Teófilo Otoni - MG
2012
UFVJM 2
OBJETIVOS GERAIS:
Fornecer os pressupostos básicos de iniciação à pesquisa e ao trabalho científicos, que
permitam ao aluno adequada inserção na Universidade e um bom aproveitamento nos
estudos do Curso. Conscientizar o aluno da importância da formação de hábitos de
leitura e estudo científico que lhes forneçam o desenvolvimento de uma vida intelectual
disciplinada e organizada, garantindo-lhe desta maneira produtividade nos estudos.
Promover no aluno a prática do conteúdo metodológico estudado através de exercícios
e práticas, com o objetivo de adquirir fundamentos científicos e metodológicos à
pesquisa e ao trabalho acadêmico. Promover a concepção da função da Universidade,
por meio do debate sobre a pesquisa e sobre o trabalho científico, de que a
universidade é por excelência o âmbito da ciência, da Educação Superior, da Pesquisa
e do desenvolvimento do raciocínio lógico e do espírito crítico.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Conceituar, diferenciar e relacionar método, técnica, método científico, pesquisa,
ciência e metodologia científica. Conceituar pesquisa, destacar sua importância em
nível de graduação e identificar as suas modalidades e fases. Definir, caracterizar e
diferenciar os tipos de trabalhos técnicos acadêmicos nos cursos de graduação.
Identificar e caracterizar as etapas do trabalho acadêmico. Caracterizar e aplicar os
processos da técnica de leitura analítica para análise e interpretação de textos teóricos
e/ou científicos. Identificar, distinguir e aplicar as diversas técnicas de documentação
para elaboração do trabalho acadêmico. Identificar as características e normas gerais
da linguagem e redação científica e aplicá-las na produção de textos acadêmicos.
Aplicar as normas de citações e referências atuais da ABNT, na elaboração de
trabalhos acadêmicos. Elaborar trabalhos acadêmicos seguindo as orientações
metodológicas.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1 APRESENTAÇÕES: da Ementa, dos Conteúdos da Disciplina, das Avaliações, da
Biblioteca, do Laboratório de Informática e da Universidade (04h)
1.1 Educação Superior como Formação Científica, Profissional e Política (02h)
2 CONHECIMENTO (02h)
2.1 Conhecimento empírico
2.2 Conhecimento teológico
UFVJM 3
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO
- Seminário
- E outros pré-estabelecidos pelo docente.
Bibliografia Básica:
GIL, Antônio C.. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1996.
LAKATOS, E.M.; MARCONI, M.A. Fundamentos de Metodologia Científica. 6.ed. editora
Atlas, 2005.
LAKATOS, E.M.; MARCONI, M.A. Metodologia Científica. 5.ed. Editora Atlas, 2007.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez,
2002.
Bibliografia Complementar:
SUMÁRIO
6.4 Dissertação 45
6.5 Tese 45
6.6 Artigo científico 45
7 TÉCNICAS DE LEITURA 46
8 TIPOLOGIA DE TEXTO ACADÊMICO-CIENTÍFICO 49
9 NORMAS DA ABNT (1ª PARTE) 52
10 TRABALHOS ACADÊMICOS: TÉCNICAS DE PESQUISA 54
10.1 Fichamentos: Bibliográfico; Transcrição; Apreciação; Resumo 55
10.2 Resenha Crítica 56
10.3 Paper 56
10.4 Estudo Dirigido 57
10.5 Esquema 57
10.6 Relatórios: Pesquisa Científica; Aula Prática; Visita Técnica 58
11. NORMAS DA ABNT (2ª PARTE) 59
12 TRABALHOS ACADÊMICOS ORAIS 61
12.1 Conferência 61
12.2 Comunicação Acadêmica Oral 62
12.3 Comunicação Científica Oral 63
12.4 Mesa Redonda 65
12.5 Seminário 66
13 REFERÊNCIAS 69
UFVJM 9
1 APRESENTAÇÕES
1
Conferir SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez, 2007.
p. 22 – 24.
UFVJM 11
De modo geral, a educação pode ser mesmo conceituada como o processo mediante o
qual o conhecimento se produz, se reproduz, se conserva, se sistematiza, se organiza,
se transmite e se universaliza, disseminando seus resultados no seio da sociedade. E
esse tipo de situação se caracteriza então, de modo radicalizado, no caso da educação
universitária. No entanto, a tradição cultural brasileira privilegia a condição da
Universidade como lugar de ensino, entendido e sobretudo praticado como transmissão
de conteúdos acumulados de produtos do conhecimento. Mas, apesar da importância
dessa função, em nenhuma circunstância pode-se deixar de entender a Universidade
igualmente como lugar priorizado da produção do conhecimento. A distinção entre as
funções de ensino, de pesquisa e de extensão, no trabalho universitário, é apenas uma
estratégia operacional, não sendo aceitável conceber-se os processos de transmissão
da ciência e da socialização de seus produtos, desvinculados de seu processo de
geração.
È assim que a própria extensão universitária deve ser entendida como o processo que
articula o ensino e a pesquisa, enquanto interagem conjuntamente, criando um vínculo
fecundante entre a Universidade e a sociedade, no sentido de levar a esta a
contribuição do conhecimento para sua transformação. Ao mesmo tempo que a
extensão, enquanto ligada ao ensino, enriquece o processo pedagógico, ao envolver,
docentes, alunos e comunidade num movimento comum de aprendizagem, enriquece o
processo político ao se relacionar com a pesquisa, dando alcance social à produção do
conhecimento.
Na Universidade, ensino, pesquisa e extensão efetivamente se articulam, mas a partir
da pesquisa, ou seja: só se aprende, só se ensina, pesquisando; só se presta serviços
à comunidade, se tais serviços nascerem e se nutrirem da pesquisa.‖ (SEVERINO,
Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez, 2007. P.
22-24)
2 CONHECIMENTO2
2
Conferir LAKATOS, E. M., MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 7 ed. São
Paulo: Atlas, 2010. p.57 – 64.
UFVJM 12
conhecimento abstrato a respeito daquilo que não podia ser explicado materialmente.
Assim, o conhecimento foi se dividindo da seguinte forma: empírico, teológico, filosófico
e científico.
universalmente válidas para todos os fenômenos da mesma natureza. Ainda assim, ele
está sempre sob júdice, podendo ser revisado ou reformulado a qualquer tempo, desde
que se possa provar sua ineficácia.
3 METODOLOGIA DA PESQUISA3
A palavra Metodologia vem do grego; meta que significa ao largo; odos caminho;
logos, discurso, estudo. Consiste em estudar e avaliar os vários métodos disponíveis e
suas utilizações. Corresponde a um conjunto de procedimentos que auxiliam na
obtenção do conhecimento. De acordo com Minayo (1999), entende-se por metodologia
o caminho do pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade. Neste
sentido, a metodologia ocupa um lugar central no interior das teorias e está referida a
elas. Já a pesquisa é entendida como a atividade básica da ciência, buscando
questionar e construir a realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino e a
atualiza frente à realidade do mundo. Embora seja uma prática teórica, a pesquisa
vincula pensamento e ação. Ou seja, nada pode ser intelectualmente um problema, se
não tiver sido, em primeiro lugar, um problema da vida prática. As questões da
investigação estão, portanto, relacionadas a interesses e circunstâncias socialmente
condicionadas.
