1984 - Lei de Execuções Penais e do Decreto nº 5.683 de 13 de dezembro de 2003,
que instituiu o Regimento Interno Padrão dos Estabelecimentos Prisionais do
Estado de Mato Grosso - RIP, assegurando a integridade física, psicológica e moral
do reeducando, bem como, a segurança do efetivo policial militar;

RESOLVE:

Art. 1°. Estabelecer normas gerais de ação, visando à padronização dos trabalhos de
custódia de preso cautelarmente à disposição do Poder Judiciário e de militar
estadual preso decorrente de sentença penal condenatória transitada em julgado, se
houver determinação judicial para cumprimento da pena em UPM, assegurando a
integridade física, psicológica e moral do preso cautelar, bem como a segurança do
efetivo policial militar.

Parágrafo único. Este Regimento Interno será aplicado, no que couber, ao militar
estadual que estiver cumprindo sanção disciplinar na UPM.

DOS RESPONSÁVEIS DIRETOS PELA CUSTÓDIA

Art. 2°. São responsáveis diretos, de forma subsidiária e solidária:

I - Comandante da UPM;

II – Subcomandante da UPM;
III - Oficial de Área;

IV) Chefe da SJD da UPM;

V) Membros do Corpo da Guarda.

Art. 3°. Cabe aos policiais militares elencados no artigo anterior, em relação à
custódia dos presos e de forma subsidiária e solidária, a missão de:

I - Manter o custodiado preso até ordem judicial em contrário;

II - Manter a integridade física, psicológica e moral do preso, sempre observando os


princípios norteadores dos direitos humanos e da dignidade da pessoa humana;

III - Agir de maneira repressiva, empregando os meios legais necessários diante de


qualquer situação hostil do preso.

DAS ATRIBUIÇÕES DO COMANDANTE DA UPM

Art. 4°. São atribuições do Comandante da UPM e, subsidiariamente, do


Subcomandante da UPM, sem prejuízo de outras atividades:

I - Receber quem estiver na situação de preso cautelar ou definitivo;

II - Tomar todas as providências necessárias, a fim de garantir os direitos do preso;

III - Controlar todas as ações desenvolvidas pelos policiais militares da UPM em


relação aos presos;

IV - Comunicar ao 1º CR, à Corregedoria Geral da PMMT e ao Juiz competente sobre


ocorrências referentes à custodia do preso, bem como cumprir suas determinações;

V - Conceder audiência aos presos, ouvindo suas reivindicações;


VI - Aplicar as sanções disciplinares contidas nos incisos I a IV do artigo 53 da
LEP, observando o requisito prévio contido no artigo 45, ambos da citada Lei;

VII - As infrações às leis e regulamentos por parte dos presos deverão ser apuradas
através de processo administrativo, garantindo-lhes a ampla defesa e o
contraditório;

VIII - Permitir a saída do preso, mediante escolta, nos casos de falecimento ou


doença grave do cônjuge, companheiro (a), ascendente, descendente ou irmão, bem
como no caso de necessidade de tratamento médico, conforme artigo 120 da LEP.

IX - A permanência do preso fora da UPM terá a duração necessária à finalidade da


saída.

DAS ATRIBUIÇÕES DO OFICIAL DE ÁREA;

Art. 5°. Compete ao Oficial de Área da UPM, sem prejuízo de outras atividades:

I - Cumprir e fazer cumprir todas as determinações superiores, na esfera de suas


atribuições, fiscalizando os presos e comunicando qualquer alteração ocorrida com
estes ao Comandante da UPM, assim que possível;

II - Orientar o efetivo da Guarda da UPM quanto aos procedimentos a serem


adotados na fiscalização das atividades dos presos, providenciando ainda o
cumprimento de todas as demais ordens contidas na Escala de Serviço inerentes à
Custódia do Preso;

III - Fiscalizar o efetivo da Guarda para que estes cumpram com suas atribuições;

