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DIREITO ADMINISTRATIVO

Curso de Direito -UNDB


Professor Tiago Fernandes
5º Período noturno
Direito Administrativo
Professor Tiago Fernandes – UNDB - 5º NOT

Prova 01
Aula 01

Evolução do Direito Administrativo


O ESTADO ABSOLUTISTA se caracterizava pela concentração de poder nas mãos de uma única pessoa,
o rei, então o rei era a administração pública, competia ao rei à atividade econômica e atividade
administrativa daquele país. A atividade econômica se caracterizava pela captação de tributos para que
aquele governo pudesse prestar a função administrativa. A função administrativa no Estado absolutista
competia ao rei simplesmente garantir a soberania e segurança interna. A principal característica do estado
absolutista é essa concentração do poder na mão do rei, essa unidade.

Mas essa administração pública é muito primaria ainda, essa administração pública comparando com os
moldes de hoje é muito primaria no estado absolutista. O estado absolutista cai em decorrência de uma
classe que começa a se organizar começando a eclodir parâmetros constitucionais, com o surgimento do
primeiro estado, com a primeira geração dos direitos fundamentais, caracterizados por se tratar de direitos
inerentes aos cidadãos e oponível ao Estado, direitos que iriam impor ao estado obrigações.

Os direitos da primeira geração, que são liberdade, igualdade e propriedade, os direitos aspirados e
conquistados por uma única classe que foi a burguesia, impôs ao Estado e ao poder concentrado nas mãos
de uma única pessoa, certa limitação.
A revolução francesa no período de 1800 e o surgimento da teoria de Montesquieu da tripartição do poder
e considerado por alguns administrativistas, por uma ampla maioria, como o surgimento do direito
administrativo, sendo a subordinação desse poder pelo legislador que faz nascer o regramento dessa
matéria que vamos estudar.

O ESTADO LIBERAL prega uma dissociação, defendendo que a competência do rei em relação à
soberania e a segurança interna continuam nas mãos dele, porém, à economia não, a atividade econômica
era de competência exclusiva do particular, desse modo o estado liberal advogava uma dicotomia, uma
separação do Estado que tem a função simplesmente de garantir aos cidadãos a soberania e a segurança
interna, quanto que aos particulares cabia o gerenciamento da economia, por isso o estado liberal vai ser
chamado de um estado monoclassista, pois era a burguesia que ditava as leis, as regras, digamos o espirito
fático para que o legislador pudesse fazer as leis no processo legislativo.

Toda feição econômica ficava a cargo dos particulares. Enquanto o Estado Absolutista uma única pessoa
era responsável pela administração pública, nós tínhamos uma administração concentrado na mão de uma
única pessoa. Na chegada do Estado Liberal se faz uma dissociação onde a monarquia ficava responsável
pela soberania e a segurança dos seus administrados, e a atividade econômica ficava para os particulares e
o mercado que regulava essa relação, a atividade política não intervia na atividade economia, nota-se uma
administração menor em relação à administração pública do estado absolutista. Porque no estado liberal, e
a teoria de Robes do estado enquanto protetor do administrado, ele ainda era o estado absolutista devido
aquele estado de permanência de guerra entre os administrados, uma questão de sobrevivência, compete
ao estado liberal simplesmente o cumprimento do contrato social, os autores privados acumulam
capital, esse é o cenário surgimento da administração pública, onde já existia o estado absolutista, mas
o direito administrativo ainda não, e quando o direito administrativo surge no estado liberal temos uma
administração pública menor, mera cumpridora dos contratos sociais, uma mera cumpridora das leis, o
legislador que iria dizer o que a administração pública iria fazer, o gestor público naquela época nada
poderia fazer, não tinha liberdade, compete somente o cumprimento da lei, compete somente obedecer ao
que o parlamento ditava.

A burguesia quando aspirou seus direitos, ensinou também às outras classes aspirarem seus direitos
também, as outras classes começam aspirar seus direitos, a necessidade de um estado mais presente, os
autores privados começaram acumular um capital absurdo, e deixou o estado de lado, e o estado não tem
mais aquela penetração necessária para garantir a segurança. Não podia imaginar um tributo especifico,
para que o estado pudesse arcar com a previdência privada dos seus administrados, por exemplo. Os
anseios das novas classes que irão fazer com que o Estado perceba a necessidade de acumular capital
também, nas palavras do ex- ministro Joaquim Barbosa, ele falava que os paradigmas constitucionais dos
direitos constitucionais viram um estado que tinha uma relação autoritária uma relação de governo de
poucos, que era o estado absolutista, viu o estado meramente cumpridor do contrato social, o que pregou
a dissociação do estado liberal e a teoria do liberalismo, aos particulares a economia e ao estado a
segurança, que viu a necessidade com a aspiração e o pluralismo de interesse surgiu à necessidade de o
Estado ser prestador de serviços.

O Estado vai prestar serviços acumulado capital, alargando sua máquina estatal e garantindo direitos a
aquela sociedade, sai do estado absolutista, sai o estado liberal e surge o Estado de Bem estar Social, que
é o Estado Democrático de Direito, a primeira constituição constitucional que a gente ver que começa
impor limites ao regime do sistema capitalista, a constituição de Weimar de 1919, que começa a impor ao
estado a necessidade de garantir direitos prestacionais aos seus particulares, entramos então no estado
intervencionista, se eu estou falando do estado intervencionista, não se consegue perceber a atividade
econômica somente nas mãos dos particulares, começa a surgir então à figura do Estado empresário, o
estado interventor, da atividade econômica, o estado começa ver a necessidade de capitar recursos para
poder prestar serviços e garantir direitos a sociedade, um paradigma as constituições constitucionais que
começaram a impor limitações ao sistema capitalista principalmente aos ideais liberais.

A ineficiência do estado no papel do empresário, a ineficiência do estado no papel de acumulador de


capital, aquela época através do professor Gustavo Binenbojm de sua obra uma teoria dos atos
administrativos, o estado já nasce sabendo sua ineficiência, o estado é ineficiente no papel do
empresariado. O estado só pode intervir na economia de forma excepcional, não pode ser regra geral, e a
nossa constituição de 88 deixou isso bem claro, questões que gostam de ser cobrada na primeira fase,
tanto de direitos constitucional quando de direito administrativo, o estado explora a atividade economia?
Sim, de forma geral ou excepcional? De forma excepcional desde que cumprido todos os requisitos, que
são os imperativos à segurança nacional e o interesse coletivo, de forma excepcional.

O estado interventor mostra a ineficiência e irresponsabilidade do estado, desenha-se a necessidade de


uma reforma, o estado já havia intervindo na economia, se assim o fez, era para largar a máquina pública
para que pudesse que a partir desse crescimento da administração pública poder prestar os serviços e
aqueles anseios aspirados para aquela sociedade. O estado liberal é um estado monoclassista, a burguesia
conseguiu conquistar seus direitos, o estado interventor é uma conquista de outras classes, não falamos
mais de um estado monoclassista, agora se fala de um estado pluriclassista.

O estado a partir do momento em que intervém na economia para acumular capital, o estado vai garantir
os direitos daquelas outras classes, estamos falando da segunda geração dos direitos fundamentais,
estamos falando de direitos sociais e econômicos. Esse estado interventor já sabendo da ineficiência e da
irresponsabilidade ele vai falir, no Brasil a falência desse modelo de estado vem com a crise do petróleo,
com a conversibilidade do dólar no governo Gibson e com a guerra fria, pergunta-se a saída é voltar
absolutista, o estado ausente em que tinha somente a competência da segurança, e entregar novamente a
atividade econômica para os particulares, ou a necessidade de reformular o estado em que ele não possa
mais sair da vida em sociedade, onde ele garantiu àquelas atividades prestacionais, aquelas politicas
publicas extensas, e tentar modular seu papel na economia? Como o estado sairia da atividade economia?
Fica somete regulando? Esse estado já é o estado democrático de direito, quando se fala em regulação,
falamos na espécie de entidade ou órgão público de regulação, nascem as agências reguladoras, estamos
falando de estado regulador, um estado que ver a necessidade de explorar a atividade econômica de
formar excepcional, em regra gral a atividade econômica e de competência dos particulares, mas o estado
também não pode entregar a mero prazer dos particulares a exploração, ele precisa controlar, precisa
fiscalizar e ele controla, fiscaliza através das agências reguladoras, são através desses órgãos reguladores,
fiscalizadores, que o estado vai monitorar a atividade econômica explorada pelos autores privados,
algumas dessas atividades econômicas serão exploradas em caráter de concorrência com particulares, o
estado e o particular, exemplo, atividade bancaria, Banco do Brasil, Caixa Econômica, Bradesco,
Santander, Itaú, quem regulamenta a atividade bancaria é o banco central fiscaliza. A mesma situação e
quando o estado resolve entregar para o particular em caráter de concessão a prestação de serviços
públicos como fornecimento de energia elétrica, hoje em quase todo Brasil. O serviço de energia elétrica
foi entregue aos particulares por meio de concessão administrativa, sendo fiscalizada pela agencia
reguladora Anel, que tem regime jurídico de autarquia de regime especial.

O estado começa a criar esses órgãos essas entidades para fiscalizar a atuação dos autores privados na
atividade econômica e também para fiscalizar a própria participação do estado, tanto é que vamos frente,
que os dirigentes das agências reguladoras eles tem mandatos estáveis, significa dizer que a partir da
nomeação dos diretores das agências reguladoras, eles tem mandatos estáveis de quatro anos, tanto e que
o quadro administrativo de nomeação dos dirigentes das agências reguladoras, é uma ato administrativo
complexo, porque depende de duas vontades de órgãos distintos, a nomeação da presidente e o aval são
feito pelo senado federal, o dirigente de uma agencia reguladora só vai ser nomeado com autorização do
poder legislativo. Estamos no estado regulador que criou o plano de fundo da constituição cidadão, da
constituição de 1988, prova disso é o caráter excepcional doestado explorar a atividade econômica e o
surgimento desses órgãos competentes para regulamentação de alguns serviços, o mais importante desse
história, é a divergência doutrinaria que surge em qualquer manual de direito administrativo, setenta por
cento dos manuais, convergem na ideia que o surgimento do estado administrativo nasce na revolução
francesa no estado liberal principalmente pelo princípio da separação dos poderes, a subordinação do
poder pela lei. Em nível de concurso público se leva essa informação de que o direito administrativo
nasce na revolução francesa no estado liberal com a teoria de Montesquieu da separação dos poderes,
dessa subordinação do poder pela lei, a nível cientifico dentro do direito administrativo, vamos perceber
que existem outras discussões principalmente pelo professor Gustavo Binenbojm em que contesta essa
ideia que o Estado, o poder se subordina ao parlamento, significa dizer que o poder legislativo que vai
dizer o que o gestor público tem que fazer, o gestor público e meramente uma máquina legislativa
executora de leis? Não o direito administrativo francês, principalmente a professora Maria Sylvia Zanella
Di Pietro da USP, nós vamos perceber a construção de um direito administrativo diferente, na França
temos um órgão de extrema importância que julga as matérias relacionadas ao direito administrativo,
relacionadas ao estado, relacionadas às infrações cometidas pelos agentes públicos, relacionadas às
relações dos órgãos públicos com seus agentes que era chamado conselho de estado, e esse conselho já
existia antes do estado liberal então o professor Gustavo Binenbojm pergunta como o direito
administrativo nasce com a revolução francesa? As leis criadas pelo conselho de estado foram feitas pela
própria administração pública, uma na época, mas feita, tanto é que o direito administrativo francês, a
principal característica do direito administrativo francês e a dualidade jurisdicional, e a dualidade de
jurisdição não de primeiro e segundo grau, mas da atividade jurisdicional e a atividade administrativa.
Fazendo uma comparação com nosso direito, à atividade que faz coisa julgada no Brasil é o judiciário, o
julgamento de um processo administrativo disciplinar não faz coisa julgada, pode se recorrer ao judiciário
para contestar aquela decisão, o direito francês não, a partir do momento que o processo administrativo é
julgado, julgado pelo conselho de estado faz coisa julgada e ali não se pode mais contestar no judiciário.

O conselho de estado, porque o berço do direito administrativo tanto para Europa quanto para o
continente americano, é o direito administrativo francês, a responsabilidade civil objetiva adotada na
nossa constituição federal no art. 37 parágrafo 6°, exemplificando, quando o agente público no exercício
de sua função, exemplo, pega o carro no exercício de sua função e atropela alguém, lesiona o particular
no exercício de sua função, quem responde é o agente, sem precisar provar o dolo e a culpa,
responsabilidade civil objetiva. Essa teoria não foi regulada muito menos construída no parlamento
francês, foi discutida no caso Blanco no conselho de estado lá no direito administrativo francês, essa e a
ideia do professor Gustavo Binenbojm.

O direito administrativo brasileiro surge após a primeira guerra mundial, mas tem um terreno bem fértil
após a crise mundial de 1929, principalmente com o surgimento da segunda geração dos direitos
fundamentais que no Brasil fica claro com o surgimento do estado novo, presidente Getúlio Vargas, o
direito administrativo brasileiro começa a ser construído, a ter fertilidade, no período da década de 30, a
partir daqui que começa a ser vislumbrada a construção do direito administrativo. O direito administrativo
brasileiro recebe influência de diversas fontes, como direito administrativo francês, mas importamos do
alemão algumas teorias, sobre os conceitos jurídicos indeterminados, do direito espanhol que vamos ter a
delegação do serviço do saneamento básico e também do norte americano principalmente das agências
reguladoras.

Objeto do Direito Administrativo


Qualquer direito tem um conjunto de regaras e princípios, direito administrativo tem um conjunto de
regras e princípios, o direito administrativo é uma ciência jurídica que possui um conjunto de regras e
princípios que regula a atividade administrativa, (existem alguns autores que dizem que e conjunto de
regras e princípios que regulam os serviços públicos, porem tal afirmativa está errada, uma vez que não
foco do direito administrativos, pois o direito tributário também regula o serviço público, até parece mais
não à atividade legislativa não é serviço público essa corrente muito tempo entendeu que a atividade
administrativa regularia os serviços público, o próprio código do consumidor regula o serviço público)
por isso que a construção hoje do direito administrativo é que é uma ciência jurídica que tem um conjunto
de regras e princípios que regulam a atividade administrativa, não sendo esta uma atividade legislativa e
uma atividade jurisdicional, esse é o conceito adotado pela doutrina majoritária.
É uma ciência jurídica do ramo do direito público que possui um conjunto de princípios e regras que
regulam a atividade administrativa não sendo esta atividade legislativa e nem jurisdicional. Teoria do
conceito residual. Prova FGV, o direito é codificado verdadeiro ou falso? Verdadeiro, não significa dizer
que o direito administrativo tem código próprio, como código civil, direito administrativo e codificado, na
verdade é codificado, pois ele tem legislações espaças, ele não é reunido somente em um único volume,
código.

Fontes do direito administrativo


São fontes do direito administrativo a lei, a doutrina, um exemplo muito claro disso é que em 1998
quando foi a última reforma administrativa que o Estado passou principalmente com a introdução do
princípio da eficiência do caput do artigo 37.

O princípio da eficiência foi introduzido na nossa constituição em 1988, com emenda constitucional 19,
na época a administração pública federal criou o ministério da administração de reforma do Estado, para
que se fosse feito uma reforma da governança para que pudesse tirar da administração pública a
característica burocrática, que buscasse uma característica gerencial, uma característica de eficiência
administrativa, essa foi à tendência da reforma administrativa de 1988.

Parece que precisamos atualmente passar por outra reforma, porque o que foi escolhido como eficiente
em 1988 não se mostrou eficiente agora, a doutrina naquela época, foram chamados grandes
administrativistas, formaram um conselho com grandes doutrinadores para que fosse pensada a
construção de um conjunto de novos instrumentos que pudesse ser aplicados na administração pública,
para que a atividade administrativa pudesse ser prestada de forma eficiente, o resultado da atividade
administrativa executada pelo poder executivo fosse aplicado de forma eficiente, por isso a doutrina
também e fonte do direito administrativo.

Os costumes são fontes dos direito administrativos, a jurisprudência é uma fonte do direito
administrativo, dentro de jurisprudência tem uma discussão de direito constitucional, a diferença de
sumula e sumula vinculante. A administração pública pode anular ou revogar os atos administrativos, essa
é uma sumula do STF, portanto a sumula é fonte do direito administrativo, sumula 473 do STF.

Regime jurídico
Vamos analisar o regime jurídico administrativo e o regime jurídico da administração pública, o regime
jurídico da administração pública, vai ser adotado o regime do direito público, em sua maioria,
predominantemente pelo direito público de forma excepcional a administração pública pode ser regida
pelo direito privado, um exemplo quando a administração aluga um imóvel de um particular, outra forma
é a sociedade de economia mista de direito privado, que e o caso do BANCO DO BRASIL. A outra
espécie de regime e o regime jurídico administrativo, direito administrativo ele nasce sob duas ideias
opostas à primeira surge na primeira geração dos direitos fundamentais, os direitos naturais inalienáveis,
nasce com a ideia que o estado tem que garantir os direitos individuais direito de igualdade, direito de
liberdade e direito de propriedade, a outra ideia e que nasce com a ideia que tem que preservar os direitos
coletivos, a partir do momento em que nasce com a segunda geração dos direitos fundamentais, a ideia de
estado Prestacional o estado precisa garantir direito à coletividade, e mais ou menos se choca.
O direito administrativo é baseado em dois pilares, prerrogativa precisa ter para garantir o interesse
público, acima dos administrados para garantir o cumprimento desses direitos coletivos, só que o estado
precisa ter limites, sujeições, para que essas prerrogativas não se tornem arbitrarias, e a administração
pública passe a cometer atos ilegais, esses dois pilares estão intrinsicamente ligados ao princípio da
supremacia pública do interesse público sobre o privado, nesse caso as prerrogativas a exemplo dos
prazos dilatados processual, a ideia da impenhorabilidade dos bens, as sujeições estão ligadas ao princípio
da indisponibilidade do interesse público. Se as sujeições forem descumpridas, como por exemplo, a
administração pública para adquiri material precisa fazer o procedimento licitatório, se faz de outra
forma ela faz e comete o ato ilegal, ela não tem prerrogativa muito menos alguma regra basilar em que
procedimento licitatório seja descumprido, outras formas de prerrogativas, Ana Paula recebe uma conta
de agua irregular para contestar aquela dívida, ela ganha em primeiro e segundo grau, ela não pode
executar aquela dívida, a execução e um instrumento daquela dívida para garantir aquela sentença,
prerrogativa da administração pública, os bens da administração pública são impenhoráveis.

A desconsagração dos bens públicos, a desconsagração é quando a administração pública pega um bem de
uso coletivo do povo, ou bem de uso especial e transforma em bens dominicais, a desconsagração e
procedimentos licitatórios são exemplos de sujeição que a administração pública tem que se submeter
senão os atos se tornam ilegais, exemplos de bens dominicais são coisas velhas.

Aula 02

Princípio da Administração Pública


Os primeiros princípios que vamos analisar sãos os princípios expressos na constituição, vamos analisar a
priori o que dispõe o artigo 37 caput da constituição federal, in verbis: Art. 37. A administração pública
direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998), estão os princípios expressos,
macete LIMPE, estão subordinados a esses princípios a administração pública direta e administração
pública indireta de qualquer que seja os poderes da união, significa dizer o poder executivo, legislativo e
judiciário da união, a nível desse ente federativo da união, dos estados membros, temos poder executivo
do estado, governo do estado, poder judiciário do estado, tribunal de justiça, e poder legislativo que é
representado pela assembleia legislativa, a nível municipal, temos o poder executivo, e poder legislativo,
poder judiciário não existe a nível municipal, o DF temos todas as representações.

1- Princípio da legalidade: o princípio da legalidade no Estado democrático de direito é aquele


que esta elencado no inciso II da CF, que diz que ninguém vai fazer ou deixar de fazer algo senão em
virtude de lei, então o primeiro primar do princípio da legalidade na nossa constituição federal, está no
artigo 5º inciso II da CF, está relacionado ao particular, princípio da legalidade também e citado na nossa
constituição, no artigo 37 caput, está voltado ao agente público, diz que a administração pública só vai
fazer, só vai exercer sua vontade se possuir previsão legal para que a legitime, ou seja, só vai manifestar
os atos administrativos que estiverem previstos em lei, enquanto ao particular cabe que só vai fazer ou
deixar de fazer o que estiver previsto em lei, a administração cabe só exerce sua vontade quando houver
previsão legal, a gente diz também que ao se tratar dos particulares temos uma autonomia da vontade,
quando se trata da administração pública temos vontade legal, sobre esse prisma que o estado
democrático direito da nossa constituição federal nos vamos ter esses dois primados do princípio da
legalidade um no artigo 5º, II, eu está voltada ao particular, autonomia da vontade, outro no artigo 37,
caput, que está ligada a administração pública direta e indireta dos poderes da união, dos estados, dos
municípios e do DF.

2- Princípio da Impessoalidade: vai ter várias facetas no direito administrativo, o principal


entendimento que temos que ter acerca desse princípio e de que a administração pública não tem vontade
pessoal, significa dizer que o agente público tem que buscar o interesse público, e não o seu interesse, há
também um entendimento na didática institucional, de que o princípio da impessoalidade dá o
entendimento que a administração pública tem que tratar de forma isonômica ou igual todos os agentes,
como também todos os administrados. Falando das facetas do direito administrativo:

a. Finalidade: a principal finalidade do direito administrativo, que é a busca do interesse público.