A Metodologia e a Universidade4
(Aidil Barros e Neide Lehfeld)
3
Conferir LAKATOS, E. M., MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 7 ed. São
Paulo: Atlas, 2010. p. 01 – 16.
4
BARROS, Aidil Jesus Paes de; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. A metodologia e universidade.
In: ___. Fundamentos de metodologia: um guia para a iniciação científica. São Paulo: Mc Graw-Hill,
1986. p. 1-14.
UFVJM 14
reescrevê-la. Adverte, ainda, que o ensino superior exige dos universitários maior
autonomia no processo de aprendizagem e postura de auto-atividade didática
rigorosa, crítica e criativa, bem como um projeto de trabalho intelectual
individualizado, apoiado em material didático e científico que se constitui basicamente
na bibliografia especializada.
Com estas afirmações o autor citado nos leva a refletir sobre a necessidade de
preparação do estudante por meio da consulta bibliográfica afim com as suas
necessidades de aprendizagem. É necessário que o estudante utilize, com a devida
freqüência, as bibliotecas disponíveis. A leitura de livros indicados na bibliografia do
curso, de revistas especializadas, de jornais e outras fontes de consulta facilita a
apreensão dos conteúdos e permite uma visão ampliada do assunto, oferecendo outras
referências que ajudam a ampliar seu horizonte.
A autonomia do processo de aprendizagem requer do aluno um esforço disciplinar, uma
programação das atividades de estudo, uma divisão adequada do tempo que propiciem
a periodicidade de leituras, a participação em seminários, palestras, etc. O ensino
superior requer, além do estudo habitual, a participação em eventos e acontecimentos
que promovam a reflexão e ampliação dos conhecimentos. A auto-atividade didática
é, portanto, imprescindível e deve estar presente na vida do estudante
preocupado com a sua formação.
Um dos objetivos de um curso de graduação é formar nos alunos o espírito científico
que busca a obtenção de conhecimentos novos, aprimorando-os como seres ativos e
participantes da história.
A proposta deve ser a de aprender, isto é, na adianta apenas uma série de
informações, é preciso aprender a fazer e aprender fazendo. As atividades de estudo
como a leitura analítica, o estudo da documentação e a elaboração de trabalhos
científicos têm de ser efetivamente praticados. Estas atividades são desenvolvidas com
o auxílio do instrumental de trabalho, utilizando técnicas de leitura, condensação de
textos, etc.
3.3 A Leitura5
5
Conferir SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez, 2007.
p. 49 – 66.
UFVJM 17
das frases possui uma palavra-chave, que pode ser percebida diretamente ou com a
ajuda de outras palavras que a substituem.
Posteriormente, devemos identificar, nos diversos parágrafos, as idéias secundárias
que articulam o entendimento final do texto.
É importante fazer boas leituras porque esta prática enriquece o vocabulário,
possibilitando ao leitor progredir cientificamente; adquirir experiência, melhorar a
comunicação e, principalmente, a redação. A leitura amplia e desperta a inteligência
para um aprofundamento cada vez maior no conhecimento, clareando as idéias,
permitindo uma abordagem do tema sob diferentes perspectivas, e fornecendo opções
de soluções para os problemas de pesquisa, de acordo com os modelos teóricos de
outros autores/pesquisadores.
A leitura é imprescindível na elaboração de trabalhos de investigação científica. É
importante consultar os autores, os livros e as revistas, que possam fornecer as
informações necessárias. Devemos examinar sumariamente os componentes físicos
dos livros cujos títulos nos interessam. Verificar o nome do autor, seu currículo, ler a
orelha do livro, o sumário, a documentação ou as citações ao pé das páginas.
Investigar a referência, assim como verificar a editora, a data, a edição e ler
rapidamente o prefácio. A convergência desses vários elementos nos
ajuda a identificar o texto e a selecionar as obras de interesse.
Para auxiliar a transposição da leitura, é necessário que o leitor faça uma análise do
texto. O estudo e a interpretação do texto vão depender dos objetivos do leitor e do fim
a que se destina. Os textos de estudo de caráter científico, por exemplo, requerem, por
parte de quem analisa um método de abordagem e certa disciplina intelectual.
UFVJM 19
Segundo Eco (1989), a situação ideal seria dispor de todos os livros de que se tem
necessidade. Entretanto, verifica-se que essa condição ideal é muito rara, mesmo para
um estudioso profissional. Assim, o armazenamento das informações coletadas em
bibliotecas, repartições públicas, centros culturais, sites de busca na Internet, etc,
poderá ser realizado através de um arquivo de fichas ou um arquivo de computador.
É oportuno destacar que os fichamentos são extremamente importantes na fase de
coleta de informações, pois auxiliam no registro de resumos, opiniões, citações, enfim,
tudo o que possa servir como embasamento para a redação do texto do trabalho de
pesquisa.
Tenha em mente que os esforços empreendidos durante a elaboração dos
fichamentos serão altamente recompensados no momento da redação final da
pesquisa, revertendo em ganho de tempo.
A ficha é geralmente composta pelas seguintes partes: cabeçalho, referências,
resumo da obra, citações, contribuições em relação ao assunto em estudo e
recursos ilustrativos de interesse.
O campo destinado ao cabeçalho solicita informações que facilitarão a identificação
futura do seu trabalho: a linha de pesquisa, o tema, o nome do postulante, a data do
fichamento e o número referência da ficha.
O campo destinado às referências deve ser preenchido conforme as normas da ABNT
(descritas no Manual de Apresentação de Trabalhos Acadêmicos e Dissertações), isto
facilitará a composição do trabalho no momento da redação. O campo destinado ao
resumo da obra, embora simples, deve permitir ao pesquisador identificar quais são os
assuntos tratados, bem como as principais conclusões do autor.
O campo destinado às citações poderá ser preenchido com citações diretas ou
indiretas, tendo por finalidade destacar as idéias que irão sustentar o seu raciocínio
lógico, durante a confecção do Referencial Teórico (capítulo que traduz tudo aquilo que
já foi publicado sobre o tema em estudo) de sua pesquisa. As citações não devem
aparecer no seu trabalho como uma simples cópia do pensamento de outros autores,
elas devem conter subsídios que lhe permitirão a sustentação de hipóteses (DM) ou a
discussão de questões de estudo (TCC). O campo destinado às contribuições em
relação ao assunto em estudo deve conter o seu parecer acerca do pensamento do
autor, visando facilitar a construção do seu raciocínio lógico durante a confecção do
trabalho; anote quantas idéias puder acerca do que foi lido e estudado, este é o melhor
momento para apreender idéias que contribuam para a sustentação da sua posição em
relação ao problema de estudo.
O campo destinado aos recursos ilustrativos de interesse deve conter tabelas,
gráficos, figuras ou outros recursos que enriqueçam e/ou facilitem o entendimento do
leitor acerca do seu trabalho.
4 A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
Ciência e Conhecimento
4.1 A CIÊNCIA
Variados autores apresentam o que entendem por ciência através de conceitos que são
permanentemente ampliados, uma vez que suas idéias não são definitivas.
Pode-se afirmar que ciência é um conjunto de informações sistematicamente
organizadas e comprovadamente verdadeiras a respeito de um determinado tema.