IV - Providenciar escolta aos presos para fora da UPM, devidamente autorizado


pelo Comandante da UPM, salvo nos casos de urgência comprovada;
a) Nos casos de emergência, deverá ser acionado o SAMU para proceder ao
atendimento ou encaminhamento à Unidade Hospitalar mais próxima, neste último
caso, mediante autorização do Comandante da UPM;

b) Caso não seja possível obter a autorização da autoridade competente e de quem o


substitua, deverá ser prestado o atendimento emergencial, devendo ser informado
assim que possível a saída do preso da UPM;

c) Deverá ainda providenciar para que seja realizada a Guarda Hospitalar em casos
de atendimentos médicos demorados ou internamento em hospital.

V - Acompanhar o Comandante da UPM na revista aos aposentos dos presos, a


qualquer tempo e semanalmente, a fim de verificar o estado do asseio, a limpeza
dos mesmos e a existência de materiais não permitidos;

VI – Suspender, em situações excepcionais e havendo riscos iminentes à boa ordem,


à segurança e à disciplina, a visitação ou restringi-la, por ato motivado.

VII - Autorizar e fiscalizar a alvorada e abertura dos quartos dos presos às


06h00min e a tranca dos quartos às 20h00min, ambos independente do dia da
semana;

a) O Oficial de Área deverá manter contato com os presos no momento da alvorada


da UPM, verificando quaisquer solicitações ou alterações repassadas por eles, bem
como, lembrando-os de seus direitos e deveres a serem respeitados durante o dia;

DAS ATRIBUIÇÕES DO CHEFE DA SJD DA UPM;

Art. 6°. Compete ao Chefe da Seção de Justiça e Disciplina da UPM, sem prejuízo
de outras atividades:

I - Cumprir e fazer cumprir todas as determinações superiores, na esfera de suas


atribuições;
II - Organizar e arquivar documentos, providenciando livro de controle com datas
de entradas, saídas temporárias, alvarás de solturas, infrações disciplinares,
designação de trabalho e outras alterações referentes ao preso;

III – Orientar o efetivo da Guarda da UPM, de forma subsidiária com o Oficial de


Área, quanto aos procedimentos a serem adotados na fiscalização das atividades dos
presos;

IV – Fiscalizar e comunicar qualquer alteração disciplinar dos presos ao


Comandante da UPM e ao Oficial de Área;

V - Acompanhar o Comandante da UPM, na impossibilidade do Oficial de Área, na


revista aos aposentos dos presos, a qualquer tempo e semanalmente, a fim de
verificar o estado do asseio, a limpeza dos mesmos e a existência de materiais não
permitidos;

DAS ATRIBUIÇÕES DOS MEMBROS DA GUARDA

Art. 7°. São atribuições do Corpo da Guarda da UPM em relação aos presos, sem
prejuízo das atividades diárias da UPM:

I - Receber as orientações e cumprir as determinações referentes ao preso da melhor


forma possível;

II - Fiscalizar o horário de abertura e fechamento dos quartos que os presos estão


dispostos, devendo a grade permanecer trancada e as chaves sob a responsabilidade
da guarda da UPM.

a) A grade do alojamento apenas permanecerá destrancada durante os horários das


refeições, visitas e banho de sol;

b) A determinação contida neste inciso e na alínea anterior não se aplica aos presos
com pena transitada em julgado, onde serão reguladas conforme o § 4° do artigo 24
desta Portaria.
III - Organizar e fiscalizar os banhos de sol dos presos;

IV - Comunicar a chegada da alimentação (café da manhã, almoço e jantar) dos


presos ao Oficial de Área;

VI - Estar ciente das atividades diárias a serem desenvolvidas pelos presos;

VII - Comunicar ao Oficial de Área quando da chegada das visitas dos presos;

VIII - Fazer o controle de visitas, com nome, RG, grau de parentesco e horário de
chegada e saída;

