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25/08/2017 Portal da ACP do Carvão - PRAD Área IV Siderópolis

PLANOS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS PELA


MINERAÇÃO DO CARVÃO, NO ESTADO DE SANTA CATARINA,
CORRESPONDENTES ÀS ÁREAS DA EX-TREVISO S.A, DE
RESPONSABILIDADE DA UNIÃO

PROJETO EXECUTIVO
BLOCO 1
ÁREA IV - BELUNO

VOLUME 1 - PRAD EXECUTIVO


MEMORIAL DESCRITIVO
COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS (CPRM)

CRICIÚMA-SC, ABRIL 2011.

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE


INSTITUTO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS

Prof. Dr. Gildo Volpato


Reitor
Prof. Dr. Marcio Antônio Fiori
Vice-Reitor
Prof. Dr. Elidio Angioletto
Gerente do Instituto de Pesquisas Ambientais e Tecnológicas

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Prof. MSc. Clovis Norberto Savi


Coordenador de Projetos Ambientais
Gerente de Contrato do Projeto
Prof. MSc. Marcos Back
Coordenador Técnico do Projeto

COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS (CPRM)


Ciro Jorge Appi
Irineu Capeleti
Helion França Moreira
Equipe de Apoio Técnico

IDENTIFICAÇÃO DA CONTRATADA

EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL

PROFISSIONAL FORMAÇÃO REGISTRO Nº ART ATIVIDADE DESENVOLVIDA

Marcos Back Engº Agrônomo CREA 3869893-5 Elaboração dos Planos de Recuperação de
(Mestre) 040613-0 Áreas Degradadas pela Mineração de
Carvão, no Estado de Santa Catarina,
correspondente as áreas da Ex-Treviso
S.A, localizadas nos municípios de
Siderópolis, Treviso, Cocal do Sul,
Urussanga e Lauro Müller, de
responsabilidade da União, considerando
as seguintes atividades: i) Coordenação
técnica; ii) Identificação de processos
erosivos; iii) Levantamento de tipos de
solos; iv) Projeto de construção de solo; v)
Plano de monitoramento ambiental da
qualidade do solo

Clóvis Norberto Geólogo (Mestre) CREA 3880685-7 Elaboração dos Planos de Recuperação de
Savi 012214-9 Áreas Degradadas pela Mineração de
Carvão, no Estado de Santa Catarina,
correspondente as áreas da Ex-Treviso
S.A, localizadas nos municípios de
Siderópolis, Treviso, Cocal do Sul,
Urussanga e Lauro Müller, de
responsabilidade da União, considerando
as seguintes atividades: i) Levantamento

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geológico; ii) Levantamento hidrogeológico;


iii) Plano de monitoramento geológico-
geotécnico.

Tadeu de Souza Engº Agrimensor CREA 3864969-0 Planos de Recuperação de Áreas


Oliveira e Civil (Mestre) 034569-9 Degradadas pela Mineração de Carvão, no
Estado de Santa Catarina, correspondente
as áreas dos Blocos 2 e 3, da Ex-Treviso,
de responsabilidade da União. Estudos
hidrológicos, enrocamento, terraplanagem,
drenagem superficial, estradas obras de
arte e canais de desvio.

Vilson Paganini Engº Agrimensor CREA 3864529-5 Levantamento geodésia; Levantamento


Bellettini e Civil 023260-8 topográfico planialtimétrico; Levantamento
(Especialista) de propriedades; Levantamento batimétrico
de lagoas nas áreas do Bloco 1, 2 (áreas
VI.2 e VII) e 3 (área IX), inclusos no PRAD
- Projeto de Recuperação de Áreas
Degradadas por Mineração de Carvão,
localizadas nos municípios de Siderópolis,
Treviso, Cocal do Sul e Urussanga, no
Estado de Santa Catarina. Conforme
contrato CPRM x FUCRI, assinado em
30/12/2009.

3865079-4 Degradadas por Mineração de Carvão,


localizadas nos municípios de Siderópolis e
Treviso, no estado de Santa Catarina,
referente as áreas do Bloco 1, incluídos no
contrato CPRM x FUCRI assinado em
30/12/2009. Projetos de Terraplanagem,
Obras de Arte, Enrocamentos, Canais de
Desvio, Sistemas de Drenagem e Estradas.

Álvaro José Back Engº Agrônomo CREA 3867842-4 Planos de Recuperação de Áreas
(Doutor) 030755-5 Degradadas pela Mineração de Carvão, no
Estado de Santa Catarina, correspondente
as áreas da Ex-Treviso S.A, de
responsabilidade da União. 1) Estudos
para caracterização do regime fluviométrico
das áreas dos Blocos 1, 2 e 3, localizados
nos municípios de Siderópolis, Treviso,
Cocal do Sul, Urussanga e Lauro Müller; 2)
Projetos hidrológicos e Dimensionamento
de Sistemas de Drenagem, das áreas do
Bloco 1, localizadas nos municípios de
Siderópolis e Treviso. Referente Contrato
CPRM x FUCRI, assinado em 30/12/2009.

Sérgio Luciano Engº Ambiental CREA 3863650-4 Elaboração de estudo para os Planos de
Galatto (Mestre) 071485-0 Recuperação de Áreas Degradadas pela
Mineração de Carvão, no Estado de Santa

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Catarina, correspondentes as Áreas dos


Blocos 1, 2 e 3 da Ex-Treviso, de
responsabilidade da União,
comprreendendo: i)
Caracterização do clima; ii) Identificação e
avaliação de impactos ambientais; iii)
Medidas mitigadoras, corretivas,
preventivas e de controle; iv) Plano de
monitoramento ambiental do ar.

Nadja Zim Licenciada em CRQ 3924/2010 Carga poluente, potencial de acidez,


Alexandre Química (Mestre) 13100032 necessidade de neutralizante e plano de
monitoramento da água para as áreas da
Ex-Carbonífera Treviso, de
responsabilidade da União (954,34 ha) na
Bacia Carbonífera de Santa Catarina para
integrar o PRAD.

4294/2010 Avaliação da água superficial, subterrânea


e fontes de poluentes nas Áreas
Degradadas da Ex-Carbonífera Treviso, de
responsabilidade da União (954,34 ha)
localizadas na Bacia Carbonífera de Santa
Catarina para elaboração do Diagnóstico
Ambiental.

Jader Lima Biólogo (Mestre) CRBio 53521- 2010/09754 1) Diagnóstico florístico através de
Pereira 03D métodos qualitativos (caminhamento
expedito, CFE. Figueiras et. al., 1994) e
quantitativas (parcelas, CFE, Mueller-
Dombois e Ellenberg, 1974) nas áreas
degradadas pela mineração de carvão a
céu aberto e seu entorno;
2) Elaboração do projeto de cobertura
vegetal e do programa de monitoramento
ambiental da vegetação.

Miguel Vassiliou Biólogo (Mestre) CRBio 5182- 2010/09860 1) Diagnóstico da fauna utilizando métodos
03D qualitativos (conforme Bibby et al., 2000) e
quantitativos (conforme Magurran, 1988 e
Valadares - Paduá 2007) nas áreas
degradadas pela mineração de carvão a
céu aberto e adjacências; 2) Elaboração do
plano de monitoramento da fauna.

Cláudio Ricken Biólogo (Mestre) CRBio 05182- 2010/10781 Planos de Recuperação de Áreas
03D Degradadas pela Mineração de Carvão, no
Estado de Santa Catarina, nas áreas da
Ex-Treviso S.A, de responsabilidade da
União, com área de conhecimento em
paleontologia.

Renato Manente Engº Agrimensor CREA098402- 3894639-9 Levantamento topográfico, planialtimétrico


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Ferreira 4 cadastral para fins de recuperação


ambiental de áreas degradadas - PRAD

Albert Teixeira Engenheiro CREA 3869967-5 Participação na elaboração dos Planos de


Cardoso Ambiental 094397-1 Recuperação de Áreas Degradadas pela
Mineração de Carvão, no Estado de Santa
Catarina, nas áreas da Ex-Treviso S.A,
localizadas nos municípios de Siderópolis,
Treviso, Cocal do Sul, Urussanga e Lauro
Müller, respectivos as seguintes atividades:
i) Levantamento de tipos de solos; ii)
Identificação de processos erosivos; iii)
Projeto de construção de solos; iv) Plano
de monitoramento ambiental da qualidade
do solo.

Ciro Coelho do Geólogo CREA 3790665-0 Execução de 29 poços de monitoramento


Espírito Santo 026886-0 na região de exploração de carvão, no sul
do Estado de Santa Catarina

Juliano Arqueólogo Não se aplica Não se Portaria de autorização IPHAN nº 5, de 15


Bitencourt (MSc.andamento) aplica de março de 2010, processo
Campos n°01510.000187/2010-34, publicado no
Diário Oficial da União do dia 16 de março
de 2010

* Os documentos dos respectivos órgãos de classe, encontram-se no Anexo 1 - Documentos Relativos à


Responsabilidade Técnica.

TÉCNICOS COLABORADORES

Engenheiro Químico Esp. José Alfredo Dallarmi da Costa


Engenheira Ambiental Morgana Levati Valvassori
Assistente Ambiental Daniel Paulo Damin Ferro
Assistente Ambiental Albert Teixeira Cardoso
Assistente Topografia Alexandre Garda Moro
Assistente Topografia Luis Gustavo Ronsani Vito
Assistente Topografia Alisson Melo Monteiro
Assistente Topografia Dalvan Pagani Vieira
Assistente Topografia Clésio Antonio Spilere Junior
Assistente Topografia Yure Candido Medeiros
Desenhista Marluci Garcia
Pesquisador de Campo Diogo Rafael Custódio
Auxiliar de Campo James Wilian Meneghini
Auxiliar de Campo Luci Mari Sehn
Auxiliar de Campo Alice Neves Fernandes
Auxiliar de Campo Alessandro Oliveira de Matos
Auxiliar de Campo Eder Costa Cechella
Auxiliar de Campo Elias Pedro Bithencourt
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Auxiliar de Campo Gladson Mateus Tasca


Auxiliar de Campo Marcelo Rosso
Auxiliar de Campo Gustavo Manentti Figueiredo
Auxiliar de Campo Paulo Eduardo de Oliveira Nunes
Auxiliar de Campo Luis Sidney Matos Condor
Auxiliar de Campo Jonathan Frassetto
Auxiliar de Campo Fábio Hammen Lianos
Auxiliar de Campo Tamiles Borsato Patrício
Auxiliar de Campo Michele Alves Rosa
Auxiliar de Campo Guilherme dos Santos De Lucca
Auxiliar de Campo Luiz Fernando Rocha Ugioni
Auxiliar de Campo San Zatta Custódio
Administrador Jaime Dagostin Pícollo
Auxiliar de Arqueologia Juliano Gordo Costa
Auxiliar de Arqueologia Fabrício Sartor
Auxiliar de Arqueologia Mayla Steiner
Auxiliar de Arqueologia Alan Sezara
Auxiliar de Campo Afonso Júnior
Auxiliar de Campo Guilherme Bittencourt de Souza
Auxiliar de Campo Gabriel W. Girardi
Administrativo e Financeiro
Gerente Engenheiro Químico Dr. Elidio Angioletto
Gerente Administrativo/Financeiro Euclides Magri
Assistente Administrativa Janaína da Silva Machado
Assistente Administrativa Suzete Eyng

SUMÁRIO EXECUTIVO

A ação civil pública 93.8000533-4 de Autoria do Ministério Público Federal condenou solidariamente
as empresas carboníferas de Santa Catarina e a União a recuperarem a degradação ambiental provenientes
do setor de carvão mineral no Sul de Santa Catarina.
O Plano de Reabilitação de Área Degradada para as áreas que compõe o Passivo Ambiental da
Ex-Treviso S.A, foi contratado junto ao IPAT/UNESC pela CPRM - Companhia de Pesquisas e Recursos
Minerais após processo de licitação pública.
Trata-se de um conjunto de áreas impactadas distribuídas nas bacias hidrográficas dos rios
Tubarão, Araranguá e Urussanga, principalmente devido à atividade de mineração a céu aberto, método de
lavra adotado pela Carbonífera Treviso. Estas áreas foram agrupadas em 3 blocos.
O Bloco 1 encontra-se inserido na bacia hidrográfica do Araranguá, mais precisamente na sub-
bacia do rio Mãe Luzia e contempla 4 áreas: Área I - Forquilha (polígonos A a E); Área II - Ex-Patrimônio
(polígonos A e B); Área III - Rio Pio, e Área IV - Siderópolis.
O Bloco 2 encontra-se inserido na bacia hidrográfica do rio Tubarão, em especial na sub-bacia do
rio Palmeiras, com exceção de uma parcela da Área V.2 que drena para um dos formadores do rio Carvão, na
bacia do rio Urussanga. As 4 áreas que integram o Bloco 2 são: Área V.2 - Santa Luzia; Área VI.2 - Itanema I;
Área VI.3 - Itanema II (polígonos A, B e C); e Área VII - Rio Maior.
O Bloco 3 encontra-se inserido na bacia hidrográfica do rio Urussanga, contribuindo principalmente
para a sub-bacia do rio Carvão. Parte das áreas deste bloco contribui também para a sub-bacia do rio América
e do rio Cocal. As 3 áreas que integram o Bloco 3 são: Área V.1 - Santana (polígonos A, B e C); Área V.3 - Rio

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América (polígonos A e B) e Área IX - Mina Condor.


Com o abandono das áreas após a mineração, outras atividades passaram a ocupá-las, algumas
clandestinamente, resultando na deposição de rejeito de beneficiamento de carvão e outros tipos de resíduos
(domiciliar, hospitalar e industrial) na abertura de minas subterrâneas, na ocupação urbana e por atividades
industriais.
Conforme determina à Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto Nº
99.274/90, a recuperação ambiental tem por objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização,
de acordo com um plano preestabelecido para o uso do solo, visando à obtenção de uma estabilidade do meio
ambiente.
O Diagnóstico Ambiental (DIA), etapa integrante do Plano de Reabilitação, possibilita o
conhecimento do passivo ambiental a ser recuperado, motivo pelo qual deve anteceder a elaboração dos
Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD.
O Diagnóstico Ambiental para as áreas da Ex-Treviso foi elaborado por bloco, e considerou um
buffer de 100 metros além do polígono referido como passivo ambiental da Ex-Treviso. Desta forma, o DIA
para as quatro áreas que integram o Bloco 1 foi concluído em agosto de 2010 e contém os seguintes tópicos:
Análise de projetos existentes e principais interferências;
Levantamento topográfico, cadastro de propriedades e matrículas;
Caracterização do Meio Físico compreendendo: climatologia; Aspectos Geológico-
Geotécnicos e Hidrogeológicos; Descrição do Solo e dos Processos Erosivos; Recursos Hídricos
(aspectos hidrológicos e de qualidade de água superficial e subterrânea); Inter-Relação entre as
Águas Superficiais e Subterrâneas; Identificação das Fontes de Poluição;
Caracterização do Meio Biótico compreendendo: o diagnóstico de fauna e flora e a inter-
relação entre fauna e flora;
Levantamento socioeconômico;
Levantamento Arqueológico;
Matriz de impacto ambiental e relação das medidas mitigadoras, corretivas e de controle
ambiental;
Indicação dos possíveis usos futuros da área, com enfoque também nas restrições de uso.

As informações geradas no Diagnóstico Ambiental das Áreas do Bloco 1 que integram o passivo
ambiental da Ex-Treviso S.A., possibilitaram a elaboração dos projetos executivos que nortearão a reabilitação
ambiental destas áreas.
O PRAD Executivo elaborado para a Área IV - Beluno, localizada no município de Siderópolis,
encontra-se formatado em três (3) volumes: Volume 1 - PRAD Executivo (Memorial Descritivo); Volume 2 -
Terraplanagem; Volume 3 - Estradas, Drenagem e Obras de Arte.
O presente documento traz o Volume 1 do PRAD Executivo - Memorial Descritivo.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO
2 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA
3 PRINCIPAIS INFORMAÇÕES DO DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
4 COMPARTIMENTAÇÃO DA ÁREA IV - BELUNO
5 REABILITAÇÃO DE AMBIENTES TERRESTRES
5.1 Movimentação de Estéril
5.2 Aterramento de Cavas da Mina a Céu Aberto
5.3 Projeto de Construção do Solo
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5.3.1 Materiais Argilosos


5.3.1.1 Uso de Materiais Argilosos nas Áreas de Empréstimo
5.3.1.2 Resumo das Recomendações para Extração de Materiais Argilosos
5.3.2 Correção da Acidez do Solo
5.3.2.1 Correção da Acidez do Solo nas Áreas de Empréstimo
5.3.2.2 Correção da Acidez do Solo Construído
5.3.2.3 Formas de Aplicação 36
5.3.2.4 Resumo das Recomendações para Correção da Acidez
5.3.3 Introdução de Matéria Orgânica - Cama de Aviário
5.3.4 Correção dos Níveis de Nitrogênio, Fósforo e Potássio
5.3.5 Introdução de Matéria Orgânica - Turfa
5.3.6 Quantitativos para Reconstrução do Solo nas Áreas a serem Reabilitadas e nas Áreas de
Empréstimo
5.4 Projeto de Cobertura Vegetal
5.4.1 Plantio de Espécies Herbáceas
5.4.1.1 Plantio de espécies pioneiras e secundárias iniciais
5.4.1.2 Plantio das ilhas de diversidade
5.4.2 Plantio de Espécies em Poleiros Artificiais e Cercas
5.4.3 Controle de Espécies Indesejadas
5.5 Medidas para Retorno da Fauna
5.5.1 Estratégias de atração dos componentes faunísticos
5.5.2 Poleiros Artificiais e Verdes
5.5.2.1 Instalação de Poleiros Artificiais e Verdes
6 TRATAMENTO DE ÁREAS ALAGADAS
6.1 Memória de Cálculo para Correção da Acidez das Cavas de Mina
6.2 Forma de Adição do Neutralizante
7 PROJETOS DE ENGENHARIA
7.1 Estudo Hidrológico
7.1.1 Cálculo de Vazão Máxima
7.1.2 Dimensionamento hidráulico
7.2 Terraplanagem - Remodelagem Topográfica
7.2.1 Perfis Longitudinais de Terraplanagem
7.2.2 Projeto de Terraplanagem
7.2.2.1 Cortes
7.2.2.2 Aterros
7.3 Projeto de Drenagens e Obras de Arte
7.3.1 Canaletas longitudinais aos acessos rodoviários
7.3.2 Drenagens Superficiais
7.3.3 Caixas de Transferências
7.3.4 Drenagens enterradas (bueiros)
7.3.5 Escadarias
7.4 Estradas
7.5 Isolamento da Área
7.6 Recomendações
8 PLANO DE MONITORAMENTO
8.1 Objetivos Gerais
8.2 Plano de Monitoramento das Condições Climáticas
8.2.1 Metodologia
8.3 Plano de Monitoramento do Solo Construído
8.3.1 Monitoramento dos Parâmetros Químicos
8.3.2 Processos Erosivos
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8.3.3 Erosão Laminar


8.3.4 Processos Erosivos Avançados (Linear)
8.4 Plano de Monitoramento da Qualidade da Água
8.5 Plano de Monitoramento da Vegetação Introduzida e da Regeneração Natural
8.5.1 Métodos Qualitativos
8.5.2 Métodos Quantitativos
8.6 Plano de Monitoramento do Retorno da Fauna
8.6.1 Materiais e Métodos
8.6.2 Espécies Indicadoras
8.6.2.1 Ornitofauna
8.6.2.2 Ictiofauna
8.6.2.3 Mastofauna
8.6.2.4 Herpetofauna
8.6.3 Frequência de Monitoramento
8.7 Monitoramento dos Impactos Ambientais na Saúde Pública
8.7.1 Diretrizes
8.7.2 Alinhamento Conceitual
8.7.2.1 Saúde Pública
8.7.2.2 Prevenção em Saúde Pública
8.7.2.3 Saúde Pública: Promoções de Saúde
8.7.2.4 Saúde Ambiental
8.7.2.5 Epidemologia
8.7.3 Efeitos da Poluição Atmosférica sobre a Saúde Humana
8.7.4 Agravos à Saúde em Decorrência da Mineração de Carvão
8.7.5 Programas de Saúde Pública
8.7.5.1 Estudo Epidemiológico
8.7.5.2 Programa de Monitoramento da Qualidade da Água de Consumo
8.7.5.3 Plano de Monitoramento da Qualidade do Ar
8.7.5.3.1 Indicadores de Qualidade do Ar
8.7.5.3.2 Localização das Estações de Monitoramento
8.7.5.3.3 Frequência das Amostragens no Ponto de Coleta
9 CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DOS PROGRAMAS DE MONITORAMENTO
10 RECOMENDAÇÕES PARA ACOMPANHAMENTO DA OBRA
11 CRONOGRAMA DE MACROATIVIDADES
12 QUANTIDADE DE MATERIAIS E ESTIMATIVA ORÇAMENTÁRIA
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Anexo 1 - Documentos Relativos à Responsabilidade Técnica


ART Nº 3864969-0 - Tadeu de Souza Oliveira
ART Nº 3891639-8 - Renato Manente Ferreira
ART Nº 3869967-5 - Albert Teixeira Cardoso
ART Nº 3867842-4 - Álvaro José Back
ART Nº 3869893-5 - Marcos Back
ART Nº 3880685-7 - Clóvis Norberto Savi
ART Nº 3790665-0 - Ciro Coelho do Espírito Santo
ART Nº 3905694-8 - Clóvis Norberto Savi
ART Nº 3863650-4 - Sérgio Luciano Galatto
ART Nº 3864529-5 - Vilson Paganini Bellettini
ART Nº 3865079-4 - Vilson Paganini Bellettini

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Anexo 2 - Mapa de Cobertura Vegetal e Medidas para Retorno da Fauna


Anexo 3 - Mapa de Monitoramento Ambiental
Anexo 4 - Plano de Monitoramento dos Impactos Ambientais na Saúde Ocupacional

Veja todos os anexos, clique aqui!

INTRODUÇÃO

Por sua agressividade e volume gerado durante a etapa de lavra e beneficiamento de carvão,
o rejeito e o estéril constituem em um dos problemas mais difíceis de serem equacionados pelo setor
carbonífero de Santa Catarina.
A ação civil pública 93.8000533-4 de Autoria do Ministério Público Federal condenou
solidariamente as empresas carboníferas de Santa Catarina e a União a recuperarem a degradação
ambiental provenientes do setor de carvão mineral no Sul de Santa Catarina, determinou que a União
se responsabilizasse pela reabilitação das áreas da CBCA e da Carbonífera Treviso, uma vez que a
insolvência dessas carboníferas coloca em risco a recuperação ambiental das áreas a elas afetadas. A
partir de então, a União através da CPRM assumiu a recuperação dessas áreas diante da solidariedade
amplamente reconhecida judicialmente.
Com objetivo de atender a essa demanda, o IPAT - Instituto de Pesquisas Ambientais e
Tecnológicas da UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense, foi contratado através de licitação
pública pela CPRM - Companhia de Pesquisas e Recursos Minerais, para elaborar os Planos de
Recuperação de Áreas Degradadas pela mineração do carvão, das áreas que integram o passivo
ambiental da Carbonífera Treviso S.A.
Trata-se de um conjunto de áreas impactadas distribuídas nas bacias hidrográficas dos rios
Tubarão, Araranguá e Urussanga, principalmente devido à atividade de mineração a céu aberto,
método de lavra adotado pela Carbonífera Treviso. Estas áreas foram agrupadas em 3 blocos.
O Bloco 1 encontra-se inserido na bacia hidrográfica do Araranguá, mais precisamente na
sub-bacia do rio Mãe Luzia e contempla 4 áreas:
Área I - Forquilha (polígonos A a E);
Área II - Ex-Patrimônio (polígonos A e B);
Área III - Rio Pio;
Área IV - Beluno.

