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Karina Yamamoto1
Abstract: The paper seeks to raise questions about the body, forms of coercion
used by the Foundation House - an institution designed to work with youngsters
in compliance with the law - And how the theater, through lessons in the school
curriculum, can promote changes in these bodies.
1
Karina
Ribeiro
Yamamoto,
mestre
em
Artes
Cênicas
pelo
Programa
de
Pós
Graduação
da
Escola
de
Comunicações
e
Artes
da
Universidade
de
São
Paulo,
área
de
concentração:
Pedagogia
do
teatro.
Atualmente
ministra
aulas
na
E.E.
Ermano
Marchetti
e
no
Internato
Pirituba,
em
São
Paulo.
Também
atua
como
atriz
pela
Companhia
de
Teatro
Ora
Patru
(TOPA),
da
Cooperativa
Paulista.
2
A
alteração
do
nome
se
deu
com
a
lei
estadual
no
12.469,
publicada
no
Diário
Oficial
do
Estado
de
São
Paulo
em
23
de
dezembro
de
2006.
3
Corpo,
aqui,
é
visto
como
um
todo,
sem
a
separação
(dicotômica)
entre
corpo
e
mente,
mas
como
propõe
a
teoria
do
corpomídia,
que
“trata
do
corpo
fora
do
modelo
da
caixa
preta,
que
o
divulga
como
o
meio
onde
uma
informação
adentra
(input),
é
nele
processada,
e
dele
sai
para
o
mundo
(output)”
(Katz
e
Greiner,
2002,
p.1).
Este
conceito
parte
da
arte
cênica
e
não
do
corpo
cotidiano.
O I Pirituba é destinado à internação com períodos que variam de seis
meses a três anos. Criado em 2001, recebe réus primários e é considerado a
primeira “Febem modelo”4 construída. Tem capacidade máxima para 78
adolescentes, distribuídos nos pátios I e II, o primeiro com capacidade para 48
e o segundo, para 24, ficando o restante das vagas na Unidade de
Atendimento Intensivo (UAI) 5. Inicialmente, ministrava aulas para todas as
turmas, consequentemente para todos os jovens. No entanto, devido a
mudanças na grade curricular, passei a não ministrar aulas no Nivel 1 (1ª à 4ª
serie do Ensino Fundamental). A formação de uma turma da UAI depende do
número de alunos, e esse varia todos os anos. Consequentemente, cerca de
20 adolescentes por semestre não são meus alunos. Isso influenciaria se
minha busca fosse quantitativa, mas procurei analisar este trabalho de forma
mais subjetiva, através da observação cotidiana em sala de aula, daqueles que
são, efetivamente, meus alunos.
Mesmo meu trabalho sendo diferente de Freire, pois não o realizo com
crianças, mas com adolescentes, essa rotina é (foi) também importante para
esses jovens. Acredito que o tempo foi necessário para que pudesse observá-
los, aceitá-los, e eles a mim – da mesma forma que o olhar precisa de tempo
para que vislumbre e se acomode nas suas dimensões; que o olfato se
acostume com o cheiro; o ouvido, com o som constante de “senhora” 8, que um
animal para se adaptar a um novo ambiente e um corpo a um novo espaço
REFERÊNCIAS