Contudo existem muitas maneiras de pensar, de organizar e de comprovar os estudos,
dependendo do caminho que se segue (método). Os objetivos da ciência podem ser
apresentados como a melhoria da qualidade de vida intelectual e vida material. Para o
alcance dos objetivos, são necessárias novas descobertas e novos produtos. Os
princípios da ciência podem ser classificados como: nunca absoluto ou final, pode ser
sempre modificado ou substituído; a exatidão nunca é obtida integralmente, mas sim,
através de modelos sucessivamente mais próximos; é um conhecimento válido até que
novas observações e experimentações o substituam.
O conceito apresentado por Ander-Egg (1978) define ciência como um conjunto de
conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e
verificáveis, que fazem referência a objetos de uma mesma natureza.
Para Trujillo (1974), ciência é uma sistematização de conhecimentos, um conjunto de
proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos
que se deseja estudar. Um conjunto de atitudes e atividades racionais dirigidas ao
sistemático conhecimento com objetivo limitado, capaz de ser submetido à verificação.
Pode-se considerar a ciência como uma forma de conhecimento que tem por objetivo
formular, mediante linguagem rigorosa e apropriada (se possível com o
auxílio da linguagem matemática), leis que regem os fenômenos. Neste sentido, o
conhecimento deve ser:
a) objetivo, porque descreve a realidade independente dos caprichos do pesquisador;
b) racional, porque se vale, sobretudo, da razão e não da sensação ou impressões,
para chegar a seus resultados;
c) sistemático, porque se preocupa em construir sistemas de idéias organizadas
racionalmente e em incluir os conhecimentos parciais em totalidades cada vez mais
amplas;
d) geral, porque seu interesse se dirige fundamentalmente à elaboração de leis e
normas gerais, que explicam todos os fenômenos de certo tipo;
e) verificável, porque sempre possibilita demonstrar a veracidade das informações; e
UFVJM 23
Segundo Gil (1999), há conhecimentos que não pertencem à ciência, tais como: o
conhecimento vulgar, o religioso e, em certa acepção, o filosófico. A partir destas
características torna-se possível, em boa parte dos casos, distinguir entre o que é
ciência e o que não é.
Segundo Lakatos e Marconi (2000), não existe um consenso na apresentação da
classificação das ciências; o que é ciência para alguns autores, ainda permanece
como ramo de estudo para outros, e vice-versa. Mas, baseando-se em Bunge (1976),
as autoras adotam a seguinte classificação: ciências formais e ciências factuais. As
ciências formais se encarregam do estudo das idéias, dividindo-se em lógica e
matemática. Por não terem relação com algo encontrado na realidade, não podem
valer-se dos contatos com essa realidade para convalidar suas fórmulas, utilizando a
lógica para demonstrar rigorosamente seus teoremas. Os resultados alcançados pelas
ciências formais demonstram ou provam hipóteses.
As ciências factuais se encarregam do estudo dos fatos, dividindo-se em naturais e
sociais. Referem-se a fatos que supostamente ocorrem no mundo e, em conseqüência,
recorrem às observações e às experimentações para comprovar ou refutar suas
hipóteses. Os resultados alcançados pelas ciências factuais verificam, comprovam ou
refutam hipóteses que, em sua maioria, são provisórias.
A grande diferença entre as ciências formais e factuais é que a demonstração (formal)
é completa e final, ao passo que a verificação (factual) é incompleta e, por este motivo
ela é temporária.
Parra Filho (2000), ao referir-se à classificação atual dos vários campos da ciência,
ressalta que as classificações da ciência devem ser provisórias, devido a
sua constante evolução. A classificação é importante porque mostra a unidade e ao
mesmo tempo a variedade do conhecimento humano, assinala o domínio próprio de
cada ciência, patenteia as relações lógicas que as unem entre si e revelam a ordem em
que as ciências devem ser estudadas.
6
Conferir LAKATOS, E. M., MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 7 ed. São
Paulo: Atlas, 2010. p. 65 – 97.
UFVJM 24
Método proposto pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz que pressupõe que
só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro. O raciocínio dedutivo tem o
objetivo de explicar o conteúdo das premissas. Por intermédio de uma cadeia de
raciocínio em ordem descendente (análise do geral para o particular) para chegar a
uma conclusão. Usa o silogismo, construção lógica para, a partir de duas premissas,
retirar uma terceira, logicamente decorrente das duas primeiras, denominada de
conclusão (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993).
Veja um clássico exemplo de raciocínio dedutivo:
Exemplo:
UFVJM 25
Método proposto pelos empiristas Bacon, Hobbes, Locke e Hume. Considera que o
conhecimento é fundamentado na experiência, não levando em conta os princípios
preestabelecidos. No raciocínio indutivo a generalização deriva de observações de
casos da realidade concreta. As constatações particulares levam à elaboração de
generalizações (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993).
Veja um clássico exemplo de raciocínio indutivo:
E
Antônio é mortal.
João é mortal.
Paulo é mortal.
...
Carlos é mortal.
Ora, Antônio, João, Paulo... e Carlos são homens.
Logo, (todos) os homens são mortais.
Segundo Wricht (apud HEGENBERG, 1976, p. 174), a indução pode ser caracterizada
da seguinte forma: o fato de que algo é verdade, relativamente a certo número de
elementos de uma dada classe, permite concluir que o mesmo será
verdade, relativamente a elementos desconhecidos da mesma classe. Se em especial,
a conclusão se aplica a um número ilimitado de elementos não examinados, diz-se que
a indução leva a uma generalização.
O método indutivo propõe que, em primeiro lugar, está a observação dos fatos
particulares e depois a hipótese a confirmar. Há, portanto, uma inversão de
procedimentos em relação ao método dedutivo.
Tudo se
Relaciona
Tudo se
Transforma
Mudança
Qualitativa
Luta dos
Contrários
Considerações Finais
5 PESQUISA CIENTÍFICA7
O que é pesquisa? Esta pergunta pode ser respondida de muitas formas. Pesquisar
significa, de forma bem simples, procurar respostas para indagações propostas. Minayo
(1993, p.23), vendo por um prisma mais filosófico, considera a pesquisa como
―atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma
atitude e uma prática teórica de constante busca que define um processo
intrinsecamente inacabado e permanente. É uma atividade de aproximação sucessiva
da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e
dados‖. Demo (1996, p.34) insere a pesquisa como atividade cotidiana considerando-a
como uma atitude, um ―questionamento sistemático crítico e criativo, mais a intervenção
competente na realidade, ou o diálogo crítico permanente com a realidade em sentido
teórico e prático‖.
Para Gil (1999, p.42), a pesquisa tem um caráter pragmático, é um ―processo formal e
sistemático de desenvolvimento do método científico. Ainda, ―pode-se definir pesquisa
como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar
respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida quando não se
dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a
informação disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser
adequadamente relacionada ao problema. A pesquisa é desenvolvida mediante o
concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas
e outros procedimentos científicos. Na realidade, a pesquisa desenvolve-se ao longo de
um processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação do problema
até a satisfatória apresentação dos resultados‖, de acordo com Antônio Carlos Gil. O
objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o
emprego de procedimentos científicos‖. Pesquisa é um conjunto de ações, propostas
para encontrar a solução para um problema, que têm por base procedimentos racionais
7
Conferir LAKATOS, E. M., MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 7 ed. São
Paulo: Atlas, 2010. p. 139 – 197.