A Figura 1 apresenta a localização espacial das áreas do Bloco 1.

Figura 1 - Localização das áreas integrantes do Bloco 1.

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Neste documento é apresentada a compartimentação da área de estudo, com objetivo de


facilitar o detalhamento do projeto na sua fase executiva, bem como a implantação das obras e seu
acompanhamento. A metodologia adotada para esta compartimentação considerou o uso futuro
proposto na fase do Diagnóstico Ambiental.
São abordados ainda os aspectos ambientais que envolvem o desmonte, transporte e
estocagem de material argiloso, o projeto de construção do solo e de introdução da cobertura vegetal
e, medidas de atração da fauna. Consta ainda o detalhamento das seguintes atividades: Estudo
hidrológico; Projeto de remodelagem topográfica; Projetos de estradas e obras de arte; Sistemas de
drenagem; Canais de desvio; Planos de monitoramento da qualidade ambiental; Recomendação para
acompanhamento das obras; Cronograma de execução das macroatividades; Quantidade de materiais
e Previsão orçamentária; e Mapas e plantas dos projetos.
As coordenadas do projeto executivo de engenharia estão baseadas no Sistema Geodésio
de Referenciamento - SAD 69.
O PRAD Executivo da Área IV - Conc. Beluno encontra-se formatado em três (3) volumes:
Volume 1 - PRAD Executivo (Memorial Descritivo); Volume 2 - Terraplanagem; Volume 3 - Estradas,
Drenagem e Obras de Arte.

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2 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA

A Área IV - Beluno localiza-se no município de Siderópolis, Sul de Santa Catarina, onde se


desenvolveu a mineração a céu aberto. No limite Leste - Nordeste da área encontra-se o núcleo urbano
de Siderópolis, enquanto que a Noroeste situam-se indústrias e atividades ligadas á mineração de
carvão. No limite Sul encontra-se o Morro Albina, onde ocorrem várias nascentes de córregos que
deságuam nas antigas cavas de mineração a céu aberto (Tabela 1).

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Na Figura 2 consta a indicação espacial das coordenadas UTM (Datum SAD 69) distribuídas
na Área IV (Beluno).

Figura 2 - Localização (coordenadas UTM) do polígono que corresponde à Área IV - Conc. Beluno,
Bloco 1, Siderópolis, SC.

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3 PRINCIPAIS INFORMAÇÕES DO DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

Os resultados apresentados resumem informações do diagnóstico ambiental realizado para


caracterização da Área IV - Beluno, que integra o Bloco 1, onde foram identificados os aspectos
geológicos e descrição geotécnica, hidrologia e qualidade das águas superficiais e subterrâneas,
solos, da biota (flora e fauna) e aspectos socioeconômicos abrangendo o polígono degradado e o
entorno de 100m. Consta ainda a avaliação dos impactos ambientais sobre os compartimentos dos
meios físico, biótico e antrópico, a exemplo do solo, aquífero local e corpos d’água superficiais, fauna
e flora, decorrentes da disposição de pilhas de estéril, originário das atividades de mineração de

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carvão a céu aberto, desenvolvidas no passado.


A área de abrangência deste PRAD é de 42,23 ha localizados na sub-bacia do rio Fiorita,
pertencente à bacia hidrográfica Araranguá.
Os fluxos de água advindos dos recursos hídricos perenes com nascentes no Morro Albina,
assim como o escoamento superficial proveniente de períodos de pluviosidades intensas que são
interceptados pelo polígono, fluem para o interior das cavas de mina localizadas no interior da área do
projeto, formando extensas lagoas artificiais que se encontram interligadas.
O último corte da mina na margem direita da estrada geral Rio Jordão (sentido Siderópolis -
Jordão) funciona como receptor desta microbacia, desaguando no rio Fiorita. O relevo regional é
caracterizado como forte ondulado, sendo a área constituída por formação suave ondulado e com
algumas regiões planas.
Por sua proximidade com o centro urbano de Siderópolis esta área tem despertado interesse
por parte da municipalidade para fins de implantação do distrito industrial.

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4 COMPARTIMENTAÇÃO DA ÁREA IV - BELUNO

Para facilitar o entendimento e operacionalização das medidas previstas no PRAD, a área de


estudo foi compartimentada em 5 subáreas definidas em função do processo de tratamento ou de
remediação a ser adotado em cada uma delas. Por sua vez, o processo de tratamento ou remediação
recomendado para cada subárea, foi estabelecido em função do uso futuro.
Por encontrar-se em perímetro urbano do município de Siderópolis e também devido ao fato
de que algumas empresas se encontram instaladas no local, recomenda-se que parte da área que
integra este PRAD seja reabilitada para fins de instalação de condomínio industrial (com baixo
potencial poluidor). No entanto, as porções da área degradada que se encontram ocupadas por
atividades industriais, de prestação de serviços ou que na época do Diagnóstico Ambiental
(IPAT/UNESC, 2010) tinham uso residencial consolidado, serão denominados neste PRAD como área
sem intervenção.
As lagoas formadas a partir de cavas da mineração a céu aberto que se encontram no
interior do polígono sofrerão intervenções no sentido de reabilitá-las. A cobertura vegetal nas margens
destas cavas ou lagoas será introduzida de forma a reestabelecer a sua APP, conforme estabelece a
resolução 303/02 do Conama.
Nos casos das empresas que já se encontram instaladas estarem ocupando as APP’s das
lagoas, recomenda-se que estas regularizem sua situação propondo medidas compensatórias ao
Ministério Público de forma a restabelecer a mata ciliar.
A área de remodelagem é de 42,23 hectares e está assim subdividida:
- Área 1: Área de Preservação Permanente de forma integrada à área alagada da cava de
mineração a céu aberto. O remodelamento topográfico totaliza uma área de preservação permanente
correspondente a 128.035,80 m²;
- Área 2: Área alagada referente às lagoas formadas nas cavas da mina a céu aberto. As
quatro cavas ou lagoas formadas entre as pilhas de estéril compreendem 51.975,78 m²;
- Área 3: Porção da área que será reabilitada com objetivo de ser ocupada futuramente por
atividades industriais. Corresponde a 110.365,90 m²;
- Área 4: ocupada pelas estradas e acessos existentes e que estão localizadas em áreas sem
intervenção (Área 5), assim como porção ocupada pelo acesso na parte central da área, que serve de
acesso a Lagoa e ao terreno de extremante que será revitalizado. Corresponde a 13.309,08 m²;
- Área 5: porção da área que encontra-se ocupada por terceiros para fins de moradia e
também por indústrias. Corresponde a 119026,01 m²;

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A Tabela 2 mostra a compartimentação da área de projeto em 5 subáreas, agrupando-as em


três grupos conforme o tipo de tratamento a ser destinado: a) uso predominantemente ambiental; b)
uso econômico ou social; c) área sem intervenção.

A Figura 3 mostra a compartimentação da área de estudo em função do uso futuro


recomendado e da intervenção a ser realizada.

Figura 3 - Compartimentação da Área IV - Beluno em função da recomendação do uso futuro e do


tratamento a ser adotado.

O diagnóstico ambiental demonstrou que 28,18% do total de 42,23 ha que corresponde à


Área IV - Beluno encontra-se ocupado por terceiros e, portanto, não receberão intervenções por parte
da União.
No entorno das lagoas formadas a partir das cavas da mineração a céu aberto, numa
distância de 50 metros, a recuperação será realizada de forma a construir a vegetação ripária ou mata
ciliar.

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5 REABILITAÇÃO DE AMBIENTES TERRESTRES

Na Área IV - Beluno não foi constatada a presença de rejeito do beneficiamento de carvão.


As análises realizadas no estéril de cobertura da mineração a céu aberto apontaram concentração de
enxofre entre 0,17 a 0,27%, o que consequentemente, faz com que o potencial de geração de acidez
não seja tão elevado quanto as demais áreas (Ver item 5.5 - Fontes de Poluição, do Capítulo 5 -
Caracterização do Meio Físico do Diagnóstico Ambiental do Bloco 1).
O documento intitulado “critérios para recuperação ou reabilitação de áreas degradadas
pela mineração de carvão”, elaborado pelo Grupo Técnico de Assessoramento (GTA) da Ação Civil
Pública n° 93.8000533-4, do Ministério Público Federal (MPF) através da Procuradoria da República do
Município de Criciúma, determina a remoção total de rejeito proveniente do beneficiamento de carvão e
estéril da mineração a céu aberto que se encontram nas áreas de preservação permanente (APP).
No entanto, no polígono que constitui o objeto deste PRAD não se identificou área
enquadrada nos termos regulamentados pela resolução 303/02 que dispõe sobre parâmetros,
definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. Desta forma, não será necessária a remoção
de estéreis em função dos mesmos não estarem em APP.

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5.1 Movimentação de Estéril

A atual situação do relevo da Área IV - Beluno, constituído por pilhas de estéreis que na sua
maior parte possuem formato ligeiramente cônico, topos aguçados e algumas vertentes com
declividade aproximada de 100%. Esta situação influi negativamente no desenvolvimento do solo e na
fixação da vegetação, além de dificultar a ocupação do espaço para quaisquer atividades.
A remodelagem do terreno será realizada com objetivo de obter a suavização do relevo atual
adaptando a área à proposta de uso futuro. A declividade projetada, associada às obras de drenagem
superficial, garante o processo de reconstrução do solo, sem que haja perdas significativas do material
silte-argiloso de cobertura, assim como dos corretivos e fertilizantes do solo e mesmo de sementes em
decorrência de erosão pela água de chuva.
O processo de remodelagem da Área IV será realizado de forma que o material (estéril) a ser
cortado do topo das pilhas será utilizado como material de aterro das vertentes entre as pilhas e
reconformação das margens do conjunto de lagoas formado nos cortes da mina.
A movimentação de estéril representará um volume de 233.738,621 m³ de corte e 198.217,403
m³ de aterro, com variação de 15% para menos nos volumes de aterro, em função do material cortado
(estéril) estar empolado.

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5.2 Aterramento de Cavas da Mina a Céu Aberto

Na Área IV (Beluno) as lagoas formadas nas cavas da mineração a céu aberto ocupam
aproximadamente 13% do total da área a ser reabilitada. Considerando que a remodelagem da área
necessita de área para aterro, o desenho das lagoas após a reconformação está demonstrado na
Figura 4.

Figura 4 - Desenho das cavas de mina a céu aberto que permanecerão como lagoas após as obras de
remodelagem da Área IV.

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O material de corte das pilhas de estéreis serão utilizados como aterro nas áreas mais
baixas e nas cavas de mineração, remodelando o terreno de forma a manter a cota de superfície.
O processo de revegetação da área considerando os diferentes tipos de tratamento está
descrito detalhadamente no Capítulo 5 Reabilitação de Ambientes Terrestres; item 5.4 Projeto de
Cobertura Vegetal.
A movimentação de terra na Área IV - Beluno representará um volume de 233.738,621 m³ de
corte e 198.217,403 m³ de aterro. Volume de argila movimentado 154.110,00 m³. Estes materiais serão
movimentados utilizando-se retroescavadeiras, tratores, carregadeiras e caminhões basculantes.
A reconfiguração do terreno deverá ser executada de forma que os blocos de estéreis
piritosos entre 0,10 e 1,0 metros, permaneçam soterrados por estéreis siltosos ou argilosos,
garantindo assim, um substrato de sustentação para o solo a ser reconstruído.

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5.3 Projeto de Construção do Solo

A construção de solos em projetos de reabilitação de áreas degradadas depende das


características de degradação presente na área, das características dos solos no entorno da área
degradada, que servem de parâmetro para a recomposição, do uso futuro pretendido e da vegetação a
ser implantada.
Entende-se por solo construído, neste projeto, a camada de materiais argilosos não
compactados depositados na superfície de toda área a ser reabilitada a qual é adicionada insumos
para a correção da acidez, melhoria dos níveis de fertilidade química e física do solo. O solo construído
tem por função dar sustentação física e química à vegetação a ser implantada. Para a Área IV
estabeleceu-se a espessura de cento e vinte centímetros de solo construído para áreas de APP. Para se
chegar a este resultado foi realizada a média da soma dos horizontes A e B (HA e HB) dos perfis de
solo do entorno da área. Nas demais áreas destinadas a condomínio industrial, residências e estradas,
o solo terá uma espessura de cinquenta centímetros, que é suficiente, conforme comprovam projetos
já implantados na região, para proporcionar o estabelecimento da vegetação e garantir a estabilidade
da área para estas propostas de uso.
Sobre a superfície de toda a área a ser reabilitada, para os trinta centímetros superficiais,
serão selecionados os materiais argilosos de melhor qualidade provenientes de horizontes
pedológicos B (HB) das jazidas de empréstimo. A estes materiais serão adicionados calcário,
fertilizante químico (NPK), cama de aviário e turfa.
No restante do solo construído, abaixo dos 30 centímetros superficiais, ou seja, 90 cm em
áreas de APP e 20 cm nas áreas de condomínio industrial, residencial e estradas, poderão ser
utilizados horizontes com qualidade inferior como horizonte C (HC) e horizonte B (HB) proveniente de
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camadas mais profundas das jazidas de empréstimo.


A Área IV (Beluno) possui um total de 42,25 ha, neste montante estão inclusos lagoas e
áreas já consolidadas, as quais não sofrerão intervenção para construção do solo. Por este motivo,
para fins de cálculo total dos insumos, serão computados apenas os locais destinados a APP (7,67 ha)
e condomínio industrial (11,77 ha), correspondentes às áreas onde verdadeiramente serão construídos
solos, num total de 19,44 ha.

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5.3.1 Materiais Argilosos

A reconstrução de solos nas áreas de projeto exigirá um grande quantitativo de materiais


argilosos. A escolha de jazidas depende das características físicas e químicas das áreas de
empréstimo, da possibilidade de lavra, de obtenção de licenças de lavra e ambientais, bem como de
negociações entre o empreendedor e proprietários superficiários destas áreas.
A fim de caracterizar o tipo predominante de solo nas proximidades das áreas em estudo, os
quais foram utilizados como base na quantificação da necessidade de nutrientes foi realizada
amostragem simples nos diferentes horizontes encontrados para realização de análises e descrição de
perfis, conforme apresentado no Diagnóstico Ambiental do Bloco 1 onde consta a Área IV.
As amostras foram encaminhadas ao Laboratório de Solos e Fertilizantes do IPAT para
determinação de pH, índice SMP, acidez potencial, percentual de matéria orgânica e argila, teores
extraíveis de fósforo, potássio, cálcio, magnésio, alumínio, sódio, índices de soma de bases,
capacidade de troca de cátions e saturação de bases.
Com base nos resultados de campo, descrição de perfis, e de laboratório e amostras dos
horizontes, os solos foram classificados segundo os procedimentos preconizados pelo Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 2006).
Os resultados das amostras foram utilizados para determinação de quantitativos de calcário
necessários à correção de acidez e determinação de quantitativos de fertilizantes químicos, nitrogênio,
fósforo e potássio, necessários a implantação da vegetação. Os quantitativos foram determinados
segundo parâmetros preconizados pela Comissão de Fertilidade - RS/SC da Sociedade Brasileira de
Ciência do Solo.

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5.3.1.1 Uso de Materiais Argilosos nas Áreas de Empréstimo

A extração de materiais argilosos depende da obtenção de licenças ambientais, de lavra e de


negociação com os proprietários das áreas. Os resultados apresentados neste projeto são indicativos
para materiais argilosos localizados próximo da área. Caso sejam utilizadas outras áreas, há
necessidade de avaliar os parâmetros físicos e químicos destas novas jazidas.
Feitas as extrações necessárias de materiais argilosos de uma jazida será necessário
reabilitar a área da jazida para outros fins. Em alguns casos o uso futuro previsto para área da jazida
não impede a extração de todo material disponível, em outros podem surgir limitações a extração.
Para minimizar os custos de recuperação das áreas das jazidas recomendamos que o
processo de extração se inicie pela retirada de 30 cm, referentes aos horizontes superficiais HA e início
do HB, utilizando trator de esteira e motoniveladora. O material proveniente destes horizontes deve ser
acumulado na periferia da área de extração. A seguir retirar, com escavadeira hidráulica, pá
carregadeira, ou similares os materiais do horizonte B (HB) e, quando for o caso, do Horizonte C (HC).

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Uma vez extraídos os materiais necessários, retorna-se os materiais acumulados dos horizontes
superiores HA e HB, sendo que devem restar na área de empréstimo no mínimo 50 centímetros de solo
(já inclusos os horizontes A e B acumulados na periferia da área). Este processo permite uma rápida
recomposição da vegetação com custos menores, uma vez que o horizonte superficial é mais rico em
matéria orgânica.
O horizonte C (HC) mantém ainda características da rocha matriz, sendo, de maneira geral,
inapropriado para o desenvolvimento de organismos vegetais superiores. Assim, seu uso deve ser
evitado na parte superficial da camada de solo construído, pois além de induzir aumento de custos
com insumos condicionantes do solo os resultados da reabilitação, em termos de desenvolvimento
vegetativo não são satisfatórios. Entretanto, o material proveniente destes horizontes pode ser
utilizado como camadas de base do solo construído.
Via de regra, nas proximidades das áreas vistoriadas já houveram extrações. Assim, após a
seleção do local da jazida, é importante delimitar a área de extração de maneira a não ser
responsabilizado por reabilitar uma área que outrem fez proveito. A fim de evitar que as cotas limite
sejam ultrapassadas, para que as características dos horizontes sejam bem aproveitadas e volumes
sejam computados é ideal manter um controle fiscalizador sobre as jazidas.

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5.3.1.2 Resumo das Recomendações para Extração de Materiais Argilosos


Obter licenças ambientais e de lavra;
Negociar com superficiários a aquisição de materiais argilosos e escopo da reabilitação da
área;
Negociar não somente volume de extração, mas cota nível limite;
Delimitar contratualmente os limites da área a ser reabilitada;
No processo de lavra os horizontes superficiais (30 centímetros) devem ser guardados para
reabilitação da própria área;
Utilizar o horizonte C (HC) das jazidas apenas como camadas de base do solo construído
(abaixo dos 30 centímetros superficiais);
Usar os mesmos parâmetros deste projeto na recomposição da vegetação nas áreas de
extração;
Manter fiscalização nas áreas de extração.

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5.3.2 Correção da Acidez do Solo

A correção de acidez do solo tem por objetivo elevar o pH do solo construído, por meio da
incorporação de calcário, que não deve ser confundido com a quantidade de calcário a ser utilizada na
neutralização de acidez dos rejeitos.
No projeto de reabilitação o material argiloso, em geral proveniente de horizontes sub-
superficiais, sobre o qual se pretende que a vegetação se desenvolva, não possui características
químicas e físicas que proporcionem o rápido estabelecimento da cobertura vegetal. Esta cobertura é
importante, pois ela minimiza os processos erosivos, reduzindo custos financeiros, por retrabalho na
colocação de argila, e custos ambientais, pois, afinal, o material argiloso foi extraído de uma área que
também deve ser recuperada. Desta forma, deve-se dar ao solo em construção, condições próximas ao
ideal.
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Os nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas têm a sua disponibilidade


aumentada na solução do solo em pH próximo da neutralidade. Assim, os quantitativos de calcário
discriminados neste projeto para a correção da acidez do solo construído foram determinados por
meio do índice SMP para elevação do pH para 6,5, conforme preconiza a Comissão de Fertilidade -
RS/SC da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo.

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5.3.2.1 Correção da Acidez do Solo nas Áreas de Empréstimo

Em termos ideais seria recomendável que na extração de materiais argilosos o horizonte


superficial, mais rico em matéria orgânica, fosse separado dos demais para ser utilizado no
recobrimento da própria área de extração. Ocorre que este horizonte (HA) nas áreas selecionadas para
extração de argila é bastante fino, o que dificulta sua separação com máquinas pesadas, além disto,
muitas vezes, em função do uso agrícola, este horizonte também já foi misturado com o horizonte
sotoposto. Desta forma recomendamos que sejam retirados 30 cm, referente aos horizontes
superficiais HA e início do HB.
Após a retirada de material argiloso dos horizontes sub-superficiais (HB e HC), recompõe-se
a superfície retornando os horizontes superficiais. Os quantitativos para a correção de acidez nas
áreas de empréstimo de argila são os mesmos necessários às áreas a serem reabilitadas, onde será
construído o solo, isto ocorre, pois as análises foram feitas com base no mesmo perfil.
Na Tabela 3 estão apontadas as médias do horizonte B referente aos parâmetros químicos
dos perfis de materiais argilosos realizados próximos da área IV, bem como a necessidade de calcário,
em toneladas por hectare, para calcários com PRNT igual 100%.

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5.3.2.2 Correção da Acidez do Solo Construído

Da mesma forma que nas áreas de extração de materiais argilosos, deverá ser adicionado
calcário para correção da acidez dos solos construídos nas áreas reabilitadas. Para os 30 centímetros
iniciais do solo construído, que será a camada superficial do projeto, deverá se utilizar materiais
provenientes do horizonte B (HB) das jazidas. As características de disponibilidade de nutrientes de
todos os perfis realizados próximos à área são muito similares e conduzem a recomendações análogas
de quantitativos de calcário, as quais são idênticas as recomendações para as áreas de empréstimo,
ou seja, 29 toneladas por hectare.

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5.3.2.3 Formas de Aplicação

Em culturas agrícolas, para possibilitar que a correção da acidez do solo ocorra antes do
desenvolvimento da vegetação é comum recomendar-se a aplicação de calcário antecedendo, no
mínimo, 60 dias ao plantio. Entretanto, em projetos de recuperação de áreas degradadas pela
mineração, não existe uma vegetação anterior e nem mesmo um solo propriamente dito. Assim, a
cobertura de rejeitos e estéreis de mineração se faz com materiais argilosos sobre os quais, após
tratamentos prévios, implanta-se uma vegetação. Os materiais argilosos colocados não possuem
estruturação definida e tendem a ter, pelo menos no primeiro ano de projeto, baixa permeabilidade.
Além disto, o material argiloso tem um elevado custo financeiro e outro custo ambiental, também
elevado, na área de empréstimo. Desta forma, a fim de evitar perdas por erosão durante os 60 dias
mencionados, onde não teríamos cobertura alguma, recomendamos a aplicação de calcário
imediatamente antes do plantio.
Para a incorporação do calcário, recomenda-se dividir a quantidade a ser aplicado em duas
parcelas, ou seja, aplica-se a metade da dose sobre o substrato (camada de material argiloso não
compactado) e faz-se a incorporação através da aração e, em seguida, aplica-se o restante do calcário,
mais a cama de aviário, que será discriminada a seguir, e gradeia-se, possibilitando desta forma, além
da incorporação da matéria orgânica e a correção do substrato, tornar o alumínio indisponível. A
incorporação da primeira parcela de calcário poderá ser realizada com arado de disco reversível, sendo
a profundidade máxima de incorporação inferior a 20 cm.
A segunda parcela de calcário a ser incorporada poderá ser feita com o auxílio de uma grade
de disco dentada, com pouco ângulo de abertura, permitindo a incorporação mínima (5 cm) necessária
para impedir a formação de uma “camada de reação” indesejada. O calcário poderá ser distribuído com
a utilização de calcariadeira tracionada por trator agrícola.
Imediatamente após a incorporação do calcário, recomenda-se que seja efetuada a
incorporação de adubos químicos seguida da semeadura a lanço das espécies herbáceas e a aplicação
de turfa, que será discriminada a seguir, para posteriormente serem incorporadas ao solo através de
uma grade de disco dentada. Durante a incorporação das sementes e da turfa deve-se tomar o cuidado
para que as sementes não fiquem numa profundidade que dificulte sua emergência.
Normalmente em projetos desta envergadura opta-se por adquirir calcário a granel,
buscando reduzir os custos de implantação e facilitar o transporte dos insumos. Recomendamos que o
contrato de aquisição de calcário contenha cláusulas que especifiquem o pagamento em função do
PRNT do calcário efetivamente entregue, baseado em amostras e contra provas.

