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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

FEAC – FACULDADE DE ECONOMIA ADMISTRAÇÃO E


CONTABILIDADE

NOME EMPRESÁRIAL – FIRMA E DENOMINAÇÃO

JARDEL GOMES DOS SANTOS


MACEIÓ, 15 DE SETEMBRO DE 2017.
1. Introdução
Um dos elementos principais pelo qual as empresas se utilizam para ter certa
exclusividade, uma marca e até mesmo uma confiança perante aos seus consumidores, é o
nome que a designa. No entanto, pode-se haver uma confusão nisso, pois nem sempre o
nome fantasia – que os clientes conhecem – coincide com a Razão social da empresa – nome
jurídico.

2. Nome Empresarial
Nome empresarial é aquele utilizado pelo empresário, seja ele pessoa física ou jurídica,
como forma de se apresentar perante o mercado, tendo como objetivo distinguir suas
atividades das empresas concorrentes.

O artigo 1.155 do Código Civil dispõe:

Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de conformidade com


este Capítulo, para o exercício de empresa.

Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a


denominação das sociedades simples, associações e fundações.

Todo empresário, seja pessoa física ou jurídica necessariamente tem um nome


empresarial tanto para que possa exercer atividade econômica quanto para identificação do
mesmo, ou seja, é o elemento de identificação do empresário ou da sociedade empresaria.
De maneira que essa designação serve para indicar o nome do empresário e também o seu
ramo de atuação, podendo ser ele um empresário individual (pessoa física ou natural) ou uma
firma social quando tratar-se de uma sociedade empresária, é a maneira como a empresa se
apresenta em as suas relações negociais, antes da lei 8934/94 o nome empresarial era
chamado de nome comercial. Porém o nome empresarial não pode se coincidir com o nome
civil e mesmo que isso venha a acontecer por decisão judicial, eles terão naturezas diferentes,
pois o nome empresarial está ligado a empresa e o nome civil está ligado ao individuo.

3. Firma e Denominação
Existem dois tipos de nome empresarial no direito, a firma e a denominação. Ambos
são descritos no art. 1155 do código civil.
Art. 1.155.
Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de
conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa.
Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da
lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações.

A firma pode ser diferenciada da denominação sob dois aspectos, quanto a estrutura e
quanto a função. Ao falarmos de estrutura referimo-nos a estrutura do nome, à maneira como
esse é montado em relação a seus elementos linguísticos. Ela pode ainda ser dividida ainda
em firma individual e firma social, comecemos dissertando a respeito da firma individual e de
sua composição estrutural.

“A firma, que pode ser individual ou social, é espécie de nome empresarial, formada por
um nome civil – do próprio empresário, no caso de firma individual, do titular, no caso de EIRELI,
ou de um ou mais sócios, no caso de firma social. O núcleo da firma é, pois, sempre um nome
civil (por exemplo, André Ramos ou A. Ramos). Destaque-se ainda que, na firma, pode ser
indicado o ramo de atividade... Trata-se, portanto, de uma faculdade, nos termos do art. 1.156,
parte final, do Código Civil, que dispõe claramente que o titular da firma pode aditar, se quiser,
expressão que designe de forma mais precisa sua pessoa ou o ramo de sua atividade”.
André Luiz Ramos

Em alguns casos é possível que sejam utilizados apelidos para garantir uma maior
distinção do nome empresarial. Isso acontece muito quando o nome do empresário é muito
comum e tem total aparato legal no art. 1163 do código civil.

Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já


inscrito no mesmo registro.
Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos,
deverá acrescentar designação que o distinga.

Vale ressaltar também que o empresário não é obrigado a colocar no nome empresarial
a atividade pela qual a sua empresa vai exercer, isso é um elemento facultativo.

Além da firma individual, temos também a firma social. Essas firmas possuem razão
social, ou seja, nome pelo qual se representa toda a sociedade que a constitui. na
composição da firma social somente poderá figurar os nomes dos sócios que compõe a
sociedade, somente estes nomes poderão fazer parte da firma social. Existe ainda a
possibilidade da utilização do nome de apenas um dos sócios com a expressão: Companhia
ou CIA.

