Cena 1:
Kate entra. Dorra se mantém imóvel em uma cadeira. Ela olha
para o vazio.
Dorra: ...
Kate: Ou você pode ir sozinha, se quiser.
Dorra: ...
Kate: Faça como tiver vontade.
Dorra:...
Kate: Eu vou abrir uma janela
Sente o cheiro da primavera?
Cena 2:
Kate entra no quarto de Dorra.
Kate: Ficha de observação número um. O sujeito sofre de uma
neurose traumática. Traumatic Neurosis. Traumatische
Neurose. Nevrose Traumatica. A causa dessa neurose
traumática é o estupro que o sujeito sofreu há
aproximadamente duas semanas. Aparentemente, não houve
lesão neurológica. Estado do sujeito: confusão mental,
prostração, paralisia traumática. O sujeito não responde aos
estímulos do mundo exterior. Como se obstina em não
responder às minhas perguntas, deduzo que compreenda tudo
o que eu lhe digo.
Cena 3:
Kate entra. Dorra se mantém imóvel na sua cadeira.
Kate: Eu sei que você está me escutando.
Dorra: ...
3
Cena 4:
Dorra: Eu te odeio. Eu te odeio. Eu te odeio. Eu te odeio. Eu te
odeio. Eu te odeio. Eu te odeio. Eu te odeio. Eu te odeio. Eu te
odeio. Eu te odeio. Eu te odeio. Eu te odeio. Eu te odeio. Eu te
odeio. Eu te odeio...
Não acredito que o tempo cure tudo. O tempo só cura as
feridas curáveis e pronto. O tempo só faz o que ele pode fazer
e pronto. Nada mais do que isso.
Não, eu não posso te contar o meu sofrimento.
Não, eu não acredito que podemos contar tudo.
Eu não acredito que se possa entender tudo.
Eu não acredito que tem um sentido em tudo que contamos.
Eu não acredito que tem um sentido no que eu estou dizendo.
Cena 5:
Kate: Ficha de observação número dois.
O sujeito sofre de uma alteração do eu.
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Cena 6:
Kate (para o público): O novo guerreiro dos Balcãs estupra a
mulher do seu inimigo étnico pra lhe dar assim um golpe de
misericórdia. O corpo da mulher é o campo de batalha. Em
nenhum outro lugar o ódio se manifesta de uma maneira tão
violenta quanto nesse “novo” campo de batalha. O novo
guerreiro não se expõe às balas, às granadas, morteiros, aos
tanques. Ele só se expõe aos gritos das mulheres. O novo
campo de batalha do novo guerreiro: o corpo da mulher do
antigo vizinho, o corpo da mulher do velho amigo de escola, o
corpo da mulher do seu próximo (semelhante) que ele deve ter
chamado de “irmão” durante quase meio século.
A força que obriga as etnias a confraternizar: bombas-relógio.
Esta é a verdadeira catástrofe dos Balcãs. Uma eterna
frustração nacional. A desforra freudiana dos povos que nunca
tiveram um país. O corpo da mulher como campo de batalha:
onde os combatentes se jogam pro golpe final.
Nos dias de hoje, nas guerras étnicas, o estupro é uma forma
de (blitzkrieg?) “guerra-relâmpago”. Nada pode desestabilizar o
inimigo de uma maneira mais eficaz do que o estupro da sua
mulher.
Para um homem o corpo da mulher encarna a resistência.
6
Cena 7:
Kate entra. Dorra se mantém imóvel na sua cadeira.
Kate: Bom dia Dorra.
Dorra: ...
Kate: Sou eu, Kate.
Dorra: ...
Kate: A gente acendeu a lareira do salão.
Dorra: ...
Kate: Você gostaria de descer pro salão?
Dorra: ...
Kate: Se você quiser descer, será muito bem-vinda.
Dorra: ...
Kate: Você gosta de lareira?
Dorra: ...
Kate: O fogo na lareira é muito bonito.
Dorra: ...
Kate: Estamos todos lá embaixo.