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5.3.2.4 Resumo das Recomendações para Correção da Acidez


Ao se adquirir calcário a granel deve-se vincular o preço a uma determinada especificação de
PRNT;
Manter fiscalização sobre a qualidade do produto entregue na obra;
Aplicar as quantidades recomendadas, ou corrigidas em função do PRNT efetivamente
entregue, imediatamente antes do plantio de herbáceas;
Aplicar metade da dose recomendada e incorporar com arado trabalhando a 20 cm de
profundidade;
Aplicar a segunda dose junto com a cama de aviário e incorporar com grade de disco.

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5.3.3 Introdução de Matéria Orgânica - Cama de Aviário

Neste projeto a introdução de matéria orgânica se fará por meio da adição de cama de
aviário e pela adição de turfa tanto nas áreas a serem reabilitadas como nas áreas de empréstimo.
Nesta descrição estamos também abordando uma sequencia de atividades a serem desenvolvidas no
campo. Já abordamos extração de argila e a correção do solo com calcário. Como a cama de aviário
deve ser incorporada junto com a segunda aplicação de calcário passamos a discutir as suas funções
e seus quantitativos. A aplicação de turfa será apresentada após o item correção dos níveis de
nitrogênio, fósforo e potássio.
Como o solo construído se fará com o horizonte B (HB) extraído das jazidas, o conteúdo de
matéria orgânica será extremamente baixo caso não seja adicionada por outros meios.
Levando em consideração as devidas precauções o adubo orgânico é uma ótima alternativa
para repor os nutrientes do solo com custo menor quando comparado ao adubo químico. Alem desses
podemos citar como vantagens da matéria orgânica:
Aumento da retenção de água no solo;
Melhoria na aeração e agregação de partículas do solo;
Aumento na retenção de cátions, pela alta CTC da matéria orgânica;
Aumento na capacidade de retenção de nutrientes e
Aumento da permeabilidade do solo.

Em projetos de reabilitação de áreas degradadas a adição de matéria orgânica é de


fundamental importância, tendo em vista que o material argiloso, sobreposto aos rejeitos, perde nos
processos de extração, transporte e deposição das estruturas presentes no solo original, bem como
possui baixas disponibilidades de nutrientes.
Desta forma, o uso de cama de aviário neste projeto tem dupla função: primeiro como
condicionante inicial da estruturação do solo e aumento de permeabilidade; e segundo como fonte de
nutrientes para a vegetação em implantação.
A quantidade de cama de aviário a ser utilizada depende da qualidade do adubo adquirido,
no que se refere ao percentual de matéria seca, percentual do nutriente nesta matéria seca,
conversibilidade do nutriente. Em termos nutricionais a necessidade da vegetação a ser implantada

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será suprida não só pela cama de aviário como pela correção dos níveis de nitrogênio, fósforo e
potássio. Os cálculos consideraram que a necessidade de implantação de vegetação e a manutenção
posterior da cobertura vegetal.
A simples aplicação deste resíduo no solo sem um prévio estudo das características do
solo, do resíduo e da cultura que irá ser cultivada, poderá proporcionar danos ambientais aos recursos
naturais. Dessa forma a recomendação definida foi baseada na disposição dos resíduos, ou seja, só
será aplicada a quantidade necessidade de nutrientes que realmente a cultura a ser implantada irá
reter. A quantidade de nutrientes da cama de aves varia conforme a quantidades de lotes de aves que
permaneceram sobre a cama, quanto maior o numero de lotes maior será a quantidade de nutrientes e
menor será a quantidade de materiais fibrosos ou lignificados a serem decompostos no solo (Tabela 4).

A adubação orgânica será incorporada nos primeiros 30 cm de solo, nas quantidades


especificadas na Tabela 5. A quantidade por hectare a ser utilizada será em média 51,74 m³/ha.

A cama de aviário deve ser aplicada ao solo e incorporada com grade de disco junto com a
segunda aplicação de calcário.

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5.3.4 Correção dos Níveis de Nitrogênio, Fósforo e Potássio

Cada tipo de solo, ou no caso cada horizonte, possui certa quantidade de nutrientes
disponíveis. Esta quantidade, quase sempre, precisa ser incrementada para satisfazer a necessidade
das plantas. Por outro lado, a indústria de fertilizantes coloca a disposição do mercado algumas
composições denominadas formulados, que contém distintas proporções de nitrogênio, fósforo e
potássio.
De maneira geral, a proporção das necessidades de complementação exigidas pelas plantas
não é idêntica às proporções ofertadas no mercado. Disto decorre que necessitamos verificar qual
seria o formulado equilibrado ideal, que por vezes é possível física e economicamente encomendar, e
qual o formulado comercial disponível que possui proporções similares às necessidades.
Por formulado comercial disponível está se entendendo aquelas composições normalmente
encontradas no mercado regional de Criciúma, Santa Catarina. Por formulado equilibrado entende-se a
composição ideal que nem sempre é possível se obter comercialmente. Deverá ser efetuada a correção
dos níveis de nitrogênio, fósforo e potássio na área a ser reabilitada e nas jazidas de empréstimo,
ambas possuindo o mesmo quantitativo.
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Para correção da Área IV (Beluno), a quantidade de nutrientes recomendada para correção é


significativa, logo, para evitar desperdício de nutrientes será solicitada uma formulação exata que
preencha as necessidades locais. Na Tabela 6, a seguir, podemos visualizar as fórmulas que
preenchem os requisitos para adubação das áreas a serem recuperadas e das jazidas de empréstimo.

A fórmula calculada que mais se aproxima das necessidades nutricionais estão descritas na
tabela acima, assim como sua recomendação por hectare e recomendação total para a área IV (Beluno).
Esta formulação satisfaz as necessidades totais de P e K, exceto do N, cuja recomendação de base
equivale a 20 Kg/ha, já computados com adubo formulado descrito na Tabela 6.
Os quantitativos especificados de formulado químico deverão ser aplicados a lanço sobre o
solo e incorporados à profundidade de quatro a cinco centímetros. É importante que o adubo químico
fique incorporado a uma profundidade levemente superior às sementes. Como os produtos
nitrogenados são voláteis, não é possível efetuar uma única aplicação por ocasião do plantio. Desta
forma a aplicação é parcelada em cobertura na forma de ureia. Serão feitas três aplicações de 133,33
Kg/ha de ureia, sendo a primeira no inicio do perfilhamento e as subsequentes 30 e 60 dias após.
Totalizando o valor de 400 kg / ha de ureia em cobertura (Tabela 7).

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5.3.5 Introdução de Matéria Orgânica - Turfa

A adição de material turfoso neste projeto, bem como nas áreas de empréstimo, tem como
objetivo melhorar as características físicas, químicas e biológicas do substrato. Paralelamente à turfa
terá papel no processo inicial de revegetação da área a ser recuperada, reduzindo assim, o risco de
erosão após a disposição do substrato que irá formar o solo.
Resultados obtidos nos monitoramentos das áreas em reabilitação ambiental demonstram a
importância do papel exercido pela turfa no processo de reconstituição do solo e da vegetação, não
sendo identificado até o presente momento outro substituto com as mesmas características. Portanto
recomenda-se que no processo de reconstrução do solo a empresa executora dê garantias de estoque
próprio em quantidades suficientes para que o mesmo seja aplicado continuamente.
Simultaneamente a incorporação das sementes, recomenda-se fazer a aplicação de 150.000

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kg de turfa estabilizada por hectare (0,025 m de espessura por metro quadrado) nas áreas onde será
realizada a recomposição do solo (Tabela 8).

Esta quantidade está abaixo da recomendada por Zimmermann (2001), que é de no mínimo
0,05 m de espessura por metro quadrado, ou seja, 300.000 kg/ha, porém tem-se demonstrada eficiente
na recomposição da cobertura vegetal inicial e controle de erosão em projetos de reabilitação
implantados a mais de cinco anos.

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5.3.6 Quantitativos para Reconstrução do Solo nas Áreas a serem Reabilitadas e nas
Áreas de Empréstimo

No Quadro 1 e Quadro 2 são apresentados os quantitativos de insumos a serem utilizados


para reconstrução de solos nas jazidas de empréstimo e na área do projeto, respectivamente.

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5.4 Projeto de Cobertura Vegetal

A recuperação de ecossistemas degradados, também denominada “revegetação” e


“recomposição florestal”, devem utilizar os conceitos de diversidade de espécies, interação entre as
espécies, sucessão ecológica, assim como adaptar as tecnologias já conhecidas de silvicultura

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tradicional às espécies nativas (KAGEYAMA; GANDARA, 2000). A meta da recuperação é a de


reconstituir um novo ecossistema, de modo a criar condições de biodiversidade renovável, em que as
espécies regeneradas artificialmente tenham condições de ser autossustentável, ou que sua
reprodução esteja garantida e a diversidade genética em suas populações possibilite a continuidade de
evolução das espécies (KAGEYAMA; GANDARA, 2004).
Segundo os autores op cit., a recuperação ambiental deve criar um novo ecossistema que
permita não só o desenvolvimento das espécies arbóreas estabelecidas, como também dos seus
organismos associados, tanto vegetais como animais, além de microorganismos.
Deve-se salientar que a maioria das espécies arbóreas tropicais tem animais como vetores
de pólen e de sementes, os quais são essenciais na recuperação (BAWA, 1974). Portanto, a
recuperação adequada seria aquela que possibilitasse que os novos ecossistemas fossem importantes
para a reconstituição de habitats, bem como para a conservação genética e como fontes de sementes e
propágulos (KAGEYAMA; GANDARA, 2004).
Para a recuperação de áreas degradadas é necessário o conhecimento dos padrões
sucessionais, em que os diferentes grupos ecológicos de espécies ficarão inseridos. Atualmente,
utilizam-se modelos com base na sucessão ecológica secundária e interações bióticas para a
cobertura inicial do solo, que promoverá o aparecimento de diferentes espécies, dentro do processo de
sucessão, com consequente aumento da diversidade biológica (CITADINI-ZANETTE, 1999).
Segundo Almeida (2000) entende-se como sucessão natural, como o processo de
desenvolvimento de uma comunidade em função de modificações das composições no ambiente
considerado, culminando no estágio clímax. Este processo de colonização inicia-se com espécies
pioneiras, que criam condições adequadas de microclima e solo, secundárias e climácicas como o final
da sucessão.
Segundo Kageyama e Gandara (2004) para a elaboração de modelos de recuperação de
áreas degradadas, os grupos ecológicos de espécies, segundo a sucessão, podem ser plantados de
forma a simular as condições da regeneração natural. Assim ao se incluir as pioneiras como base para
o rápido recobrimento do solo, está se considerando que uma área degradada apta é uma grande
clareira na sucessão secundária, ou mesmo uma área desmatada da sucessão antrópica (KAGEYAMA;
GANDARA, 2004).
Segundo Kageyama e Gandara (2000) o uso da sucessão ecológica na implantação de
florestas é a tentativa de dar à regeneração artificial, um modelo seguindo as condições com que ela
ocorre naturalmente.
Kageyama et. al., (1994 apud KAGEYAMA; GANDARA 2000) mencionam que o modelo
sucessional separa as espécies em grupos ecológicos (Tabela 9), e juntando-as em modelos de plantio
de maneira que espécies pioneiras forneçam sombreamento adequado às espécies dos estádios finais
de sucessão. No plantio sucessional, sem dúvida, as espécies pioneiras são as chaves do modelo, já
que elas é que forneceram condições adequadas para o desenvolvimento das espécies não pioneiras
(KAGEYAMA; GANDARA, 2000).
Segundo Reis et. al., (1999) as espécies selecionadas devem ser adequadas as condições do
solo, que após os distúrbios é geralmente pobre em minerais e fisicamente inadequado para o
crescimento das plantas. Além disso, a seleção de deve considerar as espécies que apresentam um
máximo de interação biótica, entre animais polinizadores e dispersores.
A interação entre animais e plantas em florestas é intensa e determinante para a
estruturação do ecossistema, pois envolve fundamentos, tais como polinização, dispersão de
sementes e herbivoria (KAGEYAMA; GANDARA, 2000).

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Algumas plantas, quando frutificadas, exercem uma grande atração sobre a fauna, pois
atraem tanto animais que vem se alimentar de seus frutos como aqueles que as utilizam para predar
outros animais. Estas espécies, denominadas bagueiras, são aquelas capazes de atrair uma fauna
diversificada, sendo promotoras de encontros interespecíficos dentro das áreas degradadas,
exercendo o papel de espécies nucleadoras. (REIS et. al., 1999). Segundo Reis et. al., (2003) aves e
morcegos são efetivos dispersores de sementes, principalmente quando se tratando de transporte
entre fragmentos florestais, devido a este fato, a possibilidade de propiciar ambientes para que estes
animais possam pousar, constitui uma das formas mais eficientes de atrair sementes em áreas
degradadas.
Nesse sentido é recomendada a implantação de poleiros artificiais, conforme descrito no
item 5.5 Medidas para Retorno da Fauna para descanso e abrigo de aves e morcegos dispersores de
sementes como técnica de nucleação para a recuperação de grandes áreas abertas (REIS et. al., 2003).
Segundo Almeida (2000) a implantação de poleiros artificiais oferece ponto de pouso para aves que, ao
permanecerem nestes locais, defecam, trazendo consigo sementes (propágulos) de fragmentos
próximos.
O projeto de cobertura vegetal da Área IV (Beluno) tem por objetivo principal a

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reestruturação do ecossistema para que este venha a se tornar um sistema ecologicamente estável e
autossustentável. O processo de revegetação desta área foi planejado de modo que a vegetação
introduzida venha a auxiliar na estabilização do solo construído, evitando a instalação de processos
erosivos.
Para alcançar o objetivo almejado, o plano de recuperação da cobertura vegetal foi
elaborado levando em consideração a proteção das áreas de preservação permanente (APP’s) e o uso
futuro proposto para a área (IPAT/UNESC, 2010). Para tanto, o plano de recuperação prevê a
implantação de espécies herbáceas (gramíneas e leguminosas) na porção da área onde será adotado o
tratamento 02 (TR02 - Econômico ou Social) e arbóreas (pioneiras, secundárias e climácicas) na área
onde será adotado o tratamento 01 (TR01 - Ambiental).
Deste modo, o processo de revegetação será constituído basicamente de duas etapas que
consistem na introdução de:
1ª Etapa: plantio de espécies herbáceas nas porções remodeladas do terreno;
2ª Etapa: plantio de espécies arbóreas pioneiras e secundárias iniciais através de mudas nas
áreas de preservação permanente (APP’s);
3ª Etapa: plantio de espécies arbóreas (secundárias iniciais, tardias e climácicas) junto às
áreas de preservação permanente (APP’s).

O Mapa do Projeto de Cobertura Vegetal (Anexo 2) mostra esta situação. O projeto de


reconstrução da cobertura vegetal apresenta os seguintes itens:
Definição das espécies com potencial para utilização no processo de revegetação das áreas;
Definição dos sistemas de plantio e associação para espécies a serem implantadas;
Lista das espécies herbáceas e arbóreas pioneiras a serem introduzidas;
Densidade das espécies herbáceas e arbóreas pioneiras a serem introduzidas;
Lista de espécies arbóreas (secundárias iniciais, tardias e climácicas) com possibilidade de
utilização;
Estabelecimento de modelo para reintrodução das espécies herbáceas e arbóreas, visando
orientar o executor da obra com relação às diferentes possibilidades de utilização das espécies
listadas anteriormente.
Cronograma de implantação das espécies herbáceas e arbóreas pioneiras, secundárias
iniciais, tardias e climácicas.

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5.4.1 Plantio de Espécies Herbáceas

O uso de espécies herbáceas durante o processo de reabilitação é de grande importância,


pois estas são fundamentais para o controle dos processos erosivos, tanto pluviais quanto eólicos
(ARAÚJO et. al., 2005) e para a fixação de nutrientes melhorando as características físicas e químicas
do solo.
Para o processo de recomposição vegetal da área de estudo foram selecionadas algumas
espécies herbáceas (gramíneas e leguminosas) que serão semeadas nas áreas de preservação
ambiental (TR01 - Ambiental) e nas demais porções do terreno (TR02 - Econômico ou Social).
Segundo Araújo et. al., (2005), a utilização de um consórcio envolvendo gramíneas e
leguminosas é relativamente comum, uma vez que as gramíneas germinam rapidamente, de forma a
fornecer uma proteção imediata a curto prazo, e as leguminosas apresentam crescimento mais lento
levando mais tempo para se estabelecer, porém fornecem proteção a longo prazo, até que as espécies
arbóreas selecionadas se estabeleçam.

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Associado a isso, a utilização de gramíneas e leguminosas se deve principalmente as


características destas famílias. As leguminosas são plantas capazes de fixar nitrogênio no solo, além
de apresentarem raízes com arquitetura e profundidade que permitem estabilizar solos com pouca
estabilidade. Já as gramíneas, são plantas de caráter pioneiro, que apresentam um importante papel
ecológico, auxiliando na reabilitação, revitalização e proteção da cobertura do solo.
Sendo assim, a utilização de um consórcio envolvendo gramíneas e leguminosas (Tabela
10), assume relevância durante o processo de revegetação de sítios degradados, pois proporciona uma
rápida cobertura e proteção do solo contra processos erosivos e ainda favorece o desenvolvimento da
comunidade vegetal através da incorporação de nitrogênio ao solo.
A semeadura das espécies deverá ocorrer logo após o processo de correção do solo, com
as espécies sendo plantadas em consorciação respeitando-se a época de plantio. Esse procedimento
tem por finalidade oferecer ao solo uma cobertura vegetal durante todo o ano, fornecendo proteção
contra os processos erosivos.
O uso de espécies de origem regional (espécies nativas) favorece a recuperação da área,
pois estas apresentam maior adaptação às condições climáticas locais. Por este motivo, para a
indicação de sementes a serem utilizadas durante o processo de recuperação foram consideradas as
origens (nativa ou exótica), as informações sobre a biologia das espécies (ecologia e anatomia), a
capacidade de cobertura e disponibilidade de sementes no mercado.

Para que o processo de recobertura vegetal alcance o sucesso almejado são necessários
que se sejam tomados alguns cuidados fundamentais para garantir o perfeito estabelecimento das
espécies. Entre estes cuidados destacam-se:
a quebra da dormência permite a germinação (retomada da atividade fisiológica da semente).
Recomenda-se, além das técnicas já conhecidas, expor as sementes dormentes também ao sol
por cerca de 10 h, antes do plantio;
isolamento das subáreas evitando acesso de bovinos e equinos que possam fazer uso do
local como pastagem, evitando assim a compactação do solo em construção;

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monitoramento por um período mínimo de cinco anos, após a implantação da vegetação com
objetivo de apontar os sucessos ou falhas no processo de recuperação.

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5.4.2 Plantio de Espécies Arbóreas

Na porção da Área IV (Beluno) destinada à preservação ambiental (TR01) serão introduzidas


espécies arbóreas na forma de mudas, de modo a proporcionar a formação da vegetação ciliar (área de
preservação permanente - APP) no entorno das lagoas oriundas do processo de mineração. O presente
projeto prevê a introdução de espécies arbóreas de duas maneiras distintas: a) espécies pioneiras e
secundárias iniciais associadas a espécies herbáceas (gramíneas e leguminosas); e b) introdução de
“ilhas de diversidade”.
Assim, tendo em vista as características do sítio onde deverão inseridos os indivíduos
arbóreos, foram selecionadas espécies nativas de distribuição local e regional com objetivo de facilitar
e agilizar o processo de reabilitação.
De acordo com Kageyama e Gandara (2004) a recuperação de ecossistemas degradados
deve seguir o princípio de que as espécies nativas do local têm maior probabilidade de se desenvolver
plenamente, mantendo suas características de reprodução e de regeneração natural, em equilíbrio com
seus organismos predadores naturais.
Segundo Martins (2001) a seleção de espécies regionais é importante, pois estas espécies já
estão adaptadas às condições ecológicas locais. Além disso, a recuperação deve considerar também a
relação da vegetação com a fauna, que atuará como dispersora de sementes contribuindo e agilizando
o processo de sucessão. Ainda conforme este autor deve ser utilizado durante plantio um grande
número de espécies para gerar diversidade florística, imitando, uma floresta nativa. Florestas com
maior diversidade apresentam maior capacidade de recuperação de possíveis distúrbios, melhores
ciclagem de nutrientes, maior atratividade à fauna, maior proteção ao solo de processos erosivos e
maior resistência a pragas e doenças (MARTINS, 2001).
Deste modo, adotou como critério para seleção das espécies, além dos grupos ecológicos
(categoria sucessional), a origem (ocorrência regional) e o número de interações com a fauna e a
adaptação ambiental, visando proporcionar o reestabelecimento das relações interespecíficas entre as
espécies introduzidas e a fauna local (Tabela 11).

Tabela 11 - Relação das espécies arbóreas (pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e
climácicas) recomendadas para formação da vegetação ciliar (área de preservação permanente - APP)
no entorno das lagoas oriundas do processo de mineração a céu aberto na Área IV (Conc. Beluno),
Siderópolis, SC.

(Clique na imagem para abrir esta tabela em uma nova janela.)

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5.4.1.1 Plantio de espécies pioneiras e secundárias iniciais

A introdução de espécies arbóreas pioneiras e secundárias iniciais deverá ser realizada


através do plantio direto de mudas, logo após a incorporação dos condicionantes ao solo e da
semeadura das espécies herbáceas (gramíneas e leguminosas). As mudas selecionadas para o plantio
devem apresentar no mínimo 0,50 metros de altura, e serem distribuídas em covas com espaçamento
de 2,5 m entre as covas e de 2,0 m entre linhas (2,5 m x 2,0 m - Figura 5) perfazendo um total de 2000
mudas por hectare.

Figura 5 - Croqui de distribuição das espécies arbóreas pioneiras e secundárias iniciais nas áreas de
preservação permanente (APP’s) das lagoas formadas pelas cavas de mineração utilizando
espaçamento de 2,5 metros entre covas e 2,0 metros entre linhas (2,5 m x 2,0 m). Em (A) vista 3D e em
(B) vista aérea.

As covas para implantação das mudas deverão apresentar dimensões iguais a 0,50 m x 0,50
m x 0,50 m, sendo preenchidas com argila e com os condicionantes (cfe. o recomendado no item 5.3
Projeto de Construção do Solo) após a abertura, de maneira a garantir a estabilização e o bom
desenvolvimento das mudas.
É necessário que se faça a manutenção da área de plantio, através de roçadas, onde a
melhor opção para o caso da área de estudo, é a realização do coroamento no entorno das mudas.
Segundo Martins (2001) esta técnica consiste na limpeza da vegetação herbácea e subarbustiva,
deixando o solo coberto com os restos vegetais, num círculo com aproximadamente 0,80 m de raio ao
redor da cova de plantio da muda de espécie arbórea.
Em alguns casos, a ação dos ventos sobre as mudas pode fazer com que estas venham a
tombar, prejudicando o desenvolvimento das mesmas. Neste caso, recomenda-se a instalação estacas
ao lado das mudas de modo que esta venha a promover a condução da muda promovendo à esta a
sustentação adequada para o bom desenvolvimento.
A manutenção das espécies deve ser realizada periodicamente até que as mudas
apresentem altura média de 1,50 metros, não necessitando mais da intervenção humana. É importante
também a substituição de mudas que por ventura venham a morrem durante o período do projeto.