Conferir GIL, Antônio C.. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 17 –
22.
UFVJM 30
Pesquisa Básica (ou Pura): objetiva a produção de novos conhecimentos, úteis para o
avanço da ciência, sem uma aplicação prática prevista inicialmente. Envolve verdades e
interesses universais.
UFVJM 31
Pesquisa Quantitativa: admite que de tudo pode ser quantificável, isto é, que é
possível traduzir em números as opiniões e as informações para, posteriormente,
classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas
(percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação,
análise de regressão, etc.).
Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o
sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do
sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a
atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer
o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para
coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores
tendem a analisar seus dados indutivamente.
Considerações Finais
Segundo Köche (1997, p. 121) pesquisar significa identificar uma dúvida que necessite
ser esclarecida, construir e executar o processo que apresenta a solução desta, quando
não há teorias que a expliquem ou quando as teorias que existem não estão aptas para
fazê-lo.
Portanto, pesquisar é descobrir, e assim sendo, é um fato natural a todos os indivíduos.
Ruiz (1996, p. 48) considera que pesquisa científica é a realização completa de uma
investigação, desenvolvida e redigida de acordo com as normas de metodologia
consagradas pela ciência.
Para que uma pesquisa seja considerada científica, ela deve seguir uma metodologia
que compreenda uma seqüência de etapas logicamente encadeadas, de forma que
possa ser repetida obtendo-se os mesmos resultados. Dessa maneira, os dados
obtidos contribuirão para a ampliação do conhecimento já acumulado, bem como para a
sua reformulação ou criação. Sem pesquisa não há progresso!!!
Pesquisa é a construção de conhecimento original de acordo com certas exigências
científicas. Para que seu estudo seja considerado científico você deve obedecer aos
critérios de coerência, consistência, originalidade e objetivação. É desejável que uma
pesquisa científica preencha os seguintes requisitos: ―a) a existência de uma pergunta
que se deseja responder; b) a elaboração de um conjunto de passos que permitam
chegar à resposta; c) a indicação do grau de confiabilidade na resposta obtida‖
(GOLDEMBERG, 1999, p.106). O planejamento de uma pesquisa dependerá
basicamente de três fases:
- fase decisória: referente à escolha do tema, à definição e à delimitação do problema
de pesquisa;
- fase construtiva: referente à construção de um plano de pesquisa e à execução da
pesquisa propriamente dita;
- fase redacional: referente à análise dos dados e informações obtidas na fase
construtiva. É a organização das idéias de forma sistematizada visando à elaboração
do relatório final.
8
Conferir LAKATOS, E. M., MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 7 ed. São
Paulo: Atlas, 2010. p. 197 – 215.
Conferir GIL, Antônio C.. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2007. p.161 –
171.
UFVJM 35
1) escolha do tema;
2) revisão de literatura;
3) justificativa;
4) formulação do problema;
5) determinação de objetivos;
6) metodologia;
7) coleta de dados;
8) tabulação de dados;
UFVJM 36
1 Escolha do Tema
Nesta etapa você deverá responder à pergunta: ―O que pretendo abordar?‖ O tema é
um aspecto ou uma área de interesse de um assunto que se deseja provar ou
desenvolver. Escolher um tema significa eleger uma parcela delimitada de um assunto,
estabelecendo limites ou restrições para o desenvolvimento da pesquisa pretendida. A
definição do tema pode surgir com base na sua observação do cotidiano, na vida
profissional, em programas de pesquisa, em contato e relacionamento com
especialistas, no feedback de pesquisas já realizadas e em estudo da literatura
especializada (BARROS; LEHFELD, 1999). A escolha do tema de uma pesquisa, em
um Curso de Pós- Graduação, está relacionada à linha de pesquisa à qual você está
vinculado ou à linha de seu orientador. Você deverá levar em conta, para a escolha do
tema, sua atualidade e relevância, seu conhecimento a respeito, sua preferência e sua
aptidão pessoal para lidar com o tema escolhido. Definido isso, você irá levantar e
analisar a literatura já publicada sobre o tema.
2 Revisão de Literatura
Nesta fase você deverá responder às seguintes questões: quem já escreveu e o que já
foi publicado sobre o assunto, que aspectos já foram abordados, quais as lacunas
existentes na literatura. Pode objetivar determinar o ―estado da arte‖, ser uma revisão
teórica, ser uma revisão empírica ou ainda ser uma revisão histórica. A revisão de
literatura é fundamental, porque fornecerá elementos para você evitar a duplicação de
pesquisas sobre o mesmo enfoque do tema. Favorecerá a definição de contornos mais
precisos do problema a ser estudado (veja a Aula 5, que abordará especialmente a
Revisão de Literatura).
3 Justificativa
Nesta etapa você irá refletir sobre ―o porquê‖ da realização da pesquisa procurando
identificar as razões da preferência pelo tema escolhido e sua importância em relação a
outros temas. Pergunte a você mesmo: o tema é relevante e, se é, por quê? Quais os
pontos positivos que você percebe na abordagem proposta? Que vantagens e
benefícios você pressupõe que sua pesquisa irá proporcionar? A justificativa deverá
convencer quem for ler o projeto, com relação à importância e à relevância da pesquisa
proposta.
4 Formulação do Problema
Nesta etapa você irá refletir sobre o problema que pretende resolver na pesquisa, se é
realmente um problema e se vale a pena tentar encontrar uma solução para ele. A
pesquisa científica depende da formulação adequada do problema, isto porque objetiva
buscar sua solução.
UFVJM 37
6 Metodologia
Nesta etapa, o pesquisador irá definir onde e como será realizada a pesquisa. Definirá
o tipo de pesquisa, a população (universo da pesquisa), a amostragem, os instrumentos
de coleta de dados e a forma como pretende tabular e analisar seus dados. População
(ou universo da pesquisa) é a totalidade de indivíduos que possuem as mesmas
características definidas para um determinado estudo. Amostra é parte da população ou
do universo, selecionada de acordo com uma regra ou plano. A amostra pode ser
probabilística e não-probabilística.
Amostras não-probabilísticas podem ser:
- amostras acidentais: compostas por acaso, com pessoas que vão aparecendo;
- amostras por quotas: diversos elementos constantes da população/universo, na
mesma proporção;
- amostras intencionais: escolhidos casos para a amostra que representem o ―bom
julgamento‖ da população/universo.
Amostras probabilísticas são compostas por sorteio e podem ser:
- amostras casuais simples: cada elemento da população tem oportunidade igual de
ser incluído na amostra;
- amostras casuais estratificadas: cada estrato, definido previamente, estará
representado na amostra;
UFVJM 38
Young e Lundberg (apud Pessoa, 1998) fizeram uma série de recomendações úteis à
construção de um questionário. Entre elas destacam-se:
- o questionário deverá ser construído em blocos temáticos obedecendo a uma ordem
lógica na elaboração das perguntas;
- a redação das perguntas deverá ser feita em linguagem compreensível ao informante.
