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PROJETO DE SISTEMA DE MOVIMENTAÇÃO LINEAR

Aluno: Carlos Eduardo Felizardo


Aluno: Larozan Hinkel

Elementos de Máquinas II, Prof.ª Daniela Águida Bento

02 de maio de 2016

Introdução
O equipamento tem como principal objetivo a medição de comprimento de ferramentas de cortes de
centros de usinagem CNC e pode ser visto na Figura 1. Consiste em uma guia de movimentação linear,
que pode ser vista na Figura 2, acoplada a um braço com um instrumento de medição na ponta, ligados a
interface de controle para interação com o usuário, que terá como resultado a medição da sua ferramenta
externa ao centro de usinagem.

Figura 1: Presseter de comprimento de ferramenta.

Figura 2: Vista explodida módulo de movimentação.

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Seleção do sistema de movimentação
Para a seleção do sistema de movimentação linear foi necessário definir as seguintes condições de
movimentação como descrito na tabela abaixo.

Massa de deslocamento 1,15kg


Comprimento de deslocamento 300 mm
Velocidade máxima 435 mm/min
Tempo de aceleração 2s
Tempo de desaceleração 2s
Número de repetições por minuto 2
Backlash 0,10 mm
Precisão de posicionamento 0,08 mm
Tempo de vida requerido
Motor de acionamento (tipo e rotação) Motor de passos, 87 RPM
Momento de inércia do motor 370 g.cm²
Coeficiente de atrito das guias 0,1
Fator de carga Distância entre patins 1,0 patins único
Largura entre trilhos Trilho único

Seleção do Fuso de esferas


Para a seleção do fuso de esferas foi necessário definir as seguintes condições como descrito na
tabela abaixo.

Diâmetro do fuso 16 mm
Avanço do fuso 5 mm
Modelo e numeração da castanha S410002494069
Precisão do passo 18 µm
Folga axial 0,10
Codificação do fabricante PS1605A
Apoio (mancais) para o fuso SKF FK12 (fixo/apoiado)
Motor de acionamento (torque requerido) 0,112 kgf.cm

Cálculo do Torque requerido

Onde, Fa massa = 1,265 kgf


l = 5 mm

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Determinar o fator de segurança do Fuso de esferas

Deve-se lembrar que serão calculados dois tipos de fatores de segurança para este equipamento. Um
em condições normais de funcionamento onde a única força na qual a guia de movimentação linear é
submetida é a que o peso dos componentes exerce. O outro fator de segurança seria de uma condição crítica
de funcionamento, no qual o movimento da guia linear é restringido e toda a energia provida pelo motor é
absorvida pela guia linear.
Fator de segurança para condição normal

Fw = 1,2 Fw =fator de operação (pequenas vibrações = 1,2)


F total = Fa massa = 1,265 kgf F total = força axial total sobre o fuso
Lh = 20000 Lh = vida útil do fuso

Do catálogo do fabricante, página 32 catálogo OBR Fusos, se pode obter a expressão para calcular a
carga dinâmica no fuso.
1
3 −2
Ca := ( 60⋅ N ⋅ Lh ) ⋅ Famassa ⋅ Fw⋅ 10

Ca = 7.148⋅ kgf
Com o valor da carga dinâmica calculado, se pode comparar com o valor informado pelo fabricante,
fuso modelo PS1605A, e saber o fator de segurança.
Ca fabricante = 1130 kgf
Cafabricante
Fs :=
Ca
Fs = 158.091

Fator de segurança para condição crítica


Foi aplicado o mesmo procedimento do cálculo de fator de segurança para condição normal. A única
diferença é que agora temos uma força total que é a soma da força axial causada pelo motor de passos e a
força causada pelo peso do conjunto.

Fw = 1,2 Fw =fator de operação (pequenas vibrações = 1,2)


F total = F axial + Fa massa = 170,911 kgf F total = força axial total sobre o fuso
Lh = 20000 Lh = vida útil do fuso

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Seleção da Guia Linear
Carga Estática 1890 kgf
Carga Dinâmica 1180 kgf

Carga em cada patin

Para realizar o cálculo das cargas que o sistema exerce nos patins de movimentação, foi necessário
calcular as forças. Usou-se, como força externa, a força axial exercida pelo torque do motor de passos em
uma condição crítica de funcionamento no qual o movimento do sistema é restringido e o conjunto da guia
linear absorve toda a energia do motor. Isto pode ser visualizado no esquemático da Figura 3.