Exemplo: descumprimento do interesse público, imprimir paper em estágio em órgão público, é exemplo
de desvio de interesse público. Obs.: o princípio da finalidade diz que o gestor público no exercício de
suas atribuições tem que buscar o interesse público, a licitação é um cumprimento de um requisito da lei,
que vai servir para a busca do interesse da coletividade, deparando-se com o enunciado da questão que
nos leva a esse primado da impessoalidade e na hora de marcar tem impessoalidade e finalidade? A
impessoalidade vai ser o gênero, e a finalidade a espécie, se o enunciado da questão disser que houve
desvio dessa finalidade, desvio do interesse público, a gente vai ao princípio da especialidade na hora de
marcar, marcando finalidade, se houver os dois, isonomia, imparcialidade, vedação de promoção pessoal,
quando o agente público quer se promover, ai se marca o gênero impessoalidade, até porque não
existe princípio da isonomia e da impessoalidade dentro do direito administrativo.
b. Isonomia ou a imparcialidade: o tratamento isonômico aos agentes que vão executar a
atividade administrativa e aos administrados que somos nós.
c. Vedação a promoção pessoal: não pode, o agente público, utilizar de seu cargo para se
promover, para realizar promoção pessoal.

3- Princípio da Moralidade: o substrato ético está ligado a moral, é isso que nós vamos importar
para o direito administrativo, é isso que nós vamos importar para a atividade administrativa, a moralidade
administrativa está ligada a ética do gestor público, a ética do direito administrativo contempla a
honestidade, probidade, bons costumes e a lealdade. Ligado a uma ideia de boa administração pública, a
ideia de bom gestor público. Professor Alexandre Santos de Aragão diz que a moralidade é um princípio
de instituição metodológica do direito administrativo, vez que, os atos administrativos praticados pelos
gestores públicos são legais, porém, imorais. Princípio da juridicidade, que é o princípio da legalidade
maximizado, para evitar que aquele ato legal e imoral não seja contemplado pela violação do princípio da
legalidade, pois em termos práticos, em ternos de ações nos tribunais, isso configuraria uma lesão ao
erário público, e também seria analisado que se for entendido que houve ferimento tanto ao princípio da
moralidade quanto da legalidade, o STJ já entendeu que essa configuração configura as duas hipóteses
quando essas hipótese forem cumulativas, a consequência disso e a suspenção dos direitos políticos
daquele agente público ou do próprio particular que se submeteu a compra da administração pública. O
princípio da moralidade gera uma serie de discussões, o que se precisa levar é que o enunciado da
questão, a ideia do examinador, dos autores, é entender que o princípio da moralidade está ligado a uma
ideia de boa conduta ética do gestor público, uma boa administração pública, só que a escola da
universidade do Rio de Janeiro, através do professor Alexandre Santos de Aragão, entende que esse
princípio da moralidade tem uma função metodológica, ele tem uma didática institucional no direito
administrativo, para ele quando há um ferimento ao princípio da moralidade é consequência para que haja
uma violação a legalidade também, ele vislumbra a possibilidade de uma ação de improbidade
administrativa para esse gestor.

4- Principio da Publicidade: também este elencado no artigo 37 da CF, da ideia de publicização de


todos os atos administrativos, ou seja, todos os atos administrativos expedidos pela administração pública
devem ser publicizados, esse termo publicizado, pois o CESP fez uma questão, a ideia de publicar da
ideia de diários oficiais, e nem todos os atos administrativos devem ser publicados, devem ser da
publicidade a eles, exemplo a carta convite, podendo ser publicizada, por exemplo, no mural da
prefeitura, mas o princípio da publicidade traz três facetas, a ideia da transparecia pública, a ideia de
condição de eficácia e essa condição de eficácia quer dizer que o ato administrativo para ter validade
necessita ser publicizado, exemplo a nomeação de alguém em particular para exercer cargo em comissão
na administração pública, seja em quaisquer poder, precisar ser publicado para que tenha validade, a
transparecia da ideia que todos os órgãos públicos podem sofrer controle social, e essa ideia de controle
social é exercida pelo povo, existem exceção para publicar os atos, a lei de transparência regulamenta
alguns atos que podem ser tidos pela administração pública como secretos, a ideia do sigilo
regulamentado pela lei de acesso a informação, está dentro da constituição federal, existe atos
administrativos que não podem ser publicados, como por exemplo, divulgação dos locais de Blitz, caso
fosse divulgado não teria eficácia, aqueles atos administrativos quando publicados possam comprometer a
segurança do estado eles tem essa excepcionalidade, ou seja, não possuem a obrigatoriedade da
publicização. A outra faceta desse princípio é o dever de divulgação, a condição de eficácia, ou seja, tem
atos que para terem validades precisam ser publicados, existem municípios menores que não tem
condições de manterem sítios eletrônicos, há teoria que nesse caso está sendo mitigado esse princípio.

5- Principio da Eficiência: ele não e originário da constituição de 1988, ele foi acrescentado a
nossa constituição pela emenda constitucional de número 19 de 1998 que trouxe a chamada reforma do
Estado, buscando uma mudança de paradigma da administração pública, na época o estado absolutista a
administração pública figurava nas mães do rei, se caracterizava como administração pública patrimonial,
aquela que retinha bens, quanto mais bens a administração pública tivesse melhor e mais garantias ela
tinha para prestação das atividades administrativas, com o tempo principalmente com ascensão do estado
regulador, e até mesmo do estado intervencionista, surge uma nova administração pública baseada nos
procedimentos, os atos administrativos necessitavam seguir um procedimento, um processo
administrativo, ou seja, o formalismo necessário para que aquele ato pudesse ter eficácia. A reforma do
estado, trazida pela emenda constitucional 19 de 98 veio alterar esse modelo que se tornou um modelo
burocrático da administração pública, que era baseado num formalismo exacerbado, os órgãos de controle
seja ele interno, as controladorias, seja ele externo como os tribunais de contas, são contra esse
formalismo exacerbado, pois a ideia dos órgãos controladores e prender o agente público deixando o
administrador como mero executor da lei, acontece que o gestor público nesse período da administração
pública weberiana, se preocupavam muito em cumprir os atos da atividade meio sem se preocupar com o
resultado que iriam alcançar, se o serviço público prestado ou com a atividade administrativa meio não
interessava ao gestor público se seria eficiente, se o resultado seria adequado para os administrados, para
ele interessava cumprir o formalismo, cumprir a atividade meio para que não fossem pego pelos órgãos de
controle, a ideia da administração pública gerencial que surge através do princípio da eficiência, é
exatamente isso fazer com que o gestor público ainda se preocupe com a atividade meio e quebre
alguns paradigmas da burocracia, mas que se preocupasse com os resultados atos a serem alcançados por
esse processo, o administrador público teria que se preocupar com o jurídico, o princípio da eficiência
trouxe a quebra desse formalismo no decorrer do tempo, para que o gestor público se preocupasse com o
resultado, desse ponto surge o termo em alguns manuais conhecidos como administração pública
gerencial, essa administração pública que busca os resultados. Há outra ideia ligada ao princípio da
eficiência que está relacionada ao princípio da economicidade, de que o administrador público certas
vezes precisa se preocupar com o gasto que vai ter, muitas vezes é possível que se tenha um gasto menor
e que se obtenha um resultado bom, eficiente, porém, nem sempre a redução de gasto da administração
pública significa que obterá um resultado satisfatório, exemplo, uma das políticas públicas mais caras e o
saneamento básico, não tem como se levar em consideração em caráter de análise dos órgãos de
controle o princípio da economicidade, pois, saneamento básico e uma política clara, é uma faceta da
saúde pública que exige recurso, tanto é que discutido no STF de quem é essa competência acerca das
políticas de saneamentos básicos, esse direito sanitário dito pelo professor Ingo Sarlet, saneamento básico
que e competência dos três poderes, pela atual leitura sim, mas alguns municípios, principalmente os
menores, não tem condição de arcar com uma política pública cara, por isso a discussão no Supremo, qual
a saída para a execução do saneamento básico, e uma prova de que o princípio da economicidade não se
encaixa nessa faceta da administração pública, lembrando há uma ideia que é principalmente trazida pelos
órgãos de controle, de que o administrador público tem que ter os gastos de forma eficiente buscando os
gastos de uma administração pública satisfatório, mas nem sempre gastar menos significa alcançar um
resultado adequado, a ideia do princípio da eficiência e fazer com que as cortes de contas, e
principalmente as controladorias seja geral da união, seja do estado, busque saber quanto o gestor público
gastou com determinados situações. São essas duas ideias desse princípio a ascensão da administração
gerencial e a ideia da economicidade que é utilizada pelos órgãos de controle para análise dos atos do
gestor público.

Aula 03

Princípio Implícito da Administração Pública


1- Autotutela: súmula 473, já falamos quando falávamos das fontes dos direitos e mencionamos a
sumula como fonte do direito administrativo, analisando o enunciado da sumula já descrita, é
praticamente o conceito desses princípio que rege a administração pública, esse princípio diz que a
administração pública pode rever seus próprios atos administrativos, esse rever é poder de atualizar, se a
administração pública se depara com um ato administrativo ilegal ou ilegítimo a própria administração
pública pode anular seu próprio ato, se a administração pública não anular o administrado ou o
ministério público pode ingressar com ação ara que aquele ato administrativo seja anulado, mas a
anulação só acontece diante de ato administrativo ilegal e ilegítimo, que pode ocorrer pela própria
administração pública ou pelo poder judiciário, a outro instituto, ou outra instituição, também no
enunciado da autotutela que é a revogação desse ato, só que a revogação vai acontecer diante de um ato
administrativo que é legal, legitimo, porém ele não é mais conveniente e oportuno para a administração
pública exemplo: a administração pública que é estadual resolve revitalizar uma praça que é municipal,
nessa praça a administração pública concede atos administrativos para os administrados possam exercer
venda informal de produtos, lanchonete, bancas de revistas, porém, com o decorrer do tempo, três ou
quatro anos, surge à necessidade perto daquele local da administração pública faça um viaduto que vai
precisar comprometer toda praça, precisando ser destruída, o que ocorre e que os atos administrativos de
permissão que foi concedido pelo poder público aos particulares, não se tornaram ilegais em face dessa
situação, porém deixaram de ser conveniente para a administração pública para aquela situação, por isso a
doutrina entende que um ato autorizativo, que um ato de autorização expedido pela administração pública
tem a característica de ser precário significa dizer que a administração pode. Romper unilateralmente sem
gerar o dever de indenização ao particular, a diferença de anulação, e revogação, quando anulado os
efeitos são retroativos, quando revogados os efeitos são prospectivos, isso está dentro dessa ideia que um
ato administrativo sujeito a anulação é um ato ilegal ou ilegítimo, e ato administrativo sujeito a revogação
é um ato legal, porém não mais conveniente para a administração pública.

2- Auto Executoriedade: é o postulado normativo que orienta a administração pública que faz com
ela possa executar seus próprios atos administrativos, sem consulta previa do judiciário, esse princípio
permite ou garante a prerrogativa da administração pública de executar seus próprios atos administrativos
sem previa consulta do judiciário. Exemplo: a situação do rio de janeiro, um agente da vigilância sanitária
que recebe um denuncia de alimentos vencidos dentro de um estabelecimento, a atuação do agente da
vigilância sanitária na apreensão ou destruição desses alimentos que estariam vencidos não precisa de
autorização previa ou parecer prévio do judiciário, aqui é uma prerrogativa da administração pública essa
prerrogativa vem desse princípio da auto executoriedade.

3- Motivação: todos os atos administrativos precisam ser motivados, a motivação e o pressuposto


fático e jurídico do ato administrativo, o funcionário público completa setenta anos tem que ser
aposentado compulsoriamente, situação fática servidor público que completa setenta anos, pressuposto
jurídico a nossa constituição federal, outro exemplo, a administração pública resolve construir um
hospital, e ela faz uma licitação para construção de uma empresa especializada para a construção desse
hospital, o pressuposto jurídico a lei 8666 que vai regulamentar o procedimento de contratação daquele
estado. Como se fosse uma petição, quando o gestor público for expedir sua decisão tem que expedir sua
decisão fática justiçando sua decisão em pressupostos jurídicos.
4- Principio da continuidade dos serviços públicos: quando a administração pública contrata
alguma empresa para executar um serviço, prestar um serviço, ela tem que executar por 30 dias,
apresentou uma nota para a administração pública sinalizando que já executou o serviço e este apto a
receber o pagamento, mesmo assim a administração pública não efetuou o pagamento, o particular e
obrigado a executar aquele serviço nos próximos trinta dias, passaram- se sessenta dias, apresentou a
segunda nota, e não recebeu pagamento, o particular e obrigado a continuar a prestar o serviço por mais
trinta dias totalizando noventa dias e não mais que isso, só que há outra faceta do princípio da
continuidade dos serviços públicos, que é relacionado aos serviços públicos essenciais que em período de
greve os serviços públicos essenciais têm que ser garantido.

Aula 04

Organização da Administração Publica


Quando nós nos deparamos com alguns artigos da constituição federal, principalmente o artigo 21, 22, 23,
24 vamos ter competências em que vão ser deferidas para que alguns entes federativos prestem-nas, por
exemplo, artigo 21 da CF, nós vamos ter competências exclusivas da União, o próprio artigo 21 da CF, em
alguns incisos, coloca a possibilidade da união executar essa função administrativa de forma direta, como
de forma delegada ou de forma concessionaria quando se entrega essa atividade para o particular executar
essa função.

Há também algumas atividades administrativas em que a união vai prestar de forma concorrente com
outros órgãos federativos, com os estados e municípios, a grande pergunta é, como é que o estado se
organizou para prestação dessas funções administrativas? A constituição federal da gente de 1988 lá no
artigo 37 ele diz no caput quando fala sobre os princípios constitucionais administrativos que esses
regramentos serão aplicados a duas espécies de administração públicas, que são a direta e a indireta. De
onde o legislador constituinte partiu de uma ideia de organização da administração pública em
administração pública direta e administração pública indireta, seria administração pública direta aquela
em que o estado executa diretamente as atividades e indireta aquelas em que entregamos ao particular
para prestar determinadas atividades?

O surgimento da administração pública direta coincide com o momento da evolução dos estados,
precisamente do estado intervencionista no ano de 1930 com o período da segunda geração dos direitos
fundamentais onde a administração pública, o Estado precisa alargar seu aparelho estatal para que
pudesse garantir alguns direitos conquistados pela sociedade em especial as relações econômicas e
relações sociais, tendo em vista que saímos de um estado liberal onde a atividade econômica competia aos
particulares, a partir da década de 30 especificamente no Brasil, em que começa a se caracterizar o estado
intervencionista a administração pública começa a intervir nas relações econômicas para capitanear
recursos para garantir políticas sociais extensas haja vista que um desses direitos e garantias da segunda
geração são direitos trabalhistas, então a administração pública precisava alargar a administração pública
de forma a dar conta da prestação dos serviços públicos, nesse momento surge o que se administração
indireta.
A administração pública direta não surge em 1988 a maior prova disso o decreto lei 200 de 1967 já fala
sobre administração pública indireta, antes mesmo da constituição de 88. De onde surge essa
administração pública indireta? Somente dessa necessidade do estado garantir os direitos fundamentais,
essa complexificação como diz o professor Alexandre Santos de Aragão, em relação as relações sociais e
econômicas? Não a administração pública tem técnicas administrativas, e essas técnicas administrativas
chamadas de centralização, descentralização e desconcentração são instrumentos prediletos das bancas de
concursos, pois não há discussões doutrinarias, são conceitos técnicos que não tem discussões sobre o
tema.

Técnicas Administrativas
Centralização: é aquela que a atividade administrativa é prestada de forma centralizada dentro da pessoa
política ou do ente federativo, a técnica da centralização é aquela que diz que a administração pública é
prestada de forma centralizada no ente federativo da pessoa política. Podemos ter uma ideia em relação a
centralização, tida pelo professor Alexandre Santos de Aragão que nada mais é que o artigo 18 da CF, que
a forma política administrativa que a república federativa do Brasil foi dividida entre os entes federativos
da União, estados e municípios, as atividades prestadas de formas centralizadas nesses entes são através
da técnica da centralização.

Descentralização: a descentralização traz uma ideia que a administração pública tira de seu centro o seu
comando central a prestação de determinada atividade administrativa, entrega para uma nova pessoa
jurídica, essa técnica administrativa cria uma nova pessoa jurídica para executar essa atividade
administrativa, cria ou autoriza uma nova pessoa jurídica para execução dessa atividade administrativa. A
descentralização para a professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro faz uma ideia de relação de duas
pessoas, pressupõe a existência de duas pessoas, a pessoa central que cria e autoriza uma nova pessoa
jurídica que vai receber a competência de execução de determinada atividade. Artigo 37 inciso XIX da
CF. in verbis: XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998),
a descentralização pode ser de duas formas, teremos a descentralização por outorga e delegada.
Descentralização por outorga é uma descentralização quando uma pessoa jurídica cria ou autoriza uma
nova pessoa jurídica por meio de lei. Quando a criação ou autorização dessa nova pessoa jurídica se fizer
por mio de lei, se tem a descentralização por outorga. A descentralização por delegação se entrega ao
particular por meio de contrato, por exemplo, o transporte público que é de competência do município,
que é de competência dos municípios e no mais das fezes que o município não possui essa empresa
municipal ou sociedade de economia mista municipal, se entrega para o particular através de um contrato
que pode ser de concessão, permissão ou autorização que apesar de não ser contrato a doutrina coloca o
ato administrativo de autorização dentro dessa descentralização por delegação. Quando se cria ou autoriza
essa nova pessoa jurídica por meio da lei, se transfere para ela a titularidade e a execução daqueles
serviços, por exemplo, quando o ministério da previdência criou o INSS que é uma autarquia entregou a
ela a titularidade do regime geral de previdência a execução desse regime, a descentralização por outorga
se entrega a titularidade e a execução desses serviços públicos para essa nova pessoa jurídica. Por
delegação só entrega à execução do serviço a titularidade continua com a pessoa política ou com o estado.
Desconcentração: é a técnica que elucida é uma mera repartição competências dentro dessas pessoas
jurídicas.

Essas técnicas vão estão ligadas intimamente com a ideia trazida no artigo 37 da CF, a ideia de
centralização estará ligada a administração pública direta que consiste na forma organização
administrativa composta pelos órgãos dos entes políticos ou pessoas políticas. A descentralização está
ligada a administração pública indireta que é a forma organizacional administrativa composta por
entidades administrativas, decreto lei 200/67.

O decreto lei 200 de 67 organiza a administração pública federal mas ele serve para analisar a
organização da administração pública a nível estadual, municipal e distrital, artigo 4, in verbis: Art. 4º A
Administração Federal compreende: I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados
na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. II - A Administração Indireta,
que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a)
Autarquias; b) Empresas Públicas; c) Sociedades de Economia Mista. d) fundações públicas. (Incluído
pela Lei nº 7.596, de 1987) § 1º As entidades compreendidas na Administração Indireta consideram-se
vinculadas ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade.
Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em
cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade. (Renumerado pela Lei nº 7.596, de
1987) § 2º Equiparam-se às Empresas Públicas, para os efeitos desta lei, as Fundações instituídas em
virtude de lei federal e de cujos recursos participe a União, quaisquer que sejam suas finalidades.
(Revogado pelo Decreto-Lei 900, de 1969) § 2 º As fundações instituídas em virtude de lei federal ou de
cujos recursos participe a União integram também a Administração Federal indireta, para os efeitos de:
(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 2.299, de 1986) (Revogado pela Lei nº 7.596, de 1987) a)
subordinação aos mecanismos e normas de fiscalização, controle e gestão financeira; (Incluído pelo
Decreto-Lei nº 2.299, de 1986) b) inclusão de seus cargos, empregos, funções e respectivos titulares no
Plano de Classificação de Cargos instituído pela Lei n º 5.645, de 10 de dezembro de 1970. (Incluído
pelo Decreto-Lei nº 2.299, de 1986) § 3 º Excetuam-se do disposto na alínea b do parágrafo anterior as
fundações universitárias e as destinadas à pesquisa, ao ensino e às atividades culturais. (Incluído pelo
Decreto-Lei nº 2.299, de 1986) (Revogado pela Lei nº 7.596, de 1987). A construção da administração
pública direta ou indireta está no artigo acima, sendo inciso I fala da administração pública direta, quando
que no inciso II da indireta.

A administração pública direta que é formada por um conjunto de órgãos, esses órgãos da administração
pública direta não tem personalidade jurídica própria, vez que está vinculado aos entes políticos, e esses
entes políticos que possuem personalidade jurídica própria, o nome da união é pessoa jurídica de
direito interno chamado união, o nome do estado do Maranhão é pessoa jurídica de direito
interno estado do Maranhão, então se são órgãos ligados a esses entes políticos quem tem personalidade
jurídica são esses entes políticos que possuem personalidade jurídica própria, o nome da união é
pessoa jurídica de direito interno chamado união, o nome do estado do Maranhão é pessoa
jurídica de direito interno estado do Maranhão, então se são órgãos ligados a esses entes políticos quem
tem personalidade jurídica são esses entes políticos, esses órgão são despersonalizados, diferente
das entidades administrativas que são criadas ou autorizadas por esses entes políticos, quando são criadas
ou autorizadas elas surgem dessa técnica administrativa de descentralização uma nova pessoa jurídica que
vai ser uma daquelas citada no artigo 4, II, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou
fundações públicas, essas quatro espécie de entidades administrativas que foram criadas por esses entes
políticos ou autorizadas possuem personalidade jurídica própria.

A união tem órgãos que estão dentro do seu centro, porém, ela entendeu que certas atividades deveriam
ser retiradas do centro e serem entregues para outros entes jurídicos, uma ela autorizou (Condevasf) outra
ela criou (INSS), a administração pública direta nesse caso são os ministérios e o gabinete da republica
ligada a união, a administração indireta seria o INSS e CONDEVASF, o exemplo de desconcentração
administrativa nesse caso são os ministérios saindo do gabinete da presidência da república, e um
exemplo de descentralização INSS e CONDEVASF, descentralização por outorga conforme artigo 37
inciso 19.