A linguagem deverá ser acessível ao entendimento da média da população estudada. A
formulação das perguntas deverá evitar a possibilidade de interpretação dúbia, sugerir
ou induzir a resposta;
- cada pergunta deverá focar apenas uma questão para ser analisada pelo informante;
- o questionário deverá conter apenas as perguntas relacionadas aos objetivos da
pesquisa. Devem ser evitadas perguntas que, de antemão, já se sabe que não serão
respondidas com honestidade.
UFVJM 39
Considerações Finais
As etapas aqui identificadas e as orientações feitas deverão servir de guia à elaboração
de sua pesquisa e não como uma ―camisa-de-força‖. Portanto, não devem impedir sua
criatividade ou causar entraves à elaboração da pesquisa. A intenção deste documento
é fornecer a você orientações básicas à elaboração de uma investigação científica.
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1- INTRODUÇÃO
2- OBJETIVOS
2.1 - Geral
2.2 - Específicos
3- JUSTIFICATIVA
4- REVISÃO TEÓRICA
5- METODOLOGIA
6- CRONOGRAMA
8- ANEXOS
1- INTRODUÇÃO
(O QUE É O TEMA?)
Na introdução, o aluno deverá explicar o assunto que deseja desenvolver.
2- OBJETIVOS
(VAI BUSCAR O QUÊ?)
Aqui o aluno deverá descrever o objetivo concreto da pesquisa que irá
desenvolver: o que se vai procurar.
A apresentação dos objetivos varia em função da natureza do projeto. Nos
objetivos da pesquisa cabe identificar claramente o problema e apresentar sua
delimitação. Apresentam-se os objetivos de forma geral e específica.
O objetivo geral define o que o pesquisador pretende atingir com sua
investigação.
Os objetivos específicos definem etapas do trabalho a serem realizadas para
que se alcance o objetivo geral. Podem ser: exploratórios, descritivos e
explicativos. Utilizar verbos para iniciar os objetivos:
3- JUSTIFICATIVA
(POR QUE FAZER?)
Consiste na apresentação, de forma clara, objetiva e rica em detalhes, das razões de
ordem teórica ou prática que justificam a realização da pesquisa ou o tema proposto para
avaliação inicial. No caso de pesquisa de natureza científica ou acadêmica, a justificativa
deve indicar:
A relevância social do problema a ser investigado.
As contribuições que a pesquisa pode trazer, no sentido de proporcionar
respostas aos problemas propostos ou ampliar as formulações teóricas a esse respeito.
O estágio de desenvolvimento dos conhecimentos referentes ao tema.
A possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade proposta pelo
tema.
4- REVISÃO TEÓRICA
(O QUE JÁ FOI ESCRITO SOBRE O TEMA?)
Nenhuma pesquisa parte da estaca zero. Mesmo que exploratória, isto é, de avaliação
de uma situação concreta desconhecida em um dado local, alguém ou um grupo, em
algum lugar, já deve ter feito pesquisas iguais ou semelhantes, ou mesmo
complementares de certos aspectos da pesquisa pretendida. Uma procura de tais
fontes, documentais ou bibliográficas, torna-se imprescindível para que não haja
duplicação de esforços.
A citação das principais conclusões a que outros autores chegaram permite salientar a
contribuição da pesquisa realizada, demonstrar contradições ou reafirmar
comportamentos e atitudes.
A literatura indicada deverá ser condizente com o problema em estudo;
Citar literatura relevante e atual sobre o assunto a ser estudado;
Apontar alguns dos autores que serão consultados;
Demonstrar entendimento da literatura existente sobre o tema;
As citações literais deverão aparecer sempre entre aspas ou caracteres em
itálico, indicando a obra consultada. CUIDADO COM O PLÁGIO!
As citações devem especificar a fonte (AUTOR, ANO, PÁGINA – referências
bibliográficas);
As citações e paráfrases deverão ser feitas de acordo com as regras da ABNT
6023, de 2002.
Citações literais, utilizar fonte nº 10.
5- METODOLOGIA
(COMO FAZER?)
Descrever sucintamente o tipo de pesquisa a ser abordada (bibliográfica,
documental, de campo, etc. )
Delimitação e descrição (se necessário) dos instrumentos e fontes escolhidos
para a coleta de dados: entrevistas, formulários, questionários, legislação
doutrina, jurisprudência, etc.
Indicar o procedimento para a coleta de dados, que deverá acompanhar o
tipo de pesquisa selecionado, isto é:
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6- CRONOGRAMA
(EM QUANTO TEMPO FAZER?)
A elaboração do cronograma responde à pergunta quando? A pesquisa deve ser
dividida em partes, fazendo-se a previsão do tempo necessário para passar de uma
fase a outra. Não esquecer que há determinadas partes que podem ser executadas
simultaneamente enquanto outras dependem das fases anteriores. Distribuir o tempo
total disponível para a realização da pesquisa, incluindo nesta divisão a sua
apresentação gráfica.
MES/ETAPAS Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8
Escolha do X
tema
Levantamento X X X
bibliográfico
Elaboração do X
anteprojeto
Apresentação X
do projeto
Coleta de X X X X
dados
Análise dos X X X
dados
Organização do X
roteiro/partes
Redação do X X
trabalho
Revisão e X
redação final
Entrega da X
monografia
Defesa X
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7-BIBLIOGRAFIA
(QUAL O MATERIAL BIBLIOGRÁFICO UTILIZADO?)
A bibliografia utilizada no desenvolvimento do projeto de pesquisa (pode incluir
aqueles que ainda serão consultados para sua pesquisa).
A bibliografia básica (todo material coletado sobre o tema: livros, artigos,
monografias, material da Internet, etc.)
As referências bibliográficas deverão ser feitas de acordo com as regras da
ABNT. Atenção para a ordem alfabética.
Na bibliografia final listar em ordem alfabética todas as fontes consultadas,
independente de serem de tipos diferentes. Apenas a título de exemplo, a seguir,
veja como citar alguns dos tipos de fontes mais comuns :
(a)
(b) Livros:
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 2. ed. SP: Atlas, 1991.
LAKATOS, Eva e Marconi, Marina. Metodologia do Trabalho Científico. SP : Atlas,
1992.
RUIZ, João Álvaro. Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. 4. ed.
SP: Atlas, 1996.
Artigos de revistas:
AS 500 maiores empresas do Brasil. Conjuntura Econômica. Rio de Janeiro. v.38, n.
9, set.1984. Edição Especial.
TOURINHO NETO, F. C. Dano ambiental. Consulex. Brasília, DF, ano 1, n. 1, p. 18-23,
fev. 1997.
Existem diversos tipos de trabalhos acadêmicos e/ou científicos. Pode-se citar, dentre
eles, os seguintes tipos: Trabalhos de Graduação, Trabalho de Conclusão de Curso,
Monografia, Dissertação, Tese, Artigos Científicos, Fichamento, Resenha Crítica,
Paper, Estudo Dirigido, Esquema, Relatórios, Conferência, Comunicação
Acadêmica Oral, Comunicação Científica Oral, Mesa Redonda, Seminário dentre
outros. Apesar de haver essa classificação, aceita inclusive internacionalmente, é
comum encontrar certos equívocos em torno da palavra monografia com respeito a
dissertações, teses e trabalhos de fim de curso de graduação. Etimologicamente,
monografia é um estudo sobre um único assunto, realizado com profundidade. No
entanto, essa nomenclatura, monografia, parece destinada aos Cursos de
Especialização, e teria como fim primeiro levar o autor a se debruçar sobre um assunto
em profundidade com o intuito de transmiti-lo a outrem ou de aplicá-lo imediatamente.