Dorra: ...
Kate: Venha se quiser.
Dorra: ...
Kate: Ou se quiser que eu fique com você é só falar.
Dorra: ...
8
Cena 8:
Dorra (para o público):
À noite, depois de beber com os amigos, o homem dos Bálcãs
fica subitamente melancólico. A sua alma está ferida. Grandes
questões metafísicas começam a torturar-lo, assombra-lo. Você
não sabe nada de história, meu bem. Não, ela não sabe nada
mesmo. Ela não consegue entender que o seu homem seja
tomado por uma melancolia ancestral. Que de repente começa
a se perguntar sobre o sentido da existência. De onde viemos?
Pra onde vamos? Porra, o mundo não faz sentido.
Depois de esvaziar várias garrafas de cerveja com seus
amigos, o homem dos Bálcãs fica desesperado pela fragilidade
do sentido da linguagem. Ele mija e chora. Mija lágrimas de
angústia da dor moral, da impotência da raça humana diante
do grande mistério cósmico.
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Cena 9:
Dorra, Kate.
Kate: Bom dia Dorra.
Dorra: ...
Kate: Eu queria muito falar com você, Dorra.
Dorra:...
Kate: Eu acho que a gente podia se aproximar um pouco
mais...
Dorra: ...
Kate: Amanhã será o dia mais longo e anoite mais curta do
ano...
Dorra: ...
Kate: É o solstício de verão.
Dorra: ...
Kate: Vai ter uma festa...
Dorra: ...
Kate: Todo mundo vai pra beira do lago.
Dorra: ...
Kate: Se você quiser podemos dar uma volta no lago.
Dorra: ...
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Cena 11:
Dorra, Kate.
Kate: Bom dia Dorra.
Dorra: Você mentiu pra mim.
Kate: Eu nunca menti pra você, Dorra.
Dorra: Você não precisa de mim.
Kate: Claro que preciso.
Dorra: Você não precisa de mim.
Kate: Eu preciso de você, Dorra.
Dorra: O que é que você quer saber?
Kate: Eu não sei.
Dorra: O que mais você quer entender?
Kate: Eu não sei. Eu só sei que estou exausta.
Dorra: Você tem filhos?
Kate: Tenho duas filhas. Que não vejo há 6 meses.
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que também não existe mais, porque a tua casa, Senhor, agora
é a casa dos mortos.
Não, Senhor, os malvados (perversos) jamais serão punidos.
São eles que dominam e continuarão dominando o mundo.
Não, Senhor, não existe vitória do bem sobre o mal, do fraco
sobre o forte, do pobre sobre o rico, do que tem fé sobre o que
não tem fé, da vida sobre a morte...
Eu odeio tanto ele que não posso morrer. Eu simplesmente não
posso morrer por causa do meu ódio. Entendeu?
Você tem fé, Kate?
Kate: Não sei.
Dorra: Você nunca poderá me obrigar a viver, Kate. Você e as
suas técnicas me fazem rir.
Kate: Eu sei Dorra.
Dorra: Eu gosto de você Kate. E por causa disso eu vou fazer
uma coisa pra você.
Kate: O quê?
Dorra: Você sabe que eu sei como eu vou morrer. Mas ainda
não decidi quando eu vou morrer. Então, e porque eu gosto de
você, eu vou contar só pra você, quando eu vou morrer. Um dia
antes...
Cena 12:
Ficha de observação número ....
O sujeito saiu bruscamente do seu estado de prostração. Isso
não quer dizer que tenha melhorado. Ele acerta as suas contas
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Cena 14:
Kate: bom dia.
Dorra: ...
Kate: Tudo bem, Dorra?
Dorra: ...
Kate: Olha, aqui embaixo na sala tem uma televisão, você pode
assistir se quiser.
Dorra:
Kate: Eu trouxe fotos de Boston. Você quer ver?
Dorra:
Kate: Posso te mostrar quando você quiser.
Dorra: ...
Kate: Quer que eu te mostre agora?
Dorra: ...