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5.4.1.2 Plantio das ilhas de diversidade

O plantio de espécies arbóreas (secundárias iniciais, tardias e climácicas) em mudas,


seguindo o modelo de “ilhas de diversidade” deverá ser efetuado junto às áreas de preservação
ambiental (APP - TR01), após as espécies arbóreas pioneiras e secundárias introduzidas durante a 2ª

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etapa do processo de revegetação apresentarem altura média de 3,0 metros.


O plantio de mudas formando ilhas de diversidade consiste na introdução de uma espécie
climácica cercada de espécies secundárias iniciais e tardias em um espaçamento de 2,0 (dois) metros
uma das outras (Figura 6). As mudas a serem introduzidas deverão apresentar no mínimo 0,50 m de
altura, tamanho ideal para a aclimatação destas mudas ao ambiente de interior de floresta.

Figura 6 - Esquema de distribuição das espécies arbóreas a serem plantadas formando ilhas de
diversidade (Sin = espécies secundárias iniciais; Sta = espécies secundárias tardias; Cli = espécies
climácicas).

As ilhas de diversidade deverão ser implantadas em um número de 16 ilhas/ha, distribuídas


com distância mínima de 25 metros entre ilhas. Desse modo, para cada hectare serão introduzidas 64
mudas de espécies secundárias iniciais (Sin), 64 de espécies secundárias tardias (Sta) e 16 espécies
climácicas (Cli), totalizando o plantio de 144 mudas por hectare (Tabela 11).
As covas para implantação das mudas, assim como descrito no item anterior (5.4.2.1 Plantio
de espécies pioneiras e secundárias iniciais), deverão apresentar dimensões iguais a 0,50 m x 0,50 m x
0,50 m, sendo preenchidas com argila e com os condicionantes (cfe. o recomendado pelo Projeto de
Construção do Solo, item 5.3) após a abertura, de maneira a garantir a estabilização e o bom
desenvolvimento das mudas.
As espécies selecionadas devem ser distribuídas de maneira aleatória dentro das ilhas de
diversidade, sendo necessário que se tomem cuidados para evitar que sejam criadas ilhas com um
padrão homogêneo.
Conforme mencionado anteriormente, a manutenção das espécies deve ser realizada
periodicamente até que as mudas apresentem altura média de 1,50 metros, não necessitando mais da
intervenção humana. Além disso, faz-se necessário o replantio das mudas que por ventura venham a
morrem durante o período de execução do projeto.
Cabe ressaltar ainda que, é extremamente importante o isolamento da área de estudo,
impedindo que animais como, bovinos, equinos, caprinos e outros possam utilizar a área foco do
projeto como área de pastejo. A presença destes animais na área pode vir a comprometer o processo
de reabilitação ambiental do local.

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5.4.2 Plantio de Espécies em Poleiros Artificiais e Cercas

A utilização de lianas (trepadeiras/cipós) associadas a poleiros artificiais constitui uma


importante ferramenta na reabilitação ambiental de áreas degradadas, uma vez que oferece de

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imediato, superfície de pouso e posteriormente abrigo para aves e morcegos em alguns casos.
Deste modo, sugere-se a implantação de lianas (trepadeiras/cipós) nos poleiros vivos (conf.
Projeto de Medidas de Atração da Fauna, item 5.5) na tentativa de criar ambientes diversos para o
melhor desenvolvimento da reabilitação ambiental da área.
Entre as espécies nativas com potencial para utilização junto aos poleiros vivos e aos
mourões das cercas, pode-se destacar Passiflora edulis (maracujá-azedo), Passiflora alata (maracujá-
doce), Pyrostegia venusta (cipó-de-são-joão), e as diversas espécies do gênero Mikania (guaco). Todas
as espécies recomendadas apresentam ampla capacidade de adaptação e são comumente encontradas
em áreas que sofreram com o processo de degradação ambiental.
Além das espécies citadas acima, podem ser utilizadas as lianas exóticas, porém anuais,
Mucuna pruriens (mucuna-preta) e Dolichos lablab (labe-labe), ambas leguminosas.
O plantio das espécies acima citadas deve ser realizado através da semeadura direta ou
através de estacas (no caso das espécies do gênero Mikania) junto ao pé do poleiro ou junto à base do
mourão da cerca de isolamento. Para ambos os casos (tanto para o uso nos poleiros quanto nos
mourões das cercas), recomenda-se a semeadura de 6 a 8 sementes junto à base das estruturas
mencionadas.

5.4.3 Controle de Espécies Indesejadas

Durante todo o período de execução do processo de reabilitação e monitoramento da área é


necessário que se faça o controle de espécies consideradas invasoras que por sua vez podem vir a
prejudicar ou retardar a evolução da reabilitação do sítio, principalmente na área destinada à
preservação ambiental (TR01).
Portanto, é recomendado que as espécies de crescimento classificadas como indesejáveis,
sejam extraídas ou derrubadas. Neste sentido, cabe à equipe de monitoramento a indicação de quais
plantas e quando devem ser suprimidas.
Entre as espécies que devem ser eliminadas mediante a orientação da equipe de
monitoramento estão às espécies dos gêneros Eucalyptus (eucalipto) e Pinus (pinus), comumente
encontrados nas áreas em processo de reabilitação.

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5.5 Medidas para Retorno da Fauna

Intervenções ambientais promovidas pela ação humana acarretam modificações na


fisionomia da paisagem, tendo como consequência direta o comprometimento dos recursos hídricos, a
fragmentação florestal e o comprometimento da diversidade biótica, observando-se alterações na
composição, frequência e abundância dos constituintes da fauna presentes num dado ecossistema,
seja ele aquático ou terrestre.
A fragmentação florestal além de promover a redução da biota também afeta às relações de
trofia entre os distintos constituintes da fauna silvestre. Nesse contexto, perturbações ambientais, com
nível de intervenção variado podem vir a afetar de forma distinta a integridade dos sistemas
ecológicos. Neste exemplo, um dos reflexos associados às interferências mencionadas refere-se a
distúrbios nas relações interespecíficas e intraespecíficas.
Dependendo da intensidade da perturbação ambiental é possível identificar flutuações nas
populações (e.g. nº de indivíduos, taxas de natalidade e mortalidade, etc.) que ocupam uma área
florestal. Portanto, o efeito mais notável da fragmentação florestal é a redução do número de espécies.
Cabe ressaltar, que áreas muito fragmentadas e de tamanhos reduzidos são insuficientes
para manter organismos especializados, já que estes requerem áreas melhor preservadas e com boa

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composição florística. Usualmente, em áreas alteradas ou fortemente antropizadas observa-se o


predomínio de espécies da fauna com características generalistas quanto à utilização dos recursos
ambientais (e.g. alimentação, abrigos). Usualmente, em áreas fragmentadas o efeito de borda é mais
pronunciado, principalmente se considerarmos os fragmentos pequenos. A zona de transição
(ecótono) entre o fragmento e as áreas do entorno denominadas de matriz (e.g. áreas agrícolas, áreas
industriais, zona urbana) podem apresentar espécies generalistas, melhor adaptadas a condições de
ambientes alterados pela ação antrópica.
O efeito de borda em fragmentos recortados expõe negativamente a biota ali existente,
principalmente devido às modificações das condições de umidade, temperatura e intensidade
luminosa. Estes aspectos agindo isolada ou sinergicamente atuam como fatores limitantes à biota.
Nesse contexto, no que tange a vegetação nativa, pode ocorrer a sua substituição por espécies
vegetais invasoras ou oportunistas, usualmente melhor adaptadas a ambientes alterados ou
degradados.
Diante do exposto as estratégias com maior potencialidade de revitalização da fauna em
áreas afetadas por intervenções de origem antrópica está relacionada principalmente à reconstituição
vegetal nas áreas de APP e da interligação através da criação de corredores de conectividade entre
fragmentos ou remanescentes florestais.

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5.5.1 Estratégias de atração dos componentes faunísticos

Os procedimentos descritos neste item são importantes para o estabelecimento de


estratégias de revitalização ou atração dos elementos faunísticos presentes em áreas compostas por
fragmentos florestais. As estratégias descritas neste item referem-se a:
Reconstituição da vegetação ciliar em áreas de APP;
Criação de zonas de conectividade ou corredores verdes/ecológicos entre Remanescentes
florestais isolados.

Áreas mais extensas e com maior cobertura vegetal usualmente comportam maior
diversidade faunística, sendo ecologicamente mais estáveis. Entretanto, a maior ou menor diversidade
biológica estará diretamente relacionada à estrutura vegetacional presente em ambientes com
características florestais. Assim, áreas com baixa diversidade florística tendem a apresentar baixa
diversidade faunística, sendo que as espécies mais comuns ou usuais são constituídas por indivíduos
com características generalistas. Nesse caso específico pode haver um grande número de indivíduos
pertencentes a uma mesma espécie com elevada capacidade reprodutiva, como por exemplo: roedores
silvestres (e.g. Akodon sp e Oligoryzomys sp.) e marsupiais (e.g. gambás).
Para espécies animais de vida livre, a disponibilidade de alimento, abrigo e água é um fator
limitante para o crescimento populacional. Esse limite máximo sustentável em ecologia é denominado
capacidade de suporte (K).
Cabe mencionar que uma população K estrategista é aquela na qual a capacidade de suporte
do meio é um fator restritivo. Por conseguinte, os indivíduos de uma população K estrategista tendem
a preparar a prole para a competição por alimento, apresentando também um tempo de vida mais
longo, se comparados com espécies r estrategistas, onde a capacidade de suporte não é um fator
restritivo, uma vez que se caracterizam por apresentar indivíduos com tempo de vida mais curto e por
não dispender cuidados com a prole.
De forma geral estima-se que os fragmentos florestais localizados principalmente em zonas
ou áreas sob influência antrópica tendem a possuir uma fauna transitória ou residente com
características generalistas quanto a utilização dos recursos ambientais, sendo também periantrópica

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(adaptados à presença ou às condições ambientais criadas pelo homem). Em áreas alteradas também
podem ocorrer espécies sinantrópicas - populações animais de espécies silvestres nativas ou exóticas
que utilizam recursos de áreas antrópicas, de forma transitória (via de passagem/deslocamento ou
local de descanso); ou ainda permanente, utilizando-as como área de vida.
Diante da exposição preliminar, estratégias de adensamento vegetacional periférico deverão
ser implementadas, objetivando favorecer o deslocamento marginal da fauna terrestre e semi-aquática,
considerando-se principalmente as áreas de APP. A implantação de um cinturão verde nas áreas
limítrofes poderá atuar como um corredor de biodiversidade ou zona de conectividade à fauna. Esta
condição permite o deslocamento das diferentes espécies presentes nos distintos remanescentes
florestais alocados em áreas adjacentes à zona matriz (área sob intervenção predominantemente
constituída por estéril/rejeito).
Os remanescentes florestais localizados nas proximidades das áreas a serem reabilitadas,
destacam-se por apresentar diferentes condições de exposição antrópica, refletindo em seu estado de
conservação. Ambientes florestais fracionados podem apresentar dimensões reduzidas e aspecto
recortado, estando suscetíveis a distúrbios ou desequilíbrios ecológicos, favorecendo a colonização
de espécies invasoras, usualmente são oportunistas, apresentam crescimento rápido, competindo
mais eficazmente pelos recursos disponíveis (e.g. luminosidade, nutrientes) quando comparadas as
espécies autóctones.
A condição esperada para áreas fragmentadas e isoladas encontra-se representada na
Figura 7A. Ilustrativamente, a Figura 7B exemplifica a formação de um corredor de conectividade ou de
biodiversidade, interligando remanescentes florestais isolados. Nesse contexto os procedimentos ou
técnicas de reintrodução de espécies vegetais nativas possibilitam a formação de zonas contíguas
favorecendo ou oportunizando o deslocamento da fauna pelos distintos ambientes, evitando-se o seu
isolamento e favorecendo o fluxo gênico entre as populações.

Figura 7 - Fragmentos isolados (a) e conexão entre fragmentos após procedimentos de revegetação
(b).

Cabe destacar que remanescentes florestais isolados podem apresentar características


similares às observadas em estudos conduzidos em ilhas oceânicas (MACARTHUR e WILSON, 1967).
Os resultados obtidos indicam a existência de uma relação direta entre a área de uma ilha e a taxa de
extinção de espécies, redução da heterogeneidade do habitat; intensificação das competições inter e
intra específicas devido à escassez de recursos, extinções secundárias - devido ao desaparecimento
de espécies-chave e o aumento dos riscos de extinções estocásticas ou aleatórias.
Diante da exposição anterior convém ressaltar a importância do estabelecimento de zonas
de conectividade em áreas de APP, interligando remanescentes florestais em trechos descontínuos.
Por definição conectividade refere-se à capacidade de uma paisagem facilitar fluxos entre os seus
elementos bióticos.
O retorno da fauna (ornitofauna, mastofauna e herpetofauna) está intimamente associado à
recuperação das áreas degradadas que tende a se intensificar com os processos relacionados aos
estádios sucessionais da vegetação, a disponibilidade de recursos alimentares e a multiplicidade de
habitats. Nesse contexto, em função das inúmeras variáveis existentes procura-se estabelecer medidas

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ou critérios que promovam o retorno da fauna às áreas em reabilitação.


Destaca-se que o retorno da fauna não é somente um indicativo positivo no processo de
reabilitação de um determinado ambiente. O componente faunístico é de fundamental importância na
disseminação ou dispersão de espécies vegetais, atuando também como um incrementador da
biodiversidade.
Em função dos aspectos mencionados propõem-se para o retorno da fauna a instalação de
poleiros artificiais e poleiros verdes ou vivos.

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5.5.2 Poleiros Artificiais e Verdes

Um dos recursos utilizados para aceleração dos processos relacionados à sucessão vegetal
em áreas degradadas ou impactadas por intervenções de origem antrópica refere-se ao
estabelecimento de estratégias direcionadas à atração ou retorno de elementos faunísticos,
notadamente àqueles pertencentes à ornitofauna. Nesse contexto, sugere-se a instalação de estruturas
físicas artificiais (e.g. poleiros), que atuarão como coadjuvantes no recrutamento de sementes. A
grande vantagem deste procedimento (quando comparada às práticas tradicionais de recobrimento
vegetal) está relacionada à heterogeneidade da composição florística da vegetação, assemelhando-se
grandemente a composição vegetacional observada em remanescentes florestais melhor estruturados,
uma vez que os propágulos originam-se dessas áreas (MELO, 1997). Nesse contexto estas áreas irão
atuar como repositórios vegetacionais intensificando de forma gradual a recolonização das áreas em
processo de reabilitação.
No que se refere à estrutura física, os poleiros artificiais podem ser construídos com varas
de eucalipto secas e ramificadas, com altura variando entre três e cinco metros. Eventualmente,
dependendo do escopo do estudo, poderão ser fixados à base (a cerca de 0,5 a 1,0 m de altura do solo)
coletores de sementes constituídos por bandejas quadradas de madeira (0,50 m de lado e 0,10 m de
altura), com telamento metálico ou do tipo sombrite, com abertura de malha de 1 mm² (CITADINI-
ZANETTE, 1995).
Trabalhos anteriores desenvolvidos na bacia carbonífera sul catarinense (em áreas
degradadas pela mineração) sugerem a instalação mínima de quatro (4) poleiros artificiais por hectare,
distribuídos de forma equidistante (espaçamento = a 50 metros). No entanto, em função das
particularidades de cada área remodelada, estima-se que a distribuição e densidade dos poleiros
poderá ser determinada em campo, a fim de atender os objetivos propostos.

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5.5.2.1 Instalação de Poleiros Artificiais e Verdes

Após a remodelagem do terreno e a construção do solo, deverão ser instalados 4 poleiros,


(dois artificiais e dois verdes) por hectare, sendo estes distribuídos pela APP. Cabe destacar que estas
estruturas objetivam facilitar o pouso de elementos faunísticos (e.g. ornitofauna e quiropterofauna) no
sentido de intensificar a chuva de sementes nas áreas em processo de reabilitação.
Cabe ressaltar que o papel fundamental desempenhado pelos poleiros é o de “trampolim
ecológico”, pois eles formam corredores “imaginários” entre a área em restauração e os fragmentos
próximos, permitindo a disseminação ou a distribuição de sementes. No que se referem às dimensões
dos poleiros estes serão constituídos por varas de madeira/bambu (haste) de 7 m de comprimento x
0,15 m de diâmetro, sendo colocadas seis linhas de pouso com 1 metro de comprimento e 0,05 m de

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diâmetro, dispostos em cruz: duas a 6 metros, duas a 5 metros e duas a 4 metros de altura do solo. A
fim de fornecer estabilidade à estrutura os poleiros deverão ser introduzidos no solo até 1 metro de
profundidade (Figura 8).

Figura 8 - Poleiro artificial, modificado de Melo (1997).

De forma complementar, além da instalação de poleiros artificiais secos, recomenda-se a


introdução de estruturas físicas similares ao poleiro artificial, entretanto este será utilizado como
suporte à espécies vegetais selecionadas, constituindo os poleiros verdes ou vivos (Figura 9). A
utilização deste componente tem como objetivo incrementar a diversidade de espécies que venham a
utilizar os poleiros (e.g. aves e morcegos). Além de servir de local de pouso ou fornecer
abrigo/proteção temporária, estas estruturas podem contribuir na disseminação de sementes de
espécies nativas ocorrentes em remanescentes florestais próximos, podendo constituir núcleos de
diversidade florística ou ilhas de diversidade.
As espécies indicadas para plantio dos poleiros verdes estão detalhadas no item 5.4 Projeto
de Cobertura Vegetal; subitem 5.4.2 Plantio de Espécies em Poleiros Artificiais e Cercas, deste PRAD.

Figura 9 - Ilustração indicando o aspecto de um poleiro verde ou vivo.

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Cabe mencionar que a existência ou a formação de um banco de sementes desempenha


importante papel na recolonização da vegetação em ambientes perturbados ou degradados, atuando
como disseminador pontual de espécies vegetais pertencentes a distintas famílias botânicas. Nesse
contexto as plântulas emergentes geradas a partir do banco de sementes, atuam mitigando ou
interrompendo processos erosivos. No tocante a transição ecológica, os distintos estádios
sucessionais, gradualmente tornam o ambiente mais favorável à biota, contribuindo também na
estabilização edáfica e evolução pedogênica da área em processo de reabilitação.
Garwood (1989) ao estudar a dinâmica dos bancos de sementes defende que a dispersão de
sementes é essencial para a regeneração de áreas degradadas em ecossistemas tropicais, uma vez
que o banco de sementes do solo sofre uma rápida diminuição na sua abundância e riqueza de
espécies devido à perda das propriedades germinativas de muitas espécies vegetais, principalmente
se considerarmos os ambientes tropicais.

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6 TRATAMENTO DE ÁREAS ALAGADAS

O diagnóstico ambiental das áreas degradadas pela mineração de carvão do Bloco 1 destaca
que na área IV - Beluno, a mineração ocorreu apenas a céu-aberto, não identificando-se a presença de
bocas de mina em subsolo. Em função do método de lavra e do abandono da área pela Carbonífera
Treviso, a água do lençol freático aflorou em alguns cortes da mina a céu aberto, formando lagoas com
características de drenagem ácida (IPAT/UNESC, 2010).
Desta forma, o tratamento torna-se necessário de maneira a restaurar a qualidade destes
ambientes tornando-os favoráveis à atração da fauna e favorecendo o processo de reabilitação da área.
A metodologia de reabilitação de área utilizada pelo IPAT considera sempre que possível, a
manutenção das cavas de mineração a céu aberto. Esta alternativa segue a seguinte premissa:
A água contida nestas cavas, na maioria das vezes, é o afloramento do lençol freático;
A manutenção das lagoas formadas a partir das cavas da mina a céu aberto facilita o

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acompanhamento da evolução ou involução da qualidade deste compartimento ambiental


(aquífero livre);
O tratamento da água contida nestas lagoas é uma forma de contribuir para o tratamento da
água subterrânea, além de propiciar mais uma alternativa para a fauna local.

Considerando esses aspectos, o tratamento a ser adotado nas margens das cavas de
mineração a céu aberto segue o seguinte critério:
O estéril contido nas margens das cavas não será removido, uma vez que este material é o
que está possibilitando a formação desta “lagoa”;
Se for constatada a presença de rejeito nas margens das cavas, este deverá ser removido e
destinado a uma célula de rejeito; exceto nos casos que o estudo apontar que esta medida
coloca em risco a estabilidade da área;
Considera-se no caso do item b, uma área equivalente à área de preservação ambiental
(APP) de uma lagoa natural com mesma dimensão.
Nesta área (conforme item c) a construção do solo seguirá a mesma metodologia adotada
para as áreas de preservação permanente (APP), ou seja, deverá considerar a espessura de
solo construído suficiente para suportar o desenvolvimento de vegetação nativa (espécies
arbóreas típicas do bioma Mata Atlântica e ocorrentes em Floresta Ombrófila Densa).
Nas áreas que correspondem à APP das lagoas formadas a partir das cavas da mina, onde o
levantamento florístico apontar que a vegetação encontra-se em processo de regeneração, não
será realizado intervenção que venha a prejudicar a cobertura vegetal. Neste caso, será
recomendado apenas o enriquecimento desta cobertura.

No caso da Área IV - Beluno serão mantidas as cavas de mineração a céu aberto, conforme
mostrou a Figura 4, favorecendo o disciplinamento do escoamento das águas de montante,
conduzindo-as diretamente para o rio Fiorita.
Os resultados laboratoriais da água contida nos cortes da mina a céu aberto associados aos
dados de volume de água acumulado possibilita o cálculo da quantidade de neutralizante que será
adicionada em cada corte, favorecendo a restauração da qualidade da água e propiciando um uso
futuro mais nobre. Para o cálculo da necessidade de neutralizante, considerou-se o volume total das
cavas a serem mantidas, atribuindo às mesmas uma concentração de acidez na ordem de 90 mg/L (pior
situação encontrada no diagnóstico).

Memória de Cálculo para Correção da Acidez das Cavas de Mina

Objetivo: reduzir a carga de acidez contida na água das cavas.


Condicionantes: os cálculos foram realizados com base no volume de água nas cavas que
serão mantidas como lagoas, atribuindo a pior condição de acidez registrada no diagnóstico (90 mg/L).
Devido ao preço mais acessível e a facilidade de manuseio, selecionou-se como reagente de
neutralização o carbonato de cálcio (CaCO3).
Volume de água acumulado nos cortes: 260.456 m3;
Concentração de acidez: 90 mg/L;
Carga de acidez acumulada: 23 t de CaCO3;
Pureza mínima do produto (CaCO3): 50%;
Eficiência de neutralização ou de dissolução do calcário: 30%;
Fator de conversão: 1;
Coeficiente de segurança adotado para volume acumulado: 30%;
Quantidade de CaCO3 neutralização do volume acumulado: 141 toneladas.

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Cabe destacar que para o cálculo da quantidade de calcário foram considerados: a) fator de
conversão - estequiometria da reação de neutralização (1mol de CaCO3: 1 mol de acidez removida), b)
teor de CaCO3 no produto ou pureza (50%), c) dissolução ou efetividade de reação do calcário (30%), d)
coeficiente de segurança (50% para o fluxo e 30% para volume acumulado no corte).