No estado do maranhão, a administração direta e formada pelo gabinete do governador, secretarias,


Procon na época que era gerencia era administração pública direta até em outubro de 2015, passando a ser
administração pública indireta após sua transformação em autarquia, proposta pelo governador do estado,
pela técnica administrativa de descentralização com a lei que criou o Procon, na época que era gerencia
constituía a administra pública direta, se fazia a desconcentração, era uma mera desconcentração de
competências.

Aula 05

Administração Pública Indireta

- Autarquias:
As autarquias na década de 30 apesar de serem consideradas despersonificadas já exerciam atividade
tipicamente administrativo, não ia ser modificada, até porque o decreto 200/67 criou outras duas,
entidades, outras duas pessoas fazendo uma dicotomia do que seria função de cada uma dessas pessoas,
parece que os juristas e administrativistas na construção da administração pública federal entendeu que
alguns serviços, aqueles serviços considerados tipicamente administrativa, que vai estar ligado a ideia de
poder de polícia, a ideia de heteronomia que e a capacidade de impor ao terceiro uma obrigação, ou seja,
é a ideia da sujeição de vontade, somente pode exercer espécies dessas atividades, de poder de polícia, de
heteronomia e até mesmo de veiculação, somente as pessoas que forem regidas exclusivamente pelo
direito público, não há portanto espaço para regime hibrido, não há espaço para regime jurídico de direito
privado. A administração pública, os juristas os constitucionalistas da época resolveram fazer uma
divisão, se na década de 67 já estava em outro estado que é o estado com ponto de inflexão do estado
intervencionista e o surgimento de um estado que precisa intervir na economia mas não de forma tão
direta o estado só vai intervir na economia de forma direta conforme nós vamos ver na constituição
federal, em caráter excepcional, desde que cumprido os requisitos da imperativos da segurança nacional e
o interesse coletivo, essa e a ideia, o estado vai explorar a atividade econômica pelas outras duas
entidades administrativas colocadas com o decreto lei 200/67 que são as empresas públicas e as
sociedades de economia mista, parece que tem uma dicotomia, parece que essas pessoas jurídicas vão ter
o regime jurídico de pessoas jurídicas, pois vão explorar a atividade econômica em concorrência com o
particular, e as autarquias e as fundações cabe regime de direito público? As autarquias sim, pela
constituição de que as autarquias competência para execução de atividade tipicamente administrativas
entendendo que as atividades tipicamente administrativas, que são atividades de poder de polícia,
heteronomia.

Começando a aula, basta a leitura do artigo 37, XIX, CF, que diz que por meio de lei especifica, a pessoa
política pode criar ou autorizar, quando cria, cria as chamadas autarquias, as fundações públicas de direito
público, e quando autoriza, autoriza três espécie de entidades administrativas, as sociedades de economia
mista, as empresas públicas e as fundações publica de direito privado, parece que a construção do
surgimento das autarquias da década de 30 imperou na legislação de 67 e na constituição federal,
podendo ter em mente dois dispositivos, o artigo V do decreto lei 200/67 e o artigo 37, XIX, CF, a
construção que uma lei especifica pode criar determinas pessoas jurídicas e ela pode autorizar outras
entidades administrativas parte desses dispositivos, dessa construção, porém, se forem entender os dois
verbos vão fazer a dicotomia, quando cria, vai seguir o regime de direito público, quando autoriza se faz
pessoa jurídica de direito privado, entendendo que pessoas jurídicas de direito privado sofrem uma outra
dicotomia que é com relação as pessoas jurídicas, sociedades de economia mista e as empresas públicas,
que vão prestar serviços públicos de cunho econômico ou vão explorar a atividade econômica em
concorrência com as empresas privadas, mas com relação a essa dicotomia vamos ver depois. A pessoa
jurídica através de uma lei que diz que essa lei especifica, sendo uma lei ordinária, a partir dessa história a
gente pode fazer a construção do conceito das autarquias, que são pessoas jurídicas de direito público
criadas por lei especifica para executar atividades tipicamente administrativas. Autarquias são pessoas
jurídicas de direito público criadas por lei especifica para executar atividades tipicamente
administrativas (poder de polícia, capacidade de heteronomia, poder de regulação) a capacidade de
heteronomia está ligado ao princípio da supremacia do interesse público, que é o estado que mesmo
diante de uma administração pública indireta, mesmo diante de uma autarquia, impõe a terceiro uma
obrigação sem seu consentimento. O contexto histórico, é a construção dessa dicotomia, essa também tem
que ser 0analisado numa gestão do modulo I, que pe tipicamente sobre o regime jurídico, sendo o regime
jurídico da atividade administrativa que é o objeto do direito administrativo, ou o regime jurídico da
administração pública, se conseguir fazer essa construção do surgimento da administração pública a partir
dessa ideia, porque o legislador optou por dois verbos diferentes, e entendendo o regime jurídico se
começa a entender ao se deparar com certos órgãos.

Se vai exercer as atividades tipicamente administrativas, vai ter as sujeições e prerrogativas inerentes a
administração pública, as prerrogativas e sujeições que se fala, são por exemplo, prazo processual para
que as autarquias possam recorrer são os mesmo da fazenda pública, prazos dilatados, os bens
pertencentes a esse ente de direito público, são bens impenhoráveis, pois estão alcançados pela
prerrogativa dessa atividade administrativa, a execução que seja movida contra essa autarquia, que
também vai ser influenciada pelo regime da atividade administrativa, vai ser pago mediante o artigo 100
da CF, ou seja, mediante precatória, mediante a ordem cronológica das precatórias, também estão sujeitos
a algumas sujeições, se precisar adquirir bens e serviços ou precisar contratar obras precisa cumprir
procedimento licitatório da 8666/93, se quiser vender algum patrimônio precisa fazer a desconsagração
do bem realizar todos os procedimentos estabelecidos em lei, resumindo as autarquias por estarem
seguindo regime jurídico de direito público estão sujeitos ao regime jurídico da atividade administrativa,
o que se diz é que está sujeito as prerrogativas e sujeição dessas atividades. Outra questão que se precisa
ter em mente em relação as autarquias o ingresso dos agentes públicos nessas autarquias para prestar
serviços é mediante concurso público, o que se precisa que se analise para fazer a diferenciação ao direito
privado, o ingresso dos agentes públicos, eles ocuparão cargos públicos ou emprego? Ocuparão cargos
públicos, portanto o regime será estatutário, o regime dos agentes que prestam atividade dentro das
autarquias será estatutário, ingressa por meio de concursos públicos para ocupar cargos públicos.

- Autarquias de Regime Especial (LEI 5540/68)


A primeira que esse termo autarquia de regime especial surgiu foi na década de 60, na lei 5540/68, esse
termo regime especial concede a essas entidades administrativas, essas entidades criadas em regime
especial, uma maior autonomia em relação as autarquias genéricas, que maior autonomia seria essa, essa
autonomia ela vai ser caracterizada diante de alguns requisitos, exemplo, e essas autarquias que surgiram
com essa lei, são as universidades públicas, que algumas terão o regime de autarquias especial, exemplo,
no Maranhão temos uma única que é a UEMA, o regime especial significa dizer a impossibilidade de
exoneração ad natum dos seus dirigentes, significa dizer que os dirigentes dessas autarquias possuem
estabilidades, terão prazos determinados para cumprirem sua administração, outra característica desse
regime especial é a impossibilidade de recursos hierárquico, significa dizer que o presidente dessa
autarquia quando julgado recurso dele não cabe mais instrumento recursal, nele esgota todos os recursos,
se faz a última instancia, os prazos e instancias se encerram dentro dessa entidade, isso significa dizer que
não se pode recorrer ao ministérios que está vinculado, a secretaria, significa dizer que não há recurso
superior acima do dirigente dessa autarquia, porque m muitas vezes se entende que por ter sido
constituído de uma pessoa política acredita-se que se pode recorrer a essa pessoa que criou para recorrer,
mas não se pode, pois os recursos se esgotam na pessoa do presidente dessa autarquia, exemplo, a UEMA
é uma universidade estadual do maranhão, mas está vinculada à secretaria estadual de ciência e tecnologia
do estado, contudo, não quer dizer que ela esteja subordinada, quer dizer que ela está vinculada, por isso o
recurso se esgotam lá dentro da própria UEMA, através do reitor, não cabe ao secretário que dessa
secretaria vinculada julgar. Essa prerrogativa da exoneração ad natum também está ligada a ideia do
professor Alexandre Santos Aragão, ele faz uma crítica, dizendo que espécie de autonomia é essa que
apesar de conferida por lei ela é questionada, a partir do momento, por exemplo, da UEMA, tem eleições
para reitoria que saem três pessoas, que a partir dessa lista o governador vai escolher o gestor, nesse
momento se faz a crítica do professo, que autonomia é essa, os que defendem dizem que cabe ao
governado somente a indicação dentre os três mais votados, porque o escolhido pelo governado, já existe
uma doutrina que os governadores tem escolhido o mais votado na lista, eles terão autonomia financeira,
gerencial e orçamentarias, o governado depois da escolha não poderá intervir nessa autonomia, cabendo
somente a escolha de um nome para gerir a UEMA.

Um exemplo de autarquias de regime especial que se conhece bem são as agências reguladoras, basta
analisar a nomeação dos diretores dessas agencias, é indicado pelo presidente da república, passam por
uma sabatina no senado federal, e caso o senado aprove eles terão um mandato de 4 anos de forma
estável, só saem de lá caso tenha alguma sentença penal transitado e julgado, não sendo alcançado pela
possibilidade de exoneração ad natum.
- Autarquias Cooperativas (9649/98)
São as autarquias que vão regular as classes profissionais, se fala então dos conselhos regionais, por
exemplo, CREA, vão está submetida ao regime jurídico de direito público, o que ocorre, quando a lei
9649/98 surgiu especificamente dizia o artigo 58 da lei na época dizia que esses conselhos essas entidades
reguladoras da classes profissionais seriam autarquias mas teriam regime jurídico de direito privado,
atenção, o artigo 58 da lei 9649/98 dizia que essas pessoas jurídicas responsáveis pela regulação das
classes profissionais seriam autarquias mas teriam a personalidade jurídica de direito provado, o que
houve foi que o STF, mudou a relação desse dispositivo, entendendo que as pessoas jurídicas de direito
privado não podem exercer poder de polícia, não podem exercer poder de regulação, menos ainda ter a
capacidade de heteronomia, ou seja, não podendo ter esses atributos, não poderiam ser de direito privado,
por isso o STF entendeu que essas entidades reguladoras de classes profissionais são autarquias, mas sob
o regime jurídico de direito público, a OAB é exceção a esse regramento, o STF entendeu que a OAB não
é autarquia, pois o regime jurídico dela é hibrido, não pode ser considerado privado e menos ainda pode
ser considerado público, então a OAB não é uma autarquia de direito público, é de regime hibrido, o STF
entendeu que o papel constitucional dela de busca da justiça merece tratamento diferenciado, portanto a
natureza da OAB é sui generis.

Uma crítica do professor Alexandre dos Santos Aragão, ele diz que a maior autonomia dessas autarquias
não advém pura e simplesmente do termo regime especial, pode ser que venha uma lei que classifique a
autarquia como regime especial, mas não garanta a ela a impossibilidade de exoneração ad natum, e
muito menos de recurso hierárquico, quem vai estabelecer esses critérios para essas autarquias não é o
temo regime especial , é a lei que cria que vai trazer o dispositivo que vão garantir a autarquia a
impossibilidade de exoneração ad natum e a possibilidade de recurso hierárquica, não é o temo regime
especial, logico que toda vez que uma lei qualifica a autarquia como regime especial existe dispositivos
que estabelecem essa maior autonomia.

Poder judiciário e poder legislativo pode criar autarquias, conforme artigo 37, XIX, se a constituição está
dizendo que a administração pública direta ou indireta, de qualquer dos poderes vão seguir a LIMPE,
dessa forma poderia ser criado, só que é raro que esses poderes criem essas autarquias, há uma
questionamento sobre a função social desses poderes, ficando tudo a cargo do executivo, por exemplo
existe uma autarquia no poder legislativo de Minas que é para cuidar da assistência previdenciária
dos deputados e servidores dessa casa, dessa forma o poder legislativo criou uma autarquia para regular
serviços de produção, e atividades, dos servidores daquelas casa, mas a pergunta é, será que o poder
legislativo tem um papel social além de legislar? O poder legislativo poderia criar uma creche? Será que
estará intervindo no poder executivo? O poder judiciário tem no maranhão uma casa das crianças, que é
para cuidar das crianças, poderia ser uma autarquia com orçamento autônomo, direção autônoma? Sim,
existe a casa das mulheres que e a para mulheres que sofrem violência, essas poderiam ser autarquias.
Para o professor essa ideia que poderia exercer essas atividades por meio de autarquias, obviamente sem
usurpar o seu papel.

Fundações Publicas
As fundações no código civil são privadas, e se constituem quando um particular destaca um determinado
valor patrimonial seja através de inventario ou até mesmo de testamento para que a partir desse
patrimônio possa exercer alguma atividade em geral de fomento e assistência social, as fundações
privadas é fiscalizada pelo ministério público.

O estado vai destacar parte de orçamentos, recursos públicos, para que seja executado uma atividade, até
então na área de assistência ou fomento, o regime jurídico dessa fundação instituída pelo poder público,
pela análise do artigo 37, XIX, CF, vamos nos deparar que somente por lei especifica poderá ser criado
autarquia, e autorizada instituição de empresa pública e sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo a lei complementar nesse último caso determinar as áreas de atuação, por isso diz que a fundação
publica de direito privado a suas áreas de atuação, são definidas mediante lei complementar, vai ser
autorizada por meio de lei ordinária, mas a lei complementar que vai determinar sobre a sua área de
atuação, a nossa constituição observou a fundação instituída pelo poder público, mas através do verbo a
gente entende que essa fundação é de direito privado, conforme artigo 5, IV do decreto lei 200/67,
fundação publica entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criados
em virtude de autorização legislativa, para desenvolvimento de atividades que não exijam execução por
órgãos ou entidades de Direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerida por seus
respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da união e de outras fontes.

Se a personalidade será de direito privado, o decreto lei 200/67 e o artigo 37, XIX, estipulou assim, se ela
vai ter uma personalidade de direito privado ela se aproxima com a fundação do código civil, dá a
entender que essa fundação vai ser regulada pelo direito civil, sendo assim vai ser fiscalizada pelo
ministério público, porém, conforme §3 do art. 5 do decreto 200/67, § 3º As entidades de que trata o
inciso IV deste artigo adquirem personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de sua
constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes aplicando as demais disposições do
Código Civil concernentes às fundações, ou seja, o legislador derivado e a constituição federal, pois esse
dispositivo foi recepcionado pela constituição federal entenderam que essa fundação pública, que vai ter
recursos destacados e será de direito privado não vai ser regulado pelo código civil, não sendo fiscalizado
pelo ministério público, elas seguem o mesmo regime da atividade de economia mista e das empresas
públicas.

As fundações publica de direito privado são pessoas jurídicas de direito privado autorizada mediante lei
especifica para executar atividades a qual a lei complementar vai estabelecer, já que se não se aplica o
código civil, é regulada pelos dispositivos presentes no artigo 37, porém, já que elas são de direito
privado, pergunta-se elas vão ter prerrogativas? Terão sujeições? Sim, prerrogativas como prazo
processuais dilatados, não terão, terão que fazer licitações, sim, tem os bens penhoráveis, não, com
exceção daqueles que são ligados diretamente na execução dos serviços públicos, em regra geral não
possuem bens públicos impenhoráveis, a não ser que estejam ligados diretamente ao serviço público,
regime dos funcionários são celetistas.

A fundação publica de direito público é uma construção doutrinaria aceita pelo supremo tribunal federal,
elas são construções doutrinarias, e se são de direito público vão possuir as prerrogativas e sujeições
do regime jurídico das atividades administrativas, são construções doutrinarias aceitas pelo STF,
estando subordinadas ao regime jurídico administrativo, exemplo, a UFMA, outro exemplo, FUINC, se
são fundações públicas de direito público e estão subordinadas ao regime jurídicos da atividade
administrativa, elas vão ser consideradas pela doutrinas um gênero de autarquias, a UFMA é uma
autarquia fundacional. Se segue o regime jurídico de atividades públicas, estão subordinadas ao mesmo
regime das autarquias, pode ter uma maior autonomia que vai depender da lei que cria que vai estabelecer
o dispositivo que vai conceder maior autonomia, elas terão prazos dilatados, bens impenhoráveis, pago
por precatória, ingresso por meio de concurso, estatutários.

Aula 06

Consórcios Públicos:
Os consórcios públicos são associação entre entes da federação, essas associações podem ser entre entes
federativos da mesma espécie ou não, o que se cobra sobre concurso público nas provas, é exatamente a
regulamentação da lei 11.107/2005 é essa lei especifica que cai nas provas, em especial em concursos
públicos, e também na OAB, recentemente na prova de procurador da república caiu uma questão
relacionada a uma espécie de consorcio que veremos a divergia doutrinaria dela, mas partindo do conceito
dessa construção, precisamos entender que consórcios públicos são associações entre entes federativos,
significa dizer que é um conjunto de entes federativos que se um para prestar determinadas atividades
administrativas, a personalidade jurídica dessa desses consórcios, segundo a lei 11.107/05 esses
consórcios públicos podem ter personalidade jurídica de direito público como também de direito privado,
mas para que tipo de atividade administrativa esse instrumento vai caber.

Para o professor Alexandre Santos de Aragão, os consórcios públicos surgem na verdade como uma
forma de aliviar o sofrimento dos entes federativos que em 2000 foram sacrificados em decorrência da lei
de responsabilidade fiscal, que surgiu no ano de 2mil, a lei de responsabilidade fiscal veio organizar a
parte orçamentaria planejamento e execução orçamentaria dos entes federativos, os mais sacrificados com
essa lei foram os municípios, pois a lei de responsabilidade fiscal estabeleceu tetos como por exemplo o
teto da saúde, através da leitura da lei de responsabilidade fiscal cabe ao ente federativo que tem que
disponibilizar pelo menos 15% para área de saúde, isso acabou por prejudicar os municípios que tinham
o repasse do fundo de participação dos municípios muito comprometido, principalmente aqueles
municípios com densidade populacional muito reduzida, em especial aqueles municípios entre 5 a 20 mil
habitantes, pois nesse período se forem lembrar a lei é de 2mil de responsabilidade fiscal, e a lei de
consórcios públicos e de 2005 nesse período houve um movimento nos estados brasileiros, que foi o
movimento de emancipação dos municípios muitos foram emancipados de forma irresponsável, não só no
Maranhão como em todos os estados brasileiros.

Os consórcios públicos seria uma associação desses entes federativos, para haver um rateio desses
recursos para que esses municípios exerçam a atividade administrativa, tem que ser aqueles serviços cujo
a titularidade é de difícil identificação, por exemplo saneamento básico, de quem é a responsabilidade de
promover o saneamento básico, não é bem definido. A lei veio tentar mobilizar, ainda com espirito da
mudança de paradigma da administração pública burocrática, administração pública gerencial, para mudar
para uma prestação publica mais eficiente, seria uma prestação de serviços públicos mais eficientes,
porem tal instituto é utilizado para outros setores, se imaginarmos que determinado setor do estado
brasileiro, possua 15 municípios nessa situação entre cinco mil e vinte mil habitantes, nessa região não
possui um hospital, mas numa região próxima existe um hospital de 200 leitos, e atende à demanda dessa
população, porém não existe um aparelho de ressonância magnética, o que faz com que os habitantes
desses 15 municípios tenham que se deslocar para um local mais distante, esses municípios podem
constituir consorcio público e através desse consorcio adquirir uma máquina de ressonância magnética e
colocar nesse hospital regional mais próximo para que esse serviço de imagem fosse disponibilizado para
aquela população, e quando houvesse um laudo já chegasse no hospital de 200 leitos com esse laudo, só
que esse consorcio não iria adquirir somente essa máquina de ressonância, iria também contratar médicos
para que pudessem emitir o laudo das imagens que foram tirados por esse aparelho.

Os munícipios se reúnem em associação, disponibilizando assim parte dos recursos de cada um para
custeio desses médicos, para que esses possam emitir os laudos, também poderia ser constituído para
construção de hospital de cem leitos, por exemplo, se eles julgasse que houvessem necessidades de
construção para que atendesse os habitantes daquela região. Foi o que aconteceu com as cidades de São
José de Ribamar e Paço do Lumiar que construíram um consorcio público para o serviço de saneamento
sanitário e esgotamento sanitário, constituíram consorcio público, decidiram romper com a CAEMA, para
que o consorcio pudesse administrar aqueles serviços, os consórcios são essas união desses entes
federativos podendo ser da mesma espécie ou não, para prestação de um serviço, pode ser que esse cujo
titularidade seja difícil definição, pode ser outra espécie de serviço.

Outra situação que também o instrumento do consorcio público é utilizado, já se ouviu falar do lixão de
São Luís, os aterros sanitários, houve um marco regulatório em relação ao aterros sanitários e também
houve um marco regulatório de saneamento básico, São Luís, Raposa, Paço do Lumiar, São José de
Ribamar e também Bacabeira e Rosário compraram um terreno no município de Rosário para que fosse
constituído o aterro sanitário dessa região que ainda não se tornou região metropolitana, há uma intenção
através de uma lei para constituição dessa região metropolitana, que ainda não foi constituída pois ainda
não foi criada lei complementar pela assembleia legislativa, o que acontece em especial no sul do Brasil,
se cria consórcios públicos para gerir os aterros sanitários, uma outra forma que esse instrumento pode ser
utilizado, é uma das ideias também construídas pela professora Thais Viegas principalmente nessa área de
direito ambiental para construção de consórcios públicos entre esses municípios que não precisa ser
municípios que tenham semelhanças entre a densidade populacional, basta perceber a densidade
populacional de São Luís e de Rosário, precisa que o aterro sanitário tenha a capacidade de receber o
quantitativo de lixo e de igualmente reformar aquele lixo, essa também uma ideia construída através dos
consórcios públicos que há uma lei especifica de 2004 ou 2005 do marco regulatório dos aterros
sanitários.