Figura 3: Representação esquemática das forças do sistema.

Somou-se a isso a força exercida pela massa dos componentes do sistema, como pode ser visto em
destaque rosa na Figura 4.

Figura 4: Conjunto de peças no qual a massa deve ser considerada.

Sabe-se que a força axial que o motor causa na guia linear é Fa = 169,646kgf e que a Força que a
massa do conjunto de peças é Fm = 1,265kgf. Somando-se as duas, temos a Força total, Ftotal = 170,911kgf.
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Sabe-se que esta força é aplicada a 70 mm do patim então se pode calcular o momento no qual o
mesmo é exposto.
Ftotal := 170.911kgf
d := 70mm
M T := Ftotal ⋅ d = 11.964kgf ⋅ m

Determinar o fator de segurança fs do patim

Como feito para o cálculo do fator de segurança do fuso, pro patim se deve considerar duas
condições de funcionamento.

Fator de segurança para condição crítica

Na página 5 do catálogo do fabricante, OBR Guias, se tem que a condição normal de carga para
máquinas industriais sem impactos e com pouca vibração considera fator de segurança fs que varia de 1,0 a
1,3.
Sabe-se que o fator de segurança pode ser calculado pela expressão:
M0
fs :=
M
Onde, Mo é o momento estático permissível e M é o momento calculado. Neste caso, Mt. Na Figura
5 podemos ver a qual tipo de momento estático que o equipamento está sendo submetido.

Figura 5: Tipos de momentos estáticos em guias lineares.

Pode-se perceber que as forças consideradas submetem o equipamento ao tipo de momento estático
Mp, representado na Figura 5. Sendo assim, se pode calcular o fator de segurança. Do catálogo do fabricante,
páginas 19 OBR Guias, têm a tabela que informa os valores de momentos estáticos. Pode ser visto também
na Figura 6.

Figura 6: Parte do catálogo referente ao modelo de guia do equipamento em análise.

M 0 := 12kgf ⋅ m
M T := 11.96kgf ⋅ m
5/6
M0
fs := = 1.003
MT

Fator de segurança para condição normal


Aplicar-se-á o mesmo procedimento anterior, no entanto se deve considerar que para a condição
normal de funcionamento, a única força no qual a guia é submetida é a força peso dos componentes. Como
eles estão afastados a 70 mm do patim, surge um momento que pode ser calculado como:
Famassa := 1.265kgf

d := 70mm

M := Famassa ⋅ d = 0.089kgf ⋅ m

Com o momento calculado, se pode calcular o fator de segurança para condição normal como feito
anteriormente.

M 0 := 12kgf ⋅ m
M0
fs := = 135.517
M

Análise dos Resultados


Pôde-se perceber que a guia linear está superdimensionada para condições normais de
funcionamento. No entanto para condições críticas de funcionamento o fator de segurança está no limite,
porém aceitável tendo em vista que o catálogo do fabricante assegura que para condições normais de carga
para máquinas industriais sem impactos e com pouca vibração o fator de segurança deve estar entre 1,0 e 1,3.

Bibliografia

Fusos de esferas. Disponível em: <http://www.obr.com.br/catalogos/OBR_fusos_formulas.pdf>.


Acesso em: 02. maio 2016.
Guias lineares. Disponível em: < http://www.obr.com.br/catalogos/OBR_guias.pdf> Acesso em 02 maio
2016.
Sistemas Mecatrônicos catálogo NSK. Disponível em <
http://moodle.florianopolis.ifsc.edu.br/pluginfile.php/27137/mod_resource/content/1/pag_cat_prec7.pdf>
Acesso em 02 maio 2016.
Guias lineares, Prof.ª Daniela Águida Bento. Disponível em <
http://moodle.florianopolis.ifsc.edu.br/pluginfile.php/23349/mod_resource/content/1/SME_Guias_Lineares.p
df> Acesso em 02 maio 2016.
Fuso de esferas, Prof.ª Daniela Águida Bento. Disponível em <
http://moodle.florianopolis.ifsc.edu.br/pluginfile.php/27130/mod_resource/content/1/SME_Fuso_de_Esferas.
pdf> Acesso em 02 maio 2016.

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