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6.2 Forma de Adição do Neutralizante

Os resultados favoráveis obtidos em PRADs anteriores, especialmente no Campo Malha II


Leste (IPAT/UNESC, 2002), permitem adotar a mesma técnica de adição de neutralizante (CaCO3) nas
lagoas formadas nas cavas das minas a céu aberto na Área IV - Beluno.
Após a remodelagem da área, o CaCO3 será aplicado “in natura” sobre a superfície da água
das lagoas (cavas das minas que permanecerão), utilizando-se barco ou balsa para possibilitar a sua
distribuição (espalhamento) de forma mais equitativa quanto possível.
Essa forma de aplicação se torna mais prática e econômica, quando se compara com
métodos tradicionais que requerem dispositivos de mistura e dosagem de reagentes. Além disso, a
aplicação do CaCO3 granulado permite com que o álcali seja liberado na medida em que ocorre a
dissolução do calcário no ambiente aquático, o que permite uma reação mais lenta e duradoura.
Conforme Trindade e Soares (2004) a velocidade de dissolução do CaCO3 é maior em meio
ácido. Essa característica intrínseca do material agrega uma vantagem na utilização do CaCO3 no
modo em que está sendo proposto, uma vez que enquanto o ambiente se mantiver com elevada acidez,
ocorrerá maior disponibilização do material alcalinizante. De forma inversa, quando a acidez da água
reduzir, a tendência é que a dissolução do material ocorra mais lentamente, equilibrando o sistema.
A empresa contratada para realização das obras poderá optar pela utilização de calcário
pulverizado ou pedra calcária com granulometria entre 9,5 a 19,5mm, uma vez que a velocidade de
reação não é fator preponderante neste caso específico. Importante ser observado, no entanto, que os
cálculos apresentados se referem a uma pureza de material prevista em 75% de CaCO3, assim, tanto a
utilização de carbonato de cálcio pulverizado (em pó), quanto à utilização de pedra calcária são
possíveis, desde que atendam a especificação do grau de 75% de pureza.
As etapas relacionadas a seguir servem para facilitar e controlar a aplicação do calcário nas
lagoas da Área IV - Beluno:
O calcário deverá ser transportado com o uso de trator agrícola até às margens das lagoas;
Com auxílio de barco ou balsa o calcário deverá ser distribuído de forma equitativa sobre a
superfície da água;
A quantidade calculada de calcário poderá ser adicionada em uma única vez, sendo
distribuída equitativamente sobre a superfície da água, considerando o volume de cada
compartimento ou corte da mina (lagoa) (Tabela 12).

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Caso a aplicação não ocorra em um único dia, é conveniente que se faça uma marcação -
podendo ser utilizado pequenos piquetes de madeira ou tinta spray (base de água) ou uma
ocorrência naturalmente presente na área (árvores, estrangulamentos da lagoa, rochas, entre
outros) - que possibilitem a retomada da distribuição do calcário no dia seguinte;
A adição de calcário deverá ser realizada no sentido montante para jusante, ou seja, deverá
seguir a seguinte ordem:

Lagoa 2 ---> Lagoa 4 ---> Lagoa 3 ---> Lagoa 1.

É necessário ainda que a empresa responsável pela atividade de neutralização da lagoa


preencha um formulário contendo as informações:
Quantidade de calcário prevista para ser distribuída no dia;
Estimativa da quantidade de calcário distribuída no dia;
Justificativas (descrição objetiva dos problemas que levaram ao não cumprimento da meta);
Condições climáticas;
Fornecedor do calcário, número do lote e porcentagem de carbonato de cálcio;
Observações e demais informações necessárias;
Identificação do responsável pelas informações.

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7 PROJETOS DE ENGENHARIA

7.1 Estudo Hidrológico

7.1.1 Cálculo de Vazão Máxima

Para a estimativa da vazão de escoamento superficial foi utilizado o método Racional, em


que a vazão máxima é estimada por:

Q = vazão máxima de escoamento superficial (m³/s);


C = coeficiente de escoamento (adimensional);
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I = intensidade da chuva (mm/h);


A = área da bacia (ha).

O coeficiente de escoamento adotado foi C = 0,55.


A intensidade da chuva foi estimada pela equação de chuvas intensas de Urussanga (BACK,
2002) dada por:

i = intensidade média máxima da chuva (mm/h);


T = Período de retorno (anos);
t = duração da chuva (minutos);

No método racional assume-se a duração da chuva igual ao tempo de concentração da


bacia. É o tempo que a água da chuva precipitada no ponto mais distante da bacia leva para deslocar-
se até o ponto em consideração (seção de saída da bacia). Seu valor depende da velocidade de
escoamento, da distância percorrida, do tipo de cobertura da superfície, da declividade da bacia e
outros elementos hidráulicos da bacia. Em áreas com predomínio de escoamento sobre a superfície do
terreno ou canais de drenagem o tempo de concentração pode ser calculado pelo método cinemático
dividindo-se a distância percorrida pela velocidade do escoamento, isto é:

tc = tempo de concentração (min);


Li = comprimento do trecho i (m);
Vi = velocidade de escoamento no trecho i (m/s).

A velocidade de escoamento nos canais de drenagem é estimada pela equação de Manning,


dada por:

V = velocidade de escoamento (m/s);


Rh = raio hidráulico (m);
I = declividade do canal (m/m)
n = coeficiente de rugosidade de Manning (Tabela 13).

Tabela 13 - Valores de coeficiente de rugosidade (n) de Manning.

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(Clique na imagem para abrir esta tabela em uma nova janela.)

Na parte superior das bacias, em que predomina o escoamento superficial sobre o terreno,
ou em canais mal definidos a velocidade pode ser determinada por meio dos valores apresentado na
Tabela 14.
A velocidade de escoamento também pode ser calculada pela expressão:

V = velocidade de escoamento (m/s);


S = declividade do trecho (%);
a = coeficiente variável conforme a superfície.

A velocidade média do fluxo concentrado pode ser estimada pela equação 5 considerando-
se para áreas pavimentadas o raio hidráulico de 0,06 m e coeficiente de n = 0,025, o que corresponde
ao coeficiente a = 0,62. Para áreas não pavimentadas o raio hidráulico é de 0,12m e coeficiente de n =
0,05, resultado no coeficiente a = 0,42.
Quando o comprimento do percurso é maior que 100 m o escoamento passa a ter um curso
definido. Nas situações de escoamento concentrado e/ou em canais, a velocidade média pode ser
obtida pela fórmula de Manning, considerando a lâmina d’água ocupe toda a altura da seção sem
transbordamento (Tabela 15).
O período de retorno está relacionado com o risco assumido de ocorrer uma precipitação
maior que a utilizada no dimensionamento da obra. Segundo Back (2002), a precipitação mais intensa é
a menos frequente. Quanto maior for a chuva de projeto, maior o custo da obra e, consequentemente,
menor o risco. Entretanto, há certo ponto em que os custos de seguridade do projeto ultrapassam os
benefícios de redução de danos possíveis. Por isso, a escolha de determinado período de retorno é

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uma questão de otimização entre os fatores econômicos e de segurança da obra (KESSLER e RAAD,
1978).

Portanto, a definição da chuva de projeto deve considerar a natureza das obras a projetar e
os riscos envolvidos quanto a segurança da população e as perdas materiais.
Para obras de canalização de cursos de água de pequenas bacias de drenagem, para
controle de inundação, o período de retorno adotado varia entre 5 e 50 anos. Sendo os danos restritos
somente á agricultura com perda na redução da produção agrícola, como nos projetos de irrigação e
drenagem adota-se, em média, um período de retorno de 5 a 10 anos.
O DNIT (2005) recomenda para dimensionamento de bueiros em rodovias o período de
retorno entre 10 e 50 anos. Na Tabela 16 são apresentados alguns valores de período de retorno
recomendados para diferentes tipos de obras hidráulicas que podem ser considerados como
orientação.

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A definição do período de retorno presume que se assume um risco de ocorrer, em um ano


qualquer, um fenômeno maior que a chuva de projeto adotada. Esse risco pode ser calculado como:

J = índice de risco, variando entre 0 e 1 (0 e 100 %);


T = período de retorno (anos);
N = número de anos considerado.

Com essa equação pode-se estabelecer o risco assumido para projetos com período de
retorno T durante diferentes períodos, conforme Tabela 17.

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Como no projeto em estudo a ocorrência de precipitações maiores que as chuvas de projeto


implicam apenas em danos materiais, foi adotado o período de retorno de 20 anos para o
dimensionamento das canaletas e drenagens internas.

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7.1.2 Dimensionamento hidráulico

Com as vazões máximas obtidas do estudo hidrológico foram dimensionadas as seções das
canaletas (calhas de proteção) e canais de drenagem, tendo como base a equação de Manning
representada por:

Q = vazão (m³/s);
A = área da seção do canal (m²);
n = coeficiente de rugosidade de Manning (Tabela 13);
Rh = raio hidráulico (m);
I = declividade do canal (m/m).

O raio hidráulico é dado pela relação entre a área molhada (A) e o perímetro molhado (P),
isto é:

O dimensionamento dos canais foi efetuado com o programa Hidrom (BACK, 2006). Na
Tabela 18 consta o dimensionamento das drenagens de acordo com o Volume 2 - Terraplanagem (Tomo
I): MAPA DE OBRAS DE ENGENHARIA, cód. PR-CPRMTR-ENG-BL01-IV-0004.

Tabela 18 - Dimensionamento das drenagens.

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(Clique na imagem para abrir esta tabela em uma nova janela.)

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7.2 Terraplanagem - Remodelagem Topográfica

O projeto de terraplanagem foi elaborado a partir do traçado definido pelo respectivo projeto
geométrico do acesso, e dos limites das áreas que não sofrerão interferências e do entorno, com o
cuidado de não interferir tanto horizontalmente como verticalmente no distrito industrial já implantado,
bem como: rodovias e residências que se encontram consolidadas dentro e no entorno da área.
A Figura 10 destaca a porção da Área IV - Beluno que será remodelada, totalizando 19,44 ha.

Figura 10 - Área IV (Beluno) com destaque para a porção que será remodelada (19,44 ha).

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7.2.1 Perfis Longitudinais de Terraplanagem

Para execução dos serviços de terraplanagem das obras projetadas foram elaborados perfis
longitudinais, com espaçamento de 20 em 20 metros, para permitir o cálculo de áreas e volumes de
materiais a serem movimentados (Volume 2 - Terraplanagem (Tomo I): MAPA DE PERFIS, cód. PR-
CPRMTR-ENG-BL01-IV-0003).

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7.2.2 Projeto de Terraplanagem

7.2.2.1 Cortes

Cortes em terraplanagem são segmentos das obras projetadas, cujas execuções requerem
escavação do material do terreno, no sentido longitudinal, e dentro dos limites das seções transversais
projetadas.
Na Área IV - Beluno compreendem as seguintes operações:
Escavações dos materiais constituintes do terreno atual (remodelagem das pilhas de estéreis)
até o “greide” de terraplanagem prevista nos projetos;
Transporte dos materiais escavados para os pontos de necessidade de aterros;
Escavações para construção de degraus ou arrasamentos nos alargamentos de aterros já
existentes, ou adequação à topografia atual do entorno;
No acesso rodoviário será cortada uma camada de 50 cm, para colocação de seixos rolados
.
Próximos às casas e indústrias, foi fixado um limite máximo do corte, de maneira a não
interferir na segurança das mesmas durante a execução das obras (Volume 2 - Terraplanagem (Tomo I):
MAPA TOPOGRÁFICO DA REMODELAGEM, cód. PR-CPRMTR-ENG-BL01-IV-0002). Para execução dos
serviços de corte, recomenda-se seguir o procedimento adiante:
O equipamento de execução dos cortes será o utilizado convencionalmente em operações de
terraplanagem como: trator de esteira de lâmina frontal, escavadeira hidráulica e caminhões
basculantes de 7 a 12 m³;
A escavação de cortes obedecerá aos perfis detalhados nos respectivos serviços de
terraplanagem, em conformidade com o projeto;
A escavação será precedida de supressão da vegetação, destocamento e limpeza;
As inclinações do terreno remodelado e taludes obedecerão geralmente as seguintes
inclinações (em taludes valores proporcionais à vertical e à horizontal), respectivamente: a) nas
áreas de APP manter inclinação de 1:3 ou menos; b) nas drenagens com argila manter
inclinação de 1:2; c) nas áreas definidas para uso industrial a inclinação máxima será de 2%;
Os cortes deverão ser demarcados pela topografia para permitir sua medição posterior.

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7.2.2.2 Aterros

Os aterros considerados serão segmentos das obras projetadas, cuja realização requer a
deposição de materiais no interior das seções previstas no projeto geométrico das obras de
engenharia e nos perfis de serviço de terraplanagem.
O material utilizado será oriundo dos cortes a serem executados dentro da Área IV - Beluno
e de material argiloso que vira de jazidas devidamente licenciadas na região. A execução dos aterros
prevê o que segue:
As áreas a serem aterradas, também serão precedidas de supressão da vegetação,
destocamento e limpeza;
Distribuição do material escavado, de acordo com o projeto de remodelamento, considerando
as inclinações e direcionamento das águas superficiais;
Aterramento de parte da lagoa formada pela lavra a céu aberto;
Aterro com seixo rolado e saibro dos 50 cm recortados, para formar a base do acesso

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(estrada) no interior da área. (Ver Detalhe construtivo, Volume 3 - Estradas, Drenagem e Obras
de Arte: MODELO CONSTRUTIVO DA ESTRADA, Cód. PR-CPRMTR-ENG-BL01-IV-0157);
Colocação de uma camada de 50 cm de material argiloso tratado, sobre o terreno remodelado
nas áreas que não sejam APP’s;
Colocação de uma camada de no mínimo de 1,20 metros (espessura dos Horizontes A e B);
sendo que, os 0,5 m superficiais argila tratada e o restante “in natura”, nas áreas definidas como
APP.

Os equipamentos de execução dos aterros serão:


Trator de esteira com lâmina frontal;
Trator agrícola com grade de disco;
Motonivelador (opcional);
Caminhão tanque irrigador (opcional);
Caminhão basculante convencional de 7 a 12 m³.

A movimentação de estéril representará um volume de 233.738,621 m³ de corte e 198.217,403


m³ de aterro, com variação de 15% para menos nos volumes de aterro, em função do material cortado
(estéril) estar empolado.
Sobre o estéril remodelado, será lançada uma camada de argila, cuja espessura varia de
acordo com a destinação do uso futuro, ou seja: nas APP’s, será lançada uma camada de 1,20 m de
argila, sendo que nos 50 cm superficiais a argila será tratada e o restante “in natura”, totalizando de
97.560 m³ de aterro, cobrindo uma área de 8,13 ha. As áreas destinadas ao uso industrial receberão
uma camada de 50 cm de material argiloso tratado, que corresponde a 11,31 ha, num total de 56.550 m³
de aterro. O total de área remodelada na Área IV 19,44 ha.
A sua execução obedecerá às condições e dimensões estabelecidas no projeto. As obras de
arte deverão ser executadas após a execução dos aterros. A não ser as drenagens profundas
(enterradas), que poderão ser executadas durante os aterros.
As camadas de material lançadas nos aterros deverão ser executadas sucessivamente, em
toda a largura da seção transversal aos perfis, e em extensões suficientes a permitir sua compactação
apenas com o deslocamento das máquinas e caminhões utilizado no espalhamento do material,
umedecendo o mesmo para evitar formação de pó, se necessário.
As inclinações dos taludes a serem construídos no remodelamento serão em sua maioria de
1:3 (respectivamente às dimensões vertical e horizontal), e excepcionalmente em alguns locais tendo
variações.

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7.3 Projeto de Drenagens e Obras de Arte

A erosão é mais efetiva quando a superfície do solo encontra-se desprovida de vegetação,


facilitando a lixiviação dos nutrientes da camada mais superior. Assim, é fundamental que seja
instalada uma rede de drenagem que permita o escoamento das águas pluviais, bem como a
implantação da cobertura vegetal evitando com isso a atuação mais intensiva dos processos erosivos.
Portanto, o remodelamento topográfico da área será realizado de forma a estabelecer o
direcionamento do escoamento superficial das águas pluviais para drenagens construídas, parte em
argila e algumas em concreto, que conduzirão para as lagoas que serão preservadas e constituirão a
macro drenagem da área.
Além dessas medidas preventivas acrescenta-se o monitoramento geológico-geotécnico que
deverá ser implementado concomitante à implantação das obras previstas no PRAD, objetivando a
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detecção de processos erosivos de modo que medidas de controle e de solução do problema sejam
adotadas para minimizar a atuação destes processos.
Para o PRAD da Área IV (Beluno) estão previstas as seguintes obras: canaletas longitudinais
aos acessos rodoviários (com caixas de transferência e bueiro); drenagens superficiais em argila;
drenagens profundas com tubos de concreto; caixas de transferências em concreto e blocos de
concreto estrutural e escadas hidráulicas em concreto. Nas drenagens superficiais, nos pontos que for
necessário (de acordo com projeto), serão construídos degraus de concreto, visando diminuir a
inclinação do greide das drenagens e consequentemente a velocidade de escoamento, para minimizar
a atuação de processos erosivos. Detalhes nos perfis das drenagens estão no Volume 3 - Estradas,
Drenagem e Obras de Arte.
O dimensionamento das drenagens e escadas de amortecimento levaram em consideração a
área das bacias de contribuição e a inclinação final do terreno após o remodelamento (terraplanagem +
camada de argila). O detalhe da definição das bacias e localização dos divisores de água pode ser visto
no Volume 2 - Terraplanagem (Tomo I): MAPA TOPOGRÁFICO DA REMODELAGEM, cód. PR-CPRMTR-
ENG-BL01-IV-0002.
Na construção dos sistemas de drenagens serão utilizados equipamentos do tipo
retroescavadeira ou similar para escavação das mesmas, devendo ser adequadas manualmente
quando necessário.

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7.3.1 Canaletas longitudinais aos acessos rodoviários

Estas canaletas (codificadas como drenagem no projeto) terão formato triangular, e serão
moldados “in loco”, com dimensões indicadas conforme a Tabela 18 e Volume 3 - Estradas, Drenagem
e Obras de Arte (PERFIS DAS DRENAGENS - Cód. PR-CPRMTR-ENG-BL01-IV-0100 a PR-CPRMTR-ENG-
BL01-IV-0123).
As drenagens 01, 04, 08 e 09, localizadas a margem da rodovia Sideropólis - Jordão
(asfaltada), será construído em concreto, com fck = 15 MPa, conforme exposto no Volume 3 - Estradas,
Drenagem e Obras de Arte (MODELO CONSTRUTIVO DOS DEGRAUS DA DRENAGEM TRIANGULAR
EM CONCRETO, cód. PR-CPRMTR-ENG-BL01-IV-0155).
As drenagens 19, 20, 21 e 22, localizadas as margens da estrada de acesso, serão moldadas
em argila compactada e terão degraus em concreto nos pontos de maior inclinação, visando minimizar
a atuação de processos erosivos (ver detalhes no Volume 3 - Estradas, Drenagem e Obras de Arte
(MODELO CONSTRUTIVO DOS DEGRAUS DA DRENAGEM TRIANGULAR EM ARGILA, cód. PR-
CPRMTR-ENG-BL01-IV-0156)).
Estão previstos 665,45 m de canaletas triangulares em concreto e 320,33 m de canaletas
triangulares em argila compactada.
Na execução do revestimento das canaletas, deve ser obedecido o padrão DNIT
(Especificações de Serviço DNIT-018/2004). Apresentamos, entretanto, algumas indicações
complementares que devem ser seguidas:
a) Antes da concretagem, o solo (argila) das canaletas deverá estar compactado;
b) O concreto do revestimento deverá se dosado racionalmente para uma resistência mínima à
compressão simples Fck =15 Mpa aos 28 dias;
c) A espessura mínima do concreto para estas canaletas será de 10 cm;
d) A canaleta será moldada no local com formas de metal ou outro material que proporcione bom
acabamento;
e) As formas (guias) deverão estar espaçadas em 2,00 m;
f) A concretagem deverá envolver um plano executivo, prevendo o lançamento de concreto em

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lances alternados;
g) Os segmentos intermediários deverão ser executados após o início do processo de cura dos
demais, redundando em juntas ”secas”;
h) A cada intervalo de 12 metros deverão ser executadas juntas de dilatação;
i) Quando as canaletas de concreto forem moldadas no local em que se situe sobre uma base
granular drenante (que deve ser evitado ao máximo), antes do lançamento do concreto, o local
deverá ser forrado com material impermeável que evite o preenchimento dos vazios da camada
drenante pela penetração do concreto;
j) Deverá haver uma perfeita união entre a face da canaleta de concreto e o talude, e a
plataforma das bancadas, evitando-se a penetração d’água na sua junção.

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7.3.2 Drenagens Superficiais

O sistema de drenagem superficial prevê a construção de drenagens no formato trapezoidal


nas cristas dos taludes, e na divisa da área a ser remodelada com a área industrial já consolidada
(Volume 2 - Terraplanagem (Tomo I): MAPA DE OBRAS DE ENGENHARIA/ Cód PR-CPRMTR-ENG-BL01-
IV-0004). Todas serão moldadas na argila e terão degraus em concreto (fck= 15 MPa) nos pontos de
inclinações elevadas, com altura de 50 cm e comprimento de 2 m, conforme abaixo: Volume 3 -
Estradas, Drenagem e Obras de Arte (Perfis das drenagens) e (MODELO CONSTRUTIVO DOS
DEGRAUS DA DRENAGEM TRAPEZOIDAL, cód. PR-CPRMTR-ENG-BL01-IV-0154).
Na Tabela 18 pode ser visto as dimensões destas drenagens e no anexo xxx (notas de
serviços), as coordenadas de localização. Na construção dos degraus, seguir as mesmas
recomendações descritas no item 7.3.1, com relação a execução do revestimento de concreto:
“(Especificações de Serviço DNIT-018/2004) e indicações complementares”.
O Canal 01, localizado no lado sul da área (Volume 2 - Terraplanagem (Tomo I): MAPA DE OBRAS DE
ENGENHARIA, cód. PR-CPRMTR-ENG-BL01-IV-0004), recebe água de uma bacia de contribuição de
230.366,13 m2, será construído em argila, tendo no fundo uma camada de 50 cm de rachão (seixo
rolado ou pedra).
Com o objetivo de evitar erosão precoce dos taludes laterais, os mesmos serão construídos
em argila com inclinação 1:2. Posteriormente será plantado grama em leiva num total de 316m2 (2,0 x
1,7 x 93,0 metros). O detalhamento construtivo encontra-se no Volume 3 - Estradas, Drenagem e Obras
de Arte: (Canal 01 - Perfil Longitudinal e Traçado Horizontal, cód. PR-CPRMTR-ENG-BL01-IV-0137).

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7.3.3 Caixas de Transferências

Serão instaladas caixas de transferência que serão construídas sobre uma laje de concreto
armado, com fck=18MPa, e laterais com alvenaria de blocos de concreto estrutural de 14x19x39cm,
localizadas de forma a permitir o escoamento da água de uma drenagem para outra, interligando
drenagens superficiais com drenagens enterradas (bueiros) e com possibilidade de acessos para
verificação e limpeza. A Tabela 19 mostra a localização e dimensões destas caixas. Os detalhes
construtivos estão no Volume 3 - Estradas, Drenagem e Obras de Arte (Detalhe das caixas de
transferências).

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Tabela 19 - Localização e dimensões das caixas de transferência

] (Clique na imagem para abrir esta tabela em uma nova janela.)

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7.3.4 Drenagens enterradas (bueiros)

Parte das águas de escoamento superficial, serão direcionadas diretamente às lagoas, pelas
drenagens superficiais e parte será direcionada às drenagens enterradas (bueiros) antes de serem
conduzidas as lagoas.
As drenagens 23 e 24 (enterradas) receberão água das drenagens superficiais 11 e 12 e das
drenagens enterradas (BSTC Ø30cm e BSTC Ø60cm), provenientes do pátio da empresa Tubos e
Conexões Zanatta S/A (TUBOZAN).
A drenagem 18 (bueiro) receberá água da drenagem 19 e, será construída em tubos de
concreto de 30 cm de diâmetro, em função de que corta transversalmente o acesso de residências.
A localização destas drenagens está no Volume 2 - Terraplanagem (Tomo I): MAPA DE
OBRAS DE ENGENHARIA, cód. PR-CPRMTR-ENG-BL01-IV-0004. O detalhamento se encontra no
Volume 3 - Estradas, Drenagem e Obras de Arte: PERFIS DAS DRENAGENS - Cód. PR-CPRMTR-ENG-
BL01-IV-0100 a PR-CPRMTR-ENG-BL01-IV-0123.