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Cena 14:
Kate: Pra abrir uma vala comum, existem técnicas. Então eu fiz
um treinamento para escavação de valas comuns. Não dá pra
escavar uma vala comum de qualquer jeito. A escavação de
uma vala comum é, antes de tudo, um ato jurídico. O
escavador está na mesma posição daquele que descobre um
assassinato. Ele deve isolar o corpo da vítima (ou melhor, das
vítimas) e ao mesmo tempo não tocar em nada. Se o
escavador não está corretamente preparado pra esse trabalho,
ele corre o risco de não saber ler com exatidão as provas que
estão bem na sua frente.
O escavador de vala comum descobre ao mesmo tempo o
corpo da vítima e, muitas vezes, o corpo do delito do crime, por
exemplo, as balas, se a vítima foi morta por balas. Mas todos
os objetos próximos da vítima dentro da cova tem um valor
jurídico porque podem servir para a reconstituição do crime e
do contexto no qual o crime foi cometido. Portanto, a
responsabilidade do escavador é enorme. Ele não deve em
hipótese alguma separar o corpo dos objetos pessoais que
podem ajudar na identificação da vítima. O escavador deve
fazer um inventário de absolutamente tudo – 247 cartuchos, um
dínamo de bicicleta.... - , nos mínimos detalhes, sem estragar o
material encontrado.
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peso enorme nos ombros, Kate McNoil, mas você não vai mais
conseguir recuperar a tua paz se não entender o porquê.
Cena 15:
Dorra: Eu quero abortar! Eu quero me livrar disso.
Kate: Tá bom Dorra.
Dorra: Agora...
Kate: Sim Dorra.
Dorra: Já.
Kate: Como você quiser... (Pausa.) Mas tem que esperar um
pouco.
Dorra: Eu não quero esperar. Eu tô suja. Eu tô suja com esse
feto dentro de mim...
Kate: Sim.
Dorra: Kate, eu não quero que ele comece a mexer.
Kate: Ele não vai mexer.
Dorra: Ele já tá mexendo! Eu tô sentindo. Eu sinto ele
crescendo. Eu não quero... Eu preciso me livrar disso.
Kate: Vamos fazer isso daqui a um mês...
(Pausa)
Kate: ...meu avô nos contava a história de sua chegada aos
Estados Unidos, sempre, duas ou três vezes por ano, quando
toda a família se reunia, no Natal, Ano-Novo, na Páscoa...
Me diga vovô, como o sr. Chegou na América? // Tomamos um
grande navio // Grande assim? // Não, maior ainda.// Do
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Cena 16
Dorra: Essa criança não tem pai.
Kate: Claro que tem.
Dorra: Essa criança não tem nome.
Kate: Tem sim. Ela vai ter o teu nome.
Dorra: Ela não vai ser minha nunca. Eu não quis essa criança.
Ninguém quis. Essa criança não tem mãe nem pai. Ela não
existe, Kate!
Kate: Existe sim. Ela está crescendo dentro de você. Você é a
mãe.
Dorra: E o pai? Quem é o pai? Se ela me perguntar quem é o
pai dela, o que eu respondo? O pai é quem?
Kate: A guerra. O pai dela é a guerra.
Dorra: Eu nunca vou poder dizer isso. Como vou dizer isso pra
uma criança? Como dizer pro seu filho, sabe meu amor, o teu
pai é a guerra. Ela não vai entender.
Kate; Um dia ele vai entender.
(Pausa.)
Dorra: Kate!
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Kate: Sim?
Dorra: Ele mexeu!
Kate: Tem certeza?
Dorra: Ele esta mexendo.
Kate: Eu vou ficar aqui com você.
Dorra: Ele come demais! Tá sempre com fome! Esse
animalzinho tem fome o tempo todo. Ele fica me roendo, me
devorando por dentro. Eu estou escutando ele me
mastigando...
Kate: Eu estou aqui. Vou ficar com você.