Esses relatórios científicos possuem características próprias, como a sistemática, a
investigação, a fundamentação, a profundidade e a metodologia. E, dependendo do
caso, a originalidade e a contribuição da pesquisa para a ciência, como é o caso das
teses e dissertações. Em todo o caso, destaca-se que a estrutura dos trabalhos
científicos é quase sempre a mesma, compreendendo quase sempre uma introdução,
um desenvolvimento e uma conclusão. A introdução dos trabalhos costuma abranger os
objetivos da pesquisa, bem como os problemas, asdelimitações e a metodologia
adotada para a realização do trabalho. O desenvolvimento é mais livre, podendo o
pesquisador dissertar sobre o tema propriamente dito, sem, contudo, abandonar pontos
importantes como a demonstração, a análise e a discussão dos resultados. Por fim, o
autor poderá escrever suas conclusões a respeito da discussão realizada ou dos
resultados obtidos. É neste ponto que o pesquisador será enfático, ressaltando as
posições que deseja defender ou refutar.
9
Conferir SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez, 2007.
p. 199 - 210.
Conferir LAKATOS, E. M., MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 7 ed. São
Paulo: Atlas, 2010. p. 218 – 234.
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6.3 Monografia
A monografia, para obter o título de especialista em cursos de pós-graduação em nível
de lato sensu, é parecida com o Trabalho de Final de Curso apresentado em cursos de
graduação. Também possui como objetivo levar o aluno a refletir sobre temas
determinados e transpor suas idéias para o papel na forma de uma pesquisa. Para o
caso da pós-graduação, o estudo necessita ser um pouco mais completo em relação ao
tema escolhido para a pesquisa.
6.4 Dissertação
As dissertações, que paulatinamente vão se destinando aos trabalhos de cursos de
pósgraduação stricto sensu (mestrado), buscam, sobretudo, a reflexão sobre um
determinado tema ou problema expondo as idéias de maneira ordenada e
fundamentada. E, dessa forma, como resultado de um trabalho de pesquisa, a
dissertação deve ser um estudo o mais completo possível em relação ao tema
escolhido. Deve procurar expressar conhecimentos do autor a respeito do assunto e
sua capacidade de sistematização. E, dentro deste contexto, uma das partes mais
importantes da dissertação é a fundamentação teórica, que procura traduzir o domínio
do autor sobre o tema abordado e a sua perspicácia de buscar tópicos não
desenvolvidos.
6.5 Tese
A tese, a exemplo da dissertação dirigida para o mestrado, vai assumindo o papel de
um trabalho de conclusão de pós-graduação stricto sensu (doutorado). Caracteriza-se
como um avanço significativo na área do conhecimento em estudo. As teses devem
tratar de algo novo naquele campo do conhecimento, de forma que promovam uma
descoberta, ou mesmo uma real contribuição para ciência. O trabalho deve ser inédito,
contributivo e não trivial. Os argumentos utilizados devem comprovar e convencer de
que a idéia exposta é verdadeira.
demonstrar para o leitor qual o processo lógico que o levou a adotar aquela opinião e
quais evidências que a tornariam mais ou menos provável, formulando hipóteses. A
estrutura do artigo científico é: identificação do trabalho (título e subtítulo do artigo,
autor, disciplina, professor, curso e instituição), resumo e palavras-chave, introdução,
desenvolvimento, conclusão e referências.
7 TÉCNICAS DE LEITURA
conhecimento anterior do assunto, sua bagagem cultural. Disso resulta que ler não é
apenas decodificar os signos gráficos, mas captar tudo aquilo que o autor coloca e
insinua no texto e do maior ou menor conhecimento que o leitor possui.
Para a compreensão de um texto, ou seja, para ser um bom leitor, pode-se afirmar que
algumas questões devem ser consideradas:
1] Compreender os propósitos implícitos e explícitos da leitura — que tenho de ler? Por
que/para que tenho de ler?
2] Ativar a aportar à leitura os conhecimentos prévios relevantes para o conteúdo em
questão — que sei sobre o conteúdo do texto? Que sei sobre conteúdos afins que
possam ser úteis para mim? Que outras coisas sei que possam me ajudar?
3] Dirigir a atenção ao fundamental, em detrimento do que pode parecer mais trivial —
qual é a informação essencial proporcionada pelo texto e necessária para conseguir o
meu objetivo de leitura? Que informações posso considerar pouco relevantes, por sua
redundância, seu detalhe, por serem pertinentes para o propósito que persigo?
4] Avaliar a consistência interna do conteúdo expressado pelo texto e sua
compatibilidade com o conhecimento prévio e com o sentido comum — este texto tem
sentido? As idéias expressadas nele têm coerência? É discrepante com o que eu
penso? Que dificuldades apresenta? Entende-se o que quer exprimir?
5] Comprovar continuamente se a compreensão ocorre mediante a revisão e a
recapitulação periódica e a auto-interrogação — que se pretendia explicar? Qual é a
idéia fundamental que extraio? Posso reconstruir o fio dos argumentos expostos?
Obtive uma boa compreensão dos argumentos?
6] Elaborar e provar inferências de diversos tipos, como interpretações, hipóteses e
conclusões — qual poderia ser o significado de uma palavra que desconheço? Que
sugestões eu daria para solucionar problemas apresentados durante o texto?
A seguir, alguns objetivos da leitura:
1] Ler para obter uma informação precisa — é a leitura que realizamos quando
pretendemos localizar algum dado que nos interessa. Por exemplo, a busca de um
número telefônico em uma lista; a consulta do jornal para descobrir em que cinema e
horário será projetado um filme; a consulta a um dicionário para solucionar dúvida
quanto ao significado de uma palavra.
2] Ler para seguir instruções — é um meio que deve nos permitir fazer algo concreto:
ler as instruções de um jogo; as regras de uso de um determinado aparelho; a receita
de um bolo.
3] Ler para obter uma informação de caráter geral — é guiada pela necessidade do
leitor de aprofundar-se mais ou menos em um assunto. Por exemplo, lemos o título de
um livro e podemos nos interessar por ele; ou lemos a manchete de um jornal e ai
passamos, se nos interessar, à leitura da matéria.
4] Ler para aprender — a finalidade é ampliar os conhecimentos de que dispomos a
partir da leitura de um texto determinado.
5] Ler para revisar um escrito próprio — é uma leitura crítica que nos ajuda a
aprender a escrever com mais clareza, já que o texto deve ser escrito para que o leitor
o entenda.
6] Ler por prazer — é uma leitura feita por escolha bastante pessoal cujos critérios são
estabelecidos pelo próprio leitor.
UFVJM 48
7] Ler para praticar a leitura em voz alta — o objetivo é que a leitura seja feita para
alcançar clareza, rapidez, correção, fluência, pronúncia adequada e entoação
condizente com o tipo de texto.
Além disso, há muitas vantagens de se ler:
1] enriquece o vocabulário.
2] clareia as idéias.
3] amplia o conhecimento da língua.
4] facilita a aquisição de experiências.
5] melhora a nossa redação.
6] fornece a nós soluções de problemas já resolvidos por outras pessoas.