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7.3.5 Escadarias

Será implantado sistema com escadaria para amortecimento das águas pluviais incidentes,
conforme apresentado no Volume 2 - Terraplanagem (Tomo I): MAPA DE OBRAS DE ENGENHARIA, cód.
PR-CPRMTR-ENG-BL01-IV-0004, de modo a manter a integridade física dos taludes evitando os
processos erosivos.
O sistema será composto de três escadarias que terão a função de fazer com que as águas
provenientes das drenagens 3 e 22, das drenagens 7 e 20 e as drenagens 16 e 17, todas de montante,
saiam das caixas de transferências 02, 05 e 10 respectivamente para as escadarias 01, 02 e 03.
As escadarias serão construídas em concreto armado com fck (resistência característica do concreto)
igual a 18 MPa (mega-pascal) e com dimensionamento especificado no Volume 3 - Estradas, Drenagem
e Obras de Arte (Detalhamento das escadarias).

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7.4 Estradas

O projeto geométrico elaborado para a Área IV (Beluno) mantém o traçado das estradas já
existentes e que estão localizadas em áreas que não sofrerão interferências por este PRAD e prevê a
revitalização do acesso na parte central da área, que serve de acesso a Lagoa e ao terreno de
extremante, como segue:
Estrada acesso não pavimentada: entre as estacas 0 e 16+9,013 m, possuindo 169,01 m de
comprimento, com largura de 4 (quatro) metros.
O projeto geométrico para este acesso rodoviário (Volume 3 - Estradas, Drenagem e Obras
de Arte: MODELO CONSTRUTIVO DA ESTRADA, Cód. PR-CPRMTR-ENG-BL01-IV-0157) procurou
adequar o traçado existente à configuração topográfica final observando ao máximo os perfis já
elaborados, cujas cotas traduzem o relevo proposto no “Projeto de Reabilitação Ambiental - PRAD”, no
intuito de diminuir os cortes e aterros, e consequentemente minimizar a movimentação de grandes
volumes de material terroso. As declividades laterais da pista são de 5%.
Os elementos geométricos como: pontos de curva (PC), pontos de tangente (PT), ponto de
intersecção (PI), estão descritas nos próprios projetos. Na definição geométrica do acesso rodoviário
foram projetados eixos estaqueados de 10 em 10 metros. Ver Volume 3 - Estradas, Drenagem e Obras
de Arte: Estrada de Acesso - Perfil Longitudinal e Traçado Horizontal, cód. PR-CPRMTR-ENG-BL01-IV-
0147 e Seções da Estrada de Acesso, cód. PR-CPRMTR-ENG-BL01-IV-0148 a PR-CPRMTR-ENG-BL01-
IV-0153. Esta estrada terá uma base de 40 cm de seixos rolados ou pedra e 10 cm de saibro como
revestimento final. As drenagens laterais do acesso (canaletas) estão citadas juntamente com as
drenagens superficiais da área.

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7.5 Isolamento da Área

A Área IV (Beluno) deverá ser isolada utilizando cerca de arame farpado, com mourões de
2800x130x130mm, sendo 0,50 metros enterrados, com espaçamento de 3 metros. Os fios do arame
farpado deverão ser espaçados a uma distância de 20 a 30 cm.

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7.6 Recomendações

A Área IV (Beluno) está situada no perímetro urbano da cidade de Siderópolis, portanto é


constituída por várias propriedades, que sofrem alteração constante, tanto na questão de topografia
superficial, bem como na questão de construções e consequentemente nos esgotos sanitários.
O projeto executivo foi elaborado com os dados coletados em campo (inclusive
levantamento topográfico cadastral), durante os meses de janeiro a março de 2010. Assim sendo
alterações na área já ocorreram e deverão continuar a ocorrer, até o início da execução das obras.
Desta forma se faz necessário que o início da execução das obras seja precedido de um
levantamento de campo (principalmente topográfico), para averiguar e quantificar as mudanças,
propondo adequação do projeto executivo.

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8 PLANO DE MONITORAMENTO

O processo de reabilitação de uma determinada área degradada envolve não só a proposição


de medidas que venham a melhorar as condições do local debilitado, mas também o acompanhamento
ou monitoramento das medidas propostas visando à compreensão da evolução do processo de
reabilitação do local. Para tanto, deve-se definir, levando em conta principalmente o diagnóstico da
área, quais são os pontos mais críticos e quais são os indicadores ambientais que deverão ser
monitorados.
Embora ainda pouco usado como parte fundamental de projetos de reabilitação ou
recuperação de áreas degradadas, o monitoramento, quando planejado adequadamente, possibilita
não só uma avaliação da eficiência dos métodos aplicados, mas também a correção de rumos do
processo.
A negligência desta medida representa um grande desperdício do principal capital destes
programas que é a informação disponível. A geração de dados de acompanhamento de cada método é
o principal instrumento para a progressiva melhoria de sua eficiência e consequentemente dos
resultados da reabilitação (GANDOLFI e RODRIGES, 1996).
Dada a importância que o monitoramento ambiental assume como parte indissociável no
sucesso do projeto de reabilitação de áreas degradadas a sua implementação deverá iniciar junto com
as obras estendendo-se por 60 meses.
A reabilitação ambiental é a busca de uma condição estável, a ser obtida em conformidade
com os valores estéticos e sociais da circunvizinhança, destinando à área de intervenção determinado
tipo de uso, em concordância como o plano preestabelecido, além de conferir a referida estabilidade ao
meio ambiente (LOTT et. al., 2004).
Um bom plano de monitoramento associado ao programa de reabilitação da área degradada
tem o objetivo de comprovar que as medidas projetadas foram implantadas conforme foram planejadas
e se apresentam as eficiências desejadas.
É comum durante a implantação das medidas de controle, que o ambiente se apresente com
uma condição em qualidade ambiental inferior àquela registrada na etapa de diagnóstico da área
degradada. Sobretudo quando se tratam de áreas que se encontram paralisadas há algum tempo, e que
em função desta paralisação, a área já atingiu certo grau de estabilidade.
O registro dessas transformações e episódios críticos de poluição é uma forma da empresa
responsável pela recuperação ambiental demonstrar que tais situações estão em condições de
controle ou se for o caso, intervir no processo minimizando os impactos do projeto.
Os Planos de Monitoramento elaborados pelo IPAT para acompanhamento da implantação de
Projetos de Reabilitação de Áreas Degradadas, PRAD, são elaborados de forma a acompanhar a
execução dos trabalhos considerando os seguintes aspectos:
Plano de monitoramento das condições climáticas;
Plano de monitoramento do solo construído;
Plano de monitoramento da qualidade da água;
Plano de monitoramento da vegetação introduzida e da regeneração natural;
Plano de monitoramento do retorno da fauna;
Plano de monitoramento da saúde pública e ocupacional.

Dada à importância que o programa de monitoramento assume como parte indissociável no


sucesso do projeto de reabilitação, este deve iniciar com a instalação das obras e ter continuidade até
que a área atinja um nível de estabilidade capaz de sustentar a reabilitação.
Quando do término das obras de engenharia que compõe o PRAD, os dados obtidos na etapa
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de acompanhamento servirão de base para a redefinição do Plano de Monitoramento, com relação aos
indicadores ambientais, frequência de amostragem e estações de monitoramento.

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8.1 Objetivos Gerais

Acompanhar a evolução da qualidade ambiental da área pesquisada, a partir da análise de


parâmetros pré-selecionados, bem como gerar um banco de dados técnicos e científicos, obtidos a
curto, médio e longo prazo, que deem suporte à tomada de decisões para melhor condução do
processo de reabilitação.
O Plano de Monitoramento da Área IV (Beluno) se propõem:
Avaliar parâmetros físicos, químicos e biológicos, nos ambientes aquáticos, durante e após a
implementação dos trabalhos de reabilitação;
Acompanhar o desenvolvimento das comunidades vegetais nas áreas reabilitadas;
Monitorar a evolução da qualidade física e química do substrato que irá compor o solo das
áreas reabilitadas;
Verificar a ocorrência de processos erosivos, indicando medidas corretivas quando
necessário;
Acompanhar o retorno da fauna às áreas reabilitadas;
Avaliar a efetividade dos projetos de reabilitação propostos;
Subsidiar relatórios de qualidade ambiental;
Constituir banco de dados que dê suporte à proposição de medidas corretivas e que
subsidiem outros PRADs.

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8.2 Plano de Monitoramento das Condições Climáticas

O plano de monitoramento das condições climáticas tem por objetivos registrar diariamente
o índice pluviométrico na área em processo de reabilitação com a finalidade de subsidiar o
monitoramento da qualidade das águas superficiais, do desenvolvimento da cobertura vegetal e do
controle dos processos erosivos. Além disso, o registro dos períodos chuvosos e secos permite a
definição de medidas para a minimização dos impactos durante a execução da obra.
A análise do clima de uma determinada região leva em consideração vários fatores que
condicionam os elementos climáticos, entre estes, temperatura, precipitação, umidade do ar, ventos,
pressão atmosférica, evapotranspiração entre outros (NIMER, 1989; BACK, 1997; AYOADE, 1998;
VAREJÃO-SILVA, 2001).
O registro das condições climáticas, em especial da intensidade pluviométrica é de extrema
importância, uma vez que facilita a compreensão da dinâmica ambiental da área a ser reabilitada,
considerando os compartimentos onde serão realizadas as intervenções.

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8.2.1 Metodologia

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O monitoramento dos dados de pluviometria será realizado através de um pluviômetro. A


localização do pluviômetro na área de estudo levará em consideração a existência de obstáculos e será
locado com distância adequada em relação aos mesmos. A frequência de medição deverá ser diária (24
horas), a partir do início das obras de intervenção previstas no PRAD Executivo.
O local de instalação do equipamento levará em consideração a existência de obstáculos
devendo ser locado com distância adequada em relação aos mesmos (Anexo 3 - Mapa de
Monitoramento Ambiental).
As principais características técnicas do pluviômetro e de infraestrutura de instalação são
apresentadas a seguir:
Pluviômetro
o Referência: Pluviômetro Ville de Paris em chapa inoxidável;
o Capacidade: 125 mm;
o Área de captação: 400 cm².

Instalação do pluviômetro
o Localização: 653429,02E e 683569,52N;
o Fixação: suporte constituído por barras de alumínio;
o Altura da superfície: suporte instalado a 1,5 m;
o Braçadeiras de fixação: duplo reforço e pintura eletrostática anti-corrosiva;
o Proveta pluviométrica: em acrílico, com leitura direta de 0,1 a 10 milímetros (precisão
de 0,1 mm);
o Isolamento/proteção do pluviômetro: tela de alambrado em aço inoxidável, com 1,5
metros de altura, locada a três metros de distância do pluviômetro.

Os relatórios serão elaborados com frequência semestral contendo o registro e análise de


consistência dos dados de pluviometria. Por ocasião do planejamento dos Planos de Monitoramento,
recomenda-se verificar a existência de equipamentos de registro de dados pluviométricos na
proximidade da área e a possibilidade da utilização dos dados para o monitoramento ambiental.

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8.3 Plano de Monitoramento do Solo Construído

O monitoramento da qualidade física e química do solo deverá ter frequência semestral,


devendo ser implantado a partir do terceiro semestre após o início das obras, onde o substrato para a
formação do solo já esteja construído, conforme cronograma de implantação dos planos de
monitoramento.

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8.3.1 Monitoramento dos Parâmetros Químicos

O monitoramento dos parâmetros químicos deverá ser realizado apenas nas porções da área
destinada à APP e à instalação do condomínio industrial. A análise será realizada em amostra
composta, sendo estabelecido para cada amostra, o número mínimo de 10 subamostras.
Recomenda-se a realização de duas amostras compostas nas áreas destinadas à mata ciliar
das lagoas (APP), sendo uma em cada margem da Estrada Geral que liga Siderópolis a Jordão Baixo.

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Dessa forma, cada lote de dez subamostras será homogeneizado e quarteado de forma a compor uma
amostra composta que será encaminhada para análise, totalizando 3 amostras compostas.
Os parâmetros monitorados para solos serão os mesmos utilizados no diagnóstico
ambiental da área, ou seja: pH; Textura; Índice SMP; Matéria orgânica; Fósforo (P); Potássio (K);
Alumínio trocável (Al); Magnésio (Mg); Cálcio (Ca); Ferro (Fe); Sódio (Na); H + Al; pH - CaCl2; Soma de
bases; Saturação de bases; Capacidade de Troca Catiônica (CTC); Permeabilidade.

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8.3.2 Processos Erosivos

Durante o programa de monitoramento do solo, uma vez constatado o início do processo


erosivo, o monitoramento deverá sugerir formas de remediação e contenção. Para viabilizar a adoção
de metodologia que repare o problema constatado, os dados levantados no monitoramento deverão
ser disponibilizados o mais rápido possível à empresa contratante e a empresa responsável pela
execução das obras do PRAD.
A disponibilização desses dados deverá ser realizada por meio de relatório simplificado que
terá a função de alertar para a necessidade de implantação de medidas corretivas. Considera-se um
prazo satisfatório entre a constatação do problema em campo e o envio do relatório simplificado, o
período máximo de 15 dias úteis.
No período compreendido entre as campanhas, caso se mostre necessário, a equipe
responsável pelo monitoramento geológico-geotécnico deverá realizar incursões na área objeto deste
PRAD. Estas incursões poderão ser realizadas após períodos de intensa precipitação pluviométrica ou
por solicitação formal da equipe executora das obras ou responsável pela fiscalização do projeto.

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8.3.3 Erosão Laminar

Para o monitoramento da erosão laminar serão instalados “Pinos de Erosão”, considerada


uma técnica simples e barata para o acompanhamento deste tipo de processos erosivos.
Serão selecionadas regiões declivosas da área o qual serão introduzidos pinos (de
vergalhão ou concreto) com graduação em centímetros. No processo de erosão laminar ocorre o
arraste das partículas superficiais, deixando os pinos cada vez mais expostos ou soterrados. O
monitoramento consiste na leitura periódica destes pinos, através do qual será possível verificar a taxa
de rebaixamento do solo.
Os pinos serão plotados em um diagrama para a realização de sua localização espacial. É
importante que os pinos estejam colocados em campo seis meses após a implantação da vegetação de
modo a permitir a leitura já na primeira campanha de monitoramento e de modo a minimizar
interferências de empolamentos.

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8.3.4 Processos Erosivos Avançados (Linear)

O acompanhamento da ocorrência de processos erosivos avançados nas áreas reabilitadas


será realizado da seguinte forma: a) Identificação das feições erosivas; b) dimensionamento das
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feições com determinação da geometria; c) classificação das feições erosivas de acordo com a
geometria.

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8.4 Plano de Monitoramento da Qualidade da Água

O acompanhamento da evolução da qualidade das águas superficiais e subterrâneas


(aquífero livre) visa avaliar a contribuição das medidas previstas no PRAD para a melhoria da
qualidade dos recursos hídricos local.
O conjunto de variáveis ambientais para acompanhamento da evolução da qualidade da
água foi selecionado a partir de estudos técnicos já consolidados e aprovados pelo Ministério Público
Federal como principais indicadores físico-químico para avaliar a poluição por processos relacionados
à mineração e beneficiamento de carvão.
Estes indicadores constam no Terceiro Relatório de Monitoramento dos Indicadores
Ambientais de Julho/2009, elaborado pelo Grupo Técnico de Assessoramento (GTA) em atendimento à
Procuradoria da República no Município de Criciúma - (Ação Civil Pública nº 2000.72.04.002543-9-SC).
Nas lagoas formadas a partir das cavas da mineração a céu aberto, a qualidade das águas
será avaliada na superfície e na porção intermediária da coluna d’água, assim como no sedimento.
Por ocasião da coleta deverá ser observada a transparência da água com o auxílio do Disco
de Secchi; e o nível da água com instalação de réguas linimétricas niveladas em relação a uma
referência de nível (RN) conhecido na área de estudo. A instalação das réguas linimétricas nas lagoas
será executada antes da primeira campanha de monitoramento da qualidade das águas.
Ainda com relação ao monitoramento das lagoas, serão acrescidos aos indicadores
propostos pelo GTA (2009), alguns parâmetros com objetivo de avaliar a produtividade do ecossistema
em reabilitação e outros que objetivam avaliar os metais tóxicos e seu acúmulo na cadeia alimentar.
As variáveis acrescentadas nas lagoas são: transparência de secchi, fósforo total, nitrogênio
total, clorofila-a e seu produto de degradação (feofitina) objetivando a avaliação de evolução do
ecossistema quanto à produtividade; e cromo total, chumbo, zinco e arsênio.
Os metais tóxicos serão avaliados na coluna d’água, no sedimento, no tecido muscular dos
peixes com dieta alimentar carnívora e herbívora e nas porções submersas (raízes) e aéreas das
plantas aquáticas. Entre as plantas aquáticas preferencialmente recomendadas para avaliação de
metais tóxicos destacam-se as espécies do gênero Eleocharis (GREGÓRIO, 2008).
Em atendimento à Portaria 017/04 da FATMA será realizado teste de ecotoxicidade nas
estações de monitoramento de águas superficiais (rios e lagoas).
A amostragem da água terá frequência semestral durante o período de sessenta meses. No
entanto será realizada uma campanha de amostragem simultaneamente a partir do início das obras do
PRAD, totalizando 11 campanhas de monitoramento. O primeiro relatório de monitoramento da
qualidade das águas superficiais considerará as duas primeiras campanhas de amostragem.
As análises serão realizadas de acordo com o Standard Methods for Examination of Water
and Wastewater, 20ª edição, sendo que para análise de metais será adotada a metodologia de
espectometria de absorção atômica em chama ou em forno de grafite, conforme padrão de exigência
(nível de detecção) estabelecido pela Resolução do CONAMA 357/05.
O Quadro 3 apresenta as variáveis que serão monitoradas, o método analítico adotado com
base na metodologia recomendada.

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As coletas e preservação das amostras seguirão as orientações constantes nas normas


técnicas da ABNT: NBR’s 9897/87 e 9898/87. Em cada uma das quatro lagoas (cavas) que permanecerão
após a remodelagem da área, será instalada uma estação de amostragem, conforme mostra o Quadro
4.

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Os ambientes lóticos, ou águas correntes serão monitorados em quatro estações conforme


mostra o Quadro 5.

O monitoramento das águas do lençol freático (aquífero livre) será realizado de forma a
acompanhar a evolução da qualidade da água (análises físico-químicas) nos três poços de
monitoramento instalados na área para a realização do diagnóstico ambiental, conforme mostra o
Quadro 6.

Caso ocorra durante a remodelagem do terreno a necessidade de aterramento do local onde


algum desses poços se encontra, o mesmo poderá ser protegido com tubos de concreto de 1 metro de
diâmetro ou outro poço deve ser construído em local próximo após a remodelagem do relevo.
A coleta das amostras deve ser feita no dia seguinte após o esvaziamento (purga) do poço
por bombeamento ou com o auxílio de caçambas, promovendo dessa forma, uma amostragem
representativa da qualidade da água do aquífero livre.
Serão realizadas duas leituras do nível do freático em cada campanha: a primeira deverá ser
obtida antes da purga ou limpeza do piezômetro e, a segunda deverá ser realizada no instante da coleta
de água. A medida do potencial redox deverá ser realizada no poço (com sonda) e antes da
amostragem de água.

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As estações de monitoramento da qualidade das águas (superficiais e subterrâneas)


encontram-se no Anexo 3 - Mapa de Monitoramento Ambiental.

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8.5 Plano de Monitoramento da Vegetação Introduzida e da Regeneração Natural

O monitoramento da vegetação tem por objetivo, acompanhar o desenvolvimento das


espécies introduzidas e daquelas originárias da regeneração natural. Deste modo, o presente
monitoramento deverá ser realizado através de estudos florísticos (métodos qualitativos) e
fitossociológicos (métodos quantitativos), utilizando-se metodologias e técnicas justificadas técnico-
cientificamente através de referências bibliográficas.
Faz parte do monitoramento, o planejamento do processo de amostragem, onde este deve
considerar incursões de reconhecimento a campo, com o objetivo de avaliar e selecionar o melhor
método de amostragem a ser utilizado durante todo o período de monitoramento. Além disso, o
planejamento deve considerar também a localização dos pontos de amostragem onde serão alocadas
as unidades amostrais.
As unidades amostrais devem ser fixas e georreferenciadas, de modo a serem avaliadas com
frequência semestral e anual, fornecendo informações sobre o desenvolvimento da comunidade
vegetal introduzida e o aporte de novas espécies provenientes da regeneração natural da área.
As amostragens devem considerar a suficiência amostral, sendo que esta deve satisfazer
tanto à estimativa do número representativo de unidades amostrais em função da variância ou
coeficiente de variação, quanto à estabilização da curva de espécie-área, com a determinação do ponto
ótimo de representatividade das espécies ocorrentes em toda a área de estudo. As informações
obtidas através dos métodos qualitativos e quantitativos ao longo das diversas campanhas de
monitoramento deverão ser armazenadas de modo a constituir um banco de dados.

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8.5.1 Métodos Qualitativos

Os métodos qualitativos constituem ferramentas de fundamental importância para a


obtenção de análises detalhadas sobre o processo de sucessão ecológica.
A amostragem qualitativa deverá ser realizada adotando-se o método de Caminhamento
Expedito, proposto por Filgueiras et. al., (1994). Este método consiste do caminhamento em
transecções pré-definidas onde são realizadas as coletas e/ou a identificação das espécies
visualizadas. As informações obtidas através deste método devem ser apresentadas através de listas
florísticas contendo, grupo ecológico, forma biológica, síndromes de polinização e dispersão, além da
origem da espécie em questão (se nativa ou exótica). O método qualitativo (Caminhamento Expedito)
deve ser realizado nas porções da Área IV (Conc. Beluno) destinadas à preservação ambiental (TR01) e
a outros usos (TR02) conforme estabelecido pelo Diagnóstico (IPAT/UNESC, 2010) com frequência
semestral.

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8.5.2 Métodos Quantitativos

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Os métodos quantitativos consistem da realização de levantamentos fitossociológicos


envolvendo a estrutura das comunidades vegetais de porte herbáceo, subarbustiva e arbustiva e
arbórea, além da regeneração natural dos indivíduos arbóreos.

Comunidade herbácea - Para a análise da estrutura comunitária da vegetação herbácea


deve-se utilizar o método de parcelas fixas e georreferenciadas conforme proposto por Müeller-
Dombois e Ellenberg (1974). As parcelas, também denominadas de unidades amostrais, devem
apresentar dimensões de 2 m x 2 m, constituindo uma área amostral de 4 m². Além disso, recomenda-
se que estas sejam instaladas em número suficiente e que possa indicar suficiência amostral através
da curva espécie/área. Para isso é extremamente importante que as parcelas (unidades amostrais)
sejam instaladas em diferentes ambientes (microclimas) de modo que a amostragem possa representar
o máximo da realidade do campo.
Conforme mencionado anteriormente, as parcelas (unidades amostrais) devem ser fixas e
georreferenciadas sendo instaladas no mesmo local por todo o período de monitoramento,
possibilitando assim, a análise evolutiva da comunidade vegetal. Em cada parcela (unidade amostral)
devem ser registradas, as espécies herbáceas, subarbustivas e arbustivas com diâmetro a altura do
solo (DAS) = 2,5 cm, a altura e o percentual de cobertura conforme a escala de cobertura proposta por
Causton (1988).