Outro ponto que se precisa observar que a lei de consórcios públicos é de 2005 porem antes mesmo desse
momento já se fazia uso desse instrumento, existia associações federativas antes da constituição de 1988,
isso é verdade, o primeiro exemplo, modelo de associação federativa foi no estado de santa Catarina,
associação de munícipios para execução de serviços sanitários, aquela época era só chamado de
convênios, para execução daquela atividade, porem a lei que instituiu essa associação como consorcio
público ela surgiu em 2005, facilitando aqueles munícipios, ou principalmente aquelas entidades
federativas que tem recursos comprometidos para execução de determinada atividade administrativa.

São José de Ribamar e Paço do Lumiar eles tiveram que realizar audiências públicas cada um com sua
população, iria se discutir a possibilidade de ser rescindir um contrato com a CAEMA que era companhia
de saneamento ambiental, na época a proposta passada que a mudança facilitaria a execução daquela
atividade e deixaria a prestação de forma mais eficiente, pois esse consorcio só teria obrigação de servir
aqueles dois munícipios, foi necessário a realização de audiências públicas, pois o chefe do executivo dos
munícipios tiveram que se reunir com os representantes legislativos para que pudesse ser discutido, era
necessário fazer inicialmente o que a lei chama de protocolo de intenções, a natureza jurídica desse
protocolo é uma natureza jurídica de contato preliminar, vai ser redigido um contrato preliminar que é
chamado protocolo de intenções entre esses dois entes, tendo que ter nesse protocolo a atividade que vai
ser executada, local onde vai funcionar esse consorcio, os entes federativos que vão participar desse
consorcio, a natureza jurídica desse consorcio se vai ser de direito público ou direito privado, quanto cada
município vai disponibilizar de seu recurso para que essa atividade que vai ser prestada de forma
associada seja executada, o prazo previsto nesse consorcio, sendo seis requisitos, podendo ter mais
requisitos, como contrato de rescisão.
Após o protocolo de intenções ser firmado vai ser direcionado para câmara legislativa de cada município,
esse protocolo de intenções tem que ser aprovado por maioria simples lá nos consórcios públicos, há
quem entenda que tem que ser por maioria absoluta que são os dois terços dos representantes, há
discussão em relação a isso mas a maioria da doutrina entende que e maioria simples, mas o que que
acontece em se uma das câmara legislativas não aprovar o protocolo de intenções, volta o procedimento
desde início, havendo portanto uma nova reunião entre o chefe do poder executivo e do poder legislativo
para que modificações sejam feitas para atender as mudanças pedidas pela câmara de Paço do Lumiar, se
não quiser fazer a alteração, o município de Paço do Lumiar poderia deixar o consorcio, ou se por
exemplo Raposa fizesse parte, poderia expulsar o município de S. José de Ribamar.

Mas se por ventura o protocolo seja aprovado em todas as casas, a partir do momento em que houver essa
aprovação os munícipios estão autorizados a firmarem o contrato final do consórcio, esse contrato final
vai ter conselho de administração que vai funcionar como uma assembleia desse consórcios, vai estar
presente quem vai presidir esse consorcio, sendo presidido por um dos chefes do poder executivo
envolvido nessa associação, nesse contrato vai ter a formação desse conselho pelos dois chefes do poder
executivo, pelos representantes do poder legislativo, e por representantes da sociedade civil organizada,
vai ter que ter componente desses três membros da sociedade, para fiscalizar e analisar como esses
serviços administrativo vem sendo prestado, a partir desse contrato final de consorcio público ser firmado
não surge a personalidade jurídica, após o contrato final consórcio público ser assinado surge a
personalidade jurídica? Não. Vai acontecer após a assinatura desse contrato jurídico, desse contrato final
dos consórcios públicos, haverá um registro desses atos constitutivos no cartório de pessoa jurídica. A
partir do momento do registro desses atos, é que surge a personalidade jurídica dos consórcios públicos.
Então a personalidade jurídica dos consórcios públicos surge com o registro dos atos constitutivos.

O que diz a lei 11.107/05 quando os consórcios adquirem personalidade jurídica? Se adquiriu
personalidade jurídica de direito público, se está falando da espécie de que gênero? Consorcio público de
direito público, uma espécie de autarquia que são as autarquias plurifederativas ou autarquias
interfederativas, então se pode deparar com esses sinônimos, isso em função desse regime que ele optou,
por ser de regime público, os agentes que vão trabalhar nesse consorcio terão as mesmas prerrogativas e
sujeições do regime jurídico da atividade administrativa.

A lei fala com relação a esse regime jurídico de direito público, o consorcio, a associação entre esses
entes federativos que optarem pelo regime jurídico de direito público, elas se integram automaticamente a
administração pública indireta, se for de direito público integra automaticamente a administração indireta
da administração pública daquele município, S. José de Ribamar e Paço do Lumiar optaram pelo regime
jurídico de direito público, por isso passou a integrar automaticamente a administração pública indireta de
São José de Ribamar e de Paço do Lumiar.

Sendo de direito privado, a lei se omite em relação a isso, a lei diz que poderá haver consórcios públicos
de direito privado sem fins econômicos, esse consorcio público de direito privado sem fins econômicos,
vai ser na verdade mais uma crítica colocada por uns professores, principalmente professor Gustavo
Binenbojm, que diz o seguinte, que parece que ser obvio o regime jurídico de direito privado tenha o
mesmo regime das empresas públicas e sociedades de economia mista, porém, não dar para colocar
consorcio público de direito privado nessa situação, uma vez que elas exploram atividades econômicas ou
prestam serviços públicos, e serviços públicos de cunho econômico, que espécie de atividade e essa que
vai ser prestada sem fins econômicos, vai ser uma espécie paraestatal que vai ficar ao lado do Estado que
vai auxiliar o estado em determinada atividade, a lei se cala, e há essa discussão na doutrina acerca do
consorcio público de direito privado, ele integra a administração pública indireta, caso se depare com essa
pergunta em prova objetiva, a resposta é não, porque a lei nada fala sobre consórcios públicos de direito
privado, só fala que não possui fins econômicos, há na doutrina quem entenda que os CPDP também
integram a administração pública indireta, porque teriam o regime parecido com as EP e SEM, mas essa é
uma posição minoritária.

Poderia a União integrar o consorcia formado por SJR e PCL? Se é uma associação entre entes
federativos formados por entes da mesma espécie ou não, a resposta seria sim, porém, a lei proíbe a união
participar de consórcios públicos diretamente com os munícipios, para que haja essa participação tem que
ter presente o estado maranhão, então só pode ter consorcio público entre união e munícipios com o
estado a qual esses munícipios estejam situados, se a união tiver interesse de participar de concursos
públicos com determinados munícipios, o estado que situa esse município também tem que participar,
isso está no art. 2 da lei 11.107/05.

Será que pode haver consorcio entre Timon e Teresina? Não a lei veda, proíbe entre munícipios de estados
diferentes, mas se o estado do maranhão e o estado do Piauí, quisessem participar desse consorcio
poderia? A lei em nada fala, contudo a doutrina entende que sim, poderia haver consorcio público entre
estado e munícipios vizinhos, mas olha a ideia que a lei trás, que o DF pode fazer consorcio público com
qualquer município, seria viável o consorcio público entre o DF e RJ? Essa discussão a doutrina também
se depara, entendendo que esses munícipios são as cidades satélites e alguns munícipios do estado de
Goiás e Tocantins que estão próximos do DF. Parece ser inviável um consorcio público entre o DF e o RJ,
que espécies de serviços poderiam ser consorciadas entre esses dois entes federativos? A preservação do
meio ambiente é algo que poderia ser objetivo do consorcio, o DF nem tem fronteira com o RJ, tem um
pedaço da região do estado de MG que separa esses dois entes federativos.

Porém, há na doutrina quem advogue que é possível, é uma análise teratológica, porque o orçamento do
DF é do tesouro nacional por ser do tesouro nacional, poderia o DF fazer consórcios com munícipios
distantes, mas isso é questionável, a lei diz que o DF poderia fazer consorcio com qualquer município, na
questão objetiva se responde pela letra da lei, perfeito? Mas se for discursiva tem que se colocar a
divergências, relatar essa discussões, a quem entenda na doutrina que o DF pode fazer consorcio público
com os munícipios ao redor da região distrital. E se defender que o DF de fato pode consorciar com os
outros munícipios mais distantes, é em decorrência da natureza jurídica daquele orçamento desse ente
federativo distrital, ou seja, próprio do tesouro nacional. O DF tem natureza hibrida, na verdade está mais
pra estado do que pra munícipio. É isso que é geralmente cobrado em consórcios públicos. É isso que
geralmente é cobrado sobre concurso público.

Por que SJR e PCL delegaram os serviços para uma pessoa jurídica privada? Esses municípios romperam
contrato com a CAEMA então eles tem que fazer uma licitação para contratação de uma PJDP, para
realizar a execução daquela atividade, como necessitava de certa urgência, porque eles tinham rescindido
contrato com a CAEMA, e um procedimento licitatório demoraria fizeram a chamada dispensa de
licitação, isso é necessário que se entenda que a dispensa de licitação é uma modalidade de licitação, vai
se fazer todo o tramite, em decorrência da necessidade e da urgência daquele serviço esse consorcio
público constituído por esses dois município resolveram contratar diretamente essa empresa.

Sociedade de economia mista e empresas públicas: A gente começou nosso tópico sobre administração
pública indireta entendendo que um ente federativo pode por mio de legislação especifica criar ou
autorizar, quando cria vimos que são autarquias e fundações públicas de direito público e quando autoriza
vamos ter três entidades administrativas, uma sociedade e economia mista, a outra são as empresas
públicas, por fim a fundação publica de direito privado, a qual as áreas de atuação vai ser definida por
meio de lei complementar.

A previsão disso está no art. 37, XIX, CF, e o art. 5 do decreto 200/67, para que serve as sociedades de
economia mistas e as empresas públicas? Nos vimos lá na evolução do Estado, que esse em diversas
vezes principalmente no estado intervencionista assumiu o papel de empresário, e esse papel assumido
pelo estado gerou um ponto de inflexão desse modelo estatal porque gerou uma irresponsabilidade por
parte do estado, esse não conseguia gerir e não conseguia de forma eficiente assumir esse papel de
empresário, por isso houve essa mudança de modelo de estado e também houve essa mudança
constitucional de que o estado não exploraria a atividade econômica de forma geral, e sim de forma
excepcional, mas para o estado explorar a atividade empresarial mesmo que de caráter excepcional é
necessário o cumprimento de dois requisitos, são eles interesses coletivo e imperativo da segurança
nacional, isso está no artigo 173, CF, lá vai está dizendo que o estado poderá explorar a atividade
econômica de forma excepcional, desde que cumprido esses dois requisitos, só que também essas
espécies, essas entidades administrativas não exploram somente essa atividade econômica elas podem
também prestar serviços públicos de cunho econômico, e isso é previsto no art. 175 da CF, diretamente ou
sob o regime de concessão ou permissão sempre mediante licitação a prestação de serviços públicos,
assim como também a intervenção do estado na economia de forma direta é através da sociedade de
economia mista e das empresas públicas, veremos essa ordem econômica na constituição, na disciplina de
direito econômico.

Pode haver intervenção do estado de forma indireta? Sim, qual seria? As agências reguladoras, quando
elas regulam o mercado, isso de forma indireta. A diferenciação das SEM e das EPs está no regime
jurídico a qual elas vão adotar.

Empresas públicas: é uma pessoa jurídica de direito privado integrante da administração pública indireta
autorizada mediante legislação especifica, sob qualquer forma admitida em direito com capital
exclusivamente público para explorar atividade art. 173 CF, ou prestar serviços públicos, 175, CF.

Sociedade de Economia Mista: é uma pessoa jurídica de direito privado integrante da administração
pública indireta autorizada mediante legislação especifica, sob qualquer forma sociedade anônima ou
sociedades por ações com capital misto para explorar atividade econômica ou prestar serviços públicos, e
controle acionário tem que ser do poder público, significa que 50% das ações mais uma tem que ser de
propriedade do ente público que o autorizou.

O decreto lei 200/67 fala em criar em relação a empresas públicas, e a CF no art. 37 fala em autorizar,
qual se leva em consideração? Qual ano é a constituição? 1988. Qual ano é o decreto? 1967. Por dedução
se levaria em consideração a constituição, porém, em provas de concursos públicos, em provas objetivas
existem enunciados de questões que remetem ao decreto lei de 200/67, se o enunciado remeter ao decreto
200/67 tem que ser entendido que o verbo que está na lei é criar, mas, a CF determinou que essas
entidades são autorizadas, bem ai a FGV pega vocês, também está lá em sociedade de economia mista
essa mesma jogada, esse inciso XIX foi adicionado a constituição pela emenda constitucional 19 de 98,
umas das mudanças de reformas do estado com relação a mudança de paradigma da administração
pública burocrática para uma administração pública gerencial, a SEM e EPs são autorizadas mediante
legislação especifica, porém, se o enunciado da questão, e isso já vem sendo cobrado esse enunciado do
art. 5 do decreto lei 200/67, se remeter a esse decreto tem que se lembrar desse verbo, porém, já existe
bancas de concursos que não estão mais cobrando o art. 5, porque entende que a constituição federal ao
colocar o verbo autorizar quer dizer que o art. 5 desse decreto não foi recepcionado.

Essas leis autorizativas por parte dos entes políticos e que autorizam a instituição dessas atividades são
leis curtas, em geral possuindo somente dois artigos, o que acontece depois vai haver um decreto por
parte da união regulamentando a instituição que foi autorizada e também dispondo como é que vai
funcionar, esse decreto depois de publicado vai se pegar os atos de constituição do banco do Brasil, por
exemplo, sob a forma de sociedade anônimas e vai registrar no cartório, é no registro desses atos que
surge a personalidade jurídica, da mesma forma que acontece com os consórcios públicos, que é no
registro dos atos no cartório que surge a personalidade jurídica das EPs e das SEMs. A EP pode ser
limitada, podendo ser também uma sociedade anônima, mas na hora que se constituir como forma de SA
tem que e constituir com capital exclusivamente público, pode haver esse ato, mas ainda não existe esse
exemplo, mas há essa possibilidade, por isso que o decreto lei diz que pode ter capital público ou de
outros entes federativos. Pode haver uma empresa pública com recursos da união, do estado e de alguma
autarquia municipal, será uma empresa pública de SA, com capital exclusivamente público.
A SEM tem que ser necessariamente, OBRIAGATORIAMENTE, uma S/A, exemplo de sociedade mista,
Banco do Brasil, Caixa é empresa pública, Correios é empresa pública, a nível estadual temos a EMAP
como empresa pública, vamos para o art. 173, §1. I, II, III.

Correios serviços públicos, ADPF 46, o STF entendeu por 6 votos a 5 que os correios prestam serviços
públicos. Banco do Brasil explora atividade econômica, caixa econômica explora atividade econômica, a
CAEMA prestam serviços públicos, essa entidades administrativas podem explorar atividade econômica
ou prestar serviço público, pergunto a vocês os funcionários que trabalham nessas instituições serão
estatuários ou seletivas? São ocupantes de empregos públicos ou de cargo público? Tem que fazer
licitação por meio da lei 8666? Essas empresas tem bens públicos penhoráveis ou impenhoráveis?
Possuem imunidade tributária? Tem que prestar contas nos tribunais, nas cortes de contas? Qual a
responsabilidade civil quanto a lesão ao particular, subjetiva ou objetiva? Podem sofrer processo de
falência? Podem sofrer falência aquelas que exploram a atividade econômica, a eu prestam serviços
públicos não sofrem processo de falência, em decorrência do princípio da continuidade do serviços
públicos.

As que exploram a atividade econômica são regidas predominantemente pelo direito privado, e as que
prestam serviços públicos são regidos pelo direito público, um desses requisitos tratamos que é o processo
de falência, as estatais que é sinônimo de SEM e EPs, que explorarem atividades econômica está sujeita
ao processo de falência pois como se viu que elas são regidas predominantemente pelo direito privado,
dessa forma não seria constitucional uma estatal exploradora de atividade econômica não sofrer
processo de falência e o particular sofrer de falência, o principio violado é o da livre iniciativa e da livre
concorrência, a base do inciso II com embasamento jurídico do inciso II parágrafo primeiro do artigo 173
é esse, as estatais que explorarem a atividade econômica em concorrência com os particulares vão ser
tratadas como empresas privadas em obediência ao princípio da livre concorrência e da livre inciativa por
isso as que prestam serviços públicos por serem regidos predominantemente pelo direito público em
decorrência do princípio da continuidade dos serviços público, imagine a CAEMA falir? Quem vai prestar
o serviço de fornecimento de agua e esgotamento sanitário? Então as prestadoras de serviços públicos não
estão sujeitas aos processos de falências.

Quanto as licitações, as exploradoras de atividades econômicas estão sujeitas a pratica licitações da lei
8666? Imagine o banco do Brasil tendo que fazer licitações para comprar papel, para comprar material de
limpezas teria que submeter ao regime geral de licitações da lei 8666/93? O banco do Brasil para abrir
uma conta para uma pessoa física teria que fazer licitações? Não, mas compra e qualquer insumo precisa,
para as estatais que exploram a atividade econômica o regime geral de licitações tem que ser obedecido
com relação a atividade meio, a atividade endógena, todas atividades meios praticadas ou exercidas
pelas entidades exploradoras de atividade econômica tem que obedecer ao regime geral de licitações, ou
seja, a lei 8666/93, a atividade fim que é a atividade principal dessa exploradora da atividade econômica
não precisa cumprir o regime geral de licitações, ou seja, não há necessidade do BB a cada momento em
que for abrir uma conta corrente ter que fazer um procedimento licitatório. Então as atividades endógenas
não precisam passar por processo de licitações da lei 8666/93.
As prestadoras de serviços públicos no caso a CAEMA, por exemplo, quando vai comprar insumos
precisa fazer procedimentos licitatórios e assim quanto for comprar cano para o serviço fim, ou seja, as
que prestam serviços público sejam atividades meios, seja atividades endógenas e exógenas tem que
cumprir o regime geral de licitações d lei 8666/93, a CAEMA que é uma sociedade de economia mista
que presta serviço público tem que ter obediência ao regime geral de licitações.

Aula 07

Imunidade tributária: imagine só a secretaria municipal de saúde precisa de carros para agentes realizarem
o serviço de prevenção ao mosquito que é o vetor da dengue, quando a secretaria for adquirir os carros,
haverá necessidade da secretaria pagar o IPVA para o estado? Será que quando o município de São Luís
for comprar carro precisará pagar o IPI? Os entes federativos são imunes quanto ao pagamento de
tributos, o estado não pode cobrar o município de São Luís, assim como o município não pode cobrar.
Mas as entidades estatais que exploram atividades econômicas em concorrência com o particular
precisam pagar os seus devidos impostos, porém, as estatais que prestam serviços públicos terão o mesmo
regime jurídico das autarquias e das fundações públicas de direito público, não haverá necessidade de
pagamento desses impostos. Essa interpretação de que as estatais que prestam serviços públicos não
precisam pagar impostos, a CAEMA não precisa pagar imposto, esse é um entendimento jurisprudencial,
é uma interpretação extensiva da imunidade para essas estatais prestadoras de serviços públicos.

Prestação de Contas: qualquer que seja a estatal, todas tem que prestar contas com os tribunais de contas,
se quer dizer que se o orçamento utilizado por essa estatal for estadual ou municipal tem que ser prestados
contas no tribunal de contas do estado, obviamente que aquele estado ou município que possuir um
tribunal de contas municipal, a prestação de contas tem que ser prestado no tribunal especifico, SLZ já
teve tribunal municipal, isso antes de 88, todos os tribunais antes dessa data foram transferidas as
competências para as cortes estaduais, se o orçamento for federal será no TCU, existe um termo
especifico que se chama tomada de conta especial, significa que existe um contrato que quando o gestor
público entende que precisa tomar de conta especialmente significa dizer que é preciso realizar auditoria
sobre aquele contrato, isso precisa de autorização dos tribunais de contas, isso com que o que aconteça
dentro da administração pública direta ou indireta, tanto para as estatais exploradoras de atividade
econômica, quanto para prestadoras de serviços públicos, não haver tratamento diferenciado, todas elas
estarão subordinadas a essas cortes de contas, inclusive a esse procedimento que é a tomada de contas
especial.

Regime de Funcionários: para ocupar um cargo pela administração direta ou indireta terá que ser por
meio de concurso público o ingresso, e terão a estabilidade do art. 41, CF, passando pelo estado
probatório, e terão estabilidade. Ambas tanto SEMs e EPs, terão que passar por concurso público, porém
não terão a estabilidade, não serão estatutários e sim celetistas, as pessoas que ingressarem nas estatais
prestadoras de serviços públicos e exploradoras de atividade econômica serão empregados públicos, vão
seguir o regime da CLT, não possuindo a estabilidade do art. 41, não significa que poderão ser demitidas a
qualquer momento, o STF, entendeu que há uma estabilidade mitigada, significa dizer que esses
empregados públicos só poderão ser exonerados mediante o devido processo legal, por meio de processo
administrativo, a doutrina chama de estabilidade mitigada, não e a do art. 41, pois quando esses
empregados forem se aposentar vão se aposentar pelo teto do INSS diferente de quem ocupa cargo
público que vai se aposentar com salário do cargo.