VII - Constar todas as informações no livro das partes diárias da Guarda da UPM
referentes ao serviço ordinário e aos presos;

VIII - Proceder com as visitas conforme estipulado nos artigos de 27 a 55 desta


Portaria;

IX - Fiscalizar para que o preso cumpra fielmente esta NGA, orientado-o e o


advertindo em caso de não cumprimento. Caso insista em não cumprir as normas,
deverá de imediato ser comunicado ao Oficial de Área da UPM para as providências
pertinentes;

X - Manter a disciplina, vigilância, segurança interna da UPM e dos presos,


responsabilizando-se pela guarda dos presos nesta UPM, exercendo esta atribuição
cumulativamente com as demais atribuições do serviço diário de guarda da UPM.

XI - Acompanhar os presos para receberem a assistência de que precisarem no


interior da UPM;

XII - Acompanhar juntamente com o Oficial de Área o horário de abertura e


fechamento dos quartos que os presos estão dispostos;
XIII - Receber os visitantes, advogados e outras autoridades, procedendo ao
lançamento nos livros de controles, vistoriando os materiais que adentram à UPM,
bem como acompanhar as autoridades em visita no interior da UPM;

XIV - Proceder às revistas nos visitantes nos casos justificados por suspeitas;

XV - Evitar revistas em advogados, membros da magistratura e outras autoridades,


uma vez que a UPM não dispõe de aparelhos detectores de metais para a revista
mecânica, observando-se as prerrogativas destas;

DOS DEVERES DO PRESO

Art. 8°. Cumpre ao preso, além das obrigações legais atinentes a hierarquia e a
disciplina, submeter-se às normas e leis penais.

Art. 9°. Constituem deveres do preso:

I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da medida restritiva de liberdade


e da sentença;

II - obediência e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se, bem


como, acatando as determinações legais emanadas de policiais militares da UPM;

III - urbanidade e respeito no trato com os demais presos;

IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de


subversão à ordem ou à disciplina;

V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;

VI - submissão à sanção disciplinar imposta;


VII - Ressarcir o Estado e terceiros pelos danos materiais a que der causa, de forma
culposa ou dolosa;

VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua
manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho;

IX - Zelar pelo asseio pessoal e assepsia do alojamento, corredores e sanitários;

X - Conservação dos objetos de uso pessoal, bem como zelar pelos bens
patrimoniais e materiais que lhe forem destinados;

XI - Submeter-se à revista pessoal, do alojamento e de pertences, a critério do


Comandante da UPM;

XII - Abster-se da confecção ou posse indevida de instrumentos capazes de ofender


a integridade física de outrem, ou de instrumentos que possam contribuir para
ameaçar ou obstruir a segurança das pessoas da UPM;

XIII - Abster-se de usar, consumir e fabricar bebida alcoólica ou substância que


possa determinar reações adversas às normas de conduta ou dependência física ou
psíquica;

XIV - Abster-se de participar e apostar em jogos de azar;

XV- Abster-se de transitar ou permanecer em locais não autorizados;

XVI - Abster-se de dificultar ou impedir a vigilância;

XVII - Abster-se de quaisquer práticas que possam causar transtornos aos demais
presos, bem como prejudicar o controle da segurança e disciplina;

XVIII - Submeter-se às condições estabelecidas para a posse e uso de aparelho de


rádio receptor e aparelho de TV, previstas neste Regimento Interno;
XIX - Submeter-se às condições impostas para quaisquer modalidades de
transferência e remoção por ordem judicial, técnico-administrativa e a requerimento
próprio;

XX - Submeter-se aos controles de segurança impostos pela Polícia Militar, quando


forem efetuadas escoltas internas ou externas.

DOS DIREITOS DO PRESO

Art. 10. Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos
condenados e dos presos provisórios.