Onde:
1 = até 5 % de cobertura da parcela;
2 = 6 - 12 % de cobertura da parcela;
3 = 13 - 25 % de cobertura da parcela;
4 = 26 - 50 % de cobertura da parcela;
5 = 51 - 100 % de cobertura da parcela;
Pi = número de parcelas com ocorrência da espécie i;
P = número total de parcelas;
C1... C5 = número de estimativas de cobertura da espécie i nos intervalos de classes de 1 a 5.

Baseados na cobertura apresentada pelas espécies amostradas deverão ser calculados os


parâmetros fitossociológicos como, as frequências (F) e coberturas (C), absolutas (A) e relativas (R) e
o índice de valor de importância (IVI) de acordo com Causton (1988). Como indicadores de diversidade
biológica devem ser utilizados os índices de rarefação (GOTELLI; COLWELL, 2001), diversidade de
Shannon-Wiener (H’) e de equabilidade (J’) de Pielou, conforme Magurran (1988), baseados na
frequência de cada uma das espécies.
O monitoramento da comunidade herbácea deve ser realizado nas porções da Área IV
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(Beluno) destinadas à preservação ambiental (TR01) e à outros usos (TR02) conforme estabelecido
pelo Diagnóstico (IPAT/UNESC, 2010) com frequência semestral (Quadro 7).

Para a delimitação das famílias deve-se utilizar o sistema de classificação baseado na


proposta apresentada pela APG III (2009) para as angiospermas e Smith et. al., (2006) para as
pteridófitas (samambaias). Os nomes científicos das espécies devem estar de acordo com os nomes
indexados nos Trópicos do Missouri Botanical Garden (www.tropicos.org).

Comunidade subarbustiva e arbustiva - O monitoramento da comunidade subarbustiva e


arbustiva deverá ser realizado na porção da Área IV (Beluno) destinada à preservação ambiental
(TR01), a partir do estabelecimento de parcelas (MÜELLER-DOMBOIS; ELLENBERG, 1974) com
dimensões de 5 m x 5 m (Figura 11), constituindo uma área amostral de 25 m².
Em cada parcela devem ser registrados os indivíduos de porte subarbustivo e arbustivo que
possuam diâmetro a altura do solo (DAS) = 2,5 cm e altura de até 2 m. Para cada uma das espécies
registradas devem ser calculados os parâmetros fitossociológicos como, densidade (D), frequência (F),
dominância (Do), valor de cobertura (VC) e valor de importância (VI).
Como indicadores de diversidade biológica devem ser utilizados os índices de rarefação
(GOTELLI; COLWELL, 2001), de diversidade de Shannon-Wiener (H’) e de equabilidade (J’) de Pielou,
conforme Magurran (1988), baseados na frequência de cada uma das espécies. O monitoramento da
comunidade subarbustiva e arbustiva deve apresentar frequência mínima de um ano (anual), uma vez
que monitoramentos deste estrato em período menor indicariam poucos resultados sobre a evolução
da comunidade avaliada.

Comunidade arbórea - O monitoramento da comunidade arbórea deverá ser realizado a partir


do estabelecimento de parcelas (MÜELLER-DOMBOIS; ELLENBERG, 1974) com dimensões de 10 m x
10 m, constituindo uma área amostral de 100 m². É importante destacar as parcelas utilizadas para a
avaliação da estrutura comunitária da vegetação herbácea, vegetação subarbustiva e arbustiva e
vegetação arbórea devem ser estabelecidas de modo associado conforme ilustra Figura 11.

Figura 11 - Representação do modelo de distribuição de parcelas associadas para amostragem dos


diferentes estratos vegetacionais.

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Em cada parcela devem ser registrados os indivíduos que apresentam diâmetro a altura do
peito (DAP) = 5 cm. As informações coletadas em cada parcela devem ser o nome da espécie, DAP e
altura. Para cada uma das espécies registradas devem ser calculados os parâmetros fitossociológicos
como, densidade (D), frequência (F), dominância (Do), valor de cobertura (VC) e valor de importância
(VI). Como indicadores de diversidade biológica devem ser utilizados os índices de rarefação
(GOTELLI; COLWELL, 2001), de diversidade de Shannon-Wiener (H’) e de equabilidade (J’) de Pielou,
conforme Magurran (1988), baseados na frequência de cada uma das espécies.
O monitoramento deste estrato vegetacional deve iniciar somente a partir do
estabelecimento da comunidade arbórea introduzida na porção da Área IV (Conc. Beluno) destinada à
preservação ambiental (TR01), tendo periodicidade mínima de um ano (anual) (Tabela 11).

Regeneração natural - O monitoramento da regeneração natural deverá ser realizado a partir


da integração dos dados obtidos junto ao monitoramento da comunidade arbustiva e arbórea, além das
informações das plântulas obtidas através das parcelas (unidades amostrais) de 2 m x 2 m (4 m²).
Os indivíduos registrados por meio destas parcelas (unidades amostrais) deverão ser
incluídos em três classes de regeneração natural:
Plântulas: indivíduos = 0,20 m e = 1,00 m (parcelas de 2 m x 2 m);
Juvenis: indivíduos = 1,01 m e DAP = 5 cm (parcelas de 5 m x 5 m);
Árvores: indivíduos com DAP = 5 cm (parcelas de 10 m x 10 m).

Em cada parcela deve ser registrada a classe de regeneração do indivíduo e identificação da


espécie sendo calculado a partir destas informações o índice de regeneração natural.
O monitoramento da regeneração natural, assim como o monitoramento da comunidade
subarbustiva e arbustiva e da comunidade arbórea, deve apresentar periodicidade anual (Tabela 11).

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8.6 Plano de Monitoramento do Retorno da Fauna

O monitoramento da reintegração de vertebrados terrestres, em áreas em processo de


reabilitação está intrinsecamente relacionado à condição espaço-temporal. Ou seja, quanto maior for o
período de exposição (tempo decorrido entre os procedimentos de reabilitação e o pleno
desenvolvimento da vegetação) mais complexo e estável serão as relações ecológicas. Nesse
contexto, os processos envolvidos na sucessão ecológica requerem, além do tempo de exposição,
isolamento e reduzida interferência antrópica.
As atividades inseridas neste item abrangem estudos relacionados principalmente à
ornitofauna e ictiofauna, sendo que os demais grupos faunísticos (mastofauna e herpetofauna) serão
avaliados de forma supletiva, efetuando-se o seu registro quando da localização de evidências (e.g.
pegadas, excrementos, pêlos, esqueletos, ecdises/mudas, restos alimentares, abrigos, tocas ou
manifestações odoríferas/hormonais) ou a visualização direta de representantes pertencentes aos
distintos grupos faunísticos.
Através dos procedimentos de monitoramento podem-se estabelecer critérios que indiquem
o aumento da diversidade biótica nas áreas em processo de reabilitação. A riqueza de espécies
registradas nestas áreas, notadamente no que se refere à ornitofauna poderá ser utilizada como um
indicativo da reestruturação ecológica daqueles ambientes. Neste contexto, estima-se que se não
houver pressão de origem antrópica sobre os ecossistemas avaliados, a tendência é de que estas
áreas sejam reabilitadas natural e gradativamente.

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8.6.1 Materiais e Métodos

As atividades desenvolvidas têm como objetivo levantar informações dos representantes


faunísticos nas áreas monitoradas, notadamente àqueles pertencentes à ictiofauna e ornitofauna. O
registro dos demais grupos faunísticos (e.g. mastofauna e herpetofauna) é realizado supletivamente,
quando da localização de evidências ou indícios.
Nas avaliações de campo serão utilizados os pontos de referência ou de observação fixos.
De forma a complementar os inventários serão realizados deslocamentos pelo interior dos
remanescentes e áreas em processo de reabilitação.
No que se refere à identificação visual e registro dos diferentes grupos faunísticos, serão
empregados equipamentos auxiliares tais como: câmera fotográfica digital Olympus modelo SP 590uz
(c/ zoom óptico 26X), binóculo Canon (8x21mm), mini-gravador digital Olympus e GPS Garmin, modelo
GPS MAP 76CSX.
Para os levantamentos efetuados em corpos hídricos (banhados/açudes), notadamente
àqueles relacionados à ictiofauna, são realizadas, além da alocação de artes de pesca, incursões
exploratórias nas porções marginais.

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8.6.2 Espécies Indicadoras


8.6.2.1 Ornitofauna

Os melhores indicadores faunísticos são representados pela ornitofauna (aves) e ictiofauna


(peixes). As aves são excelentes bioindicadores, ou seja, atuam como "termômetros biológicos"
contribuindo na identificação e evolução dos processos associados à reabilitação das áreas
degradadas. Além disso, representantes deste grupo são importantes disseminadores de
sementes, o que também favorece a recomposição florística do local.
O diagnóstico da ornitofauna envolve o levantamento de campo nas áreas de estudo para
obtenção de dados primários, e informações complementares (dados secundários) sobre o meio
biótico da região.
Os métodos aplicados nos levantamentos ornitofaunísticos são os usuais e amplamente
empregados em trabalhos científicos, nesse contexto serão realizados estudos qualitativos: a)
observação direta; e b) vocalização das espécies encontradas.
Para a identificação dos diferentes representantes da ornitofauna, dependendo da distância
do observador, fazem-se observações visuais normais (a olho nu) ou utilizando-se instrumento óptico
(binóculo) para espécimes localizados a distâncias que não permitem a visualização com definição.
As vocalizações das espécies não identificadas poderão ser registradas (quando necessário)
com o auxílio de um microgravador digital para posterior determinação da espécie, comparando-se as
vocalizações obtidas com gravações de referência (STRANECK & CARRIZO, 1990; VIELLIARD, 1995a,
b).
No que concerne à abordagem quantitativa emprega-se o método do Trajeto Irregular,
segundo metodologia estabelecida por Bibby et. al., (2000). Considera-se nesta metodologia os
caminhos pré-existentes e/ou trilhas nos locais considerados representativos. De forma a facilitar a
determinação taxonômica das espécies poderão ser utilizados guias de campo (BELTON, 1994;
ROSÁRIO, 1996; SICK, 1997; LA PEÑA, 1998; EFE et. al., 2001; GONZAGA e CASTIGLIONI, 2001).
As observações da ornitofauna ocorrerão nos horários de maior atividade destas, (e.g. das

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10:00h às 11:00h e das 15:00h às 18:00h). É possível detectar a busca ativa das diferentes espécies por
alimentos, atividade reprodutiva (corte, busca de material construtivo e nidificação) e limpeza da
plumagem.
No que se refere à nomenclatura científica e a ordem taxonômica, estas são baseadas em
SICK (1997), sendo que os nomes vernáculos estão em consonância com ROSÁRIO (1996).
Observação direta

Caracterizam-se pelo deslocamento do observador pelos diferentes ambientes da área de


estudo, procedendo-se a identificação e qualificação dos habitats de representantes da avifauna.
Dependendo do menor ou maior número de espécies presentes numa área pode-se considerar o grau
de complexidade de um local sendo um indicativo da qualidade ambiental de um determinado
ecossistema. Suplementarmente, a observação direta inclui registros através da visualização das
espécies e de seus vestígios (e.g. penas, ossos, ninhos, abertura de cavidades).
Os produtos originados dos levantamentos qualitativos incluem a elaboração de listagem da
avifauna silvestre, indicando a riqueza de espécies (número de espécies) nas áreas em reabilitação.
Essa listagem é base fundamental para uma avaliação criteriosa do ambiente, pois permite identificar
espécies indicadoras da qualidade do meio e de interesse para a conservação (endêmicas, raras,
ameaçadas de extinção e migratórias).
Trajeto Irregular

Este método do trajeto irregular visa registrar todas as aves identificadas visualmente ou
através da sua vocalização apenas durante o tempo de deslocamento do observador na área
monitorada, a uma velocidade reduzida (< 1 km/h). As vocalizações serão computadas somente quando
for possível determinar se àquelas estão sendo emitidas no interior do ambiente avaliado naquele
instante. O horário para execução deste método segue a mesma padronização definida pelo
levantamento qualitativo (observação direta).

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8.6.2.2 Ictiofauna

Para os procedimentos relacionados à detecção de representantes da ictiofauna serão


realizadas amostragens nos distintos corpos hídricos (e.g. banhados, açude, lagoas) localizados no
entorno/adjacências das áreas destinadas à reabilitação ambiental. Estas áreas servirão como locais
de controle ou de referência, permitindo comparações posteriores.
Cabe destacar que a ictiofauna, é o grupo mais influenciado pelas alterações relacionadas à
qualidade das águas. Nesse contexto, tendo-se como ponto de partida a determinação dos parâmetros
constantes na avaliação das águas superficiais, recomenda-se que estes sejam replicados para os
corpos hídricos, em especial nas lagoas formadas nos cortes da mineração a céu aberto, com a adição
dos seguintes parâmetros: fósforo total, nitrogênio total, clorofila-a e seu produto de degradação
(feofitina).
O levantamento da ictiofauna nos distintos ambientes aquáticos permitirá a criação de
listagens de referência das espécies ocorrentes nestes ambientes, permitindo comparações futuras
dos parâmetros físicos e químicos com as águas originadas a montante. Os procedimentos de
amostragem compreendem deslocamento pelas áreas de APP (margens) dos corpos hídricos e a
utilização de artes de pesca (e.g. picaré, covos, tarrafas, puçás) em sítios pré-selecionados.
Para os procedimentos relativos à determinação taxonômica das espécies pode-se proceder
(quando houver necessidade) a caracterização morfométrica, qualitativa e quantitativa das estruturas
dos exemplares e/ou encaminhamento do(s) espécime(s) não identificado(s) a especialista(s). De forma

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complementar e/ou auxiliar, poderão ser utilizados os bancos de dados das coleções ictiológicas do
Museu de Ciência e Tecnologia da PUC-RS, Museu de Zoologia da USP; Museu Nacional da UFRJ
(disponibilizados pelo sistema SIBIP/NEODAT III); FISHBASE e consultas à coleção ictiológica do
Laboratório de Ecologia de Rios da UFPR.
Complementarmente, é importante salientar a real necessidade de se monitorar (nos
distintos corpos hídricos) a concentração de metais tóxicos nos compartimentos (água e sedimento),
bem como determinar a concentração de metais tóxicos (Cr, Pb, Zn e As) no tecido muscular dos
peixes com dieta alimentar carnívora e herbívora.
Demais Grupos Faunísticos

Neste item específico estão inseridos representantes faunísticos pertencentes às Classes


Mammalia e Reptilia. Concomitantemente às observações da ornitofauna, procede-se de forma
expedita levantamentos nas áreas monitoradas. As varreduras consistem num primeiro momento na
localização de evidências/indícios (e.g. rastros impressos) em ambientes deposicionais (margens de
rios/lagoas ou em locais onde ocorra o assentamento de sedimentos).
Nesse contexto, recomenda-se o acompanhamento/monitoramento da mastofauna
(mamíferos) e da herpetofauna (anfíbios/répteis) de forma supletiva, registrando-se as ocorrências nos
remanescentes florestais localizados nas áreas adjacentes/entorno, servindo de ambientes de
referência quando da reabilitação da área. Serão realizados procedimentos padronizados de âmbito
qualitativo, através de observações diretas (e.g. contato visual) ou indiretas (e.g. localização de
pegadas/rastros, pêlos, tocas/abrigos, material fecal, animais mortos/atropelados, entre outros
exemplos).
O monitoramento da fauna das áreas em reabilitação será realizado através de
deslocamentos por estradas vicinais, pelo interior de trilhas e áreas vegetacionais compostas por
vegetação arbórea-arbustiva e arbustiva-herbácea.

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8.6.2.3 Mastofauna

No que se referem aos levantamentos da mastofauna estes se processam


concomitantemente às observações da ornitofauna. Nesse contexto são realizadas prospecções ou
varreduras detalhadas nos diferentes locais em busca de evidências (e.g. pegadas, excrementos,
pêlos, tocas/abrigos, mudas/ecdises, manifestações odoríferas/hormonais), objetivando determinar a
ocorrência de representantes da mastofauna.
De forma usual realizam-se incursões de âmbito exploratório (caminhamentos) por trilhas ou
acessos existentes nos fragmentos florestais e vias de acesso às áreas de entorno (remanescentes
florestais). O procedimento utilizado corresponde ao método dos transectos lineares, conforme
(BUCKLAND et. al., 1993) onde se estabelecem linhas que serão percorridas registrando-se as
ocorrências faunísticas. Complementarmente, poderão ser utilizadas as vias internas (estradas) que
dão acesso às áreas em reabilitação utilizando-se veículo motorizado à baixa velocidade (10-15 km/h).
Nesse contexto é observada a condição geral do ambiente e margens da estrada (substrato),
registrando-se a ocorrência de pegadas impressas em ambientes deposicionais ou áreas de acúmulo
sedimentar.
A busca de evidências também ocorrerá nas áreas correspondentes aos remanescentes
florestais e nas áreas em reabilitação, incluindo as áreas adjacentes aos distintos corpos hídricos
(APPs).
Apesar dos processos relacionados à estabilização ecológica dos diferentes ambientes
demandarem tempo considerável, estima-se que a presença de formações florestais próximas favoreça

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o retorno da fauna no médio e longo prazo. Deve-se considerar ainda que pressões ou interferências
externas (de origem antrópica) poderão afetar ou comprometer os processos sucessionais das áreas
em reabilitação. Nesse contexto, dependendo das condições de exposição das áreas de APP deve-se
considerar a possibilidade de cerceamento da(s) área(s).
Pode-se inferir ainda, tendo como referência os diferentes ambientes que compõem a área,
que alguns deles apresentam ampla área de contato entre os remanescentes florestais e a zona matriz
(entorno do fragmento/áreas com estéril/rejeito), sendo que o efeito de borda pode ser mais
pronunciado em remanescentes florestais mais recortados.

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8.6.2.4 Herpetofauna

Para realizar os levantamentos de informações referentes à herpetofauna (répteis e anfíbios)


serão adotados procedimentos de procura visual e auditiva (HEYER et. al., 1994). A coleta de material
herpetológico consiste basicamente na busca de exemplares através da investigação de diversos
ambientes (e.g. sob serrapilheira, sob troncos tombados e pedras, cavidades,entre outros exemplos).
A procura visual consiste na realização de incursões (caminhamentos) pelos remanescentes
florestais (em diferentes horários), efetuando-se varreduras em todos os microhabitats visualmente
acessíveis, incluindo troncos tombados, pedras sob o solo, interior de cupinzeiros, tocas/abrigos de
mamíferos, entre outros exemplos. No que se refere à procura auditiva (HEYER et. al., 1994) efetua-se
os procedimentos correspondentes em diferentes horários. A atividade tem como objetivo principal
identificar espécies de anfíbios anuros, bem como seus sítios reprodutivos (localização de
desovas/girinos). Adicionalmente, quando não for possível identificar o espécime nos sítios
monitorados, será efetuado o registro digital (gravação) das vocalizações ou canto de anúncio das
espécies não identificadas. Numa etapa posterior (laboratório) procede-se a comparação dos registros
com gravações de referência.
Cabe ressaltar que os anfíbios podem atuar como bioindicadores da qualidade ambiental.
Sua ocorrência em áreas em processo de reabilitação sugere melhoria ou tendência à estabilização
ecológica dos ambientes monitorados.
Para a determinação taxonômica dos anuros será utilizada literatura específica (FROST,
2002; LOEBMANN 2005; DEIQUES et. al., 2007; HADDAD, 2008). A nomenclatura científica está em
consonância à nova lista de anfíbios e répteis da Sociedade Brasileira de Herpetologia, publicada em
2010.
Com a aplicação dos procedimentos anteriormente citados pode-se obter ao longo de tempo
informações indicativas da melhoria da qualidade ambiental das áreas em processo de reabilitação. Os
procedimentos utilizados citados poderão subsidiar ações futuras, uma vez que os remanescentes
florestais poderão atuar como potenciais repositórios faunísticos, favorecendo o retorno da fauna
naquelas áreas.

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8.6.3 Frequência de Monitoramento

Para o desenvolvimento das atividades de monitoramento da fauna nas áreas em processo


de reabilitação prevê-se a realização de duas campanhas anuais (frequência semestral) contemplando-
se dois ciclos ou períodos estacionais. As atividades ocorrerão ao longo de 60 meses (cinco anos).

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8.7 Monitoramento dos Impactos Ambientais na Saúde Pública

A definição de impacto ambiental constante na Resolução CONAMA nº 1/86, considera “as


alterações do meio ambiente que afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as
atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a
qualidade dos recursos ambientais".
A saúde não pode ser entendida como um fenômeno exclusivamente biológico, uma vez que
ela também resulta de condições socioeconômicas e ambientais, devendo a doença ser considerada,
conforme Giovanni Berlinguer (1996), como um sinal estatisticamente relevante e precocemente
calculável, de alterações do equilíbrio homem-ambiente, induzidas pelas transformações produtivas,
territoriais, demográficas e culturais, incontroláveis nas suas consequências, além de sofrimento
individual e de desvio duma normalidade biológica ou social.
Desta maneira, não se pode mais considerar a saúde de forma isolada das condições que
cercam o indivíduo e a coletividade. Falar, hoje, em saúde sem levar em conta o modo como o homem
se relaciona com o seu meio social e ambiental é voltar à época em que a doença era vista como um
fenômeno meramente biológico, desprovido de qualquer outra interferência que não fosse tão somente
o homem e seu corpo.
Segundo Johnston (2000), estudos indicam que as áreas onde há alta privação social e
material também há altas taxas de mortalidade e morbidade. Por outro lado, os locais mais abastados
possuem níveis mais baixos dos índices mencionados. Esse fato indica a importância das dimensões
social, econômica e política das diferenças espaciais da saúde das populações, e das teorias que
tratam das desigualdades socioeconômicas.
Esta estreita relação entre saúde, condições de vida e condições socioeconômicas,
demonstra quão relevantes são as preocupações sobre saúde pública e a efetividade dos serviços
médicos como forma de melhorar a saúde da população através da prevenção de doenças e promoção
da saúde.
Este programa tem como finalidade incluir a dimensão da Saúde Pública nos procedimentos
de monitoramento dos impactos ambientais das obras de recuperação das áreas degradadas pela
mineração, tendo em vista que, de acordo com sua dimensão e importância, eles podem transformar
profundamente as comunidades, nas dimensões econômicas, ambientais e sociais. Estas interrelações
precisam ser explicitadas, para que os diversos atores envolvidos no processo possam avaliar
adequadamente o empreendimento e seus impactos.
A parceria entre os órgãos de saúde, do meio ambiente e da iniciativa privada, em diálogo
direto com as comunidades envolvidas, possibilitará, entre outros desdobramentos, a prevenção e
promoção de saúde, além da geração e a consolidação de informações que certamente constituirão um
importante banco de dados sobre as atividades econômicas e sua relação com a saúde e o ambiente,
que poderá ser utilizado de forma compartilhada por várias instituições responsáveis por políticas
públicas e de pesquisa.
Cumprindo a exigência do Ministério Público Federal que em seu documento intitulado
“Proposta de PRAD Padrão - Carvão - Santa Catarina”, solicita um Programa de Acompanhamento e
Monitoramento de Impactos Ambientais na Saúde Pública, apresentamos este programa, cuja
finalidade é prevenir, detectar e controlar os impactos à saúde da população do entorno das áreas
degradadas pela mineração.