Responsabilidade Civil: as pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado, as estatais possuem
personalidade jurídica de direito privado que prestem serviço público responderão pelos danos causados
ao particulares de forma objetiva, sem que haja comprovação de dolo ou culpa, as que exploram a
atividade econômica vão responder subjetivamente.

Foro: se um empregado público da CEF cometer uma lesão ao particular a justiça competente para
análise do caso será justiça federal, já o banco do brasil, será justiça comum, a sociedade de economia
mista é justiça comum.

Prova 02

Poderes administrativos:
Analisamos em regime jurídico administrativo que nós vamos ter dois princípios implícitos na atividade
administrativa. Um desses princípios traz a execução da atividade administrativas as chamadas
prerrogativas (impenhorabilidade dos bens, imunidade tributária), o outro princípio vai trazer a essa
atividade administrativa limitações do atuar do gestor público, essas limites acontecem no intuito de que o
gestor público não fuja da sua finalidade, pois a finalidade da atividade administrativa é buscar o interesse
público.

Os poderes administrativos vão estar relacionados a esse regime jurídico administrativo. Esse poder é um
atributo da atividade administrativa para que a administração pública possa se organizar, para ela possa
punir as infrações administrativas, para que ela possa editar certas normas internas, e até mesmo limitar
liberdades individuais com relação aquelas atividades que possa perturbar a ordem/ interesse público.

Poder decorrente do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, com base nesse regime
jurídico da atividade administrativa, especificamente no que as chamadas tangem prerrogativas da
atividade administrativa. O dever é a obrigação que esses gestores públicos de utilizar esse instrumento,
principalmente, para buscar o interesse público, e isso decorre do princípio da indisponibilidade do
interesse público, ou seja, o gestor nunca pode se indispor ao principal objetivo do objeto do direito
administrativo, que é a busca desse interesse público. Então, tem que se utilizar esses instrumentos para
alcance de tal fim.

Poder hierárquico: atributo que vai servir para o gestor público organizar a administração pública. Está
ligado a ideia de desconcentração administrativa, porque dentro de desconcentração existe uma relação de
hierarquia, para organizar a administração pública, escalonando órgãos periféricos e agentes públicos.
Alguns órgãos periféricos, como gabinete do secretário, assessoria jurídica, RH, todos esses órgãos são
escalonados/ subordinados dentro de uma estrutura administrativa, assim como os agentes que ocupam os
cargos desse setor também são escalonados em uma relação hierárquica de forma a organizar a
administração pública. Exemplo: um secretário de estado vai estar acima do cargo de assessor jurídico, de
forma legal e de forma legítima, isso decorre do poder hierárquico, e isso decorre da técnica
administrativa de desconcentração.
Poder disciplinar: estado punir as infrações administrativas. Em certas vezes, esse poder decorre do poder
hierárquico. Exemplo: o chefe do Rh se ausenta da atividade administrativa por 60 dias, o Rh é
subordinado a uma superintendência de administração, a superintendência vai comunicar ao secretário de
estado que o chefe do Rh não comparece para o exercício da sua função em 60 dias, e solicita que seja
apurado, isso é uma infração administrativa. Então, quando o superintendente for comunicar esse ato ao
secretário, o secretário pode autorizar a abertura de um processo administrativo disciplinar, desse
processo vai gerar a formação de uma comissão que deverá ser formado por servidores públicos em grau
de hierarquia daquele chefe do Rh ou superior, não pode ser inferior.

Será se o poder disciplina alcança os particulares? Discussão doutrinária.


Poder regulamentar: art. 84, inciso IV da constituição federal. Possibilidade do poder chefe executivo
editar atos normativos, gerais e abstratos. Dentro desse poder, vamos estudar as formas de decreto e
regulamento.

Obs. parece que um decreto editado pelo chefe do poder executivo, ele tem que detalhar uma lei pré-
existente, ou será possível à edição de um decreto que inove no regulamento jurídico? Decreto
autônomo aquele que decreto não explicita nenhuma lei infralegal, é um decreto originário no texto
constitucional. Isso é permitido no ordenamento jurídico brasileiro? Vamos estudar isso mais em breve.

Obs. as agências reguladoras possuem poder normativo, e podem regular, por exemplo, preço. As
agências reguladoras podem regular preço, mas quando elas regulam preço, elas têm que observar essa
situação constitucional: não haver supressão de lucratividade, que o lucro daquela atividade se mantenha
em uma medida normal. Medida normal? Conceito jurídico indeterminado. Onde está a abusividade do
preço? Mas o que as agências reguladoras fazem? Elas editam decretos normativos ou editam resoluções
de discricionariedade técnica? Discussões.

Esses três poderes anteriores são poderes de vínculo específico. Vínculo específico, é a possibilidade
desse poder intervir no particular que possa possuir vínculo específico jurídico nesse contrato
administrativo.

Poder de polícia: poder de vínculo geral significa dizer que, a administração pública, pode limitar
determinadas liberdades individuais que perturbem a ordem pública. Art. 78 do código tributário nacional
que diz que o poder de polícia é a atuação da atividade administrativa que vai limitar a liberdade de um
particular que esteja perturbando a ordem pública.

Exemplo: construção de uma obra irregular, construção de uma sem licenciamento da obra. Pode a
administração pública percebendo que aquela atuação do particular está desconformidade com a lei, pode
limitar aquela atividade, e até mesmo aplicar sanções.

Poderes com vínculos específicos: vínculos internos da administração públicos. Funcionam internamente
a atividade administrativa. De que forma? Para organizar, para punir alguma infração institucional ou
administrativa, para regulamentar ou dar resolutividade alguma lei já existente em nosso ordenamento
jurídico. Esses três vínculos chamados de poder hierárquico, poder disciplinar e poder regulamentar têm
vínculos específicos com a atividade administrativa.
Poderes com vínculos gerais: poder de polícia. Poder com vínculo geral, porque alcança a nós
particulares, ele alcança a todos com base no art. 78 do código tributário nacional. Ele limita as liberdades
individuais ou serve como fato gerador de cobrança de taxa. Limitação das liberdades individuais:
liberdades individuais que comecem a perturbar ou criar desordem para o cumprimento do interesse
público poderá a autoridade administrativa agir para limitar ou até mesmo suspender essa atividade.

Poderes de vínculos específicos: poder hierárquico:


Noção de conceito da técnica de desconcentração administrativa: é a mera repartição interna de
competências. Dentro dessa técnica administrativa de desconcentração, nós pressupomos a existência de
um escalonamento, de uma hierarquia, de uma subordinação.

Esse poder serve para organizar a administração pública. Mas existem algumas limitações funcionais e
algumas limitações dessa atividade administrativa a qual esse poder vai se sujeitar.

O poder hierárquico vai funcionar sempre dentro de uma mesma pessoa jurídica. A relação entre duas
pessoas jurídicas distintas se pressupõe que não existe relação hierárquica, ou seja, entre duas pessoas
jurídicas distintas, entre elas não existe relação de hierarquia.

Em suma, no poder hierárquico há noção de desconcentração: repartição interna de competências onde


vai existir hierárquica. Ou seja, o poder hierárquico é o atributo que vai fazer com que a função
administrativa se organize de forma escalonada dentro de uma mesma pessoa jurídica. Significa dizer, que
o poder hierárquico, vai dizer quais os órgãos dentro dessa mesma pessoa jurídica vão estar
hierarquicamente acima de outros, bem como, quais agentes terão legitimamente hierárquica superior a
outros agentes públicos.

Exemplo: organização da administração pública federal. O órgão central do poder executivo é o gabinete
da presidência da república. Esse gabinete resolveu desconcentrar dentro da mesma pessoa jurídica
(pessoa jurídica de direito público interno- união). A partir do momento em que o gabinete distribuir essas
competências utilizando a técnica da desconcentração, ele também utiliza o atributo do poder hierárquico.
Vai haver o ministério chefe da casa civil ao lado desse gabinete da presidência da república. Abaixo
desses dois órgãos, vamos ter outros órgãos que também são chamados de ministérios, esses
ministérios estão subordinados a uma coordenação do ministério chefe da casa civil.

No governo do estado: temos um gabinete do governo e uma secretaria chefe de estado da casa civil,
esses dois órgãos tem como competência analisar as funções administrativas desempenhadas pelas outras
secretárias e pelos seus órgãos desconcentrados, ou seja, cabe a eles analisar a atuação desses órgãos
periféricos. A nível estadual, cabe a casa civil analisar a função da secretária de saúde. Esses órgãos
desconcentrados também estão dentro da mesma estrutura da pessoa jurídica de direito público interno
chamado de estado do maranhão.

Todo esse escalonamento de órgãos periféricos de forma hierárquica decorre desse atributo do poder
hierárquico, poder esse que decorre das prerrogativas do regime jurídico da atividade
administrativa, que decorre do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado. A forma
escalonada através de hierarquia dentro de uma mesma pessoa jurídica decorre do poder hierárquico.
Existe hierarquias entre agentes? Sim! Por exemplo, na estrutura de uma estrutura de uma secretária de
estado, nós vamos ter o papel do secretário titular, o subsecretário, e o do secretário adjunto (três
escalonamentos hierárquicos diferentes). E os superintendentes vão estão abaixo do secretário adjunto. Os
supervisores ou coordenadores de políticas programáticas relacionadas aquela secretária vão estar
subordinados também aos seus chefes imediatos. Por exemplo, temos uma secretária de educação. Há o
papel de secretário titular, dentro do gabinete do secretário titular, nós teremos uma secretária adjunta de
educação especial, dentro dessa secretária adjunta de educação especial, nós teremos uma
superintendência responsável por acompanhar a educação dos indígenas, e dentro dessa superintendência,
nós poderemos ter uma supervisão e uma coordenação. Esses agentes foram escalonados
hierarquicamente através do poder hierárquico: o coordenador deve obediência ao supervisor, o
supervisor deve obediência a superintendência de educação indígena, superintendência essa subordinada a
secretária adjunta de educação, secretário adjunto subordinado ao secretário titular.

Todo esse cronograma dentro dos órgãos da administração pública direta decorre do poder hierárquico,
tanto em relação aos órgãos periféricos que compõem essa estrutura, como também a legitimidade dos
agentes públicos.

O STF pertence a que pessoa jurídica? A união! O congresso nacional? A união! E a presidência da
república? União! Esses são os três poderes da república. Se está dentro de uma mesma pessoa jurídica de
direito público interno, haveria hierárquica entre os três poderes da república? Há hierárquica entre os
poderes da república? Os manuais de direito administrativo dizem que há um poder hierárquico que se
concentra dentro de uma mesma pessoa jurídica. Os três poderes da república estão escalonados através
do poder hierárquico por estarem na mesma pessoa jurídica de direito público interno? Falso! Porque
existe um dispositivo constitucional que garante a independência entre os poderes da república, e a
harmonia entre eles.
Existe hierárquica entre o ministério da previdência e o INSS? Não! Não existe relação hierárquica entre
a administração pública direta e a administração pública indireta, o que existe é uma relação de
supervisão ministerial conforme o art. 19 do decreto-lei 200 de 67.

Função do poder hierárquico: escalonar/ organizar a administração pública de forma hierárquica.

Poder disciplinar:
Atributo dentro das funções administrativas que visa punir as infrações institucionais (infrações
administrativas).

Obs. no art. 41 da CF prevê que o servidor público que faltar por mais de 60 dias terá como pena a
demissão, garantindo a ele o processo administrativo com a ampla defesa e o contraditório. Essa punição
é em decorrência dessa conduta, conduta essa tida pela constituição com uma infração administrativa.

Procedimento: Marcos Paulo é o superintendente de educação indígena. O Marcos é um surfista, e está


lá no período de vento, e ele resolve praticar o surf. Durante doze meses, o Marcos se ausenta 90 dias do
exercício dessa função administrativa. Quem vai poder atribuir o processo administrativo disciplinar?
Quem é o chefe hierárquico dele? A secretária adjunta. O secretário adjunto vai pegar a folha de presença,
e vai encaminhar para o secretário titular para apurar essa conduta, porque isso demonstra uma infração
administrativa. O secretário titular vai autorizar, e vai encaminhar para assessoria jurídica, para que a
assessoria jurídica possa instaurar uma comissão disciplinar. Essa comissão deverá ser formada por três
servidores públicos efetivos de grau hierárquico igual ao Marcos ou superior a ele, não poderá haver
dentro dessa comissão disciplinar que vai apurar essa conduta, servidor público estável efetivo com
hierarquia inferior ao Marcos. Isso decorre do poder disciplinar.

Essa punição ao qual o estado vai aferir ao Marcos Paulo decorre imediatamente do poder disciplinar.
Mas ela decorre mediatamente de outro poder, o poder hierárquico.

Essas situações de punir os agentes públicos que possuem vínculo específico decorrem de forma imediata
do poder disciplinar, que vai decorrer de outro poder, que é o poder hierárquico.

O poder disciplinar é a possibilidade de o estado punir as infrações administrativas cometidas por seus
agentes públicos e pelos particulares que possuam com esta um vínculo jurídico específico.

Existe o poder disciplinar entre o estado e particular? Em regra geral, não. E o particular que possa ter um
vínculo específico com a administração pública (um contrato administrativo) pode sofrer o poder
disciplinar? Sim! Os particulares que possuam vínculo jurídico específico com a administração pública, e
que descumpra alguma cláusula do contrato, segundo a lei 866 que regulamenta os procedimentos de
licitações e os contratos administrativos prevê que esses particulares com esse tipo de vínculo sofreram
punições administrativas decorrentes do poder disciplinar.

É a possibilidade de o estado punir os agentes públicos e os particulares que tenha com a administração
pública um vínculo jurídico específico e quem tenha praticado as infrações administrativas.

A doutrina apresenta um debate sobre a discricionariedade do poder disciplinar. O que se entende por
discricionariedade administrativa? É o poder de interpretação do gestor público? Tem um livro sobre a
discricionariedade administrativa do ex. ministro do STF Carlos Roberto Melo que diz que alguns
gestores públicos confundem a discricionariedade com a interpretação. A lei não concedeu o poder de
hermenêutica, muito menos o poder de interpretação ao gestor público, a norma está lá posta, o que ele
tem é uma liberdade de atuação para escolher possíveis resultados lícitos. Pode haver em um determinado
caso, três possíveis resoluções, e essas três resoluções são licitas, porque pela lei elas são permitidas, cabe
ao gestor público utilizar uma dessas três. Em regra, a doutrina do direito administrativo entende que o
poder disciplinar é discricionário, mas onde vai haver essa discricionariedade? Será que essa
discricionariedade também está presente na possibilidade de o estado punir ou não punir uma infração
administrativa quando de fato ela existe? Não! Se existe uma infração administrativa, é dever do estado
punir.

Para a doutrina do direito administrativo, a discricionariedade do poder disciplinar está presente na


graduação da penabilidade. Exemplo, se fosse uma ausência no caso de Marcos Paulo menor do que 60
dias, caberia ao gestor público hierarquicamente superior ou a comissão disciplinar optar pela advertência
ou suspensão da atividade administrativa, existe as possibilidades de penalidade. Assim como também a
lei, as vezes dá uma margem/ intervalo de tempo, por exemplo, a pena é a suspensão que pode variar de 5
a 15 dias, essa possibilidade de 5 a 15 dias é uma discricionariedade administrativa.
O poder disciplinar pode decorrer de uma infração administrativa praticada por um gestor pública, que vai
decorrer imediatamente desse poder disciplinar, e mediatamente decorre de outro poder, o poder
hierárquico. Também, há a possibilidade de punir a infração administrativa cometida pelos particulares
que tenham com a administração pública um vínculo jurídico específico, que é esse contrato
administrativo.

A característica principal desse poder é a discricionariedade, em REGRA GERAL. Por que regra geral?
Porque existem situações em que a lei não vai permitir essa possibilidade de discricionariedade. Há casos
em não há por parte do legislador uma liberdade de atuação do gestor público.

É quando a administração pública venha editar algumas situações já previstas em lei.


Exemplo de poder regulamentar:

O regimento interno do tribunal de justiça é decorrente do poder regulamentar? O regimento interno do


TJ é um regimento jurisdicional ou é um regimento administrativo? Jurisdicional. Os agentes públicos do
TJ do Maranhão são servidores públicos estaduais, exceção dos magistrados, que estes vão ter uma lei
específica que regulamenta a atividade da magistratura, porém, os outros servidos públicos todos eles são
servidores públicos estaduais, e vão seguir o estatuto dos serviços públicos do estado do maranhão, não
vão seguir o regimento interno do TJ. O regime interno, na verdade, é para regulamentar uma função
jurisdicional, e assim é permitido porque a constituição fez assim.

O poder regulamentar tem algumas peculiaridades. O poder regulamentar é prerrogativa de uma única
pessoa. De quem? O executivo! O poder regulamentar é prerrogativa do chefe do poder executivo. Art.
84, IV da Constituição Federal. O poder regulamentar quem o exerce é o chefe do poder executivo com
base no art. 84, VI da CF.

As agências reguladoras não tem esse atributo do poder regulamentar? Grande discussão na doutrina do
direito administrativo. Em primeiro lugar, esse poder regulamentar é o poder do chefe do poder executivo
editar normas que não inovem o ordenamento jurídico. Esse poder regulamentar serve para explicitar ou
elucidar algo que já está em lei. Significa dizer, que um decreto que um não poder inovar no ordenamento
jurídico, o decreto tem que vir regulamentando alguma lei já existente.

Espécie de decreto  Decreto autônomo é aquele decreto que decorre diretamente do texto
constitucional, e é um decreto permitido no direito administrativo americano. Assim, é um decreto que vai
decorrer diretamente da legislação da constituição. Seria esse decreto permitido no Brasil? Art. 84, VI da
CF: dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou
cargos públicos, quando vagos; É um decreto que vai decorrer diretamente do VI, ou seja, organizar a
administração pública sem poder aumentar as despesas, ou criar a extinção de cargos. Esse decreto
quando é editado pelo chefe do poder executivo, ele não tem nenhuma lei existente, ele decorre
diretamente do art. 84, VI. Até 2000 não existia a figura do decreto autônomo no ordenamento jurídico
brasileiro, a figura do decreto autônomo que é originada do direito administrativo norte- americano, surge
através de emenda constitucional 32 de 2001 que foi colocada o inciso VI no art. 84. Então, a figura desse
decreto decorrente diretamente do texto constitucional, ele vem dessa emenda constitucional 32. A partir
de junho de 2001 é que a figura do decreto autônomo que é originária do direito administrativo americano
surge.

A grande questão é com relação as resoluções emitidas pelas agências reguladoras. Essas resoluções
legislativas que vem regulamentar algumas leis decorre do poder regulamentar? Parece que não! Porque
se o poder regulamentar são atributos específicos do chefe do poder executivo, não que se falar em poder
regulamentar emitidos pelas agências reguladoras. O que as agências reguladoras fazem são atos
normativos. Segundo o prof. Tiago isso é uma discussão tola, porque a doutrina do direito administrativo
entende que esses decretos não são originários desse atributo do poder regulamentar, são
discricionariedades técnicas, e a discricionariedade é proferida por meio de lei. Então, essas resoluções
expedidas pelas agências reguladoras são atos normativos, mas que não decorrem do poder regulamentar,
são atos normativos que decorrem da permissão da lei que criou essas agências reguladoras, e são
discricionariedades técnicas, porque vem elucidar alguns conceitos técnicos ou algumas situações
técnicas a serem obedecidas pelas empresas que explorem aquela atividade econômica ou pelas empresas
que prestem os serviços públicos. CUIDADO: as resoluções das agências reguladoras não decorrem do
poder regulamentar. O poder regulamentar é prerrogativa do chefe do poder executivo. Porém, o que as
agências reguladoras fazem são atos normativos que vem elucidar conceitos técnicos, que são chamados
pela doutrina de discricionariedade técnica dessas agências reguladoras, que são concedidas por meio da
lei que a criou.

Assim, os atos normativos expedidos pelas agências reguladoras não decorrem do poder regulamentar,
porque o poder regulamentar é prerrogativa do chefe do poder executivo, e esse ato normativo expedido
pelas agências reguladoras são autorizadas por meio da lei que criou essa agência reguladora, que é
chamado pela doutrina do direito administrativo de discricionariedade técnica.

Em suma, o poder regulamentar é uma prerrogativa do chefe do poder executivo de editar atos ou
decretos para regulamentar alguma lei já existente. O decreto expedido pelo chefe do poder executivo não
poder inovar o ordenamento jurídico brasileiro.

Poder de polícia:
Atributos estatais. Atributos decorrentes das prerrogativas e das limitações do regime jurídico da
atividade administrativa.

Desses quatro poderes, três são de vinculo específico e um é de vinculo geral. Vinculo geral: quer dizer
que esse atributo vai alcançar os administrados/ os particulares. Que poder é esse? É o poder de polícia. O
poder de polícia está no art. 78 do código tributário nacional que diz que quando houver alguma
perturbação à ordem pública ou algum descumprimento do interesse público, poderá o estado/ a
administração pública limitar algumas liberdades individuais. Liberdades individuais estas que vão ser
limitadas caso elas estejam perturbando a ordem pública ou descumprindo o interesse público.

Exemplo: a venda de alimentos com prazo vencido, nesse caso, a administração pública tem o poder de
polícia administrativo em que ele tem que coibir essa atuação por parte dos particulares.

Há duas espécies de poder polícia, o que iremos estudar é o poder de polícia administrativo. Duas
espécies de poder polícia: Há o poder de polícia judiciário e o administrativo. O poder de polícia
judiciário é aquele exercido pelas corporações (polícia civil, militar, rodoviária, federal) que visam coibir
ilicitudes penais. O poder de polícia administrativo visa limitar as liberdades dos particulares/ limitar o
exercício dos particulares desde que essa atividade do particular esteja perturbando a ordem pública ou
descumprindo o interesse público. Em quais áreas? Meio ambiente, defesa do consumidor, saúde e outras
áreas.