Art. 11. Constituem direitos do preso:

I - Alimentação suficiente e vestuário;

II - Previdência social;

III - Proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a


recreação;

IV - Exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas


anteriores, desde que compatíveis com a medida restritiva de liberdade;

V - Assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;

VI - Proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;

VII - Entrevista pessoal e reservada com o advogado;

VIII - Visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias


determinados;
IX - Chamamento nominal;

X - Igualdade de tratamento, observado o posto ou graduação se militar, salvo


quanto às exigências da individualização da pena;

XI - Audiência com o Comandante da UPM;

XII - Representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;

XIII - Contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura
e de outros meios de informação que não comprometam a moral, os bons costumes
e nem a segurança da UPM;

XIV - Direito de ser informado sobre as normas a serem observadas na UPM.

Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos IV, VIII e XIII poderão ser
suspensos ou restringidos mediante ato motivado do Comandante da UPM.

Art. 12. É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do


internado ou do submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares ou
dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento.

Parágrafo Único. As divergências entre o médico oficial e o particular, serão


resolvidas pelo Juiz de Direito que determinou a medida restritiva de liberdade.

DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE

Art. 13. A assistência à saúde do preso compreenderá atendimento médico,


farmacêutico e odontológico.

Parágrafo Único. A assistência de que trata esse artigo, poderá ser prestada pelos
profissionais do Quadro de Saúde da PM ou, na impossibilidade deste, em hospitais
da rede pública ou privada.
Art. 14. Os medicamentos destinados aos presos deverão ser acompanhados de
prescrição médica e entregues ao Comandante da UPM, que determinará o registro
em prontuário de controle de medicação.

DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA

Art. 15. A assistência jurídica tem por finalidade a proteção dos direitos do preso
nos termos da LEP e deste Regimento Interno.

Parágrafo Único. O preso que não tiver condições financeiras de contratar um


advogado, deverá requerer os serviços da Defensoria Pública, nos termos do art. 5º,
LXXIV e art. 134, ambos da CRFB.

Art. 16. O advogado do preso terá livre acesso as instalações da UPM para assistir
seu cliente, independente de horário, conforme preceitua o art. 7º, VI, „b‟ e „c‟ da
Lei nº 8906/94.

Art. 17. A entrevista com advogado realizar-se-á em local reservado.

Parágrafo Único. Este local deverá ser vigiado, porém deverá ser mantida certa
distância, fins garantir a integridade física de ambos e a privacidade da entrevista.

Art. 18. Após a entrevista o preso passará por revista pessoal, fins resguardar a
segurança dos policiais militares responsáveis pela guarda.

DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA

Art. 19. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos,
permitindo-lhes a participação nos serviços organizados na UPM, bem como a
posse de livros de instrução religiosa.

§ 1º. O Comandante da UPM destinará local apropriado para os cultos religiosos,


desde que exista local disponível, estabelecendo as condições de segurança
necessárias.
§ 2º. Nenhum preso será obrigado a participar de atividade religiosa.

Art. 20. O Comandante da UPM velará para que seja mantida, de forma atualizada,
a relação de religiosos e leigos e seus grupos, autorizados a trabalharem na UPM,
onde constará a qualificação completa de cada um e o respectivo diretor,
encarregado, ou orientador espiritual.

Art. 21. Nenhum religioso ou leigo ou grupo religioso ou grupo leigo poderá iniciar
seus trabalhos sem antes ser devidamente cientificado de que seu trabalho deve
desenvolver-se em harmonia com as normas da UPM.

Art. 22. Na realização de trabalhos internos dever-se-á dar preferência a atividades


ecumênicas.

Art. 23. De modo algum se permitirão cultos ou atividades que causem ou possam
causar tumultos ou delírios.

DO TRABALHO

Art. 24. O trabalho do preso, como dever social e condição de dignidade humana,
terá finalidade educativa e produtiva.

