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Aula 08 – Energia Específica out-17

out-17
Hidráulica de condutos livres
Aula 08 – Energia Específica
Prof. Eng. Diogo Jucemar

Carga ou Energia Específica


Segundo Porto (2006) muitos fenômenos que ocorrem em canais podem
ser analisado por este princípio;
Este conceito consiste em tomar como referência um plano horizontal
passando pelo fundo do canal, em uma determinada seção;
Utiliza-se para o estudo de singularidades em canais;
Para um canal retilíneo a fórmula da Energia Específica é:

v2
E = y+
2g
Esta equação pode ser expressa em função da vazão:
Q2
E = y+
2gA2
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Curva Altura vs. Energia


Segundo Azevedo Neto (1998), considerando Valores de y e He (m)
y v v²/2g He
uma vazão constante, pode-se traçar uma (m) (m/s) (m) (m)
curva da variação da carga específica em 0,30 5,00 1,27 1,57
0,40 3,75 0,71 1,11
função da profundidade;
0,50 3,00 0,46 0,96
Considerando, por exemplo, um canal de seção 0,60 2,50 0,32 0,92
0,80 1,87 0,18 0,98
retangular com 3,0 m de largura, conduzindo 1,00 1,50 0,11 1,11
4,5 m³/s de água, encontram-se os valores de y 1,20 1,25 0,08 1,28
e He (E); 1,40 1,07 0,06 1,46
1,60 0,94 0,04 1,64
Através dos dados calculados na tabela 8.1 é 1,80 0,83 0,03 1,83
possível montar um gráfico de comparação
entre os valores da profundidade e da carga Valores de y e He.
específica.

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Curva Altura vs. Energia


Pode-se notar:
Para uma mesma carga He, pode
haver duas profundidades;
A profundidade A o escoamento é
Escoamento de regime fluvial (Fr<1);
Fluvial A profundidade B o escoamento é
de regime torrencial (Fr>1);
A carga no ponto C é a única carga
que há apenas uma profundidade
correspondente;
Esta profundidade é chamada
Escoamento profundidade crítica (yc);
Torrencial Já a carga, carga crítica (Ec).
Valores de y e He.

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Curva Altura vs. Vazão


Assim como no caso anterior, pode-se comparar a vazão com a altura de
escoamento.

É possível verificar, assim como no


caso anterior, para uma mesma
vazão específica (q) existem duas
alturas;
Porém para a altura crítica (yc)
existe apenas uma vazão específica
(q);
Esta vazão específica é a máxima
possível daquela seção.

Valores de He e Q

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Curva Altura vs. Vazão


Simplificando as equações:

A hipótese de o canal ser retangular permite o uso da aproximação


bidimensional e a possibilidade da utilização da vazão unitária ou vazão
específica, definida como a relação entre Q e a largura do canal b, isto é:
Q
q= = V.y
b

Desta forma, a equação da energia específica pode ser reescrita como:

q2
E = y+
2gy2

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Escoamento Crítico
Segundo Porto (2004) o número de Froude passa a ser o parâmetro
adimensional importante na identificação do escoamento de um canal;
Deste modo, surgem os seguinte parâmetros:
1
 q2  3
Segundo Porto (2004):
Profundidade crítica: yC =  
g
3
Energia crítica: Ec = yc ou yc = Ec
2 Se i0<ic, o escoamento uniforme
2 3 é subcrítico e o canal é dito de
“fraca declividade”;
Velocidade crítica: vc = g ⋅ yc
Se i0>ic, o escoamento uniforme
é supercrítico e o canal é dito
Declividade crítica (Manning): “forte declividade”.
g ⋅ n2
ic = 1
yc 3

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Escoamento Crítico
Na aula 02 foi definido o grupo adimensional número de Froude como sendo a raiz
quadrada da relação entre as forças de inércia e da gravidade e cuja expressão era:

V
Fr = , na qual Hm é a altura hidráulica da seção.
g.Hm

Como para a seção retangular a altura hidráulica é igual à altura d’água, a expressão de
número de Froude para esta seção é dada por:

V q
Fr = =
g. y g. y 3

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Determinação das alturas alternadas em canais


retangulares
Em muitos problemas práticos é necessário determinar as raízes da equação da energia em
função da vazão específica, de modo rápido sem necessidade de resolver a equação do 3º
grau resultante.
q2 y2
E = y+ = y + c2
2 gy 2
2 y , que dividida por yc fica:

E y y2  y
= + c 2 = f  
yc yc 2 y  yc 

y
Os valores de E podem ser determinados para diferentes valores de e colocados de
y yc
forma gráfica. c

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Determinação das alturas alternadas em canais


retangulares

Curva adimensional da energia especifica para canais retangulares

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Exercícios
1. Em um canal retangular de 3,0 m de largura, declividade de fundo i=0,0005 m/m,
coeficiente de rugosidade n=0,024, escoa, em regime uniforme, uma vazão de 3,0 m³/s.
Determine a energia específica e o tipo de escoamento, fluvial ou torrencial, e, para a vazão
dada, a altura crítica, a energia específica e a velocidade crítica.

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Exercícios
2. Um canal retangular tem 1,20 m de largura. Quais são as duas profundidades nas quais é
possível ter um escoamento de 3,5 m³/s de água, com uma energia ou carga específica de
2,86 m.

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Exercícios
3. Para um canal retangular com uma vazão de 3m³/s, a largura de 2,5m, e a rugosidade 0,010.
Determine a profundidade crítica, velocidade crítica, energia crítica e a declividade crítica.

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