Qual é o papel das guardas municipais? É coibir uma ilicitude penal ou possui outra função? Por
exemplo: nós do quinto período B somos uma autarquia que temos como função a defesa de determinado
direito, e nós somos uma autarquia, e estamos dentro desse prédio. Nós precisamos contratar uma
vigilância armada. Essa vigilância armada detém o poder de polícia administrativo ou judiciário? As
guardas municipais exercem o poder de polícia administrativo ou o poder de polícia judiciário?

Qual a função da guarda pública municipal? Proteger os patrimônios, proteger e preservar os bens
públicos. A guarda municipal não tem função constitucional de coibir ilicitudes penais. A guarda pública
municipal exerce um poder de polícia administrativo, porque diz respeito à preservação do patrimônio
público. E com relação à vigilância armada?

Será possível delegar o poder de polícia administrativo para particulares, como no caso da
vigilância armada? As vigilâncias armadas são preservar o patrimônio público ou para preservar a
segurança pessoal dos agentes que lá está? Existe um posicionamento doutrinário acerca dessa delegação
do poder de polícia para os particulares. Em regra, o poder de polícia não pode ser delegado para
particulares, mas existem suas exceções. Uma dessas exceções diz respeito aos concessionários
prestadoras de serviços públicos, como por exemplo, a companhia energética do maranhão (CEMAR)
quando se deparar com uma ligação clandestina, deterá o poder de polícia para sustar aquela ligação
clandestina, e aplicar uma sanção administrativa aquele administrador. Isso é um exemplo de um
particular (de uma pessoa jurídica de direito privado), exercendo o poder de polícia administrativo. O
prof. Alexandre de Santos de Aragão e o prof. Marcelo Alexandre eles trazem um outro exemplo que é a
situação permissionárias autoritárias de ônibus. Dentro de um ônibus, a autoridade máxima é o motorista,
e caso os particulares estejam perturbando ou deteriorando aquele patrimônio, o motorista poderá
expulsar aqueles particulares do automóvel. Isso são características das concessionárias prestadoras de
serviços públicos, que são pessoas jurídicas de direito privado que tem um vínculo jurídico específico
com a administração pública, essas poderão exercer o poder de polícia administrativo.

Com relação à vigilância armada: A posição doutrinaria diverge na doutrina do direito administrativo.
Se pensarmos que a vigilância armada é contratada para a preservação do patrimônio público,
poderíamos entender que essas empresas privadas tem o poder de polícia administrativo. Mas se essas
vigilâncias armadas estão para preservar a questão de segurança que é de competência do estado e das
corporações, elas não exercem o poder de polícia administrativo. Portanto, a vigilância armada tem essa
divergência doutrinária: se for para a preservação do patrimônio público, há quem entenda que o poder de
polícia é administrativo. Mas se for uma questão de segurança que é de competência do estado, esse poder
de polícia não é administrativo, e esse poder de polícia não pode ser delegado.
Delegação do poder de polícia a particulares: existe uma divergência doutrinária acerca disso. Se
formos pegar a jurisprudência do STF, nós vamos entender de forma uníssona pela impossibilidade dessa
delegação do poder de polícia administrativo a particulares. Os que não concordam, por entenderem que é
um regime jurídico da atividade administrativa, onde têm aqueles dois princípios basilares do interesse
público e da indisponibilidade do interesse público, esse tipo de atributo não poderia ser delegado.

Quais as principais características do poder de polícia? Três características:

Discricionariedade: o poder polícia pode ser discricionário, porque essas limitações às quais os
particulares vão sofrer impostas pela administração pública, elas iniciam no poder legislativo. O poder de
polícia é concebido no poder legislativo, na discussão da constituição do processo legislativo. Se as casas
legislativas discutem determinadas atividades e particulares que perturbem a ordem pública, poderá o
legislador optar por algum conceito fluído, por algum conceito que utilize um termo juridicamente
indeterminado, e que faça com que o gestor público possa navegar dentro dessa fluidez, mas dentro de um
teto da legalidade. A partir do momento que aquele gestor público interpretar essa fluidez posta pelo
poder legislativo de forma arbitrária, aí um abuso de poder. A atuação do agente pode ser legal, porque é
com base no poder de polícia, só que o ato tomado por ele é arbitrário, porque ele exorbitou da sua
atuação. A discricionariedade do poder de polícia está presente nesses conceitos fluídos que o legislador
optou quando constituiu alguma limitação para as liberdades dos particulares.

Por exemplo, o legislador através do CDC e de legislações infralegais pode impor determinadas sanções
administrativas para uma determinada situação fática, se essa situação fática acontece, e nela há a
previsão de uma sanção administrativa, cabe a administração pública aplicar essa sanção administrativa.
Mas se dentro dessa situação fática existe uma situação de alternância de soluções, que é a
discricionariedade administrativa, em decorrência de várias soluções possíveis dentro de um teto da
legalidade.

Então, o poder de polícia pode estar sendo acobertado por essa discricionariedade administrativa sobre a
avaliação do mérito administrativo, sobre a conveniência e oportunidade de qual limitação a ser aplicada
naquele momento.

Lembra um pouco da discricionariedade do poder disciplinar com relação a graduação da penalidade. Há


alguns autores que dizem que são semelhantes, mas outros preferem dizer que essa discricionariedade
nasce do poder executivo em decorrências das discussões do processo legislativo acerca de quais
liberdades exercidas pelos particulares poderão ser limitadas, liberdades essas que perturbem a ordem
pública, e que também poderão sofrer sanções administrativas.

Obs. essa discricionariedade não comporta exceção ao princípio da legalidade.

A discricionariedade administrativa não está com relação a qual atividade que vai ser limitada, mas sim
com relação com as sanções administrativas a serem aplicadas em determinada situação fática.

A discricionariedade sempre vai estar presente ao legislador? Não! Porque o legislador não tem condição
de prever todas as situações fáticas a qual o administrador público vai se deparar lá na frente. E quando
isso acontece, o que o legislador faz? Ele deixa uma margem de liberdade, mas sem ainda dizer qual a
atuação em termos de sanções administrativas, e ele confere isso a administração pública através dos seus
atos normativos a conferir determinados sanções ou limitações administrativas.

Autoexecutoriedade: é a possibilidade da administração pública executar os seus próprios atos


administrativos sem prévia consulta do poder judiciário.

Exemplo: quando a administração pública vai através de alguma entidade da administração pública
indireta ou de um órgão da administração pública direta limitar alguma liberdade. Como no caso, do
fechamento de um estabelecimento comercial, aquele estabelecimento foi por diversas vezes notificado, e
não cumpriu ou regularizou sua situação. Ali não cabe administração pública consultar previamente ao
judiciário, a administração pública tem esse atributo decorrente do poder de polícia de executar seus
próprios atos. Então, poderá fechar aquele estabelecimento comercial. Mas se o particular resistir? Se
entra em uma outra situação, que é a questão da coercibilidade.

Obs. as vezes a administração pública seja na autoexecutoriedade seja na imperatividade, ela busca um
consenso. Na situação da autoexecutoriedade, poderá ser que a administração pública consulte por meio
de um parecer o poder judiciário, só que aquele parecer do poder judiciário não é vinculante, até porque a
atividade administrativa tem esse atributo da autoexecutoriedade. Quando o poder judiciário tiver que ser
consultado antes da execução de um ato, a lei vai ter que dizer em quais situações. Mas se a administração
pública consultar o judiciário simplesmente para poder entender sobre alguma situação, não
especificamente sobre esses casos, esse parecer é só para dar uma maior eficácia ou validade a execução
daquele ato administrativo. E na situação em que o poder judiciário emitir um parecer em confronto ao
ato administrativo que a administração pública pretende executar? A administração pública tem o atributo
de executar aquele ato, e não seria ilegal.

Mas existe um parecer que mesmo não sendo vinculante a qual o judiciário diz “acho que não é por aí,
vamos pensar direito”, poderia gerar o direito de indenização daquele particular no caso da administração
pública ter executado o ato, e ele alegar na sua contestação e na sua ação de indenização que haveria um
parecer do poder judiciário no sentido de que não era para que aquela operação acontecesse? Se a
administração pública resolver executar esse ato porque tem o atributo, e se judiciário lá na frente já se
posicionou de que aquilo poderia ser ilegal, há a possibilidade de indenização para o particular.

Segundo o prof. Alexandre de Aragão, diz que se a administração pública está precisando consultar
previamente o judiciário, é porque a administração pública não tem confiança de que aquele ato
administrativo a qual ela quer executar é legal.

A imperatividade está ligada a questão da heteronímia, de que os atos administrativos podem impor a nós
particulares situações de obrigações, fazem com que a administração pública também busque em
determinadas situações a consensualidade com os particulares. Por exemplo, eu vou impor obrigações a
vocês, mas antes de eu impor através desse atributo, eu quero entrar em um consenso, e vocês concordam
com a execução desse ato.

A consensualidade não afasta a imperatividade. A consensualidade não afasta esses atributos do poder de
polícia, muito menos os atributos do ato administrativo. A busca por uma concordância do particular ou a
busca por um parecer do poder judiciário não afasta os atributos do poder de polícia, muito menos os
atributos do ato administrativo. Se houver a necessidade de se consultar o judiciário previamente, a
legislação vai dizer que para aquela situação fática para a administração pública executar determinado ato
precisa de autorização prévia do poder judiciário, são situações vinculativas a qual o legislador optou por
colocar.

Imperatividade ou coercibilidade: para o prof. Di Pietro, a coercibilidade seria o quarto atributo do


poder de polícia. Essa coercibilidade seria a possibilidade de administração pública utilizar da força física
para o cumprimento daquele ato. Mas para a maioria dos autores da doutrina administrativa, essa
imperatividade e essa coercibilidade estão juntas, na medida de impor obrigações a nós particulares
(administrados) sem a nossa concordância. A questão da heteronímia que é a possibilidade de um ato
administrativo impor a nós obrigações a qual nós vamos ter que nos sujeitar.

No direito tributário, existe um instituto chamado “fato gerador”. O fato gerador é a situação fática que
faz iniciar a possibilidade do surgimento de cobrança de tributo. O poder de polícia é um fato gerador de
um tributo especifico, da cobrança de taxa, porque a taxa é uma sanção administrativa, em determinadas
situações. Então, o poder de polícia poderá servir como um fato gerador para a cobrança de uma espécie
tributo, chamado taxa.

Atos administrativos:
Tudo no direito administrativo envolve o interesse público, porque é algo público, do interesse coletivo.
Tudo é em prol do interesse público. O ato administrativo é a mesma forma, é visando o interesse público/
coletivo.

Atos da administração é a mesma coisa que atos administrativos? Não! Atos da administração é gênero, e
atos administrativos é espécie dos atos da administração. Ou seja, atos da administração podem ter várias
coisas.

Dentro de atos da administração, também tem os fatos administrativos. Os fatos administrativos é como
se fossem a materialização de uma decisão administrativa. Como por exemplo, a derrubada das barracas
na praia, aquilo foi um ato administrativo ou foi um fato administrativo? Foi um fato, porque houve a
materialização da decisão administrativa.

Atos jurídicos: primeiramente, um ato administrativo é um ato jurídico. O ato jurídico é gênero, e o ato
administrativo é espécie. Elementos estruturais do ato jurídico: sujeito, objeto, forma e vontade.

Obs. o sujeito no ato administrativo é quem? O estado. A administração pública. E este tem que ser
competente, tem que ter competência. Tem que está previsto em lei a competência dele para executar tal
ato.

Obs. objeto é aquilo que leva o administrador a praticar um ato administrativo. Tem um o agente público
capaz e competente visando o interesse público, assim, o objeto é aquilo que antecede o ato
administrativo.

Conceito de ato administrativo: é o ato praticado pelo estado no regime de direito público no exercício
da função administrativa exercendo a manifestação de vontade.
O ato administrativo visa o interesse coletivo.
De acordo com esse conceito podemos tirar algumas coisas:
Ato praticado pelo estado; ou seja, se é praticado pelo estado, nós já começamos a ver o sujeito.

Regime de direito público porque ele visa o interesse público/ coletivo. Por que não é regime de direito
privado? Porque nós não lidamos com interesse pessoal, com interesse dos particulares. Mas visa o
interesse coletivo.

Exercício da função administrativa: Todas essas características são comutativas, ou seja, se é no


exercício da função administrativa, pode ter o agente público competente, pode ser de regime de direito
público, mas se tiver fora do exercício da função administrativa, já não é ato administrativo. Então, todas
essas características tem que estarem presentes no ato administrativo.

Manifestação de vontade.

Exemplo: eu faço uma associação para fins sociais. E eu com muito dinheiro, eu começo a ajudar muitas
pessoas, é um ato administrativo? Não! Porque, o sujeito é um particular, e o seria regime jurídico de
direito privado, e não regime jurídico de direito público. O sujeito do ato administrativo é o estado. Não
será um ato administrativo, por mais que eu tenha o interesse público, porque eu não sou a gente
competente para isso.

Elementos do ato administrativo: está previsto no art. 2° da lei 4.717 (lei da ação popular). Para um ato
administrativo ter um plano de existência precisa ter esses elementos. Os elementos são: competência,
forma, finalidade, motivo e objeto.

Competência: muitos autores, no lugar de competência falam de sujeitos. Não basta na competência ser
só o agente/ administrador público, não basta só isso, tem que ser um administrador público competente.
Por exemplo, o PROCON tem competência pra x, e aí vem à vigilância sanitária fazendo o que o
PROCON tinha que fazer. A vigilância é um agente público do regime de direito público, mas não é
competente, ou seja, o ato administrativo é nulo, tem que ser invalidado.

A competência é irrenunciável, imprescritível e improrrogável. É irrenunciável, porque não pode dispor. É


imprescritível, porque você não perde a competência deixando de usar. É improrrogável, porque não se
ganha essa competência usando. Ou seja, o PROCON tem competência para fazer x, ele não vai ganhar
essa competência fazendo, porque a competência é improrrogável.

A competência é vinculada, está prevista em lei, a lei que atribui a competência do administrador público
para fazer tal ato administrativo.

Há a possibilidade prevista em lei da avocação ou delegação da competência. Delegação: na delegação,


por exemplo, eu continuo sendo competente, e o Ryan ele é competente agora fazer isso, mas eu continuo
sendo competente. A delegação não é transferência de competência, porque a transferência no direito é
sinônimo de renúncia. Avocação: você é competente, e eu pego essa competência para poder a começar a
fazer o ato administrativo. Na avocação, deduzimos em que eu sou de hierarquia superior, e o Ryan de
hierarquia inferior. Eu peguei a competência tua para eu poder fazer o ato administrativo. Já na delegação,
é a mesma hierarquia ou hierarquia inferior. Então, a delegação é a extensão de competência, e não
transferência de competência. Na delegação, se está estendendo a competência, porque eu continuo sendo
competente. Até porque a competência é irrenunciável, eu não posso transferir essa competência a outrem
de forma alguma.

Obs. avocação: você é competente para fazer x, e eu sou de hierarquia de superior, e aí eu pego a sua
competência para poder eu fazer o ato administrativo. Então, delegação, é hierarquia inferior ou mesma
hierarquia. Já a avocação, passa para a hierarquia superior, eu (de hierarquia superior) pego a competência
da administração pública de hierarquia inferior para eu poder ter uma competência para eu poder fazer o
ato administrativo.

Há vedações explícitas na lei para a delegação e para a avocação. Quais são as vedações? Edições de atos
normativos: não pode haver delegação ou avocação de edições de atos normativos. Decisão de recurso
hierárquico. E de competência exclusiva: aquele termo “compete privativamente” pode delegar? Pode! O
que não pode é “compete exclusivamente”, privativamente pode ser delegado, e exclusivamente pode ser
delegado.

Forma: é a exteriorização do ato administrativo. Em regra, é sempre da forma escrita, mas em casos de
urgência e de relevância, pode deixar de ser na forma escrita. Então, tem casos que pela natureza, pela
urgência e relevância não é preciso ser na forma escrita, mas em regra, é na forma escrita.
A forma está prevista em lei, ou seja, vincula a administração pública a fazer daquele jeito. Forma
vinculada.

Princípio da instrumentalidade das formas: a forma é um instrumento para que determinado ato
aconteça. Ou seja, a forma é o caminho que tem que seguindo até que aconteça o ato administrativo. Isso
acaba, que, por exemplo, se eu não fiz uma formalidade do ato administrativo, mas está tudo certo, o
interesse coletivo foi atendido, as outras regularidades todas foram atendidas, então, o ato administrativo
não é invalidado/ nulo por isso, ele será válido e existente pelo princípio da instrumentalidade das formas.
Mas isso não quer dizer, que pelo princípio da instrumentalidade das formas, e com o atendimento ao
interesse público, nós vamos fazer tudo, a instrumentalidade das formas diz respeito a questões quer
requer uma formalidade minúscula, bem risória.

Finalidade: é o que o ato busca. Podemos falar de finalidade de uma forma abstrata, de uma forma ampla
e de uma forma específica. Qual é a finalidade genérica e abstrata do ato administrativo? O interesse
coletivo/ público. Especificamente, a finalidade do ato administrativo é aquilo que a lei fala. Vai está
previsto em lei (vinculado). Por exemplo, esse ato administrativo vai ser feito para determinado fim. Logo
que vai ter o interesse público, mas o ato vai ter um interesse específico. Se fugir desse interesse
específico, ainda que esteja observado o interesse público será desvio de poder. Por exemplo: eu estou
com dinheiro, a lei diz que é para eu poder fazer uma escola, mas eu pego esse dinheiro e aí eu
construo um hospital. É um agente público competente, está no regimento de direito público, e está
seguindo todos os elementos para poder ser um ato administrativo, porém, a finalidade específica não é
aquela, aí, nesse caso, seria um desvio de poder, invalidando o ato administrativo.

Se faltar um dos elementos do ato administrativo já é questão de invalidade.

Motivo: são as razões previstas em lei que justificam a edição do ato. O motivo nada mais é do que a
subsunção do fato a norma; a situação fática se encaixa com a norma abstrata. O motivo é a situação de
fato e de direito que percute o ato administrativo. Situação de direito: fala lá na lei o motivo do ato
administrativo, aí, acontece o motivo, e há o ato administrativo. Por exemplo, a aposentadoria
compulsória, completou a idade, está previsto na lei que pode ser aposentado compulsoriamente.

Diferença entre motivo e motivação: a motivação, em regra, é obrigatória, mas a lei ou natureza pode
dispensar. Por exemplo, tens um motivo que é previsto em lei, e tens uma motivação que é como se fosse
uma fundamentação. Motivação é tipo uma explicação do ato administrativo, “eu fiz por causa disso”. A
motivação é como se fosse uma fundamentação do ato administrativo, “eu estou fazendo isso, por causa
disso aqui”. O motivo já vai estar lá previsto em lei.

Obs. cargos comissionados que podem ser exonerados sem explicação nenhuma. Assim como eu como eu
nomeei ele, eu posso exonerar ele a qualquer momento, e sem eu precisar motivar. Portanto, posso
exonera-lo sem motivação nenhuma, é o que chamamos de exoneração ad natum. Não preciso mostrar a
motivação da exoneração dele.

Teoria dos motivos determinantes: fala que há uma vinculação da motivação do ato administrativo com
o poder público. Ou seja, por exemplo, se eu chego para Raquel, e eu não preciso fazer uma motivação
para exonera-la, porque é um cargo comissionário, mas se eu chego para ela, falando que vou exonera-la
para reduzir os custos, e aí, eu formalizo motivando que Raquel é exonerada para a redução de custos. E
aí no próximo dia, eu vou e coloco Mateus, mas não era para a redução de custos? Então, isso não pode.
Então, a ausência de motivo ou o motivo falso invalidam o ato.

Hely Lopes Meireles: fala que existente o motivo expresso em lei e o motivo a critério do administrativo.
O motivo expresso em lei é vinculado. O motivo a critério da administração pública é discricionário.

Obs. a diferença de finalidade e motivo: a finalidade geralmente é para depois do ato administrativo.
Exemplo, eu vou fazer isso para poder atingir tal fim. Finalidade: nós fazemos determinado ato para
atingir um fim específico, ou seja, é algo para o futuro. A finalidade é pra depois do ato administrativo.
Motivo: já está previsto, ou seja, é algo antes do ato.
Objeto: alguns doutrinadores denominam ao invés de “objeto”, denominam de “conteúdo”, a exemplo do
prof. Celso Antônio Bandeira de Melo. O objeto é a disposição do ato, é o efeito principal no mundo
jurídico. Exemplo, tem a decisão administrativa para poder derrubar as barracas, qual o objeto? Derrubar
as barracas, que é o efeito imediato, é o efeito principal que acontece com o ato administrativo.

O objeto tem quer ser lícito, possível, e determinado, ou no mínimo, determinável.

Continuação de atos administrativos:


Quando nós começamos a falar sobre a teoria do ato administrativo, nós entramos em um âmbito do
direito administrativo que é bastante teórico.

Obs. os atos jurídicos possuem três planos. O plano da perfeição, que é chamado também de plano da
existência de um ato no ordenamento jurídico, o plano da validade e o plano da eficácia.

O que seria esse plano da perfeição ou plano da existência com relação ao direito administrativo? A
teoria do ato administrativo surge antes da revolução francesa antes, onde supostamente o direito
administrativo nasceu, que é com a subordinação da atuação/ atividade administrativa se subordinando a
lei. Antigamente, não é que mudava-se a manifestação da administração pública, o que acontecia naquele
período liberal? A vontade do administrador não era submetida a lei, a vontade do administrador era a
vontade unicamente unilateral, e isso fazia com que alguns atos, naquele período da administração
pública, fossem considerados atos autoritários (?), porque a vontade dele não estava sujeita a nenhuma
limitação legal. A chegada do estado de direito, faz com que alguns atos jurídicos tenham que ser
submetidos a algum ordenamento, esses atos precisam preencher alguns pressupostos.