§ 1º. O preso cautelarmente não é obrigado a trabalhar, exceto na assepsia do


alojamento onde está segregado, podendo ser realizado somente no interior da
UPM;

§ 2º. A jornada de trabalho não será inferior a 06 (seis), nem superior a 08 (oito)
horas, respeitado o descanso aos sábados, domingos e feriados;

§ 3º. Será mantido livro de registro e controle da rotina de trabalho;

§ 4°. Aos presos com condenação transitada e julgada haverá regulamentação


através de Portaria específica e de acordo com autorização judicial para a remissão
da pena.
Art. 25. Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho precauções relativas à
segurança e à higiene.

Art. 26. Será proibido qualquer tipo de trabalho que importe em fiscalização ou
controle de um preso sobre outro.

DAS VISITAS

Art. 27. As visitas ao preso se caracterizam sob duas modalidades:

I - comuns;

II - conjugais, denominadas visitas íntimas, desde que comprovado casamento ou


regime de união estável.

Parágrafo único. Não haverá visita conjugal (íntima) nas dependências do 9º BPM,
quando o alojamento também se destinar ao uso coletivo dos policiais militares da
UPM.

Art. 28. Ficam estabelecidos como dias de visitas para os presos as quintas-feiras e
os domingos, das 09h00min às 11h30min e das 13h30min às 16h00min, devendo-se
usar as dependências da recepção e do refeitório.

§ 1º. O horário limite para entrada de visitantes na UPM será até as 15h00min.

§ 2º. Não será permitida a presença de visitantes no refeitório durante os horários de


refeições das 11h30min às 13h30min, considerando o espaço não comportar
cumulativamente os visitantes e o efetivo de serviço, exceto aos domingos;

§ 3º. Somente serão admitidas visitas de 02 (duas) pessoas por turno para cada
preso, fins garantir o controle e a segurança da UPM;
§ 4°. Excepcionalmente poderá ser autorizada utilização de outras salas nas
dependências do Batalhão para a recepção dos advogados conforme Artigo 17 desta
Portaria.

Art. 29. Em situações excepcionais, havendo riscos iminentes à boa ordem, à


segurança e à disciplina, a visitação poderá ser suspensa ou restringida, por ato
motivado do Comandante da UPM e, na sua ausência pelo Oficial de Área.

Art. 30. Antes e depois das visitas, o preso e seus objetos poderão ser submetidos à
revista.

Art. 31. Toda e qualquer quantia em dinheiro que der entrada na UPM destinada ao
preso deverá ser previamente autorizada pelo Comandante da UPM.

Art. 32. As pessoas idosas, gestantes e deficientes físicos, terão prioridade nos
procedimentos adotados para a realização da visita.

Art. 33. Não será permitido aos visitantes portar:

I - Bebida alcoólica ou qualquer tipo de substância entorpecente;

II - Arma de fogo e munição de qualquer espécie, material inflamável ou explosivo;

III - Armas de qualquer tipo ou objeto que possa ser transformado em artefato capaz
de ofender a integridade física de outrem, e ainda, danificar as instalações.

Art. 34. Os objetos trazidos pelos visitantes deverão ser criteriosamente vistoriados
pela Guarda da UPM, antes de serem entregues ao preso.

Art. 35. Os visitantes deverão observar os preceitos da caserna, com atenção ao uso
apropriado de vestimentas, de maneira que fica proibida a entrada de pessoas
trajando shorts, chinelos, camisetas regatas, blusas tomara que caia, roupas curtas e
similares, bem como deverão observar:
I - Os visitantes autorizados a adentrar ao local de visita, poderão levar os itens
abaixo relacionados ao preso visitado, de acordo com a Portaria nº
028/2006/GAB/SAJU/SEJUSP, de 22 de dezembro de 2006, devendo retornar com
as sobras e utensílios, bem como recolher o lixo e depositá-los na lixeira:

a) Comida salgada, pronta para o consumo, fatiada;

b) Doces;

c) Frutas devidamente descascadas e fatiadas.