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8.7.1 Diretrizes

Tomando-se como base um diagnóstico da saúde da população residente no entorno das


áreas a serem recuperadas antes do início das obras, as características do empreendimento e seus
possíveis impactos sobre a saúde da comunidade, propõem-se o desenvolvimento de um Programa de
Monitoramento de Saúde Pública que deverá contemplar as seguintes metas:
Realizar amplo diagnóstico das condições de saúde da população do entorno das obras;
Realizar mapeamento dos recursos de saúde pública da região;
Implantar um sistema de vigilância epidemiológica em parceria entre as instituições Públicas e
Privadas, com o objetivo de monitorar as possíveis doenças e agravos à saúde, ocorridos
durante a fase de execução das obras;
Desenvolver ações de educação em saúde e prevenção de doenças;
Realizar, em conjunto com as autoridades de saúde pública, atividades de promoção da
saúde, colaborando com os programas já existentes nos municípios;
Realizar estudo comparativo de condições de saúde entre uma área de controle (a ser
definida), cuja população apresente semelhanças de condições sócias econômicas, porém sem
a interferência das condições ambientais provocadas pela mineração do carvão (Estudo
Epidemiológico);
Criar mecanismos de avaliação periódica dos programas e ações implementadas, com a
finalidade de realizar as correções e intervenções necessárias.

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8.7.2 Alinhamento Conceitual


8.7.2.1 Saúde Pública

Entende-se que “Saúde Pública é a ciência e a arte de evitar doenças, prolongar a vida e
desenvolver a saúde física e mental e a eficiência, através de esforços organizados da comunidade
para o saneamento do meio ambiente, o controle de infecções na comunidade, a organização de
serviços médicos e paramédicos para o diagnóstico precoce e o tratamento preventivo de doenças, e o
aperfeiçoamento da máquina social que irá assegurar a cada indivíduo, dentro da comunidade, um
padrão de vida adequado à manutenção da saúde” (ROUQUAYROL, 1994).
Este estudo permite a análise sobre a forma como o ambiente biológico, social e físico
podem representar riscos aos indivíduos, tornando-se ameaça em relação a sua saúde e/ou qualidade
de vida.

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8.7.2.2 Prevenção em Saúde Pública

O termo prevenir tem o significado de “preparar, chegar antes de; dispor de maneira que
evite o dano ou mal; impedir que se realize” (FERREIRA, 1986). A prevenção em saúde exige uma ação
antecipada, baseada no conhecimento da história natural a fim de tornar improvável o progresso
posterior da doença (LEAVELL & CLARCK, 1976).
As ações preventivas definem-se como intervenções orientadas a evitar o surgimento de
doenças específicas, reduzindo sua incidência e prevalência nas populações. Seu objetivo é o controle
da transmissão de doenças infecciosas e a redução do risco de doenças degenerativas ou outros
agravos específicos. Os projetos de prevenção e de educação em saúde devem estruturar-se com a
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divulgação de informação científica e de recomendações normativas das mudanças de hábito.

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8.7.2.3 Saúde Pública: Promoções de Saúde

“Promover” tem o significado de dar impulso a; fomentar; originar; gerar; (FERREIRA, 1986).
Promoção da saúde define-se, tradicionalmente, de maneira bem mais ampla que prevenção, pois se
refere a medidas que não se dirigem a uma determinada doença ou desordem, mas servem para
aumentar a saúde e o bem-estar gerais (LEAVELL & CLARCK, 1976).

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8.7.2.4 Saúde Ambiental

O campo da saúde ambiental compreende a área da saúde pública, afeita ao conhecimento


científico e à formulação de políticas públicas e às correspondentes intervenções (ações) relaciona-
das à interação entre a saúde humana e os fatores do meio ambiente natural e antrópico que a
deter¬minam, condicionam e influenciam, com vistas a melhorar a qualidade de vida do ser humano
sob o ponto de vista da sustentabilidade (BRASIL, 2007).
Conforme entendimento acordado no I Seminário da Política Nacional de Saúde Ambiental,
realizado em outubro de 2005, trata-se de um campo de práticas intersetoriais e transdisciplinares
voltadas aos reflexos, na saúde humana, das relações ecogeossociais do homem com o ambiente, com
vistas ao bem-estar, à qualidade de vida e à sustentabilidade, a fim de orientar políticas públicas
formuladas com utilização do conhecimento e com participação e controle social.

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8.7.2.5 Epidemologia

Epidemiologia é o estudo da frequência, da distribuição e dos determinantes dos estados ou


eventos relacionados à saúde em populações específicas e a aplicação desses estudos no controle
dos problemas de saúde (LAST, 1998). O estudo epidemiológico volta-se para a compreensão do
processo saúde-doença no âmbito de populações, aspecto que a diferencia do clínico, que tem por
objetivo o estudo desse mesmo processo, mas em termos individuais.

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8.7.3 Efeitos da Poluição Atmosférica sobre a Saúde Humana

A saúde humana pode ser afetada pelos poluentes atmosféricos de várias maneiras. Suas
consequências podem ir desde um simples desconforto até a morte. Alguns destes agravos incluem:
Danos ao sistema nervoso central, alterações genéticas, câncer, más formações em bebês, irritação
dos olhos e vias respiratórias, redução do desempenho físico, dores de cabeça, agravamento de
doenças crônicas do aparelho respiratório (asma, bronquite, enfisema, pneumoconiose), redução da

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capacidade pulmonar, aumento da predisposição a infecções virais e doenças cardiovasculares.

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8.7.4 Agravos à Saúde em Decorrência da Mineração de Carvão

Além do impacto causado ao meio físico e biótico, as emissões de gases tóxicos e de


material particulado causam graves danos à saúde humana.
Os poluentes atmosféricos diminuem a expectativa de vida, incrementam o número de
mortes por asma, pneumonias e infarto agudo do miocárdio, bem como o número de atendimentos em
pronto-socorro e de internações por doenças respiratórias, comprometendo a qualidade de vida e
onerando o sistema de saúde. São consideradas mais vulneráveis as crianças abaixo dos cinco anos e
idosos acima dos 65 anos de idade.
A expressiva presença e acúmulo crônico de materiais poluentes altamente tóxicos e letais
no ar, no solo e nas águas ocorrem porque a pirita sofre oxidação em consequência do contato com o
ar e a água, liberando ao meio ambiente gases sulfurosos (letais), compostos de ferro (sulfatos e
hidróxidos tóxicos) e ácido sulfúrico (produto também corrosivo e tóxico).

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8.7.5 Programas de Saúde Pública

Os programas de saúde pública propostos no Plano de Monitoramento Ambiental deste


PRAD Executivo serão implantados de modo a avaliar a população que reside nas proximidades da
Área IV (Beluno).

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8.7.5.1 Estudo Epidemiológico

Entende-se por levantamento epidemiológico uma pesquisa de campo feita em uma


determinada área para identificar os problemas de saúde das pessoas que ali vivem. Após este estudo,
deverá ser possível propor um plano de tratamento adequado e eficaz, diretamente voltado para
resolver os problemas diagnosticados.
Um dos aspectos principais a serem investigados em um estudo epidemiológico é a procura
pelas causas e pelos fatores que promovem o surgimento dos eventos relacionados aos processos de
saúde-doença da população. Neste caso, busca-se investigar se as condições ambientais das
populações expostas às áreas degradadas tiveram ou não influencia sobre as condições de saúde da
população.
Recomenda-se um estudo comparativo entre as características epidemiológicas da
população residente no entorno das áreas a serem recuperadas com outros grupos populacionais que
apresentem características demográficas, comportamentais e socioeconômicas semelhantes, tendo
como diferencial apenas as condições de exposição ao meio ambiente.
Neste estudo deverão ser consideradas a frequência e a distribuição dos agravos
relacionados à saúde-doença, assim como a distribuição destes eventos quanto ao tempo
(sazonalidade), quanto às características dos indivíduos (idade, sexo, etnia, profissão) e quanto ao
local de residência (área urbana, rural, etc.).
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Os resultados obtidos pela pesquisa socioeconômica no Diagnóstico Ambiental realizada


para a área IV (Beluno) do Bloco 1 junto às comunidades do entorno, indicam que a população tem
como rotina a procura pelas Unidades de Saúde e Hospital quando algum membro da família adoece.
Portanto, recomenda-se que o Estudo Epidemológico seja realizado com base nos dados obtidos nos
prontuários médicos destas entidades, contando-se com a parceria dos gestores públicos (Quadro 8).

Os dados levantados servirão de subsídios para a implementação de programas de


prevenção e controle de doenças, tornando-se um valioso instrumento de promoção de saúde dos
indivíduos residentes nas áreas a serem recuperadas. No Capítulo 9 - Cronograma de Implantação dos
Programas de Monitoramento apresenta a frequência de implantação do Estudo Epidemológico.

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8.7.5.2 Programa de Monitoramento da Qualidade da Água de Consumo

Considerando-se os inúmeros estudos que identificaram problemas na qualidade das águas


abaixo da superfície de áreas de mineração de carvão, que podem contaminar águas superficiais por
centenas de anos, recomenda-se que seja implantado um programa de monitoramento da qualidade da
água de consumo utilizada pelas populações do entorno das áreas degradadas pela mineração,
durante o período de monitoramento.
Segundo dado da pesquisa socioeconômica realizada no Diagnóstico Ambiental junto à
população da área que será recuperada, verifica-se que algumas residências se abastecem de
nascentes. O programa de monitoramento da água de consumo deverá realizar o controle semestral da
qualidade da água destinada ao consumo humano, para aquela parcela da população não servida pela
rede pública de abastecimento. Os dados obtidos pela pesquisa socioeconômica apontaram dos
domicílios localizados nos 100 metros no entorno da área degradada 08 são abastecidos por nascentes
(IPAT/UNESC, 2010); sendo que o restante é abastecido pela rede pública.
A frequência de amostragem será semestral conforme indicada no Capítulo 9 - Cronograma
de Implantação dos Programas de Monitoramento referente à Qualidade da Água de Consumo.
Os parâmetros a serem monitorados são aqueles indicados pelo documento intitulado
“critérios para recuperação ou reabilitação de áreas degradadas pela mineração de carvão”, elaborado
pelo Grupo Técnico de Assessoramento (GTA) da Ação Civil Pública n° 93.8000533-4, do Ministério
Público Federal (MPF) com objetivo de avaliar a qualidade da água subterrânea, devendo ser acrescido
os parâmetros bacteriológicos.
Número de estações: 10 pontos de monitoramento.
Frequência de amostragem: semestral
Parâmetros analisados: pH, Acidez Total, Alcalinidade Total, Condutividade, Cloretos,
Potencial Redox, Sulfato, Alumínio, Ferro Total, Cálcio, Magnésio, Manganês, Potássio e
Coliformes Fecais e Totais.

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8.7.5.3 Plano de Monitoramento da Qualidade do Ar

Os padrões de qualidade do ar são estabelecidos pelas concentrações de poluentes


atmosféricos que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da população,
bem como ocasionar danos à flora, fauna, materiais e ao meio ambiente em geral. Os padrões são
classificados em:
Padrões Primários de Qualidade do Ar são as concentrações de poluentes que,
ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população.
Padrões Secundários de Qualidade do Ar são as concentrações de poluentes as quais se
prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem-estar da população, assim como o mínimo dano à
flora, fauna, materiais e ao meio ambiente em geral.

O monitoramento da qualidade do ar nas áreas de influência da Área IV - Beluno visa


comparar os dados obtidos com o índice de qualificação do ar (IQA) utilizado pela CETESB e pela
regulamentação da Resolução CONAMA N° 3 de 1990, que estabelece padrões de qualidade do ar,
previsto no Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar - PRONAR. A análise dos resultados
que serão obtidos no monitoramento da qualidade do ar deverão considerar as características da área,
as condições meteorológicas aliadas à topografia e as fontes de emissão de poluentes que possam
interferir na qualidade dos dados obtidos (depósitos de rejeitos, coquerias, estradas sem
pavimentação, entre outros).
Como fonte de poluição atmosférica, deverá ser considerada também a área que estará em
fase de reabilitação, uma vez que esta etapa envolve a movimentação de máquinas pesadas e
transporte de materiais como argila, calcário, corretivos agrícolas entre outros.
O processo de reabilitação ambiental aliado com outras fontes de poluição atmosférica
possibilita a ocorrência de eventos indesejáveis de degradação da qualidade do ar, principalmente
relacionado ao parâmetro material particulado.
Essa interferência tende a se intensificar em períodos do ano com estiagem prolongada,
baixa umidade relativa do ar e ventos de maior intensidade. Por esse motivo, é importante relacionar
os dados obtidos quando do monitoramento da qualidade do ar com os dados climáticos, objetivando
apontar a fonte contribuinte.
O principal poluente emitido para a atmosfera pelas atividades de reabilitação de área
degradada são as partículas totais em suspensão ou material particulado, que ocorrem pela ação dos
ventos sobre o material de cobertura das áreas devido à movimentação de máquinas e equipamentos e
tráfego de veículos pesados.
Uma forma de minimizar esse impacto na qualidade do ar, e consequentemente na saúde da
população de entorno é umedecer o pátio ou área de trabalho em período de estiagem e com ventos,
quando da execução das obras de reabilitação.

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8.7.5.3.1 Indicadores de Qualidade do Ar

a) Partículas Totais em Suspensão (PTS)


A determinação da concentração de partículas totais em suspensão será realizada pelo
método do amostrador de grande volume, conforme determina a NBR 9547/1997. As amostragens
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serão realizadas utilizando-se Amostrador de Grande Volume (HiVol), que consiste basicamente de uma
unidade moto-aspiradora, que faz passar por um filtro de fibra de vidro (203 mm X 254 mm), uma vazão
de ar regulada entre 1,13 e 1,70 m³ por minuto, durante um período contínuo de 24 h e em intervalos
regulares a cada seis dias. Neste método, as partículas com diâmetro aerodinâmico entre 0,1 e 100
microns são retidas no filtro, sendo a concentração de partículas totais em suspensão (PTS) calculada
determinando-se a massa do material retido no filtro e o volume do ar amostrado e expressa em
(µg/m³).
b) Medição de Dióxido de Enxofre (SOx)
A determinação da concentração de dióxido de enxofre será realizada pelo método do
amostrador de pequeno volume, utilizando Peróxido de Hidrogênio como solução absorvedora,
conforme determina a NBR 12979/1993. Neste método, um volume conhecido de ar amostrado é feito
borbulhar através de um reagente líquido que tem a função de absorver o poluente a ser amostrado
durante 24 h (vinte e quatro horas) e a cada seis dias a uma vazão de 1,98 litros por minuto. O dióxido
de enxofre presente no ar amostrado reage com a solução absorvedora (peróxido de hidrogênio),
formando ácido sulfúrico, o qual é posteriormente quantificado em laboratório através de uma solução
de tetraborato de sódio.

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8.7.5.3.2 Localização das Estações de Monitoramento

O monitoramento da qualidade do ar para a Área IV (Beluno) foi dimensionado de forma a


instalar 1 (uma) estação de amostragem ou ponto fixo de monitoramento. Por se tratar de equipamento
com custo relativamente alto, a localização da estação de monitoramento da qualidade do ar leva em
conta não só o melhor local, conforme determina as normas técnicas, mas também a questão da
segurança do local.
Por esta razão, o Mapa de Monitoramento Ambiental (Anexo 3), apresenta uma sugestão de
localização (653428,16E e 6835671,52N), que poderá sofrer alteração por ocasião da implantação das
obras do PRAD.

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8.7.5.3.3 Frequência das Amostragens no Ponto de Coleta

A área em estudo é classificada como Área de Classe II, conforme Resolução CONAMA
n°05/1989, onde o nível de deterioração da qualidade do ar é limitado pelo padrão secundário de
qualidade, que prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem-estar da população, assim como o mínimo
dano à flora, fauna, materiais e ao meio ambiente em geral.
Para avaliar a qualidade desta área será adotada a frequência de amostragem estabelecida
na NBR 9547/1997 e na NBR 12979/1993 durante o primeiro ano de monitoramento. Durante este
período as principais obras de engenharia terão sido realizadas, devendo a qualidade do ar nas áreas
reabilitadas sofrerem pouca alteração em função destas atividades. Neste período as amostragens
serão realizadas a cada 6 dias por um período contínuo de 24 horas.
Durante os quatro anos seguintes se preveem um espaçamento maior na frequência de
amostragem, adotando-se 24 horas a cada trinta dias para os dois indicadores de qualidade
selecionados (PTS e SOx).

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9 CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DOS PROGRAMAS DE MONITORAMENTO

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10 RECOMENDAÇÕES PARA ACOMPANHAMENTO DA OBRA

Durante a implantação das obras de reabilitação previstas no PRAD Executivo da Área IV


(Beluno), recomenda-se atentar para os aspectos citados abaixo:
1) Em função de que pode ocorrer interferência (construção de acessos, escavação e
deposição de rejeito, terraplanagem, instalação de residências, seguimentos industriais, entre outros),
faz-se necessário que a empreiteira reavalie o PRAD Executivo quando da sua implantação, uma vez
que as interferências podem modificar a superfície do terreno, alterando o volume de movimentação de
material (corte e aterro);
2) O PRAD Executivo foi elaborado considerando a obtenção de uma superfície topográfica
adequada ao disciplinamento das águas de escoamento e o controle da erosão, além de integrar a área
reabilitada à paisagem do entorno e propiciar o seu uso futuro. Em função disso, os trabalhos de corte
e aterro de estéril deverão ser acompanhados por técnicos habilitados para evitar que se extrapolem
os limites indicados em projeto, que leva em conta a cota de corte e a remodelagem do terreno
projetada de forma a se obter uma topografia mais suavizada possível;
3) Recomenda-se que seja implantado um Programa de Fiscalização da Execução da Obra
visando o cumprimento das atividades previstas no PRAD Executivo realizadas pela empreiteira
responsável;
4) Durante o período de cinco anos indicado para execução dos planos de monitoramento
ambiental, recomenda-se a realização de um “Acompanhamento e Vistoria da Área” por profissional
habilitado, de forma a prevenir danos ao processo de reabilitação ambiental, como por exemplo, riscos
de incêndio, ocupação irregular, despejo de resíduos sólidos e industriais, lançamento de efluentes
líquidos, entre outros. Sugerem-se no mínimo duas vistorias mensais ao longo dos cinco anos de
execução dos planos de monitoramento ou até que a área seja descomissionada pelos órgãos
competentes;
5) Como projeto de remediação das áreas alagadas, o PRAD recomenda a adição de calcário
(CaCO3) nas quatro lagoas formadas a partir das cavas da mina a céu aberto. O material neutralizante
será adicionado uma única vez, e deverá ocorrer após término das obras de engenharia realizadas no
entorno das antigas cavas e antes do início da construção do solo (conforme demonstra o Cronograma
de Macroatividades, Capítulo 11). A adição do neutralizante nas lagoas da Área IV deverá seguir a
sequência de etapas descritas no Capítulo 6 - Tratamento de Áreas Alagadas, item 6.2 Forma de adição
do neutralizante;
6) Para a construção do solo deverá ser disposta a camada de material argiloso sobre a
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superfície de estéril remodelada, que servirá como substrato na área 1 com camada de material
argiloso de 120 cm, enquanto que na Área 3 será de 50 cm. Para o substrato (construção do solo) nas
Áreas 1 e 3 será utilizado o volume de 154.110 m³;
7) O substrato para formação do novo solo, camada de 50 cm de material argiloso, receberão
os corretivos e fertilizantes quantificados e aplicados conforme descreve o item 5.3 Projeto de
Construção do Solo;
8) Para extração de materiais argilosos recomenda-se: i) Negociar com os proprietários da
área (superficiários) a aquisição de materiais argilosos e o escopo básico para a reabilitação da área de
empréstimo, com especial atenção ao uso futuro pretendido; ii) No processo de lavra os horizontes
superficiais devem ser guardados para reabilitação da própria área; iii) Usar os mesmos parâmetros
deste projeto na recomposição da vegetação para as áreas de empréstimo; e iv) Manter vigilância nas
áreas de extração (empréstimo);
9) Para correção da acidez recomenda-se: i) Ao se adquirir calcário a granel deve-se vincular
o preço a uma determinada especificação de PRNT; ii) Manter fiscalização sobre a qualidade do
produto entregue na obra; iii) Aplicar as quantidades recomendadas, ou corrigidas em função do PRNT
efetivamente entregue, imediatamente antes do plantio de herbáceas; iv) Aplicar metade da dose
recomendada e incorporar com arado trabalhando a 20 cm de profundidade; v) Aplicar a segunda dose
junto com a cama de aviário e incorporar com grade de disco.
10) Após a incorporação do calcário ao substrato para a formação do novo solo, recomenda-
se que seja efetuada a semeadura a lanço das espécies herbáceas e a aplicação de turfa, para
posteriormente serem incorporadas ao solo através de uma grade de disco dentada. Durante a
incorporação das sementes e da turfa deve-se tomar o cuidado para que as sementes não fiquem numa
profundidade que dificulte sua emergência;
11) O PRAD não prevê intervenção nas estradas principais (SC 447 e Estrada Geral Jordão).
Apenas a estrada não pavimentada localizada na parte central da área (entre as lagoas 2 e 4) e que
serve de acesso para o proprietário extremante, será revitalizada. Neste trecho está previsto o corte de
uma camada de 50 cm que será substituído por seixo rolado e saibro (Ver item 7.4 - Estradas, no
Capítulo 7 - Projetos de Engenharia);
12) Adubação de cobertura deverá ser efetuada após a semeadura e após vistoria para
verificar o desenvolvimento da vegetação;
13) A introdução da cobertura vegetal na Área IV (Beluno) se resume no plantio de espécies
herbáceas (gramíneas e leguminosas) e espécies arbóreas (pioneiras, secundárias iniciais, tardias e
climácicas) nas áreas destinadas à APP das lagoas (Área 1). Na porção destinada à instalação do
Condomínio Industrial serão reintroduzidas apenas espécies herbáceas (gramíneas e leguminosas).
Recomenda-se que as espécies de crescimento classificadas como indesejáveis, sejam extraídas ou
derrubadas. Neste sentido, cabe à equipe de monitoramento a indicação de quais plantas e quando
devem ser suprimidas;
14) O PRAD Executivo da Área IV ( Beluno) encontra-se formatado em três (3) volumes:
Volume 1 - PRAD Executivo (Memorial Descritivo); Volume 2 - Terraplanagem; Volume 3 - Estradas,
Drenagem e Obras de Arte, considerando-se fundamental o conhecimento na íntegra deste projeto por
parte dos executores das obras de engenharia, bem como dos responsáveis pelo acompanhamento do
processo de recuperação ambiental da área para que os objetivos do PRAD sejam alcançados;
15) Os detalhes construtivos encontram-se no Capítulo 7 - Projetos de Engenharia,
composto pelo memorial descritivo dos projetos de engenharia e respectivos perfis e plantas
formatados nos volumes acessórios;
16) A eficiência do tratamento recomendado no PRAD, assim como os problemas que
surgirem durante a implementação das obras serão registrados no Plano de Monitoramento Ambiental
que abrange o monitoramento dos solos e processos erosivos, da qualidade da água, revegetação e do
retorno da fauna, além de plano de monitoramento de saúde pública durante e após a reabilitação da
área, num período de 60 meses;
17) A empreiteira contratada para implantação das obras do PRAD será responsável pela
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implantação das diretrizes detalhadas no Plano de Monitoramento de Impactos Ambientais na Saúde


Ocupacional (Anexo 4 - Plano de Monitoramento de Impactos Ambientais na Saúde Ocupacional);
18) No início da execução das obras, será necessário conferir o levantamento de campo
(principalmente topográfico), para averiguar e quantificar as mudanças, propondo adequação do
projeto executivo.

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11 CRONOGRAMA DE MACROATIVIDADES

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12 QUANTIDADE DE MATERIAIS E ESTIMATIVA ORÇAMENTÁRIA

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13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, D. S. Recuperação ambiental da Mata Atlântica. Ilhéus: Editus, 2000. 130p.

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Criciúma, Janeiro de 2011.

__________________________________
Clóvis Norberto Savi
Gerente de Contrato do Projeto - CREA 12214-9

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