No livro do professor Celso Antonio Bandeira de Melo que dentro de alguns atos, nós vamos ter os
pressupostos internos e os pressupostos externos, que seriam os elementos de qualquer ato, esses
elementos têm que existir, isso é o ponto da perfeição de qualquer ato jurídico. Só que esses elementos,
além de existir, eles precisam estar em consonância com o ordenamento jurídico vigente, precisam estar
dentro de um plano da validade, assim, esses elementos precisam cumprir o que o ordenamento jurídico
estabelece. Nós vimos que nós vamos ter alguns pressupostos internos e externos, alguns elementos do
ato administrativo, e esses elementos precisam estar em consonância com o nosso ordenamento.

Se estiverem em consonância com o nosso ordenamento, se passa pelo plano da validade, posteriormente,
o plano da eficácia, que é a produção dos efeitos que esse ato jurídico vai ter.

Ato jurídico x ato administrativo: quem é espécie do gênero? O ato administrativo seria a espécie do
gênero ato jurídico. Qual seria a diferença de um ato jurídico civil para um ato administrativo? Onde é
que produzido o ato jurídico civil e o ato administrativo? O civil é entre os particulares, que precisam de
autonomia da vontade. No ato administrativo vai ter autonomia da vontade? Vai ter a manifestação de
uma vontade, e essa manifestação dessa única vontade é realizada dentro de um terreno. Que terreno é
esse? Dentro de um regime jurídico de direito público, dentro administração pública para o exercício da
atividade administrativa.

Conceito de ato administrativo: o ato administrativo é uma espécie de ato jurídico exercido de forma
unilateral pelo estado no exercício da atividade administrativa.

Alguns autores conceituam o ato administrativo como um ato manifestado pela administração pública,
manifestado pelo estado no exercício da atividade administrativa, e daí, eles partem de uma outra coisa.
Ora, ato administrativo é essa manifestação de vontade da administração pública no exercício da atividade
administrativa, mas não podemos confundir com atos da administração. Alguns autores vão dizer que ato
administrativo é espécie do gênero ato da administração, mas o que os professores de concurso querem
dizer, quando o enunciado da questão ou algum problema colocado pelo direito administrativo, mostrar
ato da administração e ato administrativo, eles querem saber das diferenças, nesse caso, nós não estamos
falando de espécie e nem do gênero. O ato da administração, nós vamos lembrar daquele regime jurídico
da administração pública, não é o regime jurídico da atividade administrativa que tem aqueles dois
princípios implícitos, o da supremacia do interesse público, e da indisponibilidade (prerrogativas e
limitações).

Quando eu falo de regime jurídico da administração pública, sobre qual regime, sobre qual direito aquela
relação ela vai estar contaminada. Atos da administração, para muitos autores do direito administrativo,
vai ser aqueles atos praticados pela administração pública em condição de igualdade com o particular.
Exemplo: contrato de aluguel de imóvel para o funcionamento de alguma repartição pública. Outro
exemplo de um ato da administração: assinatura de cheques pela administração pública, a assinatura de
cheques é uma manifestação unilateral, é um ato, mas é um ato da administração, porque é um ato
privado, não exercido durante a atividade administrativa.

O ato administrativo é exercido por quem é competente, e a competência, que é um elemento ligado ao
sujeito, nada mais é do que um cargo público ou um emprego público. A competência quem confere ela é
a lei, e a lei vai me dizer qual o cargo e o qual emprego público que podem praticar quais atos
administrativos.

Questão: poderá um particular expedir ato administrativo? Será se existem exceções? Existem! Por
exemplo, as concessionárias de serviços públicos que são pessoas jurídicas de direito privado, como por
exemplo, a CEMAR, a CEMAR quando se depara com uma ligação clandestina, no exercício do poder de
polícia por particular, também, ela pode aplicar uma sanção administrativa, que é um ato administrativo
praticado pelo particular. Então, existem atos administrativos que podem ser praticados pelos particulares,
isso é uma exceção. A regra geral, é que os atos administrativos são manifestações unilaterais da
administração pública (do estado) no exercício da atividade administrativa.

Dentro da teoria do ato administrativo, nós nos deparamos com situações em que a administração pública
não se manifesta, o silêncio administrativo. O silêncio administrativo nos levar a duas ideais: o silêncio
do ato administrativo pode significar a concordância da administração pública, mas para isso é preciso
que a lei determine. Exemplo: Existe uma resolução na agência nacional de petróleo que casos os
particulares apresentem alguns projetos para financiamento do órgão público, e ANP não se manifeste,
aquele pedido vai ser considerado aprovado. Então, o silêncio administrativo, a falta ou a ausência de
manifestação da administração pública, às vezes, significa a concordância, a aprovação daquele ato.

Mas existe uma outra situação, em que nós não podemos estar diante de uma manifestação concreta do
estado/ da administração pública, nós podemos nos deparar simplesmente com uma construção irregular,
uma edificação irregular, como por exemplo, um grupo de empresários resolva levantar um prédio aqui
ao lado do tropical shopping, uma construção irregular, porque descumpre o plano diretor da cidade,
então, nós estamos diante de uma ilegalidade, dentro da doutrina e da teoria do administrativo, nós
estamos diante de um fato administrativo. Mas o que é fato administrativo? Fato é uma acepção técnica e
peculiar em uma situação concreta/ fática. Exemplo: há a construção irregular, há a edificação de um
prédio de forma irregular, sem, por exemplo, o licenciamento seja da secretária de meio ambiente, sem
autorização do conselho regional de engenharia e arquitetura. O que deve a administração pública fazer?
Embargar aquela obra. E como ela embarga? A administração pública se encontra diante de uma
construção irregular, o que pode administração pública fazer? Praticar o ato administrativo para coibir
aquela situação fática/ aquele fato administrativo.

Então, fato administrativo sempre precede o exercício do ato administrativo? Nem sempre!

Exemplo: nós somos um órgão público, nós precisamos contratar carros para que nós possamos nos
deslocar para o interior do estado para fazer o monitoramento de uma determinada política pública. Qual
o fato administrativo aqui? O monitoramento da política pública. Para eu contratar esses carros, eu
preciso fazer o que? Licitação, esse fato está precedendo o ato? Não! Nesse caso, o ato administrativo ele
é anterior ao fato.

O fato pode ser uma situação em que exija da administração pública um ato administrativo. Na verdade, o
fato vai sempre ser uma coisa que vai exigir da administração pública um ato, só que esse
ato pode ser precedente ou anterior. No caso, da construção irregular, a administração pública tem através
do poder polícia de embargar aquela construção, ela chega com um ato administrativo, e embarga aquela
obra. A situação fática já é a construção irregular. A outra situação fática é naquela situação em que a
administração pública precisa da contratação de carros para que seus agentes públicos possam deslocar
para o interior do estado para monitorar a política pública de assistência social, saber se as secretárias
municipais de assistência sociais que recebem aquelas verbas do governo federal estão sendo executadas
de forma devida, cabe ao estado fazer esse tipo de monitoramento, ou seja, cabe ao estado saber se os
municípios estão executando aquele recurso federal de forma adequada. A situação fática é o
monitoramento da política pública, e o ato administrativo é a contratação de carros que levem os agentes
públicos a fazer esse monitoramento, então, o ato administrativo, nesse caso, aconteceu antes do fato.

O ato administrativo é uma manifestação unilateral da administração pública no exercício da atividade


administrativa.

Obs. Existem classificações sobre fatos administrativos (não vai cobrar em prova): nessa classificação
sobre fatos administrativos, nós vamos ter duas espécies de fatos: os fatos administrativos voluntários e os
fatos administrativos naturais. Os fatos administrativos voluntários podem decorrer ou descender de um
ato ou de uma conduta administrativa. Fato administrativo voluntário que decorra de um ato: a situação da
construção irregular.

Que decorra de uma conduta administrativa: o particular que entra em uma comunidade de pronto
atendimento que necessita de uma cirurgia, não existe ato administrativo que autorize aquela cirurgia,
aquilo ali é uma conduta de emergência. Outro exemplo de fato administrativo decorrente de uma conduta
administrativa: a mudança de endereço de uma repartição pública, isso é um fato administrativo
decorrente de uma conduta. O que seria um fato administrativo natural? Decorre de que? De fenômenos
naturais. Exemplo: um raio atinge uma árvore, e que essa árvore acaba uma praça pública, deteriorando a
praça pública, isso é um fato natural, um fato administrativo decorrente de um fenômeno natural. Os fatos
administrativos naturais são aqueles que vão decorrer de fenômenos naturais.

Revisão: o silêncio administrativo pode significar duas situações: ou a concordância da administração


pública em relação ao requerimento do particular ou a situação de um fato administrativo.

Obs. o fato administrativo é exercido dentro do bojo da atividade administrativa, mas o fato
administrativo, nada mais é do que uma espécie do gênero fato jurídico.

A manifestação sempre é unilateral? Sempre! Se nós tivermos uma manifestação bilateral, nós vamos está
diante de que? De um contrato, e não de um ato administrativo.

Os requisitos para que essa perfeição/ existência em consonância com o ordenamento jurídico: cinco
requisitos, e esses requisitos também serão sinônimos dos chamados “elementos do ato administrativo”. O
que são elementos ato administrativos? São requisitos que vão preencher essa manifestação unilateral e
que precisam estar em consonância com o ordenamento jurídico (com a legalidade) para que aquele possa
criar, modificar ou extinguir alguma apelação jurídica.
Para completar o conceito de ato administrativo é uma espécie de ato jurídico através de uma
manifestação unilateral do estado exercida da atividade administrativa que visa criar, modificar ou
extinguir alguma obrigação.

De onde surgiu esses elementos do ato administrativo? De onde a doutrina do direito administrativo
entendeu que esses elementos precisam ser preenchidos para que esse ato administrativo seja perfeito/
existente, válido, e eficaz (produz efeitos)? Do art. 2° da Lei 4717/65 que a lei regulamenta a ação
popular.

Exemplo: situação em que administração pública pratica um ato administrativo, e o particular não
concorde com esse ato administrativo, cabe ao particular um ônus de dizer que aquele ato administrativo é
ilegal, que aquele ato administrativo não cumpre um dos seus requisitos, um daqueles cincos requisitos
que vão estar presentes no art. 2° da lei 4717/65.
Elementos: sujeito, forma, finalidade, motivo e objeto.

Outro exemplo: Ryan é delegado da receita federal, e Amanda é a secretária receita federal. Amanda está
em um escalonamento hierárquico superior ao Ryan. Para demissão de determinado servidor daquela casa
abaixo do Ryan, tem que ser feito pela Amanda. A lei diz: qualquer demissão de qualquer servidor de
qualquer simbologia da administração pública terá que ser feita pela secretária da receita federal
(competência exclusiva- somente poderá ser feita pela Amanda). Só que Amanda vira as costas, e o Ryan
está vai incomodado com um certo subordinado, Ryan vai lá e assina a demissão daquele servidor. Esse
ato é ilegal, porque a lei coloca uma situação fática: a demissão de qualquer servidor na secretária da
receita federal terá que ser manifestada pela própria secretária, ou na ausência desse, pelo ministro da
base. Qual elemento que foi violado nessa situação? O elemento competência, sujeito, o Ryan era
competente, quem era competente era a Amanda, isso torna um ato ilegal. Poderia a Amanda, ou o próprio
servidor demitido no interesse próprio, ou mesmo o particular através de uma ação popular questionar a
permissão daquele ato administrativo com relação ao elemento sujeito.

Outra situação de violação de elementos do ato administrativo: quando o ato administrativo, e quando a
lei diz que determinado ato administrativo tem que ser praticado pela forma escrita, e via decreto. Aí, vai
o sujeito competente para determinado ato administrativo, e o faz de forma verbal, e expede o ato
administrativo, aquele não poderá ser considerado, porque diz a lei que a forma é de decreto, e via escrito.
Violação do elemento forma.

Elemento motivo: é aquela circunstância fática e jurídica que vai levar a pratica do ato administrativo.
Objeto: é o plano da eficácia, e a produção de efeitos daquele ato administrativo. O objeto que está em
consonância com ordenamento jurídico, ele precisa produzir efeitos, e a partir do momento que ele produz
efeito, dá a ideia e cumpre o plano da eficácia.

Elementos do ato administrativo:


Estão previstos no art. 2° da lei 4717/65. 5 ELEMENTOS!!!!!
1- Competência: o elemento competência quer dizer que não é competente quem quer, é
competente quem a lei determina, é competente o cargo e o emprego público que a lei dizer. Se a lei diz
que é competência do secretário de estado da saúde nomear os diretores das unidades de saúde, não pode
o secretário da educação fazer, porque esse ato administrativo estaria descumprindo o elemento da
competência.

Obs. teoria dos poderes implícitos: se a lei concede para determinado agente público a busca de um fim, é
porque também concedeu a ele os meios necessários para que aquele agente público buscasse aquela
finalidade. Exemplo: a quem compete a conservação e gestão dos teatros municipais? Competem ao
secretário de cultura daquele município. A competência sobre a cultura, sobre os fins. Os meios passam
por um onde: pela preservação dos teatros municipais. Se a lei concede ao gestor público, ou aquele
agente, ou aquele ocupante de cargo público um determinado fim, concedeu a ele também os meios
necessários para alcançar aquela finalidade. Esse é o elemento competência, ou também chamado o
elemento sujeito.

Não é competente quem queira, é competente quem a lei determina. Se eu digo que é competente quem a
lei determina, significa que esse elemento é vinculado ou discricionário? Vinculado!

Então, o descumprimento do elemento competência é um vício insanável. Existem exceções. Para a


maioria da doutrina do direito administrativo, nós podemos estar diante de vícios com relação ao
elemento competência. Por exemplo: na situação da Amanda e do Ryan, vamos imaginar que a
competência para a demissão daquele servidor não era uma competência exclusiva. A lei diz que
qualquer autoridade hierarquicamente superior ao servidor público que deverá ser demitido, poderá o
demitir. Então, o ato do Ryan poderia ser considerado legal. Vamos considerar a seguinte situação, se a lei
diz que é a autoridade máxima daquele órgão, então, vamos supor que seja a Amanda, mas não é uma
competência exclusiva taxativa que diga que o secretário da receita federal. Mas o Ryan que demitiu
aquele servidor, então, o que a doutrina do direito administrativo diz? Se a produção daquele ato
administrativo cumpriu o interesse público, nós estamos diante de um vício sanável. O que significa dizer
que está diante de um vício sanável? Estamos diante de um vício que pode ser convalidado, corrigido.
Então, basta que Amanda que seja a competente, a autoridade máxima, assine em baixo da assinatura do
Ryan, não precisa ter que anular aquele ato para a produção de outro, ela convalidou, ratificou a decisão
do Ryan, e assina em baixo, houve uma correção/ uma convalidação desse ato administrativo.

Regra geral: o descumprimento do elemento competência é um vício insanável. Porém, existem situações
em que o vício pode ser corrigido, o vício é sanável, o vício poder ser convalidado. Em que situações?
Naquela situação onde o vício não prejudicou o interesse público, não prejudicou um terceiro de boa-fé.
Então, um vício sanável é aquele vício que não prejudicou o interesse público e nem prejudicou terceiro
de boa-fé. Se o vício descumpriu o interesse público ou se prejudicou um terceiro da relação de boa-fé,
esse vício não é considerado sanável, e sim insanável, e ato tem que ser anulado.

2- Finalidade: a finalidade primordial do direito administrativo é o cumprimento do interesse


público. Poderá o gestor público buscar algum fim pessoal? Não! A finalidade é faceta do princípio da
impessoalidade.
Vamos lembrar daquela faceta do princípio da impessoalidade: o cumprimento é o interesse público, e não
um fim pessoal.
O elemento finalidade é vinculado. Só existe um fim: o cumprimento do interesse público.

Se houver o descumprimento do fim/ da finalidade, nós poderemos está diante de um algum ato
convalidado, sanável, corrigido? Não! Automaticamente ele é nulo. Então, com relação ao elemento
finalidade, nós não podemos ter vício sanável, vício convalidado.

3- Forma: a forma dos atos administrativos, em regra geral, são praticados na forma escrita.
Existem exceções? Sim! A ordem através do poder hierárquico de uma autoridade superior para os seus
subordinados, aquilo pode ser um ato administrativo (uma ordem). É uma exceção a forma oral.

Outro exemplo de exceção com relação ao elemento forma do ato administrativo: os guardas de trânsito.
Os sinais, e gestos são atos administrativos.

A REGRA GERAL DO ELEMENTO FORMA É ESCRITO E EM VERNÁCULO. Existem exceções, os


atos administrativos de forma oral ou através de gestos. E também são colocados os sinais de trânsito, que
são atos administrativos de forma eletrônica.
A forma é um elemento discricionário ou vinculado? Em regra geral, para a maioria da doutrina do direito
administrativo, o elemento forma é vinculado, porque ele tem que ser escrito. Mas para a doutrina que
defende que há uma discricionariedade, qual é o embasamento dessas doutrinas? O princípio da
instrumentalidade das formas. Se um ato administrativo deveria ser praticado pela forma x, mas foi
feito pela forma y, mas alcançou o interesse público, para essa doutrina, não precisa corrigir. Princípio da
instrumentalidade das formas, princípio da moderação do formalismo, princípio da eficiência da
administração pública, que visou buscar a quebra do formalismo excessivo da administração patrimonial.
Para essa doutrina minoritária que vê discricionariedade com relação forma tangenciada pelo princípio da
instrumentalidade das formas, isso seria uma discricionariedade, ora, se o elemento forma não foi
cumprido, mas o ato administrativo alcançou a sua principal finalidade, não há que ser corrigido.

Só para a doutrina majoritária isso não nada mais é do que um vício sanável. Que significa dizer o que,
que se foi praticado por um decreto, mas deveria ser feito por resolução, basta fazer uma nova aplicação,
mas na forma de resolução. Ora, se esse ato não prejudicou o interesse público nem prejudicou terceiro de
boa-fé, ele pode ser corrigido. O vício sanável dentro do elemento forma, ele vai dar numa situação bem
peculiar, geralmente, nas duas formas escritas, e com relação ao princípio da instrumentalidade das
formas, deveria ter sido praticado sobre a forma de autorização, mas foi feito na forma de petição, mas
alcançou o interesse público. A convalidação seria a alteração daquele ato administrativo para a forma
correta.

O elemento forma, em regra, é um elemento vinculado. Para a minoria da doutrina que defende a
discricionariedade, defende com base no princípio da instrumentalidade das formas, que se aquele ato
administrativo alcançou o interesse público ele não precisa ser modificado. Mas para a doutrina
majoritária, que acha que ele é vinculado, isso na verdade é um vício sanável, convalidado.

4- Motivo: é a circunstância fática e jurídica que leva a prática de um ato administrativo.


Por exemplo: servidor público que completa 70 anos. Qual o ato administrativo dessa situação?
Aposentadoria. Qual a situação fática? Servidor público que completa 70 anos. Qual a situação jurídica?
A própria constituição federal diz que aquele servidor que completa 70 anos tem que ser aposentado. A
situação jurídica é o embasamento legal que vai levar ao ato de aposentadoria.

Dentro do elemento motivo, há a situação da motivação. O que é motivação? Lá no art. 50 da lei 9784/99
nós vamos ter um rol de atos administrativos que deverão ser motivados. Por exemplo: a dispensa de
licitação precisa haver motivação. O que significa a motivação? É a exteriorização da circunstância fática
e jurídica que levou a pratica daquele ato administrativo. Ora, se estamos diante de uma dispensa de
licitação, diz no art. 50 da lei 9784 que a circunstância fática e jurídica que levou a dispensa tem que ser
publicizada, tem que ser exteorizada.

Caso haja o descumprimento da motivação: se houver o descumprimento da motivação, nós não


estaremos diante de um vício de motivo, e sim de um vício de forma. Então, o descumprimento da
motivação não é um vício no elemento motivo, e sim um vício no elemento forma.

5- Objeto: é a produção dos efeitos do ato administrativo. Por exemplo: o servidor público da
receita federal que praticou o crime de peculato. O objeto do ato administrativo foi a demissão, o efeito
foi que aquele servidor público foi que aquele servidor público fora da atividade administrativa.

O motivo e o objeto poderão ser vinculados ou poderão ser discricionários. Se o motivo for vinculado,
obrigatoriamente o objeto é vinculado. Se o motivo for discricionário obrigatoriamente o objeto é
discricionário. Não existe motivo vinculado, e objeto discricionário, ou motivo discricionário, e objeto
vinculado. Se o motivo é vinculado obrigatoriamente o objeto é vinculado, se o motivo é discricionário
obrigatoriamente o objeto também será discricionário.

Revisão da aula passada:


O elemento competência e o elemento forma, eles podem ter, em decorrência da característica vinculada,
vícios que podem ser corrigidos. Quando o ato é praticado, e ele cumpre o interesse público, dentro da
nossa carta magna, há pelos constitucionalistas e também pelos administrativistas, o princípio chamado
de princípio da instrumentalidade das formas.

Então, no elemento competência e o elemento forma, nós podemos estar diante de vícios e de
ilegalidades, mas vícios que são considerados pela doutrina do direito administrativo como vícios
sanáveis. Isso vai nos levar a ideia de um ato nulo ou de um ato anulado.

Ato anulado: quando estivermos diante de um vício sanado, nós vamos está diante de um vício que não
prejudicou o interesse público, muito menos ocasionou prejuízos a terceiro.