II - Os itens e quantitativos a seguir relacionados poderão adentrar à UPM para


consumo do preso, sendo que os gêneros alimentícios poderão ser levados
semanalmente de acordo com a portaria referida anteriormente:

a) 04 (quatro) pacotes de cigarros lacrados ou 3 (três) pacotes de fumo lacrados;

b) 02 (dois) pacotes de bolacha água e sal – 200 gramas;

c) 02 (dois) pacotes de bolacha tipo maisena;

d) 01(um) ventilador, mediante nota fiscal ou recibo, devidamente fiscalizado e


controlado pela guarda da UPM;

e) Livros e revistas com a autorização do Comandante da UPM, representado pelo


Oficial de Área;

f) 01 (um) refrigerante de 02 (dois) litros;

g) Materiais de artesanato, após análise do Comandante da UPM.

III - Quando a UPM não dispuser dos materiais de higiene abaixo transcrito, fica
autorizada a entrada, quinzenalmente, os seguintes itens:
a) 01 (uma) unidade de creme dental;

b) 02 (duas) unidades de sabonete;

c) 02 (duas) unidades de parelho de barbear;

d) 01 (um) par de chinelo;

e) Vestuário (camisetas, short, bermuda e lençol).

Art. 36 - Os valores e objetos, considerados inadequados com as disposições deste


regimento, encontrados em poder do visitante, não poderão entrar na UPM, sendo
responsável pela guarda o próprio possuidor.

Parágrafo Único. Caso a posse constitua ilícito penal, serão tomadas as providências
legais cabíveis.

DA VISITA COMUM

Art. 37. O preso poderá receber visita do cônjuge ou da companheira, dos filhos, de
parentes e de amigos, nos dias marcados, ou, excepcionalmente, em dia autorizado
pelo Comandante da UPM, desde que incluídas no rol de visitantes.

Art. 38. O preso deverá relacionar seus visitantes até no máximo de 10 (dez), sendo
que poderá receber até 04 (quatro) visitantes por dia de visita, incluindo os
adolescentes entre 12 e 18 anos, excetuando as crianças de até 12 anos incompleto.

§ 1º. No rol de visitantes deverá constar o nome, número da carteira de identidade,


endereço e grau de parentesco ou relação social com o militar estadual preso.

§ 2º. A limitação do número de visitantes visa propiciar adequadas condições de


revistas, acomodação em espaço físico, preservação das condições de saúde, higiene
e bem-estar, bem como da segurança da UPM.
Art. 39. Por determinação do Comandante da UPM e por prazo determinado, poderá
ser suspensa a visitação, ou mesmo cancelado o cadastro do visitante, em decisão
fundamentada, dando-se ciência aos interessados.

Parágrafo único. A suspensão da visitação e a exclusão de pessoas do rol de visitas


ocorrerá quando for necessária à preservação da disciplina, da moral e dos bons
costumes.

Art. 40. Os visitantes, previamente cadastrados, deverão apresentar documento de


identificação com foto, sendo que o referido documento ficará retido na Guarda da
UPM para controle, sendo restituído ao término da visita.

Art. 41. A inclusão no rol de visitantes dar-se-á após serem obedecidas às seguintes
formalidades:

I - Solicitação do militar estadual preso, de próprio punho;

II - Providencia por parte das visitas das documentações

exigidas; III - Após verificação sobre a idoneidade da visita.

Art. 42. Quando se tratar de visitas do pai, mãe e filhos menores de 18 anos, os
seguintes documentos deverão ser apresentados:

I - Xerox do RG e Certidão de Nascimento;

II - Comprovante de endereço.

Art. 43. Quando se tratar de visitas de outros parentes, amigos e filhos maiores de
18 anos, os seguintes documentos deverão ser apresentados:
I - Xerox do RG;

II - Comprovante de endereço;
III - Atestado de antecedentes criminais.

Art. 44. As visitas comuns serão realizadas em local próprio, em condições dignas,
que possibilitem a vigilância pela Guarda da UPM.