No caso das sociedades limitadas poderá operar a firma social com uma denominação
que não precisa ser exatamente o nome dos sócios, nesse caso temos o nome fantasia. A
denominação só pode ser adotada como nome empresarial por sociedades empresariais em
que os sócios assumem, pelas obrigações contraídas pela sociedade apenas
responsabilidade limitada ou às quotas com que participaram para a constituição do capital
social ou, no máximo, ao próprio capital da sociedade.

Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas


pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura.

§ 1o A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas
físicas, de modo indicativo da relação social.

§ 2o A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o


nome de um ou mais sócios.

§ 3o A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e


ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da
sociedade.

¹Vale ainda ressaltar que na sociedade anônima, as famosas “S. A.”, não deverá o
nome empresarial conter nome dos sócios, cabendo apenas nesses casos a denominação, no
entanto cabe aqui também uma exceção, admite-se a utilização do nome de um sócio se tiver
como objetivo homenagear um sócio, por exemplo aquele sócio que fundou a sociedade ou
que fez com que a empresa prosperasse, nesse caso específico a lei admite um nome de
sócio na denominação.

Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto


social, integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia", por extenso ou
abreviadamente.

Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista, ou


pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa.
²A sociedade cooperativa, necessariamente deverá constituir o seu nome empresarial
sob denominação social, acrescido da expressão “cooperativa”. Exemplo: Cooperativa de
Reciclagem de São Paulo. Como podemos constatar no artigo 1.159 C. C.:

Art. 1.159. A sociedade cooperativa funciona sob denominação integrada pelo


vocábulo "cooperativa".

³Temos ainda uma nomenclatura diferente utilizada na sociedade comandita por ações
como dispõe o artigo 1.161 C. C.:

Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma, adotar
denominação designativa do objeto social, aditada da expressão "comandita por ações".

Regras gerais sobre a formação do nome empresarial

A formação do nome empresarial deve seguir cinco princípios básicos são eles:

1. Veracidade

Deve ser verdadeiro o nome do sócio, tanto na firma, como na denominação social, e sincera
a indicação da atividade que venha a incorporar o nome (deve estar explicitada no objeto
social), desse modo não se poderia chamar uma panificadora de “drogal” por exemplo, estaria
o empresário induzindo o consumidor a erro, pois faltaria veracidade nesse nome empresarial.
Ressaltam-se também os casos da firma social que só pode possuir o nome dos sócios, o que
ocasionalmente pode causar alguns problemas, como demonstrado a seguir:

2. Novidade

Deve ser adotado um nome novo e diferente de outro já existente a fim de evitar erros e
confusões nas identificações das empresas, portanto é necessário que se faça uma busca
prévia na Junta Comercial, para verificar se o nome empresarial escolhido não esta sendo
utilizado, caso não haja, você fará o registro do mesmo na Junta Comercial é o princípio da
novidade.
3. Identificação do tipo

Deve o nome empresarial identificar o tipo jurídico da EIRELI ou da sociedade.

4. Proteção à moral

É vedado o uso de palavras ou expressões atentatórias à moral e aos bons costumes na


composição do nome empresarial.

5. Vedação a siglas e denominações de órgãos públicos

Vedação do uso de siglas ou denominações de órgãos públicos da administração direta ou


indireta e de organismos internacionais e aquelas consagradas na lei e atos regulamentares
emanados do Poder Público.

Proteção do Nome Empresarial

A proteção do nome empresarial dá-se por meio do registro efetuado na Junta Comercial, feito
isso não poderá nenhum outro individuo utilizar-se desse nome no âmbito estadual, pois a
Junta Comercial é órgão estadual, portanto essa proteção é válida somente no estado em que
foi efetuado o registro, caso o empresário queira que essa proteção seja efetiva em todo o
país, esse registro deverá ser feito em todas as unidades federativas.
Referencias Bibliográficas

1. https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10658214/artigo-1155-da-lei-n-10406-de-10-de-
janeiro-de-2002

2. https://evertonjbrito.jusbrasil.com.br/artigos/417393297/nome-empresarial-firma-e-
denominacao

3. http://www.forumconcurseiros.com/forum/forum/disciplinas/direito-comercial/34362-
qual-a-diferen%C3%A7a-entre-firma-e-denomina%C3%A7%C3%A3o

Acessados entre os dias 13/09/2017 e 14/09/2017.

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