Para nós entendermos se um ato pode convalidado/ corrigido/ ratificado, nós precisamos saber se esse ato
administrativo não prejudicou o elemento finalidade, porque o elemento finalidade é estritamente
vinculado, não existe aquela situação de 99% eu cumpri o interesse público, e 1% eu cumpri o interesse
particular, isso não pode, esse ato administrativo tem que ser afastado do mundo jurídico, ele não pode
produzir efeitos.

Atributos do ato administrativo:


São três atributos.

Os elementos do ato administrativos são requisitos do ato. E os atributos são características supremas do
ato administrativo que vai fazer com que ele se prevaleça em uma relação jurídica.
O ato administrativo pode criar, modificar e extinguir determinadas obrigações. Isso decorre desses
atributos do ato administrativo.

Não confundir os atributos do ato administrativo com os elementos do ato administrativos, elementos
esses que decorrem do art. 50 da lei 4717/65 que regulamenta a ação popular.

Quando nós tivermos falando de características supremas que fazem com que os atos administrativos
dentro das relações jurídicas se sobreponham ou tenham força estatal, nós estamos falando desses
atributos, que vão considerar o ato administrativo mais forte em relação aos outros, porque eles vão ter
essas características de criar, modificar e extinguir. Por quê? Porque é uma manifestação unilateral, sendo
uma manifestação unilateral, ele tem que ter esses atributos, ele não precisa da concordância de terceiros
e nem precisa de prévia autorização do poder judiciário.

Obs. nós lembramos dos atributos de um determinado poder, o poder de polícia. Quais são os três
atributos do poder de polícia? Autoexecutoriedade, imperatividade e discricionariedade. Então, esses
mesmos atributos que estão lá no poder são as características que eles vão ter para estar ele está presentes
dentro dos atos administrativos, para que esses atos possam ter uma valorização suprema dentro das
relações jurídicas.

1- Imperatividade: está dentro daquela ideia de heteronímia, a possibilidade e a capacidade de


impor obrigações aos particulares sem a concordância dos mesmos. Imperatividade é a
possibilidade da administração pública impor em determinado momento determinada obrigação sem
a concordância dos administrados.

Obs. vai existir situação onde a administração pública precisa de concordância da população? Sim, mas
esses casos a lei vai determinar quais situações em que a sociedade, os administrados, os particulares
terão que concordar com administração pública para que essa ponha uma obrigação.

“A busca da consensualidade não afasta a imperatividade”. CORRETO! Quer dizer, que a busca pela
administração pública da concordância da população, da aceitação da população, NÃO AFASTA esse
atributo. Não significa dizer que se a população concordou, a administração pública perdeu esse atributo,
e daí não poderá mais impor essa obrigação aos particulares.

Existem situações, como audiências públicas e as consultas públicas como uma forma da administração
pública dialogar com os particulares para buscar uma consensualidade, mas nem sempre vamos entrar em
uma concordância 100%. Então, a consensualidade não pode afastar esse atributo do ato
administrativo. Desse modo, a administração pública pode impor mesmo diante de setores da sociedade
que não concordem com determinada deliberação imposta pela administração pública.

A imperatividade é um atributo que faz com que administração pública possa impor obrigações a nós
administrados sem a nossa concordância.

A administração pública buscou a consensualidade, mas há determinados setores da sociedade que não
concordaram, isso afasta esse atributo e impede a administração pública de executar ou praticar o ato
administrativo? Não! Isso não afasta, a não ser em situações previstas na lei, situações vinculadas.
2- Presunção de veracidade ou legitimidade: esse atributo traz a ideia de que o ato administrativo
quando praticado pelos agentes públicos, eles são presumidos como verídicos e legítimos, porque eles são
dotados de fé-pública.

Obs. ninguém pode recusar um documento da administração pública, porque ele é dotado de fé-pública.
Isso significa dizer, que se o John que não é pessoa competente para executar determinado ato
administrativo, mas o fez, nós temos que presumir que John era competente para a execução daquele ato
administrativo, e de que a situação a qual ele motivou o ato administrativo é verdadeira. O ônus da prova
para comprovar e contestar esse ato administrativo é de nós os administrados, particulares. Se nós não
concordamos com o ato administrativo praticado com relação ao elemento sujeito ou ao elemento jurídico
(a circunstância jurídica que levou a pratica daquele ato administrativo), nós temos que prestar no poder
judiciário ou até mesmo na administração pública para que se faz a revisão desse ato administrativo.

O que é a presunção de veracidade ou legitimidade? O ato administrativo quando praticado, ele é


verídico e legítimo. Ou seja, ele foi praticado pela pessoa correta e a circunstância jurídica a qual foi
atribuída a ele também está correta.

Obs. pode ser que o ato administrativo tenha sido praticado por uma pessoa competente, mas a
circunstância jurídica que ele alegou no ato administrativo pode ser ilegal, então, aquele ato
administrativo vai produzir efeitos até que a própria administração pública reveja seu ato administrativo
ou até que alguém conteste esse ato administrativo na esfera do judiciário ou na esfera administrativa.

3- Autoexecutoriedade: é a possibilidade da administração pública executar os seus próprios sem


prévia consulta do poder judiciário ou sem prévia decisão judicial.

Essa teoria do ato administrativo nos traz que o ato administrativo quando praticado, ele será presumido
legítimo, verídico, ele poderá impor obrigações a nós administrativos sem a nossa concordância, e aquele
ato administrativo é autoexecutório, a administração pública pode executar a qualquer momento sem a
decisão judicial.
Por exemplo, o pagamento de impostos: é imposto a nós sem a nossa concordância.

Obs. contribuição de melhoria: é uma espécie de tributo, em que administração pública diz vai fazer um
serviço de urbanização, pavimentação e de saneamento básico em determinada localidade, e para isso nós
precisamos da contribuição de vocês, até porque vocês terão os imóveis de vocês valorizados. Isso é
imperatividade? Não é!

Questão: a multa de trânsito é um ato administrativo? É um ato decorrido de um poder, mas não deixa de
ser um ato. É imperativo? Sem que tenha a concordância, isso não afasta a imperatividade.

Há quem entenda que por se passar um processo administrativo tributário. Há um fato gerador,
lançamento, tudo isso para que aquele imposto seja cobrado, tudo isso é do processo administrativo
tributário, mas descentralizado por vários atos administrativos. O próprio lançamento é um ato
administrativo, se é ato administrativo, a maioria dos autores concordam que tem os atributos e os
elementos do ato administrativo.
Quando eu falo da consensualidade e da imperatividade, existem situações em que administração pública
não precisa perguntar a nós. Não precisa perguntar a sociedade, porque ela já pode impor essa obrigação,
mas quando a administração pública faz isso, é para buscar uma mera efetividade e aceitação da
sociedade daquele ato administrativo. Isso é o que chamamos de política participativa, de atos
administrativos participativos.

Mérito administrativo: até que ponto o judiciário pode analisar a conveniência e oportunidade da
administração pública? Qual o limite do controle jurisdicional para determinadas situações? A
discricionariedade administrativa nós ligamos muito a ideia de conceitos jurídicos indeterminados. Mas
há quem discorde, que diz que conceito jurídico indeterminado não gera discricionariedade
administrativa, conforme, o prof. Flavio Nunes. O prof. traz uma teoria alemã que é a teoria da
adequabilidade normativa, que é a teoria de argumentação jurídica, que diz que a depender do conceito
jurídico indeterminado há de ser feito uma avaliação com relação a ser um conceito de valor ou um
conceito de experiência. Quando nós estivemos diante de um conceito jurídico indeterminado que é um
conceito de experiência, nós vamos está diante de jurisprudências administrativas pacificadas, e aquela
indeterminação deste conceito não vai gerar margem para administração pública, porque o histórico de
decisões da administração pública vai mostrar qual é o caminho.

Já quando nós entramos em um conceito de valor, nós podemos entender que há uma discricionariedade
administrativa por perceber conceito fluído, de fato, é. Mas para o prof. Pereira, a cada momento que
você avança nas limitações e restrições de situações possíveis de serem aplicados, você está restringido as
possibilidades possíveis, e a margem de escolha, e nisso a discricionariedade administrativa vem ser
reduzida.

Prof. Celso Antonio Bandeira de Melo: diz o conceito jurídico indeterminado gera essa discricionariedade
administrativa. Ele vai citar três zonas para essa discricionariedade: nós vamos ter a zona positiva, a zona
negativa, e a zona cinzenta para analise dessa discricionariedade administrativa. A zona positiva é aquela
em que existem quatro possibilidades, ou até mais, possíveis e consideradas legais. Existem várias
possibilidades em que a administração pública vai decidir, todas consideradas legais. A zona negativa: não
existe margem para a discricionariedade, só existe um caminho a ser seguido. A zona cinzenta: o
administrador público se depara com a seguinte situação em que não sabe se das duas situações possíveis,
uma não pode ser considerada ilegal ou até mesmo as duas situações. Situações em que a administração
pública simplesmente ela não sabe o que fazer, e ela deixa o judiciário chegar a uma decisão possível para
como pode se resolver essa situação.

A maioria da doutrina do direito administrativo entende que esses conceitos jurídicos indeterminados
geram essa margem de escolha, mas existem autores que vão dizer que conceito jurídico indeterminado
não vai ter uma margem de escolha para a decisão administrativa.

O que é essa discricionariedade? A discricionariedade administrativa é a conveniência e a oportunidade


da atividade administrativa. Eu vou praticar um ato administrativo discricionário com base na minha
conveniência e oportunidade.
Pergunta: há a possibilidade de fato de controle jurisdicional sobre o mérito administrativo? A luz de um
senso comum administrativista, sim. Se esse mérito administrativo, se essa discricionariedade começasse
a ser arbitrária, e ultrapasse o teto da legalidade da qual o princípio concordou essa discricionariedade,
essa margem de escolha, então, o judiciário tem que intervir, o judiciário não pode se afastar de analisar
lesões as direitos.

Por exemplo: a possibilidade de entrar contra o estado, para que o estado garanta cirurgias, internações, e
tratamentos fora de município. Mas isso é invadir o mérito administrativo? Sim! Porque a lei
orçamentária anual é considerada discricionária.

Obs. despesas vinculadas e despesas discricionárias. As despesas vinculadas não tem como você fugir,
porque a lei de responsabilidade fiscal e diz que você tem que aplicar 12,5% do seu orçamento na área de
saúde, o que você for aplicar a mais é discricionário. Mas se o município aplica dentro da aplicação
básica, no teto da LMF (?), mas aplica 30% do seu orçamento na área de saúde, e não consegue demandar
uma série de fatores. Com a decisão judicial se garante outras situações, se o município não tem condição,
que pague o tratamento fora do estado.

Até onde o judiciário pode ir?

O STF entendeu que nessas situações de tratamento e saúde, o judiciário pode intervir. A grande discussão
agora é com relação as decisões judiciais que ameaçam que caso não seja cumprida, o secretária de saúde
do município vai ser preso.
Esse tipo de controle judicial desse mérito administrativo são situações em que são perfeitamente cabíveis
o tratamento.
Exemplo: Nós temos várias despesas vinculadas, saúde e educação, e nós temos algumas secretárias e
ministérios, como por exemplo, no MA, a secretária de participação popular de direitos humanos.

Vamos supor que exista dentro da área de promoção de direitos humanos um valor de 500 mil reais para
se gasto na promoção de DH. Uma determinada pessoa vai lá e entra no judiciário dizendo que esse valor
é irrisório para a política de promoção de DH. O judiciário vai lá e concede liminar dizendo que precisa
ser aumentado.

Extinção dos atos administrativos:


Se formos lembrar do poder de autotela do estado previsto na súmula 473 do STF, nós vamos lembrar que
pode a administração pública rever seus próprios atos administrativos, e quando em caso de vício de
legalidade, anular.

Quando em caso também de inconveniência ou inoportuno, poderá a administração pública revogar os


atos administrativos.

Plano da eficácia dos atos administrativos: os atos administrativos produzem efeitos. Existem momentos
que esses atos administrativos eles são afastados dessas produções de efeito, isso ocorre através do que?
Dessas três modalidades de extinção dos atos administrativos anulação, revogação e convalidação.

Anulação: vai acontecer quando um ato administrativo tiver vício de legalidade ou legitimidade. Em
quais atos administrativos podem sofrer anulação? Tantos os atos administrativos vinculados quanto os
atos administrativos discricionários.
Quem que pode realizar a anulação de um ato administrativo? o poder judiciário quando provocado, e a
administração pública em decorrência do seu poder de autotutela.

Quais seriam os efeitos dessa anulação? Seriam efeito retroativos ou prospectivos? Efeitos retroativos
(ex tunc).

Situação: a administração pública em 2013 concedeu benefício salarial para determinado setor do serviço
público, esse benefício foi concedido e autorizado, e durante três anos esses servidores receberam isso. Lá
agora em 2016, a administração pública percebeu que aplicou a regra jurídica errada, e vai anular o ato,
porque teve um vício de legalidade. Teriam os servidores que devolver o dinheiro já recebido? Vai
retroagir, mas não vai prejudicar terceiro? Tem tempo para a administração pública pode anular ele?
Tem tempo para a administração pública analisar o ato administrativo, e anular? Até quanto tempo a
administração pública pode reavisar e anular um ato administrativo? Cinco anos! A administração pública
tem até cinco anos para analisar os seus atos administrativos. Isso está previsto no art. 53 ao 55 da lei
9784 (Lei que regulamenta o processo administrativo federal).

Vamos supor que, quando a administração pública ainda de forma errada concedeu isso em 2013, dizia
que era preciso apresentar um determinado documento. Um servidor público foi lá e apresentou um
documento falso. Em 2016, a administração pública resolveu anular esse ato administrativo. No primeiro
caso, os servidores têm que devolver o dinheiro? E nesse caso que o servidor apresentou um documento
falso tem que devolver o dinheiro? No primeiro, não, porque não se pode prejudicar terceiros de boa-fé.
No caso comprovado a boa-fé não terá que devolver para corrigir. E se passar cinco anos, esse servidor
que apresentou o documento falso pode ter o direito adquirido? Não! Porque a lei 9784 prevê que não se
aplica prazo decadencial de cinco anos quando comprovada a má-fé.

Espécies de extinção do ato administrativo:


Anulação: vai acontecer quando esse ato tiver um vício de legalidade ou legitimidade, isso pode
acontecer tanto em atos administrativos vinculados quanto em ato atos administrativos discricionários, os
efeitos dessa anulação são efeitos retroativos- ex tunc. Quem pode fazer a anulação do ato administrativo?
O poder judiciário quando provocado e a própria administração pública. O prazo decadencial para a
anulação desses atos administrativos é de cinco anos, salvo, comprovada a má-fé.

Se houver boa-fé, depois de cinco anos, não pode mais anular o ato administrativo.

Jurisprudência é pacífica no sentido de que ninguém vai ter direito adquirido diante de um ato
administrativo ilegal. No exemplo dado, os servidores, como são terceiros de boa-fé, eles não perderão o
benefício dado, mas isso é chamado de direito adquirido.

A revogação vai se está diante de um ato administrativo legal e legítimo, só que esse ato administrativo
não é mais conveniente e oportuno para o interesse público. A revogação vai acontecer diante de um ato
administrativo legal e legítimo, mas só acontece diante de uma espécie de ato administrativo, os
chamados atos administrativos discricionários.
A revogação é diferente da anulação: a revogação vai acontecer diante de um ato administrativo legal e
legítimo, mas é um ato administrativo que deixa de ser conveniente ou oportuno para o exercício da
atividade administrativa. Ele vai acontecer somente para atos administrativos discricionários. E os
efeitos? São efeitos prospectivos, para o futuro (ex nunc). Quem que pode aplicar a revogação? Somente
a administração pública, porque o judiciário não cabe análise do mérito administrativo.

Passou o prazo de cinco anos, o ato administrativo não pode ser mais anulado, mas ele pode ser retirado
do mundo jurídico? Se ele pode ser retirado do mundo jurídico, por qual instrumento? Se torna legal
depois? De que forma ele pode ser retirado do mundo jurídico?

Exemplo: janeiro de 2013, o prazo decadencial vai vencer em janeiro de 2018. Quando chegar em março,
eu não posso anular daqui para frente a produção/revogação de efeitos, mas eu posso anular de janeiro
para março.

Anulação: ato ilegal e ilegítimo. Revogação: ato legal e legítimo, só que ele deixa de ser conveniente e
oportuno para o interesse público.

A anulação vai acontecer diante de atos administrativos discricionários, e vinculados. A revogação vai
acontecer diante de atos administrativos discricionários.

Quem pode fazer a anulação? O poder judiciário e a administração pública. Revogação? Somente a
administração pública.

Efeitos da anulação? Ex tunc, efeitos retroativos. Efeitos da revogação? Ex nunc, efeitos prospectivos,
efeitos para frente.

A revogação vai acontecer diante de atos administrativos discricionários, porque a administração pública
vai analisar o mérito administrativo, vai analisar a convivência e oportunidade. A partir do momento em
que aquele ato administrativo que é legal e é legítimo também deixa de ser oportuno e conveniente para
administração pública, poderá a administração pública revogar esse ato administrativo. Quais os efeitos
da revogação? Efeitos ex tunc, são efeitos prospectivos, dali para frente.

Convalidação do ato administrativo: espécie de extinção desses atos. Na convalidação, nós vamos
lembrar dos vícios sanáveis lá do elemento competência e forma. O que são vícios sanáveis? Estão
previstos no art. 55 da lei 9784/99, são aquelas que não ocasionaram prejuízo ao interesse público e nem
ocasionaram prejuízos a terceiros de boa-fé. Diante de um ato administrativo que possua vícios de
legalidade ou de legitimidade, mas que esse vício não ocasionou prejuízo ao interesse público e nem
ocasionou prejuízo ao terceiro de boa-fé, esse ato administrativo poderá ser corrigido. Isso é o que
chamamos de convalidação do ato administrativo, a correção de um ato administrativo que possua vícios
de legalidade e legitimidade, principalmente, nesses dois elementos do ato (competência e forma), onde
esses vícios não ocasionaram prejuízo ao interesse público, muito menos ao terceiro de boa-fé.

E com relação ao elemento de finalidade? Com relação ao elemento finalidade não. A finalidade somente
é o interesse público. Não há vício sanável com relação a esse elemento.

Efeitos da convalidação: efeitos ex nunc, efeitos retroativos.

Teremos mais uma modalidade de extinção dos atos administrativos, que é a cassação do ato
administrativo. Como é que se dá a cassação do ato administrativo? Um determinado particular cumpriu
os requisitos estabelecidos por uma repartição pública para conseguir determinado licenciamento. A partir
do momento em que aquele particular recebeu aquele licenciamento, que em tese é vinculado, porque a
partir do momento em que ele cumpre os requisitos, ele tem direito a receber aquele alvará ou aquela
licença por parte da repartição pública. A partir do momento em que ele deixar de cumprir um desses
requisitos, a administração pública poderá automaticamente cassar a licença. Se cassa a licença, vai estar
cassando um ato administrativo.

Atos administrativos em espécie: licenciamento, autorização, permissão, decreto, resoluções. Atos


administrativos de autorização e licença.

Para a doutrina do direito administrativo, a autorização ela é precária, a administração pública pode cassar
ela a qualquer momento, mesmo que o particular não deixe de cumprir um dos requisitos. Ele está
cumprindo todos, mas se a administração pública entender que conveniente e oportuno para aquele
momento cassar aquela autorização, é possível. Essa espécie de ato administrativo é um ato precário, um
ato precário a qual a administração pública pode tirar a qualquer momento do mundo jurídico. Já a licença
não, a licença tem uma característica de vinculação. Cumprido os requisitos, o particular tem direito a
aquele ato administrativo, porém, se ele deixa de cumprir um dos requisitos, a administração pública pode
automaticamente também retirar esse ato concedido ao particular.

Classificação dos atos administrativos quanto aos destinatários  Atos gerais: são aqueles que não
exigem uma pessoa determinada. É destinado a diversas pessoas, para uma diversa classe dentro da
sociedade. É um ato administrativo expedido pela administração pública que alcance todos administrados
ou parte dos administrados na sociedade. Alcançam o plural de pessoas, uma quantidade indeterminada de
pessoas. Você não sabe quantas pessoas serão alcançadas por esse tipo de ato administrativo.

Atos pessoais: é um ato direcionado para uma pessoa. Quando você determina, as pessoas são
conhecidas. Ex: fulano de tal é nomeado para ocupar determinado cargo da administração pública.

Pergunta: a nomeação de trinta pessoas para um concurso público, seria um ato geral? Seria um ato
pessoa, são trintas pessoas a quais a administração pública sabe quem são, são determinadas.

Classificação dos atos administrativos quanto a vinculação e discricionariedade: Atos vinculados.


Atos discricionários.

Atos externos: quando a administração pública expede um ato administrativo em que vai alcançar a vida
dos particulares, a vida em sociedade dos administrados. Atos internos: para dentro da função
administrativa, para dentro do comando da administração pública, é para o funcionamento interno da
administração pública. Exemplo: uma portaria que diz que determinada superintendência vai funcionar de
8:00 até 12:00, e outra vai funcionar de 14:00 até 18:00.

Um ato pessoal pode ser externo ao mesmo tempo? Sim! Essas classificações não excluem uma as outras,
um ato administrativo pode ser vinculado, pessoal e externo.

Existe uma outra classificação de ato administrativo que são os chamados ato composto e ato complexo.
Ato composto: é aquele ato administrativo que depende de duas vontades, só que a segunda vontade está
somente ratificando a outra (a primeira). Existe a principal e a acessória. O ato acessório poderá ser
corrigido, poderá ser discutido. Ato complexo: depende de duas vontades diferentes com pesos iguais.
Exemplo: a nomeação do procurador geral da pública, é indicado pelo presidente do executivo, mas se o
senado veta, ele não poderá ser nomeado.

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