Art. 45. O visitante, familiar ou não, será excluído do rol de visitas e terá o seu
ingresso proibido na UPM, quando se verificar que:

I - Da visita resulte qualquer fato danoso que envolva o visitante ou preso;

II - Praticou ato tipificado como crime ou contravenção penal;

III - Da visita resulte qualquer fato que comprometa a disciplina, a hierarquia, a


moral e os bons costumes;

Art. 46. É vedada, sob qualquer hipótese, a entrada de visitantes no interior do


alojamento.

DA REVISTA

Art. 47. A revista consiste no exame de pessoas, objetos, bens, valores e veículos,
que adentrem a UPM e as áreas habitacionais dos presos, com a finalidade de
localizar objetos ou substâncias não permitidas ou que venham a comprometer a
segurança e disciplina.

Art. 48. Os procedimentos de revista, nas áreas habitacionais de convívio do preso e


no alojamento, devem ser feitos de maneira que não imponham constrangimento
físico ou moral e que preservem seus pertences pessoais.

Parágrafo Único. A revista de que trata o caput, quando possível, deve ser feita na
presença do preso.
Art. 49. Havendo recusa da visita em se submeter à revista será vedada a sua
entrada.

Art. 50. São adotados os seguintes procedimentos de revista:

I - Manual;

II - Mecânico;

III - Íntimo corporal, caso necessário.

DA REVISTA MANUAL E MECÂNICA

Art. 51. A revista efetua-se por meios manuais ou mecânicos, em pessoas que, na
qualidade de visitantes ingressarem na UPM.

§1º. A revista manual é efetuada por servidor habilitado, do mesmo sexo.

§2º. A revista mecânica é feita com a utilização de detectores de metais, ou meios


assemelhados.

§3º. A revista em menores, nos casos que couber, deve se realizar na presença dos
pais ou responsáveis.

Art. 52. São isentos da revista manual:

I - Advogados, no exercício profissional;

II - Magistrados, Promotores e Procuradores de Justiça, Defensores Públicos e


Procuradores;

III - Parlamentares;

IV - Chefes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário;


V - Ministros e Secretários de Estado;

VI - Representantes Religiosos, desde que devidamente credenciados;

VII - Outros, a critério do Comandante da UPM, registrando-se em livro próprio.

Art. 53. Os profissionais elencados no artigo anterior, que não estiverem no


exercício da função, mas na condição de visita particular, devem ser submetidos à
revista corporal.

DA REVISTA ÍNTIMA CORPORAL

Art. 54. A revista íntima corporal, quando necessária, consiste no desnudamento


parcial do preso e de seus visitantes.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo deve ser adotado com a finalidade
de coibir a entrada ou a presença de objeto ou substância proibida por lei ou pelo
Comandante da UPM, ou que venham a por em risco a segurança da UPM.

Art. 55. A revista íntima corporal deve ser efetuada em local reservado, por pessoa
do mesmo sexo, preservadas a honra e a dignidade do revistado.

I - Encaminhamento do visitante a uma unidade de saúde para realização de exame;

II - Condução do preso a uma unidade de saúde para realização de exame, se


necessário.

§1º. É proibida a revista interna, visual ou tátil do corpo do indivíduo.

§2º. Nos casos em que após a revista íntima corporal, ainda haja dúvida quanto ao
porte de objeto ou substância não permitido, a entrada não deve ser autorizada.
§3º. Na hipótese da ocorrência do previsto no parágrafo anterior deverá ser
providenciado:

DA APRESENTAÇÃO PESSOAL

Art. 56. A higiene pessoal será de responsabilidade do militar estadual preso.

Art. 57. A vestimenta a ser utilizada pelo preso, nas áreas comuns, será camiseta
branca, calça jeans, sapato ou tênis preto.

§ 1º. As mulheres será facultado o uso de saia longa, na cor preta.