Dorra: Tô ouvindo ele crescendo... Pendurado nas minhas
entranhas... Tá doendo... Eu não suporto mais isso... Isso me
dá nojo... A gente tem que tirar ele daqui, Kate.
Kate: É muito cedo.
Dorra: Tô com frio! Ele está me esfriando. Ele é frio como um
réptil e está me congelando. Eu tô com calafrio. Não consigo
dormir. Tô inchada que nem uma porca... Ele precisa cada vez
mais de espaço... Eu não aguento mais...
Kate: Dorme, eu estou aqui...
Tempo
(Dorra acorda bruscamente.)
Dorra: Eu vi ele!
Kate: Como você viu ele?
Dorra: Na escuridão!
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Kate: Quando?
Dorra: Agora mesmo. Ele estava curvado sobre mim.
Kate: Como ele era?
Dorra: Ele não tinha rosto.
Kate: Não tinha rosto?
Dorra: Não, só uma...
Kate: Uma...
Dorra: Uma boca... Ele era só uma boca escancarada...
Kate: Dorme Dorra. Eu estou aqui...
Kate: ...No mesmo dia em que desembarcou na América meu
avô se tornou entalhador... as pedras nunca o perdoaram...as
pedras de suas terras, as pedras que ele recolheu, as pedras
da América... as pedras o perseguiram pela vida toda...
Cena 17:
Dorra sozinha, na escuridão.
Dorra: Eu estou aqui... Quem é você? Sou eu. Quem? Eu. Eu
não estou te vendo. Está sim. O que você quer? Vai embora!
Eu estou com fome. E daí? Você tem que me alimentar. Você
já comeu toda a minha carne. O que você quer comer ainda?
Você tem que me alimentar. Eu te dei todo o meu sangue. O
que mais você quer comer? Eu tô com fome. Você é a minha
mãe. Você tem que me alimentar. Eu não sou tua mãe. Eu não
queria ser tua mãe. Eu nunca serei tua mãe. Você não tem
mãe. Tenho sim, a minha mãe é você. Você tem que me
alimentar. Eu não tenho mais nada. Não tem mais nada pra
comer dentro de mim. Eu estou vazia. Até minha alma está
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Cena 18:
Dorra: Você não existe. Claro que existo. E é você que vai me
pôr no mundo. Não, eu não vou te pôr no mundo. Vai sim, você
tem obrigação de me pôr no mundo. Não, não tenho a
obrigação de pôr você no mundo. Você não tem escolha. Você
é minha mãe. E uma mãe tem que parir os seus filhos. Você
não tem o direito de nascer. Você é filho da guerra. Você não
tem nem pai nem mãe. Você é fruto do horror. Olha, se você
não me parir, eu vou gritar.
(O grito horrível da mulher estuprada. Dorra se assusta com o
próprio grito. Kate entra.)
Kate: Eu estou aqui.
Dorra: Eu não quero parir ele.
Kate: Dorra...
Dorra: Eu não quero parir... Ele tá me pedindo pra nascer, mas
eu não quero.
Kate: Dorra, se você não quer essa criança, dá ela pra mim.
Dorra: Tá bom, eu te dou.
Kate: Tá bom, eu quero ela.
Dorra: Mas pega logo.
Kate: Eu não posso pegar ela agora. Mas se você parir, eu fico
com ela na hora.
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Dorra: Não, pega agora. Se você quer ele, pega logo de uma
vez.
Cena 19:
Kate: Se você estiver numa floresta perto de Srebrenica e
encontrar numa clareira, espalhados por dez metros quadrados
sobre a relva, os seguintes objetos:
247 cartuchos.
Um dínamo de bicicleta.
Uma chupeta.
Um capacete das Nações Unidas com as letras NU quase
apagadas.
Pedaços de uma maca.
Três maços de cigarro.
Onze latas de cerveja croata vazias.
Um despertador quebrado.
Um tubo de pasta de dente amassado.
3,5 metros de arame farpado.
Uma coronha de fuzil.
Um saco plástico cheio de batatas estragadas.
Uma camiseta com o nome ELVIS escrito.