7] desperta a inteligência.
8] ativa a imaginação.
9] aperfeiçoa a cultura acadêmica.
Para finalizar, o leitor ideal seria aquele que:
1] ultrapassou os hábitos escolares de uma leitura palavra por palavra e tem plena
capacidade perceptiva que deve lhe permitir, por fixações sucessivas, alcançar blocos
gráficos mais importantes;
2] não tem mais necessidade de um apoio sonoro (leitura em voz baixa, ou leitura
―muda‖, com subvocalização), mas consegue estabelecer correspondências diretas
entre significantes gráficos e sentido;
3] consegue antecipar o que vai ou pode acontecer na seqüência do texto, isto é, tem
uma capacidade de previsão;
4] sabe ―deslinearizar‖ sua leitura para construir hipóteses sobre o sentido a partir de
uma varredura do texto, de uma exploração que não se faz no decorrer das linhas, mas
que permite uma coleta de índices interpretáveis, as hipóteses semânticas, que podem
em seguida ser confrontadas a outros elementos do texto para confirmação,
informação, ajustamento, desenvolvimento etc.;
5] dispõe de um leque de modos de leitura de acordo com os textos que pratica e com
seus projetos; o leitor completo é capaz de ―embrear‖ tal ou tal tipo de leitura e se
caracteriza então pela palheta de opções da qual detém o controle, mais do que pelo
recurso a uma ―superleitura‖.
No quadro abaixo, as características principais de bons e de maus leitores:
1 OBJETIVIDADE E COERÊNCIA
Deve-se observar linguagem direta e simples, obedecendo a uma seqüência lógica e
ordenada no desenvolvimento das idéias, evitando-se assim, o desvio do assunto em
questão com considerações irrelevantes. A exposição deve se apoiar em dados e
provas e não em opiniões que não possam ser comprovadas. (INSTITUTO
PARANAENSE DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL – IPARDES, 2000,
p. 1).
Deve-se observar também a estrutura da frase, o tamanho dos períodos e a
organização dos parágrafos. Frases curtas e com única idéia central são preferidas a
frases longas contendo várias idéias (DUSILECK, 1982, p. 115).
Ao dividir o trabalho em partes deve-se cuidar do equilíbrio, coesão e seqüência lógica
entre elas, cuidando-se para que não haja uma desproporção entre as diversas partes
que constituem o trabalho. Ao redigir os títulos deve-se cuidar de sua homogeneidade,
não usando ora substantivos para uns, ora frases ou verbos para outros.
2 CLAREZA
O pesquisador deve ser claro na apresentação de suas idéias. Tal clareza de
expressão é obtida em função do conhecimento que se tem de determinado assunto.
Se você não tem idéia bem clara, nítida do que pretende expressar deve retomar o fio
da meada, relendo suas anotações ou o texto original (DUSILEK, 1982, p. 114).
Deve-se, evitar ambigüidade, isto é, expressões com duplo sentido, para não originar
interpretações diversas do que se quer dar. Assim, deve-se usar vocabulário preciso,
evitando-se as linguagens rebuscada e prolixa, usando e a nomenclatura técnica aceita
no meio científico (IPARDES, 2000, p. 2).
3 PRECISÃO
Cada expressão empregada deve traduzir com exatidão o que se quer transmitir
principalmente quanto a registros de observações, medições e análises realizadas.
Deve-se evitar adjetivos que não indiquem claramente proporções e quantidades, tais
como: médio, grande, pequeno, bastante, muito, pouco, mais, menos, nenhum, quase
todos, a maioria, metade e outros termos ou expressões similares, procurando substituí-
los pela indicação precisa em números ou porcentagem (IPARDES, 2000, p. 2).
Exemplos: Em Belo Horizonte, 80% dos alunos
As chuvas atingiram cerca de 360 residências.
A grande maioria (85%) da população concorda com...
Deve-se evitar o uso de adjetivos, advérbios, locuções e pronomes que indiquem o
tempo, modo ou lugar, tais como: em breve, aproximadamente, antigamente,
recentemente, lentamente, adequado, inadequado, nunca, sempre, em algum lugar,
UFVJM 51
4 IMPESSOALIDADE
No texto técnico-científico e acadêmico, utiliza-se a forma impessoal dos verbos, isto é,
verbo na terceira pessoa.
O uso da primeira pessoa do singular ou plural é permitido no caso de relatórios de
participação em eventos e ao fazer justificativas para ingresso em cursos de pós-
graduação.
Exemplo: O meu interesse em realizar o curso de Mestrado em Ciências Sociais deve-
se...
5 UNIFORMIDADE
Deve-se manter a uniformidade no decorrer de todo o texto com relação à aspectos
com: forma de tratamento, pessoa gramatical, utilização de números, símbolos,
unidades de medida, datas, horas, siglas, abreviaturas, fórmulas, equações, frações,
citações e títulos das partes do trabalho acadêmico etc (IPARDES, 2000, p. 3).
O que é Textualidade?
TEXTUALIDADE: O que faz que um texto seja reconhecido como tal e não como uma
seqüência linguística ininteligível? ―Chama-se textualidade ao conjunto de
características que fazem com que um texto seja um texto, e não apenas uma
seqüência de frases. Beaugrande e Dessler (1983) apontam sete fatores responsáveis
pela textualidade de um discurso qualquer: a coerência e a coesão que se relacionam
com o material conceitual e lingüístico do texto, e a intencionalidade, a informatividade,
a aceitabilidade, a situacionalidade e a intertextualidade, que têm a ver com os fatores
pragmáticos envolvidos no processo sociocomunicativo. (COSTA VAL: 1991: 05).
10
Conferir COSTA Val, Maria da Graça. Redação e textualidade. 2ª edição. São Paulo: Martins Fontes,
1999.
UFVJM 52
1] DE LIVROS:
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2001.
2] DE JORNAIS E DE REVISTAS:
3] DE SITES:
10.1 Fichamentos11
11
Conferir LAKATOS, E. M., MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 7 ed. São
Paulo: Atlas, 2010. p. 31 – 56.
UFVJM 55
2] FICHAS DE TRANSCRIÇÃO
As fichas de idéias sugeridas pela leitura devem conter dados sobre a obra que foi
lida, bem como idéias para um futuro aproveitamento.
4] FICHAS DE APRECIAÇÃO
As fichas de apreciação consistem na anotação de comentários, de críticas ou de
opiniões sobre o que se leu.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez,
2001.
A obra é relevante para universitários, em razão de dar os subsídios necessários à
elaboração de trabalhos acadêmicos bem como iniciar o aluno na perspectiva das
atividades do ensino superior. Por isso, é indicada sua leitura para esse tipo de público
primordialmente.
UFVJM 56
5] FICHAS DE RESUMO
10.3 Paper
12
Conferir LAKATOS, E. M., MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 7 ed. São
Paulo: Atlas, 2010. p. 247 – 251.
UFVJM 57
No estudo dirigido são produzidas questões sobre o texto lido para posterior resposta,
de modo que você possa comprovar a eficácia da leitura.
O objetivo de um estudo dirigido é o de conduzir uma leitura de análise do texto.
Portanto, via de regra, as questões formuladas não são respondidas de imediato.
Um modelo que pode ser seguido é:
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez,
2001.