§ 2º. Quando da realização de pratica esportiva e banho de sol, será facultado o uso
de camiseta regata branca, short preto, tênis preto e meia branca, não sendo
permitido uso de sunga, trajes íntimos ou assemelhados.

Art. 58. O preso quando militar somente poderá utilizar uniforme da Corporação
nas seguintes condições:

I - Forem apresentados ao Poder Judiciário;

II - Forem apresentados à Corregedoria Geral ou à Conselho de Justificação ou


Disciplina;

III - Forem apresentados em outra UPM, por motivo de processos administrativos,


nesse caso, mediante autorização judicial.

DAS INSTALAÇÕES

Art. 59. A medida restritiva de liberdade será cumprida em condições que irá
assegurar a segurança externa e interna da UPM, desde que preserve os direitos do
preso, a ordem e a disciplina.
Art. 60. Considerando que a UPM não dispõe de cela ou recinto específico para
permanência de presos, fica estabelecido que o local de custódia dos presos será no
alojamento coletivo da UPM, que dispõe de banheiro interno, sendo que o
alojamento deverá permanecer trancado.

DAS PROIBIÇÕES

Art. 61. É vedada a saída do preso da UPM, salvo quando autorizado, por escrito,
pelo Juiz de Direito que determinou a medida restritiva de liberdade ou pelo
Comandante da UPM, ambos os casos mediante escolta, ressalvadas as hipóteses
previstas nos artigos 122 a 125 da LEP.

Art. 62. O preso deverá permanecer no Alojamento da UPM, podendo sair nos
horários de refeição, banho de sol e de visita, devendo sempre informar a guarda da
UPM qual seu destino.

Art. 63. O preso terá como horário para banho de sol das 07h00min às 09h00min ou
das 14h00min às 18h00min, conforme a conveniência do serviço da guarda da
UPM, horário que poderá usar o pátio da UPM e o campo de futebol para realizar
atividades físicas, devendo sempre informar a guarda da UPM qual seu destino.

Parágrafo único. Em casos excepcionais, conforme a necessidade do serviço da


guarda da UPM poderá, temporariamente, ser suspenso o banho de sol do preso e/ou
modificado seu horário.

Art. 64. O preso, salvo os casos expressos em Mandado Judicial, deverá se recolher
ao alojamento da UPM às 20h00min, onde deverá permanecer por toda a noite,
somente podendo sair com autorização do Oficial de dia da UPM.

Art. 65. É proibida a utilização de televisores e aparelhos de som entre as 22h00min


e 06h00min, sendo permitido apenas um aparelho televisor por alojamento.

PRESCRIÇÕES DIVERSAS
Art. 66. O militar estadual preso ao ingressar na UPM será fotografado, e terá
aberto, em seu nome, prontuário, devidamente identificado em ordem seriada, onde
serão anotados, entre outros, seus dados de qualificação de forma completa, dia e
hora do ingresso, grau de escolaridade, situação da saúde física e aptidão
profissional.

Art. 67. Toda e qualquer determinação em contrário ou não prevista nesta norma
deverão ser comunicadas imediatamente ao Comandante da UPM que tomará as
providências cabíveis, com esteio nas legislações em vigor.

Art. 68. O militar estadual preso será posto em liberdade, somente, por ordem
judicial.

Art. 69. Deverão sempre ser observados os princípios norteadores dos Direitos
Humanos, respeitando a dignidade do preso como pessoa;

Art. 70. O preso deverá realizar as refeições no refeitório da UPM, sendo que o café
da manhã será das 06h00min às 07h30min, o almoço será das 11h30min às
13h00min e o jantar das 19h00min às 20h00min.

Art. 71. Os casos omissos nesta Portaria serão resolvidos pelo Comandante da
UPM;

Art. 72. Esta NGA entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas
todas as disposições em contrário.

Quartel em Cuiabá – MT, 30 de outubro de 2017.

Marco Antonio Guimarães – Ten Cel PM


Comandante do 9º BPM

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