Um cinto militar de couro, todo manchado, sem os ganchos pra
pendurar as granadas de mão.
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Kate: Isso.
Kate: Sim.
Cena 20:
Dorra sozinha, na escuridão.
Dorra: Eu estou aqui. O que que você quer? Eu te alimentei. O
que você quer mais? Não sei. Eu não quero mais escutar você.
Eu te dei comida. Agora cala a boca. Eu não posso. Eu estou
com medo. Cala a boca. Me deixa em paz. Eu preciso
descansar. Eu estou com medo. Eu quero dormir. Eu não
quero mais te escutar. Eu queria que você me fizesse um
pouco de carinho. Eu não posso te fazer carinho. Não. Não
posso. Eu já te dei comida, agora chega. Estou com medo e
quero que você me faça carinho. Não posso. Eu não sei fazer
carinho. E eu também estou com medo...
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Cena 21:
Dorra sozinha. Kate entra.
Dorra: Por que você quer essa criança, Kate?
Kate: Porque sim.
Dorra: Você não pode mais ter filhos?
Kate: Claro que posso.
Dorra: então é porque você ama crianças?
Kate: É, eu amo criança.
(Pausa.)
Dorra: Por que você quer essa criança, Kate?
Kate: Eu não sei.
Dorra: Você é louca.
Kate: Não.
Dorra: Você quer essa criança pras tuas experiências
freudianas?
Kate: Não.
Dorra: Tem certeza?
Kate: Não.
Dorra: Para de interpretar o papel do inconsciente culpado dos
Estados Unidos.
Kate: Não.
Dorra: Então, por que você quer essa criança, Kate?
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Cena 22: (Ela fala para Dorra, mas ela não se dirige
diretamente à Dorra; estamos num momento dessincronizado,
desconexo da ação.)
33
Cena 23:
Dorra (Ela fala para Kate, mas não se dirige diretamente a ela;
estamos num momento dessincronizado da ação.): Como te
explicar, Kate, que eu odeio o meu país? Que eu não tenho
mais país? Que eu não quero mais voltar pra lá. Que eu não
acredito mais em Deus. Que tudo que eu quero é ficar longe
daquele lugar maldito, terrível... Eu não quero ver a minha
casa... Porque eu não tenho mais casa. Eu não quero mais
saber se a minha gente ainda está viva. Mesmo quando a
guerra acabar, aquele lugar continuará sendo maldito por muito
tempo. Ele ficará assombrado pelo ódio, pelos gritos das
vítimas e pela vergonha. As pessoas dali passarão anos e anos
quebrando a cabeça pra entender como tudo isso foi possível.
Eles não vão parar nunca mais de se perguntar as mesmas
coisas: Quem começou? Quem foi o mais cruel. Como eles
puderam, juntos ou separados, descer tão baixo...
(Pausa.)
(Para Kate) Como te explicar, Kate, que eu odeio o meu país?
Kate: A gente não pode odiar o próprio país.
Dorra: Como te explicar que eu não tenho mais país?
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Cena 24:
Kate (Uma carta na mão.):
Senhor Comandante.
Envio-lhe, como requerido, o relatório sobre a minha atividade
nesses últimos 14 meses na Bósnia.
Reitero rapidamente que fui membro da missão de avaliação
das necessidades médicas na Croácia e na Bósnia, que em
seguida fiz parte de uma das equipes encarregadas de
identificar as covas na região de Krajna e de Srebrenica, e que
a meu pedido, fui transferida mais tarde para um centro médico
da OTAN na Alemanha.
Confirmo que a partir do dia 09 de abril eu gostaria de voltar ao
meu trabalho na clínica de psicologia de Boston,
Massachusetts.
Agradeço a vossa compreensão.
Kate McNoil.
Cena 25:
Cara Kate,
Eu não sei muito bem o que vou fazer agora. Deixei pedidos de
imigração nas embaixadas de vários países: Canadá, Austrália,
África do Sul.
O meu bebê está bem. Está pesando 6 Kg agora.
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