1] Nas linhas 1, 2 e 3, do 3º parágrafo, da página 139, o autor explica que o
registro bibliográfico das fontes localizadas na rede Internet é feito de acordo com
normas específicas de referenciação. Explique tais normas.
10.5 Esquema
10.6 Relatórios13
13
Conferir LAKATOS, E. M., MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 7 ed. São
Paulo: Atlas, 2010. p. 211 – 216.
UFVJM 59
11. NORMAS DA ABNT (2ª PARTE) (Vide Manual das Normas da UFVJM)
12.1 Conferência14
14
Conferir LAKATOS, E. M., MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 7 ed. São
Paulo: Atlas, 2010. p. 252 – 254.
UFVJM 62
variáveis, relação entre variáveis). A introdução abrange três itens: objetivo, justificativa
e objeto, incorporando as modificações realizadas depois de aplicada a pesquisa-piloto.
5] Revisão de bibliografia: é a apresentação dos autores utilizados, bem como
de suas teorias, ou seja, o escopo teórico utilizado para fundamentar a pesquisa.
6] Metodologia: métodos de abordagem, métodos de procedimento, técnicas,
delimitação do universo, tipo de amostragem, tratamento estatístico.
7] Embasamento teórico: teoria de base, definição dos termos e conceitos
operacionais e indicadores.
8] Apresentação dos dados e sua análise: a quantidade e a natureza dos
dados a serem apresentados irão determinar a divisão dessa parte em capítulos, tanto
no que se refere ao número quanto à sua extensão. A ordem da divisão deve estar
relacionada com a colocação das hipóteses, isto é, das sucessivas afirmações nelas
contidas.
Os dados serão apresentados de acordo com sua análise estatística, incorporando na
apresentação apenas as tabelas, os quadros, os gráficos e outras ilustrações
estritamente necessárias à compreensão do desenrolar do raciocínio; os demais
deverão vir em apêndice.
É importante lembrar que a função desse tipo de apresentação não é aliciar o leitor,
mas demonstrar as evidências a que se chegou através da pesquisa. Portanto, na
seleção do material a ser apresentado (e terá de haver uma seleção), o pesquisador
não pode ser dirigido pelo desejo natural de ver confirmadas suas previsões à custa de
dados que as refutam. Todos os dados pertinentes e significativos devem ser
apresentados, e se algum resultado for inconclusivo tem de ser apontado.
9] Interpretação dos resultados: corresponde à parte mais importante da
apresentação. É aqui que são expostos os resultados, agora sob a forma de evidências
para a confirmação ou a refutação das hipóteses. É necessário assinalar: as
discrepâncias entre os fatos obtidos e os previstos nas hipóteses, a comprovação ou a
refutação da hipótese, ou ainda, a impossibilidade de realizá-la, especificação da
maneira pela qual foi feita a validação das hipóteses no que concerne aos dados, qual
é o valor da generalização dos resultados para o universo, no que se refere aos
objetivos determinados, maneiras pelas quais se pode maximizar o grau de verdade
das generalizações, à medida que a convalidação empírica permite atingir o estágio de
enunciado das leis, como as provas obtidas mantêm a sustentabilidade da teoria,
determinam sua limitação ou, até, a sua rejeição.
10] Considerações finais: a apresentação e a análise dos dados, assim como a
interpretação dos resultados, encaminham naturalmente às considerações finais. Estas
devem: ―evidenciar as conquistas alcançadas com o estudo, indicar as limitações e as
reconsiderações, apontar a relação entre os fatos verificados e a teoria, representar a
súmula em que os argumentos, conceitos, fatos, hipóteses, teorias, modelos se unem e
se completam‖ (Trujillo Ferrari, 1982: 295).
A maneira de se apresentar as conclusões deve ser precisa e categórica, sendo elas
pertinentes e ligadas às diferentes partes do trabalho. Dessa forma, não se podem
perder em argumentações, mas, ao contrário, têm de refletir a relação entre os dados
obtidos e as hipóteses enunciadas.
11] Recomendações e sugestões: as recomendações consistem em
indicações, de ordem prática, de intervenções na natureza ou na sociedade, de acordo
com as conclusões da pesquisa. Por sua vez, as sugestões são importantes para o
UFVJM 65
ETAPAS DE ORGANIZAÇÃO
1] Selecionar um tema para funcionar como título da mesa redonda.
2] Preparar os tópicos a serem abordados na apresentação.
3] Verificar a adequação do tempo em relação aos tópicos.
4] Distribuir as funções de cada componente do grupo responsável pela organização
da mesa redonda.
5] Sistematizar um roteiro de apresentação, especificando o tempo de cada
participante.
6] Convidar os especialistas na temática escolhida para compor a mesa.
7] Elaborar um resumo sobre o tema da mesa redonda.
8] Elaborar questões sobre o tema da mesa redonda, para posterior debate.
OBSERVAÇÕES
1] É interessante que a mesa seja composta por três pessoas, das quais duas sejam
os convidados e a terceira a mediadora, que cuidará, entre outras coisas, do
encaminhamento do debate e do controle de tempo.
2] Uma sugestão de tempo de duração de uma mesa redonda é de 90 minutos, assim
distribuídos:
2.1] 5 minutos para a apresentação do tema, dos objetivos e dos convidados, feita pela
pessoa mediadora.
2.2] 25 minutos para a exposição do 1º convidado.
2.3] 25 minutos para a exposição do 2º convidado.
2.4] 30 minutos para o debate, conduzido pela pessoa mediadora.
2.5] 5 minutos para as considerações finais, feitas pela pessoa mediadora.
UFVJM 66
12.5 Seminário15
15
Conferir LAKATOS, E. M., MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 7 ed. São
Paulo: Atlas, 2010. p. 17 – 24.
Conferir SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez, 2007.
p. 89 – 98.
UFVJM 67
Os temas do seminário são os mais variados possível, posto que essa técnica de
estudo pode ser aplicada em qualquer setor do conhecimento.
O seminário, na sua estrutura e funcionamento, apresenta três modalidades:
1] Clássico: seminário clássico ou individual é aquele em que os estudos e a
exposição ficam a cargo apenas de um estudante. O estudo pode abranger um
determinado assunto ou parte dele.
2] Clássico em grupo: nesse caso, os estudos são realizados por um pequeno
grupo. A exposição do tema tanto pode ser apresentada por um dos membros,
escolhido pelo grupo, ou repartida entre eles, isto é, cada um apresentando uma parte.
3] Em grupo: todos os elementos da classe participam, havendo tantos grupos
quantos forem necessários, por meio dos subtítulos do tema. Primeiramente, estuda-se
o tema geral, para uma visão global; depois, cada grupo aprofunda a parte escolhida.
A técnica do seminário obedece ao seguinte roteiro:
1] O coordenador propõe um determinado estudo, indica a bibliografia mínima,
escolhe o comentador e estabelece um cronograma de atividades. Cada grupo, por sua
vez, escolhe o relator e o secretário.
2] Formado o grupo, inicia-se o trabalho de pesquisa, de procura de informações
através de bibliografias, documentos, entrevistas, observações etc. Depois, o grupo se
reúne para discutir o material coletado, confrontar pontos de vista, formular conclusões
e organizar o material, sempre assessorado pelo coordenador.
Etapas:
13 REFERÊNCIAS: