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Guia Prático para um Controle Mais Limpo,

Seguro e Produtivo de Pó e Material a Granel

Elaborado para auxiliar na educação e


orientação de técnicos de manutenção
de campo, engenherios, equipe de
operadores e pessoal de manutenção, o
livro FOUNDATIONS ™, Quarta Edição,
oferece uma visão abrangente das melhores
práticas em segurança do transportador,
controle e prevenção de material fugitivo
e avanços no projeto do transportador.

Direitos Autorais © 2009 Martin Engineering Company


Form No. L3271-4-4/09 WZ

Impresso no Brasil.
Guia Prático para um Controle mais Limpo, Seguro e Produtivo de Pó e Material a Granel

SEDE DA MARTIN
ENGINEERING
Rua Estácio de Sá, 2104 – Jardim Santa Genebra
Campinas – SP – Brasil – 13080-010
Tel.: 55 19 3709 7200
Fax: 55 19 3709 7201
martin@martin-eng.com.br
www.martin-eng.com.br

Quarta Edição

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Foundations ™
Guia Prático para um Controle mais Limpo, Seguro e Produtivo
de Pó e Material a Granel

Quarta Edição
Foundations ™

Guia Prático
para um Controle mais Limpo, Seguro e Produtivo
de Pó e Material a Granel

Quarta Edição

por

R. Todd Swinderman, P.E.


Andrew D. Marti
Larry J. Goldbeck
Daniel Marshall
&
Mark G. Strebel

Martin Engineering Company


Neponset, Illinois
U.S.A.
A aplicação das informações e dos princípios contidos neste livro deve ser cuidadosamente avaliada, visando a determinar suas adequações
para um projeto específico.
Para auxílio na aplicação de informações e princípios sobre transportadoras específicas introduzidas neste documento, consulte a Martin
Engineering ou outros engenheiros capacitados.
Aviso legal Unidade Imperial/Sistema Métrico
1. A Martin Engineering publica este livro como um serviço à indústria de manu- As medidas métricas, com suas conversões imperiais
seio de material a granel. O livro é disponibilizado apenas com o objetivo de comuns, são utilizadas no decorrer do livro, exceto
informar de maneira genérica e não tem a intenção de fornecer conhecimento onde a fonte original está especificada em unidades
aprofundado sobre o controle de materiais fugitivos e operações de manuseio imperiais. Neste caso, as unidades imperiais efetivas
de material a granel. As opiniões expressas neste livro são de responsabilidade são utilizadas com conversões métricas aproximadas.
dos autores e representam um consenso entre eles sobre os tópicos discutidos. A vírgula foi utilizada no decorrer deste livro como
2. As imagens, os gráficos, as tabelas e os diagramas contidos neste livro são uma marcação decimal em medidas métricas, o
utilizados para informar pontos específicos e, portanto, podem não estar que é prática comum em padrões publicados pela
tecnicamente corretos ou completos em todos os detalhes. Nomes e dados Organização Internacional para a Padronização
fictícios fornecidos neste livro têm o propósito de informar conceitos; qualquer (ISO).
similaridade deles com nomes ou dados de entidades reais é mera coincidência
e é involuntária.
3. Este livro é disponibilizado sem qualquer descrição ou garantia sobre a
exatidão ou integridade de seu conteúdo. Sem limitar a generalidade do
supracitado, as seções “Assuntos de Segurança”, contidas neste livro, foram
desenvolvidas para destacar assuntos de segurança específicos e não devem
ser consideradas completas ou detentoras de todos os assuntos de segurança
relacionados às operações de manuseio de materiais a granel.
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HIPÓTESE A MARTIN ENGINEERING OU OS AUTORES SERÃO
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FOUNDATIONSTM
ISBN 978-0-9717121-1-9
Número de controle da Biblioteca do Congresso: 2007942747
Direitos Autorais © 2009 Martin Engineering
Parte Número L3271-4
Foto da Capa © Lester Lefkowitz/Corbis Corporation
Todos os direitos reservados. Esta publicação não pode ser
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reproduzida a partir de outras fontes protegidas por direitos autorais. Campinas – SP – Brasil – 13080-010
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Editora: Martin Engineering, Ltda. martin@martin-eng.com.br
Tradução e Diagramação: AMK Traduções (SP) www.martin-eng.com.br

iv
Índice

Índice. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . v Seção Um
Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . vi FUNDAMENTOS PARA O MANUSEIO SEGURO DE MATERIAIS A
Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . viii GRANEL
Dedicatória. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . x 1 Controle Total de Materiais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
2 Segurança. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3 Transportadores passo a passo: Componentes do Transportador. 28
4 Transportadores passo a passo: A Correia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
5 Transportadores passo a passo: Emenda da Correia. . . . . . . . . . . 60

Seção Dois
CARREGANDO A CORREIA
6 Antes da Zona de Carga. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
7 Controle do Ar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
8 Chutes de Transferência Convencionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
9 Auxílios de Fluxo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
10 Suporte da Correia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
11 Calhas-Guia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152
12 Chapas de Desgaste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 170
13 Sistemas de Vedação Lateral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180

Seção Três
CICLO DE RETORNO DA CORRREIA
14 Limpeza da Correia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196
15 Raspadores de Proteção das Polias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 244
16 Alinhamento das Correias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 252

Seção Quarto
CONTROLE DE PÓ
17 Panorama de Controle de Pó. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 280
18 Controle Passivo de Pó. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 296
Pesquisa, Desenvolvimento de Pessoal, 19 Supressão de Pó . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 304
Serviços e Produtos 20 Coleção de Pó. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 322

Centro de Inovações para o Manuseio de Seção Cinco


Material a Granel. . . . . . . . . . . . . . . . . . 516 CONCEITOS DE VANGUARDA
Programas Educacionais 21 Transp. Precisos, Seguros e Produtivos desde seu Desenho. . 340
FOUNDATIONS™ . . . . . . . . . . . . . . . . 518 22 Chutes de Fluxo Projetados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 348
Serviços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 520 23 Transportadores Sustentados por Ar . . . . . . . . . . . . . . . . . 364
Produtos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 521 24 Sistemas de Lavagem de Correia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 376
25 Ciência de Materiais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 398

Apêndices eção Seis


S
Apêndice A: Referências . . . . . . . . . . 526 MANUTENÇÃO DO TRANSPORTADOR
26 Acessibilidade do Transportador de Correia. . . . . . . . . . . 414
Apêndice B: Glossário . . . . . . . . . . . . 532 27 Vistoria do Sistema de Transportador de Correia . . . . . . . 424
Abreviações das Medidas. 542 28 Manutenção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 434
Apêndice C: Etiquetas de Segurança. . 544 29 O Fator Humano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 444
Apêndice D: Índice de Equações. . . . . 552 eção Sete
S
Índice de Tabelas. . . . . . . 553 PANORAMA DO MANUSEIO DE MATERIAIS A GRANEL
Índice Remissivo. . . . . . . 554 30 Gerenciamento Total do Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 454
31 Medidas de Desempenho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 464
Apêndice E: Autores &
32 Considerações sobre Setores Específicos. . . . . . . . . . . . . . 484
Agradecimentos. . . . . . . . . . . . . . . . . 560
33 Considerações sobre Transp. Especializados. . . . . . . . . . . 504

v
Prefácio

Trabalhando em nossa oficina no porão, em 1944, meu pai, Edwin


F. Peterson, inventou uma resposta para problemas no manuseio
de materiais a granel: o vibrador industrial de bola. Registrada como
VIBROLATOR®, sua invenção forneceu o alicerce para o sucesso da
Martin Engineering. Desde então, crescemos ao redor do planeta: somos
proprietários e operamos nosso próprio negócio em Michigan, Brasil,
China, Alemanha, Indonésia, México e África do Sul, com licenciados

“O controle de pó
na Austrália, no Canadá, no Chile e na Índia. Na Europa, temos também
filiais na França, na Turquia e no Reino Unido. Temos quase 800
funcionários por todo o mundo; Nossa dedicada equipe tornou possível
e derramamento ultrapassarmos 135 milhões de dólares em vendas no ano de 2008.

não é apenas Seguindo o exemplo de meu pai, a Martin Engineering permanece


inovando constantemente na resolução de problemas relacionados
uma ciência, é ao manuseio de material a granel. Inerente aos valores da Martin
Engineering está o nosso objetivo de tornar o ambiente de manuseio de
também uma material industrial mais limpo, seguro e produtivo. Por quase 65 anos
trabalhamos para aprimorar nosso ambiente global através do controle
arte. A Martin de pó e derramamento no manuseio de materiais a granel, seguindo
uma proposta “ecológica” muito antes de ser algo popular. O controle

Engineering de pó e derramamento não é apenas uma ciência, é também uma arte.


A Martin Engineering desenvolveu ambos com maestria.

desenvolveu ambos Martin Engineering, a pioneira e líder mundial no desenvolvimento


de sistemas projetados de limpeza e vedação de correia, continua
com maestria” inovando e dispõe de recursos para suprir as necessidades do setor
por todo o planeta. Nosso Centro de Inovações para o Manuseio
de Material a Granel (aberto em Junho de 2008) demonstra nosso
compromisso com o aprimoramento do setor. Localizado em nossa
matriz mundial, em Neponset, Illinois, EUA, o Centro de Inovações
(CFI) é tanto um laboratório de pesquisas em ciências fundamentais
como um centro de desenvolvimento de produtos industriais. Visa
a auxiliar nossos clientes a compreender e resolver problemas
relacionados ao manuseio de materiais a granel. Controlar o pó e o
derramamento é um objetivo que se realiza todos os dias para nossos
clientes, graças a nossa Garantia, Absolutamente, Categoricamente,
Sem Isenções.

É com grande prazer que apresento a quarta edição de


FOUNDATIONS™: Guia Prático para um Controle mais Limpo,
Seguro e Produtivo de Pó e Material a Granel para aqueles envolvidos
com manuseio de materiais a granel.

Edwin H. Peterson
Presidente, Conselho Administrativo
Martin Engineering

vi
Prefácio

Desde seu início, na década de 1940, a Martin limpa, “THINK CLEAN®”, enquanto aprimoram a
Engineering é comprometida com segurança, excelência eficiência, produtividade e segurança.
e inovação no manuseio de materiais a granel. De nossos
primeiros vibradores industriais até os conceitos de ponta Como todos sabem, trabalhamos em um perigoso setor
em transportadores existentes hoje em dia, nosso foco global e precisamos ser enfáticos para evidenciar tais
estratégico no aprimoramento contínuo representa o preocupações. Existem muitos ferimentos e fatalidades
crescimento e o desenvolvimento das práticas em prol em nosso ramo que poderiam ser evitados. Devemos
do controle efetivo da movimentação de material e do considerar a segurança em operações de transportadores
aprimoramento de operações envolvendo transportadores como uma prioridade. No início da revisão de
de correia. Muitos de nossos aprimoramentos são FOUNDATIONS3 para esta quarta edição, os autores
baseados em nossa convicção fundamental de que, para a fizeram uma decisão consciente de transferir nossa ênfase
obtenção de um manuseio limpo, seguro e produtivo de em segurança para a seção inicial do livro. Além do
material a granel, as empresas devem assegurar o controle material no capítulo de segurança, o leitor irá encontrar
integral de material em seus transportadores de correia. informações adicionais e notas de segurança no decorrer
do livro. A maioria dos capítulos inclui uma seção distinta
Com a inauguração do Centro de Inovações para designada “Questões de Segurança” para o leitor analisar.
o Manuseio de Material a Granel em nossa matriz Simplificando, devemos nos empenhar mais em proteger a
global localizada em Neponset, Illinois, EUA, a vida daqueles que trabalham em nosso setor.
Marting Engineering se empenhou significativamente e
demonstrou, de maneira substancial, um desenvolvimento Através da leitura de FOUNDATIONS™, Guia Prático
contínuo para a indústria de manuseio de materiais a para um Controle mais Limpo, Seguro e Produtivo de
granel. Nosso objetivo é compartilhar o conhecimento Pó e Material a Granel, você irá conhecer mais sobre
adquirido mediante essa ciência fundamental e no as qualificações e a filosofia da Martin Engineering.
centro de pesquisa prática aplicada, com universidades, Esperamos que o considere útil, tornando as operações de
associações e clientes. Através desses recursos e com seus transportadores mais limpas, seguras e produtivas.
comprometimento, a Martin Engineering continuará
sendo a líder no fornecimento de informações e no
desenvolvimento de tecnologias para controlar o pó,
derramamento e materiais fugitivos.

Baseados em nossa experiência e pesquisa, nossa Scott E. Hutter


intenção é fornecer um extenso programa educacional
Presidente e Diretor Executivo
que incluirá treinamentos on-line, workshops, seminários,
Martin Engineering
programas de certificação, cursos autorizados pelo MEC e
apresentações técnicas em conferências. Iremos trabalhar
conjuntamente com universidades participantes para levar
ao setor de manuseio de materiais a granel pesquisas mais
atuais, os dados técnicos mais confiáveis e as melhores
práticas. Martin Engineering continuará a introduzir
informações ao redor do mundo por meio de nossos
livros e workshops, todos focados em auxiliar as indústrias
que manuseiam materiais a granel a assumir uma postura

vii
Introdução

A pergunta mais comum feita por tadores, na medida em que eles ocorrem, mas
engenheiros que encontro em minhas viagens os operadores não podem parar a produção
pelo mundo é “Que mudanças observou no em função da necessidade de atingir cotas.
setor de manuseio de materiais a granel nos Antigamente, quando novos engenheiros eram
últimos 50 anos?” inseridos em programas de aprendizagem jun-
to com colegas experientes, eles eram expostos
O que mudou? a situações do mundo real. Eles adquiririam
A. Computadores: Primeiro e acima de experiência para uma rápida análise e o reparo
tudo está o computador. Ele rastreia, registra de quebras, de maneira a permitir que a fábri-
e protege tudo que fazemos. Cinquenta anos ca retomasse a produção. Como resultado de
atrás, as prioridades de projetos para trans- modernas técnicas de engenharia, sistemas de
portadores estavam contidas em livros; hoje manuseio de materiais a granel estão sendo
em dia, elas estão em bancos de dados de desenvolvidos por detalhadores com pouca
computadores. ou nenhuma experiência prática. Enquanto
fábricas, usinas e minas vêm tentando manter
“Que mudanças Como resultado,
engenheiros mecâ-
os equipamentos mecânicos funcionando e
produzindo, operadores são forçados a aceitar
você observou no nicos são graduados
somente sabem fazer
um design com poucos recursos de acesso
para reparo do sistema. Na medida em que
setor de manuseio desenhos e cálculos
com o auxílio do
observo fábricas modernas dotadas com os
mesmos projetos de engenharia utilizados 30
de materiais a computador. anos atrás, pergunto-me quem será capaz de
conservar, em uma base diária, os componen-
granel nos últimos Programas avan-
çados de computa-
tes que tendem a falhar ou desgastar, especial-
mente quando o design não tem recursos que
dor permitem que
50 anos?” engenheiros vejam
permitem a execução de reparos necessários
de maneira prática e rápida.
“imagens virtuais” e
que desenvolvedores Aprimoramentos em design podem ser exe-
vejam representações visuais das propriedades cutados de maneira mais eficiente por aqueles
de fluxo de um material. com experiência prática em transportadores.
Operadores experientes têm o conhecimento
Esses programas permitem diversas possibi- para conduzir uma equipe de desenvolvi-
lidades de desenvolvimento para que enge- mento, prevenindo falhas no equipamento
nheiros possam obter os resultados almejados e fornecendo meios para reparar problemas
em cada ponto de transferência no transporta- com o mínimo de paralisação. Eles devem ser
dor. No entanto, é importante lembrar que o permitidos e estimulados a contribuir para o
modelo gerado por computador somente será design.
válido quando um engenheiro ou técnico, que
tenha experiência prática com o material a C. Normas Ambientais e de Seguran-
granel em questão, o tiver revisado. Além dis- ça: Outras diferenças estão nas intensificadas
so, o engenheiro experiente ou técnico deve normas e nos regulamentos ambientais e de
aprovar os componentes do transportador, segurança, que atualmente devem ser incorpo-
lembrando que eventualmente eles precisarão rados a prioridades de design. Essas normas
ser consertados, portanto, devem ser desen- tornaram-se tão importantes quanto as exigên-
volvidos visando a fácil acessibilidade e a uma cias para produção de transportadores. Ficou
manutenção segura. obvio para mim, desde a década de 1950, que
“Material de Retorno” e pó eram assuntos
B. Experiência Prática: Atualmente, a de segurança/saúde/prejuízo que precisavam
maioria das fábricas opera 7 dias por semana, ser considerados durante o projeto inicial, ao
24 horas por dia. A gerência pode exigir que invés de esperar ameaças de multa ou suspen-
uma fábrica dobre a produção com uma equi- são das operações, impostas por inspetores,
pe reduzida pela metade. Essas instalações para então eliminar o perigo do “Material de
precisarão consertar problemas em transpor- Retorno”.

viii
Introdução

O que nos aguarda no futuro? ignorar tais demandas serão paralisados


A. Transportadores Limpos: Eu vejo ou estarão sujeitos às severas multas
muito céu azul; eu vejo manuseio limpo de governamentais.
material feito por transportadores de correia
que são lavados e secados. Esse sistemas 50 Passados – 50 Futuros
super limpos serão desenvolvidos pela atual Muitas mudanças ocorreram nos últimos
fraternidade de engenheiros que trabalhará 50 anos e tornaram o manuseio de material
com segurança, em conjunto com técnicos a granel mais limpo, seguro e produtivo: a
ambientais e de processo, para desenvolver utilização de computadores para elaborar
designs que não sejam somente gentis com os designs ideais para cada ponto de transferên-
trabalhadores, mas também com o meio am- cia, equipes de desenvolvimento utilizando a
biente. O objetivo é desenvolver sistemas que base de conhecimento dos operadores para
atendam todas as normas governamentais, em aprimorar o design, e normas para tornar o
prol de uma operação segura e limpa. manuseio de materiais a granel mais limpo e
seguro tanto para os trabalhadores como para
B. Manutenabilidade dos transpor- o meio ambiente.
tadores: O design de transportadores terá
como base um reparo rápido, fácil e intuiti- Ainda existe muito espaço para mudanças
vo. Normas de segurança poderão permitir positivas durante os próximos 50 anos, de ma-
que técnicos certificados em transportadores neira a tornar o setor ainda mais limpo, fun-
(CCTs) reparem, no futuro, transportadores cional, produtivo e seguro. Aprimoramentos
de correia durante o funcionamento. Seme- que revolucionam o manuseio de materiais
lhante às normas de segurança que permitem a granel continuarão a ser feitos. Esperamos
eletricistas certificados inspecionar uma caixa que a próxima edição de FOUNDATIONS™
de comando elétrica sem cortar a alimentação, descreva muito mais desses avanços.
os CCTs poderão reparar transportadores “Mantenha uma postura limpa!”
em funcionamento, resultando em menos aci-
dentes, maior produção e maior lucro. Além Dick Stahura
disso, com uma manutenabilidade aprimo- Consultor de Aplicação de Produto
rada, controlando de maneira mais eficiente
problemas de “Material de retorno” (a causa
real da maioria dos acidentes relacionados aos
transportadores), os técnicos autorizados irão
aumentar consideravelmente a disponibilida-
de de produção.

C. Limpeza, Segurança e o Meio


Ambiente: Haverá uma crescente demanda
por parte das pessoas, comunidades e
agências governamentais para que as
operações com transportadores sejam limpas,
seguras e ecologicamente corretas. Eu imagino
que aqueles operadores que optarem por

ix
Dedicatória

DEDICATÓRIA
É uma honra para nós dedicarmos a quarta edição de FOUNDATIONS™:
Guia Prático para um Controle mais Limpo, Seguro e Produtivo de Pó e
Material a Granel aos seguintes:

Funcionários em Indústrias que Manuseiam Materiais a Granel:


Muito foi pensado sobre o capítulo de segurança e a seção de segurança de cada
capítulo. Portanto, dedicamos este livro aos funcionários em todo o mundo
que foram, infelizmente, feridos enquanto trabalhavam com transportadores
de correia. Dedicamos este livro especialmente aos funcionários que perderam
suas vidas e a suas famílias. Embora trágicos, tais infortúnios ampliaram nossa
conscientização sobre os perigos associados aos transportadores de correia e à
importância da segurança.

R. Todd Swinderman, PE.: Todd é uma força propulsora por trás de


várias dessas inovações atuais em nosso setor. Ele foi útil no desenvolvimento de
normas coerentes para o setor através da Conveyor Equipment Manufacturers
Association – CEMA (Associação de Fabricantes de Equipamentos de
Transporte). Atuando como um dos representantes da associação e como ex-
presidente e diretor executivo da Martin Engineering, sua orientação, influência
e experiência profissional já abordaram todas as facetas das operações de
transportadores ao redor do mundo.

Família Peterson e Funcionários da Martin Engineering (antigos,


atuais e futuros): Por mais de 60 anos, membros da família Peterson
dedicaram suas vidas ao aprimoramento destas indústrias que manuseiam
materiais a granel, tornando o ambiente de trabalho mais limpo, seguro e
produtivo. Os funcionários da Martin Engineering sempre tiveram em mente
os melhores interesses dos clientes, do setor e da empresa. Eles trabalharam
horas infindáveis para alcançar a visão do pai fundador da empresa. Através
de dedicação e determinação, os funcionários ajudaram a continuar a tradição
da Martin Engineering como líder mundial em pesquisa e inovação em
transportadores.

Andrew D. Marti

Larry J. Goldbeck

Daniel Marshall

Mark G. Strebel

x
Dedicatória

xi
Chapter Title | Chapter #

SEÇÃO 1

FUNDAMENTOS PARA O
MANUSEIO SEGURO DE
MATERIAIS A GRANEL
• Capítulo 1......................................................................................................................................2
CONTROLE TOTAL DE MATERIAIS

• Capítulo 2................................................................................................................................... 14
SEGURANÇA

• Capítulo 3................................................................................................................................... 28
TRANSPORTADORES passo a passo: COMPONENTES DO
TRANSPORTADOR

• Capítulo 4................................................................................................................................... 36
TRANSPORTADORES passo a passo: A CORREIA

• Capítulo 5................................................................................................................................... 60
TRANSPORTADORES passo a passo: EMENDA DA CORREIA

1
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

Figura 1.1
O controle do movimento do
material é essencial para seu
manuseio limpo, seguro e
produtivo.

Capítulo 1

CONTROLE TOTAL
DE MATERIAIS
Transportadores e Material Fugitivo.................................................................................................................. 3
Problemas com o Material Fugitivo..................................................................................................................... 4
A Economia do Controle de Material.................................................................................................................. 9
Armazenando Informações para o Controle Total de Materiais ............................................................. 11
Tópicos Avançados............................................................................................................................................... 12
A Oportunidade do Controle Total de Materiais............................................................................................ 12

2
Controle Total de Materiais | Capítulo 1

Neste capítulo… longo do seu retorno. Esse processo também


Neste capítulo, descrevemos alguns acontece na forma de pó carregado pelas
problemas que podem ocorrer devido a correntes de vento e forças de carregamento.
materiais fugitivos: redução da eficiência na Esse pó se acumula na estrutura da correia,
operação, da segurança da fábrica, da qualidade nos equipamentos e no chão. Algumas vezes, 1
do produto e da moral dos funcionários, a natureza do problema em uma determinada
juntamente com o aumento do custo de correia pode ser determinada a partir da
manutenção e exposição a outros agentes. localização da pilha de material fugitivo
Também identificamos o custo dessa perda (Figura 1.2). Os resíduos caem para baixo
de material. Como um modo de abordar esses do transportador, o derramamento cai para
problemas, discutimos a necessidade de ter um os lados, e o pó cai em tudo, incluindo os
controle total sobre os materiais, que é a base sistemas e as estruturas sobre o transportador.
deste livro (Figura 1.1). Entretanto, muitos transportadores exibem
todos esses sintomas, dificultando a
Uma operação de manuseio de materiais identificação do tipo de problema (Figura 1.3).
a granel é projetada para aceitar a entrada de
determinada quantidade de matéria-prima Outro problema que ocorre nas operações
e devolver de maneira confiável a mesma de manuseio de materiais são as restrições de
quantidade de material a uma taxa pre- fluxo. Uma fábrica de manuseio de materiais é
determinada, em um ou mais pontos, até o projetada para trabalhar com determinada taxa
final do processo. de fluxo de transporte de material. Presta-se
muita atenção ao custo dos derramamentos, no
Infelizmente, isso raramente acontece. entanto, os custos devidos aos problemas com
Perda de material, derramamento, emissões, o fluxo e os atrasos na produção não podem
diminuição de fluxo e bloqueios podem ser ignorados.
ocorrer durante o processo de manuseio,
resultando na perda de produção e, assim, Bloqueios em chutes e recipientes podem
causando outros problemas associados. Tais acarretar paralisação na produção, o que
problemas custarão bilhões de dólares por ano causa atrasos que custam milhares de dólares
para as indústrias que trabalham com manuseio
de materiais a granel em todo o mundo. Figura 1.2
A fonte do material
Este livro procura identificar muitas das fugitivo pode, às vezes,
causas dos problemas com o manuseio de ser determinada pela
materiais e sugere estratégias práticas, ações localização da pilha do
material perdido.
e equipamentos que podem ser usados para
auxiliar no aumento da eficiência desse
processo. Esse é um conceito conhecido como
Controle Total de Materiais®.

Controle Total de Materiais e TMC (da sigla


em inglês) são marcas registradas da Engineering
Services & Supplies PTY Limited (ESS), uma
licenciada da Martin Engineering, localizada em
Currumbin, Austrália (Referência 1.1).
Figura 1.3
Muitos transportadores
TRANSPORTADORES E MATERIAL de materiais a
FUGITIVO granel exibem
todos os sintomas
Material fugitivo das correias é fato que de derramamento,
ocorre diariamente em muitas fábricas. Isso formação de resíduos
e pó carregado pelo
acontece na forma de derramamento ou ar, o que torna mais
vazamento nos pontos de transferência ou difícil a identificação de
resíduos que aderem à correia e passam pelo qualquer fonte e sua
ponto de descarregamento, caindo dela ao solução.

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Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

por hora de período ocioso e perda de indicadores de possível má administração e


várias oportunidades. Bloqueios em chutes desperdício. Tal poluição e desperdício devem
frequentemente causam o transbordamento de ser vistos como oportunidade para melhoria
material. em eficiência e resultados financeiros.
1 Obstruções em chutes ou recipientes, muitas Se não forem verificados, os materiais
vezes, fazem com que o material se eleve fugitivos representam uma perda crescente
repentinamente em quantidades que caem na dos transportadores, refletida na eficiência,
correia receptora. Tanto o transbordamento produtividade e lucratividade da fábrica.
quanto a repentina elevação do material Materiais perdidos pelo sistema de correias
são fatores que muito contribuem para o geram gastos para a fábrica de várias maneiras.
derramamento. O material depositado sob Apresentamos apenas algumas:
a extremidade da correia é muitas vezes
confundido com resíduo acumulado, quando A. Menor eficiência operacional.
pode, na verdade, ser o resultado de elevação B. Custos mais altos de manutenção dos
repentina e transbordamento. O acúmulo de transportadores.
resíduos geralmente é composto de material C. Menor segurança da fábrica.
fino, portanto, a presença de material maior
D. Baixa moral dos funcionários.
que 10 milímetros apontará a causa do
material fugitivo como elevação repentina ou E. Reduzida qualidade dos produtos.
transbordamento. F. Mais exposição a agentes externos e outros
grupos.
Falaremos sobre tais custos de uma forma
PROBLEMAS COM MATERIAIS mais abrangente nas seções a seguir.
FUGITIVOS

Resultados de Materiais Fugitivos Menor Eficiência Operacional


Desde que transportadores começaram a Pode-se dizer que o material mais caro em
ser utilizados, o material fugitivo está presente qualquer operação é o material derramado
em fábricas; portanto, sua presença é com da correia. Em uma fábrica limpa, “todo”
frequência aceita como parte da indústria. o material é carregado em uma correia
De fato, funcionários da manutenção e da transportadora em uma extremidade e, então, é
produção que são regularmente encarregados “todo” descarregado na outra extremidade. O
da limpeza podem encarar esse serviço como material é manuseado apenas uma vez: quando
uma forma de “estabilidade no emprego”. é colocado na correia. Isso obviamente significa
alta eficiência: a fábrica manuseou o material o
Como consequência, o problema de material mínimo possível. O material que foi derramado
se perdendo no sistema de manuseio a granel tornou-se fugitivo, no entanto, é material que
é muitas vezes considerado “sem solução”. foi recebido, processado de alguma forma e daí
Enquanto é visto como uma bagunça e um perdido. Pagou-se por esse material, mas não
perigo, não se acredita poder haver sistemas haverá nenhum retorno financeiro.
verdadeiramente práticos para controlá-lo.
Portanto, derramamento e pó do vazamento Na verdade, o material fugitivo pode ser uma
em pontos de transferência e de outras fontes perda contínua: ele desgasta equipamentos,
nas fábricas são aceitos como rotineiros ou como os rolos dos transportadores, ao longo
eventos inalteráveis. Materiais fugitivos tornam- do tempo, e o trabalho adicional pode ser
se um sinal de que a indústria está operando: necessário para reprocessá-lo, antes de voltar ao
“Estamos ganhando dinheiro, então, há sistema – se puder ser retornado ao processo.
material fugitivo”. Entretanto, uma vez fugitivo, o material pode
estar contaminado e impróprio para retornar
Houve um tempo em que a poluição – ao sistema. Se o material fugitivo não pode ser
seja oriunda das chaminés, seja dos pontos usado novamente, a eficiência cai ainda mais
de transferência dos transportadores – era drasticamente. Em muitos lugares, materiais
vista como sinal de fortalecimento industrial. básicos como calcário ou areia que caem da
Atualmente, esses problemas são considerados correia são classificados como lixo prejudicial e

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Controle Total de Materiais | Capítulo 1

devem ser jogados fora a um custo significativo. energia do motor do transportador.

Materiais fugitivos também podem ser vistos Rolos travados criam outros riscos ainda
como problema para a eficiência da fábrica, maiores, inclusive a possibilidade de incêndios no
porque será necessário mais trabalho para a
limpeza do local. Materiais da produção podem
sistema. Uma instalação exportadora de carvão
na Austrália sofreu danos devido a um incêndio
1
ser manuseados em grandes máquinas, em no transportador principal de carregamento. Tal
quantidades significantes, em grandes lotes, em incêndio foi causado por um rolo emperrado
enormes porções e em vagões, geralmente de e alimentado pelo material acumulado. O fogo
maneira automatizada ou por controle remoto. destruiu grande parte da extremidade dianteira do
Em contrapartida, os materiais fugitivos são, na transportador, causando uma falha de
maioria das vezes, coletados por varredeiras, 1.600 mm na correia e queimando cabos elétricos
uma pá carregadeira ou um caminhão a vácuo e controles. Os reparos ficaram prontos em quatro
– ou até mesmo de uma forma bem antiquada, dias, mas o custo total do incêndio foi estimado
por um funcionário e uma pá. em US$ 12 milhões.

Custos Mais Altos de Manutenção Outro risco é o material se acumular na


dos Transportadores superfície dos rolos e polias, fazendo com que
a correia saia do seu alinhamento (Figura
A fuga de materiais dos transportadores leva 1.7). Acúmulo de materiais nos componentes
a um grande número de problemas no próprio móveis pode acarretar sérios problemas no
sistema do transportador. Esses problemas alinhamento da correia, resultando em danos
aumentam as despesas com manutenção. a ela e em outros equipamentos, assim como
A primeira e mais evidente despesa adicional risco de ferimentos para os funcionários.
é o custo com a limpeza. Isso inclui o custo
com mão de obra para reunir todo o material
e aspirá-lo e então, recolocá-lo na correia Figura 1.4
(Figura 1.4). Em algumas fábricas, limpeza Para algumas fábricas,
significa um homem com uma pá; em outras, o custo com a limpeza
o custo é intensificado porque envolve horas inclui o custo da
operação de caminhão
de pá, caminhões “aspiradores” ou outro a vácuo (aspirador) e
equipamento pesado usado para movimentar outros equipamentos
grandes pilhas de material. Um fator mais pesados.
difícil de rastrear, porém que deve ser incluído,
é o valor de outro trabalho, que não pode ser
feito devido ao fato de o pessoal estar ocupado Figura 1.5
com atividades de limpeza. Esse atraso nas Material fugitivo pode
enterrar a área de
atividades de manutenção pode levar a falhas carregamento, levando
catastróficas e ainda mais despesas. a falhas em rolos,
incêndio na correia e
Ao escaparem, os materiais se acumulam perda de alinhamento
nos componentes dos transportadores e em desta.
outros equipamentos próximos. Os rolos
falham quando abarrotados ou enterrados
por materiais (Figura 1.5). Não importa o
quão bem construída seja uma roldana, o
material fino acaba migrando pela vedação Figura 1.6
até os rolamentos. Depois que os rolamentos
Rolos falham quando
emperram, o movimento constante da correia estão abarrotados ou
pelo rolo pode corroer a capa da correia enterrados sob do
com surpreendente rapidez, deixando uma material. O movimento
do transportador
extremidade afiada no rolo travado, o que é sobre rolos “travados”
uma ameaça à vida útil da correia (Figura desgasta-os, tornando-
1.6). Rolos e polias “travados” aumentam a os afiados como facas.
fricção contra a correia, consumindo mais

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Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

Uma correia desalinhada pode se mover para termos de saúde dos funcionários e do volume
dentro da estrutura do transportador e começar e da eficiência na produção. Em 2005, o
a friccionar a correia e a estrutura. Conselho Nacional de Segurança (National
Se essa situação não for rapidamente Safety Council), nos Estados Unidos, calculou
1 percebida, grandes extensões da correia podem US$ 1.190.000 como o custo de uma morte
ser destruídas, além da sua própria estrutura relacionada ao trabalho; o custo de um
de aço. Uma correia trabalhando solta gera ferimento incapacitante foi avaliado em US$
interrupções na produção, já que ela precisa 38.000, o que inclui pensão e lucros cessantes,
ser parada e reparada antes de retomar as despesas médicas e administrativas. Esses
operações. números não incluem nenhuma estimativa
de dano material e não devem ser utilizados
Uma situação particularmente problemática para estimar a perda econômica total para a
ocorre quando materiais fugitivos criam um comunidade.
problema e escondem sua evidência. Por
exemplo, acúmulos de materiais úmidos em Dados estatísticos da Mine Safety and
volta das estruturas de aço do transportador Health Administration (MSHA, sigla inglesa
podem acelerar a corrosão e dificultar a para Administração de Segurança e Saúde
visualização do problema por funcionários da em Minas), nos Estados Unidos, indica
fábrica (Figura 1.8). Em um cenário ainda grosseiramente que a metade dos acidentes
pior, o problema poderia acarretar danos que ocorrem em torno dos transportadores
catastróficos. de correias em minas é atribuída à limpeza
e aos reparos necessários decorrentes de
O mais preocupante nessa situação é o fato derramamento e acúmulo. Se materiais
de que tais problemas se autoperpetuam. O fugitivos pudessem ser eliminados, a frequência
derramamento leva a acúmulos de material com que os funcionários estariam expostos a
nos rolos, fazendo com que a correia opere em tais perigos seria significantemente reduzida.
desalinhamento, o que, por sua vez, conduz a Excesso de derramamento também pode
mais derramamento. Materiais fugitivos podem acarretar ameaças menos óbvias à segurança.
de fato criar um círculo vicioso nas atividades –
e tudo isso aumenta os custos de manutenção. Na Austrália, o seminário em segurança
do Departamento das Grandes Indústrias
Menor Segurança da Fábrica (Department of Primary Industries) alertou
Acidentes em fábricas custam muito em que, no período de seis anos, entre 1999
e 2005, 85 incêndios foram relatados
Figura 1.7
envolvendo transportadores de correias em
minas subterrâneas no Estado de New South
Material acumulado
na superfície das Wales. Dentre eles, 22 foram atribuídos ao
polias e dos rolos derramamento de carvão, e 38, ao alinhamento
pode levar a correia da correia. Entre as doze recomendações
ao desalinhamento,
contidas no relatório, havia: “Melhoria
resultando em danos
à correia e a outros do alinhamento da correia” e “Parar o
equipamentos. funcionamento dos transportadores quando
houver derramamento”.

Em 2006, nos Estados Unidos, um incêndio


em um transportador de correia em uma mina
Figura 1.8 subterrânea resultou em duas mortes. A causa
Acúmulo de material desse incêndio foi atribuída ao aquecimento
úmido em volta das por atrito de uma correia desalinhada que
estruturas de aço dos
transportadores pode
levou ao acúmulo de pó de carvão, material
acelerar a corrosão e fino e derramamento, juntamente com graxa e
dificultar a visualização óleo.
do problema por
funcionários da fábrica. Muitos países agora reforçam procedimentos
regulatórios de segurança em empresas. Neles
estão incluídas as solicitações de análise do

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Controle Total de Materiais | Capítulo 1

perigo em todas as atividades. Os códigos de programas populares nos últimos anos é o de


prática no desenho e na operação da fábrica que cada porção de cada trabalho deve ser
exigem que, uma vez identificado um perigo, desempenhada de modo a atingir o padrão
uma medida deve ser tomada. A hierarquia de qualidade. O esforço de cada empregado
para o controle do perigo geralmente sugere deve contribuir com e refletir a totalidade dos 1
como medida indicada: “eliminar o perigo”. O esforços de qualidade. Caso os empregados
controle dependerá da gravidade do perigo e vejam que uma porção da operação,
do layout do equipamento em questão. como a correia do transportador, não está
operando com eficiência – fazendo bagunça e
Baixa Moral dos Empregados contaminando o resto da fábrica com materiais
Enquanto os detalhes específicos do fugitivos – , eles ficarão acostumados a aceitar
emprego de um indivíduo têm muito a ver desempenhos abaixo da perfeição. Uma
com a quantidade de gratificações recebidas no atitude negativa e um desempenho negligente
trabalho, o ambiente físico também exerce uma ou desleixado podem resultar dessa situação.
influência significativa sobre os sentimentos Os materiais fugitivos são um exemplo visível
de um trabalhador em relação ao seu local de das práticas desleixadas que os programas
trabalho. corporativos de qualidade buscam eliminar.

Uma fábrica limpa oferece um local seguro Mais Exposição a Agentes Externos
de trabalho e constrói uma sensação de orgulho e Outros Grupos
para com ele. Como resultado, os funcionários Materiais fugitivos funcionam como um
têm sua moral elevada. Trabalhadores com para-raios: eles são um alvo fácil. Nuvens
moral elevada têm maior probabilidade de densas de pó atraem a atenção de forasteiros
serem pontuais e de desempenharem melhor preocupados, incluindo agências reguladoras
suas tarefas. As pessoas tendem a se sentir e grupos comunitários. Acúmulos de materiais
orgulhosas se seu local de trabalho tem boa sob os transportadores ou próximos a
aparência e elas trabalharão para que ele estradas, prédios e equipamentos enviam uma
continue nessas condições. É difícil ter orgulho mensagem para agências governamentais e
de se trabalhar em uma fábrica vista como companhias de seguro. A mensagem é que
suja e ineficiente pelos vizinhos, amigos e, a fábrica é negligente em suas operações e
especialmente, pelos próprios trabalhadores. merece inspeções e atenção adicionais.
É fato que os empregos que envolvem tarefas Se uma fábrica é intimada por sujeira e
repetitivas e não recompensadoras, como a insegurança, algumas agências reguladoras
limpeza de derramamentos de transportadores, podem ordenar a interrupção de suas
têm maiores níveis de absenteísmo e ferimentos atividades até que os problemas sejam
no trabalho. É um exercício monótono resolvidos. Grupos comunitários podem
o de recolher com uma pá uma pilha de gerar uma exposição desagradável na mídia e
derramamento hoje, sabendo que outra pilha criar confrontos em várias audiências e outras
estará de volta amanhã. reuniões públicas.

Reduzida Qualidade dos Produtos Uma operação limpa recebe menos


atenção não desejada de agências reguladoras;
Materiais fugitivos podem contaminar a
é também um alvo menos atraente para
fábrica, o processo e o produto final. Materiais
grupos ambientalistas. A economia de custos
podem ser depositados em equipamentos
pode resultar de menos multas, seguro mais
sensíveis e influenciar negativamente leituras de
barato, menores gastos com advogados e
sensores ou corromper fórmulas estritamente
menor necessidade de programas de relações
controladas.
comunitárias.
Materiais fugitivos dão uma imagem negativa
à qualidade do produto de uma fábrica e O Problema Adicional do Pó
representam um mau exemplo para os esforços Transportado pelo Ar
gerais dos empregados. O princípio mais Sérias preocupações surgem quando o pó
básico e universal de muitos dos programas é transportado pelo ar e escapa dos sistemas
corporativos de “Qualidade Total” ou outros transportadores. O pó é um problema

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Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

maior que o derramamento: enquanto o saúde, pode haver litígio subsequente.


derramamento é contido no chão da fábrica,
partículas de pó são facilmente transportadas Pó respirável, partículas menores que
pelo ar para fora das instalações (Figura 1.9). 10 microns de diâmetro, não é filtrado pelas
1 Em sua série Melhores Práticas de Gestão
defesas naturais do sistema respiratório
humano e, então, penetra profundamente
Ambiental em Mineração, o Ministério de nos pulmões – onde pode ficar preso e
Meio Ambiente da Austrália emitiu um levar a sérios problemas de saúde. Esses
relatório sobre controle de pó em 1998 problemas de saúde podem ser encontrados
(Referência 1.2). O relatório analisou as nos trabalhadores e podem até ocorrer nos
fontes de pó transportado pelo ar em várias moradores da vizinhança.
fábricas de processamento mineral. O relatório
indicou que as fontes primárias de pó eram as Uma assustadora possibilidade que pode
seguintes: surgir do pó transportado pelo ar é o risco de
explosões de pó. O pó pode ser concentrado
Britagem.....................................................1-15% até níveis explosivos dentro de um espaço
Peneiramento.............................................5-10% fechado. Um incidente dessa natureza – além
de acarretar custos enormes em reparações,
Empilhamento.........................................10-30% substituições, multas reguladoras e perda de
Recuperação..............................................1-10% produtividade – pode resultar no maior custo
Transportadores de Esteiras....................30-60% de todos: a perda de uma vida.

No Ato Ar Limpo, a Agência de Proteção ISO 14000 e o Meio Ambiente


Ambiental dos Estados Unidos (EPA) foi
A contínua globalização do comércio
obrigada por lei a reduzir o nível de partículas
promete padrões mais unificados. Assim como
de pó no ambiente. A maioria das instalações
o ISO 9000, desenvolvido pela Organização
de manuseio de materiais a granel é obrigada
Internacional de Padronização (da sigla em
a manter níveis respiráveis de pó em áreas
inglês ISO), tornou-se um padrão mundial para
fechadas abaixo de dois miligramas por metro
a codificação de procedimentos de qualidade,
cúbico (2.0 mg/m3) para um período de oito
o desenvolvimento do ISO 14000 estabelecerá
horas. Operações em minas subterrâneas
uma agenda internacional para os impactos
podem em breve ser obrigadas a alcançar níveis
operacionais sobre o meio ambiente. O ISO
de 1.0 mg/m3. A falha no cumprimento dos
14000 prescreve diretrizes e especificações
padrões de qualidade do ar pode resultar em
voluntárias para a gestão ambiental. O
severas penalidades por agências reguladoras
programa exige:
federais, estaduais e locais.
A. Identificação das atividades de uma empresa
A Administração de Segurança e Saúde
que tenham impacto significativo sobre o
Ocupacional (sigla em inglês OSHA),
meio ambiente.
nos Estados Unidos, determinou que pó
transportado pelo ar, dentro e ao redor de B. Treinamento de todo o pessoal cujo
equipamentos, pode resultar em condições trabalho pode causar impacto significativo
perigosas de trabalho. Quando os inspetores da sobre o meio ambiente.
OSHA ou MSHA receberem uma reclamação C. Desenvolvimento de um sistema de
ou uma amostra de ar que mostre violação da auditoria para garantir que o programa seja
devidamente implementado e mantido
Figura 1.9
Limites Regulatórios
Pó transportado
pelo ar é uma séria Enquanto nenhuma agência reguladora
preocupação, na estabeleceu limites específicos sobre a
medida em que escapa
de transportadores e
quantidade de materiais fugitivos permitida – o
pontos de transferência. peso da pilha ao lado do transportador ou a
quantidade de acúmulo sob um rolo –, limites
para a quantidade de pó transportado pelo ar
foram estabelecidos. A OSHA determinou

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Controle Total de Materiais | Capítulo 1

Limites Permissíveis de Exposição (PELs em


A ECONOMIA DO CONTROLE DE
inglês) e Limiar de Valores Limites (TLVs em
MATERIAIS
inglês) para cerca de 600 substâncias reguladas.
Como um Pouco de Material se
Tais regulamentações especificam a
quantidade de pó permitida, expressa em parte
Torna um Grande Problema 1
por milhão de partes de ar (ppm em inglês), Materiais fugitivos escapando de
para gases, e em miligramas por metro cúbico transportadores representam uma séria ameaça
(mg/m3) para partículas como pó, fumaça e ao bem-estar financeiro de uma operação. A
névoa. É responsabilidade da empresa cumprir pergunta evidente é: “Como podem custar
esses padrões; caso contrário, enfrentará tanto?”. Um ponto de transferência derrama
sansões como intimações por parte de agências apenas uma pequena fração do material que
reguladoras, ação legal, taxas mais altas de se move através dele. No caso de um ponto
seguro e até prisão. de transferência de um transportador que se
move continuamente, um pouco de material
Tais procedimentos da OSHA observam pode rapidamente formar uma quantidade
que os inspetores devem estar cientes dos considerável. Quantidades relativamente
acúmulos de pó em teto, paredes, chão e pequenas de materiais fugitivos podem se
outras superfícies. A presença de materiais acumular, formando grandes quantidades, com
fugitivos serve de alarme para inspetores e cria o passar do tempo (Tabela 1.1)
a necessidade de utilização de amostras de ar
para verificar a possibilidade de taxas elevadas Na vida real, materiais fugitivos escapam
de pó transportado pelo ar. dos pontos de transferência em quantidades
muito maiores que quatro gramas por minuto.
Enquanto a ISO e outras agências/grupos Estudos realizados na Suécia e no Reino Unido
continuam a forçar a criação de limites examinaram as perdas reais com materiais
reguladores, eles continuarão a diferir fugitivos e os custos de tais perdas.
de país para país. Podemos dizer que as
regulamentações ambientais, incluindo controle Pesquisa sobre o Custo de
de pó, serão cada vez mais restritivas em todo o Materiais Fugitivos
mundo. Tais diretrizes, muito provavelmente, Em um relatório intitulado O Custo do Pó,
serão ampliadas para incluir materiais fugitivos da Bagunça e do Derramamento em Fábricas
lançados por transportadores. de Manuseio de Materiais a Granel para a
Indústria do Reino Unido, oito fábricas de
manuseio de materiais como alumínio, coque,

Acúmulo de Material Fugitivo com o Passar do Tempo Tabela 1.1

Material Acúmulo
Fugitivo Hora Dia Semana Mês Ano
Lançado (60 minutos) (24 horas) (7 dias) (30 dias) (360 dias)
“pacote de 4g 96 g 672 g 2,9 kg 34,6 kg
açúcar “
(4 g)/hora (0.1 oz) (3.4 oz) (1.5 lb m) (6.3 lb m) (75.6 lb m)
“pacote de 240 g 6,2 kg 43,7 kg 187,2 kg 2,2 t
açúcar “
(4 g)/minuto (8.5 oz) (13.8 lb m) (96.3 lb m) (412.7 lb m) (2.5 st)
“pá cheia” 9 kg 216 kg 1,5 t 6,5 t 77,8 t
9 kg/hora
(20 lb m) (480 lb m) (1.7 st) (7.2 st) (86.4 st)
“Porção” 20 kg 480 kg 3,4 t 134,4 t 172,8 t
20 kg/hora
(44 lb m) (1056 lb m) (3.7 st) (15.8 st) (190 st)
“pá cheia” 540 kg 13 t 90,7 t 388,8 t 4665,6 t
9 kg/minuto (1200 lb m) (14.4 st) (100.8 st) (432 st) (5184 st)

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Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

calcário, cimento e argila foram examinadas. É mais fácil calcular o custo real da
Os custos foram ajustados para refletir um interrupção de um sistema transportador do
aumento anual devido à inflação. Esse estudo, que, por exemplo, reduções na quantidade de
compilado para a Instituição de Engenheiros material processado em um dia. Se uma correia
1 Mecânicos, estabeleceu que os materiais se movimenta 24 horas por dia, cada hora de
fugitivos industriais adicionam um custo que perda de produção devida à interrupção da
chega a 1% de perda de materiais e US$ 0.70 correia pode ser calculada como a quantidade
por tonelada de rendimento de trabalho. e o valor de mercado do material não entregue
Resumindo, para cada tonelada carregada em relação à capacidade total do sistema. Isso
pelo transportador, há uma perda de 10 kg, afeta o rendimento e os lucros da fábrica.
assim como custos adicionais significativos de
despesas gerais. A Economia do Controle de
Material
Esse custo geral foi determinado através da
soma dos quatro componentes a seguir: O custo de sistemas de controle de
materiais fugitivos geralmente é levado em
A. O valor da perda de material (calculado em consideração três vezes, ao longo da vida útil
1% do material). do transportador. A primeira é durante o
B. O custo do trabalho de limpeza do desenho do sistema; a segunda no lançamento
derramamento, sendo em média de US$ do sistema; e a terceira durante as operações do
0.22 por tonelada de produção. sistema, quando se descobre que os sistemas
C. O custo das peças e do trabalho adicional iniciais não impedem a fuga de materiais.
de manutenção advindo do derramamento,
sendo em média de US$ 0.15 por tonelada Geralmente, é muito difícil, com novas
de produção. instalações, prever as exigências precisas
D. Custos peculiares especiais para para o controle de material. Na maioria dos
indústrias específicas, como o custo de casos, somente um palpite pode ser feito,
reprocessamento do derramamento com base em experiências com materiais
e o custo de checapes médicos para ou transportadores similares, indexado com
funcionários expostos a ambientes julgamentos intuitivos de engenharia. Um
carregados de pó, representando US$ 0.33 axioma que merece ser lembrado é: “Uma
por tonelada de produção. decisão que custa $1 para ser executada no
estágio de planejamento normalmente custa
Observação: Esse prejuízo inclui materiais $10 para ser alterada no estágio de desenho e
fugitivos advindos de problemas como $100 para ser corrigida no local de operação”.
derramamento e acúmulos de materiais na A lição é: é melhor planejar para as piores
correia do transportador, juntamente com condições possíveis do que tentar forçar ajustes
materiais fugitivos carregados pelo vento de através de equipamentos adicionais, depois que
pilhas de estocagem. o sistema inicial se provou mal desenhado.

Um estudo similar em 40 fábricas, realizado Os detalhes dos pontos de transferência


pelo Instituto Real de Tecnologia na Suécia, de transportadores, como o desenho final e a
estimou que as perdas materiais representam instalação de defletores de chutes, às vezes são
dois décimos de 1% do material manuseado, e deixados para o estágio de lançamento. Pode
os custos adicionais gerais chegam a US$ 2.02 representar uma vantagem o fato de se permitir
por tonelada. que fornecedores de sistemas especializados
sejam responsáveis pela instalação final de
O interessante é que, em ambas as pesquisas, engenharia (no local) e pelo lançamento de seus
foi a perda de material em si, não as peças próprios equipamentos. Isso pode adicionar
e o trabalho de limpeza e manutenção, o custos de lançamento, porém é geralmente
que adicionou o maior custo por tonelada a maneira mais efetiva de se ter uma correta
transportada. Entretanto, os custos indiretos instalação e de centralizar a responsabilidade
referentes ao uso de mão de obra para limpezas pelo desempenho de equipamentos.
que demandam tempo ao invés de utilizá-las
para produção não foram incluídos na pesquisa. As fábricas geralmente são construídas
Tais números seriam difíceis de calcular. em uma taxa de custo por tonelada de aço

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Controle Total de Materiais | Capítulo 1

fabricado. Mesmo que os melhores controles rolos). Isso permitiria a geração de relatórios
de manuseio de materiais não sejam incluídos computadorizados de custo versus causa
no desenho, custa muito pouco a mais para de falhas dos componentes. Esse programa
garantir que estruturas e chutes sejam instalados deveria incluir dados sobre limpeza da correia
de modo que permitam a instalação de e, vedação lateral sua, para que custos precisos 1
sistemas superiores em algum momento futuro. possam ser determinados para o sistema
As consequências de escolhas baseadas em instalado.
pequenas economias feitas no desenho inicial
são o problema que criam: materiais fugitivos e Alguns serviços contratados de manutenção
entupimento de chutes, acarretando despesas mantêm bases de dados dos transportadores
adicionais para sua correção. dos clientes, incluindo especificações dos
sistemas, detalhes do estado do equipamento e
procedimentos realizados. Essas informações
são úteis para o agendamento de manutenção
ARMAZENANDO INFORMAÇÕES
preventiva e para determinar quando recursos
PARA O CONTROLE TOTAL DE
MATERIAIS
externos devem ser utilizados. Elas podem
ser utilizadas para um melhor gerenciamento
Muita atenção é prestada à engenharia de dos equipamentos e do orçamento de uma
componentes-chave de transportadores de operação.
correia. Frequentemente, outros fatores que A medição dos materiais fugitivos em pontos
afetam a confiabilidade e a eficiência desses de transferência é difícil. Em uma área fechada,
sistemas caros são ignorados. O custo de é possível usar instrumentos de medição de
materiais fugitivos é um deles. opacidade para determinar a densidade relativa
O armazenamento de informações sobre de pó no ar. Para pontos de transferência a céu
o tema de materiais fugitivos não é parte do aberto, a medição de pó é um desafio, apesar
padrão de relatórios feitos por funcionários de de não ser impossível.
operações ou de manutenção. A quantidade Uma técnica básica é a de limpar uma área
de derramamento, a frequência de ocorrência, definida e pesar ou estimar o peso ou volume
os materiais de manutenção consumidos do material retirado e o tempo consumido na
e os custos relacionados ao trabalho em si limpeza. O acompanhamento é conduzido
raramente são totalizados para se chegar através de repetidas limpezas em intervalos
ao custo real dos materiais fugitivos. Todos regulares de tempo. A frequência dos intervalos
os fatores – como as horas de trabalho e a – semanais, diários ou de hora em hora –
frequência da limpeza; o desgaste na correia dependerá das condições da fábrica.
e na emenda dos transportadores; o custo
da substituição de rolos, incluindo o preço A parte mais difícil é a determinação do
de compra, trabalho e tempo ocioso; e até ponto de origem dos materiais fugitivos.
mesmo a energia adicional consumida para Materiais fugitivos podem ter sua origem em
superar rolos emperrados com o acúmulo acúmulos nos transportadores, derramamento
de materiais – deveriam ser calculados para causado por desalinhamento da correia,
determinar o custo real dos materiais fugitivos. vazamento na vedação lateral, derramamento
Os componentes cuja vida útil pode ser advindo de rápidas elevações durante o
encurtada por materiais fugitivos, como rolos, carregamento ou carregamento desalinhado,
revestimentos de polias e a própria correia, vazamento por buracos nos chutes causados
deveriam ser examinados para determinar sua por corrosão ou falta de parafusos ou mesmo
vida útil e o ciclo de substituição. em pisos acima do sistema.
Programas computadorizados de A pessoa que realizar um estudo de
manutenção poderiam facilmente incluir um materiais fugitivos deve levar em consideração
campo para a causa da falha de qualquer o número de variáveis que podem influenciar
peça substituída. Os menus descendentes os resultados. Para isso, a pesquisa deve ser
desses programas deveriam incluir causas de conduzida em um período razoável de tempo
derramamento, ingresso de pó, ingresso de e incluir a maior parte das condições comuns
água e desgaste por abrasão de material (para de operação, incluindo: condições ambientais,

11
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

cronograma de operação, umidade do material A utilização de um formato de padrão


e outros fatores que criam ou agravam industrial de “Análise de Perigos” – para
problemas com materiais fugitivos. determinar a probabilidade e o nível de
consequência dos “perigos” vivenciados na
1 Armazenar informações sobre a quantidade
de derramamento – e os custos do trabalho,
limpeza de derramamentos e acúmulos sob e
ao redor dos transportadores – fornece uma
peças e tempo ocioso associados a ele – determinação do risco para empregados e
deveria ser um fator-chave para o sistema gerentes (Tabela 1.2).
de gerenciamento de informações para a
operação de transportadores de correia. Um A maioria dos operadores e funcionários
estudo de engenharia de materiais fugitivos da manutenção mais conservadores avaliaria a
e as recomendações para o controle total de “Probabilidade” de um incidente relacionado
materiais somente serão sensatos se contiverem à segurança ocorrer durante a limpeza de
tais informações abrangendo um período de derramamentos e acúmulos debaixo e ao
operações. redor dos transportadores de correia como
“B: Já ocorreu ou quase ocorreu” ou “C:
Para muitos sistemas de transportadores, Pode ocorrer ou já ouvi dizer que ocorreu”
os custos associados com materiais perdidos com as “Consequências para Pessoas”
facilmente justificariam medidas corretivas. classificadas como “2: Ferimentos Sérios”.
Na maioria dos casos nos quais registros Movendo-se esses valores de “Probabilidade”
adequados foram mantidos, provou-se que uma e “Consequências para Pessoas” para
modesta melhoria no controle de materiais o “Calculador de Nível de Risco”, uma
rapidamente pagou os custos de instalação classificação de Nível 5 ou Nível 8 coloca as
de sistemas específicos. Somente a economia atividades de limpeza na categoria de “Extremo
em despesas de trabalho normalmente Risco” de um ferimento sério (Tabela 1.2).
paga a instalação de qualquer equipamento
aperfeiçoado em menos de um ano. Essas classificações demonstram uma
situação na qual o gerenciamento do risco
para os gerentes de operações significa que as
TÓPICOS AVANÇADOS diligências apropriadas devem ser colocadas
em prática através da instalação de sistemas que
O Gerenciamento do Risco e o
eliminem ou minimizem esses perigos.
Risco para o Gerenciamento
Muitos países estão começando a Consequentemente, gerentes devem fazer
responsabilizar pessoalmente a gerência tudo ao seu alcance para eliminar as ocasiões
pelas falhas na mitigação de condições (como limpeza de transportadores) que
como o derramamento e o pó resultantes de exponham os funcionários a perigos, tanto para
transportadores mal desenhados, operados o bem-estar de seus empregados quanto para a
e mantidos. Na Austrália, por exemplo, a redução dos riscos para si mesmos.
pena máxima por falhar em tomar medidas
corretivas para um problema conhecido que A OPORTUNIDADE DO CONTROLE
cause a morte ou lesões corporais graves é TOTAL DE MATERIAIS
multa de $ 60,000 (AUD) e dois anos de prisão
para o gerente, assim como uma multa de Finalizando...
$ 300,000 (AUD) para a empresa. Não há Quando os custos criados por materiais
dúvida de que um número substancial de fugitivos são compreendidos, torna-se evidente
acidentes em torno dos transportadores está que o controle de materiais em transportadores
diretamente relacionado com a limpeza de e pontos de transferência pode oferecer
derramamentos e de acúmulos. Também benefícios para transportadores de correia e
se sabe que há métodos e produtos para se para as operações que dependem deles. Tal
controlar esses problemas. Consequentemente, controle tem se provado difícil de ser alcançado
qualquer gerente que opte por ignorar tais – e ainda mais difícil de ser mantido.
problemas e, como resultado, arrisque a saúde
de trabalhadores corre o risco de ser submetido É necessária uma abordagem planejada e
a tais penalidades. consistente para auxiliar no controle total de
materiais. Trata-se de uma oportunidade de

12
Controle Total de Materiais | Capítulo 1

redução de custos e de aumento da eficiência e Materiais, o primeiro capítulo na seção


lucratividade de muitas operações. Fundamentos para o Manuseio Seguro de
Materiais a Granel, introduziu a necessidade
O controle total de materiais significa e os benefícios da redução de derramamentos
que materiais não são mantidos na correia
e no sistema. Eles são movidos – para onde
e pó. O capítulo seguinte, Segurança, 1
dá continuidade a esta seção e explica a
são necessários, nas condições em que importância de práticas seguras ao redor
são necessários, na taxa de fluxo em que de equipamentos de manuseio de materiais
são necessários – sem perdas ou consumo a granel, assim como modos pelos quais
excessivo de energia e sem falhas prematuras o controle total de materiais aumentará a
em equipamentos ou custos excessivos de segurança da fábrica.
manutenção. O controle total de materiais
melhora a eficiência da fábrica e reduz os
custos para os proprietários. REFERÊNCIAS

Este livro apresenta vários conceitos que 1.1 Engineering Services & Supplies PTY
podem ser utilizados em um programa para Limited. Australian Registration #908273,
se alcançar o controle total de materiais para Total Material Control and Registration
#716561, TMC.
transportadores de correia.
1.2 Environment Australia. (1998). Best
Practice Environmental Management
A Seguir...
in Mining: Dust Control, (ISBN 0 642
Este capítulo sobre Controle Total de 54570 7).

Sistema de Matriz de Risco Tabela 1.2


Passo 1 : Determinar Passo 2: Determinar Consequência (Maior das Duas)
Probabilidade
Consequências para Consequências para a Planta, Instalações,
Probabilidade
Pessoas produtividade e meio ambiente:
Fatalidade, Perigo extremo, extrema reorganização
Diária: Ocorrência comum
A ou frequente
1 incapacidade dos negócios. Dano severo ao meio
permanente ambiente.
Ferimento ou Perigo de alto nível, significativa
Semanal: Já ocorreu ou
B quase ocorreu
2 doença grave reorganização dos negócios. Dano sério
(tempo perdido) ao meio ambiente.
Incapacidade ou
Dano de nível médio, séria interrupção
Mensal: Pode ocorrer ou ferimento de curto
C já ouvi dizer que ocorreu 3
prazo (tempo
da produção. Dano reversível ao meio
ambiente.
perdido)
Dano de baixo nível, pequena
Anual: Não é provável que Tratamento
D ocorra 4
médico, ferimento
interrupção da produção. Pequeno dano
ambiental
Uma vez a cada 5 anos: Primeiros socorros Dano insignificante, interrupção mínima
E 5
Praticamente impossível ou sem ferimentos da produção. Sem danos ambientais

Passo 3: Calculador do Nível de Risco – Calcular Risco


A B C D E
1 2 4 7 11
1
EXTREMO EXTREMO EXTREMO EXTREMO SIGNIFICANTE
3 5 8 12 16
2
EXTREMO EXTREMO EXTREMO SIGNIFICANTE MODERADO
6 9 13 17 20
3
EXTREMO SIGNIFICANTE SIGNIFICANTE MODERADO MODERADO
10 14 18 21 23
4
SIGNIFICANTE SIGNIFICANTE MODERADO BAIXO BAIXO
15 19 22 24 25
5
SIGNIFICANTE MODERADO BAIXO BAIXO BAIXO
Exemplo típico de um sistema de matriz de risco como o utilizado na Austrália; origem desconhecida.

13
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

Figura 2.1
Transportadores de correia
transportam materiais a

2 granel em rápido movimento


e pontos “críticos”,
características que criam
riscos para os funcionários
que trabalham no sistema ou
em seu entorno.

Capítulo 2

Segurança
Os Registros e os Problemas.. ............................................................................................................................. 15
Práticas de Segurança em Transportadores.................................................................................................. 18
Treinamento de Segurança.................................................................................................................................. 23
A Importância da Responsabilidade dos Funcionários.................................................................................. 24
Tópicos Avançados.................................................................................................................................................. 25
Benefício Duplo da Segurança do Transportador.. ......................................................................................... 25

14
Segurança | Capítulo 2

Neste Capítulo... transportadores começa com desenhos que evitem


Neste capítulo nós focamos a importância de perigos previsíveis. A gerência deve especificar
práticas de segurança e treinamento para os que equipamentos que sejam seguros e de fácil
trabalham nos arredores de transportadores. manutenção, e os trabalhadores devem seguir
Causas potenciais de acidentes são examinadas as regras. O estabelecimento e a manutenção de 2
juntamente com os custos destes, tanto os práticas seguras no desenho, na construção, na
diretos como os indiretos. São descritos operação e na manutenção de transportadores
procedimentos gerais e práticas específicas de e de pontos de transferência auxiliarão
segurança. Discute-se também o treinamento enormemente na prevenção de acidentes.
apropriado, tanto para os novatos quanto Treinamento apropriado é um fator-chave para
para os veteranos, assim como o conteúdo promover segurança para trabalhadores cujos
apropriado para tal treinamento. O capítulo é empregos os coloquem próximos a sistemas de
concluído com uma revisão da responsabilidade transportadores de correia.
pessoal exigida para a prevenção de acidentes
nos transportadores e em seu entorno.
OS REGISTROS E OS PROBLEMAS
Os transportadores utilizam grandes
quantidades de energia mecânica no que seria Como a Segurança do
basicamente uma tira gigante de borracha, Transportador se Relaciona com o
esticada firmemente e enfiada em um Pó e o Derramamento
labirinto de componentes (Figura 2.1). Essa Materiais fugitivos dos transportadores de
tira suporta uma carga pesada e é puxada a correia aumentam os riscos à segurança de
grande velocidade. As forças aplicadas são várias maneiras (Figura 2.2). Materiais fugitivos
significativas e potencialmente perigosas. criam a necessidade de pessoal para limpá-los e
Devido à sua natureza, os transportadores realizar a manutenção nos transportadores e em
de correia transportam materiais a granel em seu entorno. Colocar funcionários próximos à
rápida movimentação e pontos “críticos”. correia em movimento cria a oportunidade para
Tais características podem gerar riscos para os um contato inadvertido se transformar em um
funcionários que trabalham no transportador ou ferimento grave ou em morte (Figura 2.3).
em seu entorno. Qualquer um que tenha que
se aproximar de um transportador de correia Figura 2.2
deve estar sempre ciente da força envolvida no Materiais fugitivos
sistema e manter um respeito saudável por seu aumentam os riscos
potencial de ferir ou matar um indivíduo não à segurança para
treinado ou ingênuo. os funcionários nos
transportadores e em
seu entorno.
Um sistema de transportador tem um impulso
de 450 quilowatts de força (600 hp) – assim
como a inércia e a energia potencial de sua carga
de toneladas de material. É fácil constatar como
uma correia transportadora em movimento
facilmente venceria um trabalhador em uma
competição de “cabo de guerra”, resultando na
possibilidade de ferimentos graves ou morte.
Figura 2.3
Todas as formas de transporte a granel – de Funcionários
caminhões de mineradoras a trens e navios – têm trabalhando próximo
seus próprios perigos e suas preocupações com a uma correia em
movimento podem
segurança. Apesar de também apresentarem sua
criar a oportunidade
parcela de riscos, transportadores devidamente para que um contato
desenhados, operados e mantidos podem inadvertido se
representar um método seguro e eficaz de transforme em ferimento
grave ou morte.
movimentação de materiais.

Acidentes podem acontecer, mas também


podem ser prevenidos. A segurança em

15
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

Transportadores e Segurança: Uma Uma análise do documento (Referência


Olhada nos Registros 2.1), incluindo um total de 459 acidentes,
Devido ao tamanho de suas cargas materiais, dos quais 22 foram incapacitantes e 13 fatais,
à velocidade de sua operação e à quantidade mostra que 192 (42%) dos ferimentos relatados
2 de energia que consomem e contêm, os (incluindo 10 fatalidades) ocorreram enquanto
transportadores apresentam um conjunto de os trabalhadores feridos estavam realizando
perigos bastante particular. Como resultado, manutenção, lubrificando ou conferindo
transportadores provaram ser uma das principais transportadores. Outros 179 (39%) dos
causas de acidentes industriais, incluindo ferimentos relatados (incluindo 3 fatalidades)
ferimentos graves e fatalidades. ocorreram enquanto o sujeito estava limpando
ou liberando com pá o espaço ao redor dos
Um relatório da Administração de Segurança transportadores (Tabela 2.1).
e Saúde de Minas (MSHA) nos Estados Unidos
examinou acidentes em transportadores de O relatório da MSHA não encontrou
minas de metais/não metais registrados no diferenças na probabilidade de acidentes com
período de quatro anos, entre 1996 e 2000. base em idade, experiência ou posto de trabalho
O relatório da MSHA (Referência 2.1) das vítimas.
listou as seguintes atividades de trabalhadores
Um estudo preliminar de 233 acidentes fatais
relacionadas àqueles acidentes:
em mineração, nos Estados Unidos, durante
A. Trabalho sob ou próximo a equipamentos os anos de 2001 a 2008, revelou que houve
mal protegidos. 48 fatalidades, em 47 incidentes envolvendo
transportadores (Referência 2.2). Os dados
B. Uso de mãos ou ferramentas para remover
foram compilados a partir de relatórios da
materiais de rolos em movimento.
Administração de Segurança e Saúde em Minas
C. Tentativa de liberar rolos emperrados,
do Departamento de Trabalho dos EUA.
enquanto o transportador continua em
movimento. As atividades mais frequentemente listadas
D. Tentativa de remover ou instalar protetores como causas de fatalidades relacionadas a
em um transportador em operação. transportadores foram as de Manutenção, como
E. Tentativa de remover material da polia a substituição de rolos ou correia ou a liberação
dianteira ou traseira com a correia em de bloqueios, com 35% (ou 17 mortes), ou
operação. uso de pás ou mangueiras para remover
derramamentos ou a liberação de acúmulos em
F. Uso de roupas largas nas proximidades de
roldanas, em segundo, com 27% (ou 13 mortes).
transportadores de correia em movimento.
Muitas dessas fatalidades resultam de vítimas
G. Não bloqueio de correia transportadora presas na correia em movimento por terem se
atrasada antes de desobstruí-la (tanto correias aproximado demais de um ponto de risco não
planas como inclinadas), já que existe energia protegido ou por trabalhar em um transportador
armazenada em uma correia atrasada. em movimento.
H. Alcançar atrás da proteção para puxar a
Correia-V.

Tabela 2.1 Dados da MSHA sobre Acidentes em Transportadores entre 1996 e 2000
Causa do Ferimento Fatal Não fatal Total
Pego pela Correia em Movimento 10 280 290
Manutenção, Lubrificação ou Inspeção 10 182 192
Limpeza e Uso de Pá 3 176 179
Total* 13 446 459

* O número total em cada coluna não é a soma da coluna, já que pode haver múltiplos casos cita-
dos para qualquer acidente específico (Referência 2.1)

16
Segurança | Capítulo 2

TRANSPO RTADO RE S POD EM SER M ORTAIS

Na medida em que ele instantaneamente. Tinha 37 anos de idade. 2


caminhava ao longo da correia
de 45 metros do transportador, a qual ia do Essa história não é ficção. Ela também não
britador até o recipiente de armazenamento, é a única que poderia ter sido selecionada.
ele notou que a polia tensionadora estava Existem várias histórias de casos como
abarrotada de graxa. Ele já trabalhava na esse. Os transportadores matam com muita
moagem há 10 anos, e, em todo esse tempo o frequência – ou amputam, cortam, esmagam.
raspador na polia da extremidade responsável
Devido ao fato de os transportadores
por manter a correia limpa parecia precisar
serem tão comuns, é fácil subestimá-los e se
constantemente de ajustes. Pois bem, ele o
tornar complacente. E, a cerca de 8 km por
faria em um minuto. Mas antes limparia a
hora, eles não parecem estar se movendo tão
polia tensionadora.
rapidamente. É fácil acreditar que a vítima
O operador do britador não estava em nessa história poderia simplesmente ter
seu posto, e tanto o esmagador quanto soltado a ferramenta quando ela ficou presa.
o transportador estavam parados. Ele Mas não é bem assim.
caminhou de volta à cabine de controle,
Oito quilômetros por hora significam cerca
religou o transportador e foi buscar uma
de 2,2 metros por segundo. A essa velocidade,
pá carregadeira, dirigindo-a de volta à
se seu tempo de reação é três quartos de um
polia tensionadora. Ele elevou a concha
segundo, sua mão já teria se deslocado 1,6
da carregadeira a uma altura suficiente
metros, antes de você soltar a ferramenta.
para que ele pudesse ficar de pé e alcançar
Mesmo que seu tempo de reação seja mais
a polia. Pegando uma ferramenta – uma
rápido, como três décimos de um segundo,
enxada comum com um cabo reduzido de
sua mão se deslocaria 660 milímetros. Isso é
40 centímetros –, ele subiu até a concha e
rápido o suficiente para ficar preso, caso você
começou a raspar a graxa da polia. Ele havia
esteja usando uma ferramenta curta. E, se for
realizado a tarefa daquela forma várias vezes
uma peça larga de roupa que ficar presa, não
antes, e o trabalho se tornava muito mais
importa qual o seu tempo de reação. Já é tarde
rápido com a polia em movimento. A correia
demais.
estava se movendo apenas 2, 3 metros por
segundo – cerca de apenas 8 km por hora. Impresso com permissão do informativo
“Safety Reminder”, publicado pela Associação
Antes mesmo de que ele soubesse o que
de Segurança de Recursos Naturais de
estava acontecendo, algo parecia ter agarrado
Ontário (Referência 2.4). (Medidas
primeiro a ferramenta e depois seu braço,
de conversão adicionadas pela Martin
levantando-o da concha. A dor de seu braço
Engineering.)
sendo esmagado durou apenas até que
seu ombro e seu pescoço batessem contra
a estrutura do transportador. Ele morreu

Na África do Sul, o relatório do Comitê se como causas principais de acidentes em


Consultivo de Pesquisa em Sistemas de transportadores”. De acordo com o relatório,
Transportadores de Correia e Segurança em os ferimentos mais frequentes são resultado de
Minas examinou mais de 3.000 acidentes pessoas trabalhando em polias dianteiras ou
(incluindo 161 fatalidades em transportadores traseiras, rolos e chutes de carregamento.
de correia) entre 1988 e 1999 (Referência
2.3). Entre os achados que ecoaram do O Custo de Acidentes em
relatório supracitado da MSHA, o documento Transportadores
observou que “para pessoas trabalhando em Alguns dos custos diretos advindos de
transportadores em movimento, proteções acidentes – como tratamento médico, salários
inapropriadas e bloqueios ineficientes destacam- perdidos e menor produtividade – podem

17
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

ser identificados. Despesas menos evidentes fechamento e a sinalização podem não ser
associadas com acidentes são conhecidas como suficientes para garantir a segurança de um
custos “indiretos” ou “ocultos” e podem ser trabalhador; portanto, é importante que,
várias vezes mais altas que os custos diretos. Tais após fechar e sinalizar o transportador, o
2 custos ocultos incluem: funcionário faça o bloqueio e o teste para
se assegurar de que ele não pode se mover.
A. Despesas e tempo gasto para encontrar um Tais procedimentos devem ser seguidos
substituto temporário para o trabalhador antes de se iniciar qualquer trabalho – seja
ferido. de construção, instalação, manutenção ou
B. Tempo usado por outros empregados para inspeção – na área.
socorrer o trabalhador ferido. B. Cronograma de inspeção/manutenção
C. Tempo usado pela supervisão para investigar Um cronograma formal de inspeção e
o ocorrido, preparar relatórios de acidentes e manutenção deve ser desenvolvido e seguido
fazer ajustes no cronograma de trabalho. para o sistema de manuseio de material. Tal
D. Danos materiais em ferramentas, materiais e programa deve incluir botões de emergência,
equipamentos. luzes, sirenes, instalação elétrica e etiquetas
E. Atrasos no cumprimento de tarefas. de aviso, assim como as partes móveis do
transportador e os componentes acessórios.
C. Observância da velocidade de operação e
Em 2005, o Conselho Nacional de Segurança capacidade.
dos Estados Unidos listou US$1,190,000 como
o custo de uma morte relacionada ao trabalho; o A velocidade de operação e a capacidade
custo de um ferimento incapacitante foi avaliado projetadas para os transportadores, chutes
em US$ 38,000. Nessa contabilidade estão e outros equipamentos de manuseio de
incluídas perdas de salários e produtividade, materiais não devem ser ultrapassadas.
despesas médicas e administrativas. Os números D. “Caminhada ao redor” por segurança.
não incluem estimativas de danos materiais.
Todas as ferramentas e os materiais de
É fácil perceber que mesmo uma pequena trabalho devem ser removidos da correia e
redução no número de acidentes relacionados do chute antes de reiniciar um transportador.
a transportadores pode economizar quantias Uma “caminhada ao redor” por segurança é
significativas de dinheiro para uma operação. recomendada antes do reinício da operação
do transportador.

E. Controles de emergência.
PRÁTICAS DE SEGURANÇA EM
TRANSPORTADORES Todos os controles de emergência devem
estar localizados próximo ao sistema, de fácil
Práticas Gerais de Segurança em acesso e livres de entulhos ou de obstruções.
Transportadores
F. Equipamento de proteção individual (EPI) e
Há certas práticas de segurança que deveriam
uniforme.
ser observadas independentemente do desenho
do transportador ou de suas circunstâncias de Equipamento de proteção individual e
operação. Elas incluem: uniforme apropriado, em conformidade
com as exigências do local (incluindo
A. Procedimentos de fechamento/sinalização/ normalmente capacete, óculos de proteção
bloqueio/teste. e calçados com biqueira de aço) devem ser
Procedimentos de fechamento/sinalização/ utilizados na área do transportador. Roupas
bloqueio/teste devem ser estabelecidos para largas ou volumosas não são permitidas;
todas as fontes de energia da correia do assim como cabelos longos soltos ou joias.
transportador, assim como os acessórios
G. Práticas seguras enquanto o sistema estiver
e equipamentos associados. Materiais a
em operação.
granel na correia podem representar perigo
de queda de pedaços ou energia potencial É importante nunca cutucar ou tentar
que movimenta a correia mesmo quando a alcançar dentro de um transportador
energia do sistema foi cortada. Somente o ou sistema de manuseio de material ou

18
Segurança | Capítulo 2

tentar limpar ou ajustar rolos ou outros setor elétrico é quase sempre considerado
componentes enquanto o sistema estiver em em separado, dentro do departamento
operação. de manutenção de uma fábrica. Somente
trabalhadores que sejam especialmente treinados
H. Sem funcionários no transportador. e certificados deveriam trabalhar em sistemas de 2
Funcionários nunca devem ter permissão fornecimento de energia elétrica e controles.
de sentar sobre, atravessar ou passear em
um transportador de manuseio de material Avaliação de Segurança Pré-
em operação. (Em algumas partes do Trabalho
mundo, pegar carona no transportador é Antes de se iniciar qualquer trabalho em
um método aceito para os trabalhadores transportadores de correia, é recomendado que
chegarem a suas áreas designadas; em outras, uma avaliação de segurança pré-trabalho seja
isso é estritamente proibido. Para fins de realizada. Tal avaliação deve incluir todos os
simplificação, este volume considerará as equipamentos que podem estar ligados àquele
caronas em transportadores como um caso à que de fato será consertado. Essa avaliação
parte da discussão acerca de transportadores pré-trabalho deverá garantir que toda a área
de correia para materiais a granel.) esteja segura para os trabalhadores e que o
equipamento apropriado esteja disponível para o
Padrões de Segurança para desempenho seguro do trabalho. Além disso, a
o Desenho e Operação de inspeção de segurança pré-trabalho deve incluir
Transportadores a inspeção detalhada da área ao redor do sistema
As práticas relatadas não devem substituir para verificar perigo de incêndio, tropeções ou
as diretrizes de segurança mais detalhadas queda de objetos.
publicadas pela Sociedade Americana de
Engenheiros Mecânicos (ASME) no Padrão Um item que normalmente não recebe a
ASME B20.1-2006, Padrão de Segurança para devida atenção nas inspeções de segurança pré-
Transportadores e Equipamentos Relacionados, trabalho é a coordenação de todas as atividades
e B15.1, Padrão de Segurança para Aparelhos dos empregados no transportador de correia.
de Transmissão de Energia Mecânica, nos Por exemplo, trabalhadores no chute de entrada
Estados Unidos – por agências reguladoras substituindo lâminas do raspador da correia,
apropriadas ao redor do mundo, ou nas regras podem se ferir, caso os trabalhadores que
de uma fábrica específica. Consulte aquelas estejam substituindo a correia a movam.
referências, assim como as instruções de
segurança fornecidas por fabricantes de sistemas Procedimentos de Bloqueio/
específicos. Sinalização
Uma parte crucial do programa de
Na Austrália, a especificação AS1755- segurança de um transportador são os
2000 do Padrão Austrália (do inglês Australia procedimentos de bloqueio/sinalização. Nos
Standard – AS) Equipamento de Segurança Estados Unidos, o bloqueio/sinalização são
de Transportadores se aplica ao desenho, exigências da Administração de Segurança
construção, à instalação e proteção de
transportadores e sistemas relacionados para o
transporte de materiais. Figura 2.4
As regras de bloqueio/
Tais referências e/ou seus equivalentes sinalização exigem
nacionais ou internacionais devem ser que o suprimento de
energia para o sistema
consultados como um guia para o desenho e a transportador (e
construção de qualquer sistema de transportador qualquer equipamento
de correia. acessório) seja
desligado, bloqueado, e
sinalizado pela pessoa
Sistemas Elétricos dos que estiver trabalhando
Transportadores e Segurança no sistema.
Os sistemas elétricos de transportadores
geralmente envolvem altas voltagens e sistemas
complexos de comunicação e controle. O

19
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

e Saúde Ocupacionais (OSHA); a MSHA fechadura tem a chave para ela e somente
adotou uma versão similar dessa regra. aquele empregado pode removê-la.
Para se alcançar segurança total frente à
energia potencial armazenada na tensão da C. Fechaduras múltiplas.
2 correia ou em materiais a granel elevados, os Se vários empregados estiverem trabalhando
componentes adicionais de bloqueio e teste são em uma determinada área, cada um deve
recomendados. colocar uma fechadura na fonte de energia.
Alguns equipamentos terão vários pontos
As regras de bloqueio/sinalização exigem que exigirão bloqueio.
que a energia para o sistema transportador seja
desligada, bloqueada e sinalizada pela pessoa D. Sinalização própria.
que estiver trabalhando no sistema (Figura Cada empregado que colocar uma fechadura
2.4). Somente a pessoa que bloqueou o sistema deve também colocar uma sinalização que
pode abri-lo novamente. Isso impede que inclua seu nome e informações de contato.
alguém inicie o funcionamento do transportador
inadvertidamente enquanto, outra pessoa estiver Procedimentos de Bloqueio
trabalhando nele.
Mesmo quando um transportador de correia
Procedimentos típicos de bloqueio/ for devidamente bloqueado e sinalizado, ainda
sinalização seguem: pode haver quantidade significativa de tensão
ou energia potencial presente no sistema. Um
A. Fechadura própria. cenário de fácil compreensão seria o caso de
Cada trabalhador deve colocar uma uma correia inclinada sofrer um desligamento
fechadura própria no botão ou nos botões de de emergência com material ela. O peso do
controle de energia. Isso pode exigir uma ou material causará um rolamento da correia
várias barras de bloqueio (Figura 2.5). em sentido contrário. Tanto o movimento da
correia quanto a potencial cascata de materiais
B. Chave própria. na extremidade inferior do transportador
Somente o empregado que colocar cada representam riscos de ferimentos para
empregados desafortunados ou ingênuos.
Figura 2.5 Levantar o contrapeso gravitacional da correia
Colocar uma fechadura tensionadora pode não aliviar tais tensões.
no sistema de energia Esse método não é confiável. Freios e escoras
de um transportador
podem ajudar a prevenir essa rolagem contrária.
impedirá que alguém
inicie sua movimentação Entretanto, uma fábrica não deve depender de
inadvertidamente, freios e escoras para prevenir uma correia de se
enquanto outra pessoa movimentar sem controle. Houve situações em
trabalha nele.
que a correia se moveu devido a tensões internas
do esticamento da correia.

Chutes bloqueados, material preso em zonas


de carregamento, sob a correia, ou rolamentos
desgastados podem emperrar a correia o
suficiente para criar tensões consideráveis. A
Figura 2.6
correia pode se mover em qualquer direção,
como nas condições no momento do trabalho;
O grampo de correia
deve ser seguro a uma tais condições podem mudar e de fato mudam
parte da estrutura do ao longo do trabalho.
transportador capaz
de resistir às forças Caso os empregados tenham que estar sobre
esperadas, a correia ou próximos a pontos de captura do
não a um rolo.
transportador, a correia deve ser fisicamente
impedida de se movimentar por sua própria
energia. Isso é chamado “bloqueio” da correia
do transportador. Grampos de correia, correntes

20
Segurança | Capítulo 2

e tensores (alças de alavancagem por catraca) Figura 2.7


podem ser utilizados para restringir fisicamente
Pontos de risco em
a correia, prendendo o aparelho de bloqueio a equipamentos rotatórios,
uma parte estrutural do transportador capaz de como polias dianteiras,
resistir às forças esperadas (Figura 2.6). e em equipamentos que
permitem movimentos
2
É recomendado que sejam adquiridos súbitos, como por
gravidade, devem
equipamentos de engenharia que grampeiem de ser equipados com
maneira segura a correia, de modo a impedir sua proteções para prevenir
movimentação. invasões acidentais
ou imprudentes de
trabalhadores.
Procedimentos de Teste
Um procedimento de teste oferece uma
verificação final para garantir que o sistema
esteja seguro e sem energia, antes de continuar Figura 2.8
o trabalho. É uma boa prática tentar iniciar o Tem se tornado cada
transportador ou o equipamento bloqueado vez mais comuns
os transportadores
após a fechadura ter sido instalada. Isso deve totalmente fechados
incluir tanto as estações locais de início/parada por barreiras protetoras
quanto os controles remotos do sistema. Isso ao longo de passarelas
para proteger os
garante que os disjuntores corretos foram
funcionários que tenham
desenergizados. que as utilizar.

Proteções do Equipamento
É importante que pontos de risco – em
equipamentos rotatórios, como polias dianteiras,
e em equipamentos que permitam movimentos
súbitos, como por gravidade – sejam equipados Figura 2.9
com proteções para prevenir invasões acidentais
As proteções são feitas
ou imprudentes por parte de empregados de malhas e telas
(Figura 2.7). metálicas para permitir
que os funcionários
Tem se tornado cada vez mais comuns observem as peças
os transportadores totalmente fechados por móveis do transportador
e pontos de risco sem
barreiras protetoras ao longo de passarelas para uma aproximação que
proteger os funcionários que tenham que utilizá- represente riscos.
las (Figura 2.8). Tais proteções são feitas
com malhas ou telas metálicas para permitir
a observação das partes móveis e dos pontos
de risco, impedindo uma aproximação que
represente riscos para o funcionário (Figura
2.9). Figura 2.10
Para proteger
Apesar de cada nação ter suas exigências funcionários que
individuais, que devem ser cumpridas em trabalham próximo à
correia, o transportador
termos da instalação apropriada de proteções deve ser equipado com
em equipamentos, exigências locais e industriais botões de parada de
devem ser também minuciosamente investigadas emergência do tipo
“puxão de corda”.
e implementadas.

Ao mesmo tempo, deve-se lembrar


que o acesso para a manutenção deve
ser disponibilizado para várias partes do
equipamento. As barreiras físicas instaladas
para proteger o equipamento devem ser

21
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

cuidadosamente desenhadas; do contrário, D. Falha de botões elétricos dentro do


interferirão na eficiência da manutenção. compartimento.
A remoção das proteções deve exigir uma
ferramenta especial para impedir indivíduos não E. Ligação elétrica incorreta de botões ou
2 treinados de entrar no sistema. As proteções circuitos de controle.
devem ser suficientes para impedir que um
A solução para esse problema é a atenção
empregado alcance através ou ao redor delas
apropriada durante a manutenção e os exercícios
para acessar pontos de risco.
de testes semelhantes aos exercícios de incêndio
Ao final dos procedimentos de manutenção, é em escolas, ocasiões em que o equipamento de
importante que as proteções sejam retornadas à segurança do transportador pode ser verificado.
posição, antes de reiniciar o transportador. Esses testes devem ser realizados mensalmente.

Botões de Parada de Emergência Sinalização de Segurança


Para proteger os funcionários que trabalham Adesivos de segurança e etiquetas de aviso
próximo à correia, o transportador deve ser devem ser afixados em pontos de risco, portas
equipado com botões de parada de emergência de acesso de manutenção e outras áreas
do tipo “puxão de corda”. Tais botões devem perigosas no equipamento do transportador
ser convenientemente montados ao longo das (Figura 2.11). É responsabilidade do
passarelas e dos passadiços (Figura 2.10). O fabricante o fornecimento – e, sempre que
sistema deve correr ao longo de toda a extensão possível, a afixação – de avisos de segurança
e de ambos os lados do transportador, caso para o equipamento. Esses avisos devem
haja acesso ou passarela em ambos os lados ser mantidos limpos e legíveis e devem ser
da correia. Os botões devem ser ligados ao reaplicados devidamente para se adequar a
sistema de energia da correia, para que, em caso mudanças no equipamento ou procedimentos.
de emergência, um simples puxão da corda É responsabilidade do gerente de operações a
interrompa o fornecimento de energia para o substituição de avisos de segurança desgastados,
transportador, parando a correia. danificados ou ilegíveis. É responsabilidade do
empregado obedecer à sinalização de segurança.
Em 1995, a MSHA, nos Estados Unidos,
alertou operadores de minas sobre as Avisos sobre equipamentos que podem
falhas potenciais de sistemas de paradas de ser ligados por controle remoto devem ser
emergência do tipo puxão de corda ao longo colocados de maneira proeminente ao longo
de transportadores. Após realizar testes com do transportador. Muitas vezes, as correias dos
mais de 1.100 sistemas, a MSHA observou uma transportadores são iniciadas automaticamente
taxa de falha de 2%. A MSHA atribuiu esse ou acionadas por um operador em uma sala de
problema a vários fatores: controle remoto, longe do transportador.

A. Derramamentos ao redor do botão, Chutes que tenham aparelhos de auxílio de


impedindo a desativação do transportador. fluxo como canhões de ar, os quais podem ferir
empregados seriamente quando acionados,
B. Cordas rompidas ou frouxidão excessiva
devem ser claramente marcados. Essa situação
nelas.
também exige que o chute seja marcado com
C. Rolamentos pivôs paralisados onde a haste restrições para entrada de veículos. Os auxílios
do botão está coberta. de fluxo devem ser devidamente desligados/
sinalizados/bloqueados/testados, e os chutes
Figura 2.11 limpos antes da entrada do material.
Adesivos de segurança
e etiquetas de aviso Adesivos e placas de segurança são
devem ser afixados disponibilizados por fabricantes renomados de
em pontos de risco,
portas de acesso de transportadores e equipamentos relacionados,
manutenção e outras assim como em lojas de materiais de segurança.
áreas perigosas no Nos EUA, a Associação de Fabricantes de
transportador.
Equipamentos de Transportadores (CEMA)
tem uma variedade de etiquetas de segurança e
precaução para transportadores de materiais a

22
Segurança | Capítulo 2

granel e vários acessórios comuns. Tais etiquetas desligamento do botão principal de energia
podem ser visualizadas e adquiridas através do que fica próximo à polia dianteira ou na sala
site da organização: http://www.cemanet.org. de controle. Como isso, pode representar
uma distância considerável do local de
Sinalizações incorporando pictogramas
podem ser exigidas para proteger todos
trabalho. O cumprimento dessas exigências 2
pode custar uma grande quantidade de
os trabalhadores em fábricas onde são tempo e esforço. Não é difícil imaginar o
falados vários idiomas (Figura 2.12). Se pessoal da manutenção pensando que não
necessário, devem ser realizadas traduções há problemas em realizar algum reparo
das mensagens de segurança localmente para rápido de rotina sem desligar a correia,
garantir o significado preciso. (A Organização considerando-se que o procedimento de
Internacional para Padronização – ISO – tem desligamento levaria mais tempo que o
o objetivo de eliminar palavras que necessitem próprio trabalho.
de tradução e de usar placas que incorporem
apenas figuras.) Esse “atalho” cria a oportunidade para
acidentes e ferimentos.
Considerações de Segurança para
o Lançamento de Transportadores
O início da operação de novos TREINAMENTO DE SEGURANÇA
transportadores pode ser um dos momentos O relatório sul africano (Referência 2.3)
mais perigosos, porque o sistema pode observou: “A maioria dos acidentes pode ser
não se comportar conforme o esperado, e atribuída à falta de compreensão acerca dos
equipamentos de segurança, como sirenes e riscos inerentes aos sistemas de transportadores
sinais, podem não funcionar apropriadamente. e do uso seguro destes”.
Recomenda-se que vários funcionários sejam
colocados ao longo da rota do transportador A melhor abordagem para a prevenção de
com a finalidade de identificar possíveis
problemas, antes de iniciar a correia. Eles
Figura 2.12
devem ter comunicação por rádio com a sala de
Sinalizações que
controle ou com a pessoa responsável por iniciar incorporem pictogramas
a correia. podem ser exigidas
para proteger todos
Os eventuais ajustes necessários para que a os trabalhadores em
correia se movimente suavemente devem ser fábricas onde vários
idiomas são falados.
feitos somente enquanto o transportador estiver
devidamente desligado/sinalizado/bloqueado/
testado. Um simples ajuste, enquanto a correia,
estiver em movimento, pode resultar em
acidentes.

Pensamento Perigoso
Muitas operações proíbem o trabalho no
sistema transportador com ele em movimento.
Mesmo assim, as mesmas operações exigem
trabalhos ao redor do sistema com ele em
operação. Os trabalhadores se aproximam
dos transportadores para realizar inspeções,
procedimentos de manutenção e limpeza de
materiais fugitivos.

De acordo com a observação de Richard


J. Wilson (Referência 2.5), do Centro de
Pesquisas do Birô de Minas de Twin Cities:

A maioria dos procedimentos exige o

23
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

acidentes é um programa de segurança bem D. Técnicas apropriadas de trabalho com pá.


desenhado, combinado com treinamento efetivo E. Práticas seguras de inspeção e manutenção.
e repetido.
F. Condições causadoras de problemas no
2 Treinamento de Transportador para
transportador (levando a problemas de
manutenção e segurança).
Novos Empregados
G. Seleção da correia para adequação às
A segurança na correia do transportador
estruturas e condições.
deve começar com o trabalhador mais
recém-empregado. A tendência é designar o H. Identificação das fontes de materiais fugitivos.
“novato” – o que tem menos experiência, mais
recentemente empregado – para realizar “o I. Eliminação de materiais fugitivos.
trabalho que ninguém quer”: limpeza ao redor
de transportadores de correia em movimento. J. Procedimentos de alinhamento da correia.
Antes de designar um novo empregado para a
tarefa de trabalhar ao redor de uma correia de Treinamento de Revisão
transportador, o empregado deve frequentar um Além dos novatos, os veteranos
mínimo de quatro horas de aulas de instrução também necessitam de treinamento. Os
especificamente relacionadas a transportadores empregados mais antigos provavelmente
de correia. tiveram pouco ou nenhum treinamento
sobre correias transportadoras ou sobre
O Curso de Treinamento em segurança delas. Seminários como a
Transportadores Oficina FOUNDATIONSTM da Martin
Cada fábrica deve ter um programa de Engineering se provaram eficientes no
treinamento para indivíduos cujos cargos exijam sentido de fornecer treinamento de
que trabalhem nos transportadores ou próximo transportadores para funcionários, desde
deles (Figura 2.13). Tal programa deve operadores e funcionários da manutenção até
discutir os riscos e procedimentos de segurança engenheiros de transportadores e gerentes
do trabalho ao redor de transportadores. de fábricas. O Programa de Certificação
O treinamento deve incluir uma detalhada FOUNDATIONSTM correspondente oferece
compreensão da variedade de condições da uma experiência auto-orientada de aprendizado
correia que podem influenciar sua operação, em transportadores.
assim como os materiais fugitivos e a segurança
Lembretes periódicos entre os treinamentos
dos funcionários. O índice de acidentes pode ser
regulares e as sessões de revisão também
reduzido através da compreensão das diferentes
são benéficos. Agências como a MSHA dos
condições do transportador.
EUA são uma fonte de históricos de casos de
Um treinamento abrangente deve incluir no acidentes em correias de transportadores, os
mínimo os seguintes aspectos: quais podem representar materiais eficazes para
o treinamento de revisão.
A. Práticas gerais de segurança ao redor de
transportadores de correia.
B. Equipamento de Proteção Individual (EPI). A IMPORTÂNCIA DA
C. Apresentação pessoal e uniforme. RESPONSABILIDADE PESSOAL
A segurança da fábrica se assemelha à limpeza
dela de várias formas: ambas são questões de
Figura 2.13
atitude. A gerência da fábrica pode estabelecer o
Cada fábrica deve
tom geral da operação; no entanto, é a resposta
ter um programa de
treinamento para de cada trabalhador que terá o maior impacto
indivíduos cujos cargos no registro de segurança de uma fábrica.
exijam que trabalhem
nos transportadores ou A segurança não é responsabilidade somente
próximo a eles.
do departamento de segurança da fábrica ou de
uma agência governamental. É responsabilidade
de cada trabalhador garantir a segurança para si
mesmo e para seus colegas.

24
Segurança | Capítulo 2

A responsabilidade pessoal inclui: aproximadamente 0.2 segundos e que a correia


do transportador levará um tempo para parar, há
A. Uso de equipamento de proteção individual, tempo mais do que suficiente para uma pessoa
incluindo máscaras de pó e respiradores, ficar presa no sistema.
protetores auriculares, capacetes e sapatos
com biqueira de aço. Portanto, é muito provável que, se um
2
B. Atenção às práticas de segurança. trabalhador violar as regras e/ou os sistemas
de segurança e ficar preso, o transportador
C. Bons padrões de organização para garantir não poderá ser parado em tempo de evitar
uma área de trabalho limpa e segura. ferimentos sérios ou a morte.

D. Revisão detalhada de manuais de


equipamentos para o aprendizado de
BENEFÍCIO DUPLO DA SEGURANÇA
operações seguras e procedimentos de DO TRANSPORTADOR
manutenção.
Finalizando…
E. Disposição para eliminar ações perigosas
de outros trabalhadores e ensinar É possível eliminar os acidentes relacionados
procedimentos de segurança apropriados. aos transportadores? Provavelmente não.
Entretanto, podemos nos esforçar para alcançar
sua eliminação através de uma abordagem
dupla:
TÓPICOS AVANÇADOS
A. Treinamento de novatos e veteranos para
Sistemas de Proteção de “Nova
trabalhar em segurança nos transportadores e
Geração” e Tempo de Parada do
em seu entorno.
Transportador
B. Eliminação de muitos dos problemas que
Surge a questão de se tecnologias de
exijam trabalho próximo a transportadores
proteção de “nova geração” podem reagir
de correia.
rápido o suficiente para prevenir ferimentos,
quando comparadas com barreiras protetoras Deve-se ter em mente que o custo de um
convencionais. Os fatores determinantes acidente pode facilmente exceder o custo de
são o alcance de detecção do equipamento, estabelecer um programa de treinamento na
a velocidade de resposta do dispositivo de organização ou mesmo o salário anual de um
proteção, a distância do dispositivo de proteção treinador em tempo integral.
da peça móvel mais próxima, o tempo de parada
da correia do transportador e a velocidade de Oferecer treinamento em operações e
reação da própria pessoa. manutenção de transportadores para melhorar
a segurança deles tem também o potencial
Quase todos os programas de desenho de de melhorar os resultados das operações. De
transportadores calculam o tempo de parada da fato, o treinamento em operações seguras de
correia com base no controle da tensão dela para transportadores traz um duplo benefício: ele
otimização dos componentes de transmissão. apresenta uma oportunidade para a melhoria
Parada, início ou reversão instantânea da correia da segurança dos trabalhadores e, ao mesmo
podem causar sérios problemas dinâmicos para tempo, melhora a eficiência das operações de
o transportador e seus acessórios. Mesmo em uma instalação.
transportadores curtos, onde as preocupações
dinâmicas não são consideradas, é comum A Seguir...
que uma correia leve 5 segundos para parar.
Em sistemas longos, nos quais as questões Este capítulo sobre Segurança, o segundo
dinâmicas são uma preocupação, é comum capítulo na seção sobre Fundamentos para o
que o transportador leve 30 segundos para Manuseio Seguro de Materiais a Granel, segue
parar. O tempo de reação simples para uma o Controle Total de Materiais e explica como
pessoa geralmente é definido como o tempo acidentes podem ser causados por uma falta
necessário para um observador detectar a de controle total de materiais. Os próximos
presença de um estímulo. Considerando-se que três capítulos focam em Transportadores
o tempo médio de reação de uma pessoa seja de 101, começando com Componentes do

25
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

Transportador, seguido por A Correia e, Avenue, North Bay, Ontario, Canada,


finalmente, Emendando a Correia. B1B 9PI Telephone: (705) 474-SAFE.

2.5 Wilson, Richard J. (August, 1982). Con-


2 REFERÊNCIAS
veyor Segurança Research. Bureau of
Mines Twin Cities Research Center.
2.1 Padgett, Harvey L. (2001). Powered
Haulage Conveyor Belt Injuries in Sur- 2.6 Giraud, Laurent; Schreiber, Luc; Massé,
face Areas of Metal/Nonmetal Mines, Serge; Turcot, André; and Dubé, Julie.
1996–2000. Denver, Colorado: MSHA (2007). A User’s Guide to Conveyor Belt
Office of Injury and Employment Infor- Segurança: Protection from Danger
mation. Zones. Guide RG-490, 75 pages. Mon-
tréal, Quebec, Canada: IRSST (Institut
2.2 Maki, D. Michele, PhD. 2009. Convey- de recherche Robert-Sauvé en santé et en
or-Related Mining Fatalities 2001-2008: sécurité du travail), CSST. Available in
Preliminary Data. Unpublished Report English and French as a free download-
for Martin Engineering. able PDF: http://www.irsst.qc.ca/files/
documents/PubIRSST/RG-490.pdf.
2.3 Dreyer, E., and Nel, P.J. (July 2001). Best
Practice: Conveyor Belt Systems. Project
Number GEN-701. Braamfontein, South
Africa: Segurança in Mines Research Ad-
visory Committee (sic) (SIMRAC), Mine
Health and Segurança Council.

2.4 Ontario Natural Resources Segurança


Association. Segurança Reminder, news-
letter. P.O. Box 2040, 690 McKeown

26
Segurança | Capítulo 2

27
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

Figura 3.1
O transportador de correia
é o alicerce do manuseio
de materiais a granel.

Capítulo 3

Transportadores
passo a passo —
Componentes do Transportador
Componentes de um Transportador Padrão................................................................................................... 29
Pontos de Transferência: Problemas e Oportunidades.. ............................................................................... 32
Engenharia dos Sistemas . ................................................................................................................................... 34
Preocupações de Segurança................................................................................................................................ 35
Transportadores de Correia: Simples e Complexos.. ..................................................................................... 35

28
Transportadores passo a passo — Componentes do Transportador | Capítulo 3

Neste Capítulo... alguns fundamentos de desenho podem


Neste capítulo, descrevemos os componentes determinar o sucesso ou a falha no controle
mais comuns de transportadores de correia do derramamento ou carregamento pelo ar de
usados no manuseio de materiais a granel materiais fugitivos.
e fornecemos uma equação para calcular a Este capítulo descreverá os componentes
3
energia necessária para operar a correia do mais comuns usados no manuseio de materiais
transportador. Três métodos de desenho a granel.
de pontos de transferência são explicados,
juntamente com os benefícios de se utilizar
uma abordagem de engenharia de sistemas
COMPONENTES DE UM
para auxiliar no controle de material.
TRANSPORTADOR PADRÃO
Transportadores de correia vêm sendo
O Básico
utilizados há décadas para transportar
grandes quantidades de materiais em longas Para muitas fábricas, o transportador de
distâncias. Os transportadores provaram correia é o alicerce do manuseio de materiais
várias vezes serem um método confiável e a granel (Figura 3.1). Em essência, um
econômico para o movimento de materiais. transportador de correia é uma tira de
Transportadores de correia podem transportar borracha grande e reforçada, esticada ao redor
materiais subindo inclinações íngremes, de duas ou mais polias, movimentando-se,
contornando cantos, sobre montanhas e vales, em uma velocidade definida, carregando
através de cursos d’água, sobre o chão ou uma quantidade específica de materiais.
abaixo dele. Os transportadores de correia As complicações surgem à medida que o
se integram bem em outros processos, como percurso se torna inclinado ou curvo, quando
britagem, peneiramento, carregamento o transportador precisa ser adicionado em um
e descarregamento de vagões e navios e processo ou fábrica mais sofisticada ou quando
operações de empilhamento e recuperação. precisa cumprir exigências de alimentação de
materiais ou outras restrições operacionais.
Os transportadores de correia exibem
a habilidade de transportar materiais que Um transportador de correia é um
variam de pedaços grandes, pesados e com equipamento relativamente simples (Figura
extremidades afiadas até partículas finas; de 3.2). Seu desenho básico é tão robusto que
molhados, grudentos, pastosos até pó seco; de pode transportar materiais nas condições mais
minério bruto à areia de fundição; de toras do adversas – sobrecarregado, coberto de água,
tamanho de árvores a pedaços de madeira e até enterrado em material fugitivo ou de várias
batatas fritas. outras formas. A diferença, entretanto, entre
um transportador de correia cuja engenharia,
De todos os sistemas de manuseio de operação e manutenção são corretos e um
materiais, os transportadores de correia sistema disfuncional geralmente aparece
operam tipicamente com o menor custo de rapidamente nos custos de operação e
transporte por tonelada o menor custo de manutenção.
manutenção por tonelada, o menor custo
de energia por tonelada, e o menor custo de Transportadores de correia comuns para
trabalho por tonelada. Essas vantagens podem materiais a granel têm largura que vai de 300
não se concretizar caso não seja realizada uma milímetros a 3.000 milímetros, com correias
análise cuidadosa do tipo de material a granel de 5.000 milímetros sendo encontradas para
a ser manuseado e do processo em geral,
no momento de especificar um sistema de Figura 3.2
transportador. Um transportador
de correia é um
Há muitos desenhos de sistemas equipamento
relativamente simples.
transportadores disponíveis. Muitos são
desenvolvidos para solucionar problemas
únicos e complexos específicos de uma
indústria em particular ou de um tipo de
material a granel. Em qualquer escolha,

29
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

aplicações em fábricas de minério de ferro fragmentos de ferro, calhas de transferência


em pelotas. Os transportadores podem ter e vedações, sistemas de suporte da correia,
qualquer comprimento. A capacidade de carga raspadores, botões de segurança, sistemas
é limitada pela largura e velocidade da correia de supressão e coleção de pó e sistemas de
3 do transportador, sendo que há correias que proteção climática.
movimentam vários milhares de toneladas de
material por hora, 24 horas por dia. Componentes de um Transportador
de Correia Padrão
Todo o transportador de correia para
manuseio de material a granel é composto de Apesar de os transportadores de correia
seis elementos principais: serem de certa forma diferentes uns dos outros,
eles têm muitos componentes em comum
A. A correia. (Figura 3.3). Um transportador consiste em
Forma a superfície móvel sobre a qual o uma correia contínua de borracha esticada
material viaja. entre polias terminais. Uma extremidade
é a polia traseira. Trata-se do local onde
B. As polias. ocorre o carregamento do material, apesar
de que ele pode ser feito em qualquer outro
Apoiam e movem a correia, controlando
ponto do transportador – e transportadores
sua tensão.
com múltiplas zonas de carregamento são
C. A transmissão. relativamente comuns. A outra extremidade to
transportador é chamada dianteira. É por onde
Fornece energia para uma ou mais polias
o material é geralmente descarregado, porém,
para mover a correia.
com o uso de raspadores ou descarregadores,
D. A estrutura. o material pode ser descarregado em qualquer
ponto do transportador.
Suporta e alinha os componentes rolantes.
A correia é apoiada do lado superior
E. Os sistemas de suporte da correia.
(carregamento) por rolos chatos ou côncavos
Apoiam os filamentos de carregamento e chamados roldanas. Rolos côncavos dão
retorno da correia. a forma de U à correia, aumentando a
F. Os pontos de transferência. capacidade de carga do transportador. No lado
Carregam ou descarregam os materiais do inferior (retorno) do transportador, onde a
transportador. correia retorna para o ponto de carregamento,
ela é apoiada por roldanas de retorno. Os
Outra parte de qualquer transportador é o componentes rolantes são montados em
equipamento auxiliar instalado para melhorar molduras e apoiados por estruturas de aço
a operação do sistema. Ele inclui componentes chamadas traves horizontais. Em algumas
como tensores, raspadores, detectores de aplicações, como transportadores subterrâneos
Figura 3.3
Chute Dianteiro
Apesar de os Ponto de Transferência (Descarga)
Dianteira ou
transportadores de Roletes Transmissão
correia serem de certa Calha Guia Côncavos ou de Polia
Chute de Carregamento Raspador
forma diferentes uns Correia do
Carregamento
Transportador Primário (Pré-
dos outros, todos têm Vedação
Raspador)
Caixa contra Pó
componentes em
Traseira
comum. Raspador
Roletes de
Transição Secundário

Polia de Ângulo Raspador


de Abraçamento Terciário

Dribble
Polia Chute
Polia Tensionadora
Traseira
Raspador Mesa de Ponto de Transferência
em “v” Vedação
Mesa
de Impacto
Roletes Polia do contra
peso
de Retorno

30
Transportadores passo a passo — Componentes do Transportador | Capítulo 3

ou elevados, os componentes rolantes do alimentar outro, um ponto de transferência


sistema são montados em cabos de aço pode conter ambas as zonas. Entretanto, um
suspensos. ponto de transferência pode também estar
onde uma correia alimenta outro sistema de
Normalmente, os motores de transmissão
de transportadores movidos a eletricidade são
manuseio ou processamento de materiais 3
a granel ou onde ela recebe carga de outro
instalados de forma a girar a polia dianteira. sistema de manuseio e processamento de
O(s) motor(es) pode(m) ser instalado(s) em materiais a granel. Tais sistemas podem ser
qualquer ponto da extensão do transportador. locais de armazenagem de qualquer tipo;
Motores múltiplos normalmente são veículos carregadores de materiais, como
utilizados em transportadores longos ou muito caminhões, vagões, barcos ou navios; ou outros
carregados. equipamentos de processamento.
Um dispositivo de tensão, chamado Dependendo do material transportado, uma
tensionador, é utilizado para garantir que a variedade de outros equipamentos auxiliares
correia permaneça apertada contra a polia de pode ser instalada ao longo do curso do
transmissão para manter a tensão necessária transportador ou no ponto de transferência, em
para o movimento da correia e da carga. O qualquer das extremidades.
mais comum é um dispositivo automático de
tensão conhecido como esticador de gravidade, Energia de Transmissão do
o qual utiliza um contrapeso para criar tensão Transportador
na correia. O esticador de gravidade geralmente
é instalado próximo à polia de transmissão no Conforme discutido, transportadores são
lado de retorno da correia. Polias de curva são movidos por meio de um motor afixado à polia
utilizadas para direcionar a correia para a polia de transmissão. Determinar a exigência de
de transmissão, a qual é presa ao contrapeso do energia de um transportador (isto é, especificar
esticador de gravidade. o tamanho do motor necessário) depende da
tensão para mover a correia e da velocidade
Outro tipo de polia, chamada polia ângulo dela.
de abraçamento, é comumente colocada,
imediatamente após a polia dianteira, no lado A sexta edição de Transportadores de
de retorno da correia, para aumentar o contato Correia para Materiais a Granel (do inglês
entre a correia e a polia, permitindo que uma Belt Conveyors for Bulk Materials), da
polia de transmissão menor faça chegar à Associação de Fabricantes de Equipamentos
correia a tensão necessária. Transportadores (CEMA), fornece uma
equação, originalmente desenvolvida pelo
O material geralmente é carregado próximo Deutsches Institut fur Normung (DIN), para
à extremidade traseira, em uma área conhecida determinar a exigência de energia de um
como zona de carregamento. Os componentes “Transportador Básico”.
da zona de carregamento provavelmente
incluirão chute de carregamento, polia traseira, Os fatores com maior influência nas
roletes, sistemas de suporte de correia, calhas- exigências de energia de transportadores são
guia, chapas de desgaste, vedações laterais, o peso da carga e a elevação que ela deve
cortinas de entrada e de saída. vencer. A fricção dos vários componentes do
transportador normalmente representa uma
A extremidade dianteira, ou de descarga, pequena parte da exigência de energia. Quando
de um transportador normalmente consistirá a correia é horizontal, essa fricção se torna
da polia dianteira, um chute de descarga, a consideração mais importante. A tensão é
juntamente com um sistema de raspagem de usada para encontrar a energia necessária para
correia, um dribble chute e outro equipamento operar a correia do transportador (Equação
para monitorar e manter o fluxo. 3.1). O valor AT é a soma de todas as tensões
positivas e negativas no sistema que devem
Um ponto de transferência é onde o material ser transferidas para a correia pela polia de
a granel se move de um equipamento para transmissão, a fim de superar a resistência dos
outro. Ele pode ser uma zona de carregamento componentes e transportar a carga. Cada um
ou de descarga, ou, em caso de o transportador dos cálculos para a tensão dos componentes

31
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

Equação 3.1 P = ∆T · V · k
Cálculo da Energia
Considerando que: 5.400 newtons (1.200 lbf ) de tensão são adicionados a uma correia, movimentando-se
Necessária.
a 3 metros por segundo. Encontre: A energia necessária para operar a correia do transportador.

3 Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais


P Energia Necessária quilowatts Cavalo de força
∆T Tensão Líquida Adicionada à Correia 5.400 N 1.200 lb f
V Velocidade da Correia 3 m/s 600 ft/min
k Fator de Conversão 1/1.000 1/33.000

5400 · 3
Métrico: P = = 16
1000
Imperial: 1200 · 600
= 22
P= 33000
P Energia Necessária 16 kW 22 hp

pode ser encontrado neste livro ou na sexta sistemas devem ser avaliados. Transportadores
edição de Transportadores de Correia para de correia de roldana côncava têm um longo
Materiais a Granel da CEMA. A tensão histórico de desempenho satisfatório em
adicionada para elevar o material e a correia é condições desafiadoras.
calculada no livro supracitado.
O sucesso geral de um sistema de
Uma vez que a tensão para cada componente transportador de correia depende muito do
tenha sido encontrada, elas podem ser somadas sucesso de seus pontos de transferência. Se
para se chegar à energia total necessária. o material é mal carregado, o transportador
sofrerá danos na correia, nos componentes
Um fator razoável de segurança deve ser rolantes e/ou na sua estrutura, reduzindo
adicionado às exigências de energia para a eficiência de sua operação. Se o material
garantir que a correia do transportador não escapa, esse material fugitivo causará vários
seja operada próximo a uma condição de problemas de manutenção, novamente levando
sobrecarga. Esse valor deve ser utilizado como a uma redução na eficiência da produção
MÍNIMO ao selecionar os componentes de e a um aumento nos custos de operação e
transmissão. manutenção.

O Valor do Transportador
Convencional PONTOS DE TRANSFERÊNCIA:
Há uma variedade de sistemas avançados PROBLEMAS E OPORTUNIDADES
de transportadores que oferecem alternativas
para o manuseio de materiais. (Ver Capítulo O Desafio do Ponto de
33: Considerações sobre Transportadores Transferência
Especializados.) Para fins gerais, o
Um ponto de transferência típico é composto
transportador de correia convencional de
de chutes de metal que guiam o fluxo do
roletes côncavos é o padrão de desempenho
material (Figura 3.4). Ele também pode
e a referência de valor contra o qual os outros
incluir sistemas para regular o fluxo, para
Figura 3.4 acomodar apropriadamente o fluxo dentro
da estrutura receptora (seja uma correia, seja
Um ponto de
transferência típico é um veículo, seja outro equipamento) e para
composto por chutes impedir a saída de material fugitivo.
que guiam o material
para a correia, veículo Pontos de transferência são tipicamente
ou outro sistema de instalados em transportadores pelas seguintes
processamento. razões:

A. Para mover o material para ou do

32
Transportadores passo a passo — Componentes do Transportador | Capítulo 3

armazenamento ou equipamento de correia. A otimização do ponto de transferência


processamento. é essencial para a taxa de transferência do
B. Para mudar a direção horizontal do material transportador e para o controle de materiais
em movimento. fugitivos (Figura 3.5).
C. Para cobrir longas distâncias. O problema é que pontos de transferência
3
D. Para permitir energia efetiva de transmissão são o centro de interação de muitas das
a fim de cobrir uma distância que seja muito exigências conflitantes, algumas surgidas da
longa para uma única correia passagem dos materiais, e outras, das correias
que entram e saem das zonas de carregamento.
O método e o equipamento para As características do material, os movimentos
carregamento da correia contribuem muito do ar e os níveis de impacto adicionam forças
para o prolongamento da vida útil dela, que devem ser consideradas em qualquer
reduzindo o derramamento e mantendo a sistema desenhado para impedir o escape
correia alinhada. Os desenhos de chutes de materiais fugitivos. Além disso, muitas
e outros equipamentos de carregamento exigências impostas pelo processo geral da
são influenciados por condições como a fábrica sujeitarão os pontos de transferência a
capacidade, as características do material forças e limitações adicionais.
manuseado, a velocidade e a inclinação da
correia e o número de zonas de carregamento A Engenharia dos Pontos de
do transportador. Transferência
Para minimizar a degradação do material Estas são as abordagens básicas para o
e o desgaste dos componentes, um ponto desenho de pontos de transferência. A primeira
de transferência ideal colocaria a quantidade e mais comum é o método convencional
especificada de material na correia receptora, de esboçar uma solução usando princípios
carregando-o:
Figura 3.5
A. No centro da correia; Um ponto de
B. Em uma taxa uniforme; transferência apropriado
é essencial para o
C. Na direção de movimento da correia;
controle do material no
D. Na mesma velocidade da correia; transportador.
E. Após a correia estar totalmente côncava;
F. Com força de impacto mínima.
Ao mesmo tempo, seria necessário espaço e/
ou sistemas adequados para:

A. Vedação lateral e caixa traseira;


B. Remoção de acúmulos no retorno;
C. Gerenciamento de material fugitivo;
D. Inspeção e manutenção.

Porém, na Vida Real...


Alcançar todos esses objetivos de desenho Figura 3.6
em um único ponto de transferência é O primeiro e mais
comum método de
difícil. As acomodações exigidas pelas
desenho de um ponto
circunstâncias atuais provavelmente levarão de transferência é o
ao não cumprimento dos objetivos. O ponto método convencional de
de carregamento de qualquer transportador esboçar uma solução
usando princípios
é quase sempre o fator mais crítico para a básicos para adequar
vida útil da correia. É nele que ela recebe a o layout mestre dos
maior parte da abrasão e praticamente todo transportadores.
o impacto. É nos pontos de transferência
que as forças que levam a derramamentos
e criação de pó agem sobre o material e a

33
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

básicos para adequar o layout mestre dos A. Características do material e taxas de fluxo.
transportadores (Figura 3.6). O segundo B. Exigências mínimas de desempenho em
método é a especificação de componentes termos de horas de trabalho de limpeza e/
críticos do ponto de transferência e o ou quantidade de derramamento por horas
3 desenho geral do layout do transportador de operação.
para minimizar os problemas com pontos de
C. Exigências máximas de orçamento para
transferência. Essa seria a solução especificada
manutenção anual e reconstruções
(Figura 3.7).
periódicas em intervalos especificados pelo
O terceiro método é uma solução de fornecedor.
engenharia. Ele é utilizado para analisar as D. Exigências ergonômicas de acesso para
características do material a granel e produzir limpeza e manutenção.
chutes customizados, os quais minimizem
o desvio da trajetória do material a granel E. Plantas de engenharia e especificações para
e coloquem o material na próxima correia, peças desgastadas, assim como manuais
na direção apropriada e na velocidade da completos de manutenção.
correia receptora. Essa terceira classe de
pontos de transferência é caracterizada pelas
especificações que exigem que o material ENGENHARIA DOS SISTEMAS
a granel seja testado em termos de suas
propriedades de fluxo. A transferência do Um Passo para Frente, um Passo
material de uma correia para outra é projetada para Trás...
usando a mecânica de fluidos para minimizar o Infelizmente, melhorar a operação
pó, o derramamento e o desgaste. Esse projeto de sistemas complexos como pontos de
pode ser feito para novas construções ou para transferência de transportadores não é uma
reformas em pontos de transferência existentes. questão de resolver um problema estritamente
(Figura 3.8). definido. A tentativa de solucionar um
problema nesses sistemas de operação
As especificações para um ponto de sofisticados normalmente traz à luz ou cria
transferência projetado devem incluir: outro problema. Esse segundo problema pode
se provar tão difícil quanto o original ou mais.

Nunca é fácil alcançar o controle total de


Figura 3.7
materiais, porque problemas com materiais
O segundo método
fugitivos normalmente combinam múltiplas
é a identificação de
componentes críticos do causas e efeitos. Por exemplo, um novo
ponto de transferência, sistema de vedação de extremidades pode
o que seria a solução oferecer uma melhoria imediata na prevenção
especificada.
do derramamento de material no ponto de
transferência. No entanto, se não houver uma
placa de desgaste dentro do chute, a força e/ou
o peso do material na calha-guia criará pressão
lateral que abusará da nova vedação, levando
à abrasão e à falha prematura. Eventualmente,
a quantidade de derramamento retorna para
Figura 3.8 seu nível anterior inaceitável. O derramamento
Um ponto de continuará a cobrar seu alto preço da eficiência
transferência projetado do transportador e da operação geral.
é um método utilizado
para analisar as
características do A Abordagem de Sistemas
material a granel a fim
A chave para qualquer melhoria de
de produzir chutes
customizados que engenharia é uma solução detalhada que
atendam às exigências abranja todos os componentes do problema.
de uma operação Os custos de empreender essa abordagem
específica.
de sistemas serão mais altos do que os de

34
Transportadores passo a passo — Componentes do Transportador | Capítulo 3

PREO CUPAÇÕE S D E SEG U RANÇA

O desenho de qualquer são exigências para qualquer trabalho a ser 3


sistema de manuseio de realizado no sistema e em seu entorno
materiais a granel deve começar pela
preocupação com a segurança. Todas as O desenho apropriado dos pontos
medidas para a segurança dos funcionários de carregamento e descarga auxiliará na
que lidam diariamente com a operação operação e manutenção segura dos sistemas
e a manutenção do sistema devem ser de transportadores. A contenção total dos
tomadas. Cordas de emergência, botões de materiais transferidos evita que materiais
velocidade zero, proteção dos componentes fugitivos bloqueiem passarelas, escadas
rolantes e passarelas com corrimões são só e criem perigos. A eliminação de pó
algumas características básicas de segurança transportado pelo ar reduz os riscos à saúde
que devem ser incluídas nos sistemas dos empregados e os custos de manutenção/
de transportadores. Procedimentos de reparo do equipamento transportador.
desligamento/sinalização/bloqueio/teste

melhorar componentes individuais. Entretanto, discutidas neste livro podem oferecer melhorias
o retorno do investimento justifica a despesa. significativas na eficiência do manuseio de
materiais e na lucratividade.
Falar em “engenharia de sistemas” é fácil;
a aplicação dessa abordagem é que se prova A Seguir...
difícil. O desenvolvimento de uma abordagem
abrangente exige conhecimento do material; Este capítulo sobre Componentes do
compreensão do processo; comprometimento Transportador, o terceiro capítulo na seção
dos recursos para projetar, instalar e operar Fundamentos para o Manuseio Seguro de
apropriadamente um sistema e manutenções Materiais a Granel, é o primeiro de três
consistentes para manter o sistema em capítulos relacionados aos Transportadores
operação na eficiência máxima e para alcançar 101. Os capítulos 4 e 5 continuam esta seção
o controle total de materiais. sobre os princípios básicos dos transportadores
de correia e o controle de materiais para
a redução do pó e do derramamento,
descrevendo A Correia e Emendando a
TRANSPORTADORES DE CORREIA:
Correia.
SIMPLES E COMPLEXOS

Finalizando...
Transportadores de correia manuseando REFERÊNCIAS
materiais a granel são simples máquinas, 3.1 Qualquer fabricante e a maioria dos
regidas pelas leis universais da física. distribuidores de lonas podem fornecer
Entretanto, eles também são complexos, uma variedade de materiais sobre a
já que são vulneráveis a uma variedade de construção e o uso de seus produtos
incertezas que surgem de grandes quantidades específicos, assim como sobre correias
de material não confinado se movendo de transportadores em geral.
sobre eles e da energia que aplicam sobre o
material. Se mal contido, esse material em 3.2 Conveyor Equipment Manufacturers
movimento pode se espalhar pela instalação Association (CEMA). (2005). Belt Con-
em forma de derramamento, acúmulos e veyors for Bulk Materials, Sixth Edition.
pó, reduzindo a eficiência, encurtando a vida Naples, Florida.
útil do equipamento e aumentando custos. 3.3 O site <http://www.conveyor- beltguide.
A compreensão dos princípios básicos das com> é um recurso valioso e não com-
propriedades dos materiais e do desempenho ercial, tratando de vários aspectos das
do equipamento e a aplicação dos remediações lonas.

35
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

Figura 4.1
As correias transportadoras
são fatores-chave na
produtividade geral da
fábrica.

Capítulo 4
Transportadores
passo a passo —
A Correia
Preocupações com a Segurança......................................................................................................................... 37
Segurança da Fábrica e Cintas.. .......................................................................................................................... 37
Construção da Correia.. ......................................................................................................................................... 39
Seleção da Correia.. ................................................................................................................................................ 44
Armazenamento e Manuseio da Correia........................................................................................................... 48
Danos na Correia..................................................................................................................................................... 50
Reparos na Correia................................................................................................................................................. 55
Preservando a Vida Útil da Correia.................................................................................................................... 58
A Correia é a Chave................................................................................................................................................ 59

36
Transportadores passo a passo — A Correia | Capítulo 4

Neste Capítulo…
SEGURANÇA DA FÁBRICA E
Este capítulo dá sequência às discussões CINTAS
acerca dos fundamentos para o manuseio
seguro de materiais a granel e os princípios Resistência a Incêndios da Correia
básicos dos transportadores, focando na do Transportador 4
construção e no uso apropriado das correias. Um incêndio na correia do transportador é
Considerações para a seleção da correia estão um risco significativo. O correame em si pode
incluídas, juntamente com a importância do queimar; no entanto, são o comprimento e o
armazenamento e manuseio apropriados. Além movimento da correia que representam o risco
disso, são discutidos vários tipos de danos na de uma correia espalhar um incêndio por uma
correia, assim como métodos de reparação e grande área, dentro das instalações, em um
preservação da vida útil dela. tempo muito curto.
Um sistema de transportador de correia Incêndios em transportadores são mais
é composto por vários componentes; no comumente iniciados por calor gerado pela
entanto, nenhum é mais importante que a fricção induzida por uma polia girando contra
correia (Figura 4.1). A cinta representa uma uma correia emperrada (ou deslizando) ou por
porção substancial do custo da correia, e sua uma correia se movendo sobre roletes travados.
operação bem-sucedida pode ser o fator-chave Outros incêndios em esteiras ocorrem quando
para a produtividade geral de toda a fábrica na material quente ou ardente é inadvertidamente
qual se encontra o sistema. Portanto, a cinta carregado na correia. As melhores práticas para
deve ser selecionada com cuidado, e todas as minimizar o risco de incêndio em qualquer
medidas possíveis devem ser empregadas para correia de transportador incluem:
salvaguardar sua utilidade.
A. Verificar regularmente a correia.
Este capítulo foca em cintas de serviço pesado
B. Remover todos os acúmulos de materiais
utilizado tipicamente no manuseio de materiais
combustíveis ao longo da correia.
a granel. Os tipos mais comuns de cintas para
manuseio a granel são feitos com coberturas de C. Corrigir fontes potenciais de incêndios,
borracha ou cloreto de polivinila (PVC) e uma como rolos travados, rolamentos
carcaça tensionadora interna de tecido sintético superaquecidos ou desalinhamento da
ou cabos de aço. correia.

Com esse risco de incêndio, agravado

PREO CUPAÇÕE S CO M A SEG URANÇA

Assim como com qualquer ser manuseados com cuidado. Quando


tipo de maquinário em transportados, eles devem ser travados para
movimento, a correia transportadora deve ser que não se soltem e devem ser manobrados
tratada com respeito e com a compreensão com o equipamento apropriado e as medidas
de que ela pode causar ferimentos. Há uma de segurança.
série de riscos de ferimentos relacionados
à correia transportadora que podem levar à Consertar uma correia expõe os
morte ou a ferimentos mais sérios. A maioria trabalhadores a aspectos como o
dessas preocupações surge do movimento levantamento de cargas pesadas, ferramentas
da correia pelo sistema do transportador, afiadas e substâncias químicas. Os
como queimaduras por contato e o risco de procedimentos apropriados de desligamento/
se ficar preso devido ao contato com a correia sinalização/bloqueio/teste devem ser seguidos
em movimento. Cuidado especial deve ser antes de iniciar trabalhos no sistema ou em
tomado ao procurar por áreas danificadas ou seu entorno.
checar o alinhamento.
Deve-se usar o EPI apropriado e seguir os
Rolos de transportador de correias são procedimentos do fabricante para o manuseio
grandes e de difícil manuseio, por isso devem de substâncias químicas.

37
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

por gases tóxicos, fumaça densa e vapores outros).


nauseantes que podem resultar de um incêndio O teste de fricção de tambor mede a
em correia, a cinta é regulamentada nas capacidade de uma superfície manter sua
aplicações em que essas condições são mais temperatura abaixo de um máximo exigido,
4 perigosas – minas subterrâneas, particularmente após um tempo específico e sob uma tensão
as de carvão. Muitos países substituíram específica. O procedimento de teste simula
as exigências antigas de cinta retardante de uma correia deslizando sobre uma polia
incêndios, uma cinta que passava em pequenos emperrada ou uma polia rodando sob uma
testes com maçaricos Bunsen, ordenando o correia parada. Para passar neste teste, a
uso de cinta autoextinguível em aplicações temperatura da superfície da correia deve
subterrâneas. permanecer abaixo de 325oCelsius (617o F)
sem chamas ou brilhos visíveis.
Deve-se observar que TODAS as correias
transportadoras queimarão com suficientes B. Teste de Resistência de Superfície (ISO
calor e fluxo de ar. Entretanto, testes 284/EN 20284/DIN 20284).
padronizados de laboratório têm sido aceitos
por agências reguladoras governamentais a Uma carga eletrostática pode se formar
fim de medir e categorizar as características na superfície de uma correia e acender
de queima de diferentes correias. Em termos uma mistura de gases inflamáveis e ar.
gerais, “auto extinguível” é utilizado para Mantendo a resistência da superfície da
correias que não propagam um incêndio em correia baixa (tornando-a mais condutora), a
um cenário de laboratório uma vez que a fonte correia permite que a carga flua livremente,
do mesmo tenha sido removida. eliminando o risco de faíscas.

A cinta auto extinguível custa mais do que C. Teste com Maçarico de Propano de Alta
o retardante de incêndios. Esse acréscimo no Energia (EM 12881)
custo é geralmente de 10% a 50%, porém pode Para determinar se uma correia de
variar, dependendo da construção da carcaça e transportador propagará um incêndio, uma
da medida da cobertura. amostra de 2 a 2,5 metros de comprimento
por 1.200 milímetros de largura é queimada
Com exceção dos Estados Unidos, os com um maçarico de propano. Após a
padrões de segurança contra incêndio para remoção da fonte de ignição, as chamas
correame de transportadores são semelhantes devem se extinguir em certa quantidade
nos maiores países exploradores de carvão, de tempo, deixando uma área definida de
incluindo Austrália, Canadá, China, Alemanha, danos na correia.
Índia, Indonésia, Polônia, Rússia e África do
Sul. Na Alemanha, por exemplo, exigências D. Teste de Galeria em Escala de Laboratório
estritas foram implementadas há mais de 30 (DIN 22100 e 22118).
anos. Uma amostra de cinta de 1.200 milímetros
de comprimento por 120 milímetros de
Há várias organizações reguladoras e
largura é colocada sobre um maçarico de
agências governamentais internacionais que
propano. Após a remoção da fonte de
oferecem orientação e direção. Entre elas
ignição, as chamas devem se auto extinguir,
estão: Instituição Britânica de Padrões (British
e uma área definida não danificada deve
Standards Institution - BSI), Associação
permanecer.
dos Fabricantes de Equipamentos para
Transportadores (Conveyor Manufacturers Nos Estados Unidos, padrões de
Equipment Association - CEMA), Deutsches inflamabilidade de correias transportadoras
Institu für Normung (DIN), European podem ser considerados menos rigorosos
Standards (EN) e Organização Internacional do que os utilizados em outros países, já que
para Padronização (International Organization uma abordagem sistêmica é utilizada para a
for Standardization - ISO). supressão de incêndios. As regulamentações
dos EUA incluem não somente cintas de
Os testes nesses e na maioria dos outros
transportadores, mas também aparelhos
países incluem:
de monitoramento do ar e de detecção de
A. Teste de Fricção de Tambor (DIN 22100 e

38
Transportadores passo a passo — A Correia | Capítulo 4

deslizamentos motores. Parte 30 Seção 14.20) efetivada em dezembro


de 2008, incluindo o Laboratório de Testes
As atuais exigências de resistência a e Avaliação de Correias (BELT), um teste de
incêndios nos Estados Unidos para aplicações resistência a chamas em escala de laboratório,
gerais, exceto em minas subterrâneas de
carvão, conforme publicado no Código de
baseado no trabalho realizado para a regra 4
proposta em 1992. Para que uma correia passe
Regulamentações Federais (Code of Federal no teste BELT, ela deve ter capacidade de
Regulations – CFR), são bastante simples: resistência a incêndios melhorada, o que limita
consideravelmente a propagação de chamas.
Teste com Maçarico Bunsen (CFR Parte 30
Seção 18.65). O teste exige que três amostras de correia,
de aproximadamente 152 por 23 centímetros,
Um pequeno (aproximadamente 150 por
sejam colocadas em uma câmara de testes de
12 milímetros) pedaço de correia é colocado
168 centímetros de comprimento por 456
sobre a chama de um maçarico Bunsen por um
centímetros quadrados. Após a aplicação da
minuto, sendo ela removida após esse tempo, e
chama do maçarico na extremidade dianteira da
um fluxo de ar aplicado por três minutos. Após
amostra por 5 minutos e a extinção das chamas,
um determinado período de tempo, a duração
cada amostra testada deve exibir uma porção
das chamas é registrada. A média de quatro
não danificada em toda a sua largura.
amostras não deve queimar por mais de um
minuto ou exibir brilho remanescente por mais Na época da produção desse material, a
de três minutos. regra final publicada pela MSHA exigiu que as
correias de transportadores utilizados em minas
Esse teste, implementado pelo Ato Federal
subterrâneas de carvão fossem mais resistentes
de Saúde e Segurança em Minas de Carvão de
a incêndios do que era exigido previamente,
1969, é semelhante a um padrão para correias
a partir de 31 de dezembro de 2009. A
subterrâneas que estava em vigor na Europa até
regra também exige que a cinta existente seja
meados dos anos 70. Entretanto, com o advento
substituída dentro de dez anos. A MSHA
de regulamentações mais exigentes, as correias
ou fabricantes renomados de cintas podem
retardantes de incêndios tiveram permissão de
ser contatados para informações atualizadas
utilização na Europa somente em aplicações
adicionais.
sobre o solo; as correias auto extinguíveis
passaram a ser exigidas para o subsolo.
Outras Preocupações com a
Os Estados Unidos agora têm um padrão Segurança da Cinta
mais exigente para correias resistentes a Outros padrões são utilizados às vezes.
incêndios para minas subterrâneas de carvão. Alguns países têm exigências ainda mais
Em dezembro de 1992, a Administração de rigorosas acerca de, por exemplo, toxicidade,
Segurança e Saúde em Minas (MSHA), do higiene ou rugosidade da cobertura da correia.
Departamento de Trabalho dos EUA, propôs As especificações exatas podem ser encontradas
uma nova regra para as exigências dos testes nos padrões de regiões geográficas ou indústrias
em correias de transportadores (Registro específicas. Os procedimentos e padrões são
Federal, vol. 57, nº 248) que elevaria os oferecidos dentro dos padrões DIN, EN,
padrões de segurança aos níveis internacionais. ISO, BSI, CEMA e outros. Obviamente, é
Quase dez anos depois, em julho de 2002, imperativo que a cinta seja compatível com os
essa regra proposta foi retirada. As razões materiais a serem transportados.
citadas para tal foram que o número de
incêndios em correias de transportadores havia
caído significativamente, e as melhorias no CONSTRUÇÃO DA CORREIA
monitoramento das correias estavam sendo
implementadas. A Carcaça da Correia
Recomendações do Ato de Melhoria nas A cinta de correias transportadoras é
Minas e Novas Respostas de Emergência (Mine composta por duas partes: a carcaça interna
Improvement and New Emergency Response e as coberturas externas. A carcaça é a seção
- MINER) de 2006 resultaram em uma nova estrutural mais importante da correia, já que
regra para minas subterrâneas de carvão (CFR contém o membro tensionável para manusear

39
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

a carga transportada pelo sistema. O propósito Tipos de Carcaça


primário da carcaça é transmitir a tensão Há quatro tipos de carcaças de correias:
necessária para elevar e mover a correia
carregada e absorver a energia de impacto A. Cinta de Camadas Múltiplas.
4 liberada pelo material ao ser carregado na A cinta de camadas múltiplas normalmente
correia. Independentemente de qual sistema é composta por duas ou mais camadas
de suporte de correia seja empregado, se a de algodão entrelaçado, raiom ou uma
carcaça da correia não conseguir lidar com a combinação de ambos, unidos por um
energia do impacto inicial, a correia irá falhar composto de elastômero. As características
prematuramente. A carcaça deve ser adequada de força da correia e suporte de peso variam
para permitir técnicas apropriadas de emenda de acordo com o número de camadas
e forte o suficiente para lidar com as forças e o tecido utilizado. O transportador de
que ocorrem ao se iniciar, movimentar e camadas múltiplas foi o tipo mais largamente
parar a correia carregada. A carcaça também utilizado nos anos 60, porém, hoje em dia,
fornece a estabilidade necessária para o suporte ele foi substituído pela cinta de camadas
apropriado entre roletes e para manter o reduzidas.
alinhamento.
B. Cinta de Camadas Reduzidas.
A maioria das carcaças é feita de uma ou As correias de camadas reduzidas consistem
mais camadas de tecido entrelaçado, apesar de em carcaças com menos camadas em
que a cinta de serviço pesado pode incorporar comparação às de camadas múltiplas ou
cabos de aço paralelos para substituir algumas entrelaçamento especial. Na maioria dos
ou todas as camadas de tecido. O tecido da casos, a correia de camadas reduzidas
carcaça geralmente é feito de fios entrelaçados depende do uso de fibras têxteis sintéticas de
em um padrão específico. Os fios que correm maior força, concentradas em uma carcaça
no comprimento, paralelos ao transportador, de menos camadas para fornecer maior
são chamados de fios de deformação e são os força de unidade do que em comparação
membros que suportam a tensão. As fibras com uma correia de camadas múltiplas.
transversais ou cruzadas são chamadas de fios Os dados técnicos disponibilizados pelos
de trama e são desenhadas primariamente fabricantes de correias geralmente indicam
para resistência a impactos, fixação mecânica, que a cinta de camadas reduzidas pode ser
suporte de carga e estabilidade geral do tecido. utilizada para a mesma gama de aplicações
especificadas nas cintas correames de
Anos atrás, as correias de transportador camadas múltiplas.
usavam fios feitos de algodão como reforço
têxtil. Para melhorar a adesão da cobertura e a C. Cintas de Cabos de Aço.
resistência a abusos, um tecido intermediário Correias de transportador com cabos
era normalmente colocado entre a cobertura e a de aço são feitas de uma única camada
carcaça. Ao longo dos anos 60 e 70, os reforços de cabos de aço paralelos, totalmente
de carcaça passaram por mudanças. Hoje em envoltos em borracha como elemento
dia, a maioria das carcaças de correias é feita tensionador. A carcaça da cinta de cabos
com tecidos sintéticos, como nylon, poliéster de aço é disponibilizada em dois tipos de
ou uma combinação dos dois. Esses tecidos construções. A construção toda em goma
são superiores aos tecidos naturais mais antigos usa somente cabos de aço e borracha;
em quase todos os aspectos, incluindo força, a construção reforçada por tecidos tem
adesão, resistência a abusos, fixação e flexão. uma ou mais camadas de tecido sobre e/
Atualmente, os tecidos que incorporam fibras ou abaixo dos cabos, porém separadas
de aramido são usados em algumas aplicações deles pela borracha. Ambos os tipos têm
em correame de transportadores. As fibras de cobertura superior e inferior apropriadas. A
aramido oferecem alta força, baixo alongamento cinta de cabos de aço é produzida usando
e resistência ao calor. Tecidos intermediários uma ampla variedade de diâmetros de
raramente são utilizados com esses tecidos cabos de aço e espaçamento, dependendo
sintéticos, já que pouca ou nenhuma melhoria é primariamente da força desejada para a
alcançada. correia. A cinta de cabos de aço geralmente

40
Transportadores passo a passo — A Correia | Capítulo 4

é utilizada em aplicações que exijam tensões desgastada. Em geral, é melhor evitar a inversão
operacionais além do alcance das correias da correia após desgaste profundo no lado
de tecidos. superior. Girar a correia leva uma superfície
irregular para o contato com a polia, resultando
Outra aplicação é em transportadores onde,
devido a limitações na distância em que o
em má distribuição lateral da tensão, o que 4
pode levar ao desalinhamento da correia. Outro
sistema tensionador pode se movimentar, a problema é que pode haver partículas finas do
cinta não pode se esticar significativamente. material carregado presas nas irregularidades
da superfície carregadora; ao ser girada a
D. Cinta de Entrelaçamento Sólido.
correia, esse material passa a ser colocado em
Este tipo de cinta consiste em uma única contato abrasivo com o revestimento da polia,
camada de tecido sólido entrelaçado, dos roletes e de outros sistemas de suporte
normalmente impregnada e coberta de da correia. Além disso, após anos sendo feita
PVC, com coberturas superior e inferior côncava em uma direção, a correia tende a se
relativamente finas. A superfície de correias “firmar” (uma predisposição a uma direção) e
de PVC geralmente é enrugada de propósito resistirá à reversão de concavidade necessária
para auxiliar o transporte em inclinações; para inverter a correia. Às vezes, pode-se levar
no entanto, a superfície enrugada torna a semanas para superar esse quadro, e ele ainda
limpeza mais difícil. A resistência à abrasão pode levar a problemas de alinhamento da
do PVC é mais baixa que a da borracha, correia.
então, algumas correias de entrelaçamento
sólido são feitas com a combinação de um Uma menção específica deve ser feita à
núcleo de PVC e coberturas de borracha. prática de alguns fabricantes de correias de
estampar seu logotipo na superfície carregadora
Cobertura Superior e Inferior da correia (Figura 4.2). Mesmo quando
próxima à extremidade da correia, essa área
As coberturas protegem a carcaça da correia
se torna uma armadilha para o material
da abrasão causada pelo carregamento ou
transportado, e a rugosidade dela pode abusar
quaisquer outras condições que poderiam
dos sistemas de limpeza e vedação da correia,
contribuir para a deterioração da correia. A
sob os quais a área salientada irá passar. É
cobertura superior e a inferior da correia do
recomendado que os usuários especifiquem
transportador fornecem pouca força estrutural
que esses logotipos de fornecedores sejam
a ela. O propósito da cobertura superior é
posicionados no lado de retorno da correia, que
proteger a carcaça dos danos causados pelo
não carregará materiais.
impacto e do desgaste. A cobertura inferior
fornece uma superfície de fricção para a
transmissão de energia e o alinhamento da Relação de Aspecto
correia. Normalmente, a cobertura superior é Apesar de algumas correias terem a mesma
mais grossa que a inferior e mais resistente à espessura da cobertura dos dois lados, a maioria
abrasão, os danos por impactos e ao desgaste, delas é fabricada com uma cobertura um pouco
devido ao seu maior potencial para danos. mais fina do lado da polia (mais leve em escala)
Abrasão e cortes podem ser tão severos que do que o lado carregador, devido à diferença de
uma cobertura superior a 18 milímetros se resistência necessária ao desgaste. A diferença
torna necessária. De qualquer maneira, o de espessura entre a cobertura superior e a
objetivo da seleção da cobertura é fornecer inferior é definida como a relação de aspecto
proteção suficiente para a carcaça chegar ao da correia. Entretanto, a diferença na espessura
limite de sua vida útil.
Figura 4.2
As coberturas podem ser feitas de uma
variedade de elastômeros, incluindo borrachas É uma má prática para
o fabricante de correias
naturais e sintéticas, PVC e materiais estampar um logotipo
especialmente formulados para atender no lado carregador da
exigências especiais de aplicação, como correia, já que ele pode
acumular material.
resistência a óleo, incêndios ou abrasão.

Usuários podem ser tentados a inverter a


correia quando a superfície superior se torna

41
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

entre as duas coberturas não pode ser muito particularmente útil com grandes pedaços de
grande, ou a correia pode se envergar. pedra que poderiam facilmente rolar por uma
inclinação desobstruída.
O problema com correias que possuem
4 relação de aspecto mal desenhado é que a
massa maior de borracha irá encolher mais
Chapuzes ou nervuras podem ser vistos
como paredes ou prateleiras instalados
que a menor. Consequentemente, se uma perpendiculares às linhas formadas pelas
correia tem uma relação desproporcional extremidades da correia. Fraturas estriadas
entre a cobertura superior e a inferior, e a possuem um formato em V. Alças são “ilhas”
superior encolher devido à idade, à exposição individuais ou pilares na superfície da correia.
a raios ultravioleta ou outros fatores, a correia Todos estão disponíveis em uma variedade
irá se envergar, reduzindo a área inferior em de padrões e estilos, com altura determinada
contato com as roldanas. Isso dificultará que pela aplicação. Eles podem ser moldados
se mantenha o alinhamento da correia. Esse à superfície durante a fabricação original
problema pode ocorrer mais provavelmente da correia ou podem ser parafusados ou
quando, visando obter uma cobertura superior vulcanizados à superfície da correia.
grossa para prolongar a vida útil, uma fábrica
faz o pedido de uma correia cuja cobertura Deve-se ter em mente que quanto mais altas
superior é grossa demais para a inferior. Para forem essas peças, mais vulneráveis elas serão a
promover o encolhimento e um alinhamento danos e mais difícil será a limpeza e a vedação
mais consistentes, uma relação de aspecto de da correia.
1.5 para 1 é recomendada para correias com até
Um modo de aumentar a tração entre a
900 milímetros, e de 2 para 1 para aquelas entre
correia e o material transportado é usar uma
1.000 e 1.600 milímetros. Para correias acima
cobertura superior que tenha fraturas estriadas
de 1.600 milímetros, recomenda-se uma relação
invertidas. Ao invés de serem salientes sobre
de aspecto de 3 para 1. Correias com relação de
a correia, eles são como interrupções na
aspecto de 3 para 1 são apropriadas para vários
superfície da cobertura superior, como as
propósitos e é o tipo mais comumente estocado
bandas de rodagem dos pneus. Os canais são
pelos distribuidores.
cortados na cobertura da correia com uma
fresa; eles podem ter o ângulo das fraturas
Chapuzes, Nervuras, Fraturas estriadas ou serem perpendiculares à borda da
Estriadas e Alças correia. Esse desenho permite maior sucesso na
Elementos salientes são utilizados às vezes limpeza e vedação da correia com os sistemas
na superfície de correias para auxiliar no tradicionais, apesar de ser possível que materiais
carregamento de materiais (Figura 4.3) Esses transportados entupam os canais.
chapuzes, nervuras, fraturas estriadas e alças
são utilizados geralmente para permitir que um Graus da Correia
transportador carregue materiais em um ângulo
Vários órgãos nacionais e internacionais
maior de inclinação do que seria normalmente
estabeleceram sistemas de classificação para
possível com uma correia plana. Isso é
a correia utilizada no manuseio geral de
materiais a granel. Desenhadas para oferecer
Figura 4.3 uma referência para os usuários finais acerca
Chapuzes, nervuras, de que graus usarem em diferentes aplicações,
fraturas estriadas e as classificações especificam distintos critérios
alças são elementos
de testes laboratoriais sem fornecer qualquer
salientes na superfície
de correias para auxiliar garantia de desempenho em alguma aplicação
o carregamento de específica.
materiais em um ângulo
maior de inclinação. Nos Estados Unidos, a Associação dos
Fabricantes de Borracha (RMA) estabeleceu
dois graus padrões de cobertura de correia.
A correia RMA Grau I atende exigências
superiores de tensionamento e alongamento
da borracha, tipicamente indicando maior
resistência a cortes em comparação com o

42
Transportadores passo a passo — A Correia | Capítulo 4

desempenho das coberturas de Grau II. Deve- Um segundo método de teste é o Teste
se observar que a classificação por graus não de Abrasão de Pico, também chamado pela
necessariamente denota resistência geral à Sociedade Americana de Testes e Materiais
abrasão. (ASTM) de Método de Teste ASTM D2228.

A Organização Internacional para


Nesse teste, facas de carbeto de tungstênio são 4
utilizadas para causar abrasão em uma pequena
Padronização (ISO) estabeleceu de maneira amostra da cobertura da correia. Como no
similar um sistema de graduação chamado anterior, a amostra é pesada antes e após o
ISO 10247. Esse padrão inclui Categoria H procedimento, e a perda de peso é calculada.
(Serviços com Corte Severo), Categoria D Os resultados são fornecidos como um índice;
(Serviços com Abrasão Severa) e Categoria portanto, quanto maior o número, melhor a
L (Serviços Moderados). A Categoria H é resistência à abrasão.
comparável grosseiramente com o RMA Grau
I; as Categorias D e L se aproximam da correia A maioria das referências alerta que nenhum
RMA Grau II. dos testes deve ser visto como uma previsão
precisa do desempenho real em aplicações de
Além disso, há tipos de correias fabricados campo.
para atender exigências específicas de aplicações
desgastantes, como serviços com materiais Novos Desenvolvimentos em
quentes, em minas subterrâneas, ou exposição Correias
a óleo ou produtos químicos. Assim como
a maioria das coisas, é melhor adquirir uma Uma renovação recente é o desenvolvimento
compreensão das condições operacionais e de coberturas de correias energeticamente
consultar fornecedores renomados, antes de econômicas. Chamadas Coberturas de
selecionar categorias de correias. Baixa Resistência de Rolagem (LRR), essas
coberturas inferiores reduzem a tensão
necessária para operar a correia, porque há
Resistência a Abrasão em Correias
menos resistência à endentação nos rolos, na
Há dois tipos de abrasão que ocorrem em medida em que a correia se movimenta sobre
correias de transportadores. Uma é causada os roletes. De acordo com os fabricantes,
pelo material esfregando contra a cobertura essa correia pode produzir economia no
da correia. Assim como ocorre com um consumo de energia operacional de 10% ou
carpinteiro lixando um objeto, esse desgaste mais. A economia ocorre no encontro da
ocorre relativamente por igual, sob a influência correia de borracha com as roletes do sistema.
do material sendo pressionado contra a A cobertura energeticamente econômica
superfície. A taxa real de abrasão dependerá tem menor resistência à rolagem, porque a
da natureza do material, sendo modificada cobertura inferior retorna a uma configuração
pela densidade do carregamento dele e pela achatada mais rapidamente do que correias
velocidade da correia. São os chamados danos convencionais, as quais deformam à medida
por intrusão. que passam sobre os componentes rolantes do
transportador.
Uma forma mais agressiva de abrasão é
o dano causado à superfície por materiais Os fabricantes observam que os benefícios
afiados que cortam a correia. Trata-se do tipo desse tipo de cobertura podem ser mais
conhecido como danos por impacto. bem percebidos em transportadores longos
e horizontais, utilizando correias largas,
Há dois tipos de testes utilizados para medir
totalmente carregadas com material de
o desgaste na cobertura da correia. Um é a
alta densidade, onde a fricção do sistema é
Metodologia de Teste de Abrasão ISO 4649
determinada pelas resistências relacionadas aos
Tipos A e B (antigo DIN 53516). Esse teste
roletes. O componente LRR custa mais do que
utiliza uma amostra de cobertura de borracha
os outros compostos de cobertura. No entanto,
e a segura contra um tambor abrasivo rotatório
nas instalações onde os benefícios podem ser
por um intervalo fixo. A amostra é pesada
totalmente percebidos, o composto compensa
antes e depois para calcular a perda de volume.
seu custo individual através da redução dos
Quanto menor o número (menos material
custos com eletricidade e, em sistemas novos,
perdido), mais resistente ela é à abrasão.
permitindo que o transportador seja equipado

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Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

com menores motores, polias, redutores, eixos, aos elementos. Devido ao fato de ser feita sob
rolamentos, roletes e estruturas de aço. medida, provavelmente exigirá um tempo de
aprovisionamento maior e geralmente custa
Os usuários não podem supor que uma mais do que a correia de extremidade cortada.
4 cobertura de LRR reduzirá as despesas
operacionais, nem podem simplesmente A correia de extremidade cortada é fabricada
especificar o LRR, já que cada correia é e depois cortada na largura especificada exigida
composta para uma aplicação específica. A para atender ao pedido. Por meio desse
relação entre o consumo de energia com uma método, o fabricante pode atender dois ou três
correia LRR e as condições de temperatura não pedidos com uma única correia produzida.
é linear e há tipicamente uma pequena janela Como resultado, as correias de extremidade
de aplicação. Uma cobertura inferior específica cortada são mais econômicas de se fabricar,
em LRR, desenhada para economizar energia por isso esse tipo se tornou mais comum. O
a 20º pode custar mais para ser operada a 0 corte na largura especificada pode ocorrer no
ou 30º graus, portanto, cada correia deve ser momento da manufatura ou pode ser feito
desenhada para as condições climáticas de cada cortando-se uma correia de um rolo grande em
aplicação. uma operação secundária, tanto nas instalações
do fabricante quanto de um distribuidor.
Outro novo desenvolvimento em construção
de correias é o uso de coberturas antiaderentes. Uma correia de extremidade cortada pode
Essa correia é criada aplicando-se uma camada ser extraída de qualquer correame mais largo.
antiaderente para impedir que se formem Isso a torna mais prontamente disponível.
acúmulos de material sobre a correia. Essa No entanto, há algumas desvantagens. Nas
camada reduz a necessidade de limpeza da extremidades cortadas da correia, a carcaça é
correia, consequentemente, estendendo a exposta; portanto, ela se torna mais vulnerável a
vida útil através da redução do desgaste da problemas relacionados a condições ambientais
cobertura. Essa camada também é resistente abusivas no armazenamento, manuseio e
a óleo e graxa e não é afetada pela ação dos utilização. Além disso, o processo de corte é
elementos e pelo envelhecimento. Deve-se vulnerável a problemas. Facas cegas podem
observar que os limpadores convencionais levar a problemas como arqueamento da
de correia (raspadores) devem ser removidos correia – uma curvatura na extremidade. Ainda,
se for utilizada correia antiaderente, já que há os fatores desconhecidos inerentes à compra
a “extremidade limpante”, mesmo dos pré- de correia usada ou recortada, incluindo idade,
limpadores feitos de poliuretano, pode remover exposição ambiental e histórico de aplicação.
a camada.
A correia de cabos de aço é fabricada em
Os transportadores são desenhados como uma largura predeterminada, portanto, tem as
sistemas, e qualquer mudança na especificação extremidades moldadas. Correias de camadas
original da correia pode afetar negativamente de tecido são disponibilizadas com ambos os
a operação do transportador. Fabricantes tipos de extremidade.
de correame devem ser consultados para
determinar qual tipo é mais apropriado para
qualquer aplicação. SELEÇÃO DA CORREIA

Extremidade Cortada ou Especificando uma Correia


Extremidade Moldada A seleção e a engenharia de uma correia
Há dois métodos para se criar as apropriada são mais bem realizadas por
extremidades de uma correia: extremidades um especialista, que pode ser encontrado
moldadas ou cortadas. trabalhando para um fabricante ou distribuidor
de correias ou como consultor independente.
Uma correia de extremidade moldada Uma correia devidamente especificada
é fabricada na largura exata especificada e manufaturada proporcionará melhor
para a correia, portanto, as extremidades desempenho, vida útil otimizada e custo mais
da correia são imersas em borracha. Como baixo. A seleção equivocada ou a substituição
resultado, o tecido da carcaça não é exposto pode levar a consequências catastróficas.

44
Transportadores passo a passo — A Correia | Capítulo 4

Há uma série de parâmetros operacionais detalhados ao especificar uma correia de


e condições materiais que deve ser detalhada transportador incluem:
ao se especificar uma correia. As condições
materiais a serem detalhadas incluem: A. Horas de operação carregada e

A. Espessura.
descarregada.
B. Detalhes do ponto de transferência,
4
Variações nos limites da espessura para incluindo ângulo de concavidade e distância
uma escala de deslizamento de +/- 20% para de transição, assim como informações
coberturas finas como as de 2.4 milímetros e sobre a trajetória do material, o peso e a
+/- 5% para coberturas de mais de velocidade de queda.
19 milímetros. C. Descrição o mais completa possível do
material a ser manuseado, incluindo
B. Curvatura ou arco. tamanhos dos pedaços e alcance da
Curvatura ou arco limite para um quarto de temperatura do material.
1% (0.0025). Isso permite uma dimensão D. Descrição do sistema de limpeza da correia
de curvatura ou arco de +/- 25 milímetros a ser utilizado.
em 10 metros. A curvatura representa a E. Descrição dos tratamentos químicos (ex:
convexidade da extremidade da correia; o agentes descongelantes ou supressores de
arco é a concavidade dela. A RMA define pó) a serem aplicados.
arco (e curvatura) como a relação da F. Descrição dos contaminantes atmosféricos
distância, a meio caminho entre dois pontos, (de processos próximos ou outras fontes).
ao longo da extremidade da correia, que G. Especificação dos extremos climáticos locais
estejam distantes de 15 a 30 metros, entre que a correia terá que suportar.
a real extremidade da correia e uma fita ou
fio esticado reto entre os dois pontos. Para Conheça sua Estrutura, Conheça
expressar isso em porcentagem, calcula-se sua Correia
a relação em centésimos e multiplica-se por Colocar qualquer correia sobre a estrutura
100. Por exemplo, se 30 metros de correias de um transportador, sem conhecer as
estavam desviados por 450 milímetros, isso características dela poderá atrapalhar
seria equivalente a uma curvatura de 1.5%. o desempenho do sistema e reduzir o
Em medidas imperiais, uma distância de 18 desempenho da correia. Podem surgir
polegadas sobre um comprimento de 100 problemas na forma de desalinhamento,
pés de correame seria uma curvatura de redução da vida útil, danos nas emendas, tempo
1.5%. ocioso não programado e despesas adicionais
de manutenção.
C. Superfície da correia.
Especifique a superfície da correia como Uma análise detalhada da estrutura do
suave, plana e uniforme +/- 5 pontos de transportador e dos componentes rolantes é
dureza. A dureza é medida, nos Estados necessária para garantir que a correia utilizada
Unidos, com um Durômetro Shore A. As no sistema seja a escolha correta. Recomenda-
leituras vão de 30 a 95 pontos – quanto se que todos os parâmetros sejam totalmente
maior o número no durômetro, mais duro compreendidos, antes de selecionar e instalar
é o composto. A escala Internacional de uma correia em uma estrutura existente. É
Graus de Dureza da Borracha (IRHD) sempre sábio considerar os conselhos dos
tem uma abrangência de 0 a 100, fornecedores de correia.
correspondendo ao módulo elástico de 0 (0)
e infinito (100), respectivamente. Compatibilidade com a Estrutura e
os Componentes Rolantes
D. Marca do fabricante. Comprar correias é como comprar roupas.
Solicite que a marca do fabricante seja Para servir da melhor maneira, elas devem ser
eliminada ou moldada na cobertura inferior, feitas sob medida para a estrutura existente.
ao invés da superior, onde ela não interferirá
na limpeza e vedação da correia. As correias de transportadores são
desenhadas para distintas capacidades,
Os parâmetros operacionais a serem comprimentos, larguras, ângulos de

45
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

concavidade e tensões. Uma correia deve ser métrico de newtons por milímetro (N/mm) ou
compatível com a estrutura do transportador, e quilonewtons por metro (kN/m).
isso envolve mais do que somente a largura da
correia. Infelizmente, isso não é comumente A classificação de força é feita em função
4 compreendido no nível da operação de uma do reforço incluído na carcaça da correia e da
quantidade e do tipo de material nas camadas
fábrica. Muito frequentemente, há uma filosofia
de “uma correia é uma correia”. Isso tem de tecido ou, em caso de correia de cabos de
origem na compreensão incompleta acerca aço, do tamanho deles. Como observado, a
da complexidade da equação da correia. Essa cobertura superior e a inferior de uma correia
filosofia se torna prática, às vezes, quando há representam muito pouco da força dela ou da
a necessidade de economizar ou de garantir sua classificação de tensão.
um retorno mais rápido do serviço. A resposta
A força da correia, seja quanto à classificação
típica nesses casos é usar uma correia do
de tensão da carcaça ou à força máxima de
estoque, seja um pedaço restante, seja uma
ruptura, representa a quantidade de força que
correia sobressalente encontrada em lojas de
pode ser aplicada à correia. Exigir mais em
manutenção, seja utilizar correia de pronta
termos de carga de material, de peso de tensão
entrega de alguma fonte externa, como um
e de inclinação gravitacional poderia causar
distribuidor de correias ou um vendedor de
problemas sérios, incluindo a possibilidade de
equipamentos usados.
ruptura da correia. Quanto maior a classificação
Trata-se de uma falsa economia utilizar uma de tensão da correia, mais fundamental é a
correia “barganhada” que não seja totalmente compatibilidade entre ela e a estrutura e os
compatível com o sistema do transportador. A componentes rolantes.
incompatibilidade entre a correia e a estrutura
A estrutura de cada transportador exigirá
é um problema comum que leva ao mau
uma correia com uma classificação de tensão
desempenho da correia e ao fraco retorno
específica. Os fatores que afetam essa decisão
do investimento nela. Essa incompatibilidade
são:
poderia muito bem ser a causa mais comum
de problemas de alinhamento vistos em A. Comprimento da estrutura.
transportadores onde uma correia substituta
B. Ângulo de inclinação do transportador.
foi instalada ou pedaços foram adicionados à
correia existente. Compreender os princípios C. Capacidade desejada.
básicos de compatibilidade é essencial para D. Largura da correia.
garantir um bom desempenho da correia e do E. Arrasto e inércia dos componentes rolantes.
transportador.
Raio Mínimo de Curvatura
Especificar uma correia transportadora é um
empreendimento importante. É extremamente A correia é projetada com um tamanho
vantajoso para a operação permitir que um mínimo de polias especificado pelo fabricante.
especialista se encarregue dessa parte do Curvar uma correia sobre um raio muito
processo do transportador. Esse especialista pequeno pode danificá-la. Isso pode resultar
estará familiarizado com as capacidades das em separação de camadas, falhas em camadas
correias fornecidas pelos fabricantes e saberá ou rachadura da cobertura superior da correia.
formular as perguntas apropriadas. O tamanho inadequado das polias também
pode levar à separação de emendas mecânicas.
Classificação da Tensão da Correia O diâmetro mínimo da polia é determinado
pela quantidade e pelo material das camadas,
Cada correia é classificada quanto à força – a
seja de aço, seja de tecido reforçado, além da
quantidade de força de tração que suportará. A
classificação de tensão da correia e da espessura
força de uma correia (ou, mais precisamente,
das coberturas superior e inferior.
a tensão que ela pode suportar) é classificada,
nos Estados Unidos, em Libras por Polegada Quando um sistema de transportador é
de Largura, comumente abreviada como PIW originalmente desenhado, o desejo de utilizar
(do inglês Pounds per Inch of Width). Em uma correia mais espessa (para prolongar a vida
outras partes do mundo, a correia é classificada útil face aos altos níveis de impacto na zona
quanto à força máxima de ruptura no sistema de carregamento, por exemplo) pode exigir a

46
Transportadores passo a passo — A Correia | Capítulo 4

instalação de polias de maior diâmetro. maior consumo de energia para operar o


transportador do que o desenho original.
Um erro comum ocorre quando uma
operação observa algum tipo de dano à Distância de Transição
superfície carregadora da correia. A reação
imediata é instalar uma correia ainda mais A correia passa pela polia traseira em posição 4
espessa no transportador, na expectativa de plana. À medida que ela sai da polia traseira
se conseguir uma vida útil mais longa. Se a e se move para a zona de carregamento,
correia mais espessa trabalhar sobre uma polia suas extremidades são elevadas, formando
de diâmetro mínimo, ela pode, na verdade, ter a concavidade onde o material é carregado
uma vida útil mais curta, piorando o problema (Figura 4.5). Essa concavidade é formada
que a cobertura mais espessa deveria resolver. pelos roletes de transição – roletes posicionados
em ângulos intermediários entre o plano e o
ângulo final de concavidade do transportador.
Ângulo de Concavidade
As correias são côncavas para permitir que o Há uma área de transição semelhante, porém
transportador carregue mais material. À medida contrária, na polia dianteira do transportador,
que o ângulo de concavidade aumenta, mais
material pode ser carregado. Todas as correias
Figura 4.4
de borracha plana ou de PVC podem ser
moldadas em formato côncavo pelos roletes. O Exceder a capacidade
de concavidade pode
tipo de carcaça da correia, a espessura dela, sua resultar em danos na
largura e classificação de tensão determinam correia.
o ângulo máximo de concavidade. De acordo
com os dados técnicos dos fabricantes de
correia, a concavidade é tipicamente mostrada
como a largura mínima da correia permitida
para os vários ângulos côncavos.

Exceder o ângulo máximo de concavidade


de uma correia em particular pode causar uma
deformação permanente nela em forma de
arco. Esse arco dificulta a vedação, a limpeza, Figura 4.5
e quase impossibilita o alinhamento. À medida Roletes de transição são
que aumenta o arco, a superfície de contato utilizados para elevar as
entre os componentes rolantes e a correia é extremidades da correia
e formar a concavidade
reduzida, diminuindo a capacidade dos roletes onde é carregado o
de guiar a correia devidamente. material.

Se a concavidade da correia for ultrapassada,


ela pode não formar o ângulo côncavo
corretamente, criando problemas de vedação e
alinhamento. Se uma correia for muito dura e
não aceitar a concavidade apropriada, ela não
se alinhará devidamente ao longo do sistema.
Isso rapidamente evoluirá para derramamentos
Figura 4.6
nas laterais do transportador e danos nas
extremidades da correia (Figura 4.4). A falha na área de
transição entre rolos
é causada por uma
Outro problema que pode ocorrer caso a distância de transição
concavidade da correia seja excedida são os imprópria (centro da
danos nas coberturas superior e inferior e na polia de carga ou
carcaça, na área de transição entre rolos de descarga até o primeiro
rolo responsável pela
diferentes ângulos. concavidade) normal da
correia.
Além disso, se a concavidade da correia
não for compatível com os roletes, pode haver

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Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

onde ele é levado de um formato côncavo de antes da zona de carregamento. O segundo


volta ao plano, logo antes de chegar ao ponto de método consiste na adaptação de uma área
descarga. de transição de dois estágios, onde a correia
assume formato côncavo, parcialmente antes
4 À medida que a correia é tornada côncava,
suas extremidades são esticadas mais do que o
de entrar na zona de carregamento, e então,
completa sua transição para o ângulo final de
centro. Se a transição é feita em uma distância concavidade após o material ter sido carregado
muito curta, danos podem ocorrer nas áreas (ver Capítulo: Antes da Zona de Carga.)
de emenda com os roletes – os pontos sobre a
interseção entre o rolo plano central e o rolo São mais comuns, no entanto, circunstâncias
angulado (Figura 4.6). como falta de espaço disponível e limites no
orçamento, impedindo o alongamento da área
É comum ver transportadores com área de transição do transportador. A solução mais
de transição mais curta que o necessário. Há comum seria assegurar-se de que a correia é
várias razões para isso: falha na engenharia adequada à distância de transição existente.
ou na compreensão acerca da importância da Essa pode não ser a solução mais econômica,
transição, falta de espaço ou desejo de reduzir quando são incluídos todos os custos – como os
custos. Por isso é ainda mais importante não problemas de carregamento, maior tensão nas
piorar o problema, aplicando uma correia extremidades e danos na correia. Uma área de
substituta que exija uma distância de transição transição mal desenhada aumentará os custos e
maior. reduzirá a vida útil da correia.
Pode ser possível alongar a área de transição
de um transportador. Há duas formas de se
fazer isso. Uma seria mover a polia traseira ARMAZENAMENTO E MANUSEIO
para trás, de modo a estender a distância DA CORREIA
A correia do transportador tem sido a forma
Figura 4.7 mais econômica e eficiente de manuseio de
A correia deve ser materiais a granel para muitas indústrias.
enrolada com o lado Entretanto, para que essa importante parte
carregador para fora, da fábrica tenha o desempenho esperado,
em um núcleo com
abertura quadrada. ela deve ser cuidadosamente armazenada e
manuseada desde o momento da fabricação
até sua instalação no sistema do transportador.
Técnicas impróprias de armazenamento
podem levar a danos na correia, fazendo-a
apresentar desempenho ruim, quando instalada
na estrutura do transportador. À medida que
aumenta o tempo de armazenamento e quanto
maior o rolo da correia, maior também será
a importância de se seguir os procedimentos
corretos. Os custos de manuseio, transporte
e armazenamento da correia são mínimos em
comparação com o preço de compra da correia;
portanto, os procedimentos corretos devem ser
Figura 4.8 seguidos para proteger o investimento.
Armazenar a correia no
chão é uma má prática A seguir estão as diretrizes-chave de
que pode levar a danos. armazenamento e manuseio:

A. Enrolada em um núcleo.
À medida que a correia deixa as instalações
do fabricante ou do distribuidor, ela deve
ser enrolada com o lado carregador para
fora, em um núcleo com abertura quadrada
(Figura 4.7). O núcleo protege a correia

48
Transportadores passo a passo — A Correia | Capítulo 4

de ser enrolada em um diâmetro muito deve ser produzida com uma seta indicando
pequeno e quando ela é elevada pelo centro. a direção de rotação. Rodar a correia na
Ele também ajuda no desenrolar da correia direção oposta causará o desenrolamento
sobre o transportador. O tamanho do dela.
núcleo é determinado pelo fabricante, com
D. Devidamente protegida.
4
base no tipo, na largura e no comprimento
do rolo de correia. O tamanho do rolo pode
ser menor do que o diâmetro mínimo da
Figura 4.9
polia, já que a correia enrolada não está
Armazenar um rolo de
sendo tensionada. A barra de elevação deve correia lateralmente
ser quadrada para se adequar à abertura pode levar a problemas
quadrada do núcleo. de curvatura.

B. Devidamente apoiada.
A correia do transportador nunca deve ser
armazenada no chão (Figura 4.8). Esse
tipo de armazenamento concentra o peso do
rolo sobre a superfície inferior. A carcaça da
correia é comprimida nessa pequena área e
não é comprimida igualmente de um lado
ao outro. A carcaça pode ser mais esticada
em um lado ou outro. Isso é uma causa
provável de curvatura da correia em formato
de banana ao longo do seu comprimento. Figura 4.10
Um rolo de correia nunca deve ser Apoiar o rolo de correia
em um berço ou suporte
armazenado apoiado lateralmente (Figura
impedirá estresse
4.9). O peso do rolo pode causar expansão desigual, enquanto
da lateral da correia, criando problemas armazená-lo no chão é
de curvatura. A umidade pode penetrar na uma má prática.
carcaça através da extremidade cortada da
correia, criando problemas na carcaça ou
curvatura da correia.

A correia deve ser apoiada em posição


vertical em um suporte acima do solo
(Figura 4.10). Isso coloca o estresse
de uma metade do peso do rolo sobre
o núcleo, aliviando o peso sobre a parte
Figura 4.11
inferior. Esse suporte pode ser utilizado
Utilizar uma barra de
durante o transporte para distribuir melhor içamento, ao elevar um
o peso da correia. Ele pode, depois, ser rolo de correia, previne
utilizado na fábrica para armazenamento, Barra de Içamento danos às extremidades
ou a correia pode ser transferida para um da correia.
sistema de armazenamento próprio da
fábrica, o qual apoie devidamente o rolo.
É importante que o rolo seja apoiado
devidamente desde o momento da
fabricação até a instalação.

C. Rodada no suporte. Barra Central


Se o suporte for desenhado corretamente,
o colo da correia pode ser rodado
aleatoriamente a cada 90 dias. Isso
distribuirá o peso ao longo da carcaça de
maneira mais igualitária. A bobina da correia

49
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

Durante o transporte e o armazenamento,


DANOS À CORREIA
o rolo de correia deve ser coberto com uma
lona ou envolto em material opaco resistente Prolongando a Vida Útil da Correia
à água. Cobrir o rolo de correia o protege
Conforme observado, o custo da correia
4 da chuva, dos raios solares e do ozônio. A
pode facilmente exceder o custo de outros
cobertura deve permanecer durante todo o
componentes do transportador e pode chegar
processo de armazenamento.
ao ponto de se aproximar do custo da estrutura
O rolo de correia deve ser armazenado de aço dele. Um fator-chave para se alcançar
dentro de um prédio para protegê- um retorno razoável para o investimento em
lo dos fatores ambientais. A área de correias é evitar danos e prolongar sua vida útil.
armazenamento não deve conter Obviamente, todos os sistemas instalados ao
transformadores grandes ou linhas de alta redor do transportador – seja para alimentá-lo,
tensão, que podem interagir com o ozônio receber materiais dele ou auxiliar no transporte
e afetar a correia. O prédio não precisa ser dos materiais – devem ser desenhados para
aquecido, porém deve ter uma temperatura representar risco mínimo para a correia.
relativamente estável.
Danos às correias podem ser um grande
E. Elevada corretamente. obstáculo para a lucratividade de operações
que utilizam transportadores. Essa despesa,
Ao se elevar um rolo de correia, uma
que ocorre regularmente em fábricas em todo
barra de elevação quadrada no tamanho
o mundo à custa de milhares de dólares, pode
correto deve ser introduzida no núcleo.
normalmente ser prevenida. Infelizmente,
Faixas ou correntes do tamanho apropriado
relativamente pouco esforço é utilizado na
para o peso do rolo devem ser utilizadas.
análise da vida útil da correia e nas razões
Uma barra de içamento deve ser utilizada
para uma correia não alcançar sua vida útil
para impedir que as correntes ou faixas
ótima, devido à dificuldade de se identificar,
danifiquem as extremidades de correia
e medirem todas as variáveis que afetam esse
(Figura 4.11).
aspecto.
Diretrizes adicionais são fornecidas no ISO
Os tipos de danos à correia podem ser
5285; os fabricantes de correia podem fornecer
divididos em dois grupos: desgaste normal e
diretrizes para seus produtos específicos.
danos evitáveis. O desgaste devido à operação
normal do transportador pode ser gerenciado
Figura 4.12 e minimizado para prolongar a vida útil
Danos por impacto da correia, porém certo nível de desgaste
são causados por
materiais grandes e
é considerado aceitável. Talvez os danos
afiados atingindo a evitáveis não possam ser totalmente prevenidos,
correia, resultando em mas podem ser minimizados através do
arranhões e cortes desenho apropriado dos equipamentos e do
aleatórios na cobertura
superior.
gerenciamento da manutenção.

O primeiro passo para prevenir danos à


correia é identificar a causa ou fonte(s) dos
danos. Uma análise passo a passo pode quase
sempre levar ao “culpado”.
Figura 4.13
Danos por material Tipos de Danos à Correia
preso geralmente são
identificados como
A seguir apresentamos uma breve análise dos
dois sulcos, um em principais tipos de danos à correia:
cada lado da correia,
próximo da extremidade A. Danos por impacto.
onde a correia corre
sob a calha-guia do Danos por impacto são causados por
transportador. materiais grandes e afiados atingindo a
cobertura superior da correia. O resultado
desse impacto são arranhões e cortes

50
Transportadores passo a passo — A Correia | Capítulo 4

aleatórios na cobertura superior (Figura Materiais também podem ficar presos


4.12). Um pedaço grande e congelado de quando a calha-guia é colocada no interior
carvão pode causar esse tipo de dano. Se da parede de chute no caminho do fluxo
o impacto for severo o suficiente, a correia do material. Esse arranjo não só faz com
pode ser totalmente cortada. Esse tipo de que materiais fiquem presos causando 4
dano normalmente é visto sob britadores ou danos à correia, mas também reduz a área
em transportadores de minas manuseando transversal da parede de chute, reduzindo a
material bruto. capacidade do transportador. Esse mesmo
dano pode ser visto quando se instalam
A queda de materiais grandes sem algum sobras de correia ou correias usadas para
método para auxiliar a correia na absorção vedação de pó, já que a carcaça é mais
da energia também pode levar a danos abrasiva que a cobertura da correia e a
por impacto. (Ver Capítulo 8: Chutes de desgastará. Placas de desgaste mal instaladas
Transferência Convencionais e Capítulo 10: também podem fazer materiais ficarem
Suporte da Correia.) presos, criando esse tipo de desgaste.
B. Danos por material preso. Uma forma de prevenir o envergamento é
Os danos por material preso geralmente
são vistos como dois sulcos, um em cada
Figura 4.14
lado da correia, próximos da extremidade
O material fica preso
onde a correia corre sobre a calha-guia nesse “ponto de
(Figura 4.13). Muitas vezes esse tipo de pinçamento”, formando
dano é atribuído à pressão do sistema de uma ponta de lança
vedação da calha-guia. No entanto, estudos que causará cortes ou
abrasão na superfície
extensos demonstraram que esse tipo de da correia, à medida
dano à correia é mais provavelmente devido que ela passa por ele.
à compressão de material preso entre o
sistema de vedação e a correia.

Esse material fica preso quando a correia


se enverga abaixo da linha normal de
funcionamento e fora do sistema de
vedação. O material fica preso nesse “ponto Figura 4.15
de pinçamento”, formando uma ponta de O material preso pode
lança que pode causar cortes ou abrasão na cavar sulcos ao longo
de tolo o comprimento
superfície da correia à medida que ela passa da correia sob a calha-
por ele (Figura 4.14). Isso leva a vários guia.
eventos negativos:

a. Formação de conchas.
O material preso formará uma área de
alta pressão, causando desgaste excessivo
no sistema de vedação (visto como a
formação de conchas na vedação em
cada rolete).
Figura 4.16
b. Formação de sulcos.
Danos na extremidade
Sulcos serão cavados ao longo de todo o da correia indicam que
comprimento da correia sob a calha-guia ela está desalinhada e
entrando na estrutura do
(Figura 4.15). transportador.

c. Derramamento de material.
O material será forçado para fora da
correia, levando à formação de pilhas
de material derramado sob a zona de
carregamento.

51
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

usar sistemas de suporte com barras para contrariar a tendência de desalinhamento


apoiar a correia e estabilizar o percurso de da correia e a instalação de roletes de
toda a área que possui calha. (Ver Capítulo alinhamento autoajustáveis que usam a força
10: Suporte da Correia.) do movimento da correia para alinhar seu
4 C. Danos nas extremidades da correia.
percurso.

Esse tipo de dano normalmente A chave para o bom alinhamento da correia


é identificado pelas extremidades é encontrar a causa para o desalinhamento
desgastadas em um ou ambos os lados da e, então, remediar essa causa, ao invés de se
correia (Figura 4.16). Se os danos nas gastar tempo e dinheiro virando um rolete
extremidades não forem identificados e em uma direção e outro em outra para
corrigidos, eles podem se tornar sérios o buscar o alinhamento. (Ver Capítulo 16:
suficiente para de fato reduzir a largura da Alinhamento da Correia.)
correia até um ponto em que ela não possa
D. Delaminação da correia.
mais carregar a capacidade nominal do
transportador. Outra forma de dano vista nas extremidades
da correia é a delaminação, através da qual
O desalinhamento da correia é as camadas da carcaça ou as coberturas
provavelmente a maior causa de danos nas se separam (Figura 4.17). Isso pode ser
extremidades. Há várias razões para uma causado devido ao enrolamento da correia
correia se desalinhar. Elas incluem estruturas em polias que são muito pequenas. A
desalinhadas, carregamento descentralizado, entrada de umidade, produtos químicos ou
acúmulos de materiais nos componentes outros materiais alheios na extremidade da
rolantes ou até mesmo o efeito do sol sobre correia pode contribuir para esse problema.
um lado da correia.
E. Cobertura superior desgastada.
Há várias técnicas e tecnologias que Danos à cobertura superior são identificados
podem ser utilizadas para alinhar a correia. quando ela é desgastada na área de
Entre elas estão o levantamento a laser carregamento da correia ou em toda a
da estrutura, o ajuste dos roletes para superfície superior (Figura 4.18). Vários
fatores podem contribuir para o desgaste da
Figura 4.17 cobertura superior.
Outra forma de dano à
extremidade da correia
Uma causa pode ser a abrasão causada pelo
é a delaminação, na carregamento do material. Há uma ação
qual as camadas da abrasiva ou triturante sobre a cobertura da
carcaça se separam ou correia criada pela queda do material na
as coberturas se soltam.
correia em movimento.

Outra causa pode ser o acúmulo de


material. Esse material agarra na correia,
passando do ponto de descarga e se soltando
ao longo do retorno do transportador. Se
esse material fugitivo não for controlado,
ele pode se acumular no chão, em espaços
Figura 4.18 confinados e em componentes rolantes.
A abrasão por Esses acúmulos podem crescer rapidamente,
carregamento de até o ponto em que a correia se movimenta
material é vista como
um desgaste na
através de uma pilha de material fugitivo que
cobertura superior na desgasta a cobertura da correia. Esse dano
área de carregamento acontece mais frequentemente quando os
da correia. materiais têm partículas afiadas e níveis mais
altos de abrasão.

A má seleção do limpador de correia e


sua montagem imprópria também podem

52
Transportadores passo a passo — A Correia | Capítulo 4

danificar a cobertura superior da correia. é mal aplicado ou mal mantido. Os danos


Os raspadores devem ser montados de podem se originar na excessiva pressão
modo a evitar trepidação. A trepidação ou instalação desalinhada. Raspadores
dos raspadores pode rapidamente remover trepidando podem arrancar pedaços da
a cobertura superior da correia, se não superfície da correia (Figura 4.20). 4
corrigida imediatamente.
Qualquer dano na superfície da correia
Pesquisas mostraram que mesmo os sistemas ou na extremidade do raspador pode
de raspadores bem instalados podem causar criar vibração adicional, expandindo o
algum desgaste na cobertura da correia. Isso movimento e perpetuando o ciclo.
é qualificado como uma porção do “desgaste
normal” da correia. Com dispositivos de H. Rachaduras na cobertura superior.
limpeza devidamente tensionado, esse Rachaduras pequenas e aleatórias na
desgaste é discreto e provou-se que é menor cobertura superior perpendiculares à direção
do que a abrasão de um rolete emperrado de movimento da correia podem ser causadas
por acúmulo de material. por incompatibilidade entre os diâmetros da
correia e da polia (Figura 4.21).
Correias alimentadoras lentas, que
transportam materiais de silos com pontos
altos de carregamento, também podem Figura 4.19
sofrer danos na cobertura superior. Reduzir Metais que vão desde
lascas de contêineres a
essa pressão descendente do material dentes de conchas de
carregado na correia reduzirá o dano carregadeiras podem
potencial. ficar presos na estrutura
do transportador,
F. Rasgos e sulcos por objetos estranhos. danificando a correia.

Danos na forma de rasgos e sulcos são


causados por pedaços perdidos de metal,
indo desde lascas de contêineres até dentes
da concha de carregadeiras (Figura 4.19).

Esses pedaços de metal podem ficar presos


na estrutura do transportador, formando Figura 4.20
uma faca que corta a correia. Esse dano é Os impactos da
o tipo mais difícil de controlar, porque ele trepidação dos
raspadores podem
ocorre muito rapidamente e frequentemente
causar pequenos cortes
com efeitos catastróficos. Há várias na cobertura da correia.
formas de minimizar, mas não de eliminar
totalmente a quantidade de metal no fluxo
de material. Esses métodos incluem telas,
detectores de metal e monitores de vídeo.
Porém, independentemente da eficácia das
precauções, a correia ainda é vulnerável.

G. Danos pelo limpador de correia.


As correias de transportador geralmente têm Figura 4.21
uma relação paradoxal com os raspadores Curvar a correia ao
de correia. Sistemas de limpeza são redor de uma polia
muito pequena pode
necessários para remover acúmulos, o que causar rachaduras na
reduz a quantidade de materiais fugitivos cobertura superior,
ao longo do transportador e, portanto, perpendiculares ao
preserva a vida útil da correia; no entanto, curso da correia.

raspadores de correia também têm efeitos


negativos. Como qualquer objeto estranho,
os raspadores podem danificar a correia,
especialmente quando o sistema de limpeza

53
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

Cada correia, dependendo do fabricante, fabricante. É importante conferir sempre


do número de camadas, dos materiais de com o fabricante da correia para assegurar
reforço, e da espessura exigirá um raio que o parâmetro desenhado é compatível.
mínimo de curvatura. Esse tipo de dano
4 ocorre se a correia não for compatível I. Danos por calor.
com todos os diâmetros das polias da Transportar materiais quentes também
estrutura. Curvar uma correia em um raio pode causar rachaduras na cobertura
muito pequeno forçará demais a cobertura superior ou separação das camadas. As
superior. Esse estresse indevido causará rachaduras por calor podem ser paralelas
rachaduras na borracha, expondo os ou perpendiculares (ou ambas) à direção
materiais de reforço da correia, o que pode da correia (Figura 4.22). Se o material
levar a danos na carcaça interna desta. transportado é mais quente do que a
capacidade da correia, podem se formar
Qualquer mudança em relação às buracos através dela. A utilização de correias
especificações originais da correia também de alta temperatura pode reduzir essas
deve ser feita com uma revisão do seu rachaduras e prolongar a vida útil. A única
programa de especificações, incluindo solução real seria esfriar o material antes
um estudo dos diâmetros das polias do de transportá-lo ou usar outro método de
transportador e da tensão necessária para transporte, pelo menos até que esteja frio o
impulsionar a correia. suficiente.
Instalar uma correia mais espessa em um J. Falhas de emenda.
sistema existente com o intuito de melhorar
a vida útil, impedindo outros tipos de danos, À medida que a correia se move ao longo
como aqueles por impacto, pode encurtar do sistema transportador, passando de
dramaticamente a vida útil da nova correia, plana a côncava nas polias terminais (carga
se o diâmetro das polias do transportador e descarga), o terço externo da correia
for menor do que o recomendado pelo viaja mais do que o terço central. Portanto,
o terço externo da correia precisa esticar
mais do que o terço interno. Se esse
Figura 4.22
esticamento ocorre em uma distância muito
Carregar material
quente pode levar
curta, a correia pode se danificar no ponto
a rachaduras na onde os rolos externos responsáveis pela
cobertura superior da concavidade encontram o rolo plano central.
correia. Esse dano é chamado de falha de emenda.

As falhas de emenda aparecem como


pequenas marcas de esticamento ao longo
de todo o comprimento da correia, nas
áreas que passam sobre os pontos onde
os rolos de concavidade se encontram
com os rolos planos. (Essas marcas de
esticamento correm paralelas à correia,
Figura 4.23 aproximadamente a um terço da
A falha de emenda extremidade.) Em estágios iniciais, podem
pode ser vista em
forma de “W” ou “M”
ser vistas em forma de “W” ou “M” na
na correia, quando ela correia, quando ela passa por um rolo de
passa sobre um rolo de retorno (Figura 4.23). Esse tipo de dano
retorno. pode ser tão sério que pode rasgar a correia
em três pedaços separados.

A falha de emenda é causada por


espaçamento muito grande entre roletes
e tensão de carga suficiente para forçar a
correia a se deformar nesse espaço. Uma
distância de transição que seja curta demais
e/ou um espaçamento rolete-emenda de

54
Transportadores passo a passo — A Correia | Capítulo 4

mais de 10 milímetros ou o dobro da chamado de arco (Figura 4.25). Se uma


espessura da correia podem causar falhas correia é composta de mais de uma seção,
de emenda. A espessura da correia, os ela pode ter mais de uma curvatura ou
materiais de reforço, a própria construção mesmo curvaturas conflitantes.
da correia e os ângulos de concavidade
Esse tipo de dano pode ser criado durante a
4
determinam a distância de transição de
uma correia específica. Ao desenhar um fabricação ou devido ao armazenamento, à
novo sistema que contemple mudanças nas emenda ou ao tensionamento impróprios da
especificações da correia ou ângulos maiores correia (Figura 4.26). O armazenamento e
de concavidade, é importante verificar com manuseio apropriados são essenciais desde a
o fabricante para assegurar que as distâncias fabricação até a instalação.
de transição apropriadas sejam mantidas
Essas curvas na correia produzem
tanto na polia dianteira quanto na traseira.
problemas de alinhamento, frequentemente
K. Envergamento da correia. confundidos com emendas tortas. Curvatura
e arco produzirão lento movimento de
Esse tipo de dano ocorre quando a correia
lado a lado; emendas tortas produzem
tem uma curvatura permanente através da
rápidos “saltos” no alinhamento da correia.
sua face, perpendicular à sua direção de
Entretanto, uma emenda torta tem uma
movimento (Figura 4.24).
curta área de influência, enquanto uma
O envergamento pode ser causado por curvatura ou arco vai de uma ponta da seção
calor, por pontos de transição incompatíveis da correia até a outra.
com a correia ou por um ângulo de
concavidade muito severo para o tipo
de correia. Outra causa é seu sobre- REPAROS NA CORREIA
tensionamento. A presença de agentes
químicos, como os descongelantes ou Reparos em Correias
surfactantes de pó, também pode causar o Transportadoras
envergamento para cima ou para baixo da Na maioria das operações, a vida útil da
correia, dependendo se o agente químico correia do transportador é medida em anos.
encolhe ou incha o elastômero, na cobertura Para alcançar o menor custo operacional, a
superior da correia. Relações de aspecto inspeção da correia deve ser um procedimento
que sejam altas demais (onde a cobertura de manutenção programado. Quaisquer danos
superior é espessa demais para a inferior)
também podem causar o envergamento da
Figura 4.24
correia.
Uma correia envergada
não se apoia totalmente
Correias envergadas são extremamente
nos roletes.
difíceis de alinhar, já que a área de fricção,
a superfície onde a correia entra em contato
com os rolos, é drasticamente reduzida.

L. Curvatura da correia.
A curvatura ocorre longitudinalmente
na correia, quando ela é vista do topo. A
Associação dos Fabricantes de Borracha
define a curvatura como a extremidade
convexa da correia; o lado côncavo é

Figura 4.25
Vista de cima, a
curvatura é uma curva
longitudinal na correia.

55
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

na correia observados durante essas inspeções Felizmente, muitas formas de danos são
devem ser reparados prontamente para impedir reparáveis através de métodos simples. Formas
que pequenos problemas se tornem grandes. reparáveis de danos incluem:
Danos na correia podem permitir a entrada de
4 umidade ou de objetos estranhos na cinta. Para A. Sulcos provocados pelo desgaste da
cobertura superior em função da abrasão do
preservar a correia, é importante fazer reparos
imediatos e efetivos em quaisquer danos. material ou de objetos estranhos.
B. Rasgos longitudinais nos quais a correia
Reparos vulcanizados podem ser feitos é rasgada por um objeto fixo, como uma
quando a correia estiver parada para barra de metal presa na estrutura do
manutenções programadas o suficiente para transportador.
permitir o longo tempo necessário para se fazer
C. Rasgos de perfil estendidos para dentro da
uma emenda vulcanizada. Em quase todos os
extremidade da correia.
casos, um reparo vulcanizado exige a remoção
de uma seção completa da correia e, então, D. Cortes nas extremidades, nos quais objetos
a emenda das partes restantes ou a adição de cegos arrancam pedaços da extremidade
um pedaço extra de correia, frequentemente da correia, geralmente causados por
chamado de “sela”. desalinhamento desta, guiando-a para dentro
da estrutura do transportador.
Figura 4.26 Reparos podem ser feitos com material
A curvatura da correia adesivo autocurante para manter umidade
pode ser criada e objetos estranhos fora da carcaça. Fixação
durante a fabricação
mecânica é outro método de reparo de correia
ou por armazenamento,
emenda ou danificada, de modo a retomar o serviço sem
tensionamento tempo ocioso significativo e prolongar a vida útil
impróprios. de correias caras.

Reparo de Correias Utilizando


Adesivos
Os adesivos são um meio econômico de se
consertar uma correia transportadora com uma
união de alta qualidade. O uso de compostos
adesivos economizará tempo ocioso e dinheiro
do orçamento de manutenções sem exigir
equipamentos pesados de vulcanização ou criar
obstruções com equipamentos de reparo na
correia (Figura 4.27). Compostos adesivos
de reparo são soluções simples, duráveis,
confiáveis e de fácil utilização. Há vários
produtos disponíveis. Entre eles, estão cimento
à base de solventes, termoplásticos ativados
Figura 4.27 por calor e elastômeros de poliuretano de dois
Adesivos especiais componentes.
podem ser usados para
reparar uma correia Todos esses sistemas requerem algum grau
danificada. de preparação da superfície, desde uma simples
esfregada com solvente até o uso extensivo de
lixa. Alguns exigem a aplicação de uma primeira
demão de cola para melhorar a adesão.

Mais comumente utilizados para emendas


vulcanizadas a frio, cimentos solventes são
também utilizados para colar faixas de reparo
sobre áreas danificadas.
Compostos termoplásticos são derretidos

56
Transportadores passo a passo — A Correia | Capítulo 4

por aquecimento até o estado líquido e, ou um rasgo é fechado (Figura 4.28). Nesses
então, endurecidos à medida que esfriam, casos, a fixação mecânica é usada como um
formando uma cola. Considerando que esfria “band-aid” para cobrir o dano e fechar um
rapidamente de sua temperatura de aplicação buraco, permitindo que a correia volte a se
de 120 a 150oCelsius (250o a 300o F), o reparo movimentar. 4
deve ser realizado rapidamente, antes que o
adesivo retorne à sua condição endurecida Emendas mecânicas podem ser utilizadas
(não adesiva). Problemas encontrados nos com eficácia para reparos na correia, desde que
adesivos termoplásticos incluem a possibilidade os fixadores sejam instalados cuidadosamente
de encolhimento, enquanto o adesivo esfria, e de maneira apropriada. Obviamente, o
e o risco de operações ou cargas de alta problema com todos os reparos temporários é
temperatura causarem um amolecimento do de que rapidamente as partes “temporárias” se
adesivo, levando, por sua vez, à falha no reparo. tornam esquecidas. O sistema volta a funcionar;
os funcionários da fábrica assumirem outras
Produtos de poliuretano são tipicamente tarefas, ao menos mentalmente. É preciso
sistemas de dois componentes que o usuário lembrar que esses reparos são apenas paliativos
pode misturar e espalhar, como uma cobertura e temporários, e não são desenhados para
de bolo, diretamente sobre a área a ser terem um bom desempenho a longo prazo. É
reparada. Normalmente eles alcançam força sempre importante solucionar a causa original
operacional em um curto período, entre uma e do problema para evitar recorrências.
duas horas, mas continuarão a curar por de oito
a doze horas, até que seja atingida força total de A recuperação de um dano em correia não
cura. precisa envolver um longo tempo ocioso.
Fixadores mecânicos para consertos de rasgos
Todos os sistemas adesivos oferecem são reparos baratos e rápidos. Eles podem
aplicações simples, considerando que sejam ser instalados com ferramentas simples e sem
seguidas as instruções. Obviamente, é descartar nenhuma porção da correia. Assim
fundamental que as instruções do fabricante que estiverem instalados, a correia pode voltar
sejam seguidas cuidadosamente, no que se a se movimentar, sem esperar um tempo de
refere à preparação da superfície, à mistura dos “cura”. Eles podem ser instalados a partir do
componentes, à validade do produto, à técnica lado superior da correia, sem removê-la do
de aplicação e ao tempo de cura. O tempo transportador.
necessário para uma cura operacional e para a
cura total pode servir de base para selecionar Fixadores de peça única estilo “garra”,
um produto em particular. instalados com martelo, podem significar
reparos temporários de rasgos onde a
É importante que o perfil da área reparada velocidade do conserto e o retorno à operação
seja igualado ao perfil da correia original para são fundamentais (Figura 4.29). Esses
preservar o reparo e evitar mais danos à correia. fixadores para rasgos também podem ser
usados para fortalecer regiões com cortes e
É importante também identificar e solucionar pontos amolecidos ou danificados da correia,
a causa do problema, removendo a obstrução para impedir que eles se tornem rasgos. Para
ou corrigindo o desalinhamento que causou reparo de rasgos denteados (em “zigue-zague”),
o dano em primeiro lugar. Do contrário, a os fornecedores de emendas recomendam
retomada das operações após o reparo somente alternar fixadores de dois e três parafusos
inicia um período de espera até que reapareça o
dano e um novo reparo precise ser feito.
Figura 4.28
Correias danificadas
Fixação Mecânica para Reparos em
podem ser reparadas
Correias usando fixação
Devido à sua instalação comparativamente mecânica.
mais fácil, emendas mecânicas são usadas
com frequência em situações de reparos de
emergência, quando um novo pedaço de
correia precisa ser adicionado à correia velha
ou quando uma correia precisa ser remendada

57
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

(Figura 4.30) ao longo do reparo. O lado atuando no sentido de preservar a vida útil de
maior (com dois parafusos) dos fixadores de suas correias, através da instalação de sistemas
três parafusos deve ser posicionado no lado de detecção de rasgos. Caso ocorra um rasgo na
“mais fraco” do rasgo para oferecer maior força. correia, esses sistemas acionam um alarme e/ou
4 Para rasgos retos, o fixador padrão de dois automaticamente param a correia.
parafusos é aceitável.
Esses sistemas são desenhados para situações
em que rasgos no comprimento da correia –
PRESERVANDO A VIDA ÚTIL DA causados por um pedaço de metal preso ou
CORREIA por um pedaço afiado do material, o qual corta
a correia em dois pedaços independentes, ou
Sistemas de Detecção de Rasgos quase independentes – exigiriam a substituição
Um número crescente de operações está total de uma correia cara. Sem o sistema de
detecção de rasgos, a correia poderia continuar
Figura 4.29 por centenas ou milhares de metros.
Os fixadores tipo garra
podem ser instalados Sistemas de detecção de rasgos são mais
com um martelo para o comumente vistos em transportadores muito
reparo rápido de uma caros, fundamentais para a produção de uma
correia rasgada.
fábrica. Nessas circunstâncias, a operação seria
fechada pelo tempo necessário para comprar e
instalar uma nova correia ou fazer o reparo de
um rasgo em seu comprimento.

Esses sistemas são particularmente valiosos


em transportadores longos, onde um dano
Figura 4.30
típico de 60 metros, até que o transportador
Correias danificadas
seja parado, ocasiona uma perda insignificante,
podem ser reparadas
com fixadores comparada à quantidade de correias salvas pelo
instalados em um fechamento automático.
padrão que alterna
peças com dois e três Apesar de haver diferenças nos princípios
parafusos.
operacionais para os vários sistemas de detecção
de rasgos, cada sistema basicamente embute
um sensor ou agente sinalizador em pontos
da correia. Na medida em que ela se move,
esses indicadores passam sobre pontos de
detecção – tipicamente instalados nos locais
mais prováveis de ocorrer um rasgo: nas zonas
de carregamento e descarga. Quando o rasgo na
correia causa interrupção do sinal, o alarme é
acionado, e a correia para.

Esses sistemas minimizam os danos à correia


e permitem que a fábrica reduza a quantidade
de correias necessária em estoque.

Monitoramento das Correias de


Transportadores
À medida que as fábricas se esforçam para
estender os períodos de produção, as janelas de
oportunidade para manutenção se encolhem.
As empresas de fornecimento e suporte de
transportadores ajudam a acomodar essa
situação, fornecendo ferramentas que dão uma
melhor compreensão das condições da correia.

58
Transportadores passo a passo — A Correia | Capítulo 4

Além dos sistemas de detecção de rasgos


REFERÊNCIAS
mencionados, há serviços que oferecem um
monitoramento abrangente das condições de 4.1 Qualquer fabricante e a maioria dos
uma correia. Os fatores analisados incluem as distribuidores de correias podem for-
condições da carcaça; o estado e o desgaste da necer uma variedade de materiais sobre
a construção e o uso de seus produtos
4
cobertura superior, incluindo sua espessura e
vida útil restante estimada; e as condições da(s) específicos, assim como sobre correias de
emenda(s). transportadores em geral.

Detecção rápida, mapeamento e 4.2 Conveyor Equipment Manufacturers As-


monitoramento de áreas danificadas e da força sociation (CEMA). (2005). Belt Convey-
das emendas permitem que os planejadores ors for Bulk Materials, Sixth Edition.
programem janelas de manutenção Naples, Florida.
antecipadamente e prolonguem a vida útil dos
4.3 O site http://www.conveyorbeltguide.com
sistemas transportadores sob seu controle.
é um recurso valioso e não comercial que
trata de vários aspectos dos correames.
A CORREIA É A CHAVE

Finalizando…
O sistema transportador é a chave da
eficiência de toda uma operação; o correame
é a chave da produtividade do transportador.
Consequentemente, a preservação das
capacidades e da vida útil da correia é essencial.
Considerando o tamanho do investimento
inicial na correia do transportador, a
importância de se preservar uma correia por
meio de inspeções regulares e atividades de
reparo não pode ser menosprezada. Os custos
relativamente mínimos de uma inspeção
cuidadosa e dos reparos na correia e as
despesas um pouco mais significativas do tempo
ocioso de um transportador para permitir que
reparos sejam feitos serão compensados, muitas
vezes, pelo prolongamento da vida útil da
correia.

A Seguir…
Este capítulo, A Correia, foi o segundo
relacionado aos aspectos básicos dos
transportadores na seção Fundamentos para
o Manuseio Seguro de Materiais a Granel. O
próximo capítulo, Juntando a Correia, conclui
esta seção, descrevendo vários tipos de emendas
de correias e seus impactos sobre os materiais
fugitivos.

59
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

Figura 5.1
Seja vulcanizada ou com
fixadores mecânicos,
uma emenda bem
aplicada e bem mantida é
essencial para o sucesso
das operações de um
transportador.

Capítulo 5

Transportadores
passo a passo —
Emenda da Correia
Emendas Vulcanizadas.. ......................................................................................................................................... 61
Emendas Mecânicas............................................................................................................................................... 64
Preocupações com a Segurança......................................................................................................................... 71
Desenho Seguro das Emendas............................................................................................................................ 72
Estações de Manutenção e Instalação.............................................................................................................. 72
Inspeção e Monitoramento . ................................................................................................................................ 72
A Importância da Emenda . .................................................................................................................................. 73

60
Transportadores passo a passo — Emenda da Correia | Capítulo 5

Neste Capítulo... vulcanizada não tem entrelaçamento interno,


Neste capítulo discutiremos os métodos assim como tranças, costuras, soldas ou
utilizados para unir a correia, incluindo outro tipo de ligação mecânica. A emenda é
emendas mecânicas e vulcanização a quente dependente somente da adesão da borracha à
e a frio (Figura 5.1). O capítulo revisará as carcaça ou aos cabos de aço, já que os membros 5
vantagens e desvantagens dos vários sistemas, ao tensionáveis da emenda, camadas têxteis ou
mesmo tempo em que enfatizará a importância cabos de aço, não se tocam. A adesão é obtida
da instalação, inspeção, e manutenção pelo uso de uma borracha intermediária ou
adequadas. material parecido com borracha, chamado de
goma de ligação, goma de instalação ou cimento.
A correia do transportador é despachada
da fábrica em um rolo, e, antes de seu uso, os Passos para a Vulcanização de uma
dois extremos da correia devem ser juntados Correia
para proporcionar a curva contínua. Os dois Os procedimentos passo a passo para
métodos para juntar as extremidades da correia emendas vulcanizadas variam de um fabricante
são a vulcanização e a fixação mecânica. para outro (Figura 5.2). Em geral, há três
passos:
Ambas as técnicas são empregadas ao redor
do mundo. Na América do Norte, a fixação A. Preparação das extremidades da correia.
mecânica predomina, ao passo em que, nas
demais regiões, a vulcanização é mais comum. No primeiro passo para uma correia com
Por razões que serão discutidas nesta seção, carcaça de tecido, as extremidades são cortadas
a vulcanização é preferida para o controle no ângulo correto e, então, descascadas ou
de materiais fugitivos; entretanto, em muitos puxadas para expor as várias camadas a serem
casos, a necessidade de colocar o transportador juntadas. É preciso cuidado para não danificar as
de volta em funcionamento prontamente camadas ou os cabos. O processo para correias
demandará o uso de emendas mecânicas. com cabos de aço envolve o corte e a retração da
cobertura de borracha (Figura 5.3).

B. Aplicação de cimento, goma ou outro


EMENDAS VULCANIZADAS material intermediário.
Vulcanização é o processo de cura de O segundo passo é a construção das
borracha crua através da combinação dela com camadas, algo parecido com o preparo
os aditivos, na presença de calor e pressão de um sanduíche, as quais formarão a
(vulcanização “a quente”). A colagem da correia emenda completa. Para correias de cabos
com adesivos é conhecida como vulcanização de aço, os cabos são sobrepostos, e então os
“a frio”. agentes colantes apropriados são aplicados
nos cabos expostos. As borrachas de
A vulcanização é geralmente o método preenchimento e de cobertura são, então,
preferido de emenda da correia, devido à colocadas no lugar, e a correia é curada da
força superior, à maior vida útil e à operação mesma forma para modelos de cabos de aço
mais limpa que oferece. As emendas e de tecidos.
vulcanizadas são realmente a única opção para
o desempenho a longo prazo de correia de
cabos de aço de alta tensão. Operações que Tecido de Reforço ou Goma da Cobertura Figura 5.2
Intermediário Superior
exigem adições ou remoções frequentes de Uma emenda
seções da correia, como correias subterrâneas Goma de Ligação vulcanizada é feita
como um sanduíche
estendíveis ou transportadores com capacidades de correia e materiais
tensionadoras limitadas, que exijam adicionais.
encurtamento da correia para manutenção
da tensão, não são adequadas para emendas
vulcanizadas.
Goma de Ligação
Devido à sua força superior, as emendas Tecido de Reforço ou
Intermediário
vulcanizadas permitem a aplicação de tensão
máxima na correia, resultando em melhor Goma da Cobertura
Inferior
tração da polia para a correia. Uma emenda

61
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

C. Cura da emenda. efetuada por mão de obra terceirizada, com


Os materiais montados são pressionados equipamento especializado e experiência na
juntos e curados, por meio da aplicação de realização do procedimento necessário.
calor, pressão, e/ou tempo, para formar a
5 emenda finalizada. Vulcanização a Quente
Na vulcanização a quente, uma prensa
Tipicamente, os materiais usados em especial (Figura 5.4) aplica calor e pressão na
emendas vulcanizadas – cimento, goma de emenda para curar os materiais intermediários
ligação, fios de borracha, cartolina; todos e da cobertura, em uma união de alta força. A
dependendo do estilo e da construção da prensa aplica pressão de maneira consistente,
correia – estão disponíveis em forma de kits. Os através das superfícies. A pressão pode variar de
kits dos fabricantes de correias são preferidos, 34 a 1.200 quilopascal (5 lbf /pol.2 a 175 lbf /
às vezes, apesar de haver kits genéricos pol.2), dependendo da correia. As temperaturas
disponíveis para os tipos de correia mais de cozimento variam de 120 a 200o Celsius
comuns. Os materiais no kit são perecíveis; (250o a 400o F), dependendo do tipo da correia
eles têm uma validade especificada para e do composto da borracha. Os fabricantes de
armazenamento e outra quando são misturados correias normalmente incluem tabelas de tempo
no estado pronto para aplicação. e temperatura nos manuais de emendas. Apesar
Há dois tipos de vulcanização: a quente e a de o equipamento ser automatizado, o processo
frio. Na vulcanização a quente, as camadas de pode exigir atenção humana constante para se
uma correia são cortadas em tiras, estilo degraus alcançarem os melhores resultados. Prensas
ou dedos, e sobrepostas com cola e borracha. portáteis de vulcanização para curar emendas
Uma prensa aquecida, em seguida, aplica estão disponíveis em tamanhos adequados às
calor e pressão para “vulcanizar” a correia e várias larguras de correias. Pequenas emendas
fechar o círculo. Na vulcanização a frio (técnica de tecido podem ser curadas de uma só vez.
chamada de colagem química), as camadas da Junções de tecido maiores podem ser curadas
correia são unidas com adesivo ou cola que em duas, três ou mais aplicações da prensa
cura à temperatura ambiente. A vulcanização, sem problemas. Com correias de cabos de
particularmente a quente, é normalmente aço e emendas estilo dedos, é importante que
a prensa seja grande o suficiente para curar a
emenda em uma única aplicação, para evitar
Figura 5.3
fluxo indesejado de borracha e deslocamento
O processo de emenda de cabos.
de uma correia de
cabos de aço envolve
o corte e a retração da
Quando o procedimento de vulcanização ou
cobertura de borracha. “cozimento” estiver completo, deve-se verificar
quaisquer defeitos que possam indicar fraqueza
na emenda resultante. É prática comum lixar ou
polir qualquer borracha excedente na emenda
para melhorar o desempenho dela ao passar
pelos raspadores e outros componentes da
correia.

Vulcanização a Frio (Colagem


Figura 5.4 Química)
Calor e pressão Em vulcanizações a frio, a correia é unida
fornecidos por uma
prensa especial
utilizando adesivos ou agentes colantes que
são utilizados para fundem as extremidades da correia para fechar
formar uma emenda o círculo.
vulcanizada “a quente”.
A emenda a frio não é curada em uma
prensa. As extremidades da correia são
cuidadosamente unidas em alinhamento
apropriado com o adesivo, e o contato total é
alcançado com rolos manuais, rolos de pressão

62
Transportadores passo a passo — Emenda da Correia | Capítulo 5

ou martelando em um padrão predeterminado. Vantagens da Vulcanização


A emenda pode ser melhorada simplesmente
colocando pesos sobre a correia durante o Apesar de uma emenda vulcanizada ser mais
intervalo de cura. A maioria dos cimentos cara e demorada de se realizar, é normalmente
para vulcanizações a frio exige pelo menos um excelente investimento. Ela oferece uma
união forte o suficiente para suportar altos níveis
5
quatro horas para uma cura utilizável e
24 horas para a cura total. Os melhores de tensão da correia. As emendas realizadas
resultados são alcançados quando se seguem por empresas renomadas incluem materiais e
as recomendações do fabricante. O fabricante mão de obra de alta qualidade e geralmente são
de correame é a melhor fonte de informações garantidas. Desde que uma emenda vulcanizada
sobre técnicas e materiais apropriados para se cole quimicamente à correia em um pedaço
vulcanização. ininterrupto, sem possibilidade de materiais
penetrarem na emenda, do ponto de vista do
Padrão da Emenda controle de materiais fugitivos, a vulcanização
é a emenda mais indicada. Uma emenda
Junções vulcanizadas exigem o corte de vulcanizada, devidamente instalada, não
camadas da cobertura de borracha e da carcaça interferirá em calhas-guia, roletes, estruturas de
de tecido para permitir a sobreposição e a união suporte da correia ou raspadores.
das extremidades. Geralmente, a geometria
de uma emenda pode ser a mesma para A vulcanização a frio oferece algumas
vulcanizações a quente ou a frio. vantagens em relação à vulcanização a quente.
Não há necessidade de uma fonte de calor ou
Junções enviesadas são as mais comuns, já de uma prensa; o equipamento é mais fácil de
que o ângulo aumenta a superfície de contato
e reduz o estresse sobre a emenda ao passar Figura 5.5
pelas polias. O ângulo enviesado também serve
Os ângulos enviesados
para reduzir as chances de rasgar a extremidade são geralmente de 22 o .
dianteira da emenda. O ângulo enviesado
é geralmente de 22o ; a maioria das prensas
vulcanizadoras é fabricada com esse ângulo
embutido (Figura 5.5).

Um desenho de emenda com crescente


aceitação, particularmente em correias de
tecido de alta tensão, é a emenda estilo dedos Figura 5.6
(Figura 5.6). Esse desenho envolve o corte das Utilizadas em correia de
alta tensão, as emendas
duas extremidades da correia em vários “dedos”
em dedos oferecem a
estreitos e triangulares. Os dedos – cada um melhor combinação de
normalmente com 30 ou 50 milímetros de força e vida útil para a
largura na base e de 850 a 1.200 milímetros de emenda.
comprimento, dependendo das especificações
– são entrelaçados, e, então, a vulcanização
é realizada. Junções em dedo devem ser
realizadas em um único “cozimento”.

Para todos os desenhos de emendas,


é importante que as áreas sobrepostas e
quaisquer materiais adicionados à emenda
sejam devidamente instalados para minimizar
os danos à emenda terminada, causados pelos
sistemas de limpeza da correia ou outros
componentes.

63
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

transportar, e não é necessária nenhuma fonte comprimento do transportador. O mesmo se


especial de eletricidade. Portanto, as emendas aplica onde a tolerância do tensionador não
vulcanizadas a frio podem ser realizadas mesmo permite correia suficiente para uma emenda
nos locais mais remotos, onde o acesso é vulcanizada; uma seção curta de correia,
5 difícil e não há energia elétrica disponível. São denominada sela, deve ser adicionada, exigindo
necessárias somente pequenas ferramentas de duas emendas.
mão. Então, o custo de compra e manutenção
do equipamento de emenda é baixo. A vulcanização pode ser mais difícil e
menos confiável em correias mais velhas e
Tanto as emendas vulcanizadas a quente desgastadas. Em aplicações em transportadores
quanto aquelas a frio levam aproximadamente utilizados para o transporte de materiais
a mesma quantidade de tempo para preparar quentes, é importante que todo o material
a correia e completar o processo de união; seja descarregado da correia antes de pará-la.
entretanto, a emenda a frio pode exigir mais Material quente deixado sobre uma correia
tempo ocioso do que o processo a quente, parada pode romper uma emenda e reduzir sua
devido ao longo tempo de cura da cola adesiva. vida útil.

As emendas em dedo oferecem a melhor A instalação de uma emenda vulcanizada


combinação de força e vida útil da emenda em pode consumir um comprimento considerável
aplicações para correias de alta tensão. Esse de correia, de 2.4 a 3 metros, em alguns casos,
sistema mantém todas as camadas da correia particularmente quando uma emenda enviesada
intactas, sem cortes nela. Uma emenda estilo é utilizada em uma correia larga. Essa instalação
dedos pode ser cortada em quadrado ou pode exigir que uma correia mais longa seja
enviesada através da correia. comprada ou uma nova seção da correia, ou
sela, seja adicionada.
Desvantagens das Emendas
Vulcanizadas Ao desenhar novos sistemas transportadores
que incorporarão correias vulcanizadas, é
As desvantagens da vulcanização a serem aconselhável incluir um mecanismo de polia
consideradas são o custo inicial mais alto e a tensionadora, desenhado para tensionar
quantidade de tempo necessário para realizar frouxidões na correia. A polia tensionadora
a emenda, em comparação com uma emenda deve ter movimento suficiente para esticar
mecânica. O ato de descascar as camadas da a correia, consequentemente, evitando a
correia para preparar tanto para a vulcanização necessidade de encurtá-la com uma nova e
a quente quanto para a colagem química a frio demorada emenda.
pode ser difícil. Pode levar mais de 24 horas
para reiniciar o transportador até o momento
em que a emenda esteja preparada, aquecida e
EMENDAS MECÂNICAS
esfriada o suficiente para permitir que a emenda
final seja manuseada ou até mais, para que a Fixadores Mecânicos
cola química seja curada.
Hoje em dia há vários tipos de fixadores
Esse tempo adicional para completar uma mecânicos disponíveis para emenda da correia.
emenda vulcanizada será particularmente Todos funcionam segundo o princípio de união
problemático (e caro), no caso em que seja das duas extremidades da correia com desenho
necessário um reparo de emergência para tipo dobradiça ou placa. Fixadores mecânicos
permitir o reinício das operações. Nesse caso, são fabricados a partir de uma variedade de
o atraso necessário para contratar e levar até materiais para resistir à corrosão e ao desgaste e
o local uma equipe externa e o equipamento para se adequar às condições de aplicação.
aumenta o custo do período ocioso, devido à
extensão da paralisação e às despesas extras Por muitos anos, emendas mecânicas
pela “resposta de emergência”. foram consideradas uma alternativa de baixa
qualidade, em comparação à vulcanização,
Devido às pressões relacionadas ao tempo como método de emenda da correia.
e aos custos, as emendas vulcanizadas não Desenvolvimentos recentes aumentaram o
são justificáveis para aplicações que exigem prestígio dos fixadores mecânicos em relação
frequentes extensões ou retrações do à vulcanização. Essas inovações incluem o uso

64
Transportadores passo a passo — Emenda da Correia | Capítulo 5

de correias mais finas (possibilitado pelo uso de Esse tipo de fixador oferece uma emenda forte
materiais sintéticos na correia), melhoramentos e durável, sem espaços para a fuga de materiais
no desenho e nos materiais utilizados nos finos. Fixadores tipo placa são eficazes nas
fixadores, para aumentar a força e reduzir o mais difíceis aplicações, em minas, pedreiras
desgaste, e o desenvolvimento de ferramentas e siderúrgicas. Em aplicações onde a correia é 5
para rebaixar o perfil da emenda. mais espessa que 22 milímetros, fixadores tipo
placa são a única escolha para fixação mecânica.
Tipos de Emendas Mecânicas Fixadores tipo placa sólida são direcionados
Os fixadores mecânicos para correias de somente a serviços permanentes e não são
manuseio de material a granel estão disponíveis recomendados para correias em aplicações que
nos estilos dobradiça e placas, com opções exijam abertura da emenda para alterações no
dentro de cada grupo. comprimento ou na localização da correia.

Fixadores tipo placa sólida são tipicamente


Fixadores Tipo Dobradiça fornecidos em peças individuais embaladas
Em emendas com fixadores tipo dobradiça, soltas em uma caixa ou balde. Os seguimentos
uma faixa composta de placas superiores e de placas são instalados de uma extremidade à
inferiores, unidas em um lado por arcos de outra da correia, usando grampos, arrebites ou
metal, é colocada em cada uma das duas parafusos.
extremidades da correia (Figura 5.7). Essas
faixas são presas à correia por grampos, Os fixadores tipo placa sólida parafusados
parafusos ou rebites. A correia, então, é unida têm vantagens únicas. Eles podem ser aplicados
passando-se um pino conector através dos arcos diagonalmente através da correia, para permitir
alternados tipo dobradiça. o uso em polias que sejam menores que o
tamanho recomendado para o fixador. Eles
Fixadores tipo dobradiça normalmente também podem ser instalados em forma de V
são fornecidos em faixas contínuas para se
adequar a qualquer largura de correia. Essas Figura 5.7
faixas asseguram espaçamento e alinhamento Fornecidos em faixas
apropriados. As faixas são fabricadas de modo contínuas para se
que pedaços podem ser tirados para se adequar adequarem à largura da
correia, fixadores tipo
a larguras de correias fora dos padrões. dobradiça são unidos
com um pino conector.
A maior vantagem dos fixadores tipo
dobradiça é de que a correia pode ser separada
removendo-se o pino conector. Dessa forma,
ela pode ser encurtada, alongada, removida da
estrutura ou aberta para permitir a manutenção
dos componentes do transportador.

Os fixadores tipo dobradiça oferecem


vários outros benefícios. A instalação nas
duas extremidades da correia pode ser feita
separadamente e até mesmo fora do local de
operação. Apesar de não ser recomendada
a união de correias de espessuras diferentes Figura 5.8
– devido aos problemas que isso pode criar, Aplicados com rebites,
incluindo os de vedação, alinhamento e limpeza grampos ou parafusos,
–, os fixadores tipo dobradiça permitiriam os fixadores tipo placa
sólida oferecem uma
que distintas espessuras de correia fossem
emenda robusta para
combinadas, utilizando fixadores adequados à aplicações em serviços
suas respectivas extremidades. pesados.

Seguimentos de Placa Sólida


Um segundo tipo de emenda mecânica
consiste em fixadores tipo placa (Figura 5.8).

65
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

(Figura 5.9), o que pode ser a única opção Um problema surge se o transportador
para o uso de fixadores em correias espessas de utiliza polias menores que 300 milímetros
alta tensão desenhadas para vulcanização. de diâmetro. Nesse caso, os fixadores tipo
placa sólida podem ser grandes demais para
5 Um problema com os fixadores tipo placa
sólida parafusados é que eles normalmente
se curvarem em volta da polia, causando o
rompimento dos componentes da emenda.
usam somente dois parafusos em cada placa,
com um em cada lado da emenda. Apertar nas Emendas de Placas com Matriz
extremidades da emenda significa que elas são Flexível
mais comprimidas do que o meio da placa. Isso
causa o envergamento do meio, criando um Outra técnica de emenda utiliza placas com
ponto de desgaste no fixador e nos raspadores matriz flexível. Esse sistema usa parafusos
ou em outros sistemas que entrem em contato autoatarraxantes inseridos em uma matriz de
com a correia, em seu movimento pelo dobradiça em forma de H (ou talvez de I). Para
transportador. formar essa emenda, as duas extremidades
da correia são descascadas enviesadamente
Os fixadores tipo placa sólida arrebitados são até a carcaça de tecido e, então, inseridas
desenhados para as aplicações mais exigentes e nas extremidades da matriz de dobradiça de
de alta tensão. A conexão por pontos múltiplos borracha reforçada em forma de H. A matriz
em cada lado da dobradiça oferece a maior (que cobre toda a largura da correia) é então
força entre todos os fixadores mecânicos. Eles fixada na correia, usando até 240 parafusos por
podem ser instalados sem ferramentas grandes, metro de largura da correia.
usando apenas um martelo para colocar os
arrebites e para quebrar os pedaços que ficarem Esse sistema oferece instalação relativamente
salientes. Essa é uma vantagem em locações rápida e fácil, usando somente ferramentas
remotas ou subterrâneas. para descascar as extremidades e uma chave de
fenda elétrica (Figura 5.10). A emenda pode
ser instalada em qualquer clima e em locações
Figura 5.9 onde a prensa de vulcanização ou outras
Uma emenda em V ferramentas para emenda sejam difíceis de usar.
pode ser a melhor Ela não requer tempo de cura e pode ser usada
escolha para unir
para unir ou reparar correias. Se for usada
correias de alta tensão
com prendedores para um reparo temporário, a matriz pode ser
mecânicos. removida e reutilizada.

Um benefício da emenda de matriz flexível


é que é à prova de vazamentos, já que não há
aberturas entre as extremidades ou buracos na
correia que permitam a fuga de materiais.

Esse sistema atualmente é usado para unir


Figura 5.10 correias de carcaça de tecido; o fornecedor está
Uma emenda de matriz tentando desenvolver e assegurar a aprovação
flexível oferece uma
do uso em correias de cabos de aço.
instalação relativamente
simples, utilizando
somente ferramentas Selecionando a Fixação Apropriada
simples. A emenda
utiliza parafusos A maioria dos fixadores está disponível em
autobrocante, através uma variedade de tamanhos. Em todos os
de uma matriz em casos, as recomendações do fabricante devem
formato de H, para unir
as duas margens da
ser verificadas para assegurar que o tamanho
correia do fixador seja compatível com o tamanho das
polias e a espessura da correia.

Se a correia tiver que ser descascada para


rebaixar o fixador até o nível da correia,
a espessura da região descascada deve ser
considerada ao avaliar o tamanho do fixador.

66
Transportadores passo a passo — Emenda da Correia | Capítulo 5

Este deve ser selecionado com base no para um lado da estrutura, em todos os pontos
diâmetro da menor polia do sistema. do transportador. Isso é identificado como um
movimento rápido de lado a lado, quando a
Os fixadores estão disponíveis em uma área da emenda passa por qualquer ponto da
variedade de metais distintos, para atender
exigências especiais de aplicações. Essas
estrutura. Utilizar a extremidade da correia 5
como referência para o alinhamento não é
propriedades incluem: não produção de recomendado, já que ela pode não estar reta.
faíscas, não magnetismo, resistência à Correias usadas podem ter extremidades tortas
abrasão e/ou resistência à corrosão. Pinos de devido ao desgaste. Então um dos seguintes
dobradiça são disponibilizados em opções procedimentos é recomendado:
semelhantes. O fabricante deve ser contatado
para recomendações apropriadas em qualquer A. Método da linha central.
aplicação específica. Para encontrar a linha central média da
correia, meça, de uma extremidade à
O treinamento para seleção e instalação
outra, cinco pontos ao longo da correia,
de emendas deve ser realizado por pessoal
cada um aproximadamente 300 milímetros
qualificado. Quando instaladas de acordo
mais distante do fim da correia. Marque
com as instruções do fabricante, as emendas
uma série de pontos no centro da correia
mecânicas representam um método econômico
e conecte-os usando uma linha de giz ou
de emenda da correia. Quando especificadas
régua para determinar a linha central média
ou instaladas de maneira incorreta, elas podem
(Figura 5.11).
criar problemas caros e recorrentes.
Desenhe a linha de corte usando um
Instalação Apropriada de Fixadores esquadro. Desenhe uma linha perpendicular
As emendas mecânicas podem ser à correia até a linha central média. Essa
instaladas de modo relativamente fácil pelo linha pode ser usada como linha de corte
pessoal da fábrica; entretanto, elas podem, (Figura 5.12).
consequentemente, ser mal aplicadas,
especialmente por pessoal não treinado ou em B. Método do duplo arco.
uma situação de emergência para a retomada Para maior precisão ou em correias com
rápida das operações. É fundamental que o extremidades desgastadas, um método
pessoal da fábrica seja treinado para a instalação de “arco duplo em interseção” pode ser
apropriada de fixadores mecânicos. empregado. Após estabelecer uma linha
média central como no método anterior,
É uma prática comum, porém incorreta, o escolha um ponto nessa linha de duas ou
armazenamento de apenas um tamanho de três vezes a largura da correia, a partir de
emendas mecânicas no estoque da manutenção. sua extremidade. Utilizando um cordão
Com o passar dos anos, as especificações para com um prego na linha central como ponto
as correias utilizadas na fábrica podem mudar; pivô, desenhe um arco na correia, de modo
no entanto, os fixadores estocados permanecem que ele cruze a extremidade da correia nos
os mesmos, o que pode levar a uma variedade dois lados (Figura 5.13). Agora, crie um
de problemas, incluindo falha de emenda e segundo ponto pivô na linha central, bem
danos aos componentes do transportador. A mais próximo do fim da correia. Desenhe
instalação apropriada de fixadores mecânicos um segundo arco na correia, dessa vez na
exige uso dos fixadores corretos, ferramentas direção oposta, de modo que ele cruze
apropriadas e atenção aos detalhes. o primeiro arco nos dois lados da linha
central média, próximo das extremidades
Alinhando as Extremidades da da correia (Figura 5.14). Desenhe uma
Correia linha da interseção dos dois arcos em um
No ponto em que as extremidades da lado da correia até a interseção dos arcos no
correia são unidas com fixadores mecânicos, outro lado (Figura 5.15). Essa nova linha é
a primeira exigência para uma boa emenda é perpendicular à linha central da correia e é a
que as extremidades sejam cortadas de maneira linha de corte ou linha da emenda.
alinhada. O não cumprimento dessa exigência
causará o deslocamento da área da emenda

67
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

Figura 5.11 Extremidade Verificando a Precisão do


da correria
Alinhamento das Extremidades
Para determinar a
linha central média da Linha média
Independentemente de qual método é usado,
correia, conecte os é necessário verificar a precisão. Para conferir a
5 centros de cinco pontos
de medida através da
precisão do alinhamento da extremidade, meça
correia. 300 mm (12 pol) uma distância qualquer (digamos 1 metro) da
Espaçamento linha dos dois lados da correia. Em seguida,
tire a medida diagonal desses novos pontos
até a extremidade de corte, no lado oposto da
Figura 5.12 correia. As duas linhas diagonais devem ter uma
Extremidade
Use um esquadro para da correria
interseção na linha central da correia e devem
desenhar uma linha de ter o mesmo comprimento (Figura 5.16).
Linha média
corte perpendicular à
linha central média.
A Importância de Descascar
Para que uma emenda mecânica funcione em
Linha de um ponto de transferência e permita vedação e
emenda
limpeza eficazes, tanto a seção superior como
a inferior da emenda devem ser rebaixadas
Figura 5.13 Arco 1 o suficiente ao nível da correia, de modo a
Extremidade
Passo Um: Primeiro da correria manter sua espessura constante e a superfície da
Cordão
desenhe um arco a Ponto pivô emenda lisa, para evitar danos aos componentes
partir de um ponto pivô, Linha média
e à emenda.
com duas ou três vezes Prego
a largura da correia a
partir de seu fim.
O ato de descascar as coberturas da correia
permite a colocação dos fixadores mais
próximos ao tecido da carcaça, oferecendo
maior firmeza à emenda (Figura 5.17). O
descascamento implica cortar a cobertura
Arco 2 Arco 1
Figura 5.14 superior e a inferior até o nível da carcaça.
Extremidade
Passo dois: desenhe, da correria Cordão
Já que é a carcaça que dá força à correia, e
Cordão
então, um segundo Ponto pivô as coberturas oferecem pouca força, isso não
Ponto pivô
arco em interseção com
o primeiro, próximo à
Linha média reduzirá a integridade da correia ou da emenda.
Prego Prego
extremidade da correia É necessário cuidado ao descascar a correia, já
em ambos os lados. que qualquer dano à carcaça pode enfraquecer
Linha de
a emenda e, portanto, reduzir a força da
emenda correia. Quando a emenda é devidamente
rebaixada, os componentes de metal da
Arco 2 Arco 1
Figura 5.15 dobradiça mecânica passarão sem problemas
Extremidade
Passo Três: Finalmente, da correria por potenciais obstruções, como barras de
Cordão Cordão
marque a linha de corte
Linha média Ponto pivô Ponto pivô impacto, calhas de borracha ou lâminas
conectando os pontos raspadoras. É recomendado descascar para
na interseção dos dois Prego Prego
arcos, próximo às duas assegurar a integridade da correia, da emenda
extremidades da correia e dos outros componentes do transportador.
Linha de
Descascar a correia também reduz o barulho
emenda durante a operação, já que as placas não ficam
batendo contra as roldanas, com o movimento
Figura 5.16 1 metro (36 pol) da correia.
Extremidade
Para conferir se a do corte O equipamento para descascar pode ser
linha de corte está
reta, tire a medida adquirido com a maioria dos fornecedores de
Linha média
diagonal de dois pontos emendas.
equidistantes dos
dois lados da correia.
As linhas diagonais
Cobrindo uma Emenda Mecânica
1 metro (36 pol)
devem ter o mesmo Se, por alguma razão, como a espessura
comprimento.
limitada da correia, danos a ela, ou tempo

68
Transportadores passo a passo — Emenda da Correia | Capítulo 5

limitado para completar o reparo, for é o desenvolvimento de novas ferramentas


impossível rebaixar devidamente uma emenda para descascar, as quais removem facilmente
mecânica com o descascamento, a emenda uma faixa uniforme da cobertura da correia,
pode ser coberta. Isso pode ser feito rebaixando deixando uma concavidade suave e lisa, com
suas superfícies salientes com uma lixa ou extremidade arredondada, para receber a 5
encapsulando-as. emenda. Esses dispositivos são mais rápidos e
seguros que os métodos mais antigos, os quais
Com a primeira abordagem, lixar os pontos utilizavam facas ou lixas.
salientes garantirá que a extremidade dianteira
ou os parafusos e arrebites não sobressaiam Um segundo exemplo seriam os novos
da emenda. É necessário cuidado ao lixar para desenhos de raspadores não conflitantes com
evitar escavar a correia ou remover uma porção os fixadores, oferecendo formatos especiais
considerável da emenda. de lâminas, materiais e métodos de montagem
que minimizaria os problemas de impacto com
A segunda abordagem é o encapsulamento
da emenda em um material que proteja tanto
Figura 5.17
ela própria quanto os raspadores dos danos por
impacto (Figura 5.18). Normalmente isso é Se devidamente
rebaixado, o topo da
feito com um adesivo ou elastômero calafetado fixação mecânica estará
sobre a correia e a emenda. Apesar de o no mesmo nível ou mais
sistema de limpeza ainda ter que passar sobre o baixo que o topo da
relevo da emenda, sua superfície será mais lisa, correia.
sem obstáculos, como cabeças de parafusos ou
arrebites. O ponto negativo desse procedimento
é que, devido ao fato de a emenda ser coberta,
é mais difícil de inspecioná-la e repará-la.

Entalhando a Borda Traseira


Para proteger os cantos da correia na
emenda, costuma-se entalhar ou chanfrar os
cantos da correia na emenda. Em correias
unidirecionais é necessário entalhar somente a
borda traseira. O entalhe é cortado na correia Figura 5.18
a partir do primeiro fixador, em cada lado da Cobrir a emenda
emenda, até a extremidade da correia, em um protegerá os fixadores
mecânicos e os
ângulo de 60o. O entalhe ajudará a prevenir que
raspadores da correia.
os cantos da correia fiquem presos na estrutura Isso pode ser feito
do transportador e danifiquem a emenda ou lixando as superfícies
rasguem a correia (Figura 5.19). salientes ou recobrindo-
as. Foto superior: antes
do encapsulamento.
Relacionando-se Bem com os Foto inferior: após o
Raspadores da Correia recobrimento.

Os fixadores mecânicos às vezes conflitam


com sistemas agressivos de limpeza da correia,
especialmente quando lâminas de metal
endurecidas são utilizadas. Muitos operadores
preferem usar lâminas não metálicas (ex:
de poliuretano) em correias com emendas
mecânicas, com receio de desgastar as emendas
ou arrancá-las. A maioria desses problemas com
sistemas de limpeza podem ser atribuídos à má
seleção ou instalação de emendas mecânicas.

Novos desenvolvimentos estão ajudando


a tornar os fixadores mecânicos menos
conflitantes com os raspadores. Um deles

69
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

placas fixadoras. A recente introdução de clipes Os fixadores mecânicos oferecem uma


mecânicos abaulados, desenhados para servir de emenda simples de realizar e fácil de
rampa para as lâminas raspadoras, prevenindo inspecionar. Se inspecionada regularmente,
danos a elas e à emenda, oferece a possibilidade uma emenda mecânica normalmente indicará
5 de melhora na durabilidade de ambas as peças. alguma falha iminente. Emendas mecânicas são
baratas e podem ser armazenadas por longos
Não há estudos empíricos sobre o desgaste períodos. Elas permitem rápida instalação e
de emendas devido à interação com materiais a fácil alongamento ou encurtamento da correia.
granel e com os sistemas de limpeza e vedação.
Se forem observadas as boas práticas de É importante certificar-se de que a seleção
instalação e manutenção, os sistemas de limpeza dos fixadores segue as recomendações dos
e vedação e as emendas devem ser escolhidos fabricantes da correia e dos fixadores.
com base no desempenho necessário, ao invés
das preocupações com a vida útil. Desvantagens das Emendas
Mecânicas
Vantagens das Emendas Mecânicas Se os materiais a serem transportados forem
A principal vantagem das emendas mecânicas quentes, a transmissão de calor através de um
é de que elas permitem que a correia seja fixador metálico pode ser um fator que levará à
separada facilmente. Essa separação da emenda seleção de uma emenda vulcanizada. Quando a
permite a extensão ou o encurtamento da temperatura do material exceder os 121o Celsius
correia em aplicações como em mineração (250o F), a quantidade de calor passando pelo
e permite a manutenção mais fácil de outros fixador metálico para a carcaça da correia pode
componentes do transportador, como o enfraquecer as fibras, permitindo, em última
revestimento de polias, roletes ou mesas de instância, que os fixadores se soltem. Nessas
impacto. aplicações, uma fixação vulcanizada seria
preferível.
Uma vantagem adicional dos fixadores
mecânicos é de que eles minimizam o tempo A falha em inspecionar os fixadores e a
ocioso para reparos. Essas emendas podem consequente falha deles, podem resultar
ser instaladas normalmente em uma hora ou em sérios danos à correia. Se os fixadores
duas, enquanto uma vulcanizada pode levar começarem a se soltar em uma porção da
um dia ou mais para ser completada. Os largura da emenda, podem ocorrer rasgos
fixadores são facilmente instalados pelo próprio longitudinais na correia. Quando a correia e
pessoal da manutenção da fábrica, utilizando os fixadores são devidamente selecionados,
somente ferramentas de mão ou máquinas a queda é normalmente atribuída ao aperto
portáteis simples; por outro lado, a vulcanização insuficiente dos parafusos ou ao desgaste
geralmente exige a presença de mão de obra das placas ou dos ganchos. Os fixadores
terceirizada, com equipamento especializado. A mecânicos estilo placas normalmente permitem
emenda fixada mecanicamente custará algumas a substituição de placas individuais, o que, se
centenas de dólares e consumirá apenas alguns realizada quando o dano é detectado, pode
milímetros de correia, enquanto a vulcanizada eliminar a necessidade de cortar e substituir
pode custar vários milhares de dólares e toda a emenda.
consumirá vários metros de correia.
Utilizar o tamanho ou tipo errado de
fixador mecânico pode reduzir enormemente
a capacidade de tensão operacional de uma
Figura 5.19 correia. A espessura extra de uma emenda
A borda traseira da mecânica indevidamente rebaixada ou de
emenda deve ser especificação errada tornará quase impossível
cortada para impedir
a vedação do ponto de transferência. Junções
que os cantos fiquem
presos em obstruções. demasiado grandes ou espessas para passar no
ponto de transferência podem ficar presas no
placa de desgaste ou na calha-guia, abusando
da emenda e reduzindo sua vida útil. Esses
problemas de emenda às vezes exigem a
elevação do placa de desgaste e da calha-guia

70
Transportadores passo a passo — Emenda da Correia | Capítulo 5

bem acima da correia, permitindo que mais a passagem de materiais finos pela emenda;
materiais alcancem o sistema de vedação da esse problema é eliminado por emendas
extremidade. Isso, por sua vez, resulta em vulcanizadas.
aceleração do desgaste e derramamento.
Frequentemente, os fixadores utilizados na Apesar de oferecer maior força, a emenda
em forma de V tem seus custos. Ela requer
5
emenda não são devidamente aparados, e esses
arrebites ou parafusos salientes podem ficar até 3 metros de correia. Isso pode ser uma
presos em outros componentes, na vedação da quantidade significativa de correia descartada.
calha-guia ou nos raspadores da correia.
As emendas mecânicas são frequentemente
A maioria, se não a totalidade, das emendas utilizadas em correias de tecido para tornar
permite que uma pequena quantidade do a correia uma peça contínua ou para reparar
material transportado passe pela própria rasgos e buracos; no entanto, em correias de
emenda. Esse material cairá ao longo do cabos de aço, elas podem ser utilizadas somente
percurso do transportador, resultando em para reparos temporários.
problemas de limpeza e em potenciais danos
aos roletes, às polias e a outros componentes
do transportador. Os fixadores tipo placa, DESENHO SEGURO DAS EMENDAS
em uma emenda bem feita, são praticamente Tanto as emendas mecânicas quanto as
isentos do vazamento de materiais. Os fixadores vulcanizadas devem ser desenhadas com fatores
tipo dobradiça são sujeitos a problemas como de segurança, quando comparadas à tensão

PREO CUPAÇÕE S CO M A SEG URANÇA

Qualquer indivíduo não Ferramentas afiadas e lixas elétricas são


treinado tentando utilizar um usadas para cortar a borracha e preparar a
equipamento de emenda de correia para emenda: elas representam perigo de corte e
vulcanização ou emenda mecânica corre o abrasão para os trabalhadores.
risco de ferimentos e de realizar uma emenda
mal feita. Um risco significativo advindo de A emenda de uma correia de transportador
uma emenda realizada de maneira indevida é geralmente é realizada sob condições
a probabilidade dela falhar sob as condições perigosas, como em minas subterrâneas ou
de aplicação de tensão. A falha da emenda estruturas inclinadas e elevadas ou, ainda, em
pode resultar em ferimentos em funcionários áreas com acesso limitado. Como sempre, os
e danos em equipamentos. procedimentos apropriados de desligamento/
sinalização/bloqueio/teste são necessários.
As inspeções pré-trabalho devem ser O bloqueio apropriado, grampeando a
completadas, e as instruções do fabricante correia à estrutura, é necessário para evitar
devem ser seguidas ao se utilizar ferramentas qualquer movimento da correia. Grampos de
de emenda, maquinário ou agentes químicos. fixação desenhados para o tamanho e peso
específicos da correia em questão devem ser
Todos os agentes químicos, incluindo comprados de fornecedores renomados.
solventes, colas preparatórias e cimentos,
devem ser armazenados e manuseados
devidamente, em conformidade com as
instruções do fabricante, incluindo atenção
especial quanto à validade.

Uniforme protetor apropriado, incluindo


luvas e óculos, deve ser utilizado, e a área de
trabalho deve ser devidamente ventilada.

71
Seção 1 | Fundamentos para o Manuseio Seguro de Materiais a Granel

esperada da correia. Esses fatores de desenho novamente após os primeiros dias e, então, em
para os fixadores mecânicos são embutidos nas intervalos de dois ou três meses de operação.
tabelas de seleção dos fabricantes. As emendas
vulcanizadas em correias de cabos de aço As emendas normalmente devem ser
5 de alta tensão normalmente são desenhadas inspecionadas semanalmente, com substituição
de qualquer fixador que pareça gasto, com
individualmente pelo fabricante ou consultor.
A incompatibilidade entre emenda e correia atenção para rachaduras cruzadas atrás dos
e o descaso quanto à manutenção correta e os fixadores e verificando se eles não estão se
fatores de segurança podem resultar em falhas soltando.
catastróficas de emenda, causando ferimentos,
morte, perda de produção e danos em Sistemas de Monitoramento de
equipamentos. Emendas
Tecnologias mais novas estão disponíveis hoje
em dia, as quais permitem a avaliação remota
ESTAÇÕES DE MANUTENÇÃO E de emendas medindo qualquer alongamento
INSTALAÇÃO seu. Esses sistemas são baseados no princípio
de que o aumento do comprimento de uma
Algumas operações desenvolvem o que é
emenda é uma indicação de falha iminente. O
chamado de estação de emenda de correia ao
sistema é instalado em correias vulcanizadas,
longo do transportador. Nela são armazenadas
colocando-se pequenos alvos magnéticos na
ferramentas e equipamentos para a manutenção
correia, em uma distância determinada, em
de emendas e são disponibilizados espaço
ambos os lados das emendas; se a correia tiver
e superfície de trabalho para a instalação de
fixadores mecânicos, o sistema pode usá-los
emendas.
como alvos. O sistema irá monitorar a distância
Esse também pode ser o ponto no qual uma entre os pares de alvos cada vez que a emenda
nova correia é colocada no transportador. passar pelo scanner. Essa distância é medida,
e, se uma emenda passar dos limites, o sistema
Uma estação de emenda deve ser localizada de monitoramento irá parar a correia ou alertar
onde haja espaço suficiente preferivelmente, os funcionários da fábrica para verificarem o
permitindo o trabalho em ambos os lados da problema. Além disso, o sistema pode ajudar
estrutura. A estação deve oferecer proteção para a identificar se um clipe sofreu dano sério e
a correia em relação às condições climáticas precisa ser substituído.
e aos materiais fugitivos. O espaço deve ser
localizado em um ponto onde haja uma
distância de pelo menos cinco vezes a largura da A IMPORTÂNCIA DA EMENDA
trave horizontal do transportador ,em qualquer
dos lados do ponto onde a emenda será Finalizando…
realizada. Deve haver eletricidade disponível, Seja vulcanizada, seja com fixadores
incluindo tomadas para ferramentas de mão. mecânicos, uma emenda devidamente
desenhada, bem aplicada e mantida é
essencial para o sucesso das operações de um
INSPEÇÃO E MONITORAMENTO transportador de correia. A aplicação indevida
de uma emenda reduzirá a vida útil da correia
Inspeção e Manutenção da Emenda e interferirá no cronograma e na eficiência
Onde são usados fixadores com parafusos, do transportador. O cuidado na aplicação
é importante que as placas sejam mantidas da emenda apropriada oferecerá benefícios
devidamente apertadas. O modo mais prático para toda a fábrica. De acordo com um velho
de se alcançar isso é apertando os parafusos de axioma: “Se você não tem tempo para fazer isso
modo que a borracha atrás da placa inche um direito, como você encontrará tempo para fazê-
pouco. Deve-se ter cuidado para não apertar lo novamente?”.
demais os fixadores ou “enterrar” as placas
na cobertura da correia, já que isso poderia Olhando Adiante...
causar danos nas camadas do correia. Os
Este Capítulo, Emendando a Correia,
fabricantes geralmente sugerem o reaperto dos
explicando como emendas atrasadas ou
parafusos após as primeiras horas de operação,

72
Transportadores passo a passo — Emenda da Correia | Capítulo 5

inapropriadas podem permitir que material


fugitivo escape da correia, conclui a seção
Fundamentos para um Manuseio Seguro de
Materiais a Granel. O seguinte Capítulo inicia a
seção relacionada ao Carregamento da Correia 5
e aborda a área Antes da Zona de Carga,
observando polias traseiras e áreas de transição.

REFERÊNCIAS
5.1 Qualquer fabricante e a maioria dos
distribuidores de correia podem for-
necer uma variedade de materiais sobre
a construção e o uso de seus produtos
específicos, assim como sobre correias de
transportadores em geral.

5.2 Conveyor Equipment Manufacturers As-


sociation (CEMA). (2005). Belt Convey-
ors for Bulk Materials, Sixth Edition.
Naples, Florida.

5.3 O site http://www.conveyor- beltguide.com é


um recurso valioso e não comercial tratando
de vários aspectos das correias.

73
Chapter Title | Chapter #

SEÇÃO 2

CARREGANDO A CORREIA
• Capítulo 6.. ...................................................................................................................................... 76
ANTES DA ZONA DE CARGA

• Capítulo 7.. ...................................................................................................................................... 90


CONTROLE DO AR

• Capítulo 8.. .................................................................................................................................... 100


CHUTES DE TRANSFERÊNCIA CONVENCIONAIS

• Capítulo 9.. .................................................................................................................................... 116


AUXÍLIOS DE FLUXO

• Capítulo 10................................................................................................................................... 130


SUPORTE DA CORREIA

• Capítulo 11................................................................................................................................... 152


CALHAS-GUIA

• Capítulo 12................................................................................................................................... 170


CHAPAS DE DESGASTE

• Capítulo 13................................................................................................................................... 180


SISTEMAS DE VEDAÇÀO LATERAL

75
Seção 2 | Carregando a Correia

6
Figura 6.1
Após a correia envolver
as polias traseiras e
atingir a parte superior do
transportador, deve ser
preparada para receber a
carga na zona de carga.

Capítulo 6

Antes da Zona de
Carga
Polias Traseiras....................................................................................................................................................... 77
Transportadores Planos e Côncavos................................................................................................................. 79
Formação da Calha................................................................................................................................................. 81
Vedação na Área de Entrada................................................................................................................................ 85
Especificações Típicas............................................................................................................................................ 87
Tópicos Avançados.................................................................................................................................................. 88
Questões de Segurança......................................................................................................................................... 88
Proteja sua Seção Traseira.................................................................................................................................. 89

76
Antes da Zona de Carga | Capítulo 6

Neste Capítulo... o desalinhamento da correia e compor outros


Antes que uma correia transportadora possa problemas encontrados no lado de transporte
ser carregada, ela deve ser transformada na da correia.
forma que irá transportar o material a granel. A área entre a polia e a zona de carga é
Este capítulo examina as áreas de transição, as demasiado curta, e a correia possui tensão
áreas entre as polias terminais (carga e descarga) demais para permitir uma correção do
e os primeiros tensores totalmente côncavos, desalinhamento aqui. Então, dispositivos de
observando como uma correia é formada centralização de correia são instalados no
em uma calha e a importância de se utilizar a retorno do transportador para certificar se a
distância de transição adequada para mudar a correia está centralizada quando entra (e sai)
forma da correia. O capítulo também examina da polia traseira. Se a correia, centrada na sua
as polias traseiras, verificando a configuração
e localização adequadas das polias. Também
entrada para a polia traseira, desalinhar-se 6
entre a polia e a zona de carga, o problema
são consideradas as técnicas para evitar o mais provável é que a polia esteja fora de
escape de material fugitivo na parte traseira do alinhamento. Se a polia traseira for reta e um
transportador. dispositivo de rastreamento estiver instalado, a
Ao final da volta de retorno do transportador, correia deve estar centrada na zona de carga.
a correia envolve a polia traseira e se move (Veja o Capítulo 16: Alinhamento da Correia.)
para cima até o topo ou lado do transporte.
É aqui que a correia deve ser preparada para Polias Traseiras: Aletas e Mantas
receber carga antes de entrar na zona de Polias traseiras com aletas são
carregamento (Figura 6.1). Esses preparativos frequentemente instaladas como um método
incluem a estabilização do caminho da correia, para reduzir o risco de danos na correia com o
a centralização da correia na estrutura, a aprisionamento de acúmulo de material entre
moldagem da correia no perfil desejado para a correia e a polia. Polias aletadas possuem
transporte de carga e a selagem da parte de palhetas que se assemelham à roda propulsora
trás e das bordas da zona de carga para evitar de um barco a vapor (Figura 6.2). Esse
derrames. desenho permite que o material que, de outra
forma, ficaria preso entre uma polia sólida e a
Deve-se tomar cuidado na realização dessas correia passe pela face da polia. Entre as barras
tarefas, a fim de minimizar o material fugitivo transversais da polia há recessos inclinados,
— material que escapou do transportador e em forma de reentrâncias, que impedem
do processo — tanto na área de transição e no que o material fino ou granular fique preso
processo de transporte, como na preservação entre a polia traseira e a correia de retorno.
dos equipamentos e na preparação do Essas reentrâncias proporcionam uma função
transportador para a máxima eficiência. de autolimpeza, ou seja, há pouca área de
superfície em que o material pode se acumular,
Em muitas fábricas, essa área do sistema
e a rotação da polia lança o material fora da
de transporte é conhecida por apresentar
face da polia (Figura 6.3). É provável que o
problemas de derrame e lesões de empregados.
transportador derrame parte da sua carga sobre
Este capítulo irá discutir formas de transformar
corretamente a correia de plana para calha
de carga e de volta a plana na descarga, sem Figura 6.2
aumentar o risco de fuga de material e o risco Polias aletadas
para os empregados. incorporam aletas,
como a roda propulsora
de um barco a vapor.

POLIAS TRASEIRAS

Centralizando a Correia
Ter a correia no centro da estrutura de
transporte, quando ela vai para a zona de
carga, é um ponto crítico. Se a correia não
estiver corretamente centralizada quando
receber a carga, a força da carga irá aumentar

77
Seção 2 | Carregando a Correia

a correia de retorno, e a polia aletada pode agir de gravidade, onde oferecem os mesmos
como um dispositivo eficaz para a remoção benefícios e limitações.
desse derrame sem danos à correia, embora a
selagem da correia na zona de carga, juntamente Apesar de sua intenção de projeto, polias
com a instalação de um raspador de proteção aletadas traseiras ainda estão sujeitas ao
de polia, seja a solução preferida. acúmulo e ao aprisionamento, muitas vezes
não oferecendo a proteção desejada. Elas
Polias aletadas também são vistas em tensores são mais bem-sucedidas em correias lentas,
onde a limpeza e a vedação não são requisitos
Figura 6.3 essenciais. Pedaços maiores de material
podem ficar encravados nas aletas da polia,
As reentrâncias na polia
aletada servem para potencialmente cansando o dano que a polia foi
6 eliminar acúmulos de
material.
projetada para evitar (Figura 6.4).

Polias aletadas traseiras com raio de curvatura


inferior ao mínimo recomendado pelo
fabricante podem causar danos à carcaça da
correia.

A desvantagem mais significativa de polias


Figura 6.4 aletadas é a ação oscilante que introduzem
Pedaços de no caminho da correia. As aletas da polia
material podem ficar introduzem um movimento pulsante que
aprisionados nas desestabiliza o caminho da correia, afetando
reentrâncias da polia
negativamente seu sistema de vedação. É
aletada.
contraproducente projetar um ponto de
transferência que enfatize a estabilidade da
correia para material fugitivo e, depois, instalar
uma polia aletada traseira que introduza
instabilidade no sistema. A Associação de
Fabricantes de Equipamentos Transportadores
(CEMA) recomenda que as polias aletadas não
sejam utilizadas em correias com velocidade
Figura 6.5 superior a 2,25 metros por segundo (450 pés/
min).
Uma polia enrolada
elimina a vibração
da polia aletada, ao
Uma opção melhor do que a polia aletada
passo que ainda evita o traseira convencional é uma polia traseira
acúmulo de material. enrolada em espiral (Figura 6.5). Essas polias
têm uma tira de aço adicional em espiral em
torno de sua circunferência. A tira de aço é
enrolada sobre a parte superior das aletas em
duas espirais, convergindo no centro de cada
extremidade da polia. O enrolamento da(s)
Figura 6.6 tira(s) de aço em torno da polia aletada permite
Uma tira de aço envolta
que ela forneça a função de autolimpeza, mas
em espiral em torno eliminando a instabilidade transmitida ao cinto.
da polia pode eliminar
alguns dos problemas Polias aletadas enroladas em espiral são por
da polia aletada. vezes instaladas como equipamento original em
instalações de transporte novas. Polias aletadas
existentes podem ser atualizadas com uma
estreita faixa de 50 a 75 mm (2 a 3 polegadas),
tiras de aço soldadas em torno da borda
exterior das aletas (Figura 6.6).

A melhor solução para evitar acúmulo de

78
Antes da Zona de Carga | Capítulo 6

material sobre polias traseiras é usar uma As polias abauladas também apresentam
polia de aço sólida e plana, protegida por um problemas com os limpadores de correia
dispositivo de limpeza situado em frente à polia montados sobre a face da polia de descarga.
(Figura 6.7). Esse tipo de raspador diagonal ou
em V deve ser colocado imediatamente antes
da polia traseira, no lado não transportador da TRANSPORTADORES PLANOS E
correia, para remover qualquer material fugitivo CÔNCAVOS
que possa ser transportado na parte interior da
correia. (Veja o Capítulo 15: Raspadores de Correias Planas
Proteção das Polias.) Muitos materiais a granel podem ser
transportados em correias planas. Elas são
Polias Abauladas particularmente comuns para materiais com
Uma polia plana possui o mesmo diâmetro um acentuado ângulo de repouso; o ângulo que 6
em toda a sua face. Uma polia abaulada possui uma pilha de materiais formados livremente
diâmetro diferente a partir de seus bordos para fará. Materiais com ângulos de repouso acima
o centro, com este ligeiramente maior do que as de 30o são adequados para correias planas e
bordas (Figura 6.8). vão desde materiais irregulares, granulados
ou grumosos, como o carvão, a pedra e o
As polias abauladas são por vezes utilizadas minério, até materiais lentos, que normalmente
na parte traseira do transportador, pois é são irregulares, fibrosos e interligados, como
amplamente reconhecido que a face abaulada lascas de madeira e casca de árvores (Figura
irá melhorar a tração da correia ao girar em 6.9). Ao manter a mesma distância da borda
torno da polia em direção à zona de carga. No com materiais com baixo ângulo de repouso,
entanto, nem sempre isso é verdade, e há casos o volume de material transportado é reduzido;
em que a face abaulada da polia pode danificar portanto, os materiais com baixo ângulo de
a correia. repouso geralmente exigem que a correia seja
côncava.
Polias abauladas nunca devem ser usadas
em uma área de alta tensão da correia. Correias planas são especialmente eficazes
Geralmente usa-se a polia conduzida. A polia quando a carga ou uma parte da carga deve
condutora pode estar na extremidade frontal, ser descarregada da correia em pontos
extremidade traseira ou, com acionamento intermediários por raspadores ou placas de
central, em qualquer lugar ao longo do lado deflexão.
de retorno do transportador. Nessas áreas
de alta tensão, o diâmetro adicional no
centro da polia acrescenta estresse adicional Figura 6.7
no centro da correia e pode causar danos à Um v-plow é
posicionado na frente
carcaça e afrouxamento. A exceção a isso é da polia para protegê-la
quando a tensão nominal da correia for de 35 de pedaços de material.
quilonewtons por metro (200 PIW) ou menos;
nesse caso, uma polia abaulada pode ser
utilizada em qualquer parte do sistema.

Em áreas de menor tensão da correia, polias


abauladas podem ter uma ligeira influência
sobre o alinhamento da correia. No entanto, se
houver problemas graves com a correia, como
curvatura acentuada, inclinação, ou falha no Figura 6.8
ponto entre mudança de ângulo dos roletes, Uma polia abaulada
nenhuma polia abaulada conseguirá alinhar a possui um diâmetro
correia. É sempre melhor identificar a causa ligeiramente maior
no centro que nas
do desalinhamento e sanar o problema. (Veja o extremidades.
Capítulo 16: Alinhamento das Correias.)

79
Seção 2 | Carregando a Correia

Alimentadores de correia usam quase assim, o derrame desses alimentadores de


exclusivamente correias planas. Isso ocorre correia pode ser controlado. Em muitos casos,
porque alimentadores são geralmente muito essas correias estão equipadas com uma saia
curtos e devem caber em operações em que há lateral e um sistema de vedação ao longo de
pouco espaço para colocar correias côncavas. todo o seu comprimento. Outras correias
Alimentadores tipicamente operam com cargas alimentadoras incorporam um design de
muito elevadas (utilizam roletes para trabalhos calha-guia dupla, onde um espaço é deixado
pesados). Muitas correias alimentadoras podem entre a calha-guia interior instalada com um
inverter a direção. Para mover uma grande revestimento de desgaste e uma calha-guia
carga de material, correias de alimentação externa, que inclui o selo da borda da correia
funcionam frequentemente em alta tensão, o (Figura 6.10).
que torna difícil utilizar correia côncava. Além
6 disso, a alta carga dos alimentadores de correia Correias planas não exigem áreas de
torna a vedação difícil. Essa dificuldade pode transição ou sofrem os problemas de transição
ser superada, deixando generosas distâncias da encontrados pelos transportadores côncavos.
borda e operando a velocidades mais lentas; No entanto, a maioria dos outros componentes
do transportador e outros problemas discutidos
neste livro serão aplicados a transportadores de
Figura 6.9
correia plana.
Materiais com
alto ângulo de
repouso podem ser Transportadores Côncavos
transportados em
correias planas. Para
Para a maioria dos materiais e
os materiais com baixo transportadores, a formação da correia em
ângulo de repouso, uma calha fornece o benefício de um generoso
transportar o mesmo aumento de capacidade de carga da correia
volume de material
resultaria em derrame (Figura 6.11).
para fora da correia.
Portanto, os materiais Ângulos Típicos de Concavidade
com baixo ângulo de
repouso geralmente Os ângulos de concavidade padrão na
exigem que a esteira Europa são 20, 30 e 40o ; na América do
seja côncava.
Norte, são comuns ângulos de concavidade de
20, 35 e 45o (Figura 6.12). No entanto, com
uma economia cada vez mais global, pode-se
Figura 6.10 encontrar transportadores de qualquer ângulo
Alguns alimentadores de concavidade, em qualquer lugar do mundo.
de correia incorporam
Antigamente a concavidade de 20o era padrão,
um sistema de calha
guia dupla com espaço mas concavidades mais profundas se tornaram
entre o revestimento de mais comuns, com as melhorias no projeto
desgaste e a parede e a construção das correias que permitem
externa do chute.
maior flexão das bordas sem falha prematura.
Em algumas aplicações especiais, tais como
mineração de alta tonelagem, tensores
catenários com uma concavidade de 60o são
Figura 6.11 utilizados para reduzir o derramamento e os
Formar a correia em danos de impacto.
uma calha geralmente
aumenta a capacidade Transportadores mais longos, de alta
do transportador. 20° velocidade, podem exigir a utilização de uma
correia grossa, muitas vezes, com cabos de aço
na carcaça. Como resultado, essas correias-
cintos podem ter menos capacidade de
concavidade. Devido às menores exigências de
curvatura e à consequente redução do estresse
na correia, uma concavidade de 20o possibilita
45° o uso das correias mais grossas, permitindo,

80
Antes da Zona de Carga | Capítulo 6

assim, que sejam transportados materiais mais Figura 6.12


pesados e em blocos maiores.
Os ângulos padrões
para a calha do
Ângulos de concavidade maiores que 20 são o
transportador variam ao
normalmente especificados quando o material redor do mundo.
possui baixo ângulo de repouso. Ângulos de
concavidade superiores são adequados para 0 o Plana
uma gama muito ampla de aplicações. Ângulos
de concavidade superiores funcionam melhor
quando são feitos para limitações tais como a
distância de transição e a exigência de distância
da borda exposta para saia de vedação.

Apesar de oferecem o benefício de maior


6
capacidade, as correias côncavas também
apresentam algumas limitações. Uma área
que pode apresentar problemas, se não 20o
devidamente considerada durante o projeto e a
especificação do correame, é a maior distância
de transição necessária para evitar o estresse
nas bordas da correia. Outras desvantagens dos
ângulos de concavidade maiores incluem maior
vulnerabilidade aos efeitos do vento e maior
potencial de dano à correia.

Formar uma calha na correia normalmente


contribui positivamente para seu alinhamento. 30o
Outro benefício de uma correia côncava inclui
melhor capacidade de conter o material, em
virtude do reduzido derramamento e da perda
pela borda devido ao vento.

De modo geral, a seleção do ângulo de


calha a ser usado em qualquer transportador
é, na maioria dos casos, determinada pela
necessidade de utilizar a correia menos
onerosa e, portanto, mais estreita, possível para 35o
transportar a tonelagem necessária de material.

FORMAÇÃO DA CALHA

Transição
Em um transportador típico, a correia é
formada em calha pela parte de transporte de
sua viagem e retorna a uma configuração plana
na execução do retorno. Por conseguinte, 40o
em uma polia terminal (carga ou descarga),
a correia deve ser convertida do formato
plano para côncavo ou de côncavo de volta
ao plano. Esta mudança do perfil da correia
é comumente chamada de transição (Figura
6.13). Transições existem nos locais das polias
traseiras (carga) e frontais (descarga) de um
transportador côncavo e podem ocorrer em
outras áreas do transportador, tais como na
45o

81
Seção 2 | Carregando a Correia

descarga do tripper. transportador. Na mudança de uma correia


plana para um perfil totalmente côncavo, a
A distância entre a linha central da polia tensão nos lados da correia é maior do que
do terminal para o primeiro rolete totalmente no centro. O terço exterior da correia deve
côncavo é chamada de distância de transição. se esticar e viajar mais longe do que o terço
Essa área representa mais risco potencial central. Isso pode fazer com que a emenda, seja
para a correia do que qualquer outra área do mecânica, seja vulcanizada, falhe nas bordas da
correia. Além disso, as lonas da correia podem
Figura 6.13 se separar devido a esse estresse.
A distância entre a A distância de transição, o espaçamento
polia terminal (carga ou
descarga) até o tensor permitido para essa mudança no contorno
6 totalmente côncavo é
chamada de distância
da correia, deve ser suficiente em cada
polia terminal. Caso contrário, a correia
de transição; a correia
vai experimentar um estresse extremo nas
muda de plana para
côncava ou de côncava junções entre os roletes (os pontos onde o
para plana nesta área. rolete horizontal se encontra com os roletes
inclinados). Como o terço externo da correia
Distância de Transição é mais esticado, o resultado pode ser um
vinco na emenda, que pode, eventualmente,
se desgastar ao longo de todo o comprimento
Figura 6.14 da correia (Figura 6.14). Além disso, se
Uma distância de a elasticidade da carcaça for ligeiramente
transição muito curta ultrapassada, a correia poderá não se rasgar,
pode causar vincos na
emenda entre o rolete mas se esticar para além dos seus limites,
central e os roletes levando a problemas de alinhamento. Se a
laterais. distância de transição for muito curta, uma
diferença excessiva entre as tensões da borda e
do centro pode ultrapassar a rigidez lateral da
correia. Isso pode forçar a correia para baixo
Figura 6.15 na calha, por isso, poderá dobrar pelo centro
ou pegar nas junções onde os roletes do tensor
Os danos causados
pela falha da emenda se juntam (Figura 6.15). O primeiro sinal
aparecem em duas de falha na emenda será notado como uma
linhas paralelas acima dobra ou forma em “W” ou “M” no lado do
da emenda, entre o
cilindro central e os
retorno da correia (Figura 6.16). A maior
cilindros laterais. tensão na borda observada na correia, por ter
uma área de transição curta demais, provocará
um aumento da carga sobre os rolamentos
dos roletes inclinados, podendo levar à falha
prematura dos roletes.

A tensão da correia pode ser mantida


dentro dos limites de segurança, mantendo
Figura 6.16 uma distância de transição adequada entre a
Um sinal de falha na polia e o primeiro rolete totalmente côncavo,
emenda pode ser a
minimizando o estresse induzido na correia.
correia assumir uma
configuração em “W”
ou “M”. Para apoiar corretamente a correia nessas
transições, roletes com ângulos intermediários
devem ser utilizados entre a polia terminal
e o rolete totalmente côncavo. Esses roletes
de transição permitirão que a correia altere
suavemente seu perfil até o ângulo em calha
adequado. A tensão sobre a correia na emenda
do rolete é então minimizada, uma vez que

82
Antes da Zona de Carga | Capítulo 6

foi distribuída por vários roletes e em uma transportador. Nunca deve ser colocada uma
distância maior. correia sobre um transportador onde a distância
de transição é curta demais para a correia.
Distância de Transição
É altamente recomendável que o fornecedor
A distância necessária para a transição da correia seja contatado para garantir que a
de uma correia varia com a quantidade de distância de transição da estrutura existente
concavidade necessária, a espessura da correia, seja compatível com a correia. Gráficos
a construção da correia transportadora, o tipo que identificam a distância de transição
de carcaça (cabo de aço ou tecido) e a tensão recomendada em função da tensão nominal
nominal da correia. A distância de transição tanto da correia de tecido como de cabos
deve ser selecionada para fornecer pelo menos de aço, nos vários ângulos côncavos, são
a distância mínima para a correia selecionada. publicados na literatura dos fabricantes e pela 6
Quanto mais pesada a carcaça da correia, CEMA em Transportadores de Correia para
mais ela vai resistir a ser colocada em uma Materiais a Granel, sexta edição.
configuração côncava e maior será a distância
de transição necessária. Isso é fácil de entender Roletes de Transição
se lembrarmos que uma corda esticada pelo Dependendo da distância, um ou mais roletes
centro do transportador será mais curta do de transição devem ser utilizados para apoiar
que uma corda colocada na borda externa dos a correia entre a polia terminal e o primeiro
roletes. As bordas externas devem percorrer rolete totalmente côncavo.
uma distância maior que o centro da correia.
Quanto maior o ângulo da calha, mais as bordas É uma boa prática instalar diversos roletes
são esticadas e maior a distância necessária para de transição para apoiar a correia na mudança
chegar a esse ângulo. gradativa de um perfil plano para um contorno
totalmente côncavo (Figura 6.17). Os
A distância de transição necessária é uma roletes de transição podem ser fabricados
função da construção de uma correia. Ao em ângulos intermediários específicos (entre
projetar um novo transportador, a correia deve plano e totalmente côncavo) ou podem ser
ser selecionada para coincidir com a carga de ajustáveis a diferentes posições (Figura 6.18).
material e as características de comprimento Por exemplo, seria uma boa prática colocar
de transporte. A distância de transição do um rolete de concavidade 20o como um
sistema seria, então, concebida para atender rolete intermediário, à frente de um rolete de
aos requisitos da correiame selecionada. No concavidade de 35o, e ambos, um rolete de
entanto, um cenário mais provável é que, 20o e um de 35o, à frente de um rolete de 45o.
devido a limitações de espaço e custo, a correia A CEMA recomenda que todos os roletes de
será selecionada para coincidir com a distância transição utilizem cilindros de metal.
de transição projetada para a estrutura de
aço do transportador. De qualquer maneira, É também importante para a estabilidade da
no entanto, o fabricante da correia deve ser correia e a vedação do ponto de transferência
consultado para determinar a distância de que o rolete de transição mais próximo à polia
transição recomendada. terminal seja instalado de modo que o topo da
polia e o topo do cilindro central estejam no
No caso de substituição da correia existente, mesmo plano horizontal. Isso é referido como
ela deve ser selecionada para combinar com a uma transição de concavidade total.
distância de transição prevista na estrutura do

Figura 6.17
Vários roletes de
transição devem ser
instalados entre a polia
e o primeiro rolete
totalmente côncavo.

20° 35° 45°


Distância de Transição

83
Seção 2 | Carregando a Correia

Profundidade da Polia na Distância No passado, esse regime de distância de


de Transição mais Curta transição mais curta foi aceito pelo CEMA e
Para encurtar a distância de transição fabricantes de correias como forma de evitar
necessária, o projetista do transportador pode esforços excessivos na junta do rolete quando
ficar tentado a usar um regime de transição a correia se transforma, sobretudo quando
de “meia concavidade”, que exige a elevação se monta um transportador em um espaço
da polia traseira. Ao elevar a polia para que limitado. No entanto, podem surgir problemas
seu topo (onde a correia sai da polia) fique com o perfil de distância de transição mais
alinhado com o ponto médio dos roletes laterais curta, incluindo a correia se elevar dos tensores
(ao invés de alinhado com o topo do rolete quando funcionar descarregada (Figura 6.20).
central), a distância de transição necessária Enquanto uma correia de distância de transição
pode ser reduzida em cerca de metade (Figura mais curta está para ser carregada, picos e
6 6.19). Essa técnica é normalmente empregada surtos na taxa de fluxo de material irão mudar
para encurtar a distância de transição a fim radicalmente a linha da correia e impedirão
de evitar uma obstrução ou para economizar que o ponto de transferência seja eficazmente
uma pequena quantidade de comprimento de vedado. Essas mudanças na linha da correia
transporte. criam uma ação de “bombeamento”, que
funciona como um ventilador para levantar
poeira no ar. Além disso, essa configuração
pode fazer com que a correia dobre na área
Figura 6.18 de transição. Carregar a correia quando está
Algumas estruturas de deformada torna impossível a efetiva vedação
roletes são fabricadas e aumenta o desgaste da correia devido ao
com vários furos de aumento dos níveis de impacto e abrasão da
montagem para os
cilindros laterais a
correia.
fim de permitir a sua
utilização como roletes Resolver os problemas criados por uma polia
de transição. de distância de transição mais curta é mais
complicado do que simplesmente abaixar a
polia traseira para se alinhar ao cilindro central
dos roletes. A distância mínima de transição
deve ser mantida: à medida que a polia se

Figura 6.19 DESENHO DE ANGULAÇÃO TOTAL

Distância de Transição Incluindo


Na configuração com
roletes de transição
distância de transição
mais curta (desenho Profundidade da Angulação Total
inferior), a elevação
da polia traseira, de Linha de trabalho
maneira que a correia
fique alinhada com
o ponto central dos
cilindros laterais,
permite que a distância
de transição seja
encurtada. No entanto, Primeiro Rolete de Angulação Total
isso pode criar outros DESENHO DE MEIA ANGULAÇÃO
problemas.
Distância de Transição
incluindo roletes de transição

Profundidade da Angulação Total


Linha de trabalho

Primeiro Rolete de Angulação Total

84
Antes da Zona de Carga | Capítulo 6

move para baixo, também deve ser movida que ela mantenha a superfície plana, o que é
para mais longe do primeiro rolete com ângulo fundamental para a eficácia da vedação.
final da correia. Se isso não for possível, outras
alterações devem ser feitas, como a redução
do ângulo de correia na área de carga, para VEDAÇÃO NA ÁREA DE ENTRADA
encurtar a distância de transição necessária.
A correia pode, então, ser alterada para um Sistemas de Vedação
ângulo mais alto fora da zona de carga. Outra A vedação da entrada da correia na zona de
abordagem seria a adoção de uma área de carga é muitas vezes um problema (Figura
transição bem gradual. Ambas as técnicas são 6.21). A turbulência de material quando
discutidas a seguir em Tópicos Avançados. é carregado pode fazer com que algumas
partículas saltem ou rolem para trás, em direção
A melhor prática, bem como a atual
à parte traseira do transportador. O material 6
recomendação da CEMA, é usar o regime de
saltará para fora da zona de carga e rolará pelo
correia côncava em que a polia está alinhada
transportador, acumulando-se na polia, nos
com o topo superior do rolete central. Isso
suportes dos rolamentos ou no chão, perto da
requer uma distância de transição mais
polia traseira.
comprida, mas melhora muito a estabilidade
da correia quando entra na zona de carga e, em Na tentativa de resolver esse problema, um
consequência, melhora a vedação do ponto de sistema de vedação de algum tipo é aplicado
transferência. na parte de trás do chute de carregamento.
Tipicamente, essa vedação é uma cortina ou
Carga na Área de Transição parede, fabricada a partir de uma folha de
Carregar a correia enquanto está em fase plástico ou borracha (Figura 6.22). Essa
de transição é uma prática ruim e deve ser vedação pode criar tantos problemas quanto os
evitada. A área onde a carga é introduzida que resolve.
na correia deve começar não antes do ponto
onde a correia estiver totalmente côncava e Se a vedação, no momento da entrada da
devidamente apoiada por um leito deslizante correia no chute, for feita de maneira frouxa, o
ou pelo ponto médio do primeiro conjunto de material vai continuar a escapar pelos fundos
roletes totalmente côncavos. A melhor solução da zona de carga, pela área de transição e para
é introduzir a carga cerca de 300 milímetros
(12 pol.) para além desse ponto totalmente Figura 6.20
côncavo, para acomodar qualquer retorno de Usar a configuração de
materiais causado pela turbulência. distância de transição
mais curta pode fazer
Se a carga for realizada enquanto a correia com que a correia
se eleve dos roletes
ainda estiver em transição, a carga é despejada (particularmente quando
em uma área maior com lados não paralelos. descarregada).

Essa área maior aumenta a pressão sobre


as saias laterais e o desgaste da correia e das
chapas de desgaste, à medida que a correia
forma sua concavidade completa. Além disso,
como a correia na área de transição muda de
Figura 6.21
contorno, ela não terá o perfil estável de correia
necessário para uma vedação eficaz. Providenciar uma
vedação eficiente na
parte de trás da zona
Pode ser colocado um defletor para que de carga pode ser um
o material descarregado na área de transição problema.
seja desviado. Assim, a trajetória do material
precisa ser projetada para manter contato com a
correia suficientemente longe, na frente da polia
traseira, para evitar que o material transborde
na área de transição. Providenciar um apoio
adequado à correia na zona de carga garante

85
Seção 2 | Carregando a Correia

o chão. Se um sistema de selagem for colocado todo o material que permanecer aderido à
firme o bastante contra a correia, para evitar a correia durante o percurso de volta da polia de
fuga na parte de trás da zona de carga, em vez descarga. O material retirado por esse efeito
disso, a vedação pode agir como um raspador “raspador de correia” irá, então, acumular-se
de correia. Nesse caso, a vedação vai raspar no ponto onde a correia entra na zona de carga
(Figura 6.23) ou, se o transportador estiver
Figura 6.22 inclinado, rolará pela correia e se acumulará na
Vedações traseiras parte traseira do transportador (Figura 6.24).
simples de borracha ou
plástico geralmente não A vedação na parede traseira do chute onde
são eficazes.
a correia é carregada é difícil, devido às altas
pressões de material e à grande circulação de
6 ar, que podem levar o pó para fora do ponto de
transferência (Figura 6.25). Essa dificuldade
em selar a área de entrada é decorrente de
qualquer vibração dinâmica na linha da correia,
criada por flutuações na tensão da correia,
resultantes de “picos” na carga de material, ou
da utilização de polia aletada traseira. Polias
Figura 6.23 aletadas devem ser evitadas por esse motivo.
Se a vedação traseira
é forçada demais Caixa de Vedação de Barreiras
contra a correia, um Múltiplas
efeito de “raspador
de correia” raspará Uma abordagem eficaz é selar a área atrás
material da correia que da zona de carga com uma caixa de vedação
se acumulará na parte
de barreiras múltiplas (Figura 6.26). Fixada
traseira da zona de
carga. à parede traseira do chute de carga, essa caixa
liga o chute à área onde a correia está plana. Na
situação ideal, a caixa traseira seria estendida
à superfície plana da polia traseira, tornando a
vedação mais eficaz e fácil de manter (Figura
Figura 6.24 6.27). Uma caixa traseira é frequentemente
instalada em área de transição, ao reformar
Se o transportador
estiver inclinado, o transportadores existentes. Para transportadores
material rolará pela novos, isso não é recomendado, porque é difícil
correia e se acumulará vedar na área de transição.
no chão.
Uma tira de vedação é instalada na parte
externa da parede traseira da caixa de vedação,
mais próximo da polia traseira (Figura 6.28).
Fletida pelo movimento da correia, essa tira
dá forma a uma vedação de direção única de
maneira que impede que escape material pelos
fundos da zona de carga e para fora da parte
Figura 6.25 traseira do transportador. Como essa tira fica
sobre a correia com apenas uma leve pressão,
Vedar os cantos da
zona de carga é difícil, evita o efeito raspador. O material que adere
permitindo que haja à correia pode passar sob a vedação sem ser
derrame de material e “limpo” da correia.
vazamento de pó.
Nas laterais, a caixa deve estar equipada com
uma vedação de múltiplas camadas de baixa
manutenção, para evitar o derramamento de
material sobre as bordas da correia. A caixa de
vedação traseira deve incorporar o início do
transportador, assim, a tira de vedação percorre

86
Antes da Zona de Carga | Capítulo 6

continuamente a caixa de vedação traseira Figura 6.26


até a extremidade de saída da vedação lateral
As caixas de vedação
(Figura 6.29). Essa vedação contínua elimina traseiras são instaladas
os problemas com a vedação de alta pressão para evitar que o
dos cantos da zona de impacto. material caia para
fora da parte traseira
A parte superior da caixa traseira deve incluir da zona de carga do
transportador.
uma porta de acesso para permitir o retorno
de qualquer material fugitivo ao transportador
(Figura 6.30).

ESPECIFICAÇÕES TÍPICAS 6
A. Transição.
O projeto do transportador deve incorporar
uma distância de transição suficiente e
roletes de transição para permitir que a
correia forme uma concavidade completa,
antes de qualquer material ser carregado na Figura 6.27
correia. Uma caixa traseira
é frequentemente
B. Distância da área de transição. instalada em área de
transição, ao reformar
A polia traseira deve ser colocada na altura transportadores
do rolete central, para que a correia saindo existentes. Para
da polia, esteja alinhada com o rolete transportadores
novos, isso não é
central. recomendado, porque é
difícil vedar na área de
C. Caixa de vedação traseira. transição.
Uma caixa de vedação traseira com uma
vedação eficaz na extremidade da polia
traseira deve ser instalada na correia para
evitar o escape de material fugitivo da parte Figura 6.28
traseira da zona de carga. Uma tira de vedação
deve ser instalada na
D. Faixa de vedação lateral. parte externa da parede
traseira da caixa de
Uma vedação eficaz nas bordas da vedação, mais próximo
correia nas laterais da caixa traseira será da polia traseira.
providenciada, estendendo a faixa de
vedação lateral através da zona de carga
de transferência, como uma faixa única de
vedação, sem uma junta ou emenda que
possa vazar material.

Figura 6.29
TÓPICOS AVANÇADOS Os sistemas de vedação
lateral da correia devem
Áreas de Transição de Dois se estender por uma
Estágios faixa contínua, desde a
caixa traseira até o final
Por muitos anos, a recomendação tem sido da área com vedação
que a correia deve estar totalmente côncava lateral.
antes de introduzir a carga. Uma variação desse
conceito é a ideia de que é mais crítico que a
correia esteja estável (ou seja, não passando
por transição), quando for carregada, em

87
Seção 2 | Carregando a Correia

Figura 6.30 arriscar danos formando o ângulo da correia


rápido demais, é formado, ao longo de uma
Uma tampa de
acesso na caixa de distância estendida, o comprimento da zona de
vedação traseira carga. Isso torna a mudança tão gradual que é
permite que qualquer quase imperceptível.
material derramado
seja devolvido ao Em um caso, o perfil da correia foi alterado
transportador.
de plano para 35o ao longo de uma área
de transição de 12 metros (40 pés). Esse
transportador era talvez uma circunstância
especial, com um ponto de transferência
longo, incorporando múltiplas zonas de carga,
6 vez de estar totalmente côncava quando for
uma correia grossa e uma distância mínima
entre a polia traseira e a primeira zona de
carregada. Dado um transportador onde carga. A chave para essa técnica é manter
existe uma distância muito curta entre a polia suporte à correia para propiciar uma linha reta
traseira e a zona de carga, pode ser melhor para a calha. Em vez de usar componentes
formar uma concavidade parcial na correia, na especialmente projetados, essa mudança gradual
área entre a polia traseira e a zona de carga, de calha foi obtida instalando componentes
e depois concluir a transição após a correia convencionais. Mesas de suporte de correia,
ter sido carregada (Figura 6.31). Para isso incorporando ajustes suficientes para acomodar
trazer algum benefício, a linha da correia uma instalação deliberadamente “fora de
deve estar estabilizada com estruturas de alinhamento”, foram usadas em combinação
suporte melhoradas, como mesas de impacto com roletes de ângulos ajustáveis.
e mesas de vedação, e as bordas devem estar
eficazmente seladas, após a formação inicial da
correia. Elevar as bordas da correia até o ângulo
PROTEJA SUA SEÇÃO TRASEIRA
final pode ser feito após a carga estar sobre a
correia. Para Concluir…
Para transportadores com espaço inadequado Apesar de a seção traseira de uma correia
na área de transição tradicional entre a polia transportadora ser relativamente simples e
traseira e o chute de carga, esse método traz o os componentes geralmente não receberem
benefício de um maior ângulo de calha, sem muita importância, essa seção do transportador
criar a instabilidade de carregar enquanto a pode ser uma das mais importantes. Se não
correia está passando pela transição. forem tomados cuidados com alinhamento,
tipo de polia traseira, distância de transição
Transições Graduais e vedação, os efeitos negativos podem
diminuir o desempenho de todo o sistema do
Outro método para lidar com o problema transportador.
de uma distância de transição curta demais é o
uso de uma transição bem gradual. Em vez de

QUESTÕES DE SEG UR ANÇA

Devido aos numerosos Os funcionários nunca devem trabalhar em


pontos críticos na área traseira uma pá ou usá-la sobre um transportador em
do transportador, os funcionários podem movimento.
facilmente ser apanhados pela correia em
movimento nesse local. Além disso, com São exigidas proteções adequadas
a contribuição dessa área aos problemas e etiquetas de segurança em todo o
de derramamento, acidentes com pás equipamento rotativo; as proteções não
podem ocorrer. Devem ser empregados devem ser removidas ou desabilitadas
procedimentos adequados de desligamento/ enquanto o transportador estiver em
sinalização/bloqueio/teste antes de realizar operação.
qualquer manutenção ou limpeza nessa área.

88
Antes da Zona de Carga | Capítulo 6

Figura 6.31
Em uma área de
transição com dois
estágios, a correia é
parcialmente formada
no ângulo final dos
roletes, antes de ser
carregada. Após a
carga ser colocada, a
correia passa por outra
transição, que aumenta
o ângulo dos roletes.

A seguir…
REFERÊNCIAS
Este capítulo, Antes da Zona de Carga,
iniciou a discussão de Carga da Correia, 6.1 Associação de Fabricantes de Equi-
examinando as polias traseiras e áreas de pamentos Transportadores (CEMA).
(2005). Transportadores de Correia
transição, juntamente com técnicas para evitar o
para Materiais a Granel, Sexta Edição.
escape de material fugitivo na parte traseira do
Naples, Flórida.
transportador. Os capítulos seguintes abordarão
outros aspectos da carga da correia, iniciando 6.2 O site http://www.conveyor- beltguide.com
pelo Controle do Ar. é um recurso valioso e gratuito que cobre
muitos aspectos da correia.

6.3 Qualquer fabricante e a maioria dos


distribuidores de produtos transportado-
res podem fornecer uma variedade de
materiais sobre a construção e o uso de
seus produtos específicos.

89
Seção 2 | Carregando a Correia

7
Figura 7.1
Um fator-chave no controle
da quantidade de pó
que escapa do ponto de
transferência é minimizar e
controlar o fluxo do ar que
passa por ele.

Capítulo 7

Controle do Ar
Movimento do Pó e do Ar...................................................................................................................................... 91
Ar Deslocado, Induzido e Gerado........................................................................................................................ 92
Velocidade e Volume do Ar................................................................................................................................... 94
Controlando o Ar..................................................................................................................................................... 95
Manutenção do Sistema.. ...................................................................................................................................... 98
Especificações Típicas............................................................................................................................................ 98
Tópicos Avançados.................................................................................................................................................. 98
Questões de Segurança......................................................................................................................................... 99
Controle do Ar e Controle do Pó......................................................................................................................... 99

90
Controle do Ar | Capítulo 7

Neste Capítulo... um ou mais desses parâmetros, a habilidade de


Neste capítulo, nós analisamos a importância se controlar o pó depende da alteração de outra
de se controlar o movimento do ar para alcan- ou de ambas as características. Se a velocidade
çar o controle da fuga de pó carregado pelo ar. do ar aumenta, mas o tamanho das partículas
As equações para calcular a quantidade de ar e a coesão continuam constantes, então, o pó
deslocado, ar induzido e ar gerado são apresen- aumentará. Se a velocidade do ar permanece
tadas, assim como sua relação com o fluxo de constante, e o tamanho das partículas ou a
ar total. Também são discutidos métodos para coesão aumenta, a quantidade de pó será
medir a velocidade e o volume do ar. Explicam- reduzida. Se a velocidade permanece constante
se também quatro parâmetros de desenho, e o tamanho das partículas ou a coesão diminui,
juntamente com várias técnicas adicionais, para então, a quantidade de pó aumentará.
controlar o ar e minimizar o pó carregado por
ele. Finalmente, são incluídas preocupações
Quando o tamanho das partículas sendo 7
transportadas não pode ser alterado, a veloci-
com a manutenção e a segurança.
dade do ar ou a força de coesão das partículas
Zonas de carga e pontos de descarga do deve ser alterada para minimizar as emissões
transportador são os pontos principais para a de pó. (Ver Capítulo 19: Supressão de Pó,
criação e liberação de pó carregado pelo ar. A para maiores informações sobre a alteração da
quantidade de pó criado em um ponto de trans- força de coesão das partículas.) O controle do
ferência depende de vários fatores, incluindo movimento do ar para dentro e para fora do
a natureza do material carregado, a altura da ponto de transferência de um transportador não
queda até a correia e as velocidades e os ângulos reduzirá o pó criado dentro do ponto de trans-
de carga e descarga da correia. Um fator-chave ferência, porém, terá um efeito significativo na
para controlar a quantidade de pó que escapa quantidade de pó carregado para fora do ponto.
do ponto de transferência é controlar o fluxo de Limitar a pressão positiva gerada pelo ponto de
ar que passa por esse ponto (Figura 7.1). transferência trará benefícios significativos para
o controle de materiais fugitivos.

MOVIMENTO DO PÓ E DO AR Movimento do Ar Através dos


Pontos de Transferência
Para Controlar o Pó, Controle o Ar O volume de ar que se move através de um
À medida que materiais se movem pelo trans- ponto de transferência é diretamente relacio-
portador e passam pelo ponto de transferência, nado ao tamanho do compartimento do ponto,
eles carregam com eles um fluxo de ar. Com às aberturas existentes e à presença de outros
velocidade suficiente, esse fluxo de ar pode equipamentos de processamento. O custo dos
deslocar partículas finas do corpo do material componentes de um sistema de controle de pó
e carregá-las juntamente com ele ou espalhá-las de um transportador é diretamente relacionado
para fora dos compartimentos do transportador. ao volume do ar puxado pelo sistema. Portanto,
a compreensão e o controle do movimento do
As condições que determinam se resíduos se ar são fundamentais para controlar o pó de ma-
tornam carregáveis pelo ar são a velocidade, o neira eficiente e econômica, através do desenho
tamanho das partículas e a coesão dos materiais do ponto de transferência.
a granel. Essas características contribuem para
a quantidade de pó gerado, através da seguinte Em um cenário ideal, uma pressão ligeira-
relação intuitiva e relativa: a quantidade de mente negativa é desejável, dentro do comparti-
pó gerado é proporcional à velocidade do ar, mento. Essa condição puxaria o ar para dentro
dividida pelo tamanho das partículas e pela do local de modo que partículas finas de pó
coesão do material (Figura 7.2). Onde é dado carregado pelo ar ficariam presas na estrutura,

Pó Velocidade do Ar Figura 7.2

α Tamanho da Partícula • Coesão


Relações da criação do
Gerado pó carregado pelo ar.

91
Seção 2 | Carregando a Correia

ao invés de serem carregadas para fora. Tipica- transferência pode ser calculado adicionando-se
mente, isso é difícil, se não for impossível de se essas três variáveis (Equação 7.1).
alcançar de modo consistente, sem um sistema
ativo de coleção de pó. O fluxo de ar, criado Ar Deslocado
pelo equipamento acima do ponto de transfer- A primeira categoria é o ar deslocado. Uma
ência, e o movimento dos materiais passando simples explicação sobre o ar deslocado começa
pelo ponto criam uma pressão positiva através com uma xícara de café. Quando o café é
do sistema, gerando um fluxo para fora do com- servido em uma xícara, o ar do interior é deslo-
partimento. Isso ocorre na maioria das zonas de cado pelo café. O mesmo efeito ocorre quando
carregamento, porque o impacto dos materiais materiais entram no chute de carregamento:
na correia receptora impulsiona o ar com um o ar que preenchia o chute é empurrado para
movimento brusco. Quanto maior o impacto,
7 mais forte é a corrente de ar gerada no local
fora, deslocado pelos materiais. A quantidade
de ar deslocado do chute é igual ao volume
do impacto. Se essa pressão positiva não for dos materiais colocados lá. O movimento dos
controlada com controle de fluxo de materiais, materiais pelo ponto de transferência sempre
liberação adequada de pressão ou sistemas cole- produzirá ar deslocado, que pode ser calculado
tores de pó, as partículas de pó serão carregadas pela quantidade de materiais transportados e
para fora do ponto de transferência pelo fluxo pela densidade deles (Equação 7.2).
de ar.
Ar Induzido

AR DESLOCADO, INDUZIDO E
O ar induzido está presente nas zonas de
GERADO carga dos transportadores sempre que materiais
a granel estão em movimento, porque eles
Calculando o Fluxo de Ar possuem certa quantidade de ar preso e
carregam uma pequena quantidade de ar à
O fluxo de ar pode ser medido ou calculado.
medida que viajam pela correia. À medida
O método a seguir é teórico, porém viável. As
que os materiais saem da polia dianteira em
condições de qualquer combinação específica
uma trajetória normal, o fluxo do material se
de desenho do transportador e fluxo do mate-
expande, puxando ar para os novos vazios.
rial podem afetar os resultados de maneira
Cada partícula de material dá energia para uma
significativa.
quantidade de ar, puxando ar com o fluxo do
Há três fontes de movimento do ar que po- material. Quando o produto cai e comprime
dem estar presentes no ponto de transferência a pilha, o ar induzido é liberado, causando
ou em seu entorno: ar deslocado, ar induzido e pressão positiva substancial para fora do centro
ar gerado. da zona de carga. Se essa pressão positiva não
for controlada com um desenho apropriado
O fluxo de ar total em um ponto de

Equação 7.1
Qtot = Qdis + Qind + Qgen
Cálculo do fluxo de
ar total. Dados: Um ponto de transferência é conectado a um britador que gera 0,77 metros cúbicos (1.625 ft3/min)
de ar por segundo. O ar deslocado é 0,06 metros cúbicos por segundo (133 ft3/min), e o ar induzido é 0,055
metros cúbicos por segundo (117 ft3/min) Encontre: O movimento de ar total.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais
Qtot Fluxo de Ar Total Metros cúbicos por segundo Pés cúbicos por minuto
Qdis Ar Deslocado 0,06 m 3/s 133 ft 3/min
Qind Ar Induzido 0,055 m /s
3
117 ft 3/min
Qgen Ar Gerado (Se houver) 0,77 m 3/s 1.625 ft 3/min
Métrico: Qtot = 0,06 + 0,055 + 0,77 = 0,885
Imperial: Qtot = 133 + 117 + 1625 = 1875

Qtot Fluxo de Ar Total 0,885 m 3/s 1.875 ft 3/min

92
Controle do Ar | Capítulo 7

para o ponto de transferência ou sistemas Um método fácil e econômico de se reduzir a


de liberação, as partículas finas de pó serão quantidade de ar induzido é reduzir o tamanho
carregadas para fora do sistema pela corrente de todas as aberturas do chute dianteiro. Isso
de ar. incluiria a vedação de todas as aberturas por
onde a correia entra e sai do chute dianteiro,
Um exemplo de ar induzido seria quando assim como a vedação dos eixos das polias e a
se abre um chuveiro, e o seu fluxo de água se colocação de portas sobre os raspadores da cor-
espalha. Essa água em movimento puxa consigo reia e outras aberturas de inspeção.
um volume de ar. Essa corrente de ar pode
ser percebida pelo movimento da cortina do Ar Gerado
chuveiro em direção ao fluxo de água.
Outras fontes de ar em movimento são os
Os fatores que influenciam a quantidade de
ar induzido em um ponto de transferência de
dispositivos que alimentam a zona de carga do
transportador. Entre eles estão equipamentos
7
um transportador incluem a quantidade de como britadores, trituradores de madeira, mo-
material, o tamanho das partículas do material inhos de martelos ou qualquer dispositivo em
transportado, a velocidade da correia, a altura movimento giratório que crie um efeito de ven-
de queda do material e o tamanho da abertura tilador, empurrando ar para dentro do ponto de
no chute dianteiro, que permite a entrada de ar transferência. Apesar de não estar presente em
no compartimento. O ar induzido pode ser cal- todos os pontos de transferência, esse fluxo de
culado a partir desses fatores (Equação 7.3). ar gerado pode ser o mais severo de todos os
movimentos do ar.
O fator mais controlável no controle do ar
induzido é o tamanho da abertura no chute Outros dispositivos que devem ser
dianteiro (Au), através da qual ocorre a indução considerados, se presentes, seriam canhões de
do ar. Quanto menor(es) a(s) abertura(s) para a ar, vibradores e mangueiras de ar comprimido,
entrada do ar no sistema, menor o valor de Au utilizados para promover fluxo de materiais.
e menor o volume de ar que escapará ou que Esse tipo de movimento do ar pode ser medido
precisará ser exaurido. (Observação: Au é o usando medidores de velocidade e volume de
tamanho da entrada da correia para o compar- ar, como tubos de Pitot e manômetros. Pode
timento do chute dianteiro, e não o tamanho ser mais simples para o usuário final contatar o
das portas da zona de carga ou da seção com fabricante para obter os cálculos da saída de ar
rodapés do transportador receptor.) para os diversos equipamentos. Dependendo do
britador, os fabricantes estimam o ar gerado para
vários modelos (Tabela 7.1).

Equação 7.2
k·L
Qdis = ρ
Cálculo do ar
deslocado.

Dados: Um chute de transferência carrega 180 toneladas por hora (200 st/h) de material, com densidade de
800 Quilos por metro cúbico (50 lbm/ft3). Encontre: O ar deslocado.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais
Qdis Ar Deslocado Metros cúbicos por segundo Pés cúbicos por minuto
Carga (quantidade de
L material transportado)
180 t/h 200 st/h

ρ Densidade do Material 800 kg/m 3 50 lb m/ft 3


k Fator de Conversão 0,277 33,3

0,277 · 180
Métrico: Qdis = = 0,062
800
33.3 · 200
Imperial: Qdis = = 133
50
Qdis Ar Deslocado 0,062 m 3/s 133 ft 3/min

93
Seção 2 | Carregando a Correia

Considerando que o ar gerado pode repre- material – incluindo o tamanho das partículas,
sentar uma quantidade significativa, essa variável a coesão do material e o conteúdo de umi-
deve ser obtida com o fabricante do equipa- dade –, em geral as partículas de pó têm uma
mento, ou o fluxo pode ser calculado multipli- velocidade de captação de 1,0 a 1,25 metros por
cando a área de exaustão pela velocidade do segundo (200 a 250 ft./min). Isso significa que o
ar, medida enquanto o equipamento estiver em ar em movimento sobre uma cama de material
operação. a essa velocidade pode captar o pó da superfície
e carregá-lo.

Um bom parâmetro de desenho para o


VELOCIDADE E VOLUME DO AR
dimensionamento dos chutes de saída de zonas
de carga é manter a velocidade do ar na área de
7 Velocidade do Ar
saída abaixo de 1,0 metro por segundo (200 ft/
O ar flui de uma zona de alta pressão para
min). Velocidades maiores podem permitir que
outra de baixa, devido à diferença de pressão.
a corrente de ar capte partículas do material e as
Apesar de haver inúmeras variáveis que podem
mantenham em suspensão no ar, dificultando a
fazer com que o pó permaneça no fluxo do
contenção, coleta ou supressão.

Equação 7.3
RS2
Cálculo do ar Qind = k · Au · 3
Induzido. D
Dados: Um chute de transferência carrega 180 toneladas por hora (200 st/h) e tem uma abertura final de
0,046 metros quadrados (0,5 ft2). O material com diâmetro médio de 0,075 metros (0,25 ft) cai 1,25 metros
(4ft). Encontre: O ar induzido.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais
Qind Volume de Ar Induzido Metros cúbicos por segundo Pés cúbicos por minuto
Au Abertura do Chute Dianteiro 0,046 m 2 0,5 ft 2
R Taxa de Fluxo do Material 180 t/h 200 st/h
Altura da Queda Livre do
S Material
1,25 m 4 ft

D Diâmetro Médio do Material 0,075 m 0,25 ft


k Fator de Conversão 0,078 10
180 · 1,25 2

Métrico: Qind = 0,078 · 0,046 · 3 = 0,055


0,075
200 · 42
Imperial: Qind = 10 · 0.5 · 3 = 117
0.25

Qind Volume de Ar Induzido 0,055 m 3/s 117 ft 3/min

Tabela 7.1 Nível Aproximado de Ar Gerado por Tipos Distintos de Britadores


Alimentação do Esmagador por 300 Descarga do Esmagador por 300
Tipo de Esmagador milímetros (12 polegadas) Largura milímetros (12 polegadas) Largura da
da Abertura Abertura
Esmagador tipo 850 m 3/h (500 ft 3/min) 850 m 3/h (500 ft 3/min)
Mandíbula
Esmagador Giratório 850 m 3/h (500 ft 3/min) 1.700 m 3/h (1000 ft 3/min)
Moinhos de Martelos e
850 m 3/h (500 ft 3/min) 2.550 m 3/h (1500 ft 3/min)
Impactadores

94
Controle do Ar | Capítulo 7

Verificando a Velocidade e o
CONTROLANDO O AR
Volume do Ar
A quantidade de ar fluindo pelo ponto de Controlando o Movimento do Ar
transferência a cada minuto pode ser calculada Um sistema completo para controle de pó
a partir de medições (Equação 7.4). Para cal- nos pontos de transferência de transportadores
cular o volume do ar em movimento, multipli- é baseado em quatro parâmetros de desenho:
que a velocidade medida do ar saindo de cada
abertura do ponto de transferência – incluindo A. Limitar a quantidade de ar entrando no
a saída da correia, a caixa traseira, as laterais da chute e impedir que o ar entre no chute pela
correia, as captações de pó e outras aberturas região da polia de descarga é possível sem
– pela área de cada abertura. Esses fluxos de ar alterações sofisticadas ou caras. Cortinas
são, então, adicionados para se chegar ao fluxo convencionais de borracha podem ser insta-
de ar total. Essas medições devem ser realizadas ladas na entrada e na saída da correia, assim 7
com o ponto de transferência em operação. As como outras aberturas, como em volta dos
medidas de velocidade do ar podem ser realiza- eixos das polias, podem ser vedadas. Talvez
das com um anemômetro manual relativamente o procedimento mais fácil para limitar a
barato; a área pode ser medida com uma fita entrada de ar nos pontos de descarga dos
métrica (Figura 7.3). transportadores seja certificar-se de que to-
das as portas de inspeção estejam fechadas.
Considerando que fluxo de ar adicional
B. Limitar o espalhamento do material
através do compartimento do ponto de
transferência pode ser produzido por À medida que o material passa pelo ponto
britadores, telas vibratórias, alimentadores de transferência, cada partícula ou pedaço
e outros equipamentos de processamento e do material age sobre o ar no comparti-
manuseio, é necessário medir a velocidade do mento, carregando consigo um pouco dele.
ar com esses dispositivos em operação também. Manter os materiais em um fluxo coeso, à

Esse cálculo de volume do ar deve ser com-


Figura 7.3
parado aos valores predeterminados de volume
do ar (Equação 7.1). Se existir uma grande Medições de ar podem
ser realizadas com um
discrepância, o fluxo de ar calculado pelas anemômetro manual,
medições de velocidade do ar (Equação 7.4) relativamente barato, e
deve ser SEMPRE utilizado. uma régua.

Equação 7.4
Qtot = A · V Cálculo da quantidade
de ar.
Dados: A velocidade do ar saindo de um ponto de transferência é medida em 4,3 m/s (850 ft./min). O
compartimento do ponto de transferência tem uma área transversal total de 0,19 (2 ft2). Encontre: O fluxo de
ar total.
Variables Metric Units Imperial Units
Movimento de Ar Total Metros cúbicos por
Qtot Pés cúbicos por minuto
segundo
Área Transversal do Chute do
A 0,19 m 2 2 ft 2
Ponto de Transferência
V Velocidade do Ar 4,3 m/s 850 ft/min

Métrico: Qtot = 0,19 · 4,3 = 0,81

Imperial: Qtot = 2 · 850 = 1700

Qtot Movimento de Ar Total 0,81 m 3/s 1.700 ft 3/min

95
Seção 2 | Carregando a Correia

medida que eles saem da polia dianteira e se D. Limitação da velocidade do ar dentro do


movem pelo ponto de transferência, pode compartimento para um valor abaixo da
ser feito com defletores ou coifas e colheres velocidade de captação das partículas de pó.
projetados. Um defletor pode criar prob- Os compartimentos convencionais de trans-
lemas com o fluxo do material, enquanto portadores se comportam como grandes
coifas e colheres projetados têm menor dutos movendo ar. Assim, a área transversal
probabilidade de criar problemas de fluxo. do duto, formada pelo chute do transporta-
Quanto maior a quantidade de material e a dor e a calha-guia, pode ser aumentada ou
velocidade do movimento, maior é a neces- diminuída para alterar a velocidade do ar
sidade de um chute projetado. (Ver Capítulo fluindo pelo compartimento. (Ver Capítulo
22: Chutes de Fluxo Projetados.) 11: Calhas-Guia, especialmente Tópicos
Avançados, para amostras de problemas
7 C. Limitação da altura de queda do material.
para determinar a velocidade.)
Em uma descarga de um transportador con-
vencional, os materiais caem em queda livre. Sistemas de Coifa e Colher
Isso dispersa os materiais, aumentando o
fluxo e a probabilidade de ele carregar mais Impedir que os materiais se espalhem quando
ar consigo, já que o ar preenche os espaços saem da polia de descarga reduzirá significati-
criados entre os materiais espalhados. Quan- vamente a quantidade de ar puxado como ar
do os materiais caem na correia, o ar preso induzido. Chutes com desenho em “coifa e
é empurrado para fora da pilha, criando colher” para confinar o fluxo de materiais em
pressão positiva. Quanto mais longe o mate- movimento reduzem o fluxo de ar (Figura
rial cair, maior a força da queda; portanto, 7.4). A coifa minimiza a expansão do corpo do
maior será a quantidade de pó levantado. material, guiando o fluxo para baixo. A colher
faz uma curvatura no chute, que oferece uma
Pressão do ar para fora. A limitação da linha descendente suave, para que os materiais
altura de queda controla esse problema. deslizem para o receptáculo, seja um veículo,
Isso geralmente envolve a aproximação dos seja a zona de carga de outro transportador.
transportadores. Trata-se de um processo A colher “alimenta” os materiais de maneira
incrivelmente complicado de se implementar igualitária e consistente, controlando velocidade,
uma vez que um transportador está instalado; direção e nível de impacto dos materiais na zona
no entanto, é relativamente fácil minimizar de carga. Paradoxalmente, o projeto da coifa
a altura da queda na fase de projeto do e da colher depende da gravidade e da fricção
sistema. para manter a velocidade de fluxo do material
através do chute. Em algumas instalações, pode
Figura 7.4 não haver altura suficiente de queda para utilizar
Confinando o fluxo essa técnica de controle de pó.
de material, um chute
com “capuz e colher” Reduzindo a velocidade e a força de impacto
minimiza o ar preso no do material na zona de carga, para aproximá-la
material, reduzindo o pó
carregado pelo ar.
da velocidade e direção da correia, esse sistema
reduz o impacto do material ao bater no trans-
portador receptor.

Consequentemente, há menos pó e ar em
alta velocidade escapando. Depositando os
materiais suavemente sobre a correia, há menos
distúrbio ou turbulência deles na correia. Há
também menos impacto na zona de carga,
reduzindo a possibilidade de danos à correia.
Devido à mínima turbulência dos materiais e
às menores forças laterais, a área com calhas-
guia pode ser mais curta e mais eficientemente
vedada.

96
Controle do Ar | Capítulo 7

A gravidade e o fluxo de materiais tenderão Zonas de Acomodação


a impedir que materiais se acumulem na coifa Zona de acomodação é o nome dado à área
e na colher, bloqueando o chute. Às vezes, coberta das calhas-guia incluindo, se necessário,
não há espaço suficiente para incluir a coifa e um compartimento fechado na zona de carga,
a colher no desenho. Em alguns casos, com após a colocação do produto na correia. A zona
materiais em fluxo livre, somente a colher de acomodação é normalmente uma porção
é utilizada para alterar a direção do fluxo, alongada da área coberta das calhas-guia do
minimizando a abrasão da correia e a pressão ponto de transferência (Figura 7.5). Esse
lateral nas saias. As colheres têm a tendência de volume extra desacelera o ar e permite que a
retrocederem ou se nivelarem com a correia, maior parte do pó se assente e que o ar saia
se as características dos materiais a granel mais limpo.
forem variáveis. Alguma compensação pode
ser desenhada para a colher, em termos da O tamanho de uma zona de acomodação 7
variabilidade dos materiais. deve ser determinado por seis fatores: largura e
velocidade da correia; largura do chute; quan-
O maior obstáculo para a utilização do tidade de fluxo de ar; profundidade da cama
conceito de “coifa e colher” é o preço desses do material; e diâmetro do maior pedaço de
componentes desenhados sob medida. Mesmo material que pode passar pela zona de acomo-
assim, em locais onde eles podem ser aplicados dação. À medida que um ou mais desses fatores
e mantidos, uma análise completa de custos aumenta, o tamanho da zona de acomodação
indicará benefícios significativos em termos também precisa ser aumentado. Os cálculos
de economia, através da redução de pó, para determinar o tamanho de uma zona de
derramamentos e desgaste da correia. acomodação referem-se somente ao espaço
Esse sistema de “coifa e colher” funciona ocupado pelo ar – a área acima da carga. Ao
melhor quando o fluxo de material é mantido calcular a área transversal da saída do chute,
o mais contínuo possível. O desenho minimiza subtraia a área ocupada pela massa de material
a quantidade de expansão lateral do material, para encontrar a área da zona de acomodação
para reduzir o ar induzido e oferecer um fluxo (Ver Capítulo 11: Calhas-guias para amostras
consistente. À medida que o material cai, o au- de problemas relacionados ao cálculo do
mento da velocidade, induzido pela gravidade, tamanho apropriado de uma área com calha-
permite a redução gradual da área transversal guia, incluindo a zona de acomodação.)
do chute, sem o aumento do risco de bloqueios Além de aumentar o tamanho da zona de
dele. As variações na taxa de carregamento dos acomodação, outra forma de desacelerar o ar é
materiais na correia podem conflitar com o de- a instalação de cortinas de borracha como defle-
senho ideal da coifa e da colher, portanto, pode tores. (Ver Capítulo 18: Controle Passivo de Pó
ser necessário encontrar um meio termo para o para maiores informações sobre cortinas de pó.)
desenho do chute.

Os desenhos da coifa e da colher estão


tipicamente presentes em chutes de fluxo
projetados, desenvolvidos utilizando as
propriedades dos materiais e a mecânica
do contínuo, verificados pelo método de Figura 7.5
Modelagem Discreta de Elementos (do inglês A zona de acomodação
Discrete Element Modeling - DEM). O sucesso é normalmente uma
desse sistema pode eliminar a necessidade de porção alongada da
sistemas coletores de pó do tipo câmara de área coberta das
calhas-guias no ponto
sacos de filtragem em algumas operações. (Ver de transferência, a
Capítulo 22: Chutes de Fluxo Projetados.) qual desacelera o ar e
permite que o material
se assente e que o ar
mais limpo saia.

97
Seção 2 | Carregando a Correia

ção da área de abertura (Au), taxa de fluxo (R),


MANUTENÇÃO DO SISTEMA
altura da queda (S) e diâmetro médio do mate-
Para alcançar o controle efetivo do ar dentro rial (D) (Equação 7.3). A área de abertura e a
(e saindo) do ponto de transferência, é impor- altura da queda são as únicas coisas que podem
tante que os buracos sejam fechados, sejam eles ser alteradas de maneira realista. Essas duas
aberturas causadas por ferrugem, seja desgaste variáveis têm distintos impactos matemáticos
ou uma porta aberta. A manutenção dos sobre o ar induzido. Uma redução da área de
componentes, como os placas de desgaste e os abertura de 5% renderia uma redução de 4.27%
defletores, dentro do ponto de transferência, é no ar induzido. Entretanto, uma redução da
essencial para minimizar a interrupção do fluxo altura de queda de 5% renderia apena 3,42% de
do material e do ar. redução do ar induzido. O custo de redução da
área de abertura é normalmente muito menor
7 Devido à necessidade de se controlar o movi-
mento do ar – e o pó resultante – para a ma-
do que o de redução da altura de queda. O
custo mais baixo, aliado ao melhor efeito, torna
nutenção de um local de trabalho limpo, seguro uma prioridade a redução da área de abertura
e produtivo, muitas empresas terceirizam mão para limitar o fluxo de ar em uma correia trans-
de obra especializada em sistemas de controle portadora.
passivo e ativo de pó.
Deve-se observar que, se a área de abertura
e a altura de queda são reduzidas em 5%, o ar
ESPECIFICAÇÕES TÍPICAS induzido é reduzido em 6,84%.
Foram desenvolvidas especificações típicas
para o desenho da área dos rodapés de um pon- Restringindo o Movimento do Ar na
to de transferência (incluindo vedação traseira, Entrada do Chute Dianteiro
calha-guia, e zona de acomodação) para torná-la Além das técnicas já mencionadas, outro mé-
apropriada ao controle de derramamento e todo empregado para minimizar o ar induzido
movimento do ar. (Ver Capítulo 6: Antes da é cobrir a porção do transportador anterior ao
Zona de Carga e Capítulo 11: Calhas-guia.) compartimento, vários pés antes de sua entrada
no chute dianteiro. Isso aumenta a resistência
do ar entrando na abertura, reduzindo o fluxo
TÓPICOS AVANÇADOS de ar.

Alterando as Áreas de Abertura Uma técnica de redução da indução do ar na


do Chute Dianteiro e as Alturas de entrada da correia é a instalação de um pedaço
Queda para Minimizar o Ar Induzido de correame velho como uma cortina entre
o lado de carga e o de retorno (Figura 7.6).
O volume de ar induzido (Qind) é uma fun-
Instalada transversalmente de uma parede do
chute à outra, essa cortina funciona como uma
parede, compartimentalizando a polia dianteira
Figura 7.6 e reduzindo o movimento do ar.
A instalação de um
pedaço de correame
velho como uma cortina
entre o lado de carga
e o de retorno pode
reduzir a indução de ar
na entrada da correia.

98
Controle do Ar | Capítulo 7

QUESTÕES DE SEG URANÇA

É importante seguir as regras Em aplicações onde existe o perigo de


de segurança estabelecidas em explosão ou incêndios, os procedimentos
relação ao equipamento de proteção indi- estabelecidos para minimizar o risco devem
vidual (EPI), entrada em espaços fechados ser seguidos.
e exposição ao pó criado pelo manuseio de
materiais a granel no local de trabalho.

CONTROLE DO AR E CONTROLE DO Figura 7.7


7
PÓ O pó é carregado
para fora de um ponto
Finalizando… de transferência pela
corrente de ar criada
O pó é carregado para fora de um ponto de pela passagem de
transferência pela corrente de ar criada pela materiais a granel pelo
passagem de materiais a granel pelo ponto de ponto de transferência.
transferência (Figura 7.7). Apesar de haver pó
criado sem correntes de ar, sua fuga pode ser
minimizada através da eliminação da corrente
de ar. Quanto mais controle do movimento do
ar existir em um ponto de transferência (ou em
toda a operação), mais controle haverá sobre a
fuga de pó carregado pelo ar. REFERÊNCIAS
7.1 Conveyor Equipment Manufacturers
A Seguir… Association (CEMA). (2005). Belt
Este capítulo, Controle do Ar, é o segundo Conveyors for Bulk Materials, Sixth
capítulo da seção Carregando a Correia, Edition. Naples, Florida.
seguindo os assuntos de polias traseiras e áreas
de transição Antes da Zona de Carga. Os próxi- 7.2 Qualquer fabricante e a maioria
mos dois capítulos continuam a discussão desta dos distribuidores de produtos de
seção acerca da redução do derramamento e transportadores podem fornecer uma
do pó através do foco no controle do material: variedade de materiais sobre a construção
o Capítulo 8 analisa os Chutes de Transferên- e o uso de seus produtos específicos.
cia Convencionais, e o Capítulo 9 examina os
Auxílios de Fluxo.

99
Seção 2 | Carregando a Correia

Figura 8.1
Seja qual for a fonte da
carga, o material quase
sempre é transferido para
o transportador através de
um chute de transferência.

Capítulo 8

CHUTES DE
TRANSFERÊNCIA
CONVENCIONAIS
Funções de um Chute de Transferência Convencional.. ............................................................................. 101
Fatores no Desenho de Chutes......................................................................................................................... 104
Especificações Típicas......................................................................................................................................... 112
Tópicos Avançados............................................................................................................................................... 113
Questões de Segurança...................................................................................................................................... 113
O Trabalho do Chute............................................................................................................................................ 114

100
Chutes de Transferência Convencionais | Capítulo 8

Neste Capítulo… Considerando que os transportadores são


Neste capítulo, nós enfocaremos os chutes parte de sistemas complexos, é necessário
de transferência convencionais: sua função, seu encontrar o meio termo durante o desenho.
desenho e suas especificações. Discutiremos Consequentemente, esses objetivos não são
uma variedade de métodos que podem ser exigências absolutas, mas sim metas para o
utilizados para gerenciar de maneira segura desenho de um chute de transferência eficaz.
o fluxo de materiais, reduzir o desgaste e Há muitos princípios básicos para o desenho
controlar o fluxo de ar para minimizar o pó e de um chute de transferência convencional
o derramamento e preservar a vida do chute. baseado na experiência e em princípios de
Uma equação para cálculo do ângulo de vale engenharia. Às vezes, essas regras se sobrepõem
também está incluída. ou conflitam. O desenho de um chute é a
Um transportador recebe sua carga de combinação de ciência e arte, portanto, é 8
outros transportadores, contêineres de sempre aconselhável consultar um engenheiro
armazenamento, alimentadores, equipamentos de transportadores com experiência em
móveis, vagões ou outros sistemas de manuseio desenho de sistemas para aplicações em
de materiais. Apesar de as fontes serem manuseio de material a granel. (Ver Capítulo
variáveis, os materiais são quase sempre 22: Chutes de Fluxo Projetados, para uma
transferidos para o transportador receptor discussão sobre desenhos avançados de chutes.)
através de um dispositivo chamado chute
de transferência (Figura 8.1). Este capítulo Transferindo o Material
trata do desenho dos chutes de transferência A função primária de um chute de
convencionais transferência é transferir de maneira confiável
o material a granel em uma taxa de fluxo
Devido ao fato de cada material e cada especificada. Se o material não fluir pelo
aplicação terem suas próprias características, chute de maneira confiável, é irrelevante o
um chute de transferência eficaz deve cumprimento de qualquer outro objetivo.
ser mais do que um vaso oco pelo qual
o material é canalizado. Um chute bem Os materiais a granel devem fluir pelo
desenhado controlará o caminho do fluxo de chute de transferência de maneira igualitária
material, impedirá bloqueios e minimizará o e consistente. Um chute de transferência que
derramamento e o pó, consequentemente, coloque surtos de materiais no transportador
reduzindo os custos de manutenção da fábrica. representa uma série de problemas para o
O projetista de um chute eficaz deve levar em sistema. Depósitos pesados e periódicos de
consideração não somente as características material sobre a correia podem causar mudança
do material a granel, as quais podem variar ao do centro de gravidade e desalinhamento
longo do tempo, mas também a interação do da correia. Surtos de carga também têm
material com as várias partes do sistema. o potencial de causar solicitações internas
nos componentes do sistema transportador,
particularmente no motor de transmissão ou no
FUNÇÕES DE UM CHUTE DE sistema de suporte da correia, podendo levar a
TRANSFERÊNCIA CONVENCIONAL problemas de entupimento se a área transversal
do chute for pequena demais.
Um chute de transferência convencional
cumpre seus propósitos quando alcança os
seguintes objetivos (Figura 8.2):
Figura 8.2
A. Realiza a transferência do material a granel Um chute de
na taxa especificada e sem entupimentos. transferência
convencional bem
B. Protege os funcionários de ferimentos. desenhado transfere
o material na taxa
C. Minimiza a fuga de materiais. especificada sem
D. Devolve as raspas de material para o fluxo entupimentos,
principal. minimizando o risco
para os funcionários e a
E. Facilita a manutenção. fuga de material.

101
Seção 2 | Carregando a Correia

Novos métodos, como a Modelagem Discreta velocidade do fluxo de ar pela transferência.


de Elementos (DEM) computadorizada, são
disponibilizados para assegurar o fluxo confiável Há uma variedade de elementos de
do material. A vasta maioria dos chutes desenho interrelacionados que afeta a criação
convencionais ainda é desenhada com base em de materiais fugitivos na forma de pó e
princípios básicos. derramamento. Um fator-chave na redução
da fuga do material é a colocação da carga no
Protegendo os Funcionários centro da correia.
Apesar de transferências abertas serem O carregamento descentralizado –
comuns em algumas indústrias, como a de predominantemente em um lado da correia
agregados e a da mineração subterrânea, – é um problema em muitos pontos de
8 a tendência para o desenho de chutes
convencionais é cercar o ponto de transferência
transferência e contribui para a geração
de materiais fugitivos (Figura 8.3). O
o máximo possível em relação à polia de problema é mais comum em pontos de
descarga até certa distância ao longo do transferência não lineares, onde a direção
transportador receptor. Simplesmente cercar de movimentação do material é alterada.
o ponto de transferência é uma forma efetiva Carregamento descentralizado também pode
de conter o material a granel, reduzir a fuga ser encontrado em pontos de transferência
do material, limitar o barulho e impedir a lineares, quando o material se acumula no
exposição dos funcionários aos vários pontos de chute de transferência ou quando mudanças nas
captura do transportador. características do material (como conteúdo de
umidade, tamanho das partículas ou velocidade)
Minimizando a Fuga de Materiais alteraram a trajetória do material, resultando
O tamanho do cercado é normalmente em empilhamento mais profundo em um lado
baseado no espaço disponível, o que pode levar da correia receptora. Esse deslocamento causa
a um desenho aquém do desejável. O chute problemas de alinhamento e pode resultar em
de transferência deve ser grande o suficiente derramamento pelas extremidades fora do
para permitir qualquer serviço de manutenção. ponto de transferência (Figura 8.4).
Ele também deve ser grande o suficiente para
Apesar de o ideal ser desenhar um chute de
reduzir as emissões de pó, permitindo volume
transferência que impeça problemas associados
suficiente para reduzir a pressão positiva e a
com o carregamento descentralizado, há
Figura 8.3 soluções que podem ser implementadas na
zona de carga para compensar essa situação.
O carregamento
descentralizado é um Roldanas e outros sistemas de alinhamento
problema em muitos são limitados em sua habilidade de contrariar
pontos de transferência os efeitos do carregamento descentralizado.
e contribui para a A instalação de medidas corretivas, como
geração de materiais
fugitivos defletores ou auxiliadores de fluxo dentro
da zona de carga, em combinação com
sistemas de alinhamento da correia, oferece
uma abordagem mais eficaz. (Ver Capítulo
16: Alinhamento das Correias para maiores
informações.)
Figura 8.4 Vários acessórios – como defletores,
O carregamento alinhadores, conformadores, telas, barras
descentralizado resulta ou caixas de pedras – podem ser instalados
no empilhamento
mais profundo em
dentro de um chute de transferência para
um lado da correia ajudar a direcionar o fluxo do material e
receptora, levando por, fornecer um padrão de carga equilibrado; eles
sua vez, a problemas serão discutidos mais à frente neste capítulo.
de alinhamento e
derramamento de
A geometria das portas de carga ou do chute
material. deve ser calculada durante a fase de desenho,
baseada no padrão esperado de fluxo de

102
Chutes de Transferência Convencionais | Capítulo 8

material, para promover a centralização da no entanto, eles acabam sendo inutilizados


carga. pelo desenho da estrutura ou pela instalação
de encanamentos, conduites ou outros
Devolvendo o Material de Retorno componentes (Figura 8.6).
Correia para o Fluxo do Material
A simples provisão de espaço suficiente
Raspadores de correia são instalados na polia para o acesso e a colocação de plataformas
de descarga para remover material que fica de trabalho em alturas convenientes para o
aderido à correia além do ponto de descarga. serviço já é grande avanço em termos de criar
O material removido pelos raspadores um chute de fácil manutenção. A Sexta Edição
deve ser retornado ao fluxo principal do de Transportadores de Correia para Materiais
material para que não fique acumulado nas a Granel, da Associação dos Fabricantes de
paredes do chute dianteiro ou em outros Equipamentos para Transportadores (CEMA), 8
componentes. Consequentemente, uma traz os esclarecimentos recomendados
grande calha de detritos, que cerca o sistema acerca de chutes. (Ver também Capítulo 26:
de limpeza da correia com paredes íngremes, Acessibilidade do Transportador de Correia.)
normalmente é necessária para acomodar ou Normalmente é necessária a instalação
remover o material e direcioná-lo de volta ao de andaimes ou plataformas de trabalho
fluxo principal. O material residual tem alta dentro dos chutes de transferência para a
capacidade de adesão, portanto, sempre que manutenção. Não é incomum que a montagem
possível, a calha de detritos deve ter paredes e desmontagem do andaime leve mais tempo
quase verticais. do que a tarefa de manutenção. A instalação
Para se alcançar essa meta de desenho, pode de suportes para a acomodação de plataformas
ser necessário o uso de chutes muito grandes,
alinhadores de baixa fricção, e/ou dispositivos Figura 8.5
auxiliares, como chutes de respingo vibratórios, No desenho do ponto
canhões de ar e transportadores tipo scavenger. de transferência, o
ângulo mais raso é o
(Ver Capítulo 14: Limpeza da Correia.) ângulo de vale entre
duas paredes do chute.
Ao desenhar um ponto de transferência,
deve-se lembrar de que o ângulo mais raso
é o ângulo de vale entre as paredes do chute Ângulo de
(Figura 8.5). Quanto mais íngremes os concavidade
ângulos de vale precisarem ser para minimizar
a aderência de material residual, mais
íngremes devem ser os ângulos das paredes.
Para se alcançar um dado ângulo de vale,
são necessárias paredes ainda mais íngremes.
Sempre que possível, os cantos devem ser Ângulo
arredondados para reduzir a possibilidade de da parede Encosto
lateral na parede
acúmulos de resíduos.
placa traseira placa lateral
Permitindo Serviços de
Manutenção
Figura 8.6
Desenhar o chute de transferência de Um transportador
modo que os componentes sejam facilmente pode ter suas
acessados é essencial para uma manutenção características de fácil
eficaz. Normalmente, basta desenhar a estrutura manutenção anuladas
pela instalação de
de modo que ela acomode a melhor localização encanamentos,
dos componentes ou ofereça meios para conduites e outros
levantar partes pesadas das paredes do chute componentes.
ou outros componentes a serem verificados.
Muitos fornecedores oferecem arranjos que
facilitam a manutenção dos seus componentes,

103
Seção 2 | Carregando a Correia

de trabalho dentro do chute (fora do fluxo do A. Chute Dianteiro.


material) é uma prática eficaz e que economiza Área ao redor da polia dianteira do
uma quantidade considerável de tempo. transportador alimentador.
Desenhar um chute de transferência, de B. Chute de Queda.
modo que a manutenção de componentes
essenciais possa ser realizada sem a entrada em Área onde o material se encontra em queda
espaços confinados ou sem a necessidade de livre.
permissões para trabalhos em áreas de risco, C. Chute de Carga.
melhorará a produtividade da manutenção.
Área onde o material entra em contato com
Um chute de transferência que seja de fácil a correia receptora (também chamada de
zona de carga).
8 manutenção e limpeza é aquele mantido e
limpo, levando ao aumento da produção e à
redução do tempo ocioso. (Ver Capítulo 26: D. Zona de Acomodação.
Acessibilidade do Transportador da Correia Apesar de tecnicamente não ser parte do chute
e Capítulo 28: Manutenção, para maiores de transferência, é uma extensão dele para
informações.) acomodar o pó carregado pelo ar.

Parâmetros de Sistema
FATORES NO DESENHO DE CHUTES A seguir estão os parâmetros mínimos que
um projetista deve ter antes de desenhar um
Desenho de um Chute de chute de transferência entre transportadores de
Transferência Convencional correia:
O desenho de um chute de transferência
convencional normalmente é feito por um A. Taxa de capacidade – toneladas por hora
projetista experiente ou por um engenheiro (st/h).
de manuseio de materiais a granel, utilizando B. Variações climáticas nos ambientes de
princípios básicos aceitos pela indústria. operação.
Muitas empresas de engenharia estabelecem C. Densidade do material como transportado –
suas próprias regras de desenho; muitas delas quilogramas por metro cúbico (lbm/ft3).
desenvolveram abordagens consistentes para
D. Densidade do material solto – quilogramas
o desenho de chutes, de modo a resolver
por metro cúbico (lbm/ft3).
problemas específicos de suas necessidades.
Apesar de essas várias regras variarem, há E. Classificação do material a granel –
um acordo geral, ao menos quanto à ordem distribuição de tamanho, características do
de magnitude, para muitas das exigências material, e quaisquer condições especiais.
de desenho para um chute convencional. F. Largura, velocidade e ângulos de
As diretrizes para o desenho de chutes de concavidade da zona de descarga e correia
transferência convencionais foram publicadas receptora.
em várias referências. A seguir, trazemos um G. Área transversal da carga sobre a correia –
breve resumo de algumas das mais comuns metros quadrados (ft2).
regras e abordagens.
H. Fluxograma do processo mostrando a
Um chute de transferência convencional sequência dos transportadores.
normalmente consiste das seguintes partes I. Desenho geral do arranjo mostrando a vista
básicas (Figura 8.7): plana e em elevação, dimensões críticas, e
a relação de plano entre o transportador de
Figura 8.7 descarga e o receptor.
Um chute de
transferência Muitas vezes, a capacidade listada dos
convencional transportadores é subtaxada em 10 a 20%
normalmente consiste da sua real capacidade projetada, por várias
nas seguintes partes
básicas: A) Chute razões. Subtaxar a capacidade permite surtos
Dianteiro; B)Chute de de carga, reduz o derramamento e oferece um
Queda; C) Chute de fator de segurança no cumprimento da taxa
Carga; e D) Zona de
Acomodação.

104
Chutes de Transferência Convencionais | Capítulo 8

de transferência. Ao dimensionar chutes de considerar os efeitos da fricção, ao traçar as


transferência, a carga total e a áera transversal reflexões subsequentes do fluxo do material nas
do transportador devem ser usadas. paredes do chute de transferência.

O ângulo de repouso do material O pensamento atual acerca do desenho do


normalmente é usado no desenho de chutes chute de transferência é controlar o fluxo do
de queda convencionais para representar o material a granel e não permitir que ele caia
ângulo de fricção interna e os valores de fricção em queda livre de uma correia para outra.
de interface do material a granel. O ângulo de Com essa abordagem controlada, o projetista
repouso também é usado para restabelecer pressupõe que a área transversal do material
a inclinação mínima das paredes do chute não irá se espalhar significativamente. As alturas
dentro da calha-guia. Além disso, o ângulo de de queda são minimizadas para auxiliar na
repouso é usado frequentemente para calcular redução da degradação do material, da criação 8
o peso do material em uma correia que precisa de pó e do desgaste na correia receptora.
ser iniciada com uma tremonha cheia acima
dela. Apesar de amplamente usado para esses Essa abordagem exige algum conhecimento
propósitos, o uso do ângulo de repouso para acerca dos valores de fricção entre o material
esses cálculos não é satisfatório, porque ele não a granel e o material que compõe o chute
representa a habilidade do material de aderir de transferência. O método DEM é usado
em si mesmo ou nas paredes do chute. no desenho de chutes convencionais como
um auxílio para a avaliação do projetista dos
Um procedimento melhor seria testar as efeitos da mudança de propriedades, como
propriedades do material à medida que é o coeficiente de fricção. Há vários pacotes de
transportado pelo sistema. Esse teste estabelece software de DEM no mercado desenvolvidos
o alcance das propriedades do material que o para esse propósito.
chute de queda deve acomodar. Ele também
ajudará a eliminar os erros mais comuns Distância, Ângulo e Sobreposição
cometidos no desenho de chutes: os palpites entre Transportadores
sobre o tamanho máximo dos pedaços e as Em um cenário ideal, todas as transferências
diferenças entre a densidade do material como entre correias seriam lineares: ambas as
transportado e solto. (Ver Capítulo 25: Ciência correias se movimentariam na mesma direção
dos Materiais, para informações adicionais (Figura 8.8). Esse tipo de transferência
sobre propriedades e testes dos materiais.) permite sobreposição suficiente das correias
para evitar o carregamento na área de transição
Trajetória do Material da correia receptora, onde a correia passa de
O caminho que o material a granel toma à plana, na polia traseira, para seu ângulo total de
medida que é descarregado do transportador concavidade. Transferências como essa facilitam
alimentador, é chamado de trajetória, a qual é a colocação do material na correia receptora
afetada pela velocidade da correia, pelo ângulo com a carga se movendo em sua direção,
de inclinação da correia alimentadora e pelo portanto, reduzindo o desgaste desnecessário
perfil do material sobre a correia. No desenho e o derramamento. Transferências lineares
de chutes de transferência convencionais, a são frequentemente incorporadas em sistemas
trajetória é traçada e usada como ponto de para reduzir o comprimento do transportador,
partida para se estimar onde o fluxo de material quando a energia de transmissão ou a tensão
irá impactar primeiro a parede do chute disponível é insuficiente para uma única correia,
dianteiro. A partir daí, presume-se que o fluxo para prolongar o comprimento do sistema
do material refletirá na parede do chute como transportador ou para acomodar mecanismos
um raio de luz sendo curvado com uma série de mistura, britagem ou separação do material.
de espelhos. A Sexta Edição de Transportadores
de Correia para Materiais a Granel da CEMA Mais tipicamente, uma mudança na direção
oferece uma discussão detalhada sobre como do fluxo de material é necessária quando
calcular e traçar a trajetória do material. um transportador carrega outro (Figura
8.9). Uma transferência não linear pode ser
Os erros mais comuns cometidos nessa fase necessária para acomodar mudanças na direção
do desenho são o desenvolvimento incorreto do fluxo do material e para permitir seu desvio
da trajetória inicial do material e a falha em para empilhamento ou para separação.

105
Seção 2 | Carregando a Correia

Os problemas associados aos pontos de Se o material for carregado em uma direção


transferência não lineares incluem: dificuldade não em linha com o movimento da correia
em manter a velocidade, trajetória e ângulo receptora, padrões de desgaste podem se
apropriados do material; problemas para tornar visíveis no interior do chute dianteiro
controlar o pó e o derramamento; e problemas (de descarga). Esses padrões irão corresponder
de aumento do desgaste (e o consequente ao caminho que o material toma ao quicar
aumento do custo de reposição) dos para fora do chute, à medida que ele tenta
componentes do ponto de transferência. manter a direção e a velocidade da correia em
movimento. Apesar de a turbulência não ser
Figura 8.8 visível quando a carga sai da área coberta, o
Com transferências movimento de ricocheteamento do material
lineares de dentro do chute de transferência acelera o
8 transportadores, ambas
as correias correm na
desgaste dos alinhadores, da calha-guia e dos
mesma direção. sistemas de vedação. A força do material sendo
carregado pode desalinhar a correia e empurrá-
la para fora do rodapé em um lado, fazendo
com que a faixa de vedação se desloque para
baixo, impedindo que a correia retorne para sua
posição centralizada. A correia tentará retornar
ao seu centro, quando o carregamento do
material mudar, forçando o contato da correia
Figura 8.9 com a faixa de vedação, cortando a correia,
Uma transferência resultando em oportunidades significativas de
não linear pode ser
necessária para
derramamento (Figura 8.10).
acomodar mudanças
na direção do fluxo de Felizmente, várias estratégias e muitos
material, exigidas por componentes podem ser empregados para
restrições locais ou para guiar o fluxo de material na direção desejada e
permitir a separação
ou o empilhamento do
carregá-lo no centro da correia receptora.
material.
Os erros mais comuns cometidos no
desenho do chute de transferência incluem a
sobreposição insuficiente dos transportadores.
Isso leva ao carregamento na zona de transição
e não permite espaço suficiente para a
instalação de raspadores.

Sem a devida atenção ao desenho apropriado


do transportador, incluindo sobreposição
suficiente, a operação é comprometida com um
sistema que entope frequentemente, gera muito
material fugitivo e cria problemas de desgaste
em excesso. O carregamento na área de
transição da correia receptora é realizado com o
intuito de reduzir custos, economizando alguns
Figura 8.10 metros do comprimento do transportador.
O carregamento É reconhecido que essa prática cria vários
descentralizado pode problemas no carregamento, na vedação e no
empurrar a correia para
desgaste da correia e deve ser evitada.
fora da calha-guia,
fazendo com que a
faixa de vedação se Deve-se observar que para reduzir as
desloque para baixo, exigências de absorção de carga e a criação
onde a correia se de pó em uma transferência de um sistema
movimentar contra a
de transportador, a altura de queda deve ser
vedação.
mantida no mínimo; entretanto, os desenhos de
coifas e colheres projetados utilizam a gravidade

106
Chutes de Transferência Convencionais | Capítulo 8

para manter a velocidade de fluxo do material É comumente aceito que a área transversal
(Figura 8.11) e normalmente exigem alturas de um chute de queda seja no mínimo
maiores de queda para serem implementados. quatro vezes a área transversal do perfil do
Colheres projetadas oferecem muitos benefícios material. Também é comumente aceito
e devem ser consideradas como parte do que as dimensões mínimas de largura e/ou
desenho original ou como parte das exigências profundidade sejam pelo menor 2,5 vezes o
para melhorias futuras. (Ver Capítulo 22: tamanho do maior pedaço que passar pelo
Chutes de Fluxo Projetados.) chute. Muitos projetistas aumentam essas
proporções com base em sua experiência com
Considerações Sobre o Projeto do materiais específicos. Em alguns casos, onde
Chute de Transferência o material é de tamanho uniforme e em fluxo
O volume do chute dianteiro ao redor livre, essas proporções podem ser reduzidas,
da polia de descarga normalmente é ditado especificamente quando o chute é projetado 8
pelo arranjo geral dos transportadores, pelas utilizando as propriedades específicas do
exigências de acesso para manutenção e pela material sendo transportado.
trajetória inicial do material. A largura do chute de carga (receptor) deve
O diâmetro da polia dianteira e a largura da ser desenhada para manter a extremidade de
face ajudam a determinar a largura e altura do correia mínima necessária para a vedação e para
chute dianteiro. O espaço entre a parede do acomodar desalinhamentos (Ver Capítulo 11:
chute e a beira da polia deve ser pequeno o Calhas-Guia.)
suficiente para impedir a passagem de pedaços O erro mais comum cometido nessa fase
grandes do lado do carregamento para o lado do desenho é fazer a transição entre o chute
de retorno, de modo que não fiquem presos de queda e o chute de carga muito abrupta,
entre a polia e a parede do chute. O espaço criando ângulos das paredes do chute que
típico é de 50 a 75 milímetros (2 a 3 polegadas) promovem acúmulos e entupimento. A
em cada lado. A manutenção da polia e do seu prática atual de desenho utiliza ângulos de vale
revestimento, assim como o acesso às buchas
do eixo, deve ser considerada ao se tomar essa
decisão. Figura 8.11
Capuzes e colheres
O chute dianteiro deve começar no último projetados utilizam a
rolete de transição da correia alimentadora, para gravidade para manter
ajudar a conter o material fugitivo que pode cair a velocidade de fluxo do
material.
da correia quando ela passa de côncava a plana
na polia dianteira. A área de entrada do chute
dianteiro deve ser controlada com cortinas para
pó, no lado da carga, e com barreiras de vedação,
no lado de retorno, porque essas áreas são
fatores-chave para o controle da quantidade de
ar fluindo pelo chute de transferência (Figura
8.12).

Uma vez que a direção de fluxo do material


tenha sido alterada pelo primeiro contato com
Figura 8.12
o chute dianteiro, o material normalmente é
Para controlar o ar
canalizado pelos chutes de queda (ou transição). fluindo pelo chute,
Esses chutes de queda podem ser prolongados a entrada deve ser
com chutes em forma de dutos que coloquem o controlada com cortinas
fluxo de material em devido alinhamento com a para pó, no lado da
carga, e com barreiras
correia receptora. Todos esses chutes de queda de vedação, no lado de
devem ser íngremes o suficiente para impedir retorno.
que o material fique aderido às paredes; eles
também devem ser grandes o suficiente para
impedir o entupimento.

107
Seção 2 | Carregando a Correia

mínimos de 60o, sendo preferíveis os de 75o para se alcançar o efeito desejado. Elas devem
(Figura 8.5). ser acessíveis para permitir substituição
eficiente. Pontos de inspeção e acesso são
Gerenciando o Desgaste e o Fluxo essenciais para observar e manter a direção
de Material apropriada do fluxo de material.
O chute de transferência normalmente A colocação da carga pode ser melhorada
é projetado para fluxo total e um curso com defletores instalados na superfície interna
consistente de material. Entretanto, o fluxo do chute de carga, para direcionar pedaços
de materiais a granel através do chute mudará do material para o centro da zona de carga.
à medida que mudarem as propriedades do Pedaços centralizados têm menor probabilidade
material e a tonelagem, que o chute se desgasta, de deslizar para fora das extremidades da
8 ou que o material se acumular nas paredes do
chute.
correia ou danificar a vedação da calha-guia.

Defletores de chapa de desgaste no fundo


Defletores do chute de carga próximos à correia podem
Defletores podem ser utilizados dentro ajudar a reduzir os problemas associados
de um chute de transferência para absorver ao carregamento descentralizado. Um ou
impactos e minimizar o desgaste, começando mais defletores ou placas de impacto podem
do ponto onde a trajetória do material encontra ser necessários para retardar a tendência
pela primeira vez o chute dianteiro (Figura de movimento do material, redirecioná-
8.13). É importante fornecer espaço suficiente lo na direção certa e centralizar a carga na
entre um defletor e a polia dianteira do correia receptora. Esses defletores incluem
transportador alimentador para impedir que uma curva ou ângulo que vira o material em
pedaços grandes bloqueiem a passagem ou direção ao centro da correia e para longe das
que material coesivo fique aderido à placa, o extremidades. Defletores de chapa de desgaste
que poderia causar o entupimento do chute de devem ser utilizados com cuidado, porque
transferência. podem contribuir para outros problemas, como
entupimento do chute causado por materiais
Uma vez que o fluxo de material deixa o presos.
primeiro ponto de contato com o chute, pode
ser necessário afinar o fluxo no início do Formas populares de se gerenciar o fluxo
sistema. Defletores, ou “placas de pontapé”, de materiais a granel através do chute de
são frequentemente incluídos no plano original transferência e minimizar o impacto incluem
ou instalados no lançamento para direcionar o a instalação de barras metálica ou caixas de
fluxo do material. pedras.

Durante o lançamento de um novo sistema Barras Metálicas


transportador, é uma prática comum a Barras metálicas dentro do chute de
instalação de defletores dentro do chute de transferência permitem que os pedaços
carga para ajudar a centralizar a carga. O menores passem primeiro, para formar
processo de se alcançar o curso desejado do uma cama protetora na correia. Os pedaços
fluxo através do chute geralmente é de tentativa maiores, que não passam pelas barras, deslizam
e erro. Essas placas defletoras devem ser pela inclinação e pousam na correia sobre
ajustáveis para que possam ser reposicionadas um amortecimento formado pelos pedaços
menores depositados anteriormente. As fábricas
Figura 8.13
usam essas barras como uma grade, em pontos
Defletores podem ser de despejo de caminhões ou outras instalações,
utilizados dentro de um
chute para absorver
para manter pedaços grandes demais fora dos
impactos e minimizar o sistemas de transporte (Figura 8.14).
desgaste.
Caixas de Pedras
As caixas de pedras consistem em uma
saliência dentro do chute de queda onde uma
pilha de material se acumula (Figura 8.15).

108
Chutes de Transferência Convencionais | Capítulo 8

Os materiais subsequentes são desviados por O espaço entre a polia dianteira e a placa de
essa pilha. A força de abrasão que seria exercida impacto deve ser cuidadosamente considerado
sobre a parede do chute passa para a pilha de para minimizar os problemas causados por
material acumulado, e a altura total de queda pedras grandes demais ou material preso
é reduzida, dissipando a força do impacto à entre a polia e a placa, sem contar acúmulos
medida que o material quica na pilha (Figura de materiais coesivos ou de alta umidade que
8.16). podem entupir o chute de transferência.

Escadas de pedras, compostas de uma série de A seleção de materiais apropriados


defletores, ou “mini-caixas” de pedras, são usadas
para reduzir o impacto e controlar a velocidade Figura 8.14
do material em quedas maiores (Figura 8.17).
Barras metálicas dentro
Os degraus das escadas de pedras normalmente dos chutes permitem a 8
são arranjados em lados alternados do chute, passagem de pedaços
para que o material nunca tenha uma queda livre menores primeiro para
maior que 1,5 ou 2 metros (5 a 6 ft). formar uma cama
protetora sobre a
correia. As fábricas
As caixas e escadas de pedras são mais as usam como grades
apropriadas para chutes de manuseio de para manter pedaços
materiais como areia, cascalho ou rocha grandes demais fora do
(Figura 8.18). As caixas são usadas com transportador.
maior sucesso se as condições físicas e as taxas
de fluxo não mudarem com o tempo, porque
é importante que o material flua de maneira
consistente pelo acúmulo da caixa de pedras. Figura 8.15
É necessário cuidado para julgar precisamente Uma caixa de pedra
as características coesivas do material (sob consiste em uma
saliência dentro do
condições molhadas, por exemplo) para chute, onde se acumula
evitar acúmulos que possam entupir o chute. uma pilha do material
As caixas de pedras não devem ser usadas transportado.
em pontos de transferência de manuseio de
materiais frágeis que podem sofrer degradação
ou com pedaços grandes que possam bloquear
o fluxo; elas também não devem ser usadas se
o transportador carregar mais de um tipo de
material.

Placas ou Grades de Impacto


Outro método para desviar o fluxo e absorver
o impacto dentro do chute de transferência
é o uso de placas ou grades de impacto no
caminho do material (Figura 8.19). Uma
placa de impacto é colocada dentro do chute
para absorver a força de movimento do fluxo de
material. Placas de impacto são frequentemente
utilizadas em transferências angulares, onde há Figura 8.16
correias de alta velocidade e as circunstâncias As caixas de pedras
(como espaço e orçamento disponíveis) mudam a abrasão da
parede do chute para
impedem a aplicação de chutes amplos. a pilha de material, e
a força de impacto é
Algumas grades de impacto são desenhadas dissipada à medida
para apanhar o material de modo a desenvolver que o material quica na
um impacto do material com ele próprio, pilha.
preservando as paredes do chute. O material
subsequente quica no material capturado
sem bater na grade ou nas paredes do chute.

109
Seção 2 | Carregando a Correia

e a atenção cuidadosa ao desenho e ao e placas de impacto discutidas, uma forma


posicionamento das placas e grades de impacto de reduzir o desgaste do chute em si é o uso
podem melhorar significativamente a vida útil de chapas sacrificiais dentro dele. As chapas
desses componentes de desgaste. também podem ser instaladas para reduzir a
fricção com a parede e/ou a adesão do material.
Chapas de Desgaste Ao selecionar o material de composição da
O impacto e o deslizamento constantes chapa, a meta é escolher um que seja resistente
de material contra as laterais do chute de à abrasão e que melhore o fluxo. (Ver Capítulo
transferência são sua principal fonte de 12: Chapas de Desgaste, para maiores
desgaste. Além das grades, caixas de pedras informações.)

Carregando a Correia Receptora


8 Figura 8.17
Escadas de pedras são Outro fenômeno que ocorre em pontos de
uma série de defletores, transferência onde materiais caem verticalmente
ou “mini” caixas de em uma correia em alta velocidade é o
pedras, usados para
reduzir o impacto e
empilhamento do material. O material que
controlar a velocidade ainda não está se movendo na velocidade da
do material em quedas correia se empilha formando um “monte” de
maiores. material na zona de carga (Figura 8.20).
Quando um pedaço de material cai na correia,
ele quica e causa turbulência, dissipando a
energia fornecida pelo transportador anterior
e pela própria queda, até que o pedaço
seja apanhado pelo movimento da correia
receptora. Enquanto isso, o material pode
quicar para fora da poça ou pilha em direção à
lateral ou traseira do transportador, resultando
em derramamento. Quanto maior a diferença
entre a velocidade do fluxo do material e a da
correia receptora, mais longa e profunda a poça
de material. À medida que cresce esse corpo de
material “amontoado”, mais difícil fica manter
vedado e livre de derramamento o ponto de
Figura 8.18 transferência e controlar o desgaste da cobertura
Caixas e escadas da correia.
de pedras são mais
apropriadas para Um transportador de aceleração pode ser
chutes que manuseiam
usado para remediar essa condição (Figura
materiais como areia,
cascalho, ou rochas. 8.21). Outra solução é o uso de uma porta
Observação: olhando curva, rampa ou colher para controlar a
para baixo do chute velocidade e direção do fluxo de material até
pela polia dianteira.
que ele alcance a velocidade e a direção da
correia receptora (Figura 8.22). Esses chutes
de carga curvos dirigem o fluxo de material,
“derramando-o” no centro da correia receptora.
Figura 8.19 O posicionamento mais suave da carga no
Caixas e escadas transportador receptor reduz o movimento
de pedras são mais do material para as extremidades da correia
apropriadas para e libera menos energia e movimento do ar,
chutes que manuseiam
materiais como areia, minimizando o pó. O ângulo pelo qual o
cascalho, ou rochas. chute desce da estrutura de carga até a correia
Observação: olhando receptora deve ser plano o suficiente para
para baixo do chute impedir que pedaços quiquem excessivamente
pela polia dianteira.
após tocarem a correia. Um chute com o
menor ângulo de vale possível, combinado com

110
Chutes de Transferência Convencionais | Capítulo 8

a direção e velocidade apropriadas da carga, A escolha da espessura da placa do chute


permite que os pedaços atinjam a correia em de transferência depende das características e
um ângulo rasante (Figura 8.23). Isso permite do volume do material que passa por ele, das
que o material quique gentilmente à medida exigências de força estrutural e da margem
que é carregado na direção da correia, ao de desgaste, se o chute não for equipado
invés de ricochetear de volta para a superfície com um sistema de alinhamento substituível.
do fluxo subsequente. Um chute curvo reduz Normalmente, regulamentos locais regem o
o risco de danos à correia e minimiza a desenho estrutural dos chutes, porém, cabe
degradação do material e a geração de pó. ao projetista considerar todas as variáveis
que podem estar presentes. Entre as mais
Deve-se observar, no entanto, que, se o importantes estão o peso do chute, acúmulos de
ângulo do chute for plano demais, o fluxo material fugitivo, neve e gelo, o peso do chute
do material pode desacelerar até o ponto em cheio de materiais a granel e a força do vento. 8
que pode acumular e eventualmente entupir As plataformas de trabalho ao redor dos chutes
o chute. Ângulos de vale típicos para chutes devem ser robustas o suficiente para suportar as
convencionalmente desenhados são 60o e 75o atividades de manutenção.
da linha da correia receptora (Figura 8.5).
Os chutes de transferência devem ser
Gerenciando o Fluxo de Ar fabricados em seções que sejam convenientes
Um chute de transferência bem desenhado para o transporte e subsequente montagem no
e bem construído pode reduzir de modo local. As seções também devem ser desenhadas
significativo o pó carregado pelo ar, limitando a para passar através das aberturas disponíveis
criação de movimento de ar induzido. As seções para se chegar ao local de construção.
da calha-guia devem ser grandes o suficiente Deve-se ter cuidado na construção de chutes
para oferecer um plenum que interrompa as de transferência, para evitar imperfeições na
correntes de ar e reduza a pressão positiva que superfície, que podem interromper o fluxo do
poderia carregar partículas pelo ar para fora do material e prejudicar o projeto cuidadoso de
compartimento. (Ver Capítulo 7: Controle do engenharia utilizado no desenho. Variações de +
Ar e Capítulo 11: Calhas-Guia, para maiores ou – 3 milímetros (1/8 polegada) podem acarretar
informações.) problemas no encaixe das seções de chapas de
O compartimento deve ser espaçoso desgaste ou alinhamento do chute com a correia.
o suficiente para permitir uma redução O investimento de tempo na instalação precisa de
significativa na velocidade das correntes de
ar e, portanto, permitir que as partículas Figura 8.20
carregadas pelo ar se acomodem de volta sobre O amontoamento de
a carga, antes de o transportador deixar o material ocorre quando
compartimento. a carga ainda não
está se movendo na
velocidade da correia e
Estrutura do Chute se empilha na zona de
carga.
O chute de transferência normalmente é feito
de placas de aço doce ou aço inoxidável, sendo
que a seleção depende do tipo de material
transportado e das condições das instalações.

Figura 8.21
Um transportador de
aceleração pode ser
usado para aumentar a
velocidade do material
até que ele atinja a
velocidade e direção
apropriadas.

111
Seção 2 | Carregando a Correia

um chute dará um retorno significativo através da chute. Materiais com altos níveis de umidade
eficiência melhorada, manutenção simplificada e podem aderir às paredes ou até congelar
menor quantidade de material fugitivo. durante operações no inverno (Figura 8.24).
A operação contínua pode comprimir o
Apesar das melhores intenções e práticas material incrustado ainda mais firmemente
dos projetistas de chutes de transferência, há na parede do chute, permitindo o acúmulo
ocasiões em que o material se acumula no de mais material e, possivelmente, levando ao
bloqueio total do chute. Durante o processo de
Figura 8.22 desenho do chute, é aconselhável considerar
Uma porta curva, rampa exigências futuras de dispositivos de auxílio de
ou colher pode colocar fluxo, como vibradores ou canhões de ar. (Ver
o fluxo de material na
Capítulo 9: Auxílios de Fluxo e Capítulo 22:
8 correia receptora na
velocidade e direção Chutes de Fluxo Projetados.)
apropriadas.
Acesso ao Chute
Um chute de transferência fechado deve
ter aberturas que permitam a inspeção visual
e portas para a entrada dos funcionários.
Deve haver também caminho livre para os
trabalhadores alcançarem essas aberturas. As
aberturas de inspeção, como portas de acesso
com dobradiças, devem ser posicionadas longe
do fluxo do material, porém, onde seja possível
Figura 8.23 para os funcionários observarem o movimento
O ângulo no qual do material e inspecionar desgastes (Figura
o chute desce da 8.25).
estrutura de carga para
a correia receptora deve Telas ou proteções devem ser posicionadas
ser plano o suficiente para proteger os trabalhadores enquanto
para que o material
toque a correia em um observam o fluxo do material em pontos de
ângulo rasante, evitando captura e componentes rolantes. As coberturas
seu quique excessivo. e portas devem ser resistentes à corrosão
e oferecer vedação contra pó. Barreiras de
segurança devem ser instaladas para impedir
que o material escape do chute e para impedir
Ângulo que o pessoal alcance a trajetória do material.
Rasante
No desenho de chutes de transferência,
frequentemente são esquecidos métodos de
acesso para a substituição de chapas de desgaste
dentro do chute ou para a manutenção dos
raspadores.

Considerações relativas a futuras exigências


para serviços são particularmente importantes
Figura 8.24
em chutes de transferência pequenos demais
Apesar das melhores para que os funcionários trabalhem dentro
intenções e práticas dos
projetistas de chutes, deles. A fabricação de chutes em seções para
há ocasiões em que fácil desmontagem é uma abordagem para
o material se acumula facilitar a manutenção. (Ver Capítulo 26:
dentro dos chutes de
Acessibilidade do Transportador de Correia.)
transferência.

ESPECIFICAÇÕES TÍPICAS
A. Direção.

112
Chutes de Transferência Convencionais | Capítulo 8

Em geral, o chute de transferência deve correntes de ar.


ser desenhado para orientar o material na
direção e no centro da correia receptora.
TÓPICOS AVANÇADOS
B. Altura de queda.
A altura de queda do sistema de descarga Largura do Chute
para o receptor deve ser o mais curta A correia tem 1.200 milímetros (48
possível, ao mesmo tempo em que polegadas) de largura, com 30o de inclinação
oferece espaço adequado para instalação e dos roletes. Qual é a largura recomendada do
manutenção de equipamentos. chute onde ele se encontra com a calha-guia?
C. Velocidade. A regra 2/3 da CEMA resulta em um
O material descarregado deve ser carregado chute de 800 milímetros (32 polegadas) de 8
de modo que se mova na mesma velocidade largura quando se encontra com a calha guia.
da correia receptora. Normalmente a largura do chute é maior que a
largura da correia.
D. Inclinação.
O chute de transferência deve ser Outro método para se determinar a distância
adequadamente inclinado para impedir que
o material quique excessivamente após tocar Figura 8.25
a correia receptora, o que pode aumentar a Portas de inspeção
geração de pó e os danos por impacto. e acesso devem ser
posicionadas longe do
fluxo do material, porém,
E. Volume. localizadas onde o
O volume do chute de queda deve ser pelo pessoal possa observar
menos quatro vezes o do fluxo de carga do seu movimento e
inspecionar desgastes.
transportador alimentador. As seções da
transferência devem ser grandes o suficiente
para oferecer um plenum que minimize as

QUESTÕES DE SEG URANÇA

Considerações de segurança bloqueio/teste devem ser seguidos para esses


exigem que o acesso seja equipamentos antes do serviço.
limitado para que o pessoal
não entre no chute sem que os devidos Funcionários trabalhando dentro, sobre
procedimentos de segurança sejam seguidos, ou ao redor de chutes de transferência
incluindo o fechamento/sinalização/bloqueio/ devem estar cientes do potencial de queda
teste de ambos os transportadores. Ninguém de materiais, seja carga da correia acima,
deve entrar nos chutes sem o devido sejam acúmulos nas paredes do chute. É
treinamento de procedimentos de segurança recomendado que o chute seja inspecionado
em espaços fechados. e minuciosamente limpo antes de se entrar
nele por qualquer razão.
Os componentes estruturais e as chapas
de desgaste de chutes de transferência É importante prestar atenção em
tendem a ser grandes e pesados e devem ser procedimentos de segurança ao trabalhar ao
manuseados com o equipamento apropriado redor de dispositivos de radiação instalados
e com o devido cuidado. em chutes de transferência, no que se refere
à detecção do nível ou, análise do material a
Se dispositivos de auxílio de fluxo granel.
(como canhões de ar) estiverem instalados,
os procedimentos apropriados de Os chutes e suas estruturas devem ser
desenergização e fechamento/sinalização/ aterrados para impedir o acúmulo de
eletricidade estática.

113
Seção 2 | Carregando a Correia

recomendada entre as paredes das calhas-guia considerar que o desenho do chute mantenha
é baseado na quantidade de extremidade da o mínimo de 60o exigido. Se os ângulos fossem
correia necessária para uma vedação eficaz e alterados para 65 e 75o , o ângulo de vale seria
para acomodar desalinhamentos da correia. A 61o , o que seria íngreme o suficiente para
largura recomendada da calha-guia para uma manter o fluxo.
correia de 1.200 milímetros (48 polegadas) de
largura, com 30o de concavidade de roldanas, é Deve-se observar que o ângulo de vale nunca
894 milímetros (32,5 polegadas). (Ver Capítulo será maior que o menor dos outros dois ângulos
11: Calhas-Guia.) A diferença entre o método (parede traseira e parede lateral).
CEMA e o método de extremidade da correia
O desenho é um processo interativo de
é mais evidente em correias muito estreitas e
seleção dos ângulos das paredes, com base na
muito largas.
8 geometria e calculando o ângulo de vale. Se
o ângulo de vale não for apropriado, ângulos
Calculando Ângulos de Vale diferentes de paredes devem ser selecionados,
Um novo chute com um ângulo de e o ângulo de vale, calculado para os novos
vale mínimo de 60o foi necessário. Foram ângulos. Esse processo é repetido até que os
selecionados os ângulos de 75o para a parede ângulos das paredes se enquadrem na geometria
lateral e 60o para a parede traseira, porque eles disponível e o ângulo de vale esteja dentro da
estavam dentro da faixa recomendada (Figura faixa correta, com base no tipo de material.
8.26). A equação pode ser usada para conferir
o desenho (Equação 8.1).
O TRABALHO DO CHUTE
Nesse exemplo, o ângulo de vale é de
aproximadamente 57o. Então o projetista deve Finalizando…
Figura 8.26 Se desenhados corretamente, os chutes de
transferência são um método eficaz de transferir
O ângulo de vale fica
entre a parede lateral e o material, de maneira segura, de uma elevação
a traseira. para outra, com mínima quantidade de material
fugitivo e reduzidas exigências de manutenção.
Incorporar os itens discutidos neste capítulo aos
planos oferecerá tanto ao projetista quanto ao
Ângulo de usuário final as ferramentas apropriadas para
concavidade compreender como os chutes operam em um
nível prático e como desenhá-los ou modificá-
los para melhorar seu desempenho.

A Seguir…
Este capítulo sobre Chutes de Transferência
Convencionais, o terceiro capítulo da seção
Carregando a Correia, enfocou o chute de
transferência e métodos de gerenciamento do
placa traseira placa lateral

Equação 8.1
Cálculo dos ângulos de α = arc cot ( cot2 (β) + cot2 (γ) )
vale.
Dados: Um projetista escolheu um ângulo lateral de 75o e um ângulo traseiro de 60o
Encontre: O ângulo de vale do chute.
α Ângulo de Vale graus
β Ângulo da Parede Traseira à Horizontal 60°
γ Ângulo da Parede Lateral à Horizontal 75°
α = arc cot ( cot (60) + cot (75)) = 57.5
2 2

α Ângulo de Vale 57.5°

114
Chutes de Transferência Convencionais | Capítulo 8

fluxo de material para reduzir o derramamento


e o pó. O capítulo seguinte continua essa
discussão com uma análise dos Auxílios de
Fluxo.

REFÊRENCIAS
8.1 Conveyor Equipment Manufacturers
Association (CEMA). (2005). Belt Con-
veyors for Bulk Materials, Sixth Edition.
Naples, Florida.

8.2 Martin Marietta Corporation. Dust Con- 8


trol Handbook for Minerals Processing,
Contract No. J0235005.

8.3 Morrison, J. N., Jr. (1971). “Environmen-


tal Control Applied to Belt Conveyor
Transfer Points.” In: Bulk Materials
Handling: Volume 1. University of Pitts-
burgh.

8.4 Taylor, H. J. (1989). Guide to the Design


of Transfer Chutes and Chute Linings
for Bulk Materials. The Mechanical
Handling Engineers’ Association.

115
Seção 2 | Carregando a Correia

Figura 9.1
Para superar problemas
com fluxo de materiais,
são instalados auxílios
de fluxo nos chutes de
transferência.

Capítulo 9

Auxílios DE Fluxo
Auxílios de Fluxo e Pontos de Transferência.. ............................................................................................... 117
Vibração Aplicada.. ............................................................................................................................................... 118
Canhões de Ar.. ..................................................................................................................................................... 122
Outros Métodos de Melhoria de Fluxo............................................................................................................ 123
Manutenção do Sistema.. ................................................................................................................................... 124
Questões de Segurança...................................................................................................................................... 125
Aplicações de Auxílios de Fluxo.. ....................................................................................................................... 127
Tópicos Avançados............................................................................................................................................... 127
Auxílios de Fluxo Ajudam o Fluxo...................................................................................................................... 127

116
Auxílios de Fluxo | Capítulo 9

Neste Capítulo… obter apenas com abordagens estáticas, como


Neste capítulo, serão discutidos vários alinhadores de baixa fricção
métodos de organizar o fluxo de materiais
através dos chutes. Esses auxílios de fluxo
incluem vibradores lineares e de rotação, AUXÍLIOS DE FLUXO E PONTOS DE
canhões de ar, sistemas de aeração, alinhadores TRANSFERÊNCIA
de chutes e modelos de chute leve. Serão
fornecidas considerações para a seleção do O que é um Auxílio de Fluxo?
tipo de auxílio de fluxo para uma aplicação Os aparelhos de auxílio de fluxo são
particular, para tamanho, instalação e sistemas usados para estimular ou melhorar
manutenção de auxílios de fluxo, bem como o movimento dos materiais a granel. Eles
procedimentos de segurança. podem ser simples, como um vibrador de
pistão de impacto em uma parede de chute 9
Os chutes de transferência devem ser para desprender o acúmulo de material, ou
elaborados para acomodar e facilitar o fluxo sofisticados, como um sistema de canhões de
de materiais que será manuseado. Porém, ar múltiplos com descarga automática, em um
mesmo se a aplicação for ideal e o engenheiro ciclo temporizado, para impedir acúmulo de
for experiente, alterações na demanda do materiais. Os aparelhos de auxílio de fluxo
sistema/características do material podem incluem vibradores lineares ou de rotação,
gerar problemas com o fluxo de materiais. canhões de ar de baixa pressão e aparelhos
Para superar esses problemas, é utilizada uma de aeração, bem como alinhamentos de baixa
variedade de aparelhos, denominados auxílios fricção e modelos de chute leve. Esses sistemas
de fluxo (Figura 9.1). podem ser combinados de diversas maneiras.
Há uma ampla faixa de características de Uma solução antiga para quebrar bloqueios
materiais e condições de operação que tornam fracos e remover acúmulos dos chutes dos
os auxílios de fluxo no desenho original uma canais de armazenamento era golpear o lado
opção prática. Elaborar um chute que lida externo das laterais com uma marreta ou outro
com toda a situação de material é virtualmente objeto pesado (Figura 9.2). No entanto,
impossível. Muitas vezes, a solução mais quanto mais as laterais são golpeadas, pior
econômica para sustentar o fluxo com materiais se torna a situação, pois as quedas e marcas
e condições de operação mutáveis é incluir deixadas na lateral, a partir dos golpes de
aparelhos de auxílio de fluxo no desenho marreta, formam valas que começam, acumular
original. Materiais com alto teor de umidade mais material (Figura 9.3).
podem aderir às laterais ou até mesmo paralisar
durante as operações de inverno. A operação Uma solução melhor é a aplicação de um
contínua pode servir para comprimir a aparelho de auxílio de fluxo ao chute. Esses
incrustação do material ainda mais firmemente aparelhos fornecem energia precisamente
na lateral. Os materiais a granel podem alterar onde for necessário para reduzir a fricção das
suas características, conforme o progresso laterais e quebrar o material a fim de manter o
da operação, pela camada ou pela pilha de movimento do material em direção à abertura
estoque. Em alguns casos, o chute pode ficar da descarga.
completamente bloqueado por uma pequena
alteração em qualquer um desses parâmetros Este capítulo explora os vários métodos

Os auxílios de fluxo são instalados para Figura 9.2


organizar o fluxo de materiais através de um A solução tradicional
chute ou um canal. Como eles afetarão o para melhoria de fluxo
carregamento de um transportador, os auxílios dos chutes e dos canais
de armazenamento é
de fluxo também podem causar impacto em golpear o lado externo
vazamento e pó. A quebra acidental ou prevista das laterais com um
do acúmulo pode gerar surtos, causando martelo, uma marreta ou
sobrecarga, vazamento e desalinhamento. outro objeto pesado.
Ao elaborar auxílios de fluxo ativos em um
chute, a operação obtém um nível de controle
sobre o fluxo de material que é impossível se

117
Seção 2 | Carregando a Correia

de organizar o material em um chute. Essa consistente do material. Em outros casos,


discussão é centralizada nos auxílios de fluxo os auxílios de fluxo são componentes de
aplicados ao carregamento do transportador substituição e/ou modernização, adicionados
e aos chutes de descarga. Essas informações a um sistema de manuseio de materiais para
e suas tecnologias também podem usadas em lidar com problemas que não foram previstos
aplicações sobre outros processos de material no desenho original ou que tenham aparecido
e canais de armazenamento, inclusive silos, recentemente, talvez devido a alterações na
descargas, funis, telas, alimentadores, ciclones e condição do material, do processo ou do
aparelhos de troca de calor. equipamento.

Auxílios de Fluxo em Pontos de É aconselhável incorporar espaços de canais


Transferência para vibradores ou entradas de esguichos
9 Usar as características do material e os
para canhões de ar, quando um chute está
na fase de fabricação. Se um problema surgir
requisitos do processo para elaborar um chute posteriormente, porque as características do
com fluxo eficaz certamente é a melhor opção. material foram alteradas ou por terem ocorrido
No entanto, os materiais são imprevisíveis. outros problemas imprevistos, será uma questão
A fonte do material pode mudar devido a fácil instalar um aparelho de auxílio de fluxo
motivos econômicos ou as condições climáticas para solucionar o problema.
podem alterar drasticamente suas características
de fluxo. Nessas situações, usar auxílios de É crucial que o chute de aço e a estrutura
fluxo para manter o fluxo do material é uma de suporte sejam adequados, pois a operação
abordagem simples e rentável. desses aparelhos de auxílio de fluxo podem
potencialmente gerar pressão e dano
Em alguns casos, os auxílios de fluxo são consequente sobre a estrutura. Um chute
equipamentos originais, incorporados ao projetado e controlado adequadamente não
desenho de um sistema para estabilizar as taxas será danificado pela adição de auxílios de fluxo.
de fluxo ou eliminar problemas antecipados.
Por exemplo, um auxílio de fluxo pode É importante que qualquer aparelho de
ser projetado em um sistema para mover o auxílio de fluxo seja usado apenas quando
material através de um chute que, devido a a descarga estiver aberta e o material puder
restrições de altura, não possui um ângulo de percorrer o chute. Se usado com a descarga
inclinação suficiente para manter o movimento fechada, a energia do auxílio de fluxo pode
pressionar o material com mais força,
dificultando ainda mais o fluxo quando a
Figura 9.3
descarga for aberta e, consequentemente,
Quanto mais as laterais causando dano à lixeira. A melhor prática é o
são golpeadas, pior se
torna a situação, pois,
controle do auxílio de fluxo por temporizadores
devido às quedas e ou sensores para impedir qualquer acúmulo de
marcas deixadas na material por retardo de fluxo. Isso economiza
lateral pelos golpes da energia, reduz ruídos e melhora a segurança,
marreta, são formadas
valas que começam a
pois o auxílio de fluxo opera apenas quando
acumular mais material. necessário.

VIBRAÇÃO APLICADA
Os vibradores desempenham a mesma
função que uma batida no fundo de uma
embalagem de ketchup: eles reduzem a coesão
entre as partículas do material e a aderência
entre as partículas e a lateral para aumentar o
fluxo de materiais fora do fundo.

A relação entre o material a granel e a


frequência de vibração mais adequada para
estimular aquele material é proporcional ao

118
Auxílios de Fluxo | Capítulo 9

tamanho da partícula. Como regra geral, quanto porção de material e esfregá-lo contra uma
menor a partícula, melhor ela responde a bola. Se o material permanecer de imediato na
frequências mais altas de vibração. A relação bola depois de separadas as mãos, a vibração
entre a amplitude da vibração e o material linear provavelmente é a melhor solução.
a granel é baseada nas forças coesiva e
aderente. Conforme o tamanho da partícula O vibrador de pistão seria montado no lado
aumenta, a amplitude necessária para causar externo do canal ou do chute, no ponto de
o movimento do material a granel também acúmulo ou bloqueio interno. Muitas vezes,
aumenta. Partículas finas e de fluxo livre (baixa esses vibradores são anexados a um canal de
coesão) tendem a responder bem a amplitudes aço que é colocado na parede de chute (Figura
pequenas de vibração: partículas maiores de 9.7). Essa formação espalha a força sobre uma
fluxo livre respondem melhor a amplitudes área mais ampla da estrutura para maximizar
maiores. Partículas aderentes tendem a se a eficiência, enquanto poupa a estrutura da 9
acumular em massas sólidas que respondem exaustão. A maioria dos vibradores lineares
bem à vibração de alta amplitude e baixa é conduzida pelo ar da fábrica e pode ser
frequência. De modo geral, a direção da rotação controlada a distância, com um solenoide, ou
ou o impacto da massa do vibrador deve estar no local, com uma válvula de ativação manual.
na direção do fluxo desejado do material.
Figura 9.4
Vibradores Lineares Golpear a lixeira ou a
parede de chute com
Os vibradores lineares ativam o material
uma marreta causa
dentro de um chute ou de uma lixeira, usando dano à superfície lateral,
ondulações fortes do lado externo das laterais normalmente chamado
de aço da estrutura. De fato, a forma mais de “risco de marreta”.
antiga de vibração era a marreta. O ato de
golpear a lateral do chute ou da lixeira supera
a força aderente entre o material e a superfície
lateral. No entanto, essa batida na lixeira ou
na parede de chute muitas vezes causa dano
à superfície lateral (Figura 9.4). As marcas Figura 9.5
deixadas na lateral pela marreta, muitas
O vibrador de pistão
vezes chamadas de “riscos de marreta”, vão foi desenvolvido para
continuar e expandir os problemas que o golpe produzir esse efeito
da marreta supostamente solucionaria. Além de golpe sem girar a
disso, o manuseio do martelo revela o risco de marreta.
ferimentos à equipe da fábrica. O vibrador de
pistão foi desenvolvido para produzir esse efeito
sem girar a marreta (Figura 9.5).

Um vibrador de pistão pneumático (ou linear)


usa o ar da fábrica para mover o pistão para
frente e para trás, dentro de um compartimento
(Figura 9.6). Em alguns vibradores, o pistão
pode golpear a lateral; em outros modelos, ele Figura 9.6
simplesmente oscila com massa suficiente para Um vibrador de pistão
tremer a lateral. Nos dois casos, o vibrador pneumático (linear) usa
o ar da fábrica para
fornece energia através da lateral para o material mover o pistão para
dentro da estrutura. Essa força – mais controlada frente e para trás, dentro
que o impacto com a marreta – quebra a de um compartimento,
para produzir uma força
aderência entre o material e a lateral. Assim o
vibratória.
material se desloca fora da estrutura.

A vibração linear é a melhor solução


para materiais aderentes, grossos e com alta
umidade. Um teste conveniente é pegar uma

119
Seção 2 | Carregando a Correia

O vibrador de uma aplicação particular (1 lbf /10 lbm) do peso do material dentro do
é selecionado de acordo com o peso e as chute. Essa regra geral considera que o material
características do material no chute ou da parte seja adaptável ao fluxo e possua uma densidade
inclinada de um funil ou uma lixeira (Tabela menor que 1.440 quilogramas por metro cúbico
9.1). A regra geral para aplicações típicas de (90 lbm/ft3).
vibradores é aplicar 1 newton por 1 quilograma

Tabela 9.1 Tamanhos Típicos de Vibrador por Peso de Material Dentro do Chute
Faixa de Comprimento
Peso Máximo Diâmetro do
Força Vibratória Espessura Sugerido
do Material a Pistão no
Necessária da Lateral da do Canal de
Granel no Chute Vibrador Linear
Lixeira Montagem
9 kg (lb m) N (lb f ) mm (in.) mm (in.) mm (in.)
1.315 ~1300 32 1,6 a 3,2 900
(2900) (~300) (1,25) (1/16 a 1/8) (36)
2.223 ~2.250 50 4,8 a 6,4 900
(4900) (~500) (2) (3/16 a 1/4) (36)
4.445 ~4.450 75 6,4 a 9,5 900
(9800) (~1.000) (3) (1/4 a 3/8) (36)
9.979 ~10.000 100 9,5 a 12,7 1800
(22000) (~2.200) (4) (3/8 a 1/2) (72)

Tabela 9.2 Saídas de Força do Vibrador com Base na Densidade Aparente


Densidade Aparente Relações de Força
Acima de 1.440 kg/m (90 lb m/ft )
3 3
1 newton por 0,7 kg (1 lb f /7 lb m)
Entre 640-1.440 kg/m 3 (40-90 lb m/ft 3) 1 newton por 1,0 kg (1 lb f /10 lb m)
Abaixo de 640 kg/m (40 lb m/ft )
3 3
1 newton por 0,3 kg (1 lb f /3 lb m)
Obs.: conforme mencionado anteriormente, materiais secos e finos respondem bem à vibração de alta
frequência/baixa amplitude, enquanto partículas maiores e materiais úmidos respondem melhor à vibração
de baixa frequência/alta amplitude.

Equação 9.1 Wtt


Requisito de força da LF =
saída do vibrador linear.
ka
Dados: 4.100 quilogramas (9.000 lbm) de material seco estão entupindo o chute de carga de um
transportador. Encontrar: A força linear necessária de um vibrador para estimular o fluxo no chute dado.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais
LF Força Linear Necessária newtons linha-força
Fator de Aplicação 1,025 (material seco) 10 (material seco)
0,82 (material úmido) 8 (material úmido)
ka O Fator de Aplicação deriva da “Rule of
Thumb” da Aplicação do Vibrador. Razão
1:10 entre LF e Wtr
Wtt Peso do Material na Área Influenciada 4.100 kg 9.000 lb m
4100
Métrico: LF = = 4000
1,025
9000
Imperial: LF = = 900
10

LF Força Linear Necessária 4.000 N 900 lb f

120
Auxílios de Fluxo | Capítulo 9

Será necessária mais força para materiais com – aumentando ou diminuindo a quantidade em
alta densidade ou umidade ou baixa densidade. desequilíbrio –, para fornecer a quantidade de
Embora a relação apresentada seja aceitável força vibratória desejada.
para materiais entre 640-1.440 quilogramas por
metro cúbico (40-90 lbm/ft3), materiais com A vibração pode induzir pressão nas
densidade aparente maior ou menor requerem estruturas de metal, e as laterais podem precisar
relações diferentes (Tabela 9.2). ser reforçadas no(s) ponto(s) de aplicação.
Como os vibradores lineares, os vibradores de
O comprimento do canal de montagem e da rotação geralmente são instalados em um canal
espessura da parede de chute mais adequados ou placa de montagem que espalha a energia
para essas aplicações também dependem do vibratória (e o peso do aparelho) sobre uma
peso do material e de suas características; área superficial maior (Figura 9.10).
aplicações fora dos parâmetros determinados
Os vibradores de rotação projetados para
9
na tabela podem precisar de uma elaboração
especializada. chutes ou funis normalmente têm um tamanho
baseado em uma razão de 1:10 da força de
É necessário o cálculo da força linear para saída para a massa de material, dentro do chute
a aplicação de um vibrador em um chute
(Equação 9.1). Figura 9.7
Após a instalação, os vibradores supridos Um vibrador de pistão
deve ser instalado em
a ar devem ser sintonizados às necessidades um canal de aço que
da aplicação, ajustando a pressão do ar e/ou a está colocado no lado
taxa de fluxo para maximizar o efeito sobre o externo do chute, no
material a granel. ponto de acúmulo.

Vibradores de Rotação
Em contraste com os vibradores lineares,
outros vibradores geram uma força vibratória
através da rotação de um peso excêntrico. Esses
vibradores de rotação geram uma vibração
tão potente quanto uma máquina de lavagem
interna, quando a carga está desalinhada. Eles
fornecem uma energia mais adequada para Figura 9.8
mover materiais finos e secos (Figura 9.8). Os vibradores de
rotação geram uma
Os vibradores de rotação podem ser supridos vibração potente
através da rotação de
pneumática, hidráulica ou eletricamente: a uma massa ou peso
escolha de uma determinada aplicação muitas excêntrico em torno do
vezes é determinada pelo suprimento de energia eixo central.
mais disponível no ponto de instalação.

Em vibradores de rotação pneumáticos, um


fluxo de ar conduz uma massa em uma órbita
circular para gerar vibração; em vibradores
de rotação hidráulicos, é o fluxo de líquido
hidráulico que move a massa. Em vibradores
de rotação elétricos, os pesos excêntricos são
geralmente colocados nas pontas de um eixo de Figura 9.9
motor elétrico (Figura 9.9). Em vibradores de
rotação elétricos, os
Os vibradores de rotação estão disponíveis pesos normalmente são
colocados nas pontas
em uma ampla faixa de tamanhos e saídas, de um eixo de motor
para combinar com as especificidades de cada elétrico.
aplicação. Além disso, muitos vibradores de
rotação elétricos podem ser ajustados pela
alteração da superposição dos pesos excêntricos

121
Seção 2 | Carregando a Correia

ou da seção inclinada da lixeira. Geralmente, geralmente é instalado na parte de 1/4 a 1/3


quanto mais fino for o material, mais alta será a inferior da estrutura. Se for necessário um
frequência necessária para excitar o material e segundo vibrador, ele deverá ser montado a
fazê-lo se movimentar. 180o a partir do primeiro vibrador e na metade
superior da estrutura.
Em um chute, o vibrador de rotação
Os vibradores de rotação podem ser
Figura 9.10 controlados automática ou manualmente,
Os vibradores de permitindo o uso apenas quando necessário.
rotação geralmente Uma vez instalado, o vibrador deve ser
são instalados em um
canal ou uma placa de
“sintonizado” pelo ajuste de sua força e/ou
montagem que espalha velocidade para proporcionar o efeito ideal para
9 a energia vibratória e
o peso do aparelho
cada aplicação.
sobre uma ampla área
superficial.
CANHÕES DE AR
Além dos vibradores, outra solução para
acúmulo de material nos chutes de transferência
é a instalação de um sistema de canhões de ar
(Figura 9.11).
Figura 9.11
Os canhões de ar – algumas vezes referidos
O sistema de canhões como blasters – usam o ar comprimido da
de ar é outra solução
para o acúmulo de
fábrica para gerar uma erupção de ar que
material nos chutes de deslocará o acúmulo de material nos chutes. Os
transferência. canhões de ar são simplesmente reservatórios
de ar comprimido armazenado com válvulas
de descarga de ação rápida. Quando as válvulas
são ativadas, o ar escapa muito rapidamente,
gerando uma ampla área de influência (Figura
9.12). Quando localizada estrategicamente e
controlada adequadamente, essa explosão de ar
deslocará ou impedirá o acúmulo de material.

Figura 9.12 São anexados esguichos e canos de vários


Os canhões de ar formatos à parede de chute, e os canhões
usam o ar comprimido de ar são conectados a cada esguicho. Os
da fábrica para gerar esguichos devem ser posicionados para
uma erupção de ar que direcionar a explosão na direção da saída do
deslocará o acúmulo de
material nos chutes. fluxo. Alguns sistemas usam reservatórios de
ar independentes para cada esguicho; outros
sistemas usam um reservatório para vários
esguichos (Figura 9.13). Os esguichos
são encaixados na lateral, para que possam
descarregar sob a camada de material
acumulado (Figura 9.14). Deve-se ter
Figura 9.13 cuidado ao instalar os esguichos para evitar
Alguns sistemas gerar outras dobras que estimulem o acúmulo
de canhões de ar
distribuem o ar a partir
de material. O movimento do material a
de um reservatório para granel pode desgastar os esguichos, e cascalhos
uma série de esguichos grandes podem deformar ou destruí-los.
de descarga.
O número de canhões instalados depende
do tamanho e formato do chute e da natureza
do acúmulo. Geralmente, um canhão de ar
pode manter de 1,5 a 2 metros quadrados (15

122
Auxílios de Fluxo | Capítulo 9

a 20 ft3) da parede de chute sem acúmulo de ou cascalhos não respondem bem a esse
material. Canhões de ar com volume de ar de sistema.
50 litros (1,75 ft3) apresentam bons resultados
em aplicações de chutes. Os canhões de ar Alinhadores de Chutes
podem ser instalados a diversas alturas em Materiais de alinhamento, como a cerâmica
torno do canal da instalação. ou o plástico projetado, podem fornecer
Os canhões de ar estão disponíveis com uma uma solução econômica para problemas de
variedade de tamanhos de reservatórios de ar fluxo em um chute. O Polietileno de Alta
e uma variedade de diâmetros de descarga, Densidade (HDPE), o polietileno de Ultra-
para fornecer a quantidade de força adequada. Alto Peso Molecular (UHMW) e a cerâmica
A sequência de disparo para uma instalação demonstraram a capacidade de organizar o
de canhões de ar deve ser ajustada para as fluxo de materiais. O material selecionado para
alinhamento deve ser capaz de lidar com os
9
circunstâncias específicas da instalação, inclusive
as condições do chute, do material e do clima. níveis de impacto e/ou abrasão de deslize vistos
Após a obtenção de resultados satisfatórios, na aplicação.
o(s) canhão(ões) podem ser colocados em um Os plásticos projetados normalmente são
temporizador ou outro controle automático, fixados às paredes de chute com parafusos
para que o ciclo de disparos mantenha o fluxo embutidos e cobertos. Um problema que
de materiais sem a atenção de uma equipe de deve ser tratado com alinhadores de plástico
operação. é a diferença nas suas taxas de expansão e
A descarga do canhão de ar em um chute contração, a partir das taxas da parede de metal.
pode gerar um aumento de pressão positiva O sistema de montagem deve acomodar essa
dentro do chute, podendo, assim, aumentar a diferença, permitindo que os alinhadores de
fuga do pó conduzido pelo chute ou pela zona plástico se movam. Se isso não for feito, o
de carregamento. Em muitos casos, os canhões alinhador será travado, impedindo o fluxo de
de ar são usados em materiais aderentes que materiais e desgastando rapidamente.
requerem mais força do que a fornecida pela Os alinhadores de cerâmica podem ser
vibração, mas que não gerará níveis altos de instalados em chutes de metais com cola, solda
pó. O ar gerado pelos canhões de ar deve
ser incluso no cálculo de ar generalizado. Figura 9.14
(Consultar Capítulo 7: Controle de Ar e
Os esguichos de
Equação 7.1: Cálculo Total do Fluxo de Ar.) descarga para um
sistema de canhões
de ar são encaixados
OUTROS MÉTODOS DE MELHORIA na parede de chute,
descarregando, assim,
DE FLUXO sob a camada de
material acumulado.
Sistemas de Aeração
Alguns materiais de partículas finas, como a
farinha e o amido de milho, perderão aeração
quando armazenados – eles ficarão compactos
e rígidos. Se eles forem armazenados por um
período muito longo, não serão carregados com
Figura 9.15
eficácia. Aplicar ar de baixa pressão/alto volume
nos produtos permitirá que o material seja Os esguichos de
aeração podem ser
carregado com eficácia novamente. Isso é feito colocados dentro do
usando um deslocador positivo que forneça ar chute para melhorar o
para os esguichos, controles ou difusores de fluxo.
aeração colocados dentro do canal (Figura
9.15). Alguns aparelhos de aeração dependem
apenas da corrente de ar; outros vibram com
o fluxo de ar. O ar dos controles quebrará a
aderência entre o material e a parede de chute
de material seco. Materiais aderentes, úmidos

123
Seção 2 | Carregando a Correia

ou uma combinação das duas técnicas. conectado ao sistema) impedirá que o material
se ligue ao alinhador de borracha.
A instalação adequada dos alinhadores do
chute é crucial para atingir os benefícios dos Os vibradores e os canhões de ar podem ser
coeficientes mais baixos de fricção. Se as folhas usados para auxiliar um chute leve, ativando
ou linhas não são instaladas adequadamente, as o alinhamento flexível. Um exemplo do uso
quedas onde eles se juntam podem aumentar de um vibrador para organizar o fluxo em um
o coeficiente eficaz de fricção sobre o do aço, chute leve é um chute de desvio vibratório, no
agravando as propriedades de fluxo do chute. qual uma folha de plástico se torna uma parede
É recomendado testar o alinhador e o material ou chão falso no chute (Figura 9.16). O
a granel para determinar o coeficiente atual de vibrador é anexado a essa folha para manter o
fricção e as taxas de desgaste previstas. material em movimento. (Consultar Capítulo
9 Modelos de Chute Leve
14: Limpeza da Correia, para mais informações
sobre chutes de desvio vibratórios.)
A maioria dos chutes é feita de metal rígido.
No entanto, há ocasiões em que o chute ou seus Outra técnica usa a descarga dos canhões de
alinhadores podem ser feitos de um material ar na parte traseira de um lençol de borracha
flexível. Materiais extremamente úmidos ou flexível instalado como um alinhador na
aderentes respondem bem a modelos de chute parede de chute (Figura 9.17). Quando os
leve. canhões descarregam, eles dão um “golpe” no
lençol para deslocar o material acumulado,
O modelo de chute leve usa uma estrutura como balançar a areia de uma toalha na praia.
espacial feita de ferro angular ou de Normalmente, o lençol é instalado apenas na
canal. O material flexível é anexado a essa parte mais plana, ou “sem fluxo”, do chute.
estrutura, como borracha ou o correame de O cano de descarga deve ser mirado para que
transporte. Muitas vezes, a vibração natural ele incline do canhão para a saída do canal,
do equipamento (originada da condução impedindo a entrada do material na abertura de
do transportador ou de outro equipamento descarga do canhão. Essa técnica funciona bem
com materiais aderentes ou úmidos.
Figura 9.16
Um chute de desvio
vibratório liga um MANUTENÇÃO DO SISTEMA
vibrador a uma folha Polia Frontal
suspensa de plástico Os aparelhos de auxílio de fluxo são
para manter o material relativamente sensíveis a uma operação e
em movimento. localização adequada. Uma das principais
vantagens do uso de auxílios de fluxo é que
a operação conseguirá um nível de controle
sobre o fluxo de material em um chute que não
seria possível de outra forma. Essa vantagem
também pode se tornar um problema, pois
é muito fácil ajustar um auxílio de fluxo fora
de suas configurações ideais de operação.
Muitas vezes, os funcionários se esquecerão de
registrar as configurações ao fazer a manutenção
ou tentarão ajustar o auxílio de fluxo em
Folha de Desvio
resposta às solicitações dos operadores. Isso
pode resultar em um desempenho fraco no
movimento do material, uma eficiência fraca
Lateral do Chute
de energia e uma vida útil mais curta do
auxílio de fluxo. Se montados ou ajustados
inadequadamente, os auxílios de fluxo podem
não produzir o efeito desejado e podem,
inclusive, agravar a situação. Um fornecedor
experiente normalmente pode otimizar a
instalação inicial e controlar as configurações

124
Auxílios de Fluxo | Capítulo 9

QUESTÕES DE SEG URANÇA

Como todos os equipamentos fechada, para evitar o enchimento do tanque


da fábrica, os vibradores e os com ar. Também é aconselhável puxar a
canhões de ar apresentam suas próprias válvula de saída de pressão para garantir que
questões de segurança. Ruídos e materiais em não haja ar no canal do canhão de ar. São
queda ou lançados são os riscos primários disponibilizados canhões de ar que disparam
resultantes do uso de auxílios de fluxo. Os apenas em resposta a um sinal de pressão
ruídos podem ser controlados pelo uso de positivo (e, portanto, não podem descarregar
auxílios de fluxo apenas quando necessário. acidentalmente quando sem energia).
A exposição a materiais lançados ou em
queda pode ser controlada pela localização
Todas as portas de entrada e inspeção 9
devem ser travadas para evitar entrada não
do auxílio de fluxo e pelos procedimentos
autorizada. Os procedimentos adequados
adequados para controle do acesso aos chutes
de entrada do canal devem ser seguidos,
incorporados com auxílios de fluxo. As
e os canhões de ar devem ser travados e
instruções do fabricante devem ser seguidas
descarregados adequadamente, antes da
rigorosamente para a instalação, operação e
entrada da equipe no chute. O chute ou canal
manutenção dos sistemas de auxílio de fluxo.
deve apresentar alertas de riscos e sinalização
Os vibradores devem ser fixados correta (Figura 9.20).
rigidamente na lateral da estrutura. A
Como os aparelhos de auxílio de fluxo
montagem de canais deve ser fixada à parede
normalmente usam ar comprimido ou outras
de chute por solda fixa, na qual os intervalos
fontes de energia que podem gerar um risco
dos pontos de solda são separados por
de energia armazenada, é crucial seguir
espaços (Figura 9.18). Essa técnica de solda
os procedimentos de restrição/listagem/
fixa é elaborada para impedir uma falha na
bloqueio/teste. Embora ainda possa haver
emenda para não quebrar durante o percurso
acúmulo em um chute, sua retenção no chute
da placa de montagem. Deve ser feita uma
deve ser enfraquecida a ponto de um ligeiro
inspeção mensal da área de soldagem para
distúrbio durante a manutenção poder causar
verificar fendas na solda e deve ser instalado
sua queda. Há um risco de choque elétrico
um cabo de segurança para impedir o
ao trabalhar em sistemas de controle. A
vibrador de cair, caso a fixação falhe.
possibilidade de atuação remota durante a
Os procedimentos adequados de restrição/ manutenção e o teste deve ser considerada,
listagem/bloqueio/teste devem ser seguidos ao e os procedimentos devem ser colocados
trabalhar com um vibrador ou montagem. em prática para impedir uma atuação não
pretendida.
As montagens e os canos de descarga
dos canhões de ar devem ser rigidamente As áreas de localização dos vibradores
anexados à parede de chute. O canhão de ar e canhões de ar podem exigir que os
deve ser rigidamente anexado à montagem. operadores das proximidades usem
Não é recomendável que a conexão por fios protetores auriculares. O tipo de canal e
entre o cano de montagem e o reservatório de o tamanho do sistema de auxílio de fluxo
ar seja completamente soldada, uma vez que variarão consideravelmente os níveis de
isso gera uma área com pressão, causando som. Devem ser feitas leituras de som, e a
quebra dos fios. sinalização de precaução deve ser anexada
conforme a necessidade (Figura 9.21).
Um cabo de segurança deve anexar o
reservatório de ar a um membro da estrutura Caso os canhões de ar e/ou os aparelhos de
para impedir a queda do canhão de ar no aeração sejam usados em chutes ou lixeiras
caso de falha de montagem (Figura 9.19). isoladas, o aumento na pressão deve ser
determinado, e a saída de pressão deve ser
Antes de realizar qualquer serviço no
montada no sistema.
canhão de ar, o tanque de ar deve ser
totalmente descarregado de ar, e a válvula
de desativação da linha de suprimento da
linha de ar deve ser travada na posição

125
Seção 2 | Carregando a Correia

Figura 9.17 Folha de Borracha


Outra técnica usa
a descarga de um
canhão de ar na parte
traseira de um lençol
de borracha flexível
para deslocar o material
acumulado de dentro do
chute.

9
de um sistema de auxílio de fluxo. Essas
Figura 9.18 configurações devem ser registradas para futura
Os vibradores e referência.
montagens devem ser
fixados na parede de A falta de volume ou pressão de ar necessária
chute por solda fixa, na
qual os intervalos dos afetará o desempenho. Evitar sujeira e umidade
pontos de solda são nas linhas de suprimento de ar comprimido é
separados por espaços. crucial para os auxílios de fluxo supridos a ar.
Alguns auxílios de fluxo pneumáticos requerem
lubrificação; outros não. É importante seguir
as exigências do fabricante para tratamento e
qualidade do ar.

Os auxílios de ar muitas vezes são localizados


em áreas onde estão sujeitos à queda de
material, ao impacto por equipamentos em
movimento, aos elementos e à vibração. Em
função do tempo, essas condições podem
deteriorar os sistemas de controle e as linhas de
suprimento dos auxílios de fluxo. É importante
seguir as recomendações do fabricante para
inspeção e manutenção de rotina das linhas de
suprimento e controles.

Os aparelhos de auxílio de fluxo


desencadeiam força ao chute e ao material a
granel; em função do tempo, os componentes
serão desgastados, ou até mesmo quebrarão,
sob condições normais. A maioria dos
aparelhos de auxílio de fluxo pode ser
reformada para estender sua vida útil. Como
os espaçamentos e encaixes são cruciais para
a operação adequada dos auxílios de fluxo,
é recomendável que os aparelhos de auxílio
de fluxo sejam reformados e reparados pelo
fabricante – ou que o fabricante treine a equipe
de manutenção da fábrica para reformar
adequadamente esses equipamentos.

Uma vez que os auxílios de fluxo


normalmente operam com intermitência,
eles podem aparentar estarem prontos para

126
Auxílios de Fluxo | Capítulo 9

operação, quando, na verdade, eles não estão


AUXÍLIOS DE FLUXO AJUDAM O
operando em níveis normais. O aparelho de
FLUXO
auxílio de fluxo deve ser testado periodicamente,
de acordo com as sugestões do fabricante, para Finalizando…
garantir sua operação adequada. Um fornecedor
Qualquer tipo de sistema de auxílio de
experiente muitas vezes pode dizer, a partir do
fluxo precisa ser projetado adequadamente
som ou efeito do aparelho de auxílio de fluxo, se
para fornecer benefícios para uma operação.
é necessário repará-lo ou ajustá-lo.
Especificações do material, características do
processo, número, tamanho e localização dos
aparelhos são todos elementos cruciais em um
APLICAÇÃO DE AUXÍLIOS DE sistema de auxílio de fluxo eficiente. Caso não
FLUXO
As aplicações e características típicas de Figura 9.19
9
vários sistemas de auxílio de fluxo podem ser Um cabo de segurança
comparadas (Tabelas 9.3 e 9.4). deve ligar o reservatório
de ar do canhão de ar a
Em muitos casos, é vantajoso “generalizar” o um membro da estrutura
do canal.
tamanho dos auxílios de fluxo – especialmente
vibradores – pelo tamanho de um modelo
ou unidade, para que o aparelho possa ser
desligado de suas tarefas regulares. Se as
necessidades aumentarem, um novo vibrador
não precisa ser adquirido.

Há regras gerais para tamanho e


posicionamento de auxílios de fluxo, mas a
Figura 9.20
experiência de diagnosticar o problema e ajustar
o auxílio de fluxo para seu máximo efeito é Os sistemas de
canhões de ar requerem
mais uma arte que uma ciência. A seleção, a procedimentos
instalação e o controle dos auxílios de fluxo adequados de entrada
são mais bem realizados por um fornecedor do canal e sinalização
especialista que apresenta conhecimento de segurança.
acumulado de diversas instalações.

Após uma revisão das características


específicas de qualquer aplicação potencial,
inclusive a natureza do problema e as
características do material, a escolha do tipo de
auxílio de fluxo muitas vezes está relacionada
à fonte disponível de energia no ponto de
aplicação.
Figura 9.21
Muitos aparelhos
TÓPICOS AVANÇADOS de auxílio de fluxo
exigem a indicação de
Medindo um Vibrador como Auxílio sinalização de proteção
sonora.
de Fluxo
A maioria dos fabricantes de vibradores
fornecerá a saída de força para suas várias
unidades. O usuário é encarregado de
determinar a força necessária para uma
determinada aplicação (Equação 9.1). A
partir desse requisito de força, o vibrador
adequado poderá ser selecionado, usando os
dados técnicos do fabricante.

127
Seção 2 | Carregando a Correia

Tabela 9.3 Características de Aparelhos de Auxílio de Fluxo Comuns


Vibrador Linear Vibrador de Canhão de Ar Aerador
Rotação
Elétrico Sim
Pneumático Sim Sim Sim Sim
Hidráulico Sim
Velocidade Pode descarregar com a
Variável Sim Sim mesma frequência de enchi- Sim
mento do reservatório de ar
Força Variável Sim Sim Sim Sim
Faixa de Vibração Vibradores
9 (vpm)
1.400 a 5.500
Pneumáticos
3.000 a 25.000
vpm
Vibradores
Elétricos 600 a
3.600 rpm

Tabela 9.4 Aplicações Adequadas para Auxílios de Fluxo por Características do


Material
Vibrador Vibrador de Canhão de
Característica do Material Aerador
Linear Rotação Ar
Leve e Macio X X
Partículas Pequenas X X
Partículas Grandes X X
Resíduos Aderentes X X
Materiais Explosivos* X X X
Partículas Congestionadoras X
Acúmulo Grosso de Material X X
* Entrar em contato com o fabricante para produtos e acessórios especificamente pro-
jetados para locais e avaliações de caráter danoso.

sejam projetados e usados adequadamente para


REFERÊNCIAS
uma aplicação, os aparelhos de auxílio de fluxo
podem gerar novos problemas. 9.1 Conveyor Equipment Manufacturers
Association (CEMA). (2005). Belt Con-
A Seguir… veyors for Bulk Materials, Sixth Edition.
Naples, Florida.
Este capítulo sobre Auxílios de Fluxo, o
quarto capítulo à seção Carregando a Correia, 9.2 Qualquer fabricante e a maioria dos
apresenta auxílios de fluxo como um meio de distribuidores de produtos de transporte
melhoria do fluxo. O capítulo seguinte continua podem fornecer uma variedade de mate-
essa seção e focaliza Suporte da Correia. riais sobre a construção e o uso de seus
produtos específicos.

128
Auxílios de Fluxo | Capítulo 9

129
Seção 2 | Carregando a Correia

10 Figura 10.1
Para um ponto de
transferência eficaz, com
o mínimo de vazamento, a
linha de trajeto da correia
deve ser estabilizada
com o suporte de correia
adequado na zona
de carregamento do
transportador.

Capítulo 10

SUPORTE DA correia
Benefícios de Estabilidade.. ................................................................................................................................ 131
Suporte de Correia com Roldanas.. ................................................................................................................. 133
Cabines de Suporte de Correia.. ....................................................................................................................... 138
Instalação da Cabine........................................................................................................................................... 143
Métodos Alternativos de Suporte de Correia............................................................................................... 145
Manutenção do Sistema.. ................................................................................................................................... 146
Especificações Típicas......................................................................................................................................... 146
Questões de Segurança...................................................................................................................................... 147
Tópicos Avançados............................................................................................................................................... 147
Pague Agora ou Pague (Mais) Depois............................................................................................................. 149

130
Suporte da Correia | Capítulo 10

Neste Capítulo… Se a correia apresenta quedas entre as


Este capítulo terá foco sob o suporte de roldanas abaixo da zona de carregamento
correias na zona de carga do transportador para ou desvios sob a pressão do carregamento,
evitar o escape de materiais fugitivos e para resíduos e cascalhos vão se espalhar pelos lados
impedir dano à correia e a outros componentes. do transportador, caindo sobre o chão como
Os tópicos abordados incluem correias, vazamento ou se espalhando no ar como uma
plataformas de deslize e cabines de impacto, nuvem de pó. Pior ainda, esses materiais podem
bem como vários métodos alternativos para se encaixar em pontos de travamento, onde
manutenção de uma linha de correia estável. eles podem emperrar a correia ou danificar
Serão fornecidas equações para cálculo das o sistema de vedação e outros componentes,
exigências de energia necessárias para o suporte agravando o problema de vazamento. Uma
de correia. pequena quantidade de quedas na correia –
quedas não visíveis a olho nu – é suficiente 10
A construção de uma zona de carga de para permitir que os resíduos fiquem presos,
transportador eficaz é como a construção de causando desgaste abrasivo sobre o sistema de
uma casa: ela começa com uma boa estrutura. vedação da calha-guia e sobre a superfície da
Para uma casa, a estrutura consiste no piso e/ correia. Uma fenda na cobertura da correia ao
ou laterais da base; no sistema de correias de longo do seu comprimento inteiro na área de
um transportador, a estrutura é uma linha de transferência normalmente pode ser atribuída
correia estável, sem quedas. ao material capturado nos pontos de travamento
(Figura 10.4). Ao evitar quedas na correia, o
Para um transportador controlar pó e número e o tamanho dos pontos de travamento
vazamento, o projetista deve fazer tudo o que
for prático para manter a linha de trajeto da
correia reta e consistente. Embora haja diversos Figura 10.2
fatores que influenciam a linha de operação da Uma linha de correia
correia, dentro e fora da zona de carregamento, regular, sem quedas na
área de transferência
o ingrediente-chave é a providência de um é essencial para a
suporte de correia adequado. vedação bem-sucedida
da zona de carga.
Para um ponto de transferência eficaz, com
o mínimo de vazamento, é essencial que a
linha de trajeto da correia seja estabilizada com
o suporte de correia adequado na zona de
carregamento (Figura 10.1).

Figura 10.3
BENEFÍCIOS DE ESTABILIDADE
A queda da correia é
Uma linha de correia regular, sem quedas, um desvio vertical da
na área de transferência, é essencial para uma correia a partir de uma
linha reta desenhada
vedação bem sucedida da zona de carga (Figura pela superfície de duas
10.2). Teoricamente, o correame deveria ser roldanas adjacentes.
mantido regular, como se ele estivesse operando
sobre uma mesa que impedisse movimento em
qualquer direção exceto, a direção que a carga
precisa percorrer. Assim ele eliminaria quedas e
seria fácil de vedar. Figura 10.4
Uma fenda na
Uma queda de correia, quando vista do lado cobertura da correia
do ponto de transferência, é o desvio vertical da ao longo do seu
correia a partir de uma linha reta traçada por comprimento total, na
área de transferência,
toda a superfície de duas roldanas adjacentes normalmente pode ser
(Figura 10.3). O formato de uma correia atribuída ao material
saliente é considerado uma curva catenária, capturado nos pontos
uma curva natural formada quando um cabo é de travamento.
suspenso por suas pontas.

131
Seção 2 | Carregando a Correia

são reduzidos, diminuindo, portanto, a do transportador sendo carregado, o peso


possibilidade de dano à correia. do material, o tamanho do maior cascalho,
a altura de queda do material e o ângulo e
Para impedir vazamento e reduzir o escape velocidade do movimento do material durante
de materiais fugitivos, a queda da correia o carregamento.
deve ser eliminada o máximo possível. É
particularmente importante controlar as quedas É essencial que a correia seja estabilizada por
na zona de carregamento do transportador, todo o comprimento da zona de carregamento.
onde a carga constantemente apresenta Sistemas de suporte além dos requisitos
mudança de peso.Essas mudanças na carga mínimos fornecerão riscos pequenos, além
carregam pó para fora do sistema de vedação de um aumento incidental nas exigências
e conduzem partículas para os pontos de de potência do transportador. Um sistema
10 travamento entre o placa de desgaste ou a de suporte de correia deixado mais curto
vedação e a correia. que o necessário pode causar oscilações na
estabilidade da correia no fim do sistema de
Métodos de Controle de Quedas suporte, potencialmente gerando problemas
Trata-se de um método para reduzir as de vazamento que resultarão em um sistema
quedas da correia ao longo do comprimento de suporte de correia instalado quase inútil. O
total do transportador e aumentar a tensão da suporte de correia é como dinheiro: é muito
correia. No entanto, há desvantagens nisso, melhor ter um pouco mais do que perder um
como um aumento no consumo de potência pouco menos.
de condução e mais pressão sobre a correia,
emenda(s) e outros componentes. Ao usar Aspectos Básicos na Construção
mais tensão para reduzir quedas, a tensão do Suporte de Correia
máxima permitida do correame nunca deve ser É essencial que os reforçadores – a estrutura
excedida. de suporte do transportador acima da qual
todos os outros componentes são instalados –
Após alcançar a tensão de correia necessária estejam retos e paralelos para um suporte de
pela correia transportadora e pela carga no correia adequado. Caso contrário, eles devem
sistema, o método recomendado para reduzir ser alinhados ou substituídos. A investigação
as quedas da correia é melhorar o sistema de a laser é o método preferido para verificar
suporte de correia do transportador (Figura o alinhamento dos reforçadores. (Consultar
10.5). Capítulo 16: Alinhamento das Correias.)

Suporte de Correia Adequado A base deve fornecer uma estrutura


Uma resposta para uma linha de trajeto de suporte rígida para evitar o desvio dos
de correia estável, sem queda, é o suporte reforçadores. A quantidade de material sendo
apropriado. A quantidade de suporte necessária carregado e o nível das forças de impacto
é determinada pelas características específicas devem ser considerados para evitar excesso de
de cada transportador, de sua(s) zona(s) de desvio sob a carga. Reforçadores espaçados
carregamento de sua carga de material. Os adequadamente, amarrados a um solo rígido,
fatores a serem avaliados incluem o ângulo garantem uma base boa para a estrutura
de convexidade e a velocidade de trajeto restante.

A Associação de Fabricantes de
Figura 10.5 Equipamentos de Transporte (Conveyor
Para reduzir as quedas Equipment Manufacturers Association –
da correia, é necessário CEMA) fornece uma fonte valiosa para padrões
melhorar o sistema de de construção de transportadores e zonas de
suporte de correia do carregamento: “Conveyor Installation Standards
transportador.
for Belt Conveyors Handling Bulk Materials”
(Referência 10.1).

Há uma série de técnicas e componentes que


podem ser usados, independentemente ou em
combinação, para controlar quedas na correia,

132
Suporte da Correia | Capítulo 10

pela melhoria do suporte de correia na zona de implicada, com um código de letra seguido pelo
carregamento. Eles incluem roldanas, cabines diâmetro da roldana em polegadas, resultando
de suporte de correia e cabines de impacto. em classes de B4 a F8 (Tabela 10.1). Outras
regiões podem possuir sistemas de classificação
diferentes.
SUPORTE DE CORREIA COM
Independentemente dos códigos e
ROLDANAS
classificações, a chave é garantir a consistência
O meio básico de suporte para uma correia de cada transportador – que todas as roldanas
transportadora são as roldanas. Uma roldana de um determinado transportador estejam de
consiste em um ou mais roletes – cada um acordo com os mesmos padrões e, teoricamente,
contendo um ou mais rolamentos para garantir sejam fornecidas pelo mesmo fabricante.
o rolamento livre. Os roletes são suportados,
ou suspensos, por uma estrutura instalada Há uma ampla variedade de categorias gerais
10
pelos reforçadores do transportador (Figura de roldanas, dependendo da sua aplicação
10.6). As roldanas são os componentes mais pretendida.
numerosos do transportador, em termos
do número usado em um transportador Roldanas de Carregamento
particular e o número de estilos e opções As roldanas de carregamento fornecem
disponíveis. Há vários tipos, mas todos eles
compartilham as mesmas responsabilidades:
moldar e dar suporte à correia e à carga, Figura 10.6
enquanto minimizam a potência necessária para Uma roldana consiste
em um ou mais roletes,
transportar os materiais.
cada um com um ou
mais rolamentos. Os
A Família de Roldanas roletes são suportados,
ou suspensos por uma
As roldanas são classificadas de acordo estrutura instalada
com o diâmetro do rolo, o tipo de serviço, as pelos reforçadores do
condições de operação, a carga da correia e transportador.
sua velocidade. Elas são classificadas de acordo
com sua capacidade de carregamento com base
na vida útil calculada do rolamento. A CEMA
usa um código de dois caracteres que expressa
a classificação das roldanas e a taxa de carga

Classificações de Roldanas (Com Base nos Padrões CEMA) Tabela 10.1


Classificação Diâmetro do Rolo Largura da Correia
de Roldana mm in. mm in.
CEMA Descrição
B4 102 4 450-1.200 18-48 Demanda
B5 127 5 450-1.200 18-48 Leve
C4 102 4 450-1.500 18-60
C5 127 5 450-1.500 18-60
Demanda
C6 152 6 600-1.500 24-60
Média
D5 127 5 600-1.800 24-72
D6 152 6 600-1.800 24-72
E6 152 6 900-2.400 36-96
E7 178 7 900-2.400 36-96
Demanda
F6 152 6 1500-2.400 60-96
Pesada
F7 178 7 1500-2.400 60-96
F8 203 8 1500-2.400 60-96
As dimensões métricas são conversões da Martin Engineering; as larguras de correia podem não
corresponder aos tamanhos métricos de correia em questão.

133
Seção 2 | Carregando a Correia

Figura 10.7 material. Elas estão disponíveis em modelos


regulares ou convexos. O modelo regular
O conjunto de roldanas
convexas normalmente normalmente consiste em um rolo horizontal
consiste em três rolos único para uso em correias planas, como os
– um rolo horizontal, alimentadores de correia.
com centro com roletes
inclinados (aletados) A roldana convexa normalmente consiste em
nos dois lados.
três rolos – um rolo horizontal no centro, com
rolos inclinados (ou aletados) nos dois lados
(Figura 10.7). O ângulo dos roletes inclinados
Figura 10.8 a partir do eixo horizontal é chamado de ângulo
Os roletes de “coleta” convexo. Geralmente, os três rolos possuem o
10 incorporam um rolo
central mais longo e
mesmo comprimento, embora haja conjuntos
que incorporam um rolo maior no centro
roletes inclinados mais
e roletes inclinados menores, chamados de
curtos para suprir uma
área de carga grande. roldanas de “coleta”. Esse modelo oferecer
uma área plana maior para carregar o material
suporte para a correia enquanto carregam o enquanto permite a inspeção ou a “coleta” da
carga (Figura 10.8).
Figura 10.9
Os conjuntos de roldanas convexas estão
Com roletes alinhados,
a linha central dos três disponíveis com roldanas de inclinação (Figura
rolos será alinhada. 10.9) – as linhas centrais dos três rolos são
alinhadas – e as roldanas de saída – o rolo
central possui uma linha de centro diferente dos
roletes aletados, normalmente com a correia
passando sobre o rolete central antes dos
roletes aletados (Figura 10.10). Desalinhar
as roldanas pode reduzir a altura total do
conjunto de roldanas e, adequadamente, é
um ato popular em aplicações de mineração
subterrânea, onde o compartimento frontal
é muito procurado. Roldanas desalinhadas
eliminam o espaço entre os roletes, reduzindo a
Figura 10.10 chance de um tipo de dano de correia chamado
Roldanas desalinhadas, de falha na articulação de emenda.
com o rolete central
colocado em uma linha
central diferente dos Roldanas de Retorno
rolos aletados, podem As roldanas de retorno fornecem suporte
reduzir a altura total do
conjunto de roldanas. para a correia em seu ciclo de volta à zona
de descarga, após descarga do material. Essas
roldanas normalmente consistem em um único
rolo horizontal suspenso pelo lado inferior dos
reforçadores do transportador (Figura 10.11).
As roldanas em V, incorporando dois rolos
menores, algumas vezes são instaladas para
Figura 10.11 melhorar o alinhamento da correia (Figura
Usado para suportar
10.12).
a correia em seu
ciclo de volta à zona Roldanas de Teste
de carregamento, as
roldanas de retorno Há uma série de modelos para roldanas
normalmente consistem de teste que servem para manter a correia
em um único rolo em operação no centro da estrutura do
horizontal suspenso
pelo lado inferior transportador. Normalmente, essas roldanas
dos reforçadores do são alinhadas sozinhas: elas reagem a qualquer
transportador.

134
Suporte da Correia | Capítulo 10

desalinhamento da correia para se moverem Figura 10.12


em uma posição que tentará regular a correia
As roldanas de retorno
de volta ao centro (Figura 10.13). Estão V, que incorporam dois
disponíveis para aplicações dos lados de rolos menores, algumas
carregamento e de retorno. (Consultar Capítulo vezes são instaladas
16: Alinhamento das Correias). para melhorar o
alinhamento da correia.
As roldanas de teste de correia nunca devem
ser instaladas sob o lado de carregamento da
correia na zona de cara, pois elas permanecem Figura 10.13
mais altas do que as roldanas de carga regulares Disponíveis para o lado
adjacentes e aumentam a correia conforme elas de carga e de retorno
rodam. do transportador, as
roldanas de teste 10
se alinham sozinhas
Roldanas de Impacto para manter a correia
justificada no caminho
As roldanas de impacto com discos de adequado.
borracha são uma solução para absorver
impacto na zona de carregamento da correia
(Figura 10.14). Essas roldanas usam roletes
compostos por discos de borracha resilientes
para atenuar a força de carregamento. As
roldanas de impacto geralmente possuem a Figura 10.14
mesma característica de carga que as roldanas As roldanas de impacto
padrão, pois elas usam os mesmos rolamentos. são roletes compostos
As coberturas de borracha absorvem um pouco por discos de borracha
resiliente para atenuar a
da energia para proporcionar o benefício de força de carregamento.
absorção de impacto.

Uma desvantagem do uso de roletes de


impacto na zona de carregamento é que cada
roldana suporta a correia apenas em cima do
rolete. Não importa a proximidade, o formato
redondo do rolete e a capacidade da borracha
de desviar sob a carga permitirão que a correia
transportadora oscile ou faça quedas não
Figura 10.15
previstas no perfil plano ideal (Figura 10.15).
Essa queda permite e incentiva o escape ou O formato redondo do
rolete e a capacidade
travamento de material fugitivo. O intervalo de da borracha de
espaço entre os roletes de impacto oferece uma desviar sob a carga
pequena proteção contra materiais presos, que permitirão que a correia
se desprendem de cima e penetram na correia. transportadora oscile
e faça quedas não
previstas no perfil plano
Mesmo as roldanas de impacto estão sujeitas ideal.
a danos de choque, acarretando rolamentos
danificados e roletes com cascalhos muito
grandes ou impactos incomuns (Figura 10.16). Figura 10.16
As roldanas com rolamentos desgastados ou Embora projetadas
danificados causam a operação errada da para atenuar as forças
correia, permitindo desregulagem e vazamento de carregamento, as
roldanas de impacto
nos lados da correia. Roldanas danificadas por
estão sujeitas a danos
impacto forte ou comprometidas devido ao de impacto, causando a
material fugitivo aumentam significativamente ocorrência de cascalhos
a potência de consumo do transportador. Em muito grandes ou
impactos incomuns
muitos casos, torna-se mais eficaz absorver o em estruturas curvas,
impacto com cabines de impacto, conforme roletes ou rolamentos
discutido a seguir. danificados.

135
Seção 2 | Carregando a Correia

Espaçamento de Roldanas o consumo de potência. A queda também


O espaçamento entre os componentes de incentiva o vazamento de material. A CEMA
rolagens possui um efeito dramático sobre as publicou tabelas de espaçamento recomendado
missões de formato e suporte das roldanas. de roldanas para aplicações fora da zona de
Roldanas colocadas a distâncias muito grandes carregamento (Tabela 10.2).
não suportarão adequadamente a correia nem O espaçamento das roldanas de retorno
possibilitarão a manutenção do perfil adequado. é determinado pelo peso da correia, pois
Colocar roldanas muito perto umas das outras nenhuma outra carga é suportada por essas
melhorará o perfil e o suporte da correia, roldanas, e o vazamento relacionado a
mas aumentará os custos de construção do quedas não é um problema nesse lado do
transportador e poderá causar um aumento no transportador. O espaçamento típico da roldana
consumo de potência do transportador.
10 de retorno é de 3 metros (10 ft).
Normalmente, as roldanas são colocadas
perto o bastante para suportar uma correia Roldanas na Área de Transferência
completamente carregada, para que não haja A forma básica e tradicional de melhorar o
excesso de quedas entre elas. Se há muita suporte da correia e, portanto, reduzir a queda
queda na correia, a carga muda conforme ela sob a zona de carregamento ou qualquer outro
é transportada para cima sobre, cada roldana, lugar, ao longo do transportador, é aumentar o
e para baixo, por entre os vales. Essa mudança número de roldanas. Ao aumentar o número
de carga aumenta o desgaste da correia e de roldanas em um determinado espaço – e,
consequentemente, reduzir o espaço entre as
Figura 10.17 roldanas –, o potencial de queda de correia
O método tradicional é reduzido (Figura 10.17). As roldanas
de reduzir a queda normalmente podem ser posicionadas para que
da correia sob a zona
de carregamento é seus rolos estejam dentro de 25 milímetros
aumentar o número (1 in.) de distância entre si (Figura 10.18).
de roldanas em
um determinado No entanto, esse método possui suas
espaço, reduzindo, desvantagens. Conforme as roldanas são
consequentemente,
o espaço entre as encaixadas com mais força, fica mais difícil
roldanas. repará-las. Os conjuntos de roldanas geralmente

Tabela 10.2 Espaçamento Recomendado de Roldanas para Aplicações Fora da Zona de


Carregamento, conforme Publicação da CEMA
Espaçamento da Roldana no lado de Carga Fora da Zona de Carga
Peso do Material Manuseado em kg/m3 (lbm/ft3)
Espaçamento
da Roldana de Comprimento 480 800 1.200 1.600 2.400 3.200
Retorno da Correia (30) (50) (75) (100) (150) (200)
m (ft) m (in.) m (ft) m (ft) m (ft) m (ft) m (ft) m (ft)
3,0 (10,0) 457 (18) 1,7 (5,5) 1,5 (5,0) 1,5 (5,0) 1,5 (5,0) 1,4 (4,5) 1,4 (4,5)
3,0 (10,0) 610 (24) 1,5 (5,0) 1,4 (4,5) 1,4 (4,5) 1,2 (4,0) 1,2 (4,0) 1,2 (4,0)
3,0 (10,0) 762 (30) 1,5 (5,0) 1,4 (4,5) 1,4 (4,5) 1,2 (4,0) 1,2 (4,0) 1,2 (4,0)
3,0 (10,0) 914 (36) 1,5 (5,0) 1,4 (4,5) 1,2 (4,0) 1,2 (4,0) 1,1 (3,5) 1,1 (3,5)
3,0 (10,0) 1067 (42) 1,4 (4,5) 1,4 (4,5) 1,2 (4,0) 1,1 (3,5) 0,9 (3,0) 0,9 (3,0)
3,0 (10,0) 1219 (48) 1,4 (4,5) 1,2 (4,0) 1,2 (4,0) 1,1 (3,5) 0,9 (3,0) 0,9 (3,0)
3,0 (10,0) 1372 (54) 1,4 (4,5) 1,2 (4,0) 1,1 (3,5) 1,1 (3,5) 0,9 (3,0) 0,9 (3,0)
3,0 (10,0) 1524 (60) 1,2 (4,0) 1,2 (4,0) 1,1 (3,5) 0,9 (3,0) 0,9 (3,0) 0,9 (3,0)
2,4 (8,0) 1829 (72) 1,2 (4,0) 1,1 (3,5) 1,1 (3,5) 0,9 (3,0) 0,8 (2,5) 0,8 (2,5)
2,4 (8,0) 2134 (84) 1,1 (3,5) 1,1 (3,5) 0,9 (3,0) 0,8 (2,5) 0,8 (2,5) 0,6 (2,0)
2,4 (8,0) 2438 (96) 1,1 (3,5) 1,1 (3,5) 0,9 (3,0) 0,8 (2,5) 0,6 (2,0) 0,6 (2,0)
Conversão métrica adicionada pela Martin Engineering; as larguras de correia podem não corresponder aos
tamanhos métricos de correia em uso.

136
Suporte da Correia | Capítulo 10

25 mm 25 mm 25 mm 25 mm Figura 10.18
(1 in.) (1 in.) (1 in.) (1 in.)
As roldanas
normalmente podem
ser posicionadas de
forma que seus rolos
tenham uma distância
de 25 milímetros (1 in.)
entre si.

recebem manutenção ao se deitar a estrutura


em seu lado para permitir a lubrificação e
Figura 10.19
Se as roldanas
10
substituição dos rolos. se as roldanas tiverem estiverem muito próximo
um espaçamento muito estreito, não há espaço umas das outras, não
disponível para deitar o conjunto de roldanas haverá espaço para o
em seu lado a fim de permitir a realização da conjunto de roldanas
ser deitado em seu lado
manutenção (Figura 10.19). Para alcançar um para manutenção.
conjunto de roldanas, um ou mais conjuntos
adjacentes devem ser removidos, gerando uma
reação de “efeito dominó”.
Figura 10.20
Roldanas alinhadas
Roldanas Alinhadas solucionam os
As roldanas alinhadas, que deslizam em sua problemas de
manutenção de
posição, são uma solução para os problemas roldanas muito
de reparo de roldanas muito próximas. Essas próximas, permitindo
roldanas são montadas em uma viga de aço que que cada rolete seja
forma uma fileira, permitindo que cada rolete instalado ou removido
com um movimento de
seja instalado ou removido com um movimento deslize.
de deslize perpendicular ao caminho do
transportador (Figura 10.17 e Figura
10.20). As roldanas usadas em configurações
alinhadas podem ser roletes de aço ou roletes
de impacto com anéis de borracha. Com
as roldanas alinhadas, cada rolete, ou cada
conjunto, pode ser reparado sem deitar a
estrutura em seu lado ou levantar a correia.

O alinhamento sobre o qual as roldanas


(e/ou outros componentes de suporte de
correia) deslizam fornece um suplemento
para a estrutura do transportador. Esse
alinhamento pode ser incorporado ao
desenho do transportador como parte da
estrutura (Figura 10.21). Incorporar um
sistema de deslize durante a fase de projeto do
transportador permite o uso de unidades de
combinação, cabines, roldanas ou estruturas de
suporte modulares e simplifica a instalação de
componentes. Isso é particularmente benéfico
em correias largas, onde componentes largos
podem, por outro lado, precisar de guinchos ou
outro equipamento pesado para instalação.

137
Seção 2 | Carregando a Correia

Dicas para a Instalação de Os padrões de roldanas apresentam


Roldanas tolerâncias para diâmetro de rolo, circularidade,
Ao instalar roldanas em um ponto de altura do rolo central e ângulo convexo. Mesmo
transferência, elas devem estar paralelas uma ligeira diferença nas dimensões de uma
aos reforçadores e alinhadas horizontal e roldana – a diferença de um fabricante para
verticalmente ao longo do transportador. outro – podem gerar oscilação na linha da
Variações causarão pontos de travamento, correia, impossibilitando uma vedação eficaz.
capturando o material que causará vazamento e As roldanas devem ser alinhadas com cuidado
dano à correia. A investigação a laser pode ser e equilibradas para que não produzam quedas
usada para garantir o alinhamento de todos os ou valas na correia. As roldanas devem ser
componentes de rolagem. (Consultar Capítulo verificadas quanto à concentricidade; quanto
16: Alinhamento das Correias.) mais desalinhadas estiverem, maior será a
10 tendência de balanço ou desequilíbrio da
correia. Apenas roldanas fornecidas pelo mesmo
Figura 10.21 Suporte de Deslize da Correia
fabricante e com o mesmo ângulo convexo,
(Aba) classe e diâmetro de rolo devem ser usadas na
O alinhamento sobre
o qual as roldanas área de transferência de um transportador.
deslizam pode ser
incorporado ao desenho
do transportador como
parte da estrutura. CABINES DE SUPORTE DE CORREIA
O conceito de “mesa plana” para boa
vedação é tão importante que muitos projetistas
agora usam cabines no lugar de roldanas sob
as zonas de carregamento do transportador
(Figura 10.22). Em vez de usar os “canos
Suporte de Deslize da “de rolagem de uma roldana, as cabines usam
Correia (Centro)
uma variedade de barras de baixa fricção para
suportar o perfil da correia.
Membro de Cruzamento do
Transp. (Viga-I)
Nessa discussão de sistemas de suporte de
correia, os termos cabine, mesa ou plataforma
Figura 10.22 devem ser considerados sinônimos.
Para fornecer uma
mesa plana que permita
Todas as cabines de suporte de correia
uma vedação eficaz, desempenham duas funções – controlar queda
muitos transportadores na correia, na zona de carregamento, para
usam cabines em vez cortar vazamento, e fornecer uma superfície
de roldanas, na zona
de carregamento do
plana sobre a qual a correia possa passar.
transportador. Além disso, as cabines de impacto reduzem
o dano à correia pela absorção das forças, a
partir do ajuste do material sobre a correia.
Outros benefícios do uso de cabines sob os
pontos de transferência incluem uma redução
Figura 10.23
nas partes em movimento e a eliminação da
lubrificação necessária. O desenho modular
O suporte de borda de
“trilho lateral” coloca
de um sistema de cabine típico permite que o
uma ou mais barras de suporte da correia seja estendido conforme as
baixa fricção nos dois circunstâncias exijam.
lados do transportador
diretamente sob a
vedação da calha-guia. Cabines de Vedação de Bordas
Os sistemas de suporte por vedação de
bordas são elaborados para fornecer um
suporte contínuo da correia e para manter o
perfil plano da correia nas bordas.

138
Suporte da Correia | Capítulo 10

Uma forma de suporte por vedação de a correia, em aplicações subterrâneas. Outras


bordas é a configuração de “trilho lateral”. exigências regionais ou da fábrica podem
Esse sistema coloca uma ou mais barras de determinar os materiais a serem usados.
baixa fricção nos dois lados do transportador
diretamente sob a vedação da calha-guia As barras de baixa fricção devem ser
(Figura 10.23). As barras servem para suportadas em uma estrutura ajustável, para
suportar as laterais da correia, permitindo uma permitir fácil instalação, alinhamento e
vedação eficaz da borda da correia. manutenção. Essa estrutura deve acomodar
várias combinações de roldanas e larguras
Cada instalação de cabine de vedação da parede de chute e considerar ajuste para
de bordas pode ter uma ou mais cabines, desgaste.
dependendo do comprimento do ponto de
transferência, da velocidade da correia e de As barras devem ser mantidas em posição
de suporte sem o risco de o hardware de
10
outras características do transportador. O topo
dessas barras deve ser instalado alinhado com o montagem ou os fixadores entrarem em contato
topo das roldanas de entrada e saída, para evitar com a correia. Por exemplo, os fixadores que
a geração de pontos de travamento (Figura mantêm as barras no lugar devem ser instalados
10.24). Quando são usadas várias cabines paralelamente, em vez de perpendiculares à
de vedação de bordas, as roldanas devem ser correia (Figura 10.27).
colocadas entre as cabines.
Figura 10.24
Em correias mais rápidas, mais largas e Para evitar a geração de
com carga mais pesada, as cabines de vedação pontos de travamento,
de bordas podem precisar de mais de uma o topo das barras de
barra em cada lado para suportar a borda da suporte da correia
devem ser instalados
correia. Em correias mais largas, muitas vezes é alinhados com o topo
necessário adicionar um rolo de suporte central das roldanas de entrada
ou outras barra de baixa fricção sob o meio da e saída.
correia (Figura 10.25).

As barras de deslize para suporte de bordas


podem ser fabricadas a partir de plásticos de
baixa fricção, como o polietileno de Ultra-Alto
Peso Molecular (UHMW). Esses materiais Figura 10.25
fornecem uma superfície autolubrificante Em correias mais largas,
de baixa perda que reduz o acúmulo de pode ser necessário
adicionar mais rolos de
calor e evita desgaste na correia ou na barra. suporte ou barras de
Um desenho adequado apresenta barras baixa fricção no centro
formadas em configuração de “caixa” ou “H”, da cabine de suporte.
considerando o uso das superfícies superior e
inferior (Figura 10.26).

A velocidades de transporte acima de 3,8


metros por segundo (750 ft/min), o calor Figura 10.26
gerado pela fricção da correia pode reduzir Uma cabine adequada
o desempenho das barras de plástico. apresenta barras
formadas em “caixa” ou
Consequentemente, o uso de barras de suporte “H”, permitindo o uso
de aço inoxidável é considerado aceitável nessas das superfícies superior
aplicações. As barras de aço inoxidável também e inferior.
devem ser incorporadas em aplicações com
temperatura de serviço acima de 82°C (180°F).

As regulações de segurança podem limitar a


escolha dos materiais usados nos sistemas de
suporte de barras. A maioria dos países possui
regulações exigindo materiais antiestáticos e/
ou resistentes a fogo, usados em contato com

139
Seção 2 | Carregando a Correia

A cabine de suporte de bordas pode ser de gastos com a limpeza do vazamento da


adicionada para incrementar a fricção da correia transferência, danos nos pontos de travamento
e as exigências de energia do transportador. No e ociosidade não prevista, necessários para a
entanto, esse aumento marginal em consumo de manutenção da roldana ou para a substituição
energia é mais que estabelecido pela eliminação da correia.

Figura 10.27 Cabines de Impacto


As barras devem ser Nada pode danificar o correame de um
mantidas na posição
de suporte, sem o transportador e os componentes do ponto de
risco de o hardware transferência e gerar vazamento de material tão
de montagem e os rápida e drasticamente como o impacto na zona
fixadores entrarem em
10 contato com a correia.
de carregamento a partir de objetos pesados
ou cascalhos com pontas afiadas (Figura
10.28). Independentemente de vir de quedas
grandes de material ou de cascalhos grandes
– ou pedregulhos ou metal de raspagem –,
esses impactos danificarão componentes como
Figura 10.28
roldanas ou faixas de vedação. O impacto
O impacto na zona também pode gerar um efeito de “tremor” na
de carregamento
a partir de quedas correia, desestabilizando sua linha de trajeto e
demoradas de material aumentado o vazamento de material. Impactos
ou cascalhos grandes pesados ou constantes também podem danificar
pode danificar os
a cobertura da correia e enfraquecer sua
componentes e gerar
vazamento. carcaça. Consequentemente, os engenheiros
do sistema têm várias iniciativas para reduzir os
níveis de impacto nas zonas de carregamento,
inclusive a inclusão de chutes projetados,
caixas de rochas ou desenhos que carregam os
materiais finos antes dos cascalhos.

No entanto, em muitos casos, não é possível


Figura 10.29
eliminar totalmente o impacto, tornando-
As cabines de impacto se, então, necessário instalar algum tipo de
são instaladas
diretamente sob a zona sistema de absorção de energia sob as zonas
de queda de material de carregamento. Se alguém deitasse a correia
para comportar o em um piso de concreto e, golpeasse com um
impacto do choque do machado ou marreta, a correia seria danificada.
material que atingem a
correia. No entanto, se alguém colocasse camadas de
espuma entre a correia e o piso, a correia seria
de certa forma protegida. Dessa forma, um
sistema de suporte de correia contra impacto
protege a correia sob condições graves de
impacto no carregamento.

As cabines de impacto são instaladas


Figura 10.30 diretamente sob a zona de queda do material
As cabines de impacto para comportar o impacto do choque do material
são compostas por uma que acerta a correia conforme ela é carregada
estrutura de aço que (Figura 10.29). Essas cabines normalmente
suporta um conjunto
de barras de absorção
são compostas por uma série de barras
de impacto. As barras individuais de absorção de impacto, encaixadas
combinam uma em uma estrutura de suporte de aço. As barras
superfície plana com são compostas por materiais elastoméricos
uma ou mais camadas
secundárias tipo
duráveis, que combinam uma superfície plana –
esponja para absorver a permitindo que a correia deslize sobre ela para
energia do impacto.

140
Suporte da Correia | Capítulo 10

minimizar a fricção – com uma ou mais camadas impacto pode ser montada em uma estrutura de
secundárias tipo-esponja, para absorver a energia absorção de choque, como molas ou almofadas
do impacto (Figura 10.30). de ar. Embora isso efetivamente reduza a
danificação de toda a zona de carregamento
Alguns fabricantes alinham um grupo de e, portanto, absorva a força de impacto, isso
barras longas – geralmente 1,2 metros (4 ft) também apresenta uma desvantagem de
de comprimento – em uma cabine, com as permitir um desvio vertical da correia na área
barras operando paralelamente na direção do de transferência, dificultando a vedação da zona
trajeto da correia. Outros fabricantes usam de carregamento.
segmentos modulares mais curtos, que alinham
para formar uma plataforma perpendicular ao Padrão para Cabines de Impacto
trajeto da correia. Essas plataformas geralmente
são de 300 milímetros (12 in.) de largura. O O padrão CEMA STANDARD 575-2000
fornece um sistema de classificação de fácil
10
número de cabines e plataformas necessárias
é determinado pelo comprimento da zona uso para cabines de impacto em aplicações de
de impacto. O número de barras necessárias manuseio de materiais a granel. Esse sistema
em uma determinada cabine ou plataforma oferece a fabricantes e usuários um sistema
é determinado pela largura da correia comum de classificação para reduzir a chance
transportadora. de má aplicação.

Alguns sistemas apresentam uma superfície O sistema de classificação de cabines


plana e uma camada inferior almofadada é baseado na energia de impacto gerada
permanentemente anexada; outros apresentam pelo material a granel para estabelecer uma
componentes separados que são colocados classificação de demanda para a dada aplicação.
junto na aplicação. As cabines de impacto
estão disponíveis em um modelo alinhado, Figura 10.31
que simplifica a substituição de barras, quando As cabines de impacto
necessário (Figura 10.31). estão disponíveis em
um modelo alinhado,
O limite para a quantidade de impacto que simplifica a
substituição de barras
que pode ser absorvido pela correia, em
quando necessário.
combinação com uma cabine de impacto,
é baseado na capacidade da correia de
resistir à energia de demolição. Para zonas
de carregamento com os níveis mais altos
de impactos, toda a instalação da cabine de

Fl = W + 2 · k · W · hd Equação 10.1
Cálculo da força de
Dados: Um cascalho de material com um peso (força) de 475 newtons (100 lbf) tem uma queda de 4 metros impacto de um cascalho
(13 ft) sobre uma cabine de impacto, com uma constante geral da mola de 1.000.000 newtons por metro de material (CEMA
(70.000 lbf / ft). Encontrar: A força de impacto gerada pelo cascalho de material. STANDARD
575-2000).
Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais
Fl Força de Impacto newtons libra-força
Constante da Mola
k do Sistema que está 1.000.000 N/m 70.000 lb f /ft
Absorvendo o Impacto
Peso (Força) do Maior
W Cascalho de Material
475 N 100 lb f

hd Altura da Queda 4m 13 ft

Métrico: F l = 475 + 2 · 1000000 · 475 · 4 = 62119


Imperial: F l = 100 + 2 · 70000 · 100 · 13 = 13591

Força de Impacto
Fl 62119 N 13591 lb f

141
Seção 2 | Carregando a Correia

A exigência de força de impacto é determinada força de impacto e, portanto, deve determinar a


para cada aplicação pelo cálculo do pior caso classificação de impacto especificada para uma
de impacto. Para uma determinada aplicação, determinada aplicação. Uma análise completa
deve ser calculado o impacto do maior cascalho envolveria a aplicação da força absorvida pelo
(Equação 10.1) (Figura 10.32) e de um cascalho com a força absorvida por um fluxo,
fluxo homogêneo contínuo (Equação 10.2) com uma referência cruzada do valor da força.
(Figura 10.33). A maioria das aplicações
utiliza a maior destas duas forças. As dimensões da construção da cabine são
baseadas no sistema de classificação de roldanas
Os números de referência para força de estabelecido pela CEMA. Elas incluem as
impacto são então utilizados para selecionar classificações B, C, D, E ou F, seguidas pelo
uma das três classificações de uma tabela diâmetro nominal da roldana medido em
10 (Tabela 10.3). polegadas (p. ex., 5, 6 ou 7).

As equações usadas pela CEMA geralmente Cabines com Barras e Roletes


são aceitas como aproximações razoáveis de
forças de impacto. O CEMA STANDARD É disponibilizada uma série de “cabines
observa que o impacto de um cascalho de de combinação”, que usam barras para uma
tamanho máximo quase sempre denota a maior vedação contínua na borda da correia, mas

Figura 10.32 Centro de


(esq.) Gravidade

Cálculo de impacto do
maior cascalho.

Figura 10.33 (dir.)


Cálculo de impacto de
um fluxo homogêneo
contínuo.

Equação 10.2 Fs = k · Q · hd
Cálculo da Força de
Impacto de um Fluxo de Dados: Um fluxo de material tem uma queda de 4 metros (13 ft) sobre uma cabine de impacto a uma taxa
Material (CEMA de 2.100 toneladas por hora (2.300 st/h). Encontrar: A força de impacto gerada pelo fluxo de material.
STANDARD 575-2000).
Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais
Fs Força de Impacto newtons libra-força
Q Fluxo de Material 2.100 t/h 2.300 st/h
hd Altura da Queda 4m 13 ft

k Fator de Conversão 1, 234 0.1389


Métrico: F s = 1,234 · 2100 · 4 = 5183
Imperial: F s = 0.1389 · 2300 · 13 = 1152
Fs Força de Impacto 5183 N 1152 lb f

Tabela 10.3 Sistema de Classificação de Cabine de Impacto CEMA STANDARD


575-2000
Código Classificação Força de Impacto (N) Força de Impacto (lbf)
L Demanda Leve <37.800 <8500
M Demanda Média 37.800-53.400 8.500-12.000
H Demanda Pesada 53.400-75.600 12.000-17.000

142
Suporte da Correia | Capítulo 10

também incorpora roletes sob o centro da colocadas ligeiramente – 12 a 25 milímetros


correia (Figura 10.34). Esses modelos (0.5 a 1 in.) – abaixo da linha normal, sem carga
híbridos são populares como uma forma de da correia (Figura 10.36). Isso permite que a
combinar o baixo consumo de energia dos correia absorva um pouco da força de impacto,
roletes com a superfície plana de vedação quando a carga de material desviá-la sobre a
de impacto ou de barras de deslize. Com cabine, enquanto evita a fricção contínua e o
um modelo híbrido, a fricção em operação desgaste sobre as barras. As barras aletadas
é mantida baixa pelo suporte do centro da – as barras nas laterais da cabine – devem
correia com os roletes convencionais. Isso ser instaladas em linha com as roldanas de
reduz o consumo de energia do transportador. entrada, saída e intermediária, para evitar queda
A borda da correia é continuamente suportada, na correia e pontos de travamento (Figura
eliminando as quedas da correia entre as 10.37). É importante que a barra diretamente
roldanas. Isso reduz o vazamento ao mínimo. 10
Como os roletes centrais operam em um Figura 10.34
ambiente virtualmente sem pó, a vida útil As “cabines de
da vedação e dos rolamentos das roldanas é combinação” usam
barras para uma
estendida, reduzindo, portanto, os custos de vedação contínua na
manutenção a longo prazo. Esses desenhos são borda da correia e nos
mais comumente vistos em transportadores de roletes embaixo do
alta velocidade, operando acima de 3,8 metros centro da correia.
por segundo (ft/min), ou aplicações onde haja
uma carga de material pesado que gera altos
níveis de fricção no centro do transportador.

Outra possibilidade é o uso de cabines Figura 10.35


incorporadas com barras de impacto no centro, Os sistemas de
com roldanas curtas de coleta com espaços combinação, que
pequenos entre as abas. Aqui, o objetivo do incorporam cabines de
absorção de impacto e
desenho é fornecer uma atenuação de impacto cabines de suporte de
superior no centro da correia, enquanto reduz a vedação, podem ser
fricção nas bordas dela. instalados para fornecer
uma linha de correia
estável.

INSTALAÇÃO DA CABINE

Sistemas de Cabines Múltiplas


Muitas vezes, é apropriado instalar sistemas Figura 10.36
de combinação, incorporando cabines de As cabines de impacto
absorção de impacto e cabines de suporte de normalmente são
instaladas de forma que
vedação (Figura 10.35). Devem ser instaladas as barras no centro da
quantas cabines de impacto forem necessárias cabine sejam colocadas
para suportar a correia no fim da zona de 12 a 25 milímetros (0,5
impacto. As cabines de suporte de vedação a 1 in.) abaixo da linha
normal sem carga da
lateral completam então, o sistema, sobre a correia.
distância necessária para estabilizar a carga da
área de transferência.
Figura 10.37
Esses sistemas fornecem uma forma eficiente
As barras aletadas
de combinar um suporte de correia ideal com de uma cabine de
um custo-benefício máximo em construção do impacto devem ser
sistema e em consumo de energia. instaladas nas roldanas
de entrada, saída e
intermediária para evitar
Alinhamento da Cabine queda na correia e
A cabine de impacto normalmente é instalada pontos de travamento.

de forma que as barras em seu cento sejam

143
Seção 2 | Carregando a Correia

Figura 10.38 sob o chute de aço ou a parede da calha-guia


seja precisamente alinhada com as roldanas
Uma cabine de
impacto bem projetada aletadas.
simplificará a instalação
com o uso de suportes As cabines podem ser fixadas ou soldadas
aletados ajustáveis, que aos reforçadores; também pode ser melhor
permitem a colocação fixá-las aos sistemas no local, uma vez que
da cabine embaixo da
correia, antes que as isso permitiria uma manutenção mais eficaz.
laterais sejam elevadas Algumas cabines de impacto estão disponíveis
ao ângulo convexo em um modelo alinhado, que simplifica a
apropriado. Obs.: a instalação da cabine ou a substituição das
faixa de ajuste para um
ângulo convexo de 35° barras, quando necessário.
10 é de ± 2,5°.
Detalhe de Ajuste 32,5° A instalação de cabines de impacto é
simplificada através do uso de suportes aletados
ajustáveis, que permitem a colocação da cabine
embaixo da correia e uma forma plana; depois
as laterais são elevadas ao ângulo convexo
apropriado (Figura 10.38). É importante
que a cabine seja elaborada para permitir um
meio simples de ajuste de ângulo e altura das
barras. Isso possibilitará o funcionamento da
cabine com roldanas de fabricantes variados e
permitirá compensação por desgaste.

Roldanas entre Cabines


Quando são instaladas duas ou mais
Detalhe de Ajuste 35° cabines, é recomendado o uso de roldanas
intermediárias – ou seja, roldanas colocadas
entre as cabines adjacentes (Figura 10.39).
Instalar um conjunto de roldanas colocado
entre duas cabines (ou colocar cada cabine
entre duas roldanas) reduzirá a locomoção da
correia transportadora sobre as barras. Isso
reduz o consumo de energia do transportador.
Além disso, o acúmulo de calor nas barras
será reduzido, dando às barras e à correia uma
previsão de vida útil mais longa.

As roldanas devem ser especificadas antes e


após cada 1.200 milímetros (4 ft) da cabine; o
Detalhe de Ajuste 37,5° número de conjuntos de roldanas necessário
para um determinado ponto de transferência é
o mesmo que o número de cabines necessárias
Figura 10.39
mais um. Para garantir a uniformidade de uma
linha de correia estável, todas essas roldanas
Quando são instaladas
duas ou mais cabines, é
devem ser do mesmo fabricante, com roletes do
recomendado o uso de mesmo tamanho. Devem ser usadas roldanas
roldanas intermediárias de impacto entre as cabines, embaixo da zona
– roldanas colocadas de carregamento; podem ser usadas roldanas
entre as cabines
adjacentes. convencionais fora da área de impacto. Devem
ser usadas roldanas alinhadas entre as cabines,
considerando facilidade de manutenção.

Em algumas áreas de impacto, pode ser


aceitável um espaço de 2,4 metros (8 ft) entre

144
Suporte da Correia | Capítulo 10

as roldanas intermediárias. essas aplicações descentralizado, devem ser considerados na


devem incluir zonas de carregamento longas, projeção de um sistema de transporte (Figura
onde seja difícil prever a localização do impacto 10.42). Como a roldana catenária gira, a correia
e onde os roletes possam ser danificados se move de um lado ao outro. Isso permite o
pelo carregamento do ponto de impacto. Elas escape de material fugitivo fora das laterais da
também incluiriam pontos de transferência zona de carregamento e gera desregulagem
embaixo dos funis de minas, em trituração de
papel, onde peças são jogadas sobre as correias,
Figura 10.40
ou em indústrias de reciclagem, onde se veem
As roldanas catenárias
objetos pesados, desde baterias de carro até são conjuntos de roletes
motores de caminhões, lançados sobre os – geralmente, três ou
transportadores. cinco – ligados em
um cabo, corrente ou
outra conexão flexível e
10
suspensos a partir da
MÉTODOS ALTERNATIVOS DE estrutura de transporte
SUPORTE DE CORREIA abaixo da correia.

Este livro discute diversos métodos


de sistemas alternativos de transporte.
(Consultar Capítulo 33: Considerações sobre
Transportadores Especializados.) Além disso,
há outros métodos de correames convencionais Figura 10.41
de suporte em estruturas de transporte
A instalação típica de
relativamente convencionais. roldanas catenárias
inclui transportadores
Roldanas Catenárias sob a descarga de
escavadores “roda de
As roldanas catenárias são conjuntos de barril” e sob as zonas
roletes – geralmente, três ou cinco – ligados em de carregamento de
transportadores de
um cabo, corrente ou outra conexão flexível operação terrestre
e suspensos a partir de uma estrutura de carregando material de
transporte abaixo da correia (Figura 10.40). mineração.
Esses conjuntos de roldanas giram livremente
sob as forças do material em transporte,
agindo para absorver impacto e centralizar
a carga. Sua montagem flexível permite que Figura 10.42
as roldanas sejam locomovidas ou reparadas Sua suspensão permite
rapidamente e proporciona uma quantidade de que as roldanas
autocentralização. catenárias balancem e
girem sem o impacto do
carregamento, alterando
As roldanas catenárias geralmente são vistas
o trajeto da correia e
em aplicações de demanda muito pesada, dificultando a vedação.
como os transportadores que presenciam
altos níveis de impacto e volumes grandes
de material. As instalações típicas incluiriam
transportadores sob a descarga de escavadores
“roda de barril” e sob as zonas de carregamento
de transportadores grandes, para operações Figura 10.43
terrestres, transportando material de mineração
Como a roldana
(Figura 10.41). As roldanas catenárias catenária gira, a correia
também são comumente usadas em indústrias se move de um lado
de tratamento de metal. ao outro, permitindo
o escape de material
No entanto, o “balanço” das roldanas fugitivo das laterais da
zona de carregamento e
catenárias e as alterações que sua locomoção gerando desregulagem.
pode adicionar ao trajeto da correia,
particularmente quando o material está

145
Seção 2 | Carregando a Correia

que expõe as bordas da correia a danos a partir necessário – algumas roldanas são fabricadas
da estrutura de transporte (Figura 10.43). com o selo “lubrificadas para longa
Consequentemente, a distância maior da duração”; nesse caso, não seria necessário
borda deve ser deixada fora da calha-guia para D. Inspeção de cabines de suporte de correia.
considerar a vedação.
E. Ajuste de cabines para compensação de
desgaste.
Transportadores Supridos a Ar
F. Realinhamento e/ou substituição de barras
Outro conceito de estabilização do trajeto com desgaste ou mau uso.
da correia é o transportador suprido a ar.
G. Remoção de acúmulos de material de
Esses transportadores substituem cabines e
roletes, estruturas, cabines e barras de
roldanas de carregamento com um plenum de
suporte, conforme necessário.
10 formato convexo abaixo da correia. A correia é
suportada por uma camada de ar que é liberada É importante consultar as instruções do
do plenum (Figura 10.44). (Consultar fabricante quanto à manutenção necessária para
Capítulo 23: Transportadores Sustentados por qualquer componente específico.
Ar.)
As roldanas não devem ter excesso de
lubrificação. Isso pode danificar a vedação dos
rolamentos, permitindo que materiais fugitivos
MANUTENÇÃO DO SISTEMA entrem no rolamento, aumentando a fricção à
Uma solução para proporcionar a medida que diminui a vida útil. O excesso de
estabilidade e o alinhamento próprios de um óleo e graxa pode vazar sobre a correia e ele
transportador é a manutenção dos sistemas de pode se fixar à cobertura, reduzindo sua vida
suporte de correia. A manutenção adequada útil. O excesso de graxa também pode escapar
desses componentes evitará que a correia em trilhos, passarelas ou pisos, deixando-os
desenvolva ações dinâmicas imprevistas que escorregadios e perigosos. Roldanas equipadas
destruiriam a capacidade do sistema de suporte com rolamentos com o selo “lubrificado para
de correia de controlar os materiais fugitivos. longa duração” não devem ser lubrificadas.

Os procedimentos de manutenção Pode ser melhor selecionar os componentes


necessários para um sistema de suporte de do sistema de suporte de correia pensando na
correia do transportador variará pela construção facilidade de manutenção. Caso contrário, o
e pelos componentes de um sistema particular, tempo requerido para realizar manutenção e/ou
mas devem incluir o seguinte: a dificuldade em executar essas tarefas reduzirá
a probabilidade de realização dessa manutenção
A. Inspeção dos componentes de rolagem, essencial.
inclusive polias e “canos” de roldanas
(roletes), quanto a desgaste e a operação
adequada. ESPECIFICAÇÕES TÍPICAS
B. Substituição de roletes desgastados, Uma linha de correia perfeitamente plana e
danificados ou rompidos. reta é essencial para uma vedação bem-sucedida
C. Lubrificação de rolamentos em de um ponto de transferência. A queda da
componentes de rolagem, conforme correia deve ser minimizada a não mais que 3
milímetros (0,125 in. ou 1/8 in.) através da zona
de carregamento. As especificações incluem:
Figura 10.44 Fenda de ar
Transportadores A. Cabines de impacto na área de carga.
supridos a ar
estabilizam a linha da Para absorver o choque do impacto de
correia suportando Convexo carregamento e estabilizar a linha da correia,
a correia com uma devem ser usadas cabines de impacto total
camada de ar
proveniente de uma sob a correia na área de carga direta. A
plataforma convexa. seção de cabines de impacto não deve ser
maior que 1,2 metros (4 ft.), com uma
roldana instalada, no mínimo, a cada 1,2
metros.

146
Suporte da Correia | Capítulo 10

B. Instalação de cabines na área de carga. baixa fricção e roletes de suporte central.


As cabines devem ser elaboradas para
E. Alinhadas com roldanas.
atender o perfil da correia convexa e devem
ser instaladas de forma que as barras As cabines devem ser elaboradas em
no centro da cabine estejam de 12 a 25 alinhamento com as roldanas de entrada
milímetros (0.5 a 1 in.) abaixo do trajeto e saída, bem como com qualquer roldana
normal, sem carga da correia. intermediária.
F. Métodos de ajuste.
C. Cabines alinhadas.
As barras devem ser instaladas em uma O desenho deve incluir um método de
cabine elaborada para fácil instalação e ajuste vertical e radial da barra para a
reparo, sem precisar da elevação da correia correia.
ou da remoção das roldanas adjacentes Em todos os casos, o equipamento
10
ou da própria cabine. A cabine deve ser selecionado deve não apenas fornecer um
construída em três seções alinhadas para suporte de correia adequado, mas também
facilidade de acesso e manutenção. deve ser capaz de manter a correia em contato
constante com o sistema de transferência, para
D. Barras de suporte de bordas e roletes de garantir uma vedação eficaz.
suporte de centro
Na área de estabilização de transferência,
diretamente após o ponto de carregamento,
devem ser usadas cabines de suporte de
vedação com barras de suporte de bordas de

QUESTÕES DE SEG URANÇA

Os operários devem ser estando, então, sujeitas a acúmulos de


alertados sobre os seguintes água, neve ou gelo, gerando outros riscos
riscos específicos à zona de carregamento e de deslizamento e queda.
devem ser treinados para realizar inspeções,
limpeza e manutenção de modo seguro: E. Área de Armazenamento.
A área aberta em torno do fim do
A. Pontos de Pressão. transportador e a zona de carregamento
Uma correia em movimento gera pontos muitas vezes se tornam uma área de
de pressão entre os componentes armazenamento para equipamentos
estacionários e de rotação da zona de desperdiçados e substituídos. Essa prática
carregamento. gera riscos de deslizamento e queda nas
zonas de carregamento.
B. Componentes Pesados.
Muitos dos componentes da zona de F. Equipamentos Auxiliares.
carregamento e de suporte de correia são Os equipamentos auxiliares normalmente
pesados, gerando riscos de levantamento. são automatizados e podem ser iniciados
sem alerta, gerando potencialmente
C. Espaços Estreitos. situações de risco
As zonas de carregamento muitas vezes
são espaços estreitos com acesso limitado, Os procedimentos de restrição/listagem/
áreas que às vezes são consideradas bloqueio/teste estabelecidos devem ser
espaços confinados. seguidos antes do ajuste ou manutenção de
qualquer sistema de suporte de correia. É
D. Água, Neve ou Gelo. importante garantir que a área esteja sem
As zonas de carregamento, muitas obstruções e seguir os requisitos de entrada
vezes, estão em locais expostos ao clima, em espaços confinados.

147
Seção 2 | Carregando a Correia

zona de carregamento (Tm) [newtons (lbf)]


TÓPICOS AVANÇADOS
(Equação 10.3). Para controlar os materiais
Espaçamento de Roldanas e Queda fugitivos, é recomendado que o projetista
de Correia controle a tensão da correia e o espaçamento
das roldanas na zona de carregamento, para
No Belt Conveyors for Bulk Materials, Sexta
manter a queda de correia a não menos que
Edição, a CEMA recomenda que a queda da
3 milímetros (0,12 in.) e preferencialmente
correia transportadora entre as roldanas seja
a 0o. Mesmo com uma queda tão pequena,
limitada a 2% para roldanas de 35° e 3% para
se o suporte da correia não for contínuo, os
roldanas de 20° (Referência 10.2). O método
materiais fugitivos podem escapar e causar
da CEMA refere-se à limitação de queda fora
desgaste.
da zona de carregamento para evitar vazamento.
10 Na zona de carregamento, a queda deve
O exemplo (Equação 10.3) mostra
que, com espaçamento de roldanas de 600
ser muito menos, que a recomendação da
milímetros (24 in.), há 3,37 milímetros (0,135
CEMA para impedir vazamento, geração de
in.) de queda. Se o espaçamento entre roldanas
pó e desgaste da correia, do placa de desgaste
no exemplo for reduzido a 178 milímetros (7
e da vedação de transferência. Por exemplo
in.), a queda da correia cai para 1,0 milímetros
(Equação 10.3), usar o método da CEMA
(0,039 in.).
resulta em queda máxima recomendada
entre roldanas de 12,5 milímetros (0,5 in.) para Se um sistema de suporte de correia,
roldanas de 35° e 19 milímetros (0,75 in.) para como uma seção de transportador suprido
roldanas de 20°. Isso é um limite claramente a ar ou uma cabine de impacto, for usado,
inaceitável para controle de materiais fugitivos o espaçamento entre correias (Si) pode ser
na zona de carregamento. assumido como 0,0; o cálculo, então, denota
uma queda de correia de 0,0, pois não
A queda (∆Ys) é proporcional ao peso
deve haver queda quando a correia for uma
(força) da correia e do material a granel (Wb
superfície plana e contínua.
+ Wm) [newtons (lbf)] e do espaçamento de
roldanas (Si) [milímetros (in.)] e é inversamente
proporcional à tensão mínima da correia na Cabines e Requisitos de Energia
Os sistemas de suporte de correias possuem

Equação 10.3 (Wb + Wm) · Si · k


Cálculo de queda da ∆YS =
correia Tm
Dados: Uma correia que pesa 550 newtons por metro (38 lbf/ft) está carregando 3.000 newtons por metro
(205 lbf / ft) de material. As roldanas têm espaço de 600 milímetros (2 ft), e a tensão na área é de 24.000
newtons (5.400 lbf). Encontrar: A queda da correia.
Variáveis Unidades
Unidades Métricas
imperiais
∆Y S Queda da Correia milímetros polegadas

Wb Peso (Força) da Correia por Compr. da Correia 550 N/m 38 lb f /ft


Wm Peso (Força) do Material por Compr. da Correia 3.000 N/m 205 lb f /ft
Si Espaçamento entre Roldanas 600 mm 2 ft
Tm Tensão da Correia 24.000 N 5400 lb f
k Fator de Conversão 0,038 1,5
(550 + 3000) · 600 ·
Métrico: ∆YS = 0,038 = 3,37
24000
(38 + 205) · 2 · 1.5
Imperial: ∆YS = = 0.135
5400
∆Y S Queda da Correia 3,37 mm 0,135 in.

148
Suporte da Correia | Capítulo 10

um efeito significativo sobre os requisitos As tensões derivadas da cabine de impacto e


de energia de um transportador. Alterações da cabine de suporte podem estar relacionadas
no suporte da correia terão um efeito aos requisitos de energia aplicados, adicionados
particularmente notável em sistemas com à condução em uma correia transportadora
fornecimento de energia fraco ou curto. É (Equação 10.6).
recomendado que os requisitos teóricos de
energia das alterações propostas nos sistemas
de suporte de correias sejam calculados para PAGUE AGORA OU PAGUE (MAIS)
garantir que haja energia de condução adequada DEPOIS
do transportador disponível para compensar a
Finalizando…
fricção adicional colocada no transportador.
Alterações aparentemente simples em um
O consumo extra de kilowatts (hp) pode sistema de transporte, como alteração das 10
ser calculado pela determinação da tensão especificações da correia ou adição de suporte
extra da correia, usando os métodos padrão de correia, podem resultar em mudanças
recomendados pela CEMA. O coeficiente drásticas na potência de condução necessária.
de fricção dos sistemas de suporte novos (ou
propostos), multiplicado pela carga colocada Na sexta edição do Belt Conveyors for Bulk
no suporte da correia, pelo peso da correia, Materials, a CEMA detalha uma fórmula
carga do material e pelo sistema de vedação, relativamente complexa para determinação dos
é igual à tensão. Não há necessidade de requisitos de energia e da tensão da correia
considerar a remoção das roldanas, a inclinação transportadora. Um software de engenharia
do transportador ou outros possíveis fatores, de transportadores atual oferece equações
uma vez que as estimativas fornecidas por esse semelhantes e, dadas as informações adequadas,
método produzirão, na maioria dos casos, realiza o cálculo
resultados mais altos que o consumo de energia
desenvolvido no uso atual. Em aplicações onde A instalação de sistemas de suporte de correia
haja um lubrificante, como água, presente melhorados pode aumentar os requisitos
com frequência, os requisitos de energia de energia de condução do transportador.
atuais podem ser metade ou menos ainda da No entanto, As verdadeiras implicações de
quantidade estimada através desses cálculos. sistemas de suporte de correia aprimorados
são vistas quando eles são comparados ao
A tensão aplicada por um sistema de suporte consumo de energia de um transportador onde
de vedação da calha-guia pode ser calculada os rolamentos das roldanas ou as próprias
(Equação 10.4), bem como a tensão aplicada roldanas se acumulam com o material, devido a
por uma cabine de impacto. (Equação 10.5). vazamento no ponto de transferência, induzido
pela queda da correia.

Equação 10.4
∆TS = (Wb · Lb · 0.1) + (Fss · 2 · Lb) Cálculo da tensão
aplicada à correia
Dados: Uma correia transportadora pesando 130 newtons por metro (9 lbf/t) é suportada sob a vedação
devido a suporte de
por 6 metros (20 ft). A vedação pressiona a correia com uma força de 45 newtons por metro (3 lbf/ft).
vedação.
Encontrar: A tensão aplicada à correia devido ao suporte de vedação.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais
Tensão Aplicada à Correia devido ao Suporte
∆T S newtons libra-força
de Vedação
Peso (Força) da Correia por Comprimento da
Wb 130 N/m 9 lb f /ft
Correia
F ss Carga de Vedação em Faixas de Borracha 45 N/m 3 lb f /ft
Lb Suporte da Correia em Comprimento 6m 20 ft
Métrico: ∆Ts = (130 · 6 · 0,1) + (45 · 2 · 6) = 618
Imperial: ∆Ts = (9 · 20 · 0.1) + (3 · 2 · 20) = 138
Tensão Aplicada à Correia devido ao Suporte
∆T S 618 N 138 lb f
de Vedação

149
Seção 2 | Carregando a Correia

Equação 10.5 ( Q · Lb · k )
Cálculo da tensão ∆TIB = (Wb · Lb) + (Fss · 2 · Lb) +
aplicada à correia V
devido à cabine de
Dados: Uma correia transportadora pesando 130 newtons por metro (9 lbf/ft) é suportada por uma cabine
Impacto.
de impacto por 1,5 metros (5 ft). A vedação pressiona a correia com uma força de 45 newtons por metro
(3 lbf/ft). A correia carrega 275 toneladas por hora (300 st/h) e percorre a 1,25 metros por segundo (250 ft/
min). Encontrar: A tensão aplicada à correia devido à cabine de impacto.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais
Tensão Aplicada à Correia devido à
∆T IB newtons libra-força
Cabine de Impacto
Peso (Força) da Correia por
Wb 130 N/m 9 lb f /ft
Comprimento da Correia
10 Lb Suporte da Correia em Comprimento 1,5 m 5 ft
Carga de Vedação em Faixas de
F ss 45 N/m 3 lb f /ft
Borracha
Q Fluxo do Material 275 t/h 300 st/h
V Velocidade da Correia 1,25 m/s 250 ft/min
k Fator de Conversão 2,725 33,33
( 275 · 1,5 · )
Métrico: ∆T IB = (130 · 1,5) + (45 · 2 · 1,5) 2,725 = 1230
+
1,25
( 300 · 5 · 33.33 )
Imperial: ∆T IB = (9 · 5) + (3 · 2 · 5) + = 275
250
Tensão Aplicada à Correia devido à
∆T IB 1230 N 275 lb f
Cabine de Impacto

Equação 10.6 P = (∆TS + ∆TIB) · V · µss · k


Cálculo do consumo
de energia aplicado à Dados: Uma correia percorrendo 1,25 metros por segundo (250 ft/min) é suportada por um sistema de
condução da correia suporte de vedação e de cabine de impacto que aplica 1230 newtons (275 lbf) e 618 newtons (138 lbf),
devido ao suporte de respectivamente. Os sistemas de suporte usam uma superfície de deslizamento de UHMW. Encontrar: O
Impacto e cedação. consumo de energia aplicado à condução, devido ao suporte de impacto e de vedação.

Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais


Consumo de Energia Aplicado à
P kilowatts cavalos de potência
Condução da Correia
Tensão Aplicada à Correia devido ao
∆TS Suporte de Vedação (Calculada na 618 N 138 lb f
Equação 10.4)
Tensão Aplicada à Correia devido
∆TIB à Cabine de Impacto (Calculada na 1.230 N 275 lb f
Equação 10.5)
V Velocidade da Correia 1,25 m/s 250 ft/min
Coeficiente de Fricção 0,5 – UHMW 0.5 – UHMW
µss 1,0 – Poliuretano 1.0 – Poliuretano
De acordo com o CEMA 575-2000 1,0 – Borracha 1.0 – Borracha
k Fator de Conversão 1/1.000 1/33.000
(618 + 1230) · 1,25 ·
Métrico: P = 0,5 = 1,15
1000
(138 + 275) · 250 · 0.5
Imperial: P = = 1.56
33000
Consumo de Energia Aplicado à
P 1,15 kW 1,56 hp
Condução da Correia

150
Suporte da Correia | Capítulo 10

Conforme demonstrado por R. Todd


REFERÊNCIAS
Swinderman, no trabalho, “The Conveyor
Drive Power Consumption of Belt Cleaners 10.1 Conveyor Equipment Manufacturers
(Referência 10.3), “o material fugitivo também Association (CEMA). (2005). “Conveyor
pode comprometer a operação de sistemas Installation Standards for Belt Convey-
de transporte, aumentando significativamente ors Handling Bulk Materials.” In Belt
o consumo de energia”. Por exemplo, Conveyors for Bulk Materials, Sixth Edi-
Swinderman calculou que um único conjunto tion, Appendix D, pp. 575–587. Naples,
de roldanas de impacto paralisadas requer Florida.
aproximadamente 1,2 kilowatts de energia
10.2 Conveyor Equipment Manufacturers
adicional (1,6 hp), enquanto um conjunto de
Association (CEMA). (2005). Belt Con-
roldanas de aço rompido pode demandar até
0,27 kilowatts (0,36 hp). Uma roldana com
veyors for Bulk Materials, Sixth Edition,
p. 133. Naples, Florida.
10
um acúmulo de material de 25 milímetros (1
in.) aplicaria 0,32 kilowatt de energia adicional 10.3 Swinderman, R. Todd, Martin Engineer-
(0,43 hp) aos requisitos de condução do ing. (May 1991). “The Conveyor Drive
transportador. Esses requisitos adicionais Power Consumption of Belt Cleaners,”
seriam multiplicados pelo número de roldanas Bulk Solids Handling, pp. 487–490.
afetadas. Clausthal-Zellerfeld, Germany: Trans
Tech Publications.
O uso de suporte de correia aprimorado e
técnicas de vedação trazem requisitos adicionais
aos sistemas de condução do transportador.
No entanto, esses custos e requisitos adicionais
parecerão menores quando comparados à
energia consumida pela operação de uma
roldana “paralisada” ou de várias roldanas
operando com acúmulo de material. Ao
implantar os sistemas adequados de suporte de
correia, uma usina pode evitar muitos outros
problemas financeiros que derivariam do
escape de material fugitivo.

Seria melhor projetar um sistema


que incorporasse o consumo de energia
ligeiramente elevado necessário para impedir
vazamento, em vez de sofrer com o consumo
de energia muito mais alto e as consequências
maiores que derivariam do material fugitivo. Os
custos de instalação e operação de sistemas de
suporte de correia adequados representam um
investimento em eficiência.

A Seguir…
Este capítulo sobre Suporte de Correia, o
quinto capítulo da seção Carregando a Correia,
discutiu a importância de sistemas adequados
de suporte de correia para manter uma linha
de correia estável para impedir material fugitivo
e pó. Os três capítulos seguintes continuam
essa seção e discutirão outras formas de evitar
vazamento, com foco na Calha-Guia, Placas de
Desgaste e Sistemas de Vedação de Bordas.

151
Seção 2 | Carregando a Correia

11 Figura 11.1
Calhas-guia são as
extensões horizontais
em cada lado do chute
de carga, utilizadas para
conter a carga na correia
até que assuma um perfil
estável sobre ela.

Capítulo 11

calhas-guia
Calha-Guia e sua Função.............................................................................. 153
Tamanho Adequado da Calha-Guia.................................................................. 154
A Calha-Guia como uma Zona de Acomodação.................................................. 158
Construção da Calha-Guia.. ........................................................................... 159
Questões de Segurança............................................................................... 162
Manutenção do Sistema.. ............................................................................. 162
Especificações Típicas................................................................................. 163
Tópicos Avançados...................................................................................... 163
Tirando uma Conclusão sobre Calha-Guia.. ....................................................... 168

152
Calhas-guia | Capítulo 11

Figura 11.2
Calhas-guia geralmente
saem do ponto de
transferência na direção
em que a correia corre
e são instaladas dos
dois lados da correia,
confinando e moldando
a carga até que esta
esteja pronta para a
etapa seguinte.

Neste Capítulo… aplicação de sistemas de calha-guia de ponto de


Neste capítulo, discutimos as calhas-guia e as transferência. 11
funções que servem para reduzir derrames e pó.
Nós fornecemos as equações para determinar
o comprimento e a largura adequados das Calha-guia E SUA FUNÇÃO
calhas-guia e damos exemplos para ambos.
Nós também incluímos informações sobre a A calha-guia e o forro de desgaste colocado
construção da calha-guia. em seu interior da calha-guia combinam com o
sistema de vedação de elastômero para formar
Elas são utilizados para conter a carga do uma vedação de múltiplas camadas (Figura
material colocado na correia, até que assuma 11.3). Não se pode e não se deve esperar que
um perfil estável (Figura 11.1). As calhas-guia as tiras de vedação de elastômero resistam a
— que podem ser referidas na indústria como pressões laterais de materiais significativas ou
placas de saia, saias de aço, ou às vezes apenas ao contato com pedaços de material maiores
como chute ou parede de chute são quase do que pequenas partículas. A calha-guia e o
sempre construídos em chapa de aço. Neste desgaste formam forro nas primeiras linhas de
livro, o termo calha-guia é usado para definir defesa e são destinadas a conter material fugitivo
o material de construção que se estende desde e evitar qualquer tipo de pressão da cabeça
o ponto de carga na direção do percurso do presente no sistema de colocação do material
material de ambos os lados da correia (Figura em contato com e, portanto, desgastando-o, o
11.2). Os termos “contorno de borracha”, sistema de vedação.
“selo de calha-guia,” “limpadores laterais”,
“vedação de pó”, “tiras de vedação”, “vedação” Além disso, a calha-guia e sua cobertura
e “vedação de borda” referem-se à tira de formam uma área de fixação, que é utilizada
elastômero instalada na calha-guia de metal para para o gerenciamento eficaz de pó (Figura
evitar a fuga de materiais finos. (Veja o Capítulo 11.4). Na área de fixação, a velocidade da
13: Sistemas de Vedação Laderal). corrente de ar que acompanha o fluxo de
movimentação de material é diminuída e
O principal objetivo da calha-guia é manter controlada, permitindo que partículas suspensas
a carga no transportador, impedindo que o no ar caiam de volta no corpo principal de
material seja derramado sobre a borda da material (Figura 11.5).
correia, enquanto a carga se assenta na correia
côncava e atinge a velocidade da correia. A Uma calha-guia dimensionada
calha-guia de cada ponto de transferência inadequadamente sempre leva a um baixo
deve ser projetada para combinar com as desempenho de transporte sob as formas
características do material a ser transferido, o Figura 11.3
transportador receptor, a altura de queda entre
A calha-guia combina
os transportadores, e a forma como o ponto de com forro de desgaste e
transferência é carregado e usado. sistema de vedação do
ponto de transferência
As melhores práticas de projeto de chute e para formar uma
calha-guia agora proporcionam um sistema de vedação eficaz com
múltiplas camadas.
manipulação de materiais muito mais limpo
e eficiente. Este capítulo discute o que se
tornou a melhor prática para a concepção e

153
Seção 2 | Carregando a Correia

Figura 11.4
A área de fixação é
geralmente uma porção
alargada da área de
calha-guia coberta, no
ponto de transferência.

de derramamento de material, partículas de Alimentadores de correia, tipicamente curtos


11 material fugitivo, pó excessivo e custos de no comprimento e carregados em quase toda a
operação muito mais elevados para o usuário largura da correia, normalmente possuem calha-
final. É de suma importância que a calha-guia guia ao longo de seu comprimento total.
seja projetada adequadamente em termos
de comprimento e altura, de modo que o O comprimento mínimo para a calha-guia
material possa ser contido e o material fugitivo deve ser baseado no movimento total do ar e
controlado. na velocidade da correia, utilizando as seguintes
orientações:

A. Medidas métricas.
DIMENSÕES ADEQUADAS Da
Se o fluxo de ar está abaixo de 0,5 metro
calha-guia
cúbico por segundo, o comprimento da
Comprimento da calha-guia calha-guia é de 0,6 metro para cada 0,5
metro por segundo de velocidade da correia.
O comprimento da calha-guia refere-se ao
Se o fluxo de ar for superior a 0,5 metro
comprimento adicional de parede de aço para
cúbico por segundo, o comprimento da
além da zona de impacto. A zona de impacto
calha-guia é de 0,9 metro para cada 0,5
é a área do chute de carga que se projeta para
metro por segundo de velocidade da correia.
baixo até a correia.
B. Medidas inglesas.
A calha-guia deve se estender na direção de Se o fluxo de ar for inferior a 1.000 pés
percurso da correia de transporte, além do cúbicos por minuto, o comprimento da
ponto onde a carga de material foi totalmente calha-guia é de 2 metros de calha-guia para
assentada no perfil que deve manter durante o cada 100 pés por minuto de velocidade da
restante do percurso sobre a correia. correia. Se o fluxo de ar for maior que 1000
Às vezes, a carga não chega a ficar pés cúbicos por minuto, o comprimento da
com¬pletamente estável, e, consequentemente, calha-guia é de 3 pés para cada 100 pés por
é necessário uma calha-guia por toda a extensão minuto de velocidade da correia (Equação
do transportador. Isso é mais comum com 11.2).
materiais muito finos, que se dispersam Para evitar derrames ou danos à correia, a
facilmente no ar, materiais que tendem a rolar calha-guia deve terminar acima de um rolete
ou transportadores com vários pontos de carga. livre e não entre roletes (Figura 11.6). Isso
por si só pode aumentar o comprimento total
Figura 11.5
da calha-guia.
Essa área de fixação
retarda o ar e permite
O que pode dar uma resposta mais
que o produto
transportado se reveladora sobre o comprimento da calha-guia
sedimente e um ar mais é a necessidade de enclausurar os sistemas
limpo escape. de supressão de pó e/ou sistemas de coleção
de pó, como discutido em outra parte deste
livro. (Veja o Capítulo 19: Supressão de Pó
e o Capítulo 20: Coleção de Pó.) As paredes
de um gabinete de controle de poeira podem

154
Calhas-guia | Capítulo 11

efetivamente servir de calha-guia, com o Um projetista de transportador deve sempre


comprimento necessário para o efetivo controle considerar o efeito da possível oscilação da
de pó, geralmente fornecendo mais do que é correia sobre a capacidade de efetivamente
necessário para a estabilização da carga. vedar entre o sistema estacionário de calha-guia
e a correia em movimento. Ao manter a maior
As penalidades por aumentar o comprimento distância possível de “correia livre”, o projetista
da calha-guia é o custo de manutenção adicional pode ajudar a eliminar uma grande quantidade
para forros e vedações mais compridos, um de problemas comuns de derramamento
aumento mínimo no custo do aço para as e dispersão de pó, muitas vezes associados
paredes e um ligeiro aumento das necessidades com a transferência de materiais a granel de
de energia do transportador. O consumo de um transportador para outro. Os benefícios
energia extra decorre da fricção adicional realizados por manter a distância correta de
criada pelo comprimento adicional da parede “correia livre” para permitir um sistema vedável 11
de aço e o da tira de vedação instalada. Isso de calha-guia serão reforçados ainda mais pela
é normalmente um aumento modesto, que incorporação do apoio adequado da correia
proporciona benefícios a longo prazo, que sob a calha-guia e pela instalação de um sistema
ultrapassa largamente o mínimo custo inicial. altamente eficaz de vedação de calha-guia. (Veja
(Para obter mais informações sobre o consumo o Capítulo 10: Apoio de Correia e o Capítulo
de energia para sistemas de vedação de borda, 13: Sistemas de Vedação Lateral).
consulte o Capítulo 13: Sistemas de Vedação
Lateral). Como o ato de formar uma calha com
uma correia resulta na diminuição deste, o
Há também momentos em que condições termo Largura Efetiva da Correia é usado para
como a inclinação da correia, a forma do representar a largura de uma correia côncava.
produto transportado ou a profundidade do Essa não é a largura de transporte (a distância
leito do material exigem que seja estendida entre a calha-guia), mas a medida da largura
substancialmente a área a ser contornada, para horizontal de uma correia transportadora
evitar o derramamento de material. côncava, que é medida através da largura
paralela ao rolo inferior (Figura 11.7).
Quando houver dúvida, é sempre melhor
ter a calha-guia um pouco mais longa do que Diversos padrões estão disponíveis para
o mínimo exigido pela equação mencionada. definir a distância entre as calhas-guia,
Um adicional de 25% de comprimento estabelecendo, assim, a distância da borda
de comprimento de área adicional para da “correia livre”. A Conveyor Equipment
assentamento é uma recomendação que irá Manufacturers Association (CEMA) e o
melhorar o controle do pó, com apenas um Deutsches Institut für Normung (DIN 22101)
aumento mínimo de requisitos de energia e têm ambos as fórmulas estabelecidas, que
custo do aço. podem ser consultadas.
Quando o transportador incorpora múltiplas A melhor prática indica que, para garantir
zonas de carga, o cálculo deve usar o fluxo que uma borda de “correia livre” aplique
de ar total de todos os pontos de carga para adequadamente vedações de borda e permitam
estabelecer as dimensões mínimas da área de uma tolerância de desalinhamento de correia,
fixação, após o último ponto de carga. as calhas-guia devem estar localizadas a uma
distância mínima de 115 milímetros (4,5
Largura da calha-guia polegadas) da largura real da correia em cada
A distância entre os dois lados da calha-guia lado da correia transportadora (Tabela 11.1).
é geralmente determinada por requisitos de
capacidade da correia; o espaço necessário para
Figura 11.6
estabelecer uma vedação eficiente do lado de
fora da calha-guia é muitas vezes ignorado. Calhas-guia de aço
devem terminar acima
de um rolete livre para
A importância da concepção do sistema para impedir o derrame ou
que haja distância suficiente de “correia livre” danos à correia.
(entre a parte externa da calha-guia e a borda
externa da correia) não deve ser subestimada.

155
Seção 2 | Carregando a Correia

Projeto recomendado de zona de carga Tabela 11.1


I) Largura da II) Ângulo de III) Largura efetiva da IV) Largura recomendada do
correia concavidade correia chute
(Veja a Figura 11.7 ”A”) (Veja a Figura 11.7 “B”)
I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV
0° 300 NR 0° 1.400 1.170 0° 2.600 2.370 0° 3.000 2.770
20° 288 NR 20° 1.344 1.128 20° 2.495 2.279 20° 2.879 2.663
30° 273 NR 30° 1.275 1.076 30° 2.368 2.169 30° 2.732 2.533
300 1400 2600 3000
35° 264 NR 35° 1.231 1.043 35° 2.287 2.098 35° 2.638 2.450

Métrica (mm)
40° 253 NR 40° 1.182 1.005 40° 2.194 2.018 40° 2.532 2.356
11 45° 241 NR 45° 1.127 964 45° 2.092 1.930 45° 2.414 2.252
0° 500 270 0° 1.600 1.370 0° 2.800 2.570 0° 3.200 2.970
20° 480 264 20° 1.536 1.320 20° 2.687 2.471 20° 3.071 2.855
30° 455 NR 30° 1.457 1.258 30° 2.550 2.351 30° 2.914 2.715
500 1600 2800 3200
35° 440 NR 35° 1.407 1.219 35° 2.462 2.274 35° 2.814 2.626
40° 422 NR 40° 1.350 1.174 40° 2.363 2.187 40° 2.701 2.525
45° 402 NR 45° 1.288 1.125 45° 2.253 2.091 45° 2.575 2.413
0° 650 420 0° 1.800 1.570 0° 18,0 9,0 0° 54,0 45,0
20° 624 408 20° 1.728 1.512 20° 17,3 8,8 20° 51,8 43,4
18 54
30° 592 393 30° 1.639 1.440 35° 15,8 NR 35° 47,5 40,1
650 1800
35° 572 383 35° 1.583 1.395 45° 14,5 NR 45° 43,5 37,1
Métrica (mm)

40° 549 372 40° 1.519 1.343 0° 24,0 15,0 0° 60,0 51,0
45° 523 360 45° 1.449 1.286 20° 23,0 14,6 20° 57,6 49,1
24 60
0° 800 570 0° 2.000 1.770 35° 21,1 NR 35° 52,8 45,4
20° 768 552 20° 1.920 1.703 45° 19,3 NR 45° 48,3 41,9
30° 729 529 30° 1.821 1.622 0° 30,0 21,0 0° 72,0 63,0
800 2000
35° 704 515 35° 1.759 1.570 20° 28,8 20,3 20° 69,1 60,6
30 72
40° 675 499 40° 1.688 1.512 35° 26,4 19,0 35° 63,3 55,9
45° 644 481 45° 1.609 1.447 45° 24,1 17,8 45° 57,9 51,6
0° 1.000 770 0° 2.200 1.970 0° 36,0 27,0 0° 84,0 75,0
20° 960 744 20° 2.112 1.895 20° 34,6 26,1 20° 80,6 72,2

Inglesa (mm)
36 84
30° 911 711 30° 2.004 1.804 35° 31,7 24,3 35° 73,9 66,5
1000 2200
35° 879 691 35° 1.935 1.746 45° 29,0 22,6 45° 67,6 61,2
40° 844 668 40° 1.857 1.681 0° 42,0 33,0 0° 96,0 87,0
45° 805 642 45° 1.770 1.608 20° 40,3 31,9 20° 92,1 83,7
42 96
0° 1.200 970 0° 2.400 2.170 35° 36,9 29,6 35° 84,4 77,1
20° 1.152 936 20° 2.304 2.087 45° 33,8 27,4 45° 77,3 70,9
30° 1.093 894 30° 2.186 1.986 0° 48,0 39,0 0° 108,0 99,0
1200 2400
35° 1.055 867 35° 2.111 1.922 20° 46,1 37,6 20° 103,7 95,2
48 108
40° 1.013 837 40° 2.026 1.849 35° 42,2 34,8 35° 95,0 87,6
45° 966 803 45° 1.931 1.769 45° 38,6 32,3 45° 86,9 80,5
Obs.: As dimensões foram determinados por cálculo, em vez de medições de campo. 0° 120,0 111,0
Medidas métricas são arredondadas ao milímetro mais próximo. Medidas inglesas
são arredondadas para um decimal. A espessura do aço no chute ou calha-guia não
20° 115,2 106,7
é considerada. Supõe-se um sistema de três roletes livres de formação de calha de 35° 105,5 98,2
comprimento equivalente. As distâncias métricas de borda de correia consideram 90 120
milímetros para a vedação lateral + 25 mm para margem de desalinhamento de correia. As
distâncias de borda em medidas inglesas consideram 3,5 polegadas para a vedação lateral 45° 96,6 90,2
+ 1 polegada para a margem de desalinhamento de correia. A granulometria do material a
granel não é considerada.

156
Calhas-guia | Capítulo 11

A distância da borda deve ser aumentada Para materiais que podem criar um
para um mínimo de 150 milímetros (6,0 problema de pó, é uma boa prática
polegadas), quando for usado um conjunto aumentar a altura da área com calha para
de cinco roletes livres catenários, na zona de servir como uma câmara, um espaço que irá
carga, para compensar o desalinhamento extra
reduzir a pressão positiva do ar. Essa área
da correia, que é uma característica de correias
servirá para “parar” o ar cheio de pó, de
usando roletes livres catenários.
modo que as partículas possam se assentar e
A largura da calha-guia deve ser verificada para voltar para a carga do transportador.
assegurar que a altura do leito do material que
sai da área de calha juntamente com o ângulo de Para o máximo controle de pó, as paredes
repouso do material não se combinem para criar do chute (calhas-guia) devem ser altas o
uma condição de derrames. suficiente para criar uma área transversal 11
na zona de carga que proporcione uma
Altura da Calha-guia velocidade máxima do ar acima do leito do
A largura e velocidade da correia, o tamanho produto de menos de 1 metro por segundo
dos fragmentos do material e a velocidade do (200 pés/min). (Equação 11.2). Esse
ar na descarga devem ser considerados quando maior volume, combinado com cortinas
da determinação da altura da calha-guia exigida múltiplas de poeira, cria uma câmara
para um determinado ponto de transferência. suficiente para acomodar as pressões
A calha-guia deve ser alta o suficiente para positivas da circulação do ar, sem que os
conter a carga de material quando a correia materiais a granel mais comuns escapem
estiver funcionando com capacidade normal e para fora do compartimento (Figura 11.8).
para passar fragmentos sem travar. À medida Em muitas circunstâncias, para atingir essa
que o tamanho dos aglomerados inclusos na velocidade limitada, a altura da calha-guia
carga subir, assim também deve-se aumentar a deve ser aumentada para 600 milímetros
altura da calha-guia; no mínimo, a altura deve (24 pol) ou mais. Materiais muito leves,
ser suficiente para conter os pedaços maiores. A com partículas extremamente pequenas
calha-guia deve ser alta o suficiente para conter
dois dos maiores pedaços empilhados um em
Figura 11.7
cima do outro.
A largura efetiva da
Na sexta edição do Belt Conveyors for correia (A) é a largura
Bulk Materials, a CEMA publicou tabelas da esteira quando
côncava. A distância
especificando a altura mínima para uma real de transporte de
calha-guia descoberta em transportadores carga (B) é, então,
reduzida pela exigência
com roletes livres de 20, 35 e 45o, de uma borda de
transportando cargas de vários tamanhos vedação no exterior da
de fragmentos. Em resumo, ela especifica calha-guia.

que aproximadamente 300 milímetros


(12 polegadas) é a altura suficiente para
partículas de 50 milímetros (2 polegadas)
ou menos, transportadas em superfícies
Figura 11.8
planas ou em correias com 20 graus de
A altura da calha-
convexidade e até 1.800 milímetros (72 guia pode ser
polegadas) de largura ou para correias aumentada para
com 35oe 45o de convexidade e até 1.200 reduzir a velocidade
do ar, minimizando
milímetros (48 polegadas) de largura. A as pressões positivas
tabela especifica calhas-guia com uma altura da circulação do ar,
sem que os materiais
mínima de 825 milímetros (32,5 polegadas) a granel mais comuns
para correias com largura até 2.400 escapem para fora do
milímetros (96 polegadas) com fragmentos compartimento.
de até 450 milímetros (18 polegadas).

157
Seção 2 | Carregando a Correia

ou materiais com muito pó podem exigir razão específica para não cobri-la, a calha-guia
velocidades de saída tão baixas quanto 0,25 deve ser fechada com uma tampa, cobertura ou
metros por segundo (50 pés/min). telhado. A cobertura da calha-guia é necessária
para criar a câmara a fim de para permitir
A calha-guia deve ainda ser alta o bastante que o pó se assente e a circulação de ar seja
para conter o maior fragmento da carga, se diminuída. Uma grande câmara é útil no
for colocada na parte superior do perfil da controle das nuvens de pó expulsas pelas forças
carga de material. Se o cálculo não resultar da transferência do fluxo de material. (Veja
o Capítulo 7: Controle de Ar e Capítulo 18:
em uma altura suficiente, a altura calculada
Controle Passivo de Pó.)
deve ser substituída por uma altura de 2,5
vezes o maior fragmento. A incorporação de cortinas de pó
11 Obviamente, há um limite prático para
corretamente colocadas dentro do sistema de
calha-guia ajudará a diminuir o fluxo de ar e
a altura que uma calha-guia pode ter. Se significativamente diminuir a liberação de pó no
as exigências da área de fixação/altura da ar, a partir da saída do ponto de transferência.
calha-guia se tornarem excessivas, deverá (Veja o Capítulo 18: Controle Passivo de Pó
ser instalado um sistema de coleção de pó para maiores informações sobre as cortinas de
que possa dar conta do movimento total do pó.)
ar do ponto de transferência e um sistema Além disso, colocar um “telhado” sobre a
ativo de controle de pó (por exemplo, um calha-guia irá conter ocasionais fragmentos de
sistema de supressão de pó ou sistema de material que, por alguma circunstância aleatória,
coleção de pó filtro de manga). passe pelo chute de carga para a correia com
força suficiente para “saltar” completamente
As paredes do chute precisam ser altas o para fora da correia.
bastante e situadas de modo que os coletores de
escape de pó não puxem partículas finas para A CEMA recomenda que essas coberturas
fora da pilha. Os coletores podem puxar tanto das calhas-guia devam ser inclinadas para
material que rapidamente ficam obstruídos. baixo do chute de carga até a calha-guia,
Se as paredes da calha-guia não forem altas evitando que o material que ainda não está
o bastante, será desperdiçada energia para se movendo na velocidade da esteira cause
remover o pó que teria em breve se assentado congestionamento de material. Em Belt
por si próprio, e o sistema de coleção de pó Conveyors for Bulk Materials, Sixth Edition, a
será maior e mais caro que o necessário. (Veja a CEMA fornece tabelas para alturas mínimas de
discussão sobre áreas de fixação no Capítulo 18: calhas-guia descobertas e larguras mínimas da
Controle Passivo de Pó.) correia baseadas no tamanho dos fragmentos.
A prática geralmente aceita é a de manter a
largura e altura da calha-guia em pelo menos
A calha-guia COMO UMA zona 2,5 vezes o maior tamanho de fragmento. Ao
de acomodação manter as calhas-guia altas, duas coisas são
realizadas: evitar congestionamentos de material
Recomenda-se cobrir a calha-guia com um
e o fornecimento de um grande espaço para
sistema de tela de aço ou lona para o controle
dissipar a velocidade do ar e deixar o pó se
do pó (Figura 11.9). A menos que haja uma
assentar.

Figura 11.9 As coberturas de calha-guia não são as


“capas” semicirculares comumente vistas ao
Recomenda-se cobrir
a calha-guia com um longo do curso de um transportador, mas
sistema de tela de aço são tipicamente um telhado plano entre
ou lona para criar a as duas calhas-guia. Na maioria dos casos,
câmara necessária para
uma cobertura de aço é a melhor opção.
permitir que o pó se
assente e a circulação Essas coberturas podem ser fixadas no
de ar seja diminuída. lugar, permitindo a inspeção e manutenção.
Tecido ou borracha são os materiais mais
frequentemente aplicados para conectar

158
Calhas-guia | Capítulo 11

equipamentos vibratórios a chutes ou calhas- oscilação na correia, falhas nos componentes


guia estacionárias. rolantes e aumento dos custos operacionais.

A cobertura deve ser projetada de modo que Quanto mais perto a correia e o aço estão
suporte o peso de um trabalhador ou deve ser colocados, mais fácil é manter uma vedação
protegida e marcada com avisos de “Proibido entre eles. É fundamental dar um alívio na
Pisar”, para evitar que alguém caia através da direção do movimento da correia. Um vão
cobertura. entre o aço deve formar uma abertura em
forma de cunha, que permita que o material
Aberturas na calha-guia ou tampas devem transportado passe ao longo do contorno
ser disponibilizadas para o serviço de inspeção; de aço e a borracha de vedação, ao invés de
essas aberturas devem estar equipadas com ficar encravado em uma abertura pela força
portas para impedir a fuga de material e
minimizar a saída de ar.
incessante do movimento da correia. A calha- 11
guia deve abrir gradualmente, tanto horizontal
como verticalmente, do ponto de carga na
direção do movimento da correia para permitir
CONSTRUÇÃO Da calha-guia que o material aprisionado seja liberado
(Figura 11.10).
Espaço Livre Acima da Correia
Mesmo sob as condições mais ideais, calhas- Recomenda-se que as extremidades inferiores
guia de aço podem ser perigosas para a correia. das placas da calha-guia sejam posicionadas 6
Flutuações na linha do percurso da correia milímetros (1/4 ou 0,25 pol) acima do correia,
podem permitir que ela se mova contra o aço, na entrada da correia para a zona de carga.
onde pode ser arrancada ou cortada. Além Essa dimensão deve ser aumentada de maneira
disso, material pode formar uma cunha sob a uniforme, no sentido do percurso da correia de
calha-guia e raspar a superfície da correia. 9-12 milímetros (3/8 ou 0,38 a 0,5 polegada),
quando a correia sai da calha-guia (Figura 11.11).
É fundamental elevar a(s) borda(s) inferior(es) Esse afastamento próximo não pode ser alcançado
da calha-guia longe o suficiente, acima do a menos que o percurso da correia seja estabilizado
transportador, para que nunca entre(m) em dentro de uma tolerância de mais ou menos 1,5
contato com a cobertura da correia. Quanto milímetros (1/16 ou 0,063 pol) na extremidade da
mais aumenta a distância acima da correia, entrada (polia traseira) do chute.
maior é a dificuldade em fornecer uma vedação
eficaz. A calha-guia às vezes é instalada com É fundamental que a linha central do
uma distância de vários centímetros acima da conjunto da calha-guia esteja alinhada
correia para facilitar a sua substituição. Quando com a linha central da correia, para evitar
o aço é colocado a essa distância da superfície desalinhamento desta. Se as duas não estiverem
da correia, é praticamente impossível fornecer alinhadas, as forças desiguais do centro de
uma vedação eficiente na parte externa das gravidade da carga e o atrito contra a calha-
calhas-guia quando há pressão lateral. guia irá causar um desalinhamento crônico
da correia e um desgaste acelerado nos forros
Uma vedação ineficaz se perpetua. Há de desgaste e vedação da calha-guia. Com o
vazamentos de material para fora, acúmulo aço posicionado próximo à linha de correia, é
sobre rolos livres, levando a problemas de crítico para a segurança desta que se evite que
desalinhamento, e outros que resultam em uma
linha de correia instável. A correia se flexiona
para cima e para baixo e oscila de um lado Figura 11.10
para outro. Engenheiros da fábrica e equipes Para reduzir o risco de
de manutenção, conscientes da necessidade de que material aprisionado
arranque o correia, a
impedir que a correia entre em contato com calha-guia deve se
o conjunto de chutes, aumentam o espaço abrir (ou autoaliviar)
livre da correia ao calha-guia. Isso aumenta horizontalmente e
verticalmente, na
drasticamente a dificuldade de selar o ponto
direção do movimento
de transferência, resultando em um aumento da correia. (A ilustração
no derramamento. Esse aumento no derrame está exagerada para
resulta em um contínuo ciclo vicioso de mostrar o efeito.)

159
Seção 2 | Carregando a Correia

Figura 11.11
As extremidades
inferiores das
calhas-guia devem
ser posicionadas 6
milímetros (1/4 ou 0,25
polegada) acima da
correia, na entrada
desta, para a zona de
carga. Essa dimensão Saída
deve ser aumentada Entrada
de maneira uniforme,
no sentido do percurso
da correia de 9 para
11 12 milímetros (3/8 ou
0,38-0,5 polegada)
quando a correia sai da
calha-guia.

suba até para fora dos roletes livres durante cuidado, com todas as emendas bem alinhadas.
a ativação do transportador. Esta é uma
razão para que a elevação da polia traseira, Uma lacuna entre a calha-guia e a superfície
vulgarmente conhecida como regime de da correia deve ser vedada com um sistema de
meia-calha, não seja uma boa idéia, pois essa elastômero flexível e substituível aplicado na
prática incentiva a correia a subir. O emprego parte externa da calha-guia. (Veja o Capítulo
do uso do regime de meia-calha é geralmente 13: Sistemas de Vedação Lateral).
feito com o intuito de encurtar a distância de
transição. (Veja o Capítulo 6: Antes da Zona Construção da calha-guia
de Carga, para obter informações adicionais
A força e a estabilidade da calha-guia são
sobre as transições de meia-calha.) É importante
muito importantes para o seu sucesso. Muitas
que as especificações e a tensão do correame
vezes a calha-guia do transportador é apoiada
sejam calculadas corretamente para minimizar o
em suportes cantilever que não são rígidos o
risco de a correia se elevar para fora dos roletes
suficiente para resistir ao impacto do material
livres. Tensores podem ser instalados para
ou à vibração do equipamento. Isso é um risco
manter a correia sobre os roletes livres.
de uma falha estrutural que põe em perigo a
Bordas de fundo áspero ou aço deformado correia e o ponto de transferência em si.
podem criar condições difíceis, capturando
A espessura da calha-guia deve ser suficiente
material para aumentar o arrasto na tração
para suportar as pressões laterais que podem
do transportador e/ou abrasão da superfície
ocorrer quando o chute fica obstruído ou a
da correia. Blocos de cerâmica ou placas de
correia rola para trás. Como está localizado
desgaste devem ser cuidadosamente instalados
próximo à correia, qualquer movimento da
para evitar irregularidades ou aspereza nas
calha-guia deve ser evitado para minimizar os
bordas que possam aprisionar material ou
riscos de danos.
danificar a correia (Figura 11.12). A regra é
manter uma superfície de fluxo estável na borda Exceto em aplicações muito leves, a espessura
inferior da calha-guia e eliminar todos os pontos mínima do aço carbono utilizado na construção
de aprisionamento. Os forros de aço da calha- da calha-guia deve ser de 6 milímetros (0,25
guia e do chute devem ser instalados com muito polegadas). Em correias que se movem
acima de 3,7 metros por segundo (750 pés/
Figura 11.12 min) ou com 1.300 milímetros (54 pol) ou
A calha-guia deve ser mais de largura, a espessura mínima deve ser
instalada de modo que de 10 milímetros (3/8pol). Para aplicações
mantenha um fluxo
constante em sua borda
com correias com movimento superior a
inferior para eliminar 5 metros por segundo (1.000 pés/min) ou
todos os pontos de 1.800 milímetros (72 polegadas) de largura, a
aprisionamento de espessura mínima deve ser de 12 milímetros
material.
(0,5 polegada).

160
Calhas-guia | Capítulo 11

As calhas-guia devem ser instaladas em mandíbulas, trituradores ou telas, a calha-guia


suportes de aço estrutural sobre centros de pode precisar ser isolada destas.
aproximadamente 1,2 metros (48 pol) para que
os suportes não interfiram com o espaçamento Essas recomendações são para instalações de
ou acesso aos leitos e roletes livres de suporte transporte normais e classificações de resistência
da correia. O projeto de apoio mais comum normal, onde a correia está aproximadamente
é uma estrutura angular de ferro em “A”, na altura da cintura, e os roletes livres possuem
instalada em aproximadamente o mesmo largura padrão. Para outras aplicações, tais
espaçamento que os roletes livres de transporte. como calha-guia de “altura dupla” ou condições
Essas estruturas em “A” devem ser rígidas e severas, pode ser necessária uma estrutura de
bem reforçadas e devem ser instaladas longe suporte adicional. Um engenheiro estrutural
o bastante acima da correia, para permitir ou de transportador deve ser consultado para
o acesso fácil para ajuste ou substituição da aconselhamento sobre a espessura da calha-guia 11
vedação da calha-guia (Figura 11.13). e as estruturas de suporte necessárias.

Pelo menos uma estrutura em “A” deve Calha-guia para Transportadores


estar posicionada no início da calha-guia e com Vários Pontos de Carga
outra no final. Um espaçamento mais próximo Quando uma correia é carregada em mais
deve ser considerado na zona de impacto do de um ponto ao longo do comprimento da
transportador na extensão da duplicação da correia, devem ser tomados cuidados no
estrutura de apoio. posicionamento da calha-guia nos pontos
Existem tamanhos mínimos de ferro em de carga. A calha-guia nos pontos de carga
ângulo que precisam ser usados para construir posteriores deve ser projetado para permitir
essas estruturas em “A” (Tabela 11.2). Essas que o material previamente carregado passe
especificações são as mais adequadas para livremente, sem ser “raspador” para fora da
materiais de baixa densidade e fluxo livre. Para correia pelo aço da calha-guia ou chute dos
alimentadores de correia, ou para lidar com pontos ponto de carga seguintes.
materiais de alta densidade, como minérios ou Como é impossível confiar que o material
aço concentrado, mais pesado, um espaçamento será carregado de forma uniforme e centralizada
menor é necessário. sobre um transportador com vários pontos
É importante que haja um afastamento
adequado entre a parte inferior dos suportes Figura 11.13
da calha-guia e a correia, para haver espaço A calha-guia deve
para a instalação e manutenção de um sistema ser devidamente
de vedação e fixação da calha-guia. A distância apoiado, e a estrutura
mínima entre o suporte horizontal e a correia de suporte deve estar
suficientemente acima
na parede da calha-guia deve ser 230 milímetros da correia para permitir
(9 polegadas). o acesso ao sistema de
vedação.
Se houver vibração dinâmica no sistema
causada por um movimento da correia ou
outras máquinas em funcionamento, tais como

Tamanhos recomendados para ângulos de ferro para suportes de calha-guia Tabela 11.2
Especificações do transportador Tamanho do ângulo de ferro de
estrutura em “A”

Abaixo de 3,7 m/s (750 pés/min) ou largura de 1.400 mm 50 x 50 x 5 mm


(54 polegadas) (2 x 2 x 3/16 in.)

3,7 m/s a 5 m/s (750 pés/min a 1.000 pés/min) ou 1.400 mm 75 x 75 x 6,4 mm


e 1800 mm (54 a 72 pol) de largura (3 x 3 x 1/4 in.)
Mais de 5 m/s (1.000 pés/min) ou 1.800 mm (72 polegadas) 75 x 75 x 9,5 mm
de largura (3 x 3 x 3/8 in.)

161
Seção 2 | Carregando a Correia

de carga, uma certa quantidade de aração e pontos de carga e um ângulo mais profundo
derramamento do material é provavelmente de concavidade do que seria normalmente
inevitável. Esse material fugitivo contribui para utilizado em vez usar calhas-guia individuais em
maiores custos de funcionamento e limpeza, cada ponto de carga (Figura 11.14).
bem como falhas prematuras de equipamento.
Portanto, é uma boa prática incorporar calhas- Outra abordagem excelente para situações
guia contínuos. com múltiplas zonas de carga seria a instalação
de um transportador suportado a ar.
Quando os pontos de carregamento são Transportadores suportados a ar são adequados
relativamente próximos, geralmente é melhor para as zonas de carga múltipla, uma vez que
colocar uma calha-guia contínuo entre os dois requerem apenas uma carga centralizada, ao
invés de vedações convencionais de calha-
11 Figura 11.14 guia (Figura 11.15). (Veja o Capítulo 23:
Quando um Transportadores Suportados a Ar).
transportador tem
vários pontos de carga
relativamente próximos,
isso pode ser melhor MANUTENÇÃO DO SISTEMA
para colocar uma calha-
guia contínuo, entre os Como a calha-guia é basicamente uma parede
pontos de carga. de aço sem peças móveis, há pouca manutenção
preventiva a ser realizada. Se a calha-guia
também funciona como um forro de desgaste,
o desgaste pode ser um problema. A calha-guia
pode estar sujeita à corrosão e exige substituição
Figura 11.15 periódica. Se o transportador está sujeito a
Transportadores travamentos frequentes, a calha-guia pode ficar
suportados a ar são deformadas, aumentando a possibilidade de
adequados para as dano à correia. As coberturas da calha-guia
zonas de carga múltipla,
uma vez que requerem
devem ser fixadas no lugar, e as portas de acesso,
apenas carregamento fechadas depois de inspeções e manutenção.
central, ao invés de Verificações periódicas devem ser realizadas para
calha-guia convencional garantir que as calhas-guia são estruturalmente
ou calhas para selagem.
capazes de conter o material a granel e
corretamente posicionados acima da correia.

QUESTÕES DE SEG UR ANÇA

Mesmo quando corretamente Corte e solda são procedimentos de


instalada com alívio adequado manutenção, comuns na zona de carga.
e sem aspereza, a calha-guia ainda Procedimentos estabelecidos de “trabalhos a
representa uma aresta implacável em estreita quente” e observação de incêndio devem ser
proximidade com a correia em movimento. seguidos. Chutes e seções cobertas de calha-
Cuidados devem ser tomados quando se guia são muitas vezes considerados espaço
trabalha nas proximidades da calha-guia confinado e exigem que os trabalhadores
para evitar ficar presa ou travada entre sigam precauções especiais. (Veja o Capítulo
componentes móveis e da estrutura de aço. 2: Segurança.) Chutes e equipamento
de alimentação pode conter grandes
Mesmo quando construídas em aço, as quantidades de acúmulo ou aprisionamento
coberturas da calha-guia transportador não de materiais soltos a granel que podem cair
servem como passagens e não devem ser durante a manutenção. Devem ser seguidos
utilizadas como plataformas de trabalho. Elas procedimentos estabelecidos de isolamento/
devem possuir protetores e ser marcadas com identificação/bloqueio/teste.
avisos de “Proibido Pisar”.

162
Calhas-guia | Capítulo 11

F. Espaço livre acima da correia.


ESPECIFICAÇÕES TÍPICAS
A borda inferior da calha-guia deve ser
As especificações a seguir são para
instalada 6 milímetros (0,25 polegada)
transportadores que lidam com materiais de
acima da correia na saída da zona de
fluxo livre e relativamente uniformes a granel,
carga, abrindo ligeiramente de 9 para 12
tais como carvão e brita.
milímetros (0,38 a 0,5 pol) na saída.
A. Ponto de transferência.
G. Sem elevação.
O ponto de transferência será equipado com
A correia deve ser impedida de se elevar
calhas-guia de aço de cada lado da correia,
para fora de sua estrutura de apoio, mesmo
como uma extensão do chute.
quando funcionando descarregada.
B. Assentamento da carga.
H. Construção. 11
As calhas-guia serão longas o suficiente para
O sistema de calha-guia será solidamente
permitir que a carga se assente no perfil para
construído com suportes apropriados que
ser transportada.
não interfiram na capacidade de instalar
C. Velocidade do ar reduzida. ou manter componentes do transportador,
inclusive leitos de apoio da correia, roletes
Uma área transversal da calha-guia será livros ou sistemas de vedação de calha-guia.
suficiente para reduzir a velocidade do ar a
1,0 metro por segundo (200 pés/min) para
permitir que a poeira se assente antes de a TÓPICOS AVANÇADOS
carga sair da zona de calha.
Exemplo de Problemas: Cálculo de
D. Coberturas. Dimensões para a calha-guia/Área
de Fixação
O sistema de calha-guia será equipado
com coberturas que permitam funcionar Existem equações para determinar as
como uma câmara que permita que o pó se dimensões mínimas adequadas para a
assente. calha-guia nos pontos de transferência nos
quatro problemas abaixo (Equação 11.1
E. Área de correia livre. Comprimento da calha-guia e Equação 11.2
A calha-guia será projetado para permitir Altura da calha-guia). (Para obter o fluxo de
uma área suficiente correia livre de cada ar total nos exemplos de problemas, consulte a
lado para permitir a efetiva vedação. Equação 7.1 ou meça o fluxo total.)

V · CF Unidades Equação 11.1


l sb =
k Métricas Inglesas Comprimento da calha-
guia
Comprimento da calha-guia (da
lsb zona de carga ao final do chute) metros pés

V Velocidade da correia m/s pés/min


Fator de chute Se Q tot < 0,5 m /s = 0,6
3
Se Q tot < 1000 ft 3/min = 2
CF
(Q tot = Fluxo de ar total) Se Q tot > 0,5 m 3/s = 0,9 Se Q tot > 1000 ft 3/min = 3

k Fator de conversão 0,5 100

Q tot Unidades Equação 11.2


h sb =
CW · v Métricas Inglesas Altura da calha-guia

hsb Altura da calha-guia metros pés

Qtot Fluxo de ar total m /s


3
pés 3/min

CW Largura do chute (calha-guia) m pés

v Velocidade do ar almejada m/s pés/min

163
Seção 2 | Carregando a Correia

Figura 11.16
Exemplo de problema COMPRIMENTO
nº 1. CALCULADO
ZONA DE
CARGA
DISTÂNCIA DE
TRANSIÇÃO

11
Tabela 11.3 Exemplo de problema de calha-guia nº 1
(Figura 11.16) Dados: Material Carvão sub-betuminoso Determinar: Comprimento
mínimo da calha-guia
Largura da correia 1 m (36 pol)
(Equação 11.1.1)
Velocidade da correia 3 m/s (600 pés/min) Altura mínima da
calha-guia (Equação
Largura da calha-guia 0,6 m (2 pés)
11.2.1)
Fluxo de ar medido 0,56 m 3/s (1.200 pés 3/
min)

Equação 11.1.1 V · CF
l sb =
Exemplo de problema k
de comprimento da
calha-guia nº 1. Dados: Velocidade da correia de 3 metros por segundo (600 pés/min) e um fluxo de ar de 0,56 metros
cúbicos por segundo (1.200 pés3/min). Determinar: Comprimento mínimo da calha-guia.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Inglesas
V Velocidade da correia 3 m/s 600 pés/min

CF Fator de chute 0,9 3

k Fator de conversão 0,5 100

3 · 0,9 600 · 3
Métricas: Isb = = 5,4 Imperial: Isb = = 18
0,5 100
Comprimento mínimo da calha-guia
lsb 5,4 m 18 pés
(da zona de carga ao final do chute)

Equação 11.2.1 Q tot


Amostra de problema h sb =
de altura da calha-guia CW · v
nº 1. Dados: Um fluxo de ar de 0,56 metros cúbicos por segundo (1200 pés3/min), uma largura de chute (calha-
guia) de 0,6 metros (2 pés), e uma velocidade de ar almejada de 1 metro por segundo (200 pés/min). Find:
Minimum Calha-guia Height.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Inglesas
Qtot Fluxo de ar total 0,56 m /s
3
1200 pés 3/m

CW Largura do chute (calha-guia) 0,6 m 2 pés

v Velocidade do ar almejada 1 m/s 200 pés/min

0,56 1200
Métricas: hsb = = 0,93 Imperial: hsb = = 3.0
0,6 · 1 2 · 200

hsb Altura mínima da calha-guia 0,93 m 3 pés


Obs.: Em algumas aplicações reais, os resultados calculados podem ser impraticáveis, portanto, a opinião
de engenheiros deve ser exercida.

164
Calhas-guia | Capítulo 11

COMPRIMENTO Figura 11.17


ZONA DE ZONA DE ZONA DE CALCULADO
CARGA CARGA CARGA Exemplo de problema
nº 2.

I-BEAM A 0,45
DISTÂNCIA DE METROS (18 POL)
TRANSIÇÃO DA CORREIA

Exemplo de problema de calha-guia nº 2 Tabela 11.4


Dados: Material Cavacos de madeira Determinar: Comprimento (Figura 11.17)
Largura da correia 1,27 m (48 pol)
mínimo da calha-guia
(Equação 11.1.2)
11
Velocidade da correia 3,5 m/s (700 pés/min) Altura mínima da
calha-guia (Equação
Largura da calha-guia 1,0 m (3 pés)
11.2.2)
Fluxo de ar medido 0,28 m 3/s (600 pés 3/min)
de cada zona de carga;
todas as zonas de carga
operam ao mesmo tempo

V · CF Equação 11.1.2
l sb =
k Exemplo de problema
de comprimento da
Dados: Velocidade da correia de 3,5 metros por segundo (700 pés/min) e um fluxo de ar de 0,84 metros calha-guia nº 2.
cúbicos por segundo (1.800 pés3/min). Encontrar: Comprimento mínimo da calha-guia.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Inglesas
V Velocidade da correia 3,5 m/s 700 pés/min

CF Fator de chute 0,9 3

k Fator de conversão 0,5 100

3,5 · 0,9 700 · 3


Métricas: Isb = = 6,3 Imperial: Isb = = 21
0,5 100
Comprimento mínimo da calha-guia
lsb 6,3 m 21 pés
(da zona de carga ao final do chute)

Q tot Equação 11.2.2


h sb =
Exemplo de problema
CW · v
de altura da calha-guia
Dados: Um fluxo de ar de 0,84 metros cúbicos por segundo (1.800 pés3/min), uma largura de chute nº 2.
(calha-guia) de 1 metro (3 pés) e uma velocidade de ar almejada de 1 metro por segundo (200 pés/min).
Encontrar: Altura mínima da calha-guia.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Inglesas
Qtot Fluxo de ar total 0,84 m 3/s 1800 pés 3/m

CW Largura do chute (calha-guia) 1,0 m 3 pés

v Velocidade do ar almejada 1 m/s 200 pés/min

0,84 1800
Métricas: hsb = = 0,84 Imperial: hsb = =3
1,0 · 1 3 · 200

hsb Altura mínima da calha-guia 0,84 m 3 pés

Obs.: Esta calha-guia de altura estendida deve Obs.: Em algumas aplicações reais, os resultados
começar imediatamente a jusante do “I-beam” calculados podem ser impraticáveis, portanto, deve-se
acima da correia. empregar um discernimento de engenharia.

165
Seção 2 | Carregando a Correia

Figura 11.18 COMPRIMENTO


ZONA DE ZONA DE ZONA DE CALCULADO
Exemplo de Problema CARGA
CARGA CARGA
nº 3.

I-BEAM A 0,45
DISTÂNCIA DE METROS (18 POL)
TRANSIÇÃO DA CORREIA

Tabela 11.5 Exemplo de problema de calha-guia nº 3


(Figura 11.18) Dados: Material Carvão antracito Determinar: Comprimento míni-
11 Largura da correia 1,27 m (48 pol)
mo da calha-guia
(Equação 11.1.3)
Velocidade da correia 3,5 m/s (700 pés/min) Altura mínima da
calha-guia (Equação
Largura da calha-guia 1,0 m (3 pés)
11.2.3)
Fluxo de ar medido 0,28 m 3/s (600 pés 3/min)
de cada zona de carga;
cada zona de carga
funciona por vez

Equação 11.1.3 V · CF
l sb =
Exemplo de problema k
de comprimento da
calha-guia nº 3. Dados: Velocidade da correia de 3,5 metros por segundo (700 pés/min) e um fluxo de ar de 0,28 metros
cúbicos por segundo (600 ft3/min). Determinar: Comprimento mínimo da calha-guia.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Inglesas
V Velocidade da correia 3,5 m/s 700 pés/min

CF Fator de chute 0,6 2

k Fator de conversão 0,5 100

3,5 · 0,6 700 · 2


Métricas: Isb = = 4,2 Imperial: Isb = = 14
0,5 100
Comprimento mínimo da calha-guia
lsb 4,2 m 14 pés
(da zona de carga ao final do chute)

Equação 11.2.3 Q tot


h sb =
Exemplo de problema
CW · v
de altura da calha-guia
nº 3. Dados: Um fluxo de ar de 0,56 metros cúbicos por segundo (1.200 pés3/min), uma largura de chute
(calha-guia) de 0,6 metros (2 pés) e uma velocidade de ar almejada de 1 metro por segundo (200 pés/min).
Determinar: Altura mínima da calha-guia.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Inglesas
Qtot Fluxo de ar total 0,28 m 3/s 600 pés 3/m

CW Largura do chute (calha-guia) 1,0 m 3 pés

v Velocidade do ar almejada 1 m/s 200 pés/min

0,28 600
Métricas: hsb = = 0,28 Imperial: hsb = =1
1,0 · 1 3 · 200
hsb Altura mínima da calha-guia 0,28 m 1 pés

Obs.: A calha-guia pode caber abaixo do “I-beam” Obs.: Em algumas aplicações reais, os resultados
acima da correia. calculados podem ser impraticáveis, portanto, deve-se
empregar um discernimento de engenharia.

166
Calhas-guia | Capítulo 11

Figura 11.19
COMPRIMENTO
ZONA DE CALCULADO
Exemplo de problema
CARGA nº 4.
DISTÂNCIA DE
TRANSIÇÃO

9,2 METROS (30FT)


CENTROS

Exemplo de problema de calha-guia nº 4 Tabela 11.6


Dados: Material Carvão antracito Determinar: Comprimento (Figura 11.19) 11
mínimo da calha-
Largura da correia 1,8 m (72 pol) (correia
guia (Equação
alimentadora)
11.1.4)
Velocidade da correia 0,5 m/s (100 pés/min)
Profundidade do 0,3 m (1 pé) Altura mínima
material da calha-guia
(Equação 11.2.4)
Largura da calha-guia 1,5 m (5 pés)
Correia plana
Fluxo de ar medido 0,047 m 3/s (100 pés 3/min)

V · CF Equação 11.1.4
l sb =
k Exemplo de problema
de comprimento da
Dados: Velocidade da correia de 0,5 metros por segundo (100 pés/min) e um fluxo de ar de 0,047 metros calha-guia nº 4.
cúbicos por segundo (100 pés3/min). Determinar: Comprimento mínimo da calha-guia.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Inglesas
V Velocidade da correia 0,5 m/s 100 pés/min

CF Fator de chute 0,6 2

k Fator de conversão 0,5 100

0,5 · 0,6 100 · 2


Métricas: Isb = = 0,6 Imperial: Isb = =2
0,5 100
Comprimento mínimo da calha-guia
lsb 0,6 m 2 pés
(da zona de carga ao final do chute)
Obs.: A calha-guia deve se estender por todo o comprimento carregado da correia, pois também ajuda a
manter o material sobre esta.

Q tot Equação 11.2.4


h sb =
Exemplo de problema
CW · v
de altura da calha-guia
Dados: Um fluxo de ar de 0,047 metros cúbicos por segundo (100 pés3/min), uma largura de chute (calha- nº 4.
guia) de 1,5 metros (5 pés) e uma velocidade de ar almejada de 1 metro por segundo (200 pés/min).
Determinar: Altura mínima da calha-guia.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Inglesas
Qtot Fluxo de ar total 0,047 m 3/s 100 pés 3/m

CW Largura do chute (calha-guia) 1,5 m 5 pés

v Velocidade do ar almejada 1 m/s 200 pés/min

0,047 100
Metric: hsb = = 0,03 Imperial: hsb = = 0.1
1,5 · 1 5 · 200
hsb Altura mínima da calha-guia 0,03 m 0.1 pés

Obs.: A altura deve ser de pelo menos 0,3 metro Obs.: Em algumas aplicações reais, os resultados
(1 pé), porque essa é a altura do material na calculados podem ser impraticáveis, portanto, deve-se
correia. empregar um discernimento de engenharia.

167
Seção 2 | Carregando a Correia

TIRANDO UMA CONCLUSÃO SOBRE REFERÊNCIAS


Calhas-guia 11.1 Conveyor Equipment Manufacturers
Para Concluir… Association (CEMA). (2005). Belt Con-
veyors for Bulk Materials, Sixth Edition.
A calha-guia desempenha um papel Naples, Florida.
fundamental no controle tanto de pó como
de derrames. Pela centralização da carga, são 11.2 O site http://www.conveyor-beltguide.com
devidamente concebidos sistemas de calha-guia é um recurso valioso e não comercial de
reduzindo o derrame, formando um plenum de recursos que abrange muitos aspectos
materiais para resolver fora do ar. A calha-guia sobre correias transportadoras.
ajuda a evitar a fuga de pó. Ambos são passos
11.3 Qualquer fabricante e a maioria dos
11 essenciais na luta para melhorar a eficiência de
transporte de material de controle total. distribuidores de produtos de transporte
podem fornecer uma variedade de ma-
A Seguir… teriais para a construção e utilização de
seus produtos específicos.
Este capítulo sobre Calhas-guia, o sexto
capítulo na seção Carregando a Correia, incidiu
sobre a utilização de calhas-guia para reduzir
derrames e poeira. Dois capítulos faltam nesta
seção: Capítulo 12: Chapas de Desgaste e
Capítulo 13: Sistemas de Vedação de Borda.

168
Calhas-guia | Capítulo 11

11

169
Seção 2 | Carregando a Correia

12

Figura 12.1
A chapa de desgaste é
instalada no interior do
ponto de transferência
como uma superfície de
sacrifício.

Capítulo 12
ChapaS DE DESGASTE
Papel das Chapas de Desgaste.. .................................................................... 171
Tipos de Chapa de Desgaste......................................................................... 171
Aplicandas Chapas de Desgaste.................................................................... 175
Questões de Segurança............................................................................... 176
Especificações Típicas................................................................................. 178
Selecionando uma Chapa de Desgaste para uma Aplicação Específica................... 178

170
Chapas de Desgaste | Capítulo 12

Neste capítulo… chapas de desgaste reduzem muito as forças de


Este capítulo vai cobrir as razões para a carga lateral que atingem as tiras de vedação.
instalação das chapas de desgaste, os três estilos Com chapas de desgaste instaladas, as tiras de
de chapas de desgaste comumente usados e selagem não têm de agir como uma parede para
os vários materiais utilizados como chapas de conter a carga de material, mas sim agir apenas
desgaste. Discutimos também a seleção e as como um selo, uma finalidade para a qual
técnicas para a correta instalação das chapas de elas são muito mais adequadas. Esse arranjo
desgaste na seção da calha-guia de um ponto de melhora a eficácia e a expectativa de vida do
transferência. sistema de vedação, reduzindo o risco de danos
causados por aprisionamento de material.
A chapa de desgaste é uma placa instalada no
interior do ponto de transferência como uma Existem apenas alguns exemplos onde a
superfície de sacrifício para ser desgastada pelo instalação de uma chapa de desgaste não vai 12
contato com o leito móvel de material (Figura aumentar em muito a selagem de um ponto
12.1). de transferência e a expectativa de vida de seus
componentes. Estes seriam correias muito
levemente carregadas ou correias de tratamento
de materiais não-abrasivos, de baixa densidade.
PAPEL Das chapas DE DESGASTE
Em todas as outras circunstâncias, chapas de
Nos planos para um ponto de transferência desgaste corretamente instalados e mantidos
de baixo derrame, a chapa de desgaste serve a reduzirão forças de carga lateral de material
vários propósitos: para aumentar a eficiência da vedação e vida útil
da tira de selagem.
A. Oferece uma superfície de sacrifício,
facilmente substituível, capaz de proteger as
paredes do chute e da calha-guia. TIPOS DE Chapa DE DESGASTE
B. Ajuda a centralizar a carga de material.
Configurações das Chapas de
C. Impede que a carga de material aplique Desgaste
altas forças laterais sobre as tiras de selagem,
melhorando, assim, a vida útil da vedação. Quatro estilos de chapa de desgaste são
comumente vistos hoje: retos, espaçados,
D. Alguns tipos de chapas de desgaste podem
defletores e cônicos (Figura 12.3).
reduzir a fricção, o impacto, o ruído e a
degradação do material a granel.
Figura 12.2
As forças do material que fluem através de Sem a proteção
um ponto de transferência e são despejados oferecida por uma
sobre uma correia, dentro de uma área de chapa de desgaste, o
sistema de vedação
transferência, criam enormes pressões para fora. com elastômero não é
A chapa de desgaste é instalada para controlar resistente o suficiente
essa pressão lateral e proteger os componentes para conter as forças
que empurram o
do ponto de transferência. A chapa de desgaste
material por cima da
é um componente fundamental na contenção borda da correia.
do material transportado na área de contorno
(Figura 12.2). Essa pressão lateral do material,
se não controlada, vai empurrar partículas finas Figura 12.3
de material e pó para fora do centro da pilha chapa de chapa de Esquerda: chapa de
de material e sob a calha-guia, resultando em desgaste desgaste desgaste reto.
reto defletora
derrames. Direita: chapa de
desgaste defletora.
Chapas de desgaste são instaladas na parte
interna da(s) calha-guia(s) para proteger o selo
da calha-guia. Elas têm a missão de separar o
trabalho de vedação da função de colocação
de carga. Ao criar uma barragem entre a pilha
de material e as tiras de vedação de borda, as

171
Seção 2 | Carregando a Correia

Chapa de Desgaste Reto do chute de carga e da correia transportadora. A


A chapa de desgaste reta tem a capacidade chapa de desgaste reta é uma boa escolha para
de prevenção das forças de carga lateral sobre satisfazer as necessidades presentes e futuras de
os selos de contorno, sem abafar o chute e fluxo da maioria dos materiais a granel.
constringir o fluxo do material. Tem sido Essa opção também é ideal para que correias
utilizada em todos os tamanhos de correias com vários pontos de carga sejam instaladas em
(Figura 12.4). O benefício real das chapas de um único ponto de transferência comprido ou
desgaste reta é que ela proporciona uma maior através de várias zonas de carga.
vida útil e eficácia de vedação, sem fechar a
área de carga efetiva. Em uma época em que se
Chapa de Desgaste Espaçada
exige uma produção cada vez maior, com cada
vez menos recursos, é importante maximizar a Uma variação da técnica de instalação
12 capacidade do sistema, utilizando toda a largura das chapas de desgaste reta é uma chapa de
desgaste espaçada (Figura 12.5). Essa técnica
Figura 12.4 híbrida pode ser utilizada em aplicações onde
a coleção de pó mecânica está presente. Para
A chapa de desgaste
reta melhora a vedação auxiliar na vedação, as chapas não são instaladas
sem abafar a área de diretamente sobre a parede da vedação lateral,
carga efetiva. mas ligeiramente separadas — de 25 a 50
milímetros (1 a 2 polegadas). O espaço entre a
vedação lateral e a chapa de desgaste é usado
como uma área de pressão negativa. Partículas
finas e pó nessa área podem ser retirados
desse espaço pelo sistema de coleção de pó do
transportador.

Essa técnica é mais adequada para uso em


sistemas de transporte novos, de modo que
a exigência de “distância livre da borda da
Figura 12.5 correia” pode ser projetada nas dimensões da
zona de carga, desde o início, sem redução da
A chapa de desgaste
espaçada incorpora capacidade de carga do transportador. Embora
uma área aberta atrás as dimensões desse espaço não sejam grandes,
das chapas, onde pode normalmente entre 25 e 50 milímetros (1 a
ser aplicada a coleção 2 polegadas) de espaço livre em cada lado da
de pó.
correia, é importante em uma instalação de
chapa de desgaste espaçada que a chapa seja
posicionada de modo que sua borda superior
esteja bem acima da altura da pilha de material
na zona de carga.
Figura 12.6
A chapa de desgaste Chapa de Desgaste Defletora
defletora cria uma área
livre entre a chapa e o A chapa de desgaste defletora incorpora
sistema de vedação. uma dobra para que a metade inferior das
chapas seja dobrada para dentro, em direção
ao centro da correia (Figura 12.6). Esse
ângulo fornece um espaço “livre” entre a
saia de borracha e a chapa de desgaste. Essa
área é útil, pois partículas finas que tenham
conseguido passar sob a borda inferior das
chapas de desgaste ainda têm uma área na
correia para serem transportadas; não são
automaticamente ejetadas do sistema. Essas
partículas são contidas pela tira de vedação e
têm um caminho a percorrer pela correia até

172
Chapas de Desgaste | Capítulo 12

a área de saída do ponto de transferência. As lisa e reta. Uma instalação malfeita pode criar
partículas que conseguirem sair para desafiar bolsões onde os materiais a granel podem ficar
o selo de borracha são relativamente livres de aprisionados e desgastar a correia.
forças aplicadas; são isoladas as forças para
baixo e para fora da carga de material. Materiais da Placa de Desgaste
A desvantagem das chapas de desgaste Chapas de desgaste retas e defletoras
defletoras é que reduzem a área transversal normalmente são fornecidas como folhas
efetiva da área da calha-guia. Isso, por de material, com 1.200 milímetros (48
sua vez, reduz o volume de material que polegadas) de comprimento, 200 milímetros (8
pode passar pelo ponto de transferência e, polegadas) de altura e 12 milímetros (1/2 ou 0,5
consequentemente, pode necessitar de ajustes polegada) de espessura. Chapas fundidas são
nas dimensões do chute ou na programação normalmente comercializadas em peças com
300 a 400 milímetros (12 a 16 polegadas) de
12
operacional de um sistema para manter a
capacidade especificada. Essa consideração largura, 200 a 500 milímetros (8 a 20 polegadas)
é particularmente importante em correias de altura e 25 a 75 milímetros (1 a 3 polegadas)
menores, inferiores a 750 milímetros (30 de espessura. As chapas podem ser fornecidas
polegadas) de largura ou correias acionadas com furos pré-perfurados para simplificar a
próximo à sua capacidade total. Ao reduzir instalação em campo.
a seção transversal da zona de carga, a chapa Há uma série de materiais adequados para
defletora pode também reduzir o tamanho uso como chapas de desgaste (Tabela 12.1).
máximo admissível dos fragmentos, levando a
congestionamentos de material.
Chapa de Desgaste de Aço Doce
Além disso, a chapa de desgaste defletora A chapa de desgaste de aço doce é
não deve ser usada em zonas de carga onde comumente utilizada em materiais com abrasão
houver impacto. Em tais aplicações, a chapa muito baixa ou em correias com cargas leves ou
enfrenta maior desgaste, e há oportunidade de horário de funcionamento reduzido. Materiais
fragmentos de material rebaterem na correia e como serragem, aparas de madeira e lixo seriam
ficarem aprisionados na parte aberta inferior bons exemplos de material adequado para usar
das chapas defletoras, criando risco de abrasão em placas de aço doce. Além disso, projetos
da correia. A chapa defletora também concentra com baixos custos iniciais, mas que exigem
o desgaste abrasivo de impacto do material bons resultados de curto prazo também são
sobre a área “dobrada” e a “borda” das chapas. candidatos para uma chapa de desgaste de aço
Se o desgaste for concentrado em um ponto, doce.
isso pode criar uma abertura onde fragmentos
de material podem se acumular, aumentando as Se o ambiente for úmido ou corrosivo, a
chances de abrasão da correia (Figura 12.7). maior taxa de corrosão do aço doce pode criar
um atrito adicional ao corpo do material na
Chapa de Desgaste Cônico zona de carga.
A chapa de desgaste cônica geralmente A chapa de desgaste de aço doce pode vir em
é fundida em aço molibdênio para uso em qualquer padrão de linha reta ou defletora.
aplicações pesadas. A seção transversal da
carcaça é trapezoidal para reduzir a lacuna no
cruzamento da correia, chapa e vedação do
contorno, enquanto apresenta uma espessura
suficiente de desgaste onde o material impacta Figura 12.7
ou desliza pela área do contorno. Para manter A chapa defletora
também concentra o
o peso razoável de peças individuais para
desgaste abrasivo de
manipulação, as chapas de desgaste cônicas são impacto do material
geralmente feitas com 300 a 400 milímetros sobre a área “dobrada”
(12 a 16 polegadas) de largura. Como chapas e a “borda” das chapas.
de desgaste fundidos são pesadas e oferecidas
em comprimentos curtos, é difícil instalá-las de
forma que a borda inferior fique em uma linha

173
Seção 2 | Carregando a Correia

Chapa de Desgaste em Placa A placa de desgaste com revestimento


Resistente à Abrasão cerâmico tem demonstrado funcionar bem
Chapa de desgaste em placa resistente à com carvão e cavacos de madeira. A chapa de
abrasão (placa AR) proporciona uma vida muito desgaste com revestimento de cerâmica pode
mais longa que a placa de desgaste fabricada em ser fornecida nos estilos reto e defletor.
aço doce. A Placa AR é uma oção muito boa, Sempre que as chapas são confrontadas
capaz de lidar com materiais mais abrasivos, com materiais fundíveis, sejam de cerâmica
como areia, minérios de rocha dura e carvão. ou ligas de aço, como aço magnésio, deve-se
A vida de desgaste pode se prolongar sete tomar cuidado para alinhar os blocos durante a
vezes mais do que o aço doce. A Placa AR está instalação sobre a chapa de aço. A extremidade
disponível em ambos os estilos, em linha reta inferior da instalação deve ser posicionada
ou defletora.
12 com cuidado para evitar pontos de agarre e
“degraus” que possam aprisionar o material.
Chapa de Desgaste com Face de
Cerâmica
Chapa de Desgaste de Aço
A chapa de desgaste com face de cerâmica é Inoxidável
uma boa chapa de desgaste de longo prazo para A chapa de desgaste de aço inoxidável é
correias de operação contínua que transportem uma escolha que cai entre o aço doce e a Placa
material altamente abrasivo, onde o impacto AR na resistência à abrasão. A resistência
é mínimo. Uma placa de suporte de aço leve química do aço inox é muitas vezes necessária
com faces de blocos de cerâmica é uma boa para aplicações onde há a possibilidade
opção nessas circunstâncias. Esses blocos de corrosão do aço doce ou Placa AR. O
cerâmicos são colados e/ou soldados com coeficiente de atrito entre o material a granel
encaixes no suporte de aço doce, geralmente e o aço inoxidável varia significativamente, e
nos 100 milímetros (4 polegadas) inferiores da as exigências de energia devem ser revistas se
placa. Em cintos mais fortemente carregados, estiver sendo feito um recondicionamento com
os blocos de cerâmica também podem ser chapas de aço inoxidável. A chapa de desgaste
aplicados mais acima da placa de suporte para de aço inoxidável pode ser fornecida tanto no
reduzir o desgaste. estilo em linha reta como defletor.

Tabela 12.1 Materiais de chapa de desgaste


Resistência Resistência Qualidade
Custo de abrasão Resistência à de baixa
Material da chapa inicial deslizante ao impacto temperatura fricção
Aço doce Baixo B B MB NR
Placa resistente à abrasão Médio MB B MB NR
Aço inoxidável Alto B B E MB
Sobreposição de carboneto de Médio E B MB MB
cromo
Borracha Alto B E NR NR
Poliuretano Alto E E NR B
UHMW Médio B NR NR E
Peça cerâmica
Peças de arenito Baixo B NR B B
Peças vitrificadas Baixo MB NR MB MB
Peças de basalto Médio MB B MB B
Peças de alumina Alto E B E B
Obs.: Comparação do desempenho de possíveis materiais de chapa de desgaste. Classificação:
E-Excelente; MB-Muito Bom; B-Bom; NR-Não Recomendado.

174
Chapas de Desgaste | Capítulo 12

Sobreposição de Carboneto de ou que possuam uma correia de alta velocidade;


Cromo isso poderia elevar a temperatura das chapas até
Sobreposição de carboneto de cromo é um ponto de amolecimento, encurtando a vida
um material muito rígido adequado para do material.
transportadores que possuam níveis muito
elevados de abrasão. Sozinho, o carboneto Chapas de Desgaste para Chutes
de cromo é muito quebradiço, portanto, é Curvos
sobreposto em uma placa de suporte para a Muitos desses materiais também são
instalação. A placa de suporte pode ser de adequados para o revestimento de chutes
aço doce ou inoxidável, dependendo dos curvos para aplicações onde há a necessidade
requisitos da aplicação. A face rígida terá uma de resistência ao desgaste ou atrito reduzido.
escala de dureza Rockwell “C” entre 53 e 65; Exemplos disso, são as peças de cerâmica ou
alguns materiais de revestimento são mais Placa AR utilizadas como revestimento em um
12
resistentes em contato com a carga, portanto, chute curvo para manuseamento de carvão
possuem uma pontuação de dureza 75 na escala ou UHMW usado em um chute de lascas de
Rockwell “C”. Esses materiais estão disponíveis madeira.
em duas denominações: passe de solda simples
ou solda dupla. Para aplicações de placas Custo x Benefício da Chapa de
de desgaste, o grau de passe duplo de solda Desgaste
é normalmente usado. Esse material não é
Embora o custo inicial de uma placa
adequado para alto impacto e, como resultado,
de desgaste deva ser uma consideração
é usado apenas em chapas de desgaste do estilo
significativa, é mais importante que o material
linha reta.
seja selecionado com base em seu desempenho
e sua vida de serviço. Os fatores que também
Chapas de Desgaste de Plástico devem ser considerados incluem:
Chapas de desgaste de plástico são um
desenvolvimento mais atual. Recentemente, A. Coeficiente de fricção.
placas de desgaste de Peso Molecular Ultra-Alto B. Resistência à aderência do material.
(UHMW) de polietileno ou poliuretano têm
C. Resistência à abrasão por deslizamento.
sido instaladas. Em muitas dessas instalações,
a placa assenta-se diretamente sobre a correia D. Resistência à abrasão por impacto.
para controlar materiais extremamente finos e E. Resistência à corrosão.
empoeirados. Furos longitudinais nos painéis do F. Método de fixação.
revestimento permitem um ajuste para manter a
G. Custo de instalação.
chapa de desgaste em contato com a correia.
H. Custo de manutenção.
Aplicações de UHMW como uma chapa de Escolher o material correto para o uso
desgaste demonstraram sucesso com produtos como uma placa de desgaste poderia aumentar
finos, empoeirados, como areia, cinzas e pó de o custo inicial do ponto de transferência.
fornalha de arco elétrico (EAF). Além disso, Entretanto, o uso de um material de
como o UHMW é aceito pela Food and Drug revestimento especificamente adaptado para
Administration dos EUA, é adequado para uma determinada aplicação deve produzir um
utilização com gêneros alimentícios em pó. melhor retorno sobre o investimento, quando
Revestimentos de poliuretano já estão sendo se considerar o trabalho de substituição de
utilizados com sucesso na exploração de chapas prematuramente desgastadas e o maior
ouro e minério por sua leveza e facilidade de tempo para a limpeza do material derramado.
substituição.

Os materiais plásticos têm sido aplicados


apenas como placas de desgaste em linha reta; APLICANDo as chapas DE
a abrasão que seria vista em aplicações como DESGASTE
um projeto de defletor reduziria drasticamente Aplicação de Chapa de Desgaste
sua vida útil. Cuidados devem ser tomados para
não instalar placas de plástico em condições que Com exceção das placas de desgaste de
excedam a temperatura de serviço do material UHMW e de poliuretano, todos os sistemas de

175
Seção 2 | Carregando a Correia

chapa de desgaste devem ser instalados com um Na área de entrada, o espaço entre a correia
ângulo de alívio da abertura da área de entrada e a borda inferior das chapas de desgaste
para a área de saída do ponto de transferência. está geralmente na faixa de 3 a 10 milímetros
A distância acima da correia vai variar com (1/8 a 3/8 de polegada), com a dimensão
o tamanho do produto. Tal como acontece mais próxima especificada para materiais
com o aço da calha-guia, deseja-se que a chapa com partículas menores. Na extremidade
crie uma maior abertura para a saída da zona da saída, a distância será tipicamente entre
de cargam a fim de evitar aprisionamento de 10 e 20 milímetros (3/8 a 3/4 de polegada).
material. Novamente, a menor distância é de materiais
de revestimento, enquanto a maior dimensão
Como afirmado anteriormente, as placas é para materiais que contenham fragmentos
de desgaste de UHMW e poliuretano são maiores. Um suporte adequado da correia
12 normalmente instalados de modo que a borda para frouxidão e vibração é essencial para
inferior toque, ou esteja colocada sobre a a preservação da correia em face desse
correia. espaçamento estreito.

Figura 12.8 Uma palavra de cautela: ao unir seções


A placa com de chapa de desgaste, é fundamental que as
alinhamento deficiente bordas inferiores se alinhem perfeitamente
cria pontos de sem problemas, sem criar padrões irregulares
aprisionamento de
material. ou dentados (Figura 12.8). Se as bordas
inferiores não estiverem precisamente
alinhadas, serão criados pontos de
aprisionamento. O material transportado, então,
criará pontos de pressão excepcionalmente
alta pressão nessas áreas, que conduzirá ao
derramamento de material ou, pior ainda, as
Figura 12.9 cunhas de material se acumularão em “dentes”
que serão abrasivos à correia. Para evitar esses
A placa de desgaste
deve ser instalada em acúmulos, a borda inferior da placa de desgaste
uma linha reta que se deve ser reta, como se uma linha de corda fosse
abre gradualmente esticada a partir da entrada até a saída do ponto
em direção à saída do
de transferência (Figura 12.9). Lembramos
ponto de transferência.
que o alívio do aprisionamento deve ser
fornecido com um ligeiro aumento da distância
entre a superfície da correia até a borda inferior,
à medida que a correia se direciona até a saída
do ponto de transferência.

Instalando a Chapa de Desgaste


A placa de desgaste pode ser aplicada por
diferentes métodos, incluindo parafusos,

QUESTÕES DE SEG UR ANÇA

Quando da instalação das equipamentos para restringir as chapas deve


chapas de desgaste, é importante ser usadas quando a instalação for feita.
ter em mente que são grandes painéis,
geralmente de aço, e podem ter bordas Os regulamentos estabelecidos de
afiadas. Elas são pesadas e, normalmente, isolamento/marcação/bloqueio/teste, normas
difíceis de manusear, especialmente quando de espaço confinado e outras políticas de
se trata de manobrar e instalá-las de maneira segurança adequadas devem ser seguidos.
estreita entre as calha-guias em correias
estreitas. Uma boa técnica de içamento e

176
Chapas de Desgaste | Capítulo 12

soldagem ou uma combinação de ambos. extremidade soldada. É fundamental a seleção


correta de solda para garantir a resistência e a
Chapas de desgaste são comumente instaladas durabilidade da junta de solda.
com parafusos de cabeça embutida, que
fornecem superfícies lisas na face interior da Atenção especial deve ser dada à resistência
calha-guia. Esses parafusos também permitem da estrutura do transportador, quando da
a simples substituição das chapas. Elas podem instalação de chapas pela primeira vez. Se
ser soldadas em posição, com a desvantagem não for devidamente reforçada, a estrutura
óbvia da dificuldade em substituir as chapas de suporte poderá ser demasiado fraca para
desgastados. Caso a instalação exija que a suportar o peso adicional das chapas, arriscando
chapa de desgaste seja soldada na posição, é danos caros e tempo de inatividade.
preciso ter cuidado para utilizar os materiais de
soldagem e técnicas corretas para coincidir com Projeto de Chute para Finalidade 12
o material das chapas. de Manutenção
Outra técnica de instalação pede que a placa Com todo o recinto fechado, é importante
de desgaste seja soldada a bujão, a partir de fora projetar uma maneira simples para inspecionar
do ponto de transferência (Figura 12.10). o interior. Portas através da parede do chute ou
Com essa técnica, os furos são perfurados ou calha devem ser incluídas como um mecanismo
cortados através da parede de aço niquelado. para inspecionar a condição das chapas.
Então, a parte de trás das chapas é soldada Idealmente, o chute deve ser grande o
à parede do chute. Esse sistema prevê a suficiente para permitir que o pessoal entre
instalação sem cabeças de parafuso ou furos para realizar o trabalho de instalação e
que se projetam na zona de carga para atuar substituição. Se o tamanho do transportador
como alvos de abrasão do material. A chapa não for suficiente para que haja espaço para o
proporciona sua espessura plena para vida pessoal trabalhar dentro do gabinete do ponto
útil de desgaste. No final da vida da placa, a de transferência, o sistema de calha-guia e
substituição pode ser feita por corte das soldas chapa deve ser projetado de modo que todo o
a bujão e instalação de novas placas usando os conjunto possa ser aberto, virado ou retirado
mesmos furos. da estrutura. Isso permitiria a substituição das
Quando soldar a chapa no lugar, é preciso ter chapas e a reinstalação do conjunto de parede
cuidado para controlar o estresse introduzido com o mínimo de tempo de inatividade,
no metal das chapas. Uma placa resistente à inconveniência e custo.
abrasão, quando aplicada como uma chapa, Seria útil instalar permanentemente âncoras e
deve ser aplicada da mesma forma que uma trabalhar em locais adequados acima da calha-
pessoa aplicaria um papel de parede. Se uma
folha de papel de parede é aplicada segurando calha-guia Figura 12.10
primeiro as quatro pontas externas, bolhas de
As chapas de desgaste
ar grandes ficam presas no centro da folha. podem ser instaladas a
Uma situação similar ocorre se a Placa AR partir da parte externa
for instalada da mesma forma, mas, ao invés da calha-guia por meio
de solda de bujão.
de bolhas de ar, será criada tensão residual na
chapa, que tentará escapar. Quando a estrutura
Solda de bujão
começa a se flexionar em operação normal,
essas tensões podem apresentar rachaduras na
chapa de desgaste. Se isso não for detectado a
tempo, uma grande parte das chapas pode se Forro de vedação

quebrar ou a parede ou o chute se curvará.

Para evitar esse estresse, é importante usar Filete de solda Figura 12.11
a técnica de soldagem adequada. A “melhor Soldagem de retrocesso
prática” aceita é chamada de passo inverso ou é a “melhor prática”
“soldagem de retrocesso”. Ela pede pontos de para a instalação de
chapas de desgaste
soldagem no topo da placa (Figura 12.11). para evitar torção.
Em cada solda, o filete é atraído de volta para a

177
Seção 2 | Carregando a Correia

guia para facilitar o içamento e colocação de existente ou tornar encomendas futuras mais
folhas de chapa de desgaste. simples, mesmo em uma aplicação onde o
material especificado é inferior ao ideal.

Há muitas referências, artigos e fornecedores


ESPECIFICAÇÕES TÍPICAS
especializados de materiais de chapas de
A. Chapa de desgaste. desgaste para ajudar na escolha de uma chapa
A calha-guia será equipada com um para uma aplicação específica. O pessoal da
revestimento de desgaste. Fixada no interior fábrica geralmente sabe o que foi tentado
da calha-guia, essa chapa irá proteger o em uma aplicação e tera conhecimento do
sistema de vedação de borda das forças de histórico. As pessoas saberão o que funcionou
carga lateral do material. e, talvez mais importante, o que falhou ou,
12 B. Posição.
o que foi considerado muito curto, em uma
aplicação específica.
A chapa desgaste será posicionada a
Esse histórico institucional é uma ferramenta
uma distância de 3 a 10 milímetros (1/8
valiosa na escolha das chapas, mas não deve
a 3/8 de polegada) da correia, na área de
ser usado exclusivamente. Esse conhecimento
entrada, e de 10 a 20 milímetros (3/8 a 3/4
histórico deve ser comparado com registros
de polegada) da correia na extremidade
precisos, indicando as datas de instalação e
da saída da calha-guia do ponto de
tonelagem transportada por um material de
transferência.
chapa específica em um determinado local. O
C. Alinhamento. registro é a chave para validar a escolha feita
para o material das chapas de desgaste.
A parte inferior das chapas deverá estar
alinhada com precisão para eliminar
quaisquer bordas irregulares ou dentadas A Seguir…
que possam capturar o material. Este capítulo, sobre chapas de desgaste, o
sétimo capítulo na seção Carregando a Correia,
D. Técnica de soldagem de bujão. discutiu a sua utilização em um ponto de
A chapa de desgaste será instalada utilizando transferência com baixo derrame. O capítulo
uma técnica de soldagem de bujão para seguinte, Sistemas de Vedação Lateral, conclui
evitar a intrusão de furos de parafuso no esta seção.
material das chapas.

REFERÊNCIAS
12.1 Conveyor Equipment Manufacturers
Association (CEMA). (2005). Belt Con-
SELECIONANDO Uma chapa DE
veyors for Bulk Materials, Sixth Edition.
DESGASTE PARA UMA APLICAÇÃO
Naples, Florida.
ESPECÍFICA
12.2 O site http://www.conveyor- beltguide.com
Para Concluir…
é um recurso valioso e não-comercial que
A escolha do “melhor” material de chapa aborda muitos aspectos do correame.
para uma determinada aplicação é geralmente
específica para ela, orientada pelo material 12.3 Qualquer fabricante e a maioria dos
transportado e o sistema. distribuidores de produtos de transporte
podem fornecer uma variedade de ma-
Às vezes, a escolha do material é direcionada teriais sobre a construção e utilização de
pela administração da organização, quando um seus produtos específicos.
engenheiro corporativo tem alguma experiência
positiva ou negativa com uma chapa especial
e assim determina (ou proíbe) o uso de um
material específico. Outras vezes, a escolha será
feita para manter todos os materiais uniformes
dentro de uma fábrica, para usar o material

178
Chapas de Desgaste | Capítulo 12

12

179
Seção 2 | Carregando a Correia

13
Figura 13.1
Uma vedação eficaz
nas bordas da correia
nas zonas de carga
e assentamento é um
requisito fundamental para
o controle de materiais
fugitivos em qualquer ponto
de transferência.

Capítulo 13

Sistemas DE Vedação
LATERAL
Papel do Sistema de Vedação.. ...................................................................... 181
Vedação Vertical, Interna ou Externa.............................................................. 182
Considerações para uma Vedação de Sucesso.. ................................................ 187
Questões de Segurança............................................................................... 188
Instalação e Manutenção............................................................................. 189
Especificações Típicas................................................................................. 189
Tópicos Avançados...................................................................................... 190
A Etapa Final do Controle de Derrame............................................................ 192

180
Sistemas de Vedação Lateral | Capítulo 13

Neste Capítulo…
PAPEL DO SISTEMA DE VEDAÇÃO
Neste capítulo, nós concluímos a discussão
sobre a vedação da zona de carga de um ponto O que os Sistemas de Vedação
de transferência com foco em sistemas de Podem e Não Podem Fazer
vedação de borda. Três principais tipos de Antigamente, um sistema típico de vedação
sistemas de impermeabilização estão descritos, de borda era uma faixa vertical de elastômero
com as vantagens e desvantagens de cada um, presa à parte externa da calha (chute) ou ao
juntamente com vários sistemas de engenharia. aço de vedação lateral (calha-guia). Uma faixa
Orientações para a seleção, instalação, utilização de borracha de vedação preenchia a lacuna do
e manutenção de sistemas de vedação de borda aço à correia, que era normalmente de 25 a 50
também são discutidas. O capítulo termina com milímetros (1 a 2 polegadas) ou mais.
as equações para calcular o consumo de energia
adicional requerida. Esperava-se que essa faixa de vedação de 13
elastômero desempenhasse uma função quase
Um requisito fundamental em qualquer milagrosa. Com a correia não devidamente
ponto de transferência projetado para reduzir suportada e/ou nenhum forro de desgaste
o derramamento e obter alta eficiência é um ou um forro totalmente desgastado, o selo
sistema eficaz de vedação nas extremidades de borda de elastômero era necessário para
da correia (Figura 13.1). A vedação deve conter o peso total da carga de material
começar na área de carga e continuar até o final durante a tentativa de ajustar para um caminho
da área de fixação. Um sistema de vedação de ondulante de correia. Pedir que faixas de
borda, geralmente uma faixa de elastômero vedação flexível sozinhas fizessem mais do que
flexível, é instalado no lado de fora da calha- conter o material leve ou pó sobre a correia
guia (vedação lateral), em ambos os lados é querer algo inatingível. A carga de material
da correia, para preencher a lacuna entre as rapidamente criaria abrasão na faixa de vedação
estruturas de aço e a correia em movimento. ou a empurraria para longe da vedação lateral
(calha-guia) e permitiria a retomada do derrame
Em vez de ser a primeira etapa na prevenção
(Figura 13.3).
de derrames de transporte, o selo da calha-
guia é a última chance para controlar material Em uma tentativa de impedir a fuga de
fugitivo e evitar a sua liberação. Uma linha partículas, o pessoal da fábrica ajustaria
da correia estabilizada, com um suporte de continuamente as faixas de vedação até
correia instalado corretamente, e um controle a correia, aumentando, assim, a pressão
da quantidade de fuga de material, com um de vedação e levando a vários resultados
sistema de forro de desgaste instalado perto da indesejáveis. O aumento da pressão de
correia, melhoram o desempenho do sistema selagem eleva as necessidades de energia do
de vedação da borda da correia. Um sistema
flexível, de múltiplas camadas, incorporando
Figura 13.2
um nível de autoajuste, proporciona uma
Uma vedação eficaz da
contenção de material eficaz para um ponto de borda da correia requer
transferência e melhora o funcionamento da suporte de correia,
correia transportadora. forros de desgaste,
calha-guia, e selo de
Um sistema de vedação de borda funcional borda.
requer o uso de suporte de correia, calha-
guias, forros de desgaste e um selo de borda
(Figura 13.2). Sistemas de suporte de correia
são discutidos no Capítulo 10, calha-guias no
Capítulo 11 e chapas de desgaste no Capítulo
12. Este capítulo concentra-se principalmente
na vedação lateral (calha-guia) ou de borda,
como elemento final importante na vedação
da zona de carga de um ponto de transferência
para a prevenção da fuga de partículas finas de
material fugitivo.

181
Seção 2 | Carregando a Correia

transportador, às vezes ao ponto em que seria Objetivo de um Sistema de Vedação


possível travar a correia. O maior atrito provoca O objetivo de qualquer sistema de vedação
o acúmulo de calor que irá amolecer a faixa é conter as partículas finas de material
de vedação de elastômero e encurtar a vida do transportado e o pó sobre a correia. Os
elastômero, às vezes até o ponto em que o selo atributos desejáveis incluem o mínimo de área
praticamente derrete. Esse aumento do desgaste de contato entre a vedação e a correia e o
é mais evidente nos pontos onde existe a maior mínimo de pressão da vedação para baixo, bem
pressão, normalmente diretamente acima dos como uma vida útil razoável. Minimizar esses
roletes livres (Figura 13.4). itens reduz a resistência contra o transportador,
Em um correia que não é devidamente minimiza o desgaste das correias e do selo e
suportada na zona de carga, a correia cederá a energia adicional necessária para acionar a
correia.
13 entre os roletes livres e deixará que o material
fique aprisionado entre o forro de desgaste O trabalho de vedar das bordas de uma
ou o selo de borda e a correia. O material zona de carga do transportador é um desafio.
aprisionado acelera muito o desgaste do sistema Mesmo nos melhores pontos de transferência,
de correia e borda de vedação e aumenta a com o alinhamento da correia corretamente,
necessidade de energia da unidade. em uma linha estável, o sistema de vedação
enfrenta uma certa pressão lateral e vibração,
Figura 13.3
devido a variações de carga e outras condições.
Sem um sistema eficaz O sistema de vedação deve ser concebido para
de vedação, o material
vai se derramar pelos satisfazer essas flutuações no curso da correia
lados do correia, para formar uma vedação eficaz. A vedação
encurtando a vida deve ser suficientemente robusta para resistir
dos componentes e
à abrasão e ao impacto na emenda da correia,
aumentando as tarefas
de manutenção e sem haver desgaste indevido e sem travar nesse
limpeza. ponto. O sistema de vedação deve oferecer um
mecanismo de ajuste simples para compensar o
desgaste.

Nenhum sistema de vedação pode resistir


por muito tempo diante do abuso da carga de
Figura 13.4 material. Se os selos não forem protegidos dos
Com a maior pressão, fluxos de materiais, tanto a eficácia como a vida
o selo desgasta mais útil das faixas de vedação serão diminuídas.
rapidamente e de forma
desigual. O desgaste
Com o impacto da carga de material sobre um
irregular, na forma de sistema de vedação, o material força as faixas de
abas, será mais óbvio vedação para baixo sobre a correia, acelerando
diretamente acima dos o desgaste tanto do selo como da correia. O
roletes livres, onde a
pressão é mais alta.
ponto de transferência deve ser construído para
evitar impactos tanto da carga sobre os selos
como do fluxo de material contra eles.

Figura 13.5 VEDAÇÃO VERTICAL, INTERNA OU


Os primeiros selos de EXTERNA
vedação lateral (calha-
guia) foram fabricados
internamente, a partir Engenharia de Sistemas de
de materiais facilmente Vedação
disponíveis, como
os utilizados nos Os selos de vedação lateral primeiro eram
correames ou grandes fabricados internamente a partir de materiais
cordas náuticas. Esses facilmente disponíveis, como os utilizados nas
sistemas primitivos
de vedação eram correias ou grandes cordas náuticas (Figura
empurrados sobre as 13.5). Esses primitivos sistemas de vedação
bordas da correia ou eram empurrados para baixo nas bordas da
mantidos em posição
pela força da gravidade.

182
Sistemas de Vedação Lateral | Capítulo 13

correia ou mantidos em posição pela força da selecionado sempre deve ser menos resistente
gravidade. Enquanto eles eram baratos, esses à abrasão que a tampa superior da correia que
sistemas não foram muito bem-sucedidos. está vedando.
Tornaram-se impregnados com o material que
abrasou a correia e não tinham um método Um cuidado específico deve ser tomado
fácil de ajustar para o desgaste. Finalmente, contra o uso de qualquer correame usado
os resultados decepcionantes dessas técnicas anteriormente ou sobras como selo de
caseiras levou ao desejo de projetar e ter contorno. Correames usados normalmente
sistemas mais eficazes. estão cheios de materiais abrasivos, como areia,
cinzas ou partículas finas, ao longo de seus
Agora, o “estado da arte” em engenharia anos de serviço. Qualquer correame, novo
para os componentes do ponto de transferência ou usado, cabos de aço ou tecido de reforço
progrediu de faixas de vedação que mal serão abrasivos sobre a correia em movimento, 13
continham fragmentos de material para os atuais
sistemas que impedem a fuga de partículas finas Figura 13.6
e até de pó. Uma série de projetos de sistemas A distância de correia
de vedação está disponível comercialmente. Em livre, ou seja, a
geral, esses sistemas são constituídos por uma quantidade de correia
longa faixa de elastômero, fixada contra a borda de fora da vedação
lateral (calha-guia) em
inferior da vedação lateral (calha-guia) por um ambos os lados da
conjunto de grampos. correia, proporciona o
Distância de espaço disponível para
correia
Para uma vedação efetiva, é fundamental que o sistema de vedação.
haja uma distância adequada de correia livre. A
distância de correia livre, ou seja, a quantidade
de correia de fora da vedação lateral (calha-guia)
em ambos os lados do transportador, fornece
o espaço disponível para o sistema de vedação
Figura 13.7
(Figura 13.6). Demasiadas vezes, com o
interesse de colocar a maior carga sobre a Os sistemas de
vedação vertical
correia mais estreita, a distância de correia livre normalmente usam uma
é reduzida. Isso invariavelmente vem à custa da faixa de borracha ou de
eficácia do sistema de vedação. (Para maiores elastômero que pode
informações sobre a distância de correia livre e ter uma forma especial
própria. Um sistema
a largura eficaz da correia, consulte o Capítulo de grampos é usado
11: Calha-guias.) para fixar a borracha de
vedação lateral (calha-
Há um número de diferentes abordagens guia) no lugar.
para a vedação da calha-guia. Uma maneira
simples de classificar esses sistemas é descrever
onde cada um deles entra em contato com a
correia: alguns descem diretamente para baixo
da calha-guia, alguns se estendem de volta para
dentro da calha-guia, e algumas fazem a vedação
do lado de fora da calha-guia.
Figura 13.8
Vedação Vertical Faixas de borracha ou,
pior, correias usadas
Os sistemas de vedação vertical normalmente são vistas às vezes.
utilizam apenas uma única faixa de vedação Independentemente
de borracha (Figura 13.7). Muitas vezes, um do material usado, o
sistema de vedação
fornecedor oferece um sistema de abraçadeiras,
deve ser sempre menos
e outro fornece a faixa de borracha. Às vezes, resistente à abrasão que
uma faixa de elastômero especialmente a cobertura superior da
moldada é instalada, outras vezes, faixas correia.
de borracha ou, pior, correias usadas são
aplicadas (Figura 13.8). O sistema de vedação

183
Seção 2 | Carregando a Correia

desgastando a capa de protecção superior e apenas um martelo; porém, cada bloco deve ser
levando à falha prematura e à substituição ajustado individualmente, e um ajuste excessivo
onerosa. é um problema comum. Quando ajustados
excessivamente, esses blocos podem facilmente
Outro tipo de sistema de vedação vertical travar uma correia.
utiliza um conjunto de blocos de vedação
interligados, instalados fora da vedação As principais vantagens dos selos de vedação
lateral (calha-guia), em uma placa especial de lateral (calha-guia) perpendiculares retos, ou
montagem. Os blocos interligados podem ser verticais, são:
movidos para baixo (em direção à correia), mas
resistem ao movimento ascendente (Figura A. Baixo custo.
13.9). Esses blocos podem ser facilmente B. Requisitos de faixa estreita de distância da
13 ajustados para baixo até a correia, usando borda (distância da correia livre).
C. Pode ser autoajustável.
Figura 13.9
As principais desvantagens dos selos de calha-
Uma classe de sistemas guia perpendiculares são:
de vedação é facilmente
ajustável, porque é A. Bem difíceis de ajustar com precisão.
feita em segmentos.
Uma série de blocos B. Facilmente ajustados excessivamente,
de vedação modular causando desgaste prematuro.
está instalada fora
da vedação lateral C. Propensos a aprisionar material, causando
(calha-guia), em uma
placa de montagem
danos à correia.
especial, que os blocos D. Suscetível à fuga de pó e partículas finas.
interligados sejam
movidos para baixo (em
direção à correia), mas
Um terceiro tipo de sistema vertical de
resistam ao movimento vedação de borda, projetado para superar
ascendente. muitas das desvantagens associadas às vedações
perpendiculares, é o sistema flutuante de
vedação. Esse sistema utiliza faixas de vedação
Figura 13.10 montadas sobre a vedação lateral (calha-guia)
Um sistema de vedação
em aço sobre braços articulados livremente,
de borda que poderia giratórios independentes (Figura 13.10). As
ser classificado como articulações permitem que a faixa de vedação
perpendicular é o flutue sobre a correia, reagindo às mudanças na
sistema flutuante de
vedação. Ele utiliza
linha da correia, permanecendo em contato de
faixas de vedação vedação com a correia (Figura 13.11). Essa
montadas na calha- concepção permite que o sistema de vedação
guia de aço em braços faça um auto-ajuste, usando seu próprio peso
articulados giratórios
independentes. para compensar o desgaste. A função de
auto-ajuste permite que esse tipo de sistema
de vedação supere os obstáculos devidos a
inconsistências na linha da correia por causa
do suporte inadequado da correia ou surtos na
Figura 13.11 carga de material.
Esse sistema permite
que o sistema de fecho
se autoajuste, usando Vedação Interna
seu próprio peso para Alguns sistemas de impermeabilização são
compensar o desgaste
ou variações no
fixados na parte externa da calha (chute), com a
percurso. faixa de elastômero enrolada por baixo do aço.
Com esses tipos de sistemas, o selo é formado
no interior da vedação lateral (calha-guia).
Como o selo se volta para dentro, o forro de
desgaste deve ser espaçado o suficiente acima

184
Sistemas de Vedação Lateral | Capítulo 13

da correia para permitir algum movimento A. Vida do selo mais curta devido a estar no
vertical livre do selo (Figura 13.12). Esses caminho do fluxo de material.
sistemas voltados para dentro tiveram algum B. Propensão ao aprisionamento de material
sucesso em transportadores com material leve, sob a faixa de vedação, levando ao desgaste
macio e fino, não abrasivo, como negro de prematuro da correia.
carbono. Sistemas de vedação voltados para
dentro também são úteis como uma solução C. Área reduzida de transporte de carga na
temporária, em correias com distância limitada correia devido ao efeito “arco-íris “ (Figura
de selagem da borda, onde a falta de espaço de 13.14).
correia fora da vedação lateral (calha-guia) de
aço limita o espaço disponível para a aplicação
de um sistema de vedação. Esses sistemas são Figura 13.12
às vezes úteis em áreas de alta pressão interna Alguns sistemas de 13
da calha (chute), como, por exemplo, sob o vedação são fixados na
despejo de um vagão ferroviário, onde, quando parte externa da calha
(chute) com a faixa
devidamente aplicado, o material carregado de vedação enrolada
no selo tenderia a ajudar no esforço de por baixo do aço, para
vedação. Observe que o selo pode se desgastar formar um selo no
rapidamente, e o material preso sob o selo interior da parede do
chute. Como o selo está
tenderia a desgastar prematuramente a camada dentro, o revestimento
superior da correia. de desgaste deve ser
espaçado o suficiente
A vedação interna é aplicada às vezes acima da correia
devido a uma correia com um grave problema para permitir algum
movimento vertical livre
de desalinhamento, porque o correia seria do selo.
menos propensa a sair por baixo desse tipo de
sistema. Nessa situação, seria melhor resolver
os problemas de desalinhamento em vez de
aplicar um selo para superar o problema. (Veja
Figura 13.13
o Capítulo 16: Alinhamento das Correias.)
O benefício de proteção
A proteção benéfica da instalação de um da instalação do forro
de desgaste é um
revestimento de desgaste pode ser neutralizada pouco neutralizado
quando o sistema de vedação se volta por baixo quando o sistema
da calha-guia, colocando a fita de vedação no de vedação passa
interior do forro de desgaste (Figura 13.13). por baixo da parede
do chute para
A faixa de vedação é esfolada pela carga do colocar a faixa de
material, e o material pode ficar mais facilmente vedação no interior
aprisionado contra a correia. do compartimento de
aço. Dentro do forro
As principais vantagens dos sistemas de de desgaste, a faixa
de vedação pode ser
selagem de calha-guia voltados para dentro são: facilmente danificada
pelas forças da carga
A. Autoajuste. de material.
B. Lidam com materiais leves, macios e finos,
não-abrasivos.
Figura 13.14
C. Exigem distância da borda limitada
Selos de calha-guia
(distância de correia livre). voltados para dentro
D. Lidam com alta pressão interna da calha reduzem a área útil
da correia por ocupar
(chute). espaço em que a
E. Lidam com correias com severo carga poderia ser
desalinhamento. transportada. Devido
a um efeito “arco-
íris” nas bordas da
As principais desvantagens dos selos de calha- área de transporte, a
guia voltados para dentro são: capacidade é reduzida
ao longo da correia.

185
Seção 2 | Carregando a Correia

Um híbrido desses sistemas combina o Esse tipo de sistema é particularmente útil


sistema de vedação vertical flutuante, descrito para pontos de transferência, onde o forro
em Vedação Vertical, com uma faixa de de desgaste é instalado a 25 milímetros (1
borracha em “L” (Figura 13.15). A base da polegada) ou mais acima da correia. Esse
borracha em “L” se estende para dentro, sob espaço é usado para prevenir danos à correia
o aço da calha-guia e o forro de desgaste, em por pressão contra a chapa de desgaste, sendo
direção aos materiais a granel. Esse sistema uma prática comum em algumas indústrias,
de vedação inteiriço serve tanto como selo de onde os transportadores e as condições não
material (agregado) quanto como selo de pó. A são ideais, como na mineração de carvão e
base de borracha melhora a resistência do selo produção de agregados.
à pressão lateral da carga da correia e aumenta
a faixa de desalinhamento da correia que o Esse sistema híbrido permite que o selo
13 sistema de vedação pode tolerar. flutue na correia, subindo e descendo com
qualquer movimento da correia, incluindo
passagem pela emenda. A baixa pressão
Figura 13.15
aplicada reduz o desgaste tanto na correia como
Um híbrido desses
na faixa de vedação.
sistemas combina o
sistema vertical de
vedação flutuante, Vedação Externa
descrito em “Vedação
Vertical”, com uma faixa As variações finais dos sistemas de vedação
de borracha em “L”. A de borda são sistemas que vedam pelo lado
base da borracha em de fora da vedação lateral de aço (calha-guia)
“L” se estende para
dentro, sob a a calha-
(Figura 13.16). O projeto mais eficaz combina
guia de aço e o forro de a eficácia do selo de múltiplas camadas com a
desgaste, em direção simplicidade dos sistemas de faixa única.
aos materiais a granel.
Quando os trabalhadores de manutenção do
transportador se preparam para as atividades
em tempo frio, eles se vestem em camadas. Eles
Figura 13.16
sabem que é melhor colocar várias camadas
A variação final em de roupa, camiseta, camisa, suéter e casaco
sistemas de vedação
são aqueles sistemas
do que usar uma só camada grossa. O mesmo
que vedam na parte de conceito pode ser utilizado para a vedação dos
fora da calha-guia de pontos de transferência: é melhor trabalhar
aço. com várias camadas finas do que com uma só
camada grossa de finalidade geral. Na vedação,
a primeira camada é fornecida pelo forro de
desgaste instalado dentro do chute. Estendendo
para baixo próximo à correia, o forro de
desgaste mantém as partículas grandes de
material bem longe da borda da correia. (Veja
o Capítulo 12: Chapas de Desgaste.) A camada
Figura 13.17
seguinte é fornecida pelo sistema de vedação.
Sistemas de vedação
com múltiplas
Projetos de vedação com múltiplas
camadas incorporam
duas camadas: uma camadas possuem elastômeros de faixa única
faixa principal, que
Selo
fabricados com uma aba moldada, que serve
é delicadamente
Chapa de secundário como um selo secundário (Figura 13.17).
empurrada para baixo
da correia, para conter
desgaste Barra de Essa estabilizadora, ou faixa secundária,
a maioria das partículas, desligamento normalmente forma um ou mais canais que
e uma faixa secundária, Selo capturam as partículas finas e gentilmente as
que se situa na borda primário
levam ao longo da correia antes de depositá-las
externa da correia,
para conter quaisquer
de volta no corpo principal do material.
partículas finas ou pó
que passam por baixo O selo primário do sistema de vedação
do forro de desgaste e é fixado contra a parte externa do chute,
da faixa primária.

186
Sistemas de Vedação Lateral | Capítulo 13

estendendo-se verticalmente para baixo e


CONSIDERAÇÕES PARA UMA
tocando levemente a correia. É aplicado com
VEDAÇÃO DE SUCESSO
uma leve pressão sobre a correia, e o grampo
aplica uma força horizontal na direção do Requisitos de Distância da Borda
chute, em vez de para baixo sobre a correia.
Deve-se tomar cuidados na seleção de um
Como a força de grampeamento é horizontal,
sistema de vedação de borda que se ajuste à
a faixa primária contém o material sem a
área disponível entre a borda da correia e a
aplicação de alta pressão sobre a correia, o que
vedação lateral (squirtboard) de aço. As faixas
aumenta o desgaste e o consumo de energia do
de vedação não devem prolongar-se para a
transportador. Essa faixa primária irá conter a
borda da correia, pois isso aumenta o risco
maior parte do material que fugiu após o forro
de danos ao selo ou à correia, em caso de
de desgaste.
desalinhamento da correia.
13
Como um estabilizador, o selo secundário
Em geral, recomendam-se 115 milímetros
requer apenas a força de sua própria
(4,5 polegadas) fora da calha-guia de aço,
elasticidade para fornecer uma pressão de
em cada lado da zona de carga, como a
vedação e, consequentemente, vai se desgastar
distância mínima necessária para estabelecer
ao longo de muito tempo sem a necessidade de
uma vedação eficaz. (Para obter informações
ajuste.
adicionais sobre a distância da borda, consulte
Instalar o selo inteiriço preferido é um o Capítulo 11: Calha-guias, especialmente a
procedimento simples: desenrole o selo no Tabela 11.1).
comprimento adequado, corte-o e fixe-o à
vedação lateral (calha-guia), usando um sistema Selos de Borda e Flutuação da
de fixação. Um selo inteiriço evita quaisquer Correia
juntas desnecessárias e a manipulação de várias Todos os sistemas de vedação lateral
peças. Os sistemas de vedação devem ser estão vulneráveis a danos causados pelo
oferecidos em diferentes espessuras, para lidar desalinhamento da correia. Se a correia vagar
com aplicações de serviços diferentes, e em para fora, debaixo de um lado da calha-guia,
diferentes materiais, para lidar com diferentes a faixa de vedação sem suporte fica abaixo
necessidades, tais como produtos alimentícios, da linha da correia (Figura 13.18). Quando
alta temperatura e aplicações subterrâneas. a correia se move de volta a uma posição
centrada, o selo será esfolado em contato com
As vantagens dos sistemas de vedação externa a borda da correia em movimento ou dobrado
são: para trás, em uma posição anômala, e rasgado
A. Têm longa duração, porque são ou desgastado. Quaisquer desses resultados
posicionados longe de fluxo de material e podem causar um aumento significativo dos
protegidos pela vedação lateral (calha-guia) e derrames. As solução para evitar danos à
pela chapa de desgaste. vedação da borda é guardar uma distância
B. Podem ser autoajustáveis.
C. Apresentam baixa pressão de vedação Figura 13.18
necessária devido ao conceito de “labirinto” Se o correia vagar para
ou múltipla camada de vedação. fora, debaixo de um
lado da vedação lateral,
D. Se adaptam aos sistemas de fixação a faixa de vedação
existentes . sem suporte (verde)
fica abaixo da linha
As desvantagens dos sistemas de vedação da correia, levando a
danos à vedação e a
externa são: derrames.

A. Exigem maior distância da borda da correia


(ou distância de correia livre).
B. São vulneráveis a danos se a correia se
desalinhar debaixo do selo.

187
Seção 2 | Carregando a Correia

adequada da borda e controlar o alinhamento Evitando Sulcos na Correia


da correia. (Veja o Capítulo 16: Alinhamento É um equívoco comum que o sistema de
das Correias.) vedação deve ser “mais macio” do que a
cobertura da correia para garantir que a vedação
Desgaste do Sistema de Vedação e se desgaste antes da correia. É possível fazer
Cobertura da Correia os selos a partir de materiais com uma ampla
Um projeto de investigação, publicado gama de dureza e resistência ao desgaste que
no jornal Bulk Solids Handling, em 1995, são apropriados para os selos de borda. Para
examinou até que ponto os sistemas projetados evitar que as faixas de vedação desgastem a
de limpeza e vedação de correias aumentavam correia, elas devem ser compostas de materiais
ou diminuíam o desgaste da correia (Referência com uma menor resistência à abrasão do que a
13.1). Esse estudo testou a abrasão de diversos cobertura superior da correia, garantindo que o
13 sistemas de vedação de borda contra as selo se desgaste antes da cobertura da correia.
correias transportadoras típicas. As conclusões A resistência à abrasão não é medida pelo
do estudo relataram que o uso de sistemas durômetro, uma escala de dureza, mas sim por
de limpeza e vedação de correias com uma um índice de abrasão, como classificações Pico,
manutenção adequada pode prolongar a vida Deutches Instit für Normung (DIN) ou Taber.
útil da correia transportadora. Ainda que
seja introduzido um desgaste da correia por Muitas correias sofrem desgaste ao longo da
esses dispositivos, a quantidade de desgaste é área contornada a uma distância determinada,
cerca de metade da taxa esperada quando a a partir de qualquer borda da correia (Figura
correia atravessa acúmulos de material fugitivo 13.19). Muitas vezes, o sistema de vedação é
resultante da falta ou insuficiência de sistemas responsabilizado por esse desgaste, no entanto,
de limpeza e vedação. na maioria das vezes, o desgaste não é causado
pela abrasão da faixa de vedação. Ao contrário,
esses sulcos são iniciados pelo aprisionamento
de partículas finas e pequenos acúmulos de
Figura 13.19
material entre o forro e a correia. Esse material
Muitas correias sofrem aprisionado começa a arranhar a superfície da
desgaste ao longo da
área contornada a uma correia e, gradualmente, desgasta a cobertura
determinada distância a superior. Esse material aprisionado é mais
partir de qualquer borda frequentemente visto em correias sem o suporte
da correia.
adequado ou em transportadores onde a carga
de material começa quando a correia está em
fase de transição (ver Capítulo 6: Antes da
Zona de Carga), pois as mudanças na forma da
correia facilitam o aprisionamento de material

QUESTÕES DE SEG UR ANÇA

É importante seguir trabalhador em estreita proximidade com


procedimentos estabelecidos de a correia em movimento. Essa ação pode
isolamento/marcação/bloqueio/testes antes também permitir que que acúmulos de
que qualquer trabalho seja feito nas faixas de material, partículas finas ou pó sejam expulsos
vedação de bordas ou qualquer outro item do ponto de transferência sobre o trabalhador.
sobre ou próximo da correia transportadora.
Devem ser seguidas as orientações do Recomenda-se que a área do ponto de
fabricante quanto a intervalos de inspeção e transferência seja protegida em ambos
procedimentos de manutenção. os lados da correia. As proteções devem
impedir que o pessoal não qualificado ajuste
As faixas de vedação nunca devem as faixas de vedação ou se prendam aos
ser levantadas quando a correia estiver inúmeros pontos de pinçamento da zona de
em movimento, porque isso colocará o transferência.

188
Sistemas de Vedação Lateral | Capítulo 13

sob a calha-guia. Sempre que determinar a complicados, três consequências negativas são
causa de um sulco na correia, é importante prováveis:
inspecionar os transportadores e chutes,
localizados acima do transportador afetado, A. Nenhum ajuste.
quanto a vazamentos e derrames. O ajuste não ocorre, então, as faixas de
vedação do contorno se desgastam, os vãos
se abrem e o vazamento recomeça.
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO
B. Ajustes eventuais.
Orientações de Instalação Os ajustes são feitos muito raramente, então,
Um sistema de vedação deve formar o derrame ocorre de forma intermitente.
uma faixa contínua ao longo dos lados da
vedação lateral (calha-guia) de aço. Como
C. Ajuste excessivo. 13
são mais simples, são usadas juntas de topo O técnico de manutenção ou operador
para emendar seções da faixa de vedação, de correia, para compensar por não fazer
mas o material eventualmente penetra entre ajustes regulares, faz um ajuste excessivo do
as superfícies adjacentes e vaza. Uma junta selo. Aplicar força demais para baixo sobre
entrelaçada ou sobreposta é melhor para evitar a correia causa o risco de danificar a correia
esse derramamento. Uma solução melhor é ou de esta se prender em uma emenda e
usar faixas de vedação disponíveis como uma arranca toda a seção da faixa de vedação.
faixa contínua, sem necessidade de uma costura
ou emenda. Para evitar esses problemas, os
procedimentos de manutenção da vedação da
Em todos os sistemas de vedação de borda, calha-guia devem ser tão livres de complicações,
é uma boa ideia arredondar a ponta do selo na ferramentas e tempo de inatividade quanto
parte traseira do transportador, onde o correia possível.
entra na parte de trás da zona de carga (Figura
13.20). Fornecer uma borda arredondada para Os sistemas de vedação que repousam
a correia em movimento reduz a chance de um suavemente sobre a correia, usando pouco
fecho mecânico da correia se prender à faixa mais do que a pressão de seu próprio
de vedação e rasgá-la ou puxá-la para fora do peso ou a tensão incorporada no projeto,
chute. podem minimizar a necessidade de ajuste de
manutenção.
Manutenção do Sistema de Alguns sistemas de vedação de múltiplas
Vedação camadas fornecem uma função de autoajuste,
Ao especificar um sistema de vedação pois a memória dos elastômeros mantém a
de contorno, é prudente considerar seu pressão de selagem. À medida que as seções
mecanismo quanto ao ajuste e à substituição da faixa secundária se desgastam, a resistência
da borracha de desgaste. À medida que a
correia segue seu percurso, o calor gerado pelo Figura 13.20
atrito da correia contra o selo de contorno se Como em todos os
combina à natureza abrasiva das partículas finas sistemas de vedação
de material para corroer a faixa de vedação. de borda, é uma
Para contrabalançar esse desgaste, a faixa de boa ideia arredondar
a borda frontal na
vedação deve ser ajustada periodicamente para extremidade traseira do
baixo contra a correia. transportador, onde o
correia entra na parte
Aplicar pressão demasiada para baixo sobre de trás da zona de
o sistema de vedação conduz a requisitos carga.
adicionais de energia para mover a correia, o
que também leva a desgaste extra em ambos,
correia e selo.

Se os procedimentos para o serviço de


borracha de contorno forem difíceis ou

189
Seção 2 | Carregando a Correia

natural da faixa de elastômero a mantém sobre deve ser um projeto de baixa manutenção
a correia, guardando a eficácia do selo. proporcionando uma vedação eficiente,
sem aplicação de pressão para baixo sobre a
correia.
ESPECIFICAÇÕES TÍPICAS
B. Forros de desgaste.
A. Projeto de baixa manutenção.
Recomenda-se que as chapas de desgaste
Um sistema de vedação de contorno apropriadas sejam instaladas no interior do
(calha-guia) deve ser instalado no ponto de chute e calha-guia para proteger o sistema de
transferência do transportador para eliminar vedação contra as forças laterais de carga de
o derrame de material e proporcionar material.
uma vedação positiva de pó nas laterais
13 da zona de carga. Esse sistema de vedação C. Função de autoajuste.
Para reduzir a periodicidade da manutenção,
o sistema de vedação deve ser concebido
Figura 13.21
para se autoajustar, com o sistema se
A distância de contato
flexionando, para manter a eficácia da
da vedação é a largura
da borda da correia em vedação em resposta ao desgaste ou
contato com a vedação mudanças na linha de percurso da correia.
da borda.
D. Faixa única com comprimento estendido.
A faixa de vedação deve ser fornecida
em uma única faixa com comprimento
estendido (em cada lado da correia), para
proporcionar selo contínuo sem costura.

E. Severidade da aplicação.
Ao selecionar um sistema de vedação de
calha-guia, é importante que corresponda
à gravidade da aplicação. Fatores como
Distância de
contato da velocidade da correia, carga de material e
vedação
distância de correia livre devem ser revistos

Tabela 13.1 Guia de seleção comparativa típica para vedação de calha-guia


Características básicas de
Tipo de sistema de vedação
sistemas de vedação

Vedação interna Vedação vertical Vedação externa

Pode sacrificar a capaci-


Sim Não Não
dade de carga

Distância de correia livre


recomendada (fora da ≥ 115 mm (4,5 pol) ≥ 115 mm (4,5 pol) ≥ 115 mm (4,5 pol)
calha-guia)

Distância de contato da
vedação (Figura 13.21)
≥ 38 mm (1,5 pol) ≤ 51 mm (2 pol) ≈ 75 mm (3 pol)
Forro de desgaste
Sim Sim Sim
obrigatório
Distância do forro de
desgaste acima da ≥ 25 mm (1 pol) ≤ 25 mm (1 pol) ≤ 25 mm (1 pol)
correia

190
Sistemas de Vedação Lateral | Capítulo 13

para garantir que a aplicação receba um calha-guia com vedações de borda de borracha
sistema adequado (Tabela 13.1). genéricas instaladas ao longo de ambos os lados
de um ponto de transferência (Equação 13.1).

A tensão (Equação 13.1) está relacionada


TÓPICOS AVANÇADOS
com a energia adicional necessária para
Projetos Especiais de Sistemas de conduzir a correia transportadora (Equação
Vedação 13.2).
Algumas circunstâncias especiais exigem uma Obs.: essa resistência é adicional ao arraste da
combinação de sistemas híbridos de vedação. carga de material contra os calha-guias/chapas
No caso de um alimentador de correia plana, de desgaste.
onde há material muito fino sob alta pressão,
uma variação da vedação para fora na forma Em instalações de teste e situações de campo, 13
vertical convencional é comumente usada. verificou-se que muitos sistemas de vedação
de calha-guia podem ser ajustados para baixo
Requisitos de Energia de Sistemas sobre a correia, com níveis muito elevados
de Vedação de força. Nesses casos, a tensão real deve
Para ser eficaz em manter o material na ser medida para evitar subestimar o arraste
correia, os sistemas de vedação devem exercer efetivo na correia. Foram medidas em campo
alguma pressão contra ela. Essa pressão vai aproximações razoáveis para requisitos de
aumentar o arraste contra a correia e, por partida e as forças resultantes (Tabela 13.2)
conseguinte, aumentar o consumo de energia (Equações 13.1 e 13.2).
do transportador. A exigência de energia Os requisitos de energia operacional são
adicional é diretamente dependente do tipicamente metade a dois terços dos requisitos
comprimento, e da largura da vedação e da de energia de partida. Se as condições reais
pressão aplicada ao selo para mantê-lo em forem conhecidas, os requisitos de energia ou
contato com a correia. É independente da tensão reais devem ser medidos ou calculados e
largura da correia. usados nessas equações.
A Conveyor Manufacturers Association
(CEMA) (Referência 13.2) fornece uma
fórmula para o cálculo de arraste do selo da

Força entre a correia e a faixa de vedação com vários sistemas de Tabela 13.2
vedação
FSS

Força normal efetiva (FSS) entre a correia e a vedação Unidades


Métricas Imperial
Tipos de Calha-guia N/m lbf /ft

Lâmina de borracha: Borracha SBR—60 a 70 Shore D 45 3

Segmento de Borracha-Bloco: Martin Engineering MARTIN ®


45 3
TRAC-MOUNT™ Sistema de Vedação de Calha-guia ou similar
Borracha Plana de Autoajuste: Martin Engineering MARTIN ®
78 5,25
BOCO™ Sistema de Calha-guia de Autoajuste ou similar
1 Peça Multibarreira: Martin Engineering MARTIN ® APRON
30 2
SEAL™ Sistema de Calha-guia de 1 Peça ou similar
1 Peça Multibarreira para Serviço Pesado: Martin Engineering
MARTIN® APRON SEAL™ Sistema de Calha-guia para Serviço 50 3,3
Pesado de 1 Peça ou similar

191
Seção 2 | Carregando a Correia

da borda da correia. Um sistema flexível de


A ETAPA FINAL DO CONTROLE DE
múltipla camada, incorporando algum nível de
DERRAME
autoajuste, proporcionará uma contenção eficaz
Para Encerrar… de materiais para um ponto de transferência e
melhorará as operações do transportador de
Em vez de ser a primeira etapa na solução
correia. Inspeção e manutenção periódicas irão
do derramamento de transporte, a vedação da
prolongar a vida, reduzir os danos, melhorar
calha-guia é a última chance de conter material
o desempenho e aumentar a satisfação. Isto
fugitivo e evitar a sua liberação. Quanto melhor
irá assegurar que uma operação receba o valor
o trabalho feito nos sistemas de suporte da
ideal para o seu investimento em um sistema de
correia e nas chapas de desgaste, para conter
engenharia de vedação.
o material e mantê-lo longe da borda, melhor
13 será o desempenho do sistema de vedação

Equação 13.1 ∆TSS = n · µSS · FSS · L


Cálculo de tensão
Dado: Contorno de lâmina de borracha instalado em ambos os lados por mais de 6 metros (20 pés) de
agregada à correia
correia. Determinar: Tensão agregada à correia devido à vedação da calha-guia.
devido à vedação da
calha-guia. Variáveis Unidades Métricas Unidades Inglesas
Tensão agregada à correia,
∆TSS newtons libras-força
devido à vedação da calha-guia
n Número de selos de calha-guia 2 2
Coeficiente de atrito 0,5 – UHMW 0.5 – UHMW
µSS 1,0 – Poliuretano 1.0 – Poliuretano
(conforme CEMA 575-2000) 1,0 – Borracha 1.0 – Borracha
Força normal entre correia e selo
FSS 45 N/m (Tabela 13.2) 3 lb f /pé (Tabela 13.2)
por comprimento
Comprimento da seção contor-
L 6m 20 pés
nada do transportador
Métricas: ∆TSS = 2 · 1 · 45 · 6 = 540
Imperial: ∆TSS = 2 · 1 · 3 · 20 = 120
Tensão agregada à correia
∆TSS 540 N 120 lb f
devido à vedação da calha-guia

Equação 13.2 P = ∆TSS · V · k


Cálculo da energia
Dado: Contorno de lâmina de borracha instalado em ambos os lados por mais de 6 metros (20 pés) de
adicional necessária
correia. A correia se move a 3 metros por segundo (600 pés/min). Determinar: A energia adicionada à
para conduzir a correia.
tração, devido à vedação da calha-guia.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Inglesas
Energia agregada à tração da
P kilowatts cavalos vapor (CV)
correia
Tensão agregada à correia,
∆TSS devido à vedação da calha-guia 540 N 120 lb f
(calculada na Equação 13.1)
V Velocidade da correia 3 m/s 600 ft/min
k Fator de conversão 1/1.000 1/33.000
540 · 3
Métricas: P = = 1,6
1000
120 ·
Imperial: P = 600 = 2.2
33000
Energia agregada à tração da
P 1,6 kW 2,2 hp
correia

192
Sistemas de Vedação Lateral | Capítulo 13

Olhando Adiante…
Este capítulo sobre Sistemas de Vedação de
Borda conclui a seção Carregando a Correia e
a discussão sobre a zona de carga de um ponto
de transferência para evitar a fuga de partículas
finas e material fugitivo. O capítulo seguinte
inicia a seção relacionada ao retorno da correia,
com uma discussão sobre a limpeza da correia.
Os dois capítulos seguintes continuam aquela
seção com informações sobre raspadores de
proteção de polias e alinhamento da correia.
13
REFERÊNCIAS
13.1 Swinderman, R. Todd, Martin Engineer-
ing. (October–December 1995). “Belt
Cleaners, Skirting and Belt Top Cover
Wear,” Bulk Solids Handling. Clausthal-
Zellerfeld, Germany: Trans Tech Publi-
cations.

13.2 Conveyor Equipment Manufacturers


Association (CEMA). (2005). “‘Universal
Method’ for Belt Tension Calculation.”
In Belt Conveyors for Bulk Materials,
Sixth Edition, pp. 104–129. Naples,
Florida.

193
Chapter Title | Chapter #

SEÇÃO 3

CICLO DE RETORNO DA CORREIA


• Capítulo 14................................................................................................................................... 196
LIMPEZA DA CORREIA

• Capítulo 15................................................................................................................................... 244


RASPADORES DE PROTEÇÃO DAS POLIAS

• Capítulo 16................................................................................................................................... 252


ALINHAMENTO DAS CORREIA

195
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

Figura 14.1
Os sistemas projetados
de limpeza de correia,
instalados e tratados
adequadamente, removem
o material morto e
devolvem-no ao fluxo

14 principal de materiais.

Capítulo 14

LIMPEZA DA CORREIA
Material Morto da Correia Transportadora.. ................................................................................................ 197
Limpeza da Correia e Transportador.............................................................................................................. 201
Desenho do Sistema de Limpeza...................................................................................................................... 204
Selecionando um Sistema de Limpeza de Correia.. ..................................................................................... 208
Abordagem de Sistemas para Limpeza de Correias.. ................................................................................. 210
Pressão Lâmina-Correia..................................................................................................................................... 221
Instalação do Raspador...................................................................................................................................... 223
Manutenção do Sistema.. ................................................................................................................................... 228
Avaliando o Desempenho do Raspador.......................................................................................................... 230
Especificações Típicas......................................................................................................................................... 232
Tópicos Avançados............................................................................................................................................... 233
Benefícios do Controle de Material Morto.................................................................................................... 240
Questões de Segurança...................................................................................................................................... 241

196
Limpeza da Correia | Capítulo 14

Neste Capítulo... O material morto, material que adere à


Neste capítulo, será dado foco aos correia após o ponto de descarga da polia
diferentes tipos de raspadores de correia: sua frontal, compõe grande parte do material
elaboração, suas aplicações, sua instalação e fugitivo presente em qualquer sistema de
sua manutenção. Será discutida a natureza e o transporte. Como vazamento no ponto de
custo do material morto, o uso de raspadores transferência, o material morto apresenta sérios
de correia na redução de material morto e problemas para os sistemas de transporte,
métodos para avaliar seu desempenho no gerando consequências na manutenção,
processo. Em Tópicos Avançados, serão ociosidade e eficiência da fábrica. Esses
fornecidas equações para determinar a potência problemas apresentam-se como acúmulos de
adicional necessária com o uso de raspadores. material fugitivo, causando desalinhamento da
correia, vida útil reduzida, falhas prematuras de
O processo normal de transporte de componentes e outros problemas que geram
materiais a granel em um transportador com ociosidade do transportador e consertos caros.
correias resulta na separação da carga em uma Os acúmulos de material fugitivo no solo ou
camada de resíduos úmidos que permanecem como nuvem de pó no ar apresentam riscos
na correia, com material mais grosso e mais de incêndio e explosão, riscos de queda e
seco acima dos resíduos e cascalhos maiores deslizamento e riscos à saúde. Eles também
na superfície. Os cascalhos, a maior parte do podem atrair a atenção indesejada de vizinhos
material grosso e um pouco dos resíduos são e agências reguladoras. Independentemente de
descarregados na trajetória normal; uma parte onde se encontre, o material morto é uma causa 14
do cascalho grosso e dos resíduos finos vai pioneira e um indicador de ineficiências do
aderir à correia. Conhecido como material transportador.
morto, esse material é retido na correia
conforme ela retorna para a polia traseira. Para controlar o dano e os gastos que o
Como as partículas secam, elas perdem a força material morto gera, são instalados os sistemas
aderente e coesiva e, então, são deslocadas de limpeza de correia. Normalmente, os
pelos roletes de retorno e pelas polias de curva. sistemas de limpeza são constituídos por uma
A maior parte do material eventualmente cai da ou mais raspadores montados na polia de
correia, acumulando-se em pilhas sob a correia, descarga (frontal) ou perto dela, para remover
sobre as roldanas de retorno, polias e sobre a resíduos aderentes na correia, conforme ela
estrutura de transporte ou espalhando-se no ar passa pela polia motriz (Figura 14.2).
como pó.
A Natureza do Material Morto
A limpeza do material fugitivo, como o O material morto normalmente é a carga
material morto, é uma atividade ligada a muitos da correia em seu pior estado. As partículas
riscos graves. A remoção do material morto de material morto costumam ser menores em
que se acumula no equipamento e no chão tamanho, com um teor de umidade maior que
pode exigir trabalho intenso e equipamentos o material transportado em geral. A vibração
especiais, sendo necessária, muitas vezes, uma da correia, conforme ela se movimenta sobre
equipe grande e máquinas caras ou serviços
como caminhões de carga e a vácuo. Figura 14.2
Os sistemas projetados de limpeza, instalados Sistemas de limpeza
comuns apresentam
e tratados adequadamente, podem ser um ou mais raspadores
economicamente justificados para atenuar esse montados na polia
problema por removerem o material morto de descarga (frontal)
e devolvê-lo ao fluxo principal de materiais. ou perto dela, para
remoção de resíduos.
(Figura 14.1).

MATERIAL MORTO DA CORREIA


TRANSPORTADORA

Material Morto como Material


Fugitivo

197
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

as roldanas, gera uma ação de assentamento. O Custo do Material Morto


As partículas menores, com excesso de O material morto normalmente é um
umidade, espalham-se como fragmentos problema mais complicado e caro do que um
no fundo da pilha, onde elas podem criar vazamento no ponto de transferência. Como
uma mistura aderente que se fixe na correia. ele pode cair em qualquer ponto durante o
Quando removida da correia, essa mistura retorno do transportador, o material fugitivo
será presa a outras superfícies, inclusive ao exigirá equipes de limpeza para trabalhar por
sistema de limpeza e às paredes verticais do toda a extensão do transportador. Isso torna sua
chute (Figura 14.3). Ao secar, esses acúmulos remoção ainda mais cara do que a limpeza mais
podem se tornar pedaços duros e reduzir a localizada do vazamento.
eficiência da limpeza, danificar a correia e
outros equipamentos e causar problemas de O material morto liberado acumula-se
entupimento no chute (Figura 14.4). sobre as roldanas, gerando o desalinhamento
de componentes que contribuem para a
desregulagem da correia (Figura 14.5). Isso
Figura 14.3
se espalha até os rolamentos, aumentando a
Quando removido fricção e causando falhas nos rolamentos. Uma
da correia, o material
morto se fixa a outras grande indústria alemã de mineração de lignito
superfícies, inclusive ao calculou a substituição de 12% das roldanas
sistema de limpeza e de retorno na sua operação a cada ano.
14 às paredes verticais do
chute.
Aproximadamente 30% dessas substituições
foram causadas por desgaste no anel de
suporte ou na frente da roldana, originado
pela liberação de material ao longo da linha da
correia.

Como o material morto se acumula


irregularmente sobre os componentes
Figura 14.4 de rolagem do transportador, ele causa a
Ao secar, os acúmulos desregulagem da correia, gerando vazamento
de material morto de material e carregamento desalinhado do
podem virar pedaços transportador. A desregulagem da correia
duros e reduzir a
transportadora reduz sua vida útil, gera custos
eficiência do raspador,
danificar a correia e excessivos de mão de obra para manutenção
outros equipamentos e e limpeza, ociosidade não prevista e riscos de
causar problemas de segurança.
entupimento no chute.

Medindo a Quantidade de Material


Morto
Para entender melhor o problema de
material morto, a quantidade de material que
adere à correia e é carregada de volta deve
ser quantificada. Quando o problema pode
Figura 14.5 ser quantificado, é mais fácil determinar a
O material morto eficácia dos sistemas de limpeza instalados
liberado acumula-se e quais medidas, em relação aos sistemas de
nas roldanas, gerando limpeza adicionais e programas aprimorados de
desalinhamento dos
componentes que manutenção de raspadores, são necessárias. O
levam à desregulagem material morto é medido como o peso seco de
da correia. material em gramas por metro quadrado (oz/ft2)
da parte da superfície da correia que transporta
o material. Uma indústria de tratamento de
materiais a granel na Austrália foi pioneira
na elaboração e no uso de sistemas para
avaliar precisamente a quantidade de material

198
Limpeza da Correia | Capítulo 14

morto em uma determinada correia. Esses a quantidade média de material morto presente
sistemas foram usados para avaliar o sucesso na correia e a variância prevista como desvio
do equipamento de limpeza, para auxiliar no padrão (Figura 14.8).
projeto de novos equipamentos e para controlar
as contrações de desempenho do raspador. Uma amostra aparentemente modesta de um
grama (0,035 oz) de material morto extraído
Há diversas formas de se determinar a de uma seção do correame indica que haveria
quantidade de material morto. Pode ser uma quantidade substancial de material morto
coletada uma pequena amostragem de uma restante nessa correia, material que poderia ser
seção da correia, usando uma espátula para liberado pela correia e depois acumulado sob
raspar o material morto da correia travada. Ao esse único transportador (Figura 14.9).
raspar a área medida, coletar o material em
uma vasilha ou lona plástica e depois pesar
o material, pode ser calculado um valor de Figura 14.6
material morto por área de unidade. Uma O pioneiro em limpeza
desvantagem desse método é que, no processo de correia, Dick
de interrupção da correia, a quantidade e a Stahura, desenvolveu
característica do material morto será alterada. um recipiente de coleta
de material morto fixado
às lâminas raspadoras.
Um método desenvolvido pelo pioneiro
em limpeza de correia Dick Stahura usou um
recipiente de coleta de material morto fixado
14
às laminas raspadoras (Figura 14.6). Esse
recipiente foi projetado para ser fixado no
lado contrário da correia em movimento para
remover os resíduos e coletá-los no recipiente.
Devido a questões de segurança, esse método
foi automatizado, resultando em uma barra Figura 14.7
de material morto como a desenvolvida pela A Barra de Material
Associação de Pesquisa da Universidade de Morto do ICT usa
um amostrador em
Newcastle Ltda., Austrália (normalmente movimento que percorre
conhecida como Grupo TUNRA) para o a correia a uma
grupo International Conveyor Technology frequência constante
(ICT). A Barra de Material Morto do ICT por um período de
tempo predeterminado.
tem a capacidade de amostrar a largura
inteira da correia, usando um amostrador
em movimento que percorre a correia a uma
frequência constante por um período de tempo
predeterminado (Figura 14.7).

Esses métodos de teste fornecem uma


amostra dos níveis de material morto Figura 14.8
e do desempenho de limpeza para um
Ao considerar essa
determinado intervalo de tempo. Alterações nas amostra coletada como
especificações do material, na produtividade quantidade média de
ou nas condições climáticas podem mudar material morto ou tomar
várias amostras e medi-
drasticamente a quantidade de material restante las para resultados mais
na correia. Portanto, deve ser implantado um precisos, é possível
programa para medir periodicamente o material determinar a quantidade
morto. média de material morto
presente na correia e a
variância prevista como
Cálculos de Material Morto desvio padrão.
Ao considerar essa amostra coletada como
uma quantidade média de material morto
ou tomar várias amostras e medi-las para
resultados mais precisos, é possível determinar

199
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

Esse um grama de material coletado do Uma medida mais “científica” seria amostrar
transportador seria a mesma quantidade de a correia logo após o ponto de descarga e
material encontrada em sachês de adoçante depois amostrar a correia novamente pouco
distribuídos nas mesas de vários restaurantes. antes de ela entrar na zona de carregamento
No entanto, com a largura, o comprimento e a no transportador. Além de mostrar como o
velocidade da correia vistos nos transportadores material se fixa à correia após a descarga, isso
modernos, essa pequena quantidade de material geraria uma medida de quanto material morto
morto torna-se toneladas de material deixado é desprendido da correia durante o ciclo de
na correia por ano. Isso cairá da correia à retorno. Esse material é não apenas perdido no
medida que o transportador volte, prejudicando processo, mas também se acumula nas polias e
equipamentos e criando uma confusão que leva roldanas de retorno e gera problemas futuros
tempo, esforço e dinheiro para consertar. de manutenção.
O grama de material usado no exemplo
representa uma pequena quantidade de material Analisando o Material
morto e indicaria para alguns que essa correia já Testar o material a granel é útil para
está limpa. Mais comumente, a medida atual de determinar como ele se comporta na correia.
material nas correias transportadoras mostra o Esse comportamento depende de uma série
material morto em uma faixa de 7 a 250 gramas de parâmetros: densidade aparente, fricção
por metro quadrados (0,2 a 7,3 oz/1,2 yd2). da interface, coesão da interface, aderência da
14 Esse material se transforma em pó no ar e/ou se
acumula em pilhas sob o transportador ou em
interface e a própria condição da correia. Os
testes mostraram que, para a maioria (se não
montes sobre e em torno dos componentes de todos eles) dos materiais, a coesão (acúmulo
rolagem. no próprio material) e a aderência (acúmulo
na correia) aumentam conforme o aumento
Figura 14.9 da umidade. Esse comportamento ocorre em
Mesmo uma pequena um ponto crucial, conforme mostrado em
quantidade de material uma curva de sino, até ser aplicada umidade
morto deixada na
correia pode acumular
suficiente para começar a fluidizar o material e
pilhas consideráveis a reduzir a coesão (Figura 14.10). A variação
sob o transportador. exata na aderência e na coesão com o teor de
umidade variará de material para material e de
local para local.

Os testes para determinar a aderência de um


material à correia podem ser omitidos, uma vez
que eles podem ser obtidos matematicamente
Figura 14.10
Testes de Interface - Coesão a partir de valores de fricção e coesão. A
pressão de limpeza ideal pode ser determinada
Os testes mostraram
que a coesão e a usando esses resultados e as especificidades do
aderência aumentam raspador (ângulo de limpeza, perfil da lâmina
conforme o aumento e composição da lâmina). São usadas técnicas
da umidade, até ser modelares avançadas para prever o número de
aplicada umidade
coesão

suficiente para começar raspadores a uma determinada pressão lâmina-


a fluidizar o material correia necessária para remover a camada
e reduzir a coesão. de material morto da correia transportadora.
A variação exata na
(Consulte Capítulo 25: Ciências de Materiais,
aderência e na coesão
com o teor de umidade para mais informações sobre testes de materiais
vai variar de material a granel.)
para material e de
local para local. Obs.:
o teor de umidade é a teor de umidade (%- base seca)
porcentagemde perda
de peso entre o material LEGENDA
líquido e o material após
secagem. Calcário Calcário
Taconite Taconite

200
Limpeza da Correia | Capítulo 14

Um aspecto importante a ser lembrado é que, de material e para material a granel. A


eventualmente, o transportador experimentará especificação completa detalhará o desempenho
o “pior material” durante a vida útil da correia. necessário em termos de material morto médio
para o equipamento. O fornecedor deve
ser consultado para projetar, suprir, instalar,
Limpeza da Correia E
comissionar e reparar o sistema de limpeza de
TRANSPORTADOR
correia, garantindo que os níveis médios de
O Crescimento de Sistemas material morto não sejam excedidos.
Projetados de Limpeza de Correia
Após a instalação do sistema de limpeza,
Por muitos anos, os raspadores foram devem ser conduzidos testes de material morto
produzidos internamente, muitas vezes uma para avaliar o desempenho do sistema de
barra de borracha, uma peça suspensa de limpeza. Um programa de registro e teste em
correame usado ou um pedaço descartado de desenvolvimento gerará informações sobre as
madeira fixado na estrutura ou preso contra a exigências de manutenção periódica e fornecerá
correia por um contrapeso (Figura 14.11). dados de lucro para oportunidades de melhoria
Esses sistemas mostravam ser pouco aceitos, e manutenção do sistema de limpeza.
problemáticos e ineficazes. As exigências
de operação da fábrica requeriam o uso de Controlando o desempenho de limpeza
transportadores mais largos, mais rápidos, através de testes de material morto, os recursos
com calhas mais profundas e com cargas mais
pesadas. Essas exigências proporcionaram o
podem avaliar os saldos de possíveis melhorias
para desenvolver sistemas de limpeza mais
14
desenvolvimento de sistemas projetados de eficientes.
limpeza da correia para proteger o investimento
da fábrica pela extensão da vida útil de A análise de desempenho e os programas de
correias caras e de outros componentes do manutenção, implantados por departamentos
transportador. Esses sistemas normalmente internos, poucas vezes são vistos como
consistem em um suporte de estrutura prioridade, devido aos desafios emergentes,
(mainframe), um elemento de limpeza (lâmina) apresentados em contrapartida para os recursos.
e o tensionador. O método mais fácil de conseguir resultados
a partir de um investimento em equipamentos
Os sistemas projetados de limpeza são de limpeza é prezando um contrato de serviço
elaborados para reduzir as exigências espaciais, com um especialista em suprimento, instalação,
possibilitando a instalação do raspador no manutenção e análise de sistemas de limpeza.
chute de descarga. Simplificando a substituição
de lâminas, as exigências de mão de obra e Elaborando Transportadores para
o tempo de manutenção são minimizados. uma Limpeza Eficaz
Incorporando materiais avançados, como
Ao considerar a construção de novos
carboneto de tungstênio, plástico e cerâmica,
transportadores, é desejável incluir nos
a vida útil da lâmina é estendida, reduzindo
requerimentos do projeto uma especificação
necessidades de manutenção. Projetando o
para desempenho dos raspadores. Essa
limite da lâmina e melhorando os aparelhos
especificação deve incluir uma consideração
de tensionamento que fixam a lâmina de
limpeza à correia, o desempenho de limpeza
é aprimorado. Por meio do uso de sistemas Figura 14.11
projetados de limpeza, a massa aderente de Por muitos anos, os
resíduos e umidade que transita no lado de sistemas de limpeza
retorno da correia pode ser completamente foram produzidos
internamente.
removida.

Controlando o Desempenho do
Raspador
A capacidade de medir o material morto
considera o desenvolvimento de uma
especificação de desempenho de limpeza para
um determinado equipamento de tratamento

201
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

da quantidade de material morto, medido em e revestimentos mal instalados ou mal


gramas por metro quadrado (oz/ft2) que passa selecionados. Qualquer pulsação ou vibração
pelo sistema de limpeza. Os proprietários da da superfície da correia diminui a eficiência
fábrica devem determinar e os projetistas devem da limpeza e afeta negativamente a vida útil da
desenhar sistemas de transporte com sistemas correia.
de raspadores adequados para garantir que o
material morto seja mantido abaixo do nível Emendas vulcanizadas são o método
especificado no contrato. Esse procedimento preferido de emendar a correia, a fim de
encorajaria o projetista do sistema de transporte fornecer um desempenho ideal do sistema
a incluir espaço adequado para instalação e de limpeza da correia. Suportes mecânicos
manutenção do sistema de limpeza e a incluir instalados impropriamente podem prender
componentes no transportador que sejam os raspadores e fazê-los vibrar ou tremer.
compatíveis com a meta de uma limpeza eficaz. As emendas mecânicas devem ser sempre
posicionadas de acordo com as recomendações
Um problema comum no emprego de do fabricante, a fim de evitar danos
aparelhos de limpeza ocorre quando é fornecido desnecessários ao raspador e à emenda.
um espaço insuficiente no projeto da estrutura
frontal e interna para um sistema de limpeza Após instalar o raspador, são necessários
múltiplo adequado. Isso ocorre comumente ajustes, manutenção e inspeções periódicas
porque os projetistas do transportador não para manter o desempenho eficaz. Justamente
14 levam em conta a verdadeira natureza do por os raspadores serem projetados para
durabilidade e manutenção simples, os
material transportado, particularmente quando
ele está em seu pior estado. Os projetistas de próprios transportadores devem ser projetados
transportadores devem projetar com espaço e possibilitando reparo fácil, inclusive com os
acesso, de acordo com as recomendações da espaços necessários para acesso.
Associação de Fabricantes de Equipamentos de
Transporte (Conveyor Equipment Manufacturers Inversão da Correia
Association – CEMA), e o projeto deve permitir Para eliminar problemas causados por uma
ao fabricante de raspadores a montagem correia suja em contato com as roldanas, o
e adaptação de um sistema apropriado, transportador pode ser girado 180o após passar
inclusive eliminando as fendas no chute após o pelo ponto de descarga. Essa inversão coloca o
levantamento e a instalação da correia. lado de transporte de carga da correia para cima
e coloca a superfície limpa em contato com
A resposta para uma limpeza da correia eficaz as roldanas (Figura 14.12). Teoricamente, o
é cruzar a lâmina com a correia. É evidente material morto deve permanecer sobre a correia
que, quanto melhor a lâmina atender o perfil conforme ela se movimenta no ciclo de retorno.
da correia, melhor será a limpeza. Qualquer A correia deve ser virada em 180o ao entrar na
elemento que dificulte o contato entre a seção traseira, a fim de posicionar corretamente
lâmina e a correia, conforme ela passa pelo a superfície da correia conforme ela entra na
raspador, deve ser evitado no projeto de um zona de carga. A distância necessária para
sistema de transporte. Esses fatores indesejáveis concluir a inversão de 180o da correia é de 12 a
incluem polias aletadas, polias desalinhadas 20 vezes a largura da correia nas duas pontas do
transportador.
Figura 14.12
As inversões requerem uma estrutura
Para eliminar problemas especial e roletes que ocupem um espaço
causados por uma
correia suja em contato
vertical adicional sob o transportador.
com as roldanas de Consequentemente, as inversões normalmente
retorno, a inversão do são justificáveis apenas em transportadores
transportador limpa a longos de uso terrestre.
superfície da correia em
contato com as roldanas
de retorno.
Outra preocupação é que o material morto
secará e poderá espalhar no ar durante o ciclo
de retorno.

202
Limpeza da Correia | Capítulo 14

O ato de revirar a correia coloca o lado sujo rapidamente, causando atrito da correia com pó
dela em contato com os roletes da inversão. e com roldanas danificadas ou sem rotação que
Como isso ocorre em um ponto onde o levantam quando a correia não está limpa. Na
alinhamento das roldanas e a limpeza são verdade, um sistema de limpeza bem projetado
cruciais, o material fugitivo é particularmente tem efeitos muito menos negativos sobre a vida
problemático aqui. Para minimizar o material útil da cobertura da correia do que a carga de
morto liberado quando a correia é revirada, material sobre a correia. A escolha da cobertura
deve ser instalado um sistema de limpeza eficaz deve ser priorizada pelas considerações do
na descarga do transportador. Muitas vezes é carregamento de material de carga, em vez de
mais rentável instalar um sistema avançado de preocupações sobre a limpeza da correia.
limpeza, como uma caixa de lavagem, do que
instalar um sistema de inversão. Algumas vezes, uma correia transportadora
em “boas condições” sofrerá um dano do
Sistema de Correias e Raspadores trilho longitudinal que proporciona métodos
convencionais de limpeza menos eficazes. Esse
A condição da correia terá uma influência dano longitudinal pode aumentar por diversas
drástica sobre o desempenho do sistema de fontes, inclusive um pedaço de material ou uma
limpeza. É difícil limpar uma correia que tenha tira de ferro fixada na correia. Para melhorar
sido danificada, quebrada, partida ou riscada a eficiência de limpeza, o trilho poderia ser
devido à exposição a elementos prejudiciais, revestido pela aplicação de uma emenda
dano químico ou desalinhamento da correia.
A limpeza pode se tornar difícil com marcas
de poliuretano para preenchê-lo. Pode ser 14
necessária a reaplicação desse composto da
na superfície da correia, como as vistas em emenda diversas vezes durante a vida útil da
correames de cloreto de polivinila (PVC). Nos correia. A limpeza localizada com uma lâmina
dois casos, o único método eficaz para remoção de ar, uma escova de limpeza ou um aparelho
de resíduos é a lavagem da correia. alternativo também pode ser uma solução para
Alguns fabricantes de correame continuam as manter a correia utilizável por mais tempo.
demarcações desaconselháveis de números de
identificação e logos da empresa na superfície O Impacto da Limpeza na Vida Útil
das correias (Figura 14.13). É fácil reconhecer da Correia
o valor de marketing dessa prática. No entanto, A questão de redução do tempo útil da
também é tão fácil reconhecer as dificuldades correia com o uso de um sistema projetado
que esses emblemas na superfície das correias de limpeza requer um pouco de atenção.
podem gerar na limpeza eficaz e na vedação Os mecanismos de desgaste dependem
dos sistemas de transporte. A melhor prática consideravelmente da quantidade de calor
é colocar a logomarca das correias no lado gerado na lâmina e na cobertura. Observações
inferior à superfície. de campo indicam, particularmente para
materiais de lâmina elastomérica, que a maior
As correias de cabo de aço muitas vezes taxa de desgaste para a lâmina e a correia ocorre
mostram em sua superfície a marca dos cabos quando não há material na correia.
ocultos dentro da borracha. Isso dá o efeito
de listras leves e intensas. Para remover essas
“listras”, a pressão de limpeza é aumentada
além do necessário, desgastando a cobertura da
correia e acelerando as lâminas de limpeza. Figura 14.13
Alguns fabricantes de
Todos os métodos de limpeza e todos os correias demarcam o
materiais laminados desgastarão a cobertura da logo da empresa na
cobertura da correia,
superfície da correia em alguma intensidade. gerando problemas na
Ao menos um fabricante de correias incorpora limpeza e na vedação
um fator para esse desgaste no desenho da dos sistemas de
cobertura. Geralmente é aceito que é melhor transporte.

desgastar lentamente a correia instalando


sistemas de limpeza do que a desgastar.

203
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

“Raspadores e Desgaste na Cobertura Limpeza Frontal


da Correia”, uma pesquisa de R. Todd Para minimizar a liberação de material morto
Swinderman e Douglas Lindstrom, examinou na fábrica, a limpeza da correia deve acontecer
a questão de prejuízo dos raspadores sobre a o mais à frente possível no ciclo de retorno do
vida útil do correame (Referência 14.1). Os transportador (Figura 14.14). Normalmente,
resultados desse estudo mostraram que um ao menos um raspador é instalado em um
raspador pode induzir desgaste à correia, mas ponto onde a correia ainda esteja em contato
a taxa de desgaste ainda foi menor do que com a polia motriz. Geralmente, esse raspador
permitir que a correia transporte material morto é instalado na frente da polia motriz, logo
abrasivo sem o benefício de raspadores. abaixo do ponto onde o material sai da correia.
Foram relatados resultados semelhantes Essa posição, chamada de posição primária,
em um estudo que comparou a vida útil da fornece uma vantagem significativa, em que
correia e suas falhas em equipamentos, usando o material morto é imediatamente devolvido
sistemas projetados de limpeza e vedação, com ao fluxo principal de materiais. Isso reduz o
equipamentos que não usavam esses sistemas. potencial de liberação sobre os componentes
Realizada na Índia, essa pesquisa acompanhou de rolamento e no ambiente da fábrica. Com
mais de 300.000 horas de operação em 213 os raspadores tensionados contra a correia
correias em operações, usando lignito, calcário e a correia ainda contra as polias frontais, o
e ferro. Esse estudo mostrou que as operações controle da pressão lâmina-correia é mais
14 usando os sistemas projetados de limpeza e preciso. A polia motriz fornece uma superfície
firme contra a qual se fixa o raspador.
vedação apresentaram correias que duraram
uma média de 150% mais tempo (e exigirá Utilizar o espaço disponível e fixar o primeiro
apenas 50% de mão de obra de limpeza) do raspador na posição considerada primária gera
que as correias nas operações não equipadas mais espaço disponível para a instalação de um
com sistemas projetados de limpeza e vedação. ou mais raspadores nas posições secundárias
Essa pesquisa de operação de equipamentos e terciárias. Com o raspador primário, quanto
disseminou-se na pesquisa laboratorial, mais à frente cada raspador adicionado for
indicando que, enquanto os sistemas de limpeza instalado, menor a chance de o material morto
efetivamente desencadeiam algum desgaste à escapar e menor a necessidade de aparelhos
cobertura da correia, o resultado final é: “quanto como chutes de desvio ou transportadores
mais limpa a correia, mais tempo ela durará”. scavenger devolverem o material recuperado ao
fluxo.

DESENHO DO SISTEMA DE Fora do Fluxo de Materiais


LIMPEZA
É importante que os raspadores sejam
Procedimentos Básicos de instalados fora do fluxo de materiais e que
Sistemas de Limpeza Eficazes o material raspado da correia não se fixe e
acumule nas lâminas ou na estrutura (Figura
Os procedimentos básicos para instalação
14.15).
de um sistema de limpeza eficaz incluem os
seguintes critérios: limpeza frontal, fora do fluxo Um raspador instalado na trajetória do
de materiais e com risco mínimo à correia. material pode apresentar dano prematuro
no frame de suporte e na parte posterior das
Figura 14.14 lâminas, sendo necessário alterar as lâminas
Para minimizar a antes que o limite de limpeza seja danificado.
liberação de material O posicionamento preferencial de um raspador
morto na fábrica, a na posição primária envolve a instalação de um
limpeza da correia deve
acontecer na parte raspador, para que a ponta da lâmina esteja
mais avançada possível abaixo da linha horizontal da polia.
no ciclo de retorno do
transportador. Um raspador instalado fora da trajetória
do material ainda pode adquirir um acúmulo
de material que se fixe às suas superfícies
exteriores. Os raspadores devem ser projetados

204
Limpeza da Correia | Capítulo 14

para minimizar a chance de aderência de desgaste; ela deve ser periodicamente reajustada
material. Isso é realizado evitando superfícies e eventualmente substituída para manter o
planas e orifícios que possam reter material e desempenho da limpeza.
usando materiais não finos para a construção
de raspadores. No ambiente apropriado, Cobertura da Correia
espalhar água na superfície da correia – ou Geralmente, as lâminas de um raspador não
nos raspadores – ajuda a amolecer o material cobrem a largura inteira da correia, pois esta
e a minimizar o acúmulo deste. (Consultar normalmente não é usada para transportar
Capítulo 24: Sistemas de Lavagem de Correia.) materiais. A CEMA especifica a cobertura
mínima da lâmina com base na largura da
Com Risco Mínimo à Correia correia (Tabela 14.1).
Uma consideração essencial na seleção de
um aparelho de limpeza é minimizar qualquer Vários fabricantes de raspadores possuem sua
risco que o raspador possa oferecer à correia própria cobertura de lâmina típica ou padrão.
ou à emenda, exatamente esses sistemas Muitos fabricantes consideram mais de uma
instalado para proteger. Os sistemas de limpeza cobertura mínima, mas raramente a largura da
devem ser projetados para que a lâmina seja lâmina precisa ser igual ou maior que a largura
capaz de mover-se pela correia quando uma de correia.
emenda, seção danificada da correia ou outra
Para uma limpeza melhor, deve ser observada
obstrução ultrapassar o raspador com a correia.
Os sistemas de tensionamento do raspador,
ou calculada a largura de transporte do material 14
sobre a correia e comparada pela largura do
particularmente no raspador primário, onde
raspador.
o ângulo de ataque é mais acentuado, devem
incluir um mecanismo para fornecer proteção Em alguns casos, fornecer uma largura de
contra o choque do impacto da emenda. lâmina maior que a carga do material sobre
a correia pode levar a padrões de desgaste
Um raspador primário agressivo com muita
indesejáveis. A seção central da lâmina será
pressão de limpeza terá uma tendência a
danificada mais rápido que a porção da lâmina
danificar mais rápido a superfície da correia.
na seção exterior da correia, pois há mais
Esses raspadores fornecem inerentemente
material nocivo no centro. A porção exterior
um risco aumentado de reterem-se em uma
da lâmina de limpeza afastará então a seção
saliência da emenda ou da correia.
central da lâmina da correia. O material morto,
Deve-se tomar cuidado na escolha do pois, poderá passar entre a correia e a lâmina,
material apropriado para colocar em contato acelerando o desgaste na seção central da
com a correia. Materiais como fatias de correias lâmina (Figura 14.16).
usadas nunca devem ser usados como material
O material na correia também fornece um
de limpeza ou vedação, pois eles podem incluir
efeito de refrigeração e lubrificação para a
cabos de aço ou resíduos prejudiciais. Esses
lâmina; portanto, deve-se tomar cuidado para
materiais fixados causam desgaste excessivo à
impedir a cobertura excessiva da correia. Sem
cobertura da correia.
esse efeito de lubrificação, o acúmulo de calor
na ponta exterior pode causar falha na lâmina e/
Princípios do Projeto de ou dano na correia.
Raspadores
Embora ouros sistemas de limpeza – mais
notavelmente sistemas pneumáticos e de Figura 14.15
fricção – estejam disponíveis, a maioria dos Os raspadores de
raspadores são laminados. Eles usam uma correia devem ser
lâmina para remover o material da superfície instalados fora do fluxo
do material.
da correia. Esses aparelhos requerem uma
fonte de energia – como uma mola, um
reservatório de ar comprimido ou um elemento
espiral elastomérico – para forçar a ponta do
raspador contra a correia. A lâmina que toca
diretamente a correia está sujeita a dano ou

205
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

Reduzir a cobertura da lâmina na correia


Tabela 14.1 Cobertura Mínima da Lâmina de
Limpeza pode ajudar a aliviar o problema de
aquecimento. No entanto, deve-se tomar
Tamanhos Métricos Tamanhos Imperiais
Padrão de Correia* Padrão de Correia
cuidado ao reduzir a cobertura da lâmina,
(mm) (inches) especialmente na correia salientada. Se a correia
Largura Cobertura Largura Cobertura
enroscar sobre a cobertura de uma lâmina do
da Mínima do da Mínima do raspador, ela fica exposta ao corte da lâmina.
Correia Raspador Correia Raspador Alguns raspadores usam uma lâmina não
300 200 metálica mais flexível nas pontas exteriores para
18 12
500 330 evitar esse problema. Outra solução é manter
24 16 a correia plana com o uso de rolamentos de
650 430
30 20 retenção (Figura 14.17).
800 530
36 24 Em algumas aplicações, a lâmina deve ser tão
1.000 670
42 28 ou mais larga que a correia. Um raspador usado
1.200 800
48 32 como rodo para secar a correia pode precisar
1.400 930
54 36 ter a largura completa da correia para atingir
1.600 1.070 todas as áreas molhadas. Alguns materiais,
1.800 1.200 60 40 como cinzas no ar, tendem a se espalhar sobre a
2.000 1.330 correia ou seguir horizontalmente pelo raspador
72 48
14 2.200 1.470 da correia. Nesse caso, se a lâmina não alcançar
84 56 a largura completa, o material pode se acumular
2.400 1.600
entre a correia e o espaço do suporte do
2.600 1.730 96 64 raspador, onde pode prender/travar e danificar
2.800 1.870 a correia.
3.000 2.000 108 72

3.200 2.130 120 80 Segmentos de Lâmina Simples ou


Modelado segundo CEMA; *As medidas métricas Múltiplos
são baseadas nos tamanhos métricos padrão Um projeto de lâmina múltipla com mola
de correia, não são conversões das medidas do
padrão inglês.
individual ou suporte de elastômero em cada
lâmina de limpeza manterá cada lâmina em
uma tensão de limpeza adequada, permitindo
Figura 14.16 mais a cada lâmina ceder a uma pressão baixa
Ao lado: em uma do que a força total aplicada do dispositivo de
situação onde a lâmina tensionamento. Em outras palavras, lâminas
é maior que o fluxo de
materiais, o centro da
estreitas podem servir melhor para a correia,
lâmina pode danificar- acompanhar mudanças no contorno da
se mais rápido que as superfície, saltar da correia para a passagem da
pontas exteriores. emenda e retornar à posição de limpeza mais
Abaixo: como o facilmente que uma lâmina simples monolítica.
centro das lâminas é Isso significa que um projeto de lâmina múltipla
danificado, ele permite
que o material passe pode ser mais eficaz e seguro para o raspador e
pela ponta; as pontas a correia.
exteriores estarão
afastadas do material e Novos desenvolvimentos em poliuretano
não vão danificar. têm melhorado a capacidade de raspadores
primários de lâmina simples para manter
contato com a correia.

206
Limpeza da Correia | Capítulo 14

Há um número de materiais usados para Figura 14.17


lâminas de raspadores, variando de borracha
Uma solução para uma
e poliuretano a aços leves e inoxidáveis. As correia que prende
lâminas estão disponíveis com enxertos de na ponta do raspador
carboneto de tungstênio ou enchimentos, como é deixar a correia
ligas/contas/pedaços de vidro para melhorar plana com o uso de
rolamentos de retenção.
a resistência a desgaste e o desempenho da
limpeza.

Os fabricantes de raspadores têm estendido


a faixa de materiais de poliuretano disponíveis
para fornecer um desempenho aprimorado
para condições específicas, inclusive resistência Figura 14.18
Descascar
aprimorada a desgaste, aquecimento, produtos O ângulo de ataque
químicos ou umidade. Em alguns casos, a das lâminas de limpeza
combinação ideal de características em uma contra a correia é um
aspecto importante.
aplicação específica requer um programa de
Em termos gerais, há
teste comparativo para determinar o melhor dois ângulos de ataque
material para essa aplicação. para limpeza: lâmina de
ângulo positivo (para
Ângulo de Ataque Raspar descascar) e lâmina de
ângulo negativo (para 14
O ângulo de ataque para as lâminas de raspar).
limpeza contra a correia é um aspecto de
importância. Em termos gerais, há duas
alternativas: lâminas de ângulo positivo (para
descascar) e lâminas de ângulo negativo (para
raspar) (Figura 14.18). Com um ângulo
positivo, as lâminas são opostas à direção de Figura 14.19
trajeto da correia (Figura 14.19); com um Lâminas com um ângulo
ângulo de limpeza negativo, as lâminas são positivo são opostas à
inclinadas na direção do trajeto, normalmente direção do trajeto da
a um ângulo de 3 a 15o do eixo vertical, correia.

dependendo do tipo de emenda (Figura


14.20). Lâminas instaladas em uma posição
vertical ou perpendicular à correia, no ponto de
instalação são consideradas com ângulo zero.

Lâminas metálicas em uma posição de ângulo


positivo são afiadas como navalhas pela correia
em movimento e podem causar danos caros se
entrarem em choque no alinhamento. Lâminas
de ângulo positivo estão ocasionalmente sujeitas
à vibração de alta frequência, que faz as lâminas
“tremerem”, golpeando repetidamente suas
pontas afiadas na cobertura da correia.
Figura 14.20
Lâminas de ângulo negativo permitem que
Lâminas com um ângulo
o material se acumule na ponta inclinada de limpeza negativo são
de limpeza, a qual pode forçar a lâmina no inclinadas na direção do
contato de limpeza eficaz. No entanto, todos os trajeto.
raspadores de correia, independentemente do
ângulo de ataque, estão sujeitos a um serviço de
limpeza regular sem acúmulo (Figura 14.21).
Com uma lâmina de ângulo negativo, as pontas
em sentido superior da lâmina não vão prender

207
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

na superfície da correia, mesmo se fixada contra mais difíceis de limpar do que as correias mais
a correia com pressão excessiva. curtas.

Uma opinião geral é de que o ângulo positivo Correias curtas e correias deixadas em
é aceitável para raspadores primários, que são operação e vazias por longos períodos podem
aplicados a pressões muito baixas contra a sofrer problemas com aquecimento gerado
correia. No entanto, é aconselhável usar lâminas pelo raspador da correia. Uma lâmina em
de ângulo negativo em posições secundárias e contato com a correia gerará aquecimento
terciárias, onde pressões de limpeza lâmina- devido à fricção da correia contra a lâmina.
correia mais altas e o uso de lâminas de metal As correias deixadas em operação por muito
apresentam mais riscos à correia, à emenda e ao tempo sem carga podem causar aquecimento
próprio raspador. acumulado na lâmina e em seu mecanismo de
retenção, reduzindo sua vida útil ou danificando
o suporte. Se a correia é curta, sua cobertura
SELECIONANDO UM SISTEMA DE pode não dissipar o calor e degradar. Um
LIMPEZA DE CORREIA raspador fornecido com alta tensão contra a
correia agravará esse problema a ponto de a
Selecionar um raspador para uma
lâmina ficar presa à correia, quando a correia
determinada aplicação requer a avaliação
parar.
de uma série de fatores. A seguir estão as
14 informações básicas de que um fornecedor
precisaria a fim de recomendar um sistema de
As variáveis adicionais que podem afetar
o desempenho ideal do sistema selecionado
limpeza adequado: e, logo, devem ser revistas na seleção de um
sistema de limpeza incluem:
A. Velocidade e largura da correia.
B. Largura da carga sobre a correia. A. Espaço disponível para instalação e serviço.
C. Diâmetro da polia. B. A possibilidade de alterações nas
características do material (p.ex., de
D. Características do material (inclusive
molhado e aderente a seco e fragmentado).
tamanho da partícula/peça, teor de umidade,
temperatura, abrasividade e corrosividade). C. Extremos/limites graves de temperatura.
E. Comprimento do transportador. D. Cortes, fendas, riscos ou rachaduras na
superfície da correia, por desgaste ou mau
O comprimento do transportador é uma uso.
variável significativa, uma vez que a ação E. Emendas mecânicas danificadas, sólidas ou
ondulatória da correia, conforme ela se move numerosas.
sobre as roldanas, causa a fixação das partículas F. Vibração da correia, a partir de acúmulo
pelo material e sua compactação na correia. Em de material nas polias frontais e em outros
transportadores longos de uso terrestre, esse componentes de rolamento, dificultando a
efeito pode ser significativo. Por esse motivo, os permanência do raspador em contato com a
transportadores mais longos são quase sempre correia.
Figura 14.21
G. Material que aderirá ou se envolverá no
aparelho de limpeza.
As lâminas de ângulo
negativo permitem H. Acúmulo de material no chute de desvio.
que o material se
acumule na ponta Outras considerações no desenvolvimento
inclinada de limpeza, de uma proposta de fornecedor e na avaliação
a qual pode forçar
a lâmina no contato dessa proposta incluem:
de limpeza eficaz.
No entanto, todos os A. Nível desejado/requerido de desempenho
raspadores de correia, em limpeza .
independentemente do
ângulo de incidência, B. Nível requerido/disponível de manutenção.
estão sujeitos a um
serviço de limpeza
C. Nível requerido/disponível de habilidade/
regular sem acúmulo.
experiência em instalação.

208
Limpeza da Correia | Capítulo 14

D. Preço inicial versus custo de propriedade. A proposta do fornecedor do equipamento


deve incluir:
E. Recordes do fabricante (inclusive
habilidades de serviço e garantias de A. Recomendação do sistema apropriado para
desempenho). atender o nível exigido pelo usuário de
desempenho de limpeza.
Há uma série de “atalhos” disponíveis para
B. Declaração da vida útil média esperada e
ajudar a combinar um sistema de limpeza e
custo das partes danificadas/avariadas.
uma aplicação, inclusive sistemas de seleção on-
line que analisam características de materiais e C. Consideração sobre alterações no
especificações de transportadores para fornecer desempenho de limpeza em função do
uma recomendação de raspadores de correia. tempo, como condições de alteração da
correia ou do material a granel.
Informações Necessárias para D. Método de teste, equipamento de teste
Especificar um Sistema de Limpeza e local de referência usado para medir
Em um trabalho apresentado na Reunião desempenho; equipamento de teste
Anual da Sociedade de Mineração, Exploração elaborado para produzir resultados
e Metalurgia (Society for Mining, Metalurgy, repetidos que representem a largura total
and Exploration) de 2004, R. Todd de transporte e o comprimento da correia;
Swinderman listou as informações básicas a método de teste e equipamento de teste
serem supridas/analisadas por um cliente final documentados a fim de que os testes sejam 14
que solicita uma proposta de um sistema de repetidos.
limpeza de correia, e as informações que devem E. Instruções de instalação.
ser fornecidas por um fabricante de sistemas de F. Intervalos e procedimentos de manutenção
limpeza em uma proposta ao cliente final. necessários.
As solicitações do usuário para a proposta G. Garantia de desempenho.
devem incluir: H. Termos e condições de pagamento.
A. Horas de operação do sistema de transporte. Um Raspador Adequado para Todos
B. Toneladas por hora estimadas do sistema. os Transportadores?
C. Porcentagem de tempo do transportador Uma revisão do mercado mostra que há
de correia para transporte de materiais muitos modelos de competição para sistemas
enquanto em operação. de limpeza. Isso levanta uma questão: por que
D. Marca e descrição da correia: largura da a indústria não determinou um modelo que
correia, tempo de uso, condições de uso e pudesse fornecer resultados aceitáveis em todas
acompanhamento/manutenção. as aplicações?
E. Velocidade da correia e indicações de ciclo Um engenheiro de uma grande companhia
de direção (uma direção ou reversa); se de mineração escreveu em um resumo dos
reversa, a porcentagem de uso em cada diversos raspadores de correias instalados em
direção. suas operações:
F. Temperatura, umidade e outras condições
ambientais e operacionais que possam afetar Devido à diversidade de materiais com suas
a operação ou vida útil do equipamento de propriedades físicas consideravelmente
limpeza de correia. diferentes, bem como às variadas condições
ambientais em mineração a céu aberto,
G. Especificações do material de acordo com
não há atualmente um raspador de correia
a Classificação de Padrões de Sólidos a
universalmente aplicável que preencha
Granel CEMA STANDARD 550 (CEMA
todas as exigências de todas as situações sem
STANDARD 550 Classification of Bulk
problemas.
Solids Standard)
H. Nível de Limpeza da Correia a ser obtido Esse autor estava discutindo apenas sobre
em gramas por metro quadrado (oz/ft2) mineração de lignito a céu aberto de uma
I. Diâmetro da polia e condições, tipo e companhia na Alemanha. Certamente essa é
espessura do revestimento da polia. uma situação desafiadora, mas é apenas um

209
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

ambiente de uma centena/miríade/diversidade “normais” de operação. Com um sistema de


de ambientes que os raspadores de correias limpeza projetado para “condições-problema”,
estão previstos a enfrentar. O universo de o sistema superprojetado provavelmente
aplicações de raspadores de correia é tão maior fornecerá o benefício de uso-avaria aprimorado
– inclusive a grande variedade de materiais, e exigências de serviço reduzidas, quando
condições e sistemas de transporte – que requer operado em condições normais. Para
uma série de diferentes escolhas. “condições-problema”, o sistema de limpeza
poderá enfrentar o desafio.
O problema é fornecer um sistema de
limpeza que seja ajustável à maioria dessas Analisar materiais em sua pior condição
situações. De fato, um dos problemas no de estado requer trabalho, mas qualquer
desenvolvimento de um sistema de limpeza fabricante de sistemas de limpeza da correia
universal é que cada fabricante de equipamento, sofisticados concluirá os testes para entender
cada engenheiro de transportadores e as várias o comportamento do material e fornecerá
equipes de manutenção de fábrica possuem o melhor produto para tratar as diferentes
suas próprias ideias sobre como limpar uma condições de operação.
correia de transporte adequadamente. Com
tantas variáveis diferentes em aplicação, cada
um desses modelos tem um certo nível de ABORDAGEM DE SISTEMAS PARA
sucesso. LIMPEZA DE CORREIAS
14 Os engenheiros de fábrica ou os operários A Necessidade de um Sistema
de manutenção que elaboram e instalam um
As inovações em tecnologias de limpeza de
raspador de correia do seu próprio modelo
correias recomendam que devem ser feitos mais
teriam interrupções todo dia para verificar se
de um teste a fim de remover com segurança
está operando corretamente. Prestando muita
e eficácia o material morto. Em um sistema
atenção ao raspador, ajustando periodicamente
de limpeza, é mais seguro e eficaz aplicar uma
a tensão lâmina-correia e eliminando qualquer
série de impactos intermitentes e graves, do que
acúmulo de material, o elaborador garantiria
um único golpe com maior pressão e em ângulo
que seu desempenho ao menos se equiparasse
agressivo.
ao de muitos sistemas de limpeza comerciais
atualmente disponíveis. O elemento-chave Normalmente é mais eficaz instalar um
que permite a esse sistema alcançar um sistema de raspadores múltiplos, composto por
desempenho de limpeza aceitável seria um raspador primário e ao menos um raspador
provavelmente o nível elevado de serviço. secundário (Figura 14.22). O raspador
Independentemente do modelo do raspador de primário é instalado na polia motriz usando
correia, todos os sistemas de limpeza da correia pressão lâmina-correia baixa para remover
funcionarão de acordo com a atenção regular a camada superior e a maioria do material
de manutenção dada. morto. Isso permite que o raspador secundário,
tensionado a uma pressão de limpeza da correia
Sistemas de Limpeza para ideal, realize uma remoção final precisa de
“Materiais-Problema” resíduos aderentes sem ser sobrecarregado
Os sistemas de limpeza de transportadores com uma massa de material morto. Aos dois
não deveriam ser elaborados para atender estilos de raspadores atribuem-se diferentes
apenas desafios limitados de condições responsabilidades na tarefa de limpar a correia
“normais” de operações. Pelo contrário, e, portanto, são elaborados e construídos de
eles devem ser elaborados para enfrentar as forma diferente. Muitos transportadores podem
piores aplicações possíveis que possam ser ser tratados com o sistema de limpeza dupla
encontradas. Se em 99% do tempo o material (Figura 14.23). No entanto, há aplicações
transportado está seco, certamente chegará o que precisarão de raspadores adicionais para
dia em que o material ficará seco e pegajoso, e alcançar uma remoção máxima de material
o sistema de limpeza pode não ser adequado morto sob todas as condições (Figura 14.24).
para a situação. Esse único evento poderia A frase “sistemas de limpeza múltipla” pode
custar muitas vezes mais do que o que foi referir-se a qualquer combinação, abrangendo
“economizado” no projeto para condições desde o sistema comumente visto de raspadores

210
Limpeza da Correia | Capítulo 14

primários e raspadores secundários até os Mais que bloquear o caminho do material,


sistemas mais sofisticados, que incluem o pré-raspador desvia o material da correia
um ou mais pré-raspadores e um ou mais para que ele possa retornar ao fluxo principal
raspadores secundários e/ou terciários. Um de material ou abaixar o verso do raspador
sistema de transporte com uma polia motriz para a descarga (Figura 14.27). Usar esse
grande permite a instalação de mais de um baixo ângulo de incidência, em combinação
pré-raspador na posição de raspador primário. com lâminas de pré-raspadores de elastômero
Onde for necessário obter uma correia muita aplicadas à pressão leve contra a correia, resulta
limpa, o raspador primário e os raspadores em baixas taxas de avaria para a lâmina e para a
secundários podem ser complementados/ superfície da correia. Se o ângulo de incidência
apoiados com um sistema de lavagem de correia for maior (ou seja, um ângulo zero ou posição
que incorpore sprays/jatos de água, raspadores negativa), seria necessário mais pressão para
de correia e varredores de correia que sequem manter a lâmina na posição contra o fluxo
a correia. (Consulte o Capítulo 24: Sistemas de
Lavagem de Correia.)
Figura 14.22
Além de fornecer uma limpeza melhor, um Um sistema de
sistema de múltiplos raspadores aumenta o raspadores múltiplos,
composto por um
tempo entre as seções de serviço necessárias. raspador primário
Dois raspadores, cada um aplicado a uma e ao menos um
determinada pressão lâmina-correia, deve raspador secundário,
normalmente é o
14
estender mais a vida útil da lâmina do raspador
sistema mais eficaz.
do que um raspador aplicado à alta pressão
para fornecer apenas o benefício de limpeza.

Um sistema de limpeza múltipla bem-


sucedido é aquele que serve para a estrutura
do transportador, atinge o nível desejado
de limpeza e minimiza a necessidade de
manutenção.
Figura 14.23
Muitos transportadores
Raspadores Primários
podem ser
O raspador primário, algumas vezes chamado satisfatoriamente limpos
de pré-raspador ou lâmina mestra, é instalado com um sistema de
limpeza dupla.
na superfície da polia motriz logo abaixo da
trajetória do material sendo descarregado da
correia (Figura 14.25). Essa posição permite
que o material removido da correia caia com
a carga principal, conforme ele sai da correia,
minimizando qualquer sobrecarga do chute de
desvio ou outro comprometimento do sistema.

Os pré-raspadores, com baixa pressão de


lâmina, mas ângulo agressivo de incidência, são
Figura 14.24
instalados para raspar pedaços duros na camada
de material morto (Figura 14.26). Isso limpa Algumas aplicações
precisarão de
a maior parte de material morto e possibilita raspadores de correia
ao raspador secundário remover o material adicionais para atingir
restante subjacente. uma remoção máxima
de material morto.
A lâmina do raspador primário deve ser
instalada em uma posição de ângulo positivo,
inclinada contra o movimento da correia e da
polia, geralmente em um ângulo entre 30 e 45o
em uma linha tangencial à superfície da correia
no ponto de contato.

211
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

enorme de material. Ao aumentar a pressão, obstrução como uma emenda mecânica passar
aumenta-se o risco de dano à correia. pela ponta de limpeza, reduzindo, portanto,
o risco de dano. Aplicada adequadamente,
Para minimizar o risco à correia, à emenda a pressão de limpeza melhora a vida útil da
e ao raspador a partir de uma lâmina lâmina e reduz a avaria da correia. Uma pressão
levemente tensionada mantida em uma muito pequena permite que o material deslize
posição de ângulo positivo, os pré-raspadores entre a lâmina e a correia, onde ele pode ser
normalmente usam lâminas de elastômero preso e causar avarias a ambos. Uma pressão
resiliente, como poliuretano ou borracha, em muito grande acelera a avaria e aumenta a
vez de metal. Uma pressão lâmina-correia de energia necessária para mover a correia.
aproximadamente 14 kPa (2 lbf / in.2) combina
desempenho de limpeza com segurança à A fim de alcançar um nível aceitável de
correia. Essa baixa pressão lâmina-correia limpeza com apenas um único pré-raspador
significa que o sistema será capaz de aliviar – ou (não auxiliado por qualquer raspador
seja, afastar a lâmina da correia – quando uma secundário ou adicional), geralmente seria
necessário tensionar a lâmina contra a correia
Figura 14.25 com pressão lâmina-correia mais alta do que
O raspador primário, seria recomendado para a preservação da vida
algumas vezes útil da correia.
chamado de pré-

14 raspador ou lâmina
mestra, é instalado
As características do pré-raspador incluem
área de avaria, limpeza em ângulo constante e
na frente da polia
motriz, logo abaixo da limpeza em área constante.
trajetória do material
sendo descarregado da
correia.
Área de Avaria
Uma propriedade que deve ser definida
em qualquer pré-raspador é a quantidade de
material da lâmina que pode ser avariada pela
correia. Isso é chamado de área de avaria. Essa
área pode ser encontrada desenhando a lâmina e
a polia motriz em um software de layout/esboço.
Figura 14.26 A distância de acúmulo, o centro da rotação da
Pré-raspadores, com lâmina e o diâmetro da polia motriz devem ser
um ângulo agressivo de baseados nas especificações do fabricante. A
incidência, mas baixa
pressão de lâmina,
lâmina é girada na polia motriz para uma vida
raspam a superfície da útil de 100% e na área de interferência calculada
camada de material (Figura 14.28). Essa área de avaria considera
morto. a comparação dos modelos de lâminas, pois a
vida útil da lâmina não depende da cobertura da
correia nem das larguras de cada lâmina.

Limpeza de Ângulo Constante


Para superar o problema da variação do
ângulo da lâmina de acordo com sua avaria,
um raspador de correia radialmente ajustado
Figura 14.27
pode incorporar uma lâmina especificamente
Em vez de bloquear o
projetada curva. Esse desenho foi denominado
caminho do material,
um pré-raspador desvia “CARP” (Constant Angle Radial Pressure, ou
o material da correia Pressão Radial de Ângulo Constante). Com um
para retornar ao fluxo do desenho de lâmina tipo “CARP”, o ângulo de
material.
limpeza permanece igual por toda a vida útil
da lâmina. Esse desenho de “ângulo constante”
possui a vantagem evidente de manter a
eficiência do raspador durante toda a vida útil
da lâmina.

212
Limpeza da Correia | Capítulo 14

Limpeza de Área Constante Se os membros estruturais do transportador,


Muitas lâminas de raspadores novos são as limitações de espaço ou emendas mecânicas
desenhadas com uma ponta que tem uma fracas impedem a instalação de um raspador
pequena área de contato com a correia. na posição preferencial, os raspadores
Essa ponta permite que a lâmina se desgaste secundários devem ser colocados onde o
rapidamente, para alcançar um bom encaixe/ material retornará para o fluxo de material, ou
contato com a correia, independentemente do seja, onde o material retirado cairá do chute.
diâmetro da polia motriz. Mas, se o raspador secundário for instalado
em uma posição em que sua pressão contra
Conforme as lâminas do raspador se a correia mude a linha de trajeto da correia,
desgastam, a área superficial de toque entre a o desempenho de limpeza será menos eficaz
lâmina e a correia aumenta. Isso causa uma (Figura 14.32). Nesse caso, aumentar a
redução na pressão lâmina-correia e uma queda pressão aplicada serve apenas para desregular
correspondente na eficiência do raspador. mais a linha da correia, sem melhorar o
Portanto, a roldana do sistema requer ajustes desempenho da limpeza. Rolamentos de
(retensionamento) para fornecer a pressão retenção ou outros componentes devem ser
adicional para um desempenho de limpeza instalados para manter a linha da correia estável.
compatível. Seria melhor elaborar raspadores
que não sofressem esse aumento gradual da O ângulo de incidência da lâmina do
área lâmina-correia (Figura 14.29). Quando raspador secundário com a correia é uma
combinado com o desenho da roldana, o consideração importante. Lâminas com pontas 14
princípio CARP descrito se mostra capaz de de metal ou cerâmica em uma posição de
minimizar a alteração na área durante toda a ângulo positivo são finamente afiados em
vida útil da lâmina. Figura 14.28
A área de avaria de uma
Área de
Raspadores Secundários Avaria lâmina de elastômero
do pré-raspador é um
Os raspadores secundários são definidos indicador da vida útil da
como qualquer raspador localizado na posição lâmina.
secundária no ciclo de retorno da correia Lâmina
Acoplada
(Figura 14.30). A posição secundária é a Lâmina Girada para a Linha
área logo antes do ponto onde a correia toca a de Avaria

polia traseira. Esse local ainda está dentro da


descarga ou do chute de desvio, permitindo Figura 14.29
que o material morto removido volte ao fluxo Área de A lâmina da Pressão
principal de material pela gravidade. Contato Radial de Ângulo
Constante Ângulo Constante (CARP) é
Constante
projetada para poupar
Como o pré-raspador realiza a limpeza dura o ângulo de limpeza
inicial, o raspador secundário é designado a durante todos os
realizar uma limpeza fina do material que passa estágios de sua vida
pelo raspador primário. Podem ser necessários útil. Como as lâminas
dos raspadores
mais que um raspador secundário para atingir o se desgastam, a
nível desejado de limpeza. área superficial de
toque entre a lâmina
O posicionamento do(s) raspador(es) e a correia deve
adicional(is) é importante. Quanto mais permanecer constante.
próximo do ponto de descarga do transportador
a remoção do material morto é feita, menor é Área de
o problema de acúmulo de pedaços no chute Contato
Constante
Ângulo
de desvio. Em uma correia com emenda Constante
vulcanizada, o melhor local para um raspador
adicional é colocá-lo em contato com a correia,
enquanto ela ainda está contra a polia motriz
(Figura 14.31). Isso permite que o raspador
secundário raspe em uma superfície firme para
uma remoção de material mais eficaz.

213
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

pouco tempo pelo movimento da correia. Essas que um ângulo de 7 a 15o na direção do trajeto
lâminas afiadas aumentam o risco de que um da correia mantém a eficiência de limpeza,
ajuste feito por um operador despreparado embora permita uma passagem mais fácil de
possa resultar em muita pressão ou em um obstruções (Figura 14.33).
ângulo incorreto aplicado ao raspador, para
retirar rapidamente obstruções da correia, como Uma correia em movimento não apresenta
emendas mecânicas. O resultado pode danificar uma superfície uniforme e consistente.
a correia, a emenda ou o próprio raspador. Lâminas estreitas independentes que estejam
Consequentemente, quando surgem obstruções suspensas apresentam o melhor potencial para
ou emendas mecânicas, é recomendado que as permanecer em contato preciso, conforme a
lâminas secundárias sejam inclinadas na direção superfície em alteração da correia passa pela
do trajeto da correia – um ângulo negativo –, margem de limpeza. Também é produtivo se
em vez de colocá-las contra a correia em uma essas lâminas puderem fixar ou balançar de
posição de ângulo positivo. Testes indicaram lado a lado para ajustar imediatamente aos
contornos em alteração da superfície da correia.
Pesquisas indicam que um raspador formado
Figura 14.30 a partir de uma linha de lâminas individuais e
Raspadores independentes a cada 75 a 200 milímetros de
secundários são distância (3 a 8 in.) é bem adequado para uma
definidos como
qualquer raspador limpeza secundária eficaz.
14 localizado na área
O estudo da Agência de Mineração (Bureau
anterior ao ponto em
que a correia deixa o of Mines), Basic Parameters of Conveyor Belt
contato com a polia Cleaning, aponta que a avaria inicial da lâmina
motriz até a área
anterior ao contato da ocorre nos limites onde as lâminas individuais
correia com a polia se encontram (Referência 14.2). Os testes
traseira. mostraram que o material passaria pelos
espaços entre as lâminas adjacentes e alargaria
lentamente esses espaços. Essa abertura,
por sua vez, acelerou o desgaste da lâmina e
permitiu a passagem de mais material. Para
minimizar esse dano erosivo, pode ser usado
um padrão de lâmina de cobertura completa,
gerado por um padrão alternante de braço
curto e braço longo (Figura 14.34). Isso
Figura 14.31 impede “tiras” de material morto embaixo da
A melhor localização de correia, criadas por espaços entre as lâminas.
um raspador secundário Alternadamente, podem ser instalados dois
é colocá-lo em contato raspadores com lâminas, alinhados com os
com a correia enquanto espaços compensados.
ela ainda está contra a
polia motriz, permitindo
que ele raspe uma As próprias lâminas de raspadores
superfície firme. secundários podem ser de um material duro
– carbeto de tungstênio ou cerâmica, por
exemplo – que resista ao acúmulo de calor
retido/estancado pela fricção contra a superfície
da correia. Algumas operações preferem evitar
a aplicação de uma lâmina de metal contra a
Figura 14.32 correia; logo, foi desenvolvida uma variedade
O desempenho de de fórmulas de poliuretano para raspadores
limpeza será menos secundários.
eficaz se um raspador
secundário estiver Um modelo de raspador secundário aplica a
instalado em uma
posição em que sua
resiliência natural ou a mola da borracha usada,
pressão altere o trajeto do elastômero usado nas lâminas para reduzir
da linha da correia. a necessidade de ajustes do raspador. Essas

214
Limpeza da Correia | Capítulo 14

lâminas de poliuretano são forçadas contra a


correia, para que elas “se curvem” na direção
do trajeto da correia (Figura 14.35). Durante
o tempo, a resiliência da lâmina continua
empurrando a ponta da lâmina contra a correia,
mesmo que a lâmina esteja sendo desgastada
pelo movimento da correia e dos materiais. Isso
faz as lâminas se ajustarem e, logo, reduzirem
a necessidade de serviço de manutenção para
ajustes (Figura 14.36).

Raspadores Terciários
Os raspadores terciários às vezes são
aplicados para limpeza final. A localização
terciária para raspadores normalmente é
considerada como a área após a polia traseira e
fora do chute de descarga (Figura 14.37). Essa Figura 14.33
localização é externa à área que permite um Um ângulo de 7 a 15o
retorno fácil do material ao fluxo principal de na direção do trajeto
da correia mantém a
material, que requer o uso de um chute auxiliar
ou um transportador tipo scavenger. Pode haver
eficácia da limpeza, 14
enquanto permite a
múltiplos raspadores aplicados a esse local para passagem mais fácil de
que se atinjam os resultados necessários pela obstruções.
operação (Figura 14.38).

O raspador terciário normalmente é usado


para limpar a água e pequenas partículas que
passam em torno ou entre as lâminas dos
raspadores secundários. Raspadores especiais
e caixas de lavagem ou raspadores secundários
adicionais normalmente são localizados na
posição terciária (Figura 14.39). As lâminas-
rodo para tirar umidade – a partir do material
ou aplicadas durante a limpeza da correia – Figura 14.34
são geralmente instaladas na posição terciária Para evitar “listras” de
(Figura 14.40). material morto geradas
por espaços entre as
lâminas, pode ser usado
Um problema que pode ser identificado um padrão de lâmina
com um raspador terciário é o acúmulo de de cobertura total,
calor. Se a correia está limpa ou seca antes de criado por um padrão
alcançar o raspador terciário, a(s) lâmina(s) no alternante de braço
curto e braço longo.
raspador terciário pode(m) acumular calor,
permitindo que o material na lâmina ou no
retensor quebre ou danifique a superfície da
correia. O sistema de limpeza múltipla deve Figura 14.35
ser verificado cuidadosamente para eliminar
Esse raspador incorpora
essa possibilidade. O uso de um jato de água lâminas de poliuretano
fino para lubrificar a correia e reduzir a força que são forçadas contra
do material morto é muito eficaz no aumento a correia, para que elas
“se curvem” na direção
da eficácia dos raspadores terciários e nos
do trajeto da correia.
intervalos de manutenção. (Consultar Capítulo
24: Sistemas de Lavagem de Correia.)

215
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

Figura 14.36 Combinando o Raspador e a


Aplicação
Ao longo do tempo, a
resiliência da lâmina de A modernização crescente dos modelos
poliuretano continua de raspadores de correias tem permitido o
empurrando a ponta da
lâmina contra a correia,
desenvolvimento de sistemas de limpeza que
mesmo que a lâmina atendam às necessidades de cada aplicação
esteja sendo avariada especial ou específica. Esses modelos
pelo movimento da alternativos incluem materiais especializados
correia, ocasionando um
autoajuste na lâmina. para construção de raspadores, como uretanos,
elaborados para condições de alta temperatura,
alta umidade ou alta abrasividade. Além disso,
há uma variedade de sistemas de limpeza
projetados para atender tarefas especiais,
variando desde transportadores de produtos
alimentícios de demanda simples até aplicações
Figura 14.37 em minas de demanda árdua.
A localização dos
raspadores terciários Raspadores de Correias para
é a área após a polia Mineração
traseira e fora do chute
14 de descarga. Os grandes volumes de materiais, velocidade
rápida, correias largas e polias de diâmetro
largo vistos em várias operações de mineração
levantam questões especiais para sistemas de
limpeza. A remoção de capeamento estéril em
algumas minas de lignito da Alemanha conta
com correias transportadoras de até 3.200
milímetros (126 in.) de largura, operando a
velocidades de 10,5 metros por segundo (2.067
Figura 14.38 ft/min). Para lidar com essas condições abusivas,
Pode haver raspadores
têm-se desenvolvido sistemas de limpeza de
múltiplos instalados fora correias para mineração de demanda extra
da área que permite o pesada (Figura 14.41). Esses sistemas são
fácil retorno do material marcados por estruturas centrais massivas que
ao fluxo principal de
material, o que requer o
lidam com peças grandes e alto volume de
uso de um chute auxiliar material; lâminas massivas que fornecem vida
ou um transportador útil estendida e sistemas de tensionamento
tipo “scavenger”. duráveis que reduzem a necessidade de
manutenção do sistema, (Figura 14.42).

A alta velocidade desses transportadores


dificulta o uso eficaz de raspadores secundários.
As velocidades altas de operação e a alta
vibração resultante dessas correias, somadas
Figura 14.39 à alta pressão lâmina-correia típica de um
Os raspadores raspador secundário, produzem desgaste
especiais e os sistemas elevado e risco adicional à correia e ao
de lavagem de correia
são localizados raspador. Como resultado, essas aplicações
normalmente na posição podem apresentar dois pré-raspadores na polia
terciária. motriz; as polias normalmente não são grandes
o bastante para permitir essa prática (Figura
14.43).

216
Limpeza da Correia | Capítulo 14

Demolidores de Crosta Figura 14.40


Em aplicações como o tratamento de As lâminas-rodo para
minérios de cobre quebrados e outras minas remover umidade da
de rochas robustas ou no transporte de correia normalmente
são instaladas na
capeamento estéril na mineração de lignito, posição terciária.
partículas úmidas de materiais podem se
desprender no fundo da carga transportada e
prender na correia com tal força de aderência
que esse material não sairá do transportador na
descarga. Pelo contrário, esse material pastoso
aderirá à correia conforme passar pela polia,
em uma camada de 75 a 100 milímetros (3 a
4 in.) ou mais grossa. Essa crosta de material
pode subjugar/devastar rapidamente um sistema
de limpeza convencional, ocasionando um Figura 14.41
desempenho de limpeza fraco e diminuindo Para lidar com as
a vida útil do raspador e os riscos de condições abusivas,
têm-se desenvolvido
produtividade de todo o sistema de tratamento sistemas para
de material. mineração de demanda

Para superar esse problema, algumas


extrapesada.
14
operações instalam um “demolidor de crosta”.
Esse recurso de limpeza é instalado na polia
motriz logo abaixo da trajetória do material. Ele
serve como uma lâmina dosadora para limitar
a quantidade de material que passa pelo pré-
raspador convencional instalado logo abaixo
(Figura 14.44). Fabricado a partir de placas
de metal cobertas com cerâmica, o recurso de Figura 14.42
limpeza do demolidor de crosta é instalado a Os raspadores de
fim de que fique próximo, mas não toque a correias para mineração
são marcados por
correia. Dessa forma, ele reduz a quantidade
estruturas centrais
de material que alcança o pré-raspador e que de demanda pesada,
pode passar pelo raspador primário e danificar lâminas massivas
(ou sobrecarregar) o raspador secundário. Com para fornecer vida útil
estendida e sistemas de
o “demolidor de crosta” instalado antes do tensionamento duráveis.
pré-raspador do transportador, os raspadores
convencionais podem fornecer uma limpeza
melhor e uma vida útil mais longa.

Raspadores para Correias


Reversíveis
Figura 14.43
Alguns transportadores operam em duas
direções ou possuem uma rolagem contrária Para evitar o uso de
raspadores secundários
substancial; assim, é crítico que os raspadores em correias de alta
instalados nesses sistemas operem bem nas velocidade/alta
direções de operações ou ao menos não sejam vibração, algumas
operações podem usar
danificados pelo ciclo de retorno da correia.
dois pré-raspadores nas
Têm-se desenvolvido raspadores especializados polias frontais maiores.
para correias reversíveis (Figura 14.45).
Esses raspadores normalmente são instalados
perpendicularmente à correia e depois são
tensionados verticalmente na superfície
da correia. Geralmente, os raspadores são
elaborados com uma lâmina que é capaz

217
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

Figura 14.44 de mudar ligeiramente a direção – 7 a 15o –


nas duas direções de movimento da correia
Um demolidor de crosta
serve como lâmina (Figura 14.46).
dosadora para limitar a
quantidade de material Evidentemente, os raspadores reversíveis
que passa pelo pré- poderiam ser instalados em correias de uma
raspador convencional direção. A vantagem dos raspadores de correia
instalado logo abaixo.
reversíveis que incentivam seu uso em correias
não reversíveis é seu tensionamento e sua
instalação vertical. Essa característica permite
que o raspador reversível seja instalado em
espaços estreitos onde não cabem raspadores
secundários com um desenho de braço estático
(Figura 14.47).

Figura 14.45 Sistemas de Limpeza para


Têm-se desenvolvido Produtos Alimentícios
raspadores
especializados em Alguns sistemas de limpeza são projetados
correias reversíveis especialmente para as polias menores e
para transportadores velocidades de correia mais lentas, comuns
14 que operem em duas para fábricas de processamento de alimento.
direções ou tenham
uma rolagem contrária Construídos para materiais de indústria
substancial. alimentícia e capazes de lidar com o ciclo de
lavagem frequente da operação e com produtos
químicos de limpeza, esses sistemas são ideais
para aplicações em processamento de alimento
(Figura 14.48).

Raspadores para Correias com


Figura 14.46 Ondulações
Normalmente,
Correias com ondulações, obstáculos ou
raspadores de correias
reversíveis são calços são usadas para transportar materiais que
projetados com uma escorregariam com o movimento da carga em
lâmina que é instalada uma inclinação. Esses elementos aumentados
perpendicularmente à
correia, capaz de mudar
levantam problemas quando tentam remover
ligeiramente de direção material morto. São necessários raspadores de
– 7 a 15 o – nas duas correia que usam lâminas com “dedos”, feitos
direções de movimento
para percorrer as obstruções, para limpeza das
da correia.
correias tipo chevron (Figura 14.49). Esse
modelo pode limpar com eficácia obstruções,
ondulações e calços de até 20 milímetros de
altura (0,75 in.). (Figura 14.50).

Figura 14.47
Raspadores para Correias
Seu tensionamento e Portáteis
sua instalação vertical
permitem que os Correias com obstruções muito profundas
raspadores reversíveis e/ou materiais aderentes para tratamento de
sejam instalados na
laterais são difíceis de limpar. A forma mais
correia em espaços
estreitos, onde não comum de raspar essas correias é causar
cabem raspadores impacto com um vibrador linear ou girar com
secundários com um um raspador tipo batedor, onde a correia é
desenho de braço
estático.
elevada e é horizontal no ciclo de retorno. Esses
sistemas requerem manutenção frequente e são
apenas parcialmente eficazes.

218
Limpeza da Correia | Capítulo 14

Raspadores de Polias Figura 14.48


É possível que o material fugitivo caia no Elaborados para
lado limpo da correia durante o ciclo de tamanhos de polias
retorno e, então, acumule-se nas polias frontais e velocidades de
correia típicos de
ou traseiras do transportador. Para manter a indústria alimentícia,
verificação da correia em ordem, é necessário, os raspadores de
então, instalar componentes de limpeza de correias para produtos
polias. Para limpar o material aderente de uma alimentícios são ideais
para aplicações em
polia, um raspador com lâmina de elastômero processamento de
é colocado ligeiramente abaixo da linha alimento.
horizontal da polia, no lado da polia contrário
ao lado da correia (Figura 14.51). Isso
permitirá que o material removido caia em uma
área acessível para remoção.
Figura 14.49
Escovas Rotativas
São necessários
Sistemas de limpeza compostos por uma raspadores de correia
escova rotativa aplicada contra a correia que usam lâminas com
podem ser usados com eficácia em materiais “dedos”, feitos para
secos (Figura 14.52). Esses sistemas podem percorrer as obstruções,
para limpeza das
14
ter rotação livre (com direção alterada pelo correias tipo chevron.
movimento da correia), mas eles são mais
eficazes quando conduzidos por um motor
elétrico. As escovas rotativas muitas vezes
encontram problemas com materiais úmidos e
aderentes que acumulam nas farpas da escova
(Figura 13.53). Um pente ou uma barra de Figura 14.50
contato podem ser instalados para auxiliar na
Os “dedos” permitem
limpeza do acúmulo nas farpas. que as lâminas do
raspador limpem com
Raspadores Pneumáticos (Lâminas eficácia obstruções,
ondulações e calços.
de Ar) Obs.: foto tirada debaixo
Um sistema de Limpeza da Correia com do transportador.
lâminas de ar direciona um conjunto de ar
pressurizado produzido por ventilação ou
comprimido para eliminar o material morto
(Figura 14.54). Raspadores com lâminas de
ar podem ser colocados em posição primária,
secundária ou terciária. Esses raspadores são
interessantes porque eles não entram em
contato com a correia.

Um sistema de lâminas de ar pode ser eficaz


para remover materiais secos e às vezes é Figura 14.51
usado sobre materiais muito molhados, com
Para limpar o material
pouca aderência em aplicações como unidades morto de uma polia, um
de limpeza de carvão. Quando usados sobre raspador com lâmina de
materiais secos, como alumínio, esses sistemas elastômero é colocado
são parte de uma estação de absorção de pó, ligeiramente abaixo
da linha horizontal da
com a varredura do pó pelas lâminas de ar polia, no lado da polia
para dentro de um coletor de pó. Sistemas de contrário ao lado da
lâminas de ar podem ser usados para secar correia.
correias que tenham sido molhadas pela
umidade de materiais ou pela água adicionada

219
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

para melhorar a eficácia da limpeza, como em podem gerar um pó adicional no ar. Com
um sistema de caixas de lavagem. (Consulte o materiais molhados, o líquido espalhado vai se
Capítulo 24: Sistemas de Lavagem de Correia, acumular nas laterais do chute.
para uma discussão mais detalhada sobre
sistemas de caixas de lavagem.) O Uso de Água na Limpeza da
Correia
As desvantagens dos sistemas de lâminas de
ar incluem o gasto contínuo de fornecimento Em muitas aplicações, o aumento no nível de
de ar para a lâmina e problemas com a ligação umidade do material morto está diretamente
da(s) saída(s) de ar. Em materiais secos, eles relacionado à aderência aumentada à correia,
aumentando, então, a dificuldade de tratar e
Figura 14.52 remover o material. Esse efeito é visto com
aumentos no teor de umidade até um nível
Sistemas de limpeza
compostos por uma específico – característico para cada material
escova rotativa aplicada –, ao ponto de haver perda de aderência.
contra a correia podem Portanto, o uso de água é uma vantagem maior
ser usados com eficácia
na limpeza de correias transportadoras que
em materiais secos.
comportam quase todo o tipo de material.

O uso de uma simples barra de jato logo atrás


do raspador primário ou na frente do raspador
14 secundário fará muitas coisas para melhorar
o processo de limpeza (Figura 14.55). Uma
pequena quantidade de água espalhada contra
a correia, imediatamente após o pré-raspador
Figura 14.53
mirar o lado contrário da lâmina, funcionará
As escovas rotativas como agente de liberação, umedecendo a
muitas vezes encontram
problemas com correia e o material e reduzindo a adesão
materiais úmidos e na maioria das superfícies. Ela também
aderentes acumulados serve como refrigerador para as lâminas do
nas farpas da escova.
raspador secundário, para impedir o acúmulo
do material. Como vantagem, a vida útil das
lâminas de limpeza pode ser estendida pela
ação lubrificante da água.

Em correias que podem operar vazias por


longos períodos de tempo, as lâminas dos
raspadores de correia gerarão calor devido à
fricção entre a superfície da correia e a ponta
da lâmina. Quanto mais rápida a velocidade
da correia, mais rápido o calor é gerado. O
uso de jatos de água para lubrificar a correia
Figura 14.54 eliminará esse problema, reduzindo a fricção e
refrigerando a lâmina.
Um sistema de limpeza
da correia com
lâminas de ar direciona
Essas barras de jatos não precisam aplicar
um conjunto de ar muito mais que uma nuvem sobre a superfície
pressurizado, produzido da correia. Qualquer excesso de água deixado
por ventilação ou sobre a correia, depois dos raspadores
comprimido para
eliminar o material
secundários, será removido pelo uso de uma
morto. lâmina de poliuretano leve para remoção da
água, como um sistema de limpeza terciário
(Figura 14.56).

Os resultados obtidos pela aplicação correta


de água nos sistemas de limpeza da correia mais
que justificam suas considerações na maioria

220
Limpeza da Correia | Capítulo 14

das operações de tratamento de materiais. no material morto queimado na lâmina.


Em um trabalho apresentado na Conferência
Operar um raspador de correia abaixo dessa
Internacional de Engenharia de Carvão, em
pressão ideal proporciona uma limpeza menos
1990 na Austrália, J.H. Planner relatou que
eficaz e pode causar desgaste rápido da lâmina.
adicionar um jato de água a vários sistemas de
Um raspador de correia que a toca ligeiramente
limpeza convencionais aumenta a eficácia da
pode aparentar estar em operação de uma
limpeza em uma faixa de 85 a 95%. (Referência
certa distância; na realidade, o material está
14.3) (Consultar o Capítulo 24: Sistemas de
sendo forçado entre a lâmina e a correia à alta
Lavagem de Correia.)
velocidade. Essa passagem de material entre
a correia e a lâmina cria canais de desgaste
PRESSÃO LÂMINA-CORREIA desnivelados sobre a parte frontal da lâmina.
Conforme o material continua passando entre
Pressão de Limpeza Ideal a correia e a lâmina, esses canais aumentam
Um fator-chave no desempenho de qualquer de tamanho, danificando rapidamente a
sistema de limpeza é a capacidade de sustentar lâmina. Uma lâmina que foi pouco tensionada
a força necessária para manter a lâmina de normalmente apresentará uma ponta danificada
limpeza contra a correia. A pressão lâmina- com linhas de desgaste sobre a superfície do
correia deve ser controlada para atingir uma dano.
limpeza ideal com uma taxa mínima de avaria O estudo da Agência de Mineração também
da lâmina. relatou que a eficácia de limpeza diminui 14
Há uma má interpretação popular de que, em função do tempo, devido ao desgaste
quanto mais forte o raspador for tensionado desnivelado da lâmina. Fendas marcadas na
contra a correia, melhor será a limpeza. frente da lâmina permitem a passagem de
Pesquisas têm demonstrado que isso não é material morto que não pode ser eliminado
verdadeiro. Um estudo de 1989, do Centro de pelo aumenta da pressão de contato lâmina-
Pesquisa Twin Cities da Agência de Mineração correia. O relato observa: “Uma vez que a
Americana, examinou a questão de otimizar a superfície da lâmina do raspador é danificada,
pressão lâmina-correia para proporcionar um nenhum nível imaginável de pressão lâmina-
nível maior de limpeza sem aumentar a avaria correia permitirá que a lâmina se adeque
da lâmina, a danificação da correia e/ou os à superfície da correia para uma limpeza
requisitos de potência do transportador. Essa apropriada”.
pesquisa está publicada na Basic Parameters
of Conveyor Belt Cleaning (Referência 14.2). Figura 14.55
O estudo avaliou a eficácia de limpeza e as O uso de uma simples
características de avaria de várias lâminas de aço, barra de jato logo atrás
mantendo-as perpendiculares contra a correia do raspador primário ou
na frente do raspador
em operação, com quantidades controladas secundário melhorará o
de pressão, para remover uma mistura úmida processo de limpeza.
de areia/limo. O estudo descobriu que tanto a
quantidade de material morto quanto a avaria da
lâmina diminuem conforme a pressão da lâmina
é aumentada, até uma pressão de lâmina ideal. O
estudo determinou essa pressão lâmina-correia
secundária ideal em 76 a 97 kPa (11-14 lbf/
in.2) de pressão lâmina-correia (Figura 14.57). Figura 14.56
Aumentar a pressão da lâmina além dessa faixa
Qualquer excesso de
aumenta a fricção lâmina-correia, reduzindo, água deixado sobre
portanto, a vida útil da lâmina, aumentando a correia depois dos
a avaria da correia e aumentando o consumo raspadores secundários
pode ser removido pelo
de potência, sem melhorar o desempenho
uso de uma lâmina de
de limpeza. Uma lâmina superpressionada poliuretano leve para
apresenta, normalmente, desgaste acelerado, remoção da água, como
mas nivelado, descoloração ou marcas de um sistema de limpeza
terciário.
“queimado” e partículas da superfície da correia

221
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

Componentes/Sistemas de permitir a passagem de emendas mecânicas


Tensionamento e outras obstruções. As roldanas devem ser
A pressão de limpeza lâmina-correia autocontroladas para minimizar o risco de
é mantida por um componente de ferimento à equipe ou dano ao equipamento
tensionamento. Essas roldanas abrangem, caso as lâminas sejam “projetadas” pelas
em termos de sofisticação, desde contrapesos obstruções ou pelos buracos na correia (Figura
de bloco de concreto e colares de fixação 14.59).
até acopladores de armazenamento por Um componente de tensionamento deve ser
torque e sistemas projetados de espirais de ar elaborado para ser compatível com o raspador,
chumbados no suprimento de ar comprimido a fim de fornecer uma pressão lâmina-correia
da fábrica (Figura 14.58). O motivo de adequada durante toda a vida útil da lâmina.
escolher uma roldana específica depende da Quando for necessário o ajuste do raspador e
especificação do transportador, bem como das o retensionamento, a roldana deve permitir a
preferências da fábrica. realização dessa manutenção de forma simples,
Todos os sistemas de tensionamento devem sem necessidade de ferramentas ou mais que
ser elaborados para permitir que as lâminas um operador para o serviço.
de limpeza se afastem da correia, a fim de Alguns raspadores usam a resiliência de uma
lâmina de poliuretano, quando comprimida
Figura 14.57 Quantidade de
14 O estudo descobriu
material morto e travada na posição, para suprir a pressão de
limpeza (Figura 14.60). Quando instaladas,
que tanto a quantidade
de material morto Taxa de avaria essas lâminas mudam de direção pela força
da lâmina
quanto a avaria da contra a correia. Como a lâmina é avariada, ela
lâmina diminuem
Transportador

Faixa crítica fica “mais alta”, ao manter a pressão de limpeza.


Parâmetro do

conforme a pressão da de pressão


Como a própria lâmina proporciona a pressão
lâmina é aumentada,
até uma pressão de de limpeza e a capacidade de absorção de
contato lâmina-correia Corrente motor da choque, o raspador não precisa de uma roldana
ideal de 76 a 97 kPa polia frontal
convencional. Em vez disso, o encaixe da
(11-14 lbf / in.2).
lâmina é forçado contra a correia, e a estrutura
Pressão Aplicada às Lâminas de Limpeza
central é travada na posição, apertando
levemente as lâminas para estabelecer a pressão
lâmina-correia inicial.
Figura 14.58
Os sistemas mais Ajuste Linear ou Radial
sofisticados de
tensionamento Existem teorias concorrentes para ajuste de
incluem sistemas raspadores de correia. Há raspadores de ajuste
projetados de espirais
de ar chumbados
linear que são empurrados/alinhados contra a
no suprimento de ar correia e raspadores de ajuste radial que são
comprimido da fábrica. instalados com um estrutura central, como um
eixo e girados para a posição (Figura 14.61).

Raspadores de ajuste radial possuem várias


vantagens práticas sobre o modelo linear.
Eles são mais fácies para instalar, podem
ser ajustados de um só lado da correia e
podem girar mais rapidamente em torno da
Figura 14.59
correia para absorver o choque inerente na
Os sistemas de
tensionamento devem
movimentação da correia e na passagem de
permitir que as lâminas emendas.
de limpeza se afastem
da correia, a fim de Raspadores de ajuste linear geralmente
permitir a passagem de requerem acesso de ambos os lados, para
emendas mecânicas e
outras obstruções.
proporcionar um ajuste nivelado (Figura
14.62). Por isso, as roldanas para esses
raspadores muitas vezes têm uma forma de

222
Limpeza da Correia | Capítulo 14

ajuste de potência, como uma bolsa de ar, As considerações que afetam a posição de
que pode ser controlada remotamente/a instalação de um raspador de correia incluem:
distância. As roldanas lineares mantêm um
ângulo de limpeza constante, conforme a A. Modelo de limpador.
lâmina se desgasta, e podem ser projetadas B. Roldana e requisitos de montagem.
para considerar uma retirada/extração fácil do
raspador para manutenção, sem remover a C. Soldagem ou fixação do raspador em seu
roldana. lugar.

Além disso, alguns sistemas híbridos D. Instalação em parede de chute ou suspensão


incorporam o tensionamento vertical com por reforçadores.
um mecanismo de atenuação radial (Figura
E. Posição dos condutores, rolamentos e vigas
14.63).
do transportador.
Manter o ângulo das lâminas contra a correia
Independentemente da marca do raspador de
é importante para garantir uma limpeza eficaz.
correia, o fator crucial na instalação do raspador
Se o ângulo de contato é alterado pelo desgaste
é que a estrutura de suporte do raspador seja
da pá, o desempenho do raspador é “reduzido”
instalada a uma distância correta da superfície
da mesma forma. Um raspador de correia bem
da correia. Colocar o raspador a uma distância
projetado deve controlar o ângulo de limpeza
adequada da correia ajuda a evitar problemas
acerca da sua vida útil.
de “recuperação”, quando a correia puxa o 14
limpador por todo o trajeto em uma posição

INSTALAÇÃO DO RASPADOR
Um ingrediente/aspecto crítico no Figura 14.60
desempenho do sistema de limpeza da correia Alguns raspadores
é sua instalação. A instalação inadequada usam a resiliência de
apresentará um efeito adverso sobre o uma pá de poliuretano
desempenho do raspador; ela reduzirá a para suprir a pressão de
limpeza.
vida útil da pá e a eficácia do raspador. As
instruções de instalação do fabricante devem ser
acompanhadas rigorosamente.

Tensionamento Linear Tensionamento Radial Figura 14.61


Raspadores de ajuste
linear são empurrados/
alinhados contra a
correia; raspadores de
ajuste radial são girados
para a posição com
uma estrutura central
como eixo.

Força Força

223
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

invertida, que resulta geralmente em uma novos de raspadores de correias é devida


estrutura curvada (Figura 14.64). Manter primeiro à instalação imprópria e depois à
a dimensão adequada posiciona a lâmina no falta de manutenção. Usar o fabricante (ou
ângulo correto de incidência contra a correia, serviços autorizados pelo fabricante) para a
para uma melhor limpeza, desgaste aceitável da instalação garante a instalação adequada e um
lâmina e longa duração. A distância correta vai desempenho contínuo.
diferir de raspador para raspador.
Soluções para Instalação de
É altamente recomendado que o fabricante Raspadores
instale e faça a manutenção dos raspadores em
aplicações novas e reutilizadas, pois a maioria Se um sistema de limpeza tem um
dos problemas de desempenho com sistemas desempenho ruim, mas as lâminas não
apresentam excesso de desgaste e os
Figura 14.62 tensionadores estão postos corretamente, pode
haver outros problemas. Esses problemas
Raspadores de ajuste
linear geralmente podem incluir:
requerem acesso de
ambos os lados para A. A estrutura de suporte não está paralela à
proporcionarem um polia.
ajuste nivelado.
B. O raspador não está instalado à distância
14 adequada da superfície da correia.

C. A pressão aplicada ao raspador está


alterando o alinhamento da correia.

D. As lâminas não estão centralizadas sobre a


Figura 14.63 correia.
Alguns sistemas Qualquer um desses fatores vai comprometer
híbridos incorporam o
tensionamento vertical
a capacidade do raspador de remover
com um mecanismo de material morto. O manual de instalação ou os
atenuação radial. operadores do raspador devem ser revisados
para determinar as ações corretivas apropriadas.

Válvula da Correia e Lavagem


A válvula da correia pode criar problemas
na limpeza. Ela é uma oscilação da correia e
é mais vista no lado de baixa tensão (ciclo de
retorno) do transportador. Essa oscilação tem
Figura 14.64
sido medida com amplitudes de 25 milímetros
Colocar o raspador (1 in.). O movimento pode ser tão forte que
a uma distância
adequada da destrói raspadores de correia e diminui a vida
correia ajuda a evitar útil das roldanas de retorno. A amplitude da
“recuperação”, na vibração pode dificultar a manutenção das
qual a correia puxa o lâminas em contato com a correia, reduzindo,
raspador pelo trajeto
todo em uma posição portanto, os efeitos de limpeza. Para controlar a
invertida, o que válvula da correia, o espaçamento das roldanas
normalmente resulta em de retorno pode ser variado ou pode ser usado
uma estrutura curvada.
um rolamento de retenção para tentar conter a
correia.

“Calço” dos Raspadores


Os pré-raspadores são elaborados para ter
a ponta da lâmina em contato com a correia
primeiro. Como a ponta se desgasta, o raspador

224
Limpeza da Correia | Capítulo 14

primário normalmente gira na correia para Tratando o Material Retirado da


manter contato entre a lâmina e a correia. No Correia
entanto, podem surgir problemas quando a O fato de o material morto prender na
lâmina de elastômero de um pré-raspador correia depois do ponto de descarga indica que
é colocada muito próximo à correia. Um ele possui características diferentes do resto da
raspador primário instalado dessa forma, carga do transportador. As partículas são mais
independentemente do modelo da lâmina, terá finas e possuem um teor de umidade maior,
o “calço” da lâmina em contato com a correia apresentando, portanto, diferentes qualidades
primeiro. Esse “calço” cria um espaço entre a de fluxo das qualidades típicas do corpo
correia e a ponta da lâmina (Figura 14.65). principal do material. Não é incomum para
O material transportador se reúne nesse o material morto a aderência à superfície de
espaço, e o acúmulo força a lâmina para fora um lineador vertical de baixa fricção (Figura
da correia. Uma vez que a lâmina está afastada 14.68). Mesmo após sua remoção da correia, o
da correia, quantidades grandes de material material morto apresenta problemas de captura,
passam entre a correia e a lâmina, aumentando tratamento e eliminação.
consideravelmente o dano na correia e na
lâmina e reduzindo a eficácia da limpeza. A
solução é manter a distância de instalação
apropriada para que o lado principal da lâmina Figura 14.65
toque primeiro a correia.
Quando o calço da
lâmina do pré-raspador
14
O Problema com Tensionamento toca a correia primeiro
Contato – cria um espaço entre
Excessivo
Correto a correia e a ponta da
A eficácia ideal de limpeza resulta da lâmina –, o material se
combinação do ângulo de limpeza correto reúne nesse espaço e
força a lâmina para fora
e da tensão adequada contra a correia. da correia.
Conforme observado no trabalho da Agência de
Mineração, Basic Parameters of Conveyor Belt
Cleaning, aumentar a pressão lâmina-correia
de um raspador não melhora necessariamente
o desempenho de limpeza (Referência 14.2).
Aumentar a pressão pode reduzir a eficácia de
limpeza e diminuir a vida útil. Mesmo quando
instalada adequadamente, se uma lâmina de
elastômero do pré-raspador é sobretensionada,
a força é direcionada da área total de contato
para as costas da lâmina. Isso resulta em uma
situação leve de uso das costas da lâmina e
frequentemente pode causar desgaste à lâmina,
deixando uma tira fina na ponta que pode
reduzir a eficácia de limpeza (Figura 14.66).

Se o raspador secundário é tensionado


em excesso, seu ângulo de limpeza pode ser Calço
alterado para o ponto em que o material morto (Contato Incorreto)
é preso na região de emperro entre a lâmina
e a correia (Figura 14.67). Isso gerará um
acúmulo de material que erguerá a correia e
reduzirá a pressão eficaz de limpeza. O material
passará entre a lâmina e a correia, resultando
novamente em uma eficácia de limpeza fraca e
no aumento de desgaste da lâmina e da correia.

225
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

Figura 14.66 Devido às características do material morto,


geralmente é melhor localizar os raspadores
Quando uma lâmina
de elastômero do de correia o mais próximo possível do ponto
pré-raspador é de descarga. Devolver a maior quantidade
sobretensionada, a possível de material morto ao fluxo principal
força é direcionada da de material reduz a necessidade de tratar esse
área total de contato
para as costas da material difícil fora do processo. O material
lâmina. Isso pode fugitivo aderente que é espalhado ao longo da
causar desgaste à correia pode acumular-se dentro do chute ou
lâmina, deixando uma
precisar ser tratado nos chutes de desvio ou nos
tira fina na ponta,
reduzindo a eficácia de transportadores tipo “scavenger”, aumentando,
limpeza. portanto, o custo e a complexidade do sistema
de tratamento de material. Para garantir um
desempenho eficaz de limpeza, deve-se evitar o
acúmulo de material no raspador ou no chute
de desvio. Um raspador que fica fechado/
Figura 14.67 encapsulado com acúmulo seco ou aderente
Se o raspador de material não pode operar corretamente
secundário é (Figura 14.69).
sobretensionado, seu
14 ângulo de limpeza pode
ser alterado para o
Coletar e devolver o material morto ao fluxo
ponto em que o material principal de material pode apresentar uma
morto é preso entre complicação grave no desenho dos chutes de
a lâmina e a correia, descarga. O ideal é que o chute principal de
erguendo a correia e
descarga do transportador seja largo o suficiente
reduzindo a pressão
eficaz de limpeza. para que o material extraído da correia possa
cair no mesmo chute, onde ele é reunido com
a rede principal de materiais. Mas, em muitos
casos, sistemas ou chutes adicionais precisam
ser adicionados.
Figura 14.68
É comum para o
Chutes de Desvio
material morto a Em transportadores onde os sistemas de
aderência à superfície
limpeza são posicionados de forma que o
de um raspador linear
vertical de baixa fricção. material removido da correia não retorne
livremente para o fluxo principal de material,
geralmente é necessário um chute de desvio
ou chutes finos. Essa é uma parte separada
do chute de descarga que direciona o material
morto extraído para o fluxo principal de
material. Esse chute auxiliar deve ser largo o
bastante e projetado com um ângulo lateral
suficientemente inclinado para garantir que o
material caia do sistema de limpeza e impeça o
Figura 14.69 encapsulamento do raspador nesses materiais
Um raspador fechado/ aderentes. É aconselhável instalar um chute de
encapsulado com desvio com um ângulo o mais inclinado/vertical
acúmulo seco ou possível e alinhá-lo com o material de baixa
aderente de material
fricção, como o polietileno de ultra-alto peso
não pode operar
corretamente. molecular (UHMW). Pode ser útil incorporar
auxiliadores de fluxo para ajudar a movimentar
o material morto para fora dos raspadores.

Uma forma de solucionar o problema de


acúmulo no chute de desvio é criar um suporte

226
Limpeza da Correia | Capítulo 14

dinâmico dentro do chute. Ele pode ser útil Uma vantagem dos transportadores
colocando-se uma folha de plástico leve, não “scavenger” é que eles permitem a colocação
abrasivo e de baixa fricção como o polietileno de vários raspadores de correia terciários em
UHMW paralela ao andar do chute com um um local mais conveniente para operação.
fim aberto, para que a folha de plástico se O material limpado da correia pode ser
mova livremente. É colocado um vibrador na transportado, inclusive em inclinação/
folha, proporcionando uma ação dinâmica subida, de volta para o chute principal. A
para impedir o acúmulo de material (Figura
14.70). Como essa folha vibratória é isolada do
chute de aço por uma almofada de borracha, a Figura 14.70
força aplicada à estrutura é muito pequena para Pode ser colocado um
causar desgaste do metal (Figura 14.71). vibrador elétrico na
folha de plástico de
baixa fricção, criando
Um sistema alternativo poderia incluir uma um chute de desvio
cortina flexível ou uma folha de borracha vibratória.
usada como alinhador/nivelador do chute, que
periodicamente é “expulsado” com a descarga
de um canhão de ar. Isso flexibiliza o nivelador,
causando a eliminação de qualquer material
aderido (Consultar o Capítulo 9: Auxílios de
Fluxo). 14
Deve ser proporcionado um acesso à chute
de desvio para permitir à equipe remover os
acúmulos e realizar uma lavagem periódica para
impedir bloqueios.

Transportadores “Scavenger”
Figura 14.71
Quando um chute de desvio não é
Isolando a folha
prático, pode ser benéfico providenciar um vibratória do chute de
transportador tipo “scavenger” (Figura aço com uma almofada
14.72). Ele é um transportador auxiliar menor, de borracha, a força
instalado abaixo do sistema principal, que aplicada à estrutura é
muito pequena para
devolve o material extraído ao fluxo principal causar desgaste do
de material. Transportadores helicoidais metal.
pequenos, transportadores de corrente de
limpeza, raspadores hidráulicos ou elétricos ou
transportadores de condução e transportadores
vibratórios são comumente usados como
sistemas “scavenger” (Figura 14.73).

Figura 14.72
Um raspador de
potência ou um
transportador de
condução podem ser
usados para devolver
o material extraído
da correia à rede
principal de material.
(Drip-N-Ham Conveyor,
produto patenteado,
e foto cortesia da
S&S Concepts, Inc.
[Referência 14.4])

227
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

principal desvantagem desses sistemas é que planejamento prévio da operação de raspadores


eles representam a adição de outra peça permitirá a realização de atividades de
de equipamento mecânico que deve ser manutenção em longo prazo, proporcionando
periodicamente limpada e ajustada. uma limpeza de correias melhor e um tempo
útil mínimo. Provavelmente, tarefas de serviço
que são simples e “interativas” são realizadas
MANUTENÇÃO DO SISTEMA mais adequadamente.
Após instalar um raspador de correia, são
A Importância da Manutenção necessários ajustes, manutenção e inspeção
Mesmo os sistemas de limpeza de correias periódica (Figura 14.74). Assim como os
mais eficazes e mais bem elaborados requerem raspadores devem ser elaborados quanto
manutenção e ajuste regularmente ou seu à durabilidade e manutenção simples, os
desempenho irá deteriorar em função do transportadores devem ser projetados para
tempo. A manutenção adequada dos sistemas possibilitar um serviço simples, inclusive as
de limpeza da correia reduz o desgaste na depurações para acesso. Os elementos que
correia e nas lâminas do raspador, evita dano e podem ser incorporados ao sistema de limpeza
garante uma ação de limpeza eficaz. A falta de de correias do transportador para melhorar os
manutenção nos sistemas de limpeza da correia procedimentos de manutenção incluem:
não apenas gera uma falha na limpeza eficaz, A. Acesso de serviço adequado, com espaços
14 mas também adiciona riscos consideráveis ao
sistema de transporte.
de trabalho e depurações amplas, conforme
recomendado pela CEMA.
Os produtores de transportadores e os B. Janelas de acesso com portas de fácil
fabricantes de raspadores devem projetar operação instaladas nos dois lados da polia,
seu equipamento a fim de simplificar alinhadas com o eixo dos raspadores da
essas atividades vitais de manutenção. Os correia.
procedimentos e as exigências de manutenção C. Elementos de limpeza versáteis para serviço,
devem ser revisados durante o processo sem necessidade de remoção da estrutura
de seleção de um sistema de limpeza. Um central.
D. Componentes, inclusive lâminas e estruturas
Figura 14.73 centrais, que resistam à corrosão e ao mau
Transportadores uso.
vibratórios são
E. Componentes que permitem o rápido
comumente vistos como
sistemas scavenger. desempenho do reparo necessário – que
podem ser ajustados ou repostos com
ferramentas manuais simples, sem precisar
esperar por uma equipe de manutenção
com ferramentas pesadas para realizar o
trabalho.

Sistemas de montagem de mandris


que permitem o posicionamento de fácil
deslocamento de um montador de raspador
oferecem uma oportunidade de reparo mais
Figura 14.74 rápido (Figura 14.75). Algumas organizações
Após instalar um têm feito ajustes permitindo que o reparo seja
raspador de correia, realizado enquanto a correia está em operação,
são necessários ajustes, assumindo a garantia de aprovações adequadas
manutenção e inspeção
periódica.
do comitê de segurança e regulamentação e
realização de treinamento adequado com a
equipe.

Todas as regras de segurança aplicáveis


devem ser seguidas na realização de qualquer
procedimento de manutenção de sistema

228
Limpeza da Correia | Capítulo 14

de limpeza. Somente equipes treinadas e condições, um rápido enxágue com uma


qualificadas em seguir os procedimentos mangueira ou jato de alta pressão irá remover o
adequados de restrição/listagem/bloqueio/teste acúmulo e permitirá a inspeção das lâminas.
devem ser consideradas para essas práticas.
Semanal: Verificar o Desempenho
Dicas para Manutenção do do Raspador
Raspador de Correia Verificar a operação do sistema de limpeza.
Se a supervisão e a equipe da fábrica O material morto restante na correia pode
dedicarem esforço e atenção na manutenção indicar lâminas danificadas ou tensão
do desempenho do raspador, elas serão imprópria.
compensados com uma limpeza mais eficiente.
Geralmente é melhor atribuir a manutenção Semanal: Verificar Desgaste das
do sistema de limpeza da correia a uma equipe Lâminas
dedicada da fábrica ou a serviços especializados, Inspecionam-se os elementos de limpeza
pois eles estarão mais comprometidos em quanto a desgaste. Algumas marcas de lâminas
realizar essa manutenção. incorporam uma linha de desgaste visível; para
O problema é que a maioria das inspeções outros, será necessária uma verificação do
internas nunca acontece e, quando ocorrem, manual para conferir os limites de segurança e
são inspeções superficiais, feitas por pessoas desgaste efetivo.
que não estão treinadas a procurar defeitos 14
ou a efetuar a manutenção dos raspadores. Semanal: Verificar o Ajuste de
A maioria dos responsáveis pensará que essa Roldana
é uma tarefa simples que deveria ser feita O elemento mais crítico no ajuste do
internamente; a verdade é que a manutenção desempenho dos raspadores é manter a face
dos raspadores nunca é uma prioridade, então, de limpeza tensionada contra a correia. Como
raramente é feita. O uso de serviços autorizados as lâminas se desgastam, pode ser necessário
garante que a manutenção dos raspadores de que a roldana seja ajustada para acomodar o
correia seja feita corretamente. Os serviços comprimento menor das lâminas. O manual
autorizados normalmente percebem outros de cada roldana deve fornecer instruções
problemas de sistemas de transporte em específicas para retensionamento.
desenvolvimento ou de componentes que
podem ser evitados.

Embora sejam fornecidas instruções


específicas de manutenção para cada raspador
e tensionador por seus fabricantes, há
procedimentos regulares e de rotina que devem
ser realizados a intervalos específicos.

Os procedimentos de segurança local Figura 14.75


recomendados e requeridos pelo fabricante Sistemas de montagem
devem ser seguidos quando se efetua a de esmerilhadeiras
que permitem o
manutenção de sistemas de limpeza de correias. posicionamento de fácil
deslize de um conjunto
Diariamente: Remover Material raspador oferecem uma
oportunidade de serviço
Acumulado do Raspador mais rápido.
Com a correia parada, remova qualquer
material que tenha se concentrado entre as
lâminas do raspador e a correia ou que tenha
se acumulado nos braços dos raspadores
secundários. Muitas vezes, uma rotação do
raspador fora da correia, seguida por algumas
batidas breves com as lâminas atrás da correia
parada, vai desprender o material. Em outras

229
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

Outra estratégia para otimizar a instalação


AVALIANDO O DESEMPENHO DO
do raspador é a realização de pesquisas.
RASPADOR
Agora é possível analisar sistemas de limpeza
Melhorando o Desempenho dos para identificar a pressão lâmina-correia que
Raspador aprimore a eficiência de limpeza e a vida
útil das lâminas. Para facilitar a otimização,
Há um número de táticas que podem ser
alguns raspadores de correia são marcados
aplicadas para evoluir o desempenho do sistema
com porcentagens de desgaste moldadas nas
de limpeza de correias de uma fábrica. Um
lâminas; têm sido desenvolvidos sistemas de
programa geral para melhoria do desempenho
tensionamento que fornecem pressão helicoidal
dos raspadores pode incluir:
constante e contínua.
A. Seguir as instruções do fabricante.
O processo de otimização consiste em
Garantir que os sistemas estão instalados determinar a pressão de limpeza a um dado
e ajustados conforme as recomendações nível e registrar a faixa de tempo e/ou a
do fabricante. Observar o intervalo de quantidade total de material transportado que
manutenção recomendado. leva para a lâmina alcançar o indicador de
25%. A pressão, então, é ajustada, e o raspador
B. Padronizar e sistematizar.
é usado até que alcance o próximo indicador
Padronizar para uma marca ou estilo de de desgaste de 25%. A eficácia de limpeza
14 raspador em todos os transportadores, em também pode ser medida, usando os métodos
uma fábrica e/ou todas as fábricas em uma quantitativos discutidos anteriormente neste
empresa, simplificará os procedimentos e capítulo ou as medidas qualitativas visuais.
minimizará desperdícios. Se houver correias Dessa forma, a fábrica poderá determinar como
e materiais diferentes na operação, é preciso a pressão proporciona a vida útil mais longa,
considerar a adoção de um conjunto de enquanto mantém uma eficácia de limpeza
fábrica de raspadores que leve em conta aceitável.
a alteração do raspador por aplicação ou
conforme a mudança das propriedades Os resultados variarão de aplicação para
do material a granel. Alguns fabricantes aplicação e até mesmo de transportador para
fornecem plataformas de raspadores tipo transportador, dentro da mesma fábrica. Uma
cartelas, que facilitam a customização, mina de lignito alemã descobriu que uma
enquanto minimizam o número de pressão de limpeza mais alta resultava em uma
estruturas centrais e sistemas de roldanas. vida útil mais longa; uma operação semelhante
Além disso, as práticas de manutenção de relatou que as pressões mais baixas resultaram
raspadores podem ser sistemizadas, tanto em vida útil mais longa, enquanto ainda
as controlando dentro da fábrica quanto mantinham níveis aceitáveis de limpeza.
terceirizando a manutenção com uma
empresa especializada – para melhorar a Metas da Limpeza de Correias
execução e a contabilidade/rentabilidade. A limpeza de correias é um processo
e, como em qualquer outro processo, os
C. Aumentar a barra.
resultados seguem uma curva (Figura
Aprimorar continuamente as exigências de 14.76). A quantidade de material removido
desempenho. Prever uma fábrica limpa e é proporcional à quantidade de “esforço”
um desempenho de demanda. Encontrar aplicado. Esse “esforço” pode ser financeiro,
um fornecedor que garantirá seu produto de limpeza de raspadores, de número de
e trabalhará com ele para entender o raspadores ou uma combinação de todos.
processo de limpeza. Implantar medidas
de desempenho de limpeza, como testes Essa curva do processo de limpeza pode
de vida útil das lâminas, para melhorar a ser mostrada em um gráfico onde o esforço
seleção de lâminas ou testes de material de remoção de material morto por uma
morto para verificar o desempenho. determinada porcentagem de limpeza é
Considerar a instalação de raspadores medido em comparação com o custo daquela
adicionais nos transportadores com quantidade de material morto (inclusive
problemas. limpeza, manutenção, reposição de roldanas e
valor do material perdido). Em algum momento

230
Limpeza da Correia | Capítulo 14

ao longo da curva, o gasto de instalação, padrão para especificar sistemas de limpeza de


operação e manutenção de sistemas de limpeza correias com base nas expectativas do usuário
adicionais é maior que o custo de deixar o e no desempenho do equipamento em função
material restante na correia (Figura 14.77). do tempo. Seu trabalho propondo três níveis
de desempenho de limpeza é detalhado.
Os custos para um sistema de limpeza (Consultar o Capítulo 31: Medidas de
de correias que possa atingir um nível Desempenho, para a Escala de Swinderman.)
de limpeza de “100%” provavelmente
superariam os benefícios do sistema. Uma A limpeza de nível I geralmente é
quantidade significativa de material morto especificada quando as preocupações com
que permaneça na correia após os sistemas material morto não são críticas. Os sistemas de
de limpeza, com um alto nível de limpeza, limpeza normalmente associados ao alcance
permanecerá na correia durante todo o ciclo do desempenho de nível I são sistemas de
de retorno do transportador. Esse material raspadores simples ou duplos com lâminas
ainda estará na correia quando o transportador de uma peça recebendo manutenção fraca ou
entrar novamente na zona de carga. média. Provavelmente será necessária a limpeza
Consequentemente, ele não valerá o custo de frequente do material morto que cai do retorno
sua limpeza completa. do transportador. O nível I seria especificado
para materiais que são fáceis de remover da
Mais importante, para limpar “100%”, por correia, em operações que transportam baixas
meio de uma limpeza mecânica apenas, o(s)
raspador(es) seria(m) aplicado(s) com tanta
tonelagens de material, em fábricas que são 14
intermitentes em operação ou onde o material
pressão que danificaria(m) a cobertura da morto pode ser facilmente limpo e devolvido ao
correia. E, independentemente da eficiência processo.
do sistema de limpeza, algum material morto
permanecerá na correia preso em pequenas A limpeza de nível II geralmente é
fendas e rachaduras em sua superfície. Portanto, especificada quando o material morto é
é impossível alcançar “100%” de limpeza.
Alto Figura 14.76
É melhor estabelecer metas de limpeza de
A limpeza de correias
correias que sejam razoáveis e alcançáveis é um processo, e
para a operação da fábrica. Com uma seleção como qualquer outro
de equipamento apropriada e manutenção processo, os resultados
seguem uma curva.
contínua, as metas razoáveis deixarão melhorias
Esforço

adequadas e evidentes para o recurso e


compensarão o investimento. Os sistemas
de limpeza devem ser elaborados, instalados
e consertados para atingir as exigências de
operação atuais com um nível aceitável de
material morto.

Desenvolvendo um Padrão para Baixo


Porcentagem de Limpeza
o Desempenho do Sistema de
Limpeza de Correias Figura 14.77
A quantidade de material morto restante na Em algum momento
correia depende mais das características do ao longo da curva
descendente
material a granel e dos parâmetros físicos do
representando a
sistema de transporte do que da tonelagem do quantidade de material
material transportador ou de outros fatores. Custo removido e o custo
R. Todd Swinderman propôs um padrão com desse material, o
gasto de instalação
base em desempenho para limpeza de correias e manutenção de
em um trabalho apresentado para a Reunião sistemas de limpeza
Anual da Sociedade de Mineração, Metalurgia adicionais é maior que
e Exploração (Society for Mining, Metallurgy, o custo de deixar o
material restante na
and Exploration – SME) (Referência 14.5). O Menos Esforço Mais
correia.
objetivo da sua proposta era propor um método Custo de Custo do Material
Raspadores Deixado na Correia

231
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

preocupante, mas não gera um problema ser e melhor deve ser seu desempenho (Tabela
ambiental ou de segurança significativo. Os 14.2).
sistemas de limpeza normalmente associados
ao desempenho de nível II seriam sistemas de
raspadores múltiplos, com lâminas segmentadas ESPECIFICAÇÕES TÍPICAS
submetidas à manutenção no intervalo
especificado pelo fabricante. A limpeza de A. Geral:
nível II seria especificada para operações de a. É importante elaborar sistemas de
grande volume, em operações onde o material limpeza de correias transportadoras
desperdiçado tem valor moderado ou onde a para os problemas apresentados pelas
limpeza manual sob os transportadores uma vez condições de material “problemas”,
por semana é aceitável. em vez de elaborá-los para condições
“normais” de operação. Isso permite que
A limpeza de nível III geralmente é os sistemas de limpeza lidem melhor
especificada quando as preocupações sobre o com as alterações nos materiais.
material morto são críticas. As preocupações
b. Os raspadores de correia devem ser
variam desde questões ambientais e de segurança
instalados o mais próximo do ponto
até contaminação do produto. Os sistemas de
de descarga de material, garantindo
limpeza normalmente associados ao alcance
uma limpeza eficaz pelo suporte dos
do desempenho de nível II são sistemas de
elementos de limpeza contra uma
14 raspadores múltiplos em conjunto com ao menos
superfície firme.
um jato de água de baixo volume. Materiais
a granel difíceis de limpar podem requerer o c. Os raspadores de correia devem ser
uso de um sistema de caixa de lavagem com instalados fora da trajetória do material
raspadores múltiplos, usando uma combinação e posicionados de forma que o material
de jatos de água de baixo volume, para lubrificar removido não possa se acumular nas
os raspadores, e jatos de alto volume para manter lâminas e nas estruturas.
a caixa de lavagem e os tubos de descarga fluindo d. Os sistemas de limpeza da correia devem
livremente. O desempenho de nível III seria ser elaborados para fornecer menos
especificado onde é necessária a prevenção de do que a cobertura da largura inteira
desperdício, onde a contaminação da carga na da correia para considerar variações
correia é uma preocupação, onde o material a mínimas no trajeto da correia e fornecer
granel possui um alto valor por tonelada ou onde um contato lâmina-correia ideal.
a limpeza sob os transportadores uma vez ao mês e. Cada polia motriz deve ter um sistema
é aceitável. de limpeza da correia consistindo em
O trabalho de Swinderman observou que, (no mínimo) um raspador primário e um
quanto mais alto o nível de limpeza desejado, raspador secundário com provisões para
mais sofisticado o sistema de limpeza precisa a adição de raspadores terciários.

Tabela 14.2 O Nível Médio de Material Morto Permitido na Porção Limpa da Correia
Nível de Limpeza Nível I Nível II Nível III
Nível Médio de Material
250 100 10
Morto (Peso Seco g/m2)
Nível Médio de Material
0.82 0.33 0.03
Morto (Peso Seco oz/ft2)
Obs.:
1. Como as condições ambientais e de operação variam, o nível de limpeza é baseado na média de uma
curva de distribuição padrão que será ideal para cada transportador e cada material a granel. Portanto, a
média das medidas de todos os sistemas semelhantes transportando materiais a granel parecidos em um
recurso deve ser usada na medição do desempenho total de raspadores de correia.
2. Os fatores de material morto (Cbf), a porcentagem de material que cai por último da correia e acumula-se
embaixo do transportador, foram medidos para calcular a média de 75% do material morto medido no nível
I, 50% no nível II e 25% no nível 3 (Referência 14.6).

232
Limpeza da Correia | Capítulo 14

f. Os sistemas de limpeza devem ser raspador secundário reversível instalado


elaborados para permitir procedimentos o mais próximo possível de cada polia
de reposição de lâminas e manutenção terminal (de descarga).
simples. A manutenção periódica D. Raspadores terciários:
deve ser realizada de acordo com as
recomendações do fabricante, para a. O espaço deve ser planejado no desenho
manter os raspadores de correia das zonas de carga do transportador para
operando ao desempenho de pico. possível adição de raspadores terciários.

B. Raspadores primários: b. os raspadores terciários devem usar


um chute de desvio separado ou um
a. Os raspadores primários realizam transportador “scavenger” para devolver
a limpeza árdua inicial. Eles devem o material morto ao fluxo principal de
ser elaborados com lâminas (de material.
elastômero) flexíveis e componentes de
tensionamento com ajuste radial. E. Outros

b. Os raspadores primários devem ser a. Utilidades necessárias (água, eletricidade,


instalados na superfície da polia motriz ar comprimido) devem estar disponíveis
logo abaixo da trajetória do material, em pontos convenientes para a instalação
usando um ângulo de limpeza positivo. de raspadores de correia.

c. As lâminas dos raspadores primários b. Devem ser providenciados acesso


devem incorporar um ângulo de limpeza e depuração, de acordo com as 14
constante e uma projeção da área. recomendações da CEMA, no desenho
do transportador.
d. Os pré-raspadores devem ser elaborados
para uso em correias reversíveis e
unidirecionais. TÓPICOS AVANÇADOS
e. Correias reversíveis devem possuir um
Raspadores de Correia e
pré-raspador instalado em cada polia de
Requisitos de Potência
descarga.
Aplicar raspadores de correia aumenta a
C. Raspadores secundários:
sucção contra a correia e aumenta o consumo
a. Os raspadores secundários removem de potência de um transportador (Equações
a maioria do material que passa pelas 14.1 e 14.2).
lâminas dos pré-raspadores. As lâminas
secundárias devem tocar a correia Um estudo de R. Todd Swinderman,
enquanto ela ainda está contra ou apenas publicado em Bulk Solids Handling, examinou
saindo da polia motriz. Uma alternativa quanta energia a aplicação de um raspador
é localizar os raspadores atrás da polia de correia consome da potência total do
motriz com um rolamento de retenção transportador (Referência 14.7). A energia
acima das lâminas. O rolamento de requerida é calculada pela largura da correia já
retenção deve ter um mínimo de 100 em contato com o raspador. Na maioria dos
milímetros (4 in.) de diâmetro. casos, as lâminas de limpeza não tocam toda a
b. As lâminas dos raspadores secundários extensão da correia transportadora.
devem ser elaboradas para tocar a correia O trabalho considera uma correia de 900
em uma posição de ângulo negativo. milímetros (36 in.) de largura, movendo à
c. As lâminas devem ser construídas de velocidade de 0,5; 2,0; 3,5; e 5,0 metros por
carbeto de tungstênio ou um material segundo (100, 400, 700, e 1.000 ft/min). A
resistente à abrasividade semelhante. cobertura das lâminas dos raspadores contra
d. Em correias unidirecionais, os a correia é de 762 milímetros (30 in.). O
raspadores devem ser ajustados com um consumo de energia adicionado à fonte do
componente de tensionamento de ajuste transportador pelo tensionamento de vários
radial e, em correias reversíveis, com tipos de raspadores de correias varia de 0,14 a
uma roldana helicoidal vertical. 3,8 quilowatts (0,2 a 5,1 hp) (Tabela 14.3).
e. As correias reversíveis devem ter um

233
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

Uma aplicação é calculada usando um (0,25 lbm/ft2) de material morto estiver presente
software de engenharia de transportadores na correia, isso acumularia 10,9 toneladas a
disponível comercialmente. As especificações mais por hora (12 st/h) de carga. A própria
usadas no programa são: uma correia de 1.200 carga adicional exigiria bem pouca energia
milímetros (48 in.) de largura, operando a 3,0 adicional para ser carregada: 1 quilowatt
metros por segundo (600 ft/min), transportando (1,3 hp) de energia adicional, para um total
1.350 toneladas por hora (1.500 st/h) de carvão de 108 quilowatts (144 hp). Os problemas de
por uma distância de 90 metros (300 ft), a transporte não são provenientes da potência
uma inclinação de 14o. O peso da correia é consumida pelo peso do material morto, mas
especificado como 22,3 quilogramas por metro sim do impacto na estrutura do transportador
(15 lbm/ft), e as roldanas são espaçadas a cada desse material morto, conforme ele é despejado
600 milímetros (24 in.). Esse transportador no ambiente.
exigiria uma potência total de 107 quilowatts
(143 hp). Um único conjunto de roldanas de impacto
exigiria aproximadamente 1,2 quilowatts
Se 1,2 quilogramas por metro quadrado (1,6 hp) de potência adicional. Um conjunto

Equação 14.1 ∆TBC = lBC · μBC · FBC


Cálculo da tensão
Dados: Uma correia de 900 milímetros (36 in.) de largura tem um raspador na polia motriz. O raspador
aplicada à correia pelo
exerce uma força de 0,088 newtons por milímetro (0,5 lbf / in.) sobre a correia, e o coeficiente de fricção é
14 raspador de correia.
0,6. Encontrar: Tensão aplicada à correia pelo raspador.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais
Tensão
∆TBC newtons libra-força

μBC Coeficiente de Fricção 0,6 0,6


Força Normal entre a Correia e
FBC o Raspador por Comprimento do 0,088 N/mm 0,5 lb f /in.
Raspador
lBC Comprimento da Lâmina do Raspador 900 mm 36 in.
Métrica: ∆TBC = 900 · 0,6 · 0,088 = 47,5
Imperial: ∆TBC = 36 · 0.6 · 0.5 = 10.8

Tensão Aplicada à Correia pelo


∆TBC 47,5 N 10,8 lb f
Raspador

Equação 14.2 P = ∆TBC · V · k


Cálculo do consumo
Dados: Um raspador de correia aplica 47,5 newtons (10,8 lbf) de tensão a uma correia trafegando a 3
de potência aplicado à
metros por segundo (600 ft/min). Encontrar: O consumo de energia aplicado à fonte pelo raspador.
fonte da correia.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais
Consumo de Potência Aplicado à
P quilowatts cavalos de potência
Fonte da Correia
Tensão Aplicada à Correia pelo
∆TBC Raspador (Calculada na Equação 47,5 N 10,8 lb f
14.1)
V Velocidade da Correia 3 m/s 600 ft/min
k Fator de Conversão 1/1.000 1/33.000
47,5 · 3
Métrica: P = = 0,14
1000
10.8 · 600
Imperial: P = = 0.2
33000
Consumo de Potência Aplicado à
P 0,14 kW 0,2 hp
Fonte da Correia

234
Limpeza da Correia | Capítulo 14

de roldana de metal demandaria o equivalente adicional causada pelas roldanas, com acúmulo
a 0,27 quilowatt (0,36 hp) de energia adicional. de material ou rolamentos.
Esse estudo também observa que uma camada
de 25 milímetros (1 in.) de material morto Limpeza da Correia e Controle de
em um único rolete de retorno pode adicionar Pó
o equivalente a 0,32 quilowatt (0,43 cv) aos Material morto é a maior fonte de pó no
requisitos do condutor do transportador. transporte. Esse pó é criado quando o lado
Essas exigências de potência adicional para sujo da correia interage com as roldanas e
os problemas provenientes do material fugitivo as polias da correia. Raspadores de correia
devem ser comparadas às exigências de um reduzem consideravelmente a geração total de
típico sistema duplo de limpeza. Continuando pó no transporte de materiais a granel, pois
o exemplo acima, para uma correia de 1.200 eles reduzem a quantidade total de material
milímetros (48 in.), percorrendo a 3 metros devolvido no ciclo de retorno da correia. À
por segundo (600 pés/min) e incorporando medida que os modelos de raspadores de
um sistema duplo de limpeza, a exigência de correia foram desenvolvidos, o nível geral de
energia poderia ser de 1,3 quilowatt (1.7 hp) pó originado como material morto foi reduzido
para o pré-raspador e de 2,1 quilowatts (2.8 hp) ao ponto em que os raspadores de correia
para o raspador secundário. se tornaram um método passivo crucial no
controle de pó. Esse tópico avançado oferecerá
O consumo de energia adicional combinado
de 3,4 quilowatts (4,5 hp) necessário para o
um método para estimar a redução de pó que
potencialmente pode ser liberado da correia
14
uso de um sistema de limpeza múltiplo eficaz para o ambiente.
representa um aumento de apenas 3% sobre
os 107 quilowatts (143 hp) necessários pelo Teor de umidade e Tamanho das
transportador sem nenhum raspador. Essa Partículas
“penalidade de potência do transportador”, O nível de pó de materiais a granel está
aplicada pelo sistema de limpeza da correia relacionado à velocidade do ar, ao tamanho das
é apenas um pouco mais do que a energia partículas e à coesividade (Figura 14.78).
consumida ao custo de 0,27 quilowatt (0,36
hp), para um conjunto de roldanas, ou 0,32 Diversos fatores influenciam o nível de pó de
quilowatt (0,43 hp) exigido por 25 milímetros (1 um determinado material a granel. Os fatores
in.) de acúmulo de material em um único rolete mais importantes para essa discussão são o
de retorno. teor de umidade e o tamanho das partículas.
Geralmente, teores de umidade adicionais
Conforme observado por Swinderman, as aumentam o tamanho da partícula do material
consequências de não instalar e não fazer a e a coesividade. Conforme o tamanho das
manutenção própria de raspadores de correia partículas e a coesividade aumentam, o índice
prova uma drenagem mais intensa da fonte de de pó diminui. Uma diminuição no nível de pó
energia do transportador, por meio da fricção

Consumo de Energia Aplicado às Exigências do Condutor do Tabela 14.3


Transportador por Vários Tipos de Raspadores de Correia
Velocidade da Correia, m/s (pés/min)
0,5 (100) 2 (400) 3,5 (700) 5 (1.000)
Tipo de Correia kW (hp) kW (hp) kW (hp) kW (hp)
Pré-Raspador
0,14 (0,2) 0,52 (0,7) 0,97 (1,3) 1,34 (1,8)
Laminado de Uretano
Raspador Secundário
0,22 (0,3) 0,89 (1,2) 1,57 (2,1) 2,24 (3,0)
Laminado de Metal
Raspador Secundário
0,37 (0,5) 1,49 (2,0) 2,68 (3,6) 3,80 (5,1)
Laminado de Uretano
Obs.: todos os testes foram realizados usando tensão fornecidas pela Martin Engineering para a pressão de
limpeza recomendada.

235
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

é observada com níveis de umidade em uma Correias que Operam Vazias


escala de 2,5%; a maioria dos materiais que É evidente que deve existir uma série de
apresentam um teor de umidade de 16% ou condições de baixa umidade e partículas de
mais terão um índice de pó que é efetivamente tamanho pequeno para que o pó seja deixado
zero. O tamanho das partículas também é uma do material morto. Na maior parte do tempo,
variável significativa; geralmente, materiais a o material morto apresenta teor de umidade
granel com partículas acima de 100 mícrons suficiente para aglomerar partículas menores,
(0,0039 in.) possuem um índice de pó muito aderindo à correia e evitando a liberação de
baixo (Referência 14.8). Em geral, se o material pó. Muito do pó gerado pelos raspadores de
morto possui, em média, mais do que 16% de correia e componentes secundários, tais como
umidade, e o tamanho da partícula é maior do roldanas e polias traseiras, ocorre quando
que 100 mícrons (0,0039 polegadas), pode- é permitido que a correia opere períodos
se esperar uma redução muito pequena da prolongados de tempo sem materiais sendo
limpeza da correia. transportados. Se a correia opera muito tempo
O material morto é comumente alto em teor sem carga, o material morto na correia seca, e
de umidade, pois a ação ondulatória da correia o tamanho das suas partículas são reduzidos
leva os resíduos e a umidade a migrarem rumo pelo contato com componentes de rolamentos.
à superfície da correia. O teor de umidade Sob essas condições, a maioria do material
típico de material morto é de 15% a 50%. morto será liberada no ambiente em forma
14 A distribuição do tamanho de partícula do de pó. Evidentemente, há exceções, como
quando se trata de materiais muito secos, como
material morto depende de onde é medido e do
tipo de raspador de correia utilizado. Se houver alumínio. No entanto, para carvão e a maioria
diversos raspadores de correia, o tamanho das dos materiais, a limpeza da correia reduz
partículas de material morto que passam por consideravelmente o pó gerado, pela remoção
cada raspador sucessivo será menor (Tabela da maioria do material morto da correia.
14.4). Para um sistema duplo típico, o tamanho Um caso em questão é demonstrado pelo
de partícula médio que passa pelo pré-raspador sistema de transporte de carvoaria, em uma
com lâminas elastoméricas está na ordem de indústria/estação de carvão. A estação deixaria
1000 mícrons (0,0039 in.), com uma faixa de esses transportadores operando sem haver carga
1 mícron (3,93 x 10-5 in.) a 5 milímetros de carvão em atividade. Quando o carvão não
(0,2 in.). O tamanho de partícula médio que está sendo transportado, a pó no ar diminui,
passa por um raspador secundário com lâminas e o ar fica limpo. No entanto, após operar
de metal rígido será da ordem de 50 mícrons descarregado por muito tempo, o material
(0,00196 in.), com uma faixa de 1 mícron (3,93 seca e se desprende da correia para o ar pelos
x 10-5 in.) a 250 mícrons (0,0098 in.). rolamentos de retorno, raspadores e outros
componentes. Quando o carregamento dos

Figura 14.78
Pó Velocidade do Ar
Relação na geração de
α Tamanho da Partícula • Coesão
pó no ar
Gerado

Tabela 14.4 Características do Material Morto que Passa pelo Sistema de Limpeza
Sistema Pré-Raspador (com Lâmina de
Raspadores Só Pré-Raspador de Lâmina
de Uretano) e Raspador Secundário
Desativados de Uretano Acionado
Limpeza com Lâmina de Metal Acionado
Partículas Finas,
Tamanho Partículas Finas e
Pequenas e Partículas Finas (250 mícrons a 1
das Pequenas (5 mm a 1
Grandes (10 mm a 1 mícron)
Partículas mícron)
mícron)
Teor de Menor Teor de umi- Teor de umidade
Muito Molhado (~50%)
umidade dade (~15%) Aumentado (~30%)
Observações: Material Transportado: Calcário triturado, 200 mm (8 polegadas) menos. Velocidade da
Correia: 2 m/seg (394 pés/min). Tempo de Coleta para Cada Amostra: 30 segundos.

236
Limpeza da Correia | Capítulo 14

transportadores reinicia, o nível de pó diminui, de controle de pó; a quantidade de pó gerada


pois a carga contém uma unidade do incidente pela correia no ciclo de retorno é diretamente
e agentes químicos de supressão do pó proporcional à quantidade de material morto
(Figura 14.79). na correia. A mudança contínua de condições
no tratamento de materiais a granel dificulta o
Enquanto esse exemplo não representa cálculo de um valor preciso para o pó gerado
resultados anteriores e posteriores à instalação pelo processo de transporte ou evitado pela
dos raspadores, ele mostra que os períodos limpeza da correia. Calcular a quantidade de pó
de mais geração de pó correspondem às que poderia ser liberada requer uma série de
vezes em que o transportador está operando suposições e estimativas; sem dados específicos
sem carvão na correia. Uma das coisas que da aplicação atual, é basicamente um exercício
podem ser deduzidas desses resultados é que, teórico. Usando as mesmas suposições e
quando a correia opera vazia, o material morto estimativas, pode ser mostrado que instalar
eventualmente seca. Isso possibilita que o um sistema de limpeza de correias suficiente,
material morto seco vire pó, com a maior parte controlá-lo adequadamente e não permitir que
do pó liberada em um período curto de tempo, a correia opere vazia por períodos muito longos
quando o teor de umidade do material morto resultará em uma redução significativa no pó
alcança, de forma esperada, um valor baixo que potencialmente escaparia do transportador.
crítico. É evidente que um ganho significativo
no controle de pó teria sido alcançado se a Um Problema de Amostra
estação simplesmente desligasse o transportador
Um transportador comum em uma aplicação
14
quando não estivesse carregando carvão.
Quando é permitido que a correia opere vazia, de mineração ou de geração de energia sem
o material morto seca, e o raspador da correia sistema de limpeza de correias instalado sofreria
tira o material seco fino/menor da correia, bem acúmulo de material morto a uma média de
como das roldanas de retorno. 500 gramas por metro quadrado (1,6 oz/ft2) na
superfície da correia que está transportando
carga. Adicionar um sistema de limpeza duplo
Estimando a Pó Evitada pelo
bem instalado e bem controlado reduzirá o
Raspador
material morto a menos de 100 gramas por
Como previsto, o pó gerado dentro do chute metro quadrado (0,3 oz/ft2). Sistemas mais
é tratado pelo(s) sistema(s) ativo(s) ou passivo(s) avançados – usando mais raspadores ou uma

Nível de Pó com a Correia Descarregada Figura 14.79


O material seca e é liberado da correia As emissões de pó
de uma correia em
operação de uma
estação aumentam por
um intervalo de tempo
após a correia operar
descarregada por
tempo suficiente para
Pó Liberado (miligramas/m3)

permitir que o material


morto seque e seja
desprendido da correia.

Tempo

237
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

estação de lavagem de correias – podem reduzir variedade larga de condições em mineração de


mais o material morto a 10 gramas por metro rochas rígidas e carvão. Para ser conservativo,
quadrado (0,03 oz/ft2). Considerando que 10 assume-se que o índice de pó é 100% e que
gramas por metro quadrado (0,03 oz/ft2) possa todo o material morto nesse exemplo é de
parecer um valor alto, deve-se levar em conta 100 mícrons (0,0039 in.) ou menos. Portanto,
que um único risco/arranhão na superfície todo o material morto é potencialmente pó
da correia, que tenha 0,14 milímetros (0,006 liberado no ar. Os níveis I, II e III representam
in.) de largura e 0,14 milímetros (0,006 in.) categorias padrão de material morto que
de profundidade, pode conter 10 gramas (0,4 corresponde consideravelmente a um raspador,
oz) de material (com uma gravidade específica dois raspadores e três raspadores ou um sistema
de 1,0) por metro (3 ft) do comprimento da de limpeza de correia, respectivamente.
correia. Pode-se assumir, com base no nível de
limpeza, que de 25% a 75% do material morto Definições
deixado na correia após a limpeza da correia As definições seguintes são usadas para
estão ocultos na correia, em rachadura, fendas e fornecer explicação para as suposições:
na rigidez geral da superfície (Referência 14.5).
A. Material morto.
Os outros fatores primários para fazer uma
estimativa da geração de pó da limpeza da Material morto é o peso seco de material
correia são a velocidade da correia e as horas aderente na correia após ela descarregar a
14 de operação. Para reduzir o número de cálculos carga. A quantidade de material morto na
correia pode ser medida usando uma barra
e gráficos necessários, é usada uma velocidade
de correia padrão de 1 metro por segundo (200 de medida e procedimentos laboratoriais
ft/min); outras velocidades de correia podem subsequentes. Se as propriedades de
ser excedidas linearmente – por exemplo, uma aderência do material a granel são
velocidade de correia de 3 metros por segundo conhecidas, pode ser feita uma estimativa
(600 ft/min) significa três vezes os valores a 1 melhor da quantidade de material morto na
metro por segundo (200 ft/min). correia (Referência 14.9). Sem raspadores
acionados, a suposição para esse exemplo
é de que o material morto será de 500
Cálculos de Amostra gramas por metro quadrado (1,639 oz/ft2) da
superfície limpa da correia.
Suposições
As suposições (Tabela 14.5) são baseadas B. Fator de material morto
em valores típicos de material morto de O fator de material morto é a porcentagem
experiência em medição de desempenho de estimada de material morto que será
sistemas de limpeza de correias, sob uma despejada da correia para baixo, a partir

Tabela 14.5 Suposições de Exemplo


Nível de Limpeza de Correia
Sem Nível I Nível II Nível III
Suposições Raspadores
Material morto
500 (1,6) 250 (0,8) 100 (0,3) 10 (0,03)
g/m 2 (oz/ft 2)
Fator de
88% 75% 50% 25%
Material Morto
Tamanho de
menos 100 menos 100 menos 100 menos 100
Partícula μm
(0,004) (0,004) (0,004) (0,004)
(in.)
Largura da
67% 67% 67% 67%
Correia Limpa
Velocidade da
Correia m/s (ft/ 1,0 (200) 1,0 (200) 1,0 (200) 1,0 (200)
min)

238
Limpeza da Correia | Capítulo 14

dos raspadores, por componentes como níveis de desempenho de limpeza, com o


as roldanas de retorno e as polias traseiras. restante das variáveis mantidas igualmente
Quanto mais limpa a correia estiver, mais (Figura 14.80). Como pode ser visto pelo
baixa será a porcentagem de material morto exemplo, a redução no pó potencial é de 89%,
que será desprendida da correia, pois tanto instalando um sistema que alcançará uma
o material restante é capturado nas fendas e limpeza de nível II. Geralmente, um sistema
danificações da correia, quanto as partículas que alcançará um desempenho de limpeza de
são suficientemente aderentes para nível II consiste em ao menos um pré-raspador
permanecer na superfície da correia. e um raspador secundário, ambos selecionados
e medidos adequadamente para a aplicação. A
carga de pó pode ser determinada pelo cálculo
C. Tamanho das partículas.
da quantidade de ar percorrendo o ponto de
Para esse exemplo, assume-se que 100% transferência por minuto e pela adição do pó
do material morto é pequeno o bastante gerado por minuto (Referência 14.10).
para ser desprendido como pó. Na
prática atual, pode ser realizada uma Conclusão
análise granulométrica para determinar a
porcentagem de partículas de material morto Uma fonte principal de pó trata de
que sejam pequenas o bastante para virar pó transportadores que podem operar vazios
e os resultados dos cálculos multiplicados por longos períodos de tempo. Conforme a
pela porcentagem das partículas menores correia opera vazia, o material morto seca e
é mais facilmente liberado no ambiente pelo
14
que 100 mícrons (0,0039 in.).
contato com componentes como as roldanas
de retorno e as polias traseiras. Ao reduzir
D. Largura da correia limpa. o material morto, os sistemas projetados de
Apenas uma porção da correia está em limpeza da correia reduzem significativamente a
contato com o material a granel, e essa é quantidade potencial de pó liberada no sistema
a largura que deve ter o material morto de transporte e no ambiente.
retirado. A suposição é de que a “rule of
thumb” da CEMA de largura da correia de A instalação e manutenção adequadas de
dois terços para espaçamento da calha-guia raspadores de correia dentro do compartimento
é uma estimativa razoável para essa variável. de armazenagem é crucial para manter a
A largura atual pode ser medida e usada em eficácia de limpeza e para mitigar a geração
lugar dessa suposição. de pó. Se as medidas atuais estão disponíveis
para variáveis críticas, pode ser calculada uma
estimativa razoável projetada do pó liberado
E. Velocidade da correia. pela correia após sua limpeza.
A velocidade da correia é a velocidade
da correia em metros por segundo (ft/
min). É usado um valor de 1,0 metro por BENEFÍCIOS DO CONTROLE DE
segundo (200 ft/min) para esse exemplo. Os MATERIAL MORTO
resultados de outras velocidades de correia
podem ser excedidos pela multiplicação Finalizando…
da velocidade de correia atual em metros Raspadores de correia introduzem uma
por segundo (ft/min). O mesmo excesso é variedade de tipos e materiais e devem ser
possível com o período de tempo (minutos a selecionados para se adaptar às condições de
horas, dias, semanas, etc.) e com a largura da aplicação e do material. Para uma limpeza
correia, pois a relação com as quantidades efetiva, a escolha deve ser acompanhada por
de material morto geradas é linear. especialistas experientes em seu modelo e nas
características do material a ser transportado.
Equação
Quando selecionados, instalados e reparados
O cálculo pode determinar a quantidade
apropriadamente, os sistemas de limpeza da
potencial de pó gerado pelo material morto
correia podem ser eficazes na redução de
(Equação 14.3). Podem ser feitos cálculos
material morto. Reduzir vazamento e pó, por
adicionais para várias larguras de correia e

239
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

sua vez, reduz a necessidade de manutenção também protege a correia e os componentes


e os acidentes, muitos dos quais acontecem do transportador contra danos, estendendo
quando trabalhadores estão limpando sua vida útil e prevenindo outros vazamentos
materiais fugitivos. Reduzir material morto causados pelo uso vazio da correia.

Equação 14.3 DG = BW · Cbf · DI · BS · WC · Cb · k


Calculando o pó
Dados: Uma correia de 1.500 milímetros (60 in.) de largura está carregando material a uma velocidade
potencial gerado.
e 1 metro por segundo (200 ft/min). O fator de material morto é de 88%; o índice de pó é de 100%; e a
largura limpa é de 67%. O nível de material morto para ausência de raspadores é de 500 gramas por metro
quadrado (1,639 oz/ft2). Encontrar: O potencial de pó gerado.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais
DG Pó Gerado quilogramas por minuto libra por minuto
BW Largura da Correia 1.500 mm 60 in.
Cbf Fator de Material Morto 0,88 (88%) 0,88 (88%)
DI Índice de Pó 1,0 (100%) 1,0 (100%)
BS Velocidade da Correia 1,0 m/s 200 ft/min
14 WC Largura Limpa 0,67 (67%) 0,67 (67%)
Cb Material Morto 500 g/m 2 1,639 oz/ft 2
k Fator de Conversão 0,00006 0,00521
Métrico: DG = 1500 · 0,88 · 1 · 1 · 0,67 · 500 · 0,00006 = 26.5
Imperial: DG = 60 · 0.88 · 1 · 200 · 0.67 · 1.639 · 0.00521 = 60.4
DG Pó Gerado 26,5 kg/min 60,4 lb m/min

Figura 14.80 Potencial de Pó Gerado


Pó potencial gerado Considerando um índice de pó de 1, uma velocidade de correia de 1m/s (200 ft/min), uma largura limpa
para larguras de correia de 67% e fatores de material morto e de quantidades de material morto tirados da Tabela 14.5
e níveis de limpeza
diferentes.
Pó Gerada 0-60 kg/min (0-120 lbm/min)

500 1000 1500 2000 2500 300 0


Largura de Correia 500 mm a 3000 mm (18 in. -120 in.)
Sem Raspador Nível I Nível II Nível III

240
Limpeza da Correia | Capítulo 14

QUESTÕES DE SEG URANÇA

Falhas em instalar C. Raspadores de correia instalados


apropriadamente ou ao em posições elevadas ou sobre áreas
fazer manutenção de sistemas de limpeza perigosas, tais como uma balsa carregada
da correia são frequentemente a raiz da sobre um rio, podem requerer precauções
maioria dos acidentes que ocorrem quando especiais, tais como sistemas de proteção a
funcionários estão limpando ao redor de queda.
transportadores móveis.
D. Manutenção de limpadores de correia em
Deve-se tomar um grande cuidado ao áreas enclausuradas requer o seguimento
observar ou inspecionar os sistemas de de procedimentos em espaço confinado.
raspadores de correias. É recomendado
que apenas pessoas qualificadas e treinadas E. Os chutes normalmente contêm
instalem e realizem a manutenção dos equipamentos, tais como aparelhos de
sistemas de limpeza da correia e afins. ajuda de fluxo e amostradores, que podem
O manual do fabricante geralmente traz se iniciados automaticamente. Todos os
informações importantes, e grupos industriais
tais como a CEMA fornecem informações
aparelhos devem ser liberados/listados/ 14
bloqueados/testados separadamente do
de segurança e sinalização de alerta condutor principal do transportador para
padronizados. impedir danos aos funcionários.
Deve ser feita uma análise de segurança
F. Os raspadores de correia estão geralmente
antes do trabalho, comumente denominada
localizados em áreas sujeitas a acúmulo
Análise de Segurança do Trabalho (Job
de materiais fugitivos e acúmulo de graxa,
Safety Analysis – JSA), antes da instalação ou
água ou lixo, que podem gerar perigos de
manutenção dos raspadores de correia ou
deslizamento e queda. Esses acúmulos
da limpeza de qualquer acúmulo de material
devem ser removidos antes de começar os
fugitivo. Alguns tópicos abordados na JSA
procedimentos de manutenção.
são:

A. Os procedimentos de restrição/listagem/ G. As placas de alerta ilegíveis devem ser


bloqueio/teste devem ser seguidos. repostas.

B. Deve-se atentar para não efetuar H. Procedimentos de segurança local,


procedimentos de manutenção ou recomendados e requeridos pelo
ajuste enquanto o transportador estiver fabricante, devem ser seguidos enquanto
operando sem uma concordância rigorosa se realiza a manutenção de sistemas de
com o regulamento de segurança nacional, limpeza de correia.
estadual, local e interno.

A Seguir…
REFERÊNCIAS
Esse capítulo sobre limpeza de correia, o
14.1 Swinderman, R. Todd and Lindstrom,
primeiro capítulo da seção Ciclo de Retorno
Douglas, Martin Engineering. (1993).
da Correia, discutiu meios de remover material
“Belt Cleaners and Belt Top Cover
morto para prevenir material fugitivo de cair da
Wear,” National Conference Publication
correia no ciclo de retorno. Os próximos dois
No. 93/8, pp. 609–611. Paper presented
capítulos, Raspadores de Proteção das Polias
at The Institution of Engineers, Australia,
e Alinhamento das Correias, continuam essa
1993 Bulk Materials Handling National
seção e descrevem métodos adicionais para
Conference.
redução de vazamento.

241
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

14.2 Rhoades, C.A.; Hebble, T.L.; and 14.7 Swinderman, R. Todd, Martin Engineer-
Grannes, S.G. (1989). Basic Parameters ing. (May 1991). “The Conveyor Drive
of Conveyor Limpeza de Correia, Report Power Consumption of Belt Cleaners,”
of Investigations 9221. Washington, D.C: Bulk Solids Handling, pp. 487–490.
Bureau of Mines, US Department of the Clausthal-Zellerfeld, Germany: Trans
Interior. Tech Publications.
14.3 Planner, J.H. (1990). “Water as a means 14.8 Wood, J. P. (2000). Containment in
of spillage control in coal handling
the Pharmaceutical Industry. Informa
facilities.” In Proceedings of the Coal
Handling and Utilization Conference: Health Care.
Sydney, Australia, pp. 264–270. Barton, 14.9 Roberts, A.W.; Ooms, M.; and Bennett,
Australian Capital Territory, Australia: D. Conveyor Limpeza da Correia – A
Institution of Engineers, Australia. Bulk Solid/Belt Surface Interaction Prob-
14.4 S&S Concepts, Inc., Pittsburgh, PA., lem. University of Newcastle, Australia:
USA. Courtesy photo of Drip-N-Ram Department of Mechanical Engineering.
Conveyor, SSConceptsSales@verizon.net. 14.10 Swinderman, R. Todd; Goldbeck, Larry
14.5 Swinderman, R. Todd, Martin Engineer- J.; and Marti, Andrew D. (2002). FOUN-
ing. (2004). “Standard for the Specifica- DATIONS3: The Practical Resource for
14 tion of Limpeza da Correia Systems Total Dust & Material Control. Nepon-
Based on Performance.” Bulk Material set, Illinois: Martin Engineering.
Handling by Conveyor Belt 5, pp. 3–8.
Edited by Reicks, A. and Myers, M.,
Littleton, Colorado: Society for Mining,
Metallurgy, and Exploration (SME).

14.6 Martin Supra Engineering. (2008)


CarrybackTtest/Sum/SBM-001-
SBW-05-2008. Unpublished report for
P.T. Martin Supra Engineering: New-
mont, Indonesia.

242
Limpeza da Correia | Capítulo 14

14

243
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

Figura 15.1
Os raspadores de proteção
15 da polia são instalados
para remover pedaços e
componentes perdidos
da correia antes que eles
possam danificar a polia ou
a correia.

Capítulo 15

RASPADORES DE
PROTEÇÃO DAS
POLIAS
Preservando as Polias......................................................................................................................................... 245
Construção e Colocação dos Raspadores..................................................................................................... 247
Especificações Típicas......................................................................................................................................... 249
Questões de Segurança...................................................................................................................................... 250
Tópicos Avançados............................................................................................................................................... 250
Proteção de Polia como uma Garantia Econômica..................................................................................... 251

244
Raspadores de Proteção das Polias | Capítulo 15

Neste Capítulo... ou mais falhas:


Este capítulo examina o uso de raspadores A. Degradação do material fugitivo.
de proteção de polias como uma forma de
“seguro” de baixo custo contra dano à correia e Se o material falha, ele se quebrará em
à polia. Visa-se à necessidade de tais raspadores partículas e será carregado entre a correia e
e ao dano que pode ser causado sem eles, bem a polia. O material preso nesse local pode
como considerações a ponderar na seleção e permitir que a correia deslize contra a polia,
instalação dos raspadores de proteção de polias. causando desgaste ao lado inferior sem carga
da correia. Mesmo partículas pequenas e
Os raspadores de proteção de polias são resíduos podem desgastar e serem triturados
componentes que bloqueiam qualquer cascalho na superfície interior menos durável e de
ou componente perdido do transportador, fácil danificação da correia. Além disso, o
como roletes condutores, lâminas de raspadores material que acumula nas polias traseiras
de correia ou sucata, impedindo que fiquem causará um descontrole na correia que, por
presos entre a correia e a polia traseira ou sua vez, poderá danificar a superfície da
outras polias onde eles possam danificar a correia e/ou a estrutura do transportador.
polia e a correia (Figura 15.1). Os raspadores
de proteção, enquanto não projetados como B. Falha da correia.
raspadores de correia, podem remover Qualquer material preso entre a correia
materiais fugitivos com uma limpeza simples e a polia tem o potencial de forçar sua
de baixa pressão, que direciona o material para direção através da cobertura da correia, 15
fora da correia de retorno, semelhante a um particularmente se o material é um cascalho
raspador de neve. com pontas afiadas. Esse material gera uma
superfície desnivelada na correia e pode
Conforme a correia transportadora retorna ser o ponto inicial de buracos, fendas e
do seu ponto de descarga (normalmente a polia rachaduras pela extensão da correia.
de descarga) para sua zona de carregamento,
ela passará sobre uma série de polias. Esses C. Falha da polia.
componentes de roletes do lado de retorno Se o material e a correia não falham, a
incluem a polia de levantamento, a(s) polia(s) frente da polia traseira provavelmente é
de suporte e, pouco antes de a correia alcançar
a zona de carregamento, a polia traseira.
Figura 15.2
Ocasionalmente, durante seu ciclo de retorno,
ela coletará e carregará um cascalho do material O local mais comum de
raspadores de proteção
vazado, sucata ou mesmo um componente de polias é o fim do
perdido do transportador para a polia traseira, transportador.
no lado sem carga da correia. Se esses objetos
não forem removidos da correia, eles ficarão
presos entre ela e danificarão a polia e a
correia. Esse é o motivo de os raspadores de
proteção de polias – comumente chamados de
raspadores traseiros – serem instalados próximo
ao fim do transportador, seu local de montagem
de maior incidência (Figura 15.2).
Figura 15.3
O travamento de
PRESERVANDO AS POLIAS material entre a correia
e a polia pode danificar
a polia e/ou a correia.
Ameaças à Polia e ao
Transportador
O travamento de qualquer elemento entre
a correia e a polia pode causar um dano
significativo ao sistema de transporte (Figura
15.3). Quando o material fugitivo é preso entre
a correia e a polia, é provável que ocorram uma

245
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

danificada. Uma polia danificada causará o do sistema. Ao eliminar as possíveis fontes


desalinhamento ou a danificação da correia de dano do transportador, o sistema inteiro é
e o deslize da polia. melhorado, e os riscos de pó e vazamento são
reduzidos drasticamente.
O problema mais preocupante desencadeado
do travamento de material entre a correia e a A proteção básica contra esse travamento de
polia é o fato de que ele pode ser um fenômeno material entre a correia e a polia é o controle
reincidente. Uma vez que um pedaço de de carga. A trajetória correta e a altura de
material alcança a polia, ele pode ser apertado despejo de material, junto com a relação entre a
entre el e a correia, carregado pela rotação velocidade do material de carga e a velocidade
da polia e projetado de volta para o lado de da correia em movimento, são fatores que
retorno da correia. Uma vez lá, ele passará podem ajudar a determinar a carga, reduzir a
novamente pela polia para ser preso outra vez agitação e minimizar o vazamento de material.
(Figura 15.4). Em essência, se ele inicialmente A manutenção do alinhamento adequado da
não quebra algum elemento/componente, o correia também é necessária para reduzir o
cascalho continuará tentando, até que ocorra vazamento que pode derramar material sobre o
uma falha ou que o cascalho seja removido da lado de retorno da correia.
correia. Se o material for forte o bastante, ele
pode destruir a seção inteira da polia traseira de Um método adicional disponível para evitar
um transportador e danificar a correia. que a carga caia no lado de retorno da correia
15 é fechar ou cobrir a correia de retorno com
tábuas. Em transportadores longos, isso pode
Evitando Dano na Polia
se tornar uma proposta cara. Portanto, o
Em um sistema de transporte, onde capeamento raramente é aplicado em locais
estabilidade é a chave para o controle do além dos próximos à zona de carga. Mesmo
material fugitivo, qualquer dano à correia ou à com a aplicação de tábuas em toda a extensão
polia pode afetar negativamente o desempenho do transportador, o material pode acumular-
se sobre as tábuas e eventualmente escorregar
Figura 15.4 sobre o ciclo de retorno do transportador,
Acima: Um fragmento gerando a necessidade de um aparelho de
preso entre a polia proteção de polias.
e a correia pode ser
carregado pela polia e Com instalações ideais e independentemente
projetado de volta para
de outras precauções, ainda há a possibilidade
a correia, sendo preso
novamente. de que os componentes perdidos ou material
transportado escorregue para dentro da correia.
Consequentemente, há a necessidade de um
Abaixo: Um raspador
de proteção de polia
sistema para evitar que esses itens danifiquem
removerá os cascalhos os componentes de rolagem do transportador.
da correia para evitar Esses raspadores de proteção de polias são
sua captura. muito comumente instalados na polia traseira,
mas, dependendo das características do material
específico e de cada transportador, eles também
podem ser úteis para proteger o levantamento
ou outras polias (Figura 15.5).
Figura 15.5
Normalmente instalados
na polia traseira, os Essa é a Função de um Raspador
raspadores também Um raspador de proteção de polias remove
podem ser úteis para
proteger o levantamento
os materiais fugitivos com uma raspagem
ou outras polias. simples de baixa pressão, que direciona
o material para fora da correia, como um
raspador de neve. Em vez de limpar resíduos
para fora da correia, a função primária de um
raspador é impedir qualquer fragmento grande
ou componentes perdidos do transportador,

246
Raspadores de Proteção das Polias | Capítulo 15

como roletes condutores, lâminas de raspadores


Construção e colocação dos
de correia ou outras sucatas, de entrar na polia
raspadores
traseira, onde eles podem danificar a correia
(Figura 15.6). Construção dos Raspadores
Um raspador que é instalado logo abaixo da Os aparelhos de proteção de polia
correia tem o potencial de capturar um pedaço normalmente são elaborados como raspadores
de material contra a correia e, portanto, deixar de forma linear ou forma V, usando uma
a superfície vulnerável a danos e abrasão, estrutura de ferro com uma lâmina plástica, de
com a possibilidade de rasgar a correia. Os poliuretano ou de borracha, direciona qualquer
raspadores de proteção de polias normalmente material fugitivo para fora da correia. Para evitar
são elaborados para ficar suspensos sobre a que fragmentos grandes sejam “arremessados”
superfície da correia, usando tanto o peso do dos raspadores e fiquem presos pela suspensão
raspador ou um mecanismo de tensionamento do raspador, na estrutura do transportador
para manter o raspador com uma pressão ou entre a correia e a polia, os raspadores
leve, 13 a 20 kPa (2 a 3 lbf / in.2), contra a devem permanecer tão altos quanto o maior
correia. Esses raspadores são projetados para fragmento transportado, com uma altura
construções pesadas e altos o bastante para mínima de 100 milímetros (4 in.). No caso de
impedir materiais de movimento rápido de correias de alta velocidade, pode ser vantajoso
percorrerem a superfície do raspador. aumentar a altura do raspador para metade da
altura total da polia que ele está protegendo.
É aconselhável cobrir o “espaço interior” da
15
Mais do que Fragmentos?
polia para evitar que o material fique preso no
Se a correia está transportando quantidades próprio raspador.
significativas de fragmento ou líquido sobre a
superfície, deve ser adotado o passo seguinte, O raspador deve incluir um cabo de
providenciando um sistema de limpeza da segurança, que deve ser anexado a um ponto
correia de retorno. Ao custo de consumir acima e à frente da sua parte condutora. No
uma potência adicional de condução do caso de uma falha de montagem, esse cabo
transportador, esse sistema proporcionará uma evitará que o raspador transite até a polia e
remoção eficaz de material, reduzindo o risco cause um dano que o raspador está tentando
de deslize do chute e acúmulo de material na evitar.
polia.
Em transportadores de correia que operam
Um raspador de proteção de polias usado em uma direção apenas, o raspador de correia
para limpar resíduos da correia deve ser de retorno normalmente é um “raspador-V”
colocado em uma posição, como logo abaixo do (Figura 15.7). O vértice do V está à frente da
ponto de descarga, para raspar o vazamento da polia motriz para que qualquer material perdido
correia e descarregar o material onde ele possa carregado na superfície interior da correia seja
ser facilmente coletado. Deve-se ter cuidado mudado da direção do transportador pelas asas
ao descarregar materiais fugitivos na área da do raspador.
polia traseira, pois isso pode acarretar uma
série de outros problemas, inclusive acúmulo Se a correia possui uma operação reversa ou
de material abaixo do transportador. Como um rolamento contrário, o aparelho instalado
com qualquer raspador de correia, o material deve ser um raspador diagonal que forneça
removido que acumula sob o transportador
pode gerar um desgaste prematuro da cobertura Figura 15.6
da correia. O raspador-V é
instalado de forma que
o vértice do V aponte
para a polia motriz,
desviando o material
perdido da correia com
uma ação de limpeza
de baixa pressão.

247
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

uma proteção de limpeza em ambas as direções a função é evitar que o raspador mude a linha
(Figura 15.8). Os raspadores diagonais da correia, empurrando/pressionando a correia
normalmente são instalados pela correia em um para baixo, de forma que o material possa
ângulo de 45o para a direção do trajeto (Figura passar por baixo da lâmina. Dependendo do
15.9). Se a correia opera em duas direções, espaço disponível, pode ser um único rolete de
onde as duas polias podem servir como polias condução colocado diretamente sob o raspador
traseiras, então, deve ser instalado um raspador ou um par de condutores de retorno, um
em cada ponta do transportador. instalado antes do raspador e um depois.

Colocação da Proteção de Polia Como qualquer outro componente do


transportador que tocará a correia, a instalação
Os raspadores devem ser cuidadosamente de um aparelho de proteção de polia aumentará
colocados de forma que o material removido da a fricção contra a correia em movimento.
correia não gere um risco, conforme ele caia ou Consequentemente, essa força aumentará
onde ele se acumule. as exigências de potência de condução do
Assim como é importante ter um rolete acima transportador.
do raspador de correia secundário que forneça Na sexta edição do livro Belt Conveyors for
pressão em sentido inferior para evitar que o Bulk Materials, a Associação de Fabricantes de
raspador erga a correia, é importante ter um Equipamentos para Transportadores (Conveyor
ou dois roletes de pressão abaixo da instalação
15 do raspador de proteção de polia. Nesse caso,
Equipment Manufacturers Association
– CEMA) oferece uma configuração
recomendada de 2 libras-força por polegada da
Figura 15.7
largura da correia como a força normal para a
pressão correia-raspador (o equivalente métrico
O raspador-V é usado
em correias que
é 0,35 newtons por milímetro da largura da
operam em apenas uma correia). Essa pressão pode ser convertida
direção. para consumo de potência usando fórmulas
(Equação 15.1).

Considerações para Seleção da


Proteção de Polias
Ao especificar um aparelho de proteção de
polias, há uma série de fatores que deve ser
considerada. Um raspador deve:
Figura 15.8
A. Fornecer pressão firme e flexível.
Em transportadores
reversíveis, o raspador A pressão firme e flexível permitirá que
diagonal fornecerá uma o aparelho limpe a superfície da correia.
proteção de limpeza em
ambas as direções de
A função do aparelho é remover eficaz e
operação. eficientemente o material e ainda ajustar
automaticamente para configurar quanto a
desgaste da lâmina e variações no caminho,
velocidade e movimento da correia.

B. Ser montado com segurança.


Figura 15.9
Os raspadores
O raspador deve ser montado firmemente,
diagonais são instalados a fim de minimizar o risco de ele se
pela correia em um soltar da instalação e colocar em risco os
ângulo de 45 o para a componentes do transportador para cuja
direção do trajeto.
proteção ele foi instalado. A instalação deve
incluir um cabo de segurança para proteger
o sistema de transporte caso a instalação do
raspador vacile (Figura 15.10).

248
Raspadores de Proteção das Polias | Capítulo 15

P = BW · fC · V · f · k Equação 15.1
Consumo de potência
Dados: Um raspador de poliuretano sobre uma correia de 900 milímetros (36 in.), operando a 3 metros por de um raspador de
segundo (600 ft/min). Encontrar: A potência adicionada ao condutor devido ao raspador. proteção de polia
Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais
Consumo de Potência Adicio-
P quilowatts cavalos de potência
nada ao Condutor da Correia
BW Largura da Correia 900 mm 36 in.
Carga por Largura da Correia
fC 0,35 N/mm 2 lbf /in.
(Conforme CEMA)
V Velocidade da Correia 3 m/s 600 ft/min
Coeficiente de Fricção (Con- 0,5 (UHMW) 0,5 (UHMW)
f forme PADRÃO CEMA 575-2000) 1,0 (Urethane) 1,0 (Urethane)
1,0 (Rubber) 1,0 (Rubber)
k Fator de Conversão 1/1000 1/33.000

900 · 0,35 · 3 · 1
Métrica: P = = 0,945
1000
36 · 2 · 600 · 1
Imperial: P = = 1.3
33,000
15
Consumo de Potência Adicio-
P 0,945 kW 1,3 hp
nado ao Condutor da Correia

C. Ser elaborado para fácil instalação. A. Pressão flexível.


O raspador deve ser fácil de instalar para Se o aparelho for elaborado para tocar
minimizar a ociosidade do sistema durante a superfície da correia, o desenho deve
o procedimento de instalação. Por exemplo, permitir que o raspador “flutue” pela
o aparelho deve se encaixar dentro da superfície da correia com uma pressão firme
estrutura de transporte sem precisar de e flexível.
modificações grandes ao aparelho ou à
estrutura. B. Cabo de segurança.
O aparelho deve ser instalado com um
D. Ser elaborado com uma lâmina durável e cabo de segurança para proteger a correia e
facilmente substituível. a polia, caso haja uma falha de montagem
A fim de oferecer uma vida útil longa e inesperada.
permitir uma manutenção rápida, a lâmina
deve ser fabricada de um material adequado C. Lâmina substituível.
às condições internas de aplicação e deve ser O modelo deve incorporar uma lâmina
fixada de forma a ser facilmente extraída e facilmente substituível de borracha, plástico
substituída quando desgastada. ou poliuretano.
E. Ter acesso pronto/rápido. D. Cobertura completa da correia
O raspador deve ser instalado em uma
área onde possa ser observado durante a Figura 15.10
operação e facilmente consertado.
A corrente de
segurança fornece
proteção em caso de
falha de montagem do
ESPECIFICAÇÕES TÍPICAS
raspador.
Devem ser posicionados um ou mais
raspadores sobre o lado de retorno da correia
para remover o material fugitivo antes que
ele possa ficar travado entre a correia e um
componente de rolagem, de acordo com as
seguintes especificações:

249
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

A lâmina do raspador deve fornecer uma ser muito grande se houver condições como
cobertura completa da correia para evitar alta velocidade da correia e cascalhos grandes.
que cascalhos deslizem em volta do raspador Essas forças de impacto grande devem ser
nas laterais. consideradas ao selecionar o equipamento,
especialmente em vista da demanda contínua de
E. Localização. aumento da velocidade da correia.
O raspador deve ser localizado de forma
que o material limpo da correia possa ser A única variável controlável pelo projetista
projetado com segurança do transportador, de um raspador é a constante elástica (k) nesse
sem acertar o reforçador, outros componente. Essa variável é a capacidade da
componentes ou a passagem; ele deve ser lâmina do raspador de absorver, amenizar ou
colocado em um lugar seguro e conveniente desviar um cascalho em movimento sem dano.
para limpeza. Da mesma força que soltar um ovo sobre um
colchão (em vez de um chão de concreto) reduz
F. Transportadores unidirecionais. a força de impacto, o uso de materiais “mais
Em transportadores unidirecionais, o leves” nas lâminas e a incorporação de molas
raspado-V deve ser instalado entre o último ou outros elementos flexíveis na montagem do
condutor de retorno e a polia traseira. raspador aumentam a chance de o raspador
Podem ser necessários aparelhos adicionais lidar com as forças de impacto do cascalho.
para proteger outras polias ou limpar a Como exemplo, um cascalho de material
15 cobertura inferior da correia. pesando 2,25 quilogramas (5 lbm), percorrendo
3 metros por segundo (600 ft/min), em uma
G. Transportadores reversíveis. correia em movimento, vai se chocar com o
Em transportadores reversíveis, os raspador com uma força de 815 newtons (183
raspadores de retorno diagonais devem ser lbf). No entanto, se o cascalho, percorrendo na
instalados nas duas pontas do transportador mesma velocidade, se chocar com um raspador
e montados pela correia em um ângulo de equipado com uma lâmina cujas propriedades
45o. de absorção de impacto sejam duas vezes
maiores, o choque terá uma força de apenas
199 newtons (45 lbf). Essa força de impacto
reduzida resulta em exigências menores de
TÓPICOS AVANÇADOS força/resistência do raspador, o que, por sua
O impacto causado por um cascalho ou vez, reduz o custo do equipamento.
outros objetos carregados sobre a correia pode

QUESTÕES DE SEG URANÇA

Como os raspadores de devem ser tentados procedimentos de


proteção de pontas são serviço enquanto o transportador estiver em
posicionados no ciclo de retorno ou no operação. Os procedimentos de restrição/
lado sem carga da correia e próximo à polia listagem/bloqueio/teste adequados devem ser
traseira, eles normalmente estão em lugares praticados antes de operar os transportadores
fechados e quase inacessíveis. Isso dificulta ou seus componentes para garantir que a
sua operação e até mesmo levanta um risco correia não entre em movimento.
de segurança para a equipe de inspeção.
Devem ser colocados sinais de alerta em
As questões de segurança são primordiais todos os locais do raspador, indicando os
quando o transportador está em operação. pontos de risco. Também se deve tomar
É importante que se tome muito cuidado cuidado quanto à projeção de objetos da
para evitar travamento no equipamento correia pelo raspador.
em rotação ao realizar a inspeção. Não

250
Raspadores de Proteção das Polias | Capítulo 15

Um entendimento sobre essas forças Figura 15.11


de impacto, combinado com novos
Raspadores de proteção
desenvolvimentos no modelo, permitem uma de polias projetados
operação que combine melhor a aplicação e oferecem economia
o modelo do raspador de proteção de polias. através de desempenho
Isso permite uma seleção mais rentável de um aprimorado, vida útil
estendida e gastos de
sistema de proteção que atenda aos requisitos manutenção reduzidos.
de desempenho. O fabricante do raspador deve
ser capaz de calcular as forças de impacto para
aplicações e determinar o raspador de proteção
de polias mais adequado. Pode haver objetos
mais pesados que possam se chocar com o
raspador, como mandíbulas das caçambas de
carga e roletes quebrados do transportador, proteção de polias representam uma forma de
mas a maioria dos impactos estaria dentro das “seguro” de baixo custo, quando comparados
capacidades de força do raspador. com os custos excessivos de manutenção
do transportador, danificação e possíveis
substituições imprevistas da correia e/ou da
PROTEÇÃO DE POLIAS COMO UMA polia.
GARANTIA ECONÔMICA
A Seguir… 15
Finalizando…
Visando a métodos de controle de pó
Enquanto a maioria dos aparelhos e vazamento, foram tratados dois tópicos
de proteção de polias são aparelhos relacionados a Ciclo de Retorno da Correia:
consideravelmente simples, algumas inovações Limpeza da Correia e, neste capítulo,
demonstram as vantagens de usar sistemas Raspadores de Proteção das Polias. O terceiro
projetados em vez de raspadores produzidos e último capítulo desta seção tratará de
internamente. Através de inovações no modelo Alinhamento das Correias.
e na construção, os raspadores de proteção de
polias estão disponíveis para proporcionar os
benefícios de um sistema projetado, enquanto REFERÊNCIAS
minimizam o investimento inicial (Figura
15.11). Esses sistemas projetados podem 15.1 Conveyor Equipment Manufacturers
fornecer uma solução de longa duração que Association (CEMA). (2005). Belt
oferece economia através de desempenho Conveyors for Bulk Materials, Sixth
aprimorado, vida útil estendida e gastos de Edition. Naples, Florida.
manutenção reduzidos, em vez das economias
15.2 O site http://www.conveyorbeltguide.com
falsas das unidades produzidas internamente.
é uma fonte não comercial valiosa sobre
Com o uso atual de sistemas de desenho
vários aspectos de correias.
auxiliados por computador para desenvolver
novos transportadores, os raspadores projetados 15.3 Qualquer fabricante e a maioria dos dis-
podem ser colocados durante uma fase inicial tribuidores de produtos de transporte po-
do processo de projeção do transportador. dem fornecer uma variedade de materiais
Sistemas projetados garantem espaço para sobre construção e uso de seus produtos
instalação, operação, inspeção e manutenção do específicos.
raspador de proteção de polias.

Instalados entre a polia e o condutor


de retorno mais próximo, os aparelhos de

251
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

Figura 16.1
Uma correia em boas
condições que está
carregada ao centro e uma
estrutura de transportador
bem projetada e
preservada não se
movimentam; permanecem
em perfeito alinhamento.

16

Capítulo 16

Alinhamento das
Correias
Mantendo a Correia Alinhada........................................................................................................................... 253
Comportamento Básico da Correia................................................................................................................. 254
Causas de Desalinhamento............................................................................................................................... 256
Investigando o Problema: A Pesquisa............................................................................................................. 260
Testando a Correia.............................................................................................................................................. 261
Equipamento de Teste de Correias.................................................................................................................. 265
Instalação de Dispositivos de Alinhamento de Correia.............................................................................. 272
Questões de Segurança...................................................................................................................................... 274
Manutenção do Sistema.. ................................................................................................................................... 274
Especificações Típicas......................................................................................................................................... 274
Tópicos Avançados............................................................................................................................................... 275
Correias no Mundo Real..................................................................................................................................... 276

252
Alinhamento das Correias | Capítulo 16

Neste Capítulo… central da estrutura de transporte, com ou sem


Neste capítulo, focaremos Alinhamento das carga. Regulagem e desregulagem podem ser
Correias e sua relação com materiais fugitivos, definidas como a tendência da linha central
causas de desregulagem, bem como técnicas da correia de se desviar da linha central da
para testar a correia. Também discutiremos estrutura de transporte; desalinhamento é o
usos de equipamentos para teste de correia e nível de desvio da correia.
instalação de aparelhos para teste de correia. O alinhamento da correia deve ser
Finalmente, serão fornecidas as equações controlado antes da eliminação de vazamento;
usadas para calcular o consumo de potência se a correia desvia para um lado ou oscila para
para operadores de testes. trás e para frente, conforme ela passa pela zona
Em uma situação ideal, uma correia deve de carga, o material é mais facilmente lançado
estar em boas condições e com a carga alinhada sob a vedação da placa em qualquer um (ou nos
ao centro, e uma estrutura de transporte deve dois) lados (Figura 16.5). O desalinhamento
ser bem projetada e bem preservada. Sob da correia é controlado pelo “teste da correia”
tais condições, a correia não iria desviar e
permaneceria em perfeito alinhamento (Figura Figura 16.2
16.1). Uma correia
transportadora que
No entanto, correias que desviam da oscila embaixo do
rota planejada são uma realidade atual em
sistema de vedação
pode causar vazamento
16
muitas operações de tratamento de material de material, falha de
a granel. Uma correia transportadora que componentes e danos
vacila pode causar vazamento de material, caros à correia e às
estruturas.
falha de componentes e danos caros à correia
e às estruturas (Figura 16.2). Uma correia
que opera em um lado da estrutura pode
reduzir consideravelmente sua vida útil, pois
ela desgasta os dois lados, fica esticada e cria
dobras/ondulações (Figura 16.3). Uma correia
desregulada pode operar contra chutes de
aço e membros da estrutura até que a correia, Figura 16.3
outros componentes e estruturas de aço sejam
Uma correia que
danificados, muitas vezes requerendo reparo opera em um lado da
(Figura 16.4). Pior ainda, os problemas de estrutura pode reduzir
desregulagem de correia contribuem para consideravelmente
fatalidades. sua vida útil, pois ela
desgasta os dois lados,
fica esticada e cria
De diversas formas, o alinhamento adequado dobras/ondulações.
da correia é um precursor e um requisito
fundamental para a solução de muitos dos
problemas de materiais fugitivos discutidos
neste livro. Neste capítulo, discutiremos muitos
dos problemas que causam a desregulagem de
uma correia e as soluções sugeridas. Figura 16.4
Uma correia
desregulada pode
MANTENDO A CORREIA ALINHADA operar contra chutes
de aço e membros
São usados muitos termos na discussão do da estrutura até que
aspecto de desregulagem da correia. Os termos a correia, outros
componentes e
regulagem e testes são muitas vezes usados
estruturas de aço sejam
como sinônimos, uma vez que seus antônimos danificados, muitas
são desregulagem e desalinhamento. Aqui, teste vezes requerendo
é definido como um procedimento para fazer reparo.
uma correia transportadora operar na linha

253
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

e pela instalação de componentes elaborados indicam que é interesse prioritário da operação


para limitar ou corrigir oscilações. solucionar o problema de correias desreguladas
(Figura 16.6).
Ao se desregular, uma correia pode causar
vazamento em grande escala. As pilhas de
vazamento podem causar riscos de trajeto.
COMPORTAMENTO BÁSICO DA
Se um transportador sobrecarregado é
CORREIA
desregulado, pode haver vazamento de material
dos dois lados sobre os operários. O potencial Apesar de todos esses casos variados, a
de dano à equipe e todos os custos associados desregulagem ainda é desnecessária. É um
problema que pode ser controlado ou, melhor
ainda, corrigido. Entender os padrões básicos
Figura 16.5
de comportamento da correia e submeter
O alinhamento da
correia deve ser
uma série de procedimentos para alinhar
controlado antes cuidadosamente a estrutura de transporte e os
da eliminação de componentes para corrigir oscilações no trajeto
vazamento. da correia pode, na maioria dos casos, evitar a
desregulagem da correia.

O comportamento dela é baseado em


16 princípios simples. Eles servem como diretrizes
para os testes de correia, que é o processo
de ajuste da estrutura de transporte, de
componentes de rolagem e de condições de
carga para corrigir qualquer tendência de desvio
Figura 16.6 da correia.
Ao se desregular, uma
correia pode causar A regra fundamental de regulagem da correia
vazamento em grande transportadora é: a correia fará o movimento
escala.
para o lado que tiver mais fricção ou o lado
que alcançar fricção primeiro (Figura 16.7).
Quando um lado da correia encontra fricção,
ele se move mais lentamente. O outro lado da
correia vai se movimentar mais rapidamente;
ocorre um desequilíbrio de forças, que conduz
a correia ao lado de movimento mais lento.

Por exemplo, se um conjunto de condutores


é instalado em um ângulo ao longo dos
reforçadores, a correia vai se movimentar
para o lado que ela alcançar primeiro. Se um
terminal do conjunto de condutores é mais alto
que o outro, a correia subirá pelo lado mais
alto (pois, como a correia está deitada sobre os
condutores, ela toca o lado mais alto primeiro).

Figura 16.7 + MAIOR FRICÇÃO


A regra fundamental de
regulagem da correia
transportadora é de que
a correia se movimente
para o lado de alta
fricção da correia.

254
Alinhamento das Correias | Capítulo 16

Isso pode ser demonstrado de forma muito Com essas regras básicas em mente, os
simples ao deitar um lápis redondo em uma operadores e a equipe de manutenção podem
superfície nivelada, como uma mesa. Se um fazer os ajustes ao transportador que colocarão
livro for colocado sobre o lápis e for levemente o trajeto da correia em linha.
empurrado pelo experimentador, o livro
tombará para a esquerda ou para a direita,
dependendo de que ponta do lápis estiver mais Figura 16.8
próximo da pessoa que realiza a ação, ou seja, a A regra básica de
ponta que o livro tocar primeiro (Figura 16.8). teste de correia pode
Essa regra básica é verdadeira para os conjuntos ser demonstrada ao
de condutores de nivelamento e de condutores deitar um livro sobre
um lápis redondo.
convexos. Quando empurrado,
o livro tombará para
Além disso, os condutores convexo, exercem a esquerda ou para a
uma força de alinhamento notável. Com sua direita, dependendo
configuração convexos, uma porção de cada de qual ponta do lápis
estiver mais próxima
lado da correia é mantida suspensa. É exercida da pessoa que realiza
uma força gravitacional sobre essa porção a ação, ou seja, a
aumentada. Se a correia não estiver centralizada ponta que o livro tocar
primeiro.
no conjunto de roletes, a força sobre o lado
mais alto será maior que a força do outro 16
lado, direcionando a correia ao centro do
conjunto de condutores convexos. Essa força
gravitacional de alinhamento é tão saliente
que os transportadores de material a granel
normalmente dependem dela, de acordo com
sua influência maior de alinhamento.

Outra regra constante de Alinhamento


das Correias é que o alinhamento de correia
em qualquer ponto dado é mais afetado
pelos condutores e por outros componentes
superiores (os locais por onde a correia já
passou) do que pelos componentes inferiores
(lugares que a correia ainda não alcançou).
Isso significa que, em qualquer ponto de onde
o desalinhamento seja visível, a causa está
em um ponto por onde a correia já passou.
Consequentemente, as medidas corretivas
devem ser aplicadas de uma certa distância,
antes do ponto onde a correia mostra
desalinhamento visível (Figura 16.9).

A CORREIA PARA DE OPERAR AQUI Figura 16.9


Como o desalinhamento
ocorre após o ponto
da causa, medidas
corretivas devem
ser aplicadas de
uma certa distância,
antes do ponto onde
o desalinhamento é
visível.
O ALINHAMENTO
DISFORME É
CORRIGIDO NESTE
CONDUTOR

255
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

Causas de Desregulagem
CAUSAS DE DESALINHAMENTO
Em muitos casos, a causa do desalinhamento
O Problema Evitável de pode ser determinada a partir da forma como
Desregulagem de Correia a desregulagem se mostra. Quando todas as
Para testar adequadamente um transportador, partes da correia operarem fora do centro
o primeiro passo é investigar o sistema existente em determinado ponto do comprimento do
para entender o estado da estrutura e dos transportador, a causa provavelmente estará
componentes e para determinar as causas do no alinhamento ou nivelamento da estrutura
desalinhamento. do transportador, dos condutores ou das
polias nessa área. Se uma ou mais seções da
Conforme Clar Cukor observou na coletânea correia são desreguladas em todos os pontos
sem data de Georgia Duck (agora Fenner do transportador, a causa mais provável está
Dunlop) Tracking (Referência 16.1): na construção da correia, na(s) emenda(s) ou
na carga da correia. Se a correia se desalinha
O problema de desalinhamento deve quando cheia e depois se centraliza quando
ser abordado a partir do ponto de vista vazia, ou vice-versa, a causa normalmente é a
de sistemas. A correia pode muito bem carga descentralizada ou o acúmulo no chute,
estar errada – no entanto, é mais provável que cria situações de carregamento variáveis.
simplesmente reagir a um defeito estrutural
ou mau ajuste no sistema... [Uma correia As causas mais comuns de desalinhamento
16 de transportador] é flexível e, se projetada, podem ser divididas em três grupos: falhas
manufaturada e cortada adequadamente, com as correias ou suas emendas; falhas com a
ela funcionará direcionada pelo sistema estrutura de transporte, componentes ou com o
de transporte conforme foi construída. ambiente; e falhas com a carga de material.
A correia transportadora serve como um
indicador e deve ser assim considerada. Falhas com a Correia ou suas
Emendas
A desregulagem de correia pode ser causada
por uma série de problemas. Os fatores que A. Correias.
causam desregulagem incluem desalinhamento a. A correia está curvada, convexa ou
dos componentes do transportador, afundada.
carregamento de material fora do centro, b. Há defeitos ou danos na carcaça (fios e
acúmulo de material fugitivo nos componentes cordas) da correia
de rolagem, emendas de correia malfeitas,
dano estrutural causado por operadores de c. A cobertura ou a ponta da correia está
maquinário desatentos, subsidência do solo e danificada.
muitos outros. E quaisquer desses problemas d. Há uma degradação da correia, desde
podem ocorrer simultaneamente, complicando exposição a elementos até a produtos
em grande escala o processo de correção. químicos.
B. Fabricação e aplicação.
Apesar da complexidade desses problemas,
eles são solucionáveis. Os componentes a. A correia é pouco adequada à estrutura
desalinhados podem ser endireitados; os ou aplicação.
chutes podem ser redesenhados para carregar b. A correia possui um “arco” ou
o material no centro da correia; os acúmulos “concavidade” desde o processo de
de material podem ser evitados ou removidos; fabricação.
as emendas de correia podem ser melhoradas c. A correia não foi armazenada
e os operadores podem ser treinados. O corretamente.
desafio começa em identificar qual das
muitas possibilidades é a causa específica dos C. Emendas
problemas de determinada correia. Uma vez a. Houve uma má instalação de emendas
que a causa do desalinhamento é identificada, mecânicas ou vulcanizadas, resultando
ele pode ser solucionado. em uma emenda irregular para a correia.
b. A correia foi formada por várias

256
Alinhamento das Correias | Capítulo 16

peças colocadas em pontas diferentes, se é observado um número suficiente de


resultando em uma seção curvada ou revoluções na correia, o padrão de operação
fragmentada. da correia geralmente será corrigido, e a
c. Diferentes tipos, espessuras ou larguras causa de desregulagem será revelada. Quando
de correias foram emendados junto. um padrão não surge, as causas comuns de
desregulagem da correia são uma correia sem
d. A correia possui emendas que estão carga pouco flexível ou uma correia carregada
danificadas ou despedaçadas. com desnível.

Falhas com a Estrutura de Desregulagem Devido a Falhas com


Transporte, Componentes ou com o Emendas ou com a Correia
Ambiente
O uso impróprio de emendas na correia é
A. Estrutura. uma causa significativa de desalinhamento. Se
a. A estrutura não foi alinhada a correia não está emendada regularmente,
precisamente durante a construção. ela será desregulada para frente e para trás
b. A estrutura foi ajustada em um lado na estrutura de transporte. Isso geralmente
através da subsidência do solo. pode ser visto na polia traseira. A correia será
desregulada no mesmo nível, cada vez que
c. A estrutura foi danificada por chutes
a emenda alcançar a polia traseira, apenas
encaixados, exposição ao fogo ou
colisões com equipamentos móveis.
voltando à sua posição original após a passagem
da emenda. Se a emenda é muito ruim, ela
16
B. Componentes. pode anular os esforços de alinhamento. A
a. Os componentes de rolagem (condutores solução é refazer a emenda na correia de
e polias) não estão alinhados nos três forma equilibrada. (Consultar Capítulo 5:
eixos. Transportadores passo a passo – Emenda da
b. O uso da gravidade está desalinhado. Correia.)
c. Os roletes de condução foram retirados Uma segunda causa significativa
inesperadamente. de desalinhamento da correia é uma
d. O desgaste ou acúmulo de material correia curvada. A correia curvada será
alterou o perfil dos condutores ou das insuficientemente alinhada devido às
polias. diferenças na fricção, conforme ela se apoia
nos condutores convexos. A curvatura
C. Ambiente.
da correia é quase sempre resultado de
a. O transportador está sujeito a ventos uma redução desigual entre as coberturas
fortes. superior e inferior das correias fabricadas.
Calor, produtos químicos, ângulos convexos
b. Acúmulo de neve, chuva, resfriamento
e sobretensionamento também podem
ou gelo alterou a fricção de um lado da
causar curvatura na correia. Esse problema
correia.
normalmente pode ser evitado mantendo a
c. O sol bate em um dos lados do relação de aspecto adequada entre as espessuras
transportador. das coberturas superior e inferior: normalmente
3:1 ou menos. Em alguns casos, a correia será
Falhas com o Carregamento de curvada conforme as propriedades da borracha
Material da cobertura superior se alterarem como
resultado da ação ou exposição a produtos
A. A carga não está centralizada na correia. químicos. É difícil alinhar consistentemente
uma correia curvada, pois o alinhamento
B. A carga está segregada, com grandes
depende da fricção entre a correia e os
fragmentos em um lado da correia.
componentes de rolagem. Se a correia está tão
C. Há um carregamento intermitente na correia danificada que a área de contato é reduzida, a
que está alinhado por uma carga constante. capacidade de os componentes se manterem
Às vezes, a combinação desses problemas alinhados na correia também é reduzida.
produzirá a desregulagem da correia, e a
causa-raiz não será evidente. No entanto, Quando a fabricação de defeitos na correia

257
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

ou as falhas de componentes são muitas vezes construídos e tratados para evitar vazamento
acusadas por muitos problemas de alinhamento de material. Deve ser instalado um sistema
de correia, a maioria desses problemas pode de limpeza de correia com raspadores
ser indício de aplicação imprópria da correia. múltiplos eficaz, para evitar sobra de
Uma correia pouco adequada à aplicação material. Se necessário, podem ser instalados
normalmente será insuficientemente alinhada à raspadores para limpar as polias de suporte,
estrutura. de levantamento e outras polias. (Consultar
Capítulo 14: Limpeza da Correia.)
Desregulagem Devido a Problemas
Estruturais e de Componentes Desregulagem Devido a Condições
Para possibilitar a operação alinhada da Ambientais
correia, a estrutura deve ser adequadamente Ventos fortes em um lado do transportador
levantada e corrigida, se danificada. A maioria podem proporcionar força suficiente para tirar
dos danos à estrutura ocorre quando a a correia de sua linha central ou mesmo afastar
estrutura de transporte entra em choque com a correias de seus condutores. A solução é
equipamentos móveis. O dano à estrutura instalar anéis de retenção conhecidos como
também pode ocorrer como resultado de “anéis de vento” sobre o transportador, para
corrosão ou posicionamento das bases. manter a correia no lugar, fornecer um controle
de vento no lado afetado pelo vento ou isolar o
É igualmente importante que os componentes
16 sejam instalados e tratados adequadamente em
transportador inteiro.

relação à correia, para um trajeto confiável da Caso a chuva, o gelo ou a neve afaste um
correia. Uma fonte principal de desregulagem lado do transportador, o resultado será uma
da correia são os sistemas de uso da gravidade diferença na fricção dos condutores. Essa
que estão fora de alinhamento, os quais causam diferença pode ser suficiente para empurrar
um movimento lateral muito intenso ou correias de carga leve para fora do trajeto ideal.
“transbordam”. A polia de levantamento, como Mesmo a diferença gerada quando o sol aquece
todas as polias principais, deve permanecer um lado da correia pela manhã é suficiente
em alinhamento com a correia, durante todo para causar uma desregulagem. Novamente,
o trajeto do levantamento, ou a correia será a solução seria uma forma de cobertura do
desalinhada. transportador.

Os componentes de rotação podem ter um Em alguns casos, o desenho do transportador


efeito de desalinhamento significativo sobre a não foi suficientemente forte para lidar com os
correia. Os componentes de rotação que são ventos laterais, e o transportador inteiro oscilará
congelados ou desativados devido a acúmulo de para frente e para trás com ventos fortes.
material ou os componentes com acúmulo de O trajeto de uma correia também pode ser
material que alteram sua circunferência podem consideravelmente influenciado por uma ligeira
ser os maiores causadores de um alinhamento alteração na polia de levantamento devido ao
expresso da correia. Consequentemente, os vento cruzado.
pontos de transferência devem ser projetados,
Desregulagem Devido a Falhas de
Figura 16.10 Carregamento
A correia que não O desalinhamento proveniente de problemas
estiver carregada de carregamento normalmente é fácil de se
ao centro será identificar, pois a correia operará em uma
desalinhada,correndo-
se o risco de dano à
posição, quando carregada, e em outra posição,
correia e à estrutura. quando descarregada (Figura 16.10).
Essa observação pode ser confundida em
transportadores mais velhos, onde os anos
de ajustes realizados para “fixar” o trajeto da
correia alteraram o curso natural da correia.

O centro de gravidade da carga buscará o


ponto mais baixo dos condutores convexos

258
Alinhamento das Correias | Capítulo 16

(Figura 16.11). Quando a carga da correia mais próximo de uma ponta do transportador
não está centralizada, o peso da carga empurra do que de outra. Isso pode ser corrigido pelo
a correia para o lado com carga mais leve do desenho adequado do chute de carregamento
transportador. Isso pode ser corrigido por e pelo uso de desviadores, grades e fundos de
ajustes apropriados no chute de carregamento chute ajustáveis, que possam ser adaptados para
ou através do uso de desviadores, grades ou corrigir a colocação da carga na correia.
verso do chute, que podem ser ajustados para
corrigir a colocação da carga sobre a correia. Materiais diferentes na mesma correia
(Consultar Capítulo 8: Chutes de Transferência reversível também podem causar problemas.
Convencionais.) Suponha que a correia tenha sido “configurada”
para alinhamento com materiais com uma
densidade a granel específica. Agora, inverta a
Desregulagem em Correias
Reversíveis direção de trajeto e introduza um material com
densidade a granel diferente, e todos os ajustes
Transportadores reversíveis podem ser de teste aplicados anteriormente poderão
uma fonte especial de frustração. Quando estar errados. A fim de superar esse tipo de
a direção da correia é invertida, as áreas de problema, deve ser conduzida uma investigação
tensão no correame mudam de local em na estrutura para determinar se o contrapeso
relação à polia de condução e à(s) área(s) de das polias de levantamento é insuficiente ou se
carregamento. Imagine haver um transportador os componentes estão desalinhados e devem ser
com um condutor frontal que, à alteração de
uma chave, se torna um condutor traseiro.
feitas as correções conforme a necessidade. 16
Quando o lado superior da correia é operado Problemas com o Trajeto dos
em direção à polia de condução, o lado rígido Transportadores
da correia está em cima. No entanto, quando
a correia é invertida, e o lado superior está se Sistemas de transporte que se movimentam
afastando da polia de condução, o lado rígido (como máquinas de barril, retensores de trajeto
agora está embaixo. O lado de carregamento ou correias alternativas) são consideravelmente
do transportador muda de condição, de influenciados pela estrutura de trilhos sobre a
atraído para empurrado. Uma correia sendo qual eles se movem. Por exemplo, se um trilho
empurrada é inerentemente mais instável que é mais alto ou mais baixo em um determinado
uma correia sendo atraída. Portanto, é mais ponto do que o ponto paralelo no outro
difícil de controlar. trilho, o transportador de trajeto pode parar
ou balançar (às vezes muitos milímetros [in.]
Isso levanta problemas especialmente difíceis, em estruturas altas), causando problemas de
pois todos os componentes agora contribuem desalinhamento da correia.
de forma diferente para os problemas
de alinhamento. A correia pode operar Muitas vezes esse problema é ignorado
regularmente de um lado e desreguladamente quando se tenta encontrar a causa do
quando invertida, pois conjuntos diferentes desalinhamento da correia e do dano resultante.
de roletes e polias controlam o nivelamento A parte do sistema que se “movimenta” pode
da correia. A fim de superar esse tipo de ser estacionada em uma área em que os trilhos
problema, o sistema deve ser investigado para estejam nivelados, quando é feita a investigação.
determinar quais componentes estão fora Os resultados da investigação mostrariam,
de alinhamento. Devem ser feitas correções então, tudo o que está alinhado. No entanto,
conforme a necessidade para o alinhamento de quando o sistema de trajeto é movido para um
todos os componentes de rotação.
Figura 16.11
Outros problemas encontrados e agravados Quando a correia não
pelas correias reversíveis estão relacionados está centralizada, o
peso da carga empurra
ao carregamento descentralizado, múltiplos a correia de forma
pontos de carga e carregamento de materiais desordenada em
diferentes na mesma correia. O carregamento direção ao lado com
descentralizado pode agravar consideravelmente carga mais leve do
transportador.
os problemas de desregulagem em correias
reversíveis, especialmente se a carga for aplicada

259
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

local diferente, a correia é desregulada, pois a entanto, esse método possui uma série de
estrutura de suporte não está nivelada. problemas potenciais. Por exemplo, a corda é
vulnerável a alterações em sua linha. Alterações
Os sistemas de trilhos também devem ser na temperatura ambiente pelo aquecimento
verificados quanto ao alinhamento paralelo. O do sol, ou até mesmo o peso atual da própria
alinhamento inadequado pode causar inclinação corda, pode esticar a corda, alterando a linha.
das rodas de carregamento dentro ou fora dos Outro problema é que não há um meio preciso
trilhos, causando o mesmo efeito que uma de medir um ângulo de 90o a partir da corda. Se
ponta de trilho mais alta que a parte oposta. ela se move ao ser tocada por uma régua ou um
esquadro, a precisão das medidas subsequentes
é destruída.
INVESTIGANDO O PROBLEMA: A
PESQUISA Agora a alta tecnologia, em forma de raios
de luz de um laser colocados paralelamente
O primeiro e mais importante passo no
à estrutura do transportador, fornece uma
teste de um transportador é verificar e alinhar
referência repetida e desobstruída para o
a estrutura. A melhor forma de começar esse
alinhamento de componentes da estrutura de
processo é fazer uma investigação detalhada das
transporte (Figura 16.12).
condições existentes e dos critérios de desenho
originais. Isso permite a realização de correções A tecnologia de teste a laser evita os
16 medidas, retornando o sistema às suas
especificações originais, em vez de adotar uma
problemas encontrados com a velha técnica
da “piano wire” (corda de piano). O laser
abordagem imprudente de uso não planejado. gera um raio perfeitamente reto com uma
faixa de eficácia de 150 metros (500 ft),
O método tradicional de verificar o
com configurações múltiplas que permitem
alinhamento era esticar uma corda de piano
distâncias ilimitadas. Para verificar objetos
de uma ponta a outra do transportador e usar
colocados a ângulos da linha de base, podem
essa corda como uma linha de base para tomar
ser usados prismas para ligar os raios. Com um
as medidas de avaliação do alinhamento. No
direcionador a laser, a equipe de investigação
Figura 16.12 não precisa mais tentar medir uma linha
perpendicular; eles criam uma. Uma vez que o
O raio de luz de um
laser fornece uma raio laser não pode ser tocado, a linha não pode
referência repetida ser acidentalmente desviada no ato de medição.
e desobstruída para
o alinhamento de Muitos operadores não possuem o
componentes da equipamento e a experiência para conduzir
estrutura de transporte.
adequadamente uma investigação a laser.
Portanto, é de grande interesse da operação
contratar um especialista ou um serviço
especializado, com equipamentos e experiência
para conduzir essa investigação. O especialista
Figura 16.13 Estação de Tratamento de Carvão deve investigar a correia, inscrever uma série de
Dados da Polia 950 do Transportador
O relato de investigação pontos de alinhamento ou comparações, criar
a laser deve listar quais Ponta Inicial
8
1
Ponta Final
um relato detalhado e oferecer recomendações
componentes estão 2 de como corrigir os maiores problemas de
4
desalinhados e quanto, 7
alinhamento.
para que a equipe de 3 Levantamento

manutenção da fábrica 6 5

ou o especialista O relato deve listar quais componentes estão


possa ajustar esses desalinhados e quanto, para que a equipe de
componentes para Esquer. Direita Esquer. Direita
manutenção da fábrica ou o especialista possa
melhorar o alinhamento Verificação de Nível Verificação de Equilíbrio

ajustar esses componentes para melhorar


da correia.
Número da Polia
Nível

Lado Direito Lado Esquerdo


Equilíbrio

Lado Direito
o alinhamento da correia (Figura 16.13).
Lado Esquerdo
1
2
0.000
0.000
0.000
0.000
0.125
0.000
0.000
0.000
Ao fazer diversas investigações do mesmo
3
4
0.000
0.000
0.000
0.000
0.000
0.000
1.125
0.000 transportador em intervalos regulares –
5 0.000 0.000 0.000 0.500
6
7
0.000
0.000
0.000
0.000
0.000
0.000
0.000
0.000
anualmente, por exemplo –, a manutenção
8 0.000
Em “Nível”, um número positivo indica que o lado é mais alto.
0.000 0.000 0.000
da fábrica pode fornecer uma verificação
Em “Equilíbrio”, um número positivo indica que o lado está mais avançado.

260
Alinhamento das Correias | Capítulo 16

regular da condição da estrutura de transporte. de teste pode ter um grande impacto com
A investigação dirá se a estrutura está se pouca quantidade de alterações. Em áreas de
deteriorando ou se estão ocorrendo outras alta tensão, há muita tensão sobre a correia
circunstâncias – como subsidência do solo para ajustes relativamente menores, para ter
sob o transportador ou alteração na massa de um impacto tão significativo no trajeto da
contrapeso. Essa informação pode ser usada correia. A tensão da correia normalmente é
para evitar desativações inesperadas e perda maior na polia de condução (Figura 16.14).
consequente de produção, alertando as equipes A área de tensão mais baixa variará no local
de manutenção e engenharia da fábrica para os das polias de suporte e de levantamento. As
problemas, assim que eles se desenvolvem. áreas de baixa tensão são completamente
dependentes de cada transportador e devem
ser identificadas para cada aplicação. A sexta
TESTANDO A CORREIA edição do Belt Conveyors for Bulk Materials,
da Associação de Fabricantes de Equipamentos
Conseguir alinhar a correia no centro da para Transportadores (Conveyor Equipment
estrutura de transporte e dos componentes Manufacturers Association – CEMA) ou um
é um processo de ajuste de condutores e engenheiro de transportadores experiente deve
condições de carregamento para corrigir ser consultado para mais informações.
qualquer tendência da correia de fugir do
trajeto previsto. O primeiro passo é conseguir É importante certificar-se de que o peso
o alinhamento da estrutura com a linha central de levantamento está aplicando a tensão 16
teórica da correia, conforme identificado correta exigida pela correia e os níveis de
na investigação do sistema. Uma vez que a capacidades atuais. Se a correia é tensionada
estrutura esteja alinhada, todas as polias e os inadequadamente pela polia de levantamento,
roletes devem estar alinhados para que o nível é provável que haja diversas variações no trajeto.
e o equilíbrio com a linha de centro estejam
adequados. Assim, deve-se ter atenção para Determinar os Locais de
conseguir o funcionamento ideal da correia. Desregulagem
Ao testar a correia, apenas uma pessoa É melhor que a inspeção de desregulagem
deve ser encarregada desse processo. Quando comece com o primeiro rolete, logo após a área
mais de uma pessoa ajustam o transportador de maior tensão (normalmente onde a correia
ao mesmo tempo, isso pode causar conflitos deixa a polia de condução), uma vez que a
nas “correções”, dificultando a correção do tensão normalmente será menor nessa área, e
trajeto da correia. É importante que sejam continue pelo trajeto da correia até um ponto
mantidos registros, observando as áreas de onde a correia esteja visivelmente desregulada.
problema do transportador e detalhando as
É importante lembrar que a regulagem da
medidas corretivas tomadas. Isso evitará ou, ao
correia em qualquer ponto é mais afetada pelos
mesmo, identificará os problemas provenientes
roletes e outros componentes superiores (os
da correção, recorreção, sobrecorreção
pontos por onde a correia já passou) do que
e contracorreção quando, os problemas
pelos componentes inferiores (os pontos que
reincidirem sobre uma área específica.
a correia ainda não alcançou). Isso significa
que, onde a desregulagem é visível, a causa da
Procedimento de Teste
desregulagem está em um ponto pelo qual a
O que se segue é um processo passo a correia já tenha passado.
passo de teste da correia para correção do
alinhamento de componentes e de problemas Portanto, as medidas corretivas devem ser
de carregamento. aplicadas nos pontos pelos quais a correia
passou antes da área onde a desregulagem
Determinar Áreas de Tensão da é visível. O movimento de um condutor
Correia geralmente apresenta seu maior efeito de teste
em uma área dentro de 5 a 8 milímetros (15 a
Ajustes a componentes em áreas de baixa
25 ft) abaixo.
tensão possuem o impacto maior na correção
do trajeto da correia. Ao ser identificado e
iniciado nas áreas de baixa tensão, o processo

261
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

Figura 16.14 A CORREIA PARA DE OPERAR AQUI TRANSPORTADOR CONDUZIDO PELA FRENTE

TENSÃO MAIS ALTA DA CORREIA


A tensão da correia
normalmente é mais
alta conforme a correia
entra na polia de
condução; as áreas de
baixa tensão variarão
de acordo com o local
das polias de suporte
e de levantamento.
Para testar a correia,
comece a inspeção
de desregulagem
logo atrás da área de
maior tensão (onde a TRANSPORTADOR CONDUZIDO POR TRÁS
correia deixa a polia de
condução).

TENSÃO MAIS ALTA DA CORREIA

16

TRANSPORTADOR CONDUZIDO PELO CENTRO TENSÃO MAIS ALTA DA CORREIA

Testar a Correia correia da polia de condução para o próximo


O transportador deve estar travado / listado componente de rolagem na sequência, o trajeto
/ bloqueado / testado antes da realização de da correia pode ser corrigido pelo ajuste dos
qualquer ajuste nos componentes ou na tensão roletes, em um lugar de cada vez.
da correia para a correção da desregulagem. Ao iniciar com o primeiro ou segundo
Para corrigir o trajeto de operação da correia, condutor colocado antes do ponto onde
é necessário iniciar nas áreas de tensão mais a correia está nitidamente desregulada,
baixa e percorrer o transportador, fazendo o condutor pode ser ajeitado em uma
ajustes aos condutores para mover a correia de direção oposta ao desalinhamento. Então, o
volta para o centro. Assim, seguindo a rota da transportador deve ser reiniciado para verificar
o alinhamento de operação da correia. O
Figura 16.15 transportador precisa ser ativado para avaliar o
A técnica mais básica efeito da correção, mas é importante aguardar
de teste de correia é duas ou três revoluções completas da correia
a alteração do eixo de antes da realização de outros ajustes.
condutores em relação
ao trajeto da correia, É melhor trocar apenas um rolete de
comumente chamada
de “acertando os cada vez, pois controlar roletes adicionais
roletes”. pode causar sobrecorreção ou correções
concorrentes. Se as observações mostram que
o trajeto da correia foi sobrecorrigido, o trajeto
deve ser restaurado pela devolução do rolete
original, em vez de alterar outros roletes.

A correia deve ser regulada vazia em todos


os pontos do transportador, garantindo
especialmente que a correia esteja centralizada,

262
Alinhamento das Correias | Capítulo 16

conforme ela entra na zona de carregamento e também. Deve ser evidente que uma correia
na zona de descarga. possa ser condicionada a operar em direção
reta, com metade dos roletes acertados em
Técnicas para Testes de Correia uma direção, e a outra metade acertada na
A técnica de teste de correia mais básica é direção oposta, mas isso ocorreria em termos
o ajuste de roletes. Testar uma correia usando de aumentar a fricção de rolagem entre a
seus roletes de carga e retorno é bem-sucedido correia e os roletes. Condutores ajustados em
ao se trocar o eixo do rolete em relação ao direções diferentes em uma tentativa de testar
trajeto da correia. Esse método é comumente a correia geram fricção adicional, resultando,
chamado de “acertar os roletes”, pois a base do desnecessariamente, em desgaste aumentado
rolete é ajustada pelo impacto de um martelo na cobertura inferior da correia e consumo de
(Figura 16.15). potência aumentado.

Testar uma correia pela alteração de posição Devem ser feitos ajustes apenas aos roletes –
de um ou mais roletes é igual a ajustar uma nunca às polias. As polias devem ser mantidas
bicicleta com seu guidão (Figura 16.16). niveladas com seu eixo de 90o para o trajeto
Quando você puxa uma ponta do guidão (ou pretendido da correia.
do rolete) em sua direção, a bicicleta (ou a
correia) vira nessa direção. Isso é equivalente Outras Técnicas para Centralizar a
à regra básica de teste de correias: a correia Correia
será ajustada ao lado do rolete que ela tocar Outra abordagem para centralizar a correia é 16
primeiro. sacudir os roletes de carregamento levemente,
até 2o, na direção do trajeto da correia. A
Esse princípio de ajuste do guidão é fricção da correia nos roletes alados gera
interessante, mas apenas se a correia tem um uma força central que é direcionada para a
contato firme com os três roletes convexos. linha central da correia. Isso pode ser feito
Então, antes de testar uma correia, é necessário simplesmente inserindo lavadores de metal
verificar se ela está bem encaixada em
todos os pontos pelo lado de carregamento, Figura 16.16
mesmo quando não carregada. Se ela não
Testar uma correia pela
estiver “encaixada” no vale, pode haver um alteração de posição
problema de compatibilidade com a estrutura de um ou mais roletes
(Figura 16.17). Uma correia muito espessa e é igual a ajustar uma
bicicleta com seu
inadequada para um determinado transportador guidão. Quando você
nunca pode ser alinhada corretamente. puxa uma ponta do
guidão (ou do rolete) em
Os ajustes aos roletes devem ser pequenos. sua direção, a bicicleta
Uma pesquisa da Universidade de Newcastle, (ou a correia) vira nessa
direção.
na Austrália, mostrou que, uma vez que um
rolete é acertado depois de um determinado
ponto, ele não corrigirá mais o trajeto da
correia, pois esta desliza pelo rolete como um
carro escorregando por um caminho de gelo
(Referência 16.2).

Obviamente, essa alteração de roletes é


eficaz apenas para uma direção do trajeto da
Figura 16.17
correia. Um rolete acertado que tenha uma
influência corretiva, quando a correia opera em Para uma correia estar
bem alinhada, ela deve
uma direção, provavelmente desviará a correia se encaixar bem pelo
quando o transportador estiver operando em lado de carregamento
outra direção. do transportador. Se
a correia não estiver
Para transportadores unidirecionais, trocar “encaixada” no vale,
ela nunca pode ser
a posição dos roletes gera benefícios no alinhada corretamente.
teste de correias. No entanto, há empecilhos

263
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

nivelados na direção do lado oposto do quadro variáveis na forma de roletes deliberadamente


de roletes. Muitos fabricantes de roletes desalinhados.
preparam esse balanço em seus produtos.
Assim como “acertando” os roletes, há um Testando a Correia no Uso Inicial
limite de eficácia dessa técnica, e isso aumenta de Novos Transportadores
o consumo de potência do transportador e o Se um novo sistema de transportadores foi
desgaste na cobertura inferior da correia e nos desenvolvido e construído de acordo com
roletes (Figura 16.18). uma prática de instalação e uma engenharia
O método desaconselhável de centralizar agradáveis, a correia provavelmente será
a correia conforme ela se aproxima da polia regulada, no início, em um caminho
traseira é deslizá-la levemente em direções próximo ao desejado. Pode haver variações
opostas (Figura 16.19) ou aumentar as menores da estrutura ideal que resulta, em
pontas opostas dos dois roletes de retorno uma desregulagem da correia. No entanto,
mais próximos da polia traseira (Figura nessas circunstâncias, as variações devem ser
16.20). A teoria é de que essa desregulagem relativamente menores, para que a correia
deliberadamente induzida em direções opostas possa ser operada sem danificação por
produz forças concorrentes que operam tampo suficiente para a realização de um
para centralizar a correia. Embora isso possa procedimento de teste.
parecer razoável na teoria, a aplicação prática O primeiro movimento da correia
16 disso é problemática. Esse método incorpora pelo transportador novo deve ser lento e
instabilidade para o sistema, quando a meta intermitente, para que qualquer tendência de
de operação ideal é a estabilidade. Pode- desregulagem da correia possa ser rapidamente
se argumentar que há suficientemente um reconhecida e a correia possa ser interrompida
problema com o equilíbrio do sistema para que antes que haja danos. As primeiras alterações
opere corretamente, sem adicionar mais duas devem ser feitas nos pontos onde a correia
apresenta risco imediato de dano. Uma vez que
Figura 16.18 a correia esteja livre de pontos de dano, pode
Acertar roletes de ser seguida a sequência convencional de testes
carregamento com a da correia, conforme observado anteriormente.
inserção de lavadores
de metal de superfície
Atenção insuficiente no uso inicial pode
na direção do lado
posterior do rolete acarretar problemas, inclusive danos na
aumentará a força de superfície e corrupção grave, rompimento
centralização da correia, vazamento e danos a outros
LAVADOR componentes do transportador. Para o
uso inicial do transportador, devem ser
posicionados observadores em locais onde haja
previsão de complicações ou onde a correia
apresente maior risco – onde ela entra nos
Figura 16.19 chutes de carga e descarga. Esses observadores
Um método devem ter um rádio, um telefone ou, no
desaconselhável de mínimo, uma chave de emergência de fácil
centralizar a correia
conforme ela se aproxima
acesso.
da polia traseira é deslizar
levemente os dois roletes Em vários casos, pode ser necessário desligar
de retorno mais próximos o transportador, fazer os ajustes indicados e
em direções opostas. reposicionar a correia antes de executar um
novo início.

Figura 16.20 Testes de Correias de Substituição


Aumentar as pontas
Uma correia nova – seja um correame novo
opostas dos dois roletes
de retorno mais próximos em um transportador novo ou uma correia de
da polia traseira é um substituição em um sistema aplicado – muitas
método desaconselhável vezes deve ser gradualmente “ajustada” como
de ajudar na
centralização da correia.

264
Alinhamento das Correias | Capítulo 16

um par de sapatos novos. É relativamente raro Consequentemente, todos os condutores e as


trazer uma correia nova para um transportador polias devem estar em perfeito alinhamento, e
em uso, emendá-la, pressionar o botão de início a emenda deve estar equilibrada para deixar o
do transportador e conseguir alinhá-la no meio sistema o mais limpo ou neutro possível.
da estrutura. Todos os sistemas novos devem
ser operados por diversas horas antes dos testes
finais da correia para ativar os condutores e EQUIPAMENTO PARA TESTE DE
estreitar a correia. CORREIAS
Algumas correias novas tendem a operar A maioria dos transportadores precisa
de um lado, em uma ou mais partes de seu de algumas correções de alinhamento para
comprimento, devido a um câmbio permanente considerar a desregulagem de correia não
ou uma distribuição desigual temporária de prevista ou induzida pelo ambiente. Há
tensão proveniente do armazenamento, do também ocasiões em que o procedimento de
uso ou do ajuste da correia. Em muitos casos, testes não é bem-sucedido em proporcionar
a operação da correia sob tensão por um uma solução a longo prazo para um problema
período de intervalo corrigirá essa condição. de desregulagem. Como resultado, a operação
O carregamento da correia para 60% da é encarada com a repetição frequente (às
capacidade ajudará a correia a se ajustar ao vezes, diária) do procedimento de testes ou
transportador. a instalação de alguma forma de sistema

A estrutura de transporte não pode ser neutra


mecânico de testes de correias para reduzir 16
essa necessidade. Soluções projetadas de testes
à correia nova, particularmente no caso de a são aparelhos que percebem a posição de uma
correia nova ser usada em um transportador em correia e, através de uma alteração geométrica
uso. Se foram feitos numerosos ajustes de testes ou de um mecanismo, ajusta ativamente o
durante o uso para corrigir o desalinhamento da trajeto da correia.
correia anterior, os ajustes podem precisar ser
“desfeitos” para permitir que a nova correia seja Switches de Desalinhamento das
ajustada corretamente. Correias
Embora não seja um componente corretivo,
Testando Correias de Alimentação o switch de desalinhamento de correia é um
As correias de alimentação normalmente equipamento que oferece um controle sobre
são correias curtas, de alta tensão e movimento o alinhamento da correia. Essas chaves são
lento, que usam roletes de superfície ou sensores eletromecânicos que enviam um sinal
condutores tipo suspensão no lado de carga. quando ativados pela correia desregulada.
A emenda de nivelamento é crucial para o Elas são instaladas em intervalos ao longo do
alinhamento nessas correias, e as polias frontais comprimento do transportador de ambos os
e traseiras devem estar perfeitamente alinhadas. lados da correia, próximo ao limite exterior
Os testes devem ser feitos apenas no lado do trajeto seguro da correia. Quando a correia
de retorno de uma correia de alimentação, percorre uma longa distância em uma das
devido à construção e às altas cargas no lado de direções, ela pressiona uma alavanca para ativar
carregamento. Se necessário, pode ser colocado a chave ou enviar um sinal, interrompendo
um único aparelho de testes no centro do o circuito de potência do transportador
retorno, onde há algum desvio na correia, para e parando a correia para que o operador
permitir que o aparelho de testes funcione. tenha a oportunidade de fazer as correções
(Figura 16.21). Em muitos casos, a equipe
Testando Correias Reversíveis da fábrica precisará percorrer o transportador
Nenhuma técnica, como acerto ou choque para reiniciar manualmente a chave, antes
dos condutores, é eficaz nas correias reversíveis. de a operação começar novamente. Alguns
Qualquer correção feita para alinhar uma aparelhos possuem a capacidade de enviar
correia reversível em uma direção terá um sinais múltiplos: o primeiro é um alarme
efeito oposto de desalinhamento para a correia indicando um nível predeterminado de
reversível. Isso torna as correias reversíveis um desregulagem da correia, e o segundo é um
dos desafios mais difíceis de testes de correias. corte na potência condutiva devido a um
problema de alinhamento mais grave.

265
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

Evidentemente, o trajeto de uma chave de chave e retomar as operações do transportador,


desalinhamento de correia é um sinal indicativo mas tanto a luz de alerta do carro quanto a
de que algo está errado com o sistema de chave de desalinhamento da correia deve servir
transporte. É como uma luz em um painel de como um alerta de que pode haver problemas
carro que fica vermelha quando o motor está mais graves e mais caros, possivelmente
quente. É possível ignorar essa luz, reiniciar a catastróficos. As interrupções do transportador
podem ser uma perturbação e acarretar
Figura 16.21 Transportador Ligado prejuízos; cada parada gera ociosidade e perda
Quando a correia de produção. As chaves de desalinhamento da
percorre uma longa correia não são uma solução para o problema
distância em uma das
direções, o dispositivo
de correias desalinhadas; elas são um indicador
de desalinhamento de um problema grave.
ativará a chave ou
enviará um sinal, Soluções Passivas de Alinhamento
interrompendo o
circuito de potência do
transportador e parando
Guias Verticais de Pontas
a correia. O primeiro impulso ao ver uma correia
Posição Normal de operação desregulada pode ser instalar um tipo de
barreira para mantê-la endireitada ou ao menos
Transportador desligado
para evitar obstáculos (Figura 16.22). Uma
16 versão dessa abordagem simples de problemas
pequenos de alinhamento é a guia vertical
de ponta (Figura 16.23). Esses aparelhos
colocam um objeto ou um rolete em um
espaço simples próximo à ponta da correia.
As guias verticais de ponta são instaladas em
uma posição aproximadamente perpendicular
ao trajeto da correia, para manter a ponta da
correia longe da estrutura de transporte. Essas
guias laterais não testam a correia. Em vez de
A Correia Desregulada Mudou a Chave para a Posição impedir sua desregulagem, elas desempenham
“Transportador Desligado”
uma função de controle de dano, permitindo
que a correia se choque com uma superfície
Figura 16.22
de rolagem em vez do aço desmedido da
estrutura. As guias verticais de ponta são mais
O primeiro impulso
pode ser instalar um
eficazes em instalações de correias curtas e de
tipo de barreira para baixa tensão, onde a correia pode ser forçada
manter a correia longe a manter a posição através da força bruta na
de obstáculos. ponta da correia. As guias verticais de ponta
podem permitir um dano grave na correia ou
na estrutura, quando a correia ultrapassa a guia
em direção à estrutura ou quando a guia causa
travamento na correia. As guias verticais de
ponta não devem ser usadas para compensar
problemas persistentes de desalinhamento. Elas
não são particularmente eficazes em correias
muito finas.
Figura 16.23
As guias verticais de
ponta colocam um
Condutores-V
objeto ou um rolete em A adição de outro equipamento que pode
um espaço simples
ajudar a solucionar a desregulagem da correia
próximo à ponta da
correia para manter esta é a instalação de condutores -V no retorno
longe da estrutura de da correia. Eles têm se tornado popular em
transporte. transportadores mais longos de alta tensão.
Eles estão disponíveis em duas versões: roletes

266
Alinhamento das Correias | Capítulo 16

-V tradicionais (Figura 16.24) e roletes -V Soluções Dinâmicas de Testes


invertidos (Figura 16.25). Os dois sistemas Há uma série de sistemas dinâmicos
formam um vale para a correia, a fim de auxiliar de alinhamento de correia: sistemas que
no ajuste ao centro. Eles confiam em uma força movimentam componentes para corrigir o
centralizada para corrigir o trajeto da correia trajeto da correia quando ativados. Esses
para que eles apliquem uma força adicional sistemas de testes de correia são elaborados
sobre a correia, que pode causar danos. para “auto-alinhamento”. Isso significa que a
Esses sistemas são mais caros e requerem força da correia desalinhada faz o próprio rolete
uma manutenção mais considerável que um se substituir, gerando uma ação condutora que
condutor de retorno convencional. direciona a correia de volta ao centro.

Polias “Coroadas” Como com o ajuste dos condutores fixados,


Polias com diâmetros mais largos no centro a força corretiva de um condutor deslizado
que nas laterais são usadas algumas vezes para alcança um limite conforme o ângulo de desvio
fornecer um efeito de centralização (Figura do rolete aumenta. Todos os componentes
16.26). Essas polias “coroadas” também de teste eventualmente alcançarão esse limite.
operam a partir de um princípio básico de É mais eficaz estimular correções rápidas de
alinhamento. Como a parte elevada da polia ângulo baixo do desalinhamento da correia do
(a coroa) toca a correia primeiro, ela conduz que aguardar por um ângulo maior.
a correia ao centro. As seções externas da
correia nos dois lados produzem uma força
Muitas soluções de alinhamento são a 16
fonte da sua própria destruição. Como elas
que a conduzem ao centro. Se a correia estiver são elaboradas para fornecer uma influência
centralizada, essas forças se cancelam. Se a
correia estiver desalinhada e desregular um dos Figura 16.24
lados da polia, a força de fricção será maior em
Os rooletes-
um lado, empurrando a correia de volta para o Vtradicionais formam
centro. um vale para manter a
correia centralizada.
As polias coroadas são mais eficazes em
transportadores com correias curtas de baixa
tensão. Com correias de alta tensão ou de
cabo de aço, é obtido um efeito pequeno de
condução a partir da coroa da polia. Isso ocorre
Figura 16.25
porque a força centralizada gerada é menor em
magnitude do que as forças de desalinhamento, Embora instalados em
uma tentativa de manter
e a maioria da força de contato entre a correia e o ciclo de retorno da
a polia está nos limites externos da polia, devido correia em alinhamento,
à transição da correia. As polias coroadas são os roletes-Vinvertidos
mais eficazes onde há uma faixa longa não causam riscos de dano
à correia.
suportada – quatro vezes a largura da correia,
ou maior –, alcançando a polia. Como esse
espaçamento normalmente não é possível
no lado de carga do transportador, o uso de
polias frontais coroadas é relativamente ineficaz
e pode não valer a pressão que ele produz
na correia. Elas são mais eficazes, de certa
forma, quando usadas como polias traseiras do
Figura 16.26
transportador. (Consultar Capítulo 6: Antes
Polias com uma “coroa”,
da Zona de Carga.) Outro problema com as ou seja, com diâmetros
polias coroadas é que elas podem gerar uma maiores no centro do
limpeza de correia ineficaz, pois a(s) lâmina(s) que nas margens, são
de limpeza podem não ser compatíveis com a usados algumas vezes
para fornecer um efeito
superfície total da correia. de centralização.

267
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

corretiva sobre o trajeto da correia, elas estão em vez de apenas “ajustá-la”.


particularmente vulneráveis a acúmulos de
material fugitivo. As pilhas de vazamento Todos esses sistemas operam sob a
podem bloquear sua faixa de movimentação desvantagem de estarem “depois do fato”:
ou devastar o comportamento principal eles corrigem o desalinhamento depois de
(Figura 16.27). Isso pode travar o rolete ele já ter ocorrido. Precisa ocorrer uma dada
de alinhamento de correia em uma posição quantidade de desregulagem antes que a
onde ele funcione como um rolete de correção necessária seja adotada. Mas esses
“desalinhamento”. Ele, então, empurra a sistemas realmente funcionam como uma forma
correia para fora do trajeto ideal, gerando (ou de seguro contra um problema que se torne
agravando) o problema para cuja correção ele tão grave que a correia sofra danos custosos,
foi instalado. Para corrigir o sistema desalinhado antes que o desalinhamento seja descoberto e
atual, a equipe de manutenção pode apertar o corrigido.
rolete de alinhamento (aproximadamente) para
a posição correta (Figura 16.28). Nesse caso, Alinhadores de Rolamentos
quando a solução de alinhamento não é capaz Sensíveis em Linha
de funcionar corretamente, é melhor removê-la O modelo de alinhamento de correia mais
simples, o alinhador do rolamento sensível,
Figura 16.27 possui um rolete de carregamento em um
As pilhas de vazamento espaço montado em um suporte central
16 podem bloquear a faixa
principal (Figura 16.29). Os roletes-guia
de movimentação do
rolete de alinhamento verticais que atuam como sensores no trajeto da
ou devastar o correia são montados nos dois lados da correia,
comportamento paralelamente com os roletes, com sua linha de
principal.
centro operando através do ponto principal do
rolete. O movimento da correia contra qualquer
um desses sensores causa o movimento do rolete
em direção ao desalinhamento da correia. Isso
abrange o condutor inteiro. Ao adotar a regra
básica de alinhamento em que a correia sempre
se movimenta em direção ao lado que ela toca
Figura 16.28 primeiro, o rolete envolvido conduz então a
Para corrigir o sistema correia fora de linha de volta ao trajeto previsto.
desalinhado, o roolete
de alinhamento às vezes No entando, esses rolamentos sensores
é “apertado” – preso na têm pouca aplicação. Eles exigem uma
posição supostamente
certa. Mas alterações
força considerável da lateral da correia em
nessas condições movimento para gerar uma correção. Com esse
provavelmente causarão modelo, a correia é desregulada de lado a lado;
a incorreção da a ação corretiva é causada literalmente pelas
posição.
batidas da correia de um lado para o outro.
Quando ocorre a ação corretiva, o rolete pode
bater com tanta força que a correia então é
direcionada completamente para o outro lado
Figura 16.29 da estrutura; a correia, por sua vez, toca o rolete
O alinhador do
no outro lado do rolete de alinhamento, que
rolamento sensível corrige o trajeto da correia na outra direção.
possui um rolete de Como o rolete de alinhamento possui um único
carregamento em ponto central principal, o movimento da correia
um suporte central
principal, com roletes-
leva para um lado o rolete-guia oposto a um
guia verticais montados contato forte e fustigante contra a correia, que
nos dois lados da pode causar dano na lateral. A correia pode
correia paralelamente ser mantida em movimento, para frente e para
ao rolete.
trás, entre os dois lados, causando risco de dano
lateral e uso excessivo do rolamento do pivô.

268
Alinhamento das Correias | Capítulo 16

Alinhadores de Rolamentos corda ou um fio. Então, o dispositivo de


Sensíveis teste é equivalente a uma roldana “afetada”
O modelo mais comum de alinhador de (Figura 16.33). A razão para que eles
correia tem um rolamento de carga (ou uma estejam “amarrados” começa no modelo. Os
peça convexa) preso em uma estrutura que rolamentos sensíveis balançam em um arco
é montada em um mancal de pivô central perto do pivô central; por isso, os roletes
(Figura 16.30). Os rolamentos condutores devem ser espaçados longe o suficiente para
são montados em braços curtos e posicionados não pressionar a correia quando eles atingirem
de 25 a 75 milímetros (1 a 3 polegadas) da posições extremas. Conforme o pivô fixa-se
correia em ambos os lados. Os rolamentos são
posicionados antes do rolete pivô; por isso a Figura 16.30
designação alinhadores de rolamentos sensíveis O modelo mais comum
(Figura 16.31). Alguns modelos inclinam de alinhador de
a passagem do pivô levemente na direção do correia, o alinhador
de rolamento sensível,
tráfego da correia para melhorar a sensibilidade possui um rolete
do alinhador. Os alinhadores de rolamentos central montado num
sensíveis estão disponíveis, projetados para uso mancal de pivô; os
roletes condutores são
no lado superior (ou carregador) da correia e no
posicionados em braços
lado inferior (ou de retorno). curtos, em ambos os

O movimento da correia contra cada


lados, antes do rolete
de posicionamento.
16
rolamento condutor leva a roldana a oscilar,
corrigindo a superfície da correia em direção
ao centro. Novamente, como a correia sempre Figura 16.31
se move em direção ao lado que ela toca Em um alinhador de
primeiro, o rolamento do pivô direciona a rolamento sensível, os
correia desalinhada de volta para a superfície roletes condutores são
montados em braços
apropriada. curtos à frente do rolete
do pivô.
Rolamentos sensíveis instalados em braços
curtos antes da roldana de direção possuem
levemente mais elevação do que as roldanas Figura 16.32
sensíveis alinhadas, mas eles ainda requerem Os alinhadores de
uma força considerável do centro da correia rolamentos sensíveis
para fazer a correção. Consequentemente, esse estão sujeitos a acúmulo
de materiais que
modelo de alinhador sofre todos os problemas
podem “congelar” os
de atraso, pressão e materiais fugitivos da alinhadores no local.
roldana sensível alinhada.

O alinhador de rolamento sensível é a


roldana de alinhamento mais popular e mais
comum. Ele é fornecido como equipamento
original em quase todas as vendas de
transportadores novos. É tipicamente instalado
a intervalos de aproximadamente 30 metros
Figura 16.33
(100 pés), nos lados de carga e de retorno.
Para controlar
Em campo, todavia, esses alinhadores movimentos erráticos,
os alinhadores de
são comumente vistos em duas condições correia são comumente
insatisfatórias. A primeira condição é o “amarrados” ou presos
resfriamento por acúmulo de materiais ou em um lugar com uma
corrosão do pivô central (Figura 16.32). corda ou um fio.
Esse problema pode ser resolvido com uma
manutenção melhor ou uma maior qualidade
do ponto do pivô. A segunda condição é
a fixação – preso em um lugar com uma

269
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

na mesma posição por acúmulo de material, Esses alinhadores carregados de mola


falta de manutenção ou corrosão, a roldana sensíveis e guias tendem a ter rolamentos
não vai reagir até que a correia tenha desviado sensíveis instalados em braços longos, em vez
uma distância igual a esse espaçamento largo. de condutores direcionadores. Isso proporciona
Consequentemente, a roldana empurra demais mais elevação e uma grande vantagem mecânica
e, por esse motivo, torna-se um sistema de em converter desvio da correia em torque
controle instável. As roldanas geralmente direcionador. Não há atraso na reação desse
reagem, trazendo resultados imprevisíveis e, alinhador, devido ao fato de que o rolamento
como um resultado, os alinhadores de correia sensível está em constante contato com a
são frequentemente “amarrados”. correia. Também não há pressão, pois há
apenas um rolamento sensível. Por causa da
Alinhadores de Molas de Torção constante ação de “afinação” do rolete, é difícil
O alinhador de mola de torção é uma materiais fugitivos se acumularem a ponto de
versão aprimorada do alinhador de rolamento poderem impedir a ação de pivotamento do
sensível (Figura 16.34). Esse sistema remove dispositivo roteador.
um rolamento sensível e incorpora uma mola Uma desvantagem desse alinhador é o fato de
no pivô (Figura 16.35). Essa mola mantém que ele não pode funcionar com um conjunto
o rolete sensível restante em contato com o de roletes ângulados. Além disso, pelo fato de
centro da correia todas as vezes. Conforme a o rolamento único estar em contato constante
16 correia desvia em qualquer direção, o condutor
vai compensar balanceando e direcionando a
com a correia, esse rolamento é sujeito a trocas
mais frequentes, em comparação com os
correia. alinhadores de rolamentos sensíveis e guias.
Figura 16.34
Alinhadores de Correia Multipivô
O alinhador de mola
de torção usa apenas Há outro sistema de rastreio de correia que
um rolamento sensível usa a força da correia desviante para posicionar
que está em contato
contínuo com a correia.
um rolete direcionador e, então, corrigir a
superfície. Esse dispositivo usa um sistema
multiplicador de torque, de pivô múltiplo, para
ajudar uma vantagem mecânica a melhorar
a correção da superfície da correia (Figura
16.36).

Esse tipo de dispositivo de teste transfere o


movimento de desvio para o rolete direcionador
Figura 16.35 através de uma ligação paralela única (Figura
O alinhador de mola de
16.37). Isso requer menos força para iniciar
torção incorpora uma a correção, e, conforme ele direciona, é
mola no ponto pivô. necessário menos força para virar a correia. O
teste de correia se torna uma contínua, ativa e
precisa afinação da superfície da correia. Esse
projeto está disponível em modelos para o lado
alimentador (ou lado carregador) ou o lado de
retorno do transportador (Figura 16.38).

O dispositivo de teste pivô mútliplo usa


Figura 16.36 rolamentos-guia que são postos muito perto
Alinhadores de correia – 6 milímetros (1/4 polegadas) – da correia
multipivô usam um
sistema multiplicador de
(Figura 16.39). Com os rolamentos postos
torque para ajudar uma ao centro da correia, o dispositivo consegue
vantagem mecânica a sentir os menores movimentos da correia
melhorar a correção da e fazer correções após alinhamentos muito
superfície da correia.
leves. Mais do que esperar por uma poderosa
força de desalinhamento, o dispositivo de
teste de correia mutlipivô/pivotador ajusta

270
Alinhamento das Correias | Capítulo 16

constantemente, reagindo a forças menores e normalmente é inclinada na direção de tráfego


promovendo correções precisas, contínuas do da correia, para melhorar a sensibilidade
rolamento direcionador. desse tipo de rolete de alinhamento. Alguns
fabricantes têm usado rolamentos de fita
Os rolamentos sensíveis do alinhador coberta por borracha para melhorar o
multipivô usam braços mais longos para desempenho e resolver esse problema de
aumentar a distância entre os rolamentos-guia roteamento (Figura 16.42 e 16.43).
e o condutor de direcionamento. Isso permite
ao braço de torque da unidade agir como uma Quando uma correia se desvia para um
força multiplicadora, aumentando a vantagem
mecânica da ação direcionadora. Como
Figura 16.37
resultado, esse sistema de teste de correia pode
corrigir o alinhamento da correia com metade Em função de transferir
a movimentação do
da força requerida para condutores de rastreio desalinho para o rolete
convencionais. direcionador através
de uma ligação única
Diferentemente de outros dispositivos de paralela, o sistema
teste, o dispositivo pivô-múltiplo é instalado multipivô requer menos
força para iniciar a
de forma que cruze o rolamento direcionador correção, e, conforme
antes que ele atinja os rolamentos-guia (Figura ele se direciona, é
16.40). Isso significa que os rolamentos-guia
ajustam a superfície da correia “corrigida”
necessária menos força
para virar a correia.
16
preferencialmente à superfície da correia
desalinhada. O resultado é um rolamento
que está trabalhando continuamente para
prevenir a correia de mover-se para muito
longe da superfície adequada. O modelo
multipivô permite aos rolamentos se moverem
perpendicularmente à linha central da estrutura,
enquanto direciona o rolete de direcionamento
ao ângulo apropriado, em vez de pivotear e Movimentos
pressionar o centro da correia.

Variações de Alinhadores de
Correia Multipivô Figura 16.38
Muitos fabricantes têm criado uma O alinhador multipivô
modificação sútil para o dispositivo de teste de está disponível nos
correia mulipivô (Figura 16.41). Esses usam a modelos para o lado
angulado (ou lado
mesma geometria de amplificação de força, mas carregador) ou o
o rolete desliza lateralmente tão bem quanto lado de retorno do
pivoteia. Com o sistema condutor deslizante, o transportador.
rolamento sensível deve superar a resistência de
pivotamento tanto quanto a força de fricção de
tentar mover rolete sob a correia. Isso diminui
muito a força de direcionamento absoluta desse Figura 16.39
sistema de teste.
Com os rolamentos
postos ao centro da
Alinhadores de Pivotagem Livre correia, os dispositivos
de alinhamento
Fabricantes têm desenvolvido roletes de multipivô podem
alinhamento onde o rolamento de direção sentir movimentos
também serve como rolamento sensor. Com menores da correia e
fazer correções após
esse modelo, há um suporte no centro do desalinhos muito
rolamento, de modo que o final do rolamento delicados.
possa girar em torno do eixo desse rolamento,
assim como rolar. A manivela do pivô

271
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

lado do rolamento, ela cria uma grande força volta para o centro. Quando a correia está se
de fricção naquele lado. Como reação, o movendo, a força em cada lado do condutor
rolamento do alinhador vai pivotear, movendo- equilibra-se, e o condutor volta à posição que é
se para a direção em que a força sinuosa o perpendicular à superfície da correia.
estiver empurando. De acordo com o princípio
básico do direcionamento de correia, o Embora essa solução seja efetiva e tenha
rolamento pivô vai direcionar a correia de poucas partes móveis, ela ainda envolve uma
estrutura de suporte complexa, que é suscetível
Figura 16.40 a resíduos/pós/sucatas do ar. Como as forças
Com os dispositivos
que fazem a unidade pivotear são muito
de alinhamento pequenas, a unidade deve estar bem solta para
mulipivô, a correia pivotear/balancear. Tal liberdade permite que
cruza o rolamento a unidade seja influenciada por condições
direcionador antes que
ele atinja os rolamentos
ambientais muito diferentes, fazendo, então,
guia. Dessa forma, com que ela balanceie/pivoteie quando a
os rolamentos-guia correia não está vagando.
ajustam a superfície
“corrigida” da correia
preferencialmente à Alinhadores para Transportadores
superfície da correia Reversíveis
desviada.
Transportadores que correm em duas
16 direções têm sido sempre a “última fronteira”
do rastreio de correia. Com transportadores
reversíveis, mesmo os funcionários mais
Sentido do desvio experientes da fábrica hesitam em ajustar
da correia os condutores e realizar os “truques” de
manutenção tipicamente usados para testar
correias vagantes.

Alguns fabricantes têm desenvolvido


Figura 16.41 alinhadores para correias reversas. Os
alinhadores de rolamentos sensíveis em linha
Alguns dispositivos
alinhadores de correia vão orientar corretamente essas correias, pois
multipivô oferecem os sensores não dependem da direção. Os
rolamentos que alinhadores de molas de torção podem ser
deslizam lateralmente modificados para acomodar correias reversas.
tão bem como pivoteam/
balanceiam. Adicionando um segundo braço e um sensor
na direção oposta, permite-se que o alinhador
de mola de torção troque os braços sensíveis
com base na direção do movimento da correia
(Figura 16.44).

Esses alinhadores reversíveis terão seus


benefícios e inconvenientes associados com seu
uso em transportadores unidirecionais.
Sentido do desvio
da correia
INSTALAÇÃO DE DISPOSITIVOS DE
ALINHAMENTO DE CORREIA
Dispositivos de alinhamento podem ser
Figura 16.42 instalados em qualquer ponto que a superfície
Alguns fabricantes usam
da correia precise de ajuste. Eles devem ser
roletes de fita coberta instalados aproximadamente de 3 a 4 vezes a
por borracha para largura da correia, à frente do ponto de desvio.
melhorar o desempenho O transportador deve estar isolado/etiquetado
do alinhador de livre
rotação/movimentação/ /bloqueado/testado antes de se instalar um
pivotagem.

272
Alinhamento das Correias | Capítulo 16

alinhador de correia. adjacentes. Isso aumenta a pressão da correia


sobre os dispositivos de rastreamento e melhora
Os locais típicos em que dispositivos de teste a ação corretiva. Isso é aplicável a ambos os
de correia são instalados incluem (Figura condutores autoalinháveis consumidos (lado
16.45): carregado) e planos (lado de retorno). Alguns
fabricantes de roletes de alinhamento preparam
A. Logo antes de a correia entrar na polia
esse recurso nos seus vários modelos.
traseira, para garantir que ela esteja
centralizada na polia e na zona de carga. Outra técnica para melhorar o desempenho
B. Um pouco depois da zona de carga,
assegurando que a correia carregada esteja Figura 16.43
trafegando no centro. Rolamentos cobertos
C. Logo antes da polia de descarga, garantindo por borracha melhoram
o desempenho desse
que a correia esteja no centro antes de ela
dispositivo de teste de
chegar ao final e descarregar a carga. correia.

Dispositivos de teste dinâmicos podem ser


instalados por toda a extensão do transportador,
especialmente para cobrir qualquer problema.
Pode ser necessário que dispositivos de teste
sejam instalados para corrigir a superfície/ 16
pátio em qualquer lugar em que a correia se
aproxime do final. Os alinhadores de correia
não devem ser posicionadas tão próximos
uns dos outros de forma que eles “estejam Figura 16.44
competindo” ou em direcionamento contrário Adicionando um
um do outro. Deve haver de 21 a 50 metros (70 segundo braço e um
sensor na direção
a 150 pés) entre as unidades, dependendo da oposta, permite-se que
severidade do problema de desalinho (Figura o alinhador de mola de
16.46). torção seja usado em
correias reversas.
Ao instalar qualquer forma de dispositivo
de alinhamento dinâmico, o rolamento
central é naturalmente elevado de 12 a 19
milímetros (1/2 a 3/4 polegadas) mais alto do
que os rolamentos dos roletes convencionais

Figura 16.45
Os locais típicos em que
dispositivos de teste são
instalados incluem:
A. Logo antes de a
correia entrar na polia
traseira.
B. Um pouco depois da
zona de carga.
C. Logo antes da polia
de descarga.

Figura 16.46
Alinhadores de correia
devem ser posicionados
de 21 a 50 metros
(70 a 150 pés) de
distância para prevenir
que compitam ou
21 a 50 metros contradigam a ação de
21 a 50 metros
(70 a 150 pés) direcionamento uns da
(70 a 150 pés) outros.

273
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

Figura 16.47
Para melhorar
o desempenho
de sistemas de
rastreamento de correia
de retorno, um condutor
de retorno pode ser
instalado antes do
Rolete de Retorno
dispositivo acima da
correia para aumentar a
aderência do condutor
de teste na correia.

Dispositivo de Alinhamento

dos sistemas de roletes de teste de retorno é de manutenção assídua. O alinhamento


reinstalar um rolete de retorno convencional da correia deve ser revisado em uma base
na direção sobre o dispositivo de tráfego acima regular, e correções devem ser feitas conforme
da correia, a fim de empurrar a correia para necessário e documentadas.
baixo, aumentando a pressão no condutor de
Dispositivos mecânicos de alinhamento
16 teste, permitindo-o operar mais eficientemente
(Figura 16.47). também devem ser inspecionados
regularmente. A maioria dos dispositivos
Rolamentos de borracha são comumente mecânicos de teste contém partes móveis que
úteis em dispositivos de tráfego da correia, são vulneráveis à contaminação. Os dispositivos
particularmente onde o material é escorregadio devem ser inspecionados para determinar
ou a correia está molhada por causa do clima que todas as partes estão aptas a moverem-se
ou do processo. Esses rolamentos podem e o dispositivo ainda está roteando a correia
requerer troca mais frequentemente do que apropriadamente. (Veja Capítulo 27: Vistoria
rolamentos de “caixa de aço”, mas pode ser do Sistema de Transportador de Correia.)
necessário atingir a fricção ideal para dirigir a
correia. O pessoal da manutenção deve procurar por
condições fora do normal ou coisas que tenham
mudado que possam afetar o alinhamento da
correia. Mudanças podem ser qualquer coisa,
MANUTENÇÃO DO SISTEMA
tais como o acréscimo de uma nova peça
Rastrear um transportador é uma função de equipamento, uma saliência na estrutura
de manutenção. Em função de a correia estar onde um pedaço de algum equipamento
se movendo e sob carga, o teste de correia pesado tenha batido com o transportador ou
está sujeito a problemas/correções, exigindo mudanças na condição do material que afetem
inspeção assídua e provavelmente manutenção. a textura padrão. Como visto anteriormente, o
desalinhamento tem muitas causas, e pequenos
Uma vez que uma correia está propriamente distúrbios podem resultar em um incidente de
testada, uma operação deve incluir checagens desalinhamento maior.
em seu alinhamento, como parte do programa

QUESTÕES DE SEG UR ANÇA

Em algumas organizações, testado antes que se realizem ajustes aos


é comum fazer ajustes para componentes ou que a tensão da correia
corrigir o rastreamento da correia enquanto esteja em ordem para corrigir o desalinho.
o transportador está em operação. Todavia, Enquanto aderir a essa prática possa exigir
um programa de segurança responsável irá que se ligue e desligue a correia várias vezes
sempre recomendar que o transportador para observar o efeito das correções, esse é o
esteja habilitado/rotulado/bloqueado/ jeito seguro de se testar uma correia.

274
Alinhamento das Correias | Capítulo 16

implicações na demanda de energia do sistema.


ESPECIFICAÇÕES TÍPICAS
Há diversos estilos de roletes de alinhamento,
Dispositivo de Teste de Correia
todos desenhados para exercer uma força
A. Testador(es) de correias. centralizadora na correia perpendicularmente
Para controlar a superfície da correia e à direção de tráfego. Essa força centralizadora
prevenir seu desalinhamento, um ou mais deve ser considerada no cálculo de consumo de
dispositivos de teste de correias serão energia do transportador.
instalados no transportador.
Analisar o consumo de energia de um rolete
B. Correção da superfície da correia. de alinhamento requer conhecimento sobre a
Os dispositivos de teste de correia vão carga no rolete. Essa carga deve-se ao peso da
perceber qualquer desalinho da correia em correia e de qualquer componente da tensão da
movimento e usar a força desse desalinho correia partindo do desalinhamento do rolete.
para articular um rolete. Esse rolete irá Em operação, o típico rolete de alinhamento
direcionar a correia de volta para o centro pode servir de pivô de 2 a 5o. É uma prática
da estrutura. comum instalar roletes de alinhamento de 12 a
19 milímetros (1/2 a 3/4 polegadas) acima dos
C. Alocação. roletes padrão. Isso resulta em uma maior carga
Para manter a correia centralizada na zona nesses roletes, o que gera força centralizadora
de carga do transportador, um dispositivo suficiente para influenciar o rastreamento
da correia carregada. Essa carga extra é
16
de teste de correia será instalado no retorno
do transportador, conforme a correia descrita pela Associação dos Fabricantes de
entra na polia traseira. Para se certificar de Equipamentos para Transportadores (do inglês,
que a correia carregada está centralizada CEMA) em Belt Conveyors for Bulk Materials,
corretamente, um segundo dispositivo sexta edição, como carga de desalinhamento do
de teste de correia será instalado na saída rolete (do inglês, IML).
da zona de carga. Dispositivos de teste Quando um rolete é um pivô, ele exercerá
adicionais serão alocados ao longo do uma força na correia em direção perpendicular
transportador, conforme necessário, para ao rolete-pivô. Isso é chamado de força de
correto tráfego da correia. desalinhamento e pode ser calculado (Equação
16.1).

TÓPICOS AVANÇADOS O componente da força de desalinhamento


na direção do percurso da correia é chamado
Consumo de Energia e Alinhadoores de força de sucção de desalinhamento e
de Correia também pode ser calculado (Equação 16.2).
Qualquer alteração no equipamento
de rolagem do transportador, de roletes A força de sucção de desalinhamento é usada
com desvios à instalação de dispositivos para achar a força requerida para compensar
de alinhamento mecânicos especiais, tem um rolete de rastreamento (Equação 16.3).

Tr = PIW · BW · tan φ Equação 16.1


Dado: Uma correia de 450 milímetros (18 polegadas), com uma tensão de 17,5 newtons por milímetro (100 Calculando a força de
lbf/polegada) movimenta-se sobre um rolete pivotado a 3,5o Encontre: A força de desalinhamento exercida desalinhamento.
pelo rolete.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais
Tr Força de Desalinhamento Newtons libras-força
Tensão da Correia por Unidade
PIW 17,5 N/mm 100 lb f /in.
de Largura da Correia
BW Largura da Correia 450 mm 18 in.
φ Desalinhamento do Rolete 3,5° 3.5°
Métrica: Tr = 17,5 · 450 · tan 3,5 = 481
Imperial: Tr = 100 · 18 · tan 3.5 = 110
Tr Força de Desalinhamento 481 N 110 lb f

275
Seção 3 | Ciclo de Retorno da Correia

Essa força adicional requerida deve ser a solução pode requerer mais força do que
multiplicada pelo número de roletes de o rolete do transportador pode fornecer. A
rastreamento instalados. maioria das empresas de engenharia tem
um fator de segurança aceitável para lidar
É interessante notar que uma correia com imprevistos tais como esse, quando
de 1.800 milímetros (72 polegadas), com desenhado de um transportador, mas trata-se
uma tensão de 175 newtons por milímetro de interesse máximo de operação verificar se
(500 PIW), no lado frouxo terá uma força seu transportador tem força suficiente para lidar
centralizadora de aproximadamente 9,640 com essas cargas altas.
newtons (2.200 lbf) e uma componente de
força centralizadora na direção do percurso de
aproximadamente 589 newtons (134 lbf). Um
CORREIAS NO MUNDO REAL
condutor de tráfego nessa correia requer 1.177
quilowatts (1,6 cv) por rolete de rastreamento. Finalizando…
Se o rolete programável congela, parando de No mundo real, correias transportadoras
rodar e não servindo mais de pivô, ele pode vagueiam. Mas permitir que uma correia
adicionar uma exigência de força substancial. cronicamente saia de rota pode guiar para
danos pessoais, escape de materiais fugitivos
A energia consumida pelas soluções de e danos à estrutura do transportador e da
percurso deve ser considerada ao se selecionar
16 uma solução de percurso. Enquanto alguns
correia. Além disso, configurar uma correia sem
qualquer conhecimento dos efeitos de medidas
métodos de treinamento podem ser eficientes, de configuração pode resultar no uso de energia

Equação 16.2 Tm = Tr · sin φ


Calculando a força de Dado: Uma força de desalinhamento de 481 newtons (110lbf) e um rolete-pivô de 3,5 graus. Encontre: A
alinhamento de sucção força de desalinhamento de sucção.
Variáveis Unidade Métrica Unidade Imperial
Força de Desalinhamento de
Tm newtons libra-força
Sucção
Força de Desalinhamento
Tr 481 N 110 lb f
(Calculada na Equação 16.1)
φ Desalinhamento do Rolete 3,5° 3,5°
Metric: Tm = 481 · sin 3,5° = 29
Imperial: Tm = 110 · sin 3.5° = 6.7
Força de Desalinhamento de
Tm 29 N 6,7 lb f
Sucção

Equação 16.3
P = Tm · V · f · k
Calculando a força para
compensar um rolete Dado: Um rolete desalinhado exerce 29 newtons (6.7 lbf) em um sistema transportador. A correia está
programável trafegando a 2 metros por segundo (400 pés/min). A interface de fricção entre a correia e o rolete é 1.
Encontre: A força adicionada à fonte em função do rolete programável.
Variáveis Unidade Métrica Unidade Imperial
P Força Adicionada à Fonte da Correia quilowatts cavalo-vapor
Tm Força de Desalinhamento de Sucção 29 N 6,7 lb f
(Calculada na Equação 16.2)
V Velocidade da Correia 2,0 m/s 400 ft/min
f Coeficiente de Fricção 1,0 1.0
k Fator de Conversão 1/1000 1/33.000
29 · 2 · 1
Métrica: P = = 0,058
1000
6.7 · 400 · 1
Imperial: P = = 0.081
33,000
P Força Adicionada à Fonte da Correia 0,058 kW 0.081 hp

276
Alinhamento das Correias | Capítulo 16

exagerada, falhas de componentes e dano à


REFERÊNCIAS
correia.
16.1 Cukor, Clar. (Undated). Tracking: A
Há uma variedade de roletes autoalinháveis Monograph. Scottdale, Georgia: Georgia
que pode ajudar no controle da rota da correia. Duck and Cordage Mill (now Fenner
Mas é importante notar que operações de Dunlop).
transporte não devem depender desses roletes
programados para superar desalinhamentos 16.2 Barfoot, Greg J. (January/March 1995).
brutos da estrutura do transportador ou “Quantifying the Effect of Idler Misalign-
problemas de carga contínuos e significativos. ment on Belt Conveyor Tracking,” Bulk
O trabalho ininterrupto de roletes programados Solids Handling, Volume 15, #1, pp.
indica problemas mais sérios que devem ser 33–35. Clausthal Zellerfeld, Germany:
identificados e corrigidos. É muito melhor Trans Tech Publications.
descobrir qual o real problema e fazer as
correções necessárias.

Enquanto o vagar da correia é um problema


complexo, ele pode ser controlado por se
identificar pró-ativa e sistematicamente as
raízes do desalinho e eliminá-las. Alinhar uma
correia é uma habilidade que leva tempo para
se aprender e é melhor que seja deixado para
16
um empregado qualificado e experiente ou uma
pessoa autorizada.

A Seguir…
Este capítulo sobre Alinhamento das
Correias, o último capítulo da seção Ciclo de
Retorno da Correia, explicou como materiais
fugitivos podem causar o desalinhamento da
correia e como, por sua vez, o desalinhamento
da correia pode aumentar a quantidade de
material fugitivo. O capítulo seguinte, Panorama
de Controle de Pó, inicia a próxima seção sobre
Controle de Pó.

277
Chapter Title | Chapter #

SEÇÃO 4

CONTROLE DE PÓ
• Capítulo 17................................................................................................................................... 280
PANORAMA DE CONTROLE DE PÓ

• Capítulo 18................................................................................................................................... 296


CONTROLE PASSIVO DE PÓ

• Capítulo 19................................................................................................................................... 304


SUPRESSÃO DE PÓ

• Capítulo 20................................................................................................................................... 322


COLEÇÃO DE PÓ

279
Seção 4 | Controle de Pó

Figura 17.1
Pó no ar é um problema
comum em operações de
tratamento de materiais a
granel.

17

Capítulo 17

PANORAMA DE
CONTROLE DE PÓ

Definindo Pó.. ......................................................................................................................................................... 281


Consequências do Pó.......................................................................................................................................... 282
Medição do Pó.. ..................................................................................................................................................... 285
Métodos de Controle de Pó............................................................................................................................... 287
Reduzindo o Risco de Incêndio e Explosão.. ................................................................................................... 290
Questões de Segurança...................................................................................................................................... 292
Manutenção do Sistema de Controle de Pó.................................................................................................. 292
Processo de Seleção de Controle de Pó........................................................................................................ 293
Controle de Pó de Aplicação Específica.......................................................................................................... 293

280
Panorama de Controle de Pó | Capítulo 17

Neste Capítulo… no ambiente e nos materiais. A variedade de


Este capítulo define pó e fornece um desenhos de processo e layouts da fábrica,
panorama do assunto de controle de pó. das técnicas e tecnologias de produção,
Serão examinados problemas associados ao de seleção de equipamentos e opções de
pó, inclusive incêndio e explosões, métodos sistemas e de diferenças nos transportadores
de medição de pó e métodos para minimizar e nos materiais transportados afetará as
e controlar pó. Os três capítulos seguintes condições e os resultados. Essas diferenças
fornecerão mais detalhes sobre as áreas podem, inclusive, ser detectadas diariamente
específicas de controle de pó. dentro de uma única operação. Portanto, as
informações apresentadas aqui não podem
O pó fugitivo, especificamente materiais ser consideradas absolutamente aplicáveis em
fragmentados que são liberados no ar, está se todas as circunstâncias. Qualquer aplicação
tornando uma das maiores preocupações das dessas informações deve ser cuidadosamente
operações de manuseio de materiais a granel. revista à luz das circunstâncias específicas, antes
O pó gera problemas no processo, na fábrica, de selecionarem-se as opções e fazerem-se os
no desempenho dos funcionários, na saúde investimentos. O primeiro passo é entender
destes e da comunidade e nas relações com a natureza do problema, antes de considerar
os vizinhos da fábrica. O nível elevado de as opções específicas para uma determinada
preocupação pode-se dever ao fato de o pó ser operação.
mais visível fora da fábrica do que o ponto de
vazamento. O vazamento é mais localizado; A Definição de Pó
ele afeta as relações dentro da fábrica. Uma Pó é definido pela Administração de Saúde e
nuvem de pó proveniente dos demolidores Segurança em Minas (Mine Safety and Health
ou dos transportadores de uma operação é Administration – MSHA), dos Estados Unidos,
externamente visível e pode gerar problemas como “sólidos minimamente fragmentados que
de saúde, segurança, relações com os vizinhos e podem se espalhar pelo ar a partir do estado
concordância regulatória (Figura 17.1). original, sem nenhuma alteração física ou
Para combater com sucesso o incômodo
química além da fragmentação”. 17
crescente de pó, é preciso entender como o Essa é uma maneira complicada de dizer
pó é gerado, quais são suas consequências, que pó é “o material que, quando usado,
como elas são medidas e quais são os métodos pode se espalhar no ar e permanecer ali”.
disponíveis para combatê-lo. Se houver controle Embora seja interessante dizer que todos os
do pó e do vazamento de material, a operação empecilhos podem ser eliminados, as indústrias
será mais limpa, mais segura e mais produtiva. de material a granel são cheias de empecilhos.
Por exemplo, cascalho de material quebrado
por impacto, demolição, abrasão ou trituração;
DEFININDO PÓ material transferido de uma correia, um vaso,
um processo ou um contêiner para outro local;
Restringindo o debate ou material manipulado pelo vento, pelos
Este livro aborda o controle de pó a partir operários ou pelo maquinário.
do transporte de materiais ou da carga e
descarga de transportadores com correias. O tamanho de uma partícula de pó é medido
Outras operações industriais e de tratamento em mícrons (µm). Mícron é uma forma
de material gerarão pó, inclusive demolição, abreviada de micrômetro, uma unidade de
trituração, maquinação e transporte pesado. medida um milhão de vezes menor que um
Algumas das questões e tecnologias discutidas metro. O equivalente em medidas imperiais é
neste e no próximo capítulo podem ser úteis 1/254.00 (ou 0,0000394) de uma polegada. O
para o entendimento e o controle de pó a partir cabelo de um humano normalmente possui de
dessas fontes. 80 a 100 mícrons de diâmetro.

Solucionar os problemas de pó é complicado Pó respirável é aquele pó pequeno o bastante


pela natureza dele. A geração de pó possui para penetrar os pulmões quando inalado. O
um número significativo de variáveis que Departamento de Administração de Saúde e
são regularmente alteradas por mudanças Segurança Ocupacional (Occupational Safety

281
Seção 4 | Controle de Pó

and Health Administration – OSHA) da funcionários, casas vizinhas e negócios. Se o


Secretaria do Trabalho Americana, em sua material é tóxico, cancerígeno ou apresenta
apostila entitulada Apostila de Controle de Pó outras nocividades, a distribuição no ar pode
para Processamento de Materiais, define pó colocar a saúde de uma série de pessoas em
respirável como: risco. Além dos perigos tóxicos dos materiais,
há um perigo respiratório presente também.
Pó respirável refere-se àquelas partículas Uma vez que o pó respirável é absorvido pelos
de pó pequenas o bastante para penetrar pulmões, não pode ser expelido. A exposição
o nariz e o sistema respiratório superior prolongada causará acúmulo de material nos
e adentrar os pulmões. Partículas que pulmões. A maioria das agências regulatórias
penetram profundamente no sistema define 10 mícrons como o tamanho do pó
respiratório geralmente estão além dos respirável. Quando são inalados 10 mícrons de
mecanismos de depuração natural do corpo, partículas no ar, eles permanecerão nos pulmões.
dos cílios e das mucosas e tendem mais a ser Portanto, partículas de pó de 10 mícrons ou
retidas. menores possuem uma concentração muito
mais baixa permitida. Com materiais tóxicos,
A maioria das agências regulatórias define
a concentração permitida é ainda menor.
10 mícrons ou menos como o tamanho de pó
Nos Estados Unidos, o dióxido de silício
respirável. De acordo com a OSHA, a MSHA
normalmente é regulado a um ponto onde as
define pó respirável, como a fração de pó no
concentrações mínimas permitidas são menores
ar que passa do equipamento de seleção de
que 2 miligramas por metro cúbico (2,0 x 10-6
tamanho (peneira), de 10 mícrons (3,28 x 10-5
oz/ft3) por oito horas diárias. Muitas agências
ft) (Tabela 17.1).
governamentais e privadas têm considerado que
a exposição contínua a concentrações maiores
que essas causariam silicose.
CONSEQUÊNCIAS DO PÓ
Diferentemente do vazamento de material, A OSHA determinou níveis admissíveis de
pó para os Estados Unidos (Tabela 17.2). Os
17 que normalmente fica próximo ao ponto do
transportador onde o material é liberado, o níveis determinados pela OSHA representam
pó afeta a operação inteira. Uma vez que o os níveis de regulação vistos e potencialmente
pó é liberado no ar, vai se espalhar por onde intensificados por todo o mundo.
quer que haja corrente de ar. Há muitos
perigos, gastos, inconveniências e ineficiências Riscos de Explosão
associados ao pó no ar. Outro perigo do pó é seu potencial de
explosão. Materiais que evidentemente
É de interesse legal e financeiro da operação possuem esse potencial são o carvão e outros
lidar adequadamente com o pó. combustíveis. Mesmo materiais que não sejam
Quando uma operação viola uma inflamáveis em seu estado sólido podem
regulamentação de segurança, há ramificações entrar em combustão quando espalhados no
legais para a alegação de terceiros (inclusive ar como pó. Por exemplo, o pó de alumínio é
culpabilidade da equipe e possível inflamável.
responsabilidade dos executivos da operação Há cinco componentes favoráveis
em que houve violações de segurança). necessários para haver uma explosão de pó.
Portanto, há um incentivo pessoal em eliminar Os três primeiros formam o “triângulo” de
o pó. componentes de qualquer incêndio:

Riscos à Saúde A. Combustível (pó inflamável).


O maior perigo do pó está na exposição de B. Fonte de ignição (calor ou faísca).

Tabela 17.1 Porcentagens de Tamanhos de Partículas que Ultrapassam o


Equipamento de Seleção de Tamanho de 10 Mícrons
Tamanho da Partícula (µ) 10,0 5,0 3,5 2,5 2,0
% de Peneiração 0 25 50 75 90

282
Panorama de Controle de Pó | Capítulo 17

C. Oxidante (oxigênio no ar). da equipe da fábrica nas proximidades dos


transportadores e de outros equipamentos do
Os dois componentes finais são necessários processo, resultando em alto risco de danos.
para gerar uma explosão de pó:
O pó no ar normalmente gera um ambiente
D. Suspensão do pó em uma nuvem (em de trabalho desagradável. Os trabalhadores
quantidade e concentração suficientes). mostrarão mais disposição e produtividade
aumentada se as condições onde eles gastam
E. Confinamento da nuvem de pó.
seus dias de trabalho não sejam vistas como
Se faltar um desses componentes, pode não sujas, desagradáveis e possivelmente não
haver explosão. saudáveis.

Muitos comércios oferecem produtos Em algumas fábricas, os trabalhadores


e soluções para combater os requisitos de devem usar uma máscara para trabalhar nas
explosão, mas o controle do pó inflamável proximidades dos sistemas de tratamento
reduzirá a chance de explosão, bem como de material que geram pó. Isso aumenta a
aumentará a eficácia desses produtos. insegurança devido à visibilidade distorcida
e afeta negativamente a disposição. Além
É responsabilidade dos proprietários e da do problema de pó, a empresa é vista como
administração da fábrica estar alerta para as despreocupada com a saúde e o bem-estar dos
propriedades explosivas do material em seus funcionários, uma vez que eles são forçados a
vários estados e eliminar ativamente o potencial trabalhar em um ambiente que é possivelmente
de explosão. nocivo e certamente desconfortável.

Riscos de Segurança NIMBY e Relações com os Vizinhos


O controle de pó e de outros materiais Antigamente, a desculpa aceita para sinais
fugitivos é uma peça-chave na prevenção visíveis de diferenças na fábrica, como pó e
de acidentes da equipe. Em qualquer odor desagradável, era que isso era sinal de que
operação onde o pó reduza a visibilidade e a fábrica estava “fazendo dinheiro”. 17
a acessibilidade, há um risco aumentado de
problemas na operação de equipamentos Não é mais verdade. Agora, a síndrome
pesados ou na movimentação da equipe. A do “Não no Meu Quintal” – usado em inglês
presença de pó requer limpeza e recolocação como “Not In My Backyard”, ou NIMBY – é
mais forte. Os grupos ambientais são mais

Níveis de Exposição a Pó Admissíveis para Oito Horas Diárias, de Acordo Tabela 17.2
com a Administração de Saúde e Segurança Ocupacional (OSHA) (EUA)

Substância Tipo mg/m3


Sílica: Cristalina Quartzo (respirável) 10 mg/m3
%SiO2+2
Cristobalita: Usar ½ do valor calculado a
partir da fórmula de massa ou contagem
do quartzo. Quartzo (pó total) 30 mg/m3
%SiO2+2
Tridimita: Usar ½ do valor calculado a
partir da fórmula do quartzo.

Amorfos Amorfos, inclusive terra diatomácea 80 mg/m3


natural %SiO2+2

Pó de Carvão Fração respirável < 5% SiO 2 2,4 mg/m3

Fração respirável > 5% SiO 2 10 mg/m3


%SiO2+2

Pó Incômodo ou Inerte Fração respirável 5 mg/m3

Pó total 15 mg/m3

283
Seção 4 | Controle de Pó

organizados. Ninguém quer os valores das suas Também deve ser feita menção de outras
propriedades comprometidos pelas emissões agências regulatórias, que, embora não sejam
da operação de uma indústria. Os grupos formalmente responsáveis pelo controle de
comunitários preferem reclamar e procurar liberação de pó, são responsáveis por outros
apoio, acionistas, grupos ambientais e agências aspectos do controle governamental das
regulatórias. A necessidade de expandir uma operações industriais, como mapeamento
operação, como uma fábrica agregada, muitas e permissões de uso da terra. Esses corpos
vezes traz discursos permissivos longos e regulatórios estão sujeitos e vulneráveis às
opositores. influências externas, inclusive dos residentes da
vizinhança, proprietários (e/ou desenvolvedores
Uma solução para os processos permissivos potenciais) ou tratados de terra adjacentes e
cada vez mais complicados é a operação manter grupos de interesse ambiental.
boas relações de trabalho com as comunidades
em que ela opera. Esforços como doações da Problemas no Processo
comunidade e visitas à fábrica contribuem para
revelar a operação e demonstrar o valor que a Além das questões ambientais, de segurança
fábrica fornece e os esforços que ela faz para se e de saúde discutidas, há uma série de motivos
tornar um bom vizinho. para controlar o pó fugitivo, a fim de melhorar
o processo internamente.
Esses esforços podem se tornar desagradáveis
se as nuvens de pó aumentarem a partir O pó afeta a qualidade de uma operação
dos equipamentos de operação regular ou industrial e seus resultados. Ele contamina a
periódica. fábrica e possivelmente até mesmo o produto
final. O pó se acomodará em sensores e
instrumentos sensitivos, comprometendo a
Agências Regulatórias
capacidade do instrumento de monitorar um
Além dos perigos explosivos e para a saúde processo e confundindo os dados fornecidos
provenientes do pó, a operação deve ter para os operadores. Em algumas operações
ciência da natureza visual da poluição por pó.
17 Crescentemente as indústrias que produzem
industriais, como sintetização de ferro e fábricas
de pelotização, o pó no processo é um agente
pó são inspecionadas e investigadas devido à contaminante que afeta negativamente os
poluição visual para as casas e os comércios resultados.
dos arredores. É muito mais fácil identificar
uma nuvem de pó a certa distância do que um Outro perigo do pó no ar refere-se à
vazamento. Por esse motivo, uma operação categoria de dano à propriedade. Se existe um
com materiais a granel deve estar atenta material corrosivo, é o pó. Como o pó no ar se
ao clima ambiental na área onde ela esteja acomoda em toda a superfície dentro de uma
operando. operação, há um potencial de dano massivo
devido à corrosão ampla na operação. O pó
As agências regulatórias são encarregadas será atraído pela sucção de ar em motores e
de proteger a saúde dos trabalhadores e de bombas, causando uma falha imprevista desses
terceiros. Adequadamente, elas monitorarão e equipamentos caros e substanciais.
revisarão os resultados do nível de pó quanto a
outras pessoas, inclusive vizinhos preocupados O pó representa uma perda de material
com a proteção da sua propriedade e grupos valioso, um material pelo que se paga e,
preocupados com o ambiente em geral. Além em muitos casos, possui certo nível de
disso, elas estão suscetíveis à pressão dos grupos processamento aplicado a ele. O pó fugitivo
de interesse e da mídia. representa uma oportunidade perdida de
lucro. Em algumas fábricas, o pó no ar terá
Como resultado, muitas empresas e/ou uma concentração mais alta do mineral alvo da
operações em geral controlam a discussão de operação do que do conjunto geral de materiais.
seus limites regulatórios e dos resultados dos Descobriu-se que o pó em grandes minas de
testes. A gerência não quer que o assunto seja metal precioso possui mais ouro e cobre do que
discutido fora da fábrica, pois os resultados matéria-prima, com concentrações aumentadas
podem ser “ruins”, os dados estão sujeitos à má de 25% a 100%. A recuperação desse pó
interpretação de quem vê por fora e a discussão valioso proporciona um retorno significativo no
aponta que o pó é uma tarefa da fábrica. investimento de sistemas de controle de pó.

284
Panorama de Controle de Pó | Capítulo 17

O pó também aumenta a quantidade de Amostragem Básica de Pó de Local


trabalho de manutenção necessária, consome Específico
horas de mão de obra da equipe da fábrica, A amostragem básica de pó de local
adicionando gastos e desviando trabalhadores específico normalmente é concluída pela
e responsáveis de outras responsabilidades. colocação de várias vasilhas e contêineres na
É importante levar em conta as horas-extras área de pó, deixando-os lá por um período de
de mão de obra necessárias para a limpeza tempo específico (Figuras 17.3 e 17.4). A
das áreas de acúmulo de pó. O vazamento quantidade de pó coletada nos contêineres é
cai debaixo de um transportador; o pó, pelo pesada. Essa amostragem normalmente é feita
contrário, espalha-se por toda a fábrica, antes e após a implantação de uma solução de
inclusive em elevações bem acima do ponto de controle de pó.
liberação de pó.
Esses dois valores são comparados para
O pó fugitivo pode afetar a capacidade avaliar a eficácia relativa da medida de controle
de produção de uma fábrica, reduzindo de pó. Embora seja um método básico e
a disponibilidade de transportadores e intuitivo para medir a eficácia de um sistema,
equipamentos devido a acidentes, à manutenção ele não fornece nenhuma informação sobre a
extra requerida e à ociosidade para limpeza. concentração de pó no ar ou sobre o tamanho
das partículas. Deve-se observar que esse tipo
de amostragem mede não o conteúdo do pó no
MEDIÇÃO DO PÓ ar, mas sim a quantidade de pó que se acumula
São necessários estudos específicos acerca do no local onde as vasilhas estão localizadas. Os
pó para avaliar a adequação de uma operação resultados podem ser afetados pelas correntes
quanto às regulações, bem como a eficácia de de ar sobre os contêineres.
suas medidas de controle de pó. O método de
amostragem de pó é específico para a região Amostragem Avançada de Pó em
e a agência envolvidas na pesquisa. Métodos Local Específico
de amostragem mais populares incluem
amostradores de pó pessoais, amostradores de
A amostragem avançada de pó em local 17
específico é uma combinação do amostrador
pó específicos, leitura de opacidade e aparelhos pessoal de pó com o amostrador básico de pó
portáteis eletrônicos de medição de pó. Esses em local específico, no qual é usado vácuo para
métodos de amostragem são discutidos a seguir. capturar o ar (Figura 17.5). O aparelho de
amostragem é colocado em um local fixo por
Amostragem Pessoal de Pó um dado período de tempo. O método usado
A exposição de um trabalhador a uma
concentração de pó pode ser melhor medida Figura 17.2
com um amostrador pessoal de pó (Figura Usado por um
17.2). É uma pequena bomba a vácuo trabalhador, o
anexada a um tubo que está conectado ao amostrador pessoal
pescoço do trabalhador. O trabalhador usa o de pó determinará a
exposição do indivíduo
amostrador durante todo o curso do dia de ao pó liberado no ar.
trabalho. No fim do expediente, a quantidade
de pó coletada pelo amostrador é medida.
Esse peso é dividido pelo fluxo de ar total
que a bomba coletou durante todo o dia e o
tempo em operação, para determinar uma
concentração de pó no ar. Essa metodologia
repetitiva é útil na determinação da quantidade
de pó no ar e do tamanho das partículas de
pó, bem como na medição da exposição de
um indivíduo à nocividade do pó. Também
são disponibilizados aparelhos particulares de
controle em tempo real.

285
Seção 4 | Controle de Pó

para analisar as concentrações é semelhante calculada a partir desse valor, pela medição
à amostragem básica em local específico, mas da diferença na força do sinal enviado e do
esses sistemas podem ser muito mais precisos e sinal recebido (Figura 17.6). Podem ser
controlados. Os resultados podem ser gerados usados equipamentos mais elaborados para
para um computador ou para outro aparelho de medir o tamanho das partículas, Embora esse
controle, permitindo que as leituras sejam feitas equipamento seja muito preciso, ele tende a ser
remotamente. caro e não é portátil. Esse tipo de sensor seria
empregado por uma operação para controlar
Outra versão do amostrador de pó em uma peça particular do equipamento.
local específico é o alinhador de opacidade
por micro-ondas. Esse aparelho opera pela Leituras de Opacidade Visual
liberação de luz ou micro-ondas em uma
faixa de ar. A luz ou radiação é desviada ou A leitura de opacidade visual é realizada por
absorvida pelo pó no ar. A energia é medida um inspetor treinado e autorizado que observa
pela faixa de ar, e a quantidade de pó pode ser a área por uma determinada quantidade de
tempo e registra a quantidade de pó visível
Figura 17.3 no ar. Embora esse método seja acusado de
As vasilhas no chão
ser subjetivo, ele é amplamente regulado e
distribuídas pela geralmente aceito entre agências de proteção
parte posterior do ambiental nos Estados Unidos.
transportador foram
colocadas para coletar
amostras de pó neste Aparelhos Portáteis Eletrônicos de
local. Medição de Pó
A tecnologia está sempre tentando
fazer métodos de “tecnologia mais alta”
(mais científica) de medição de pó mais
portátil. Aparelhos portáteis podem medir
concentrações, tamanho de pó e muitas outras
17 propriedades do pó. Conforme a tecnologia
avança, esses aparelhos vão se tornando menos
caros e mais comumente vistos no campo
(Figura 17.7).

Figura 17.4 18 19 20
Esse desenho mostra
BAIXO
o plano de coleção de
pó e vazamento pelas
EL. 526” -0”
polias traseiras de dois
transportadores. B7
B8 15 16 17

B4
5A

12 13 14
B5 B6

EL. 523’ -0 1/8”


9 10 11
B3 8

7
5B

4 5 6
B1 B2 UP

BAIXO
1 2 3

BARRIL DE 3 LITROS VASILHA DE 9” DE DIÂMETRO

286
Panorama de Controle de Pó | Capítulo 17

Metodologias Padrão de Testes É aconselhável a consulta de organizações


Como as metodologias de medição de pó padrão como ISO, ASTM e agências
variam de região para região e de aplicação para regulatórias de regiões específicas para
aplicação, é de grande interesse da operação determinar as regulações atuais e aceitar os
saber quem medirá o pó e quais métodos serão métodos de testes.
usados. Uma série de organizações nacionais
e internacionais tem fornecido procedimentos
padronizados de medição de pó. Alguns MÉTODOS DE CONTROLE DE PÓ
exemplos estão listados a seguir:
Minimizando a Geração de Pó
A. ASTM International (ASTM). O pó no ar é gerado sempre que um material
ASTM D4532-97 (2003) Standard seco é movimentado, manipulado e sujeito a
Test Method for Respirable Dust in the correntes de ar fortes o bastante para aumentar
Workplace Atmospheres (Método de Teste ou redirecionar as partículas pequenas dentro
Padrão para Pó Respirável nas Atmosferas do corpo do material. Uma das circunstâncias
do Local de Trabalho). mais comuns em que isso ocorre são os pontos
de transferência do transportador, onde a
ASTM D6552-06 Standard Practice for carga, a descarga e o trânsito de material geram
Controlling and Characterizing Errors in
Weighing Collected Aerosols (Prática Padrão
Figura 17.5
para Controle e Caracterização de Erros
pela Medição de Aerosóis Coletados. Esse sistema de
amostragem avançada
de pó em local
B. Deutsches Instit für Normnug (DIN- específico usa vácuo
European Union). para absorver o pó
liberado.
DIN/EN 481 Workplace Atmospheres: Size
Fraction Definitions for Measurement of
Airborne Particles (Atmosferas de Trabalho:
Definições de Fração de Tamanho para
17
Medição de Partículas no Ar).

C. Organização Internacional de Padronização


(ISO).
ISO 20988 Air Quality Guidelines for Figura 17.6
Estimating Measurement Uncertainty O alinhador de
(Qualidade do Ar – Diretrizes para opacidade por
RECEPTOR
EMISSOR

micro-ondas usa a
Estimativa da Relatividade de Medida). diferença na força do
sinal enviado e do
ISO 7708 Air Quality Particle Size sinal recebido para
Frac¬tion Definitionsjòr Health-Related determinar a quantidade
Sampling (Qualidade do Ar – Definições de pó no ar.
de Frações de Tamanhos de Partículas para
Partícula de pó Sinais de Micro-
Amostragem Relacionada à Saúde). ondas

ISO 12141 Stationary Source Emissions


Figura 17.7
Determination of Mass Concentration
Aparelhos portáteis
of Particulate Matter (Dust) At Low agora podem medir
Concentrations (Emissões de Fontes a concentração e o
Estacionárias – Determinação de tamanho do pó.
Concentração de Massa de Matéria
Particular (Pó) a Baixas Concentrações).

287
Seção 4 | Controle de Pó

correntes de ar que espalham o pó pelo sistema a geração e liberação de pó no ar. O sucesso


de tratamento de material. dessas melhorias pode eliminar a necessidade
ou reduzir consideravelmente o tamanho e
As emissões de pó no transporte de carga o custo de sistemas de coleta e supressão de
podem ser significativamente reduzidas com um pó. (Consultar Capítulo 7: Controle do Ar e
sistema de transferência projetado, um sistema Capítulo 22: Chutes de Fluxo Projetados.)
de vedação eficaz, a adição de um sistema de
supressão de pó e/ou o uso de um sistema de Três Formas de Controlar Pó
coleção de pó eficaz.
Se uma operação não pode impedir o pó de
A primeira consideração no controle de pó se espalhar pelo ar, ela deve encontrar formas
deve sempre ser a minimização da quantidade de controlá-lo. O controle pode ser atingido
de pó gerada atualmente. Embora seja pela reserva, supressão ou coleta de partículas
improvável que o pó possa ser completamente no ar. Antes de selecionar um sistema de
eliminado, qualquer mudança no desenho controle de pó, é necessário entender os fatores
do sistema ou na técnica de produção que causadores do pó.
reduzirá a quantidade de pó produzida deve ser
considerada. Por exemplo, se a energia liberada As condições que determinam se os resíduos
pelo fluxo decrescente de material em qualquer são espalhados no ar são: velocidade do ar,
área de impacto pode ser reduzida, menos tamanho da partícula e coesão do material a
energia será atribuída ao material e menos granel. Essas características contribuem para a
partículas de pó serão geradas ou espalhadas. quantidade de pó gerada pela seguinte relação
Consequentemente, é melhor elaborar sistemas intuitiva e subjetiva: a quantidade de pó gerada é
de transporte com distâncias mínimas de proporcional à velocidade do ar, dividida pelos
lançamento de material. fatores de tamanho de partícula e coesividade
do material (Figura 17.8).
Esse tipo de engenharia melhorada pode ser
realizado como uma compensação ou pode ser Essa relação enfatiza três princípios
importantes que podem ser usados no controle
17 considerado no estágio inicial do desenho na
fábrica. Os métodos de redução do pó gerados de pó:
através da engenharia aprimorada incluem, A. A geração de pó pode ser minimizada
entre outros: pela redução da velocidade do ar sobre o
A. Reduzir altura de quedas entre material a granel.
transportadores. B. A geração de pó pode ser minimizada pelo
B. Carregar o material na mesma direção da aumento do tamanho de partículas do
correia de destino. material a granel.
C. A geração de pó pode ser minimizada
C. Evitar alterações drásticas na trajetória do
pelo aumento da coesividade do material a
material.
granel.
D. Manter uma rede coesiva de material
Em que uma ou mais dessas características
enquanto controla o fluxo de ar interno e
é(são) constatada(s), a capacidade de controlar
externo do ponto de transferência.
o pó depende da alteração de uma ou de duas
Esses métodos podem ser alcançados outras características. Por exemplo, o tamanho
através da combinação de layout adequado de partícula de carvão sendo transportados não
do transportador e modelo criativo de pode ser alterado, a velocidade do ar ou a força
transferências de transportadoras. Por coesiva das partículas deve ser alterada para
exemplo, um chute projetada incorporando minimizar a emissão de pó. Muitos sistemas
um sistema “de curva superior e inferior” de controle de pó combinam vários desses
pode ser de grande ajuda para alcançar esses princípios.
métodos. Outras melhorias de projetos são
disponibilizadas para reduzir drasticamente

Figura 17.8
Pó Velocidade do Ar
Equação para α Tamanho da Partícula • Coesão
cálculo da poeira em
suspensão.
Gerado

288
Panorama de Controle de Pó | Capítulo 17

Minimizando a Velocidade do Ar Aumentando o Tamanho das


O método mais fácil e eficaz para controlar Partículas
pó é minimizar a velocidade do ar. As partículas Se isolar o ponto de transferência não é
de pó são mais pesadas que o ar, e elas vão se uma opção, então, aumentar o tamanho das
acomodar caso haja condições de estabilidade partículas de pó para deixá-las mais pesadas e
e tempo suficiente. Ao reduzir a velocidade do mais propensas a sair do fluxo de ar pode ser
ar, as partículas têm uma chance de voltar ao a solução. Aumentar o tamanho das partículas
fluxo de materiais. O pó percorre o fluxo de ar, de pó deixará as partículas mais pesadas. Uma
então, é evidente que, se o ar for controlado, o partícula pesada não será transportada com
pó também pode ser. facilidade pelo movimento do ar e cairá no ar
mais rapidamente quando a velocidade do ar
Talvez a tecnologia de controle de pó mais diminuir. Uma partícula mais pesada também
antiga (e mais fácil) seja simplesmente isolar o possui mais força, não sendo afetada por
pó (ou a operação/local de geração de pó) para alterações no fluxo de ar.
que as partículas tenham a oportunidade de
se assentarem, antes de serem carregadas para Os sistemas de supressão de pó geralmente
fora da área. Esse é um método para minimizar são baseados no princípio de aumento do peso
a velocidade do ar, impedindo, portanto, o das partículas de pó para melhorar o controle
acúmulo de partículas de um conjunto de de pó e devolver as partículas para o fluxo
materiais. Conforme o volume do isolamento principal de material. Esses sistemas aumentam
aumenta, a velocidade diminui, permitindo que o peso das partículas de pó, misturando-as com
as partículas caiam do ar. gotas de água (ou com uma solução química
diluída em água). As partículas molhadas e
Um chute de transferência projetado agora mais pesadas continuarão no fluxo do
eficazmente reduz a velocidade do ar, material antes que elas saiam para a atmosfera.
minimizando o ar liberado para o ponto de
transferência, vedando os vazamentos que É relativamente difícil capturar partículas de
permitem o escape do ar que carrega pó e pó, uma vez que elas tenham sido liberadas
permitindo que o pó se estabilize. O isolamento no ar. Os sistemas de supressão de pó por 17
tradicional do ponto de transferência é o neblina tratam o pó nesse estado difícil.
método mais comum usado para combater o (Consultar Capítulo 19: Supressão de Pó.)
pó. A vantagem dos chutes de aço tradicionais é Um sistema de fumaça requer tempo e um
de que são rígidos, permanentes e podem isolar espaço relativamente tranquilo para capturar
completamente o ponto de transferência. Isso as partículas de pó no ar. Isso necessita de
a torna a melhor opção para uma melhoria em um ponto de transferência isolado e de ar
qualquer ponto de transferência. Mesmo uma relativamente lento. Os sistemas de neblina
técnica básica, como a instalação de cortinas de são mais bem-sucedidos quando as partículas
pó na saída do chute, é um método para reduzir de pó e as gotas de água apresentam tamanhos
o movimento do ar. semelhantes. Para alcançar o tamanho de uma
pequena gota de água necessário para equivaler
O isolamento eficaz pode teoricamente ser às partículas pequenas de pó no ar, a água deve
colocado em qualquer ponto de transferência. ser processada a altas temperaturas, através
No entanto, em algumas operações, não podem de mangueiras atomizantes, ou devem ser
ser usados pontos de transferência rígidos, atomizadas com o ar. Os dois métodos para
permanentes e completamente isolado, para igualar pequenas gotas de água às pequenas
que o equipamento fique isolada. Por exemplo, partículas de pó são caros e complicados.
muitas operações com areia e cascalho
requerem um equipamento móvel, dispensando A coleção de pó também é usada para
o chute de transferência fixo. Outras operações aumentar o tamanho do material. Esse método
podem precisar controlar visualmente o ponto usa o vácuo para empurrar o ar (e o pó que ele
de transferência, não sendo adequado um chute comporta) para fora do sistema de tratamento
completamente isolado. de materiais. O pó se aglomera ou se acumula
na superfície do sistema de filtragem e é, em
seguida, coletado no local central ou devolvido
sobre a correia, com o uso de coletores locais.
(Consultar Capítulo 20: Coleção de Pó.)

289
Seção 4 | Controle de Pó

Os sistemas de coleção de pó requerem O resultado é que, como o material molhado


o isolamento do(s) ponto(s) de transferência adere aos componentes do sistema e a si
e de uma quantidade substancial do espaço mesmo, a umidade pode causar problemas,
excessivo. Esses sistemas não fazem nada para inclusive o ofuscamento das telas, a ligação dos
reduzir o potencial do material para gerar chutes e o material morto na correia. Mesmo a
pó; quando o material é agitado no próximo eficiência de um esmagador é reduzida com o
ponto de transferência, o pó deve ser tratado material molhado. Ao projetar um sistema de
novamente. tratamento de material, considerar a supressão
como solução para problemas com pó, o efeito
Aumentando a Coesividade do da umidade deve ser levado em conta.
Material
Outra preocupação com a aplicação de água
O último método comum usado para é a penalidade de desempenho proveniente
minimizar o pó é aumentar a coesividade do do ato de molhar um produto que deve ser
material, ou seja, o “desejo” (ou capacidade) aquecido ou queimado. Cada operação deve
do material de aderência. As propriedades decidir se o custo do pó fugitivo é maior que
do material devem ser alteradas, a fim de a penalidade térmica da supressão. Uma
aumentar capacidade do material de se “colar” questão adicional é que alguns materiais, como
a si mesmo. Um exemplo na vida real de o cimento, não podem ser expostos à água.
coesividade aprimorada é a areia da praia É necessário um entendimento completo do
em comparação à areia do deserto. Os dois processo e do material de uma operação antes
tipos de areia apresentam aproximadamente de selecionar um sistema de supressão.
partículas do mesmo tamanho em forma sólida.
A areia do deserto tem pouca aderência; suas Um método para minimizar a quantidade
partículas podem se fragmentar facilmente e de água necessária para a supressão de pó é
ser espalhadas no ar. O conteúdo úmido da melhorar a capacidade da água de umedecer
areia da praia aumenta sua coesão; as partículas o material com a adição de um surfactante
permanecem grudadas e não se espalham no ar ao suprimento de água. A solução de água
17 quando o material é lançado. substância química é então aplicada como um
jato ou espuma. A adição de um surfactante
Uma forma simples de aumentar a minimizará a quantidade de água necessária
coesividade é introduzir água ou outro agente para fazer o trabalho, mas aumentará os
de ligação ao material. Deve-se tomar cuidado custos de operação. (Consultar Capítulo 19:
ao aplicar umidade a um material a granel. Se a Supressão de Pó.)
água for aplicada na parte superior do material
parado sobre uma pilha ou sobre a correia
transportadora, a água molhará apenas o lado
REDUZINDO O RISCO DE INCÊNCIO
externo do material. Quando esse material é
E EXPLOSÃO
manipulado, seja sendo usado em um estoque,
seja percorrendo um ponto de transferência, Riscos de Incêndio e Explosão
as partículas são reordenadas, e as superfícies
Conforme evidenciado pela explosão de
secas são expostas ao ar. O pó pode ser, então,
silos em indústrias de tratamento de grãos,
liberado a partir dessas superfícies secas.
explosões de pó são muito fortes e constituem
O ponto de aplicação ideal para adição de
um grande risco. Consequentemente, deve-se
umidade é quando o material está em queda
tomar extremo cuidado para minimizar esse
livre. Isso permite que a água penetre o material
risco. Para muitos casos de pó, uma camada
e toque melhor sua superfície.
da espessura de um clipe de papel – apenas 1
As vantagens da aplicação de água incluem o milímetro (1/32 in.) – é suficiente para gerar um
efeito residual da supressão de pó. O material risco de explosão. Uma camada de 6 milímetros
molhado apresentará nível de coesão (e, (1/4 in.) é um problema maior ainda, o
consequentemente, incapacidade de gerar pó) suficiente para destruir uma fábrica.
enquanto o material permanecer molhado.

A desvantagem da aplicação de água é a


grande quantidade de água necessária para
molhar completamente a maioria dos materiais.

290
Panorama de Controle de Pó | Capítulo 17

Para haver uma explosão de pó, precisam combustão, é gerada uma explosão.
ser apresentados os seguintes fatores: um Essa explosão rápida de gases gerará
pó combustível confinado na concentração sobrepressões significativas e destrutivas
certa, um gás que suporte ignição e uma fonte que podem até mesmo demolir o prédio,
de ignição. Muitos resíduos de pó, inclusive causando ferimentos e danos maiores.
substâncias químicas, produtos alimentícios,
fertilizantes, plásticos, materiais de carbono e C. Explosão primária ou secundária.
certos metais, são altamente combustíveis; o Uma explosão inicial pode causar explosões
primeiro requisito para uma explosão de pó. secundárias por provocar, dispersar e
Naturalmente, qualquer aparelho de coleção inflamar novas fontes de pó afastadas a
de pó contém nuvens dessas partículas finas alguma distância da explosão original.
suspensas no ar, o qual é um gás que suporta Explosões secundárias podem ser mais
ignição por si só; o segundo requisito. destrutivas que a explosão primária, e cada
explosão pode causar outras explosões
Em qualquer operação mecânica de secundárias.
tratamento de materiais, há uma série de
possíveis fontes de ignição; o terceiro requisito D. Magnitude.
para uma explosão de pó: A velocidade e força de uma explosão
A. Falhas mecânicas que causam fricção ou são funções diretas de uma característica
faísca entre metais. mensurável denominada índice de
deflagração. Explosões de pó podem ser
B. Lâminas e ventiladores que faíscam quando mais prejudiciais que explosões causadas por
são obstruídas por um objeto externo. gases inflamáveis.

C. Superaquecimento de um rolamento gasto Mecanismos de Controle


ou de uma correia deslizante.
Onde há os ingredientes – pó combustível
D. Chamas abertas de fornalhas, incineradores confinado a uma concentração certa, gás que
ou outras fontes. suporta ignição e fonte de ignição –, deve-se 17
tomar precauções para evitar uma explosão.
E. Solda ou corte causando uma ignição de
fonte pontual ou uma queda de partícula Essas precauções incluem:
quente (talvez de vários andares) para uma
A. Gás inerte.
atmosfera inflamável.
A adição de um gás inerte (geralmente
F. Descarga elétrica estática. nitrogênio ou dióxido de carbono, em vez
de ar) no coletor.
G. Migração de pó inflamável para a região
quente de um compressor ou reator B. Supressão.
catalítico. Adicionar um material supressor conforme
a pressão explosiva aumente.
Categorizando Explosões de Pó
Há várias formas de classificar conflagrações C. Descarga.
relacionadas a pó: Colocar um painel de atenuação de explosão
ou uma membrana de impacto, que libere a
A. Incêndio repentino. energia da explosão fora do isolamento.
Um incêndio de pó repentino é uma ignição
repentina de pó não isolada. Um incêndio O aterramento adequado dos sistemas
repentino normalmente é localizado e pode de controle de pó ajudará a reduzir o risco,
causar ferimentos e danos significativos. aumentando a condutividade através do sistema,
Pode também gerar as condições para uma permitindo que as cargas estáticas fluam para o
explosão secundária, que pode gerar danos chão.
catastróficos e ferimentos fatais. É aconselhável consultar os fornecedores do
B. Explosão. equipamento para elaborar sistemas de coleção de
pó para tratamento de pó com potencial explosivo.
Quando o pó é confinado e entra em

291
Seção 4 | Controle de Pó

Descarga finos que abrem mais rapidamente que outros


A teoria por trás das descargas de explosão modelos. Eles devem ser medidos para lidar
é simples. A descarga é uma parede com a pressão de operação normal negativa –
deliberadamente enfraquecida que cederá normalmente de 2 a 3 quilopascais (0,29 a 0,44
precocemente no aumento da pressão gerado lbf / in.2) – com a ruptura ainda a uma pressão
por uma elevação rápida de temperatura. Uma explosiva positiva. Um modelo mais usado é
vez que essa via enfraquecida esteja aberta, o pó a porta de mola. Essa porta – disponível em
queimado e não queimado e a chama podem modelos com ou sem dobradiças – é aberta
escapar para a área isolada, para que o próprio durante a conflagração.
canal não sinta toda a elevação da pressão. Se
a descarga é suficientemente rápida e grande, a
pressão permanecerá baixa dentro do canal para MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE
protegê-lo do dano. No entanto, o incêndio ou CONTROLE DE PÓ
a explosão podem se desenvolver fora do vaso, O pó deve ser considerado em comparação
e, se houver pó, outro equipamento pode ser com outros sistemas antes da aquisição. Um
danificado; logo, os sistemas de descarga não coletor de pó pode ser menos caro do que
eliminam a necessidade de sistemas de controle outro, mas a opção menos cara pode requerer
de pó e os altos padrões de manutenção. mão de obra e remoção de uma parede para
trocar um fusível, considerando que a unidade
Há dois tipos de aparelhos de descarga de mais cara pode ter todos os fusíveis em um
explosão. Os discos de ruptura são painéis isolamento no nível da terra. É de grande

QUESTÕES DE SEG UR ANÇA

Conforme observado, o Quando o ar se movimenta através de um


próprio pó no ar é uma questão meio de filtragem, o meio desenvolve uma
17 de segurança, mas uma equipe de operação carga estática. Se o meio estiver próximo a
deve estar atenta às questões de segurança um membro aterrado da estrutura, a carga
associadas ao seu equipamento de controle de estática pode ser descarregada como uma
pó. Além dos riscos padrão de energia latente faísca, possivelmente acendendo qualquer
associados a qualquer peça do equipamento pó inflamável no ar. Os fabricantes de filtros
industrial, a equipe de operação de materiais criaram meios que dissipam a carga estática
a granel deve estar atenta à natureza através de uma grade de aço inoxidável
potencialmente explosiva das soluções de mergulhada no material do filtro ou através
controle de pó. de fibras condutivas de carbono costuradas
no material (Figura 17.9). Esses elementos
Se uma equipe de operação estiver permitem que qualquer carga gerada pelo
tentando controlar pó para impedir uma fluxo de ar seja deslocada para a terra antes
explosão, deve-se tomar cuidado para que faísque. Se o filtro for usado em um
garantir que o equipamento de controle de ambiente explosivo, deve-se tomar cuidado na
pó possua a indicação de riscos adequada seleção do meio de filtro de descarga estática.
para as condições esperadas. Qualquer motor
ou isolamento elétrico deve ser resistente a Os procedimentos de segurança
faíscas ou indicado sobre os riscos. estabelecidos para entrada em qualquer
espaço confinado, inclusive isolamento de
Figura 17.9 pontos de transferência e coletores de pó,
Material do Filtro
devem ser acompanhados rigorosamente.
Os filtros coletores
de pó devem incluir Os procedimentos de restrição/listagem/
uma linha condutiva bloqueio/teste devem ser cumpridos, e a água,
costurada ao tecido de Grade de Aço as substâncias químicas e as fontes elétricas
filtro para conduzir com
devem ser descarregadas antes da realização
segurança qualquer
acúmulo estático a terra. de manutenção nos sistemas de supressão e
Material do Filtro coleção de pó.

292
Panorama de Controle de Pó | Capítulo 17

interesse da equipe de operação adquirir um


PROCESSO DE SELEÇÃO DE
sistema de manutenção de pó que seja de fácil
CONTROLE DE PÓ
uso. Se um componente causa reparação ao
equipamento, cada minuto a mais levado para A seleção da melhor tecnologia de controle
reparar aquele componente afeta o rendimento de pó que combine com as exigências de
da fábrica. uma determinada operação começa com o
entendimento do material e das dimensões
As soluções de controle de pó normalmente do ponto de transferência do transportador.
são sistemas de múltiplos componentes Há uma abordagem simplificada para fazer a
que requerem várias entradas. Um coletor determinação de quais devem ser os sistemas
de pó geralmente requer eletricidade e apropriados (Figura 17.10).
ar comprimido; um sistema de supressão
por espuma pode requerer eletricidade, ar
comprimido, água e substâncias químicas. CONTROLE DE PÓ DE APLICAÇÃO
Com esses sistemas elaborados, há mais partes ESPECÍFICA
que podem se desgastar ou quebrar. Deve-
se ter uma atenção particular ao(s) sistema(s) Finalizando…
de controle de pó nos ciclos de manutenção Cada indústria tem preferido métodos de
programados da operação. A equipe de controle de pó que sejam determinados pelas
operação deve tomar propriedade da exigência regulações e preferências de aplicação na
do serviço ou delegá-la a uma empresa de indústria ou na localização geográfica.
serviço de manutenção terceirizada.

Figura 17.10
Material Fluxograma do 17
processo de seleção de
controle de pó

A Umidade é
Aceitável?

SIM NÃO

Coleção de
Supressão de Pó

Velocidade do Fluxo de Ar >


Ar > 1,0 m/s 0,42 m3/s (900
(200 ft/min) ft3/min)

SIM NÃO SIM NÃO

Sistema de Sistema de Coleção Ativa Coleção


Espuma Neblina de Pó Passiva de Pó

Consultar Consultar Consultar Consultar


Capítulo 19 Capítulo 19 Capítulo 19 Capítulo 19

293
Seção 4 | Controle de Pó

Os sistemas para controle de pó incluem


REFERÊNCIAS
contenção, supressão e coleção. Esses sistemas
podem ser usados individualmente ou em 17.1 Conveyor Equipment Manufacturers
combinação. Há uma variedade de técnicas e Association (CEMA). (2005). Belt Con-
tecnologias disponíveis para atender qualquer veyors for Bulk Materials, Sixth Edition.
um desses métodos de controle de pó. Naples, Florida.

Para combater o pó com sucesso, qualquer 17.2 Qualquer fabricante e a maioria dos
operação de tratamento de materiais a distribuidores de produtos de transporte
granel deve entender todos os aspectos de podem fornecer uma variedade de mate-
seus problemas. Esses aspectos incluem as riais sobre a construção e o uso de seus
consequências, as fontes, os métodos de produtos específicos.
medição e os métodos de controle. Uma
equipe de operação deve selecionar a solução
mais apropriada com base nas necessidades
da operação e nas limitações da aplicação.
Independentemente da solução escolhida,
a equipe de operação deve ter ciência das
exigências de manutenção e segurança para
manter seu sistema de controle de pó operando
eficientemente.

A Seguir…
Este capítulo introduziu a seção Controle
de Pó e forneceu um panorama do assunto,
enquanto explicava a importância do controle
de pó. Os próximos três capítulos continuarão
17 a discussão de controle de pó, analisando vários
aspectos mais profundamente: Controle Passivo
de Pó, Supressão de Pó e Coleção de Pó. Se
todas as peças do sistema de controle de pó se
encaixarem corretamente, a operação será mais
limpa, mais segura e mais produtiva.

294
Panorama de Controle de Pó | Capítulo 17

17

295
Seção 4 | Controle de Pó

Figura 18.1
Dependendo das
características do
transportador, da zona
de carga e do material

18 transportado, podem ser


empregados sistemas de
controle passivo de pó.

Capítulo 18

CONTROLE
PASSIVO DE PÓ
Minimizando Pó nos Pontos de Transferência............................................................................................. 297
Chutes e Zonas de Acomodação...................................................................................................................... 297
Controle de Ar na Entrada da Transferência................................................................................................ 299
Cortinas de Pó da Área de Saída..................................................................................................................... 299
Bolsas de Pó.......................................................................................................................................................... 300
Especificações Típicas......................................................................................................................................... 301
Questões de Segurança...................................................................................................................................... 302
Tópicos Avançados............................................................................................................................................... 302
Quando os Controles Passivos Não São Suficientes.. ................................................................................. 303

296
Controle Passivo de Pó | Capítulo 18

Neste Capítulo… além de atenção durante o projeto do ponto


Neste capítulo, será discutida uma variedade de transferência, pela necessidade de reduzir o
de métodos usados para o controle passivo de fluxo de ar.
pó, que podem ser incorporados ao desenho O fluxo de ar pelo sistema pode ser
inicial do transportador ou adicionados depois, controlado pela redução da quantidade de
conforme surgir a necessidade; métodos para ar entrando no ponto de transferência, pela
suprimir pó e para capturá-lo. São incluídas construção de um isolamento suficientemente
informações sobre instalação e formas pelas amplo para atrasar ou minimizar o fluxo de ar e
quais esses métodos serão usados em diferentes pelo uso de medidas de controle adicionais para
aplicações. atrasar o movimento do ar. Como a velocidade
As zonas de carga de transportadores e os do ar é reduzida, as partículas no ar são muito
pontos de descarga são as fontes principais pesadas para serem suportadas pela velocidade
para a geração e liberação de pó no ar. Há reduzida do ar e começam a deixar o fluxo de
uma diversidade de sistemas para controlar o ar.
pó no ar que podem ser instalados nas zonas
de carga e descarga dos transportadores. A
escolha do sistema certo dependerá de uma CHUTES E Zonas de
série de fatores, inclusive da natureza do acomodação
material manuseado, da altura de queda sobre a
correia e das velocidades e ângulos de correias Aumentando a Zona de
carregadas e descarregadas. Acomodação
Como um exemplo do princípio de
Dependendo das características do Bernoulli, o efeito Ventui demonstra uma
transportador, da zona de carga e do material corrente de ar que aumenta sua velocidade
transportado, os sistemas de controle passivo de conforme passa por uma constrição. Isso
pó – sistemas que não requerem suprimentos se deve à elevação na pressão sobre o lado
externos como eletricidade ou água – podem superior da constrição e à queda de pressão no
ser empregados (Figura 18.1). lado inferior, conforme o ar deixa a constrição. 18
Considerando esse princípio básico de Física,
para atrasar o fluxo de ar através do ponto de
MINIMIZANDO PÓ NOS PONTOS transferência, a área isolada deve ser alargada.
DE TRANSFERÊNCIA
Em pontos de transferência de
Embora seja improvável que o pó possa transportadores, essa área isolada é chama de
ser completamente eliminado, a primeira zonas de acomodação (Figura 18.2). Uma
consideração no controle de pó sempre deve zona de acomodação é elaborada para atrasar o
ser a minimização da quantidade de pó gerado fluxo de ar e permitir que o pó retorne à carga
no ar. Portanto, qualquer mudança no desenho principal de material. (Consultar Capítulo 11:
do sistema ou na técnica de produção que Calhas-Guia, especialmente a Equação 11.1.)
reduzirá a quantidade de pó produzida deve ser A altura da zona de acomodação deve ser como
considerada.

Por exemplo, minimizar a altura de queda Figura 18.2


reduz a quantidade de energia despendida Zona de acomodação
para os resíduos e corta a quantidade de pó é a área após a região
de impacto da área de
conduzida pelo ar. Consequentemente, é carregamento, onde o
melhor elaborar sistemas de transporte com fluxo de ar é reduzido
distâncias mínimas práticas de queda de e é permitido que o pó
retorne para a carga
material.
principal de material.
Como geralmente não é possível impedir
totalmente a geração de pó, devem ser
empregados outros sistemas para suprimi-lo e
capturá-lo. Em sua forma mais simples, esses
sistemas de controle de pó envolvem nada

297
Seção 4 | Controle de Pó

o fluxo de ar calculado pela transferência, que Zonas de acomodação existentes podem ser
deve ser reduzido a menos de 1,0 metro por prontamente alargadas usando esses sistemas
segundo (200 ft/min). (Consultar Capítulo 11: modulares de calha-guia (Figura 18.4). O
Calhas-Guia, especialmente a Equação 11.2.) sistema modular também pode ser usado
para o projeto e a construção de zonas de
Sistemas Modulares de Calha-guia acomodação em novas construções de ponto
As áreas da calha-guia podem ser construídas de transferência para ter a vantagem de sua
ou alargadas para servir como zonas de simplicidade e fabricação local. Os sistemas
acomodação eficazes através do uso de sistemas modulares facilitam a atualização de sistemas
modulares de parede de chute (Figura 18.3). se forem necessárias alterações nos pontos de
Esses sistemas usam painéis laterais com transferência pela mudança nas especificações
um método de montagem parafusada para do material ou do transportador.
combinar a economia de pré-fabricação com a
facilidade de montagem no local. Eles vêm em Chutes de Fluxo Projetados
tamanhos padrão e podem ser combinados para Uma abordagem avançada para o controle
atender a maior parte dos requisitos da zonas passivo de pó é o uso de chutes de fluxo
de acomodação. projetados. Esses chutes normalmente
incorporam um modelo de curva superior e
inferior que direciona e confina o fluxo de
Figura 18.3 materiais em movimento (Figura 18.5).
Os sistemas modulares
de calha-guia usam
O hood minimiza a expansão da carga
painéis com um material, desviando o fluxo para baixo. A
método de montagem spoon proporciona um chute de carregamento
parafusada, para curvado que fornece uma linha leve de
combinar a economia
de pré-fabricação
inclinação, assim, o material desliza para
com a facilidade da o receptáculo, seja ele um canal seja a
18 montagem no local. área de carga de outro transportador. A
spoon “alimenta” o material nivelado e
consistentemente controla a velocidade, direção
e o nível de impacto do material na área de
carga.
Figura 18.4
O sistema modular pode Basicamente, esses chutes de curva superior
ser usado para projeto e inferior mantêm o fluxo de material em um
e construção das zonas perfil rígido e minimiza o distúrbio do fluxo
de fixação em um novo
ponto de transferência natural de material através da transferência.
ou na modificação de Manter o material em um corpo consolidado
pontos de transferência reduz a quantidade de ar que é induzida para o
existentes. ponto de transferência; controlar o caminho do
material reduz o impacto e, portanto, a geração
de pó.

Ao reduzir a velocidade e a força do impacto


Figura 18.5
do material na área de carga para aproximar a
Os chutes de fluxo velocidade e a direção da correia, esse sistema
projetados normalmente
incorporam um modelo atenua o impacto quando o material acerta o
de curva superior e transportador. Portanto, há menos pó e alta
inferior que direciona velocidade de ar escapando. Como o material é
e confina o fluxo do
depositado mais ou menos suavemente sobre a
material em movimento.
correia, há um balanço ou turbulência mínima
do material na correia. Há menos impacto,
que reduzirá o dano à correia, e menos forças
laterais que afastam o material das laterais da
correia.

298
Controle Passivo de Pó | Capítulo 18

Em alguns casos, tanto a curva superior Muitas vezes, essas barreiras são formadas
quanto inferior são usados, mas não os dois. por cortinas ou folhas de borracha. A ideia é
Algumas vezes, não há espaço suficiente fechar o máximo possível da área para reduzir
para incluir ambos no desenho. Para a quantidade de ar que será atraída para o fluxo
materiais muito aderentes, a tampa pode ser de material conforme o material se espalha
usada para direcionar o fluxo para baixo, quando é descarregado pela polia motriz.
para o carregamento central. Essa variação
normalmente é vista em transportadores longos Devem ser considerados transportadores
terrestres usados para materiais altamente suportados por ar, pois eles possuem a
variáveis ou para materiais aderentes, como vantagem de um lado de carregamento
concentrado de níquel e bauxita. A gravidade restrito, que isolará o fluxo de ar para o chute
e o fluxo de materiais tendem a evitar que o de descarga. Usar barreiras para bloquear
hood se acumule e conecte ao chute. Em outros o fluxo de ar para o chute de descarga
casos, com materiais de fluxo livre, apenas a reduzirá a capacidade do material espalhado
spoon é usada para alterar a direção do fluxo de penetrar ar no fluxo de materiais; ar que
para minimizar a abrasão da correia e a pressão eventualmente seria liberado quando o fluxo
no lado da calha-guia. As curvas inferiores de material alcançasse outra correia, canal de
estão propensas a recuar se as características armazenamento ou outra pilha de estoque.
dos materiais a granel forem variáveis. É igualmente importante controlar todas as
Algumas exceções podem ser elaboradas outras aberturas no chute para minimizar as
para a variabilidade de materiais. O resultado áreas abertas onde o ar possa penetrar o chute
principal do uso do conceito de curva superior ou onde possa ser expelido pó do chute. As
e inferior é o custo inicial desses componentes aberturas e portas de acesso em torno dos
especialmente projetados. No entanto, onde sensores precisam ser ajustadas com vedação.
eles puderem ser aplicados e controlados, eles
Uma técnica para reduzir a indução de ar
oferecerão benefícios significativos na redução
na entrada da correia para a área de carga é
de pó, vazamento e desgaste da correia.
a instalação de uma barreira – muitas vezes
O sistema de curva superior e inferior opera formada por uma cortina de pó, uma correia 18
melhor quando a taxa de fluxo de materiais usada ou uma folha de borracha – entre o ciclo
a granel é mantida o mais uniforme possível. de retorno e o ciclo de carga. Colocada de
O sucesso desse sistema bem pode eliminar a um lado do chute frontal ao outro, a barreira
necessidade de sistemas de coleção ativa de pó isola parcialmente a polia motriz, afastando-a e
em muitas operações. (Consultar Capítulo 22: reduzindo o fluxo de ar. Todas as aberturas no
Chutes de Fluxo Projetados.) chute frontal devem ser vedadas para reduzir
ao máximo o ar induzido. Isso pode incluir
retentores, portas de inspeção, aberturas de
raspadores e áreas de entrada e saída da correia.
CONTROLE DE AR NA ENTRADA
DA TRANSFERÊNCIA
A carga de material começa a se espalhar CORTINAS DE PÓ DA ÁREA DE
conforme ela deixa a polia motriz. Conforme SAÍDA
ela se espalha, ela tenta atrair mais ar.
Portanto, a área de entrada do chute deve ser Outra técnica para o controle passivo de pó é
o mais selada possível para impedir que seja a instalação de cortinas perto da ponta de saída
introduzido mais ar pelo fluxo de material em na área da zonas de acomodação do ponto
movimento. de transferência (Figura 18.7). Aqui, onde a

Uma técnica empregada para minimizar o Figura 18.6


ar induzido é cobrir a parte do transportador Cortinas de borracha
em trânsito por vários metros, antes de entrar podem ser usadas
no chute frontal (de descarga). Esse isolamento para formar barreiras
de impedimento da
inclui barreiras entre os lados de carregamento entrada do ar pela
e retorno da correia, entre o lado de retorno correia transportadora,
da correia e o chute e entre o chute e a parte conforme ela entra
superior da carga de material (Figura 18.6). no sistema de
transferência.

299
Seção 4 | Controle de Pó

correia está deixando o ponto de transferência, Em vez de colocar as cortinas no fim do


a cortina de borracha proporciona uma barreira conjunto de chutes cobertos, é melhor que elas
que reduz as velocidades do ar, permitindo sejam instaladas dentro da calha-guia, a uma
que o pó no ar caia de volta sobre a correia. As distância de 300 a 600 milímetros (12 a 24 in.)
cortinas formam uma “zonas de acomodação” a partir do fim do conjunto de chutes. Quando
para reduzir o fluxo de ar e permitir que o pó mais rápida a velocidade da correia, mais dentro
se assente. do conjunto elas devem ser instaladas. Quanto
a cortina está no fim de um isolamento de aço,
A maioria dos transportadores é beneficiada qualquer partícula acertada pela cortina pode
com a instalação de ao menos duas cortinas. ser desviada da correia. Ao colocar as cortinas
Algumas instalações, especialmente aquelas de forma que a cortina final esteja dentro do fim
onde os sistemas de supressão e coleção de pó do isolamento, qualquer material que toque as
precisam ficar isolados, podem ser beneficiadas cortinas ainda terá espaço para se assentar em
com a instalação de outras cortinas. uma posição estável dentro das dependências
da área isolada. As cortinas devem ser
Essas cortinas de borracha podem ser
suspensas rigidamente a 450 milímetros (18 in.),
fabricadas individualmente, conforme a largura
formando uma área onde o pó possa se assentar
da calha-guia, ou podem ser fabricadas como
ou onde possam ser aplicados sistemas de
uma parte da largura da calha-guia e depois ser
supressão ou coleção de pó. O uso de cortinas
instaladas alternadamente ou “intercaladas”,
de pó duplas em combinação com sistemas de
para reduzir o fluxo de ar (Figura 18.8).
supressão de pó é uma tecnologia patenteada
Essas cortinas devem ser compostas por pela The Raring Corporation (site: raringcorp.
de 60 a 70 durômetros de elastômero e com). Se as cortinas forem usadas para isolar
estendidas a aproximadamente 25 milímetros as instalações de coleta e/ou supressão de pó,
(1 in.) da parte superior das pilhas do produto é melhor que elas sejam posicionadas a 900
transportado sobre a correia. As cortinas milímetros (36 in.) de distância.
são instaladas abaixo da parte superior do
Em casos de instalação de duas ou mais
18 isolamento do ponto de transferência. Elas
muitas vezes são aparadas no chão para atender
cortinas, as cortinas interiores podem ser de
borracha sólida para melhorar a capacidade de
os ângulos convexos e o perfil do material
controle do ar. Apenas a cortina final, ou da
carregado.
saída, precisa ser cortada para reduzir o risco de
“expulsão” de material da correia.
Figura 18.7 As cortinas devem permitir um acesso de
Outra técnica para o manutenção rápido para o chute e devem
controle passivo de pó é ser prontamente removíveis para permitir
a instalação de cortinas
substituição.
de pó perto do fim do
conjunto de chutes,
na saída da zona de
acomodação do ponto
de transferência.
BOLSAS DE PÓ
É importante que a pressão de ar positiva
– a força de ar se movendo através da área de
carregamento – seja controlada de forma a
minimizar a pressão externa contra o sistema de
Figura 18.8 vedação e a reduzir a liberação de pó.
As cortinas de pó
podem ser fabricadas Uma abordagem passiva é a instalação
como uma parte da
de ao menos uma bolsa de filtro de coleção
largura da calha-guia e
depois serem instaladas de pó (Figura 18.9). Bolsas de pó podem
alternadamente ou ser protegidas do clima e ainda fornecer um
“intercaladas”, para método de coleção de pó sem necessidade
reduzir o fluxo de ar.
de um sistema de coleção de pó. Elas
normalmente são usadas quando não é possível
uma zonas de acomodação maior ou quando

300
Controle Passivo de Pó | Capítulo 18

há uma quantidade grande de ar gerado para causar uma faísca, que, consequentemente,
controle. Essas bolsas filtram o ar de saída pode provocar uma explosão, se as condições
para minimizar o escape de pó no ambiente da estiverem predispostas a isso. Para combater
fábrica. Esses sistemas consistem em um canal esse fenômeno, os fabricantes das bolsas estão
aberto no teto da seção de contorno, com uma costurando uma grade de aço inoxidável no
bolsa ou manga de filtragem esticada sobre a material e aproximando-a do chão para dissipar
parte superior do canal (Figura 18.10). Essas qualquer carga acumulada. Essa dissipação
bolsas podem ser anexadas com um simples também pode ser realizada pela costura de
grampo circular à borda do canal. A pressão fibras de carbono condutivas no tecido. Se
positiva do ar é atenuada através da bolsa de pó, houver um potencial de pó explosivo, devem
e o pó é capturado dentro da bolsa. O ponto ser usadas bolsas de pó de dissipação estática.
de transferência pode precisar da instalação de
mais de uma dessas bolsas de pó, dependendo
do tamanho e da permeabilidade da bolsa e do ESPECIFICAÇÕES TÍPICAS
fluxo de ar do ponto de transferência.
A. Bolsas de pó.
As bolsas de pó geralmente apresentam A cobertura da calha-guia será ajustada com
um anel isolante em sua parte superior, que uma (ou mais) bolsas de pó para atenuar
permite que ela seja suspensa pelos suportes o fluxo de ar positivo excessivo e capturar
no alto (Figura 18.11). Embora a bolsa possa
ser estendida sem o braço de suporte, ela deve
Figura 18.9
estar sujeita ao vento ou pode dobrar do lado,
vulnerável a danos. Nas instalações onde essas As bolsas de pó podem
ser protegidas do clima
bolsas de liberação de pressão estão sujeitas a e ainda fornecem um
influências ambientais, como neve e chuva, as método de coleção de
bolsas devem ser instaladas em um abrigo de pó sem a necessidade
proteção. de um sistema de
filtragem de coleção.
Cada bolsa possui certa capacidade de fluxo 18
de ar baseada na permeabilidade do material
de filtragem e na área de superfície da bolsa.
O tamanho e o número de bolsas necessárias
estão diretamente relacionados às propriedades
Figura 18.10
da bolsa. (Consultar Tópicos Avançados:
As bolsas de pó
Calculando o Tamanho da Bolsa de Pó.)
consistem em um canal
aberto no teto da seção
Uma bolsa de pó normalmente é instalada de contorno, com uma
em um ponto com um terço do comprimento bolsa ou manga de
do chute de transferência para baixo da área de filtragem esticada sobre
a parte superior do
carga. É recomendada a instalação de cortinas
canal.
de pó dentro da área de calha, uma em cada
lado da bolsa, pois isso reduzirá o fluxo de ar,
permitindo a saída de mais ar pela bolsa de pó.

Deve-se tomar cuidado para garantir que


haja uma depuração adequada acima do
Figura 18.11
conjunto de chutes para permitir a extensão
completa da bolsa e para a instalação de sua As bolsas de pó
normalmente
estrutura de suporte. O pó pode ser liberado da apresentam um anel
bolsa de filtragem mecanicamente, sacudindo isolante na parte
manualmente, ou por um colapso parcial superior da bolsa, que
permite a suspensão
da bolsa, quando o fluxo externo do ar para
pelos suportes no alto.
durante o intervalo do transportador.

As bolsas de pó podem gerar uma carga


estática quando usadas. Essa carga pode

301
Seção 4 | Controle de Pó

o pó no ar. Cada bolsa terá tamanho para comprimento e a altura da zona de


reduzir 0,5 metros cúbicos por segundo acomodação devem ser calculados para
(1.000 ft3/min) de fluxo de ar no ponto reduzir a velocidade do ar no ponto de
de transferência. A bolsa será ajustada transferência para menos que 1 metro por
sobre um canal no teto da calha-guia e será segundo (200 ft/min). (Consultar Capítulo
suspensa por um braço de suporte anexado 11: Calhas-Guia, especialmente as Equações
à cobertura. A bolsa incorporará uma 11.1 e 11.2.)
tecnologia de dissipação estática para reduzir
o risco de explosão de pó. O tecido usado
na bolsa será adequado para tratamento com TÓPICOS AVANÇADOS
materiais a granel.
Calculando o Tamanho da Bolsa de
B. Cortinas de pó. Pó
A zona de acomodação do conjunto de As bolsas de pó podem descarregar uma
chutes será ajustada com ao menos duas quantidade finita de ar por intervalo de tempo.
cortinas, para reduzir os surtos de fluxo de Essa taxa de fluxo de ar é proporcional à
ar e aumentar o comprimento do caminho permeabilidade do meio de filtragem e da área
do fluxo de ar. As cortinas serão fabricadas da bolsa.
a partir de borracha de elastômero e serão
suspensas na cobertura da calha-guia. A O processo de medição de uma bolsa de pó
margem do fundo das cortinas será aparada para uma aplicação é relacionado abaixo:
no chão para atender o ângulo convexo do A. Encontrar o fluxo de ar. Ele pode ser
transportador e o perfil do material sobre a medido ou calculado. (Consultar Capítulo
correia. As cortinas de pó terão a distância 7: Controle de Ar, para mais informações
de 450 milímetros (18 in.), e as cortina final sobre o fluxo de ar total, especificamente
será montada com uma distância não mais a Equação 7.1 – Cálculo do Fluxo de Ar
próxima de que 300 a 600 milímetros (12 a Total.)
24 in.) da saída da calha-guia.
18 B. Aplicar um fator de segurança razoável ao
C. Zona de acomodação. fluxo de ar.
A zona de acomodação será fabricada C. Selecionar um meio de filtragem que
a partir de materiais adequados para permitirá a entrada de ar, mas bloqueará o
o tratamento de materiais a granel. O pó presente na aplicação.

QUESTÕES DE SEG UR ANÇA

Para reduzir o risco de qualquer carga elétrica estática para a terra.


explosões, o tecido da bolsa de Os fios fornecem uma baixa resistência
pó pode ser costurado com a incorporação elétrica, de acordo com as Partes 1 e 3
de um fio terra dentro da costura do tecido do Padrão 54345 do Deutsches Instit für
(Figura 18.12). Esses fios conduzirão Normung (DIN). Dependendo do local
Figura 18.12 e do acesso, pode ser necessário o uso
Para reduzir o risco de Material do Filtro de procedimentos de restrição/listagem/
explosões, o tecido bloqueio/testes no transportador antes de
da bolsa de pó pode realizar o serviço com as bolsas de pó. Se
ser costurado para
o pó sendo coletado for um risco à saúde,
incorporar um fio terra Grade de Aço

dentro do tecido. devem ser usados os equipamentos de


proteção individual (EPI) adequados e
devem ser seguidos os métodos de disposição
Material do Filtro
apropriados.

302
Controle Passivo de Pó | Capítulo 18

D. Verificar a necessidade de tecido de de pó será determinada por outros critérios,


dissipação estática. inclusive pelo material, como ele é transportado
e pela próxima etapa do processo. (Consultar
E. Encontrar a área do tecido, dividindo o Capítulo 19: Supressão de Pó e Capítulo 20:
fluxo de ar necessário pela permeabilidade Coleta de Pó, para mais informações.)
do tecido (Equação 18.1).

F. Elaborar a bolsa para que tenha a área A Seguir…


necessária e seja ajustável à geometria da Este capítulo, Controle Passivo de Pó, o
aplicação. Essa área pode ser alcançada com segundo capítulo na seção Controle de Pó,
uma ou mais bolsas. descreveu métodos de controle de pó que
não exigem suprimentos externos, como
eletricidade ou água. Os próximos dois
QUANDO OS CONTROLES capítulos continuarão esta seção e descreverão
PASSIVOS NÃO SÃO SUFICIENTES métodos para controle ativo de pó: Supressão
de Pó e Coleta de Pó.
Finalizando…
Como não é efetivamente possível impedir
de forma completa a geração de pó, os
métodos de controle passivo de pó podem
ser empregados com sucesso para suprimir e
capturar o pó. Há uma variedade de métodos
disponíveis, e o uso de qualquer um dos
métodos depende das características do
transportador, da área de carga e do material
transportado.

No entanto, há uma série de sistemas de


tratamento de materiais em que as condições do 18
material e/ou o desenho do processo precisarão
de outros sistemas de controle de pó. Esses
sistemas exigirão tecnologias ativas de controle
de pó, inclusive sistemas de supressão e coleção
de pó. A escolha de supressão e/ou coleção

SF · Qtot Equação 18.1


A = Cálculo da área da
Pf
bolsa filtrante.
Dados: Uma bolsa de pó deve dissipar 0,25 metros cúbicos por segundo (540 ft3/min). A permeabilidade do
material é de 0,127 metros por segundo (25 ft/min). Considerar um fator de segurança de 1,25.
Encontrar: A área necessária do meio de filtragem.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais
A Área da Bolsa Filtrante metros quadrados pés quadrados
SF Fator de Segurança 1,25 1,25
Qtot Fluxo de Ar Total 0,25 m /s 3
540 ft 3/min
Pf Permeabilidade 0,127 m/s 25 ft/min
1,25 ·
Métrica: A = 0,25 = 2,5
0,127
1,25 ·
Imperial: 540 = 27
A=
25
A Área da Bolsa Filtrante
2,5 m 2 27 ft 2

303
Seção 4 | Controle de Pó

Figura 19.1
A supressão de pó é
a aplicação de água,
ou água aditivada com
substâncias químicas, para
aglomerar com partículas
de pó e aumentar sua
massa, a fim de impedir a
liberação de pó no ar.

19

Capítulo 19

SUPRESSÃO DE PÓ

Supressão de Pó.. ................................................................................................................................................. 305


Supressão de Água.............................................................................................................................................. 307
Supressão por Neblina........................................................................................................................................ 309
Adicionando Substâncias químicas.. ................................................................................................................ 311
Supressão por Espuma....................................................................................................................................... 312
Substâncias Químicas Residuais.. .................................................................................................................... 313
Sistemas e Localização.. ..................................................................................................................................... 315
Questões de Segurança...................................................................................................................................... 317
Manutenção do Sistema.. ................................................................................................................................... 316
Especificações Típicas......................................................................................................................................... 317
Aplicações Comuns de Sistemas de Supressão........................................................................................... 318
Tópicos Avançados............................................................................................................................................... 319
Supressão de Pó: Uma Peça do Quebra-Cabeça......................................................................................... 319

304
Supressão de Pó | Capítulo 19

Neste Capítulo… São disponibilizadas algumas diretrizes gerais


Este capítulo examinará vários tipos de sobre a aplicabilidade dos diferentes métodos
sistemas de supressão de pó, inclusive sistemas de supressão de pó (Tabela 19.1).
de jato de água ou água aditivada, sistemas de Os custos de instalação e de operação
espuma e sistemas de neblina. Serão tratados contínuam para consumo de substâncias
os resultados e as vantagens dos sistemas, bem químicas e manutenção e devem ser revisados.
como as diretrizes gerais de aplicação dos vários Outra consideração na seleção do sistema
métodos. Esse material pretende ser descritivo é a disponibilidade de fontes como água, ar
em vez de prescritivo. Qualquer aplicação comprimido e energia elétrica.
dessas informações deve ser conduzida por
profissionais experientes, com conhecimentos Um jato de água pleno pode apresentar os
sobre a aplicação específica. custos de operação mais baixos, mas também
pode ser a solução menos eficaz.
A supressão de pó é a aplicação de água, ou
água aditivada com substâncias químicas, para
Questões de Tamanho
aglomerar com partículas de pó e aumentar sua
massa, a fim de impedir a liberação de pó no ar. O princípio básico dos sistemas de supressão
A água, ou a mistura de água e químicos, pode de pó é de que as partículas de pó (espalhadas
ser aplicada tanto a um corpo de material – para no ar ou contidas no corpo do material a granel
impedir que os resíduos sejam carregados no sendo tratado) tendem mais a interagir com
ar – quando no ar acima do corpo de material – partículas de água do mesmo tamanho relativo.
para gerar uma cortina ou barreira que devolva
Quando as gotas de água se misturam e
os resíduos molhados ao material.
se aglomeram com as partículas de pó, as
Há uma série de sistemas usados para partículas mais pesadas resultantes caem de
esse objetivo, desde sistemas de jato de água volta ao corpo do material. Para uma eficiência
de “mangueiras de jardim” até sistemas máxima, as gotas de água do sistema de
sofisticados, projetados e automatizados supressão de pó devem ser mantidas dentro da
que aplicam água – com ou sem adição de faixa de tamanho específica do pó espalhado 19
substâncias químicas – como jato, espuma ou no ar. Se as gotas de água são muito grandes,
neblina (Figura 19.1). as partículas menores de pó normalmente vão
“seguir o vácuo” em torno delas, impelidas
Uma vantagem dos sistemas de supressão de pelo ar em torno das gotas (Figura 19.2). Se
água é que o material tratado não precisa ser as gotas de água têm tamanho apropriado e são
controlado novamente para ser reprocessado, fornecidas em quantidade suficiente para a área
como ele seria no sistema de coleção de pó. O determinada, as gotas serão ligadas às partículas
pó suprimido é devolvido ao corpo principal do material e cairão do ar.
do material transportado e, então, continua no
processo, sem precisar de outros equipamentos O segredo é fornecer gotas do sistema de
de tratamento de materiais para retomar o supressão de pó do mesmo tamanho que as
material. partículas de pó e na mesma proximidade, para
oferecer a melhor oportunidade de interação
Um sistema de supressão de pó não pode máxima entre os dois. Com os sistemas de jato
ser recomendado em qualquer caso em que de água mais simples, são geradas pequenas
o material reaja negativamente à adição de gotas adicionais pelo lançamento de mais água.
umidade ou no retorno do pó ao processo. Quanto mais água for lançada, melhor será a
oportunidade de geração de gotas de água de
tamanho adequado. Sistemas de jato de água
SUPRESSÃO DE PÓ e surfactante melhoram a eficiência de captura
pelo controle da capacidade de umedecimento
Avaliando as Opções da água através da adição de surfactantes.
A seleção da melhor solução para controle de Esses agentes surfactantes deixam a água “mais
pó para cada aplicação depende de uma série molhada”, aumentando a eficiência de captura
de fatores. A resposta é um entendimento do de pó, permitindo, portanto, uma redução na
material, das condições de aplicação e do nível quantidade de água fornecida. Os sistemas de
de desempenho necessário. supressão por neblina e por espuma ocorrem

305
Seção 4 | Controle de Pó

Tabela 19.1 Matriz de Aplicação de Supressão de Pó


Tipo de Sistema de
Supressão de Pó Aplicações
Demolidores Estação de
Ponto de e Pilhas de Descarga Carregamento Descarga de
Transferência Trituradores Estoque de Vagões Trippers de Embarcação Embarcação
Jato de Água X X
Neblina de Água X
Neblina de Água
X X X
+ Ar
Jato de Água +
X X X X X X
Surfactante
Espuma X X X X X
Supressão de
Pó de Sistema
X X
Híbrido + Coleta
Passiva
Supressão de
Pó de Sistema
X X X X
Híbrido + Coleta
Ativa
Obs: Jato de Água + Surfactante e Espuma são melhores quando é necessário um efeito residual (pon-
tos múltiplos de aplicação, demolidores, longas distâncias entre os pontos de aplicação, empilhadoras,
etc.). Jato de Água, Nuvem de Água e Nuvem de Água + Ar são melhores quando não é necessário um
efeito residual. Alguns tipos de materiais e/ou processos não permitem a adição de nenhuma substância
química.

por outros métodos – atomização e substâncias Um fornecedor de substâncias químicas para


químicas, respectivamente – para gerar as gotas supressão deve ser consultado para determinar
19 pequenas necessárias para capturar o pó com a eficácia de uma determinada substância
eficácia. química com qualquer material específico. Deve
ser obtido um conhecimento completo das
Um ingrediente fundamental na seleção ramificações de adição de uma mistura a um
de um sistema de supressão de pó é o material e a um processo antes da implantação
entendimento das características do material de qualquer método de supressão de pó.
que esta sendo tratado. Alguns materiais,
como o cimento, são incompatíveis com
água; portanto, deve-se evitar a supressão. As
SUPRESSÃO DE ÁGUA
partículas de pó de alguns materiais ligam-se
prontamente à água, enquanto as partículas de Supressão com Água
outros não. A adição de um surfactante pode
Talvez o método mais antigo de controlar pó
melhorar a capacidade da água de se ligar a
fugitivo seja a aplicação de água em jato sobre
esses materiais normalmente hidrofóbicos.
o corpo do material. Molhando os resíduos
conforme eles se encostam ao material a
Figura 19.2 Partículas de água afastam-se
das gotas maiores granel ou conforme eles são carregados pelo
As partículas de pó ar, o peso de cada partícula é aumentado,
Fluxo de Ar
podem “seguir o vácuo”
em torno das gotas tornando-a menos propensa a se espalhar pelo
de água maiores, mas ar. A umidade aumenta a força coesiva entre as
ligam-se prontamente partículas de pó, tornando-as mais propensas
a gotas de mesmo Gota Grande a acumularem-se – gerando agrupamentos
tamanho.
Partículas de água ligam- maiores e mais pesados de partículas – e
se às gotas menores
Fluxo de Ar
dificultando o movimento do ar para carregar
resíduos. É mais eficaz aplicar a água através de
uma série de mangueiras de tamanho adequado
Gota Pequena no ponto onde o material se espalha no ar,
como durante a descarga da polia motriz no

306
Supressão de Pó | Capítulo 19

chute de transferência. A maioria dos sistemas de supressão por água


deve usar água de processo reciclado em vez de
A água também pode ser aplicada para água potável, mais cara. Essa água processada
gerar uma “cortina” em torno do ponto de pode possuir contaminantes ou substâncias
transferência. Os resíduos de pó espalhados no químicas que podem coagular ou corroer os
ar entrarão em contato com essa “barreira” de componentes do jato. O uso de água pode
água, aumentando sua massa – removendo-os provocar a corrosão acelerada dos componentes
do fluxo de ar. e das estruturas do transportador.
Os jatos de água mais eficazes são os sistemas Outro resultado é que essa água possui um
de baixa velocidade. Jatos de alta velocidade efeito residual mínimo – uma vez que a água
podem adicionar velocidade ao ar e às evapora, o efeito de supressão de pó é anulado.
partículas de pó no ar. Essa energia é prejudicial Além disso, gotas grandes de água não são boas
à tarefa de devolver o pó ao corpo do material. para a fixação a partículas pequenas de pó: para
aumentar o resultado, muitas vezes é aplicada
Os Prós e Contras dos Jatos de mais água, o que pode criar problemas de
Água limpeza e eliminação.
Sistemas de supressão com base em água
tornam-se mais sofisticados conforme a São adicionados vários níveis de umidade nos
engenharia avança na tecnologia da “mangueira sistemas típicos de supressão de pó (Tabela
de água”, na tentativa de melhorar os resultados. 19.2).
A eficácia dos sistemas de jato de água depende
da velocidade da água aplicada, do tamanho Com Água, Quanto Mais, Pior
das gotas e do local e número de mangueiras a Um jato de água pode aparentar ser a forma
jato. As técnicas para melhorar a supressão de menos cara de controle de pó disponível,
pó por jato de água incluem uma redução no uma vez que a água processada é praticamente
tamanho das gotas, um aumento na frequência irrestrita em muitas operações e pode
de gotas ou uma queda na tensão superficial ser aplicada através de sistemas de baixa
da gota, facilitando a mistura das gotas com as tecnologia. Essa justificativa de custos pode 19
partículas de pó. ser uma consideração falsa, uma vez que a
adição de água pode afetar negativamente as
Os sistemas de jato de água oferecem operações de tratamento de materiais. Muitos
algumas vantagens. Os sistemas de aplicação materiais a granel são hidrofóbicos – eles
são de desenho e projeto relativamente simples. possuem uma tensão superficial e são avessos
Água geralmente não é cara, relativamente à combinação com água. Na tentativa de
fácil de obter e normalmente segura para o alcançar uma supressão eficaz, a quantidade
ambiente e para os trabalhadores expostos. de água é aumentada. Como o material não se
Sistemas de supressão de pó que usam água mistura bem com a água, algumas partículas
são relativamente sistemas simples e não permanecem secas, e outras ficam muito
requerem o uso de tampas ou isolamentos molhadas. O material seco continuará gerando
caros e elaborados. Podem ser feitas mudanças pó, possivelmente causando a adição de
após o uso inicial, com gastos e ociosidade mais água ainda e agravando o problema. O
mínimos. Os sistemas de supressão com base material muito molhado causará problemas de
em água são simples de instalar, menos sujeitos manuseio, inclusive acúmulos nas calhas-guia,
a problemas de vento ou velocidade do ar e, telas aderidas, com redução da eficiência e
devido aos orifícios largos nas mangueiras a vida útil, além de material morto nas correias
jato, normalmente não requerem água filtrada. transportadoras. O excesso de água pode
Os sistemas comumente são mais baratos de provocar deslizamento e desregulagem na
instalar e ocupam bem menos espaço que os correia, e isso pode aumentar a possibilidade
sistemas “secos” de coleção de pó. de acúmulo de resíduos molhados
(consequentemente aderentes) dentro dos
Infelizmente, a aplicação de água também
chutes e em torno do ponto de transferência.
possui diversas adversidades. Restrições no
Ao aplicar água a materiais nos sistemas de
consumo de água fresca são comuns em
transporte, uma boa máxima é: “quanto mais,
permissões de operação de minerações, bem
pior”.
como em muitas outras operações industriais.

307
Seção 4 | Controle de Pó

Outro problema que ocorre em sistemas que significa que eles podem absorver umidade
de supressão com “água processada” é a do ar. O carvão tem a capacidade de absorver
possibilidade de excesso de umidade nos a umidade livre a níveis de 2% a 45% do seu
materiais, que pode diminuir o desempenho peso. Essa absorção ocorre rapidamente, com
de geração de energia ou outros sistemas de ganho de peso de 1,5% a 5,5% nos primeiros 15
processamento térmico. O excesso de água minutos de exposição. O estado de equilíbrio
adicionado ao carvão ou ao coque usado para ocorre dentro de 3 a 5 dias de exposição.
combustíveis de ebulição resulta em uma Muitas vezes, essas mudanças naturais são
penalidade térmica que pode ter um efeito muito mais significativas do que a quantidade de
degradante nas taxas de aquecimento. Quanto água adicionada por um sistema de controle de
mais água é adicionada, maior é a penalidade. pó bem elaborado e mantido. Qualquer adição
de água pode representar um aumento de
Penalidade Térmica para a Adição custo ao sistema e afetar a frequência de calor
de Umidade e a eficiência da fábrica. Portanto, os esforços
Há uma penalidade de desempenho para minimizar a adição de umidade devem ser
substancial adicionada à combustão e outros cuidadosamente considerados.
processos térmicos, quando a quantidade Com o poder calorífico do carvão
de água do combustível é aumentada abrangendo de 16.300 quilojoules por
significativamente. Em aplicações como usinas quilograma (7000 BTU/lbm), para lignito, a
de carvão e indústrias de cimento, a água 27.900 quilojoules por quilograma (12.000
adicionada ao material envolvido deve ser BTU/lbm), para carvão betuminoso, uma usina
“queimada” pelo processo. Isso pode reduzir perde consideravelmente o calor de 1 a 1,5
drasticamente a eficácia da operação e aumentar quilogramas por tonelada (1,9 a 3,3 lbm/st) para
os custos de combustíveis. cada 1% de umidade adicionada à operação de
Alguns materiais a granel estão suscetíveis a tratamento de carvão. A usina deve adquirir,
variar naturalmente o conteúdo de umidade da manusear e queimar mais combustível para
compensar a umidade adicionada. (Consultar
19 sua exposição ao ambiente no armazenamento
ou durante o transporte. Muitos materiais a Tópicos Avançados: Penalidade Térmica em
granel, como o carvão, são higroscópicos, o uma Usina de Carvão.)

Tabela 19.2 Taxas Típicas de Adição de Umidade para Sistemas de Supressão de Pó

10-50 litros por 3-25 litros por 0,5-2 litros por 0,1-0,5 litros por
tonelada tonelada tonelada tonelada
(2,4 – 12 gal/st) (0,75 – 6 gal/st) (0,125 – 0,5 gal/st) (0,025 – 0,125 gal/st)
5%
5%
4%

3%
2.5%
2%

1%

0% 0.2% 0.05%
Jato de Jato de Água/ Espuma de Água/ Fumaça
Água Pleno Surfactante Surfactante
Tipos de Sistema de Supressão de Pó

308
Supressão de Pó | Capítulo 19

Melhorando a Supressão com Base Há dois métodos de produção de uma


em Água neblina de água:
Como o sistema de jato de água requer A. Atomização de dois líquidos.
um alto volume de adição de umidade para
uma supressão de pó eficaz, ele está sujeito Um método produz a neblina a partir de
a uma penalidade térmica alta. Quantidades água e ar comprimido, passando os dois
significativas de água podem gerar problemas elementos através de uma mangueira de
no manuseio dos materiais. dois líquidos. Aqui, o fornecimento externo
de ar é o veículo que fragmenta a água
Devem ser considerados outros métodos na névoa de gotas usada para capturar o
para melhorar a supressão de pó com base em pó. O fornecimento de ar comprimido
água, à medida que limita a adição de umidade. proporciona um gasto adicional para a
Essas soluções incluem gerar um jato de névoa instalação e operação desse sistema. O
ou “neblina” ou usar aditivos químicos para custo da produção de ar comprimido
modificar a água. também deve ser considerado nas
economias do sistema. Outra preocupação
é a consequência da injeção adicional de
SUPRESSÃO POR NEBLINA ar na equação de controle de pó de um
ponto de transferência, que pode estimular
Sistemas de Supressão por mais o movimento do pó. No entanto, esse
Fumaça método permite o uso da água processada
O uso de uma neblina de água para supressão que tenha sido simplesmente filtrada para
de pó é um método para otimizar a aplicação remover qualquer material que possa aderir
de água aos materiais secos. Esses sistemas às mangueiras.
usam mangueiras especiais para produzir gotas
B. Atomização de líquido único.
de água extremamente pequenas em uma
“neblina” ou névoa dispersa (Figura 19.3). O segundo sistema usa um fluxo ultrafino
Essas gotas se misturam e acumulam-se com
as partículas de pó de tamanho semelhantes,
de água produzida por mangueiras
atomizantes de líquido único. Ele não
19
com partículas resultantes mais pesadas caindo requer ar comprimido ou qualquer
de volta ao corpo do material. Os sistemas de outro fornecimento de energia além da
neblina são baseados no conhecimento de que eletricidade usada para operar a bomba.
as gotas de água de um sistema de supressão Ele requer o uso de água potável – ou que a
úmido devem ser mantidas dentro de um água processada seja filtrada e tratada – para
tamanho específico para controlar o pó com reduzir os problemas com entupimento da
eficácia. Se as gotas de água são muito grandes, mangueira. As mangueiras de líquido único
as partículas de pó menores normalmente usam atomização hidráulica para gerar a
seguem o vácuo em sua volta, afastadas pelo ar neblina. Nesse método, um pequeno fluxo
em torno das gotas. de água é forçado sob alta pressão – até
14 megapascais (2.000 lbf / in.2), embora
Os sistemas de neblina fornecem gotas mais tipicamente 34 a 69 megapascal
ultrafinas que maximizam o potencial de (5.000 a 10.000 lbf / in.2) – através de
captura da água, enquanto minimiza a um pequeno orifício que espirra as gotas
quantidade de água adicionada ao produto. A
atomização reduz a tensão superficial das gotas
Figura 19.3
de água, enquanto aumenta o número de gotas
Os sistemas de
em uma determinada área. supressão de pó
por neblina usam
Os sistemas de neblina geralmente adicionam mangueiras especiais
níveis baixos de umidade ao material, para criar uma névoa de
normalmente na faixa de 0,1% a 0,05% (1/10 gotículas.
a 1/20 de 1%) pelo peso do material. Essas
quantidades, normalmente menores que
0,5 litro por tonelada (1 pt/st), minimizarão
qualquer degradação do material.

309
Seção 4 | Controle de Pó

de água em partículas microscópicas. A As mangueiras de geração de neblina são


energia gerada pela bomba de alta pressão instaladas para cobrir a largura total da área
é usada para atomizar as gotas de águas, rodeada do transportador (Figura 19.5). É
em vez de aumentar a velocidade da água, recomendado que a altura da calha-guia do
minimizando, portanto, o ar desprendido. ponto de transferência seja de no mínimo 600
Ao eliminar os requisitos do ar comprimido, milímetros (24 in.), para permitir que o cone
as mangueiras de líquido único simplificam a de saída das mangueiras atinja a cobertura
instalação e reduzem os custos de operação. ideal e preencha o isolamento. O padrão de
Para manter os pequenos orifícios limpos, jato da mangueira deve ser projetado para que
o material suspenso deve ser removido da o material espalhado no ar passe pela cortina
água, e o pH da água deve ser controlado. de neblina sem direcionar o jato diretamente
O baixo volume de água aplicado facilita sobre o corpo principal do material. O jato é
relativamente o sucesso da filtração e da direcionado acima dos materiais, em vez de
ionização. sobre eles.

Localização dos Sistemas de O padrão do jato das mangueiras de neblina


Neblina não deve ser direcionado sobre qualquer
superfície, e as mangueiras devem ser
A instalação dos sistemas de neblina é um protegidas de serem atingidas pelo material a
pouco incomum: Nela, os sistemas de neblina granel.
são elaborados para tratar o ar em volta do
material, em vez do material em si. Portanto,
Prós e Contras dos Sistemas de
o ponto de aplicação da névoa geralmente
Neblina
é próximo ao fim do ponto de transferência
(Figura 19.4). Essa localização permite Os sistemas de neblina oferecem um controle
que o material se assente e que qualquer uso de pó combinado com custos de operação e
dos sistemas de coleta passiva ou ativa de pó instalação econômica. Os custos de operação
identifique o ar repleto de pó sem riscos de do sistema são baixos comparados aos sistemas
19 anular o meio de filtragem com as partículas de coleção de pó convencionais.
umedecidas.
Um sistema de neblina bem elaborado
fornece controle de pó no ponto da aplicação,
Figura 19.4
sem a necessidade de aditivos químicos. Isso é
Os sistemas de especialmente importante para processos como
supressão por vedação
são aplicados próximo
transporte de talhas de madeira destinadas
ao fim do isolamento do à fabricação de papel. Muitas fábricas se
ponto de transferência. preocupam com a aplicação de substâncias
químicas que possam afetar negativamente a
celulose ou degradar a qualidade do produto
final. Como os sistemas de neblina adicionam
água sem nenhum aditivo, eles protegem a
integridade do processo.

Com os sistemas de neblina, a adição total


de umidade ao material a granel pode baixar
entre 0,1% a 0,05%. Isso torna os sistemas de
Figura 19.5
supressão por neblina atraentes em indústrias
As mangueiras de como de produção de limo e cimento, que não
geração de neblina
são instaladas para toleram excesso de umidade.
cobrir a largura total
da área rodeada do Devido ao tamanho pequeno do orifício
transportador. das mangueiras, normalmente é necessário
água potável para os sistemas de supressão
por neblina. Geralmente é necessária filtragem
para remover os materiais suspensos pelo
suprimento de água. As mangueiras podem
entupir se o suprimento de água estiver

310
Supressão de Pó | Capítulo 19

contaminado ou se o sistema de tratamento Se o pó de carvão, do coque de petróleo


de água não for realizado nos intervalos ou de material semelhante cai em uma poça
necessários. Devem ser providenciadas de água, as partículas de pó podem, se não
preparações como drenagens e encanamento manuseadas, permanecer na borda da poça
aquecido para fábricas em ambientes frios. por horas. Esse fenômeno ocorre porque
esses materiais são hidrofóbicos – eles não se
Outra consideração importante na escolha misturam com água. Como não é prático alterar
de um sistema de neblina é o volume e a a natureza das partículas de pó para aumentar
velocidade do ar na área aberta em torno do sua afinidade com água, são adicionadas
ponto de transferência ou do chute. Sistemas de substâncias químicas para alterar as partículas
neblina que usam mangueiras de líquido único de água, para que elas atraiam ou ao menos se
(aquelas que não precisam de ar comprimido) juntem a elas.
tendem a ser mais compatíveis com sistemas
projetados que controlam o movimento do ar Ao adicionar surfactantes, a tensão superficial
através de um ponto de transferência. Esses da água é reduzida, permitindo que as partículas
sistemas não devem ser usados em aplicações de pó fiquem molhadas. Surfactantes são
“abertas”. Para um desempenho realmente substâncias que, quando adicionadas à água,
eficaz, os sistemas de supressão de pó por melhoram a capacidade da água de umedecer
neblina requerem um isolamento efetivo superfícies e formar gotículas. Os surfactantes
em torno do ponto de transferência, para diminuem a tensão superficial da água e
minimizar o movimento turbulento do ar em aumentam a atração interna entre as moléculas
alta velocidade através do sistema. Como as de água, resultando em uma formação de gotas
gotas são pequenas, a neblina e o pó podem aprimorada.
ser carregados para fora da área de tratamento,
nos equipamentos próximos, pelo ar em alta Para entender a tensão superficial, imagine
velocidade que deixa o chute. uma gota de água sobre uma superfície leve
e nivelada. Ela geralmente forma uma bolha
Outro resultado potencial da aplicação de líquida com lados bem definidos. É a tensão
neblina é que essa forma de tratamento de superficial da água que impede as laterais da 19
pó é específica para pontos de aplicação. O bolha de cederem. Uma gota de água que
controle de pó somente é alcançado no ponto tenha sido misturada a um surfactante – como
de aplicação; o benefício é pequeno ou nulo. detergente – não formará uma bolha, pois sua
Embora um sistema possa muitas vezes oferecer tensão superficial foi drasticamente reduzida.
mais controle que um ponto de transferência, As “paredes” da gota não conseguem suportar
podem ser necessários muitos equipamentos o peso da gota, pois as forças que sustentam as
de neblina para um sistema de transporte paredes foram alteradas. Esse é o motivo da
complexo com muitos pontos de transferência. aplicação da tecnologia de surfactantes para o
O investimento capital pode proibir o sistema controle de pó. Se as gotas de água não tiverem
de neblina, se o sistema de transporte for muito mais uma superfície que seja uma barreira para
caro. o contato com as partículas de pó, então, as
colisões aleatórias entre as gotas de água e o pó
resultarão no umedecimento e alargamento dos
ADICIONANDO SUBSTÂNCIAS resíduos ao ponto de eles caírem da suspensão
QUÍMICAS no ar.

Adicionando Substâncias Químicas Escolhendo um Surfactante


à Água
O número de surfactantes e misturas de
É uma prática comum “aprimorar” o surfactantes atualmente em uso é muito grande.
desempenho de supressão de pó da água Uma série de empresas de especialidade
pela adição de surfactantes – agentes de química possui produtos formulados para tratar
ação superficial. A adição dessas substâncias especificamente das necessidades de controle
químicas melhorará as características de de pó. Escolher a taxa de adição e o produto
umedecimento da água, reduzindo o uso geral correto para uma determinada aplicação requer
da água e minimizando os resultados associados testes de material, bem como um entendimento
ao excesso de adição de umidade. do processo e do método da aplicação.

311
Seção 4 | Controle de Pó

As objeções aos sistemas de supressão uma boa supressão de pó. Isso proporciona o
por água aditivada com substâncias químicas benefício de adição limitada de umidade com
incluem os custos constantes de aquisição custo mínimo de substâncias químicas, devido às
de aditivos químicos. Os custos podem ser taxas mais altas de diluição com os surfactantes
mais altos, principalmente considerando a aplicados ao jato.
mortificação e depreciação do equipamento.

Além disso, esses sistemas requerem


SUPRESSÃO POR ESPUMA
manutenção regular, que gera gastos com mão
de obra para os custos contínuos de operação. Supressão de Pó por Espuma
Como a contaminação do material ou do O uso de surfactantes com água melhorará a
processo pode ser uma preocupação em probabilidade de as partículas de pó colidirem
algumas indústrias, a adição de substâncias com as gotas e de essas colisões resultarem na
químicas deve ser revista nesse aspecto. É supressão do pó. É evidente que o objetivo é
importante que os aditivos químicos sejam maximizar a área superficial das gotas de água
compatíveis com o processo, com os materiais disponíveis para fazê-las tocar as partículas
a granel e com o equipamento do sistema; o máximo possível, limitando, portanto, a
inclusive com as correias transportadoras. quantidade de água necessária. Para isso,
Embora o uso de um surfactante reduza a alguns fornecedores oferecem sistemas de
quantidade de água adicionada ao pó do supressão de pó que geram uma espuma
material, os jatos de água/surfactante podem química (Figura 19.6). Como a umidade está
adicionar ainda mais água que o nível aceitável. em forma de espuma, sua área superficial é
É uma prática comum para o fornecedor de consideravelmente aumentada, melhorando
substâncias químicas oferecer amostras para o a chance de contato entre o pó e a água.
cliente testar os efeitos sobre o produto final. Algumas bolhas de espuma atraem e retêm as
partículas de pó através do acúmulo. Outras
Aplicação por Jatos ou Espuma bolhas estouram em contato com as partículas
19 Uma vez que um agente de umedecimento
de pó, liberando gotículas que se ligam às
partículas menores, mais difíceis de capturar e
eficaz tenha sido selecionado, deve ser feita a mais nocivas à saúde humana. Com a adição
decisão sobre a aplicação no material como jato de umidade de 0,2% a 0,4%, os sistemas de
molhado, conforme discutido, ou como espuma. espuma adicionam apenas 2 litros por tonelada
Os dois sistemas oferecem vantagens. Em (2 qt/st) de material. Nesses níveis, os sistemas
termos gerais, a taxa de adição de umidade de de supressão por espuma geralmente adicionam
um sistema de jato molhado é mais alta do que menos que 10% da umidade que os sistemas de
de um sistema de geração de espuma. Embora jato de água direto aplicam.
a taxa de diluição seja mais baixa para o sistema
de supressão por espuma, a expansão da espuma Consequentemente, os sistemas de espuma
permite proporcionar uma supressão eficaz são bem-vindos onde o suprimento de água
com menos umidade adicionada aos materiais é limitado ou onde o excesso de água pode
(Tabela 19.3). Desenvolvimentos recentes têm prejudicar o desempenho do material, como
melhorado a tecnologia de surfactantes a ponto em usinas de carvão. Além disso, a água
de algumas misturas poderem ser aplicadas reduzida implica poucos problemas com a
como jato em níveis menores de supressão de coagulação da tela e com aderência de materiais
um sistema de espuma, enquanto fornecem aos isolamentos e aos componentes mecânicos.

Tabela 19.3 Níveis Máximos Típicos de Adição de Umidade


Água com
Jato de Água Surfactante Espuma Neblina
Taxa Nominal de Adição de
5% 2,5% 0,20% 0,05%
Umidade
Adição de Água 5.455 l/h 2.725 l/h 218 l/h 54,5 l/h
(1.200 gal/h) (600 gal/h) (48 gal/h) (12 gal/h)
Taxa Água-Química N/A 1:5000 1:100 N/A
Taxa de Uso de Substâncias 0,44 l/h 2,2 l/h
N/A N/A
Químicas (0,096 g/h) (0,48 g/h)

312
Supressão de Pó | Capítulo 19

Adicionar ar à mistura de água e surfactante equipamento de jato de água e normalmente


e passar esse composto por um aparelho de requer manutenção adicional.
mistura gera a espuma. O ajuste da relação
ar/água/químico infectante e outros fatores Enfim, a quantidade de surfactante exigida
controláveis permitem que o engenheiro para gerar espuma é de certa forma maior que a
da aplicação gere uma espuma que abranja quantidade de substância química normalmente
características desde muito molhado até seco, adicionada ao sistema de jato molhado. O
como “espuma de barbear”, a fim de criar a volume de surfactante em um determinado
espuma mais eficaz para cada aplicação. A corpo de água é mais alto; no entanto, devido à
espuma bem formada pode expandir a área expansão da espuma, a quantidade de umidade
superficial de uma quantidade de água em 60 a aplicada ao material é menor. O custo adicional
80 vezes. Isso considera o controle de pó eficaz para essa concentração aumentada de substância
com taxas baixas de adição de umidade. aditiva pode ser equilibrado por uma redução
na penalidade térmica sobre o desempenho do
O sistema de aplicação de espuma para combustível resultante de uma queda substancial
supressão de pó começa com a mistura da água na umidade adicional (Tabela 19.4).
com uma substância química que gere espuma.
A água e o aditivo são medidos juntos, através
de uma bomba de proporção, e a mistura SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS
resultante é processada por um regulador de RESIDUAIS
fluxo para alimentar o sistema (Figura 19.7).
Um segundo regulador de fluxo controla o Agentes de Supressão por
suprimento de ar comprimido. A solução de Substâncias Químicas Residuais
água/substância e o ar chegam por mangueiras Os surfactantes umedecem as partículas
separadas em um tubo de espuma, onde eles de pó, para que elas se acumulem, evitando,
se misturam para formar a espuma. A espuma portanto, que elas se espalhem no ar. Uma
percorre então os canos para as mangueiras vez que a solução se evapora, o efeito de
de aplicação instaladas na lateral ou na parte supressão dos surfactantes normais acaba.
superior do equipamento ou do ponto de 19
transferência (Figura 19.8). Figura 19.6
A supressão de pó
Limitações da Supressão por por espuma gera
Espuma uma espuma seca
que expande a área
Embora muitas aplicações sejam superficial da água
beneficiadas pela tecnologia de espuma, há em 60 a 80 vezes sua
superfície anterior.
algumas adversidades para o processo. Os
surfactantes que produzem as espumas mais
procuradas nem sempre são os melhores
agentes de umedecimento para os materiais
sendo tratados. Alguns fornecedores focam
em substâncias químicas para produzir uma
espuma estável, sem considerar se a espuma
resultante tem qualquer valor na superação Figura 19.7
da natureza hidrofóbica do material. É crucial No sistema de
que as substâncias químicas forneçam um proporção, a água
e o surfactante são
umedecimento eficaz do material tratado antes
misturados, e a
de se considerar a geração de espuma. solução resultante e
o ar comprimido são
A geração de espuma requer ar comprimido. enviados de forma
Se um suprimento de ar comprimido não está independente para os
tubos de espuma.
prontamente disponível no local de aplicação,
um compressor deve ser instalado e tratado.

De modo geral, o equipamento de aplicação


de espuma é ligeiramente mais caro que o

313
Seção 4 | Controle de Pó

Em muitos casos, no entanto, a supressão de A. Áreas grandes com vários pontos de


pó é necessária não apenas à medida que os aplicação.
materiais se movimentam através dos vários B. Longas distâncias entre pontos de aplicação.
pontos de transferências, mas também após
C. Empilhadeiras ou trippers.
os materiais atingirem os contêineres de
armazenamento, vagões, barcaças e pilhas de D. Britadores ou trituradores.
estoque. Nesses casos, é prudente considerar o E. Pontos de transferência elevados, onde seria
uso de um sistema de espuma ou jato de água/ difícil a aplicação de supressão de pó.
surfactante com um efeito residual de longa
duração. A supressão de pó por resíduos é Um sistema de supressão residual bem
valiosa ao se considerar a supressão de pó para: elaborado possibilita controlar o pó fugitivo
sobre uma área extensa pela aplicação da
Figura 19.8 solução em alguns pontos estratégicos. Em
A solução de água/ contrapartida, usar sistemas de água e/ou
surfactante e o ar neblina para áreas grandes exigirá vários pontos
são combinados em de aplicação, inclusive diversas estações de
um tubo de espuma bombeamento; linhas de ar, água e substâncias
e fornecidos para
as mangueiras de químicas mais longas; maior capacidade de
aplicação. bombeamento; e mais mangueiras de aplicação
– todos os quais podem tornar o sistema
consideravelmente mais caro e, em alguns
casos, não tão eficaz.

O carvão transportado de descarregadores


para pilhas de armazenamento abertas pode
permanecer lá por muito tempo. O material
armazenado nas pilhas de estoque abertas
está sujeito a variações no clima, inclusive
19 vento, sol e precipitação. O aquecimento do

Tabela 19.4 Penalidade Térmica da Adição de Umidade em uma Usina de Carvão


Umidade Adicionada
10-50 litros por tonelada 3-25 litros por tonelada 0,5-2 litros por tonelada 0,1-0,5 litro por tonelada
(2,4 – 12 gal/st) (0,75 – 6 gal/st) (0,125 – 0,5 gal/st) (0,025 – 0.125 gal/st)

Penalidade Térmica
27.852–139.260 kJ 8.356–69.630 kJ 1.393–5.570 kJ 279–1.393 kJ
(6.400–132.000 BTU) (7.920–66.000 BTU) (1.320–5.280 BTU) (264–1.320 BTU)
5%
5%

4%

3%

2,5%
2%

1%

0,2% 0,05%
0%

Jato de Água Jato de Água/Surfactante Espuma de Água/Surfac- Fumaça


Pleno tante

Tipos de Sistema de Supressão de Pó


Obs.: Umidade Adicionada – litros por tonelada (gal/st); Penalidade Térmica – quilojoules (BTU)

314
Supressão de Pó | Capítulo 19

sol pode evaporar a umidade do material a correia transportadora. Se o ligante adere


armazenado, provavelmente permitindo que bem ao material, ele pode fazê-lo com o
ele seja carregado pelo vento. A erosão do equipamento de transferência. A aplicação
vento gera grandes quantidades de pó que adequada do produto se torna crucial, pois
podem se assentar nas casas e nos campos das usar o jato do ligante sobre o equipamento do
redondezas. Quando o carvão armazenado processo ou sobre correias vazias pode resultar
é solicitado, ele pode estar seco e apresentar em problemas consideráveis de manutenção e
problemas de pó tão grandes quanto ele tinha produção.
durante o manuseio inicial. Os materiais que
geram pó, como o coque calcinado ou as Uma consideração importante na seleção de
pellets de minério de ferro, podem precisar um ligante é o efeito que a substância química
de controle de pó desde o ponto de produção possuirá sobre o material sendo tratado e
até o ponto de uso final. Isso pode equivaler sobre o ambiente. Se o ligante for aplicado a
a várias semanas e milhares de quilômetros. um material em uma pilha de estoque, e essa
Nesses casos, pode ser mais econômico aplicar pilha de estoque for exposta à chuva, partes
um surfactante residual aos materiais do que de um ligante solúvel em água podem acabar
aplicar surfactantes e água nos diversos locais, em desligamento e provocar uma questão
por todo o sistema de tratamento de materiais. ambiental. Muitos fabricantes de substâncias
Há uma variedade de surfactantes residuais químicas apenas fornecem ligantes que sejam
disponíveis. compatíveis com o ambiente; no entanto, essa
é uma questão que deve ser levantada com o
Efeitos de Longa Duração fornecedor da substância.
O objetivo de um supressor residual é
aglomerar as partículas umas nas outras, ou em
SISTEMAS E LOCALIZAÇÃO
partículas maiores, e depois reter a estrutura
junto, mesmo após a umidade evaporar. Em Sistemas Híbridos: Adicionando
alguns casos, é usado um material higroscópico, Supressão ao Conteúdo ou à Coleta
como o cloreto de cálcio, que retarda a
A seleção de um sistema de controle de 19
capacidade da umidade de deixar o material
pó deve ser baseada no material, nas causas
tratado. A vantagem dessa abordagem pode
de geração de pó e nas especificidades do(s)
ser um custo de tratamento mais baixo. Os
ponto(s) de aplicação. É importante fazer uma
ligantes mais convencionais incluem lignina,
análise completa de geração de pó, a fim de
taninos, piche, polímeros e resinas. Quando
detectar não apenas os pontos de geração de
combinados a surfactantes para ajudar no
pó fugitivo mais problemáticos, mas identificar
umedecimento, esses compostos cobrem as
as causas verdadeiras da geração de pó e de
partículas maiores e, então, agem como uma
escape, a fim de controlar a situação.
cola para atrair e reter as partículas finas.
Em alguns casos, deve ser considerado
A aplicação de ligantes residuais tende a ser
um sistema híbrido combinando um sistema
mais cara que as aplicações de surfactantes,
de supressão de pó com outros sistemas –
pois devem ser aplicados a concentrações mais
contenção ou coleção de pó passiva ou ativa.
altas. Embora os ligantes sejam menos caros por
Isso pode gerar o melhor desempenho possível
quilograma (lbm), eles geralmente são aplicados
com custos mínimos de instalação, operação
a taxas de diluição variando de 50 a 1 até 200 a
e manutenção. É importante consultar um
1 (2,0% a 0,5%).
especialista na aplicação dos sistemas de
É importante mencionar que, com o uso controle e de supressão de pó para desenvolver
de uma substância química residual, uma uma solução para qualquer aplicação específica.
fábrica pode reduzir o número de pontos de
aplicação necessário, reduzindo, por sua vez, a Local, Local e Local
quantidade de manutenção necessária. Em qualquer sistema de supressão de pó, é
importante selecionar o(s) melhor(es) ponto(s)
Ao escolher um ligante, é especialmente
de aplicação, não apenas para aumentar a
importante conhecer os efeitos que ele terá
eficácia, mas também para reduzir os custos de
sobre o equipamento de transferência e sobre
instalação, operação e manutenção. Os locais

315
Seção 4 | Controle de Pó

escolhidos para colocação das mangueiras e eficaz quando aplicada no ponto de descarga
o padrão de distribuição são tão importantes, de um misturador ou do transportador,
se não mais do que a seleção da substância onde o corpo de materiais está misturado e
química a ser aplicada (Figura 19.9). Mesmo espalhado (Figura 19.10). Aqui, as forças do
o programa melhor elaborado não terá sucesso movimento do material dobrarão o supressor
se a substância supressora não for distribuída no fluxo de material conforme ele se mover
no local correto para permitir a mistura do através do ponto de transferência e na correia
supressor e dos resíduos de pó. transportadora. A aplicação do supressor nesse
ponto permite que a espuma penetre no fluxo
O sucesso do esforço de supressão no ponto de material e capture cada partícula, em vez de
de transferência depende da mistura adequada permanecer na camada externa do material.
de materiais e do supressor. Se o supressor for
simplesmente água ou uma mistura de água/ A Importância da Qualidade da
surfactante como jato ou espuma, é melhor Água
localizar o sistema de supressão no ponto
em que os materiais deixam a polia motriz. A qualidade da água desempenha um papel
Conforme os materiais deixam a polia motriz, importante na eficácia de qualquer programa
eles se espalham, e o ar penetra no fluxo de de supressão de pó. A capacidade de gerar
materiais transportados. O supressor será uma espuma aceitável depende amplamente
direcionado para os materiais pela pressão da qualidade da água usada. Dependendo
negativa do ar. Conforme o supressor e do sistema de supressão de água usado,
os materiais transportados passarem pelo é importante filtrar a água, removendo as
chute, eles continuarão se misturando, partículas entre 5 e 40 mícrons, e ter a água o
proporcionando uma dispersão eficaz. mais próximo possível do pH neutro.

A supressão por espuma normalmente é mais Se as características da água disponível na


fábrica forem conhecidas, podem ser aplicados
os sistemas apropriados para filtrar a água. Esse
Figura 19.9
19 A localização do ponto
conhecimento também facilitará a prevenção de
possíveis falhas – inclusive o entupimento das
de aplicação é crucial
para o sucesso de mangueiras e a falha prematura das bombas – e
qualquer sistema de a manutenção da taxa de fluxo necessária.
supressão de pó.

MANUTENÇÃO DO SISTEMA
Sem dúvida, uma das causas mais comuns
de falha nos sistemas de supressão de pó é a
falta de manutenção preventiva. As mangueiras
devem ser verificadas; os filtros devem ser
limpos; as bombas lubrificadas; os níveis
químicos verificados; as configurações da
Figura 19.10
aplicação checadas, e as taxas de fluxo de água e
A supressão por ar ajustadas regularmente, ou mesmo o melhor
espuma é mais eficaz
quando aplicada onde o
sistema estará destinado a falhar. É importante
material está misturado, consultar as instruções do fabricante para
como na descarga diretrizes sobre os procedimentos e intervalos de
de um britador ou do serviço adequados dos componentes do sistema.
transportador.
Alguns fornecedores de substâncias químicas
e equipamento de supressão de pó agora
oferecem um serviço de rotina como parte do
pacote do seu sistema. É prudente considerar
essa solução, uma vez que ela dispensará a
equipe de operação e manutenção interna para
outras tarefas, enquanto garantirá a operação do
sistema de supressão de pó.

316
Supressão de Pó | Capítulo 19

C. Módulo de bombas.
ESPECIFICAÇÕES TÍPICAS
O sistema de supressão de pó incluirá um
As especificações típicas a seguir pertencem
módulo de bombas, contendo uma bomba
apenas aos sistemas de supressão de pó por
de proporção [0 a 76 litros por minuto
espuma.
(0 a 20 gal/min)] com a adição de 0,2% a
A. Mistura espumada. 1,5% de aditivo, um regulador [170 a 520
quilopascais (25-75 lbf/in.2)], uma válvula de
A área de carga do transportador será escape e um medidor de fluxo [0 a 76 litros
equipada com um sistema de supressão de por minuto (0 a 20 gal/min)].
pó que aplica uma mistura espumada de
substâncias químicas supressoras e água para D. Câmara de espuma.
minimizar o escape do pó no ar.
O ar e a mistura de água/aditivo serão
B. Aditivo. combinados em uma câmara de espuma. As
entradas das linhas de água/aditivo e de ar
O sistema de supressão de pó funcionará serão equipadas com válvulas de checagem
pela medição de um aditivo de supressão de para impedir o fluxo reverso. Uma barra de
pó a um suprimento de água, gerando uma ar localizada na câmara de espuma permitirá
mistura espumosa de água e suplemento que o controle da pressão do ar gere uma
e aplicando essa mistura sobre o corpo espuma totalmente desenvolvida.
do material. Essa mistura estimulará a
aglomeração das partículas finas e inibirá o E. Mangueiras.
espalhamento do pó.
A espuma produzida será aplicada ao

QUESTÕES DE SEG URANÇA


19
Fundamental para qualquer ser projetado para operar apenas quando a
consideração de segurança é temperatura estiver acima do resfriamento.
a atenção devida à relação entre os sistemas Os sistemas devem ser elaborados para
de água e elétrico que alimentam o sistema garantir que eles não gerarão riscos de
de supressão e, de fato, o transportador segurança, como emendas de gelo – nas
inteiro. Os sistemas devem ser aterrados estradas, passarelas ou escadas – ou corpos de
adequadamente, e a água não deve ser material congelados dentro de um canal que
direcionada diretamente sobre eles. exija a entrada de funcionários em espaços
confinados para remover o bloqueio de
Como muitos sistemas de supressão de pó materiais.
movimentam a água ou o ar sob algum nível
de pressão, é importante ter atenção com Os fornecedores de aditivos químicos
o sistema de encanamento, seja de canos, devem fornecer Planilhas de Dados de
mangueiras seja uma combinação. A pressão Segurança do Material (Material Safety
de linha ou a bomba deve ser regulada Data Sheets – MSDS) que relacionem todas
nos níveis adequados, e os mecanismos de as questões de segurança, riscos à saúde e
liberação adequados devem estar disponíveis. questões ambientais.
Antes de realizar o trabalho em um sistema
de encanamento, deve-se ter cuidado É importante seguir os procedimentos de
para garantir que a pressão nas linhas seja restrição/listagem/bloqueio/teste adequados
liberada e a eletricidade da(s) bomba(s) seja ao instalar e regular os sistemas de supressão
propriamente suspensa. de pó.

Os sistemas de supressão de pó em
ambientes frios devem incorporar medidas
para manter o sistema operando em
condições de resfriamento, ou o sistema deve

317
Seção 4 | Controle de Pó

material sobre o transportador através de Material......................................Calcário Britado


até oito mangueiras “pé de pato” conectadas Ponto de Transf.........................Sem Isolamento
a comprimentos uniformes de mangueira. Velocidade do Ar.......................... Desconhecida
As mangueiras serão retidas em posição na Método de Supressão............................. Espuma
parede de chute para permitir uma remoção
simples para manutenção. Essa é uma boa aplicação para um sistema
de espuma, pois o material não é sensível à
umidade, mas não há chute para controlar o
APLICAÇÕES COMUNS DE movimento do ar.
SISTEMA DE SUPRESSÃO
A espuma pode ser aplicada ao calcário à
Aplicação de Supressão de Pó 1 medida que ele sai da polia motriz, enquanto
o material está misturado. Isso permitirá que a
Uma correia está transportando uma
umidade cubra todas as superfícies do material.
demanda da mina. Essa correia tem o suporte
Cobrir todas as superfícies com umidade
adequado na área de carga, e o chute de
impedirá a geração de pó quando o material for
transferência está vedado de forma eficaz.
colocado na correia (Figura 19.12).
Um anemômetro fazendo leituras na saída da
área de carga do transportador mostra que a
Aplicação de Supressão de Pó 3
velocidade de saída do ar é de 0,25 metros por
segundo (50 ft/min). O transportador está transportando carvão. O
chute de transferência está vedado e suportado
Material..................................Demanda da Mina adequadamente. Um anemômetro fazendo a
Ponto de Transf..................Vedado Eficazmente leitura no fim da área de fixação mostra que
Velocidade do Ar................. 0,25 m/s (50 ft/min) a velocidade de saída do fluxo de ar é de 1,5
Método de Supressão..............................Neblina metros por segundo (300 ft/min).

Essa é uma boa aplicação para um sistema de Material..................................................... Carvão


neblina, pois o material não é sensível a água, Ponto de Transf..................Vedado e Suportado
19 a contenção é boa, e a velocidade do ar está Velocidade do Ar................. 1,5 m/s (300 ft/min)
abaixo de 1,0 metros por segundo (200 ft/min). Método de Supressão............................. Espuma
(Consultar Capítulo 17: Panorama de Controle
de Pó, Figura 17.10.) Essa é uma boa aplicação para um sistema
de espuma, aplicado em combinação com uma
As mangueiras devem ser colocadas na reconstrução do(s) ponto(s) de transferência do
parte superior da área de fixação do chute de transportador. A alta velocidade do ar indica
transferência. As cortinas de pó devem ser que o isolamento do ponto de transferência
colocadas de cada lado das mangueiras para não é grande o suficiente para reduzir o ar.
reduzir o fluxo de ar, permitindo que a neblina Alta velocidade normalmente significa que
remova o pó do ar (Figura 19.11). grandes quantidades de pó serão geradas. O
ponto de transferência deve ser estendido no
Aplicação de Supressão de Pó 2 comprimento, e a altura deve ser aumentada,
Uma correia em uma fábrica agregada para reduzir o ar e permitir que o pó se assente.
está transportando calcário. O ponto de
O material é sensível à umidade; assim, a
transferência não possui isolamento.
quantidade de água deve ser minimizada. A
espuma pode ser aplicada no material quando
Figura 19.11 ele estiver misturado. Isso permitirá que a
As mangueiras devem umidade cubra todas as superfícies do material.
ser colocadas na Cobrir todas as superfícies com umidade
parte superior da área
de fixação do chute
impedirá a geração de pó quando o material for
de transferência. As colocado na correia.
cortinas de pó devem
ser colocadas em cada A umidade também terá um efeito residual
lado das mangueiras e poderá manter o carvão úmido por todo o
para reduzir o fluxo de
ar, permitindo que a
caminho até a saída do transportador (Figura
neblina remova o pó 19.13).
do ar.

318
Supressão de Pó | Capítulo 19

Aplicação de Supressão de Pó 4 A uma taxa de 0,1 de 1% de carvão usado


Um elevador de caçamba está descarregando para eliminar esse 1% de umidade adicional,
carvão de uma barcaça. Não há chute de a usina perderá calor de 10.440 a 17.500
transferência; logo, o descarregador está exposto quilogramas (22.800 a 39.600 lbm) de carvão
a correntes de ar. por carga de trem, ou aproximadamente 0,1 a
0,2 de um vagão de trem. Isso equivale a de 6
Material..................................................... Carvão a 12 vagões por ano – talvez 1 vagão por mês
Ponto de Transf.....................................Nenhum – queimado, apenas para eliminar a umidade
Velocidade do Ar................................. Ambiente adicional (Tabela 19.5).
Método de Supressão...............Água/Surfactante
SUPRESSÃO DE PÓ: UMA PEÇA DO
Essa é uma boa aplicação para supressão com QUEBRA-CABEÇA
água e surfactante, pois o material não é sensível
à água, e a contenção acerca do material é Finalizando…
pequena. A água com aditivo de surfactante A supressão de pó é mais adequada para
permite gostas de água maiores que o método espaços isolados de tamanho razoável. É difícil
somente com água, e esse sistema não será aplicar e controlar qualquer uma das várias
afetado pelas correntes de ar. As mangueiras formas de supressão de pó em áreas abertas
devem ser colocadas em torno da escavadeira ou estruturas internas largas, como um vagão
para permitir que a água/surfactante se misture
para “chover” sobre a barcaça, conforme ela é
descarregada (Figura 19.14). Figura 19.12
Aplicar espuma com
a carga misturada
TÓPICOS AVANÇADOS permitirá que a
umidade cubra todas as
Penalidade Térmica em uma Usina superfícies do material
de Carvão para impedir a geração
de pó.
Uma usina de 270 megawatts (36.2000 hp) 19
pode queimar aproximadamente 82 toneladas
por hora (90 st/h), 24 horas por dia, sete dias
por semana. Isso significa 13.776 toneladas por
semana (15.120 st/semana). Mesmo permitindo
um intervalo de manutenção de duas semanas,
o consumo anual de carvão dessa usina seria Figura 19.13
Antes
maior que 688.000 toneladas por ano/50 A umidade terá um
semanas (759.000 st/50 semanas/ano). efeito residual e poderá
manter o carvão
A usina recebe seu carvão em trens de úmido por todo o
caminho até a saída do
unidade compostos por 120 vagões, cada um
transportador.
com capacidade de 91 toneladas (100 st).
Com a capacidade total do trem de 10.920
toneladas (12.000 st), a usina precisará receber
aproximadamente 1,25 trens por semana, ou
5 trens por mês. Isso é aproximadamente 60
trens por ano. Essas possibilidades variarão
dependendo do tipo (saída de calor) de carvão Depois
específico usado.

A penalidade térmica é a quantidade de


carvão que deve ser queimada apenas para
remover a umidade adicionada ao carvão pelo
sistema de supressão de pó. É igual a entre 1,0
e 1,6 quilogramas por tonelada (1,9 a 3,3 lbm/
st) para cada porcentagem de água adicionada
ao carvão.

319
Seção 4 | Controle de Pó

Tabela 19.5 Penalidade Térmica em uma Usina de Carvão


Métrica Imperial
Unidade para medir Quilojoule (kJ) Unidade Térmica Britânica
calor/energia (British Thermal Unit - BTU)
Peso da água 1 kg/l 8,33 lb m/gal
Energia para vaporizar 2.675 kJ para vaporizar 1 1.150 BTU para vaporizar 1
a água kg (cerca de 0,5 L) de água lbm (cerca de 1 pt) de água
das Condições Padrão de da Standard Temperature and
Temperatura e Pressão Pressure (STP)
(CPTP)
Unidade de carvão tonelada (1.000 kg) tonelada curta (2.000 lb)
Água necessária para 10 kg (10 L) 20 lb m (2,4 gal)
elevar o conteúdo
úmido da unidade de
carvão em 1%
Calor necessário para 26750 kJ (2,675 kJ/kg x 10 23.000 BTU (1.150 BTU/lb m x
queimar esse 1% de kg) 20 lb m
água adicional da uni-
dade (ton/st) de carvão
Conteúdo de calor do Betuminoso = 27.900 kJ/kg Betuminoso = 12.000 BTU/lb m
carvão
Sub-Betuminoso = 20.900 kJ/ Sub-Betuminoso = 9.000 BTU/
Fonte: Dados de Carvão: kg
Uma Referência, publi- Lignito = 7.000 BTU/lb m
cado pela Administração Lignito = 16.300 kJ/kg
de Informações de
Energia do Departamento
Americano de Energia.
Conversão métrica da
19 Martin Engineering.
Quantidade de Calor Necessário (kJ) divi- Calor Necessário (BTU) divi-
carvão necessária dido pelo Conteúdo de Calor dido pelo Conteúdo de Calor
para fornecer o calor (kJ/kg) = kg (BTU/lb) = lb m
necessário para 26.750 / kJ/kg = kg 23.000 / BTU/lb m = lb m
queimar 1% de água
de 1 tonelada (1 st) de Betuminoso 0,96 kg Betuminoso 1,9 lb m
carvão
Sub-Betuminoso 1,3 kg Sub-Betuminoso 2,55 lb m

Lignito 1,6 kg Lignito 3,3 lb m


Resumo Leva de 0,96 kg a 1,6 kg Leva de 1,9 lb m a 3,3 lbm de
para queimar 1% de água carvão para queimar 1% de
adicionada a uma tonelada água adicionada a uma tone-
de carvão. lada curta de carvão.
Em porcentagem Equivale a 0,0096 a 0,016 do Equivale a 0,0095 a 0,0165 do
carvão (1/10 to 1/6 de 1 %) carvão (1/10 a 1/6 de 1 %)
Conteúdo do vagão 91 tons (91000 kg) 100 st (200.000 lb m)
Perda de cada vagão ~87 a 146 kg ~190 a 330 lb m
Perda de cada trem de ~10440 a 17.500 kg/carga de ~22.800 a 39.600 lbm/carga
120 vagões trem ou entre 1/10 e 1/5 de de trem ou entre 1/10 e 1/5 de
uma carga de vagão/trem uma carga de vagão/trem
Caso essa usina de 270 megawatts (36.2000 hp) receba 60 trens por ano:
Perda anual ~625000 a 1,1 milhões de kg ~1,35 a 2,4 milhões de lbm
ou ~625 a 1.100 tons ou 6 a ou ~684 a 1.188 st ou 6 a 12
12 cargas de vagão/ano cargas de vagão/ano

320
Supressão de Pó | Capítulo 19

ou caminhões de transporte. Os resultados Figura 19.14


aceitáveis nessas aplicações podem exigir uma
Uma aplicação de roda
combinação de confinamento, supressão e de barril não isolada é
coleta. boa para o sistema de
supressão de pó com
A supressão de pó não funciona sozinha água/surfactante.
como a resposta ideal para controle de
materiais fugitivos. Um sistema de supressão
de pó, escolhido, projetado e regulado
adequadamente, pode fornecer uma parte
crucial do programa total de controle de
materiais.

A Seguir…
Este capítulo sobre Supressão de Pó é o
terceiro capítulo da seção Controle de Pó,
depois de Panorama de Controle de Pó e
Controle Passivo de Pó. O capítulo seguinte,
o capítulo final relacionado a controle de pó,
continua o assunto de controle ativo de pó, com
foco em Coleta de Pó.

19

321
Seção 4 | Controle de Pó

Figura 20.1
Com sistemas de coleta
ativa de pó, a energia
externa é despendida
para reunir o ar ou separar
os materiais do fluxo de
ar antes que o ar seja
liberado.

20

Capítulo 20

COLEÇÃO DE PÓ

Coleção de Pó.. ...................................................................................................................................................... 323


Tecnologias de Coleção...................................................................................................................................... 324
Sistema Central, de Unidade e Removível...................................................................................................... 328
Tamanho e Localização.. ..................................................................................................................................... 330
Panes....................................................................................................................................................................... 331
Manutenção do Sistema.. ................................................................................................................................... 332
Especificações Típicas......................................................................................................................................... 332
Questões de Segurança...................................................................................................................................... 333
Aplicação Típica de Coleção de Pó.................................................................................................................. 333
Tópicos Avançados............................................................................................................................................... 334
Coleção de Pó: Uma Peça do Quebra-Cabeça............................................................................................... 335

322
Coleção de Pó | Capítulo 20

Neste Capítulo… Considerações para os Sistemas de


Neste capítulo, serão discutidos os cinco Coleção de Pó
principais tipos de sistemas de coleção ativa Os sistemas de coleção de pó variam
de pó, visando às vantagens e desvantagens de amplamente em modelo, operação, eficácia,
cada um. Também serão comparados coletores requisitos de espaço, construção e custos de
de pó centrais, de unidade e removíveis. operação e manutenção. A seleção de um
Estão inclusos o tamanho e a localização dos sistema deve incluir uma revisão dos seguintes
coletores de pó, bem como algumas das quedas fatores:
dos sistemas de coleção de pó. Os tópicos
avançados incluem seleção e aplicação do A. Concentração de pó.
sistema de coleção de pó removível, bem como Em operações de tratamento de material a
três tipos de velocidade de ar e sua relação com granel, as concentrações de pó normalmente
o controle de pó. variam de 230 a 23.000 miligramas por
metro cúbico (0,1 a 10,0 lbm / ft3) de pó, e
A coleção de pó – a passagem do ar contendo o tamanho da partícula pode variar de 0,2 a
pó através de alguma forma de sistema de 100 mícrons (µm). A seleção de um coletor
filtragem ou separação – é a peça final no deve ser baseada no nível de limpeza ou
sistema de controle de pó. eficiência necessário.
Há sistemas de coleção de pó ativos B. Características do fluxo de ar.
e passivos. Um sistema passivo permite
meramente que o ar se locomova através do As características do ar poluído (ou sujo)
sistema de filtragem, enquanto os sistemas podem ter um impacto significativo sobre
ativos funcionam como um limpador a vácuo a seleção do coletor. Os fatores incluem
para puxar e soltar ar através de um método de temperatura, conteúdo úmido e umidade
filtragem de remoção de materiais. (Consultar relativa.
Capítulo 18: Controle Passivo de Pó, para mais C. Características do pó.
informações sobre os métodos passivos de coleta.)
Este capítulo discute os sistemas de coleta ativa As propriedades do pó são importantes 20
de pó (Figura 20.1), em que a energia interna para a escolha de um sistema de coleção
é despendida para reunir o ar ou separar os de pó. As concentrações de moderadas a
materiais do fluxo de ar antes que o ar seja pesadas do pó de muitos materiais, como
liberado. areia de sílica e minérios de metal, podem
ser naturalmente abrasivas, higroscópicas
ou aderentes. O tamanho e a forma das
partículas determinarão a aplicabilidade dos
COLEÇÃO DE PÓ coletores de material; a natureza combustível
Sistemas de Coleção de Pó de muitas partículas determina o uso de
precipitadores eletrostáticos.
Os sistemas mecânicos de coleção de pó
são instalados para tirar o ar contendo pó D. Método de descarte.
da fonte de pó, como a área de carga de um O método de descarte do pó coletado
transportador, além de separar o pó do ar variará com a natureza e a quantidade de
e liberar o ar limpo. Um sistema típico de material, o processo geral da fábrica e o tipo
coleção de pó consiste em quatro componentes de coletor usado. Os coletores não podem
principais (Figura 20.2): descarregar continuamente ou em lotes.
A. Coletor (es) ou curva(s) superior de exaustão Dispositivo de Separação Ventilador Figura 20.2
para capturar o pó na(s) fonte(s). (Coletor de Pó)
Dutos Os componentes
B. Rede de dutos para transportar a mistura de básicos de um sistema
pó/ar capturada para um coletor. de coleção de pó
incluem coletores, redes
C. Aparelho de coleta, filtragem ou separação de dutos, aparelhos de
para remover o pó do ar. filtragem e ventilador e
motor.
D. Ventilador e motor para fornecer a energia e
o volume de sucção necessários. Tampa de Coleta de Pó

323
Seção 4 | Controle de Pó

Os materiais secos podem gerar problemas as forças exercidas pelo fluxo de ar sejam
secundários de pó durante a descarga e mínimas.
o descarte. O descarte de lama pode ser
outro problema de tratamento de materiais Os três tipos primários de separadores por
para um coletor úmido. Podem ocorrer inércia são:
problemas de poluição de água se o lixo da
A. Câmaras de assentamento ativo.
água não for tratado adequadamente.
B. Câmaras defletoras (chicana).

TECNOLOGIAS DE COLEÇÃO C. Ciclones ou coletores centrífugos.

Tecnologias de Separação de Pó As câmaras de assentamento ativo operam


sob a premissa de que confinar o fluxo de ar
Há uma série de abordagens de
para reduzi-lo permitirá que as partículas caiam
“equipamento” específicas usadas para
do ar. As câmaras defletoras, semelhantes
remover pó do ar, cada uma com seus próprios
às câmaras de assentamento ativo, mas com
benefícios e desvantagens. Os cinco principais
chicanas para reduzir e redirecionar o ar,
tipos de sistemas de coleta ativa de pó usados
também permitem que as partículas caiam
na indústria incluem:
do ar. As câmaras de assentamento ativo e
A. Separadores por inércia (normalmente defletoras não são amplamente usadas como
chamados de ciclones). um método único de coleta para uma fábrica
ou processo, devido às exigências de seus
B. Lavadores de gás (purificadores). tamanhos e à fraca eficiência.

C. Precipitadores eletrostáticos. Os ciclones são os mais comumente usados


entre esses sistemas de separadores por inércia.
D. Coletores de filtro de cartucho. Eles geram um vórtice – um tornado interno
– que “atira” o pó para fora do fluxo de ar
E. Coletores de pó de tecido (normalmente
20 chamados de mangas).
(Figura 20.3). Esse fluxo de ar de redemoinho
gerado dentro da estrutura gera uma força
centrífuga, lançando as partículas de pó para
Separadores por Inércia fora na direção das laterais da unidade. Após
Os separadores por inércia separam o pó acertar as laterais, as partículas se aglomeram
do fluxo de ar usando uma combinação de em partículas maiores e caem do fluxo de ar em
forças centrífuga, gravitacional e de inércia. um ponto de coleta, ou saída de descarga, no
Essas forças movem o pó para uma área onde fundo da unidade.

Ar limpo Há separadores de um ciclone que geram


Figura 20.3
dois vórtices em um isolamento. O vórtice
Os sistemas de coleção
principal lança o pó grosso em movimento
de pó “ciclone” criam
Ar Contendo espiral para baixo, enquanto um vórtice interno
um vórtice – um tornado

interno – que “atira” o pequeno gira para cima do fundo, carregando
pó para fora do fluxo as partículas para cima na direção do filtro.
de ar.
As unidades de ciclones múltiplos contêm
uma série de ciclones de diâmetro pequeno
operando paralelamente, com uma entrada e
uma saída comuns. Cada uma dessas unidades
cria os dois vórtices vistos no separador de um

ciclone. Essas unidades de múltiplos ciclones
tendem a ser mais eficientes, pois elas são
mais altas, fornecendo um tempo maior para
o ar permanecer dentro – e são menores
em diâmetro –, proporcionando uma força
centrífuga maior. Os ciclones devem manter
uma taxa alta de fluxo de ar a fim de manter o
processo de separação.

324
Coleção de Pó | Capítulo 20

Para melhorar a eficiência de alguns ciclones, Precipitadores Eletrostáticos


particularmente aqueles que processam Os precipitadores eletrostáticos muitas vezes
partículas finas, a superfície de coleta dessas são usados para tratar volumes grandes de ar
unidades pode ser umedecida com água. repleto de pó em amplas faixas de temperatura
Os sistemas de separadores por inércia e pressão. Esses sistemas aplicam uma carga
muitas vezes são usados como pré-limpadores elétrica negativa, ionizando as partículas
para reduzir a carga de trabalho em sistemas conforme elas passam pela área de coleta
de coleção de pó mais eficientes, pois eles (Figura 20.5). As partículas energizadas são
não fornecem uma coleta adequadamente então atraídas e aderidas a placas de eletrodos
eficiente de partículas finas ou respiráveis. O carregados positivamente dentro da área de
desempenho é comprometido em condições coleta. O “tremor” ou vibração desses eletrodos
de alta umidade. Na ausência de problemas descarrega então o pó aglomerado, permitindo
de entupimento, esses sistemas podem operar que ele se mova na direção das placas pela
com baixos custos de manutenção, pois eles não gravidade.
possuem partes transitórias. Os quatro componentes principais de todos
os precipitadores eletrostáticos são:
Purificadores
Em sistemas de purificadores, um líquido A. Uma fonte de energia, para fornecer uma
(geralmente água) é espirrado na direção do corrente unidirecional de alta tensão.
fluxo de ar contendo pó (Figura 20.4). As B. Uma seção ionizante, para atribuir uma
partículas de pó são capturadas pelas gotas de carga à matéria particulada no fluxo de ar.
água e caem da suspensão no ar. A mistura de
pó e água é liberada do fundo do coletor como Figura 20.4
lama e passa por um sistema de assentamento Nos sistemas de
ou clarificação para remover os materiais. Ar
Limpo
purificador, um líquido
(normalmente água) é
Uma vantagem dos sistemas de purificadores espirrado na direção do
é de que eles podem ser usados em aplicações fluxo de ar contendo pó. 20
As partículas de pó são
de alta temperatura. Há uma chance pequena Jatos de Água capturadas pelas gotas
de o pó escapar e espalhar-se no ar novamente, Ar Contendo de água e caem da
e há riscos mínimos de incêndio e explosão Pó suspensão do ar.
relacionados aos purificadores. Os lavadores
de gás também fornecem a oportunidade
de coletar matéria em partícula (pó) e gases,
oferecendo, assim, um benefício duplo para
algumas operações.
Esgoto de
Os purificadores também apresentam Água/Pó
algumas desvantagens. Uma desvantagem é
de que esses sistemas possuem altos custos
de manutenção e operação e podem requerer Figura 20.5
proteção de resfriamento para operações em Os precipitadores
ambiente frio. Para condições de pó pesado, eletrostáticos aplicam
esses sistemas muitas vezes precisam de um uma carga elétrica
pré-limpador, como o ciclone. Esses sistemas negativa, ionizando as
partículas conforme
apresentam exigências altas de energia. elas passam pela
Pode haver problemas de corrosão com o Placas de área de coleta. As
manuseio de água e esgoto. O tratamento com Coleta partículas energizadas
água normalmente é necessário para a água são então atraídas e
aderidas a placas de
contaminada do sistema. A recuperação dos eletrodos carregados
materiais do lixo do purificador geralmente é positivamente,
difícil. posicionadas dentro da
área de coleta.

325
Seção 4 | Controle de Pó

C. Um meio de remover a matéria particulada contendo um meio de filtragem não costurado


coletada. e pregado dentro da estrutura de coleção de
D. Um compartimento para isolar a área do pó. O meio de filtragem usado nesses sistemas
precipitador. fornece uma ampla área superficial de coleta
em um tamanho de unidade menor que outros
Há dois tipos principais de precipitadores: sistemas de coleção de pó. Como resultado, o
tamanho do sistema geral pode ser reduzido.
A. Precipitador de uma fase, de alta tensão.
Os precipitadores de uma fase combinam Esses sistemas estão disponíveis em sistemas
ionização e coleta em uma única etapa. de uso único – trocando o filtro enquanto
Eles são comumente referidos como desativado – e sistemas de lavagem por jato de
precipitadores de Cottrell. pulso – permitindo uma limpeza contínua.

B. Precipitadores de duas fases, de baixa tensão As desvantagens desses sistemas incluem


o custo relativamente alto de substituição de
Os precipitadores de duas fases usam um
cartuchos. O alto teor de umidade nos materiais
princípio semelhante ao dos precipitadores
coletados pode causar o entupimento do
de uma fase; no entanto, a seção ionizante é
meio de filtragem, e o próprio sistema requer
acompanhada por uma seção de coleta.
níveis de manutenção mais altos do que outros
Os precipitadores podem ser 99% eficazes métodos de coleta. Os filtros de cartucho
com pó, inclusive partículas submicroscópicas, geralmente não são recomendados para
mas eles não funcionam bem com cinzas materiais abrasivos ou aplicações onde sejam
provenientes da combustão de carvão com percebidas altas temperaturas.
baixo teor de enxofre, devido à sua alta
resistividade elétrica. Eles funcionam com Coletores de Pó de Tecido
outros materiais, inclusive materiais aderentes Talvez a tecnologia de separação de pó mais
e corrosivos, em ambientes de alta temperatura comum seja o uso de coletores de pano, que
ou alto fluxo de ar, com consumo mínimo são colocados em estruturas normalmente
20 de energia. Esses sistemas requerem um chamadas de mangas (Figura 20.6). Os
investimento de capital alto. São necessárias coletores de tecido usam filtragem para separar
medidas de segurança para evitar a exposição a matéria particulada de pó do fluxo de ar. Eles
da equipe à alta tensão do sistema. Os são um dos tipos mais eficazes e rentáveis de
precipitadores podem causar uma ameaça coletores de pó disponíveis e podem atingir
de explosão quando gases combustíveis são uma eficácia de coleta de mais de 99% para
coletados em torno do sistema elétrico. matéria particulada de 1 µm ou menos.

Coletores de Filtro de Cartucho Os coletores de tecido usam o próprio


pó para ajudar na filtragem. É formado um
Os coletores de filtro de cartucho colocam
“pedaço” de pó coletado nas superfícies dos
cartuchos de plástico ou metal perfurado
sacos de filtragem, e as partículas de pó são
capturadas conforme elas passam pelos sacos.
Figura 20.6
Ar Limpo
A tecnologia de As mangas– feitas de material de fibra de
separação de pó mais vidro, sintético ou algodão feltrado, em um
comum é o uso de formato de tubo ou envelope – precisam ser
Ar
coletores de tecido,
que são colocados em
Contendo limpas periodicamente, para reduzir o nível de

estruturas normalmente “pedaços” de pó e permitir que o ar atravesse
chamadas de mangas. o saco sem sobrecarregar o ventilador de
Os coletores de pano exaustão.
Sacos de
usam filtragem para
Filtragem
separar a matéria
particulada de pó do Princípios Básicos
fluxo de ar.
Há três princípios básicos para operações de
coletores de pó de tecido ou mangas:

326
Coleção de Pó | Capítulo 20

A. A eficiência de limpeza depende do colapsos, fazendo o bolo de pó bater na


acúmulo de pó na superfície do filtro: o lateral do saco e cair no fundo. O sistema
desempenho é melhor em um filtro com um precisa ser desligado para limpeza.
pouco de acúmulo de bolo do que em um
filtro novo. C. Jato reverso.
Os sistemas de jato reverso proporcionam
B. A quantidade de fluxo de ar depende da limpeza com o sistema ativado. Com o
permeabilidade do meio de filtragem, sistema de jato reverso, os sacos de filtragem
da quantidade de pó no fluxo de ar, da são ajustados na parte superior da manga
quantidade de acúmulo antes da limpeza e suspensos por gaiolas de metal. O ar
do filtro e da potência do fluxo reverso de sujo segue de fora para dentro dos sacos,
limpeza. deixando o pó do lado de fora do saco. O
ar limpo passa pelo saco e sai no topo da
C. Quanto mais permeável for o tecido do
gaiola (Figura 20.7). Os sacos são limpos
filtro, menor será a eficiência da sua coleta,
descarregando um jato de ar comprimido
com ou sem bolo de pó.
em sua parte superior. O lavador venturi no
Os coletores podem ser elaborados para topo do saco acelera o ar comprimido. Como
“fluxo superior” – em que o ar sujo passa pelo a duração do jato de ar comprimido é curta
coletor, com o ar limpo saindo dos filtros na (normalmente um décimo de segundo), ele
parte superior do coletor – ou para “fluxo age como bolhas de movimento rápido, que
inferior” – com o ar sujo entrando na parte passam pela lateral do saco e quebram o
superior e passando pelo coletor, com o ar bolo de pó, que cai no compartimento de
limpo saindo pelo fundo. O modelo de fluxo coleta (Figura 20.8).
inferior opera a favor da ação de limpeza e
Os sistemas de jato reverso oferecem uma
geralmente é mais eficiente.
limpeza mais completa que os modelos
de limpeza por choque ou ar reverso. A
Limpeza do Filtro
característica de limpeza contínua permite
A limpeza do filtro em uma manga pode que eles operem em uma razão ar-meio 20
ser feita sob demanda – quando o filtro está mais alta; assim, a eficiência de limpeza
completamente cheio, conforme determinado é maior, e as exigências de espaço são
por uma queda de pressão especificada acerca menores que de outros modelos.
do meio de filtragem. A limpeza automatizada
pode ser feita como o sistema desativado – Um sistema de coleta de manga com filtros
quando o coletor está desligado – ou ativado de pano pode ser até 99% eficaz na remoção de
– que permite uma operação de coleta emissões respiráveis de pó. Os sacos de filtragem
ininterrupta. são relativamente baratos em comparação com
outros métodos, e o vasto número de fabricantes
Os três métodos comuns de limpeza são: no mercado garante competitividade de oferta.
As desvantagens desses sistemas incluem
A. Choque mecânico. problemas em aplicações acima de 260oC
Com o choque mecânico, o ar passa (500oF) ou em condições de alta umidade.
de dentro para fora do saco, com o pó Alguns sistemas requerem entrada para a manga
capturado dentro do saco. Os sacos são para substituição dos sacos de filtragem, com
limpos balançando a barra de montagem exposição da equipe a um espaço confinado
superior, de onde o saco é suspenso. Isso – com a preocupação de altos níveis de pó e
é realizado com o sistema desativado: o a possibilidade de uma faísca provocar uma
sistema precisa ser suspenso para limpeza. explosão.
B. Fluxo reverso de ar.
Com sistemas reversos de ar, os sacos são Ventiladores e Motores
ajustados no fundo. O ar passa pelo saco O sistema de ventilador e motor fornece
de dentro, com o material sendo coletado energia mecânica para mover o ar contaminado
dentro. Os sacos são limpos injetando ar de uma fonte geradora de pó através de um
limpo no coletor de pó, em uma direção coletor de pó. Os ventiladores centrífugos e
reversa, para que o saco tenha parcialmente de fluxo axial são os dois principais tipos de

327
Seção 4 | Controle de Pó

Figura 20.7 Tubo de jato – injeta jatos de ar comprimido no


Com o sistema de jato Ar limpo elemento de filtragem pelo condutor
reverso, os sacos de
filtragem são ajustados Condutor de
LADO LIMPO Ar adicional induzido pela
no alto da manga e saída
força do jato
suportados por gaiolas
de metal. O ar sujo Estrutura de vedação
segue de fora para
dentro dos sacos,
deixando o pó do lado
de fora do saco. O ar
limpo passa pelo saco e
sai por cima da gaiola.
Espaços dos elementos de
Entrada do Fluxo de ar brevemente
filtragem
cabo contrário, saco inflado e
liberação do pó

Pó acumulado na Saco feltrado


superfície externa do Camada de pó solta
saco conforme o ar caindo no contêiner
penetra no pano

A. Operação de LADO SUJO


filtragem (contínua) B. Operação de limpeza
(intermitente)

Ar repleto de pó

20 ventiladores industriais usados para mover o ar


SISTEMA CENTRAL, DE UNIDADE E
pelos sistemas de coleção de pó.
removível
Esses ventiladores são conduzidos por motores
Sistemas Centrais
elétricos. Há motores abertos e totalmente
isolados disponíveis nos modelos à prova O método central de tratamento de coleção
de ignição e verificados quanto a risco, para de pó a partir do ar total de um sistema de
proteção contra riscos de incêndio em ambientes transporte deveria conectar todos os pontos
carregados por pó potencialmente perigoso. de coleta individuais por meio de dutos a
um único coletor de pó que seria instalado
Os fornecedores dos sistemas de coleção de em um único local afastado (Figura 20.9).
pó terão recomendações para tipos e tamanhos Esse coletor conteria ventiladores, filtros e
de motor e ventilador. um compartimento de coleta. O sistema de
filtragem trataria todo o pó extraído do sistema
de transporte inteiro, coletando-o para descarte
Figura 20.8
ou devolvendo-o ao transportador ou ao
Os sistemas de jato processo em um ponto conveniente.
reverso proporcionam
limpeza com sistema
desligado. Com a
Os sistemas centrais são particularmente
limpeza de jato reverso, adequados quando o processo apresenta
os filtros são limpos, todos os pontos de geração de pó operando
descarregando um jato ao mesmo tempo e/ou são desejáveis para
de ar comprimido nos
sacos na parte superior.
processar todo o pó em um lugar. Eles também
Esse ar passa pela são úteis quando há um espaço limitado perto
lateral do saco e quebra dos transportadores para o equipamento de
o bolo de pó, que cai processamento e de coleção de pó ou onde
no compartimento de
coleta. o risco de explosão requer que o coletor de
pó seja posicionado a uma distância segura.

328
Coleção de Pó | Capítulo 20

Em alguns processos, é melhor remover as pela redução de dutos e pela diminuição


partículas finas do fluxo principal de material. resultante de custos de projeção e instalação.
Os coletores centrais de pó podem ser Esses sistemas oferecem gastos de operação
preferidos no tratamento de pó quente, pois sua reduzidos, pois algumas das unidades podem
temperatura pode ser reduzida conforme o pó precisar funcionar intermitentemente. Cada
percorre o coletor central ou pela adição de “ar unidade pode ser reparada independentemente,
fresco” no fluxo. sem a necessidade de desligar o sistema inteiro
de coleção de pó.
As desvantagens do sistema central de coleção
de pó são suas exigências para engenharia O método de unidade requer espaço
mais complexa e sistemas compridos de dutos. adjacente a cada fonte de pó. O descarte de
Como os pontos de coleção de pó devem pó de cada coletor de unidade pode requerer
operar ao mesmo tempo, o método central outros mecanismos de tratamento de pó.
pode apresentar custos mais altos de operação.
A necessidade de reparo para qualquer As vantagens dos coletores de unidade
componente requer que o sistema inteiro seja incluem pouca necessidade de espaço, retorno
desligado. O motor do ventilador necessário do pó coletado para o fluxo principal de
para um coletor central pode ser muito grande, material e baixo custo inicial. No entanto,
devido ao aumento na pressão estática e às sua capacidade individual de retenção de pó,
perdas da rede de dutos conforme o sistema serviços de reparo e os períodos de manutenção
aumenta. O pó coletado precisará de outro são sacrificados para conseguir esse espaço
sistema de tratamento de material, que, se não pequeno.
tiver tamanho e operação adequados, pode, por
sua vez, gerar seus próprios problemas de pó.

Sistemas de Unidade Figura 20.9


Os sistemas de unidade consistem-se como Um sistema central
de coleção de pó
pequenos coletores internos de pó aplicados
em pontos de geração de pó individuais Coletor
usa um único sistema
de coleção (manga)
20
de Pó
ou convenientemente agrupados (Figura Central para remover o pó de
uma série de pontos
20.10). As unidades de coleta são localizadas
diferentes de operações
próximo ao maquinário do processo a que elas na fábrica.
servem, reduzindo a necessidade de dutos.
Normalmente, esses sistemas de unidade de
coleção de pó empregam filtros de pano para
pó fino, com coletores “ciclone” usados para
aplicações de pó grosso.

Os sistemas de unidade são beneficiados

Figura 20.10
O sistema de unidade
coloca coletores de
pó menores próximo
a pontos de geração
de pó individuais ou
convenientemente
agrupados. (Obs.: Os
coletores de pó são
mostrados em laranja.)

329
Seção 4 | Controle de Pó

Coletores Removíveis fontes de pó, eles são pequenos e de coleta


Uma extensão do conceito de unidade é o interna, consistindo em um ventilador e uma
sistema removível, no qual o sistema de coleção forma de filtro de pó (Figura 20.12). Esses
de pó é incorporado dentro do próprio ponto coletores podem usar a pressão positiva do ar
de geração de pó (Figura 20.11). O filtro é transportado ou eles podem ser carregados
construído no isolamento em torno do ponto pelo ventilador. Os sistemas são elaborados
de geração de pó, com o objetivo de controlar para permitir que os cartuchos ou envelopes
o pó na sua fonte. O pó não é “extraído”; ele de filtragem sejam distribuídos vertical,
é coletado e periodicamente descarregado no horizontalmente ou em qualquer ângulo. Os
fluxo de materiais dentro do isolamento. coletores removíveis eliminam dutos, reduzindo
os custos de instalação, bem como custos de
Os coletores de pó removíveis controlam a energia durante a operação. Eles são adequados
contaminação na sua fonte. Instalados acima para operações portáteis, isoladas ou individuais
dos pontos de transferência ou em outras de geração de pó, como silos, pontos de
transferência ou transportadores móveis
Figura 20.11 (Figura 20.13).
Os sistemas inseríveis
colocam coletores de Uma vantagem principal desse sistema é a
pó removíveis dentro eliminação da rede de dutos. O sistema inserível
do equipamento de muitas vezes é mais econômico que o sistema
geração de pó, como os centralizado ou de unidade, a menos que
pontos de transferência
do transportador. haja muitos pontos próximos que requeiram
controle de pó. Como a pressão estática é muito
baixa e não há perdas na pressão devido à rede
de dutos, o motor do ventilador normalmente
é menor que em outros sistemas. O sistema
removível operará apenas quando necessário
– quando a peça do equipamento sobre a qual
20 Figura 20.12
ele é instalado estiver operando –, reduzindo
as exigências de energia. O pó é devolvido
Os coletores de pó ao processo no ponto da geração, não sendo
inseríveis controlam
a contaminação na necessário, portanto, um sistema separado de
sua fonte. Instalados descarte e tratamento de pó.
acima dos pontos de
transferência ou em As desvantagens do sistema removível
outras fontes de pó, incluem o uso de ar comprimido para limpar o
eles são pequenos
e de coleta interna, filtro. Os sistemas de ar comprimido em muitas
consistindo em um fábricas já estão operando a uma capacidade, de
ventilador e uma forma forma que a adição de um sistema de limpeza
de filtro de pó. de jato reverso no padrão do sistema pode
sobrecarregar o sistema de ar da fábrica. Além
disso, o uso de ar comprimido para devolver o
pó à sua fonte pode causar a fuga de um bolo
de pó das áreas de entrada ou saída do sistema.
Figura 20.13
Os coletores inseríveis TAMANHO E LOCALIZAÇÃO
são adequados para
operações portáteis, Material de Filtragem e Tamanho
isoladas ou individuais
Após especificar um estilo de sistema de
de geração de pó,
como silos, pontos coleção de pó, a próxima etapa é selecionar o
de transferência ou material para o meio de filtragem. Selecionar
transportadores móveis. um meio de filtragem de tamanho e material
correto é uma função crucial. Avanços no
desenho de filtragem permitem que o projetista
especifique o material e o estilo apropriado

330
Coleção de Pó | Capítulo 20

para uma aplicação com base nas especificações rapidamente, e o sistema de supressão de pó
do pó a ser coletado. Por exemplo, se o pó será maior e mais caro do que o necessário. A
coletado está a uma temperatura próxima ao localização deve ser escolhida para minimizar a
limite de um filtro padrão, pode ser escolhido captura de partículas grossas, que se assentam
um meio de alta temperatura. Com materiais rapidamente, e, em vez disso, capturar apenas
combustíveis, deve ser usado um meio de pó fino.
filtragem antiestático.
Para os pontos de transferência, normalmente
Muitos fabricantes de filtros publicam listas são necessários vários pontos de foco de
de relação ar-tecido para seus vários produtos. coleção de pó (Figura 20.14). O ponto de
A relação ar-tecido é definida como o fluxo de foco principal de coleção de pó é posicionado
ar em metros cúbicos por segundo aproximadamente a duas vezes a largura da
(ft3/min), dividido pela área do meio de correia após o ponto de carga, para coletar
filtragem em metros quadrados (ft2). A três quartos do volume de ar em movimento.
relação ar-tecido adequado depende do tipo Muitas vezes, um ponto de foco de coleção de
e da concentração de pó e do tipo de meio pó é localizado na área de entrada da correia
de filtragem. Essas listas devem servir como do ponto de transferência (na caixa traseira e
diretrizes, sendo modificadas por variáveis exatamente antes da área de carga). Esse ponto
como tamanho da partícula de pó, temperatura de pó deve tomar aproximadamente um quarto
do processo e presença de umidade. O do movimento do ar total calculado (Figura
representante do fornecedor de sistemas pode 20.15).
oferecer informações detalhadas de aplicação.
O Tamanho de um Sistema de
A maioria dos meios de filtragem requer Coleção
um bolo de pó na sua superfície para atingir a
eficiência de coleta desejada. Muitas pessoas O livro da Conferência Americana de
pensam que, quanto mais limpos os sacos, Higienistas Industriais do Governo (American
mais baixa a emissão. Isso não é verdadeiro: Conference of Governmental Industrial
Hygienists), Industrial Ventilation, é uma fonte
limpar excessivamente os sacos de pó perderá
amplamente usada para informações sobre
20
o benefício do bolo de pó no filtro e, portanto,
reduzirá a eficiência da operação. sistemas de controle de pó. Originalmente
publicado em 1951, esse livro oferece cálculos
Os fabricantes de coletores de pó padrão para muitas situações de controle
normalmente oferecem uma opção valiosa em de pó, inclusive pontos de transferência
um controlado Delta P (ΔP), um dispositivo do transportador. No entanto, embora as
que “pulsa” automaticamente a manga para especificações fornecidas no Industrial
limpar os filtros que a pressão diferencial – a Ventilations possam demonstrar utilidade em
diferença entre o lado limpo e o lado sujo do algumas circunstâncias, esse volume não deve
filtro – aumenta acima do valor recomendado. ser considerado como referência para sistemas
de transporte. Experiências têm mostrado que
Tamanho e Localização das muitos dos dados do Industrial Ventilations
Captações de Pó não são mais apropriados para pontos de
transferência. Fornecedores de referência que
Um antigo dito popular diz: “As três coisas
possuem experiências práticas em projeção,
mais importantes para um negócio rentável são
instalação e manutenção de sistemas de coleção
local, local e local”. A mesma verdade se aplica
de pó para transportadores com correias têm
à coleção de pó: o elemento mais crucial na
desenvolvido métodos novos e mais sofisticados
elaboração de um sistema de coleção de pó é a
de medir e posicionar sistemas de coleção de pó.
localização dos pontos de pó.

É importante que os resíduos de material PANES


tenham uma chance de se assentar, seja por
conta própria, ou seja com a adição de um Panes nos Sistemas de Coleção de
sistema de supressão de pó, antes que os Pó
pontos de coleção de pó sejam alcançados. Sistemas de coleta secos para limpar o
Caso contrário, será desperdiçada energia com ar carregado de pó funcionam bem em
a remoção de pó que terá se assentado sozinho ambientes quentes e frios. Esses sistemas de pó,

331
Seção 4 | Controle de Pó

independentemente da seleção de um sistema Tratamento dos Materiais


de coleta central, de unidade ou removível, Coletados
podem exigir uma quantidade grande de espaço A exigência final em qualquer sistema
para equipamentos e rede de dutos, tornando de controle de pó é o fornecimento de um
sua instalação cara. Os custos de operação e mecanismo para eliminar o pó após sua coleta.
manutenção são multiplicados conforme o As etapas que devem ser consideradas incluem
tamanho do sistema aumenta. Mudanças ou a remoção do pó do coletor, a condução do
alterações necessárias após o início do uso do pó, seu armazenamento e seu tratamento para
sistema podem ser difíceis de implantar sem reúso ou descarte.
a modificação do sistema inteiro. Mesmo a
substituição do saco de filtragem pode ser cara O tratamento do material coletado pode ser
e consumir tempo. Um vazamento em um saco um problema, particularmente se o material
de filtragem pode afetar a eficiência do coletor precisar ser devolvido ao processo. Deve-se ter
inteiro; pode ser difícil identificar e substituir cuidado para evitar que o processo seja afetado
o filtro com vazamento. Se o pó coletado deve através da introdução de uma sobrecarga de
ser devolvido ao fluxo de material, deve-se partículas finas em um ponto. Além disso,
tomar cuidado para impedir que o pó entre o pó coletado deve ser devolvido ao corpo
novamente no ar, demandando coleta no principal do material de forma que evite a
próximo ponto de foco. reenergização do pó, senão ele precisaria ser
coletado novamente no próximo ponto de
Talvez o maior problema na medição de um foco. Como as partículas de pó coletadas são
coletor de pó seja a variação nas propriedades suficientemente pequenas para se espalhar no
e quantidade de material a granel sendo ar novamente, elas muitas vezes estão sujeitas
transportado. O sistema de coleção de pó a um processo extra de combinação. O pó
deve ser elaborado e operado para as piores coletado pode ser colocado em um misturador,
condições, mesmo que se espere que essas um moedor ou um equipamento de pelota
condições ocorram apenas em ocasiões raras. antes de ser reintroduzido ao sistema geral de
20 tratamento de material. Em algumas indústrias,
o pó coletado não pode ser reintroduzido ao
processo e, portanto, deve ser enviado a uma
vala ou de outra forma despejado como lixo.

Figura 20.14
Muitos pontos de
MANUTENÇÃO DO SISTEMA
transferência requerem A Retenção
Remove 75% do
mais de um local de Ar Expelido Devem ser feitas consultas com os
foco de pó, como o foco
fornecedores de sistemas de controle de pó
principal posicionado
aproximadamente a para determinar os procedimentos e intervalos
A Retenção
dois terços da largura Remove 25% do de reparo necessários para manter uma
Ar Expelido
da correia após o ponto operação eficaz.
de carga.
É importante que os sistemas de controle
de pó sejam elaborados para permitir acesso
Figura 20.15 eficiente ao isolamento e para permitir inspeção
Uma retenção e reparos dos sacos de filtragem e de outros
secundária de pó é componentes.
localizada na área de
entrada da correia do
ponto de transferência
(na caixa de vedação ESPECIFICAÇÕES TÍPICAS
traseira e exatamente
antes da área de carga). A. Coletor de pó.
O ponto de transferência do transportador
será equipado com um sistema de coleção
de pó para capturar partículas espalhadas
no ar e devolvê-las ao corpo principal do
material sem o uso de outros equipamentos

332
Coleção de Pó | Capítulo 20

de tratamento de pó. F. Portas de acesso.


Uma porta de acesso removível permitirá o
B. Local do ponto de transferência.
acesso à câmara de ar limpo.
Esse coletor de pó será instalado dentro
do isolamento do ponto de transferência, G. Medidas de segurança.
para que ele possa operar sem dutos ou Para minimizar o risco de explosão ou
ventiladores de alta potência que seriam incêndio, deverão ser utilizados um ventilador
necessários para mover o ar carregado de pó sem faíscas com um motor indicado para
para a manga central. o teor de perigo apropriado, filtros de pó
aterrados e arames de aço inoxidável dentro
C. Ventilador integral
do compartimento de coleção de pó com
O ventilador integral do coletor de pó qualquer sistema de coleção de pó.
puxará o ar repleto de pó através de
seus elementos de filtragem dentro do
isolamento.
APLICAÇÃO TÍPICA DE COLEÇÃO
D. Bolsas de filtragem. DE PÓ
O sistema de coleção de pó incorporará Uma correia em uma usina de concreto
uma série de sacos de filtragem no formato está sendo prejudicada com um excesso de
de envelopes, montados com uma armação quantidade de pó escapando do chute de
de cabos, para um fluxo de ar ideal e uma transferência. A calha-guia é bem construída,
limpeza completa. Esse sistema de filtragem mas não pode ser expandida de forma
captará 99% de todas as partículas maiores nenhuma.
que um mícron. Os filtros devem ser
Material. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Cimento
utilizáveis do lado de ar limpo da unidade
coletora. Ponto de Transf.. . . . . Bom, mas sem expansão
Fluxo de Ar. . . . . . . . . . 0,75 m³/s (1600 ft³/min)
E. Limpeza de jato reverso.
A limpeza periódica dos filtros será Método de Coleta. . . . . . . . . Coletor Removível 20
realizada com um jato reverso automático Essa é uma boa aplicação para um coletor de
de ar comprimido nos sacos de filtragem. pó removível. Há um problema de pó. O ponto
Isso criará uma reversão momentânea do de transferência já está estabelecido, mas não
fluxo de ar, inflando o elemento do filtro pode ser expandido para usar controle passivo
para desprender o pó acumulado. O bolo de pó. O fluxo de ar é muito grande para usar
coletado do filtro será devolvido para o fluxo um saco de filtragem passiva.
principal de material.

QUESTÕES DE SEG URANÇA

Conforme observado neste Deve ser observado que muitos sistemas


livro, há riscos significativos de coleção de pó constituem espaços
de incêndio e explosão em qualquer área isolados que requerem procedimentos e
isolada, como dentro de um coletor de pó, permissões de entrada ao espaço confinado.
onde a matéria particulada espalhada no ar As precauções correspondentes devem ser
pode se concentrar. (Consultar Capítulo 17: tomadas ao delegar à equipe a inspeção
Panorama de Controle de Pó.) ou manutenção dos filtros ou de outros
componentes.

333
Seção 4 | Controle de Pó

O coletor removível colocará o pó coletado que fosse indicado para o teor de risco
de volta no transportador como pedras adequado.
maiores, eliminando a necessidade de uma
operação secundária para tratar o pó coletado. Resposta: Essa aplicação precisaria de um
O coletor removível também manterá a carga coletor de pó removível que puxasse 50
relativamente valiosa na correia transportadora. metros cúbicos por minuto (1.750 ft3/min),
tivesse 18 metros quadrados (194 ft2) de
O coletor removível seria instalado no ponto meio de filtragem e fosse indicado para o
de transferência da correia transportadora perto grau de risco adequado.
da saída do chute de transferência. Ele puxaria
o excesso de ar e pó através de uma série B. Chute de carvão sub-betuminoso.
de filtros. Em intervalos regulares, o ar seria Dados: Um chute de carvão sub-betuminoso
pulsado através dos filtros, e as partículas de gera 50 metros cúbicos por minuto (1.750
pó, agora aglomeradas, cairiam de volta sobre o ft3/min) de ar; o coletor requer uma relação
transportador. ar-tecido de 2,1 metros por minuto (7 ft/
min) para esse carvão.

Encontrar: Os requisitos básicos de um


TÓPICOS AVANÇADOS
coletor de pó inserível.
Seleção de Aplicação de um
Sistema de Coleção de Pó
Solução: Para encontrar a área total do meio
Removível de filtragem necessário, deve-se dividir o
fluxo de ar pela relação ar-tecido; deve-se
Um coletor removível é uma peça de coleta considerar o combustibilidade do material.
interna do equipamento de coleção de pó.
Para medir o tamanho adequado de um, é Dado que esse material é carvão, essa
necessário conhecer o fluxo de ar total, a aplicação exigiria um coletor de pó inserível
inflamabilidade do material e as restrições que fosse indicado para o grau de risco
básicas de tamanho da área na parte superior adequado.
20 do chute de transferência. O projetista também
precisa saber a relação ar-tecido e o coletor Resposta: Essa aplicação precisaria de um
sendo considerado. Esse valor pode ser obtido coletor de pó removível que puxasse 50
a partir do fabricante do coletor e normalmente metros cúbicos por minuto (1.750 ft3/min),
é baseado no material transportado. tivesse 24 metros quadrados (250 ft2) de
meio de filtragem e fosse indicado para o
A seguir, há dois exemplos demonstrando o teor de risco adequado.
processo necessário para selecionar um coletor
removível e o efeito da relação ar-tecido sobre Os 24 metros quadrados (250 ft2) da
essa seleção: unidade do coletor de pó inserível serão
substancialmente maior do que o coletor no
A. Chute de carvão antracito. exemplo anterior; assim, o compartimento
Dados: Um chute de carvão antracito gera físico – a área acima do chute de transferência –
50 metros cúbicos por minuto (1.750 ft3/ deve ser verificado.
min) de ar; o coletor requer uma relação ar-
tecido de 2,75 metros por minuto (9 ft/min) Velocidade do Ar e Controle de Pó
para esse carvão. Entender e controlar a velocidade do ar –
velocidade de retenção, velocidade de captura
Encontrar: Os requisitos básicos de um e velocidade de transporte – influenciará
coletor de pó removível. consideravelmente a quantidade de pó que se
Solução: Para encontrar a área total do meio espalha no ar.
de filtragem necessário, deve-se dividir o
fluxo de ar pela relação ar-tecido; deve-se Velocidade de Retenção
considerar a inflamabilidade do material. A velocidade de retenção de um material
é a velocidade do ar necessário para erguer a
Dado que esse material é carvão, essa partícula de pó de uma posição de descanso
aplicação exigiria um coletor de pó inserível ao fluxo de ar. A velocidade de retenção para

334
Coleção de Pó | Capítulo 20

um material depende do tamanho e do teor de panorama das capacidades e considerações


umidade das suas partículas finas. A velocidade dos equipamentos de controle e coleção de pó.
de retenção para a maioria dos materiais está Seria aconselhável consultar os fornecedores
na faixa de 1 a 1,25 metros por segundo (200 a especializados nesse equipamento para receber
250 ft/min), com as partículas menores e mais recomendações específicas.
secas mais próximas do limite baixo da faixa
de velocidade e as partículas maiores e mais Embora sejam adições valiosas aos sistemas
úmidas mais próximas do limite alto. de tratamento de material, os sistemas de
coleção de pó são apenas uma peça do quebra-
Velocidade de Captura cabeça do controle de pó. Quanto mais um
ponto de transferência é bem-sucedido em
Uma vez que a partícula de pó esteja minimizar a quantidade de ar induzido e em
suspensa no ar, a quantidade de velocidade de carregar a carga na direção e na velocidade da
ar necessária para coletar as partículas de pó correia, menos pó no ar será gerado. Quanto
em movimento dentro do sistema de coleção mais bem sucedido o isolamento e a vedação de
de pó é chamada de velocidade de captura. A um ponto de transferência ou um transportador
velocidade de captura depende da distância de forem, menos pó fugitivo será liberado. Quanto
localização da partícula de pó em relação ao mais bem-sucedidos um sistema de supressão
dispositivo de captura (retenção) e do tamanho de pó for, menos pó estará presente no ar para
e teor de umidade da partícula de pó. Os ser coletado. A aplicação bem-sucedida dos
compartimentos de coleta elaborados mais princípios de isolamento e supressão serve para
adequadamente requerem que a velocidade minimizar o tamanho necessário de um sistema
de captura esteja na faixa de 1 a 3,5 metros de coleção de pó – e reduzir o desgaste e o risco
por segundo (200 a 700 ft/min), com as de sobrecarga naquele sistema. Uma pirâmide
velocidades mais altas de captura necessárias composta pelos três sistemas – isolamento,
para as partículas de pó maiores e mais pesadas, supressão e coleta – permite que uma usina
e as velocidades de captura mais baixas para tenha sucesso em controlar a quantidade de pó
partículas de pó mais leves, com menos liberada no ambiente.
umidade. 20
Muitos projetos de controle de pó têm
Há uma fórmula simples para determinar a produzido resultados menos que esperados,
velocidade de captura das partículas de pó com quando o equipamento é mal aplicado ou
base em sua densidade e diâmetro (Equação são usadas regras simples para sistemas de
20.1). medição. A seleção, instalação e manutenção
É possível calcular a velocidade de saída bem-sucedida de sistemas de controle de
do ar a partir de um determinado ponto de pó requerem conhecimento especializado,
transferência e, então, operar de volta para que esteja disponível por fornecedores
calcular o tamanho das partículas que cairiam de equipamentos ou seus representantes
no fluxo de ar antes que elas deixasse o ponto autorizados.
de transferência.
A Seguir...
Velocidade de Transporte Este capítulo sobre Coleção de Pó é o quarto
A velocidade de transporte é a velocidade e último capítulo na seção sobre Controle de
do ar necessária para manter uma partícula de Pó. Com o capítulo seguinte começa a seção
pó espalhada no ar em suspensão nos dutos sobre Conceitos de Vanguarda com uma
que transportam pó para o coletor de pó. Essas discussão sobre Transportadores de Precisos,
velocidades de transporte são baseadas no Seguros e Produtivos, desde seu Desenho,
tamanho da partícula de pó (Tabela 20.1). seguido por Chutes de Fluxo Projetados no
Capítulo 22 e Transportadores Sustentados por
Ar no Capítulo 23. Os capítulos 24 e 25 focarão
Sistemas de Lavagem de Correia e Ciência de
COLEÇÃO DE PÓ: UMA PEÇA DO Materiais.
QUEBRA-CABEÇA

Finalizando…
Este capítulo apresentou apenas um

335
Seção 4 | Controle de Pó

Equation 20.1 vt = k · ρs · D2
Velocidade de captura
das partículas de pó Dados: Uma partícula que possui 0,006 metros (0,020 ft) de diâmetro e uma densidade de partícula de 800
quilogramas por metros cúbicos (50 lbm /ft3). Encontrar: A velocidade de captura da partícula.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais
Velocidade de Captura de
vt uma Partícula em Queda metros por segundo pés por segundo
no Ar
k Fator de Conversão 3,187 X 10 3 15,6 X 10 3
ρs Densidade da Partícula 800 kg/m 3 50 lb m/ft 3
D Diâmetro da Partícula 0,006 m 0,02 ft
Métrico: vt = 3,187x10 3 · 800 · 0,006 2 = 91,8
Imperial: vt = 15,6x10 3 · 50 · 0,02 2 = 312
Velocidade de Captura de
vt uma Partícula em Queda 91,8 m/s 312 ft/s
no Ar

Tabela 20.1 Velocidades de Transporte de Pó com Base no Tamanho de Partículas de Pó

Material Métrico Imperial


Pós Finos Leves (farinha, PRB, carvão) 10 m/s 2,000 ft/min
Pós Finos Secos (areia, cimento) 15 m/s 3,000 ft/min
Pó Industrial Médio 18 m/s 3,500 ft/min
Pó Grosso (pó de escavação) 20 a 23 m/s 4,000 a 4,500 ft/min
Pó Úmido ou Pesado (carvão subterrâneo) 23 m/s e mais 4,500 ft/min e mais

20
REFERÊNCIAS
20.1 dustcollectorexperts.com oferece um
tutorial útil e detalhado sobre vários
sistemas de coleção de pó. Esse site
sem fins lucrativos fornece informações
de base e links para uma série de
fornecedores de equipamentos de
coleção de pó.

20.2 Mody, Vinit and Jakhete, Raj. (1988).


Dust Control Handbook (Pollution
Technology Review No. 161), ISBN-10:
0815511825/ISBN-13: 978-0815511823.
Park Ridge, New Jersey: Noyes Data
Corporation.

336
Coleção de Pó | Capítulo 20

20

337
Chapter Title | Chapter #

Seção 5

CONCEITOS DE VANGUARDA
• Capítulo 21................................................................................................................................... 340
TRANSPORTADORES PRECISOS, SEGUROS E PRODUTIVOS
DESDE SEU DESENHO

• Capítulo 22................................................................................................................................... 348


CHUTES DE FLUXO PROJETADOS

• Capítulo 23................................................................................................................................... 364


TRANSPORTADORES SUSTENTADOS POR AR

• Capítulo 24................................................................................................................................... 376


SISTEMAS DE LAVAGEM DE CORREIA

• Capítulo 25................................................................................................................................... 398


CIÊNCIA DE MATERIAIS

339
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

Figura 21.1
Uma nova hierarquia
no design é útil no
desenvolvimento de
transportadores que sejam
produtivos, seguros, de
fácil reparo, sem materiais
fugitivos, e de alto custo-
benefício.

21
Capítulo 21

Transportadores
Precisos, Seguros e
Produtivos DESDE SEU
Desenho
O Processo de Desenho...................................................................................................................................... 341
Desenho Seguro.................................................................................................................................................... 342
Desenho Limpo...................................................................................................................................................... 343
Desenho Produtivo............................................................................................................................................... 346
Uma Nova Hierarquia.......................................................................................................................................... 347

340
Transportadores Precisos, Seguros e Produtivos desde seu Desenho | Capítulo 21

Neste Capítulo...
O PROCESSO DE DESENHO
Neste capítulo, a hierarquia tradicional do
Como dito por George E. Dieter, “desenhar
design dos transportadores – 1: capacidade;
é se engajar em alguma coisa nova ou organizar
2: respeito a regras incluindo segurança; e
coisas já existentes de forma a satisfazer uma
3: preço baixo – é questionada. Uma nova
reconhecida necessidade da sociedade”
hierarquia de design, com transportadores que
(Referência 21.1). Desenho é tanto arte quanto
não somente possuam capacidade e respeitem
ciência. O processo de desenho de toda a
regulamentos, mas também sejam 1: limpos
companhia difere, mas em geral inclui:
(controle de materiais fugitivos); 2: seguros (de
fácil manuseio); e 3: produtivos (custo-benefício A. Definição de problema.
e atualizáveis); é a proposta (Figura 21.1).
B. Reunião de informações.
Desde a invenção da correia transportadora, C. Geração de conceito e avaliação.
tem havido mudanças substanciais em regras D. Modelagem e simulações.
de segurança, proteção ambiental, padrões
de construção e capacidade de transporte E. Seleção de materiais.
exigidos desses sistemas. Infelizmente, os F. Revisão de risco, confiabilidade e segurança.
detalhes de desenho e fabricação de correias G. Avaliação de custo.
transportadoras ainda são regidos por “regras de
aproximação” e métodos de desenho que foram H. Desenho detalhado.
transmitidos de uma geração de projetistas para I. Divulgação do desenho.
a seguinte. Apesar dos avanços na informática
para predefinir ações, carcaças sintéticas para Os pormenores desse processo não
correias e melhores tecnologias de controle, os serão discutidos em detalhes aqui, mas é
sistemas de transportes ainda são desenhados importante notar que o processo começa com a
muito parecidos como eram 50 anos atrás. identificação de uma necessidade e a definição
do problema. Esse primeiro passo, apesar de
A maioria dos contratos de projetos de importante, tem geralmente uma visão genérica.
construção e engenharia são conseguidos Com base em como o estatuto do problema
em lances de baixo valor. A prática atual dos é definido, o resultado final pode diferenciar
fornecedores é dar um lance com base no preço sensivelmente.
por quilograma (por libra) de fabricação, com
tempo mínimo de desenho, a fim de serem A proposta de um sistema de correia
competitivos no sistema de baixa oferta. Devido transportadora é encontrar um meio de
a essas pressões competitivas, é uma prática movimentar um ou mais materiais em grande
comum para os fornecedores basear uma quantidade de um ponto a outro. O sistema
proposta em especificações, esboços e desenhos de correia transportadora pode ser quebrado 21
que tenham sido completados previamente em em várias seções ou zonas, com o detalhe e
um sistema similar. Lamentavelmente, para o desenho dessas seções sendo examinados
os proprietários, operadores e mecânicos dos de novos e distintos pontos de vista. Uma
transportadores, essa prática normalmente definição de problema tradicional seria como
resulta em um desenho de 50 anos de idade, transportar um material de tipo, tamanho e
a preços bastante atuais. Se o sistema foi quantidade específicos do ponto A ao ponto B.
desenhado com uma visão ultrapassada, Se os requisitos forem expandidos para incluir
é provável que ele não consiga atender às considerações sobre segurança e minimização
expectativas de hoje. de escape e acúmulo de materiais fugitivos,
então, todo o sistema transportador é visto de
Esse capítulo demonstra como desenhar uma perspectiva diferente. Quando fatores
componentes e partes importantes de adicionais – tais como facilidade de instalação,
transportadores de maneira a deixar precisos, manutenção e limpeza; padronização de
seguros e produtivos os sistemas de transporte componentes; e criação de um desenho de
de materiais a granel. custo efetivo e atualizável – estão inclusos, um
sistema de correia transportadora desenhado
sob esses critérios é bem diferente do típico
sistema transportador feito hoje.

341
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

Para começar a mudar para novos e mais Protetores fixos devem ser projetados para
modernos desenhos – desenhos onde precisão, fácil instalação e remoção, a fim de permitir à
segurança e facilidade de reparo também sejam equipe de serviço autorizado realizar funções
incluídos nas considerações iniciais de projeto solicitadas segura e eficientemente e para
–, uma nova e mais compreensível visão de garantir que os protetores sejam retornados ao
como grandes quantidades de materiais são seu lugar quando o serviço estiver completo.
trabalhados deve ser investigada. (Veja Capítulo 2: Segurança.)

Manutenção Durante a Operação


DESENHO SEGURO Com tantos transportadores trabalhando
Os colaboradores são o recurso mais sem parar, intervalos programados são muito
importante de qualquer mina ou operação bem-vindos. Quando se lida com materiais a
industrial; por essa razão, engenheiros e granel, problemas ocorrem e equipamentos
projetistas deveriam incorporar funcionalidade falham prematuramente, resultando em perda
nos desenhos que vão melhorar a segurança. de produtividade, limpeza de emergência e
Enquanto desenhos vêm mudando pouco, necessidade de reparos.
o ambiente de trabalho tem mudado
Muitos padrões de segurança pelo mundo
significativamente. Restrições além de
reconhecem que certos procedimentos de
levantamento, requerimentos para isolação/
manutenção devem ser realizados enquanto
etiquetagem/bloqueio/teste, regulação de
o equipamento está em operação. Esses
acesso a áreas restritas e uma série de outros
padrões permitem, com exceções à regra
procedimentos de segurança têm sido
que o equipamento seja desligado para
estabelecidos. Ao mesmo tempo, há uma
serviço. As exceções são feitas para que
pressão crescente por produção contínua e
apenas o pessoal autorizado e treinado para
sempre evolutiva.
alertas de perigos potenciais possam ajustar
Aplicar princípios de desenho para o equipamento que esteja em operação.
ajudar a garantir segurança ao trabalhador De fato, a regra nos padrões de segurança
deveria envolver o uso de protetor fixo e a (conforme especificado no documento ISO/
implementação de novos modelos que devem EN 14121 da Organização Internacional para
promover a facilidade de limpeza ao redor e a Padronização International Organization for
troca de equipamentos, além de treinamento Standardization - ISO) está longe de restrições
de funcionários para maior consciência em de tarefas específicas e voltada para restrições
qualificação adequada e regras de segurança. de riscos qualificados, baseados em uma análise
formal de risco. Quando uma situação pode
21 Protetor Fixo ser encarada de forma que o risco de dano
pessoal do equipamento de serviço, enquanto
Para proteger melhor as pessoas de ficarem o equipamento está ligado, é na verdade igual
em contato direto com componentes do ao risco de dano pessoal, ou menor do que
transportador, uma opção é instalar protetor ele, enquanto o equipamento de serviço está
fixo (também chamado de guarda-áreas) em parado, isolado e etiquetado, novos padrões de
torno de todo o transportador (Figura 21.2). segurança vão reconhecer que o procedimento
Esses protetores fixos devem ser instalados de mais baixo risco é a aproximação.
em volta de todas as localizações, ponto de
esticamento e em qualquer lugar onde o pessoal Alguns componentes de sistema de correias
possa estar em contato com partes móveis. transportadoras requerem serviço frequente
para manter eficiência otimizada (por exemplo,
Figura 21.2 raspadores de correia). No controle de materiais
Protetores fixos fugitivos e na possibilidade de um transportador
(também chamados de correr continuamente, raspadores de correia
guardas de área) são
são muito importantes. Devido a questões de
instaladas para proteger
o pessoal da fábrica de segurança, a maioria das operações proíbe
contatos perigosos com a manutenção dos raspadores de correias
equipamento. enquanto o transportador está em operação.
A inabilidade na manutenção de um raspador

342
Transportadores Precisos, Seguros e Produtivos desde seu Desenho | Capítulo 21

de correia pode levar a problemas de materiais Estruturas e Componentes


mortos e vazamentos que geram perigos de Resistentes a Pó
segurança. Raspadores de correias e outros Limpar transportadores é uma necessidade.
componentes de transportador podem ser Para eliminar espaços onde materiais fugitivos
projetados para serem reparados seguramente se acumulam, requisitos de limpeza são
enquanto a correia estiver operando (Figura reduzidos e simplificados. Partes de estruturas
21.3). horizontais devem ser postas em ângulos de
45° sempre que possível, a fim de descartar
o material. Fazendo isso é improvável que
DESENHO LIMPO membros da equipe de limpeza tenham que
Desenhos limpos são importantes para alcançar a parte de baixo da correia com
manter um sistema de manuseio de material ferramentas para remover acúmulos.
produtivo e seguro. Independentemente de
Partes estruturais que não podem ser
se em mina ou empreendimento industrial
orientadas a reduzir acúmulos de pó devem
normal de hoje, não é possível operar um
ser postos junto a placas de pó ou tampas para
sistema de transportador que esteja 100% livre
reduzir resquícios de materiais em áreas difíceis
de material fugitivo (Figura 21.4). Desenhos
de serem limpas (Figura 21.6).
iniciais fracos, falta de acompanhamento de
manutenção, variabilidade das propriedades de Placas de suporte e tampas de gotejamento
materiais a granel, sobrecarga do transportador devem ser projetadas para eliminar o material
e uso constantes de componentes do no lado externo do transportador onde
sistema são fortes contribuintes para escapes material fugitivo pode ser coletado com mais
inesperados de materiais fugitivos.
Figura 21.3
Muitos detalhes do modelo contribuem
Ferramentas
para criar um sistema de transporte o mais especializadas e
livre de materiais fugitivos possível. Incorporar desenhos seguros
estruturas resistentes a pó, desenho apropriado tornam o serviço de
das calhas-guia, limpadores de desgaste limpeza de correia mais
fácil.
externos, tamanho das polias adequado
e alternativas de alinhamento da correia;
garantir que a área de trabalho esteja limpa e
livre de componentes de utilidade; e permitir
futura atualização são questões que devem
ser discutidas para melhorar operações de Figura 21.4
manuseio de materiais. Há várias tecnologias
Materiais fugitivos 21
pioneiras que podem ser incorporadas em acumulam-se em
um sistema transportador para melhorar seu superfícies planas.
controle de material. Essas opções incluem
chutes de fluxo projetados (veja o Capítulo 22:
Chutes de Fluxo Projetados), transportadores
aéreos (veja o Capítulo 23: Transportadores
Suportados por Ar) e sistemas de limpeza
de correias (veja o Capítulo 24: Sistemas de
Lavagem de Correias).

Técnicas modernas em 3D de desenho


e fabricação tornam acessível organizar Figura 21.5
componentes por meios não tradicionais, sem A minimização de
aumentar muito os custos desses sistemas. superfícies planas,
incluindo reforçadores
Um dos detalhes mais simples é garantir que e suportes-calha, pode
os componentes sejam orientados de modo a reduzir o acúmulo de
gerar o mínimo de superfícies planas sobre as materiais.
quais materiais fugitivos possam se acumular
(Figura 21.5).

343
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

facilidade (Figura 21.7). Para auxiliar na para Materiais a Granel, Sexta Edição, da
redução de geração de pó e garantir que Associação dos Fabricantes de Equipamentos
qualquer material fugitivo passe para o lado de Transportadores (do inglês, CEMA) e em
fora do transportador, essas tampas deveriam outras referências e padrões, é baseada no
ser desenhadas para aplicação com uso de cascalho de lado mais largo que será carregado
vibradores. no transportador sem as coberturas das calhas-
guia. Hoje, muitas calhas-guia são cobertas a
Altura das Calhas-guia fim de conter pó/sucata. É recomendado que
A altura das calhas-guia (parede de chute) calhas-guia sejam projetadas para acomodar o
citada em Transportadores de Correia ar suspenso acima do material a granel. (Veja
o Capítulo 11: Calhas-Guia.) Isso leva a um
requisito que é no mínimo duas vezes a altura
Figura 21.6
que o CEMA recomenda para calhas-guia
Coberturas de pó são
abertas. (Veja o Capítulo 11: Calhas-Guia para
instaladas para reduzir
o acúmulo de material maiores informações sobre calcular a altura
fugitivo. apropriada para calhas-guia cobertas em cima.)
Calhas-guia superiores devem ser projetadas
para incluir pressão significativa, a fim de evitar
resíduos de material.

Placa de Desgaste Externo


A prática há anos tem sido anexar a placa
de desgaste do lado de dentro de calhas-guia
de metal verticais. A placa de desgaste é então
posicionada entre o material a granel e as
calhas-guia (Figura 21.8). A calha-guia serve
como membro estrutural que suporta ambas, a
placa de desgaste e a vedação da calha-guia. Se
montadas incorretamente, as placas de desgaste
falharão em proteger a vedação da calha-guia do
desgaste e de algumas vezes prender o material
Figura 21.7
contra a correia, afundando ou danificando
Placas de suporte
angulares sob a área de
de outra forma a correia. Na sua configuração
carga do transportador tradicional, com as placas de desgaste montadas
vão direcionar materiais do lado de dentro da calha-guia, a inspeção e
21 fugitivos para o lado de
fora da estrutura.
a troca são difíceis, devido à localização das
placas de desgaste atrás das calhas-guia. Trocar
as placas de desgaste montadas do lado de
dentro da calha-guia é um trabalho complicado
e requer a manipulação de partes pesadas em
ambientes estreitos e, às vezes, até envolvendo
entrada de área restrita.

A placa de desgaste reposicionada de


Figura 21.8 forma que fique do lado de fora da calha-guia
O desenho – onde possa ser facilmente inspecionada,
convencional de placa minuciosamente instalada e facilmente reposta
de desgaste coloca o – é uma modificação simples, potencialmente
lineador de uso dentro
da calha-guia. poupando várias horas de manutenção (Figura
21.9). A calha-guia proporciona suporte
estrutural. Elevando-a acima da camada de fluxo
normal do material a granel e implementando
uma pequena mudança de desenho para os
grampos da vedação da calha-guia habilita-se a
chapa de desgaste a ser instalada do lado de fora

344
Transportadores Precisos, Seguros e Produtivos desde seu Desenho | Capítulo 21

das calhas-guia. A chapa de desgaste também ou cordas, usados para amarrar alinhadores,
pode ser ajustável a instalações precisas. na proximidade das correias móveis, são
perigos de segurança. Essa questão pode ser
Tamanho das Polias exacerbada trocando condições ou preferências
Por décadas, o tamanho das polias traseira do operador que requerem um alinhador
e de descarga tem sido selecionado a partir de amarrado para segurar a correia em uma
tabelas publicadas por fabricantes de correia, direção pela manhã e ser trocado para amarrar
com diâmetros mínimos de polias baseados a correia na direção oposta à tarde.
em custos mínimos e proporcionando nível Na ausência do alinhamento apropriado da
de tensão seguros para a correia. Determinar estrutura do transportador, substituindo e/ou
o tamanho correto das polias deve incluir a alinhando componentes do transportador que
consideração da facilidade de acesso para estejam causando problemas de alinhamento
o serviço. Uma polia de diâmetro maior – de correia, garantindo que a carga esteja
uma com um diâmetro de, no mínimo, 600 corretamente centralizada ou instalando um
milímetros (24 polegadas) – permitiria um ou mais dispositivos de alinhamento de correia
espaço adequado entre os ciclos de carga e para alinhar apropriadamente e rastrear a
de retorno para a instalação de um chute de correia, esses alinhadores podem ser acertados
proteção de polia traseira e, se necessário, com um mecanismo que permite que eles
um chute de retorno da correia (Figura sejam “listados”, ou isolados em posição, sem
21.10). O espaço adicional que poderia ser recorrer a laços não seguros com fios ou cordas
suprido entre os ciclos de retorno e de carga (Figura 21.11).
da correia permite uma inspeção mais fácil
para os chutes ejetarem materiais fugitivos da
Conduítes e Canaletas
correia. Uma polia maior na descarga da correia
proporciona espaço necessário para a instalação Transportadores proporcionam superfícies
de raspadores de correia em uma posição ótima convenientes para correr utilitários e
de funcionamento. O custo adicional de se componentes elétricos. Por décadas, utilitários
acrescentarem polias maiores é compensado e canaletas elétricas têm sido instalados ao
pelo custo economizado, derivado do efetivo longo da estrutura do transportador com
controle de materiais fugitivos e das horas de pouca atenção aos efeitos dessa localização
baixo rendimento e menos manutenção. na instalação, manutenção e operação dos
componentes do transportador. Esse aspecto
Alinhadores de Correia é particularmente notável nas zonas de carga e
descarga do sistema de correia transportadora.
Desvio de correia é a maior causa de
vazamento; por isso, é necessária muita atenção
aos dispositivos de teste de correia, a fim de Figura 21.9 21
manter a correia centrada à estrutura. Em um Placas de desgaste
esforço para manter os custos absolutos de instaladas do lado de
fora das calhas-guia
uma nova instalação baixos, alinhadores são é uma modificação
comumente supridos em vez de dispositivos potencialmente simples,
de teste de correia em várias novas instalações. poupando várias horas
de manutenção.
Alinhadores normalmente acabam amarrados
a um lado ou outro, em uma tentativa de
compensar, por uma situação além da
capacidade do dispositivo ou por proteger
o dispositivo, do uso excessivo pela correia Figura 21.10
correr continuamente de um só lado. Correias O diâmetro da polia
transportadoras normalmente correm de um traseira deve ser
lado a outro devido a condições tais como selecionado visando a
ter clareza plena para a
carga fora de centro, questões de alinhamento instalação e o reparo de
da estrutura do transportador, problemas de um chute.
alinhamento de componentes do transportador,
condições climáticas ou uma variedade de
outros fatores. Pedaços inconsistentes de cabos

345
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

Por exemplo, é comum ver chutes enterrados normalmente correspondem a condições


atrás de uma teia de conduítes que foi instalada inseguras de operação, o que também age
depois que o chute foi posicionado (Figura em detrimento do equipamento. Pó no ar
21.12). Chutes precisam estar habilitados para pode encontrar o seu destino em pulmões e
ejetar objetos estranhos do transportador, no rolamentos; material pode se acumular sob e
local selecionado pelo projetista. sobre passarelas e transportadores, levando
a riscos de deslizamento e quedas. Essas
Os conduítes e utilitários nas zonas de condições de operação não seguras são não
descarga e de carregamento, em particular, apenas perigosas para a integridade física, mas
devem correr em locais onde eles não também para a condição do equipamento
interfiram no acesso a componentes que são do transportador. Quando o equipamento é
essenciais ao controle de materiais fugitivos. desligado para reparos não programados, ele
O principal conduíte deve correr acima, com pode não ser produtivo.
o conduíte flexível solto onde for necessário
proporcionar força ou comunicar com os Custo-benefício
componentes. Ao longo do ciclo de carga do
transportador, a estrutura pode ser usada para O custo total da aquisição, incluindo o custo
sustentar conduítes, contanto que o conduíte por quilo (por libras) de manuseio com sobras
não interfira no acesso ao serviço ou reduza a de material fugitivo, deve ser considerado
efetividade dos componentes individuais. no desenho e nas decisões de compra.
Infelizmente, o processo mais rentável discutido
anteriormente, que considera apenas a compra
inicial, tem atrasado a evolução dos modelos
DESENHO PRODUTIVO
precisos, seguros e produtivos. Enquanto o
Seguindo princípios de desenho que preço inicial de compra pode ser mais baixo
estabelecem sistemas transportadores seguros, para um sistema sem ajuste de habilidades
de fácil manuseio e fáceis de limpar, tem- e sem consideração para as substituições de
se sistemas operacionais melhores e mais componentes de uso no futuro, o custo mais
produtivos. Uma operação mais limpa e segura alto requerido para instalar e fazer corretamente
é normalmente uma operação mais produtiva a manutenção de componentes, a limpeza de
nos ciclos longos. Questões de segurança materiais fugitivos e cobertura da falência de
equipamentos adicionais vai exceder em muito
os custos de um sistema que não leva esses
Figura 21.11
fatores em consideração no desenho inicial.
Esse alinhador pode ser
ajustado e isolado no Utilizam-se componentes padrão, onde
local, de forma segura,
21 sem ter de prendê-lo
fizer sentido economicamente no desenho,
porque alguma economia de compra pode
com uma corda ou com
um cabo. ser feita. Com alguma previsão e algumas
mudanças leves no desenho, componentes
padrão (estruturas, calhas-guia, etc.) podem
normalmente ser adaptados a esses novos
princípios de desenho. O uso de componentes
padrão pode proporcionar a facilidade de
instalação e substituição devido à padronização
Figura 21.12 através da usina. Projetar o sistema para
Conduítes colocados ao facilidade de atualização, fazendo componentes
longo do transportador de alinhamento montados (Figura 21.13) e
tornam impossível de fácil reparo, pode reduzir a ociosidade e o
o acesso para
manutenção.
controle de materiais fugitivos.

Atualizável
Projetistas rotineiramente consideram
a capacidade de atualizações, mas eles
raramente incluem medidas provisórias para os

346
Transportadores Precisos, Seguros e Produtivos desde seu Desenho | Capítulo 21

componentes se atualizarem. Um sistema de Figura 21.13


montagem rastreada proporciona flexibilidade
Essa pista universal
para instalar rapidamente diferentes permite a manutenção
componentes solucionadores de problemas. O deslizando para dentro
uso de uma placa de montagem de furos pré- e para fora.
projetada na estrutura em torno do ponto de
transferência do transportador permite a rápida
e fácil instalação de um novo ou improvisado
sistema (Figura 21.14). Uma placa de furos
uniformes para montagem de acessórios vai
encorajar componentes suplementares a adaptar
desenhos modulares, fixação ou grampos para
fáceis atualizações. A utilização de desenhos
de estruturas de plataforma – que incorpora
alinhamento, modularidade e atualização Figura 21.14
fácil – vai encorajar projetistas a continuar a Uma braçadeira de
modernizar a forma como se lida com materiais grampo permite a
simples instalação
a granel hoje e no futuro.
de um sistema de
alinhamento para
componentes de
UMA NOVA HIERARQUIA suporte da correia.

Finalizando…
Técnicas modernas de desenho – tais como
modelagem 3D para fabricação, Análise de
Elementos Finitos (do inglês, FEA) para
a estrutura e Modelagem de Elemento
Discreto (do inglês, DEM) para o desenho
de chutes – podem ser usadas para melhorar A Seguir…
a confiabilidade, produtividade e segurança Este capítulo, Transportadores Precisos,
do transportador, enquanto reduzem o custo Seguros e Produtivos desde seu Desenho,
total da aquisição. Para atingir desenhos o primeiro capítulo da seção Conceitos de
limpos, seguros e produtivos, projetistas devem Vanguarda, discutiu a sabedoria de projetar
considerar uma nova hierarquia para decisões sistemas de manuseio de materiais a granel
de desenho: que podem custar mais inicialmente, mas
A. Capacidade.
podem economizar dinheiro a longo prazo. O
próximo capítulo, Chutes de Fluxo Projetados,
21
B. Segurança e respeito às normas. é o primeiro de três capítulos que apresentam
C. Controle de materiais fugitivos. desenhos para sistemas de transporte mais
D. Facilidade de manuseio. limpos, seguros e produtivos.
E. Vantagens no custo.
F. Capacidade de atualização.
References
Decisões relacionadas ao desenho do sistema
transportador ou à seleção de componentes 21.1 Dieter, George E. (1999). Engineering
individuais devem seguir uma hierarquia para Design: A Materials and Processing Ap-
garantir que o melhor desenho possível seja proach, Terceira Edição. McGraw-Hill.
criado.
No futuro, todos os sistemas de manuseio
de materiais a granel deverão incorporar
desenhos para mover seguramente a quantidade
requerida de material do ponto A para o ponto
B, de uma forma de fácil serviço, de alto custo-
benefício e que controla pó e materiais fugitivos
cada vez mais.

347
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

Figura 22.1
Usados para conectar um
transportador a outro ou
para conectar um ponto
de carga ou descarga do
transportador a um canal,
transferidores de fluxo
projetados proporcionam
benefícios distintos na
organização de material
suspenso e no controle de
pó e vazamento.

22
Capítulo 22

Chutes de fluxo
projetados
Chutes e seus Problemas.................................................................................................................................. 349
Fluxo Projetado..................................................................................................................................................... 350
Desenho para Fluxo Projetado.......................................................................................................................... 353
Instalação de Sistemas de Fluxo Projetado.. ................................................................................................. 358
Manutenção do Sistema.. ................................................................................................................................... 359
Especificações Típicas......................................................................................................................................... 359
Informações de Segurança................................................................................................................................ 360
Tópicos Avançados............................................................................................................................................... 360
O Retorno de Chutes Projetados...................................................................................................................... 361

348
Chutes de Fluxo Projetados | Capítulo 22

Neste Capítulo… reduzidos, senão eliminados, com o fluxo do


Neste capítulo, nós discutiremos os benefícios material controlado que trafega por meio de um
dos chutes de fluxo projetados e os meios chute de transferência de fluxo projetado.
para resolver problemas comuns com chutes
de transferência. Os componentes dos chutes
projetados – o chute curvo superior e o inferior CHUTES E SEUS PROBLEMAS
e a área de assentamento – serão definidos. Nós A engenharia de sistemas de manuseio
também descreveremos o processo usado para de materiais a granel foi largamente baseada
desenhá-los, junto com a informação necessária em experiências, “Regra Fundamental”,
aos projetistas para fazê-lo. e sugestões de educação. Mas agora
computadores sofisticados e pacotes de
Um desenvolvimento de ponta que
softwares proporcionam tecnologias de
melhora o transporte de materiais a granel
desenho e modelagem que permitem
é o advento dos chutes de fluxo projetados
melhor compreensão e organização do fluxo
(Figura 22.1). Usados para conectar um
de materiais. Esses sistemas de software e
transportador a outro ou para conectar um
hardware permitem ao projetista trabalhar
ponto de carga ou descarga do transportador
por meio de uma gama de interações que
ao canal de armazenamento ou outra etapa
determinam como um sistema irá trabalhar
do processo, os transferidores de fluxo
com um material específico – em uma gama
projetados proporcionam benefícios distintos na
de condições, do melhor ao pior caso. Um
organização de material suspenso e no controle
computador proporciona o tipo de poder de
de pó e vazamento.
cálculo requerido para desenvolver os modelos
Particularmente desenhados para cada e gerar as iterações – fazendo pequenos ajustes
aplicação individual, os chutes de fluxo de desenho passo a passo que consideram
projetados controlam o fluxo de material do a comparação de soluções alternativas para
transportador de descarga ao transportador melhorar o manuseio de materiais a granel.
receptor. (Veja o Capítulo 8: Chutes de
Tradicionalmente, tem havido poucas
Transferência Convencionais.) Um chute de
considerações destinadas ao fluxo de materiais
fluxo projetado bem desenhado mantém um
por meio do chute e garantindo que o chute
perfil de material consolidado que minimiza a
seja grande o suficiente para acomodar o
geração de pó e desgaste, acompanhando todas
fluxo do material e o uso minimizado. É uma
as funções de um chute de transferência:
prática comum que os chutes sejam genéricos
A. Alimentar o transportador receptor na em tamanho para reduzir o entupimento e o
direção do tráfego. controle de pó, mas isso na verdade representa
B. Centralizar a carga.
um inconveniente na metodologia de desenho. 22
Chutes eram mantidos como caixas para
C. Minimizar o impacto na correia receptora. impedir o aumento dos gastos para fabricação.
D. Suprir o material à velocidade do Em função de esses ângulos dos chutes terem
transportador receptor. sido desenhados baseados nos ângulos de
E. Retornar os limpadores da correia ao reposição, eles foram propensos a resíduos
principal material suspenso. e bloqueios. Com mudanças na direção do
fluxo de transportador para transportador e da
F. Minimizar a geração e a liberação de pó. energia para baixo do movimento do material,
os chutes poderiam sofrer desgaste nas suas
Embora o investimento inicial em um
paredes de metal e na superfície da correia
chute de fluxo projetado possa ser maior do
receptora ou calha-guia.
que o custo de um chute de transferência
convencional, o retorno nos investimentos Chutes tradicionalmente desenhados
para a usina será imediato, por meio de geram pó, lançando uma onda de material
gastos de operação e manutenção reduzidos. descontrolado para fora do final do
Problemas como dano à correia, substituição transportador e permitindo que se espalhe. O
prematura delas e dos chutes, entupimento de movimento do material desloca o ar conforme
chutes, vazamento, pó, combustão espontânea o corpo do material é difundido. O ar passa
e degradação do material são altamente através do fluxo do material, dispersando então

349
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

e permitindo a entrada de pequenas partículas O Que é um Chute de Fluxo


de pó. O chute tradicional essencialmente cria Projetado?
um “efeito chaminé” por adicionar pó ao ar Desenvolvido a partir de testes de material
deslocado e em movimento. sofisticado e simulações de fluxo por
Além disso, as áreas receptoras eram computador, os chutes de fluxo projetados
tipicamente pequenas e sem suporte e são desenhados para satisfazer os requisitos
liberavam pó. Quando o fluxo dos materiais operacionais da usina, de modo que o material
“aterriza” no transportador, o perfil do material fique em movimento contínuo, apesar do chute
é comprimido, e o ar induzido é retirado. de transferência, com o material movendo
Esse ar leva consigo as partículas menores de como um fluxo coeso e unido.
materiais como pó no ar. Um fluxo confinado Isso vai minimizar a quantidade de ar
inconsistentemente vai carregar grandes induzido carregado pelo trajeto com o fluxo de
quantidades de ar induzido. Então mais pó é material. Como resultado, há menos ar liberado
retirado. Se o material for deixado movendo- e menos pó no ar.(Figura 22.2). Além disso,
se pelo chute em um fluxo turbulento – com a fluxo é direto ou canalizado, de modo que
o que se pode chamar de “fluxo bilhar”, onde o material é colocado suavemente na correia
os minérios se chocam um no outro e nas receptora, minimizando impacto e queima da
paredes da chute –, os minérios do material correia.
vão se degradar, criando mais pó, que pode ser
carregado para fora do ambiente fechado. O material se move suavemente – como
água por uma tampa. O material desliza
uniformemente num “fluxo quase líquido”;
FLUXO PROJETADO melhor do que permitir que os cascalhos se
choquem um no outro num tradicional modelo
O Que é Fluxo Projetado? “fluxo-bilhar”.
Chutes com “fluxo projetado” são baseados
na aplicação dos princípios da mecânica dos Benefício do Fluxo Projetado
fluidos e na compreensão do movimento Há uma série de benefícios a receber com a
de partículas. Fluxo de material projetado é instalação de um chute de fluxo projetado em
baseado no controle do movimento do material uma fábrica. Eles incluem:
conforme ele sai do transportador de descarga
ou do silo ou funil. A direção e a velocidade A. Controle passivo de pó.
do fluxo podem ser orientadas através de
mudanças súbitas, guiando-o abaixo, pela Eles reduzem o escape de pó enquanto
minimizam, ou eliminam, a necessidade de
22 superfície, com valores de fricção conhecidos.
As modificações graduais de curso vão métodos ativos de coleta.
minimizar a geração de pó e centralizar a carga B. Taxa de fluxo de material aumentada.
na correia. Isso permite que a energia perdida
pela fricção seja calculada e determinada. Eles eliminam chutes como um funil de
produção.

C. Resquícios e bloqueios de materiais


Figura 22.2
reduzidos.
Em um chute de Eles reduzem ou previnem o entupimento
transferência, o
de chutes.
material é mantido
como um fluxo coeso,
unido, minimizando D. Impacto de carga reduzido.
a quantidade de ar
induzida. Por isso, há Eles estendem a vida útil da correia
menos ar liberado e reduzindo danos e queimaduras.
menos pó no ar.
E. Degradação de material reduzida.

Eles minimizam a geração de pó.

350
Chutes de Fluxo Projetados | Capítulo 22

F. Posicionamento controlado de carga. material, reduzindo o entranhamento do ar e


minimizando as forças de impacto, enquanto
Eles previnem danos de desvios, vazamento coloca o material na direção própria da
e centralização da correia. correia receptora com impacto mínimo – ou
Deve ser notado, porém, que chutes de fluxo “derramamento” – para reduzir vazamento,
projetados são desenhados para acomodar queimadura, pó e dano. Esse carregamento
uma gama de parâmetros. Mudanças no controlado também previne carregamento
desempenho dessos chutes (e no desgaste dos unilateral de material que causa desalinhamento
alinhadores dentro deles) ocorrerão quando da correia.
condições variarem, incluindo: Além disso, muitos chutes de fluxo
A. Taxas de fluxo inconsistentes. projetados incorporam uma área adicional
para o isolamento de pó – chamada de área de
Variações de mais de 20% do fluxo assentamento ou área de retenção. Assim, o ar
determinado, além de inicialização e corrente acima da fluxo de material diminui a
desligamento. velocidade, de forma que o pó residual possa se
assentar no transportador.
B. Características de material inconsistentes.
Variações de mais de 20% em qualquer Chute curvo superior
atributo das amostras de material testadas
prioritariamente ao desenho do sistema. Instalado na descarga, o chute curvo superior
captura e isola o fluxo de material móvel a
C. Condições ambientais inconsistentes. um ângulo de baixo impacto (Figura 22.3).
Variações que geram alterações no material, Isso minimiza a força de impacto, resíduos e
tais como precipitação que muda o desgaste. O chute curvo superior redireciona
conteúdo da mistura em mais de 10% das o fluxo de material verticalmente, de forma
características fixadas. que ele flua suavemente em direção ao sistema
transportador (Figura 22.4). Uma vez que o
fluxo é vertical, então, a direção do fluxo de
Componentes de Chutes de Fluxo
material é gentilmente modificada para alinhar
Projetados
o fluxo com o transportador receptor.
Um chute de fluxo projetado incorpora uma
geometria que captura e concentra o fluxo de Chute curvo inferior
material conforme ele trafega pelo chute, o qual
tem o duplo benefício de minimizar a aeração Um chute curvo é instalado na base do chute
e prevenir o acúmulo de materiais dentro da de transferência, onde recebe o fluxo material
chute. Prevenir o acúmulo de materiais dentro e coloca-o na correia receptora (Figura
de um chute é particularmente importante 22.5). O chute curvo inferior é desenhado 22
quando se lida com materiais combustíveis, tais para gentilmente carregar o material sobre o
como carvão. transportador receptor, de modo que a carga
esteja se movendo na mesma direção e perto da
Chutes projetados empregam tipicamente velocidade da correia. Direcionando o fluxo de
um modelo chamado transferidor “hood and material concentrado sobre o centro da correia
spoon”. Esse modelo é composto por um chute receptora com velocidade e ângulo adequados,
de descarga “hood”, no topo do sistema, e um
chute receptor “spoon”, que coloca o material Figura 22.3
na correia sendo carregada. Os chutes curvos Instalado na descarga,
um chute curvo superior
superiores e os chutes curvos inferiores são
captura e isola o
tipicamente instalados como um par, embora fluxo de material em
uma situação de manuseio de materiais requeira movimento a um ângulo
apenas um ou outro. Esses componentes são de baixo impacto.
desenhados de forma personalizada, usando
as características do material transportado e
dos materiais usados para a construção da
chute. O diferencial do sistema com chute
curvo superior e inferior é confinar o fluxo de

351
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

Figura 22.4 o chute curvo inferior reduz impacto na correia,


queimadura da correia, geração de pó, carga
Um chute curvo superior
é instalado para fora de centro, uso de placas de desgaste e
redirecionar o fluxo de outros problemas (Figura 22.6).
material verticalmente,
de modo que ele Outro benefício de carregar via chute curvo
flua suavemente em inferior projetado é que pode requerer menos
direção ao sistema
transportador abaixo. suporte da correia na área de carga. Carregar
o material na correia a uma velocidade similar
e na mesma direção, conforme a correia
está trafegando, proporciona menos impacto
na correia e, consequentemente, menos
necessidade de rolos de impacto e correia.

Figura 22.5 Em alguns chutes complexos ou chutes com


Um chute curvo inferior
grandes alturas de quedas, mais que um par
é instalado na base do de chute curvo superior e chute curvo inferior
chute de transferência, podem ser usados para controlar o fluxo.
onde ele recebe o fluxo
de material e coloca-o
na correia receptora. Zona de Assentamento
A área de assentamento, tipicamente instalada
depois do chute curvo inferior no transportador
receptor, corresponde à porção convencional
limitada e coberta do transportador receptor
(Figura 22.7). Essa área é cuidadosamente
projetada para proporcionar um assentamento
otimizado de ar carregado de pó e assentamento
de qualquer pó no ar, segurando o ar tempo o
suficiente para diminuir sua velocidade. A área
Figura 22.6 de assentamento tipicamente usa uma calha-guia
Dirigindo o fluxo de
mais alta, coberta, para permitir que pó no ar se
material concentrado assente, retornando a maioria do pó para o leito
para o centro da principal do material, sem ser liberado para o
correia receptora com lado de fora (Figura 22.8). As correntes de
velocidade e ângulo
adequados, o chute
ar perdem velocidade devido à larga área de
assentamento e o uso de cortinas de pó dentro
22 curvo inferior reduz o
impacto na correia, a da área.
queimadura da correia,
a geração de pó, a Alguns projetistas de sistemas não incluem
carga fora de centro
e o uso de placas de
uma área de assentamento em seus projetos,
desgaste e outros usando apenas desenhos convencionais de
problemas. calhas de transferências cobertas. De qualquer
modo, é quase impossível projetar um chute
que vai manusear toda a condição de material
possível. Por isso, é mais seguro incluir a área
Figura 22.7 de assentamento para acomodar circunstâncias
A área de imprevistas ou para lidar com mudanças futuras
assentamento, nas características dos materiais.
tipicamente instalada
depois do chute curvo
inferior no transportador
receptor, corresponde
à porção convencional
calhada e coberta do
transportador receptor.

352
Chutes de Fluxo Projetados | Capítulo 22

d. Velocidade da correia.
DesenHo para Fluxo
Projetado e. Espessura da correia.
Mesmo se dois transportadores correrem à f. Largura da correia.
mesma velocidade, a gravidade pode fazer com g. Ângulo de concavidade.
que a velocidade do material aumente durante h. Capacidade de transporte.
a transferência de um transportador a outro,
se o fluxo for deixado irrestrito. Ambos os i. Tipo de estrutura transportadora (canal,
chutes curvo superior e curvo inferior, devem cabo).
ser desenhados para interceptar a trajetória j. Método pelo qual o material é entregue à
do material a um baixo ângulo de incidência. indústria (p. ex. : balsa, trem, caminhão).
Isso usa as forças naturais do movimento do B. Transferência.
material para direcionar o fluxo para dentro do
a. Ângulo de interface (Figura 22.11).
chute curvo inferior, em um posicionamento
próprio na correia receptora, com impacto b. Distância horizontal do ponto de carga
e desgaste reduzidos. Em função de o chute (Figura 22.10).
curvo superior e o chute curvo inferior serem c. Altura de queda (Figura 22.10).
desenhados com ambas as especificações de
d. Capacidade de transporte.
material e o requisito de fluxo como critério,
o chute pode operar no fluxo requerido com e. Número de transferências.
risco reduzido de entupimentos ou bloqueios f. Número de portas e o propósito (p. ex.:
do chute, os quais vão causar impactos nas dividir o fluxo ou mudar a direção do
operações. fluxo).
g. Interferência devido à estrutura próxima.
Para atingir o desenho ideal do chute curvo
superior, do chute curvo inferior e da área de C. Sistema receptor.
assentamento, chutes de fluxo projetados são a. Tipo de sistema receptor.
criados usando modelagem computadorizada
baseada em 3D, para definir a geometria de Figura 22.8
chute (Figura 22.9). O ângulo e a força de A área de assentamento
impacto devem ser minimizados para manter é cuidadosamente
o máximo do momento possível. O ideal é o projetada para
ângulo de impacto estar a não mais de 15° a 20°. promover uma retenção
de ar carregado de
Esse desenho deve ser baseado em processos e pó e assentamento
procedimentos rigorosos para proporcionar um de qualquer pó no ar,
desenho preciso, minucioso e completo. Dados segurando o ar tempo o
dimensionais podem ser determinados a partir suficiente para diminuir
sua velocidade.
22
de uma pesquisa local ou – particularmente
para novas instalações/prédios/empresas – a
partir de uma revisão dos desenhos do local e
especificações do transportador.

É essencial para o projetista de um chute


Figura 22.9
de fluxo projetado ter informações detalhadas
sobre o material que será transportado através Para atingir o desenho
ideal do chute curvo
do chute e os parâmetros do próprio sistema superior, do chute
transportador. Essas informações incluem: curvo inferior e da
área de assentamento,
A. Sistema de alimentação. chutes de fluxo
projetados são criados
a. Tipo de sistema de alimentação (p. ex., usando modelagem
britador, alimentador vibratório, pilha de computadorizada
estoque). baseada em 3D para
definir a geometria do
b. Número de sistemas de alimentação. chute.
c. Ângulo de inclinação ou declinação
(Figura 22.10).

353
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

Figura 22.10
O projetista dos
chutes de fluxo
projetados precisam
de informações
detalhadas sobre o
sistema transportador
e o material que ele
carrega.

ÂNGULO DE ALTURA DE QUEDA


INCLINAÇÃO

ÂNGULO DE INCLINAÇÃO
2
DISTÂNCIA
HORIZONTAL DO
PONTO DE CARGA

Figura 22.11
O ângulo de interface
de um ponto de
transferência é a chave
elementar no desenho
de chutes projetados.

TRANSPORTADOR
22 ALIMENTADOR

TRANSPORTADOR
RECEPTOR

ÂNGULO DE
INTERFACE

354
Chutes de Fluxo Projetados | Capítulo 22

b. Número de sistemas receptores. estabelecer as características do material e


c. Velocidade da correia. sua performance em sistemas de manuseio
de materiais. Depois que vários parâmetros
d. Espessura da correia. do material e transportador estão definidos,
e. Ângulo de inclinação/declinação do a trajetória de descarga do material pode ser
transportador (Figura 22.10). determinada usando métodos convencionais,
f. Largura da correia. tais como o método da Associação de
Fabricantes de Equipamento Transportador (do
g. Tipo da estrutura do transportador
inglês, CEMA).
(canal, cabo).
h. Ângulo de concavidade. A segunda fase do processo inclui a
i. Capacidade de transferência. verificação das atuais dimensões de campo e
o desenvolvimento da engenharia preliminar.
j. Sistema de suporte da correia/carga. Um conjunto de esboços conceituais de duas
k. Distância do transportador para dimensões e uma representação pictórica em
curvar ou interferência para a área de três dimensões do trabalho do chute usando
assentamento. software 3D são criados, e as características
D. Material transportador. de fluxo são verificadas usando o método de
Modelagem Discreta de Elemento (do inglês,
a. Tipo do material.
DEM).
b. Faixa de temperatura (alta e baixa).
22 c. Conteúdo da mistura. A terceira e final fase é a criação do desenho
final, seguido pela engenharia detalhada e,
d. Condições ambientais que afetam a então, por sua vez, pela fabricação e instalação
condição do material (incluindo distância do sistema.
da fonte e localização onde a amostra foi
coletada).
Fase 1: Análise do Material
e. Granulometria do material.
O primeiro passo no desenho de um chute
f. Densidade aparente. projetado é testar o material efetivamente
g. Fricção da interface. transportado que vai passar por ele. A
informação obtida inclui composição e
h. Propriedades de coesão/aderência.
propriedades físicas do material, conteúdo
i. Tamanho da partícula e distribuição da da mistura, faixa de tamanho do minério e
porcentagem. tamanho dos resíduos. Testar normalmente
j. Tamanho médio máximo do minério. inclui análise da força do material a granel a
conteúdos de misturas severos – do nível “como
k. Ângulo de sobrecarga.
recebido” até o nível de “saturação” –, para 22
l. Ângulo de reposição. permitir mudança nas condições do material.
E. Materiais de construção. Há tipicamente ao menos três tipos diferentes
a. Materiais de construção do chute. de testes, incluindo cisalhamento direto,
fricção de interface e densidade aparente, para
b. Material da placa de desgaste.
cada um desses níveis de mistura. Testadores
c. Tolerâncias para fabricação e instalação. de cisalhamento direto linear ou rotacional
d. Valores de fricção de interface para são comumente usados para medir o fluxo
materiais de construção em contato com de material e as propriedades de interface.
o material a granel. Os resíduos do material são normalmente
usados em testes, pois os resíduos definem as
Desenho de Transferidores de propriedades de pior caso de um fluxo.
Fluxo Projetados As amostras de teste do material correto a
Chutes de transferência de fluxo projetados ser transportado em relação aos materiais de
são desenvolvidos em um processo de construção e correia corretos a serem usados
elaboração de três etapas. A fase um é o teste devem ser realizadas para proporcionar
das propriedades do material transportado e esses dados importantes. (Veja o Capítulo
dos valores de fricção da interface em relação 25: Ciência dos Materiais para informação
à correia e materiais de construção, a fim de adicional sobre teste e análise de material.)

355
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

O teste de material conclui-se com uma compressão e distensão de partículas em


recomendação para os ângulos de chute, uma colisão.
baseado na fricção de fronteira requerida para
encontrar um balanço entre fluxo confiável D. Coesão e/ou aderência.
através de um chute de transferência e níveis
Quando duas partículas colidem e colam
aceitáveis de desgaste de chute e de correia.
uma na outra.
Recomendações para o(s) material(is) a ser(em)
usado(s) como placas de desgaste dentro do E. Gravidade.
chute também podem ser incluídas.
Soluções baseadas em aproximação por
Os vários parâmetros de materiais e DEM são mais previsíveis do que aquelas
transportadores e a trajetória da descarga do baseadas em equações de desenho básicas
material são usados para desenvolver o desenho e “regras de polegar”, pois elas habilitam
do chute de transferência. o projetista a avaliar mais minuciosamente
questões importantes, tais como carregamento
Fase 2: Método de Modelagem de central de um transportador receptor. O
Elemento Discreto (DEM) projetista de chute também é apto a predizer
Os parâmetros desenvolvidos na Fase 1 são áreas no chute que podem ser propensas
usados no desenvolvimento de um modelo de à baixa velocidade de material – por isso o
elemento discreto gerado por computação 3D entupimento – e tomar medidas corretivas para
do sistema do chute (Figura 22.12). preveni-las. Quando casada com equações
básicas, o DEM habilita um projetista a
DEM é uma ferramenta de verificação de determinar rapidamente o melhor desenho de
desenho. A equação básica de operação é a chute, mediante uma série de repetições. Uma
Segunda Lei de Newton: Força = massa vezes inconveniência menor do DEM é que apenas
aceleração (F = m.a), resolvida por toda a relativamente poucas partículas, comparadas
interação entre partícula e partícula e particula ao total de partícula no fluxo do material,
e parede do chute, conforme modificado com podem ser simuladas em um razoável período
as propriedades das partículas e dos elementos de tempo com computadores que estão
interativos. As forças, que agem em cada normalmente disponíveis, embora avanços na
partícula, são computadas a partir dos dados tecnologia de computador possa rapidamente
iniciais e das relevantes leis físicas. Algumas das eliminar esse problema.
forças que afetam o movimento da partícula
incluem: Uma vantagem adicional desse sistema
baseado em computadores é de que mudanças
A. Fricção. podem ser rapidamente desenvolvidas para
22 Quando duas partículas tocam uma à outra compensar mudanças nas características do
ou se movem contra a parede. sistema.

B. Impacto. De fato, o princípio de “lixo dentro, lixo


fora” ainda se aplica. Se os dados enviados
Quando duas partículas colidem. ao software não são precisos, o desenho
resultante não será preciso. É por isso que o
C. Umidade friccional, ou viscoso. teste do material real a ser transportado, em
várias condições nas quais será manuseado
Quando energia é perdida durante
– incluindo os “piores casos” –, é muito
importante.
Velocidades
Figura 22.12 (pés/min)
Os parâmetros Fase 3: Desenho Final
desenvolvidos na
Fase 1 são usados no O uso de técnicas que permitem o panorama
desenvolvimento de um rápido e eficiente de um desenho de chute deve
modelo de elemento estar de acordo com os requisistos específicos
discreto, gerado por
computação 3D, do de um chute de transferência de correia a
sistema de chute. correia.

356
Chutes de Fluxo Projetados | Capítulo 22

O projeto de chute projetado completo inclui que toma lugar depende da diferença na
chute curvo superior, chute de queda, chute dureza entre o fluxo do material e a placa
curvo inferior, placas de desgaste, suporte à de desgaste e da quantidade, velocidade e
correia, sistema de alinhamento/monitoramento força da carga na superfície do lineador de
de correia, sistemas limpadores de correia, desgaste. Em função do desenho dos chutes
chute de desvio, portas de acesso, vedação da de fluxo projetados, ligar o comportamento
calha-guia, caixa de vedação da porta traseira e do material com a interface nas paredes de
zona de assentamento. chute, análise de impacto e de queimadura
deslizante são importantes no controle da
Outros Itens forma e da velocidade do fluxo do material.
Outros itens a serem considerados durante C. Tolerâncias.
o desenho do chute são os requerimentos
para aquecedores, acesso ao interior do chute, Mesmo pequenas diferenças na instalação
iluminação, plataformas de acesso, chaves de de componente podem afetar o fluxo
chutes ligadas, guardas apropriadas e espaço suave do material e o ar, através do ponto
adequado para a substituição de raspadores de transferência. As recomendações
de correia, reparo de fluxo ou outros dos fabricantes para a instalação de
componentes. componentes e materiais devem ser seguidas
estritamente.
Outras Considerações de Desenho D. Análise do fluxo de duas fases
No seu senso mais simples, um chute de A análise de fluxo de duas fases leva
transferência deve ter superfícies internas que em consideração o movimento do fluxo
sejam suficientemente suaves, com cantos de material através de um chute de
arredondados, para prevenir problemas de transferência e o ar induzido que trafega nele
fluxo, tais como resíduos de material e choque na área de assentamento do transportador
– mesmo quando transportando material com receptor. Se o fluxo de material permanece
propriedades de fluxo de pior caso. O ideal é em contato com a superfície do chute –
que essa geometria possa ser governada apenas preferencialmente se afastando dela –, há
pelos efeitos da gravidade. A realidade é que há menos aeração, e a força de impacto é
uma série de outras considerações que devem reduzida na área de carregamento. Durante
ser incluídas e calculadas quando se planeja a a fase de desenho do chute, a análise de
instalação de chutes de transferência projetados. movimento das partículas de material e
Esses fatores incluem: do ar através do chute de transferência
habilita o projetista do chute a minimizar
A. Trajetória do material.
O cálculo da trajetória do fluxo de material,
o ar induzido, o qual, por sua vez, reduz a
geração de pó.
22
conforme ele deixa o transportador de
descarga, envolve a consideração do centro Uma variedade de técnicas baseadas em
de massa do material, velocidades, o ponto computador, incluindo DEM, Dinâmicas
na polia de descarga onde a trajetória de Fluido Computacional (do inglês, CFD)
começa e a forma da carga. (Uma discussão e Análise de Elemento Finito (do inglês,
detalhada da trajetória de descarga pode FEA), é usada no modelo de fluxo de
ser encontrada no Capítulo 12 da obra duas fases. Essa análise deve incluir o ar
Transportadores de Correia para Materiais a deslocado, ar induzido e ar gerado. (Veja
Granel, Sexta Edição do CEMA.) Capítulo 7: Controle do Ar.)

B. Desgaste. Dependendo do fluxo de ar calculado e


Impacto, corrosão e queimadura são das propriedades do material, incluindo
contribuintes primários para o desgaste distribuição do tamanho das partículas e
do chute, que toma lugar onde o fluxo de nível de coesão, vários sistemas – de cortinas
material bate na superfície do chute. A de borracha a supressão de pó e coletores
queimadura deslizante é a passagem do fluxo – podem ser usados para minimizar os
de material ao longo da superfície da parede efeitos das correntes de ar no chute de
do chute. A quantidade de queimadura transferência.

357
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

E. Informações estruturais. Chutes de fluxo projetados podem também


O desenho da estrutura de suporte para um ser remanejados em uma operação já existente,
chute de transferência geralmente requer a como forma de controlar pó para melhorar
análise de quatro fatores: operações e atingir limites regulatórios de
pó, normalmente sem a instalação de caros
a. Peso morto. sistemas de “bags”. Independentemente de
Peso do próprio chute (e estrutura). ser uma instalação nova ou antiga, o desenho
e a instalação de chutes projetados devem ser
b. Carga viva. deixados para companhias experientes com a
Vento, neve, e acúmulo de gelo e tecnologia.
material fugitivo na superfície plana.
Chutes para Aplicações Antigas
c. Carga dinâmica. Uma das aplicações mais recentes de chutes
As forças resultantes do movimento e do de fluxo projetados foi no melhoramento
impacto de material no chute e outros dos pontos de transferência em sistemas
equipamentos do processo. transportadores existentes. A incorporação
desses sistemas projetados em fábricas
d. Capacidade carregada existentes pode trazer alguns problemas com a
Peso do material no chute – calculado adaptação às estruturas existentes.
usando o valor mais alto de densidade do
material a granel, no cenário de pior caso Para garantir desenhos precisos, tanto quanto
de entupimento de chute. garantir que um sistema projetado vai encaixar
propriamente no local, sem requerer ajustes
O objetivo dessa análise é dar suporte de campo, uma pesquisa de campo usando
eficiente e efetivo ao chute de transferência, técnica de medida a laser é recomendada
sem gastar uma quantia alta na estrutura de (Figura. 22.13). Essa pesquisa precisa usa
suporte. Desenvolver uma estrutura de suporte uma tecnologia de laser pulsado para escanear
que obedeça aos códigos de construção locais é áreas-alvo e retornar uma “nuvem de pontos”
outra consideração importante. 3D, que parece uma renderização detalhada
de uma cena (Figura 22.14). Em função de
o ponto de nuvem ser tridimensional, ele pode
INSTALAÇÃO DE SISTEMAS DE ser visto de qualquer perspectiva. Todo ponto
FLUXO PROJETADOS tem minuciosas coordenadas dos eixos x, y e
z, a geometria desses pontos pode, então, ser
Instalação do Projeto exportada a pacotes de software de modelagem
22 Chutes projetados podem facilmente ser 3D como ponto inicial para o desenvolvimento
da geometria do chute. Isso garantirá que o
desenhados em novos sistemas de transporte.
Eles podem ser pré-ajustados e alinhados em projeto de sistemas será encaixado nos espaços
montagens controláveis que possam facilmente existentes.
ser suspensas e soldadas no lugar para reduzir o
Em uma aplicação antiga, antes e depois da
custo de construção.
liberação de materiais fugitivos, teste e análise
também podem ser realizados, dando ao
desempenho a oportunidade de ser comparado
Figura 22.13 e às melhorias, de confirmarem a justificativa do
Para garantir desenhos
projeto.
precisos tanto quanto
para garantir que o Reparos de Fluxo e Chutes
sistema projetado vai se
Projetados
encaixar propriamente
no lugar sem requerer Mesmo um chute bem projetado deve fazer
ajustes do campo, uma previsões para instalações futuras de dispositivos
pesquisa local usando
técnica de medida a de reparo de fluxo, incorporando braçadeiras
laser é recomendada. montáveis no desenho original. Mudanças
nas propriedades do fluxo de materiais ou
repressões de desenho abaixo do nível ideal

358
Chutes de Fluxo Projetados | Capítulo 22

podem levar o projetista a requerer dispositivos adicional da degradação do material e do


de promoção de fluxo, tais como vibrações nos entranhamento do ar.
canhões de ar, em determinado desenho. É
difícil, especialmente em aplicações retrógradas, B. “Chute curvo superior” e “chute curvo
dar-se ao luxo de um desenho otimizado. inferior”.
Comprometimentos são comumente inevitáveis, Incluso no sistema de chute, vão estar um
pois as localizações dos transportadores chute de descarga “chute curvo superior” e
receptores e alimentadores são fixas. Movê-los um chute receptor “chute curvo inferior”. O
pode ser economicamente inviável. Problemas “chute curvo superior” vai levar o fluxo do
de fluxo potenciais, causados por variações nas material da correia de descarga, isolando-o
características do material no futuro, podem,
então, ser acomodados com a instalação Figura 22.14
de vibradores ou canhões de ar. Incluir
A tecnologia de laser
braçadeiras durante a instalação inicial do chute pulsado é usada para
vai economizar tempo e dinheiro, em oposição escanear áreas-alvo e
a readaptar uma braçadeira (Figura 22.15). retornar uma “nuvem
de pontos”, que parece
uma renderização
Reparos de fluxo melhoram o fluxo
detalhada de uma cena.
do material nas situações em que
comprometimentos são feitos para um ótimo
desenho. (Veja o Capítulo 9: Auxílios de
Fluxo.)

MANUTENÇÃO DO SISTEMA
Uma operação deve manter marcas precisas
de desenho do chute e de placas de desgaste Figura 22.15
e posicionar, para simplificar a fabricação e a Incluir braçadeiras
instalação de placas de desgaste, de recolocação, para a instalação de
conforme elas sejam necessárias. reparos de fluxo durante
a construção inicial do
A fim de simplificar a recolocação de placas, chute vai economizar
tempo e dinheiro ante
o chute deve ser desenhado com sistema de a readaptação de uma
bordas de fácil abertura que permite uma braçadeira.
parede – na maioria dos casos, a parede traseira
e a parede que sustenta o lineador – do chute
para deslizar fora de sua posição (Figura
22
22.16). Isso permitirá acesso mais eficiente
para inspeção e recolocação dos placas de
desgaste dentro das estruturas do chute (Figura
22.17). Figura 22.16
Para simplificar a
recolocação de placas
de desgaste, o chute
ESPECIFICAÇÕES TÍPICAS deve ser desenhado
com um sistema de
A. Especificações de material. bordas de fácil abertura,
O sistema de transferência de material vai que permite uma
parede – na maioria dos
incorporar chutes de transferência de correia casos, a parede traseira
à correia projetados personalizadamente e a parede que sustenta
para combinar com as especificações de a placa de desgaste –
material e requerimentos de fluxo. Por do chute para deslizar
fora de sua posição.
meio de teste das propriedades do material,
o sistema de chute será desenhado para
proporcionar a taxa de fluxo requerida, sem
entupir, e para eliminar a geração de pó

359
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

Figura 22.17 D. Acesso.


A traseira flangeada do O chute será colocado com um sistema de
chute irá permitir um fechamento de bordas, de fácil abertura
acesso mais eficiente para habilitar a inspeção simplificada e a
para executar inspeção
e substituição de placas
substituição de placas de desgaste dentro da
de desgaste dentro das estrutura dos chutes.
estruturas do chute.
E. Zona de assentamento.
A saída do transportador receptor será
posicionada com um sistema de calha-guia
estendida e coberta para formar uma área
de assentamento. A área de assentamento
vai incorporar cortinas de pó múltiplas para
formar um conjunto de serpentina que
reduz a velocidade do ar e proporciona
tempo para partículas do ar voltarem para a
carga principal pela gravidade.
para limitar o entranhamento de ar e
criando um fluxo de inércia consistente,
através de sua trajetória, até o “chute curvo TÓPICOS AVANÇADOS
inferior” receptor. O chute receptor “curvo
inferior” receberá o fluxo de material e Cálculo de Projetagem:
colocará o material na correia receptora Continuidade
com a direção e velocidade apropriadas O cálculo de continuidade determina a seção
para minimizar a turbulência do material, o de cruzamento do fluxo de material dentro
impacto, a queimadura da correia e o desvio de um chute de transferência e é importante
da correia. na determinação do tamanho ideal do chute
(Equação 22.1). Isso ajuda a manter o custo
C. Volume.
de fabricação do chute sob controle. O padrão
O desenho volumétrico do chute principal e da indústria e da CEMA indica que o chute
a área calhada serão calculadas para reduzir deve ser ao menos quatro vezes a área da seção
a velocidade e turbulência do ar. Níveis transversal do material a qualquer posição.
de pó fugitivo e respirável vão diminuir
consideravelmente através das características Mais importante do que o cálculo da área é o
do desenho. conhecimento sobre a relação entre velocidade
22 e área da seção transversal. Um projetista
deve manter essa relação de continuidade em
mente quando a velocidade do material precisa
bater com a velocidade e a direção da correia
INFORM AÇÕES D E receptora (Equação 22.1). A velocidade do
SEG URANÇA material é influenciada por muitas coisas, tais
como altura de queda, mudança de direção
Chutes projetados devem do fluxo, fricção da superfície e densidade
ser desenhados com uma instantânea, para citar algumas. Esses fatores
abertura de acesso no lado sem fluxo da vão alterar a velocidade do fluxo de forma
área restrita. Nessas portas devem ser previsível, mas é importante notar que essa
colocadas telas de acesso restrito para mudança na velocidade vai influenciar a área
reduzir o risco de materiais escaparem da seção transversal do fluxo. Reversivelmente,
para fora por uma abertura, além de placas a área pode ser alterada para influenciar a
de alerta. velocidade. A área da seção transversal do fluxo
é de vital importância, quando desenhada para
A entrada de pessoal para qualquer prevenir problemas com bloqueio do chute.
chute deve ser controlada pelas regras de
entrada em áreas confinadas.

360
Chutes de Fluxo Projetados | Capítulo 22

para um chute de fluxo projetado acima do


O RETORNO DOS CHUTES
custo de um chute de transferência tradicional
PROJETADOS
é prontamente reposto por meio do aumento
Para Concluir... na produtividade, na redução de acidentes, no
atendimento de regulamentações ambientais
Um chute de transferência projetado
ao invés de simplesmente limpar materiais
pode ser utilizado em praticamente qualquer
fugitivos, no gerenciamento de chutes entupidos
aplicação de transferência, de modo que a
ou monitoramento de correia carregada
gerência da empresa frequentemente vai usar
indevidamente.
um procedimento de justificativa de custo
para avaliar seu retorno para a operação.
Aplicações em que há uma altura de queda A Seguir…
significativa do transportador de descarga ao Este capítulo, Chutes de Fluxo Projetados,
transportador receptor geralmente vão garantir o segundo capítulo na seção Conceitos de
o investimento. Empresas que estão tentando Vanguarda, proporcionou informações sobre
encontrar requisitos regulatórios ou satisfazer outro método de redução de materiais fugitivos.
questões de segurança e ambientais podem Os próximos capítulos continuam esta seção,
considerar que o investimento em um chute focando em Transportadores Sustentados por
de fluxo projetado tem um retorno de curto Ar e Sistemas de Lavagem de Correias.
prazo. O investimento adicional requerido

Q·k Equação 22.1


A=
v·v Cálculo de Continuidade
para Área da Seção
Dado: Um fluxo de carvão a 1.800 toneladas por hora (2.000 st/h) com uma densidade de 800 quilogramas Transversal de Fluxo
por metro cúbico (50 lbm/ft3) está trafegando a 4,0 metros por segundo (800 ft/min). Encontre: A área da
seção transversal do fluxo de carvão.
Material
22
Variáveis Unidades
Unidades Métricas
Imperiais
A Área da seção transversal metros quadrados pés quadrados
Q Taxa de Fluxo 1.800 t/h 2.000 st/h
v Densidade Aparente do Material 800 kg/m 3 50 lb m/ft 3
Velocidade Média do Material na Seção
v 4,0 m/s 800 ft/min
Cruzada em Questão
k Fator de Conversão 0,278 33,3
1800 · 0,278
Métrica: A = = 0,16
800 · 4,0
2000 · 33,3
Imperial: A = = 1,67
50 · 800
A Área da seção transversal 0,16 m 2 1,67 ft 2
Obs.: A área da seção transversal do fluxo será diferente da área da seção transversal quando o material
estiver na correia, devido às diferenças entre densidade transportada e densidade aparente inconsistente.
(Veja o Capítulo 25: Ciência dos Materiais, para informações adicionais.)

361
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

REFERÊNCIAS
22.1 Stuart, Dick D. and Royal, T. A. (Sept.
1992). “Design Principles for Chutes
to Handle Bulk Solids,” Bulk Solids
Handling, Vol. 12, No. 3., pp. 447–450.
Disponível em PDF: www.jenike.com/
pages/education/papers/desenho-princi-
ples-chutes.pdf.

22.2 Roberts, A. W. and Scott, O. J. (1981).


“Flow of bulk solids through transfer
chutes of variable geometry and profile,”
Bulk Solids Handling, Vol. 1, No. 4., pp.
715–727.

22.3 Roberts, A. W. (August 1999). “Design


guide for chutes in bulk solids handling
operations,” Centre for Bulk Solids &
Particulate Technologies, Version 1, 2º
Rascunhos.

22

362
Chutes de Fluxo Projetados | Capítulo 22

22

363
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

Figura 23.1
Mais do que os roletes
côncavos usados
pelos sistemas de
correias transportadoras
convencionais,
transportadores
sustentados por ar
sustentam a correia com
uma camada fina de ar.

23
Capítulo 23
Transportadores
Sustentados por Ar
Características Básicas dos Transportadores Sustentados por Ar ..................................................... 365
Componentes do Sistema.................................................................................................................................. 366
Vantagens dos Sistemas Sustentados por Ar.............................................................................................. 370
Aplicações e Instalação...................................................................................................................................... 372
Manutenção do Sistema.. ................................................................................................................................... 374
Informações de Segurança................................................................................................................................ 374
Especificações Técnicas..................................................................................................................................... 374
O Transportador Certo para as Circunstâncias Certas.. ........................................................................... 375

364
Transportadores Sustentados por Ar | Capítulo 23

Neste Capítulo… polias no lado de carga do transportador; polias


Este capítulo foca nos conceitos básicos de retorno convencionais podem ser usadas
dos transportadores sustentados por ar para o ciclo de retorno da correia. Sem rolos
e as aplicações para as quais eles seriam curvos, as áreas tipicamente desenhadas para a
apropriados. Nós também apresentamos as substituição de componentes de rolagem e da
vantagens e desvantagens do seu uso, junto com mão de obra de manutenção necessária para
informações sobre o tamanho do ventilador acompanhar a substituição são reduzidas.
necessário para as várias alturas e larguras de O plenum corre abaixo do recipiente
transportador. côncavo. Assim como o topo do plenum,
Um exemplo pioneiro de tecnologias o recipiente proporciona a forma para a
de transportador são os sistemas de concavidade da correia. Os mais comuns e
transportadores sustentados por ar (Figura econômicos ângulos de concavidade são 30
23.1). Mais do que os roletes convexos usados e 35o. O plenum pode ser uma caixa ou uma
pelos sistemas de transportadores de correia forma em V que se posiciona em reforços
convencionais, os Transportadores Sustentados estruturais de transportadores convencionais
por Ar sustentam a correia com uma camada (Figura 23.5). Esses plenums podem ser
fina de ar. Esse método de transportar
materiais a granel limita as áreas de fricção Figura 23.2
mecânica, que resulta em uma drástica redução Um transportador aéreo,
nos custos operacionais e de manutenção. resistente ao tempo,
Um transportador aéreo, resistente ao totalmente fechado, vai
minimizar segregação,
tempo, totalmente fechado, requer menos
vazamento e pó de
suporte estrutural do que um transportador material.
convencional e minimiza segregação, vazamento
e poeira de material (Figura 23.2). Enquanto
não são adaptáveis a todas as aplicações,
transportadores de correia sustentados por ar
oferecem uma série de vantagens, incluindo
uma direção suave para o material a granel e
contenção de pó. Transportadores sustentados
por ar, como transportadores convencionais,
devem ser desenhados por um experiente
engenheiro de transportadores. Figura 23.3
Um transportador aéreo

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS
utiliza um fluxo de ar
para erguer e sustentar
23
a correia e a carga.
DOS Transportadores
Sustentados por Ar
Um transportador aéreo usa ar de baixa
pressão para erguer e sustentar a correia e
a carga. O ar é suprido por um ventilador
centrífugo de baixa pressão e liberado por meio
de um recipiente de formato côncavo abaixo
da correia transportadora (Figura 23.3). Uma
série de furos feitos no centro do recipiente ao Correia
Cobertura Carga Figura 23.4
longo da extensão do transportador – entre a
câmara de transporte de ar (plenum) e a correia Furos feitos no centro
do recipiente ao
– permite ao ar, suprido pelo ventilador através Almofada de Ar
longo da extensão do
dos furos na recipiente, subir e sustentar a Topo do Plenum com Ventilador transportador, entre
correia carregada (Figura 23.4). Os limites de Furos de Ar o plenum e a correia,
uma correia côncava agem como um regulador permitem ao ar suprido
Base “V” do pelo ventilador levantar
de pressão, automaticamente balanceando a Plenum e sustentar a correia.
pressão requerida para elevar a carga. A camada
de ar elimina a necessidade da maioria das
Correia de Retorno

365
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

Figura 23.5 modulares para simplificar a instalação (Figura


23.6).
O plenum pode ser uma
caixa ou uma forma em
V que se posiciona em Por um transportador sustentado por ar
reforçadores estruturais usar uma camada fina de ar de baixa pressão –
de transportadores aproximadamente de 1 a 2 milímetros (0,04 a
convencionais 0,08 in.) de espessura – para sustentar a correia
transportadora, o consumo de ar é baixo. O
consumo é tipicamente de 180 a 270 litros
por minuto por metro (2 a 3 pé3/min/pé) do
comprimento da correia. A camada de ar é
criada por um suprimento do ventilador de 5 a
7 quilopascal (0,7 a 1,0 libraf/pol.2, ou 20 a 30
pol. de medidor de água) de pressão de ar.
Figura 23.6
O plenum de um A velocidade e a pressão da camada de ar são
transportador aéreo suficientes para ajudar a resguardar o material
pode ser modular
na construção para do acúmulo entre a correia e o recipiente, mas
simplificar a instalação. baixo o bastante para que não seja gerado pó.

COMPONENTES DO SISTEMA

Plenum
O plenum é o espaço onde o ar do ventilador
está a uma pressão maior do que a da atmosfera
interna. É através dele que o ar do ventilador
passa; pode ser feito côncavo de plástico ou de
aço galvanizado (ou inoxidável), dimensionado
Figura 23.7 para combinar com a correia requerida pela
O típico transportador aplicação do transportador.
sustentado por ar, de
menos de 180 metros O plenum deve ser suave, sem irregularidades
(600 pés), requer no perfil da superfície. As seções do plenum
um único ventilador
centrífugo.
devem ser descarregadas e seladas a cada
conexão das unidades modulares. A estrutura
23 deve ser desenhada para minimizar a deflexão
sob várias cargas e condições climáticas, para
proteger a integridade do selo entre os plenums.

Suprimento de Ar
O ar que sustenta a correia é proporcionado
Figura 23.8 por um ou mais ventiladores centrífugos
Uma indústria (Figura 23.7). Um típico transportador de
pode especificar a menos de 180 metros (600 pés) requer um
instalação de uma único ventilador, embora a indústria possa
hélice redundante,
ou reserva, para especificar a instalação de uma unidade
garantir a operação redundante, ou reserva, para garantir a
do transportador na operação do transportador na ocasião de uma
ocasião de uma falha de falha de ventilador (Figura 23.8).
hélice.
É importante que o suprimento de ar a
suportar a correia seja suficiente para trabalhar
em toda a gama de condições de carga para
aquele transportador particular. O número de
sopradores requeridos depende da extensão

366
Transportadores Sustentados por Ar | Capítulo 23

do transportador e da largura da correia. Para O ventilador é controlado por uma chave


transportadores longos, mais de um suprimento de pressão, tipicamente localizada na seção
de ar pode ser requerido para prevenir perda dianteira do transportador, próxima ao
de volume e pressão estática. O volume de ar suprimento elétrico, para economizar custos
é mínimo, pois a espessura da camada de ar de conduítes e mão de obra. O ventilador é
requerida para erguer a correia é apenas de 1 interligado ao transportador, de modo que
ou 2 milímetros (0,04 a 0,08 polegadas). o ventilador esteja funcionando antes que o
fluxo possa começar. O procedimento normal
O tamanho de um ventilador centrífugo de ligar o transportador é ligar primeiro o
requerido depende da largura da correia e ventilador e deixar que chegue à pressão antes
da extensão do transportador, com tamanhos de acionar o motor. Se o ventilador falhar ao
variando de 2,5 a 12 quilowatt (3 a 15 hp) ligar ou chegar à pressão, a chave de pressão
(Tabela 23.1). Ventiladores condutores diretos, vai detectar uma baixa pressão de ar e o
como especificado, melhoram a eficiência e transportador não vai funcionar.
reduzem os problemas de manutenção que
podem surgir com acoplamentos mecânicos. O ar ingerido pela hélice deve ser de uma
Em situações perigosas, tais como lidar com fonte de ar seco e filtrado para reduzir resíduos
grãos ou carvão, rotor sem faísca e motores para de pó na hélice e no recipiente. Em alguns
serviços perigosos devem ser especificados. casos, o ar deve estar aquecido para evitar

Os furos espaçados no centro do recipiente


Figura 23.9
permitem ao ar erguer a correia (Figura
23.9). O tamanho e o espaçamento dos Os furos espaçados
no centro do recipiente
furos no recipiente são muito importantes permitem ao ar erguer
para operações apropriadas, pois eles afetam a correia. O tamanho
diretamente a pressão estática e o volume na e o espaçamento dos
interface entre a correia e o plenum/recipiente. furos no recipiente são
muito importantes para
operações apropriadas.
Para melhores resultados, a fonte de ar deve
ser localizada no meio do sistema – distância
igual da dianteira até a traseira do transportador;
se há dois ou mais ventiladores, eles devem
ser localizados equidistantes um do outro e da
dianteira e da traseira do transportador.

Tamanhos Típicos para Ventiladores Centrífugos Usados com Correias Transportadoras Tabela 23.1
Suportadas por ar
Largura da Correia Extensão do Transportador
23
Acima de 45 m 45-90 m 90-140 m 140-185 m
mm (in.)
(150 pés) (150-300 pés) (300-450 pés) (450-600 pés)
500-650 (24) Tam. do Ventilador A Tam. do Ventilador B Tam. do Ventilador C Tam. do Ventilador D

650-800 (30) Tam. do Ventilador A Tam. do Ventilador B Tam. do Ventilador C Tam. do Ventilador D

800-1000 (36) Tam. do Ventilador A Tam. do Ventilador B Tam. do Ventilador C Tam. do Ventilador D

1.000-1.200 (42) Tam. do Ventilador A Tam. do Ventilador B Tam. do Ventilador C Tam. do Ventilador D

1.200-1.400 (48) Tam. do Ventilador A Tam. do Ventilador B Tam. do Ventilador C Tam. do Ventilador D

1.400-1.600 (54) Tam. do Ventilador A Tam. do Ventilador B Tam. do Ventilador C Tam. do Ventilador D

1.600-1.800 (60) Tam. do Ventilador B Tam. do Ventilador C Tam. do Ventilador D Tam. do Ventilador D

1.800-2.000 (72) Tam. do Ventilador B Tam. do Ventilador C Tam. do Ventilador D Tam. do Ventilador D

Tamanho do Potência do
Medidas métricas e cotações do tamanho do ventilador
Ventilador Ventilador
são conversões de especificações Imperiais.
Tam. do Ventilador A 2,5 kW (3 hp)
O tamanho do ventilador representa apenas o tamanho
Tam. do Ventilador B 6 kW (7,5 hp)
do ventilador centrífugo (que supre ar para erguer a
Tam. do Ventilador C 7,5 kW (10 hp) correia e reduz a fricção). Isso NÃO inclui o condutor de
Tam. do Ventilador D 12 kW (15 hp) energia do transportador.

367
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

condensação, que pode levar a correia a aderir interferir nas operações do retorno suportado
ao recipiente ou deixar os resíduos bloquearem por ar. Rolos de retorno podem estar suspensos
as fendas no recipiente. por braçadeiras abaixo do transportador
ou fechados na estrutura abaixo do plenum
Retorno Convencional ou Aéreo suportado por ar. Um típico ciclo de retorno
O ciclo de retorno de um transportador tem roldanas instaladas a cada 3 metros (10
aéreo também pode ser sustentado por ar pés).
(Figura 23.10) ou pode ter tradicionais rolos Fechar um ciclo de retorno de
de retorno (Figura 23.11). transportadores sustentado por ar é
Sem os rolos no lado de retorno, um recomendado apenas quando a contaminação
transportador totalmente sustentado por ar é um problema crítico. Um ciclo de retorno
reduz os custos de manutenção. Na verdade, fechado pode usar tanta energia quanto o
esse sistema pode permitir a eliminação de lado carregador, e o custo do fechamento
passagens ao longo do transportador, devido frequentemente sobrepassa qualquer benefício.
aos seus requisitos de manutenção mínimos. Além disso, há o problema de acúmulo de pó
Em função de um ciclo de retorno sustentado e resíduos na câmara do ciclo de retorno. É
por ar ser totalmente fechado e a correia ser normalmente mais econômico instalar e fazer a
visível apenas na dianteira e na traseira do manutenção de um bom sistema de limpeza da
transportador, ele pode gerar um sistema de correia. Em um ciclo de retorno sustentado por
limpeza. ar, a correia tende a querer levantar no centro,
e o meio toca o recipiente se a correia não
Sistemas de retorno de rolos podem ter está com a firmeza adequada. Às vezes é difícil
preferência em aplicações onde o desempenho balancear o fluxo de ar e a pressão requerida
ótimo do raspador de correia não pode ter pelo ciclo de retorno e o ciclo de carregamento
manutenção, pois materiais fugitivos podem com um ventilador. O suporte de ar do retorno
do transportador também aumenta o custo de
fabricação. O custo de um sistema de limpeza
Figura 23.10 de correia efetivo e da manutenção relativa
Uma correia é geralmente muito menor do que o custo
transportadora
adicionado do fechamento do ciclo de retorno.
sustentada por ar pode
incorporar um lado de
retorno sustentado por Estrutura de Suporte para
ar. Transportadores Sustentados por
Ar

23 Comparados com os transportadores


convencionais reforçados ou com treliças,
transportadores sustentados por ar podem
percorrer distâncias mais longas com menos
estrutura, em função da força estrutural do
plenum/recipientes do sistema sustentado
por ar (Figura 23.12). Isso proporciona o
benefício de reduzir o investimento capital no
Figura 23.11 sistema transportador.
O ciclo de retorno
de um transportador Em um transportador tradicional, por
sustentado por ar pode exemplo, um pilar de suporte é necessário
ter tradicionais rolos de aproximadamente a cada 15 metros (50
retorno.
pés). Por causa da força de seus plenum, um
transportador sustentado por ar pode requerer
menos pilares de suporte, reduzindo então
o investimento nos pilares de concreto, na
estrutura de aço. Em um exemplo, um sistema
de correia transportadora foi instalado numa
usina de queima de madeira perto do Mar

368
Transportadores Sustentados por Ar | Capítulo 23

do Norte, próximo a Emden, Alemanha. ou portas de controle às vezes são usados em


Desenhado com um sistema de treliça conjunto com o chute curvo inferior centralizador
triangular, esse transportador sustentado por de carga. Essas portas ajudam a entregar uma carga
ar percorre distâncias de aproximadamente 50 consistente ao transportador sustentado por ar e
metros (160 pés) e cobre os 167 metros (550 previne o empilhamento de material em uma área.
pés) de extensão do transportador com apenas Uma entrega regulada de material para a correia
dois suportes intermediários. Cada aplicação elimina as condições de “avalanche” que impedem
dever ser revisada por engenheiros qualificados a operação suave do sistema.
para determinar os requisitos para a fundação e
a estrutura. Operar o transportador sustentado por ar,
quando não carregado, não é recomendado.
Componentes Convencionais Quando não há carga na correia, a lacuna
de ar embaixo da correia aumenta, o que
Transportadores sustentados por ar podem eleva o volume de ar usado. A pressão cai;
usar estruturas de transportadores, chutes de todavia, o volume contribui mais para a energia
carga e descarga e estruturas de suporte padrão. consumida do que a pressão.
Isso permite a conversão, ou a conexão, muitas
correias transportadoras padrão existentes em Transportadores sustentados por ar
sistemas de suporte de ar. não devem ser sujeitados a impactos de
carregamento acima das taxas de impacto
Embora um transportador sustentado leve, conforme encontrado na publicação da
por ar vá usar uma estrutura de transporte Associação de Fabricantes de Equipamentos
convencional, a correia deve ser vulcanizada, de Transportes (do inglês, CEMA) CEMA
de preferência, do que ligada com emendas STANDARD 575-2000 Cradle de Impacto/
mecânicas. Isso vai prevenir dano ao recipiente Padrão de Leito. Uma solução para condições
e à emenda do contato de metal com metal, de carregamento de alto impacto é usar
associado com emendas mecânicas passando componentes de ponto de transferência
sobre o sistema. Aceleradores de correia convencionais (p. ex., mesas de impacto e
mecânicos podem ser usados, conquanto as rolos de impacto) para reduzir o impacto na
emendas sejam retidas propriamente e, então,
podem ser revestidos com borracha de vedação.
Figura 23.12
Carregando um Transportador Usando um sistema
de treliça triangular,
Sustentado por Ar esse transportador
Por causa da baixa fricção contra a correia, sustentado por ar
do desalinhamento de forças, uma carga fora precisa apenas de dois

de centro é particularmente problemática para


suportes intermediários
para cobrir a extensão 23
sistemas transportadores sustentados por ar. de 167 metros (550
Consequentemente, a colocação apropriada da pés) do sistema,
muito abaixo do que
carga é de extrema importância para o sucesso
um transportador
da operação de um transportador sustentado convencional precisaria.
por ar. A carga deve estar propriamente
centrada e colocada com o mínimo impacto
possível. Isso pode requerer o carregamento
Figura 23.13
por meio de um chute curvo inferior, para
colocar o material gentilmente na correia, com a A colocação correta
da carga é de extrema
velocidade e direção ideais. De várias maneiras, importância para a
transportadores sustentados por ar são ideais operação bem-sucedida
com o uso de chutes de transferência projetados de um transportador
do tipo curva superior e curva inferior – (chute sustentado por ar,
tornando os chutes
curvo superior e chute curvo inferior) - (Figura de transferência
23.13). (Veja o Capítulo 22: Chutes de Fluxo projetados, com
Projetados.) “chute curvo superior
e chute curvo inferior”,
Para regular a entrega da carga a um ideais para sistemas
sustentados por ar.
transportador sustentado por ar, alimentadores

369
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

área de carga, e, então, mudar para o sistema podem pegar materiais que podem então
sustentado por ar do lado de fora da área de desgastar a superfície da correia. Em muitos
carga. Seções de transportadores convencionais casos, o sistema de vedação é culpado pelo
podem ser facilmente inseridas em sistemas de dano à correia, quando foi o travamento do
transportadores sustentados por ar para permitir material que na verdade causou a queimadura.
o uso de acessórios como, por exemplo,
balanças. Ainda é importante ter a carga Como os transportadores sustentados por
propriamente centrada na porção sustentada ar usam de preferência um recipiente em vez
por ar desses sistemas híbridos. de roletes para criar a linha da correia, eles
apresentam uma superfície suave e uma linha
de correia de nível que, quando combinadas
VANTAGENS DOS SISTEMAS com o carregamento central, podem permitir
SUSTENTADOS POR AR a eliminação de sistemas de calhas de
transferência e vedação. Suporte de correia
Os Benefícios da Orientação Suave
estável e eliminação de calhas de transferência
Sistemas de suporte de correia tradicionais previnem pontos de travamento que deixam o
em zonas de carga consistem em rolos de material ficar encalçado ou congestionado.
impacto ou padrão (roletes) que são colocados
o mais próximo possível um do outro. Mesmo Em transportadores com inclinação íngreme,
nas melhores instalações, independentemente, o movimento da correia sobre as roldanas
os rolos côncavos proporcionam uma linha pode atrapalhar o material suficientemente, de
de correia abaixo do ideal. O material segue forma que leve cascalhos de material a rolar de
uma superfície/piso similar a uma montanha- volta para dentro do transportador, conforme o
russa (Figura 23.14). A correia se move para progresso da correia suba a inclinação. Com sua
cima e para baixo à medida que ela atravessa superfície estável, o transportador sustentado
as roldanas. Esse movimento para cima e para por ar elimina o distúrbio da carga conforme
baixo agita o material, deixando que algumas ela passa sobre os roletes em um transportador
partículas se tornem aéreas, fazendo o material convencional. Essa superfície permitirá aos
segregar no tamanho ou jogando alguns transportadores sustentados por ar operar ao
materiais para o lado de fora da correia. ângulo mais íngreme do que transportadores de
rolagem. Esse benefício interessa para operações
Se os roletes estão espaçados a apenas 225 que lidam com materiais a granel e que
milímetros (9 in.), a correia ainda pode ceder tendem a rolar de volta para o transportador.
entre os roletes, deixando o pó e o vazamento Um típico ganho em inclinação é de 3o. Esse
escaparem da correia. Além disso, essa falha aumento no ângulo age de forma a reduzir a
cria pontos de travamento entre a correia e o extensão absoluta do transportador, reduzindo
23 aço vertical nas calhas de transferência ou as o custo instalado, quando comparado com um
placas de desgaste. Esses pontos de pressão transportador de correia com rolos.

Figura 23.14
Os rolos de um
transportador
convencional
proporcionam uma
linha de correia abaixo
do ideal. Então, o
material segue uma
superfície similar a
uma “montanha-russa”.
Um transportador
sustentado por ar usa
um recipiente côncavo
para proporcionar um
caminho suave e estável
para a correia e a carga.

370
Transportadores Sustentados por Ar | Capítulo 23

Contenção de Pó externas. Velocidades mais altas de ar se


Pó é gerado quando o fluxo do material movendo através do fluxo de material podem
encontra movimento de ar, que pode resultar penetrar em maiores quantidades de pó. Um
da velocidade da queda do material, do transportador sustentado por ar bem desenhado
equipamento mecânico ou de outras influências e adequadamente instalado tem um sistema

Vantagens e Desvantagens de Correias Transportadoras Sustentadas por Ar

Benefícios

A. Controle de Pó Efetivo: Quando o sistema G. Disponibilidade de Substituição: Novos


sustentado por ar é utilizado da área de desenhos permitem aos transportadores sustentados
carregamento para o chute dianteiro, pode-se atingir por ar serem instalados em uma estrutura existente
um controle de pó total. (transportadores convencionais) e sistemas de
B. Alinhamento/Monitoramento de Correia suporte. Seções de roletes convencionais e
Melhorado: Transportadores sustentados por ar sustentados por ar podem ser misturadas em um
têm ação autocentrante. único transportador, para permitir zonas de carga,
rolos de alinhamento, balanças de correia ou outros
C. Piso/Superfície da Correia Estável: Roletes requerimentos.
côncavos espaçados ao longo do transportador
criam picos e vales na linha da correia onde a carga H. Melhor Condição de Produto: Uma correia
é agitada e começam a segregar-se; os resíduos sustentada por ar é ajustável à carga. Não há nenhum
terminam na base, e as peças maiores, no topo. tráfego “montanha-russa” sobre os rolos. Logo,
O transportador sustentado por ar oferece uma não há nenhuma segregação de material, nenhuma
condução suave para a carga, com menos vazamento, degradação de produto e nenhum rompimento. Em
segregação e degradação do material. função de o transportador estar totalmente fechado,
não há contaminação do material transportado.
D. Custo Operacional Mais Baixo: Em
transportadores horizontais, os transportadores I. Maiores Inclinações Permitidas: Eliminando
sustentados por ar podem usar até 30% menos a agitação da carga, transportadores sustentados
energia; em transportadores inclinados, a energia por ar podem permitir inclinações mais íngremes,
economizada é de até 5%. dependendo das propriedades do material a granel.

E. Gasto de Manutenção Reduzido: Não há roletes J. Economia nas Passagens: Eliminando roletes
do lado de carregamento. Então, não há roletes para côncavos e reduzindo a lubrificação de rotina e
substituir e não é requerida nenhuma lubrificação de a manutenção do transportador, transportadores
roletes. sustentados por ar podem permitir a eliminação de
passarelas.
F. Sem Selo de Calha de Transferência: Nenhum
encalhamento é requerido na área de carregamento, K. Melhor Segurança: O sistema tem menos partes
pois a parede do chute/lineador de desgaste forma móveis que trazem risco aos trabalhadores.
uma barreira para conter o material sendo carregado.

Desvantagens
23
A. Sistemas de Limpeza de Correia Projetados e E. Limitações no Impacto de Carregamento:
Requeridos: Transportadores sustentados por ar O impacto deve ser minimizado na área de
requerem sistemas de limpeza de correia agressivos carregamento ou ocorrerão danos ao plenum.
para garantir que o material morto seja controlado. F. Investimento Inicial Mais Alto: O custo inicial
Material morto pode também tampar os buracos de é mais alto do que para um sistema transportador
suprimento de ar quando permitidos em uma área convencional.
de plenum.
G. Acesso Reduzido para Observação: O
B. Alinhamento Afetado pelo Acúmulo de transportador é totalmente fechado, o que dificulta a
Material: O alinhamento de correia pode ser inspeção da carga ou do interior do sistema.
afetado por materiais fugitivos acumulados em
componentes do sistema. H. Inaptidão para Aplicações Pesadas: O sistema
pode não ser apto a aplicações pesadas.
C. Necessidade da Carga Centrada: O
transportador sustentado por ar deve estar com I. Margem de Erro Reduzida no Desenho ou na
a carga centrada ou ocorrerá o desvio da correia. Instalação: O sucesso da instalação pode depender
Nenhum dispositivo de alinhamento de correia pode da superfície e das juntas da correia entre plenum/
ser instalado junto ao sistema sustentado por ar. recipientes.
D. Fluxo Estável Requerido: Surtos de material
devem ser evitados, pois o sistema é totalmente
fechado. Bloqueio e desligamento do sistema
poderão ocorrer.

371
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

de transporte totalmente fechado, que pode lado de retorno do transportador. Um sistema


prevenir que o pó gerado seja expelido no sustentado por ar propriamente desenhado
ambiente (Figura 23.15). Transportadores fica totalmente fechado no seu lado de
sustentados por ar geralmente precisam de carregamento; consequentemente, não há
um pequeno sistema coletor de pó, tal como influências externas para “espalhar” o material,
um coletor inserível, em vez de comparáveis ou soprá-lo para fora da correia.
transportadores convencionais e pontos de
transferência (Figura 23.16). À medida que a extensão da cobertura criada
pelo sistema transportador sustentado por ar
Coberturas de transportadores no estilo aumenta, o pó no ar ganha mais tempo para
“chute curvo superior”, instaladas sobre o “assentar” e retornar para o leito do material
lado côncavo das correias transportadoras na correia. Como resultado, transportadores
convencionais, não impedirão o vento de sustentados por ar são bem convenientes para
soprar o material para fora da correia, mas, carregar materiais que apresentem perigos de
em muitos casos, a velocidade do ar será fogo ou explosão, incluindo carvão pulverizado
aumentada devido ao vento percorrendo do ou grãos.

Para melhorar o controle de pó, algumas


Figura 23.15
operações escolhem transportadores
Uma correia sustentados por ar que estejam totalmente
transportadora
sustentada por ar fechados em ambas as tramas do topo e da base
instalada propriamente da correia e também na torre de levantamento
e bem desenhada é (Figura 23.17). O fechamento total do lado
totalmente fechada de carregamento do transportador melhorará o
no seu lado de
carregamento para desempenho dos sistemas coletores de pó, pois
limitar a fuga de pó. reduzirá a um mínimo a área aberta e impedirá
o ar exterior de entrar no interior do coletor.

APLICAÇÕES E INSTALAÇÃO

Aplicações Ideais para


Figura 23.16 Transportadores Sustentados por
Ar
Um coletor de pó
removível pode Uma aplicação onde o transporte sustentado
ser usado com por ar possa proporcionar o mais vantajoso
23 um transportador
sustentado por ar para
retorno em investimento é a em que a carga é
prevenir o escape de pó um material leve, que é facilmente arrastado
no ar. no ar. Esses materiais incluem cimento, carvão
pulverizado, placas de madeira e grãos.

O sistema sustentado por ar é ainda mais


vantajoso quando há informações de segurança
sobre exposição ao próprio material ou onde
qualquer vazamento ou pó apresentam perigo
Figura 23.17 ambiental. Por causa de sua natureza totalmente
Essa correia fechada, transportadores sustentados por ar
transportadora são bem convenientes para carregar materiais
sustentada por poeirentos que apresentam perigo de fogo
ar, em usina de
ou explosão, incluindo carvão pulverizado ou
cimento, incorpora
um levantamento de grãos.
gravidade totalmente
fechado para a
completa contenção de
material fugitivo.

372
Transportadores Sustentados por Ar | Capítulo 23

Aplicações Não-Convenientes para G. Falta de manutenção ou material aderente.


Transportadores Sustentados por Entupimento do plenum e dos buracos no
Ar recipiente pode ocorrer quando há falta de
Meramente mudar de um transportador raspador de correia e manutenção do filtro
padrão para um sistema transportador do ventilador ou materiais pegajosos.
sustentado por ar não vai eliminar problemas
preexistentes. Embora transportadores H. Curvas firmes.
sustentados por ar tenham sido instalados com Instalações com curvas horizontais firmes ou
sucesso e operados em uma larga variedade de verticais convexas geralmente não são boas
configurações industriais, há certas aplicações aplicações para transportadores sustentados
onde esse equipamento não é recomendado: por ar. Curvas convexas são possíveis com o
uso de rolos convencionais na seção curva.
A. Alto grau de impacto.
Situações onde há um alto grau de impacto Instalação de um Transportador
na área de carregamento não são propícias Sustentado por Ar
para transporte sustentado por ar. Independentemente de se o transportador
B. Propensão a entupimento. sustentado por ar é uma nova construção ou
uma readaptação, a instalação vai requerer
Aplicações onde o material ou o desenho do alguns detalhes especiais e um alto nível de
chute são propensos a entupir não são boas mão de obra para garantir uma operação
aplicações para transportadores sustentados eficiente. A colocação do plenum pode
por ar. requerer equipamentos pesados ou guinchos
C. Desligamento dos circuitos de energia. para erguer as seções na posição. Os plenums
vão precisar ser cuidadosamente alinhados, e
Se um circuito de energia do transportador a passagem de ar através da base das seções
for desligado em função de os operadores deve ser firmemente selada (com materiais
estarem sobrecarregando um sistema de calafetagem) para impedir o vazamento
convencional, isso provavelmente irá do ar. As bordas do recipiente precisam ser
“desligar” também como resultado dos precisamente alinhadas para impedir qualquer
operadores sobrecarregando o sistema borda erguida de raspar a cobertura da correia.
sustentado por ar.

D. Pressão de carga dianteira significativa. Readaptação versus Nova


Construção
Aplicações onde há uma pressão de carga
dianteira significativa, como pode ser A construção modular de transportadores
encontrada sob um funil alimentador ou sustentados por ar torna-os convenientes
para aplicações antigas. Em função de seu
23
um chute totalmente carregado, não são
propícias ao transporte sustentado por ar. desenho conferir com os perfis da CEMA
ou da Organização Internacional para
E. Carga pesada no ponto de carregamento. Padronização (do inglês, ISO) dos rolos
Transportadores sustentados por ar são existentes, as seções sustentadas por ar podem
capazes de levantar 975 quilogramas por facilmente ser incorporadas nos sistemas
metro quadrado (200 lbsm/pés2). Se a carga transportadores existentes (Figura 23.18).
na correia no seu ponto de carregamento Os plenums podem ser instalados no topo
exceder essa quantidade, um transportador
Figura 23.18
convencional com roldanas pode ser mais
Em função de seu
apropriado para a aplicação. desenho conferir
com os padrões da
F. Cascalhos grandes. CEMA ou ISO de rolos
Material contendo ocasionais cascalhos mais existentes, as seções
sustentadas por ar
largos do que 125 milímetros (5 polegadas) podem ser facilmente
devem incluir uma significativa porção de ser incorporadas
resíduos para o transporte sustentado por ar. em sistemas
transportadores
existentes.

373
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

de reforçadores existentes. Isso permite aos sustentados por ar vão permitir a substituição
transportadores sustentados por ar serem das placas de desgaste bem perto da correia.
usados para uma atualização de readaptação Isso pode eliminar a necessidade de um sistema
de um sistema existente, e a compatibilidade de selagem de calha-guias ou pelo menos
dos transportadores sustentados por ar com reduzir a extensão do sistema requerido.
os padrões da CEMA ou da ISO vai permitir
aos sistemas atualizar porções de sistemas de É essencial que o sistema de limpeza de
correias transportadoras já existentes. É possível correia no transportador sustentado por
converter um transportador existente para um ar funcione a um nível ideal para eliminar
sistema sustentado por ar sem tomar todo o material fugitivo. Limpeza de correia efetiva é
desalinhamento do transportador instalando muito importante em um sistema com retorno
a seção uma segunda vez. O ventilador é sustentado por ar para prevenir resíduos de
dimensionado para a instalação completada e material, resquício no plenum de retorno ou
o fluxo de ar ajustado com um damper para fechar os buracos de ar na recipiente.
equivaler ao número de seções instaladas.
Se os buracos de ar ficarem entupidos,
Para novas construções, os plenums do eles podem ser limpos soprando-os com
transportador sustentados por ar podem ar comprimido ou, em pior caso, furando
ser integrados na estrutura de suporte do novamente. Em casos extremos, novos buracos do
transportador. plenum podem ser furados com a correia no lugar,
furando através da correia e do plenum e, então,
cobrindo os buracos na correia com fita elástica.
MANUTENÇÃO DO SISTEMA
Eliminando (ou quase eliminando) os rolos A manutenção regular do filtro de ar inserido
em um transportador sustentado por ar, o gasto é requerida para manter a saída do ventilador.
de ambos, a substituição dos componentes
de rolagem e as horas de trabalho requeridas
para fazer a manutenção do sistema são ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
significativamente reduzidos. A. Desenho
Outra oportunidade para gastos reduzidos O sistema de manuseio de materiais
para manutenção e substituição de a granel vai incorporar um sistema
componentes é a eliminação de um sistema de transportador sustentado por ar. Essa correia
vedação de calhas de transferência. Com sua transportadora sustentada por ar vai ser
superfície da correia estável, os transportadores desenhada por um experiente engenheiro

23
INFORM AÇÕES D E SEG URANÇA

Em função de todo o de pressão que vão precisar ser guardados.


componente de rolagem em Procedimentos próprios de restrição/listagem/
um sistema transportador tradicional não ser bloqueio/teste devem ser seguidos com
somente uma informação de manutenção, transportadores sustentados por ar.
mas também uma questão de segurança,
transportadores sustentados por ar são Transportadores sustentados por
inerentemente mais seguros de se operar e ar podem ser menos ruidosos do que
fazer manutenção, pois eles têm menos partes transportadores tradicionais, pois eles têm
móveis. O transportador fechado também menos componentes de rolagem (roldanas
possui menos risco para o pessoal da fábrica, e rolamentos) que geram ruído quando
pois há menos perigo de se ficar preso na a correia passa por eles. O ventilador é a
correia transportadora móvel ou travado em parte mais ruidosa do sistema, tipicamente
componentes de rolagem. operando a 75 a 85 decibéis; o transportador
sustentado por ar opera a, muito quieto a 60
Independentemente, ainda há pontos decibéis.

374
Transportadores Sustentados por Ar | Capítulo 23

de transportador e construída segundo os dianteira, abaixo da trajetória de descarga


padrões da CEMA. do material, e um ou mais limpadores
secundários incorporando os elementos de
B. Suporte de ar. limpeza de tungstênio. O sistema de limpeza
Esse transportador vai usar uma camada ou também vai incluir um raspador V laminado
fluxo de ar liberado através de um recipiente em borracha, para proteger a polia traseira.
de formato côncavo, abaixo da correia do Raspadores adicionais e/ou de especialidade
transportador, para sustentar a correia e devem ser incorporados para manter a
a carga sem precisar de rolos no lado de limpeza efetiva, conforme determinado
carregamento. O ar vai ser suprido por um pelas características do material e pelas
ventilador centrífugo de baixa pressão. condições de operação.

C. Rolos. I. Fabricação/instalação.
Rolos convencionais serão usados para Para atingir um suporte de correia
transições da correia e ciclo de retorno. uniforme, os plenums do transportador
sustentado por ar devem ser fabricados
D. Plenum. a tolerâncias estreitas, e as seções devem
O transportador sustentado por ar vai usar ser cuidadosamente alinhadas durante a
um plenum em forma de “V” para permitir instalação.
movimento de ar ao longo da extensão do
transportador. O recipiente vai afundar
a correia a um ângulo de 30o ou 35o sem O TRANSPORTADOR CERTO PARA
distorção da linha da correia. AS CIRCUNSTÂNCIAS CERTAS
E. Aplicações antigas. Finalizando…
A integridade estrutural do plenum deve Enquanto não convenientes para todas
permitir seu uso em aplicações antigas sem as circunstâncias, correias transportadoras
precisar de modificação/replanejamento/ sustentadas por ar oferecem melhorias
reforço da estrutura do transportador. significativas sobre transportadores
convencionais, incluindo um controle
F. Lado de carregamento fechado. melhorado de pó e vazamento. A chave para
Composto de aço leve (ou inoxidável) um sistema transportador sustentado por ar é
galvanizado, esse transportador sustentado um compromisso para proporcionar condições
por ar será totalmente fechado no lado de de carregamento de correia convenientes.
carregamento da correia para prevenir a Tratando informações tais como alto impacto
liberação de material fugitivo. A estrutura
será modular na construção para simplificar
ou descentralização da carga com a instalação 23
de chutes curvos inferiores centralizadores de
a instalação. carga, uma fábrica pode, usando chute curvo
inferior, ter os benefícios: transporte sustentado
G. Zona de carregamento. por ar de baixa manutenção, eficiente e limpo.
A área de carregamento da correia Correias transportadoras sustentadas por ar
transportadora sustentada por ar vai podem ser particularmente benéficas quando
incorporar um sistema de chute projetado instaladas em combinação com chutes de
para carregar o material no transportador carregamento de fluxo projetados.
com colocação centralizada e mínimos
níveis de impacto. A colocação apropriada A Seguir…
do material vai permitir o carregamento do
Este capítulo sobre Transportadores
material sem precisar de mesa de impacto.
Sustentados por Ar, o terceiro capítulo da seção
H. Limpeza da correia. Conceitos de Vanguarda, explicou como eles
podem melhorar o controle de pó e vazamento.
O transportador sustentado por ar vai O próximo capítulo continua essa seção,
incorporar um conveniente sistema de focando em Sistemas de Lavagem de Correia.
limpeza de vários elementos. Esse sistema
será composto de um mínimo de raspador
primário de poliuretano instalado na polia

375
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

Figura 24.1
Talvez o meio mais
eficiente de se limpar uma
correia transportadora seja
com uma combinação de
raspadores convencionais
e um sistema de caixa de
lavagem.

24

Capítulo 24
Sistemas de
Lavagem de Correia
Lavagem de Correia para a Limpeza Final.. ................................................................................................... 377
Sistemas de Caixa de Lavagem........................................................................................................................ 381
Especificações Típicas......................................................................................................................................... 390
Tópicos Avançados............................................................................................................................................... 390
Sobre o Projeto dos Sistemas de Lavagem de Correia.. ............................................................................ 394
Questões de Segurança...................................................................................................................................... 395

376
Sistemas de Lavagem de Correia | Capítulo 24

Neste Capítulo... A informação principal é o uso da água, a


Este capítulo vai cobrir os princípios dos qual é frequentemente limitada em operações
sistemas de caixa de lavagem, discutir como industriais. Muitas indústrias têm restrições
sistemas de lavagem são especificados e severas em quanto de água pode ser consumido
desenhados e rever as opções para manuseio de na indústria ou adicionada ao material.
água, secagem da correia e reciclagem de água Outras operações têm requerimentos
e sólidos. severos sobre o que deve acontecer ao
Talvez o meio mais eficiente para se limpar efluente removido (sólidos/água misturada). A
uma correia transportadora seja com uma reciclagem de água é uma opção viável nesses
combinação de limpadores convencionais e um casos. Algumas indústrias usarão um tanque
sistema de caixa de lavagem (Figura 24.1). de sedimentação ou um vaso de sedimentação
para separar os materiais resíduos da água, de
Sistemas de lavagem de correia são um modo que a água possa ser reutilizada. Outras
método comprovado de remover materiais vão coletar a água/os sólidos por disposição. O
residuais das correias transportadoras, em material efluente é então passado através de um
aplicações onde questões ambientais, conceitos sistema de reciclagem de água (ou sistema de
regulatórios ou outras questões exija uma separação de material) para remover os sólidos
limpeza de alta eficiência. O sistema de lavagem e retornar a água “limpa” ao sistema para reúso.
de correia típico, ou caixa de lavagem, conterá Os sólidos então, podem ser devolvidos ao
algumas configurações de barras ou esguicho sistema de manuseio de material.
de água cobrindo a largura de carregamento
da correia, seguido por quaisquer de uma Um segundo inconveniente em se adicionar
variedade de dispositivos de limpeza de correia: água ao processo de limpeza é que a própria
de raspadores a escovas rotativas. Algumas água pode causar problemas de “descida”
variações de um sistema de secagem de correia, no transportador. A água vai “envelhecer”
de roletes de pressão, lâminas-rodo a esguichos prematuramente rolamentos, roletes e outros
de ar forçado, podem ser encontradas. Além equipamentos vitais para a operação do
disso, o sistema deve incluir arranjos para o transportador. Mesmo pequenas quantidades
manuseio da descarga de efluente (o resto de de água residual restantes na correia podem
água e sólidos removidos) e para a separação, causar problemas. Métodos de secagem da
reciclagem e/ou disponibilização da água e correia têm sido desenvolvidos podem ajudar a
do material removido. O sistema também vai reduzir esses problemas, mantendo a água local
incluir componentes fechados, selantes, para para o sistema de lavagem e não permitindo
reduzir o spray em excesso, o controle e acesso, que ela seja devolvida ao sistema transportador
para permitir inspeção e manutenção (Figura ou à usina.
24.2). 24

LAVAGEM DE CORREIA PARA A Figura 24.2


LIMPEZA FINAL O sistema de lavagem
de correia típico contém
Água no Processo de Limpeza da barras ou esguichos
de água, dispositivos
Correia de limpeza de correia
A água ajuda o processo de limpeza da e possivelmente um
sistema de secagem
correia de uma série de maneiras (Veja o de correia. Isso inclui
Capítulo 14: Limpeza da Correia) A adição de também arranjos para o
água ao processo de limpeza tem seus próprios manuseio da descarga
inconvenientes, mas que podem ser superados de efluente e para
separação, reciclagem
com outros componentes e acessórios de e/ou disposição da
sistemas de lavagem de correia. Com o desenho água e do material
apropriado, um sistema de lavagem de correia removido, juntamente
pode reduzir dramaticamente a quantidade com componentes
fechados, selantes, de
de material que é devolvida através do sistema controle e acesso.
transportador.

377
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

Muitas indústrias ou operações serão lavagem são tecnicamente mais sofisticados e


relutantes em adicionar água no sistema muito mais eficientes do que os tradicionais
de manuseio de materiais em qualquer métodos mecânicos de limpeza de correia. A
ponto, principalmente por causa de algum água melhora a efetividade de um sistema de
entendimento limitado do efeito que a água limpeza em uma série de meios:
tem no fluxo de materiais a granel. Enquanto é
verdade que um aumento no teor de umidade A. A água “amacia” o material a granel,
do material a granel pode ter um efeito tornando-o mais fácil de ser removido.
dramático no comportamento do material que
B. A água mantém as lâminas do raspador de
é sensível a outros processos e equipamentos
correia livres de acúmulos, maximizando sua
de manuseio, a quantidade de água adicionada
eficiência de limpeza.
ao sistema para a remoção de material morto
é muito pequena proporcionalmente ao total C. A água reduz a fricção entre a correia e as
de carga transportada. Material morto causa lâminas de limpeza, diminuindo as forças
muito mais problemas do que a adição dessas que geram o desgaste da lâmina e da correia,
pequenas porções de água ao sistema. o que melhora a expectativa de vida das
lâminas e, então, estende o intervalo de
A maioria das instâncias em que a(s)
manutenção.
correia(s) transportadora(s) é(são) lavada(s)
por algum tipo de tecnologia discutida neste
capítulo são aplicações onde altos níveis Amaciando o Material a Granel
de desempenho de limpeza de correia são Durante o transporte da correia, o
requeridos. Isso poderia incluir sistemas de movimento da correia através dos rolos vai
carga e descarga de navio, onde o escape de peneirar os resquícios e a umidade presentes
material morto pode poluir o ambiente e levar na carga abaixo e torná-los compactados na
a questões com agências regulatórias, vizinhos e superfície da correia. A missão da água no
ativistas ambientais. Outras aplicações em que sistema de lavagem de correia é amaciar o
as mesmas questões levam ao uso de sistemas material a granel e reduzir sua força interna
de lavagem de correia são transportadores de (coesão) e sua habilidade de grudar na correia
larga escala, onde a natureza de cruzar largos (adesão). Isso permite aos elementos de
terrenos da superfície do transportador pode limpeza remover material mais eficientemente
deixar que materiais escapem para o lado do da correia.
ambiente. Sistemas de lavagem de correias
também são vistos em sistemas transportadores A adição de água vai tipicamente aumentar
usados para carregar muitas cargas diferentes; a coesão e a adesão de um material a granel
a correia é lavada para eliminar o potencial de subir a um nível máximo, ponto no qual essas
24 contaminação geral. propriedades diminuem de forma dramática
(Figura 24.3). Esse ponto crítico é a mistura
de saturação do material de massa. A força das
Os Princípios da Lavagem de
propriedades “residuais” do material a granel
Correia
depende de suas propriedades de coesão e
Os princípios dos sistemas de lavagem de adesão. Consequentemente, a força de um
correia não são significativamente diferentes dos material a granel diminuirá dramaticamente,
princípios dos sistemas de limpeza de correia uma vez que o material está além do seu ponto
em geral. Independentemente, sistemas de de saturação. Nesse ponto, o material se torna
mais uma pasta. Se o material pode ser “úmido”
Mistura de Saturação
o suficiente, é muito menos provável que
Figura 24.3
sobrem resquícios ou ele pegue em qualquer
A adição de água
superfície, incluindo a correia e as lâminas de
aumenta a coesão e a
adesão de um material limpeza. Molhar material faz o processo de
Fricção
Adesão
Coesão

a granel a um nível limpeza da correia muito mais eficiente do que


máximo, ponto no qual usar o raspador mecânico sozinho.
essas propriedades
diminuem de maneira
dramática. Conteúdo de Mistura do Material a Granel

378
Sistemas de Lavagem de Correia | Capítulo 24

Mantendo as Lâminas Livres de Figura 24.4


Resquícios
Um benefício da água
Um segundo benefício da água na limpeza na limpeza de correia é
de correia é manter as bordas orientadoras manter a borda dianteira
da lâmina de limpeza
das lâminas de limpeza livres de resquícios livre de acúmulos.
(Figura 24.4). Nas instalações de raspador de
correia convencional (“seco”), essa região de
material estagnado vai quase certamente formar
um acúmulo de material na ponta da lâmina
(Figura 24.5). A menos que seja “limpo”, esse
material vai inevitavelmente, de alguma forma,
passar pelas lâminas limpadoras e ser devolvido
pelo sistema transportador ou continuar a Rodo Positivo do Raspador de correia Correia Transportadora Figura 24.5
crescer mais, aumentando a área da superfície
Em instalações de
em contato com a correia e reduzindo a pressão Material a Granel – Camada
de Material Morto raspador de correia
de limpeza, deixando mais material morto ser Camada Estagnada convencional (“seco”),
de Material a Granel
carregado pelo sistema. Sprays de água são a região de material
estagnado formará um
usados para evitar que o material forme essa Lâmina Limpadora
acúmulo de material na
de Correia/Ponta
camada estagnada na superfície da lâmina ponta da lâmina.
limpadora de correia (Figura 24.6).
Rodo Negativo do Raspador de correia Correia Transportadora

Reduzindo a Fricção Lâmina-Correia


Material a Granel – Camada
A água também melhora o desempenho de Material Morto
Camada Estagnada
de Material a Granel
do sistema raspador de correia ou da estação
de lavagem de correia, agindo como um Lâmina Limpadora
de Correia/Ponta
lubrificante entre a ponta da lâmina e a
superfície da correia (Figura 24.7). Isso tem
uma série de vantagens: a presença de água
reduz as forças de sucção ou friccionais nas Figura 24.6
lâminas limpadoras da correia e na própria Sprays de água são
correia. A redução dessas forças aumenta a usados para prevenir a
formação da camada
vida útil das lâminas limpadoras: menos fricção estagnada na superfície
significa menos desgaste da lâmina. da lâmina limpadora
de correia. Esquerda:
Outra vantagem é que a redução dessas Spray de água
forças friccionais reduzirá o aquecimento dos funcional. Direita: Spray
de água não funcional.
24
acúmulos na ponta das lâminas limpadoras
de correia, minimizando a quebra térmica das
lâminas e, então, estendendo sua vida útil.

Além de melhorar a vida útil das lâminas,


a presença de água também vai minimizar o
desgaste na correia transportadora. Força Friccional
Figura 24.7

Testes de campo têm mostrado que um A água também melhora


Correia Transportadora
o desempenho de
único spray de água em baixo volume no Lâmina Limpadora de um sistema raspador
Correia/Ponta
pré-limpador de um sistema de limpeza duplo de correia ou uma
aumenta a eficiência de limpeza do sistema de estação de lavagem de
Rodo Negativo do Raspador de correia
correia, agindo como
sete a dez pontos percentuais e pode dobrar o
um lubrificante entre
intervalo entre procedimentos de manutenção Seco – Sem a ponta da lâmina e a
Água
requeridos. Em um documento apresentado superfície da correia.
Molhado –
à Conferência de Engenharia Carvoeira Com Água
Internacional de 1990, na Austrália, J. H.
Planner informou que adicionando spray de
água a vários sistemas de limpeza convencionais
Força Normal

379
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

aumentou a eficiência de limpeza da faixa de uma lâmina tipo rodo é usada para remover a
85% à faixa de 95% (Referência 2.1). água.

Métodos para Lavagem de Correia A velocidade da correia (isto é, o tempo


a que a correia é exposta ao spray) e a
Muitos métodos têm sido usados para lavar aderência do material morto são fatores que
correias transportadoras. Como descrito por geralmente limitam a aplicação desse meio
Dick Stahura em um documento de 1987, a transportadores que operam a menos
Lavagem de Correias Transportadoras: Essa é de 5 metros por segundo (1.000 pés/min.)
a Última Solução?, os métodos são: esguicho, (Referência 24.3). O consumo de água pode
banho e caixa de lavagem (Referência 24.2). ser bem maior com esse método.

Método de Esguicho Método de Banho


O método de esguicho utiliza jatos de água O método de banho consiste em puxar a
que literalmente arrancam as partículas fora da correia por uma câmara cheia de água (Figura
correia (Figura 24.8). Pressões de 400 a 700 24.9). Essa câmara deve estar localizada ao
kpa (60 – 100 lbf/pol.2) são usadas, e pode ser longo do retorno da correia ou até no esticador
adicionado ar comprimido para aumentar o por gravidade, onde o peso da “banheira”
efeito. Sprays de alta pressão podem ser difíceis de água pode se tornar parte do sistema
de usar em um sistema de lavagem de correia, tensionador de contrapeso do transportador.
pois eles requerem esguichos especiais e água Não há jatos de spray ou esguichos, apenas
limpa para a operação. Por trás do jato de água, um método de manutenção do nível de água.
A água é trocada conforme necessário para
Figura 24.8 SISTEMA FLOOD manter o sedimento dos acúmulos em banho.
A extensão da “banheira” deve ser considerável
O método de esguicho
utiliza jatos de água que para atingir efeitos de qualquer tempo de
literalmente arrancam “parada” (correia na água) significativo e
as partículas fora da limpeza resultante.
correia.
Esse sistema traz algumas dificuldades,
incluindo danos na carcaça e problemas de
MANGUEIRA DE RASPADOR DA CORREIA manutenção e de secagem da correia no
ÁGUA
momento de retirá-la da banheira.

Método de Caixa de Lavagem


24 A perfeição na lavagem de correia é o
RASPADOR EM V
método de caixa de lavagem. Nesse sistema, o
Figura 24.9 método de spray de água é combinado com um
O método de banho ou mais limpadores de correia convencionais,
consiste em puxar a ENTRADA
em uma câmara instalada como um sistema de
DE ÁGUA
correia através de uma
câmara cheia de água. TANQUE DE limpeza de correia terciário (Figura 24.10).
LAVAGEM SAÍDA LIMPADORES
DE CORREIA O desenho e a especificação de um sistema de
caixa de lavagem vão depender de aplicações
específicas (tais como a velocidade da correia,
Figura 24.10 o material transportado, a largura da correia
No método e caixa de e a composição da correia); do grau desejado
lavagem, o método de limpeza (e secagem); e da presença de
de spray de água é
combinado com um quaisquer restrições (limites no uso de água ou
ou mais limpadores de ar comprimido e/ou requerimentos ambientais)
correia convencionais (Figura 24.11).
em uma câmara
instalada como um
sistema de limpeza de
correia terciário.

380
Sistemas de Lavagem de Correia | Capítulo 24

Figura 24.11
O desenho de um
sistema de caixa de
lavagem vai depender
de aplicações
específicas, do grau de
limpeza desejado e a da
presença de quaisquer
restrições locais.

O modo modular permite a uma série de


SISTEMAS DE CAIXA DE LAVAGEM
acessórios serem incorporadas com o mínimo
A configuração típica da “caixa de lavagem” aumento de custo do sistema. O modo modular
é uma ou duas barras de sprays para aplicar inclui opções que proporcionam acessibilidade
água, seguidas de dois ou três limpadores de melhorada, instalação simplificada, manutenção
correia secundários, de desenho mais ou menos mais fácil e a habilidade de trocar componentes
convencionais (Figura 24.12). O sistema de facilmente, conforme os requisitos de aplicação
caixa de lavagem é projetado de modo que o mudem ao longo do tempo. De fato, o modo
ajuste do ângulo de ataque do limpador e a modular permite a separação de componentes
pressão de limpeza possam ser desempenhados
de fora da câmara, com o operador observando
Figura 24.12
por uma porta de acesso (Figura 24.13).
A típica configuração
Esses elementos de limpeza podem ser de “caixa de lavagem”
é uma ou duas barras
limpadores de correia ou limpadores-escovas de spray para aplicar
secundários convencionais. Limpadores-escovas água, seguidas de dois
podem ser mais eficientes em casos onde a ou três limpadores de
correia secundários de
correia esteja significativamente arranhada ou
desenho mais ou menos
danificadas tornando a limpeza por lâminas convencional.
de bordas flexíveis difícil, se não impossível
(Figura 24.14). Dependendo da aplicação,
limpadores-escovas também podem requerer
um volume significativo de água para manter a Figura 24.13
escova limpa e livre de acúmulo de material que O sistema de caixa de
a tornaria inútil. lavagem deve permitir a
inspeção e o ajuste dos
Historicamente, a grande maioria de limpadores de correia
aplicações de caixa de lavagem tem sido pelo lado de fora da 24
câmara pelo operador,
personalizada sem necessidade, devido a cada observando através de
mistura única de aplicação das especificações uma porta de acesso.
do transportador, características do material e
limitações de espaço. O desenvolvimento mais
recente tem sido o conceito de um sistema de
caixa de lavagem “modular”. Diferentemente
das caixas de lavagem personalizadas que são
desenhadas em base de aplicação a aplicação,
as caixas de lavagem modulares usam uma
série de componentes “padrão” e módulos Figura 24.14
configuráveis para combinar flexibilidade Limpadores-escovas
podem ser mais
aumentada e facilidade de uso com economia
eficientes em uma
no projeto e na construção. O conceito inclui caixa de lavagem em
os “elementos básicos” de um sistema de caixa casos, onde a correia
de lavagem em um contêiner modular (Figura esteja significativamente
arranhada ou
24.15). Essas unidades modulares podem, danificada.
então, ser “juntadas” para formar mais sistemas
elaborados e soluções personalizadas.

381
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

Figura 24.15
Uma caixa de lavagem
modular usa uma
série de componentes
“padrão” e módulos
configuráveis
para proporcionar
flexibilidade com
economia no projeto e
na construção.

– colocando os mecanismos de secagem


Figura 24.16
em uma câmara diferente dos componentes
O modo modular raspadores, por exemplo – para deixar uma
permite a separação
de componentes para distância maior entre os componentes ou para
posicionar distâncias permitir a instalação em torno dos membros
maiores entre os estruturais do transportador e outras obstruções
componentes ou para a
(Figura 24.16). Um benefício adicional
instalação ao redor dos
é o modo da caixa de lavagem modular
24 membros estruturais do
transportador e outras permitir a expansão do sistema com módulos
obstruções. adicionais ou diferentes inseridos depois,
conforme características do material, requisitos
de limpeza, ou mudança de limitações
orçamentárias.

As desvantagens dos sistemas de caixa de


Figura 24.17 lavagem incluem os problemas que o sistema de
Um sistema de caixa lavagem de correia podem exigir: uma distância
de lavagem pode exigir de mais de 2 metros (7 pés) do comprimento
uma distância de mais
da correia e pelo menos 0,6 metros (2 pés)
de 2 metros (7 pés)
do comprimento de do compartimento dianteiro para a instalação
correia e no mínimo no local onde a correia está livre das polias
0,6 metros (2 pés) do dianteira e de retorno (Figura 24.17). A
compartimento dianteiro
para a instalação no
drenagem do efluente deve ser o mais vertical
local onde a correia possível, com o mínimo de curvaturas, para
esteja livre das polias evitar que ela fique entupida (Figura 24.18).
dianteira e curvas.

382
Sistemas de Lavagem de Correia | Capítulo 24

Lavagem de Correias para Limpeza material morto, da velocidade da correia, da


Final limpeza do suprimento de água, do padrão de
Os sistemas de limpeza de correia instalados jato necessário para alcançar um jato uniforme
para que a correia passe por eles antes de acerca da largura da correia, da pressão de
alcançar o sistema de lavagem de correia têm impacto da água necessária para saturar o
um efeito sobre a quantidade e pressão de material, da pressão de água e da taxa de fluxo
água necessária e sobre a eficácia da caixa de necessária para manter as lâminas limpas.
lavagem. É altamente recomendado que seja Como com muitos outros aspectos de desenho
usado ao menos um raspador primário e um do sistema de transporte, o sistema de lavagem
ou dois raspadores secundários em qualquer deve ser elaborado para operar quando as
transportador onde se considere uma estação condições do material morto forem as piores
de lavagem. Esses raspadores instalados possíveis.
acima (perto da descarga do material) do
ponto onde a caixa de lavagem será instalada Figura 24.18
reduzirão consideravelmente a quantidade de A drenagem para o
material morto na estação de lavagem, com efluente deve ser o mais
vertical possível, com
consequentes economias no uso de água e nos curvas mínimas, para
custos da operação (Figura 24.19). Sem esses evitar que ela entupa
raspadores, haverá mais material a ser removido com sólidos.
da correia pela caixa de lavagem e mais
sólidos no efluente. As estações de lavagem de
correia são feitas para ser a última solução na
limpeza de correias; elas são elaboradas para
lidar apenas com a remoção final de qualquer
quantidade residual de materiais que passe pelo
equipamento de limpeza superior.
Figura 24.19
Aplicando a Água Os raspadores
convencionais de
O desafio para qualquer aplicação de lavagem correia, instalados
de correia é conseguir direcionar a água no(s) antes da caixa de
local(is) correto(s) no sistema de limpeza de lavagem, reduzirão
forma eficaz e eficiente. Há uma série de consideravelmente a
quantidade de material
formas de aplicar a água à correia e ao material. morto que deve
Elas variam desde uma simples mangueira alcançar a estação de
apontada para a correia até uns tubos com lavagem.
furos (Figura 24.20) ou um sistema mais 24
elaborado de barras de jato e esguichos.
Esguichos projetados realizam a aplicação
de água de forma muito mais eficaz do que
uma mangueira ou um tubo com mangueiras.
Embora os últimos sejam métodos eficazes de
distribuição de água, os requisitos de uso de
água de uma mangueira ou de um cano são
Figura 24.20
muito maiores do que para um sistema que
Há uma série de formas
usa esguichos projetados. A questão, então, é: de aplicar a água à
qual é a combinação mais eficaz de pressão de correia e ao material:
água, padrão de jato, ângulo de contato e outras p.ex., uma mangueira
variáveis? simples apontada para
a correia ou um tubo de
água com furos.
A forma mais eficaz e eficiente de disparar a
água nesses sistemas é uma série de esguichos
projetados, colocados ao longo do cano
(Figura 24.21). A seleção de um esguicho
específico depende normalmente de uma série
de fatores, inclusive do tipo e da quantidade de

383
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

Os dois fatores mais cruciais na escolha dos usadas no sistema de lavagem. Em alguns casos,
esguichos de jato são a quantidade de material são necessários esguichos especiais. Podem ser
morto presente e a velocidade da correia. As especificados esguichos resistentes à corrosão, à
correias de velocidade mais alta requerem mais abrasão ou a substâncias químicas encontradas
água para cobrir totalmente a correia e suavizar no processo.
o material morto durante o menor tempo de
exposição da correia ao jato. Níveis altos de Uma caixa de lavagem típica, operando com
material morto exigirão mais água: a camada jatos à pressão moderada – 138 quilopascais (20
mais grossa de material morto exigirá mais água lbf / in.2) –, exigira aproximadamente 63 litros
para “suavizar” o material, pois há mais material por metro (5.1 gal/ft) da largura da correia por
a ser suavizado. Níveis altos de material morto minuto de operação (Tabela 24.1). Conforme
também requerem distribuição de água para o observado, devem ser escolhidos volume e
sistema a pressões mais altas, para que a água pressão de água adequados após a consideração
penetre a massa do material que deve atingir a dos níveis de material morto (aderência de
superfície da correia. A pressão não precisa ser material) e velocidade de correia.
alta o bastante para remover o material, mas
A necessidade e o uso de mais esguichos
deve ser suficiente para permitir que a água
de jato de água para manter o movimento do
alcance a superfície da correia.
material pela operação da caixa de lavagem e do
São disponibilizados esguichos oferecendo sistema de drenagem normalmente dobrarão o
uma variedade ampla de padrão de jato, taxas volume de água necessário.
de fluxo e pressões. Fatores como a distância
A projeção de um sistema de lavagem de
da correia para a barra de jatos, taxa e pressão
correia pode ser um processo complicado,
devem ser considerados na determinação da
com uma série de opções compostas
configuração das barras de jatos. Geralmente,
pelas variáveis de ampla abrangência em
são usados ângulos largos de jato para
transportadores e materiais. É necessário um
maximizar a área de cobertura, enquanto se
entendimento profundo do sistema, do material
minimiza o consumo de água (Figura 24.22).
e dos requisitos do processo. É necessário
O esguicho selecionado, com seu ângulo de
o envolvimento de equipes treinadas e
jato e padrão de jato, controlará a distância de
experientes para garantir que o sistema atenderá
montagem e o espaçamento das barras de jatos
as expectativas do cliente e as exigências de
aplicação.
Figura 24.21
A forma mais eficaz e Qualidade da Água
eficiente de espirrar
água nesses sistemas é A qualidade da água talvez seja a parte mais
24 uma série de esguichos importante da elaboração de um sistema de alto
projetados, colocados
ao longo do cano.
desempenho e, se negligenciada, pode causar
mal funcionamento do sistema ou propensão
a intervalos de manutenção e exigências de
limpeza que não sejam aceitáveis.

Os sistemas de lavagem de correia são


melhores quando elaborados para a pressão
e taxa de fluxo de água necessária, conforme
determinado pelos testes do material e pelas
especificações da aplicação. Algumas fábricas
apresentam várias limitações sobre uso de
Figura 24.22 água e pressão/taxa de fluxo disponíveis. Essas
Normalmente são restrições podem limitar a eficácia da caixa de
usados ângulos largos
de jato para maximizar
lavagem para bem menos daquela para que ela
a área de cobertura, foi elaborada ou especificada.
enquanto se minimiza o
consumo de água. Uma vez que os esguichos projetados
normalmente são “otimizados” para fornecer
uma área ampla de jato, taxas de fluxo

384
Sistemas de Lavagem de Correia | Capítulo 24

minimizadas e pressão aprimorada para uma de lavagem. Em alguns casos, é simplesmente


determinada aplicação, o tamanho do orifício impedir o material morto suspenso na água
dos esguichos geralmente é pequeno e de sobre a correia de ser lançado pelos roletes
formato único. Se a água que será usada no de retorno. Em outros casos, o processo de
sistema de lavagem não estiver “suficientemente tratamento de material requer uma correia seca.
limpa”, a qualidade da água deve ser controlada Ainda em outras aplicações, a correia é usada
para garantir que não haja matérias particuladas para transportar vários materiais a granel, e não
grandes o bastante para entupir os esguichos é permitida a contaminação cruzada; logo, a
dos jatos. Isso normalmente é muito mais fácil correia deve ser limpa e seca antes que a carga
de dizer do que de cumprir, pois a qualidade seja alterada.
da água da fábrica pode mudar drasticamente
em questão de minutos. Consequentemente, Há três métodos básicos de secagem de
um sistema de filtragem de água é um adicional uma correia transportadora em movimento
valioso para o sistema de lavagem. que podem ser aplicados ao transportador,
conforme ele sai da estação de lavagem:
Secando a Correia evaporação, remoção mecânica de água e
secagem forçada a ar.
Após a adição de água ao processo de
limpeza, muitas aplicações exigirão que a
correia seja seca antes de ela deixar o sistema

Consumo de Água para Sistemas Típicos de Lavagem de Correia Tabela 24.1


Litros Aproximados por Minuto (gal/min.)
Esguicho
Qtde. de

Largura
da Correia 34 kPa 69 kPa 103 kPa 138 kPa 207 kPa 276 kPa 414 kPa
mm (in.) (5 lbf /in.2) (10 lbf /in.2) (15 lbf /in.2) (20 lbf /in.2) (30 lbf /in.2) (40 lbf /in.2) (60 lbf /in.2)
400-500 16 23 27 32 39 45 57
6
(18) (4,3) (6,0) (7,2) (8,4) (10,2) (12,0) (15.0)
500-650 22 30 36 42 51 61 76
8
(24) (5,7) (8,0) (9,6) (11,2) (13,6) (16,0) (20.0)
650-800 24 34 41 48 58 68 85
9
(30) (6,4) (9,0) (10,8) (12,6) (15,3) (18,0) (22.5)
800-1.000 30 42 50 58 71 83 104
11
(36) (7,8) (11,0) (13,2) (15,4) (18,7) (22,0) (27.5)
1.000-1.200 35 49 59 69 84 98 123
13
(42) (9,3) (13,0) (15,6) (18,2) (22,1) (26,0) (32.5)
1.200-1.400
(48)
15
40
(10,6)
57
(15,0)
68
(18,0)
79
(21,0)
97
(25,5)
114
(30,0)
142
(37.5)
24
1.400-1.600 43 61 73 85 103 121 151
16
(54) (11,4) (16,0) (19,2) (22,4) (27,2) (32,0) (40.0)
1.600-1.800 48 68 82 95 116 136 170
18
(60) (12,8) (18,0) (21,6) (25,2) (30,6) (36,0) (45.0)
1.800-2.000 59 83 100 117 142 166 208
22
(72) (15,6) (22,0) (26,4) (30,8) (37,4) (44,0) (55.0)
2.000-2.200 70 98 118 138 167 197 246
26
(84) (18,4) (26,0) (31,2) (36,4) (44,2) (52,0) (65.0)

385
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

Evaporação rodo”. É semelhante aos parabrisas de um


A evaporação é um processo natural que carro.
secará a correia (Figura 24.23). A evaporação A lâmina-rodo colocada como o dispositivo
pode ser acelerada forçando o ar aquecido de limpeza final no sistema de caixa de
sobre a correia em movimento. No entanto, a lavagem removerá uma quantidade significativa
evaporação da camada de água por ar forçado de excesso de água. O resultado variará
apenas não é um meio viável de remoção dependendo do tipo de rodo usado, seu
completa da água para aplicações de correias material de fabricação e sua localização, bem
transportadoras para tratamento de materiais a como as especificidades de aplicação, como
granel, pois há um limite de velocidade para a velocidade da correia e quantidade de água
evaporação da água. presente na correia. Em geral, a lâmina-rodo
é um meio eficaz e econômico de remoção de
Secagem Mecânica água (Figura 24.24).
Há uma série de métodos mecânicos de
remoção de água da correia. O primeiro é O uso de roletes-secagem, tanto roletes
varrendo mecanicamente a correia, com um simples como duplos, também é uma forma
componente comumente chamado de “lâmina- eficaz de remover o excesso de água da correia
transportadora em movimento (Figura
Figura 24.23
24.25). Um estudo da Associação de Pesquisas
da Universidade de NewCastle (TUNRA)
O processo natural de
evaporação pode ser
explorou a eficácia de um sistema de secagem
EVAPORAÇÃO
acelerado forçando o com rolete simples e examinou o efeito do uso
ar aquecido sobre a ÁGUA de roletes de diferentes diâmetros em várias
correia em movimento. velocidades de correia (Referência 24.4). Os
CALOR resultados deste estudo mostraram claramente
CORREIA que, quanto menor for o rolete, melhor a ação
de secagem, independentemente da velocidade
da correia (Figura 24.26). Os roletes-secagem
Figura 24.24 geralmente são eficazes na redução da espessura
A lâmina é um meio da camada de água sobre a correia para
eficaz e econômico de aproximadamente 50 mícrons, com um limite
remover água da correia
inferior eficaz de 20 mícrons (Figura 24.27).
transportadora.

Secagem Forçada por Ar


A terceira técnica de secagem da correia
24 é o uso de ar de alta velocidade para
separar a camada de água da correia. Dois
mecanismos podem ser dominantes: disjunção
e instabilidade hidrodinâmica. A instabilidade
hidrodinâmica ocorre quando a camada de água

Figura 24.25
O uso de sistemas de
roletes-secagem, tanto
com roletes simples
como duplos, é uma
forma eficaz de remover
o excesso de água da
correia transportadora
em movimento.

ROLETES-
SECAGEM

386
Sistemas de Lavagem de Correia | Capítulo 24

está exposta ao ar em movimento. A camada Para remover a maior quantidade de água,


formará uma onda, que cresce rapidamente, a velocidade do ar deve ser maximizada. No
provocando a formação de gotas que então entanto, a velocidade do ar atingível é limitada
deixam a superfície. A disjunção ocorre quando por diversos fatores, inclusive a energia
a camada de água está exposta ao ar em alta consumida para gerar altas velocidades, usando
velocidade, e a água é “escorrida” da superfície um bloqueador de linha de ar comprimido,
da correia (Figura 24.28). bem como o ruído associado a velocidades
extremamente altas de ar.
O ar em alta velocidade pode ser altamente
eficaz na remoção de camadas mais grossas de A pesquisa indicou que o fator dominante na
água. Há uma série de sistemas comercialmente remoção de água foi a velocidade relativa do ar;
disponíveis, inclusive “lâminas” de ar que usam o ângulo de contato não foi crucial em termos
bloqueadores para gerar a velocidade do ar e de remoção de água. Uma faixa viável de
a pressão necessária; outros sistemas operam velocidade do ar na correia é 80 a 100 metros
a partir de linhas de ar comprimido (Figura por segundo (15.000 a 20.000 ft/min.). Dentro
24.29). dessa faixa de velocidade do ar, os resultados
Velocidade da Correia 3 m/s Velocidade da Correia 4 m/s Velocidade da Correia 5 m/s Velocidade da Correia 6 m/s Figura 24.26
Os resultados desse
Espessura da Camada de Água (mícrons)

Espessura da Camada de Água (mícrons)


Espessura da Camada de Água (mícrons)

Espessura da Camada de Água (mícrons)

estudo mostraram
claramente que, quanto
menor o rolete, melhor
é a ação de secagem,
independentemente da
velocidade da correia.

Força (N) Força (N) Força (N) Força (N)


Rolete de 75 mm Rolete de 75 mm Rolete de 75 mm Rolete de 75 mm
Rolete de 100 mm Rolete de 100 mm Rolete de 100 mm Rolete de 100 mm
Rolete de 125 mm Rolete de 125 mm Rolete de 125 mm Rolete de 125 mm

Roletes de Resgate Figura 24.27


Os roletes-rodo
Correia de borracha reforçada
com tecido de 600 mm (24 in.) geralmente são eficazes
de largura na redução da camada
de água sobre a correia
para aproximadamente
Rolete de Remoção de Água
(75, 100, 125 mm)
Roldana
50 mícrons, com um 24
Barra de Jato limite inferior eficaz de
20 mícrons.
Roldana
Raios de Carga

Testador de
Material Morto Parafuso de Compressão

As ondas crescem e Figura 24.28

Ar quebram a camada em gota A instabilidade


hidrodinâmica ocorre
quando o ar em
movimento forma uma
onda na camada de
água, a partir da qual
Camada Líquida as gotas deixam a
superfície. A disjunção
ocorre quando a
A camada é escorrida de volta camada de água é
como uma fita de remoção exposta ao ar de alta
Ar velocidade, sendo a
água “escorrida” da
superfície da correia.
Camada Líquida

387
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

experimentais mostram que a água pode ser das diferentes possibilidades.


removida de uma correia em movimento para
uma espessura de camada de 7 a 11 mícrons Solicitação de Água
(Referência 24.5). Essas velocidades podem Uma vez que os componentes básicos de um
ser alcançadas com esguichos especialmente sistema de lavagem de água foram estabelecidos,
projetados e bloqueadores regenerativos para é possível examinar os sistemas para lidar
cerca de 7,5 quilowatts por metro (3 hp/ft) com o efluente – a água suja – removido da
da largura da correia seca. Também pode ser correia. Em muitos ambientes industriais, a
usado ar comprimido – ou outros tipos de quantidade de água usada e a qualidade da
esguichos de ar – com requisitos de potência água liberada são rigorosamente controladas.
semelhantes. Como as velocidades típicas de Em outros casos, o material possui um alto
correia são de 1 a 5 metros por segundo (200 valor e, portanto, é rentável para a recuperação
a 1.000 ft/min.), a velocidade da correia não é de sólidos. Nos dois casos, normalmente é
um parâmetro importante em comparação à necessário um sistema para separar os sólidos
velocidade do ar. da água.

Desempenho dos Sistemas de Ao se escolher um sistema mecânico de


Remoção de Água separação de água, diversos fatores devem
O desempenho relativo dos vários sistemas ser considerados. O principal entre eles é
de remoção de água pode ser avaliado a quantidade de água e seu teor de sólidos,
e comparado (Tabela 24.2). Essas três bem como a localização onde o sistema
metodologias de remoção de água podem de reciclagem da água pode ser instalado.
ser usadas individualmente, mas a melhor Dependendo do método de tratamento, a taxa
abordagem pode ser o uso de uma combinação de assentamento do sólido na água pode ser
o critério principal, mas, devido ao tamanho
dos aparelhos, muitas vezes confiar apenas no
Figura 24.29
assentamento não é prático.
Há uma série
de sistemas Na maioria dos sistemas simples de
comercialmente
disponíveis, inclusive tratamento de água, o efluente é canalizado
“lâminas” de ar que para um compartimento de assentamento e,
usam bloqueadores por meio do processo de sedimentação, a água
para gerar a velocidade
é limpa e filtrada para reúso como água da
do ar e a pressão
necessárias para secar fábrica (Figura 24.30). Isso apresenta diversos
a correia. problemas potenciais, inclusive evitar que o
sistema de drenagem entupa com sólidos, o
24 congestionamento periódico dos sólidos pelo
compartimento de assentamento e o descarte
consequente desse material recuperado.

Algumas vezes são usadas bacias de concreto


para assentamento perto do ponto de geração
de efluentes. Elas podem ser desenhadas para
que o canal possa conduzir para a bacia e
coletar os sólidos assentados. Em uma escala
menor, podem ser usadas lixeiras, conforme a

Tabela 24.2 Comparação dos Vários Métodos de Remoção de Água


Eficiência de Custo de Custo de
Método Remoção de Água Uso de Energia Aquisição Operação
Lâmina-Rodo 1 2 1 1
Rolete de Secagem 2 1 3 2
Lâmina de Ar Comprimido 3 3 2 3
Bloqueador de Alta Pressão 4 4 4 4
1 = Mais Baixo, 4 = Mais Alto

388
Sistemas de Lavagem de Correia | Capítulo 24

localização de assentamento, com a vantagem Figura 24.30


de que os sólidos podem muitas vezes ser
No sistema de
devolvidos para o sistema de tratamento de tratamento de água
materiais simplesmente pelo esvaziamento do mais simples, o efluente
contêiner (Figura 24.31). é canalizado para
um compartimento
São disponibilizados sistemas projetados de de assentamento e
pelo processo de
solicitação e separação de água (Figura 24.32). sedimentação; a água
Os sistemas modulares de reciclagem de água é clarificada e filtrada
podem fornecer até 1.250 litros por minuto para reúso como água
(300 gal/min) de reciclagem contínua. Os da fábrica.
módulos podem ser combinados para fornecer
volumes mais altos de água limpa.

Em alguns casos, pode ser usado um aditivo


Figura 24.31
químico para liberar o assentamento de sólidos,
mas isso exigirá inspeção periódica e reparo do As lixeiras podem ser
usadas como um tanque
equipamento para garantir que as substâncias de assentamento,
químicas estejam disponíveis para o sistema com os sólidos
todas as vezes. retornando ao sistema
de tratamento de
Os sistemas de aditivos químicos ou materiais simplesmente
pelo esvaziamento do
de filtração mecânica ocasionalmente são transportador.
necessários para materiais a granel que não
umedecem facilmente ou que possuam uma
gravidade específica próxima ou menor que a
da água. Há uma variedade de meios mecânicos
disponíveis, inclusive filtros prensa, telas de
retenção de água, hidrociclones e clarificadores.
No entanto, a maioria dos materiais a granel
tratados em grandes quantidades é mais pesada
que a água, podendo, assim, ser separada
usando um sistema de separador por rosca
inclinado, simples e eficaz. Figura 24.32
Os sistemas projetados
Ao elaborar um sistema completo de caixa de de solicitação e
lavagem, a parte de lavagem deve ser projetada
primeiro, para definir os requisitos operacionais
separação da água
podem fornecer até 24
1.250 litros por minuto
do sistema. Após isso, o sistema de reciclagem (300 gal/min) de
da água pode ser desenvolvido para fornecer a reciclagem contínua.
capacidade de tratamento de água para atender
os requisitos de lavagem. Um detalhe que
muitas vezes é ignorado é que a descarga de
uma caixa de lavagem está propensa a entupir.
Por esse motivo, a descarga deve ser um canal
aberto ou um cano de diâmetro largo, com
curvas mínimas. Ela também deve possuir
muitos conectores removíveis para permitir
toda a limpeza e o uso da água fluente (Figura
24.33).

Recuperando os Sólidos
Os materiais no efluente da caixa de
lavagem podem ser recuperados. Isso é
importante naquelas operações em que a carga
é especialmente valiosa e/ou a carga já foi

389
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

sujeitada a algum tratamento. B. Tamanho.


O sistema de lavagem de correia será
Se a adição de água ao processo não é uma
medido com base na quantidade e
preocupação, a lama pode ser devolvida para
propriedades do material morto previsto por
a carga do transportador ou para o processo
metro quadrado (ft2) da correia.
da fábrica diretamente da caixa de lavagem,
por meio de uma bomba. Se a fábrica precisa C. Barra de jato de água.
minimizar a água adicionada ao seu processo,
a água pode ser reciclada, e os sólidos O isolamento deve ser ajustado com ao
recuperados, portanto, podem ser colocados menos uma barra de jato de água com
na correia ou no processo, através de um meio esguichos projetados, posicionados para
mecânico, como um transportador helicoidal. umedecer a parte total de carregamento de
Um simples teste de assentamento, no qual o carga da correia e para evacuar o material
material é colocado em um contêiner de água removido para fora da caixa através do
e é observada a taxa em que ele se assenta, dreno.
dará uma boa indicação do tempo necessário D. Raspadores secundários.
para assentamento e a possibilidade de
adição de aditivos químicos para promover o A caixa de lavagem será ajustada com o
assentamento. mínimo de dois raspadores secundários para
remover resíduos e água da superfície de
carregamento da correia.
ESPECIFICAÇÕES TÍPICAS E. Acesso.
A. Sistema de lavagem a jato. A caixa de lavagem deve ser ajustada com
O sistema de transporte será equipado com porta(s) de acesso impermeável(is) para
um sistema de lavagem de correia a jato permitir fácil reparo e inspeção.
instalado diretamente após o chute frontal
F. Roletes de retenção.
para proporcionar a remoção final de
qualquer resíduo de carga da correia. Esse Os sistemas de lavagem a jato devem incluir
sistema de lavagem a jato estará contido ao menos três roletes de retenção acima da
em um isolamento de metal impermeável, correia que segurem a correia na posição
ajustado com suprimento de água e um contra as lâminas de limpeza e a água
dreno de tamanho grande aplicada a jato.

G. Sistema de drenagem.
Figura 24.33
O volume e a taxa de fluxo da água fluente e
24 A descarga de uma
caixa de lavagem deve do desenho do sistema de drenagem devem
ser um canal aberto ou ser suficientes para impedir o assentamento
um cano de diâmetro de sólidos a granel no sistema de drenagem.
largo que possua
curvas mínimas, vários
conectores removíveis
para permitir a limpeza TÓPICOS AVANÇADOS
e que use muita água
fluente.
O Processo de Desenvolvimento de
um Sistema de Caixa de Lavagem
Ao desenvolver uma estação de lavagem
de correia, é aconselhável fornecer uma
análise completa do sistema que leve em
conta uma série de fatores, inclusive o layout
físico do sistema de reciclagem de água e
do transportador, a quantidade de energia
necessária para secagem e reciclagem de água
e a capacidade de separação dos sólidos pela
água.

390
Sistemas de Lavagem de Correia | Capítulo 24

Ao considerar a instalação de uma caixa de A. Determinar a quantidade de material morto


lavagem, há uma série de questões que devem que entra na caixa de lavagem por dia
ser levantadas. Elas incluem: (Cbday-in).
B. Determinar a quantidade desejada de
A. Quanta água a caixa de lavagem usará?
material morto que sai da caixa de lavagem
B. Qual o nível de limpeza da correia quando por dia (Cbday-out).
ela entra na caixa de lavagem? C. Determinar a quantidade de efluente a ser
tratado por minuto.
C. Qual é o nível de limpeza da correia quando
ela deixa a caixa de lavagem? D. Considerar opções e outras questões.
D. Qual será o estado de secagem da correia? Essas quatro fases podem ser respondidas
seguindo os quatro passos a seguir:
E. O que será feito com o efluente (mistura de
sólidos e água)? Passo 1. Calcular o material morto sobre a
correia entrando na caixa de lavagem por dia
Essas questões podem ser respondidas (Cbday-in) (Equação 24.1).
com precisão razoável se houver informações
detalhadas disponíveis sobre as propriedades Passo 2. Calcular o material morto desejado
do material a granel, sobre as condições de na correia quando ela sai da caixa de
interface entre a correia e o material a granel, lavagem por dia (Cbday-out) (Equação 24.2).
sobre a quantidade de material morto presente
e sobre a escolha geral do equipamento na caixa Passo 3. Determinar a quantidade de
de lavagem. efluente a ser tratado por minuto (Equação
24.3).
Problema de Amostra
Passo 4. Considerar opções e outras
A abordagem para desenvolvimento de um
questões.
desenho preliminar de um Sistema de Caixa de
Lavagem é apresentada a seguir:

Cbday–in = BW · CW · S · T · Cbin · k Equação 24.1


Cálculo da quantidade
Dados: Uma correia de 1,2 metros (48 in.) com uma largura limpa de 67% percorrendo 3,5 metros por
de material morto
segundo (700 ft/min) possui um material morto medido de 100 gramas por metro quadrado (0,33 oz/ft2) em
uma operação de 24 horas. Encontrar: O material morto entrando na caixa de lavagem por dia.
entrando na caixa de
lavagem por dia
24
Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais
Material Morto Entrando
Cb day–in na Caixa de Lavagem toneladas toneladas curtas
por Dia
BW Largura da Correia 1,2 m 4 ft
Largura Limpa da
CW 0,67 (67%) 0,67 (67%)
Correia
S Velocidade da Correia 3,5 m/s 700 ft/min
T Tempo em um Dia 86.400 s 1.440 min
Quantidade de Material
Cb in Morto Alcançando a 100 g/m 2 0,33 oz/ft 2
Caixa de Lavagem
k Fator de Conversão 1 x 10 -6 3,12 x 10 -5
Métrico: Cbday–in = 1,2 · 0,67 · 3,5 · 86400 · 100 · 1 · 10-6 = 24,3

Imperial: Cbday–in = 4 · 0,67 · 700 · 1440 · 0,33 · 3,12 · 10-5 = 27,8

Material Morto Entrando


Cb day–in na Caixa de Lavagem 24,3 t 27,8 st
por Dia
Resposta do Passo 1: Há 24,3 toneladas (27,8 st) de material morto entrando na caixa de lavagem por dia.

391
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

Um estudo mais detalhado e uma análise Dez gramas por metro quadrado
teórica, combinados com testes em campo no é muito material morto deixado
local em questão, produzirão outros fatores e na correia na saída da caixa de
variáveis que podem ser usados para futuras lavagem?
opções de investigação. Outras questões que Conforme observado na discussão dos
podem ser consideradas agora incluem: níveis de material morto, ter 10 gramas por
metro quadrado (0,033 oz/ft2) é considerado
A. Dez gramas por metro quadrado (0,033
uma correia limpa. (Consultar Capítulo 31:
oz/ ft²) é muito material morto deixado na
Medições de Desempenho.) Testes mostraram
correia quando ela sai da caixa de lavagem?
que, em média, apenas cerca de 50% do
(O material morto é medido como o peso
material morto deixado na correia no seu nível
seco do material.)
de limpeza cairá da correia no ciclo de retorno.
B. Qual o nível de umidade da correia quando
A limpeza da correia é um processo com
ela sai da caixa de lavagem?
resultados em uma curva de seno. Um nível
C. Como o uso geral de água pode ser de material morto de 10 gramas por metro
reduzido? quadrado pode variar de 20 gramas por metro
quadrado (0,066 oz/ft2) a algumas vezes 0
Com o objetivo de manter esse exemplo gramas por metro quadrado. Para conseguir
curto, devem ser feitas algumas suposições uma correia mais limpa que 10 gramas por
sobre o teor de umidade do material morto metro quadrado (0,033 oz/ft²) de material
(50%) e do efluente (15%), para responder morto, é, então, necessária tanta pressão de
essas questões. Essas suposições são baseadas limpeza aplicada que danificaria a cobertura
em experiências com o desenho da caixa de da correia. Portanto, 10 gramas por metro
lavagem. quadrado é um limite inferior prático e aceitável
para o material morto restante na correia.

Equação 24.2 Cbday–out = BW · CW · S · T · Cbout · k


Cálculo do material
Dados: Uma correia de 1,2 metros (48 in.) com uma largura limpa de 67%, percorrendo 3,5 metros por
morto desejado na
segundo (700 ft/min), possui um material morto desejado de 10 gramas por metro quadrado (0,033 oz/ft2)
saída da caixa de
em uma operação de 24 horas. Encontrar: O material morto na saída da caixa de lavagem por dia.
lavagem por dia.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais

24 Cb day–out
Material Morto na Saída
da Caixa de Lavagem toneladas toneladas curtas
por Dia
BW Largura da Correia 1,2 m 4 ft
Largura Limpa da
CW 0,67 (67%) 0.67 (67%)
Correia
S Velocidade da Correia 3,5 m/s 700 ft/min
T Tempo em um Dia 86.400 s 1.440 min
Quantidade de Material
Cb out Morto na Saída da Caixa 10 g/m 2 0,033 oz/ft 2
de Lavagem
k Fator de Conversão 1 x 10 -6 3,12 x 10 -5
Métrico: Cbday–out = 1,2 · 0,67 · 3,5 · 86.400 · 10 · 1 · 10-6 = 2,4

Imperial: Cbday–out = 4 · 0,67 · 700 · 1.440 · 0,033 · 3,12 · 10-5 = 2,8

Material Morto na Saída


Cb day–out da Caixa de Lavagem 2,4 t 2,8 st
por Dia
Resposta Passo 2: O material morto desejado na saída da caixa de lavagem é de 2,4 toneladas (2,8 st) por
dia.

392
Sistemas de Lavagem de Correia | Capítulo 24

Qual o nível de umidade da correia espessura, com uma gravidade específica de 1,0,
na saída da caixa de lavagem? é igual a 1,0 grama por metro quadrado.)
A quantidade de água deixada na correia
pode ser estimada com base no tipo de sistema Como o uso geral de água pode ser
de remoção de água usado. O método mais reduzido?
eficaz é um sistema de lâminas de ar de alta O uso geral de água pode ser reduzido
velocidade. reciclando toda a água do efluente e
adicionando apenas a água tratada necessária
Testes confirmaram que, para ao sistema de caixa de lavagem. Teoricamente,
transportadores em movimento, o valor teórico a quantidade de água tratada necessária
de 6,0 gramas por metro quadrado (0,020 oz/ seria igual à quantidade de água deixada na
ft2) de água deixada na correia é baixo e fácil de correia na saída da caixa de lavagem e no
obter. efluente. No entanto, haverá outras perdas
No exemplo, considerar 10 gramas por metro no sistema em uma caixa de lavagem, como
quadrado (0,033 oz/ft2) (peso seco) de material vazamentos e espalhamento, bem como
morto deixado na correia a um teor de umidade evaporação. A quantidade de água que deixa
de 50%, significa que haverá uma quantidade a caixa de lavagem, contida no material morto
igual, ou 10 gramas por metro quadrado, de e nos sólidos reciclados, normalmente é no
água deixada na correia. (Obs.: uma camada mínimo metade da água tratada necessária.
de material morto ou água de 1,0 mícron de Como a adição de água tratada normalmente
é controlada por algum tipo de indicador de

(Cbday–in – Cbday–out) · k Equação 24.3


Em = + (WSB + WF) Cálculo da quantidade
ρ ·T de efluente tratado por
minuto.
Dados: Uma caixa de lavagem onde 24,3 toneladas (27,8 st) de material morto entram e 2,4 toneladas
(2,8 st) de material morto saem, e a densidade do material é de 1 quilograma por litro (62 lbm/ft3). A barra de
jatos e o sistema de evacuação na caixa de lavagem consomem 100 litros por minuto cada (25 gal/min) em
uma operação de 24 horas. Encontrar: A quantidade de efluente por minuto da operação.
Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais
Efluente Tratado por
Em litros por minuto galões por minuto
Minuto
Material Morto na
Cb day–in Entrada da Caixa de 24,3 t 27,8 st
Lavagem por Dia
Material Morto Desejado
24
Cb day–out na Saída da Caixa de 2,4 t 2,8 st
Lavagem por Dia
k Fator de Conversão 1.000 14.960
Densidade do Material a
ρ 1 kg/l 62 lb m/ft 3
Granel
T Tempo em um Dia 1.440 min 1.440 min
Consumo de Água da
W SB 100 l/min 25 gal/min
Barra de Jatos
Consumo de Água para
WF Evacuar a Caixa de 100 l/min 25 gal/min
Lavagem
(24,3 – 2,4) · 1000
Métrico: Em = + (100 + 100) = 215
1 · 1440
(27,8 – 2,8) · 14.960
Imperial: Em = + (25 + 25) = 54
62 · 1440
Efluente Tratado por
Em 215 l/min 54 gal/min
Minuto
Resposta Passo 3: O sistema trata 215 litros por minuto (54 gal/min) de efluente.

393
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

nível no tanque de assentamento, a demanda água e dos sólidos.


não é constante. Portanto, o sistema de água
tratada deve ser superestimado para manter o
tanque no nível apropriado sem ter que operar SOBRE O PROJETO DOS SISTEMAS
continuamente. DE LAVAGEM DE CORREIA
É possível calcular a água tratada necessária Finalizando…
(Equação 24.4).
Combinar raspadores de correia eficazes,
A caixa de lavagem requer 200 litros por tecnologia de lavagem a jato, tratamento de
minuto (50 gal/min) de água. Usando apenas a efluentes e sistemas de secagem de correia
água tratada necessária e reciclando a água do produz uma estação de lavagem de correia
efluente, a operação consumirá apenas 8,6 litros perfeita. Tal estação pode atender a necessidade
por minuto (2,5 gal/min). Isso produz uma de manter a correia razoavelmente limpa e
economia de água de 191,4 litros por minuto seca, proporcionar a recuperação e reciclagem
(47,5 gal/min) de água. A água reciclada pode dos sólidos a um custo razoável e usar uma
ser usada para evacuar a caixa de lavagem e/ quantidade mínima de água limpa. Onde o
ou ser usada nas barras de jatos com orifícios espaço é limitado, os elementos podem ser
maiores. A maior parte da água tratada pode elaborados para se ajustarem em espaços
ser adicionada como um jato de água limpa de confinados, mas as dificuldades podem resultar
baixo volume no último raspador de correia em reduções correspondentes na eficácia de
ou no rodo dentro da caixa de lavagem. Esse limpeza e aumento na dificuldade de operação
exemplo, embora simplificado, é típico de um e manutenção.
sistema de lavagem de correia transportadora
Os sistemas de lavagem de correia combinam
para essa velocidade e largura de correia,
todas as características desejadas de um sistema
usando-se um meio mecânico de reciclagem da

[(( )( )]
Equação 24.4 Cbday–out Cbday–in – Cbday–out
Cálculo de água tratada
MW = + · SF · k
1 – MCb
) ( 1 – ME
)
necessária por minuto

MCb ME
Dados: Uma caixa de lavagem onde 24,3 toneladas (27,8 st) de material morto entram e 2,4 toneladas
(2,8 st) de material morto saem, com um teor de umidade do material morto de 50% e um teor de umidade
da efluente de 15%. Encontrar: A quantidade de água tratada necessária por minuto.

24 Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais


MW Água Tratada por Minuto litros por minuto galões por minuto
Material Morto na Entrada da Caixa de
Cb day–in 24,3 t 27,8 st
Lavagem por Dia
Material Morto Desejado na Saída da
Cb day–out Caixa de Lavagem por Dia 2,4 t 2,8 st

k Fator de Conversão 0,69 0,17


M CB Teor de Umidade do Material Morto 0,5 (50%) 0,5 (50%)
ME Teor de Umidade do Efluente 0,15 (15%) 0,15 (15%)
Fator de Segurança para Considerar
SF 2 2
Outras Perdas

[( ( ) (( )]
2,4 24,3 – 2,4
Metric: MW = 1 – 0,5
0,5 ) + 1 – 0,15
0,15 ) · 2 · 0,69 = 8,6

[( ( )) (( ) )]
2.8 27.8 – 2,8
Imperial: MW = 1 – 0,5 + 1 – 0,15 · 2 · 0,17 = 2,5
0,5 0,15
MW Água Tratada por Minuto 8,6 l/min 2,5 gal/min

394
Sistemas de Lavagem de Correia | Capítulo 24

QUESTÕES DE SEG URANÇA

De modo geral, as questões ser descarregados, e todas as fontes de


de segurança para estações pressões, como água e ar comprimido, devem
de lavagem de correia não são diferentes ser desligadas e despressurizadas antes do
das questões de outros sistemas de limpeza reparo.
de correia, com as exceções de que
normalmente há líquidos sob pressão e de A inspeção e o reparo das caixas de
que pode haver equipamentos auxiliares, lavagem requerem acesso dos dois lados do
como bombas ou transportadores helicoidais, transportador. Deve ser fornecido um espaço
que possam ser iniciados automaticamente. de trabalho adequado. A presença de água
(Consultar Capítulo 14: Limpeza da Correia, pode provocar deslizamento nos pisos e
para uma revisão das questões de segurança passarelas; portanto, é sempre aconselhável
com sistemas de limpeza de correia.) precaução ao se aproximar desses sistemas
ou operá-los. Os trabalhadores devem
Devem ser seguidos os procedimentos ter cuidado ao inspecionar os sistemas de
adequados de restrição/listagem/bloqueio/ lavagem de correia, a fim de evitar estarem
teste. Os equipamentos auxiliares, como sujeitos a jatos de água bastante fortes e às
bombas e transportadores helicoidais, devem partículas nela contidas.

de limpeza de correia em um único sistema


REFERÊNCIAS
de operação. Ao selecionar o equipamento
apropriado para a aplicação, os custos podem 24.1 Planner, J. H. (1990). “Water as a means
ser minimizados, e o lucro do investimento of spillage control in coal handling
pode ser calculado com base no cumprimento facilities.” In Proceedings of the Coal
das regulações ambientais, na recuperação Handling and Utilization Conference:
do material morto na redução dos gastos Sydney, Australia, pp. 264–270. Barton,
de limpeza e no aumento da vida útil dos Australian Capital Territory, Australia:
componentes. Institution of Engineers, Australia.

24.2 Stahura, Richard. P., Martin Engineering.


A Seguir… (1987). “Conveyor belt washing: Is this
Este capítulo sobre Sistemas de Lavagem the ultimate solution?” TIZ-Fachberichte,
de Correia, o quarto capítulo desta seção, Volume 111, No. 11, pp. 768–771. ISSN 24
discutiu o uso de água com sistemas de limpeza 0170-0146.
de correia para reduzir o material morto e o
dano que ele pode causar ao transportador. 24.3 University of Illinois. (1997). High Pres-
O capítulo seguinte, Ciência de Materiais, é o sure Conveyor Belt Cleaning System.
último capítulo desta seção. Estudo não publicado feito pela Martin
Engineering

24.4 University of Newcastle Research Associ-


ates (TUNRA). Estudo sem título, não
publicado, feito pela Engineering Services
and Supplies P/L (ESS).

395
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

24.5 University of Illinois. (2005). Design of 24.7 Roberts, A.W.; Ooms, M.; and Ben-
Conveyer Belt Drying Station. Estudo nett, D. Conveyor Belt Cleaning – A
não publicado feito pela Martin Engineer- Bulk Solid/Belt Surface Interaction
ing. Problem. University of Newcastle,
Australia: Department of Mechanical
24.6 Swinderman, R. Todd, Martin En-
Engineering.
gineering. (2004). “Standard for the
specification of belt cleaning systems 24.8 Spraying Systems Company (http://
based on performance.” Bulk Materi- www.spray.com) contém uma
al Handling by Conveyor Belt 5, pp. variedade de materiais úteis sobre
3–8. Edited by Reicks, A. and Myers, os princípios básicos e as opções
M., Littleton, Colorado: Society for disponíveis para esguichos a jato.
Mining, Metallurgy, and Exploration
(SME).

24

396
Sistemas de Lavagem de Correia | Capítulo 24

24

397
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

Figura 25.1
A ciência de materiais
a granel envolve a
determinação das
propriedades do(s)
material(is) a granel
e a aplicação dessas
propriedades ao projeto
dos sistemas de tratamento
de material a granel e seus
componentes.

25

Capítulo 25

CIÊNCIA DE
MATERIAIS
Propriedades Básicas de Materiais a Granel............................................................................................... 399
Propriedades Avançadas dos Materiais a Granel........................................................................................ 402
Aplicações Típicas das Propriedades dos Materiais a Granel................................................................. 406
Especificações Técnicas..................................................................................................................................... 407
Questões de Segurança...................................................................................................................................... 408
Tópicos Avançados............................................................................................................................................... 408
Ciência de Materiais para Melhoria de Projetos......................................................................................... 410

398
Ciência de Materiais | Capítulo 25

Neste Capítulo… determinar as propriedades básicas e avançadas


Neste capítulo, será discutida a importância adequadas do material a granel específico.
do teste dos materiais a granel atuais a serem Há muitas aplicações para ciência de
transportados para o modelo de transporte materiais, como o desenho dos depósitos,
adequado. Serão descritas as propriedades transportadores helicoidais e pilhas de
básicas e avançadas dos materiais a granel, bem estoque. Este capítulo discutirá a importância
como os métodos de teste usados para medir da aplicação das propriedades dos materiais
essas propriedades e as aplicações típicas para a granel para o desenho dos sistemas de
as quais esses testes são realizados. transporte por correias e seus componentes para
A ciência de materiais a granel é um campo manuseio de materiais a granel (Figura 25.1).
interdisciplinar que envolve a determinação
das propriedades do(s) material(is) a granel e a
aplicação dessas propriedades ao projeto dos PROPRIEDADES BÁSICAS DOS
sistemas de tratamento de materiais a granel MATERIAIS A GRANEL
e seus componentes. Essa ciência investiga a Muitas das propriedades básicas e dos testes
interação entre o(s) material(is) a granel – como de materiais a granel são descritos na publicação
partículas individuais e como corpo do material CEMA STANDARD 550-2003, da Associação
– e as superfícies sobre as quais o(s) material(is) de Fabricantes de Equipamentos de Transporte
transitarão. (Conveyor Equipment Manufacturers
Association – CEMA). As propriedades
Desde o desenho dos primeiros
mais comumente usadas (ou desusadas) na
transportadores, as propriedades básicas dos
elaboração de sistemas de transporte por
materiais a granel, como densidade a granel
correias são descritas a seguir.
e ângulo de repouso, têm sido usadas para
medir o tamanho dos equipamentos e para
calcular os requisitos de energia para sistemas Densidade a Granel Inconsistente
de tratamento de materiais a granel. A ciência A densidade a granel (ρ) de um material
moderna de materiais a granel traça suas a granel é o peso por unidade de volume
raízes ao trabalho de Andrew W. Jenike, da – quilogramas por metro cúbico (lbm/ft3).
Universidade de Utah, no qual as dimensões Haverá diferenças na densidade a granel a
necessárias pelos depósitos em uma condição diferentes teores de umidade, se o material a
de fluxo de massa foram determinadas com granel percorrer a correia transportadora e for
base na força do material a granel sob várias compactado devido à vibração.
condições. Os métodos desenvolvidos por
Jenike são usados para determinar a força Densidade a Granel Inconsistente
interna dos materiais a granel e a fricção entre o A densidade a granel (ρ1) de um material a
25
material a granel e as superfícies que ele tocará granel é o peso por unidade de volume que foi
(p.ex., a correia ou o chute). Essas propriedades medido quando a amostra estava em condições
são usadas com um sucesso crescente para não compactadas ou de inconsistência (Figura
prever o comportamento e o fluxo dos 25.2). A densidade a granel inconsistente
materiais a granel, conforme eles percorrem sempre deve ser usada na elaboração do chutes
os transportadores e os chutes, permitindo, da área de carregamento e da altura e largura
portanto, a elaboração de sistemas mais limpos, das calhas de transferência, ou a capacidade
mais seguros e mais produtivos. do desenho pode não percorrer o ponto de
transferência, devido ao aumento de volume no
É publicada uma série de referências com
estado de inconsistência.
propriedades típicas para muitos materiais
a granel (Referência 25.1). Esses dados de
referência normalmente são uma descrição Densidade a Granel Consolidada
geral, e, embora sejam úteis para um projeto A densidade a granel consolidada (ρ2)
preliminar do equipamento, eles não – algumas vezes chamada de densidade a
representam um material a granel específico granel vibrada – normalmente é a densidade
sob as condições atuais de uso. Podem ser mais pesada que pode ser encontrada no
cometidos erros graves ao se projetar um transporte de materiais a granel (Figura
sistema de tratamento de materiais sem 25.3). Isso é alcançado pela aplicação de

399
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

Figura 25.2 uma força (F) ou uma energia vibratória ao


corpo do material. A densidade a granel
A densidade a granel
consolidada é usada para determinar o peso
inconsistente (ρ1) de
um material a granel é do material transportado sobre a correia com
o peso por unidade de base no ângulo de sobrecarga. A porcentagem
volume que foi medido de compressibilidade pode ser encontrada
quando a amostra tomando a densidade a granel vibrada menos
estava em condições
não compactadas ou de a densidade a granel inconsistente, dividida
inconsistência. pela densidade a granel vezes 100. Essa relação
raramente é maior que 40% e pode ser tão
baixa quanto 3%, indicando que se deve
ter cuidado com os cálculos relacionados à
densidade.

Há uma série de padrões publicados para


determinar a densidade a granel, como o
ASTM D6683-01, da Sociedade Americana
de Testes e Materiais (American Society
for Testing and Materials – ASTM), mas
recomenda-se que os métodos de teste descritos
no CEMA STANDARD 550-2003 sejam
usados quando a densidade for aplicada ao
transporte de materiais a granel.

Ângulo de Repouso
O ângulo inconsistente de repouso para
Figura 25.3
materiais a granel é o ângulo entre uma linha
A densidade a
horizontal e uma linha diagonal de cima de uma
granel consolidada
pilha de material a granel, formada livremente,
(ρ2) – algumas
vezes chamada de até a base da pilha (Figura 25.4). O ângulo
densidade a granel de repouso de um determinado material pode
vibrada – normalmente variar, contudo, depende de como a pilha
é a densidade mais
pesada que pode
é montada e da densidade, do formato das
ser encontrada no partículas, do teor de umidade e da consistência
transporte de materiais do tamanho do material. Como o ângulo
25 a granel, alcançada
pela aplicação de uma
de repouso é relativamente fácil de medir,
muitas vezes ele é usado como um parâmetro
força compressora (F)
ou energia vibratória ao conveniente de desenho. No entanto, isso pode
corpo do material. causar erros graves devido às largas variações
do ângulo para uma determinada categoria
de material a granel. Por exemplo, a faixa do
ângulo de repouso para vários tipos de carvão,
conforme listado no CEMA STANDARD
550-2003, percorre de 27o a 45o. A aplicação
do ângulo de repouso deve ser limitada para
o formato das pilhas de estoque formadas
livremente.

Ângulo de Sobrecarga
O ângulo de sobrecarga é o ângulo da seção
Figura 25.4 cruzada de carga, medido pela inclinação em
Ângulo de repouso graus para o eixo horizontal (Figura 25.5).
O símbolo θs é frequentemente usado para
representar o ângulo de sobrecarga. O ângulo
Ângulo de
Repouso
Horizontal

400
Ciência de Materiais | Capítulo 25

de sobrecarga de um material a granel sobre a calha-guia devem ser no mínimo duas vezes
um transportador em movimento depende a dimensão do minério maior, a fim de evitar
do tipo de transportador envolvido. Com um entupimento.
transportador de correia convexa, a superfície
superior da seção cruzada de carga do material A análise de uma triagem fornece a
a granel é assumida como parte de um arco representação mais completa do tamanho dos
circular, com os limites do arco encontrando materiais a granel (Figura 25.8). O ASTM
os lados inclinados da correia sem distância de
borda. (Consultar Capítulo 11: Calhas-Guia, D Figura 25.5
Bo istâ
para uma discussão sobre distância de borda.) rd nci Ângulo de sobrecarga
aP ad
Em transportadores de superfícies verticais, ad e (θs) para uma correia

o topo da seção cruzada de carga pode ser o convexa.
assumido como uma parte de um arco circular,
cujas pontas atingem os lados verticais (Figura
25.6). O ângulo de sobrecarga é medido pela
inclinação da linha tangencial ao arco circular.
Em uma correia plana ao transportador, a
superfície superior do material a granel é
presumida como triangular na seção cruzada
(Figura 25.7).

O ângulo de sobrecarga é útil no projeto


de transportadores para determinar o perfil
da carga sobre a correia para várias larguras
de correia e ângulos convexos, que fornecem,
portanto, a capacidade teórica de carga da
correia. Os métodos de teste padrão para
determinação dos ângulos de sobrecarga para Figura 25.6
materiais a granel são descritos no CEMA Ângulo de sobrecarga
STANDARD 550-2003. (θs) para um alimentador
vertical.

Tamanho do Material
O tamanho do material a granel normalmente
é descrito usando tanto o tamanho máximo do
minério como a porcentagem de partículas que
passam por uma série de obstáculos definidos
através de um processo geralmente chamado
25
triagem. As duas medidas são importantes para
a elaboração do transportador.

O tamanho do material muitas vezes é


descrito como a largura e a altura do minério
maior. Por exemplo, um material com largura
Figura 25.7
e altura máxima do minério de 50 milímetros
x 50 milímetros (2 in. x 2 in.) seria descrito Ângulo de sobrecarga
(θs) para uma correia
como 50 milímetros (2 in.) menos o material. plana.
No entanto, é prática comum assumir que o
comprimento do minério pode ser três vezes
o maior tamanho da largura ou da altura; o
exemplo acima mostra um comprimento de
até 150 milímetros (6 in.) de distância. Essa
informação é útil para a determinação de
tamanho de vários componentes, inclusive da
largura de chutes e calhas de transferência. Uma
“regra do polegar” comum é de que o chute ou Distância de
Borda Padrão

401
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

D6396-99 (2006) (Referência 25.3) fornece A quantidade de ar induzido é inversamente


um método de teste para análise de tela de proporcional ao diâmetro da partícula; quanto
materiais a granel. A distribuição do tamanho menor o diâmetro, mais ar induzido haverá.
das partículas é uma tabulação da porcentagem Conhecer o diâmetro médio da partícula
do material representada em cada faixa de representa uma forma simplificada de calcular
tamanho como uma parte da amostra total, o ar induzido, com base na porcentagem de
conforme demonstrado ao passar através de partículas de cada lado da superfície.
um determinado tamanho de tela e ser retido
na próxima tela menor. A curva de distribuição
do tamanho das partículas geralmente é um PROPRIEDADES AVANÇADAS DE
gráfico semilogarítmico que usa o tamanho MATERIAIS A GRANEL
da partícula como as abscissas em uma escala
Teor de Umidade
logarítmica e a porcentagem cumulativa, pelo
peso que passa por um determinado tamanho O teor de umidade é a quantidade total de
de tela como o comum (Figura 25.9). O água presente em um material a granel. Um
formato da curva e do obstáculo de qualquer material a granel pode apresentar teor de
parte reta indica a uniformidade relativa da umidade superficial (livre) e teor de umidade
distribuição do tamanho de uma amostra. inerente. A umidade superficial é a massa
Essa informação é útil para a determinação do da água que está entre as partículas, sobre
tamanho de partícula necessário para calcular a superfície e nos poros abertos. O teor de
o fluxo de ar. (Consultar Capítulo 7: Controle umidade superficial pode ter um efeito maior
do Ar, para calcular o ar induzido, que inclui sobre os valores do material de ângulo de
o diâmetro (D) da partícula no denominador.) fricção lateral, aderência e coesão. O teor de

Figura 25.8
A análise por triagem
fornece a representação
mais completa do
tamanho do material a
granel.

Figura 25.9
A curva de distribuição
25 do tamanho da partícula
geralmente é um gráfico
semilogarítmico.
Porcentagem Passante

Diâmetro da Partícula (mm)

402
Ciência de Materiais | Capítulo 25

umidade inerente é a massa de água contida forças perpendiculares à área da seção cruzada
dentro dos poros fechados, mas não inclui do material. A pressão forçada aumenta a partir
a umidade quimicamente ligada dentro das das forças paralelas ao plano da seção cruzada
partículas. O teor de umidade é definido (Figura 25.10). A pressão é expressa como
com referência de umidade na indústria de uma força dividida por uma área.
tratamento de materiais a granel. O teor de
umidade é expresso como uma porcentagem do O trabalho original de Jenike focava nas
peso úmido total. O método mais comum de propriedades dos materiais a granel como
determinar a umidade superficial é secar uma derivadas da capacidade de pressão forçada
amostra em um forno, até alcançar o equilíbrio, do material. O trabalho de Jenike visava a
e depois medir a perda de peso. determinar as dimensões de saída do despejo
de um armazenamento pelas pressões e pelo
Taxa de Assentamento e fluxo de gravidade confiável na lateral da
Umedecimento superfície para um desenho de despejo seguro.
A capacidade de umedecimento de uma As propriedades de fluxo de um material
solução é a medida da sua capacidade de a granel podem ser derivadas da medição
“molhar” (espalhadamente) e penetrar em um da força de enfraquecimento do material a
material a granel. Isso é importante, pois afeta granel, usando uma célula de enfraquecimento
o desempenho dos sistemas de supressão de (Figura 25.11). Há vários fabricantes de
pó e as substâncias químicas com o material células de enfraquecimento e métodos de teste
particular e reflete neles. usados para determinar as propriedades dos
materiais a granel, como o ASTM D6128-06
Os métodos de medição de sedimentação (Referência 25.5) ou o ASTM D6773-02
são baseados na aplicação da Lei de Stokes, que (Referência 25.6). Normalmente, apenas os
descreve a velocidade terminal para uma esfera resíduos do material a granel são testados, pois
isolada, assentando em um líquido viscoso, eles geralmente apresentam os maiores valores
sob a influência de um campo gravitacional (ou de aderência e coesão. Os testes de célula de
seja, sem queda). Para materiais com baixos enfraquecimento consomem tempo, devido
números de Reynolds (ou seja, condições de ao grande número de testes necessários para
fluxo laminar), a velocidade terminal depende determinar as propriedades em diferentes
do contraste de densidade entre a partícula e o níveis de umidade e pressões de consolidação.
meio, da viscosidade e do tamanho da partícula. A repetição dos resultados dos testes requer
A taxa de assentamento ou sedimentação procedimentos de teste e preparação de
é semelhantemente importante para ajudar a amostras cuidadosos, feitos por um profissional
avaliar o desempenho de sistemas de supressão capacitado.
de pó e de lavagem de correia com materiais 25
Ao conduzir esses testes, os valores
específicos. Um teste simples e comum para encontrados são a força principal ou de
a taxa de assentamento de materiais a granel consolidação (V) e a área da amostra. O
na água é comumente chamado de “Teste do que é medido é a força de cisalhamento (S)
Jarro”. Na forma mais simples, uma amostra necessária para ceifar o material a granel. A
do material a granel é colocada em um força de cisalhamento e a área de cisalhamento
béquer de água, e registra-se o tempo para o são usadas para determinar a força normal
material assentar no fundo. Os procedimentos
detalhados são descritos no ASTM D2035-08
Figura 25.10
(Referência 25.4).
A pressão forçada
aumenta a partir
Pressões Internas das forças paralelas
A pressão interna em um material não pode Forç
a ap
ao plano da seção
licad
Pres a cruzada.
ser medida diretamente. Ela deve ser deduzida são
força
da
a partir da força que atua na área de uma
Pres
unidade de um material a granel, conforme são
força
da
ele resiste à separação, à compactação ou ao
deslizamento, induzida por forças externas. A
pressão normal se refere à pressão causada por

403
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

Figura 25.11
Área de
Usando uma célula Cobertura Carga de Consolidação Cisalhamento
(V)
de cisalhamento, as
propriedades de fluxo Anel de Movimento
do material a granel
podem ser derivadas Força de
Anel de Base Cisalhamento (S)
da medição da força
de cisalhamento do
material a granel.

Base Fixa Sólido a Granel Sólido a Granel

e de cisalhamento a diferentes pressões de


Figura 25.12
consolidação e teores de umidade, usando o
Conceito do círculo de Mohr. O círculo de Mohr representa
Círculo de Mohr.
as forças em planos cortantes que são inclinadas
por todos os ângulos possíveis. A posição do
círculo de Mohr é definida pelas duas forças
principais (Figura 25.12). É importante
Pressão de Consolidação (V) observar que um material a granel pode
transmitir forças de cisalhamento mesmo se ele
estiver em repouso. As forças compressoras
também são definidas como forças positivas em
materiais a granel.

Ângulo de Fricção Interno


Os valores de fricção interna podem ser
determinados realizando uma série de testes de
cisalhamento a várias pressões de consolidação.
O ângulo de fricção interno é o ângulo pelo
qual as partículas dentro de um material a
Círculo de Mohr granel deslizam sobre outro material dentro
de uma pilha, ou, em outras palavras, falham
Figura 25.13 devido a cisalhamento. Esse ângulo está entre
Uma série de testes
o eixo horizontal e o eixo tangencial da linha
de cisalhamento de que define a alteração na força de cisalhamento,
conforme o aumento da força de consolidação
25 várias pressões de
consolidação. (Figura 25.13 e Figura 25.14).

O Método de Jenike usa exclusivamente


um ângulo eficaz de fricção interna, que é o
ângulo do eixo horizontal de uma linha que
passa através da origem, enquanto permanece
tangencial ao círculo de Mohr, representando a
condição de consolidação (Figura 25.15).
Figura 25.14 FRICÇÃO INTERNA (Ф)

Fricção interna (Φ). Os materiais a granel não apresentam as


mesmas relações de tensão-deformação que
Força de Cisalhamento

os materiais de plástico rígido, vidro e metal.


Os materiais a granel não possuem uma tensão
de escoamento ideal como o aço e outros
materiais, mas, em vez disso, possuem uma
região estruturada. A superfície é composta
por limites de escoamento. Esse limite de
Coesão
escoamento aumenta em comprimento,
conforme a força de consolidação aumenta em
Força teor de umidade e tamanho de partícula fixo.

404
Ciência de Materiais | Capítulo 25

Figura 25.15
Ângulo de fricção
interna eficaz.

Força de Cisalhamento
Limite de Escoamento

Coesão

Força Normal

ÂNGULO DE FRICÇÃO INTERNA EFICAZ

Aumentar a força de consolidação aumenta


o ângulo eficaz de fricção interna) (Figura
a densidade a granel, dando ao gráfico uma
25.18). Materiais a granel, particularmente
superfície de falha tridimensional.
os finos, possuem a capacidade de se ligar
por cima sobre superfícies horizontais e,
Fricção de Interface portanto, mostram força mesmo sob forças
A fricção de interface (θ) para chutes em de consolidação negativas maiores que a
manuseio de materiais a granel pode ser força da gravidade. A força de cisalhamento
determinada com uma célula de cisalhamento e em forças de consolidação negativas é de
uma amostra do material de interface atual – ou interesse particular para o projeto do chute
seja, o material que estará em contato com o na determinação dos valores de aderência e
material a granel (Figura 25.16).
Figura 25.16
A fricção de interface (algumas vezes Material a Granel
Teste de célula de
referida como fricção lateral) normalmente
é alta a baixas pressões de consolidação
cisalhamento para
valores de fricção de
25
e reduz rapidamente conforme a pressão interface de materiais a
aumenta (Figura 25.17). A significância granel (θ).
disso no desenho do chute está relacionada à
profundidade do vale do material em transporte
no chute. Essa propriedade é especialmente
crucial para um chute realizar autolimpeza
Lateral/Correia
quando o fluxo para, e a profundidade do
vale do material se aproxima de zero. Nessa
situação, a resistência ao fluxo do material fora Figura 25.17
do chute está ao máximo. Efeito da pressão de
consolidação sobre a
Dois valores de fricção (µ) são importantes fricção lateral.
no projeto do chute: o coeficiente de fricção
entre o material a granel e a parede do chute
e o coeficiente de fricção entre o material a
granel e a correia. O coeficiente de fricção
é igual à tangente do ângulo de fricção de
Pressão Normal sobre a Lateral, V = σxA
interface (determinado da mesma forma que

405
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

coesão. Pode ser usada uma adaptação da granel lidar com o cisalhamento – sua coesão
célula de cisalhamento para aplicar forças – começa a diminuir. A força coesiva pode
de consolidação negativas ou o limite de ser determinada a partir de testes de célula de
escoamento lateral pode ser extrapolado para cisalhamento. Ela é dada pela seguinte equação:
estimar esses valores (Equação 25.1). a força coesiva é igual à força de consolidação,
vezes a tangente do ângulo de fricção interna
Coesão mais uma constante [τ = σc tan Φ + k].
A coesão (τ) é a resistência do material
a granel para ceifar a zero a força normal Aderência
compressora. A coesão pode ser imaginada A aderência (σ) é a resistência do material
como a capacidade das partículas de se a granel para movimentar a uma força de
unirem umas às outras. O teor de umidade cisalhamento zero. A aderência pode ser
(tensão superficial), a atração eletrostática e a imaginada como o ligamento do material a
aglomeração são as três condições principais superfícies, como chutes e correias. A condição
que afetam o nível de força coesiva em um da superfície, a umidade e as impurezas,
material a granel. A força coesiva aumenta como barro, são as três condições principais
conforme é adicionada umidade ao material que afetam o nível de força aderente em um
a granel, até um valor máximo ser alcançado material a granel. A força aderente pode ser
(Figura 25.19). Conforme é adicionada determinada a partir de testes de célula de
mais umidade, a capacidade de o material a cisalhamento e é muito útil na determinação da
probabilidade de um material se aderir ou ligar
Figura 25.18 a superfícies.
O coeficiente de fricção Limite de
é a inclinação ou Escoamento
tangente do ângulo de
Ângulo de
APLICAÇÕES TÍPICAS DAS
fricção lateral. Fricção Lateral PROPRIEDADES DE MATERIAIS A
GRANEL
Coesão
Capacidade de Transporte
Aderência
A capacidade de transporte, normalmente
expressa como toneladas por hora (st/h), é um
dos parâmetros de projeto básicos calculados
Equação 25.1 S τ diretamente a partir da densidade – quilogramas
Relação da fricção de tan θ = = =μ por metro cúbico (lbm /ft3) – do material a
interface. V σ granel.
25
Densidade é um termo familiar usado
Figura 25.19 Testes de Interface -Coesão
quando se refere a materiais como aço e
Os testes mostraram
que a coesão e a
concreto; isso é chamado de densidade da
aderência aumentam partícula. No desenho de transportadores,
conforme aumenta a devem ser consideradas tanto a densidade
umidade, até ter sido inconsistente como a densidade vibrada. A
aplicada umidade
densidade a granel de um material muda de
Coesão

suficiente para começar


a liquidificar o material seu estado de equilíbrio, através de pontos de
e reduzir a coesão. transferência e enquanto ele é transportado.
A variação exata na Se um ponto de transferência é elaborado
aderência e coesão
com teor de umidade
usando o valor de densidade a granel vibrada,
mudará de material é provável que o chute seja congestionado a
para material e de menos que a capacidade indicada. Conforme
local para local. Obs.: o material a granel cai, o ar é induzido,
Teor de umidade é a Conteúdo de úmidade (%-base-seco)
porcentagem de perda aumentando o volume do material; há um
de peso entre o material LEGENDA espaço muito pequeno para o material
úmido e o material após inconsistente se mover a uma taxa de fluxo
ter secado. Calcário Calcário total. A densidade a granel inconsistente pode
Taconita Taconita ser até metade da densidade a granel vibrada.

406
Ciência de Materiais | Capítulo 25

Se o projetista procura por densidade de a força do material é afetada pelas alterações


um material em uma apostila de engenharia no teor de umidade fornece diretrizes no
geral, o valor listado muito provavelmente uso de água para enfraquecer o material a
será a densidade da partícula, que pode ser granel a fim de que o material morto possa ser
comparada à densidade vibrada. Se esse eficazmente removido da correia. Conhecer
valor for utilizado, ele criará um projeto com o teor de umidade crítico permite que um
tamanho de 2 a 4 vezes menor. O projetista projetista calcule o volume de água necessário.
precisa estar atento para as alterações adequadas Sem esse conhecimento, o ponto de vista de
nas densidades e no desenho. que “adicionar água ao processo é uma coisa
ruim” permanecerá, mesmo havendo vantagens
Desenho do Chute significativas ao usá-la.
O desenho do chute é mais que uma questão Projetar um sistema de lavagem de correia
de ter a área correta da seção cruzada com base funcional requer conhecimento sobre como
na densidade a granel inconsistente. Um fluxo o material a granel se comporta na água. O
confiável de materiais a granel através de um transporte e o tratamento do efluente estão
chute depende, entre outros fatores, da fricção diretamente relacionados à taxa à qual o
entre o material a granel e as chapas de desgaste material se assenta na água. O tamanho do
e da lateral do chute. O desenho dos chutes tanque de separação ou do compartimento de
curvados para fluxo confiável dependem de assentamento está diretamente relacionado à
conhecer as propriedades do material a granel taxa de sedimentação do material. Materiais
em relação às superfícies de fluxo. Quando pesados, como o minério de ferro, precisam
é usado um valor típico de ângulos de chute, de uma quantidade grande de água fluente
o resultado muitas vezes é de acúmulo de para evitar que o encanamento e as caixas de
material, causando bloqueio do chute. Por lavagem entupam. Outros materiais que não
exemplo, o linhito possui um coeficiente de se assentam, como alguns carvões, podem não
fricção significativamente mais alto sobre o aço ser adequados para uma estação de lavagem de
inoxidável do que o carvão betuminoso, mas os correia.
coeficientes de fricção são semelhantes quando
o polietileno de Ultra-Alto Peso Molecular
Supressão de Pó
(UHMW) é a chapa de desgaste. Podem
surgir problemas de fluxo graves se as placas A seleção de um método de supressão
de desgaste e o material a granel atual sendo de pó requer conhecimento sobre como
considerados para uso no desenho não forem o material reagirá com água e com várias
testados. substâncias químicas usadas para melhorar o
umedecimento e a aglomeração das partículas.
Uma propriedade significativa dos materiais
a granel que normalmente não é considerada
Alguns materiais a granel não reagem – ou
reagem muito lentamente – para serem bons
25
no desenho do chute é o efeito do tempo e candidatos ao uso de somente água com o
da pressão de consolidação sobre a força do agente supressor. Devem ser feitos testes para
material. Os materiais a granel geralmente determinar se precisam ser usados aditivos
ganham força no armazenamento. No químicos para fornecer uma supressão de pó
entanto, no desenho do chute, as pressões eficaz.
de consolidação são normalmente baixas,
e o tempo gasto no chute deve ser mínimo.
O efeito das alterações no teor de umidade ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
é significativo, especialmente a respeito de
acúmulos de material nos chutes. Um resultado Ao testar os materiais a granel para a
desse fenômeno é que o material morto elaboração de sistemas de tratamento de
geralmente ganha força conforme ele seca nas materiais, deve-se testá-lo quanto à faixa de
correias e chutes de desvio. condições previstas para ocorrer durante
condições de operação extremas e normais e
quanto a todas as variações esperadas na fonte,
Limpeza de Correia
na qualidade das propriedades do material.
A aderência e a coesão são propriedades Esses testes incluiriam:
importantes usadas para prever a natureza dos
desafios na limpeza das correias. Saber como

407
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

A. Tamanho das partículas. saturação, e a cada uma das três pressões


Deve ser realizada uma análise de consolidação diferentes – pressão
granulométrica para todas as qualidades e zero, média e máxima –, de acordo com
variações esperadas de materiais a granel, de o método de teste ASTM D6128-06
acordo com os métodos de teste descritos (Referência 25.5) ou ASTM D6773-02
no ASTM D6393-99 (2006) (Referência (Referência 25.6).
25.3) ou no CEMA STANDARD 550-
E. Valores de fricção de interface.
2003.
Os valores de fricção de interface devem
B. Densidade. ser determinados para os materiais a
A densidade a granel do material deve ser granel e para o(s) material(is) da chapa de
determinada a três pressões de consolidação desgaste e da lateral do chute a um mínimo
diferentes – representando as densidades de três níveis de umidade diferentes e a
a granel inconsistente, média e máxima três pressões de consolidação diferentes,
esperadas – de acordo com os métodos de acordo com o método de teste ASTM
de teste descritos no ASTM D6393- D6128-06 (Referência 25.5) ou ASTM
99(2006) (Referência 25.3) ou no CEMA D6773-02 (Referência 25.6). Os valores de
STANDARD 550-2003. fricção de interface para o material a granel e
para a correia devem ser determinados a um
C. Ângulo de repouso e de sobrecarga. mínimo de três níveis de umidade diferentes
Os ângulos de repouso e de sobrecarga e a três pressões de consolidação diferentes,
devem ser determinados para os materiais de acordo com o método de teste ASTM
a granel de acordo com os métodos de D6128-06 (Referência 25.5).
teste descritos no ASTM D6393-99(2006)
(Referência 25.3) ou no CEMA STAN-
DARD550-2003. TÓPICOS AVANÇADOS

D. Força do material. Capacidade da Correia com


Exemplo das Propriedades de
Os valores de aderência e de coesão devem
Carvões Diferentes
ser determinados a um mínimo de três
teores de umidade diferentes, pelo teste A sexta edição do Belt Conveyors for Bulk
dos níveis de umidade mínimo, médio e de Materials, da CEMA, fornece equações

25 QUESTÕES DE SEG UR ANÇA

Testar as propriedades de sistemas que falham em cumprir a capacidade


um material a granel melhora do projeto, devido ao uso de valores
a capacidade de um projetista criar métodos típicos ou “publicados em apostilas” para a
seguros de armazenamento e transporte. densidade a granel de um material.
Por exemplo, sabe-se bem que materiais a
granel em fluxo podem gerar pressões laterais A maioria dos materiais a granel é inerte.
desiguais nos silos. Sem testar os materiais Geralmente, o teste das propriedades
específicos sob as condições esperadas de dos materiais a granel é um processo
armazenamento, o projetista pode apenas relativamente seguro se os procedimentos
supor as forças envolvidas. Muitos exemplos dos padrões de testes são seguidos. Alguns
de falha nos canais de armazenamento materiais demonstrarão riscos químicos,
demonstram a sabedoria de testar o material explosivos ou à saúde. As Planilhas de
e de usar a estrutura apenas para os materiais Segurança de Dados de Materiais são uma
especificados. Menos catastróficos, mas boa fonte de informação sobre o manuseio
tão nocivos à produtividade quanto, são os seguro de um material particular.

408
Ciência de Materiais | Capítulo 25

detalhadas para o cálculo da capacidade de um são comparadas acerca da faixa de propriedades


transportador com base no ângulo convexo dos nove carvões diferentes (Equação 25.2).
e no ângulo de sobrecarga. As mesmas Isso demonstra a sensibilidade do projeto
fórmulas podem ser usadas para determinar a de um transportador ou de um ponto de
capacidade do material a granel em um estado transferência para as propriedades do material
inconsistente, como quando o material é a granel. O exemplo 1 analisa o carvão mais
transferido pela primeira vez de uma correia a denso; o exemplo 2 analisa o carvão com a
outra. menor densidade.

O CEMA STANDARD 550-2003 lista Para esses exemplos, uma comparação das
nove classificações diferentes de carvão. As áreas da seção cruzada, encontrada usando os
densidades a granel inconsistentes listadas para valores perto dos extremos dos nove carvões
essas diferentes classificações abrangem de 720 diferentes, demonstra a sensibilidade de um
a 960 quilogramas por metro cúbico (45 a 60 projeto para as propriedades do material a
lbm/ft3); os ângulos de repouso variam de 27o granel.
a 40o. Os ângulos de sobrecarga normalmente
são de 10o a 15o menores que os ângulos de Nossos exemplos assumem:
repouso. (Obs.: A CEMA oferece apenas
• Densidade a Granel Inconsistente: 720 a
medições imperiais; as medições métricas são
960 quilogramas por metro cúbico (45 a 60
conversão da Martin Engineering.)
lbm/ft3).
Nesse exemplo, as capacidades do projeto • Ângulo de Repouso: 27o a 45o.

Q = A · ρ lb · S · k Equação 25.2
Cálculo da capacidade
Dados nº1: Uma correia transportadora carregando carvão com uma densidade de 960 quilogramas por
da correia com
metro cúbico (60 lbm/ft3) está percorrendo 2,5 metros por segundo (500 ft/min). O carvão possui um ângulo
propriedades diferentes
de sobrecarga de 30°. Encontrar: A capacidade da correia transportadora.
de carvão
Variáveis Unidades Métricas Unidades Imperiais
Q Capacidade da Correia toneladas por hora toneladas curtas por hora
Área de Carga da Seção
A 0,195 m 2 2,1 ft 2
Cruzada (conforme CEMA)
Densidade a Granel
ρlb 960 kg/m 3 60 lb m/ft 3
Inconsistente
Velocidade do
S 2,5 m/s 500 ft/min
Transportador
k Fator de Conversão 3,6 0,03 25
Métrico: Q = 0,195 · 960 · 2,5 · 3,6 = 1.685
Imperial: Q = 2,1 · 60 · 500 · 0,03 = 1.890
Q Capacidade da Correia 1.685 t/h 1.890 st/h
Dados nº2: Uma correia transportadora carregando carvão com uma densidade de 720 quilogramas por
metro cúbico (45 lbm/ft3) está percorrendo 2,5 metros por segundo (500 ft/min). O carvão possui um ângulo
de sobrecarga de 20°. Encontrar: A capacidade da correia transportadora.
Q Capacidade da Correia toneladas por hora toneladas curtas por hora
Área de Carga da Seção
A 0,168 m 2 1,804 ft 2
Cruzada (conforme CEMA)
Densidade a Granel
ρlb 720 kg/m 3 45 lb m/ft 3
Inconsistente
Velocidade do
S 2,5 m/s 500 ft/min
Transportador
k Fator de Conversão 3,6 0,03
Metric: Q = 0,168 · 720 · 2,5 · 3,6 = 1089
Imperial: Q = 1.804 · 45 · 500 · 0.03 = 1218
Q Capacidade da Correia 1.089 t/h 1.218 st/h

409
Seção 5 | Conceitos de Vanguarda

• Ângulo de Sobrecarga: 20o a 30o.


REFERÊNCIAS
• Largura da Correia: 1.200 milímetros (48 in.).
25.1 Padrões de Densidade: Agregados –
• Ângulo Convexo: 35o. ASTM C29 / C29M-07, Carvão Betumi-
• Distância de Borda: Distância de borda noso Britado-ASTM D29-07 e Grãos-
padrão CEMA. Circular do Departamento Americano de
• Velocidade da Correia: 2,5 metros por Agricultura nº 921.
segundo (500 ft/min). 25.2 ASTM International. (2001). Standard
Análise Test Method for Measuring Bulk Density
Values of Powders and Other Bulk Solids,
Se um transportador foi projetado usando ASTM D6683-01; Work Item: ASTM
os valores publicados para carvão de um livro, WK14951 – Revision of D6683-01
em vez de testar o carvão atual, a capacidade Standard Test Method for Measuring
do desenho pode estar fora em mais de 600 Bulk Density Values of Powders and
toneladas por hora. Essa discrepância teria Other Bulk Solids. West Conshohocken,
um efeito enorme sobre o resto do processo e Pennsylvania. Available online: http://
sobre as saídas desejadas. Esse exemplo mostra www.astm.org.
que as propriedades do material atual devem
ser medidas. 25.3 ASTM International. (2006). Standard
Test Method for Bulk Solids Character-
ization by Carr Indices, ASTM D6393-
CIÊNCIA DE MATERIAIS PARA 99(2006). West Conshohocken, Pennsyl-
MELHORIA DE PROJETOS vania. Available online: http://www.astm.
org.
Finalizando…
25.4 ASTM International. (2001). Standard
Não importa se a classificação é genérica;
Practice for Coagulation-Flocculation
nunca dois materiais são iguais. Portanto,
Jar Test of Water, ASTM D2035-08.
os testes físicos dos materiais em uso são de
West Conshohocken, Pennsylvania.
importância crucial para o projeto adequado
Available online: http://www.astm.org
dos sistemas que tratarão os materiais a
granel. Os custos típicos para determinação 25.5 ASTM International. (2006). Standard
das propriedades de fluxo requeridas para Test Method for Shear Testing of Bulk
projetar adequadamente um chute variam Solids Using The Jenike Shear Cell,
de $1.000* a $3.000 USD por amostra por ASTM D6128-06. West Conshohocken,
nível de umidade. O custo desses testes é uma Pennsylvania. Available online: http://
25 parte pequena do custo global do projeto e da www.astm.org.
contrução de um sistema de transporte. Possuir
esses dados básicos será uma ferramenta 25.6 ASTM International. (2002). Standard
importante para futuras soluções de problemas Shear Test Method for Bulk Solids
do transportador, conforme o processo ou a Using Schulze Ring Shear Tester.
mudança da matéria-prima. ASTM D6773-02; Work Item: ASTM
WK19871 – Revision of D6773-02
A Seguir… Standard Shear Test Method for Bulk
Solids Using the Schulze Ring Shear Tes-
Este capítulo sobre Ciência dos Materiais, ter. West Conshohocken, Pennsylvania.
o quinto e último capítulo desta seção Available at: http://www.astm.org.
Conceitos de Vanguarda, explicou como testar
as propriedades dos materiais a granel para
ajudar a projetar sistemas de transporte para
um controle total de materiais. Com o capítulo
seguinte, Acessibilidade dos Transportadores,
começa a nova seção Manutenção de
Transportadores.

*Valores de referência em inglês

410
Ciência de Materiais | Capítulo 25

25

411
Chapter Title | Chapter #

Seção 6

MANUTENÇÃO DO
TRANSPORTADOR
• Capítulo 26................................................................................................................................... 414
ACESSIBILIDADE DO TRANSPORTADOR DE CORREIA

• Capítulo 27................................................................................................................................... 424


VISTORIA DO SISTEMA DE TRANSPORTADOR DE CORREIA

• Capítulo 28................................................................................................................................... 434


MANUTENÇÃO

• Capítulo 29................................................................................................................................... 444


O FATOR HUMANO

413
Seção 6 | Manutenção de Transportadores

Figura 26.1
Em um sistema de manuseio
de material a granel, acesso
significa pontos de observação,
portas de entrada e espaço de
trabalho para reparos e limpeza.

Capítulo 26

ACESSIBILIDADE DO
TRANSPORTADOR DE CORREIA
26
Facilitando o Acesso.. .......................................................................................................................................... 415
Espaço ao Redor dos Transportadores de Correia.. ................................................................................... 416
Proteção................................................................................................................................................................. 418
Portas de Observação e Entrada..................................................................................................................... 419
Espaço Confinado................................................................................................................................................. 421
Questões de Segurança...................................................................................................................................... 421
Especificações Típicas......................................................................................................................................... 422
A Vantagem do Acesso.. ..................................................................................................................................... 423

414
Acessibilidade do Transportador de Correia | Capítulo 26

Neste Capítulo... O acesso insuficiente ao equipamento


Neste capítulo, discutimos a importância resulta em perda de produtividade e sujeira
do fácil acesso ao sistema de transportador de nos sistemas, devido à dificuldade de limpeza
correia – para aumentar a segurança, facilitar a e realização dos reparos necessários. Estima-
manutenção e economizar dinheiro. Focamos se que o acesso inadequado possa chegar a
na quantidade de espaço necessário ao redor aumentar em 65% os custos de manutenção
de diversas partes do sistema de transportador e limpeza de um sistema de manuseio de
de correia para diferentes necessidades materiais a granel ao longo de sua vida útil.
de manutenção. Analisamos também os
requisitos e diferentes tipos de barreiras de
proteção e portas de observação/entrada. São FACILITANDO O ACESSO
apresentados, ainda, tópicos relativos ao espaço Para os funcionários de manutenção,
confinado e a questões de segurança. é frustrante não poder trabalhar em um
equipamento – que levaria um tempo mínimo
Pode-se definir acesso como “o direito de
para consertar – pela impossibilidade de obter
entrada ou utilização”. Em um sistema de
acesso seguro e adequado a ele. Os atrasos no
manuseio de material a granel, utiliza-se acesso
acesso podem ser decorrentes da necessidade
no sentido de pontos de observação, portas
de uma permissão para espaço confinado, teste
de acesso e espaço de trabalho para reparos e
do ar, andaimes ou elevadores de passageiros,
limpeza (Figura 26.1).
guindastes ou guinchos ou de ferramentas
Para os funcionários de manutenção e especiais necessárias para abrir as portas de
operações, o acesso adequado é fundamental acesso. Em alguns casos, é necessário remover
para a produtividade. Isso significa que o acesso o sistema todo apenas para obter acesso ao
seguro, rápido e fácil a um problema deve ser componente que está precisando de serviço
priorizado em relação a outras questões, como de manutenção. Esses atrasos podem ser
o custo. Estima-se que o fornecimento de minimizados projetando o acesso adequado e
acesso adequado no projeto de um sistema de posicionando ferramentas e peças próximo ao
manuseio de material a granel possa chegar a local necessário.
corresponder a 15% do custo financeiro de um
Três itens devem ser incluídos ao se projetar
projeto.
o acesso adequado em um sistema de manuseio
No entanto, quando se está projetando um de materiais:
sistema de transportador de correia, raras vezes
A. Fácil de ver.
há capital suficiente destinado a fazer mais do
que fornecer o acesso mínimo exigido por lei. Se o equipamento desenvolver um problema
Essa prática resulta não apenas em perda de que não possa ser visto pelos funcionários
tempo produtivo e necessidade de maior tempo da fábrica, o problema tende a evoluir sem
de manutenção, mas também em maiores ser visto para uma situação catastrófica.
gastos em segurança e saúde. Das perspectivas
B. Fácil de alcançar.
de propriedade e gerenciamento, o acesso
inadequado contribui para a perpetuação Se uma parte do equipamento desenvolver
de problemas, com perda de produtividade um problema, mas for difícil para os
e gastos desnecessariamente altos com funcionários de manutenção acessar,
manutenção. A ausência de acesso adequado é provável que o reparo seja adiado, 26
conduz a práticas de manutenção inadequadas; novamente trazendo o risco de uma situação
a manutenção inadequada leva muitas vezes a catastrófica.
interrupções emergenciais do funcionamento,
C. Fácil de substituir.
o que, por sua vez, afeta a produtividade e a
lucratividade da operação. Se o problema de um equipamento é
conhecido, mas requer uma interrupção
Naturalmente, prover o acesso adequado desnecessária no funcionamento para ser
posteriormente – depois de o sistema de manuseio corrigido, é provável que o equipamento
de materiais já ter sido concluído e de ter sido quebrado fique fora de serviço por um
verificado que os mecanismos de acesso são período maior.
deficientes – vai custar consideravelmente mais.

415
Seção 6 | Manutenção de Transportadores

Quando os sistemas são de difícil correia adjacente ou outro equipamento.


visualização, alcance e substituição, os A manutenção desse tipo de instalação é
funcionários de operações ou manutenção da extremamente difícil. Se o transportador de
fábrica podem tentar atalhos durante os reparos. correia estiver instalado rente a uma parede,
Atalhos assim muitas vezes aumentam os riscos vasilhame ou outra estrutura, necessidades
à segurança, além de acrescentar o potencial básicas de manutenção, como a lubrificação de
de dano adicional ao equipamento. Tomar mancais ou troca de engrenagens, tornam-se
atalhos – seja intencionalmente, seja devido operações significativas, que exigem extensas
à ausência de acesso adequado e, portanto, pausas de produção.
à impossibilidade de seguir procedimentos
adequados de manutenção – pode facilmente Em geral, é preciso haver espaço suficiente
resultar em menos segurança, menor vida útil para permitir o acesso a todas as seções
do equipamento, menor eficiência de processos do sistema de transportador de correia
e maior fuga de materiais. e, especialmente, a ambos os lados do
transportador. Não prover o acesso a ambos
os lados do transportador de correia é uma
deficiência comum quando se trata de torná-los
ESPAÇO AO REDOR DOS
passíveis de manutenção.
TRANSPORTADORES DE CORREIA
A fim de reduzir custos, o equipamento do O espaço aberto ao longo do lado mais crítico
transportador de correia é frequentemente de um transportador de correia (o lado da
colocado em pequenas galerias ou recintos área de trabalho onde precisam ser realizadas
fechados (Figura 26.2). Uma das laterais atividades importantes ou onde há acesso ao
do transportador geralmente é empurrada elevador ou outros recursos) deve ter no mínimo
contra uma parede, um transportador de a largura da correia (BW) mais 300 milímetros
(12 pol.), com no mínimo 1.000 milímetros (36
pol.). O lado da passarela do transportador de
Figura 26.2 correia deve ter espaço equivalente a pelo menos
O equipamento do metade da largura da correia (BW/2), com um
transportador de correia espaço mínimo de 750 milímetros (30 pol.) ao
é frequentemente
colocado em pequenas
longo de todo o comprimento. Esse acesso duplo
galerias ou recintos facilita a substituição de equipamentos como
fechados, empurrado engrenagens, que não podem ser facilmente
contra uma parede um manuseadas por um operário. Caso seja
transportador adjacente
ou outro equipamento. necessário substituir uma polia ou outro objeto
maior, o espaço aberto pode ser expandido para,
no mínimo, a largura da correia (BW) mais 300
milímetros (12 pol.).

O Capítulo 2: “Considerações sobre o


Figura 26.3 Projeto”, da sexta edição de Belt Conveyors
for Bulk Materials da Conveyor Equipment
O espaço de acesso
deve ter pelo menos Manufacturers, Association (CEMA), contém
750 milímetros (30 recomendações detalhadas sobre os espaços
26 pol.) de largura para a
passarela (B) e 1.000
livres mínimos.
milímetros (36 pol.) de
largura em áreas onde Passarelas e Espaços de Trabalho
precise ser realizado O acesso adequado requer o provimento de
trabalho de
manutenção (D). passarelas e plataformas de trabalho próximo
aos transportadores de correia. Estas devem
proporcionar um caminho firme adjacente
aos transportadores e às polias anteriores e
posteriores, com fácil acesso a todos os pontos
A. P/Permitir a Limpeza 600 milímetros (24 pol.)
em que haja necessidade de observação,
B. Passarela 750 milímetros (30 pol.)
C. Altura Livre 1.200 milímetros (48 pol.) lubrificação, limpeza ou outra tarefa de
D. Área de Trabalho 1.000 milímetros (36 pol.) manutenção.

416
Acessibilidade do Transportador de Correia | Capítulo 26

Conforme observado, as passarelas devem ter Acesso para Reparo e Substituição


no mínimo 750 milímetros (30 pol.) de largura da Correia
para passagem e 1.000 milímetros (36 pol.) de O acesso para manutenção da correia requer
largura em áreas onde precisem ser realizados uma área conveniente para suspender ou
trabalhos importantes de manutenção (Figura descer o equipamento de vulcanização e expor
26.3). Ambas as áreas devem ter um amplo a própria correia do transportador de correia.
espaço acima da cabeça; qualquer local em A remoção de coberturas do transportador
que uma pessoa precise ficar em pé ou de de correia ou da vedação da área de carga e
joelhos para realizar manutenção ou inspeção, da parede de escoamento acrescenta tempo
a “altura livre” ou o “espaço acima da cabeça” significativo ao processo. Pelo menos 1.000
deve ter pelo menos 1.200 milímetros (48 pol.) milímetros (36 pol.) mais a largura da correia
(Figura 26.4). Áreas onde há necessidade de são necessários de cada lado do transportador
manutenção ou limpeza frequentes devem ter de correia. Além disso, é necessária uma área
assoalho sólido, de preferência grades abertas. de 3 metros (10 pés) de comprimento no local
Quando os transportadores de correia em que a correia está exposta (ou seja, não
correm paralelos uns aos outros, o espaço entre recoberta) para facilitar as operações de reparo.
eles deve ser de pelo menos 750 milímetros
(30 pol.) ou da largura da correia, o que for Acesso no Alinhador de Correia
maior, a fim de permitir o reparo da correia e a A manutenção e o reparo de um sistema
remoção de engrenagens. de alinhamento de correia por gravidade
podem ser perigosos e demorados. Em geral,
Outra deficiência comum no projeto de são necessários dois guinchos de corrente
transportadores de correia é não permitir o com capacidade suficiente para suspender e
espaço adequado para a limpeza. Um estudo abaixar o contrapeso. Como muitos desses
de acidentes relacionados a transportadores sistemas de alinhamento de correia ficam
de correia na mineração mostrou que um próximos à polia anterior, a área de acesso para
terço de todos os acidentes ocorreram com manutenção em transportadores de correia
trabalhadores que tentavam fazer a limpeza inclinados pode ser elevada. Plataformas
debaixo ou ao redor do fluxo de transporte do de acesso que forneçam espaço adequado
transportador. Áreas que requerem limpeza para a manutenção de mancais e polias e o
frequente devem permitir a limpeza mecânica, tensionamento dos guinchos de corrente são
como o uso de minicarregadeiras ou caminhões essenciais. Um elevador que possa remover a
a vácuo debaixo do transportador de correia. Se pressão do contrapeso do alinhador de correia
isso não for viável, deve-se fornecer um espaço por gravidade da correia pode economizar
livre mínimo de 600 milímetros (24 pol.) entre muitas horas-homem durante o reparo do
o fundo dos roletes de retorno e o chão. transportador de correia.

Requisitos de Acesso ao Redor do Passagens


Equipamento
Um número surpreendente de acidentes
O acesso mínimo ao redor do equipamento acontece com funcionários que estão
é a área necessária para acomodar sua maior atravessando o transportador de correia
peça. Isso é determinado medindo o maior por cima ou por baixo. Para eliminar essa
item e somando de 450 a 600 milímetros (18 a
24 pol.). É preciso haver acesso dos dois lados
26
Figura 26.4
da estrutura, com no mínimo 1.000 milímetros
(36 pol.) na segunda lateral (não crítica), com Em qualquer local
em que uma pessoa
um caminho claro até uma área de suspensão, precise ficar de pé ou
ou sistema de trole suspenso, para remoção de joelhos para realizar
do equipamento. Uma área de plataforma serviço ou inspeção, a
conveniente para peças grandes de substituição “altura livre” deve ser
de pelo menos 1.200
é uma boa ideia. milímetros (48 pol.).

417
Seção 6 | Manutenção de Transportadores

preocupação, plataformas de acesso, escadas, instalação de painéis de controle, acionadores


passagens e outros equipamentos necessários de portões e outros equipamentos, obstáculos
para chegar ao outro lado do transportador desnecessários podem ser evitados.
de correia devem ser incluídos no projeto e
nas especificações do sistema. Embora tenha
sido escrito para transportadores de correia PROTEÇÃO
unitários, o CEMA SPB-001 (2004) Safety
Best Practices Recommendation (Referência Barreiras de Proteção
26.3) fornece orientações úteis para o projeto O simples caminhar pela passarela oferece
de passagens de transportadores de correia riscos que podem ser fatais: passarelas próximas
para o manuseio de materiais a granel. Como ao transportador de correia fornecem áreas
sempre, qualquer regulamentação local deve ser onde os funcionários podem ficar presos.
priorizada. Houve casos em que funcionários escorregaram
em uma passarela e ficaram presos no
Expansão de Outros Sistemas transportador de correia simplesmente por
Não é raro ver um transportador de correia tentarem evitar a queda ou recuperar o
ou um ponto de transferência instalado em uma equilíbrio.
trama de condutores elétricos, encanamento
supressor de pó, paineis de controle ou sistemas Ainda que possam não ser uma exigência
automáticos de extinção de incêndio (Figura governamental, as correias devem ser
26.5). Para qualquer tentativa de acesso aos resguardadas ao longo das passarelas, de
componentes do ponto de transferência é modo a evitar que funcionários descuidados
preciso primeiro contornar a “selva” que fiquem presos no transportador de correia em
envolve o ponto de transferência. A interrupção movimento.
desses outros sistemas resulta em uma série de Uma barreira de proteção é uma cerca ou
outras complicações às operações da fábrica. outro obstáculo que mantenha os funcionários
Para controlar o crescimento desses sistemas afastados do transportador de correia e de seus
auxiliares ao redor do transportador de correia componentes (Figura 26.6). Amplamente
e do ponto de transferência, o projetista deve utilizadas na Austrália e na Europa, as barreiras
especificar o equipamento ao qual o acesso de proteção são projetadas para prevenir
é necessário. Incluindo áreas específicas nas lesões, tornando fisicamente impossível o
plantas do transportador de correia para a alcance a uma parte potencialmente perigosa
do equipamento – como os pontos de
Figura 26.5 esmagamento de polias, engrenagens, rodas de
Não é incomum ver
corrente, correntes ou correias – ou o risco de
um transportador de carga suspensa do contrapeso de um alinhador
correia ou um ponto de de correia.
transferência intricado
em uma trama de É importante que sejam fornecidas
condutores elétricos,
encanamento supressor
proteções em todas as partes perigosas de um
de pó, paineis de transportador de correia, normalmente acessível
controle ou sistemas de aos funcionários. Os riscos são considerados
extinção de incêndio. “protegidos por localização” se eles estiverem
26 localizados a uma distância suficiente acima do
solo ou da passarela para evitar o contato.

Figura 26.6 O desafio de projetar e instalar proteções


Uma barreira de eficazes está em proteger os funcionários
proteção é uma cerca de operações e manutenção sem interferir
ou outro obstáculo no funcionamento da fábrica. Uma barreira
que mantenha os
funcionários afastados de proteção bem projetada evitará que os
do transportador funcionários alcancem partes em movimento
de correia e seus da máquina, e, ainda, seu tamanho e formato
componentes. permitirão o manuseio seguro das peças
durante a remoção ou troca (quando a

418
Acessibilidade do Transportador de Correia | Capítulo 26

proteção tiver sido removida ou desativada Figura 26.7


e o transportador de correia estiver travado/
A inspeção visual
sinalizado/bloqueado/testado.) de componentes do
transportador de correia
Geralmente, barreiras de proteção exigem e o acesso a pontos de
uma ferramenta para remoção e podem incluir lubrificação devem ser
um sinal indicando qual equipamento deve ser possíveis sem remoção
das barreiras de
isolado (ou seja, travado/sinalizado/bloqueado/ proteção.
testado) antes que a proteção possa ser
removida. A inspeção visual dos componentes
do transportador de correia e o acesso a
pontos de lubrificação devem ser possíveis
sem remoção das barreiras protetoras (Figura
26.7).
Figura 26.8
Barreiras de proteção podem ser articuladas,
permitindo que elas sejam movimentadas As barreiras de
proteção podem ser
de lugar, ou podem ser parafusadas no lugar articuladas, permitindo
(Figura 26.8). Elas devem ser feitas de que elas sejam
materiais resistentes tanto ao desgaste quanto movimentadas em outra
posição ou podem ser
à corrosão e devem ser capazes de suportar a
parafusadas no lugar.
vibração de funcionamento do sistema.

Nova Tecnologia em Proteção


Em muitas instalações, barreiras físicas
convencionais estão sendo substituídas por
tecnologias mais recentes que monitoram
perímetros de área e detectam o acesso a áreas
perigosas.
Figura 26.9
No entanto, essas tecnologias mais Problemas de fluxo nas
recentes, como feixes de laser e cortinas de calhas de escoamento
podem ser mais
luz infravermelha, só são eficazes quando a facilmente resolvidos se
energia está ligada e podem ser burladas por o percurso do material
alguém determinado a obter acesso a uma área puder ser observado
restrita. Esses sistemas requerem cuidados e por uma porta de
inspeção.
boa manutenção para serem confiáveis. Por
exemplo, eles podem não funcionar bem em
locais onde o pó trazido pelo ar se deposite nos
sensores elétricos. É sábio dispor de sistemas
mecânicos de controle de acesso, como
sistemas extras ou de reserva, uma vez que uma
falha dos dispositivos “de alta tecnologia” pode
não ser evidente. Figura 26.10
Uma porta mal
26
posicionada não
PORTAS DE OBSERVAÇÃO E permitirá a observação
do percurso do material.
ENTRADA

Necessidades de Observação
Sistemas de acesso, incluindo portas e
plataformas de trabalho, devem ser instalados
para facilitar o acesso e a observação do
equipamento. Problemas de fluxos nas calhas
de escoamento podem ser mais facilmente

419
Seção 6 | Manutenção de Transportadores

resolvidos se o percurso do material puder ser Portas


observado. O percurso efetivo do material em As portas de inspeção devem ter abertura
uma calha de escoamento nem sempre pode lateral e ser dimensionadas de modo que os
ser previsto, por isso a observação é necessária funcionários possam visualizar os componentes
para permitir o ajuste de desviadores, portões internos da estrutura com facilidade e
e barras de aço (Figura 26.9). Muitas calhas segurança. As portas devem ser instaladas nas
de transferência possuem apenas uma porta de laterais da calha de escoamento que não sofrem
inspeção. Esta é geralmente instalada próximo à desgaste (ou seja, na(s) lateral(is) distante(s) do
polia anterior, onde não permite a visualização fluxo de material impactante ou abrasivo).
do percurso efetivo do material na calha de
escoamento inferior e na área vedada, onde As portas devem ser projetadas para
frequentemente ocorrem problemas (Figura fácil operação em espaços livres apertados,
26.10). com dobradiças e sistemas de engatamento
resistentes à corrosão. É importante que todas
A calha de escoamento deve incorporar as portas sejam impermeáveis ao pó pelo
orifícios de observação com tampas de fácil uso de uma porta de vedação firme. Portas
operação localizadas longe do percurso do de metal articuladas com engates de fácil
material. Esses orifícios devem permitir a abertura encontram-se atualmente disponíveis
observação segura tanto do fluxo de material para fornecer acesso (Figura 26.11). Portas
quanto do desgaste do componente em áreas removíveis de borracha flexível proporcionam
críticas da instalação. Os orifícios devem ser fechamento impermeável ao pó, ao mesmo
limitados em tamanho e/ou protegidos por tempo em que permitem abertura e fechamento
barras ou telas fixas, de modo a evitar que os simples, sem ferramentas, mesmo em locais
funcionários os alcancem ou que o material com espaço livre limitado.
escape.
As portas devem ser fáceis de fechar
Deve-se considerar também o fornecimento firmemente, assim que um procedimento de
de iluminação ampla aos pontos de acesso. Em manutenção for concluído.
alguns casos, a iluminação suspensa é suficiente,
mas em outras aplicações, pode ser necessário As portas devem ter tamanho grande o
fornecer faróis ou estroboscópios de alta suficiente para fornecer o acesso necessário.
potência que possam ser direcionados à calha Caso as necessidades de observação e
de escoamento para observar o movimento do manutenção estejam limitadas a sistemas
material. Para manutenção geral e reparo de como limpadores de correia, uma porta de
máquinas, recomenda-se luz de 540 a 1.080 225 por 330 milímetros (9 por 12 pol.) ou
lux (50 a 100 velas). Como muitos materiais de 300 por 350 milímetros (12 por 14 pol.)
a granel absorvem luz e devido à distância do geralmente é suficiente. Caso seja necessária
problema que está sendo observado é comum a manutenção de componentes importantes,
que uma instalação necessite de iluminação como revestimentos da calha de escoamento
estimada em 100 milhões de lux (900.000 velas) – ou se os funcionários vão precisar utilizar a
para obter esse nível de iluminação. porta como entrada para a estrutura –, serão
necessárias portas de tamanho de 450 por
600 milímetros (18 por 24 pol.), 600 por 600
milímetros (24 por 24 pol.) ou mais.
26 Figura 26.11
Portas de metal Portas mal projetadas podem conter
articuladas com
engates de fácil
dobradiças e engates de difícil operação e,
abertura encontram- consequentemente, dificultar o acesso. Além
se disponíveis para disso, vedações de porta incapazes de suportar
fornecer acesso. a abrasão e o abuso de materiais e implementos
utilizados para alcance pelas portas tornam-se
fontes de poeira. Algumas portas de acesso
também possuem pequenos frisos ou áreas de
prateleiras planas, onde combustíveis como o
carvão podem se acumular, gerando risco de
incêndio e explosão.

420
Acessibilidade do Transportador de Correia | Capítulo 26

A. Pode conter atmosfera perigosa.


ESPAÇO CONFINADO
Qualquer discussão sobre o acesso a B. Contém material com potencial de envolver
equipamentos, seja para manutenção de rotina completamente o ingressante.
seja reparo de emergência, deve incluir o C. Possui configuração interna que pode
tópico de espaço confinado. O Departamento deixar um ingressante preso ou asfixiá-lo,
Norte-Americano de Saúde e Segurança com paredes convergentes para dentro
Ocupacional (Labor Occupational Safety & ou assoalho com declive para baixo e
Health Administration - OSHA) define “espaço afunilamento para uma seção transversal
confinado” como uma área que: menor.
A. É suficientemente grande e configurada de D. Oferece qualquer outro risco sério e
modo que um funcionário possa entrar e reconhecido de segurança ou saúde.
realizar o trabalho designado.
“Espaço confinado que não requer
B. Possui meios limitados ou restritos de autorização de entrada” significa um espaço
entrada ou saída. confinado que não contém – ou, com relação
a riscos atmosféricos, não tem o potencial de
C. Não é projetada para ocupação contínua por conter – qualquer risco capaz de provocar a
funcionários. morte ou dano físico sério.
“Espaço confinado que requer autorização de “Espaços confinados que requerem
entrada” (abreviado como “espaço restrito”, no autorização de entrada” exigem procedimentos
uso comum) significa um espaço confinado que de segurança complicados e dispendiosos,
possui uma ou mais das seguintes características: incluindo o treinamento de funcionários,

QUESTÕES DE SEG URANÇA

A vantagem evidente, tanto local visível próximo à porta de acesso ou


das portas de acesso quanto das sobre ela” (Figura 26.12).
barreiras de proteção, está em sua capacidade
Faz sentido situar os pontos de conexão
de evitar o acesso a peças em movimento,
com equipamentos de segurança alinhados às
independentemente de a energia estar
portas de acesso.
ou não ligada ou de os controles estarem
funcionando adequadamente. Essas barreiras Áreas fechadas que possuem dispositivos
são de fácil visualização e podem ser feitas de auxiliares de fluxo, como canhões de ar,
modo que seja impossível contorná-las sem as devem ser trancadas – com a sinalização
ferramentas adequadas. correta no local – para evitar lesões aos
funcionários que abririam a porta para
É importante que os funcionários da fábrica inspeção.
observem todos os procedimentos adequados
de desligamento e travamento ao abrir
portas de acesso para observação ou entrada.
26
Figura 26.12
Também é essencial que as portas de acesso A CEMA recomenda
e coberturas sejam fechadas após o uso, para que “etiquetas de
evitar o escape de material e o risco de lesão a advertência alertando
funcionários inadvertidos. sobre os potenciais
riscos que podem
Na sexta edição de Belt Conveyors for surgir quando a porta
Bulk Materials, a CEMA recomenda que está aberta devem ser
afixadas em um local
“etiquetas de advertência alertando sobre os visível próximo à porta
potenciais riscos que podem surgir quando a de acesso ou sobre
porta está aberta devem ser afixadas em um ela”.

421
Seção 6 | Manutenção de Transportadores

Figura 26.13 ESPECIFICAÇÕES TÍPICAS


Outro método é projetar
A. Passarelas.
um “acesso a calhas de
escoamento de espaço Para facilitar a inspeção e os serviços de
não confinado” que manutenção, o transportador de correia
permita que seções
inteiras das calhas
será provido de passarelas de ambos os
sejam facilmente lados. Essas passarelas fornecerão espaço
abertas. suficiente para as atividades necessárias de
manutenção em pontos onde será necessário
realizar serviço de manutenção

B. Proteções.
Componentes rolantes e pontos de
esmagamento serão providos de proteções
eficazes para evitar a entrada de funcionários
enquanto o transportador de correia estiver
funcionando. As proteções devem ser
fixadas firmemente no local, mas devem ser
equipamentos e cabos de segurança e removíveis para permitir as atividades de
funcionários extras para o sistema de trabalho manutenção.
em duplas. Consequentemente, projetar
sistemas para minimizar espaços confinados C. Acesso.
que requerem autorização de entrada pode Será fornecido acesso adequado para
proporcionar um retorno significativo visualização e manutenção do transportador
do investimento: quando o trabalho de de correia, do ponto de transferência e
manutenção e reparo pode ser realizado sem de outros sistemas relacionados. Serão
necessidade de autorizações ou funcionários fornecidas aberturas suficientes para permitir
especialmente treinados, a despesa de trabalho a inspeção de todas as áreas internas.
associada a essas tarefas é minimizada.
D. Portas de visualização.
Projetos que incorporam as seguintes As portas serão posicionadas fora do
características de “espaço confinado que não percurso da corrente de material.
requer autorização de entrada” possuem boa Essas portas de visualização serão providas
relação custo-benefício ao longo do tempo: de portas impermeáveis ao pó. As portas
serão providas de telas para evitar que
A. Fácil acesso e acesso suficiente para entrada
o material seja empurrado, para fora da
e saída do recinto.
abertura caso a observação seja realizada
B. Ventilação natural das áreas de trabalho enquanto o transportador de correia estiver
internas. em funcionamento.

C. Materiais que não criam atmosfera perigosa.

Outro método é projetar um “acesso a calhas


26 de escoamento de espaço não confinado”
que permita que seções inteiras das calhas –
especialmente as porções que sofrem desgaste
abrasivo contínuo – sejam facilmente abertas
(Figura 26.13). Esse tipo de projeto permite
que os reparos sejam realizados sem exigir que
os trabalhadores fiquem fechados no interior da
calha de escoamento. O mesmo tipo de acesso
pode ser projetado para alimentadores, portões,
silos ou depósitos de carvão.

422
Acessibilidade do Transportador de Correia | Capítulo 26

A VANTAGEM DO ACESSO REFERÊNCIAS

Concluindo… 26.1 Mine Safety and Health Administration


(MSHA). (2004). MSHA’s Guide to
O acesso bem projetado ao transportador Equipment Guarding. Other Training
de correia não precisa ser uma escolha entre Material OT 3, 40 pages. U.S. Depart-
segurança, acessibilidade e custo. O acesso ment of Labor. Available as a free
ao equipamento para manutenção e reparo download: http://www.msha.gov/s&hinfo/
é essencial para um sistema limpo, seguro e equipguarding2004.pdf.
produtivo. O acesso seguro cuidadosamente
posicionado e adequadamente dimensionado 26.2 Giraud, Laurent; Schreiber, Luc; Massé,
aumentará a confiabilidade, reduzirá o tempo Serge; Turcot, André; and Dubé, Julie.
ocioso e as horas-homem necessárias para (2007). A User’s Guide to Conveyor Belt
manutenção, também e irá minimizar riscos Safety: Protection from Danger Zones.
como poeira e entrada em espaço confinado. Guide RG-490, 75 pages. Montréal, Que-
Ao longo do tempo, o acesso bem projetado bec, Canada: IRSST (Institut de recher-
melhora a segurança e poupa capital. che Robert-Sauvé en santé et en sécurité
du travail), CSST. Available in English
A Seguir… and French as a free downloadable PDF:
http://www.irsst.qc.ca/files/documents/Pu-
Este capítulo sobre Acessibilidade do
bIRSST/RG-490.pdf or html: http://www.
Transportador de Correia é o primeiro da seção
irsst.qc.ca/en/_publicationirsst_100257.
Manutenção de Transportadores. O capítulo
html.
seguinte, Vistoria do Sistema de Transportador
de Correia, continua a discussão sobre o tipo de 26.3 Conveyor Equipment Manufacturers
manutenção necessária para estender a vida útil Association (CEMA). (2004). CEMA
do sistema de transportador de correia e reduzir SPB-001 (2004) Safety Best Practices
o pó e o derramamento. Recommendation: Design and Safe Ap-
plication of Conveyor Crossovers for Unit
Handling Conveyors. Naples, Florida.

26.4 Conveyor Equipment Manufacturers


Association (CEMA). (2005). Belt Con-
veyors for Bulk Materials, Sixth Edition.
Naples, Florida.

26

423
Seção 6 | Manutenção de Transportadores

Figura 27.1
A “Inspeção da correia”
é utilizada para avaliar a
situação do equipamento
e oferecer oportunidades
para a manutenção de
rotina, ajustes e limpeza
dos diversos componentes
do transportador de
correia.

Capítulo 27
VISTORIA DO SISTEMA
DE TRANSPORTADOR
DE CORREIA
Razões para se Inspecionar a Correia................................................................................................... 425
27 Estatísticas do Sistema............................................................................................................................ 425
Inspeção de Manutenção.......................................................................................................................... 428
Vistoria do Local.. ....................................................................................................................................... 429
Transportador de Correia em Funcionamento ou Parado................................................................. 429
Utilizando Recursos Externos.. ................................................................................................................ 430
Questões de Segurança............................................................................................................................ 430
O que Buscar em um Prestador de Serviço Externo.. ......................................................................... 431
O que Fazer Quando a Inspeção for Concluída..................................................................................... 431
Inspecionar a Correia Mantém um Transportador de Correia em Boas Condições.. ................... 432

424
Vistoria do Sistema de Transportador de Correia | Capítulo 27

Neste Capítulo… operações do dia a dia do transportador


Neste capítulo, discutimos a importância das de correia são verificadas, e a manutenção
inspeções “a pé” do(s) transportador(es) de simples ou de rotina, os ajustes e a limpeza
correia de uma fábrica e as diversas exigências são realizados.
dos três tipos de “inspeção do transportador C. Vistoria do local.
de correia”, que são: estatísticas do sistema,
inspeção de manutenção e vistoria do local. A vistoria do local é uma inspeção detalhada
Também estão incluídas considerações sobre e uma análise de desempenho de alguns
segurança, bem como os benefícios de se dos sistemas de tratamento de material,
utilizar prestadores de serviço terceirizados para normalmente uma inspeção preparatória
essas inspeções do transportador de correia. para projetos de aperfeiçoamento do
sistema.
“Inspecionar a correia” é uma expressão
utilizada pelo setor para descrever uma
excursão ao longo do sistema do transportador ESTATÍSTICAS DO SISTEMA
de correia, com a finalidade de inspeção e
manutenção. Essa excursão, que começa em Primeiras Etapas: Busca pelos
uma extremidade e continua ao longo de todo Fatos
o comprimento de um transportador de correia Com muita frequência, os detalhes de um
individual ou que começa em uma extremidade sistema de transportador – as especificações
e passa por toda a cadeia de transportadores dos componentes, até mesmo as informações
de correia, é usada para avaliar as condições básicas sobre sua fabricação e modelo – são
do equipamento e oferecer oportunidades para perdidas ou esquecidas com o passar do tempo.
a manutenção de rotina, ajustes e limpeza dos A propriedade ou a gerência da fábrica sofre
diversos componentes do transportador de alterações; o pessoal de operações, manutenção
correia (Figura 27.1). e engenharia muda de atribuições ou deixa
a empresa. Mesmo os componentes de um
INSPECIONAR A CORREIA é uma
sistema de transportador de correia sofrerão
expressão que a Martin Engineering Company
alterações com relação ao equipamento original,
usa para descrever uma avaliação da condição
evoluindo conforme as peças são substituídas
de um sistema de transportador de correia e de
ou os aperfeiçoamentos são incorporados
seus componentes.
ao sistema. As “informações da placa de
identificação” de vários componentes não foram
atualizadas pelo departamento de manutenção,
RAZÕES PARA SE INSPECIONAR A pelo escritório de engenharia ou pelo
CORREIA departamento de compras. O arquivo se torna
Este capítulo irá discutir os tipos de “inspeção ultrapassado ou, talvez, pior ainda, a informação
de transportadores”. Os diferentes tipos de fica retida na mente de apenas uma pessoa.
inspeção podem ser combinados, porém Consequentemente, a coleta das informações
a finalidade, a frequência e o equipamento atuais em um formato consistente deveria ser a
exigidos para realizar cada um deles serão principal exigência de uma primeira inspeção
diferentes. Os três tipos são: da correia ou de sua vistoria inicial. A inspeção
inicial torna-se uma missão de busca pelos fatos,
A. Estatísticas do sistema.
além de ser uma inspeção de manutenção. A 27
Normalmente, as estatísticas do sistema coleta de todas as informações pertinentes pode
são a inspeção inicial, na qual a finalidade tornar essa inspeção longa, o que normalmente
primária é a busca pelos fatos a fim de faz com que um fornecedor, um terceiro ou um
coletar as especificações básicas do sistema consultor conclua a vistoria. Esse “inspetor de
e as informações da placa de identificação. correia” assume uma estatística do sistema.
Isso fornece um inventário do equipamento
Equipamentos especiais podem ser
e dos componentes do sistema do
necessários para completar corretamente uma
transportador de correia.
vistoria do local (Tabela 27.1). Ter todas as
B. Inspeção de manutenção periódica. ferramentas necessárias para coletar os dados-
chave permite que a vistoria seja concluída
Na inspeção de manutenção periódica, as

425
Seção 6 | Manutenção de Transportadores

Tabela 27.1 Ferramentas para a Vistoria do Local


Ferramenta Função
Equipamento de Proteção Individual Fornece segurança pessoal, conforme apropriado para
(EPI) os locais a serem vistoriados. USAR SEMPRE.
Anemômetro Captura as velocidades do ar utilizadas na eliminação
de pó.
Medidor de Ângulo Documenta a inclinação das estruturas.
Medidor de Decibéis Mede os níveis de ruído.
Durômetro Determina a resistência da superfície da correia do
transportador e da vedação de borracha.
Termômetro Infravermelho Marca a temperatura dos componentes.
Nível Determina se os componentes foram nivelados na
instalação.
Pedra Sabão Marca temporariamente os componentes de aço.
Tacômetro Mede a velocidade da correia.
Metro Mede as distâncias.
Lanterna Permite a inspeção de áreas escuras ou fechadas.
Câmera Captura imagens estáticas e/ou vídeos das condições.
Lápis & Papel Registra dados.
Cinturão/Arnês de Ferramentas Carrega as ferramentas com segurança.

Tabela 27.2 Estatísticas do Sistema do Transportador de Correia


Executado Por: Date:
Dados Básicos ID do Transportador de Correia [nome ou número]
Localização
Comprimento-Roldana Centros [m (pés)]
Capacidade do Transportador [tons/h (st/h]
Elevação Total (Mudança de Elevação) [+/-m (pés)]
Horas de Funcionamento do Transportador/Dia
[horas]
Qtde. Dias de Operação do Transportador/Semana
[dias]
Largura da Correia [mm (pol.)]
Velocidade da Correia [m/seg (pés/min)]
Ângulo [graus]
Correia Fabricante e Tipo da Correia
Taxa da Correia [kN/mm (PIW)]
Instalação da Correia [data]
Espessura da Correia [mm (pol.)]
27 Tipo de Emenda da Correia [mecânica ou
vulcanizada]
Número de Emendas (Juntas) na Correia
Carga Material Transportado
Tamanho do Material (Peso Máximo) [mm (pol.)]
Temperatura do Material [Celsius (F°)]
Altura de Queda de Material [m (pés)]
Conteúdo da Umidade (Máximo [%]
Conteúdo da Umidade (Normal) [%]
Transmissão do Fabricante & Modelo
Transportador
Potência de Saída [kW (hp)]

426
Vistoria do Sistema de Transportador de Correia | Capítulo 27

sem a necessidade de se repetirem as visitas ao Alguns sistemas computadorizados


local, procurando “só mais uma” medida ou um especializados permitem a incorporação
número de série. de materiais, como projetos de engenharia,
esquemas, listas de peças, manuais do operador
Registrando a Informação e outros documentos, em uma biblioteca
Durante uma estatística do sistema do de ativos digitais. Esse sistema se torna uma
transportador, várias informações dos biblioteca centralizada para que o pessoal
fabricantes, modelos e especificações do sistema tanto da fábrica como terceirizados acesse
são coletados e registrados (Tabela 27.2). rapidamente essas informações e reduza o
Depois que essas informações são coletadas, tempo necessário para realizar tarefas de
elas devem ser arquivadas em um único local manutenção.
central no arquivo de manutenção da fábrica. Alguns prestadores de serviços terceirizados
Faz sentido colocar essas informações, e fornecedores oferecem a coleta de dados
completas com os vários documentos, em uma como um serviço especializado. Esse serviço
biblioteca central do material relacionado ao pode ser realizado como parte de uma avaliação
sistema do transportador de correia. Isso inclui periódica de um sistema de tratamento de
os manuais de manutenção, procedimentos de materiais de uma fábrica, como parte de um
serviço, listas de peças, instruções de operação, serviço de manutenção contratado, como
informações de fornecedores e projetos. Essa um serviço independente ou como parte
informação capturada pode ser transferida para de um processo de seleção de CMMS e de
um sistema computadorizado de gerenciamento implantação.
de manutenção da fábrica (CMMS).

Estatísticas do Sistema do Transportador (continuação) Tabela 27.2


Roldanas Fabricação, Modelo & Classe CEMA Continuação

Rodanas Transportadoras
Roldanas de Impacto
Amortecedores de Impacto
Amortecedores de Suporte da Correia
Roldanas de Retorno
Fluxo de Ar Área de Saída da Zona de Carregamento [m 2 (pés 2)]
Velocidade Máxima do Ar na Saída da Zona de
Carregamento [m/s (pés/min)]
Componentes Fabricação & Modelo
Mostruário
Escala da Correia
Imã
Sistema de Detecção de Rasgos
Comutadores de Segurança de Corda de Puxar
Comutadores de Desalinhamento
Dispositivos de Alinhamento Lateral da Correia 27
Dispositivos de Alinhamento de Retorno
Sistemas Primários de Limpeza da Correia
Sistemas Secundários de Limpeza da Correia
Dispositivo de Proteção da Polia na Parte Traseira
Coletores de Pó
Sistemas de Eliminação de Pó
Dispositivos Auxiliares do Fluxo do Chute
Portas de Acesso

427
Seção 6 | Manutenção de Transportadores

É importante manter os dados atualizados; Permanecer em um Único Local


também é uma boa prática manter informações Permanecer parado enquanto se inspeciona
originais do projeto e quaisquer registros de a correia não é uma contradição, embora
alterações. pareça. É importante que o inspetor de correia
A melhor prática é atualizar regularmente observe o funcionamento dela enquanto
os dados com as alterações como parte de um ela completa pelo menos um circuito na
ciclo regular de inspeção. estrutura. Isso permitirá ao inspetor estudar as
condições da correia – as bordas, a(s) junta(s),
a cobertura superior no local em que ela passa
abaixo do chute de descarga, o trilho – para
INSPEÇÃO DE MANUTENÇÃO observar quaisquer problemas. O inspetor de
“Inspecionar a Correia” para correia também pode verificar se a correia está
Inspeção de Rotina centralizada – com carga ou sem.
Em sua acepção mais comum, “inspecionar
Quando Interromper o
a correia” é uma inspeção de rotina e
Transportador de Correia – AGORA!
uma oportunidade de manutenção dos
transportadores de correia em uma determinada Pode acontecer de o inspetor ver algo
operação. A pessoa que inspeciona a correia que coloque a correia, o transportador ou
– a pessoa responsável pela correia na fábrica os funcionários da fábrica em tal risco que a
ou o “chefe de correia” – inspeciona o sistema correia tenha que ser parada imediatamente.
e sua operação, realizando pequenos ajustes O problema pode ser uma peça de ferro solta
ou atividades de limpeza e tomando nota das ou um pedaço afiado de material alojado
condições ou dos problemas mais significativos, na estrutura e que poderia cortar a correia.
para que sejam verificados posteriormente. Ou poderia ser um rolete superaquecido, o
acúmulo de material em brasa ou qualquer
O inspetor de correia deve tomar nota dos outra situação que possa causar um incêndio.
problemas observados: “O cilindro central O inspetor de correia – e as equipes de
no rolete número 127 do Transportador de manutenção e de operação da fábrica, além da
Correia B não está girando”, por exemplo, equipe de gerenciamento – deve entender que
ou “Há um grande vazamento na ponta do a missão essencial é preservar o equipamento,
Transportador de Correia 3”. É melhor tomar mesmo às custas de uma parada não
notas assim que o problema for observado programada.
do que esperar até que o inspetor tenha
terminado um determinado transportador ou O que Procurar
mesmo esperar até que ele volte para a sala de É extremamente importante que o indivíduo
manutenção. que realiza a vistoria tenha uma lista dos
As informações podem ser registradas em componentes gerais, que devem ser verificados
um bloco de papel, em um PDA (Personal durante todas as inspeções do transportador e
Digital Assistant) ou em um smartphone. da correia. Esse guia pode ser utilizado como
Um celular convencional pode ser utilizado uma lista de verificação para que o trabalhador
para chamar o próprio correio de voz complete a inspeção. (Consulte o Capítulo 28:
do inspetor e gravar as observações feitas Manutenção, da lista de itens a serem levados
27 durante a inspeção, especialmente aquelas em consideração e avaliados.)
que podem ser esquecidas no momento As recomendações de manutenção do
em que o inspetor retorna ao escritório e é fabricante para os diversos componentes
literalmente bombardeado por outros detalhes e subsistemas (como mostruários, escalas,
do dia a dia. Uma câmera digital – ou até detectores de metal e ímãs) devem ser
mesmo alguns tipos de telefones celulares – adicionadas à lista de verificação específica de
permitirão ao inspetor fotografar o local onde cada fábrica.
foram observados os problemas. Essas fotos
permitirão que o inspetor envie imagens do
problema a outras pessoas para avaliação.

428
Vistoria do Sistema de Transportador de Correia | Capítulo 27

deve-se prestar atenção ao sistema em geral, à


VISTORIA DO LOCAL
estrutura do sistema e a qualquer equipamento
A vistoria do local é o terceiro tipo (ou razão) relacionado que possa interferir com um
de uma inspeção do transportador. A finalidade projeto planejado ou que possa ser afetado
dessa inspeção é determinar os problemas que pelas alterações no sistema do transportador.
interferem na operação segura e eficiente do
transportador, verificar os dados de inventário A fim de concluir uma vistoria apropriada do
do transportador e fornecer subsídios para local, as mesmas ferramentas utilizadas durante
projetos que melhorem o desempenho. Os o levantamento das estatísticas do sistema são
detalhes dessa análise completa do sistema utilizadas (Tabela 27.1).
podem interferir na coleta de informações e nas
atividades de manutenção de rotina ou atrasá-
las. Portanto, combinar essa vistoria com as TRANSPORTADOR DE CORREIA EM
estatísticas do sistema ou com as inspeções de FUNCIONAMENTO OU PARADO
manutenção irá depender do tempo disponível
O problema em se inspecionar a correia
e é normalmente recomendável.
quando ela está funcionando, em vez de
Além de uma avaliação das condições inspecioná-la quando ela está parada, requer
gerais de um sistema existente e de verificar algumas considerações. Inspecionar o sistema
se qualquer melhoria sugerida é exequível, quando a correia está em movimento permite
uma vistoria do local inclui algumas outras que os funcionários observem mais os
considerações relacionadas ao projeto (Tabela problemas reais que afetam o desempenho
27.3). Ao executar uma vistoria do local, do transportador e a vida dos componentes.

Considerações sobre a Vistoria no Local Tabela 27.3


Problema Qual é o problema a ser solucionado? O que se espera que seja
considerado como sucesso?
Não Mexer Quem é o responsável pelos problemas de interface, como controles,
energia ou fornecimento separado dos principais componentes?
Resultados Imprevistos Que efeitos a solução proposta terá nos outros processos?
Treinamento Qual o treinamento geral ou específico para o local e a documentação
que será necessário fornecer aos trabalhadores?
Exigências de Código Os sistemas necessitam ser atualizados para satisfazer os códigos
atuais ou atender às políticas da empresa?
Acesso Como os novos equipamentos serão levados até o ponto de instalação?
Utilitários Existem utilitários disponíveis para as atividades de demolição e
construção?
Riscos Existem materiais ou condições de risco que necessitam de atenção
especial?
Trabalho em Locais Serão necessários procedimentos especiais ou precauções de segu-
Altos rança devido ao trabalho em locais altos?
Espaços Confinados O trabalho em espaços confinados irá exigir trabalhadores especial-
mente treinados e permissões?
Descarte de Refugo Quem é o responsável pelo descarte do refugo? 27
Instalações Existem instalações (como, por ex., sala de descanso, banheiros, chu-
veiros) para os trabalhadores do projeto?
Tempo O tempo e a hora do dia (por ex., sistema disponível somente no se-
gundo turno) irão afetar a capacidade de concluir o projeto?
Entregáveis Quais são os entregáveis esperados com a vistoria?

429
Seção 6 | Manutenção de Transportadores

Problemas que incluem o derramamento de e deve ser treinada e autorizada a fazer uma
material e a influência da carga de material quantidade limitada de correções em um
no trilho da correia são mais aparentes. Se o transportador em operação.
transportador não está em movimento, muitos
dos principais indicadores ficam ocultos, desde Portanto, a decisão de “inspecionar as
as vibrações da estrutura e da linha de curso da correias” quando o transportador está em
correia até os ruídos que as emendas fazem ao funcionamento ou não pode depender de
passar por um rolete. fatores externos, incluindo a disponibilidade de
potencial humano e do nível de serviço/trabalho
É claro que os transportadores são mais esperado ou exigido. De qualquer forma,
seguros quando não estão em funcionamento e recomenda-se tomar bastante cuidado.
é mais seguro executar qualquer ação corretiva
nos transportadores quando eles não estão em
funcionamento. Algumas inspeções, como UTILIZANDO RECURSOS EXTERNOS
inspecionar a bucha de desgaste dentro dos
chutes de descarga, não podem ser realizadas Um Par de Olhos Diferente: Usando
de forma segura quando a correia está em Prestadores de Serviço Externos
movimento. Entretanto, algumas inspeções e para Inspecionar a Correia
alguns ajustes podem ser feitos apenas com a Está se tornando cada vez mais difícil para os
correia em movimento. A pessoa designada funcionários regulares da fábrica – tanto para
para inspecionar a correia deve estar ciente dos o pessoal de produção como para a equipe de
riscos associados aos sistemas do transportador manutenção – encontrar tempo para atividades

QUESTÔES DE SEG UR ANÇA

As vistorias do transportador de lockout/tagout/blockout/testout serão


exigem trabalhadores para exigidos.
inspecionar completamente o sistema
de manuseio de material a granel. Isso é É sensato utilizar um “sistema de duplas”
bom para o equipamento, mas pode ser durante uma inspeção do transportador. Isso
ruim para os funcionários, uma vez que irá permitir que um trabalhador percorra
os coloca em situações de risco potencial cada lado do transportador (assumindo
durante o processo de inspeção. As pessoas que existam duas passarelas) para se fazer
encarregadas de inspecionar a correia devem a inspeção, além de tornar a inspeção
ser adequadamente treinadas quanto aos mais segura. Se um operador tiver que
procedimentos corretos para trabalhar fazer a inspeção sozinho – uma ocorrência
próximo ao transportador e devem manter comum nessa era de redução de pessoal –,
um respeito saudável, devido à possibilidade o trabalhador deverá manter contato por
de o equipamento causar lesões ou até rádio com a sala de controle, o escritório de
mesmo a morte de um indivíduo descuidado. manutenção ou outra base de operações. Um
27 A observação de práticas seguras de
tipo de sistema de segurança de observação
deve ser levado em consideração, no qual a
trabalho deve fazer parte de qualquer rotina vigilância “chama” o trabalhador em pontos
de inspeção da correia. As pessoas que específicos do transportador ao longo da
realizam a vistoria do local devem ter o rota – na extremidade de cada transportador,
equipamento de proteção individual (EPI) por exemplo. Isso oferece maior segurança
adequado. Isso pode incluir capacete, óculos ao trabalhador, bem como a oportunidade de
de segurança, fones de ouvido e respirador. informar condições incomuns ou problemas
Um meio de comunicação – como um que exijam o desligamento do sistema.
rádio ou um telefone celular – também deve
ser incluído. E, é claro, os procedimentos

430
Vistoria do Sistema de Transportador de Correia | Capítulo 27

de serviço regulares, como as inspeções do exposição diária às capacidades e às limitações


transportador e os ajustes de rotina. do equipamento. É imperativo assegurar-se de
que eles saibam disso.
Podem ocorrer outros problemas ao se
“inspecionar a correia” – por qualquer razão
– com o pessoal da empresa. Uma pessoa
O QUE BUSCAR EM UM
que esteja familiarizada com uma operação
PRESTADOR DE SERVIÇO EXTERNO
pode estar condicionada a ver apenas o que
espera ver, em vez de ver o que deve procurar. É importante que os prestadores de serviço
Um trabalhador da área de operações ou da externos estejam familiarizados com o tipo de
manutenção da fábrica, que sempre conviveu sistemas que estarão observando: não se deve
com um determinado problema, pode pensar solicitar a um encanador que conserte o sistema
que, na realidade, esse seja um procedimento elétrico da fábrica. Trabalhadores terceirizados
operacional padrão ou uma condição aceitável. despreparados ou inexperientes podem não
Também existe o perigo de que um problema fornecer nenhum benefício; eles podem não
possa ter passado “desapercebido” durante a saber o que procurar ou o que estão vendo.
vistoria, porque a pessoa que a realizou sabe A contratação de pessoal mais experiente irá
que será chamada para resolver o problema. O custar mais caro, mas irá fornecer um benefício
projeto será outro “trabalho sujo” acrescentado real. Um conhecimento básico da operação de
à lista do empregado. transportadores em indústrias similares é útil.
É importante que os indivíduos que realmente
Uma solução é usar pessoal terceirizado para irão realizar o trabalho sejam especialistas e
essa rotina de manutenção, com estatísticas não apenas a pessoa que vendeu o serviço.
dos dados, vistoria do local e atividades É melhor que os trabalhadores terceirizados
de manutenção de rotina. A terceirização já possuam um conjunto de habilidades – e
possui várias vantagens. A primeira é que o o conjunto de ferramentas – para realizar o
transportador deve ser vistoriado sem que seja serviço necessário, quando for observado um
necessária a atenção do pessoal da fábrica; eles problema, em vez de obter permissão para fazê-
estão livres para realizar suas tarefas usuais. lo e depois voltar para realizá-lo mais tarde.
A segunda é que o inspetor externo pode
ser um especialista em práticas apropriadas Esses recursos externos não são, por
do transportador e nas regulamentações definição, empregados da operação, mas
governamentais em vigor. Esse recurso objetivo eles irão precisar apropriar-se do sistema do
será capaz de dizer aos funcionários da fábrica transportador e do uso eficiente e produtivo
que as práticas “padrão” adotadas não são a desse sistema. Eles devem demonstrar uma
melhor forma de se realizar essas atividades. dedicação à operação e a suas responsabilidades
e seus deveres. Se forem escolhidos com
Embora as inspeções da correia possam sabedoria e utilizados de forma eficiente,
ser ferramentas úteis para os empregados de esse pessoal terceirizado irá aperfeiçoar os
manutenção da fábrica, elas também podem transportadores e agregar valor à operação.
ser ainda mais úteis quando se usa um serviço
de manutenção terceirizado. Uma fábrica
pode ceder os resultados de uma vistoria para O QUE FAZER QUANDO A
um prestador de serviço terceirizado como se INSPEÇÃO FOR CONCLUÍDA
fosse uma lista de coisas “a fazer”. Isso daria ao
Mais importante do que inspecionar a correia
27
prestador de serviços de manutenção um foco e
uma direção, ao mesmo tempo em que ajudaria é utilizar a informação adquirida durante a
a fornecer muitas informações úteis necessárias inspeção. Registrar as observações e em seguida
para corrigir os problemas. submetê-las à gerência é a razão pela qual a
inspeção é feita.
Segurança do Pessoal Externo Depois que todos os dados forem coletados
Os prestadores de serviço devem ser em uma inspeção do transportador, eles devem
treinados em segurança da mesma forma que os ser armazenados; e, então, deve-se agir com
funcionários regulares. De fato, pode ser mais base neles. Cada um dos problemas observados
importante que eles sejam treinados, uma vez pode ser avaliado, e sua causa raiz identificada
que não possuem a experiência e o reforço da pelo pessoal da fábrica ou pelos consultores

431
Seção 6 | Manutenção de Transportadores

Figura 27.2 identificar áreas que precisam de manutenção


ou que oferecem oportunidades para se
Uma inspeção regular
das correias do aumentar a eficiência.
transportador é uma
forma eficaz de avaliar A Seguir…
o sistema, catalogar
seus componentes Este capítulo sobre Vistoria do Sistema de
e identificar as áreas Transportador de Correia é continuação do
que precisam de
capítulo de Acessibilidade do Transportador
manutenção ou que
oferecem oportunidades da seção Manutenção de Transportadores. Os
para se aumentar a próximos dois capítulos dão continuidade a esta
eficiência. seção sobre as medidas de manutenção para
reduzir o derramamento e o pó, abordando a
externos. Quando as causas do problema Manutenção e o Fator Humano.
tiverem sido identificadas, as soluções podem
ser encontradas. Deve-se consertar o que
pode ser imediatamente consertado. Questões
remanescentes devem ser documentadas, de
forma que recursos apropriados possam ser REFERÊNCIAS
alocados para fornecer as soluções necessárias.
27.1 Martin Engineering website: http://www.
Uma inspeção da correia não mostra como
martin-eng.com.
resolver os problemas, mas é uma ferramenta
inestimável usada na identificação desses 27.2 Conveyor Equipment Manufacturers
problemas. Association (CEMA). (2005). Belt Con-
veyors for Bulk Materials, Sixth Edition.
Com um bom registro das questões
Naples, Florida.
observadas em uma inspeção do transportador
– ou ainda melhor, em uma série de inspeções 27.3 O website http://www.conveyorbeltguide.
regulares do transportador –, a operação tem a com é um recurso valioso e não comer-
oportunidade de evitar problemas, aumentar a cial, que abrange vários aspectos relativos
eficiência operacional e a lucratividade. Esses às correias.
são os verdadeiros pontos importantes de
qualquer inspeção do sistema do transportador
de correia.

INSPECIONAR A CORREIA
MANTÉM UM TRANSPORTADOR
DE CORREIA EM BOAS CONDIÇÕES

Concluindo…
Uma operação de manuseio de material
a granel é um sistema de componentes
conectados. Se um componente ou subsistema
27 deixa de funcionar, tanto os processos
anteriores à zona de descarga como os
processos posteriores serão afetados. Em
termos mais simples, uma correia parada pode
fazer com que uma fábrica inteira interrompa
suas atividades. Consequentemente, um
transportador é uma peça de equipamento
crítica em uma operação de manuseio
de materiais a granel (Figura 27.2).
Uma inspeção regular da(s) correia(s) do
transportador é uma forma eficaz de avaliar
o sistema, catalogar seus componentes e

432
Vistoria do Sistema de Transportador de Correia | Capítulo 27

27

433
Seção 6 | Manutenção de Transportadores

Figura 28.1
Não importa quão bem
projetados e construídos
sejam, os sistemas de
transportadores e seus
componentes exigem
manutenção oportuna para
manter o desempenho em
níveis de projeto.

Capítulo 28
28 MANUTENÇÃO
Planejamento da Manutenção........................................................................................................................... 435
Recursos Humanos e Procedimentos............................................................................................................. 436
Programações de Manutenção........................................................................................................................ 438
A Importância da Manutenção.. ........................................................................................................................ 438
Questões de Segurança...................................................................................................................................... 439
Itens Avançados.. .................................................................................................................................................. 442
Os Dólares e o Sentido da Manutenção......................................................................................................... 443

434
Manutenção | Capítulo 28

Neste Capítulo… alguma falha.


Neste capítulo abrangerá as práticas O axioma “falhar em planejar e planejar para
recomendadas de manutenção para ajudar falhar” é verdadeiro em se tratando de sistemas
a controlar materiais fugitivos, aperfeiçoar a de transportadores, para os quais não se planeja a
segurança e reduzir as paradas não programadas manutenção; ela só é planejada em caso de falhas.
do transportador de correia. Sugere-se um
método para calcular o custo do tempo ocioso
Projetando a Manutenção
não programado do transportador.
O gerenciamento da manutenção precisa
Não importa quão bem projetados ser levado em conta quando o sistema do
e construídos sejam, os sistemas de transportador se encontra na fase de projeto ou
transportadores e seus componentes exigem de planejamento. Muitas vezes, as necessidades
manutenção oportuna para manterem o do Departamento de Manutenção não são
desempenho em níveis de projeto (Figura incluídas durante a fase de projeto; nesses casos,
28.1). É de vital importância que o pessoal o novo sistema não é projetado de forma a
da manutenção seja corretamente treinado e permitir fácil acesso e manutenção. Em face
equipado para detectar problemas em potencial, das condições industriais – com o estresse
bem como para realizar manutenções e reparos contínuo das operações diárias combinadas
de rotina. com as demandas das condições e quantidades
de materiais em constante alteração –, a
manutenção do sistema se torna uma exigência
PLANEJAMENTO DE MANUTENÇÃO
real. O problema aumenta ainda mais se o
Planejando a Manutenção sistema não foi projetado desde o princípio
com as devidas previsões de manutenção. Para
A experiência tem mostrado que, com o
muitas fábricas, uma suposição comum é: “Se é
passar do tempo, as exigências de produção
difícil, demorado ou potencialmente perigoso,
de uma fábrica aumentam. Muitas vezes os
então, é inevitável que atalhos sejam seguidos”.
pacotes de compensação para a gerência e os
No caso das atividades de manutenção, isso
empregados são baseados no alcance de metas
significa que, se um sistema é difícil de manter,
de produção. Como consequência, o tempo
as atividades de manutenção provavelmente não
ocioso destinado à manutenção invariavelmente
serão realizadas, ou, se o trabalho for realizado,
diminui. Nesse cenário, a infraestrutura do
será feito de forma superficial ou seguindo o
transportador é frequentemente mantida sem
caminho de menor resistência. De qualquer
manutenção, e os consertos necessários não são
forma, o aumento do risco de um componente
realizados, enquanto a fábrica se esforça para
falhar gera uma perda de produtividade como
atingir suas metas de produção.
consequência.
Isso faz com que o sistema de transporte
Em muitos casos, o processo de se projetar
seja negligenciado e caminhe para o ponto
permite ou até mesmo promove problemas de
de uma falha catastrófica. É essencial
manutenção. Os exemplos incluem espaços
que a programação de produção do
inadequados, componentes inacessíveis,
transportador permita um tempo ocioso
prendedores “permanentes” ou outros
para que sejam realizadas as necessárias
sistemas que não podem ser reparados. Os
atividades de manutenção. A fim de permitir
esses procedimentos de manutenção, o
projetistas normalmente pensam em projetos
que requerem grandes manutenções e fazem
28
transportador deve ser desligado – de acordo
previsões para eles; entretanto, frequentemente
com os procedimentos de lockout/tagout/
negligenciam as necessárias previsões para
blockout/testout – e, portanto, o tempo ocioso
realizar manutenções de rotina de forma fácil
programado para se realizar essas funções deve
ou eficaz. Como exemplo, existem vários
ser mantido disponível. O tempo apropriado
transportadores que incluem uma estrutura para
de parada, planejado para ocorrer dentro da
elevar e substituir a polia principal, um evento
programação de produção, a fim de se permitir
que pode ser necessário realizar a cada 5 anos;
que seja feita a manutenção, é essencial para
mesmo assim, nenhuma adaptação é feita para
evitar o “gerenciamento de crise” dos sistemas
a manutenção regular, como a lubrificação dos
de transporte, que funcionam sem parar e cuja
roletes ou a manutenção do raspador da correia.
única manutenção só é realizada quando ocorre

435
Seção 6 | Manutenção de Transportadores

Existem formas disponíveis de se resolver esses


RECURSOS HUMANOS E
problemas, ao incluí-los no projeto do sistema.
PROCEDIMENTOS
Os exemplos incluem passarelas, plataformas,
acessos adequados e utilitários, como água, O Departamento de Manutenção
eletricidade e ar comprimido prontamente
É importante que apenas pessoal competente
disponíveis para que as tarefas possam ser
e bem treinado – equipado com o devido
concluídas de forma mais oportuna e eficiente.
equipamento de teste e ferramentas – realize a
Outros exemplos incluem o uso de componentes
manutenção do transportador. Por razões tanto
que são ajustáveis com “martelo” ou que são
de segurança como de eficiência, o pessoal de
montados para ajuste com regulador deslizável.
manutenção deve ser formado por empregados
Com esses recursos integrados, a probabilidade
capazes e veteranos, com autoridade para
de que a manutenção de rotina seja feita
desligar um transportador e realizar um
adequadamente irá aumentar enormemente.
pequeno reparo que irá evitar um grande
O segredo é considerar os requisitos de derramamento ou despesas com equipamento.
manutenção no início do estágio de projeto. A
Associação de Fabricantes de Equipamentos Conforme se reduzem as equipes de
de Transportadores (CEMA) fornece diretrizes manutenção, e as demandas do sistema
para acesso ao transportador para manutenção do transportador aumentam, torna-se vital
em Belt Conveyors for Bulk Materials, Sexta maximizar a eficiência dos recursos humanos
Edição. disponíveis. Uma forma de maximizar
a eficiência do pessoal é documentar os
Ergonomia e Manutenção procedimentos para realizar cada tarefa de
Onde quer que pessoas estejam envolvidas forma segura. Isso irá assegurar que todos os
em um sistema – sejam eles projetistas, trabalhadores saibam não só como realizar
operadores, equipe de manutenção, seja a tarefas de forma mais segura e eficiente, como
gerência –, o desempenho humano terá grande também quais ferramentas e equipamentos
influência na eficácia e na eficiência geral desse serão necessários para concluir a tarefa. Isso
sistema. A ergonomia (ou a engenharia do fator também irá permitir a uma fábrica que treine
humano, como é conhecida algumas vezes) é melhor os novos empregados, conforme os mais
uma ciência aplicada, cujo objetivo é projetar e experientes são aposentados ou transferidos.
organizar componentes que as pessoas utilizam, Um sistema computadorizado de
de forma que elas e os componentes possam gerenciamento da manutenção (CMMS)
interagir de forma mais eficiente e segura. é uma boa ferramenta para armazenar os
Para que um sistema mecânico possa oferecer procedimentos de manutenção/reparos. O
todo o seu potencial, deve-se dedicar tempo e sistema irá administrar os pedidos de trabalho
comprometimento suficiente para otimizar o e gerenciar as informações, de forma que
papel humano nesse sistema. a equipe de manutenção possa executar
Os equipamentos devem ser projetados para seus afazeres de acordo com as prioridades.
aumentar a confiabilidade e a consistência dos Muitos sistemas também irão rastrear os
operadores e do pessoal de manutenção, ao gastos de manutenção para um determinado
realizarem a manutenção regular. equipamento; isso é essencial para justificar a
aquisição de um novo equipamento.
28 Figura 28.2
Um programa de manutenção que utiliza
Utilizar prestadores de
serviço para instalação
esses tipos de procedimentos irá provar ser
e manutenção de muito mais eficiente e confiável a longo prazo.
transportadores permite
que o pessoal da
fábrica seja designado
Serviços Terceirizados
para as operações Conforme as fábricas reduzem seus custos
principais exclusivas da com funcionários, muitas empresas estão
operação.
confiando algumas tarefas, como a instalação
do equipamento do transportador e de
manutenção, a prestadores de serviço externos.
Utilizar prestadores de serviço permite que

436
Manutenção | Capítulo 28

o pessoal da fábrica seja designado para as procurando por indicativos de problemas em


operações principais exclusivas da operação potencial (Figura 28.3). (Consulte o Capítulo
(Figura 28.2). 27: Vistoria do Sistema do Transportador de
Correia). É importante que o “inspetor do
Prestadores de serviço predominam no transportador” não sofra impedimentos –, assim
mercado de manuseio de material a granel ele pode estar seguro e ser eficiente durante a
e podem ser categorizados como gerais ou inspeção.
especializados. Ambos têm seus méritos e
irão agregar valor à fábrica se forem usados de O equipamento básico inclui:
maneira adequada e as limitações de cada um
forem compreendidas. A. Lanterna.
Se o inspetor do transportador vai olhar
Um prestador de serviços geral está disposto dentro dos chutes de escoamento fechados
a realizar quase qualquer tarefa e possui um ou áreas subterrâneas, como chutes de
conhecimento geral sobre muitas coisas; escoamentos e túneis de recuperação.
entretanto, não é especialista em todos os
aspectos ou componentes do sistema do B. Meios de registrar as informações.
transportador. Desde blocos de papel em uma prancheta
até um computador portátil.
Prestadores de serviço especializados/de
nicho, por outro lado, são especialistas em C. Equipamento de proteção individual (EPI).
certas áreas ou componentes; com frequência Capacetes, óculos de segurança, protetores
são empregados diretamente por um fabricante de ouvido e respirador, ou seja, o que for
ou são treinados e certificados por ele. Esse indicado para as condições da fábrica.
treinamento dá a eles as habilidades e o
D. Rádio ou telefone celular.
conhecimento necessários para instalar ou
Para permitir a comunicação com a
manter adequadamente os equipamentos,
sala de controle ou com o escritório de
de forma mais eficiente que um prestador
manutenção.
de serviços geral. Prestadores de serviço
especializados/de nicho devem estar bastante Ouvir uma opinião externa frequentemente
dispostos a oferecer garantias de desempenho, ajuda a chamar a atenção para questões que o
tanto em relação ao serviço prestado como em pessoal da fábrica costuma considerar como
relação aos componentes que fornecem. normais. Alguns fornecedores ou fabricantes
irão oferecer-se para inspecionar o sistema e
A limpeza de derramamento é outra área na
fornecer um relatório do “estado do sistema”.
qual um prestador de serviço terceirizado pode
atuar e ajudar a liberar o pessoal da fábrica. A forma mais eficaz de detectar ou solucionar
Contratar prestadores de serviço para a limpeza problemas em um sistema de transportador é
de derramamento em uma fábrica pode, na inspecioná-lo enquanto está em funcionamento.
verdade, ajudar a identificar a causa raiz do
derramamento, levando a uma alteração nos
procedimentos operacionais ou justificando Figura 28.3
a atualização ou substituição de um sistema Em algumas das
melhores operações,
existente.
os trabalhadores
rotineiramente 28
Inspeções “inspecionam” o sistema
do transportador,
Inspeções rotineiras de manutenção buscando indicações
podem aumentar a vida útil da correia e dos de problemas em
componentes e melhorar o desempenho, potencial.
evitando que pequenos problemas que podem
ser facilmente resolvidos se transformem em
grandes e caras dores de cabeça.

Em algumas das melhores operações, os


trabalhadores de manutenção rotineiramente
“inspecionam” o sistema do transportador,

437
Seção 6 | Manutenção de Transportadores

Embora a manutenção ou os reparos não É importante verificar o manual do proprietário/


devam ser feitos com o sistema em operação, operador emitido pelo fornecedor de qualquer
observar o sistema funcionar e escutar os peça do equipamento, para obter instruções
ruídos que ele faz irá permitir que o pessoal da específicas sobre manutenção, exigências,
manutenção identifique os componentes que procedimentos e tabela de horários. Um arquivo
necessitam de reparos/substituição. abrangente de manuais do equipamento deve
ser mantido e deve estar acessível para os
É difícil realizar uma inspeção de correia útil trabalhadores de todos os turnos.
quando a correia está operando em velocidades
maiores do que 1,0 metro por segundo (200 pés/ Além disso, o pessoal da manutenção
min). Grandes danos podem ser identificados, deve manter cuidadosamente os registros das
mas defeitos menores irão escapar da detecção inspeções e manutenções realizadas. Isso
se a correia estiver operando acima dessas irá assegurar a manutenção apropriada dos
velocidades. Uma solução para esse problema equipamentos.
é inspecionar todo o comprimento de uma
correia parada, verificando seção por seção. Uma Construindo um Arquivo de
alternativa seria usar uma transmissão de baixa Informações
velocidade para inspeção. Alguns transportadores Um arquivo ou um banco de dados
possuem uma transmissão que opera de 0,1 a dos vários componentes e subconjuntos
0,25 metros por segundo (20 a 50 pés/min), a fim dos transportadores deve ser criado. Esse
de permitir uma inspeção à baixa velocidade. arquivo deve incluir vários manuais, listas
de peças e outros documentos associados
aos componentes incluídos no sistema de
PROGRAMAÇÕES DE manuseio de material. Itens como números
MANUTENÇÃO da peça do fabricante e datas de instalação
Os intervalos de manutenção do transportador são informações valiosas para se estabelecer
e as exigências específicas de manutenção quando a manutenção deverá ser feita e quais
para esse transportador irão depender de sua procedimentos devem ser realizados, quando se
fabricação, de seus componentes do volume aproxima o momento de realizar a manutenção.
e da natureza dos materiais transportados por
Deve haver um arquivo central para essas
ele. As diretrizes do fabricante para inspeção,
informações. Este pode ser um arquivo
manutenção e consertos devem ser seguidas.
físico ou, atualmente, alguma forma os
Entretanto, se não houver diretrizes publicadas,
vários documentos, especificações e sites dos
aqui são oferecidas algumas regras básicas
fornecedores de banco de dados eletrônico que
para ajudar a orientar ou a estabelecer uma
mantém ou se conecta a eles. A informação
programação de manutenção (Tabela 28.1).
deve ser disponibilizada a partir de uma única
Muitos componentes do transportador podem
fonte, para que não existam arquivos em locais
e devem ser inspecionados enquanto a correia
separados e potencialmente contraditórios. A
está em funcionamento. Deve-se tomar cuidado
decisão com relação a que arquivo ou banco
para que só se inspecione os componentes
de dados será mantido dentro da operação de
do transportador quando a correia estiver
manuseio de material a granel ou do escritório
em funcionamento, em vez de, na realidade,
de manutenção é uma decisão da fábrica, mas,
tentar realizar a manutenção neles. Se forem
28 descobertos itens que precisam de manutenção,
com a disponibilidade das redes eletrônicas,
essas informações podem e devem ser
esses itens devem ser documentados. Muitas
compartilhadas. As informações estarão, então,
atividades de manutenção podem ser realizadas
disponíveis para outros departamentos, mesmo
apenas quando o transportador não está em
aqueles que não estão no mesmo local, como o
operação. (Consulte o site Martin Engineering
grupo de engenharia empresarial.
para obter informações adicionais sobre
manutenção, [Referência 28.1.]) Existem fornecedores que podem realizar
essa coleta de informações e organizar esse
serviço de manutenção para uma fábrica,
A IMPORTÂNCIA DA MANUTENÇÃO como parte de sua proposta de manutenção ou
como um serviço separado. Eles irão compilar
Manuais e manter essas referências em um banco de

438
Manutenção | Capítulo 28

dados. Esse serviço pode ser particularmente Ao padronizar vários componentes por toda
útil quando os registros de um sistema de a fábrica, o tamanho desse estoque de peças
transportador existente se tornam ultrapassados. de reposição e, portanto, o custo dessas peças
Com uma base mais ampla de experiência em ociosas podem ser minimizados.
equipamentos e fontes de informação, esses
serviços podem ser capazes de rastrear uma Pode ser uma boa ideia manter um
informação de um fornecedor que, de outra “cemitério de peças”, em que os componentes
forma, poderia se tornar indisponível. removidos possam ser armazenados e
disponibilizados para serem recuperados e
Peças de Reposição posteriormente utilizados como peças de
substituição, quando necessário. É claro que as
Determinadas peças para conserto devem peças retiradas dos equipamentos necessitam
estar disponíveis no estoque. Isso irá permitir ser totalmente limpas e inspecionadas antes de
a substituição de rotina das peças usadas e serem reutilizadas.
a conclusão rápida de reparos inesperados,
para que o equipamento possa voltar a operar
Lubrificação
o mais rápido possível. Esse estoque deve
incluir as peças com maior “probabilidade de Devido ao grande número de rolamentos
serem danificadas” e as “peças usadas” para presentes nos sistemas de transportador e sua
substituição, como as lâminas de limpeza influência nas exigências de voltagem e potência
da correia, barras de impacto e os roletes. da correia, a lubrificação é muito importante.
Também deve estar incluído nos locais de Seguir as recomendações do fabricante com
armazenamento de manutenção um suprimento relação ao tipo, à quantidade e à frequência da
de fixadores da correia para “reparo de rasgos” lubrificação irá aumentar a expectativa de vida
ou para reparos de emergência. dos componentes de rotação do sistema.

Deve-se tomar cuidado para não lubrificar

QUESTÕES DE SEG URANÇA

A inspeção e a manutenção do tanto para o pessoal como para o equipamento,


transportador podem oferecer quando a inspeção e a manutenção seguem os
riscos significativos aos empregados, porque procedimentos estabelecidos. O treinamento
essas atividades podem fazer com que os nesses procedimentos normalmente é
trabalhadores fiquem muito próximos do sistema disponibilizado pelos fornecedores dos sistemas.
do transportador, em condições potencialmente É importante que apenas pessoal competente e
perigosas (Figura 28.4). Existem muitos bem treinado, equipado com os equipamentos
sistemas projetados para oferecer condições e as ferramentas de teste apropriadas, execute a
de segurança tanto para o pessoal como para o manutenção do transportador. (É essencial uma
equipamento. A melhor abordagem com relação revisão completa do Capítulo 2: Segurança e do
à segurança é um programa de segurança que Capítulo 28: Manutenção.)
desenvolva e mantenha um respeito saudável
dos engenheiros, do pessoal de operações
e da equipe de manutenção pela energia do Figura 28.4
transportador e os riscos em potencial de sua A inspeção e a 28
operação. manutenção do
transportador podem
Alguns ajustes podem ser feitos apenas com oferecer riscos
a correia em funcionamento, e isso é vantajoso significativos aos
para realizar algumas manutenções de rotina empregados, porque
essas atividades
enquanto a correia está em operação. A maior podem fazer com
parte dos regulamentos de segurança reconhece que os trabalhadores
essa necessidade e estipula que “apenas fiquem muito
pessoal treinado que esteja ciente dos riscos” próximo do sistema
pode realizar essas rotinas. Existem sistemas do transportador,
em condições
projetados para oferecer condições de segurança
potencialmente
perigosas.

439
Seção 6 | Manutenção de Transportadores

Manutenção Preventiva do Transportador de Correia | Tabela 28.1

QUESTÕES DE SEGURANÇA
Sempre inspecione a área de trabalho para verificar se há riscos antes
de iniciar as inspeções ou realizar o trabalho

LOCALIZAÇÃO PROCEDIMENTO: Semanalmente LOCALIZAÇÃO PROCEDIMENTO: Semanalmente


Polias de Curva Verificar se a correia está centralizada na polia Polia Dianteira Inspecione os raspadores da correia para ver se há
lâminas gastas ou faltando
Roldanas da Verificar se todos os roletes estão girando*
Esteira Inspecione os raspadores da correia para ver se as estru-
Verificar se todos os roletes estão livres de material turas e as lâminas estão limpas
acumulado*
Verifique se a tensão dos raspadores da correia está de
Verificar se a correia toca todos os três roletes quando acordo com as recomendações do fabricante
está carregada ou quando está descarregada*
Verifique se a correia está centralizada na polia
Correias do Verificar danos ou maus-tratos à correia:
Transportador Verifique os bocais de supressão de pó para ver se há
Verificar correia para aderência da correia alguma obstrução
Verificar se a correia está abaulada Área de Carga Inspecione as roldanas de impacto para ver se estão
Verificar danos devido ao impacto gastas

Verificar danos químicos Inspecione os amortecedores de impacto para ver se a


cobertura superior está gasta
Verificar se há cortes ou rasgos na correia
Inspecione os amortecedores de suporte de vedação para
Verificar se há falha na emenda de emenda ver se estão gastos
Verificar se há rachaduras na cobertura da correia Inspecione e ajuste as vedações de pó
Transmissão do Verificar nível de óleo do redutor Inspecione os bocais de supressão de pó*
Transportador Verificar se há vazamentos de óleo no redutor Roletes de Retorno Verifique se os roletes estão girando livremente
Inspecionar o acoplamento da transmissão Inspecione os roletes para ver se há acúmulo de material
Verificar o nível de óleo no batente e inspecionar para ver Inspecione as braçadeiras da armação para ver se estão
se há vazamentos gastas devido a problemas no trilho da correia
Assegure-se de que todos os protetores do motor estão Comutadores de Inspecione os cabos para ver se estão com a tensão
no lugar e em boas condições Segurança correta
Estrutura do Verifique se há peças estruturais enferrujadas, dobradas, Verifique se os sinalizadores estão livres de acúmulo de
Transportador quebradas ou em falta material
Verifique os corrimões e rodapés para assegurar que Polia Tensora Verifique se a correia está centralizada na polia
estejam em boas condições
Inspecione a polia para ver se há acúmulo de material
Verifique as passarelas para ver se há derramamento ou
acúmulo de material Emendas Mecânicas: Verifique a junta e os pinos para ver se estão
gastos
Verifique os portões de segurança para assegurar se
estão em ordem de funcionamento Vulcanizadas: Verifique a junta para ver se estão
separadas
Alinhador de Verifique o vagão tensor para que possa operar livre-
mente e em linha reta* Polia Traseira Verifique se a correia está centralizada na polia
Correia
Verifique se a correia está centralizada na polia* Verifique a lâmina do raspador em V para ver se está
gasta
Verifique se todos os protetores de segurança estão no
Verifique a armação do raspador em V
lugar e em boas condições
Protetores Verifique se há danos e se a instalação está correta.
Verifique a tensão do raspador em V
Roldanas de Verifique se o eixo pivotante da estrutura está livre*
Alinhamento
Verifique se todos os roletes estão girando*
28 Verifique os roletes para ver se há acúmulo de material

* NOTA: Inspeções perfeitas podem exigir que a correia esteja


em movimento.
Sempre inspecione a área de trabalho e revise os procedimentos de trabalho para verificar se há algum risco, antes de iniciar a inspeção ou realizar algum trabalho. Reveja as
exigências de segurança locais e da empresa antes de realizar quaisquer atividades de manutenção. Algumas instalações podem permitir que determinadas atividades de inspeção e/
ou manutenção sejam realizadas em transportadores de correia em movimento por técnicos devidamente certificados e treinados. Para aqueles procedimentos que não podem ser
realizados com segurança enquanto a correia está em funcionamento ou nas instalações que não permitem que seja feita a manutenção enquanto a correia está em funcionamento, os
procedimentos de Lockout/Tagout/Blockout/Testout devem ser seguidos antes de se realizar qualquer trabalho.

440
Manutenção | Capítulo 28

Manutenção Preventiva do Transportador de Correia | Tabela 28.1

QUESTÕES DE SEGURANÇA
Sempre inspecione a área de trabalho para verificar se há riscos antes
de iniciar as inspeções ou realizar o trabalho

LOCALIZAÇÃO PROCEDIMENTO: Mensalmente LOCALIZAÇÃO PROCEDIMENTO: Mensalmente


Polias de Curva Verifique os rolamentos para ver se há evidência de Roldanas da Esteira Verifique a lubrificação dos rolamentos nos roletes
movimento no eixo
Transmissão do Verifique a lubrificação nos batentes dos rolamentos
Verifique as condições do rolamento e dos anéis de Transportador
Verifique a lubrificação nos rolamentos do eixo
travamento para ver se estão bem apertados
Inspecione as correias da transmissão para ver se estão
Verifique se há rasgos ou rachaduras na face ou nas
gastas e se a tensão está correta
pontas do cubo
Área de Carga Inspecione os chutes de escoamento e as paredes dos
Verifique a lubrificação nos rolamentos do eixo
chutes de escoamento para ver se há vazamentos
Alinhador de Correia Verifique os mancais para ver se há evidência de movi-
Inspecione vedações de entrada
mento no eixo
Inspecione vedações de saída
Verifique as condições do rolamento e dos anéis de
travamento para ver se estão bem apertados Inspecione os captadores do coletor de pó para ver se há
vazamentos*
Verifique se há rasgos ou rachaduras na face ou nas
pontas do cubo Roletes de Retorno Verifique a lubrificação dos rolamentos nos roletes
Verifique a lubrificação nos rolamentos do eixo Sirenes de Segurança Faça um teste para assegurar-se de que as sirenes de
segurança estão funcionando apropriadamente antes de
Polia Dianteira Verifique os mancais para ver se há evidência de movi-
inicializar o transportador
mento no eixo
Comutadores de Os comutadores de parada de emergência devem ser
Verifique as condições do rolamento e dos anéis de
Segurança testados em cooperação com a gerência
travamento para ver se estão bem apertados
Roldanas de Verifique a lubrificação nos roletes e nos pontos
Inspecione a polia de recolhimento para ver se está gasta
Alinhamento pivotantes
e presa à polia dianteira
LOCALIZAÇÃO PROCEDIMENTO: A Cada 6 Meses
Verifique se há rasgos ou rachaduras na face ou nas
pontas do cubo Breques/Batentes Teste para ver se estão funcionado corretamente com
carga completa*
Verifique a lubrificação nos rolamentos do eixo
Estrutura do Verifique as bases para ver se estão bem assentadas
Polia Tensora Verifique os mancais para ver se há evidência de movi- Transportador
mento no eixo
Área de Carga Inspecione as buchas de desgaste para ver se estão
Verifique as condições do rolamento e dos anéis de gastas
travamento para ver se estão bem apertados
Comutadores de Teste o funcionamento para o desligamento do
Verifique se há rasgos ou rachaduras na face ou nas Segurança transportador*
pontas do cubo
Dispositivos/Sinais Teste o funcionamento e as funcionalidades audiovisuais
Verifique a lubrificação nos rolamentos do eixo de Aviso ou legíveis*
Polia Traseira Verifique os mancais para ver se há evidência de movi- LOCALIZAÇÃO PROCEDIMENTO: Anualmente
mento no eixo
Sistema Elétrico Verifique se há fios desencapados, conduítes danificados,
Ajuste o tensor mecânico da correia para ver se a tensão aterramentos para sobrecarga elétrica e de sistema
está correta
Travas Faça o teste para assegurar o intertravamento apropriado
Verifique se há rasgos ou rachaduras na face ou nas dos transportadores*
pontas do cubo
Comutadores de Teste o circuito de inicialização do transportador com os
Verifique a lubrificação nos rolamentos do eixo Segurança sinalizadores puxados
Verifique a lubrificação nos ajustadores do tensor LOCALIZAÇÃO PROCEDIMENTO: Circunstâncias Especiais
mecânico da correia
Emendas Depois de uma nova emenda: Verifique se há alguma
Verifique as condições do rolamento e dos anéis de
travamento para ver se estão bem apertados
emenda torta* 28
* NOTA: Inspeções perfeitas podem exigir que a correia esteja
em movimento.

Nota: Em todos os casos, as recomendações dos fabricantes para inspeção e manutenção devem ser seguidas, incluindo as recomendações para lubrificação. A lista acima abrange
a maior parte dos componentes e sistemas encontrados na maioria dos transportadores de correia. Os componentes e sistemas específicos ou exclusivos do transportador que está
sendo inspecionado devem ser adicionados com a frequência apropriada. Por exemplo: ecala, portas de inspeção, detecção de rasgos, limpador(es) de correia(s), raspador(es), auxílio
ao fluxo, mostruário, detector(es) de nível, lanterna, sistema de proteção contra incêndio, componentes de controle de pó, proteção contra raios, limpeza geral, itens proibidos, etc.

441
Seção 6 | Manutenção de Transportadores

demais as peças, pois isso pode danificar os sua total capacidade, enquanto são verificados
seladores dos rolamentos, o que permitiria que possíveis problemas.
os materiais fugitivos entrassem no rolamento,
aumentando a fricção e diminuindo a vida útil
deste. O excesso de óleo ou de graxa pode ITENS AVANÇADOS
ser derramado na correia e atacar a cobertura,
diminuindo a vida útil da correia. O excesso O Custo de Desligamentos Não
de graxa também pode cair nos corrimões, Programados
passarelas ou pisos, tornando-os escorregadios Os transportadores de correia são, com
e perigosos. frequência, a linha mestra de uma operação, e
a disponibilidade (ou vida útil) desses sistemas
Atualmente, algumas fábricas usam roldanas tem impacto direto na lucratividade. Em muitas
e outros componentes giratórios equipados operações, a perda de produção atribuída ao
com rolamentos selados, que não necessitam tempo ocioso do transportador resulta em
de lubrificação e que, portanto, reduzem a uma perda de oportunidade que não pode ser
necessidade de manutenção recuperada.

Inicialização do Transportador Enquanto a relação entre a disponibilidade


do transportador e a lucratividade é óbvia, a
Uma correia é como um novo par de sapatos: relação entre a manutenção eficaz, a qualidade
ela precisa ser gradualmente e cuidadosamente dos componentes e a concepção do projeto
“amaciada” para evitar momentos dolorosos. do transportador não é assim tão óbvia. Como
Atenção insuficiente à inicialização do os efeitos dessas condições e práticas são
transportador – tanto durante o funcionamento difíceis de identificar, as causas raiz do tempo
inicial de um novo sistema como em seguida a ocioso do transportador normalmente não são
uma parada de manutenção – pode causar um abordadas, o que cria transportadores com
dano significativo e dispendioso. problemas crônicos. Pesquisa publicada pela
Normalmente, a operação de um Australian Coal Association (Associação de
transportador não exige a atenção de Carvão da Austrália) indica que, quando a causa
muitas pessoas. Em geral, essa é uma das raiz do tempo ocioso de um transportador está
vantagens de venda dos transportadores relacionada à qualidade dos componentes, o
de correia em relação a outras formas custo do tempo ocioso é da ordem de cinco
de transporte. Entretanto, seria um erro vezes o custo de substituição do componente.
inicializar uma correia, especialmente em Quando a causa raiz do tempo ocioso está
um novo transportador ou em uma linha que relacionada ao projeto básico do transportador,
tenha sofrido grandes modificações, sem a o custo do tempo ocioso é de aproximadamente
atenção de pessoal extra ao longo da sua rota. duas vezes o preço de refazer o projeto
Observadores devem estar ao longo da correia (Referência 28.2). Num primeiro momento,
em funcionamento, nos pontos onde existe a essas proporções podem parecer incorretas ou
probabilidade de ocorrer problemas ou nos até mesmo invertidas, mas deve-se levar em
pontos em que, caso ocorram problemas, consideração que a falha de um componente
estes sejam particularmente dispendiosos. frequentemente envolve a manutenção com um
Esses observadores devem estar equipados intervalo de tempo ocioso relativamente curto
para substituição dessa peça, enquanto um erro
28 com comunicadores portáteis ou celulares e
estar posicionados próximo a comutadores no projeto básico frequentemente envolve uma
de desligamento de emergência. Uma despesa significativa de capital e uma parada
inspeção cuidadosa antes da inicialização prolongada para que o problema seja corrigido.
deve estabelecer se não existem materiais de Cada situação é diferente, mas é claro que
construção, ferramentas ou componentes tratar do sintoma em vez da causa gera custos
estruturais deixados onde possam emperrar ou repetitivos devido ao tempo ocioso. Com o custo
cortar a correia quando ela começar a se mover. do tempo ocioso estabelecido entre duas e cinco
vezes o custo das ações corretivas, é claro que
A correia deve se movimentar vazia,
manter registros precisos e executar uma análise
lentamente no início e, em seguida, na
completa do problema pode justificar quase
velocidade normal de operação. Ela deverá
qualquer ação corretiva necessária.
então, ser gradualmente carregada até atingir

442
Manutenção | Capítulo 28

Ao calcular o custo do tempo ocioso, as caminho” ou que “economizam” nas atividades


despesas comuns incluídas são: de manutenção e limpeza normalmente
terminam gastando mais a longo prazo, em
A. O custo de uma oportunidade perdida.
termos financeiros e ambientais, para lidar com
B. Custo de aquisição dos componentes para material fugitivo em suas instalações. O segredo
substituição. para minimizar essas paradas não programadas
C. Custo do trabalho de manutenção. é um serviço de manutenção eficiente.
D. Custo do prestador de serviço.
E. Taxas de consultoria e engenharia. As interrupções não programadas são
F. Custos de teste e análise. bastante dispendiosas. Um autor declarou que
o custo de um serviço é de três a sete vezes
O custo da oportunidade perdida pode ser maior em uma parada de emergência do que
calculado multiplicando a taxa de produção em uma parada programada. Em 2002, outra
por hora e o número de horas de tempo ocioso fonte calculou os custos do tempo ocioso nas
pelo preço de venda do produto. Uma vez que minas de carvão do tipo longwall em US$
os transportadores podem transportar grandes 30.000 por hora. Dependendo do tamanho da
quantidades de material por hora, esse custo fábrica, uma diferença de 1% na disponibilidade
sobe rapidamente. Por exemplo, uma mina de do sistema para uma fábrica movida a carvão
carvão que produz 4.000 toneladas por hora e pode equivaler a um ou dois milhões de dólares
vende esse carvão a US$ 50 por tonelada, perde menos no rendimento anual. Uma parada não
a oportunidade de vender US$ 200.000 para programada do transportador ou uma falha que
cada hora de tempo ocioso não programado. diminua a geração de disponibilidade em até
Deve-se acrescentar ao gasto total despendido mesmo 0,01% equivale a um custo significativo.
com esse incidente as despesas com serviços O custo até mesmo da menor interrupção é
externos, com a substituição de componentes e proibitivo. É óbvio, então, que a manutenção
com o custo total do tempo ocioso. para que se possa evitar o tempo ocioso não
Usar o custo de oportunidade perdida é uma programado é um fator crítico da lucratividade
boa forma de obter os custos diretos e indiretos geral da operação.
de uma operação, uma vez que se incluem no
preço de venda todos os custos de produção, A Seguir…
gerenciamento e administração, bem como o Este capítulo sobre Manutenção é
lucro desejado. Pode-se questionar isso dizendo continuação da seção Manutenção de
que o carvão que não foi extraído pode ser Transportadores. O capítulo a seguir, O
vendido mais tarde, e pode ser que seja esse o Fator Humano, conclui esta seção sobre
caso ou não, mas isso dependerá do mercado o relacionamento entre um serviço de
e do contrato de mineração acordado com o manutenção oportuno, regular e a redução de
cliente. Em qualquer um dos casos, perde-se o derramamento e de pó fugitivo.
ganho que se obteria durante o período em que
o sistema ficou ocioso.
REFERÊNCIAS

OS DÓLARES E O SENTIDO DA 28.1 Martin Engineering website: http://www.


MANUTENÇÃO martin-eng.com.

Concluindo…
28.2 Roberts, Alan. (November 1996).
Conveyor System Manutenção & Reli-
28
Um serviço de manutenção eficiente e eficaz ability, ACARP Project C3018. O autor
diminui os custos, não apenas do departamento é membro do Centre for Bulk Solids
de manutenção como de toda a operação. A and Particulates, University of Newcastle,
meta é fornecer um trabalho de qualidade com Australia. Publicado pelo Australian Coal
o mínimo de interrupção da rotina de produção. Association Research Program (Programa
Isso irá gerar benefícios para a eficiência de Pesquisa da Associação Carbonífera
operacional, para a disponibilidade do sistema e Australiana); pode ser adquirido através
em última análise, para o retorno financeiro. do site: http://www.acarp.com.au/ab-
stracts.aspx?repId=C3018.
Ironicamente, as fábricas que “cortam

443
Seção 6 | Manutenção de Transportadores

Figura 29.1
O pessoal que opera e
gerencia um sistema de
manuseio de material é o
segredo do seu sucesso .

Capítulo 29

O FATOR HUMANO
29
Limitações de Hardware..................................................................................................................................... 445
O Processo para o Aperfeiçoamento Contínuo............................................................................................ 446
Educação e Treinamento.................................................................................................................................... 446
A Importância da Manutenção.. ........................................................................................................................ 447
Consultando Especialistas.. ................................................................................................................................ 448
Desenvolvendo Parcerias com os Fornecedores......................................................................................... 449
Para o Controle Total do Material................................................................................................................... 450

444
O Fator Humano | Capítulo 29

Neste Capítulo... simplesmente deixam de ver essas condições


Neste capítulo, não iremos nos concentrar como um problema. Mesmo quando algumas
nem na tecnologia nem no hardware necessário melhorias são implantadas, os resultados se
para o manuseio bem-sucedido de material a tornam rapidamente aceitos como norma. Sem
granel; em vez disso, iremos enfocar o fator um processo para o aperfeiçoamento contínuo,
humano – as pessoas que fazem a diferença as primeiras atualizações serão, em breve,
entre uma operação bem-sucedida e uma aceitas como o melhor que se pode alcançar.
operação mal-sucedida. Este capítulo discute Para se implantar melhorias realmente
a necessidade de um compromisso com o benéficas e duradouras nos sistemas de
aperfeiçoamento contínuo do controle de hardware, é crítico que as atitudes e ações do
material e a maneira para que isso aconteça: pessoal de fábrica, de todos os níveis, sejam
a educação e o treinamento necessários para transformadas em um desejo de melhorar
alcançá-lo. Além disso, este capítulo aborda a continuamente. O pessoal de fábrica que espera
importância e os benefícios de se consultarem altos padrões de desempenho toma as medidas
especialistas e de se desenvolverem parcerias necessárias para atingir esses níveis, e aqueles
com os fornecedores. que se comprometem em manter padrões ainda
As indústrias nas economias estabilizadas mais altos irão constatar melhorias na eficiência,
estão experimentando uma tendência na nas condições de trabalho e na segurança.
qual a força de trabalho estabelecida está Os sistemas de hardware para contenção de
envelhecendo, e sua base de conhecimento e de material e gerenciamento de pó aperfeiçoados
experiência está sendo rapidamente esvaziada. descritos neste livro são etapas importantes
Em muitos casos, essa base de conhecimento para se alcançar o controle total do material.
está sendo substituída pela moderna tecnologia, Entretanto, é o fator humano que irá fornecer a
na forma de sistemas de monitoramento e de chave definitiva para o sucesso.
controle mais sofisticados. O pessoal de fábrica
que permanece em atividade tem sido solicitado
a expandir seus esforços e capacidades para LIMITAÇÕES DO HARDWARE
cobrir a falta de potencial humano. A meta de se alcançar o controle total do
material exige mais do que nova tecnologia e
Grande parte desse livro aborda os
novo hardware.
sistemas de hardware necessários para
oferecer controle total do material, incluindo Muitas vezes, novos componentes são
a prevenção e o controle de derramamento instalados para atualizar um sistema de
e de pó. Novas tecnologias e componentes transportador de correia, a fim de gerar
atualizados para sistemas existentes irão melhorias no controle de material e aumentar
aumentar a probabilidade de sucesso, mas o a eficiência da fábrica. Na maioria dos casos,
sucesso real e sustentável requer educar as esses sistemas funcionam como esperado e
pessoas responsáveis pelo desempenho geral fornecem benefícios perceptíveis, pelo menos
da operação. O fator humano não pode ser enquanto são novos. No entanto, a solução
ignorado quando se trata de operar e manter para controlar material fugitivo não para
um sistema de manuseio de material. com a instalação de novos equipamentos,
De muitas formas, uma fábrica é um reflexo
independentemente de quão bem projetados ou
caros eles sejam. Um novo hardware representa
29
do pensamento do seu pessoal: alta gerência,
apenas o primeiro passo no caminho do
operações e pessoal de manutenção, igualmente
processo de aperfeiçoamento.
(Figura 29.1). Se esses grupos enxergam e
aceitam a fábrica como sendo suja, ineficiente,
desagradável e insegura, irão permitir que ela
se torne e permaneça dessa forma. Permitir
que o pó e o derramamento se acumulem no
ambiente de trabalho pode criar uma “fadiga”
de material fugitivo. Com o passar do tempo,
aqueles que trabalham nesse ambiente todos os
dias acabam por aceitar as condições, até que

445
Seção 6 | Manutenção de Transportadores

Compromisso com o
O PROCESSO PARA O
Aperfeiçoamento
APERFEIÇOAMENTO CONTÍNUO
Um controle de material eficaz exige um
Desenvolvendo um Processo para o processo de melhoria contínua das operações
Aperfeiçoamento Contínuo de manuseio de material.
Melhorar o desempenho do transportador de Os resultados são afetados pela variação
correia, reduzindo o derramamento de material das condições do material, pela operação
e controlando o pó transportado pelo ar, não inapropriada do material e pela manutenção
é apenas uma questão de adquirir a tecnologia mínima ou inexistente.
mais recente ou de comprar peça de hardware
As exigências da empresa obrigam a fábrica
do primeiro fornecedor que passar pela porta
a buscar continuamente por oportunidades de
da frente da fábrica. Pelo contrário, a solução
reduzir custos e aumentar a lucratividade, ao
reside em desenvolver um processo que possa
mesmo tempo em que mantêm uma operação
atualizar continuamente o desempenho do
segura e eficiente. Pressionar os fornecedores
equipamento, dos materiais, dos fornecedores
preferidos por concessões no preço pode
e do pessoal de fábrica. O processo começa
levá-los a achar novas formas de recuperar seus
com um comprometimento de toda a
custos e atingir as margens exigidas, o que pode
fábrica para aperfeiçoar o gerenciamento de
sair mais caro para a fábrica a longo prazo.
material fugitivo. Ele favorece a educação
e o treinamento de gerentes e de outros O aperfeiçoamento requer um círculo
empregados, para que entendam o valor e completo de comprometimento, começando
vejam as oportunidades do controle total de pelo nível da gerência e estendendo-se até
material. Ele inclui a otimização e a autoridade o nível de operações da fábrica, da gerência
dos departamentos de serviços para manter o de manutenção até os operadores, a equipe
desempenho dos componentes e aperfeiçoar de manutenção e qualquer outra pessoa da
a eficiência operacional geral da fábrica. organização.
Ele favorece o desenvolvimento de relações
com consultores e fornecedores que possam A gerência deve reconhecer e demonstrar
auxiliar a fábrica a enfocar os desafios que o compromisso com a resolução dos problemas,
manuseio de material oferece. Essas etapas enquanto os empregados devem ter acesso a
ajudam a desenvolver um processo de contínuo recursos, tempo, ferramentas e equipamentos
refinamento na busca da meta do controle total necessários para desenvolver, implantar e
do material. manter soluções. É essencial que a fábrica faça
investimentos sensatos ao selecionar sistemas
Não se desenvolve esse processo de que irão ajudar a reduzir a manutenção, que
melhoria contínua da noite para o dia, nem interajam facilmente com a manutenção e que
se atinge esse objetivo com um decreto da aumentem a confiabilidade no equipamento, no
alta gerência. Embora seja necessário o desempenho e na segurança.
endosso dos executivos, também é necessário
o compromisso e a autoridade do pessoal de
operações e de manutenção. Esse processo
EDUCAÇÃO E TREINAMENTO
deve ser cuidadosamente mantido através da
educação e do treinamento. Um aspecto importante do processo para o
29 Existem muitas técnicas comprovadas
contínuo aperfeiçoamento é o treinamento de
pessoal. Os empregados precisam ser treinados
para desenvolver uma cultura de melhoria para que possam entender inteiramente a
contínua. Os nomes podem ser familiares: finalidade e as capacidades do equipamento
Lean Manufacturing, Toyota Production que irão operar, ao mesmo tempo em que
System, Business Process Management, desenvolvem um nível de conforto e confiança
Lean, Six Sigma, e outros, agora e no futuro. em suas próprias capacidades. Essa educação
Independentemente do plano específico deve incluir como identificar desafios, como
selecionado, o fator mais importante para o solucionar problemas e como tomar medidas
sucesso é o comprometimento da gerência com corretivas, ajustando o equipamento a fim de
essa técnica. corrigir e minimizar problemas.

446
O Fator Humano | Capítulo 29

A educação deve identificar os riscos manutenção também podem ajudar no


associados à operação do equipamento e treinamento especializado necessário para
mostrar aos operadores como usar esse aumentar as habilidades e o conhecimento
equipamento de forma eficiente e sem que do pessoal de manutenção da fábrica em
ofereça risco às pessoas ou à fábrica. procedimentos complicados e em novas
tecnologias.
A educação e o treinamento podem ser
fornecidos por consultores que oferecem Um exemplo seria uma copiadora do
informações sobre as características dos escritório. Se uma copiadora quebra, o reparo
materiais a granel e o desempenho geral do necessário normalmente não é responsabilidade
equipamento. Fornecedores qualificados da pessoa que cuida da manutenção do prédio;
devem fornecer treinamento em instalação, a atitude correta é entrar em contato com uma
manutenção e solução de problemas de seus pessoa que tenha experiência em conserto de
sistemas. copiadoras. Uma copiadora é um equipamento
complexo, que representa um investimento de
capital considerável. O pessoal de manutenção
A IMPORTÂNCIA DA MANUTENÇÃO predial não está familiarizado com as nuances
de uma copiadora, e os consertos podem estar
O axioma “Pague agora ou pague mais muito além do alcance de sua especialidade. Os
depois” é talvez mais verdadeiro quando se usuários de uma copiadora não são incentivados
considera a manutenção de um equipamento a tentar consertá-la, pois suas tentativas
de manuseio de material. Esse velho ditado normalmente tornam as coisas piores.
quer dizer que, se a manutenção regular
é negligenciada, a probabilidade de se ter Os sistemas de manuseio de material são
que substituir um componente que falhou, normalmente um conjunto de equipamentos
provavelmente antes do esperado, aumenta. complexos, que representam um investimento
considerável de capital. O pessoal de operação
Com o “enxugamento” das empresas para e de manutenção pode não estar familiarizado
cortar orçamentos, junto com a aposentadoria com as nuances específicas do hardware. O
precoce dos empregados experientes, fornecedor especializado possui o melhor
uma área que parece ser mais atingida é o acesso ao conhecimento técnico e às nuances
departamento de manutenção. As despesas dos produtos cuja manutenção está sendo
ocultas do “enxugamento” podem ter origem feita, eliminando a curva de aprendizado e
em uma variedade de causas, incluindo a permitindo que o fornecedor de manutenção
falta de conhecimento sobre a manutenção mantenha um histórico completo do
preventiva apropriada, recursos insuficientes equipamento, o qual pode ser usado para
para completar os reparos assim que se fizerem estimar os intervalos e métodos de uma falha.
necessários e ciclos de manutenção mais longos, Quando esse hardware de manuseio de
devido ao tempo que se leva até que os novos material precisar de manutenção ou quebrar,
empregados conheçam e aprendam a usar o pessoas com experiência nessa área deverão ser
novo equipamento. chamadas.
A tendência em expansão para se atender à Infelizmente, esse não é o método usual
necessidade de manutenção do equipamento é adotado na maioria das operações. O
contratar prestadores de serviço externos,
para que executem até mesmo as tarefas
equipamento é temporariamente “remendado”, 29
pois assim a fábrica pode “dar um jeito” até
rotineiras de manutenção. Terceirizar os o próximo ciclo de manutenção. Quando
procedimentos de manutenção especializados é chega a hora do novo ciclo de manutenção,
uma forma aceitável de fornecer e estabilizar os o “remendo” já foi esquecido, e outros
custos da manutenção de rotina. Normalmente, problemas, mais imediatos, chamam a atenção.
esses especialistas de manutenção são
especializados em um determinado tipo de Se os fornecedores de equipamento oferecem
sistema ou em um determinado conjunto de contratos de manutenção, pode ser do interesse
componentes: eles oferecem aperfeiçoamento da operação aproveitar ao máximo esse recurso.
em qualidade, eficiência e velocidade dos
serviços prestados. Esses especialistas em

447
Seção 6 | Manutenção de Transportadores

tempo (Referência 29.1). Gerenciar de forma


CONSULTANDO ESPECIALITAS
que os empregados possam fazer o que “fazem
As pessoas algumas vezes estão tão ocupadas melhor” na maior parte do tempo motiva os
reagindo às necessidades diárias que são empregados a aumentar sua produtividade
incapazes de ver as oportunidades à sua frente. ao mesmo tempo em que permite que isso
A tarefa diária de operar e manter um sistema aconteça.
de manuseio de material consome seu tempo
e energia, limitando, assim, sua capacidade de Recursos externos podem trazer
identificar desafios ou de ver os benefícios de contribuições significativas para a operação
prováveis melhorias. de uma fábrica (Figura 29.2). Eles podem
ser especialistas em um determinado setor
A complacência ou a atitude de se dizer do mercado, em um processo específico
“nós sempre fizemos assim” pode dominar ou em uma determinada tecnologia que é
empregados que se acostumaram a certas utilizada em todo o setor. Esses profissionais
condições, certos procedimentos, estilos ou a podem ser especialistas em manuseio de
um certo nível de desempenho. material podem analisar os sistemas da fábrica,
identificar desafios e oferecer recomendações.
Pesquisas mostram que os empregados
Eles fornecem uma visão ampla do setor de
dizem que seu trabalho lhes permite fazer o
manuseio de material e são um recurso valioso
que fazem “melhor” em apenas um terço do
para se obterem soluções para os desafios
associados ao transporte e ao armazenamento
Figura 29.2 de material a granel. Eles podem oferecer um
Os consultores podem “mapa” com as indicações para se alcançar
ajudar o pessoal da uma fábrica mais limpa, mais segura e mais
fábrica a ver os pontos
fortes e fracos do produtiva.
sistema de manuseio de
material. Uma desculpa comum é de que as pessoas
têm medo de fazer aperfeiçoamentos porque
acham que isso colocaria seus empregos em
risco ou daria um motivo para que a gerência
designasse novamente um equipamento
importante. Na verdade, o que acontece é o
oposto. As empresas sempre têm mais projetos
do que recursos. Se os trabalhadores estiverem
abertos a mudanças e concentrados no que
fazem melhor, esses indivíduos têm mais
probabilidade de serem aqueles que a empresa
escolhe para novas designações ou para novos
projetos. Isso aumenta a segurança no emprego.
Além disso, se a empresa se torna mais lucrativa
como consequência de uma contribuição
individual, é mais provável que essa empresa
permaneça em funcionamento, mais uma vez,
aumentando a segurança no emprego.
29
Figura 29.3 Com a filosofia e o aperfeiçoamento da
Ao fazerem importantes tecnologia discutidos neste livro, fica claro
contribuições para que existem “novas” formas de se fazer as
o sucesso de uma
coisas, formas que irão ajudar as fábricas a
fábrica, os fornecedores
passam de prestadores aperfeiçoar seus processos e a trabalhar mais
de serviço a parceiros. eficientemente. Com frequência a fábrica pode
ainda usar o mesmo equipamento básico para
aumentar a capacidade e a saída e, ainda assim,
ter uma fábrica mais limpa e mais segura, sem
ter que investir em um sistema de manuseio de
material inteiramente novo.

448
O Fator Humano | Capítulo 29

podem fazer importantes contribuições para


DESENVOLVENDO PARCERIAS COM
um programa da fábrica a fim de conter o
OS FORNECEDORES
derramamento e controlar o pó fugitivo. O
A fim de atingir suas metas de melhoria do segredo é fazer com que os fornecedores se
processo em todas as áreas, especialmente tornem parceiros da fábrica.
na área de manuseio de material, a fábrica
precisa aproveitar a base de conhecimento dos Frequentemente essa parceria não
fornecedores-chave qualificados (Figura 29.3). funciona, devido a uma falha em reconhecer a
especialização do fornecedor e a importância
Um relacionamento aberto com do conhecimento e da experiência que ele traz
fornecedores-chave pode ser uma grande para o pessoal da fábrica.
vantagem competitiva, quando os ambientes
de negócios estão em contínua mudança. Os relacionamentos irão florescer se o
Com muita frequência, o trabalho de projeto fornecedor for capacitado para superar as
é fornecido para empresas de instalação e resistências a alterações, muito comuns em uma
manutenção que não são especializadas, empresa. Um problema comum é a síndrome
que possuem apenas um conhecimento normalmente denominada de síndrome do
generalizado, deixando os custos dispararem “Não foi Inventada Aqui”. Essa síndrome
e um equipamento que não funciona como refere-se à incapacidade de um indivíduo ou
esperado. Quando os fornecedores devem organização aceitar soluções – equipamentos
afunilar seus produtos e serviços através de uns ou ideias – que não foram desenvolvidos
poucos grandes distribuidores para alcançar internamente. Um fornecedor experiente irá
a fábrica, o pessoal de fábrica fica isolado ajudar a encontrar formas de permitir mudanças
de um recurso importante para a solução de nos “procedimentos operacionais padrão”, de
problemas – esses fabricantes e empresas de forma que as melhorias sejam feitas sem causar
manutenção com especialização em áreas ressentimentos.
técnicas específicas.
Fornecedores que se esforçam para se
Sempre há o medo de que a terceirização tornarem parte de uma equipe e são capazes de
diminua o trabalho dos empregados e a se adaptar ao ambiente único de cada fábrica
segurança do trabalho. A manutenção nos têm muito mais probabilidade de obter sucesso
sistemas que controlam material fugitivo é na construção de uma relação mutuamente
normalmente o item de menor prioridade benéfica a longo prazo. Fornecedores
na programação de manutenção diária e e representantes de vendas têm que ser
é quase nunca uma prioridade durante sensíveis a essas questões e estar preparados
os desligamentos. Embora os gerentes para fazer alterações aos primeiros sinais de
argumentem que possuem pessoas da empresa incompatibilidade.
com tempo para realizar esse trabalho, a O controle total do material requer uma
realidade é que esses empregados normalmente grande dose de especialização e de atenção aos
não são nem treinados nem incentivados a detalhes. Ao se escolher um consultor ou uma
tomar as medidas necessárias para controlar empresa de manutenção para ajudar a obter o
materiais fugitivos e são pressionados pela crise controle total do material, é preciso considerar
do momento. Como resultado, simplesmente cuidadosamente as principais competências
não se faz o trabalho. O pessoal capacitado do fornecedor e sua capacidade de cumprir
de manutenção deve se concentrar no que os compromissos assumidos. A capacidade do 29
faz melhor. Nunca há escassez dos principais fornecedor de produzir soluções específicas
trabalhos de manutenção, que requerem para a situação, de fabricá-las, instalá-las e, em
conhecimento especializado dos processos e seguidas mantê-las em um único padrão de
procedimentos de manutenção da fábrica. desempenho é uma vantagem estratégica para a
fábrica e para o fornecedor.
Uma organização formada por fornecedores
qualificados possui pessoal de venda experiente Um parceiro irá compartilhar o risco e a
e instruído, além de recursos corporativos, recompensa das melhorias de um sistema. Mais
incluindo especialistas em aplicações, gerentes importante ainda, um parceiro ganha o direito
do setor, engenheiros de produto, engenheiros de estar lá, com energia, esforço e resultados. O
de projeto e especialistas em instalação, que segredo do sucesso nessa parceria é que tanto

449
Seção 6 | Manutenção de Transportadores

o pessoal de operações como o fornecedor A Seguir…


estabelecem um relacionamento de longo prazo Este capítulo, O Fator Humano, conclui a
baseado em mais eficiência e lucratividade. O seção Manutenção de Transportadores, no
ingrediente mais importante do processo é uma qual discutimos vários aspectos da manutenção
comunicação de duas vias, aberta e honesta, necessária para reduzir materiais fugitivos e
entre o prestador de serviços e a liderança da ampliar a vida útil do sistema do transportador
fábrica, para que se estabeleça uma confiança de correia. O capítulo a seguir começa com
mútua. a seção Panorama do Manuseio de Materiais
a Granel. O capítulo que irá abordar o
Gerenciamento Total do Projeto inicia a seção.
PARA O CONTROLE TOTAL DE
MATERIAL A GRANEL

Concluindo… REFERÊNCIAS

Existem muitas tecnologias novas e 29.1 Sullivan, Dr. John. Increasing retention
comprovadas e soluções atualizadas de and productivity: let employees do what
hardware discutidas nesta edição. Elas they do best! Article #163. Available on-
vão desde chutes de fluxo de escoamento line: http://ourworld.compuserve.com/
projetados a sistemas de limpeza de correia homepages/GATELY/pp15s163.htm.
aperfeiçoados, todas buscando obter o controle
total do material. Entretanto, o único segredo
do sucesso para conter o derramamento e
controlar o pó são as pessoas – aqueles que
operam e mantêm os transportadores de correia
e o resto da fábrica. É e sempre será “o fator
humano” o que irá determinar, em última
análise, o sucesso ou o fracasso de um sistema
de manuseio de material.

29

450
O Fator Humano | Capítulo 29

29

451
Chapter Title | Chapter #

Seção 7

PANORAMA DO MANUSEIO DE
MATERIAIS A GRANEL
• Capítulo 30................................................................................................................................... 454
GERENCIAMENTO TOTAL DO PROJETO

• Capítulo 31................................................................................................................................... 464


MEDIDAS DE DESEMPENHO

• Capítulo 32................................................................................................................................... 484


CONSIDERAÇÕES SOBRE SETORES ESPECÍFICOS

• Capítulo 33................................................................................................................................... 504


CONSIDERAÇÕES SOBRE TRANSPORTADORES ESPECIALIZADOS

453
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

Figura 30.1
O gerenciamento total do
projeto pode assegurar
o sucesso da solução
combinada, apresentando
o projeto pontualmente
e sem ultrapassar o
orçamento.

Capítulo 30

GERENCIAMENTO
TOTAL DO PROJETO
O que Esperar do Gerenciamento de Projeto............................................................................................... 455
O Gerente de Projeto.. ......................................................................................................................................... 455
30
Acompanhamento do Projeto.. .......................................................................................................................... 456
Sequência do Projeto........................................................................................................................................... 456
Como o Sucesso é Avaliado............................................................................................................................... 462

454
Gerencimento Total do Projeto | Capítulo 30

Neste Capítulo… Organização Internacional de Padronização),


Neste capítulo abordaremos o gerenciamento que garante um controle rigoroso de qualidade
de projeto, o valor de um gerente de projeto do início ao fim de um projeto, é um item
experiente e o trabalho de acompanhamento do desejável em uma empresa que oferece
projeto feito por essa pessoa até sua conclusão serviços de gerenciamento de projetos. O
bem-sucedida. A sequência do projeto e as registro ISO 9001 certifica que processos
tarefas básicas que precisam ser executadas consistentes de negócios estão sendo aplicados
serão explicadas. às funções de projeto e de fabricação. Uma
especialização adicional pode ser esperada se
Entre outras vantagens, a abordagem do um gerente de projetos for certificado pelo
gerenciamento total do projeto pode assegurar Project Management Institute (PMI – Instituto
o sucesso da solução combinada ao uso mais de Gerenciamento de Projetos). O PMI é a
eficiente do capital, a fim de oferecer um associação líder mundial, sem fins lucrativos,
resultado mutuamente benéfico, tanto para o para a profissão de gerenciamento de projetos.
cliente como para o fornecedor (Figura 30.1).
Este capítulo fornece um breve resumo de cada Uma empresa que fornece projetos
área do gerenciamento de projeto. Existem totalmente gerenciados normalmente utiliza
inúmeros livros disponíveis sobre esse assunto; um sistema de gerenciamento de qualidade
recomenda-se um estudo adicional. proativo, que oferece suporte e orientação
para todos os níveis de projeto, fabricação e
construção. Essa função opera em todas as
etapas de um projeto e em seus complementos,
O QUE ESPERAR DO
mas não substitui o projeto existente, nem a
GERENCIAMENTO DE PROJETO
verificação e os procedimentos de revisão do
Empresas que oferecem serviços de projeto.
gerenciamento total do projeto suprem seus
clientes com produtos autossuficientes que
os ajudam a direcionar seus projetos, desde o O GERENTE DE PROJETOS
início até o momento de colocá-los em prática.
Ter uma única fonte como responsável permite O gerente de projetos é a pessoa responsável
ao gerente de projetos incluir em um único pelo êxito geral de um projeto. Ao estabelecer
pacote a pesquisa, a conceituação, as cotações, expectativas razoáveis e transparentes para
o projeto, as compras e a construção, de forma seus colegas, para os prestadores de serviço e
a efetivamente controlar os riscos e dinamizar a para os subcontratados, o gerente de projetos
entrega. administra a programação e o orçamento geral
do projeto, a fim de assegurar que o trabalho
Com apenas um contrato para administrar, foi designado e concluído de forma a oferecer
o proprietário/gerente da fábrica se beneficia uma solução de qualidade e de acordo com as
das linhas simplificadas de comunicação. A necessidades do projeto (e do proprietário),
integração das funções de projeto, de compras dentro do prazo e sem ultrapassar o orçamento.
e de construção fornece oportunidades para
se acompanhar rapidamente a conclusão do Em termos gerais, o gerente de projetos é
projeto. responsável por:

As funções de gerenciamento de projeto são A. Definir as metas e os objetivos do projeto.


muito mais fáceis quando a responsabilidade e B. Dividir os objetivos em tarefas.
as obrigações estão todas nas mãos do gerente C. Especificar os recursos necessários.
de projeto. Em situações onde isso não é
possível, é importante definir os papéis e as D. Alocar o orçamento de acordo com os
responsabilidades logo no início do projeto, objetivos do projeto.
pois, assim, as partes interessadas sabem quem E. Desenvolver o cronograma do projeto.
é responsável e que procedimentos devem ser F. Implantar o plano de projeto.
seguidos. G. Gerenciar e controlar o trabalho. 30
Uma certificação da International H. Solucionar conflitos.
Organization for Standardization (ISO - I. Comunicar-se com os proprietários.

455
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

Um gerente de projetos qualificado e para se realizar um determinado trabalho (por


experiente pode fazer a diferença entre ex.., “Serão necessárias 40 horas para montar
o sucesso e o fracasso de um projeto. a estrutura utilizando duas pessoas”). As etapas
Independentemente de o trabalho ser uma anteriores podem, então, ser identificadas e
reforma ou uma nova construção, um gerente colocadas para gerar o cronograma do projeto
de projetos experiente e especializado no ou o gráfico de Gantt. Um gráfico de Gantt
ramo de manuseio de materiais a granel será é um tipo popular de gráfico de barras que
capaz de implantar com êxito um projeto, ilustra a programação de um projeto. Ele
seja de ponto de transferência seja de um ilustra as datas de início e fim dos elementos
transportador de correia, a partir da análise e finais e dos elementos resumidos de um
do projeto até a instalação e funcionamento. projeto. As várias subtarefas são colocadas no
Também é mais provável que um gerente gráfico e mostram as relações de precedência
experiente possua conhecimento de tecnologias entre as atividades. Os gráficos de Gantt
relevantes, como componentes de última podem ser usados para mostrar a situação
geração do transportador de correia, chutes da programação atual, usando sombras para
projetados e minimização de pó. indicar o percentual de conclusão das tarefas e
uma linha vertical indicando a posição “Hoje”.
Além do conhecimento específico do setor, O desenvolvimento do gráfico de Gantt se
um gerente de projetos eficaz possui boa encontra agora disponível em vários programas
capacidade de liderança e organização e é de software.
capaz de coordenar a comunicação com os
proprietários e gerentes, com os prestadores de Quando o projeto se aproxima de seu final,
serviço e com os subcontratados. O gerente de tudo o que foi feito – não apenas no local do
projetos mantém ligação com os proprietários e trabalho, mas também durante todo o projeto
com os gerentes para tratar das questões do dia – precisa ser acompanhado e atualizado no
a dia e monitora o progresso do trabalho com plano de projeto e/ou em um registro diário de
relação ao escopo do projeto, além de controlar atividades do projeto. Recibos de material e de
as interrupções programadas ou outros prazos trabalho, certificações e registros de inspeção
finais. As áreas de conhecimento importantes precisam ser organizados e preenchidos para
para um gerente de projetos incluem controle. Em muitas localidades, manter
administração do tempo, gerenciamento de registros diários dessas atividades é uma
qualidade, gerenciamento de recursos humanos exigência legal.
e gerenciamento dos riscos. O gerenciamento
eficaz de um projeto exige uma pessoa analítica,
que seja bem organizada, possua habilidades SEQUÊNCIA DO PROJETO
de acompanhamento, seja capaz de realizar
múltiplas tarefas ao mesmo tempo e seja Definição do Problema
uma boa estimadora, uma boa gerente de
Para se definir um projeto, é preciso definir
orçamentos e uma boa comunicadora.
primeiro qual é o problema. Isso deve ser feito
de forma que o problema a ser abordado seja
uma pergunta, não uma solução sugerida. Um
ACOMPANHAMENTO DO PROJETO exemplo poderia ser: “Nós precisamos de
Conforme o projeto se desenrola em direção um transportador de correia”. Embora isso
à sua conclusão, todas as etapas precisam ser na verdade possa ser uma solução, tampouco
capturadas e registradas. Todos os prazos e define um problema ou uma oportunidade.
custos conhecidos e estimados devem estar Um exemplo melhor seria: “Precisamos
incluídos no acompanhamento do projeto. mover nosso material do ponto A para o ponto
Esses custos e prazos estimados podem ser B. Como poderemos fazer isso?”. Com essa
ressaltados para que sejam verificados ou pergunta aberta, não existe a expectativa de uma
ajustados conforme são obtidas informações solução. A melhor solução ainda é uma opção
adicionais. Os prazos estimados podem ser a ser identificada. Essa descrição do problema
30 expressos em forma de tempo (por ex., “O aço ou da questão precisa ser definida e acordada
vai demorar duas semanas para ser entregue mutuamente, tanto pelo cliente como pelo
depois de feito o pedido”) ou podem ser gerente de projetos. Ao definir o problema,
expressos em função da mão de obra necessária abre-se a oportunidade de pensar em diferentes

456
Gerencimento Total do Projeto | Capítulo 30

soluções, em vez de se comprometer com uma ser um documento vivo e continuamente


solução que pode ser ideal ou não. atualizado.

Plano Inicial do Projeto Definir as tarefas básicas irá ajudar aqueles


envolvidos a visualizarem a maior parte do
Nesse ponto, o plano inicial do projeto deve projeto, tanto em termos de estimativa de
ser gerado. Mesmo que todos os detalhes e mão de obra como de prazos. Isso aumenta
fatos não estejam definidos e compreendidos, a qualidade das estimativas e da comunicação
um esboço precisa ser elaborado. Isso pode ser entre os proprietários, o gerente de projeto e os
feito em papel. Existe também uma variedade vários fornecedores e prestadores de serviço.
de pacotes de software de gerenciamento de
projetos disponíveis que irão não apenas ajudar
Tarefa 1: Definindo o Escopo e as
a desenvolver esse plano, mas também irão
Especificações
ajudar a fazer um acompanhamento e uma
atualização desse plano. O próximo passo é definir os requisitos
necessários e os requisitos de sistema, como,
A maior parte desses softwares irá permitir o por exemplo, as especificações gerais (volume,
planejamento e o acompanhamento dos quatro prazo, material, distância, restrições), com
aspectos básicos do projeto: base na entrada do cliente e nas restrições
conhecidas. Um exemplo seria:
A. Cronograma.
Precisamos mover areia seca (menos de 2%
B. Mão de obra.
de umidade) por 1,2 quilômetros (4.000
C. Custos. pés), com uma inclinação contínua de
D. Materiais. 5%. Não temos uma superfície decente. É
preciso limpar o caminho do material com
Tarefas Básicas 1,8 metros (6 pés) e alterar o ângulo em 45o.
Para iniciar o plano do projeto, deve-se listar Outros tipos de problemas a serem
as tarefas básicas necessárias para sua execução. abordados nessa fase seriam, por exemplo,
Isso pode ser feito no software ou em uma identificar os critérios mais difíceis e os mais
única folha de papel ou, ainda, em uma pasta fáceis. Os critérios mais difíceis incluem
de arquivo (dependendo do tamanho total do itens como quanto, com que rapidez e qual
projeto) para cada tarefa. Essas tarefas incluem: a distância. Os critérios fáceis são os itens
A. Definir o escopo e as especificações. opcionais, do tipo “nós gostaríamos de ter”. Os
exemplos podem incluir velocidades variáveis,
B. Criar um projeto conceitual. altura de descarregamento ajustável ou a seleção
C. Definir um projeto preliminar. de um raspador de correia específico.
D. Garantir uma cotação orçamentária.
E. Finalizar as especificações/projeto. Tarefa 2: Criando um Projeto
Conceitual
E. Solicitar cotação (RFQ) e proposta final.
G. Promover a revisão de propriedade. A primeira etapa em qualquer projeto
conceitual deve ser constituída pelas soluções
H. Providenciar o pedido de compra (PO). que primeiro vêm à mente. A incorporação
I. Detalhar o projeto. do proprietário ou do gerente da operação
J. Fabricar. ao grupo de “brainstorm” irá permitir obter
K. Instalar. o apoio destes à adoção da solução, para que
eles tenham um melhor entendimento dos
L. Operar. problemas e uma perspectiva mais positiva com
M. Verificar o desempenho do sistema. relação ao sucesso do projeto. “Brainstorm”
N. Manutenção. significa identificar todas as soluções possíveis,
sejam práticas ou não. Esse exercício garante
Cada um desses itens – as tarefas básicas do
projeto – podem, então, ser complementados
que todas as opções serão levadas em 30
consideração. Todas as ideias devem ser
com subtarefas, conforme mais detalhes se livremente aceitas e anotadas para que sejam
tornem disponíveis. O plano do projeto deve analisadas na próxima etapa.

457
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

Faz parte dessa etapa definir os parâmetros Especificações:


do projeto. Essa etapa pode se beneficiar do
teste de material para definir um intervalo A. Transportador com 1.800 milímetros (72
aceitável de parâmetros para o projeto. Outro pol.) de largura.
aspecto importante da fase conceitual é B. Com 81 metros (265 pés) de comprimento.
identificar quaisquer limitações de campo, C. Com 1 ponto de transferência (carga).
com a verificação no local dos pontos de
trabalho, elevações e obstruções. No caso de D. Chute curvo inferior de carga com centro
as condições reais de campo além do intervalo ajustável.
de parâmetros do projeto estarem em jogo, E. Motor de:
as medidas para compensar essas condições a. 480volts;
precisam ser consideradas. Isso pode exigir
b. 50 Hz;
a inclusão de “recursos à prova de falhas”,
que permitam uma fácil manutenção, bem c. 25kW(30hp);
como a inclusão de métodos para mitigar essas F. Garantia da manutenção.
circunstâncias imprevistas. G. Cerca de 2.400 horas para o primeiro
A próxima etapa é listar os argumentos a grande intervalo de manutenção.
favor e os contra cada ideia. Aqui é onde se H. Mais de 90% do tempo para o primeiro ano
deve fazer a análise crítica de cada ideia. Uma (com contrato de manutenção).
combinação de soluções pode oferecer o
melhor valor. Os problemas com uma ideia Tarefa 3: Definir um Projeto
podem ser resolvidos pelo acréscimo de uma Preliminar
nova ideia. Com o escopo e as especificações em mãos,
um projeto preliminar pode identificar as
Depois da análise crítica de cada ideia, o necessidades do sistema com relação aos custos
escopo e as especificações são determinados e aos prazos.
em um formato predeterminado. O escopo
identifica especificamente o que será abrangido Ao trabalhar com um projetista ou
ou que equipamento será fornecido; as engenheiro de projetos, o sistema identificado
especificações são detalhes das necessidades. durante a etapa conceitual é esboçado. No
A definição do escopo deve relacionar os que se refere ao transportador de correia,
itens, conceitos e especificações incluídos no esse esboço é normalmente chamado de
projeto; também podem ser detalhados os itens Planilha de Fluxo do Processo (Figura
que não estão incluídos no projeto. As opções 30.2). Ela mostra os dados chave e o layout
podem ser listadas separadamente, e o uso de geral do transportador. Usando esse esboço
um formato predeterminado torna mais fácil se e outros documentos do projeto, as peças, ou
manter longe de especificações nebulosas ou subconjuntos, são identificadas como “fazer”
imprecisas. ou “comprar”. Essa identificação precisa ser
verificada duas vezes para garantir que todos
O sistema de transporte inclui: os detalhes foram incluídos. Itens ignorados
nessa etapa irão gerar um atraso na entrega e
A. Estrutura.
aumentar os custos quando forem descobertos
B. Pontos de transferência. durante a instalação ou inicialização.
C. Correia.
D. Raspadores da correia. Tarefa 4: Garantir uma Cotação
E. Instalação. Orçamentária
F. Inicialização do sistema. Nesse ponto, as informações exigidas para o
desenvolvimento de uma cotação orçamentária
G. Teste de desempenho.
devem estar disponíveis. Uma cotação
H. Revisão de manutenção com o proprietário/ orçamentária fornece uma estimativa razoável
30 equipe de manutenção.
I. Liberação do sistema.
do preço e da entrega de uma solução. Não
é um preço da empresa e nem pretende ser
J. Preparação do local NÃO incluída. usado para garantir um pedido de compra.
K. Manutenção elétrica do local NÃO incluída.

458
Gerencimento Total do Projeto | Capítulo 30

Tarefa 5: Finalizando acompanhamento, o fornecedor pode ser


Especificações/Projetos atualizado com relação ao prazo para obter
Depois de determinar se o projeto irá se uma resposta. Deve-se lembrar de que os
ajustar aos parâmetros orçamentários e fornecer atrasos na resposta podem gerar atrasos
o desempenho necessário, o projeto e as na capacidade do fornecedor concluir a
especificações do projeto podem ser finalizados. cotação.

C. Mão de obra contratada.


Tarefa 6: Solicitar Cotação e
Proposta Final Dentre as quatro áreas que precisam de
cotações impressas, a que se refere à mão
Para cada um dos itens ressaltados como de obra contratada é a que apresenta mais
uma estimativa no plano, o projeto deve obter dificuldades para obter estimativas ou
cotações impressas. Existem quatro áreas que cotações mais precisas. Qualquer fornecedor
exigem uma ação específica para cotação: em potencial deve revisar o escopo, as
especificações, os esboços e as fotografias
A. Materiais.
para observar quaisquer exceções ou
Ao cotar os materiais, os prazos devem revisões necessárias.
ser considerados; e não apenas os prazos
de entrega, mas também os prazos das D. Mão de obra direta.
operações secundárias que serão necessárias O gerente de projetos irá necessitar discutir
para converter essa matéria-prima em peças a mão de obra direta com vários recursos
“utilizáveis” (por exemplo, braçadeiras de dentro da empresa, para esboçar os
corte, perfuração e solda). requisitos e a duração. Um dos métodos
mais precisos para obter a estimativa
B. Componentes adquiridos.
é dividir o trabalho em tarefas, fazer a
É importante garantir que todas as estimativa para cada tarefa e, então, totalizar
especificações necessárias sejam informadas essas estimativas para obter o total geral.
ao fornecedor quando o pedido de cotação
for emitido. Se um fornecedor identifica Cotações e estimativas podem ser
a necessidade de informação adicional, comparadas a qualquer histórico existente para
ele deve ser informado sobre quando será um trabalho similar, a fim de se certificar de
dada a resposta. Mesmo que não se tenha que o custo é razoável e de que nada óbvio
certeza de quando a informação solicitada escapou às considerações.
vai estar disponível, ele deve obter uma
expectativa a esse respeito. Deve ser feito
acompanhamento com o fornecedor. Nesse

Figura 30.2
Uma planilha de fluxo
do processo mostra os
dados-chave e o layout
geral do transportador.

30

459
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

O plano do projeto e o cronograma (gráfico o cronograma e os compromissos quanto


de Gantt) precisam ser atualizados, levando-se ao escopo e aos custos devem ser flexíveis e
em consideração toda a mão de obra, os prazos, podem estar sujeitos a alterações. Se o PO
custos e fluxos de caixa, antes que a cotação seja é autorizado dentro do prazo, sem revisões
analisada para o cliente. ou alterações, não será necessário realizar
nenhuma revisão da programação ou dos
A informação mínima que deve ser incluída custos.
na cotação é:
Se o PO for entregue antecipadamente,
A. Escopo. determinados aspectos podem ser concluídos
B. Especificações. antes do programado (por ex., pedidos
C. Etapas principais e pontos de revisão. de material colocados ou compromissos
D. Custo. com subcontratados para que mantenham
E. Programação de pagamento. a posição em suas programações), mas a
entrega adiantada do projeto deve depender
Se for incluída alguma informação adicional de uma cuidadosa revisão de toda a cadeia de
na cotação, as declarações de confidencialidade fornecimento, incluindo os compromissos de
precisam estar no lugar. Se os esboços ou mão de obra e as condições do local.
desenhos forem incluídos, precisam ser
preliminarmente marcados conforme for Se o PO for recebido depois da data
apropriado. especificada na cotação, todos os aspectos de
toda a programação – incluindo o trabalho
A programação de pagamento incluída na dos fornecedores, projetistas e subcontratados
cotação precisa estar vinculada à conclusão de – precisarão ser verificados novamente pelo
etapas específicas ou marcos do projeto. gerente de projetos.

Tarefa 7: Revisão do Proprietário Tarefa 9: Detalhando o Projeto


A cotação deve ser revisada pelo gerente Quando um projeto é submetido à equipe
de projeto juntamente com o proprietário/ de projetos, o gerente de projetos deve
gerência do projeto. Essa tarefa não deve ser verificar se o escopo e as especificações
realizada por e-mail, fax ou telefone, mas sim foram revisados em detalhes com a equipe
pessoalmente, se for possível. A compreensão de projetos. Cada um desses documentos de
das expectativas, detalhadas nessa etapa, reduz escopo e de especificações possui sua própria
os mal-entendidos ao longo do projeto, até sua importância. O escopo tem por finalidade
conclusão. assegurar que todos os aspectos do trabalho
que foi cotado foram planejados e abordados.
Quaisquer preparativos para o projeto a As especificações garantem que o equipamento
serem fornecidos pela fábrica também precisam projetado irá ter o desempenho esperado e
ser revisados, e as condições de entrega identificado no contrato.
precisam ser definidas. O gerente de projetos
deve verificar se o proprietário/gerência da Uma revisão da programação é tão
fábrica entende as exigências, bem como o fato importante quanto a revisão do escopo e
de que, quando o Pedido de Compras (PO) das especificações. Antes de fazer a cotação
for emitido, a fábrica estará se comprometendo para esse trabalho, o gerente de projetos terá
tanto com o trabalho como com a programação. recebido um cronograma estimado da equipe
de projetos. Nesse ponto, ele irá revisar esse
Tarefa 8: Pedido de Compras (PO) compromisso e obter um compromisso
Depois que o PO ou a requisição for recebida renovado do gerente da equipe de projetos.
pelo gerente do projeto e documentada, com Essa verificação é necessária em cada etapa do
uma cópia da cotação e do PO junto no arquivo projeto para que se consiga entregar o projeto
do projeto, é possível assumir compromissos dentro do prazo.
30 com relação a materiais e mão de obra. Os
Através desse processo, revisões de projeto
compromissos não podem ser assumidos com
são necessárias para atingir as quatro metas
uma aprovação verbal do projeto. Até que o
básicas de projeto: custo, prazo, escopo e
verdadeiro pedido de compras seja recebido,
manufaturabilidade. Cada um deles deve

460
Gerencimento Total do Projeto | Capítulo 30

ser acompanhado durante todo o processo parte do plano do projeto –, uma porcentagem
do projeto. Um representante da equipe de substancial do pagamento total do fornecedor
fabricação deve participar das revisões do deve ser reservado para a entrega bem-sucedida
projeto. dos materiais ou da mão de obra contratada.
O pagamento atrasado, ou retido sem motivo,
Tarefa 10: Fabricação pode afetar a capacidade do fornecedor de
Conforme os projetos dos componentes e manter as programações futuras de entrega ou
subconjuntos são inicializados, a liberação entre de qualidade.
o projeto e a fabricação deve acontecer. Da Assim que os materiais, componentes ou
mesma forma que com a equipe de projetos, subconjuntos são recebidos e aprovados no
a programação, o escopo e as especificações local de trabalho, eles devem ser instalados
devem ser revisadas pelo gerente de projetos por ordem de instalação, armazenados fora do
com todos os envolvidos na fabricação dos caminho, em uma área controlada, e protegidos.
componentes e subconjuntos do projeto. Perda de material — devido ao vandalismo ou
Depois que um projeto está em andamento, à pilhagem — é uma preocupação em muitos
não é hora de experimentar novos locais ao redor do mundo e pode afetar o
fornecedores. O gerente de projetos deve custo do projeto e a programação, devido ao
utilizar fabricantes que possuam um histórico tempo e aos gastos de substituição dos materiais
de entrega pontual de produtos de qualidade danificados ou em falta.
e deverá evitar fornecedores desconhecidos O gerente de projetos é responsável por
ou financeiramente questionáveis, se possível. controlar todo o trabalho produzido na
Algumas vezes isso não pode ser evitado, mas, instalação sob o escopo do projeto. O gerente
nesses casos, as precauções básicas deverão deve observar e controlar cuidadosamente
ser tomadas. Deve-se verificar cuidadosamente quaisquer alterações do escopo, comumente
as referências, solicitando estatísticas tanto chamadas de “scope creep” (que poderia
com relação à qualidade quanto com relação ser traduzido como escopos que mudam
à entrega para programação, juntamente constantemente). As alterações do escopo,
com uma verificação de credenciais, como as qualquer que seja o motivo, devem ser
certificações do sistema de qualidade ISO. documentadas (ordem de alteração) e irão
normalmente exigir uma revisão do contrato
Conforme os materiais, componentes e
ou um adendo para assegurar a validade. Elas
subconjuntos são entregues, eles precisam ser
podem corroer rapidamente o orçamento
inventariados e inspecionados. Os fornecedores
e a programação do projeto e são umas das
precisam ser informados imediatamente de
primeiras razões de fracasso na entrega do
qualquer falta de produto ou itens que não
projeto.
estejam em conformidade com o que foi pedido
e a resolução pretendida determinada, para
evitar atrasos no projeto. Tarefa 12: Operação
A inicialização de qualquer equipamento
Tarefa 11: Instalação deve seguir um procedimento de inspeção
completa e um ajuste de todos os componentes
Os dois problemas de controle mais
e sistemas elétricos pelo gerente de projeto,
importantes na instalação, que são obstáculos
que deve revisar a lista de verificação de
para uma entrega de qualidade e dentro do
inicialização, se houver.
prazo, são o fluxo de caixa e a programação.
Na realidade, se o gerente de projeto Antes da inicialização, os equipamentos
está negociando com fornecedores ou móveis devem ser verificados visualmente para
subcontratados no local de trabalho, o fluxo assegurar que todos os componentes estejam
de caixa é a ferramenta básica para controlar de acordo com o esperado, com o gerente de
a programação. Da mesma forma que deve projetos identificando e fazendo quaisquer
haver um compromisso entre o gerente de ajustes necessários. Depois da inicialização e do
projeto e o cliente no que se refere à entrega, o teste inicial, o equipamento deve ser carregado 30
fornecedor e o subcontratado também devem para que se possa verificar o desempenho,
se comprometer com o gerente de projeto. No novamente fazendo quaisquer ajustes
desenvolvimento do plano de fluxo de caixa – necessários.

461
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

A operação do equipamento deve ser


COMO O SUCESSO É AVALIADO
demonstrada para os representantes do cliente,
para propriedade ou gerenciamento, com uma Concluindo…
demonstração de cada grande componente, sua
Finalmente, ao selecionar uma empresa para
função e suas necessidades de manutenção.
gerenciamento total do projeto, é aconselhável
Instruções passo a passo devem ser que a empresa a ser selecionada apoie seu
fornecidas tanto para os procedimentos de desempenho – e o desempenho da solução
inicialização como de ajuste. proposta e instalada de manuseio de materiais
– com uma garantia de desempenho. As
Tarefa 13: Verificação do melhores garantias são aquelas escritas por uma
Desempenho do Sistema empresa que possua um registro de sucesso;
que abranja serviços de projeto, compras,
Juntamente com a inicialização da máquina e instalação, implantação e acompanhamento; e
durante um período de horas/dias/ou semanas, que tenha capacidade financeira para honrar as
conforme foi definido no escopo do projeto, garantias dadas.
o desempenho do sistema deve ser avaliado
para assegurar que ele satisfaça ou exceda as Um projeto sem um gerente de projetos ou
expectativas do cliente, conforme estabelecido com um gerente de projetos ineficaz tem mais
nos requisitos iniciais na fase do escopo e de probabilidade de encontrar custos e prazos
especificações do projeto. Nas primeiras fases finais não cumpridos. Esses projetos também
de um projeto, quando o escopo é definido, têm mais probabilidade de sofrer problemas de
existem problemas e expectativas. Essa fase qualidade por não terem como proprietário um
do projeto irá utilizar esses problemas e gerente de projetos treinado e experiente. O
expectativas (claramente definidos) como gerenciamento eficaz gera melhores projetos e
indicadores-chave de métricas ou de melhores resultados.
desempenho (KPI´s) para medir o sucesso da
solução e da instalação. A Seguir…
Este capítulo sobre Gerenciamento Total
Tarefa 14: Manutenção
do Projeto é o primeiro capítulo da seção
Por fim, um guia para requisitos de Panorama do Manuseio de Materiais a Granel.
manutenção do sistema e uma revisão deles Os três capítulos a seguir são continuação
devem ser fornecidos em detalhes. A revisão desta seção, começando com Medidas de
dos requisitos de manutenção deve ser feita Desempenho, no Capítulo 31, seguido por
com pelo menos dois representantes do cliente Considerações sobre Setores Específicos
presentes, para assegurar que, uma vez que o no Capítulo 32, e Considerações sobre
trabalho é liberado, irá haver um determinado Transportadores Especializados, no Capítulo
nível de entendimento e de colaboração com 33.
relação ao trabalho necessário para que a
solução continue a ter um desempenho com o
máximo de eficácia. REFERÊNCIAS
Uma posição de manutenção aperfeiçoada 30. 1 Project Management Institute (PMI).
– e consequentemente um desempenho Informações adicionais sobre geren-
aperfeiçoado – pode ser obtida se o fornecedor ciamento de projetos e o programa de
da solução também tomar posse da manutenção certificação para gerentes de projeto estão
do equipamento com um contrato de disponíveis no PMI, no site da organiza-
manutenção. Através desse conceito, os custos ção: http://www.pmi.org.
de manutenção podem ser fixados (para o
usuário), a manutenção programada terá
a prioridade necessária, e o tempo ocioso
do equipamento poderá ser minimizado,
30 maximizando a produtividade.

462
Gerencimento Total do Projeto | Capítulo 30

30

463
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

Figura 31.1
A aplicação de princípios
básicos de contabilidade
irá ajudar a gerência a
reconhecer e dar apoio
aos benefícios econômicos
oferecidos pelas melhorias
no manuseio de materiais
a granel.

Capítulo 31

MEDIDAS DE
DESEMPENHO
Medindo o Desempenho..................................................................................................................................... 465
Calculando o ROI.. ................................................................................................................................................. 468
Medindo os Materiais Fugitivos........................................................................................................................ 471
31
Medindo a Eficiência............................................................................................................................................ 480
Tópicos Avançados............................................................................................................................................... 481
O Retorno dos Cálculos de ROI......................................................................................................................... 483

464
Medidas de Desempenho | Capítulo 31

Neste Capítulo... devem ser parte de um processo estratégico


Neste capítulo fornece ferramentas para usado para avaliar o cumprimento das metas
medir os efeitos das melhorias em segurança, e dos objetivos por uma pessoa, equipe
limpeza e produtividade no manuseio de ou empresa. Outro nome comum para a
materiais a granel em operações industriais. medida de desempenho é Key Performance
Ele propõe medidas qualitativas e quantitativas Indicators (KPI - Indicadores-chave de
para avaliar os benefícios dessas melhorias. A Desempenho). Essas medidas de desempenho
finalidade é ajudar um engenheiro ou gerente são normalmente exibidas em gráficos ou
de uma operação de manuseio de materiais a planilhas de cálculo, pois, assim, as tendências
aplicar princípios básicos de contabilidade para e o progresso com relação às metas podem ser
o financiamento e gerenciamento de sistemas facilmente reconhecidos.
que aperfeiçoem o manuseio de materiais A condição e o gerenciamento dos sistemas
através do controle de materiais fugitivos. Essas de manuseio de materiais a granel afetam
medidas irão ajudar a gerência a reconhecer os diretamente todos os aspectos do desempenho
benefícios econômicos que essas melhorias irão de uma empresa. A medida de desempenho
fornecer (Figura 31.1). mais comum para padrões de saúde e segurança
é a conformidade da empresa com relação aos
regulamentos ambientais e de segurança.
MEDINDO O DESEMPENHO
A medida de desempenho mais universal
A Importância de se Medir o é o desempenho financeiro de uma empresa,
Desempenho expresso no Balanço e na Declaração de Lucros
Um indicador-chave da filosofia de e Perdas (P&L).
gerenciamento de uma empresa é o seu
procedimento para avaliar o Retorno sobre o Desempenho Financeiro
Investimento (ROI) em relação aos gastos. De Uma empresa deve lucrar para ter recursos
acordo com um relatório de 2007, elaborado para comprar materiais, pagar salários, pagar
pelo Aberdeen Group (como ressaltado dividendos e reinvestir no negócio. As vendas
na edição de fevereiro de 2007 da The (ou entradas) são normalmente confundidas
Manufaturer), menos de 25% das empresas com os lucros, acarretando erros sobre quanto
estimam de forma consistente o ROI, antes uma empresa ganhou e o que eles fazem
de agir, com base em um projeto proposto, com essa quantia. Uma empresa cujo negócio
e apenas 20% mede os custos e ganhos reais principal envolve o manuseio de materiais a
para calcular o ROI depois que o projeto é granel normalmente realiza um lucro de menos
concluído. Por outro lado, as empresas entre de 5% depois de pagar os impostos. Em outras
“As Melhores do Ramo” têm 88% mais de palavras, os investidores adiantam seu dinheiro
probabilidade de estimar o ROI antes de iniciar e, no fim do ano, irão ganhar menos de 5
os projetos e 130% mais de probabilidade dólares para cada 100 dólares arriscados. Se a
do que seus concorrentes de medir o ROI empresa não lucrar, os investidores perdem
depois da conclusão do projeto. As empresas dinheiro. Uma razão para que as pessoas
“Melhores do Ramo” que calculam o ROI queiram investir em operações de manuseio
produzem 93% mais melhorias em várias de materiais a granel, em vez de colocar seu
medidas de desempenho, quando comparadas dinheiro no banco e deixá-lo render juros é o
às empresas que não fazem essa avaliação potencial para grandes lucros, caso a empresa
(Referência 31.1). (ou seja, os sistemas de manuseio de materiais a
granel) tiverem um desempenho ótimo.
Medir o desempenho do manuseio de
materiais a granel envolve medidas tanto Para avaliar o desempenho de uma empresa,
quantitativas (um valor preciso baseado em tanto o Balanço como a Demonstração de
cálculos ou medições) como qualitativas (um Lucros e Perdas (P&L) são necessários. A
valor aproximado ou intuitivo baseado em Demonstração de Lucros e Perdas é uma
opinião ou julgamento pessoal). Essas medidas coleção de entradas (vendas, aluguéis, royalties) 31
de desempenho são ferramentas para a tomada menos as despesas, durante um período,
de decisões, para designar responsabilidades e normalmente um mês, um trimestre ou um
determinar aperfeiçoamentos. Essas medidas ano inteiro. Um Balanço é uma contabilidade

465
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

dos ativos (o que a firma possui ou o que tem irá gerar lucro suficiente para pagar a dívida
a receber) menos os passivos (empréstimos contraída. Por essa razão, os Gastos de Capital
e contas que a empresa deve pagar) e o são frequentemente planejados para um ano ou
patrimônio líquido (os lucros e perdas mais depois da obtenção de lucros.
acumulados), em um determinado momento,
normalmente o último dia do mês, do trimestre O Custo de Capital total envolve uma
ou do ano. combinação do valor do dinheiro retido no
negócio depois das despesas e dos impostos
É comum comparar demonstrações (Patrimônio Total), o valor dos empréstimos
financeiras de anos anteriores com as do ano existentes (Dívida Total), a quantia que
corrente, para avaliar o progresso da empresa os acionistas esperam ganhar sobre seus
em alcançar suas metas financeiras. As metas investimentos (Custo de Patrimônio) e a quantia
financeiras são normalmente estabelecidas que a empresa deve pagar para emprestar
pelo conselho de diretores ou acionistas. dinheiro e investir no negócio (Custo da
Empresas públicas vendem ações da empresa Dívida). Quase sempre o Custo de Capital é
ao público como forma de alavancar seus usado como o Retorno sobre o Investimento
recursos financeiros para que o negócio cresça. (ROI) mínimo para um projeto. Esses números
Empresas privadas obtêm seus fundos dos variam enormemente, dependendo de como
proprietários, que usam seus próprios recursos uma empresa é financiada, mas geralmente
ou emprestam dinheiro para financiar o o Custo de Capital é cinco a dez pontos
crescimento do negócio além do que os lucros percentuais maior do que os juros que o banco
apenas podem financiar. cobraria.

O dinheiro usado para operar um negócio O custo do dinheiro usado para investir em
normalmente é dividido em duas categorias: novos equipamentos ou atualizações não é
Fundos de Capital e Fundos Operacionais. apenas o custo do dinheiro emprestado pelo
Os Fundos Operacionais normalmente são banco (Equação 31.1). Quanto maior o risco
obtidos com o processo contínuo de vender do investimento, maior será o retorno que a
um produto, receber o dinheiro e pagar todas empresa deverá ter para justificar o gasto do
as contas. Para continuar atuando, a empresa dinheiro.
precisa vender seus produtos por mais do que
ele custa para ser produzido, ou, em breve O Custo do Capital é normalmente um custo
ela terá problemas financeiros. É importante médio estabelecido para toda a empresa por
receber rapidamente a quantia obtida com as seu departamento financeiro. Ele não deve ser
vendas, ou não haverá Fundo Operacional confundido com as exigências da empresa para
suficiente para que o negócio funcione. Se não projetos individuais, normalmente denominadas
houver lucros, a empresa terá de pedir dinheiro ROI ou Retorno. O valor do ROI exigido em
emprestado ou os acionistas terão de investir uma determinada empresa normalmente pode
mais dinheiro. variar de 10 a 33%. Um grande investimento de
longo prazo, como um novo sistema completo
Os Fundos de Capital são usados para de transportador de correia, normalmente
aquisições que irão durar por muito tempo, terá uma exigência de ROI na extremidade
como terras, edifícios e equipamentos. Os mais baixa do intervalo. As melhorias nos
Fundos de Capital são obtidos com os lucros transportadores para que sejam eliminados o
líquidos, venda do estoque ou empréstimos. pó e o derramamento normalmente possuem
A fim de ter dinheiro para gastos de capital, um ROI bastante alto, talvez exceda os 100%
a empresa precisa acumular lucros ou pedir (Equações 31.2-4). Em outras palavras,
dinheiro emprestado. Para emprestar dinheiro espera-se que esses investimentos se paguem
para gastos de capital, a empresa deve ter um em menos de um ano (Tabela 31.1).
registro de lucro ano após ano, ou a taxa de
juros será maior, devido ao risco adicional
que o banco corre ao emprestar dinheiro
31 para a empresa. Como os Gastos de Capital
normalmente envolvem grandes somas de
dinheiro, a empresa tem de planejar com
antecedência e confiar que o investimento

466
Medidas de Desempenho | Capítulo 31

CC = ( TE · CE ) + ( TD · CD · (1 – T)) Equação 31.1


Cálculo do custo de
TE + TD TE + TD capital.
Dado: Uma empresa vale US$ 2.000.000 e deve US$ 500.000 a 8%. O acionista espera um patrimônio de
15%, e o índice de imposto da empresa é de 35%. Calcule: O custo total de capital.
CC Custo de Capital Porcentagem
TE Patrimônio Total 2.000.000
TD Total de Dívidas 500.000
CE Custo do Patrimônio 0,15 (15%)
CD Custo da Dívida 0,08 (8%)
T Índice de Imposto da Empresa 0,35 (35%)

CC = ( 2.000.000
2.000.000 + 500.000
· 0,15 )+( 500.000
2.000.000 + 500.000
· 0,08 · (1 – 0,35) ) = 0,13
CC Custo do Capital 0,13 (13%)

TPS Equação 31.2


ROI = Cálculo do retorno sobre
TPC o investimento.
Dado: Um projeto irá economizar US$ 10.000 e irá custar US$ 25.000. Calcule: O retorno sobre o
investimento.
ROI Retorno sobre Investimento Porcentagem
TPS Total Economias Projeto 10.000
TPC Total Custos Projeto 25.000
10.000
ROI = = 0,4
25.000
ROI Retorno sobre Investimento 0,4 (40%)

1 Equação 31.3
ROI(anos) = Cálculo do retorno
ROI sobre o investimento em
Dado: Um projeto tem um retorno sobre o investimento de 40% (0,4). Calcule: A quantidade de anos anos.
necessários para obter o retorno sobre o investimento.
ROI(anos) Retorno sobre o Investimento em Anos anos
ROI Retorno sobre o Investimento em Percentual 0,4
(Decimal)

ROI(years) 1
= 2.5
= 0,4
ROI(years) Retorno sobre o Investimento em Anos 2,5 anos

12 Equação 31.4
ROI(meses) = Cálculo do retorno
ROI sobre o investimento em
Dado: Um projeto possui um retorno sobre o investimento de 40% (0,4). Calcule: A quantidade de meses meses.
necessários para obter o retorno sobre o investimento.
ROI(meses) Retorno sobre o Investimento em Meses meses
ROI Retorno sobre o Investimento em Percentual 0,4
(Decimal) 31
ROI(months) 12
= 30
= 0.4
ROI(meses) Retorno sobre o Investimento em Meses 30 meses

467
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

Tabela 31.1 Conversões de ROI CALCULANDO O ROI


Retorno Retorno Dados Necessários para Calcular o
ROI
Anos Meses
ROI do Projeto
10% 10,0 120,0 É difícil justificar um projeto ou provar
20% 5,0 60,0
que ele tem um ROI aceitável se os custos de
operação do sistema não forem registrados.
30% 3,3 40,0 Existem dúzias de parâmetros que podem ser
medidos para justificar um projeto; nem todos
40% 2,5 30,0 os números de custo e de produção precisam ser
50% 2,0 24,0 coletados. Dados de uma lista de dados comuns
podem ser usados para justificar os projetos de
60% 1,7 20,0 controle de pó e derramamento nos sistemas de
transportador de correia (Tabela 31.2).
70% 1,4 17,1
Ter esses números como “números
80% 1,3 15,0
impressos” — as despesas reais e as
90% 1,1 13,3 oportunidades perdidas — fornece a munição
necessária para justificar os projetos de
100% 1,0 12,0 melhoria.

Tabela 31.2 Dados Usados nos Cálculos do ROI


Dados Unidades
Administrativos/Operacionais
Custo de conformidade: manter registros e relatórios moeda
Prêmios de seguros de saúde e de passivos aumentam moeda
Vida útil do equipamento reduzida moeda
Multas de segurança/ambientais moeda
Custos legais moeda
Custos energia moeda
Custo de descarte de refugo moeda
Produção
Rendimento: por hora, dia, semana ou mês toneladas (st)
Tempo de produção horas
Custo por tonelada de material a granel moeda/ton (st)
Custo do tempo ocioso moeda/hora
Limpeza manual (em média 1 ton por hora) Custo de mão de obra/hora
Limpeza máquina (em média 5 tons por hora) Custo de mão de obra e
máquina/hora
Perda de produto devido ao pó ou ao derramamento O normal é de 0,5% a 3% do
índice de produção

Segurança (Referência 31.2)


Custo de incidente registrável moeda
Custo do tempo perdido devido a incidente moeda
Manutenção
Nova instalação: Custo estimado para mão de obra e materiais moeda
Ajuste: Custo estimado de mão de obra por ajuste moeda
31 Peças de substituição: Custo das peças e de mão de obra moeda
Desgaste do equipamento: Custo da correia e de materiais
moeda
resistentes ao uso

468
Medidas de Desempenho | Capítulo 31

Registros precisos e oportunos são essenciais correame. Um sistema comum de limpeza da


para verificar o desempenho e justificar as correia para alcançar o Nível I de limpeza seria
despesas. Sem manter registros, tudo que resta um raspador primário único ou um raspador
são argumentos sem fatos, que, com frequência, secundário do tipo lâmina.
geram oportunidades perdidas e desempenho
abaixo da média. A limpeza de Nível II é definida como
permitindo de 11 a 100 gramas de material
Usando o ROI para Justificar o remanescente por metro quadrado do
Equipamento correame. Um sistema de limpeza comum para
alcançar esse nível de material residual seria um
Cada fábrica possui distintas prioridades sistema de raspadores projetado, composto de
e expectativas com relação ao tratamento de um pré-raspador com um raspador secundário
seu sistema de manuseio de material a granel. e, em alguns casos, um raspador terciário.
Enquanto uma fábrica pode estar lidando com
um material seco, de fluxo livre, uma segunda A limpeza de Nível III é definida como
operação pode estar lidando com um material permitindo níveis de material residual entre 0
úmido e aderente, e uma terceira fábrica pode e 10 gramas por metro quadrado do correame.
estar lidando com materiais que possam expor Um sistema de limpeza que possa alcançar
seus funcionários a riscos à saúde e a empresa a esse nível de desempenho, em circunstâncias
violações ambientais, a multas, à compensação normais, seria um sistema de lavagem da
à comunidade e a custos médicos significativos. correia envolvendo uma ou mais barras de
Da mesma forma que as fábricas possuem pulverizadores de água, vários conjuntos de
diferentes tipos de materiais manuseados, elas limpeza e um método de remoção do excesso
também possuem diferentes práticas contábeis, de umidade da correia. Esses sistemas mais
estilos de gerenciamento e procedimentos de complicados ou mais sofisticados atingem
manutenção. O processo de determinar quanto um nível de desempenho aperfeiçoado;
investir e em qual sistema pode variar bastante sua aquisição é mais cara, bem como sua
de empresa para empresa. manutenção.
Entretanto, se a manutenção de registros Conforme uma empresa aumenta seus gastos
for precisa, existem abordagens racionais a com raspadores de correia, seus custos para
serem levadas em conta para os projetos que limpar o material fugitivo (o material residual
melhoram o manuseio de materiais a granel, liberado pela correia) irão diminuir. A relação
como, por exemplo, através do controle de pó, entre a aquisição (e manutenção) de sistemas de
de derramamento e do material residual. A limpeza e os custos de limpeza necessários pode
seguir temos um exemplo de como determinar ser colocada em um gráfico (Figura 31.2). Em
a quantidade economicamente correta de algum ponto, o custo de raspadores adicionais
investimento em sistemas de limpeza da correia. irá exceder as economias alcançadas ao reduzir
a despesa de limpeza. O ponto de equilíbrio
Uma Amostra de Cálculo: Avaliando será o ponto onde a curva do Custo de Limpeza
o ROI dos Raspadores de Correia intercepta a curva do Custo de Investimento no
O sucesso de uma operação, ao eliminar Sistema de Limpeza da Correia e do Custo de
o material residual, pode ser categorizado Manutenção.
em “níveis” arbitrários. Como alcançar esses
O ponto de benefício econômico ótimo
níveis será determinado por uma medida de
nesse exemplo é próximo ao desempenho de
quantidade de material residual remanescente
limpeza de Nível II. Toda vez que o nível de
em uma área determinada (normalmente, um
material residual desejado diminui ou aumenta
metro quadrado) do correame. Para fins dessa
a eficácia da limpeza, dois custos relacionados
discussão, a linha de base para material residual
a ela serão afetados: o custo de investimento
remanescente na correia (ou “Nível 0”) seria
aumenta enquanto o custo para limpar o
de mais de 250 gramas de material por metro
material residual diminui. Conforme uma
quadrado.
empresa diminui os gastos em raspadores de 31
A limpeza de Nível I seria definida como correia, seus custos de limpeza devem diminuir.
permitindo de 101 a 250 gramas de material O material residual pode ser suprimido até
remanescente por metro quadrado do chegar a quase zero, mas o investimento

469
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

em um sistema de limpeza da correia para a longo prazo, ao pó e ao derramamento


fazer isso pode ser maior do que pode ser podem ser ainda mais significativos. Com
justificado, devido ao custo total de instalar, uma força de trabalho mundial de 2,8 bilhões
manter e operar o sistema. Em algum ponto, de trabalhadores, estima-se que ocorram 270
o custo do investimento em raspadores de milhões de acidentes com tempo perdido e
correia adicionais é maior do que as economias 2,2 milhões de acidentes fatais relacionados
resultantes da redução de despesas para limpar ao trabalho, por ano. Doenças ocupacionais
o material residual. Consequentemente, acrescentam outras 160 milhões de
adicionar raspadores de correia além desse incapacidades a longo prazo. Estimou-se que
ponto, com base apenas nesse cálculo do ROI, 95% desses acidentes e doenças ocorrem em
pode ser uma decisão ruim. economias emergentes. (Referência 31.3).

Pode haver uma análise similar do custo Excluindo danos à propriedade, o custo
versus benefícios, realizada para manutenção médio de todos os acidentes com tempo
e ajuste dos sistemas de limpeza da correia. perdido nos locais de trabalho e doenças
O desempenho da limpeza será melhor cada ocupacionais nas economias de mercado
vez que as lâminas de limpeza forem limpas e estabelecidas é de aproximadamente US$
novamente tensionadas com relação à correia; 35.500 por incidente. Para as economias
entretanto, em algum ponto ao longo da linha, o emergentes, o custo médio por acidente
custo de mão de obra será maior do que o valor com tempo perdido é de aproximadamente
da melhora do desempenho. Como exemplo, US$ 4.700. O custo desses incidentes nas
o benefício da inspeção e ajuste semanal dos economias de mercado estabelecidas para um
sistemas de limpeza pode se pagar, enquanto acidente fatal é de aproximadamente US$ 1
que o custo de mão de obra para ajuste em milhão. Não existem estimativas confiáveis
todos os turnos, programado para todos os dias, sobre o custo de um acidente fatal no local de
pode ser que não se pague. trabalho nos mercados emergentes, mas, se a
proporção entre acidentes com tempo perdido
É claro que essa é uma avaliação puramente nas economias estabelecidas e nas economias
econômica dos benefícios das melhorias emergentes forem mantidos, um acidente fatal
nos sistemas de limpeza da correia. Ela não nas economias emergentes poderia custar US$
inclui nenhuma variável de saúde, segurança 132.500.
ou problemas de relacionamento com a
comunidade. Não há uma resposta universal Esses valores representam os custos totais,
para essas questões. O equilíbrio entre saúde diretos e indiretos para a empresa. Esses
e segurança, custos de manutenção e retorno valores, junto com os custos por danos à
sobre o investimento deve ser avaliado e propriedade e por danos ambientais, podem
otimizado para cada fábrica. ser usados nos cálculos do ROI de uma
empresa, para ajudar a justificar as melhorias
ROI em Melhorias Relacionadas à em segurança e nas condições de trabalho,
Segurança relacionadas ao controle do material fugitivo.
Acidentes são normalmente vistos como Mas eles não representam o custo para
sendo contusões, cortes e ossos quebrados, mas os trabalhadores e seus familiares, que é
os efeitos sobre a saúde devido à exposição, frequentemente três vezes maior, em termos

Figura 31.2
Custos comuns
e parâmetros de
Custos de Investimento & Manutenção
produção relacionados em Raspadores de Correia
Custos

aos projetos para


controle de pó e de Nível de Material Residual
derramamento versus
custo de limpeza.
31

Custo de Limpeza

470
Medidas de Desempenho | Capítulo 31

de perdas salariais, custos não reembolsados e feito pela empresa no treinamento desses
incapacidade de retornar ao mesmo nível de empregados.
trabalho. Pode ser fácil racionalizar o baixo E. Dificuldade em recrutar empregados
custo de um acidente para uma empresa, em altamente qualificados.
um país em desenvolvimento, comparado ao
F. Pagamento de indenização e/ou perdas e
custo nos países desenvolvidos. Entretanto,
danos a trabalhadores que tenham sofrido
isso ignora o custo do sofrimento humano
lesões ou a dependentes de trabalhadores
e o fato de que qualquer empresa pode se
mortos.
beneficiar por ser mais produtiva do que seus
concorrentes locais. Além disso, as empresas arcam com:
Já se argumentou que os países em A. Os custos legais relacionados.
desenvolvimento não podem arcar com os
custos de uma postura que considere a “saúde e B. Pagamento de adicionais de periculosidade.
a segurança em primeiro lugar” — que as nações C. Altos prêmios de seguros.
emergentes devem fazer qualquer coisa para D. Danos materiais ou à propriedade devido a
gerar renda e se tornarem economicamente incidentes e acidentes.
viáveis e/ou competitivas. Isso coloca a E. Multas.
segurança em último lugar, uma questão a ser
F. Discussões com sindicatos, autoridades
considerada apenas depois que o país se tornar
públicas e/ou residentes locais.
competitivo no mercado.
G. Perda de imagem.
Entretanto, os dados mostram algo diferente. H. Redução nas vendas.
Em 2003, a Organização Internacional do
Trabalho (OIT) de Genebra relatou pesquisas Em alguns casos, o custo pode ser a perda
sugerindo que os países com maior índice de total ou parcial da “licença de funcionamento”
segurança no trabalho também são os mais da empresa.
competitivos. Observando que os países mais
competitivos também são os mais seguros, um Quando se trata de competitividade, todas as
relatório emitido em 2005, Trabalho Decente – empresas podem se beneficiar por serem mais
Trabalho Seguro, do Congresso Mundial sobre produtivas do que seus concorrentes locais. A
Segurança e Saúde no Trabalho, afirma: “Não segurança é parte essencial de ser competitivo.
existe nenhuma evidência de que qualquer
país tenha se beneficiado com baixos níveis
de segurança e saúde”. O relatório continua: MEDINDO MATERIAIS FUGITIVOS
“Uma estratégia baseada em baixos níveis de
segurança não gera maior competitividade ou Quantidade e Qualidade
sustentabilidade” (Referência 31.3). Sem as duas informações, tanto as
qualitativas como as quantitativas, a discussão
O relatório da OIT, A Segurança em sobre a eficácia dos esforços para controlar
Números: Indicadores para uma Cultura o material fugitivo se converte em um debate
Global de Segurança, lista uma série de efeitos fútil baseado em opiniões, e não em fatos.
decorrentes de uma política ruim de saúde Medidas da quantidade de material fugitivo
e segurança no resultado financeiro de uma coletado oferecem fortes evidências da natureza
empresa (Referência 31.2). Esses efeitos dos problemas específicos de uma operação
incluem: e funcionam como avaliações que capturam
A. Alta taxa de absenteísmo e mais tempo a verdadeira quantidade de material perdido,
ocioso, acarretando perda de produtividade. testando o sistema antes e depois que os
B. Subutilização de fábricas de produção projetos de melhoria são instalados.
dispendiosas e uma possível queda na O(s) tipo(s) de material(is) fugitivo(s)
economia de escala. visto(s) em uma operação de manuseio de
C. Moral baixo, levando à perda de material a granel pode(m) ser determinado(s) 31
produtividade. normalmente pelo tamanho das partículas
D. Perda de empregados capacitados e no material a granel e pela forma da pilha
experientes, bem como do investimento do material. O pó é composto por partículas

471
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

muito pequenas que tendem a ser transportadas Ao utilizar essas pontuações, uma
pelo ar e se acumular ao cobrir uma área. operação pode avaliar o desempenho do seu
O derramamento, em geral, tem forma equipamento (e dos seus fornecedores) em
granular, representando o tamanho médio da obter o controle dos materiais fugitivos.
partícula do material a granel transportado, e
se acumula em pilhas de formato cônico, com Uma escala, combinada com os dados
uma inclinação igual ao ângulo de repouso quantitativos coletados sobre taxas de
do material a granel. Em alguns casos, o furo produção, custos de manutenção e segurança
através do qual o derramamento vaza age como do trabalhador, pode ser usada para preparar
uma tela, e a pilha de material derramado terá uma avaliação abrangente dos esforços da
um tamanho uniforme. Em outros, o processo gerência em relação a um processo contínuo de
cria uma separação por tamanho de partículas, aperfeiçoamento.
através do fluxo de ar ou da gradação.
Sistema de Pontuação
Enquanto medir o derramamento é um O sistema de pontuação é baseado na
processo relativamente direto, determinar a comparação entre as inspeções visuais e uma
origem do material fugitivo normalmente é um série de condições, divididas em categorias e
trabalho de investigação. É importante fazer ilustradas com fotos relevantes. Cada categoria
uma pesquisa quando se estiver procurando recebe uma pontuação numérica com um
pela origem de um derramamento e tentar determinado peso. A gerência estabelece o
deduzir de onde o material pode ter se peso, a fim de concentrar os esforços em
originado. Se não houver uma origem clara, um problema específico. O total de todas as
pode ser que o derramamento seja causado pontuações numéricas fornece uma classificação
por um problema operacional, como um geral, enquanto uma lista da pontuação
chute ligado, uma correia desalinhada por categoria fornece um meio de dividir o
ou sobrecarregada, ou um problema de problema em origens administráveis do material
manutenção, como um indicador com defeito. fugitivo.
Além das informações quantitativas, pode Cada operação de manuseio de material deve
haver ocasiões em que apenas as medições estabelecer seu próprio sistema de pontuação,
sejam insuficientes para indicar a natureza do com base no que é aceitável, e usar fotos
problema ou para representar a quantidade de verdadeiras da fábrica para a pontuação do
melhorias necessárias ou alcançadas. Nesses sistema de desempenho.
casos, tem-se a oportunidade de usar padrões
qualitativos. Entretanto, para serem eficazes
Definição da Escala Swinderman
e úteis, esses padrões devem ser definidos
previamente e sujeitos a um sistema de A Escala Swinderman de Materiais
pontuação versátil e bem intencionado. Fugitivos, detalhada a seguir é uma tentativa de
desenvolver esse sistema de pontuação.
A Escala dos Materiais Fugitivos
O material apresentado pretende ser uma
Faz parte da natureza humana esquecer amostra ou demonstração dessa escala. Cada
quais eram as condições no passado e operação desenvolve sua própria escala de
inconscientemente mudar a definição do que pontuação, para sua situação específica, e
é aceitável. Uma escala de materiais fugitivos utiliza essa escala para medir a melhoria do
é um sistema de avaliação que utiliza valores desempenho em um período.
pontuais predeterminados e fotografias
comparativas de uma operação ou instalação A escala pode ser revisada periodicamente,
específica, como padrão de avaliação. Uma talvez anualmente, aumentando as
escala estabelece um índice que atribui valores exigências para dar suporte ao processo de
ao desempenho do sistema no controle de aperfeiçoamento contínuo, conforme a limpeza
materiais fugitivos. Ela exige a atribuição de melhora. O sistema de pontuação e as metas
31 pontos para o controle de pó, derramamento
e material residual em um determinado
não devem ser alterados com muita frequência,
ou não será possível avaliar o progresso
sistema, usando um sistema de pontuação alcançado.
preestabelecido, específico para a operação.

472
Medidas de Desempenho | Capítulo 31

A seguir, uma definição desse sistema. Figura 31.3


Classificado como
Pó D1 – excessivamente
Definição: partículas de materiais fugitivos empoeirado
suficientemente pequenas para serem
transportadas pelo ar, normalmente com
diâmetros menores do que 10 mícrons. O pó
geralmente se distribui igualmente por uma
área e pode ser emitido por qualquer fonte do
processo.

Nível D1: Excessivamente Empoeirado ____


pontos (Figura 31.3).

• Mais de 10 miligramas de pó por metro


Figura 31.4
cúbico.
Classificado como
• Opacidade maior do que 30%. D2 – empoeirado.
• Visibilidade menor do que 15 metros (50
pés) através do pó.
• Não é possível respirar sem um respirador.
• Olhos constantemente irritados e
lacrimejantes.
Nível D2: Empoeirado______________ pontos
(Figura 31.4).
• 1,2 a 10 miligramas de pó por metro cúbico.
• Opacidade de 11 a 30%.
Figura 31.5
• Visibilidade menor do que 50 metros (150
pés) através do pó. Classificado como
D3 – sem pó.
• Possibilidade de irritação da boca e/ou do
nariz com um pouco de dificuldade de
respirar.
Nível D3: Sem Pó _________________ pontos
(Figura 31.5).
• Menos de 1,2 miligramas de pó por metro
cúbico.
• Opacidade de 0 a 10%.
• Visibilidade maior do que 100 metros (300
pés) através do pó.

31

473
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

Figura 31.6 Derramamento


Classificado como Definição: material que escapa do
S1 – derramamento equipamento do processo ou de uma correia
excessivo do transportador, em locais indesejados. O
derramamento normalmente é de natureza
granular e típico da distribuição do tamanho
do material a granel. O derramamento
normalmente se acumula próximo a e/ou
abaixo da origem do vazamento.

Nível S1: Derramamento Excessivo _____


pontos (Figura 31.6).
• Precipitação constante de material a
partir dos vazamentos nos chutes e nos
Figura 31.7 equipamentos do processo, fazendo com
que as passarelas e os equipamentos fiquem
Classificado como S2 –
derramamento soterrados.
frequente. • Acúmulos semanais de mais de 2 toneladas
de material fugitivo.
• É difícil andar junto ao equipamento ou nas
passarelas do transportador.
• As partículas se alojam nos olhos, ouvidos e
no nariz.
• É necessária limpeza manual constante para
manter a produção.
Nível S2: Derramamento Frequente _____
pontos (Figura 31.7).
Figura 31.8 • Camadas de derramamento sem fonte
Classificado como S3 – imediatamente identificável ou repetidos
sem derramamento.
erros de operação.
• Acúmulos semanais de até 2 toneladas de
material fugitivo.
• Existe alguma dificuldade em se andar nas
passarelas e entre o material acumulado.
• É necessária uma limpeza manual a cada 1
ou 2 semanas.
Nível S3: Sem Derramamento _____ pontos
(Figura 31.8).
• Derramamento que é resultado de um
tombamento ocasional do processo ou de
manutenção intencionalmente postergada.
• Caracteriza-se por não formar cascalho ou
grânulos devido à acumulação de material.
• Requer limpeza manual ocasional.

31

474
Medidas de Desempenho | Capítulo 31

Material Residual Figura 31.9


Definição: material fugitivo que adere à Classificado como
correia depois que esta descarregou sua carga. C1 – sujo
Caracteriza-se por pilhas de material fino,
úmido ou flocos secos abaixo das roldanas de
retorno e do alinhador da correia; acúmulo
de material nas polias de curva e outros
componentes. O material residual é uma
possível fonte de pó.

Nível C1: Sujo ____________________


pontos
(Figura 31.9).

• De 101 a 250 gramas por metro quadrado


de material residual na superfície da correia Figura 31.10
(Limpeza de Nível I) (Para referência: 1,0 g/ Classificado como
C2 – limpo
m2 = 0,003 onças/pés2.).
• Caracteriza-se por uma camada de material
de 0,5 a 1 milímetro (0,02 a 0,04 pol.) de
espessura na correia.
• O material se acumula abaixo dos roletes.
• Necessita de limpeza pelo menos uma vez
por semana.
• Adequado para operações de mineração
com molde aberto, nas quais se utiliza
Figura 31.11
limpeza mecanizada.
Classificado como
• Pode ser alcançado por um sistema de C3 – muito limpo
limpeza da correia único ou duplo
Nível C2: Limpo __________________ pontos
(Figura 31.10).
• De 11 a 100 gramas por metro quadrado
de material residual na superfície da correia
(Limpeza de Nível II ).
• Parece uma película ou camadas de material
residual na correia, descolorindo levemente
a superfície.
• Pequena quantidade de material acumulado • Caracteriza-se por uma correia levemente
abaixo dos roletes de retorno – pode estar na úmida na maior parte, com pouca ou
forma de flocos. nenhuma camada de material residual.
• Necessita de limpeza manual de 2 a 4 vezes • Necessita de limpeza manual menos de uma
por mês. vez por mês.
• Adequado para a maioria das aplicações de • Normalmente requer o uso de
transporte de material a granel. pulverizadores de água e uma caixa de
• Pode ser alcançado com um sistema de lavagem para alcançar esse nível de forma
limpeza da correia duplo ou triplo. consistente.

Nível C3: Muito Limpo______________pontos


(Figura 31.11).
31
• De 0 a 10 gramas por metro quadrado de
material residual na superfície da correia
(Limpeza de Nível III).

475
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

A fábrica deve determinar o número máximo Pesquisa no 1º Mês


de pontos possível para todas as categorias Depois de 30 dias, a Empresa Happy
especificadas, depois de revisar suas metas de melhorou seu desempenho para uma
controle do material fugitivo e incluir os valores pontuação igual a 45 (Tabela 31.6). A
dos pontos no formulário (Tabela 31.3). instalação de sistemas de limpeza da correia
melhorou o desempenho da limpeza,
Amostra do Procedimento aumentando a classificação de material
da Escala de Swinderman: residual de Sujo para Limpo. A fábrica
Procedimento da Empresa Happy ainda está avaliada como Empoeirada com
Procedimento Derramamento Excessivo.

A meta é reduzir a quantidade de limpeza Pesquisa no 2º Mês


necessária e satisfazer às exigências legais
relativas ao pó. A gerência seleciona uma Depois de 60 dias, a Empresa Happy
área para monitoramento do desempenho. melhorou seu desempenho para uma
A gerência e um fornecedor de serviços de pontuação igual a 60 (Tabela 31.7). As
manutenção se reúnem para estabelecer o melhorias nos sistemas de manuseio de
peso dos três elementos: pó, derramamento e materiais melhoraram o nível de derramamento
material residual. (Tabela 31.4). de Derramamento Excessivo para
Derramamento Frequente. Pó e Derramamento
Nesse exemplo, os supervisores de ainda permanecem nos mesmos estágios em
produção e manutenção da Empresa Happy que estavam durante a pesquisa anterior.
desenvolvem, em conjunto, as definições e
os níveis de desempenho para sua operação, Pesquisa no 3º Mês
com base nos problemas existentes e nos Depois de 90 dias, a Empresa Happy
resultados desejados. Uma vez por mês eles melhorou seu desempenho para uma
inspecionam a área como uma equipe e pontuação igual a 70 (Tabela 31.8). O Pó e o
graduam as condições ambientais para atribuir derramamento foram eliminados, e o material
pontuações que espelhem o desempenho do residual foi reduzido a níveis aceitáveis com a 8
sistema de manuseio de materiais. O material instalação de sistemas múltiplos de limpeza.
residual recebe o maior peso, com valor de
até 60 pontos para uma operação limpa.
Resultados da Empresa Happy
Consequentemente, as melhorias no controle
de material residual serão exibidas como uma Ao comparar a pontuação de base com os
grande melhoria na pontuação geral. resultados obtidos nesse ínterim, o analista
pode deduzir que o primeiro problema a
Pesquisa de Base ser abordado foi o do material residual, em
seguida, o do derramamento e, finalmente, o
A gerência e o fornecedor de serviços de do pó. Observando a pontuação final, parece
manutenção fazem uma excursão pela área e que a meta original foi alcançada, mas ainda
tiram fotografias representativas. Essas fotos é possível realizar melhorias adicionais. Fotos
fornecem uma escala de comparação visual que que documentam o novo nível de desempenho
vai de Aceitável a Não Aceitável. Estabelece- são tiradas e submetidas à análise, junto
se uma classificação inicial, e um plano para com o padrão original, como evidência do
aperfeiçoamento é implantado. Na pesquisa desempenho.
realizada antes de qualquer melhoria do
sistema, as operações de manuseio de material
da Empresa Happy foram classificadas com
uma pontuação igual a 15 (Tabela 31.5). Essa
pontuação reflete uma fábrica empoeirada com
problemas de derramamento e de material
residual significativos.
31

476
Medidas de Desempenho | Capítulo 31

Formulário de Pontuação da Escala Swinderman Tabela 31.3


Sistema de Pesos para Área de Pontuação de Emissões de Material
Fugitivo
Classificação

Nível Descrição Pontos Base 30 Dias 60 Dias 90 Dias


Escala Data: ___ Data: ___ Data: ___ Data: ___

D1 Excessivamente
Empoeirado
D2 Empoeirado
D3 Sem Pó e de Acordo
com os Limites Legais
S1 Derramamento Exces-
sivo e Contínuo
S2 Derramamento
Frequente
S3 Sem Derramamento
ou com Derramamen-
to Ocasional
C1 Sujo
C2 Limpo
C3 Muito Limpo

PONTUAÇÃO TOTAL 100

Quanto maior a pontuação, melhor o desempenho. Máxima pontuação possível = 100;


min = 0.

88
Formulário de Pontuação da Escala Swinderman (Com os Pesos Tabela 31.4
Atribuídos pela Gerência)
Sistema de Pesos para Área de Pontuação Acionador Emissões de Material Fugitivo
Classificação
Nível Descrição Pontos Base Data: 30 Dias Data: 60 Dias Data: 90 Dias Data:
Escala 23 Maio 23 Jun. 23 Jul. 23 Agos.
D1 Excessivamente
Empoeirado
D2
D3
Empoeirado
Sem Pó e de Acordo
20
com os Limites Legais
S1 Derramamento Exces-
sivo e Contínuo
S2 Derramamento

S3
Frequente
Sem Derramamento
20
ou com Derramamen-
to Ocasional
C1 Sujo
C2
C3
Limpo
Muito Limpo
60
PONTUAÇÃO TOTAL 100 31
Quanto maior a pontuação, melhor o desempenho. Máxima pontuação possível = 100;
min = 0.

477
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

Tabela 31.5 Pesquisa de Base


Sistema de Pesos para Área de Pontuação Acionador 1 de Emissões de Material Fugitivo
Classificação
Nível Descrição Pontos Base Data: 30 Dias Data: 60 Dias Data: 90 Dias Data:
Escala 23 Maio 23 Jun. 23 Jul. 23 Agos.
D1 Excessivamente
Empoeirado
D2
D3
Empoeirado
Sem Pó e de Acordo
20 15
com os Limites Legais
S1 Derramamento Exces-
sivo e Contínuo
S2 Derramamento

S3
Frequente
Sem Derramamento
20 0
ou com Derramamen-
to Ocasional
C1 Sujo
C2
C3
Limpo
Muito Limpo
60 0
PONTUAÇÃO TOTAL 100 15
Quanto maior a pontuação, melhor o desempenho. Máxima pontuação possível = 100; min = 0.

Resultados da Pesquisa de Base


Área Acionador 1 Classific. D2, S1, C1
Data 23/5 Pontuação 15

Tabela 31.6 Pesquisa 1o Mês


Sistema de Pesos para Área de Pontuação Acionador 1 de Emissões de Material Fugitivo
Classificação
Nível Descrição Pontos Base Data: 30 Dias Data: 60 Dias Data: 90 Dias Data:
Escala 23 Maio 23 Jun. 23 Jul. 23 Agos.
D1 Excessivamente
Empoeirado
D2
D3
Empoeirado
Sem Pó e de Acordo
20 15 15
com os Limites Legais
S1 Derramamento
Excessivo e Contínuo
S2 Derramamento

S3
Frequente
Sem Derramamento
20 0 0
ou com Derramamen-
to Ocasional
C1 Sujo
C2
C3
Limpo
Muito Limpo
60 0 30
100

31
PONTUAÇÃO TOTAL
15 45
Quanto maior a pontuação, melhor o desempenho. Máxima pontuação possível = 100; min = 0.

Resultados da Pesquisa 1º Mês


Área Acionador 1 Classific. D2, S1, C2
Data 26/3 Pontuação 45

478
Medidas de Desempenho | Capítulo 31

Pesquisa 2o Mês Tabela 31.7


Sistema de Pesos para Área de Pontuação Acionador 1 de Emissões de Material Fugitivo
Classificação
Nível Descrição Pontos Base Data: 30 Dias Data: 60 Dias Data: 90 Dias Data:
Escala 23 Maio 23 Jun. 23 Jul. 23 Agos.
D1 Excessivamente
Empoeirado
D2
D3
Empoeirado
Sem Pó e de Acordo
20 15 15 15
com os Limites Legais
S1 Derramamento Exces-
sivo e Contínuo
S2 Derramamento

S3
Frequente
Sem Derramamento
20 0 0 15
ou com Derramamen-
to Ocasional
C1 Sujo
C2
C3
Limpo
Muito Limpo
60 0 30 30
PONTUAÇÃO TOTAL 100 15 45 60

Quanto maior a pontuação, melhor o desempenho. Máxima pontuação possível = 100; min = 0.

Resultados da Pesquisa 2º mês


Área Acionador 1 Classific. D2, S2, C2
Data 23/7 Pontuação 60

Pesquisa 3o Mês Tabela 31.8


Sistema de pesos para Área de Pontuação Acionador 1 de Emissões de Material Fugitivo
Classificação
Nível Descrição Pontos Base Data: 30 Dias Data: 60 Dias Data: 90 Dias Data:
Escala 23 Maio 23 Jun. 23 Jul. 23 Agos.
D1 Excessivamente
Empoeirado
D2
D3
Empoeirado
Sem Pó e De Acordo
20 15 15 15 20
com os Limites Legais
S1 Derramamento Exces-
sivo e Contínuo
S2 Derramamento

S3
Frequente
Sem Derramamento
20 0 0 15 20
ou com Derramamen-
to Ocasional
C1 Sujo
C2
C3
Limpo
Muito Limpo
60 0 30 30 30
100
PONTUAÇÃO TOTAL
15 45 60 70 31
Quanto maior a pontuação, melhor o desempenho. Máxima pontuação possível = 100; min = 0.

Resultados da Pesquisa 3º Mês


Área Acionador 1 Classific. D3, S3, C2
Data 23/8 Pontuação 70

479
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

propriedades do material a granel. A resposta


MEDINDO A EFICIÊNCIA
é que tudo é relacionado ao material a granel
O manuseio de materiais a granel é um em particular e à condição do equipamento, e
processo; portanto, muitas das medições feitas não é necessariamente uma função do design
para calcular o desempenho não são valores do raspador de correia. Se um raspador de
absolutos, e sim pontos de dados individuais em correia for avaliado com 90% de eficiência na
um quadro de controle de processo estatístico. remoção de uma camada de material residual,
A maioria dos resultados desse processo de a camada remanescente deve ter espessura de
controle de material fugitivo, como pó e a 100 milímetros (4 polegadas) ou 1 milímetro
coleta ou raspagem da correia, segue uma (0,04 polegadas) de espessura? Ambos podem
curva em sino clássica. Consequentemente, ser considerados 90% eficientes, mas o custo
em alguns momentos, os resultados estão de limpeza e problemas operacionais serão
acima da média; em outros momentos, eles radicalmente diferentes. Seria melhor ter um
estão abaixo da média. Além disso, também raspador que removesse o material residual
é muito incomum a remoção de 100% do pó a uma espessura de 0,1 milímetros (0,004
ou material residual sem gastos extraordinários polegadas) ao invés da marca abstrata de 90%
ou sem consequências indesejadas, tais como a de eficiência.
raspagem da correia de tal maneira que parte da
cobertura superior seja removida. Devido ao grande número de variáveis no
manuseio de materiais a granel – tanto nos
Já que o controle de materiais fugitivos é próprios materiais a granel como na condição
um processo contínuo, quanto mais pontos de dos transportadores – é fisica, financeira e
dados forem obtidos, mais representativos serão estatisticamente impossível reduzir as emissões
os resultados. Portanto, é melhor considerar fugitivas a zero em um longo período de tempo.
os resultados de todos os transportadores, ao Em muitas operações, um desempenho da
invés de apenas um, para avaliar o desempenho raspagem aceitável compreende a contenção de
contínuo da indústria na redução de pó e material fugitivo em um nível de controle que
derramamento. exija limpeza uma vez por semana, sem causar
problemas de segurança ou perda na produção.
De maneira semelhante, é muito impreciso
se referir à eficiência como um valor que se
aplica a qualquer condição do transportador,
gramas por metro quadrado de material ou as

Tabela 31.9 Declaração de Lucros e Perdas (com Limpeza de Nível II)


Declaração de Lucros e Perdas da Empresa Happy para o
Moeda USD % de Vendas
Período de 1º de Janeiro a 31 de Dezembro
Rendimentos Vendas $1.000.000 100%
Total de rendimentos $1.000.000 100%
Custo dos Bens Mão de Obra de Produção $250.000 25%
Vendidos
Materiais de Produção $150.000 15%
Custo Total dos Bens Vendidos $400.000 40%
Despesas Salários & Suprimentos Escritório $100.000 10%
Salários & Suprimentos Manutenção $250.000 25%
Água, Gás & Eletricidade $100.000 10%
Juros, Licenças & Multas $50.000 5%
Total de Despesas Antes do Imposto $500.000 50%
Lucros Rendimento Menos Despesas $100.000 10%
Impostos (Taxa de Imposto 50%) $50.000 5%
31 Lucro Líquido Livre de Impostos $50.000 5%

480
Medidas de Desempenho | Capítulo 31

O custo da limpeza e o custo da limpeza


TÓPICOS AVANÇADOS
da correia interceptam-se entre o Nível II e
Amostra de Cálculo: Retorno o Nível III de limpeza. A Empresa Happy
sobre o Investimento em Limpeza decide adquirir um equipamento que alcance
da Correia e Impacto sobre a o Nível II de limpeza (11 a 100 gramas por
Declaração de Lucros e Perdas metro quadrado de material residual na correia,
após a limpeza da correia). Esse equipamento
Para ilustrar os efeitos de várias situações
de limpeza irá produzir um retorno sobre o
nas declarações financeiras, utilizaremos
investimento adequado: 336% com retorno em
a Declaração de Lucros e Perdas de uma
3,6 meses (Equação 31.5).
empresa fictícia, a Empresa Happy (Tabela
31.9). Apesar de o retorno ser excelente, se a
Empresa Happy manteve registros detalhados,
Empresa Happy: Retorno sobre ela poderá buscar economias adicionais
o Investimento em Limpeza da resultantes da instalação e manutenção de
Correia raspadores de correia. Por exemplo, essas
A Empresa Happy está considerando economias adicionais poderiam decorrer do
a aquisição de raspadores de correia para aumento de vida útil da correia e da roldana ou
reduzir os custos de limpeza. Para isso, faz da redução de acidentes com perda de tempo
uma estimativa dos custos de equipamentos da equipe de limpeza. Redução das despesas
e de mão de obra para executar a limpeza operacionais diferentes das despesas de limpeza
(Tabela 31.10). Considerou-se a vida útil mostra um retorno de US$ 27.000 (Tabela
do equipamento de limpeza da correia como 31.11).
sendo de três anos, para diluir o custo do
equipamento com o passar do tempo. Essas informações adicionais alteram o
cenário financeiro, e o gráfico agora mostra

Custos Estimados para se Alcançar Níveis Específicos de Limpeza Tabela 31.10


Custo de Custos do Custo
Material Residual Instalação e Limpador de estimado Custo Total
Aceitável Manutenção Correia em de Limpeza Anual em
de Dólares por de correia Dólares da
Raspadores ano (des- em Dólares Manutenção e Custos
de Correia em valorização por ano Instalação de estimados de
Dólares (do de 3 anos do Manutenção e Raspado res Limpeza em
Nível g/m2 fornecedor) equipamento) Equipamento de Correia Dólares
0 >250 N/A N/A N/A N/A $25.000
I 101–250 $1.500 $500 $1.000 $1.500 $12.000
II 11–100 $6.000 $2.000 $3.500 $5.500 $6.500
III 0–10 $15.000 $5.000 $4.500 $9.500 $3.500

SCU Equação 31.5


ROI = Cálculo do ROI para a
ACBC Empresa Happy com o
Dado : Um raspador de correia irá economizar US$ 18.500 em limpeza por ano e o custo desse raspador é Nível II de Limpeza.
de US$ 5.500 por ano. Calcule: A taxa de retorno.
ROI Retorno sobre o Investimento em Porcentagem (como Decimal)
SCU Economia Anual em Limpeza 18.500
ACBC Custo Anual de Limpeza da Correia 5.500
18.500
ROI =
5.500
= 3,36 31
ROI Retorno sobre o Investimento em ROI = 3,36 (336%) (12/3,36 = 3,57 ou 3,6 me-
Porcentagem (como Decimal) ses para retorno)

481
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

que vale a pena reduzir o material residual ao Correia, no qual a Empresa Happy instalou
Nível III (0-10 gramas por metro quadrado), um equipamento de limpeza de correia para
instalando um sistema de limpeza da correia alcançar o Nível III de limpeza, e colocando
sofisticado (Figura 31.12 e Equação 31.6). essa informação na declaração financeira
anterior, na linha de Salários & Suprimentos de
Declaração de Lucros & Perdas da Manutenção, a situação financeira da Empresa
Empresa Happy Happy se altera, como mostra a Declaração de
Tomando as economias do exemplo de Lucros & Perdas Corrigida (Tabela 31.12).
Retorno sobre Investimento do Raspador de

Tabela 31.11 Custos/Economias Estimados para se Alcançar Níveis Específicos de Limpeza


Custo Total
Material Residual para Instalação
Aceitável e Manutenção Custos de Economias
de Raspadores Limpeza Operacionais
de Correia em Estimados em Adicionais em Custo Líquido
Nível g/m2 Dólares Dólares Dólares Total em Dólares
0 >250 N/A $25.000 0 $25.000
I 101–250 $1.500 $12.000 ($5.000) $8.500
II 11–100 $5.500 $6.500 ($15.000) ($3.000)
III 0–10 $9.500 $3.500 ($40.000) ($27.000)
Valores entre parênteses representam números negativos.

Figura 31.12 Custos do Investimento &


O gráfico atualizado Manutenção no Raspador de
mostra que o custo Correia
Custos

líquido total apresentou Custo de Limpeza


uma economia anual de
US$ 27.000 com o Nível
III de limpeza.
Custos Operacionais
Economias

Relacionados e de
Manutenção Reduzidos

Custo Líquido Total


Nível de Material Residual

Equação 31.6 SCU +


Cálculo do retorno sobre
o investimento para a ROI = ROC
Empresa Happy com o
Nível III de limpeza.
ACBC
Dado : Um raspador de correia irá economizar US$ 21.500 em custos de limpeza e reduzir os custos
operacionais em U$ 40.000; o custo desse raspador de correia é de US$ 9.500 por ano. Calcule: O retorno
sobre o investimento.
ROI Retorno sobre o Investimento em ROI
Porcentagem (como Decimal)
SCU Economia Anual em Limpeza 21500
ROC Custos Operacionais Reduzidos 40000

31 ACBC Custo Anual em Limpeza de Correia


21.500 + 40.000
9500

ROI = = 6,47
9.500
ROI Retorno sobre o Investimento em ROI = 6,47 (647%)(12/6,47 = 1,85 meses
Porcentagem (como Decimal) para retorno)

482
Medidas de Desempenho | Capítulo 31

Declaração de Lucros e Perdas Corrigida (com Limpeza de Nível III) Tabela 31.12
Declaração de Lucros e Perdas CORRIGIDA para o Período de 1
Moeda USD % de Vendas
de Janeiro a 31 de Dezembro
Rendimentos Vendas $1.000.000 100%
Total de Rendimentos $1.000.000 100%
Custo dos Bens Mão de Obra de Produção $ 250.000 25%
Vendidos Materiais Produção $ 150.000 15%
Custo Total dos Bens Vendidos $ 400.000 40%
Despesas Salários & Suprimentos Escritório $ 100.000 10%
Salários & Suprimentos Manutenção $ 223.000 22%
Água, Gás & Eletricidade $ 100.000 10%
Juros, Licenças & Multas $ 50.000 5%
Total Despesas Antes do Imposto $ 473.000 47%
Lucros Rendimento Menos Despesas $ 127.000 13%
Impostos (Taxa de Imposto 50%) $ 63.500 6,5%
Lucro Líquido Livre de Impostos $ 63.500 6,5%

Ao reduzir o custo total das operações com forneceu ferramentas para avaliar a necessidade
a instalação e manutenção de um sistema de melhorias no controle de materiais
sofisticado de limpeza da correia, o lucro fugitivos e os benefícios obtidos com elas.
líquido livre de impostos da Empresa Happy Seguem os dois capítulos finais, que abordam
aumentou cerca de 30%, de 5% para 6,5%. os transportadores utilizados em situações
específicas.

O RETORNO DOS CÁLCULOS DE REFERÊNCIAS


ROI
31.1 “Measuring ROI pushes it higher, say
Concluindo… Harte Hanks Aberdeen of Enterprise
Solutions.” (February 12, 2007). The
A discussão e as equações neste capítulo
Manufacturer (US Edition).
são úteis por si só. O segredo de sua utilidade
está na sua aplicação; elas devem ser usadas na 31.2 International Labour Organization.
avaliação de um sistema para se estabelecer o (2003). Safety in Numbers, Pointers for a
impacto econômico das melhorias feitas. Ao Global Safety Culture at Work. Geneva,
se aplicar essas considerações econômicas, Switzerland.
pode-se avaliar o valor das melhorias em um 31.3 Takala, J. (18–22 September 2005).
sistema de manuseio de materiais a granel Introductory Report: Decent Work – Safe
para uma operação, especialmente nas áreas Work. XVIIth World Congress on Safety
de controle de material fugitivo. Com uma and Health at Work, Orlando, Florida.
sólida manutenção de registros e análise de Available at: http://www.ilo.org/public/
desempenho, as implicações financeiras das english/protection/safework/wdcongrs17/
alterações propostas podem ser compreendidas. intrep.pdf.
O objetivo desses procedimentos é tornar mais 31.4 Dorman, Peter. (April 2000). The Cost of
fácil para a gerência dizer “sim” para os projetos Accidents and Diseases. Geneva, Swit-
de melhoria e, em seguida, acompanhá-la e fazê- zerland. Available online: http://www.ilo.
la se sentir segura com relação à decisão tomada. org/public/english/protection/safework/
Assim, será mais fácil garantir aprovações para papers/ecoanal/wr_chp1.htm.
projetos adicionais e será mais difícil para a 31.5 Occupational Safety & Health Ad-
gerência dizer “não” no futuro. ministration, U.S. Department of La-
bor, Mineral Processing Dust Control
31
A Seguir… website: http://www.osha.gov/SLTC/
Este capítulo sobre Medidas de Desempenho silicacrystalline/dust/.

483
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

Figura 32.1
Na aplicação de sistemas
de transportador de
correia e componentes
em indústrias específicas,
uma série de fatores
relacionados ao
material, às condições,
aos equipamentos e
aos padrões deve ser
considerada.

Capítulo 32

CONSIDERAÇÕES
SOBRE
SETORES ESPECÍFICOS
Agregado, Brita, Areia e Cascalho.. ................................................................................................................. 486
Transporte de Material a Granel...................................................................................................................... 488
Cimento................................................................................................................................................................... 490
Termogeração a Carvão..................................................................................................................................... 492
Mineração de Carvão (Subterrânea).. ............................................................................................................. 494
Mineração Hardrock (Metais e Materiais Não Combustíveis)................................................................. 496
Fundição de Metal................................................................................................................................................ 498
Indústrias de Processamento........................................................................................................................... 499
32
Produtos de Papel e Celulose/Produtos Florestais.. .................................................................................. 500
Mineração de Superfície (Carvão e Outros Minerais)................................................................................. 502
Conheça seu “Inimigo” ....................................................................................................................................... 503

484
Considerações sobre Setorers | Capítulo 32

Neste Capítulo…
Neste capítulo, oferecemos uma visão geral
de algumas das condições específicas que têm
maior probabilidade de afetar os esforços para
reduzir o derramamento e o pó em uma série
de setores da indústria de transportadores
de material a granel. Incluímos observações
gerais e informações específicas sobre
transportadores e transferidores, limpeza da
correia e gerenciamento do pó, para dez setores
diferentes.

Enquanto existem muitas coisas que


se mantêm verdadeiras para todos os
transportadores de correia que manuseiam
materiais a granel, independentemente do
setor em que atuam, vários fatores devem ser
considerados para cada setor específico. Isso
tem relação com os materiais, as condições,
os equipamentos e os padrões encontrados no
setor (Figura 32.1).

Em geral, a tendência crescente em termos


de manuseio de materiais a granel inclui
transportadores mais rápidos, com maior
capacidade, maiores limites para tempo ocioso
e reduções das interrupções para manutenção e
da força de trabalho da fábrica.

Devido ao investimento de capital exigido


para o manuseio de materiais a granel, a maioria
das indústrias é avessa ao risco e relutante
quanto ao uso de tecnologias não comprovadas.
A segurança é sempre uma questão, bem como
evitar os problemas legais. O básico em todas
as operações é de que os materiais devem
ser transportados para que a fábrica seja bem
sucedida. A eficiência acumulada no manuseio
de materiais geralmente é recompensada com
lucratividade acumulada.

A seguir apresentamos um pouco dessas


questões relacionadas a esses setores da
indústria. Ao mesmo tempo em que essas
observações são verdadeiras para a maior parte
das situações, elas podem ou não se aplicar a
qualquer operação específica.

32

485
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

• A reciclagem de materiais — concreto


AGREGADO, BRITA, AREIA E
e pavimentos asfálticos, por exemplo
CASCALHO
— apresenta desafios adicionais para o
(Consulte também Cimento e/ou Mineração equipamento de manuseio de materiais.
de Superfície). • O controle de despesas é um assunto
comum nesse setor. As melhorias do
Em geral transportador precisam oferecer economias
• Em muitas áreas geográficas, as licenças óbvias e retorno imediato.
de operação são difíceis de serem obtidas. • A manutenção tende a ser realizada de forma
Isso quer dizer que as operações existentes fragmentada, especialmente nas fábricas
devem ser completamente exploradas menores, e equipamentos que não são
enquanto empreendimentos comerciais considerados essenciais são frequentemente
e residenciais crescem ao redor delas. negligenciados, acarretando dificuldades no
Essas operações tomarão consciência de controle dos materiais fugitivos.
problemas como pó, derramamento e
ruídos, a fim de reduzir os problemas com
os vizinhos. Transportadores e Transferidores
• Em geral e em todo o mundo, esse tipo de • As fábricas variam muito em tamanho e
indústria está se consolidando. Grandes sofisticação. As correias tendem a estar em
empresas multinacionais estão adquirindo piores condições do que na maioria das
negócios para expandir seus territórios indústrias, e os transportadores podem
geográficos e buscando uma integração utilizar correias usadas ou correias com
vertical – acrescentando fábricas de concreto várias emendas mecânicas.
pré-misturado e de brita à produção de • O impacto pode ser grande sob as caçambas
cimento, por exemplo. de caminhão e dos trituradores; as forças
• Esse setor é muito dependente dos de carga serão mais leves nas correias de
mercados de construção e de obras públicas produtos acabados. O uso de amortecedores
(pavimentação de estradas). de impacto é comum, mas uma atenção
• Fábricas portáteis são utilizadas agora para cuidadosa para com a operação nominal do
muitas operações menores, reduzindo o amortecedor é essencial.
custo do transporte (o que é bom para uma • A ligação do chute é um problema comum
indústria em que a eficiência é medida pelo nas áreas de triagem da fábrica. Canhões
custo por tonelada de material) e permitindo de ar ou vibradores são um meio eficaz de
o uso de depósitos menores. reduzir esses bloqueios.
• As pequenas operações devem consistir de • O derramamento de pedras grandes
apenas três ou quatro pessoas. representa um risco para as polias. Portanto,
• Uma vantagem nessa indústria é de que os polias suspensas são usadas normalmente
materiais manuseados tendem a ser bastante como polias traseiras, polias de curva e, em
consistentes, devido ao processamento alguns casos, como polias dianteiras. Essas
mínimo necessário para o produto final. Isso polias suspensas criam uma aba na correia,
permite maior padronização de acessórios dificultando a limpeza e a vedação. Instalar
em toda a fábrica do que em outras raspadores da correia de retorno e enrolar as
indústrias. polias suspensas pode resolver esse problema.
• Os tensores de correia normalmente
estão cobertos com material derramado.
Isso causa excesso de tensão desigual e
desalinhamento. As estruturas dos tensores
estão frequentemente soltas para evitar
que a correia dobre, mas isso acarreta o
desalinhamento. As estruturas dos tensores
podem ser apertadas ao serem refeitas, e
32 caixas de distribuição podem ser instaladas
sobre os tensores de polias para evitar que o
material derramado danifique a operação de
tensionamento.

486
Considerações sobre Setorers | Capítulo 32

• As vedações das calhas de transferência são • Em alguns casos, lâminas secundárias de


normalmente rudimentares; a utilização do metal duro se desgastam, seguindo um
correame usado como faixas de vedação padrão “encastelado”. Isso é causado por
é uma prática comum, mas inadequada. pequenas partículas que se alojam entre
O chute frequentemente se encontra a correia e a lâmina e que permitem que
desgastado, enferrujado ou frágil. E as outras partículas deslizem, passando pela
buchas de desgaste localizam-se muito acima lâmina de limpeza. Em alguns casos, o
da correia, tornando a instalação de vedações desgaste é acelerado por uma qualidade
projetadas da calha-guia um desafio. levemente ácida da água. Esse desgaste
Entretanto, devido à construção, em geral pode ser reduzido com o uso de lâminas
aberta, desses transportadores, normalmente de carboneto de tungstênio e a pulverização
é fácil reconstruir as calhas. Reconstruir o de água na correia. A limpeza constante
sistema de calha-guia e vedação de acordo do raspador com uma mangueira de água
com os padrões discutidos neste volume também é benéfica.
pode controlar a maior parte dos problemas
Gerenciamento do Pó
de vedação. Vedações autoajustáveis
funcionam bem. • Pulverizar água é o método típico de
• As correias ficam desalinhadas com supressão de pó. Uma taxa maior de
frequência devido às práticas ruins de aplicação para água “comum” (não tratada/
carregamento. A instalação de dispositivos não tensoativa) aumenta os problemas com
de treinamento multipivotantes antes da o manuseio de material, como o acúmulo
polia traseira e depois da área de carga pode nas telas ou o aumento do material residual.
controlar a maioria dos problemas. Além disso, alguns estados e governos locais
restringiram o uso (e o descarte) de água. Em
consequência, algumas operações agregadas
Limpeza da Correia agora utilizam supressão de tensoativos ou de
espuma como alternativa.
• O nível mínimo de limpeza da correia
necessário é dez, e, muitas vezes, são • A caçamba dos caminhões é um dos locais
utilizados raspadores de correia feitos da fábrica que requerem controle eficaz do
no próprio local. Quando são utilizados pó. Isso pode exigir a combinação de vários
raspadores projetados, estes são métodos de controle de pó para obter um
normalmente usados apenas em correias resultado satisfatório.
difíceis; mesmo assim, são normalmente
subdimensionados e não recebem
manutenção adequada. Um sistema de
limpeza de correia típico é um raspador
primário único. O material residual é uma
grande fonte de pó transportado pelo ar,
e, portanto, a limpeza da correia receberá
maior atenção nesse setor; sistemas
projetados mantidos por prestadores de
serviço contratados irão se tornar cada
vez mais comuns, a fim de atender às
regulamentações de forma consistente.
• Materiais triturados em correias úmidas
podem acarretar bastante dificuldade para
a limpeza da correia, pois irão aderir a ela.
Frequentemente, as partículas possuem
bordas duras ou afiadas, levando ao rápido
desgaste da lâmina.
• Usar uretanos macios na construção da
lâmina, combinados com pulverizadores 32
de água para ajudar a remover o material
aderido, pode reduzir o desgaste nos pré-
raspadores.

487
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

inesperadas irão resultar em cobranças por


TRANSPORTE DE MATERIAL A
sobre-estadia, pois são responsáveis por
GRANEL
atrasar a partida programada.
(Consulte também a lista de materiais • Em muitos casos, essas instalações são
específicos a serem manuseados, como, por as maiores em velocidade e tamanho das
exemplo, cimento, agregado, carvão, produtos correias.
florestais.) • Descarregar material de navios é
especialmente desafiante. Nos navios com
Esta é uma revisão sobre o carregamento e
autodescarregamento, transportadores
o descarregamento de sistemas de transporte
com grandes ângulos que acomodam o
de material a granel – incluindo navios, barcos,
material entre duas correias são usados com
caminhões e vagões – e o manuseio de materiais
frequência. Estes normalmente operam com
para terminais de carga.
velocidades maiores do que 4,5 metros por
segundo (900 pés/min). O equipamento
Em Geral usado nos sistemas de descarregamento de
• Uma ampla variedade de materiais – desde navios deve ser capaz de suportar condições
carvão até produtos químicos, calcário para severas, incluindo temperaturas extremas e
minérios brutos ou processados, e grãos exposição à água salgada.
– pode ser enviado a granel. É importante • Canais de água e portos têm seu uso
que os sistemas sejam desenhados para compartilhado entre operações industriais
serem flexíveis e trabalharem com uma e usuários que buscam por recreação. O
grande variedade de materiais. Em muitos pó e o derramamento nessas áreas irão
casos, materiais diferentes são carregados rapidamente atrair reclamações dos usuários
no mesmo transportador, e/ou o lado de não comerciais para as agências regulatórias.
retorno da correia é usado para transporte, • O descarregamento de vagões gera uma
e a contaminação entre as cargas é um situação particularmente difícil para um
problema. controle eficaz do pó, bem como para
• Existe uma série de sistemas utilizados manutenção do fluxo de material.
para transportar materiais a granel e
para carregamento e descarregamento
desses sistemas. Os materiais podem ser Transportadores e Transferidores
transportados por navio, barco, trem ou • O alinhamento da correia é crítico para
caminhão; materiais podem ser carregados manter a carga na correia e evitar o
e descarregados por transportador de derramamento ao longo do transportador. A
correia, rosca transportadora, transportador utilização de dispositivos de alinhamento da
pneumático ou caçambas. A tendência do correia multipivotantes é eficaz no controle
setor é de altas taxas de “toneladas por hora” dos problemas de alinhamento.
para carregamento e descarregamento, a fim
• Nos transportadores de navios, o acesso
de reduzir as cobranças por sobre-estadia.
é frequentemente sacrificado ao se levar
• A tolerância com o tempo ocioso nessas em consideração o espaço e o peso. Isso
instalações é pequena, porque interrupções irá aumentar a dificuldade de manter os
acessórios do transportador; portanto, a
qualidade e a frequência da manutenção são
reduzidas, acarretando pó e derramamento
em excesso. O acesso é normalmente difícil
ou impossível em descarregadores de pau
de carga, e deve-se levar em consideração
plataformas de trabalho portáteis ou a
capacidade de mover o descarregamento
para um local onde a manutenção possa
ser realizada. Incorporar o acesso para
32 manutenção irá aumentar significativamente
a eficácia dos acessórios, porque eles irão
receber manutenção mais frequente.

488
Considerações sobre Setorers | Capítulo 32

• A eliminação do derramamento é
especialmente importante (nas aplicações
de carregamento), porque os materiais
possuem um grande valor por tonelada e
são considerados contaminados e inúteis se
caírem no chão ou na água. Em mais e mais
jurisdições, esses materiais são considerados
lixo perigoso.
• O derramamento nos acionadores é um
problema comum, porque eles devem
atingir alturas mínimas de carga e carregar
vários tipos de material. A saia cria uma
parede em todo o comprimento dos
defletores suspensos e inclinados e ajuda a
evitar que o material role. As bandejas para
derramamento são normalmente colocadas
sob o transportador em áreas críticas, com
previsão de limpeza constante ou limpeza
fácil.
• As correias nos portos precisam ser
projetadas com distância da aba para vedação
maior do que o normal, para controlar o
derramamento. Como esses transportadores
são montados normalmente em estruturas • Sistemas de cortina de ar e a vácuo são
que devem ser flexíveis, eles têm mais eficazes para materiais muito finos como
probabilidade de ficar desalinhados. alumina. Esses materiais frequentemente
apresentam uma tendência de aderência
devido à estática, em que os refugos fluem
Limpeza da Correia
diretamente; nesses casos, um pegador a
• Nos transportadores de alta velocidade e nas vácuo é necessário.
polias de descarregamento que são difíceis
de alcançar, raspadores de correia de longa
duração, que mantêm automaticamente a Gerenciamento do Pó
pressão e o ângulo de limpeza, são a melhor • Normalmente utiliza-se a coleção de pó,
opção. desde imensos sistemas centralizados até
• Como algumas correias do terminal são coletores com ponto de origem individual.
utilizadas para diversos materiais e/ou para • Métodos convencionais de controle de
transportar nas duas direções, a lavagem da pó e derramamento frequentemente
correia pode ser necessária para reduzir a não são suficientes. O uso de caixas de
contaminação cruzada. lavagem e programações de manutenção
• As caixas de lavagem são comprovadamente tão frequentes quanto uma vez a cada ciclo
úteis para assegurar que as correias que de carregamento/descarregamento são
passam por corpos de água estejam bem necessários.
limpas. As caixas de lavagem também são • Chutes curvos de carga especiais são usados
eficazes para reduzir a contaminação quando normalmente para centralizar o material e
as correias são usadas para manusear vários reduzir a geração de pó.
materiais diferentes. Deve-se usar água fresca
para lavar as caixas e para a lavagem, ou o
equipamento írá oxidar.

32

489
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

de escória, a pós finos e secos que arriscam


CIMENTO
a fluidez das operações de empacotamento/
(Consultar também Agregado.) embarque.
• O cimento finalizado deve ser mantido seco.
Em Geral • As temperaturas elevadas encontradas
• A consolidação da propriedade tornou no manuseio de escória apresentam um
esse setor verdadeiramente global. Há problema comum.
uma grande quantidade de informações
compartilhadas e que enfocam a solução
de problemas no manuseio de materiais. Transportadores e Transferidores
Isso faz com que novas tecnologias sejam • Na pedreira, as aplicações exigem taxas
rapidamente adotadas em um nível de trabalho de médio a pesado para o
corporativo. As tendências gerais nessa equipamento do transportador.
indústria refletem diretamente a economia • Correias de descarregamento do triturador
global. primário estão frequentemente sujeitas às
• O cimento (e/ou a escória) é rapidamente imensas forças de impacto que devem ser
enviado para todo o mundo por trem, barco, cuidadosamente avaliadas para reduzir danos
caminhão e navio. à correia, derramamentos e vazamentos.
• A limpeza e a vedação de materiais muito • No caso do processamento de cimento, as
finos, secos e abrasivos mostram-se um correias são menores, e o impacto em geral
desafio constante. não é um problema. Depois da trituração,
• A maioria das fábricas de cimento também um equipamento para trabalhos leves em
possui sistemas de manuseio de combustíveis geral é suficiente.
para o carvão ou coke de petróleo usados • Correias para cimento bruto e cimento
para acender a fornalha. A necessidade acabado são excelentes aplicações para
de sistemas para manusear combustível transportadores sustentados a ar, para
derivado de refugo – incluindo pneus reduzir o derramamento e a contaminação.
cortados, plásticos, tinta, lixo agrícola e • O cimento acabado tende a aerar,
fraldas – provavelmente continuará a crescer. criando problemas para o transporte
• Materiais encontrados nessa indústria variam em transportadores de correia, desde
de cascalhos grandes de calcário na pedreira, o empoeiramento até o deslizamento
materiais de altas temperaturas no resfriador do material. As velocidades e o ângulo
de inclinação da correia precisam ser
cuidadosamente selecionados.
• A escória é abrasiva e manuseada em altas
temperaturas. Isso exige correames especiais
e acessórios projetados para temperaturas
elevadas.
Limpeza da Correia
• A limpeza de correias para escória pode
exigir sistemas especializados de limpeza de
alta temperatura.
• Quando as correias de limpeza são usadas
para combustível derivado de refugo,
prefere-se pré-raspadores com uma única
lâmina, para reduzir a possibilidade de
material coletado nos espaços entre as
lâminas.

32

490
Considerações sobre Setorers | Capítulo 32

Gerenciamento de Pó
• Para o controle do pó nas pilhas de
material bruto, a água tem sido o sistema de
supressão escolhido. O uso de supressão
com espuma é eficaz no triturador e acarreta
alguns efeitos residuais.
• No que se refere ao acabamento, a adição
de umidade não é permitida. Portanto, a
contenção e a coleta são as únicas opções.
• Transportadores sustentados a ar podem
ser usados de forma eficaz nesse setor, para
controle do pó.
• Devido à natureza abrasiva da escória e ao
tamanho muito pequeno da partícula do
cimento acabado, o vazamento dos chutes e
das vedações da calha-guia é um problema
comum. Prestar atenção extra no conserto e
na vedação dos furos nos chutes irá oferecer
maior controle do pó. O suporte da correia
e as vedações autoajustáveis são úteis para
controlar o pó nos pontos de transferência.

32

491
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

material e as exigências de rendimento


TERMOGERAÇÃO A CARVÃO
(tonelagem).
Em Geral • Alterações sazonais do clima podem
• A regulamentação está diminuindo acarretar alterações no desempenho do
a lucratividade. Para aumentar a carvão, conforme este se movimenta pelo
confiabilidade e reduzir os custos, a gerência sistema de manuseio de materiais.
busca fazer mais com menos. • As alterações do material que ocorrem
• O controle do pó é uma grande no dia a dia irão afetar o desempenho do
preocupação para o setor, especialmente transportador. Devido às condições do
para as fábricas que optaram pelo carvão tempo, o carvão pode mudar de bastante
sub-betuminoso com baixo teor de enxofre, molhado/pastoso para muito seco/
como o carvão Powder River Basin (PRB), pulverizado.
nos EUA, ou que queimam linhito. • Geralmente, o carvão é um material pouco
• Todas as operações de manuseio de carvão abrasivo. As exceções são o carvão bruto ou
devem se preocupar com riscos de incêndio o refugo de mineração, como se pode ver
e explosões, incluindo acúmulo de gás nas fábricas geradoras localizadas nas bocas
metano e material de pontos quentes. das minas.
• O manuseio de cinzas em suspensão • Está se tornando cada vez mais comum
e cinzas sedimentadas e de lâminas queimar combustíveis auxiliares combinados
provenientes da dessulfurização de gás de ao carvão. Esses combustíveis incluem
combustão pode exigir sistemas adicionais tiras de pneus e lixo agrícola. A introdução
de manuseio de material e especialização. apropriada desses materiais é crítica;
se não for bem mensurada, irá criar
• Como utilitários regulamentados, muitas
derramamentos, neblina e outros problemas
instalações de geração de energia devem
operacionais.
fornecer uma produtividade estável,
minimizando o risco de interrupções não • O acúmulo de materiais fugitivos apresenta
programadas. possibilidade de graves incêndios/explosões
devido à combustão espontânea, e pequenos
• O equipamento projetado para um
eventos criam altas concentrações de
determinado tipo de carvão pode se mostrar
pó, além da probabilidade de explosões
problemático quando o carvão é alterado.
secundárias.
Por exemplo, a saída de BTU mais baixa
para linhito ou carvão PRB exige que seja • O linhito ou carvão PRB, em particular,
queimada uma quantidade adicional de é vulnerável à combustão espontânea
carvão para atingir a mesma saída térmica. de material estagnado: o acúmulo de
Isso pode exigir alterações do projeto ou material nas paredes dos chutes ou sob
da operação do sistema de manuseio de o transportador, como pó ou material
materiais, como, por exemplo, aumentar derramado. Boas práticas de limpeza,
a velocidade do transportador ou ter limpeza adequada e sistemas de vedação são
transportadores que funcionem durante essenciais para minimizar o risco.
longos períodos. O sistema existente de
Transportadores e Transferidores
chute de material pode não ser capaz de
combinar as características de fluxo do novo • As correias do transportador em geral são
vulcanizadas e possuem uma longa vida útil.
• As larguras do transportador são moderadas,
variando comumente de 900 a 1.800
milímetros (36 a 72 pol.), e as velocidades
de 2 a 3 metros por segundo (400 a 600 pés/
min), normalmente. É uma prática comum
baixar as velocidades da correia e limitar a
32 capacidade para controlar problemas com
material fugitivo.
• É particularmente indicado transportar
carvão triturado com transportadores

492
Considerações sobre Setorers | Capítulo 32

sustentados a ar.
• Problemas com o alinhamento da correia
no manuseio do carvão podem ser
resolvidos com dispositivos de alinhamento
multipivotantes. Dispositivos pivotantes
padrão frequentemente deslizam nas
correias de manuseio de carvão; é por
isso que esses alinhadores de correia são
frequentemente amarrados a um lado.
Desativar esses dispositivos de alinhamento
pode criar problemas ainda maiores,
acarretando danos à correia e problemas de Gerenciamento do Pó
derramamento de material.
• As regulamentações sobre emissão de Pó
• A vedação da calha-guia é importante no afetam o manuseio do carvão, desde o
manuseio do carvão. Os transportadores de descarregamento do vagão por meio de
carvão são particularmente muito adequados sistemas de manuseio de materiais até os
para amortecedores de suporte de correia e reservatórios acima das caldeiras.
vedação autoajustável.
• O carvão que possui baixo teor de
• A preocupação com um rendimento enxofre queima de forma mais limpa, mas
consistente e com a redução da geração de normalmente é mais quebradiço. Conforme
pó faz com que se considere a construção as fábricas mudam para o carvão limpo,
de chutes de fluxo em muitas aplicações de também se torna necessário encontrar
manuseio de carvão. métodos para reduzir o pó. Esses métodos
podem incluir chutes de fluxo projetados,
Limpeza da Correia
sistemas de supressão de pó e a atualização
• A limpeza dos transportadores de manuseio dos sistemas de coleção de pó existentes
de carvão é normalmente mais direta e (caixas coletoras de pó).
pode ser considerada uma aplicação típica.
• A supressão de pó com uso somente de
Um sistema padrão de limpeza da correia
água não é uma opção econômica, pois
em uma geradora de energia elétrica é um
reduz a saída térmica do carvão. A supressão
sistema duplo ou triplo, com um raspador
química é a escolha de muitas fábricas,
primário de poliuretano e um ou dois
porque seus níveis reduzidos de umidade
raspadores secundários com ponta de
minimizam a penalidade para a umidade
carboneto de tungstênio.
acrescentada.
• Alguns tipos de carvão contêm argila, o que
• Vagões rotativos para trens de carvão criam
pode dificultar a limpeza. Esse material
um grande problema com relação ao pó.
tende a “lambuzar” a correia e se acumular
A supressão com espuma ou tensoativos
como “flocos de milho” abaixo das roldanas
oferece benefícios, incluindo um efeito
de retorno. A solução normal é fazer com
residual que permanece com o carvão
que os raspadores de correia funcionem
quando ele vai para a pilha de estocagem.
com pressão de limpeza mais alta ou utilizar
um ângulo de limpeza mais agressivo. • Coletores de pó inseríveis (modulares) são
adequados para o gerenciamento do pó
• O uso de água é benéfico para manter
específico do lugar, caso a contenção não
a eficiência do raspador de correia, mas
seja prática ou seja insuficiente.
as geradoras de energia elétrica têm
frequentemente editais mal concebidos
sobre o uso da água (“água não”), devido
à penalidade por BTU. A quantidade de
água necessária para manter a eficiência
da limpeza da correia é tão pequena que é
difícil separá-la de outras fontes de utilização 32
de água, como supressão do pó, chuva e
até mesmo a água absorvida devido ao alto
índice de umidade.

493
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

como os sistemas de limpeza e vedação.


MINERAÇÃO DE CARVÃO
Fora dos EUA, os padrões da British and
(SUBTERRÂNEA)
Deutsches Instit für Normung (DIN/ EN)
(Consulte também Mineração de Superfície e/ para os materiais utilizados no subsolo
ou Mineração Hardrock.) são amplamente aceitos. Na maioria dos
mercados fora da América do Norte, não se
Em Geral
pode utilizar alumínio no subsolo, devido
• As restrições de altura são um dos maiores ao baixo limite de faísca. Os regulamentos
fatores nessa aplicação. Isso irá afetar o estilo regionais e as agências (como a ATmospheres
da estrutura do transportador, o que, por EXplosibles [ATEX] ou a Association
sua vez, vai afetar os sistemas auxiliares que for Mining of North Rhine-Westphalia
podem ser utilizados. Devido às dificuldades “Landesoberber-gamt” [LOBA]) talvez
de movimentar e instalar o equipamento tenham que ser levados em consideração.
no subsolo, os chutes são mínimos e os • Na época dessa publicação, uma norma final
amortecedores de impacto raramente são publicada pela MSHA, nos Estados Unidos,
usados. em dezembro de 2008, e que deve entrar em
• São necessários projetos modulares para vigor em 31 de dezembro de 2009 exigiu que
muitos componentes, para contrabalançar as os transportadores de correia em operação
limitações de espaço e acesso. nas minas subterrâneas de carvão sejam
• A tendência é usar transportadores mais mais resistentes ao fogo do que se exigia
largos com velocidades mais altas. As linhas anteriormente. Essa norma também exige
principais do transportador são geralmente que o correame existente seja substituído
vulcanizadas, mas outras correias podem num prazo de dez anos.
conter um número maior de emendas • Ela exige que os roletes danificados de
mecânicas. Há uma utilização significativa de outros componentes do transportador sejam
correame usado, bem como de correias que consertados ou substituídos, que as correias
ultrapassaram de há muito sua verdadeira sejam corretamente alinhadas, que não se
vida útil. Isso significa que as correias estão permitam materiais na entrada da correia
em más condições e, portanto, mais difíceis e que sejam feitas emendas para manter as
de se limpar, vedar e alinhar. propriedades à prova de fogo, a partir de 2
• As correias que alimentam as linhas de março de 2009. Além disso, ela diminuiu
principais são projetadas para serem a concentração média de pó respirável
aumentadas. Conforme a face que está no percurso de ar da correia, também a
em uso se movimenta, são instaladas partir de 2 de março de 2009. A MSHA ou
seções adicionais (painéis) do correame no um fornecedor de correia confiável pode
transportador, o que quer dizer que essas ser contatado a fim de obter informações
correias incorporam múltiplas emendas adicionais e atualizadas.
mecânicas. • A utilização de prestadores de serviço
• As aprovações legais (baseadas nas questões contratados especializados para manutenção
de segurança) são um fator para a seleção dos acessórios é comum nesse setor. Isso
dos materiais para componentes. Nos se deve ao papel crítico que a limpeza
Estados Unidos, a Mine Safety and Health e a vedação assumem na prevenção de
Administration (MSHA – Administração de incêndios, explosões e interrupções da
Saúde e Segurança em Mineração) define produção.
os padrões para correias do transportador e • As capacidades dos equipamentos
para os materiais em contato com a correia, continuam a crescer, aumentando as
toneladas de carvão produzidas por
mineiro-hora; por outro lado, o tempo de
manutenção é reduzido.
• As operações subterrâneas normalmente
utilizam água para supressão do pó. Isso
32 resolve um problema, porém cria outros.
A umidade irá afetar as propriedades dos
materiais transportados e o projeto do
equipamento, incluindo até mesmo o tipo de

494
Considerações sobre Setorers | Capítulo 32

metal utilizado para reduzir a corrosão. • Muitas operações usam múltiplos


• Com os métodos modernos de mineração, conjuntos de raspadores, que varrem os
o tamanho do cascalho é razoavelmente transportadores para carregar os materiais
consistente. Entretanto, o carvão bruto, removidos de volta dos raspadores terciários
o qual contém pedra e argila, apresenta para o corpo do material principal.
problemas de manuseio. • Devido às numerosas emendas, os
• As regulamentações de segurança nas raspadores da correia e as montagens devem
minas com relação aos procedimentos de ser projetados para suportar impactos
manutenção tornam claro que sistemas de repetitivos. Para maior durabilidade,
mudança rápida ou favoráveis à manutenção, preferem-se pré-raspadores de poliuretano
devem ser utilizados. com lâminas pesadas. Uma grande variedade
de raspadores secundários é utilizada.
Transportadores e Transferidores
• A correia de refugo é normalmente a mais
• Os transportadores são projetados para difícil de limpar e produz o maior nível de
serem movidos, com exceção das linhas desgaste da lâmina. Na maioria dos casos,
principais e das “correias inclinadas”, que é necessário realizar uma limpeza agressiva
carregam material para fora dos túneis. com manutenção frequente.
As correias são mais longas, mais espessas • Os raspadores com lâminas de poliuretano
e normalmente exigem raspadores para de alto desempenho podem ser mais
trabalho pesado e sistemas de transferência. adequados para aplicações desafiadoras.
Sistemas de autoajuste da vedação são úteis.
• O transporte de cascalho nas correias de
• Os transferidores estão posicionados retorno é sempre uma possibilidade, devido
normalmente a 90 o ou possuem grandes ao desalinhamento, às condições ruins da
alturas de queda, criando situações de alto correia e das emendas, ao solo em desnível
impacto e aumentando as dificuldades de e/ou às condições de alagamento. Portanto, a
vedação. Conexões com os transferidores proteção da polia, como os raspadores em V
são comuns; canhões de ar são úteis para e os raspadores diagonais, é importante. Isso
resolver esses problemas. é particularmente verdadeiro nas correias
• O derramamento é difícil de controlar, inclinadas, nas quais um conteúdo com alto
devido à variação constante das condições de índice de umidade pode fazer com que haja
carga e que criam problemas de alinhamento retorno de material ou o que se conhece
da correia. É necessário o uso de dispositivos como “mud rush” na África do Sul.
de alinhamento para trabalho pesado, • A utilização de serviços de manutenção é
devido ao constante impacto das emendas comum e eficaz nos locais onde os custos de
mecânicas e das condições geralmente ruins mão de obra contratada são baixos.
da correia.
• A detecção e a remoção de objetos estranhos Gerenciamento do Pó
dos transportadores é um problema para • Como o pó do carvão apresenta risco de
as correias subterrâneas, porque a presença incêndio e de explosão, todas as formas de
de ferramentas de mineração, correias no gerenciamento do pó – contenção, coleta e
telhado e outros pedaços soltos de metal vários tipos de supressão – têm sido utilizadas.
pode danificar a correia e bloquear os • A baixa qualidade da água no subsolo pode
chutes. impedir o uso de sistemas de supressão
• Espaços estreitos e pé-direito limitado de pó que incluam bocais com orifícios
apresentam dificuldades para o uso e estreitos.
a substituição das buchas dentro dos
chutes, nas aplicações de transportadores
subterrâneos.
Limpeza de correia
• Os materiais manuseados nas operações
subterrâneas contêm uma grande parte
de água junto com o carvão. Isso aumenta 32
os problemas de material residual. Em
consequência, muitas operações utilizam três,
quatro ou mais raspadores para uma correia.

495
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

em materiais aderentes, escorregadios e/ou


MINERAÇÃO HARDROCK (METAIS
com características aglomerantes.
E MATERIAIS NÃO COMBUSTÍVEIS)
(Consulte também Mineração de Superfície e/ Transportadores e Transferidores
ou Mineração de Carvão.) • As aplicações para equipamentos do
transportador se encontram normalmente
Em Geral na ponta do espectro que corresponde
• Como os preços dos metais flutuam, os ao trabalho pesado, caracterizando-se por
orçamentos estão frequentemente sujeitos cargas pesadas e múltiplas emendas em
a alterações, e os projetos podem ser transportadores relativamente curtos. A
acelerados ou colocados em espera. vida da correia é normalmente tão curta
que ela é considerada sacrificada, e, assim,
• Normalmente as fábricas funcionam 24 equipamentos de limpeza e de vedação mais
horas por dia, 7 dias por semana, quando agressivos podem ser utilizados.
os preços dos metais são favoráveis. As
interrupções são programadas com bastante • Transportadores terrestres são usados
antecedência, e os intervalos semanais frequentemente para transportar materiais
para manutenção são curtos, tornando a e descarte. Esses transportadores são
manutenção especializada contratada uma normalmente difíceis de acessar e podem
opção atrativa. cruzar áreas sensíveis, como autoestradas ou
áreas de preservação da natureza.
• Os minérios são normalmente extraídos com
explosivos, o que acarreta grandes pedaços • Larguras da correia de 1.800 milímetros (72
de cascalho. O descarregamento dos pol.) e velocidades de mais de 5 metros por
trituradores primários é normalmente “200 segundo (1.000 pés/min) são comuns. O uso
milímetros (8 pol.) menos”. de cabos de aço nas correias introduz novos
desafios para os equipamentos auxiliares. É
• Os minérios são geralmente materiais comum que as cordas de aço danificadas
altamente abrasivos, que podem diminuir se projetem da cobertura e “açoitem” as
a vida útil da correia e dos outros lâminas e estruturas do raspador.
componentes.
• Como as correias estão frequentemente
• O processo para se fazer pelotas de taconita carregadas em sua máxima capacidade, o
cria situações nas quais altas temperaturas derramamento ao longo do percurso de
são comuns. O pó de taconita pode ficar carga é comum, e é mais provável que as
incrustado na borda da correia, tornando-se pedras grandes pulem para o lado de retorno
uma “roda de moinho” que irá serrar um da correia e acabem ficando entre as polias
cilindro guia de uma roldana de treinamento e a correia. Os raspadores da correia para
da correia em questão de semanas. trabalho pesado são usados para evitar danos
• Outros minérios, como o níquel ou a à correia e às polias.
bauxita, são encontrados com frequência nas • A abrasão é um problema significativo,
formações parecidas com argila, resultando criando problemas de manutenção que
reduzem a eficácia dos acessórios e de toda a
operação do sistema. As buchas dos chutes e
as polias de recolhimento são normalmente
itens que sofrem um grande desgaste.
Buchas de desgaste parafusadas são usadas
normalmente, e a necessidade de acesso aos
parafusos limita as opções de vedação da
saia.
• O alinhamento da correia é um problema
comum nos transportadores terrestres.
Dispositivos de alinhamento multipivotantes
32 para serviço pesado podem ser usados no
lugar dos roletes de retorno em V.
• Devido à aderência dos materiais e aos
grandes tamanhos do cascalho, a conexão

496
Considerações sobre Setorers | Capítulo 32

dos chutes é comum. Canhões de ar podem


ser usados para reduzir esse problema.
• Devido à grande capacidade dos
transferidores e ao tamanho do cascalho, a
força de impacto é extremamente alta. Os
amortecedores de impacto normais podem
não ser capazes de suportar as forças de
impacto, e sistemas de impacto catenários
podem ser necessários.
• Chutes com fluxo projetado podem
melhorar a consistência do movimento do
material e ajudar a eliminar mudanças nas
buchas, resultantes da abrasão do material
contra as paredes do chute. Ao centralizar
o fluxo, esses chutes podem melhorar a
fase de trituração do material, direcionando primários normalmente fornece uma
os materiais para o centro do cone do limpeza aceitável e é menos suscetível a
triturador. danos.

Limpeza da Correia • A alta aderência de material pode exigir o


uso de britadeira, instalada antes do pré-
• No manuseio da taconita, depois que a raspador, para melhorar o desempenho
bentonita é acrescentada, o material se torna da limpeza geral e aumentar a vida útil dos
bastante aderente. Um pré-raspador de sistemas de limpeza primários e secundários.
lâminas de metal é útil para essa aplicação.
• A limpeza da polia é importante nas correias
• Nas aplicações de níquel e bauxita, o de cabo de aço, para evitar o excesso de
material é tixotrópico (assemelha-se ao gel) tensão e a perfuração da correia devido
e difícil de remover da correia. O uso de ao acúmulo de material. Raspadores
água para manter os raspadores da correia secundários com braço e lâmina são
livres de acúmulo de material irá melhorar o normalmente usados de ponta-cabeça nessa
desempenho. aplicação, em combinação com um protetor
• Os raspadores secundários normalmente de pedra ou placa defletora, para remover o
possuem lâminas de carboneto de material limpo da correia.
tungstênio, a fim de melhorar o desempenho
e aumentar a vida útil do equipamento em Gerenciamento do Pó
face de material abrasivo. Raspadores para • A supressão do pó não é feita apenas na
serviço pesado com lâminas de carboneto de mineração, mas também no transporte de
tungstênio mais espessas são frequentemente pelotas. A coleção de pó também é comum
utilizados. em toda a fábrica.
• A vida útil da lâmina é consideravelmente • As fábricas de taconita e as fábricas de
mais curta do que em outras aplicações, e processamento podem usar uma combinação
os raspadores necessitam de manutenção de carvão e gás para acender a fornalha,
frequente para que permaneçam eficazes. criando pó e acarretando a necessidade de
Os raspadores com tensão constante durante coleção de pó acima do sistema de manuseio
a vida útil da lâmina são necessários para de carvão.
manter os intervalos de manutenção em um • A supressão química também é utilizada para
período razoável. suprimir o pó de sílica.
• Cascalhos grandes podem ricochetear no • O pó também pode ser administrado
chute e danificar os raspadores da correia, usando tecnologias de borda de ataque no
seja pelo impacto direto, seja por se transportador, incluindo chutes de fluxo
alojarem em locais incomuns, desativando projetados e transportadores sustentados a
o tensionador ou entortando a estrutura do ar. 32
raspador. O uso de raspadores primários
para serviços extremamente pesados é
necessário. Um sistema de dois raspadores

497
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

umidade pode levar à corrosão, mesmo no


FUNDIÇÃO DE METAL
caso de uma placa à prova de corrosão.
Em Geral • Peças afiadas de metal do molde poderão
• Como seria de se esperar, altas temperaturas ocasionalmente escorregar para o meio da
do material e condições desafiadoras de areia de retorno e danificar as correias ou
manutenção são comuns. outros componentes.
• O tipo de metal fundido – ferroso ou não Transportadores e Transferidores
ferroso – não é tão significativo como o • As velocidades da correia não são altas;
manuseio dos materiais utilizados para normalmente elas variam de 0,25 a 1 metro
formar o molde para a fundição. por segundo (50 a 200 pés/min).
• A areia do misturador de areia que está • As aplicações em fundições são
pronta para ser transformada em molde é consideradas normalmente como serviço
conhecida como areia preparada ou areia leve, com exceção dos sistemas de rejeitos/
verde; a areia da operação de sacudir retorno, em que pedaços de metal do
(depois que o metal fundido é removido tamanho de blocos de motor poderão surgir
do molde) é chamada de areia de retorno, ocasionalmente.
recuperada ou reciclada. • O alinhamento da correia é frequentemente
• Materiais empoeirados quentes/úmidos afetado pelo derramamento de areia, que
podem quebrar produtos de poliuretano, tende a se acumular rapidamente nos roletes
como as lâminas do raspador. de retorno. Dispositivos de alinhamento
• Enquanto a areia para fundição não estiver multipivotantes podem ser utilizados de
altamente abrasiva, seu conteúdo de forma eficaz.
• As correias transportam areia de retorno/
recuperada, que já foi usada no processo
de fundição e que depois de sacudida é
levada de volta para armazenamento ou
para o misturador de areia, para reutilização.
Essa areia ainda está quente devido à sua
utilização prévia no processo de moldagem.
Limpeza da Correia
• Lâminas de poliuretano macio podem durar
mais se utilizadas na limpeza das partículas
arredondadas encontradas na areia de
fundição das correias relativamente lentas.
• Os raspadores de escova podem ser eficazes
na remoção da areia das correias gastas.
• As correias que transportam areia de retorno
normalmente possuem uma polia dianteira
magnética, para remover qualquer pedaço
de metal que tenha permanecido na areia.
Raspadores com pontas de metal não devem
ser utilizados a uma distância de menos
de 300 milímetros (1 pé) de uma polia
magnética.
Gerenciamento de Pó
• A contenção e a coleta são os métodos
escolhidos para controle de pó. É
importante evitar acrescentar umidade ao
32 molde de areia.
• O pó da fundição é normalmente
considerado perigoso, devido ao alto
conteúdo de sílica.

498
Considerações sobre Setorers | Capítulo 32

INDÚSTRIAS DE PROCESSAMENTO
Essa seção aborda as aplicações de “serviço
leve” nas indústrias, o que inclui processamento
de produtos alimentícios, produtos químicos,
farmacêuticos, fertilizadores, grãos e tabaco.

Em Geral
• Embora essas indústrias manuseiem
materiais diferentes, existem uma série de
padrões comuns de projeto e construção.
• Em geral, essas indústrias são consideradas
como aplicações de serviço leve, com
correias mais estreitas – 450 a 900
milímetros (18 a 36 pol.) –, velocidades mais
baixas do transportador e taxas menores
do fluxo de material. Em muitos casos,
esse equipamento é uma versão menor
dos sistemas utilizados em aplicações de
mineração. Entretanto, devido ao tamanho
limitado da polia dianteira, das velocidades
e das tensões da correia e das exigências
especiais de limpeza, esses sistemas
requerem componentes especiais.
• Em muitas aplicações, exige-se que os
materiais de grau alimentício sejam • Sistemas especializados de lavagem
usados na construção de equipamento e são utilizados em muitas indústrias. Os
acessórios de manuseio de materiais. Os equipamentos e componentes de manuseio
polímeros de grau alimentício são usados de materiais devem ser compatíveis com os
em muitos casos; lâminas de alumínio processos de limpeza e com os processos
podem ser utilizadas em aplicações como químicos. Os sistemas de limpeza da correia
tabaco. O tipo de lâmina é determinado devem ser projetados para que possam ser
pela velocidade da correia, pelos materiais facilmente removidos de acordo com as
manuseados e pela temperatura desses exigências sanitárias.
materiais.
Gerenciamento do Pó
Transportadores e Transferidores
• Devido ao tamanho geral limitado do
• Correias planas do transportador são mais equipamento e do volume menor dos
comuns do que as correias inclinadas. materiais manuseados, a quantidade de
pó não é tão grande quanto em outras
Limpeza da Correia indústrias. Entretanto, o valor de materiais
• O tamanho menor das polias, perdidos em forma de pó é normalmente
transportadores e das correias pode maior, aumentando o benefício de sua
dificultar a remoção do acúmulo de captura e recuperação ou, melhor ainda, a
materiais das correias. prevenção do escape de pó.

32

499
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

utilizados raspadores de lâminas unitárias ou


PRODUTOS DE PAPEL E
raspadores alinhados sem braços.
CELULOSE/PRODUTOS FLORESTAIS
• Pode ser necessário utilizar lâminas especiais
Limpeza da Correia no raspador de correia para a produção de
• A presença de resina de madeira, ou breu, papel branco, a fim de evitar a contaminação
na correia cria problemas para a limpeza. do papel com partículas coloridas originadas
É difícil que essa resina seja removida por com o desgaste da lâmina.
si só, o que faz com que outros materiais – • A inclusão de papel reciclado no processo
tiras, lascas ou resíduos – também fiquem de produção de papel pode afetar as
aderentes, complicando o processo de exigências de processamento de madeira da
limpeza. A resina aderente na correia fábrica.
do transportador pode fazer com que as • A maioria dos moinhos de papel funciona
lâminas do pré-raspador de poliuretano com várias origens de lascas, incluindo as
apresentem trepidação e vibração, obtidas por extração própria e as adquiridas
provocando o aquecimento da lâmina de de terceiros.
limpeza e, em alguns casos, até mesmo
o derretimento delas. Lâminas finas com • Os materiais transportados nos moinhos
pontas de carboneto de tungstênio, operadas de polpa e de papel apresentam alguns
com pressões mais altas do que o normal, problemas. As fibras se entrelaçam
podem ser necessárias para resolver o facilmente, ocasionando acúmulo de
problema. Fazer com que a correia funcione material fibroso no equipamento e a
sem carga, permitindo que o raspador conexão de chutes no pátio de madeira.
remova o acúmulo depois de cada ciclo de Lascas de madeira contêm resina aderente
produção, também pode ajudar a evitar que que se acumula na correia e nos roletes e
o material endureça. que é muito difícil de remover.
• A descarga do transportador alimentador Transportadores e Transferidores
do digestor contém substâncias químicas • Algumas aplicações nessa indústria são leves,
que podem enfraquecer as lâminas do enquanto outras são pesadas. Na ponta da
raspador de correia de poliuretano e, escala correspondente ao serviço pesado
consequentemente, diminuir a vida útil da estão as aplicações próximas ao tambor do
lâmina. descascador, onde toras compridas ou curtas
• Correias com taliscas são utilizadas com são descarregadas nos transportadores e
frequência para mover as lascas ou tiras levadas para o triturador.
de casca para cima nas inclinações. Os
raspadores da escova e das correias com • As correias do transportador têm
chevron são necessários para limpar essas normalmente entre 500 e 1.200 milímetros
correias, porém essas são aplicações difíceis. (24 a 42 pol.) de largura e operam com
velocidades de 1,3 a 1,8 metros por segundo
• Nos transportadores que manuseiam tiras de
(250 a 350 pés/min). Em muitos casos, as
casca, os raspadores secundários de “braço
correias são planas ou possuem chevron.
e lâmina” tendem a acumular material
fibroso, o que interfere no desempenho. A • Varetas e lascas tendem a ficar presas sob
limpeza será mais bem-sucedida se forem os chutes e podem bloquear a área de carga
ou causar derramamento. É necessário
prestar atenção no projeto do chute de
carga, utilizando chutes de carga afunilados
e gradualmente ir aumentando a altura
das buchas para evitar que isso aconteça.
Vedações da saia autoajustáveis tendem a ser
mais autolimpáveis do que sistemas fixos de
32 vedação.

• O uso de canhões de ar precisa ser revisto


cuidadosamente, porque lascas e tiras de
madeira normalmente exigem canhões de ar

500
Considerações sobre Setorers | Capítulo 32

muito maiores do que aqueles utilizados em


uma aplicação típica, devido à porosidade
dos materiais a granel.

• Nos moinhos de OSB (sigla para a


expressão inglesa “oriented strand board”,
que é uma espécie de compensado
composto por pequenas lascas de madeira
orientadas em uma mesma direção), as
lascas possuem formas diferentes, mas
também são recobertas com uma resina,
antes que as lâminas sejam colocadas no
forno. Dependendo da localização do
processo de cobertura, os roletes podem
sofrer um grave acúmulo de resina.

Limpeza da Correia
• A presença de resina de madeira, ou breu,
na correia cria problemas para a limpeza.
É difícil que essa resina seja removida por
si só, o que faz com que outros materiais
— tiras, lascas ou resíduos—também fiquem
aderentes, complicando o processo de
limpeza. A resina aderente na correia
do transportador pode fazer com que as
lâminas do preraspador de poliuretano fibroso, o que interfere no desempenho. A
apresentem trepidação e vibração, limpeza será mais bem sucedida se forem
provocando o aquecimento da lâmina de utilizados raspadores de lâminas unitárias ou
limpeza e, em alguns casos, até mesmo o raspadores alinhados sem braços.
derretimento das mesmas. Lâminas finas
com pontas de carboneto de tungstênio, • Pode ser necessário utilizar lâminas especiais
operadas com pressões mais altas do que o no raspador de correia para a produção de
normal, podem ser necessárias para resolver papel branco, a fim de evitar a contaminação
o problema. Fazer com que a correia do papel com partículas coloridas originadas
funcione sem carga, permitindo que o com o desgaste da lâmina.
raspador remova o acúmulo depois de cada
ciclo de produção, também pode ajudar a Gerenciamento do Pó
evitar que o material endureça.
• A supressão do nevoeiro é comum, uma
• A descarga do transportador alimentador vez que as fábricas buscam evitar interferir
do digestor contém substâncias químicas no processo químico adicionando produtos
que podem enfraquecer as lâminas do químicos às polpas, como por exemplo,
raspador de correia de poliuretano e, tensoativos para supressão do pó.
consequentemente, diminuir a vida útil da • Os sistemas de coleção de pó são comuns
lâmina. e em muitos casos existem grandes caixas
coletoras.
• Correias com taliscas são utilizadas com
frequência para mover as lascas ou tiras
de casca para cima nas inclinações. Os
raspadores da escova e das correias com
chevron são necessários para limpar essas
correias, porém essas são aplicações difíceis.
32
• Nos transportadores que manuseiam tiras de
casca, os raspadores secundários de “braço
e lâmina” tendem a acumular material

501
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

caçamba, que irão alimentar os caminhões


MINERAÇÃO DE SUPERFÍCIE
de mineração ou os transportadores de alta
(CARVÃO E OUTROS MINERAIS)
velocidade.
(Consulte também Mineração de Carvão e • A recuperação das áreas de mineração
Mineração Hardrock). frequentemente envolve outros sistemas de
manuseio de materiais de alta capacidade.
Em Geral
Transportadores e Transferidores
• A grande quantidade de materiais
manuseados nessas operações leva ao uso • Transportadores largos, com altas
de equipamentos superdimensionados — velocidades e alta capacidade são a regra, e
desde escavadeiras por roda de caçamba não o contrário. Por exemplo, as operações
até caminhões basculantes — e sistemas de linhito alemão utilizam transportadores
de transporte com correias largas, de alta com larguras de correia de até 3.200
velocidade e grandes tonelagens. milímetros (124 pol.), que funcionam com
velocidades de até 10,5 metros por segundo
• Os materiais extraídos nas minas de
(2.100 pés/min). Essas operações estimulam
superfície variam de linhito e carvão de
os fornecedores de equipamentos a criar
baixa qualidade a minérios para metais
sistemas maiores, mais rápidos e com
básicos e preciosos.
maiores tonelagens.
• Normalmente, grandes quantidades de solo
• Frequentemente existem níveis extremos
e subsolo devem ser removidas antes que se
de impacto nas zonas de carga do
possa alcançar o minério. Esse capeamento
transportador, devido a materiais brutos e
estéril pode alterar significativamente
não triturados. As zonas de carga devem ser
as características do material, conforme
projetadas para essas forças com roldanas
camadas diferentes de estrato são removidas
de impacto e amortecedores de impacto, ou
até se atingir o nível do minério. Depois que
uma combinação desses dois componentes.
o capeamento estéril é removido é que se
Para administrar esse impacto, muitas
inicia a retirada do material desejado.
operações incorporam roldanas catenárias,
• O capeamento estéril e o minério devem acarretando dificuldades para a vedação das
ser removidos com uma combinação zonas de carga.
de escavadeira dragline ou por roda de
• As características dos materiais em constante
mudança — de diferentes camadas de
capeamento estéril, por exemplo —podem
permitir acúmulos que podem obstruir ou
ligar os chutes. A instalação de canhões
de ar e/ou vibradores nos chutes de
transferência podem ser úteis. Problemas
graves de limpeza da correia e de conexão
dos chutes ocorrem no inverno ou nas
estações chuvosas.
Limpeza da Correia
• Alta velocidade da correia e do material
aumentam a temperatura de fricção e os
níveis de vibração. Os raspadores da correia
devem ser projetados para suportar essas
condições. Utiliza-se frequentemente pré-
raspadores com um alto teor de poliuretano
para dissipar o calor e aumentar a vida útil.
• Altas velocidades de operação do
transportador em algumas aplicações podem
32 evitar o uso de raspadores secundários de
alta pressão; entretanto, as grandes polias
dianteiras nos transportadores de minas de
superfície podem ter espaço suficiente para
dois pré-raspadores de baixa pressão abaixo

502
Considerações sobre Setorers | Capítulo 32

da trajetória do material.
CONHEÇA SEU “INIMIGO”
• A alta aderência do material pode exigir o
uso de uma britadeira, instalada antes do Concluindo…
pré-raspador, para aumentar o desempenho Cada indústria que utiliza transportadores
geral da limpeza e a vida útil do pré-raspador de correia para manuseio de materiais a granel
e dos sistemas secundários de limpeza. possui condições exclusivas que precisam
• A limpeza da correia de retorno ser levadas em conta quando se determina a
é importante devido ao tamanho configuração do transportador e dos acessórios.
potencialmente grande e à natureza aderente Embora existam alguns itens que se aplicam ao
dos materiais. Esses materiais ficam presos uso dos transportadores em geral, as diferenças
entre a correia e as polias de curva e entre os materiais transportados, entre as
podem danificar a correia, perfurando-a condições do local em que os transportadores
ou aumentando a tensão. O acúmulo de estão localizados, entre os equipamentos e os
material também pode rapidamente causar o padrões da indústria, afetam os esforços para se
desalinhamento da correia. limitar o derramamento e o pó.
• Dispositivos de limpeza para o lado interno
da correia devem ser projetados para altos A Seguir…
impactos e para evitar que os materiais
O capítulo Considerações sobre Indústrias
no sistema de suspensão fiquem presos.
Específicas é continuação da seção Panorama
Os raspadores da polia são normalmente
do Manuseio de Materiais a Granel, explicando
aplicados além dos raspadores traseiros de
a importância de conhecer as condições
proteção.
exclusivas das indústrias envolvidas nos esforços
• Devido ao comprimento e à capacidade
para redução de materiais fugitivos. O próximo
de carga de algumas correias, transmissões
capítulo, Considerações sobre Transportadores
duplas (com a segunda transmissão sendo do
Especializados, encerra essa seção.
tipo acelerador de descarga) são instaladas
algumas vezes, o que pode ser outra fonte
de derramamento. É particularmente
difícil instalar raspadores para esses casos,
devido ao espaço limitado e aos pequenos
diâmetros das polias. O Uretano de alto
desempenho pode fornecer desempenho e
vida útil superior nas aplicações de limpeza
pesada.
Gerenciamento do Pó
• A água aplicada em forma de spray é
o método típico de supressão de pó.
Entretanto, as altas taxas da aplicação de
água irão aumentar os problemas com
materiais residuais ou obstrução dos orifícios
dos pulverizadores de água. Além disso,
a disponibilidade de água pode ser um
problema. A supressão com tensoativos ou
com espuma pode ser considerada como
alternativa.

• O caminhão basculante que leva o material


ao triturador primário, em geral exige
sistemas de contenção de pó. O pó dos
caminhões basculantes é normalmente
controlado com o uso de depósito para 32
decantação.

503
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

Figura 33.1
Existe uma série de
transportadores adequados
para materiais incomuns ou
exigências especiais, que
oferecem alternativas ao
sistema de transportador
de correia côncava
convencional.

Capítulo 33
CONSIDERAÇÕES SOBRE
TRANSPORTADORES
ESPECIALIZADOS
A Necessidade de Sistemas Especializados de Transportadores........................................................... 505
Transportadores de Correia com Cabo.. ........................................................................................................ 506
Correias com Taliscas ou com Chevron......................................................................................................... 507
Transportadores com Curvas Horizontais e Transportadores com Curvas Verticais.. ..................... 508
Transportadores Pocket e Sidewall ............................................................................................................... 509
Transportadores Fechados................................................................................................................................ 510
Transportadores com Bolsa, Dobráveis, de Tubo e de Cano.. .................................................................. 510
33
Transportadores Sanduíche.............................................................................................................................. 512
O Futuro da Tecnologia do Transportador.. ................................................................................................... 513
A Necessidade de Sistemas Alternativos...................................................................................................... 513

504
Considerações sobre Transportadores Especializados | Capítulo 33

Neste Capítulo… necessários para transportar a carga do


Neste capítulo, descrevemos uma série de ponto de carregamento até o ponto de
alternativas para o transportador de correia descarregamento e também para reduzir
côncava convencional, que serão utilizadas os custos de capital e de manutenção.
quando surgirem circunstâncias especiais. Reduzir o tamanho da área de cobertura
Para cada tecnologia alternativa apresentada, pode ser vantajoso em situações onde
fornecemos os benefícios, as desvantagens e existem restrições de espaço significativas.
aplicações típicas. Também abordamos o futuro Também esta é uma alternativa econômica
da tecnologia do transportador. em termos de investimento de capital em
componentes estruturais e em termos de
Embora para a maioria das aplicações o custo operacional de manutenção. Uma
transportador de correia côncava convencional programação de construção mais curta pode
domine o mercado, existe uma busca crescente ser uma vantagem a mais, porque muitos
por construções de transportadores de correia desses projetos são modulares e podem
especializados ou alternativos (Figura 33.1). ser fabricados fora do local de instalação e
Esses sistemas ainda utilizam correias para “despejados” quando forem levados para lá.
transportar a carga, mas outros componentes
sofreram alterações. As mudanças permitem C. Redução do número de pontos de
que esses transportadores forneçam diferentes transferência.
capacidades ou sejam indicados para aplicações Além de exigir menos investimento em
especiais. componentes de pontos de transferência,
como roldanas, sistemas de vedação,
chutes e buchas de transferência, esses
A NECESSIDADE DE SISTEMAS
transportadores especializados não precisam
ESPECIALIZADOS DE
de homens-hora ou dos equipamentos
TRANSPORTADORES
normalmente necessários para tratar o pó
Existem várias características comuns entre as e o derramamento. Também há menos
diversas tecnologias alternativas descritas aqui. degradação de material, uma vez que
As mais comuns são: o material passa por poucos pontos de
transferência.
A. Melhoria do controle ambiental.
A maioria dos transportadores de última Existem vários fatores que influenciam o
geração exige transporte limpo, ou seja, avanço das tecnologias de transportadores,
sem derramamento nem pó. Minimizar incluindo as sempre presentes (e conflitantes)
os pontos de transferência, embutir as necessidades de atravessar terrenos difíceis
correias e controlar o derramamento e o pó e minimizar o investimento de capital.
associados às operações de carregamento Entretanto, um fator que está surgindo como
e descarregamento é essencial para obter denominador comum em todas as aplicações de
e manter licenças, manter condições tecnologias de transportadores especializados
seguras de trabalho e aumentar o é a proteção ambiental: manter o material livre
desempenho do sistema do transportador. de contaminação e evitar que esse material
Os transportadores não convencionais contamine a área ao redor do sistema.
discutidos aqui podem fornecer benefícios
Esses sistemas oferecem alternativas eficazes ao
gerais ou específicos, através da melhoria do
transportador de correia côncava convencional,
controle de material.
nos locais onde existem materiais incomuns,
B. Redução dos custos de mão de obra e de exigências especiais ou limitações de espaço.
capital.
Sem fazer referência a marcas ou informações
Essas tecnologias avançadas dos de propriedade, a seguir resumimos uma
transportadores são frequentemente série dessas tecnologias de transportadores
selecionadas com o objetivo de reduzir especializados, listados em ordem alfabética.
tanto o tamanho da “área de cobertura” Informações adicionais sobre tecnologias 33
do transportador (ou seja, a área alternativas de transportadores estão disponíveis
necessária para instalar o sistema) como no livro Belt Conveyors for Bulk Materials
o número de pontos de transferência (Transportadores de Correia para Materiais a

505
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

Granel), Sexta Edição, da Conveyor Equipment correia são separados na extremidade de


Manufacturers Association’s (CEMA – carregamento traseira e na extremidade de
Associação de Fabricantes de Equipamentos descarregamento dianteira, onde cada um deles
de Transportador), ou com o fabricante de é enrolado em uma polia separada.
qualquer sistema específico. (Consulte o
Capítulo 23: Transportadores Sustentados Os transportadores de correia com cabo
por Ar, para obter mais informações sobre esse (ou corda de fios) são mais apropriados para
tópico.) aplicações de longa distância com curvas
verticais e horizontais; oferecem transporte
confiável por longas distâncias e topografias
difíceis. As aplicações típicas são de no mínimo
TRANSPORTADORES DE CORREIA
um quilômetro (3.300 pés) de comprimento.
COM CABO
Como esses transportadores podem fazer
Em vez de roldanas, os sistemas de curvas horizontais e verticais, as correias com
transportadores de correia com cabo suportam cabo podem reduzir a necessidade de pontos
a correia com dois cabos contínuos, um de transferência; a degradação do material e os
deles próximo à borda da correia (Figura custos de manutenção associados aos pontos
33.2). Esses cabos suportam tanto os lados de transferência consequentemente também
de transporte como o de retorno da correia diminuem.
e fazem com que o mecanismo para mover a
correia, conforme a potência de transmissão, Benefícios
seja aplicado a eles.
• Esses transportadores são adequados para
Transportadores de correia com cabo curvas horizontais e/ou verticais. Também
utilizam uma correia especial com altos níveis são bastante adequados para aplicações
de rigidez da correia. A correia é mais rígida na sobre terrenos difíceis.
largura do que as correias de um transportador • São ideais para transporte de longa distância.
típico. Isso acontece porque, como o sistema Uma instalação típica tem no mínimo 1.000
não utiliza roldanas, a correia deve suportar metros (3.300 pés) de comprimento.
tanto seu próprio peso como o da carga. Os • Oferece um movimento suave. O material
trilhos (ou cunhas do tipo “forma de sapato”) não é separado devido à agitação criada
que prendem os cabos são moldados tanto na pelas roldanas.
cobertura superior como na inferior da correia,
próximo às bordas externas. Desvantagens
• Troca de projeto.
As zonas de carga e descarga de material
lembram as de um transportador convencional, A fricção existente entre os sistemas de
com as polias projetadas para acomodar os correia e de cabo é inadequada para o uso
trilhos dos cabos na correia. Os cabos e a do suporte de correia correto na área de
carga.
• É difícil vedar ou limpar a correia. O
Figura 33.2 Cunha do tipo equipamento necessário pode fazer com
“forma de sapato” que a correia se amontoe ou estique. A
Os transportadores a
cabo usam um cabo colocação do mecanismo de transmissão do
para suportar e mover a cabo na polia dianteira dificulta a colocação
correia Cabo dos raspadores nos locais corretos.

Polia da Linha

33

506
Considerações sobre Transportadores Especializados | Capítulo 33

• Vulnerabilidade às condições climáticas. O pode facilitar a limpeza da correia, mas,


clima pode causar perda de fricção entre o mesmo assim, serão necessários dispositivos
cabo e a correia. especiais de limpeza.
Aplicações Típicas • Dificuldade com a vedação da saia. As
taliscas devem ser desbastadas na borda da
• Sistemas terrestres longos. correia para que os sistemas de vedação
Esses sistemas são comprovadamente controlem o pó e o derramamento.
eficazes nos sistemas de manuseio de • Tolerância limitada à desregulagem
minério em terrenos difíceis. da correia. As áreas com talisca irão se
movimentar de um lado para outro,
abaixo do sistema de vedação, e desgastar
CORREIAS COM TALISCAS OU prematuramente a vedação se a correia não
CHEVRON estiver bem alinhada na área de carga.
Correias com talisca são correias que
Aplicações Típicas
possuem grandes nervuras, aletas ou chevron
em sua superfície (Figura 33.3). Essas • Agregados.
taliscas podem ser colocadas na superfície da Esses sistemas são especialmente úteis onde
correia por vulcanização ou com prendedores o espaço é limitado e as inclinações são
mecânicos. A construção do transportador é muito acentuadas.
convencional no lado de transporte, com o • Produtos de madeira.
ângulo de concavidade limitado pela rigidez
da correia e pela configuração das taliscas. As Esses sistemas são especialmente úteis onde
roldanas de retorno devem suportar as taliscas o espaço é limitado/restrito.
através do uso de cilindros divididos, discos
de borracha ou roletes da aleta. Em alguns Figura 33.3
casos, as correias possuem chevron invertido As taliscas da correia
estreito – 12 milímetros (0,5 pol.) ou menos – estão disponíveis
em uma série de
preso ou moldado à superfície (Figura 33.4). configurações, variando
Geralmente essas correias não precisam de de acordo com a carga
roldanas de retorno. a ser transportada.

Benefícios
• Permite maior ângulo de inclinação. Esses Figura 33.4
sistemas podem transportar material em Nas correias com
inclinações de até 45o. Isso faz com que chevron invertido, o
chevron é moldado na
a área de cobertura total do sistema do superfície da correia.
transportador seja reduzida (Figura 33.5).
Desvantagens
• Limitações à capacidade.
À medida que o ângulo de inclinação
aumenta, diminui a capacidade.
• Probabilidade de as taliscas causarem algum
tipo de dano. Objetos elevados acima da
superfície da correia podem causar danos Figura 33.5
devido ao cascalho, às vedações da saia e aos
Correias com
raspadores. chevron são eficazes
• Dificuldade para limpar a correia. para transportar
material para cima
Dispositivos especiais, como pulverizadores em transportadores
de água, cortinas de ar, batedores ou inclinados. 33
raspadores especialmente projetados com
palhetas, devem ser instalados para controlar
o material residual. O chevron invertido

507
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

• Materiais a granel “redondos”. interagissem juntos de forma apropriada.


As taliscas e o chevron são eficazes nos casos
A melhor aplicação para essa tecnologia
em que a carga tende a rolar de volta no
permite que longos transportadores terrestres se
transportador.
adaptem ao terreno, eliminando, assim, pontos
de transferência. O projeto e a construção se
TRANSPORTADORES COM desenvolveram a um ponto tal que é comum
CURVAS HORIZONTAIS E ver transportadores terrestres com quilômetros
TRANSPORTADORES COM CURVAS (milhas) de comprimento incorporando várias
VERTICAIS curvas horizontais.

Transportadores de correia com curvas As curvas verticais nos transportadores


verticais e horizontais são utilizados quando podem ser côncavas (abertura para cima) ou
os transportadores terrestres são incapazes de convexas (abertura para baixo). As curvas para
conectar o ponto de carregamento e o ponto baixo normalmente não apresentam muitos
de descarregamento em linha reta, devido às problemas, mas a curva deve ser gradual, de
obstruções do terreno, às limitações do direito forma a não danificar a correia, dobrando-a
de passagem, às restrições industriais ou de muito rapidamente na área curva. Entretanto,
propriedade ou por qualquer outra razão. As as correias com curvas para cima quase sempre
capacidades de curva eliminam a necessidade apresentam problemas. Se o sistema de curva
de um ou mais pontos de transferência para cima não for perfeitamente projetado ou
intermediários (Figura 33.6). se ocorrerem alterações na carga ou na tensão
da correia, a correia irá descolar das roldanas
Os transportadores de correia convencionais na área curva. Isso pode elevar a correia na área
podem ser feitos para girar em uma curva de carga, causando um sério dano à correia e
horizontal elevando as roldanas no lado externo impossibilitando a vedação da área de carga.
do raio. Além de acomodar a estrutura elevada,
nenhuma outra grande alteração é necessária,
Benefícios
e os transportadores utilizam componentes
normalmente disponíveis. • Pode eliminar a necessidade de um
transferidor.
É necessária uma análise de projeto para As curvas podem ter sua direção
especificar qual é a correia, a elevação e a alterada nos pontos em que, no caso
tensão correta para uma determinada situação. dos transportadores convencionais, seria
O raio de giro varia, mas, em geral, é da ordem necessário adicionar pontos de transferência.
de 95 metros (300 pés).
Desvantagens
Transmissões intermediárias são utilizadas
• É necessário um projeto adicional. O
para controlar as tensões da correia, quando
projeto do sistema pede engenheiros mais
são estrategicamente colocadas, para permitir
experientes e, portanto, mais caros.
que a correia faça uma curva em um ângulo
muito fechado. Inclinando as roldanas, os • Construção mais complicada. Instalar o
projetistas desses transportadores com curvas sistema para atingir um caminho preciso
puderam obter a geometria e a tensão desejada sobre a paisagem exige um alto nível de
da correia. O projeto, através de simulações especialização.
computadorizadas, permitiu que os projetistas • Tensão na borda da correia. O aumento da
garantissem que os componentes do sistema tensão na borda pode causar problemas na
correia e nas roldanas.
Figura 33.6
Aplicações Típicas
Um pouco de
engenharia irá permitir • Transportadores terrestres longos.
que os transportadores As curvas permitem que o transportador
33 incorporem curvas
verticais ou horizontais.
ultrapasse os obstáculos sem necessitar de
pontos de transferência.
• Transportadores de elevação

508
Considerações sobre Transportadores Especializados | Capítulo 33

O sistema permite elevar o material até o Figura 33.7


recipiente de armazenamento ou processar
Os transportadores
operações em lugares altos na fábrica. tipo pocket sidewall
incorporam reforços
centralizados e paredes
TRANSPORTADORES POCKET E laterais flexíveis para
SIDEWALL contenção do material.

Os transportadores tipo pocket são similares


aos transportadores com taliscas, com a
diferença de que, nesse caso, os transportadores
possuem grandes taliscas centralizadas
(Figura 33.7). Paredes laterais flexíveis são
acrescentadas à correia, formando uma série
contínua de bolsas (pockets) similares a uma
caçamba elevatória. A correia é construída de Figura 33.8
forma especial, com uma grande rigidez, para Transportadores tipo
se adaptar à curvatura necessária. As polias de pocket oferecem
grande capacidade de
retorno são limitadas para entrar em contato transporte em lugares
apenas com as bordas externas da correia. muito altos e que
O transportador de correia tipo pocket é dispõem de espaços
configurado normalmente em forma de um mínimos.

“S” e utilizado em situações onde o espaço


disponível é limitado. Os transportadores
tipo pocket oferecem grande capacidade
de transporte em lugares muito altos e que
dispõem de espaços mínimos (Figura 33.8).
da correia e podem ficar presas em algum
Benefícios obstáculo.
• Pode elevar a carga em espaços • Dificuldade para limpar a correia.
relativamente pequenos. O sistema pode Os raspadores de correia convencionais são
elevar carga verticalmente com suporte ineficazes para remover o material de dentro
mínimo da correia. dos pockets (bolsas).
• Permite a colocação da carga onde for
necessário. A correia pode ser torcida Aplicações Típicas
ao redor do eixo vertical para permitir o • Cascalhos pequenos e secos ou materiais
descarregamento contrabalanceado. a granel finos e secos exigem inclinações
• Forma sua própria vedação. Não é acentuadas. O material transportado em
necessária vedação lateral. “pockets” (bolsas) não irá rolar de volta nos
transportadores inclinados.
• Segue um caminho restrito. Curvas convexas
e côncavas relativamente apertadas podem • Aplicações com espaço limitado. O material
ser incorporadas. contido pode ser elevado em um ângulo de
inclinação acentuado, fazendo com que o
Desvantagens transportador precise de espaço mínimo.
• Exige correame especial.
A correia é cara e deve ser personalizada.
Isso pode gerar longos períodos de tempo
para que a correia seja substituída.
• Os pockets (bolsas) são suscetíveis a danos.
As paredes se estendem acima da superfície
33

509
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

TRANSPORTADORES FECHADOS Transportadores com Bolsa,


Transportadores fechados são totalmente Dobráveis, de Tubo e de Cano
fechados no local onde a correia possui Essa classe de transportadores especializados
taliscas ou nervuras no lado de carga. Além de utiliza uma correia e um sistema de transporte
movimentar a carga, a função dessas nervuras que são especialmente projetados (Figura
é auxiliar a levar o material derramado e o pó 33.10). Em todos os casos, a correia é feita
ao longo do deck, abaixo do ciclo de retorno, em um formato fechado, à prova de pó, e
até a área de carga (Figura 33.9). Existem em forma de tubo. Nos transportadores com
vários métodos para o autocarregamento do bolsa, a correia possui bordas especiais que
derramamento e do pó de volta para a correia. são capturadas por um sistema de transporte
Normalmente, com pás presas à polia traseira. suspenso similar a um transportador de trole.
Alguns projetos possuem roldanas totalmente Transportadores com tubo ou cano apresentam
fechadas; outros possuem roldanas em balanço uma correia especialmente construída, que é
ou acessíveis pelo lado externo. enrolada dentro de um tubo por uma série de
roldanas radialmente colocadas. O tubo é aberto
Benefícios nos pontos de carregamento e descarregamento
• Fornece transporte e laterais de retorno com guias especiais (Figura 33.11).
fechados do transportador. O pó e o
derramamento ficam contidos dentro do Como esses transportadores são
compartimento fechado. completamente fechados, eliminam-se a
poluição ambiental e o derramamento durante
• Utiliza construção modular. O projeto e a o transporte, evita-se a contaminação ou o
fabricação reduzem o tempo necessário para roubo da carga e se reduz a degradação do
instalação. produto. As curvas horizontais que podem ser
• Não é necessário nenhuma calha-guia. obtidas com transportadores de cano diminuem
Não é necessário ajuste ou substituição da a quantidade de pontos de transferência e a
borracha de vedação. quantidade de transmissões necessárias para
fazer o sistema funcionar. Os transportadores
de cano podem se adaptar a aclives e declives
Desvantagens
acentuados, o que pode reduzir o comprimento
• Sistema de arrasto problemático. O sistema de um transportador, enquanto se adapta a
de arrasto pode não ser eficaz para todos restrições de espaço ou de propriedade. A
os materiais. Os materiais aderentes irão se correia de retorno de um transportador de
acumular. cano também pode ser feita no formato de um
• A manutenção das roldanas é difícil. A tubo para fechar o lado sujo da correia, a fim
localização dos componentes de rolagem em de evitar o derramamento e o pó. Em alguns
um compartimento fechado torna o acesso casos, a correia de retorno pode ser usada para
um desafio. transportar material.
• Velocidade limitada devido ao sistema de
arrasto. O derramamento devolvido para ser Benefícios
carregado pode tornar todo o sistema lento. • Reduz as zonas de carga e os pontos de
transferência. Esses sistemas são capazes
de fazer curvas bastante acentuadas
Aplicações Típicas
tanto na vertical como na horizontal,
• Manuseio de grãos. e, consequentemente, eliminar os
Esses sistemas são vistos normalmente transferidores.
em elevadores de grãos e em fábricas de • Permitem uma operação livre de
processamento. contaminação. A carga fica fechada, e,
portanto, nenhum material escapa e
nenhum fator de contaminação entra.
33 Figura 33.9
Transportadores • Permite taxas de fluxo razoáveis para a
fechados possuem maioria dos materiais a granel. O sistema
reforços para puxar o oferece uma capacidade adequada para a
material para a área de
descarregamento.
maior parte das necessidades.

510
Considerações sobre Transportadores Especializados | Capítulo 33

Figura 33.10
À esquerda:
transportadores de
cano ou tubo enrolam
a correia dentro de
um tubo para conter
o material. À direita:
transportadores com
bolsa ou dobráveis
prendem a borda da
correia para formar uma
bolsa.

• Pode transportar material nas duas direções.


Figura 33.11
O sistema pode carregar material de um
O tubo está aberto
porto e para por exemplo, e, assim, eliminar nos pontos de carga
a necessidade de um segundo sistema de e descarga com guias
transportador. especiais.

Desvantagens
• Maior custo.
A estrutura, as guias e o correame são mais
complicados e, portanto, mais caros.
• Exige correame especialmente projetado.
Um correame especial pode aumentar o
custo e o tempo, quando for necessário fazer
uma substituição. Aplicações Típicas
• Dificuldade de vedação nos pontos de carga. • Portos.
A transição da correia para o formato final O confinamento da carga evita o
dificulta a vedação. derramamento na água.
• Exige limpeza da correia. • Aplicações industriais, onde o espaço é
A limpeza da correia é crítica, pois o limitado.
material residual pode interferir no A capacidade do sistema de se adaptar a
equipamento que carrega a correia. caminhos com um ângulo de inclinação
• Exige energia adicional. muito alto ou com curvas permite a
instalação em espaços apertados.
O sistema pode usar até 30% a mais de
energia do que os transportadores de correia • Materiais que exigem operação livre de
côncava convencionais. contaminação.
O confinamento da carga protege a carga de
contaminantes.

33

511
Seção 7 | Panorama do Manuseio de Materiais a Granel

Benefícios
TRANSPORTADORES SANDUÍCHE
• Pode transportar grande quantidade
Transportadores sanduíche ou
de material para cima em inclinações
transportadores com inclinações acentuadas
acentuadas.
são geralmente utilizados para carregar material
para cima em ângulos acentuados. A carga é O sistema prende o material, e, assim,
colocada entre as duas correias, como a carne a correia pode ascender em inclinações
em um sanduíche (Figura 33.12). Esses acentuadas sem perda do material.
sistemas usam roldanas modificadas para • É ideal para espaços físicos limitados.
capturar a carga e formar o sanduíche. Em O ângulo acentuado de inclinação assegura
geral, esses transportadores têm forma de “S” e as exigências de área de cobertura do
são normalmente usados para elevar ou baixar transportador.
cargas verticalmente em uma área de cobertura
pequena (Figura 33.13). Desvantagens
• Manutenção difícil nos componentes de
rotação.
Figura 33.12 Esses sistemas encerram certa quantidade de
Os transportadores
componentes em espaços estreitos.
sanduíche colocam • Carregamento crítico para operação
a carga entre duas
eficiente.
correias para carregá-
la para cima em Caso o material seja posicionado
inclinações acentuadas. inadequadamente durante o carregamento,
a correia sanduíche pode não estar bem
vedada, eliminando os benefícios do
sistema.
• Limpeza difícil da correia.
A limpeza da correia apresenta desafios
especiais, uma vez que a correia superior
deve ser limpa de ponta-cabeça. O espaço
para limpeza da correia e para alinhar o
equipamento é limitado.
Aplicações Típicas
• Operações de trituração em poços.
Esses sistemas são úteis em locais como
poços, por exemplo, que exigem um ângulo
de inclinação acentuado para elevar o
material.
• Enchimento de silos.
O sistema é útil devido ao grau de inclinação
elevado que pode reduzir a área de
cobertura do transportador.
Figura 33.13
• Navios autodescarregáveis.
Os transportadores
sanduíche são Esses sistemas permitem elevar material do
vistos geralmente receptáculo para o navio.
em aplicações
como enchimento .
de silos e navios
autodescarregáveis.
33

512
Considerações sobre Transportadores Especializados | Capítulo 33

estão disponíveis. Outros sensores utilizam


O FUTURO DA TECNOLOGIA DO
análise de vibração, alinhamento a laser e
TRANSPORTADOR
análise de óleo e de lubrificante, para alertar o
Conforme essas tecnologias avançadas pessoal de manutenção sobre os componentes
continuam a evoluir, os benefícios esboçados que exigem atenção. A prevalência desses
na seção anterior irão se tornar recursos dispositivos tende a aumentar em um futuro
comuns nos sistemas de transportador. próximo. A adoção dessas novas tecnologias irá
Consequentemente, os transportadores de resultar na redução dos custos de manutenção
correia irão ter poucos pontos de transferência devido à atenção oportuna dada à deterioração
e exigir menos manutenção. Outras alterações dos equipamentos, em vez das interrupções de
irão ocorrer, incluindo a adoção de novos emergência para tratar as falhas catastróficas
materiais e de planos de manutenção melhores. desses equipamentos.

Novos Materiais de Correame


Os transportadores de correia serão A NECESSIDADE DE SISTEMAS
fabricados com materiais desenvolvidos ALTERNATIVOS
recentemente e que são mais leves e capazes
de suportar altas temperaturas. Componentes Concluindo…
sintéticos para as emendas podem substituir as Existem numerosos exemplos de instalações
emendas mecânicas e vulcanizadas. A cobertura de manuseio de materiais a granel, que utilizam
antiestática e antiaderente da correia irá repelir tecnologias avançadas de transportadores
o material para reduzir o material residual, além de correia para cumprir as regulamentações
de mostrar maior resistência ao desgaste e ao ambientais, transportar materiais por longas
clima. distâncias em topografias difíceis e maximizar o
retorno sobre o investimento.
Manutenção Preditiva e
Diagnósticos Remotos Esses sistemas alternativos de transportadores
podem ser adequados para determinadas
Um maior número de sistemas de instalações ou para resolver um problema
transportadores irá incorporar sensores que em particular. Entretanto, cada um deles
fornecem alertas de manutenção quando o apresenta seu próprio conjunto de limitações e
equipamento exigir atenção. Programas de desvantagens. Esses sistemas existem por várias
manutenção preditiva, que monitoram on- razões: alcançaram algum grau de aceitação
line os sistemas de transportador e geram comercial porque satisfazem pelo menos uma
relatórios de monitoração que podem prever necessidade. Para propósitos genéricos, o
as falhas esperadas, oferecem a possibilidade transportador de correia côncava convencional
de diminuir significativamente os custos de é o padrão em desempenho e o líder em valor
manutenção. Com essas informações precisas, com relação ao qual esses outros sistemas
concisas e práticas sobre a condição operacional devem ser avaliados. Os transportadores de
do equipamento crítico da fábrica, o pessoal correia côncava possuem um longo histórico
de manutenção será capaz de diagnosticar de desempenho satisfatório em condições
problemas como defeitos de desequilíbrio, desafiadoras.
desalinhamento dos rolamentos, antes que eles
ameacem a produção.
A Seguir…
Dispositivos de diagnóstico remoto estão Este capítulo sobre Transportadores
disponíveis para apontar os pontos críticos, Especializados é o capítulo final do Panorama
detectar níveis de umidade e prever falhas do Manuseio de Materiais a Granel e o capítulo
elétricas e mecânicas nos motores e em final deste livro. A seção a seguir descreve
qualquer sistema que possa estar conectado a Pesquisa, o Desenvolvimento de Pessoal,
aos motores. Os equipamentos de limpeza Serviços e Produtos na Martin Engineering,
da correia que se ajustam às mudanças no incluindo o Center for Bulk Materials Handling
coeficiente de fricção da superfície da correia Innovation (Centro para Inovação do Manuseio 33
de Materiais a Granel) e os Programas
Educacionais FOUNDATIONS™ .

513
Chapter Title | Chapter #

Martin Engineering
• PESQUISA.................................................................................................................................. 516

• DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL............................................................................... 518

• SERVIÇOS.. ................................................................................................................................. 520

• PRODUTOS . ............................................................................................................................. 521

515
Pesquisa | Centro de Inovações para o Manuseio de Material a Granel

manuseio de materiais a granel. Esses problemas geram


CENTRO MARTIN ENGINEERING DE
gastos adicionais com manutenção e acarretam produtividade
INOVAÇÕES PARA O MANUSEIO DE
reduzida.
MATERIAL A GRANEL (CFI)
Para ajudar a compreender o comportamento de materiais A equipe em tempo integral do CFI, incluindo cientistas,
a granel e o desempenho dos sistemas do equipamento que engenheiros e técnicos, está dedicada a progredir na
lidam com esses materiais, a Martin Engineering inaugurou compreensão do comportamento de materiais a granel e do
um novo centro corporativo de pesquisa, o Centro de desempenho de sistemas de manuseio de material.
Inovações para o Manuseio de Material a Granel (CFI).
O CFI tem tanto os instrumentos científicos como os
Alojado em um prédio novo de 2.100 metros quadrados equipamentos para o manuseio de materiais em escala
no campus da matriz da Martin Engineering em Neponset, natural, incluindo um sistema transportador de recirculação
Illinois, o CFI é composto por instalações de $ 5 milhões em três partes, para testar materiais a granel e componentes
de dólares, com metas de inovação, colaboração e educação sob condições de operação simuladas.
para aprimorar o manuseio de materiais a granel.

O Centro de Inovações mantém a promessa de


produtividade e rentabilidade aprimoradasem operações
onde o manuseio eficiente e limpo de material a granel
é primordial. O novo centro corporativo de pesquisa da
Martin Engineering é voltado para o aprimoramento do
manuseio de material a granel em indústrias, tais como a de
geração de energia através da queima de carvão, mineração
subterrânea e de carvão, produção de areia e cascalho, papel
e celulose e cimento.

A União de Ciência Fundamental com


Desenvolvimento de Produtos
Tanto um laboratório de ciências fundamentais como um
centro de desenvolvimento de produtos, o CFI colabora
com diversos parceiros, incluindo associações industriais O sistema transportador de recirculação em três partes, no Centro
e universidades, para uma pesquisa no campo prático, Martin Engineering de Inovações para o Manuseio de Material
a Granel, leva em conta o teste de manuseio de materiais em
visando a solucionar os problemas comuns associados ao tamanho natural.

516
Centro de Inovações para o Manuseio de Material a Granel | Pesquisa

Laboratórios de Pesquisa Especializada


Laboratórios específicos levam em conta a análise e os
testes de características e desempenho de metais, polímeros
e materiais a granel, assim como os testes acelerados de
componentes em uma variedade de ambientes hostis.

“O Centro de Inovações para o


Manuseio de Material a Granel
representa um grande compromisso
perante os setores em que
atuamos.”
– Edwin H. Peterson
Presidente

A Martin Engineering é a pioneira no setor a assumir


essa abordagem vanguardista de ciência fundamental no
aprimoramento do manuseio de materiais a granel. De
acordo com o Presidente da Martin Engineering, Edwin
H. Peterson, “O Centro de Inovações para o Manuseio
de Material a Granel representa um grande compromisso
perante os setores em que atuamos. Nossos parceiros de
pesquisa serão beneficiados com uma melhor compreensão
das características dos materiais a granel que utilizam e
de como devem ser manuseados. Isso conduzirá a novas
tecnologias que tornarão o manuseio de materiais mais
limpo, seguro e produtivo”.

Um Recurso Educacional
O CFI oferece recursos de treinamento e educação,
inclusive uma sala de treinamento de última geração, com 44
lugares, e um centro de videoconferência.

O CFI também inclui um ciclo de simulação de processos


com três transportadores em recirculação. Um deque de
observação permite que visitantes visualizem o ciclo de
simulação de processos através de uma janela ou por meio de
um circuito fechado de câmeras de vídeo.

Liderança para o Setor


O Centro de Inovações irá ajudar a Martin Engineering
a manter sistemas, com o objetivo de tornar o manuseio de
materiais a granel mais limpo, seguro e produtivo.

517
Programas Educacionais | FOUNDATIONS ™ Desenvolvimento de Pessoal

antecipado, um workshop em suas instalações pode ser


PROGRAMAS EDUCACIONAIS DA MARTIN
precedido por uma vistoria do local para documentar as
ENGINEERING FOUNDATIONS™ EM PROL DE condições e avaliar os equipamentos. Fotos digitais das pesquisas
TRANSPORTADORES DE CORREIA LIMPOS, serão, então, incluídas no workshop, com discussões voltadas
SEGUROS E PRODUTIVOS para problemas específicos e possíveis soluções.
Os Programas Educacionais FOUNDATIONS™ da Martin
Certificação
Engineering ensinam do mesmo modo as “mãos experientes” e
os “recém contratados” sobre a operação de transportadores de Essas turmas podem vir a ser consideradas Horas de
correia utilizados para manusear materiais a granel. Qualificação Profissional (PDHs). Certificados de conclusão são
Esses programas educacionais não comerciais introduzem fornecidos a todos os que frequentam o programa. Todos os
informações sobre prevenção de danos, controle do material seminários acompanham um teste executado com “livro-aberto”
fugitivo, redução de gastos com manutenção, aumento da para verificar a compreensão da informação apresentada.
segurança e aprimoramento da eficiência operacional. Eles são Instrutores dos Programas
apropriados para qualquer pessoa interessada em melhorar
segurança, condições de trabalho, desempenho e operações onde Os Programas Educacionais FOUNDATIONS™ são
apresentados por funcionários certificados da Martin
transportadores de correia são o caminho para o sucesso.
Engineering que passaram anos trabalhando com
Suprindo suas Necessidades, de Acordo com transportadores de correia.
seu Cronograma Esses funcionários experientes são dotados de conhecimento
As sessões dos programas podem ser agendadas de acordo teórico sobre os princípios relacionados aos transportadores
com sua conveniência, em suas instalações, em um local neutro e experiência prática na operação e resolução de defeitos
ou em uma conferência ou feira comercial; como parte de em transportadores de correia. Os instrutores já observaram
uma reunião da empresa; ou em uma sessão de treinamento os transportadores manuseando uma variedade de materiais
específica. Elas podem ser fornecidas e focadas em funcionários ao redor do mundo e forneceram soluções inovadoras para
de uma fábrica ou podem ser organizadas de maneira a beneficiar resolver problemas e aprimorar eficiência. Os instrutores dos
vários locais de uma empresa ou equipes de várias operações workshops recorrem a uma gama de materiais para treinamento
convenientemente localizadas. Turmas reduzidas mantêm o e utilizam um estilo interativo, mantendo as sessões dinâmicas e
aspecto informal das apresentações e estimulam a discussão de interessantes.
problemas específicos. Para mais Informações
Os Programas Educacionais FOUNDATIONS™ incluem
Para mais informações entre em contato com a Martin
oportunidades para discutir problemas de suas instalações
Engineering ou envie um email para martin@martin-eng.com.br.
e específicos dos transportadores. Mediante agendamento

518
FOUNDATIONS ™ Programas Educacionais | Desenvolvimento de Pessoal

Em Breve: 3 Níveis dos Programas FOUNDATIONS™ Transportadores

Nível 1: Nível 2: Nível 3:


FOUNDATIONS™ BÁSICO FOUNDATIONS™ SEMINÁRIO FOUNDATIONS™ AVANÇADO
WORKSHOP SOBRE OPERAÇÕES SEMINÁRIO SOBRE
& MANUTENÇÃO TRANSPORTADORES

Audiência Audiência Audiência


Novas contratações com pouco Equipe de Operações e Manutenção, Desenvolvedores de Transportadores,
ou nenhum conhecimento em Supervisores e Gerentes de Produção e Engenheiros e Gerentes de Fábricas e
transportadores de correia. de Manutenção. Usinas.

Duração Duração Duração


1 dia ou menos. Vários dias. Vários dias.

Ênfase Ênfase Ênfase


Conceitos básicos em transportadores, Abordagem prática envolvendo Aspectos técnicos e comerciais
práticas de trabalho seguro e princípios problemas e soluções das complicações das operações de transportadores.
fundamentais FOUNDATIONS™, encontradas por aqueles envolvidos em Os tópicos discutidos incluem
visando a operações de transportadores operações práticas de transportadores. requerimentos de energia, design do
limpas, seguras e produtivas. ponto de transferência e cálculos de
retorno dos investimentos.

Apresentação Apresentação Apresentação


Este é um programa combinado que Esse seminário geralmente envolve O Seminário de Operações
utiliza uma apresentação de computador pelo menos uma vistoria de um dia & Manutenção é geralmente
com notas informativas, permitindo que no local para averiguar as condições considerado um pré-requisito para
o curso seja ministrado por funcionários locais e uma discussão em turma de este seminário. O Seminário avançado
internos ou um especialista do assunto um dia, conduzida por um especialista FOUNDATIONS™ é ministrado por
fornecido pela Martin Engineering. Os do assunto fornecido pela Martin um especialista da área fornecido pela
conceitos são ensinados de maneira a Engineering. Essa discussão é voltada Martin Engineering, que é engenheiro
serem facilmente compreendidos entre para problemas e soluções em áreas qualificado. Geralmente tem a duração
idiomas. Dependendo das necessidades tais como a do controle de materiais de 1-5 dias, dependendo das áreas de
da audiência, o workshop básico pode fugitivos, danos à correia, alinhamento interesse e exigências de certificação.
ser introduzido em aproximadamente falho, impacto, desgaste, limpeza da
3-5 horas e é desenvolvido para ampliar correia, controle de pó e controle e
programas de treinamento com locais construção de ponto de transferência.
específicos.

519
Serviços

MARTIN ENGINEERING: VOLTADA PARA O APRIMORAMENTO DO MANUSEIO DE MATERIAIS A GRANEL

Por mais de 60 anos, a Martin Engineering é voltada para a resolução


de problemas no manuseio de materiais a granel em todos os setores
ao redor do mundo. A Martin Engineering desenvolveu tecnologias
inovadoras para aprimorar o manuseio de materiais a granel – que
incrementam o fluxo, reduzem o pó e o derramamento, aumentam a
vida útil do componente e reduzem o tempo de paralisação, melhoram
o ambiente operacional e o resultado final – e respalda tudo isso com a
Garantia Martin®.

Áreas de Especialidade

Serviços de Campo Recursos para aprimorar as


Operações em Instalações que
Manuseiam Materiais a Granel
Para resolver problemas de instalações em funcionamento, a Martin
Engineering oferece uma abrangente gama de serviços voltados para a
melhoria do manuseio de material a granel. Especialistas em serviços —
certificados, qualificados, experientes — vão ajudar a fazer uma diferença
crucial no desempenho dos sistemas de manuseio em suas instalações.

• Instalação de Equipamento.
• Manutenção Especializada.
• Aprimoramento de Processos.
Vistoria de Local Modelagem de Fluxo (DEM)
Censo de Equipamento Inspeção a Laser
Teste de Material a Granel Limpeza de Silo e Depósitos
Análise de Material “Morto”
Manutenção de Canhões de Ar
Monitoramento de Pó
Biblioteca com Acervo On-line
Treinamento de Pessoal Instruções sobre o Porquê e
Como Melhorar o Manuseio
de Materiais a Granel
Através de seus pioneiros livros FOUNDATIONS™ e seus programas
educacionais, a Martin Engineering ajuda funcionários do setor a
compreender a importância crítica do manuseio de materiais a granel.
Os programas voltados para o cliente irão ajudar novos funcionários,
operações em instalações e funcionários de manutenção e seus respectivos
supervisores, desenvolvedores de transportadores, engenheiros e gerentes
de instalações a controlar as variáveis que afetam os fatores críticos para
o desempenho dos transportadores. Feitos sob medida para atender às
suas necessidades, de acordo com o seu cronograma, os programas são
fornecidos in loco ou em um local acordado mutuamente.

• Treinamento em Segurança de Transportadores.


• Programas Educacionais FOUNDATIONS™ (3 Níveis).
• Programa de Certificação Técnica (CCT). Certificado em
Transportadores de Correia.

520
Produtos

MARTIN ENGINEERING: PRODUTOS DISPONÍVEIS

Produtos Relacionados aos Transportadores

Sistemas para Aprimorar Transportadores de Correia e Controlar


Material Fugitivo
Transportadores de correia proporcionam sistemas confiáveis, seguros e eficientes que são
capazes de movimentar milhares de toneladas de material por dia. Contudo, surgem problemas
que conduzem a assuntos relacionados ao desempenho do sistema, à vida útil do componente, à
cronogramas de operação e conformidade reguladora. A Martin Engineering oferece soluções
elaboradas para auxiliar em operações onde o transporte de materiais a granel é o caminho para
rentabilidade e produtividade de maneira geral.
• Sistemas de Limpeza de Correia. • Tecnologias em Ponto de Transferência.
• Proteção da Polia na Extremidade. Bases de Suporte da correia.
• Dispositivos para Preparação da Correia. Sistemas Parede de chute e Bucha de
• Sistemas de Gerenciamento de Pó. Desgaste.

Dispositivos de Contenção Passivos. Sistemas de Vedação dos Chutes de Descarga.

Coletores de Pó Inseríveis. • Tecnologias de Vanguarda em Transportadores.

Sistemas de Eliminação de Pó. Sistemas de Transferência Projetados.

Névoa, Espuma e Água Pulverizada. Transportadores de Correia Sustentados a Ar.


Moderna Arquitetura do Transportador.

Produtos de Auxílio ao Fluxo

Sistemas para Melhorar o Fluxo de Materiais a Granel a


partir do Depósito e através de Processos Industriais
A Martin Engineering surgiu quando o fundador da empresa inventou o vibrador industrial
de bola VIBROLATOR® para melhorar a recuperação de areia verde oriunda dos depósitos
alimentadores de fundição. Atualmente, a Martin Engineering continua sua ênfase no
desenvolvimento de sistemas que aprimoram a movimentação de materiais a granel a partir de
compartimentos para armazenamento, depósitos e silos, e através de chutes, telas, alimentadores e
transportadores.

• Sistemas de Descarregamento Locomotiva. • Abridores de Portão do Depósito.


• Vibradores de Descarregamento de • Sistemas de Canhão a Ar.
Locomotiva. Canhões a Ar Independentes.
• Conectores de Locomotiva. Sistemas de Canhão a Ar com Múltiplos
• Sistemas de Vibração Projetados. Orifícios.
• Vibradores Pneumáticos Rotatórios. Canhões a Ar para Alta Temperatura.
• Vibradores Lineares Pneumáticos. Aplicações.
• Vibradores Elétricos Rotatórios.

Gerenciamento de Manutenção

Recursos para Aprimorar o Programa de Manutenção


em Operações de Manuseio de Materiais a Granel
O programa de gerenciamento de dados MartinPLUSSM é uma biblioteca on-line contendo
informações sobre componentes. Construído sob medida para um sistema transportador de correia,
esse recurso digital pode melhorar a produtividade da manutenção e reduzir custos.

521
Chapter Title | Chapter #

APÊNDICES
• Apêndice A
REFERÊNCIAS.. ....................................................................................................................... 526

• Apêndice B
GLOSSÁRIO.............................................................................................................................. 532
ABREVIATURAS DE MEDIDAS....................................................................................... 542

• Apêndice C
ETIQUETAS DE SEGURANÇA.......................................................................................... 544

• Apêndice D
ÍNDICE DE EQUAÇÕES....................................................................................................... 552
ÍNDICE DE TABELAS........................................................................................................... 553
ÍNDICE REMISSIVO.............................................................................................................. 554

• Apêndice E
AUTORES & AGRADECIMENTOS.................................................................................. 560

523
Chapter Title | Chapter #

Apêndice A

REFERÊNCIAS

525
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529
Chapter Title | Chapter #

Apêndice B

Glossário
• Glossário................................................................................................................................ 532

• abreviaturas de medidas........................................................................................ 542

531
ABR-BRE | Glossário

Glossário
Esta é uma lista de termos relacionados ao transportador de correia, palavras. Consulte também outras fontes de referência, como CEMA
como são utilizados nessa edição de FOUNDATIONS™. Ela não Publication
o
#102, Conveyor Terms and Definitions (Publicação da
pretende ser um compêndio completo de todos os termos usados CEMA N 102 sobre Termos e Definições de Transportadores de
para descrever correias, transportadores e/ou sistemas de manuseio Correia), bem como as publicações e terminologias utilizadas pelos
de materiais a granel. Se uma frase não for encontrada, divida-a em fornecedores de componentes específicos.

for descarregado em uma pilha aberta. uma correia.


A 2
ANSI | Acrônimo de American National aprisionamento, ponto(s) de | Um ponto
1
abrasão | Desgaste devido à fricção, por Standards Institute (Instituto Nacional em que duas superfícies irão permitir que um
esfregadura ou raspagem. acesso, porta | Ponto Americano de2Padronizações). pedaço de material fique alojado.
de entrada para uma área fechada, normalmente ar, canhão de | Um dispositivo que usa rajadas assentamento, zona de | Ver zona de
com um método de fechamento. periódicas de ar comprimido para limpar assentamento.
2
1
aderência | A força de ligação entre dois material acumulado dentro de canos ou chutes ASTM | Acrônimo de American Society for
materiais. de transferência. Testing and Materials (Sociedade Americana
ar, lâmina de | Sistema de limpeza da correia de Teste e Materiais).
aeração, dispositivo de | Dispositivo montado
que direciona uma corrente de ar para remover atenuação | Um mecanismo que permite que
dentro de um receptáculo, que acrescenta baixa
o material residual/morto. um item (uma lâmina do raspador, por ex.,)
pressão e grande volume de ar aos materiais que 2
AR, placa | Placa de aço antiabrasiva usada se mova para longe de uma obstrução (uma
estavam compactados, o que tornava difícil que geralmente para as buchas de desgaste nos emenda mecânica, por ex.). Isso pode incluir
fluíssem de forma eficiente. Também chamados pontos de transferência. molas do tensionador do sistema de limpeza.
de difusores de2 aeração, plataformas ou bocais. ar, transportador sustentado a | Um
2
atenuação, ângulo de | Uma inclinação ou
afundamento | Ver dano por material preso. transportador que usa correia, polias e abertura das superfícies que irão permitir que o
aglomeração | Processo ou ato de agrupar em transmissão convencional, mas que é material seja liberado pela ação da correia, em
uma massa, criando agrupamentos de partículas sustentado, no lado de carregamento, por uma vez de ficar alojado mais firmemente.
maiores e mais2
pesados. película fina de ar, em vez de por roldanas. ativa, coleta ~ de pó | Ver sistema de coleta
alimentador | Um dispositivo que regula o ar, razão ~ -meio | Usada para descrever os de pó. 2
fluxo de material de um local de armazenamento filtros de coleta de ar; a razão ar-meio é o fluxo autoajuste, roldanas de | Roldanas que
até o transportador ou2outro equipamento. de ar em metros cúbicos por segundo (m/min) podem se deslocar para a esquerda ou para a
alimentador vertical | Uma série de placas é dividido pela área de 2
meio de filtragem em direita sob a influência de forças da correia em
utilizada para transportar materiais pesados, em metros quadrados (m ). movimento para manter a correia centralizada
pedaços grandes ou abrasivos.
1
arado | Um dispositivo estacionado durante sua trajetória.
alimentadora, correia | Uma correia que transversalmente à trajetória de um
descarrega material em outra correia do transportador para descarregar ou desviar
transportador. material. 2
B
2
alinhador , dispositivo de alinhamento | arado móvel | Um dispositivo de arado 2
barra de aço | Uma série de barras de metal
Um dispositivo usado para direcionar um que pode ser movido para trás e para a
ou grades que são espaçadas em separado para
transportador desalinhado de volta para a frente longitudinalmente sobre o lado de
permitir que pequenos pedaços e resíduos caiam
posição centralizada. carregamento de uma correia de transportador
diretamente no equipamento de trituração ou de
alinhamento | ver alinhamento da correia. para desviar material para pontos alternativos
de descarregamento ao longo de sua trajetória. demolição.
alongamento | Um aumento do comprimento, barra de contato | Um dispositivo
arado de proteção da polia | Um arado
normalmente expresso como uma porcentagem (normalmente cilíndrico com uma barra
instalado de forma que a correia passa abaixo
do comprimento inicial. externa) que golpeia outro objeto para remover
2 dele imediatamente antes de entrar em uma
amostrador | Um dispositivo mecânico usado o acúmulo de material.
polia (normalmente a polia traseira). O arado
para coletar pequenas quantidades de material remove material da correia para evitar danos à barra de deslize | Uma barra de baixa fricção,
em intervalos predefinidos, da corrente polia e à correia, devido ao material que fica usada na construção de um amortecedor de
principal de material, para teste ou finalidade preso entre os dois. suporte da correia da cama de deslizamento.
de controle de qualidade. aramida, fibras | Uma classe de fibras berço de suporte lateral | Sistema de suporte
amplitude | Metade da extensão de uma sintéticas fortes, resistentes ao calor, usadas em da correia que usa barras deslizantes abaixo
vibração, oscilação ou onda; a medida acima aplicações aeroespaciais e militares, bem como da calha-guia, para fornecer uma superfície
ou abaixo da base ou linha central. nas carcaças do correame do transportador. consistente e que possa ser vedada, para as
anemômetro | Dispositivo para medir a arco | Uma curva 1
côncava da correia. laterais da correia.
velocidade do ar. arco de contato | A parte ao redor de uma polia blockout | Um procedimento de segurança
ângulo de ataque | É o ângulo no qual uma engatada em uma correia. que envolve evitar que um sistema se mova,
lâmina de limpeza é colocada em relação à área de cobertura | Área projetada ou real mantendo-o fisicamente2 em uma posição.
correia. 2
ocupada1 no solo. bolsa de pó ou manga |Uma estrutura fechada
ângulo de concavidade | O ângulo (do lado arrasto | A ação de uma correia alternadamente que contém um conjunto de filtros para capturar
horizontal) no qual as bordas da correia perder velocidade na polia de transmissão e o pó transportado pelo ar.
são anguladas para ajudar a centralizar e conter ganhar 2velocidade na polia direcionada. 2
borda, danos à | Cortes e rasgos ao longo da
a sua carga. ASME | Acrônimo de American Society of borda de uma correia de transportador.
ângulo de fricção com a parede | Ver fricção Mechanical Engineers (Sociedade Americana borda, faixa(s) de vedação da | Ver faixas de
de interface. de Engenheiros Mecânicos).
2 vedação.
ângulo de repouso | O ângulo ou a inclinação aspecto, relação | Uma relação que compara
borda, vedação| ver vedação.
que o material transportado irá assumir quando a espessura da cobertura superior e inferior de

532
Glossário | BUC-COR

breque | Um dispositivo de breque mecânico direcionar e confinar o fluxo de material em carregamento, e em alguns casos, o ponto de
ou elétrico usado para evitar que uma correia movimento, de forma que ele flua suavemente transferência da calha-guia.
do transportador carregada, inclinada, role de e com o 1mínimo de ar induzido. ciclo | A distância ou rota coberta por uma
volta caso o motor pare de funcionar. Também carcaça | A seção de reforço de tecido, corda e/ correia 2de transportador.
denominado “embreagem de retenção” ou ou metal de uma correia, diferente da cobertura ciclone | Um dispositivo que cria um tipo de
“breque e embreagem.” de borracha. “redemoinho” de alta velocidade – e que usa a
bucha | Material colocado no lado de dentro das carga dianteira| Pressão de uma carga em força centrífuga para separar partículas de pó
superfícies de um compartimento ou recipiente, cima de um objeto, como o peso do material do ar.
normalmente para preservar o compartimento em um2recipiente acima da correia. cilindro plano | Ver roldana plana.
do desgaste. CARP | Acrônimo de “Constant Angle Radial classificação de tensão | A força de tensão
2
bucha de desgaste | Uma camada de tijolos Pressure – Pressão Radial do Ângulo de mínima de uma correia em Newtons por
Pressão”, um conceito de projeto da lâmina milímetro (lbf /pol.) da largura da correia,
cerâmicos, placas AR, ou outro material
de limpeza da correia para manter o ângulo de conforme especificado pelo fabricante do
antiabrasivo usado para revestir o interior de
limpeza conforme a lâmina se desgasta. correame. É usado algumas vezes nos EUA
um chute de transferência ou uma calha-guia 2
carregamento, ciclo de | O ciclo superior como um termo para a tensão atuante.
para melhorar o fluxo de material e evitar o de uma correia do transportador usado para
2
classificador | Uma parte do equipamento
desgaste por abrasão e o dano ao casco externo transportar material da zona de carregamento usada para classificar e separar o material por
e à estrutura. para o ponto de descarregamento. tamanho.
carregamento, lado de | O lado do CMMS | Acrônimo de Computerized
transportador ou do correame que fica em Maintenance-Management System - Sistema de
C contato com a carga de material.
2 Manutenção e Gerenciamento Computa-
CAD | Acrônimo de Computer-Aided Design. carregamento, roldana de | Qualquer tipo de dorizado, um sistema que acompanha o
caixa de lavagem | Um compartimento fechado roldana que suporta o ciclo de carregamento de trabalho e 1os custos de manutenção.
contendo uma série de raspadores de correia e carga de uma correia1
do transportador. cobertura | A camada externa do correame.
bocais de pulverizadores de água para limpeza catenária, roldana | Um conjunto de roldanas Também é a tampa ou teto para proteger o
da correia. 2
flexíveis em que os cilindros ficam suspensos transportador e os materiais contra a exposição
caixa de pedras | Uma base ou prateleira em um elo flexível, uma corda ou uma aos elementos e limitar a liberação de material.
dentro de um chute onde o material deve corrente, e as extremidades são apoiadas em coeficiente de fricção | A relação entre a força
se acumular. Isso permite que o material pinos pivotantes. O tubo ou cilindro inclinado necessária para deslizar duas superfícies e a
subsequente golpeie o material acumulado em deve firmar a inclinação. Também chamada de força que as pressiona para permanecerem
vez de golpear o chute, aumentando a vida útil roldana Garland. juntas, igual à tangente do ângulo de fricção da
das paredes. CEMA | Acrônimo de Conveyor Equip­ interface.
calço/cunha | Uma peça triangular inserida ment Manufacturers Association­ Associação coesão | Força interna do material.
para alargamento
2
ou suporte. de Fabricantes de Equipamentos de colher | Uma concavidade na parte inferior
calço | Ponto de prisão de material causado Transportadores.1 de um chute de transferência que direciona a
pela montagem de uma estrutura de pré- centro a centro | A distância entre o centro de colocação do material na correia que irá receber
raspador muito próximo a uma polia dianteira. duas polias ou roldanas. Também conhecida esse material.1
calha-guia, vedação, vedação da saia | como distância de centro a centro. concavidade | A propriedade de uma correia
O mecanismo (normalmente uma faixa de cerâmica, bucha de desgaste da face de de permitir que forme o contorno das roldanas
elastômero) instalada ao longo da parte inferior | Bucha que usa blocos de cerâmica para côncavas; a quantidade de correia que pode
dos pontos de transferência da calha-guia para aumentar a resistência à abrasão. ficar côncava.
controlar o derramamento e manter o material CFM ou cfm | Abreviação para “pés por côncavo | curvado para dentro; o arco e uma
na correia. minuto cúbico” nos cálculos de fluxo de ar curva convexa da correia.
1
calibre | A espessura de uma correia ou de seus chanfrar | Cortar em ângulo. confinado, espaço | Uma área fechada
elementos individuais. chapa, chapas | Uma camada de tecido usada potencialmente perigosa; o acesso é controlado
cama | Uma variedade de barras de baixa na carcaça de uma correia. 2 normalmente por regulamentos de segurança.
fricção ou outra superfície plana para suportar chave de desalinhamento | Uma chave de 2
conjunto soldado | Um componente de metal
o perfil da correia em vez de se utilizar uma limite montada ao longo da borda da correia fabricado mantido junto por juntas soldadas.
“caneca” na roldana. 2 que irá desligar a transmissão do motor se a consolidada, densidade a granel (ρ2) | A
cama de deslizamento | Uma série de barras correia se desviar em demasia de sua trajetória densidade de um corpo de um material a granel
longitudinais montadas em um suporte e centralizada. depois de ter sido submetido a uma força de
colocadas abaixo da zona de carregamento chave de parada de corda de puxar | Um compressão (F) ou a uma energia vibratória,
do transportador para fornecer uma superfície cabo que corre ao longo do comprimento do algumas vezes chamada de densidade a granel
contínua para que a correia carregada deslize. transportador, conectado a uma ou mais chaves. vibratória. 2
cantilever | Uma trave ou estrutura projetada Em uma emergência, um “puxão” manual do contrapeso | O peso aplicado ao conjunto do
apoiada em 1um ponto. cabo, em qualquer ponto, irá desligar o sistema tensionador da 1correia para ficar côncava.
capacidade | A carga máxima de material na do transportador. coroada, polia | Uma polia com um diâmetro
correia, carga ou rendimento.
1
chevron, correia com chevron | Uma crista maior no centro, ou em outros pontos, do que
cobertura inferior | O lado da correia que não em forma de V no lado de carregamento da nas bordas.
é o lado de carregamento em relação às polias. correia para impedir que o material role para 2
correia alimentadora | Uma correia do
captura, velocidade de | A velocidade do baixo em uma inclinação. transportador curta, plana, com velocidade
ar necessária para agrupar uma partícula de chute de carregamento | O compartimento variável, utilizada para transferir ou “alimentar”
ar transportada pelo ar para manter a tensão que deposita a carga na correia. material de um componente para outro em um
adequada da correia. chute, parede de chute | Um compartimento sistema de transporte de material. A taxa de
convexo | Curva com abertura para baixo; a usado para conter material conforme este é alimentação de material pode ser ajustada para
curvatura é uma curva convexa dentro de um transferido de uma parte do equipamento para acelerar ou não a correia.
sistema de coleta de pó. outra. correia, alinhamento da | A ação de fazer
capuz | Um defletor curvo instalado na área chute, lateral | As paredes do chute de com que a correia fique alinhada de forma
de descarregamento de um transportador para

533
COR-DIS | Glossário

consistente. em um transportador. camadas.


correia, amortecedores do suporte da | Um correia, sistema de suporte da | Os DEM | Acrônimo para Discrete Element
método de suporte da correia sem componentes componentes abaixo do lado de carregamento Modeling – Modelagem do Elemento Discreto,
giratórios, que usa camas de deslizamento ou da correia que suportam o peso do correame e uma técnica computadorizada para analisar
de impacto. 2
da carga. e demonstrar o movimento de partículas
correia, chave para deslizamento da | Uma correia, teste da | Ações para fazer com que individuais2em uma estrutura ou através dela.
chave que desliga o motor de transmissão do a correia fique alinhada de forma
2
consistente. demolidor | Um equipamento usado para
transportador quando detecta que a velocidade correia, transportadora | Uma correia esmagar ou partir grandes pedaços de material
da correia é menor que a da polia
1
de transmissão. contínua de borracha flexível, enrolada em pedaços1 menores.
correia, deslizamento da | A velocidade em uma estrutura de cilindros e polias, densidade | A relação entre a massa de um
diferencial entre a correia e a superfície da usada para transportar material de uma corpo e seu volume, ou a massa por unidade
polia. 2
zona de carregamento para um ponto de de volume de substância. Para fins práticos,
correia, desvio da | Uma condição na qual descarregamento. 2
densidade e gravidade específica podem ser
uma correia do transportador se desloca em correia, transportador de | Um comprimento consideradas equivalentes.
demasia para os dois lados, saindo fora do seu de correia de borracha flexível que é esticada derramamento | Material perdido que caiu
traçado centralizado; também denominado sobre uma estrutura de rolamentos e polias e das laterais da correia, normalmente na zona
“desalinhamento” da correia ou correia “solta”. em seguida, transformada em uma única peça de carregamento, mas que pode ocorrer em
correia, efeito do raspador de | Local em que ao se emendar suas 2duas extremidades juntas qualquer ponto ao longo do transportador; um
a pressão de um sistema de vedação contra a correia, válvula de | Uma oscilação para cima termo geral para todos os materiais fugitivos.
correia remove o material residual da superfície e para1 baixo de uma correia entre as roldanas. desalinhada | Ver desalinhamento.
da correia, como ocorre quando as vedações corte | O efeito causado por material pesado desalinhamento | O curso desviado do centro
traseiras removem o material da correia ao e afiado ao cair na cobertura da correia, de uma correia. 2
entrar na zona de carregamento. danificando a superfície ou partindo a cobertura descarregamento | O ponto de onde o material
correia, esticamento| O aumento do em pedaços. 1
sai do transportador ou de outro componente,
comprimento da correia ocorre quando se corte, borda de | A borda descoberta da em um sistema2
de manuseio de material.
impõe tensão sobre ela. O esticamento elástico correia, criada cortando-se a correia na largura descascada | Remover parte (ou toda) a
é uma alteração temporária do comprimento desejada a partir1 de uma correia mais larga. cobertura superior da correia para acomodar
que varia de acordo com a força com que a corte diagonal | Um corte das extremidades uma emenda mecânica; o processo de rebaixar
correia é puxada. Esticamento permanente é a da correia feito em diagonal, com um ângulo os prendedores em uma emenda mecânica
alteração residual do comprimento quando não menor que 90 graus (normalmente 22°) com próximo à carcaça da correia para manter
há mais tensão; ele geralmente se acumula com relação ao eixo longitudinal. a parte superior dos prendedores paralela à
o passar do tempo. crosta, demolidor de | Uma borda de limpeza superfície da correia.
correia, grau de | Uma classificação da instalada na polia dianteira bem abaixo da descascar, ângulo para | Quando a lâmina
cobertura das correias baseada em suas trajetória do material, de forma a ficar próxima de um raspador está inclinada em oposição
propriedades, destinada a fornecer uma à correia, mas sem tocá-la; funciona como à direção da trajetória da correia; também
referência para os usuários finais com relação uma lâmina mestra para limitar a quantidade conhecido como ângulo positivo.
a que tipo de correia deve ser usado nas de material que passa pelo pré-raspador deslizar, deslizamento | A velocidade
diferentes aplicações. convencional2 instalado bem abaixo. diferencial entre a correia e a superfície da
correia, lâmina do raspador da | O elemento curva, polia | Uma polia usada para mudar a polia.
de um raspador de correia que fica em contato direção (ou “fazer a curva”) de uma correia do deslocado, ar | O ar que é empurrado para fora
com a correia. 1
transportador. do chute quando o chute é carregado, igual ao
correia, módulo da | A força por unidade de curvatura | Uma curva convexa da correia. volume de materiais
2
colocados no chute.
largura da correia necessária para produzir um desvio, arado | Um arado retrátil que aumentar
percentual constante de alongamento. a estabilidade. 2
correia, perfil da | A forma da correia, D desvio, chute de | Um chute inclinado,
em especial de sua superfície superior (de dBA | Acrônimo de decibel. Uma escala, posicionado abaixo da extremidade dianteira
carregamento). correia. (Ver arco.) de uma correia, para apanhar qualquer material
correia plana |Uma correia do transportador de dedos, junção | Uma junção da correia que possa cair fora do lado de retorno, para
que transporta
2
a carga sem angulação. em que as duas extremidades são cortadas em dentro do fluxo de 2
descarregamento
coroa | A diferença entre o diâmetro de uma uma certa quantidade de “dedos” estreitos e diagonal, arado | Um dispositivo colocado em
polia do centro até suas bordas.
1 triangulares, que2 são interligados. um ângulo na superfície de uma correia para
correia, prendedor de | Um dispositivo deck, decking , placa do deck | Uma desviar o material
2
para um lado.
mecânico para prender duas extremidades de barreira em forma de placa colocada entre dianteira | A extremidade de descarregamento
uma correia do transportador
1
juntas. os reforçadores do transportador para evitar de uma correia. 2
correia, queda da | Desvio vertical de uma correia que o material seja derramado do ciclo de dianteira, polia | A polia terminal localizada
do transportador a partir de uma linha reta traçada carregamento no ciclo de retorno. Também no ponto de descarregamento da correia. Em
por toda a superfície de duas roldanas adjacentes, conhecido como “recipientes da correia”. muitos transportadores, a polia dianteira é
2
normalmente expresso como porcentagem de defletor | Uma placa de metal instalada em um acoplada a um motor de transmissão para
espaçamento das roldanas. 2 ponto de transferência para alterar a trajetória movimentar o transportador.
correia, raspador da | Um dispositivo que usa do fluxo de material. DIN | Acrônimo para Deutsches Institut für
uma ou mais lâminas tensionadas, montadas defletor, bucha de desgaste do | Uma bucha Normung, o Instituto Alemão de Padronização,
em uma estrutura de suporte, usado para instalada dentro da calha-guia que incorpora que desenvolve normas e padrões para
remover o material que se agarra à superfície de uma curva em direção do centro da correia, a indústria. Os padrões DIN são usados
carregamento de uma correia do transportador que canaliza o material para longe da borda da internacionalmente, mas ainda são mais
além do ponto normal de descarregamento. correia e do sistema de vedação. comuns na Europa.
1
correia, sistema de limpeza da | Um raspador 1
deformação | Fios no sentido do comprimento dinamômetro | Um dispositivo capaz de
de correia ou um grupo de raspadores de correia em um tecido.1 induzir várias cargas para avaliação das
e equipamentos relacionados (como montagens delaminação Separação do material em propriedades dinâmicas
2
do correame.
e tensores), da forma como estão localizados disco, roldana do | Uma roldana que usa uma

534
Glossário | DOW-INC

série de discos almofadados para dar suporte a de segurança, proteção auricular, respiradores e de material.
1
uma correia do transportador. sapatos com ponta de aço 1
fricção | A resistência ao movimento devido ao
distância até a borda | Dimensão entre a parte envelhecimento / obsolescência | Exposição a contato das superfícies.
externa da calha-guia e a borda da correia um ambiente durante um determinado intervalo fricção de fronteira
2
| Ver fricção de interface.
distância da borda correia livre | A parte de tempo. fugitivo, material | Qualquer material perdido
2
sem carga da superfície de carga da largura envergamento | A ação em que as bordas que escapa de um sistema de manuseio de
da correia, em direção às bordas da correia, da correia se curvam para cima no ciclo de material em um local que não seja o ponto
normalmente onde o sistema de vedação da carregamento e para baixo no ciclo de retorno. normal de descarregamento, pode se originar
calha-guia é aplicado. Também conhecido como “enroscamento”. de material residual, de derramamento, de pó
2
downstream | Na direção dos locais que a escada de pedra | Uma série de caixas de transportado pelo ar ou de outras fontes.
correia ainda não alcançou, ou em direção ao pedra que diminuem a velocidade do material
ponto de descarregamento do transportador ou ao fazê-lo rolar em cascata para frente e para
do sistema.
1 trás entre as prateleiras.
G
dureza | Grau de resistência à indentação. estabilizador | Uma projeção que se estende gerado, ar | Fluxo de ar produzido por
durômetro | Um dispositivo que mede a dureza dispositivos giratórios que alimentam a zona
lateralmente além da estrutura central de um
de um material flexível (como um elastômero), de carregamento do transportador.
recipiente, avião ou 2máquina.
ao medir a resistência de penetração de um goma de ligação | Uma placa fina de borracha
estrutura central | O principal suporte
ponto dentado. não vulcanizada colocada entre chapas
estrutural de um raspador de correia, sobre
a qual as lâminas são montadas. pode ser no conjunto de uma emenda de correia
baixado para a superfície de carregamento de vulcanizada.
E 1
grampo de correia |Feixes ou placas de metal
uma correia para desviar material para fora
efetiva, largura ~ da correia | A medida de um transportador após o ponto normal de presas transversalmente nas duas extremidades
da largura na dimensão paralela ao cilindro descarregamento. da correia para fixá-­las em na posição desejada.
inferior. grau de correia | Uma classificação da
efluente | O transbordamento de água (com cobertura da correia baseada em suas
materiais sólidos) que sai do sistema de F propriedades; projetada para fornecer uma
lavagem da correia. 1 referência aos usuários finais sobre que correias
fadiga | O enfraquecimento de um material usar em diferentes aplicações.
elastômero | Um polímero com propriedades 2
que ocorre quando a aplicação repetida de guia, cilindro | Um pequeno cilindro
elásticas que lembram a borracha natural;
tensão causa uma deformação permanente estabilizador em uma roldana auto alinhável.
normalmente, borrachas ou 1
uretanos. falha na junção com o tensor | Ver dano à
elétrica, condutividade | Uma medida de Quando a correia de um transportador fica
junção. desalinhada no cilindro guia, ela faz com que os
quanto um material aceita o transporte de carga FEA | Acrônimo para Finite Element Analysis
elétrica, medida em Ohm (Ω). cilindros pivotantes se direcionem para dentro
– Análise de Elemento Finito, uma técnica de e forçam a correia de volta ao alinhamento
elevação | A distância vertical pela qual o análise numérica computadorizada usada para
material é movimentado em um transportador; centralizado.
resolver equações diferenciais e solucionar
a alteração da altura de uma extremidade do problemas mecânicos relacionados à análise
transportador para a outra. de stress, e que é utilizada no projeto de H
emenda | A junção onde duas pontas ou duas transportadores e transferidores para manuseio 2
peças do correame são emendadas juntas a fim de materiais a granel. holdup roller | Uma roldana usada para
de oferecem um curso completo. field-trimmed | Cortado no tamanho apropriado aumentar a eficácia de um arado de proteção
emenda, ângulo de | O ângulo da parte superior no ponto de aplicação (em vez de ser cortado traseira, aplicando pressão para cima a fim de
da correia no qual duas peças de correia são na fábrica). manter a correia plana.
2
emendadas. flangeada, polia | Uma polia com um aro hidrofóbico | Que possui uma alta tensão de
2
emenda/junção a frio | Tipo de emenda/ elevado nas bordas com a finalidade de manter superfície e que não se combina com a água.
junção da correia na qual as camadas de uma a correia contida. higroscópico | Capaz de absorver umidade do
2
correia são sobrepostas e mantidas juntas com flop gate | Uma placa de metal pivotante que ar.
um composto adesivo. pode ser movida ou “dobrada” para alimentar
2
empilhadeira/recuperador | Uma barra material para os dois pontos diferentes de
montada em um transportador equipada com descarregamento. I
1
uma caçamba e roda que pode “empilhar” ou fluxo, auxiliar de | Dispositivo ou método que impacto | O golpe de um corpo sobre outro;
derramar material em um local de estocagem auxilia o fluxo de materiais através dos chutes, colisão. A força ou ímpeto transmitido em uma
para armazenamento ou para inverter a direção incluindo os vibradores lineares e rotativos, colisão.
e recuperar o material do local de estocagem canhões de ar, sistemas de aeração, buchas do impacto, cama, suporte de impacto | Uma
2

para outro2 destino. chute e projetos de chute


2
leve. série de barras almofadadas usadas para
end stop | Um grampo equipado com um flush, flush-through | Um jorro descontrolado absorver as forças de carga abaixo da zona de
parafuso de ajuste que é usado para prender de material através de um componente do
carregamento de 2uma correia do transportador.
as lâminas na posição em uma estrutura de um sistema de manuseio de material.
impacto, grade | Uma série de barras de
forças de carga lateral | Pressão resultante da
raspador de correia. metal montadas em um chute de descarga
2 energia e do peso do material empurra para fora
entrada, ponto de entrada | O ponto além do transportador no ponto em que o material
do centro.
da polia traseira pelo qual uma correia do 2
golpeia a parede, para reduzir o desgaste na
fragmentos de ferro | Pedaços de lascas
transportador passa na zona de carregamento. bucha do chute. 2
de metal que podem contaminar o fluxo de
EPA | Acrônimo de Environmental Protection impacto, roldana | Uma roldana especialmente
material em uma correia do transportador.
Agency – Agência de Proteção Ambiental, um fragmentos de ferro, detector | Um sistema construída para amortecer as forças do impacto
órgão do governo dos Estados Unidos. para detectar a presença de fragmentos de do material na zona de carga de uma correia do
EPIs | Equipamento de Proteção Individual, um ferro em um fluxo de material e remover esses transportador 1
equipamento e um traje como capacete, óculos fragmentos ou desligar o sistema de manuseio impacto, resistência | A capacidade relativa

535
IND-PAR | Glossário

de um conjunto da correia absorver carga de mecânica, coleta de pó | Sistema de ativo de


impacto sem danificar a correia. L coleta de pó, que geralmente utiliza ventiladores
2
inconsistente, densidade a granel O peso lateral, desalinhamento | O desvio das para empurrar o ar através de um duto para um
por unidade de volume de um material a polias, roldanas ou estruturas, de uma linha de sistema de filtragem.2
granel sólido, medido quando uma amostra se referência longitudinal designada. mecânica, emenda | Um tipo de emenda no
encontra “solto” ou não compactado, (ρ1). limitador um switch elétrico usado para qual são usados prendedores
1
mecânicos.
induzido, ar | ar empurrado para o vácuo criado desligar a transmissão ou atuador de um mecânico, prendedor | Um sistema usado
conforme a corente de material se expande ao sistema, como um flop gate depois que atinge para juntar as extremidades do correame e que
deixar a polia dianteira. um ponto predeterminado. normalmente envolve parafusos ou rebites para
2
interface, fricção de (θ)| A fricção entre o limpador da escova | dispositivo de limpeza anexar as placas que conectam as duas pontas.
material a granel e a superfície(s) com a qual da correia que usa uma escova giratória para Medida de Material Morto de Stahura |
ficará em contato, por ex., a chutewall e a limpar material residual/morto do ciclo de Um método para se medir o material morto
correia; pode ser determinada com uma célula retorno de uma correia do transportador. utilizando uma chapa com lâminas de raspagem
2
de cisalhamento e uma amostra do material real linear, tensionador | Um tipo de tensionador presa no lado de retorno de uma correia em
da interface; também chamado de fricção da que aplica pressão direta para cima em um movimento para capturar material residual;
parede ou fricção de fronteira. raspador de correia. desenvolvido pelo pioneiro em limpeza de
intermediário, tecido intermediário| Uma lockout | Uma precaução de segurança em que correia Dick Stahura
placa extra incorporada à carcaça da correia se coloca um cadeado ou outro controle nas mínimo, diâmetro da polia | O tamanho
para absorção de choque. 2 fontes de energia armazenada, de suprimento mínimo da polia (normalmente para evitar
intermediárias, roldanas | Roldanas de energia ou de circuito de controle de uma danos) para uma determinada correia conforme
colocadas entre as camas de impacto ou camas máquina a fim de evitar o fim prematuro do seu especificado pelo fabricante do correame.
de deslizamento para apoiar uma correia do funcionamento ou de liberação inesperada de MSHA | Mine Safety and Health Admin-
transportador quando o material não está sendo energia. istration- Administração de Segurança e Saúde
2
carregado. longitudinal | Em relação a uma correia, a em Mineração, uma unidade do Departamento
interno, ângulo de fricção | O ângulo no qual direção do comprimento paralela à linha do do Trabalho dos EUA1
as partículas dentro de um material a granel centro. moldada, borda | Uma borda de borracha
1
deslizam umas sobre as outras em uma pilha, LRR | Acrônimo de Low Rolling Resistance- sólida formada em um molde, em que a correia
ou falha devido à raspagem. Baixa Resistência à Rolagem, uma formulação é feita com um determinado tamanho, em vez
ISO | Acrônimo de International Organization de propriedade da borracha. de ser cortada de um2 pedaço maior.
for Standardization- Organização Internacional moinho de martelo | Um tipo de triturador que
de Padronização, adotado da palavra grega usa múltiplos martelos giratórios montados em
“isos”, que significa igual. M um eixo central para quebrar pedaços duros e
2 grandes de material, como carvão ou calcário,
magnética, polia | Uma polia equipada com em pedaços menores.
J um eletroímã permanente, usada para remover 2
mooning | Desgaste desigual em uma lâmina
2 fragmentos de ferro da carga transportada ou do pré-raspador que resulta do posicionamento
jog switch | Uma chave inicializadora descarregada pelo transportador
manual localizada próxima à extremidade de 2 da estrutura central do raspador muito distante
magnético, separador | Um dispositivo que da polia dianteira.
descarregamento de um transportador usada
usa a atração magnética para puxar raspas
para “cutucar” ou “empurrar” a correia em
de metal, conhecidas como fragmentos de
distancias curtas para fins de teste ou para
ferro, para fora do fluxo de material em um N
gradualmente esvaziar a correia do excesso de
transportador.
carga. 1 2
negativo, ângulo | Lâmpadas de limpeza
junção | A conexão de duas extremidades de mandril | Um eixo central usado para
montagem e ajuste lateral de uma estrutura inclinadas em um ângulo na direção do curso
correia. da correia; também conhecido como orientação
2
junta de junção | A área entre o rolamento da central do raspador de correia.
manômetro | Um dispositivo usado para de raspagem.
asa e o do centro em um conjunto de roldanas
côncavas. medir a pressão de gases ou líquidos; nos
2
junta da junção, dano ; falha da junta de transportadores é usado para medir o fluxo de
O
junção | Uma divisão ou rachadura longitudinal ar.
em uma correia causada pela distância de mancal vertical2| Um mancal de eixo obstrução | O bloqueio do descarregamento de
transição insuficiente entre a polia traseira e a embutido em um compartimento aparafusado um chute ou compartimento de coleta.
zona de carregamento para o tipo de correia que é utilizado para fixar polias à longarina do óleo, resistente ao | Capaz de suportar
sendo usado e/ou um espaço da junção da transportador. qualquer deterioração de propriedades físicas
2
roldana maior do que 10 mm (0,4 pol.) ou do material preso, dano por | Um sulco na feito decorrentes da interação com petróleo.
que o dobro da espessura da correia. na superfície da correia por um material preso operacional, tensão | A tensão de uma correia
entre a correia em movimento e a calha-guia e/ quando está carregada e em funcionamento.
ou o sistema de vedação. OSHA | Occupational Safety & Health
2
K material residual/morto | Material Administration – Administração de Segurança
2
knocking (batida) | O processo de ajuste transportado que adere à superfície de e Saúde. Principal agência federal encarregada
manual do ângulo da estrutura cruzada das uma correia depois do ponto nominal de de aplicar a legislação de segurança
1
e saúde.
roldanas do transportador de correia para descarregamento. Se não for removido por um ozônio, rachadura de | rachaduras na
direcionar a correia para a linha central. Pode sistema de limpeza da correia, essas partículas superfície da correia causadas pela exposição a
ser feito movendo sutilmente uma extremidade ficam soltas ao longo do ciclo de retorno e se uma atmosfera que contém ozônio.
da roldana para frente ou para trás. empilham abaixo1 da correia.
máxima, tensão | A tensão mais alta que ocorre
KPIs | Acrônimo para os principais indicadores P
em qualquer porção da correia em condições de
de desempenho, medidas de desempenho usa- 1
funcionamento. parafuso tensionador | Um tensionador
das como métricas do sucesso organizacional.

536
Glossário | PAR-REC

mecânico para aplicar tensão a uma correia, plana e sem coroa.


2
a consistência de um pó fino. Um moinho de
com o qual se bloqueia o movimento do polia tambor | Uma polia que possui diâmetro bola usa bolas pesadas de aço que rolam entre
rolamento da polia através de um parafuso. uniforme de lado a lado. as faces giratórias para triturar o material.
parede de chute | Ver calha-guia. ponto de captura | Um ponto em que um PVC | Acrônimo de polyvinyl chloride -
particulada | Partículas finas sólidas ou elemento da máquina movendo-se em linha policloreto de vinila, um material usado
líquidas (diferentes da água) encontradas no ar, encontra um elemento giratório de tal forma na construção de alguns correames de
incluindo pó, fumaça e2 pólen. que é possível tragar ou prender uma pessoa ou transportador.
passiva, coleta de pó | Um sistema de coleta objeto entre
2
os membros.
de pó que minimiza o pó utilizando um pooling | Material que fica empilhado na zona
projeto eficiente de ponto de transferência e o de carregamento de uma correia até que alcance Q
controle do fluxo de ar, em vez de dispositivos a velocidade da correia e possa ser carregado
mecânicos. para fora R
passo inverso | Uma solda aplicada no lado positivo, ângulo | Na limpeza da correia, uma
de trás de uma junta; também chamada de lâmina inclinada na direção oposta à trajetória rachadura de flexão | Uma rachadura na
soldagem de retrocesso da correia; também conhecido como ângulo superfície da correia resultante de flexão ou
pelotizador | Um equipamento para formar para descascar. dobra constante. 2

pelotas (pequenos pedaços) de resíduos ou pó. posição primária | A área ao redor da polia de radial, tensionador | Um tensionador que
perfil, rasgo de | Uma forma de dano da descarregamento onde os raspadores primários transmite torque através de uma extensão
correia, com um rasgo se movimentando da pivotante ou de uma mola de torção a um
são instalados normalmente.
raspador de correia. 2
borda em direção ao centro. pó, sistema(s) de coleta de | Um sistema
rasgo, detector de | Um sistema no qual um
permanente, estiramento | Uma alteração do mecânico usado para remover o pó do ar em
condutor elétrico é construído nas chapas da
comprimento de uma correia obaservado depois um sistema de transporte de material.
correia do transportador e que irá desligar
que a tensão foi removida; esse comprimento pó, sistema(s) de supressão de | Um sistema
o motor de1 transmissão caso a correia se rasgue.
adicional normalmente se acumula durante um de controle de pó que utiliza água ou água raspador | Um dispositivo para remover
período de tempo. tratada para reduzir o escape de partículas material aderente da correia.
pitô, tubos | Um instrumento de pressão usado transportadas pelo ar. raspador secundário | Um raspador de correia
para medir a velocidade de fluxo dos fluídos. pocket, correia | Uma correia em que as bolsas montado abaixo do lado de retorno para
PIW | Abreviação de Pounds per Inch Width – formadas pela adição de taliscas elevadas remover quaisquer resíduos remanescentes de
Libras por Polegada de Largura, uma medida e paredes laterais flexíveis, são usadas para material residual que não foram removidos
de classificação de capacidade de tensão de carregar a carga; comumente vistas em pelo pré-raspador.
uma correia. aplicações com ângulos de grande inclinação. raspador terciário | Qualquer raspador
placas de pontapé | Defletor para direcionar primário, raspador primário | Um pré- adicional acrescentado a uma correia depois
o fluxo de material depois que ele deixa o raspador, ou seja, um raspador de correia do raspador primário (pré-raspador) e raspador
primeiro ponto de contato com o chute de instalado na face de uma polia dianteira, abaixo inicial secundário instalado ao longo do retorno
transferência. da trajetória do material, para raspar o material do transportador depois 2
da posição secundária.
PLC | Ver programável, controlador lógico. a granel residual que se acumulou na correia. A raspagem, ângulo de , posição de raspagem |
plenum | Um compartimento fechado no qual o posição primária de limpeza é na face de uma Um raspador de correia instalado de forma que
ar pressurizado
2
é distribuído polia dianteira, abaixo da trajetória do material. sua(s) lâmina(s) estejam inclinadas em fechado,
pó, bolsas | Bolsas de filtragem permeáveis prensa | Uma máquina que aplica pressão que são usadas para diminuir a velocidade do
ao ar especialmente projetadas, que prendem e consistentemente em sua superfície, usada para fluxo de ar e permitir que o pó transportado
coletam pó transportado pelo ar de um sistema emendar a correia. pelo ar assente de volta no fluxo de material na
de manuseio de material. pressão, rolamento | Um rolamento instalado correia do transportador, antes de sair pela zona
2
pó, cortinas de | Cortinas de borracha ou de para manter a correia na posição correta, como de carregamento. 1
plástico segmentadas (anteparos), suspensas por ex., acima2do raspador de correia. regenerativo, transportador | Um
dentro de um duto conectar as duas pontas de pré-raspador | Um raspador de correia transportador que descarrega material em
uma correia. instalado na face de uma polia dianteira para uma altura significativamente menor do que a
2
polia | Um cilindro giratório montado em um raspar o material a granel residual que se traseira (isto é, transporta material para baixo),
eixo central que é usado para direcionar, mudar acumulou na correia; raspador primário produzindo eletricidade em vez de consumi-la.
a direção ou manter. pressão positiva | O fluxo do ar para fora do removível, coletor de pó removível, filtro
2
polia com flange | Um tipo de transportador ponto de transferência. de pó removível | Um sistema de coleta de
que usa taliscas espaçadas ou raspadores programável, controlador lógico (PLC) |
2
pó composto de filtros projetados para serem
(flights) para mover o material de um ponto a incorporados dentro do compartimento de um
Um sistema centralizado de computador que
ponto de transferência ou outra fonte de pó
outro através de um chute canalizado. controla a operação e a monitoração do sistema,
rendimento | A quantidade de material a
polia côncava | Uma polia traseira instalada de comunicando-se com placas de circuito de
granel entregue por um sistema de manuseio de
forma que sua parte superior está alinhada com entrada/saída remotas, para cada componente
material; definido usualmente em toneladas por
a parte superior dos rolos centrais nas primeiras individual do sistema.
hora. (st/h).
roldanas côncavas. protetor, proteção | Barreiras para evitar a
2 residual, surfactante/tenso ativo | Um aditivo
polia de meia calha | Uma polia traseira entrada de pessoas em áreas ou equipamentos de supressão de pó que irá continuar seu efeito
instalada de forma que sua superfície superior potencialmente perigosos. de aglomeração mesmo depois que a umidade
fique alinhada com o ponto médio dos cilindros pugmill | Máquina de processamento industrial evaporar; também chamado de aglutinante
laterais na primeira roldana côncava, usada na qual o material é simultaneamente moído e supressor. 2
normalmente para encurtar a distância de misturado com2
um líquido. retorno, ciclo de , lado de retorno | O lado de
transição exigida de um 2
transportador. pulley wrap | A área total de contato em que uma correia que não carrega carga, depois do
polia de transmissão | A polia conectada ao a correia se enrola como um arco em volta da descarregamento, conforme a correia retorna à
mecanismo de transmissão de uma correia do superfície de uma
2
polia. zona de carregamento. 2
transportador.2
pulverizador | Um dispositivo mecânico retorno, roldana | Uma roldana usada para
polia plana | Uma polia com uma superfície usado para moer material, para que fique com suportar o lado vazio, de retorno de uma

537
REF-SUR | Glossário

correia. 2
Rockwell, dureza (ou escala) | Uma escala Borracha.
recuperação, sistema | Um sistema de para avaliar a escala de dureza dos materiais, sobrecarga, ângulo de | O ângulo em relação
manuseio de material usa esse sistema para determinada pela medida da profundidade de à linha horizontal que a superfície de um corpo
recuperar e transportar material armazenado penetração de um material endentado. Escalas de material assume enquanto o material está
para um ponto onde este será processado ou diferentes são indicadas por uma única letra, a em repouso em uma correia do transportador
consumido. 1
letra “B” e a letra “C” é a mais comum. em movimento. Esse ângulo é normalmente 5
reforçador de transmissão | Usado em alguns rodo, lâmina | Uma lâmina macia de uretano a 15° menos que o ângulo de repouso, embora
transportadores longos para reduzir a energia/ que seca a correia para remover a água desta. para alguns materiais possa ser mais do que 20°
tensão sobre a polia de transmissão. reforço ROI | Retorno sobre o investimento. menor.
| Ver taliscas. rolagem, componente(s) de | As roldanas e solda de bujão | Um tipo de junta feito ao se
resíduos | Pequenas partículas 2
de material polias (e outros componentes giratórios) de um soldar uma parte a outra através de um furo
reversível, transportador | Um tipo de sistema de transportador.
2 circular na parte superior.
transportador que pode carregar material rolamento contrário | Peças espalhadas de solda fixa | Uma técnica de junção de metal
longitudinalmente nas duas direções. metal que rolam de volta em uma correia que usa uma série de soldas espaçadas, com
reverso, jato | Um método de filtros de limpeza inclinada depois que o fluxo de material foi
intervalos entre as soldas.
em uma bolsa de pó; as bolsas são limps ao se desligado. Ou o movimento em declive em
soldagem de retrocesso | Um método de
descarregar um jato de ar comprimido dentro transportadores inclinados, correndo de volta
soldagem no qual a cada solda, o filete é atraído
das bolsas, na parte superior; o jato de ar quando a energia é desligada enquanto a
de volta à extremidade soldada.
comprimido flexiona a parede da bolsa e quebra correia. 2
Spiral-wrapped pulley | Uma polia da asa
o bolo de pó, que cai no recipiente de coleta.
2
revestimento | Uma cobertura de borracha, que é enrolada em uma faixa de aço em forma
tecido ou cerâmica aplicada a uma polia para S de espiral para reduzir a vibração da correia
melhorar a tração da correia contra a polia. enquanto ainda mantém a função auto-limitável
sacrificada, superfície | Uma superfície de da polia.
RMA | Acrônimo de Rubber Manufacturers desgaste instalada para proteger uma estrutura 1
Association, Inc. splice allowance | Correame adicional
2 mais valiosa absorvendo, amortecendo ou necessário para permitir que uma emenda seja
rolamento de retenção | Uma roldana usada
isolando a abrasão, o impacto ou outras forças. instalada.
para evitar que a correia se levante, quando está 2
saddle | um comprimento curto adicional 2
suporte, polia de suporte | Uma pequena
descarregada, ou usada para aplicar pressão
de correame adicionado a uma correia do polia usada para aumentar a área para enrolar
para baixo no ciclo de retorno de uma correia, a
transportador existente a correia em volta de uma polia dianteira ou
fim de manter a eficiência da limpeza, evitando 2
saída da carga | Área na zona de traseira, para melhorar a tração.
que a pressão de limpeza altere a trajetória da 2
correia. Também conhecida como rolamento de descarregamento de um transportador, em que o stackout system | Uma série de transportadores
pressão 2 material pode ser temporariamente armazenado projetados para transportar material para uma
roldana | Um componente giratório que não é ou carregado diretamente para um dispositivo área de armazenamento.
2
movido por energia elétrica, usada para apoiar para ser transportado para
2
outro destino. steering rolls | Um conjunto de rolamentos (ou
uma correia tanto no lado de carregamento saída, ponto de saída | A área de uma zona de roldanas inclinadas) montadas em um pivô
como no lado de retorno. de carregamento em que os chutes terminam que pode deslizar para a esquerda ou para a
2
roldanas côncavas | Um conjunto de roldanas e o ciclo principal de carregamento do direita para direcionar a correia desalinhada em
que consiste de um rolamento central horizontal transportador2
começa. direção ao centro.
que inclina os rolamentos da asa em ambos os scab plate | Uma peça de metal usada skim coat | Uma fina camada de material de
lados para transformar o lado de carregamento para remendar um buraco na parede de um borracha colocada em um tecido mas não
1
da correia em uma concavidade.
2
compartimento fechado, como um chute de forçada dentro de calha-guia | As placas
roldanas de coleta | Um tipo de conjunto de transferência, por ex. 2 verticais ou inclinadas que se estendem para
roldanas inclinadas com cilindros estreitos da scavenger, transportador |Um pequeno fora de um ponto de carregamento de um
asa e um cilindro central largo. Roldanas desse transportador ou chute vibratório posicionado transportador e instaladas bem acima da correia
tipo são normalmente usadas para material que abaixo da parte dianteira de um grande para confinar o material transportado.
deve ser retirado ou classificado enquanto é transportador para capturar material morto ou slider bed conveyor | Um transportador que
transportado. 2 material derramado por um sistema de limpeza usa uma variedade de barras de baixa fricção
roldanas desalinhadas | Um conjunto de da correia e retornar o material descarregado ou outra superfície plana, em vez de roldanas,
roldanas côncavas em que os cilindros da asa para a corrente principal de material. para suportar a em uma base ajustável que,
estão em um plano vertical diferente do cilindro secundário, raspador ~ de correia, quando atuada pela correia desalinhada em
central, mas paralelo a ele. Isso permite que os secundária, posição | Posição de um raspador movimento contra ela, irá automaticamente
cilindros da asa se sobreponham ao cilindro de correia, entre o ponto onde a correia deixa ajustar sua posição para direcionar a correia
central, melhorando o suporte da correia, e a polia dianteira e contata a primeira polia
podendo também reduzir a altura do conjunto para a trajetória2 correta.
traseira ou polia de curva ou roldana de retorno. stepped splice | Um tipo de emenda com
de roldana. 2 segregação | A separação indesejada ou
roldana externa | Qualquer um dos rolamentos correame de múltiplas chapas em que as
acidental de material por tamanho chapas de tecido em uma ponta da correia são
externos em um conjunto de roldana côncava, segurança, cabo de | Uma restrição usada
montado em um ângulo com relação ao removidas de forma que irão ficar contíguas e
como medida de segurança para evitar a queda sobrepor-se às chapas adjacentes de tecido na
rolamento central 2 de um dispositivo suspenso em caso de falha do outra ponta.
roldana plana | Uma roldana onde a correia
seu sistema de montagem. STP | Acrônimo de Standard Temperature
apoiada é plana. 1
segurança, fator de | Uma fração da and Pressure – Pressão e Temperatura Padrão;
roldana, teste | Uma roldana montada em um
capacidade de uma estrutura sobre aquela 0˚C/32˚F, 1 atmosfera (101.325 kPa) (1
pivô ou como bucha do chute ou superfície de
realmente necessária, ou um multiplicador atmosfera de pressão absoluta).
suporte da correia de baixa fricção. 2
ROM | acrônimo de Run-of-mine, o material aplicado à carga máxima esperada (força, surfactante/tensoativo | Um agente tenso
bruto extraído que vem diretamente da torque, momento de curva ou uma combinação) ativo/surfactante. Na supressão de pó, é um
operação de extração antes de qualquer outro ao qual um componente ou conjunto estará aditivo que é combinado com a água em forma
tratamento. de acordo com Associação de Fabricantes de de spray ou fumaça para ajudar a capturar o pó

538
Glossário | SWI-VED

transportado pelo ar. teste de célula de enfraquecimento | Teste carregamento para evitar que o material vaze
Swinderman, Escala de Materiais Fugitivos para obter as propriedades de fluxo do material na correia atrás2 do chute.
| Um sistema de pontuação que designa valores a granel, medindo a força para raspar esse traseira, polia | Uma polia que gira o ciclo de
para o desempenho de um sistema no controle material. retorno da uma correia em 180 graus de volta
dos materiais fugitivos, para pó, derramamento testout | Tentativa de operar um dispositivo que para o ciclo de carregamento.
2
e material morto/residual. foi supostamente desativado por procedimentos traves horizontais | Os membros de suporte
superior, cobertura | A superfície de de lockout/tagout/blockout; usado como uma longitudinal da estrutura de um transportador,
carregamento de uma correia. precaução final de2 segurança. entre as polias terminais.
tight side tension | A área de maior tensão em transição, distância | A distância de uma
uma correia, localizada normalmente no ponto linha central da polia terminal para a primeira
T em que a correia
2
aborda a polia de transmissão. roldana totalmente côncava.
2

tagout | A colocação de uma etiqueta ou placa tilt switch | Uma chave elétrica projetada para transição, roldanas | Conjuntos de roldanas
com o nome em uma fonte de energia desativada desligar o fluxo de material de um transportador colocadas entre a polia traseira e a zona de
ou sistema de controle, para identificar que quando o material de retorno no ponto de carregamento que gradualmente transformam a
o sistema está “desligado” para direção à descarregamento força o material para uma correia na concavidade para carregamento.
trajetória da correia; também conhecido como posição inclinada. transferência, ponto | O local ( e o equipamento
ângulo1negativo. TLV | Limiar de valores Limites, um nível de associado) onde um transportador de correia é
talisca , correia com talisca | Objetos em pó ao qual se acredita que um trabalhador possa carregado ou2 descarregado
seções elevadas da correia, usados para ficar exposto diariamente durante sua vida ativa transmissão | Um arranjo de componentes
estabilizar o material carregado para cima em sem sofrer efeitos adversos sobre sua saúde; elétricos e mecânicos que fornecem poder
um aclive. expresso em partes por partes de milhão de ar de movimento a um transportador ou outro
2
taxa de alimentação | A quantidade de fluxo (PPM) para gases3
e em miligramas por metro equipamento 2

de material que está sendo transferido em um cúbico (mg/m ) para materiais particulados transmissão hidrostática | Um motor auxiliar
transportador, em um determinado momento, como pó, fumaça e neblina. e redutor projetado para operar uma parte do
normalmente expresso em toneladas por hora total, controle ~ do material | Êxito em conter equipamento em uma velocidade bem baixa.
(t/h ou st/h). o derramamento e o material morto e controlar Também chamado 2
de “pony drive”.
tensão | A força ao longo da correia necessária o pó, onde os materiais são mantidos na correia transportador | Uma parte de um equipamento
para ultrapassar a resistência dos componentes e dentro do sistema. projetado para transportar material de um ponto
e transportar a carga. TPH, tph | Abreviação de “toneladas por 2
a outro, ao longo de um trajeto predeterminado.
2
tensão no lado frouxo | A área de menos hora;” uma medida de capacidade. trajetória |
tensão em uma correia; essa área irá variar de O caminho feito pelo material transportado até
o ponto de descarregamento na extremidade U
acordo com a localização das polias de suporte 2
e tensoras; elas são totalmente dependentes dianteira do transportador. transição | A UHMW | Acrônimo para Ultra-High
no transportador individual e devem ser formação da correia em uma concavidade para Molecular Weight polyethylene -Fibra Ultra-
identificadas2para cada aplicação receber a carga; a área onde essa alteração high do Polietileno do Peso Molecular , um
tensionador | Um dispositivo usado para ocorre. 2 material plástico usado comumente utilizado
remover a frouxidão de uma correia e manter transição, área | A área entre a polia traseira como revestimento de chute ou suporte de
a tensão. O tensionador de correia usa um de um transportador e o início da zona de baixa fricção da correia.
contrapeso pesado para manter a tensão da carregamento em que a correia se transforma upstream | A direção dos locais que a correia já
correia; os tensionadores mecânicos usam de plana em completamente côncava ou a área passou, ou1 de volta ao ponto de carregamento.
um dispositivo hidráulico ou ajuste com um em que a correia se transforma de côncava em urdidura | Os fios cruzados em um tecido.
parafuso para manter 2a tensão. polia de descarregamento.
tensionador de água | Um tipo de tensionador transportador de arrasto | Sistema de
do raspador de correia que usa pressão regulada manuseio de material que usa barras ou placas V
de água para manter a tensão nas lâminas do em uma corrente para empurrar a carga para o 2
V, arado em | Um dispositivo em forma de
raspador. ponto de descarregamento. 2
“V” equipado com uma lâmina de borracha ou
2
tensionador da correia | Um dispositivo que transportador helicoidal | Um tipo de
uretano que se move acima do ciclo de retorno
alonga ou encolhe a correia por meio de uma transportador que usa uma broca giratória
dentro de um tubo fechado para transportar de uma correia para desviar qualquer resíduo
polia com peso para manter a tensão na correia. de material para longe d polia traseira.
tensionador, dispositivo de tensionamento | material de um ponto a outro
transportador tipo empilhadeira | Um
2
V, rolamentos em | Ver roldana de retorno em
Um dispositivo usado para manter uma pressão V. -
de limpeza dos raspadores de correia contra a transportador usado para “empilhar” 2
ou derramar material em uma área de V, roldana de retorno em | Uma roldana
superfície da correia. de retorno que incorpora dois cilindros em
tensionador, trajetória do | A distância em que armazenamento. Um transportador tipo
empilhadeira pode ser “fixado”, para derramar uma configuração em “V” para melhorar o
o tensionador pode se mover enquanto a correia
material em um único local, ou “girar”, para alinhamento da correia no ciclo de retorno.
está em funcionamento.
2
espalhar material em um movimento de vale, ângulo de | O angulo entre duas paredes
tensora, mola | Um dispositivo mecânico que
varredura sobre uma área maior. do chute criado pelo lado da parede que se junta
utiliza a força variável de uma mola ou molas
transportador unidirecional | Transportador à parede traseira.
conectadas entre a estrutura do transportador
e o bloco de montagem da polia traseira para que carrega material em uma única direção vazamento | Material que escapou do sistema
manter a tensão em uma correia. 2 transbordamento | Um problema no qual o de manuseio de material, derramando pelas
terciário, raspadores da correia , terciária, material transborda do chute, causado pelo laterais, ou caindo das aberturas ou sendo
posição | A área depois da polia de suporte para bloqueio deste2
expelido por elas.
a instalação de raspadores de correia adicionais. transversal | A direção de lado a lado, através vedação | Método para evitar derramamento
terminal, polia| A polia em ambas as da correia. 2 onde se contem os resíduos e o pó na borda da
extremidades do transportador, as polias traseira, caixa de vedação da porta calha-guia.
dianteira e traseira. | Um compartimento fechado localizado vedação, faixa(s) | O material de elastômero
teste | Ver teste da coreia. na extremidade traseira de uma zona de instalado entre a calha-guia e a correia para

539
VED-ZON | Glossário

evitar o derramamento.
vedação, sistema | Vedação de elastômero W
2
e mecanismo de grampeamento na borda wing pulley , wing-type pulley | Um tipo de
da calha-guia para conter o pó e evitar o polia auto limpante que sustenta a correia em
derramamento. palhetas individuais ao invés de uma superfície
vedada, área | A área do ponto de transferência sólida.
fechada dentro da calha-guia; a área do ponto
de transferência desde o ponto de carregamento
até a saída. X
velocidade de captação | A velocidade na
qual o ar que se move sobre uma cama de
um determinado material pode retirar o pó da Y
superfície levá-lo para fora, normalmente entre
um intervalo de 1,0 a 1,25 metros por segundo Z
(200 a 250 pés/min).
zero, ângulo | Ângulo de ataque da correia em
Vibrada, densidade a granel | Também
que a lâminas são instaladas perpendicularmente
chamada de densidade a granel consolidada
(90º) à linha da correia.
(ρ2), obtida aplicando uma força de compressão
zero, botão de velocidade | Botões elétricos
(F) ou energia vibratória a um corpo de
usados para detectar uma parada de um eixo
material; usada para determinar o peso do giratório, como em um motor de transmissão
material transportado na correia com base no de um transportador.
ângulo de sobrecarga. 2 zona de assentamento | Uma parte alargada
vibratório, alimentador | Um tipo de da área coberta do chute, depois da área de
alimentador que usa uma concavidade isolada impacto da zona de carregamento; o volume
ou suspensa com um vibrador anexado para extra designado para diminuir o fluxo de ar e
mover o material de um recipiente para um permitir que o pó transportado pelo ar retorne
chute de transferência.
1 à carga do material principal e ar limpo para
viscosidade | Resistência do material para fluir escapar. 2
sob tensão. 2 zona de carga , zona de carregamento |
Vulcanizada, emenda | Um tipo de emenda no O ponto de recebimento em que o material
qual as camadas são sobrepostas e aglutinadas é descarregado ou alimentado em um
juntas, usando calor e pressão (“vulcanização transportador.
a quente”) ou um agente de ligação químico
(vulcanização1a “frio”).
vulcanizador | um dispositivo para aplicar
calor e pressão para vulcanizar uma emenda;
também chamado de prensa.

540
Glossário |

FONTES
1 2
Conveyor Belt Guide Stahura Coveyor Products
www.ConveyorBeltGuide.com www.scp-pa.com

541
Abreviação das medidas

Sistema Métrico Sistema Inglês


Descrição Abreviatura Abreviatura Descrição
centímetro cm BTU unidade térmica britânica
centímetro cúbico cm 3 BTU/lb m unidade térmica britânica por libra
massa
metro cúbico m3 ft pés
metro cúbico por hora m /h 3
ft/min pés por minuto
metro cúbico por minuto m /min
3
ft/s pés por segundo
metro cúbico por segundo m 3/s ft 2 pés quadrados
decibéis - áudio dBA ft 3 pés cúbicos
graus Celsius °C ft 3/h pés cúbicos por hora
grama g ft /min
3
pés cúbicos por minuto
hectopascal hPa ft /s
3
pés cúbicos por segundo
quilohertz kHz gal galão
quilograma kg gal/h galões por hora
quilograma por metro cúbico kg/m 3
gal/min/in. galões por minuto por polegada
quilograma por litro kg/l or kg/L gal/s galões por segundo
quilograma por segundo kg/s h hora
quilograma por metro quadrado kg/m 2 hp cavalo-vapor ou cavalo-força
quilojoule kJ in. polegada
quilojoule por quilograma kJ/kg in. 3
polegada cúbica
quilômetro km lb/ft 2 libras por pés quadrados
quilômetro por hora km/h lb f libra-força
quilonewton kN lb f /ft libra-força por pés
quilonewton por metro kN/m lb f /in. 2 libra-força por polegadas
quadradas
quilonewton por metro cúbico kN/m 3 lb f /ft 3 libra-força por pés cúbicos
quilopascal kPa lb f /in. libra-força por polegadas
quilowatt kW lb m libra massa
litro l or L lb m/ft 3 libra massa por pés cúbicos
litro por hora l/h or L/h lb m/s libra massa por segundo
litro por minuto por metro l/min/m or L/min/m mile milha
litro por segundo l/s or L/s min minuto
megahertz MHz mph milha por hora
metro m °F graus Fahrenheit
metro por minuto m/min oz onça
metro por segundo m/s oz m onça massa
micrograma µg psi libras por polegada quadrada
mícron µ psi libra-força por polegada quadrada
miligramas por metro cúbico mg/m 3 PWI libra por largura em polegadas
mililitro ml s segundo
milimetro mm
newton N
newton por milímetro N/mm
newton por metro N/m
metro quadrado m2

542
Chapter Title | Chapter #

Apêndice C

ETIQUETAS DE SEGURANÇA

543
Etiquetas de Segurança | Visão Geral

Etiquetas de Segurança
As informações a seguir e recomendações de segurança ser adquiridas através do site da CEMA (www.cemanet.org) ou
das etiquetas são publicadas com a permissão da Conveyor por correspondência para Conveyor Equipment Manufacturers
Equipment Manufacturers Association (CEMA – Associação Association, 6724 Loan Oak Boulevard, Naples, Florida 34109,
de Fabricantes de Equipamentos de Transportadores) e estão telefone 239-514-3441. Também podem ser obtidas diretamente
disponíveis no Livreto 201 da CEMA. As etiquetas podem de qualquer fabricante de equipamento para transportadores.

Significado das Etiquetas de Segurança Símbolo/Imagem


da CEMA Uma representação gráfica destinada a emitir uma mensagem
O programa de Etiquetas de Segurança da CEMA utiliza cores, sem o uso de palavras. Pode representar um risco, uma situação
sinais e palavras específicos (palavras que designam um grau ou perigosa, uma precaução para evitar um perigo, um resultado de
nível de gravidade de risco) para classificar as etiquetas em três não evitar um perigo ou qualquer combinação dessas mensagens.
categorias de risco:
Mensagem em Palavras
ETIQUETAS DE PERIGO Consiste em duas partes. A primeira seção descreve o risco. A
segunda dá instruções sobre o que fazer ou não fazer para evitar
Etiquetas com “Perigo” indicam uma situação de perigo
o risco.
iminente que, se não evitada, irá resultar em morte ou graves
lesões. Devem se restringir a situações extremas.

ETIQUETAS DE AVISO SINAL PALAVRA


Etiquetas com “Aviso” indicam uma situação potencialmente
perigosa que, se não evitada, pode resultar em morte ou lesões SÍMBOLO
MENSAGEM EM
graves. OU PALAVRAS
IMAGEM
Parte Um
ETIQUETAS DE CUIDADO Parte Dois
Etiquetas com “Cuidado” indicam uma situação
potencialmente perigosa que, se não evitada, pode resultar em
lesões pequenas ou moderadas. Também podem ser utilizadas
para alertar contra práticas inseguras.

Nota: “Etiquetas de “Perigo” ou de “Aviso” não devem ser


utilizadas em casos de danos à propriedade, a não ser que
esses casos envolvam riscos de lesão pessoal condizente com
esses níveis. É permitido utilizar a etiqueta de “Cuidado”
para os casos em que só há possibilidade de danos à
propriedade.

544
Perigo | Etiquetas de Segurança

PERIGO
Indicam uma situação de risco iminente que, se não evitada, irá resultar em morte ou graves lesões. Deve se limitar a
situações extremas.

PERIGO PERIGO
Subir, sentar, andar ou montar
em um transportador, a
qualquer momento, irá causar
lesões graves ou morte

AFASTE-SE

PERIGO Condição Perigosa


Voltagem perigosa irá causar Entrada irá causar lesões
lesões graves ou morte graves ou morte
DESLIQUE A ENERGIA antes DESLIQUE A ENERGIA
de fazer a manutenção E BLOQUEIE O
GUINDASTE
antes de fazer a manutenção

PERIGO
Peças em movimento irão
causar lesões graves

MANTENHA DISTÂNCIA

545
Etiquetas de Segurança | Aviso

AVISO
Indica uma situação potencialmente perigosa que, se não evitada, pode resultar em morte ou lesões graves.

AVISO AVISO AVISO


Peças em movimento Roscas e peças em O Equipamento inicializa
expostas podem causar movimento podem causar automaticamente –
ferimentos graves ferimentos graves pode causar ferimentos
TRAVE O FORNECIMENTO TRAVE O FORNECIMENTO graves
DE ENERGIA antes de DE ENERGIA antes de MANTENHA DISTÂNCIA
remover o protetor realizar a manutenção

AVISO AVISO AVISO


Peças em movimento Equipamento em movimento Realizar a manutenção
expostas podem causar pode causar ferimentos enquanto está pressurizado
ferimentos graves graves pode causar ferimentos graves
TRAVE O FORNECIMENTO MANTENHA DISTÂNCIA TRAVE a fonte e
LIBERE A PRESSÃO
DE ENERGIA
antes de realizar a
antes de realizar a
manutenção
manutenção

AVISO AVISO AVISO


Manutenção em movimento ou Peças em movimento expostas Transportadores e peças em
equipamento energizado pode podem causar ferimentos movimento expostas podem
causar ferimentos graves graves causar ferimentos graves
TRAVE O FORNECIMENTO TRAVE O FORNECIMENTO DE
TRAVE O FORNECIMENTO
ENERGIA
DE ENERGIA DE ENERGIA
antes de remover a cobertura e
antes de realizar a antes de realizar a realizar a manutenção
manutenção manutenção

AVISO AVISO AVISO


Eixo rotativo pode causar
ferimentos graves
Mantenha o cabelo e partes
soltas da roupa à distância

AVISO Transportadores e peças em Hélices e peças em movimento


Realizar a manutenção enquanto movimento expostas podem podem causar ferimentos graves
está pressurizado pode causar causar ferimentos graves TRAVE O FORNECIMENTO DE
ferimentos graves TRAVE O FORNECIMENTO DE ENERGIA
TRAVE a fonte e ENERGIA antes de realizar a manutenção
LIBERE A PRESSÃO antes de remover a cobertura e
antes de realizar a manutenção realizar a manutenção

AVISO AVISO AVISO


Protetor removido – risco de
ferimentos graves
NÃO OPERE
Sem o protetor

AVISO Caçambas e peças em Peças em movimento expostas


Andar ou permanecer na movimento expostas podem podem causar ferimentos graves
cobertura ou nas grades do causar ferimentos graves TRAVE O FORNECIMENTO DE
transportador pode causar TRAVE O FORNECIMENTO DE ENERGIA
ENERGIA antes de remover a proteção
ferimentos graves
antes de remover a cobertura ou
PERMANEÇA AFASTADO realizar a manutenção

546
Cuidado | Etiquetas de Segurança

CUIDADO
Indica uma situação potencialmente perigosa que, se não evitada, pode resultar em lesões pequenas ou moderadas.
Também podem ser utilizadas para alertar contra práticas inseguras.

CUIDADO CUIDADO CUIDADO


Não entre SUPERFÍCIE QUENTE Pouco Espaço Livre
.
Área de Risco
O contato com a pele pode Preste Atenção
Apenas pessoal autorizado causar queimaduras

CUIDADO CUIDADO CUIDADO


Verifique se o Sistema de Limpeza e
Verifique se o sistema da saia está Risco de Tropeçar Raspagem da Correia está corretamente
ajustado corretamente
A instalação, inspeção, ajuste e instalado
Preste Atenção A instalação, inspeção, ajuste e
manutenção incorretos
pode resultar em derramamento, manutenção incorretos
emissão de pó, tempo ocioso,
Olhe por onde anda pode resultar em derramamento, emissão
danos ao equipamento ou lesões de pó, tempo ocioso, danos ao
pessoais equipamento ou lesões pessoais

CUIDADO CUIDADO CUIDADO


Ambiente Perigoso Verifique se o Amortecedor de Impacto
está corretamente instalado
É necessário protetor para A instalação, inspeção, ajuste e
respiração manutenção incorretos pode resultar em
Apenas pessoal autorizado derramamento, emissão de pó, tempo
ocioso, danos ao equipamento ou lesões
pessoais

CUIDADO CUIDADO
Risco de Choque Elétrico
Verificar se a Correia está no lugar e Nível de ruído perigoso Pode ser necessário mais de um
alinhada corretamente
A instalação, inspeção, ajuste e É necessário proteção comutador de desconexão para
manutenção incorretos auricular nessa área desenergizar o equipamento
pode resultar em derramamento, antes de realizar a manutenção
emissão de pó, tempo ocioso,
danos ao equipamento ou lesões
pessoais

547
Etiquetas de Segurança | Orientações de posicionamento

Produto: Equipamento de manuseio de material a granel | Equipamento: Transportadores de


correia para material a granel

AVISO AVISO AVISO


Peças em movimento Equipamento em movimento
expostas podem causar pode causar ferimentos
ferimentos graves graves
TRAVE O FORNECIMENTO MANTENHA DISTÂNCIA
DE ENERGIA antes de
remover o protetor

A. Deve ser colocada em protetores B. Colocar em porta(s) de inspeção.


removíveis para avisar que a operação Deve ser colocada em transportadores
da máquina sem o protetor irá expor em que há peças móveis expostas que Peças em movimento expostas
podem causar ferimentos graves
correntes, correias, engrenagens, devem ser desprotegidas para facilitar TRAVE O FORNECIMENTO DE
eixos, polias, acoplamentos, o funcionamento, ou seja, cilindros, ENERGIA
etc., o que gera riscos. polias, eixos, correntes, etc. antes de remover a proteção

AVISO PERIGO C. Deve ser colocada em protetores


O Equipamento inicializa
automaticamente – Subir, sentar, andar ou montar removíveis para avisar que a operação
pode causar ferimentos em um transportador, a da máquina sem o protetor irá expor
graves qualquer momento, irá causar correntes, correias, engrenagens, eixos,
MANTENHA DISTÂNCIA lesões graves ou morte polias, acoplamentos, etc., o que gera
risco.
AFASTE-SE

D. Colocar na entrada da passarela E. Espaço até um máximo de 50 pés dos


do transportador. É um aviso geral centros (laterais da passarela). Deve
para os empregados de que as peças ser colocado a até no máximo 50’ do
móveis do transportador, que funcionam centro, ao longo da lateral da passarela.
sem protetor, ou seja, correias, cilindros,
polias do terminal, etc., geram riscos
que devem ser evitados; em particular,
transportadores cujo movimento é
acionado por um controle automático
próximo às estações de trabalho do
operador devem usar essa etiqueta.

CUIDADO
Não entre
Área de Risco
Apenas pessoal autorizado

F. Deve ser colocado nas entradas de


áreas fechadas que irão expor os
empregados a riscos operacionais ou
ambientais e aos quais só devem ter
acesso pessoal treinado e autorizado,
sob determinadas condições.
Exemplos: transportadores de
elevação,espaços confinados, etc.

548
Orientações de posicionamento | Etiquetas de Segurança

Produto: Equipamento de manuseio de material a granel | Equipamento: Acessórios dos


transportadores de correia para material a granel
Essas etiquetas devem ser colocadas nos acessos de manutenção ou próximo a eles, para os seguintes acessórios dos
transportadores de correia para material a granel:

CUIDADO CUIDADO
Verifique se o sistema da saia está Verifique se o Amortecedor de Impacto
ajustado corretamente está corretamente instalado
A instalação, inspeção, ajuste e A instalação, inspeção, ajuste e
manutenção incorretos manutenção incorretos pode resultar em
pode resultar em derramamento, derramamento, emissão de pó, tempo
emissão de pó, tempo ocioso, ocioso, danos ao equipamento ou lesões
danos ao equipamento ou lesões pessoais
pessoais

Sistema de vedação
de correia Camas & amortecedores
de impacto

Sistemas de monitora-
Limpadores & raspadores mento & alinhamento de
de correia correias

CUIDADO CUIDADO
Verifique se o Sistema de Limpeza e Verificar se a Correia está no lugar e
Raspagem da Correia está corretamente alinhada corretamente
instalado A instalação, inspeção, ajuste e
A instalação, inspeção, ajuste e manutenção incorretos
manutenção incorretos pode resultar em derramamento,
pode resultar em derramamento, emissão emissão de pó, tempo ocioso,
de pó, tempo ocioso, danos ao danos ao equipamento ou lesões
equipamento ou lesões pessoais pessoais

549
Etiquetas de Segurança | Cartaz de Segurança CEMA sobre Transportadores de Material a Granel

550
Chapter Title | Chapter #

Apêndice D

ÍNDICE
• ÍNDICE DE EQUAÇÕES........................................................................................................ 552

• ÍNDICE DE TABELAS............................................................................................................. 553

• ÍNDICE REMISSIVO............................................................................................................... 554

551
Índice de equações

Número Título . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página


3.1 Cálculo da Energia Necessária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
7.1 Cálculo do Fluxo de Ar Total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
7.2 Cálculo do Ar Deslocado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
7.3 Cálculo do Ar Induzido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
7.4 Cálculo da Quantidade de Ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
8.1 Cálculo dos Ângulos de Vale . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
9.1 Requisito de Força da Saída do Vibrador Linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
10.1 Cálculo da Força de Impacto de um Cascalho de Material (CEMA STANDARD 575-2000) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141
10.2 Cálculo da Força de Impacto de um Fluxo de Material (CEMA STANDARD 575-2000) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142
10.3 Cálculo de Queda da Correia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
10.4 Cálculo da tensão Aplicada à Correia devido a Suporte de Vedação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
10.5 Cálculo da tensão Aplicada à Correia devido à Cabine de Impacto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150
10.6 Cálculo do Consumo de Energia Aplicado à Condução da Correia devido ao Suporte de Impacto e Vedação . . . . . . . . . . . . . 150
11.1 Comprimento da calhas-guia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163
11.1.1-4 Exemplo de problema de comprimento da calha-guia nº 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164-167
11.2 Altura da calha-guia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163
11.2.1-4 Amostra de problema de altura da calha-guia nº 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164-167
13.1 Cálculo de tensão agregada à correia devido à vedação da calha-guia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192
13.2 Cálculo da energia adicional necessária para conduzir a correia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192
14.1 Cálculo da Tensão Aplicada à Correia pelo Raspador de Correia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 234
14.2 Cálculo do Consumo de Potência Aplicado à Fonte da Correia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 234
14.3 Calculando o Pó Potencial Gerado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 240
15.1 Consumo de Potência de um Raspador de Proteção de Polia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 249
16.1 Calculando a Força de Desalinhamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 275
16.2 Calculando a Força de Alinhamento de Sucção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 276
16.3 Calculando a Força para Compensar um Condutor Programável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 276
18.1 Área de Cálculo da Bolsa de Filtragem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 303
20.1 Velocidade de Captura das Partículas de Pó . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 336
22.1 Cálculo de Continuidade para Área da Seção Transversal de Fluxo Material . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 361
24.1 Cálculo da Quantidade de Material Morto Entrando na Caixa de Lavagem por Dia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 391
24.2 Cálculo do Material Morto Desejado na Saída da Caixa de Lavagem por Dia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 392
24.3 Cálculo da Quantidade de Efluente Tratado por Minuto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 393
24.4 Cálculo de Água Tratada Necessária por Minuto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 394
25.1 Relação da Fricção de Interface . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 406
25.2 Cálculo da Capacidade da Correia com Propriedades Diferentes de Carvão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 409
31.1 Cálculo do Custo de Capital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 467
31.2 Cálculo do Retorno sobre o Investimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 467
31.3 Cálculo do Retorno sobre o Investimento em Anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 467
31.4 Cálculo do Retorno sobre o Investimento em Meses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 467
31.5 Cálculo do ROI para a Empresa Happy com o Nível II de Limpeza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 481
31.6 Cálculo do Retorno sobre o Investimento para a Empresa Happy com o Nível III de Limpeza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 482

552
Índice de Tabelas

Número Título . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página


1.1 Acúmulo de Material Fugitivo com o Passar do Tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.2 Sistema de Matriz de Risco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.1 Dados da MSHA sobre Acidentes em Transportadores entre 1996 e 2000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
7.1 Nível Aproximado de Ar Gerado por Tipos Distintos de Britadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
9.1 Tamanhos Típicos de Vibrador por Peso de Material Dentro do Chute . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
9.2 Saídas de Força do Vibrador com Base na Densidade Aparente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
9.3 Características de Aparelhos de Auxílio de Fluxo Comuns . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
9.4 Aplicações Adequadas para Auxílios de Fluxo por Características do Material . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
10.1 Classificações de Roldanas (com base nos Padrões CEMA) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
10.2 Espaçamento Recomendado de Roldanas para Aplicações Fora da Zona de Carregamento, conforme Publicação da CEMA 136
10.3 Sistema de Classificação de Cabine de Impacto CEMA STANDARD 575-2000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142
11.1 Projeto recomendado de zona de carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 156
11.2 Tamanhos recomendados para ângulos de ferro para suportes de calha-guia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
11.3-6 Exemplo de problema de calha-guia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164-167
12.1 Materiais de forro de desgaste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 174
13.1 Guia de seleção comparativa típica para vedação de calha-guia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190
13.2 Força entre a correia e a faixa de vedação com vários sistemas de vedação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191
14.1 Cobertura Mínima da Lâmina de Limpeza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 206
14.2 O Nível Médio de Material Morto Permitido a Permanecer na Porção Limpa da Correia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 232
14.3 Consumo de Energia Aplicado às Exigências do Condutor do Transportador por Vários Tipos de Raspadores de Correia . . . 235
14.4 Características do Material Morto que Passa pelo Sistema de Limpeza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 236
14.5 Suposições de Exemplo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 238
17.1 Porcentagens de Tamanhos de Partículas que Ultrapassam o Equipamento de Seleção de Tamanho de 10 Mícrons . . . . . . . . .282
17.2 Níveis de Exposição ao Pó Admissíveis para Oito Horas Diárias, de Acordo com a Administração de Saúde e Segurança
Ocupacional (OSHA) (EUA) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 283
19.1 Matriz de Aplicação de Supressão de Pó . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 306
19.2 Taxas Típicas de Adição de Umidade para Sistemas de Supressão de Pó . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 308
19.3 Níveis Máximos Típicos de Adição de Umidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 312
19.4 Penalidade Térmica da Adição de Umidade em uma Usina de Carvão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 314
19.5 Penalidade Térmica em uma Usina de Carvão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 320
20.1 Velocidades de Transporte de Pó com Base no Tamanho de Partículas de Pó . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 336
23.1 Tamanhos Típicos para Hélices Centrífugas Usadas com Correias Transportadoras Aéreas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 367
24.1 Consumo de Água para Sistemas Típicos de Lavagem de Correia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 385
24.2 Comparação dos Vários Métodos de Remoção de Água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 388
27.1 Ferramentas para a Vistoria do Local . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 426
27.2 Estatísticas do Sistema do Transportador de Correia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 426-427
27.3 Considerações sobre a Vistoria no Local . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 429
28.1 Manutenção Preventiva do Transportador de Correia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 440-441
31.1 Conversões de ROI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 468
31.2 Dados Usados nos Cálculos do ROI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 468
31.3 Formulário de Pontuação da Escala Swinderman . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 477
31.4 Formulário de Pontuação da Escala Swinderman (Com os Pesos Atribuídos pela Gerência) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 477
31.5 Pesquisa de Base . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 478
31.6 Pesquisa 1o Mês . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 478
31.7 Pesquisa 2o Mês . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 479
31.8 Pesquisa 3o Mês . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 479
31.9 Declaração de Lucros e Perdas (com Limpeza de Nível II) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 480
31.10 Custos Estimados para Alcançar Níveis Específicos de Limpeza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 481
31.11 Custos/Economias Estimados para Alcançar Níveis Específicos de Limpeza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 482
31.12 Declaração de Lucros e Perdas Corrigida (com Limpeza de Nível III) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 483

553
Índice

3-D (veja modelagem computadorizada 399-400,409-10,472 265, 440


tridimensional) fricção interna, 404-06 capacidade, correia, 18, 29-30, 33,
escascar, 207 46, 52, 80-1, 104-05, 133, 155, 157,
A ,ângulo, 207-08,212,214,233 172-73, 185, 341, 347, 353, 401, 406,
aliviar, 159, 162, 175-76 408-10, 426
acertando os condutores, 262-64 raspar, raspas, 207, 225 caixa de lavagem, 203, 216, 220, 232,
acesso, 21-2, 103-04, 107-13, 414-23 sobrecarga, 355, 400-01, 408-10 377, 380-86, 389-95, 407, 475, 489
portas, 22, 87-8, 113, 162, 299, 333, vale, 101, 103, 108, 111, 114-15 caixa de pedra, 102, 109-10, 140
357,381,390,415,420-21 fricção lateral, 402, 405-06 calço, 219, 225
plataforma, 357, 417 relação de aspecto (veja correia) calha-guia, 152-168
para raspadores de correia, 202,
atomização, 290, 306, 309-10 calha-guia, vedação, 30-1, 50-1, 71,
223, 381
ângulo, 353-54 80, 87-8, 96-8, 105-06, 108, 111, 114,
para chutes, 112-13, 125,422
ar, canhão de, 22, 93, 103, 112-13, 117, 131, 138, 143, 145, 149
para vedações da calha-guia, 101
119, 122-27, 359, 421, 486, 495-96, cama de deslizamento, 30,85, 131
acidentes, 6, 12, 15-8, 23-5, 88, 197, 241,
501-02 pastoso, 29, 324-25, 377-78, 390
283,285,417,470-71,481
ar, fluxo de 38-9, 91-3, 95-8, 101, 123, projeto de chute leve, 117, 124 e
custo dos, 6, 8, 17-8, 25, 470-71
154-55, 159, 163-67, 285, 287, 292, spaçamento, 40, 69, 82, 176, 186,
ativa, coleta ~ de pó (veja coleção
297-98, 300-03, 324-27, 333-34, 358, 239, 267, 270, 367, 384, 435
de pó)
368, 374, 402, 427, 472 transportador, 414-23
aço, 53, 102, 109, 419
desprendido, 91-3, 300, 310, 350, roldana, 135-36, 147-48, 161, 225
aditivo, 305, 309, 311-14, 317-18, 321
358 reposição,peça de, 438
espuma, 290, 293, 305-06, 308, 312-
gerado, 91-4, 123, 288, 301, 358 correia de aceleração, 111
19, 487, 490, 493, 503
induzido, 91-4, 96-8, 111, 299, 335, monitoramento da emenda/emenda,
neblina, 289, 293, 306-12, 314-15,
350, 357-58, 402 72-3
318-19, 501
ar, lâmina de, 203, 220, 388, 393, 489, estação de emenda/emenda, 72
residual, 290, 306-07, 314-15, 319,
507 cortina de borracha, 300
351,490,493
ar, transportador sustentado por, 145- chute curvo inferior, 96-7, 107, 111-
aeração, 351,357
46, 148, 162, 299, 343, 365-66, 368- 12, 288, 298-99, 349, 351-53, 357,
dispositivos, 117, 123, 125
75, 490, 492, 497 360, 369, 375, 458
sistemas, 117, 123
arco, 47, 55, 79, 208, 256-57, 440 barra de jato d´água/pulverizador,
alada, polia (veja polia)
área da correia livre, 163 220-21, 377, 381, 383-84, 390, 393-
alinhador de correia 20-1, 31, 78, 257-58,
área da seção transversal, 52, 95-97, 101, 94, 469
372, 380, 417, 440-41, 475, 486
104-05, 107, 157, 163, 173, 360- barra de içamento, 49-50
altura de queda, 45, 96, 98, 105, 107,
61,403, 407, 409 rodo, 206, 211, 216-17, 221, 377,
109, 113, 132, 141-42, 153, 246, 297,
área de alta tensão, 79, 80, 208, 261, 380, 386-88, 394
353, 361, 476
265-66 Carga de Desalinhamento da Roldana
ângulo de concavidade, 45-8, 55, 80-1,
área, 48, 77, 80, 82, 85-9, 105-07 (IML), 275
83, 85, 88-9, 104-05, 132, 134, 138,
ar-tecido, relação (veja coleção de pó) pó inflamável, 282-83, 291-92
144, 156, 162, 257, 300, 302, 353,
aterramento, 292, 301-2 carregamento desalinhado, 11, 102, 198,
355, 365, 426, 507
256, 259, 345, 352, 375
ângulo de limpeza, 200, 207, 213, 223,
B carregamento, 43, 52, 97, 105-11, 136,
225-26, 233, 493
139, 148, 186, 349-61, 379
ângulo do chute, 111, 349, 356, 407 Barra de Material Morto de Stahura,
cavalo vapor, exigências (veja consumo
ângulo para descascar, limpeza da 199
de energia)
correia, 207 uso inicial/inicialização, 10, 23, 108,
chapuz/talisca, 42, 218-19, 501, 507, 509
ângulo para raspar para limpeza da 191, 264, 274, 307, 332
cohesion,91,94, 108-10, 118-19, 199-
correia (veja ângulo), 11,41-2, 45, blockout (veja também lockout/tagout/
200, 236, 288-90, 307, 355-58, 378,
47, 51, 70, 78, 80-1, 85-8, 106, 131- blockout/testout), 19-21,71
402-03, 406-08
32, 149, 153, 155, 157, 160-61, 163, bolsa de pó, 300, 303
chatter, belt cleaner blade, 53-54, 203,
171-72, 204, 253, 288, 300, 370, 374, bolsa, 301, 303, 326-28, 330, 332-34, 358
208, 501
492, 494-96, 505, 507 borda, vedação da, 153, 155, 180-93
chave de chute ligada, 357
extremidade/borda, 33-4, 71, 77, BTU, penalidade por (veja penalidade
chave/botão/comutador, 265-66, 427
87-8, 108, 138-9,145, 147, 153, 171, térmica)
chevron, correia, 42, 218-19, 500, 507
178, 180-92 buchas de cerâmica, 123-24, 160, 174-75
chevron, raspador de correia, 218-19,
entrada, 86 buchas, chute, 103, 110, 160,420,496
501, 507
ângulo , baixa fricção, 103, 117, 226-27
chevrons, e, 218-19, 501, 507
chute, 111,349,356,407 Bunsen, Teste com Maçarico, 38-39
grau alimentício, 218-19
limpeza, 200, 207, 213, 223, 225-26,
níveis de, 199, 201, 230-31, 238-40,
233, 493 C
481-82
de ataque, 205, 207-08, 212, 214, Cabo, transportadores de correia por, mineração, 216-17, 499
224, 381 506 chute curvo superior e chute curvo
de inclinação, 42, 353, 507 curvatura, 44-5, 49, 55-6, 79, 256, inferior, 96-7, 107, 288, 298-99,
de repouso, 79-81, 105, 157, 355,

554
Índice

351-53, 369 desalinhamento, 37, 77, 157, 216, 245, 247, 267, 299, 307, 316, 319,
chute, largura, 97, 108, 114, 156 246, 253-77, 369 345, 375, 417, 419, 435, 440-41, 486,
chute, modelagem, 97, 102, 200, 341, reparo, 56-64, 417 498-99, 502, 506
347, 349, 353, 355-59, 425, 508 por aderentes, 56-7, 61-4 dianteiro, chute, 19, 93-4, 98, 103-5, 107-
chutes de carregamento, 17, 31, 86, 92, por fixadores mecânicos, 57-9 8, 299,360,371,390
96, 104, 108, 110-11, 152, 154, 158, falha, 131-32, 136, 138, 142-43, discreto, método de modelagem de
258-59, 264, 298, 375, 489, 500 146-49, 176 elemento ~, 97, 102, 105, 347, 355-
ciclone, 324-25, 329 emendando/juntando, 61-73, 202, 56, 358
coesividade, 91, 94, 288, 290 257, 513 distância, 45, 47-8, 55, 77, 81-5, 87, 89,
colagem química, 62-64 por colagem a frio (química), 57, 160
coletor de pó, 158, 288-90, 293, 322-36, 61-5 gradual, 88
385, 427, 441, 488-89, 493, 497 por emendas mecânicas, 46, 57-8, roldana, 30, 47-8, 82-4, 87, 107
ativo, 92, 98, 158, 237, 293, 299, 61, 64-5, 67-73, 202, 208, 214, 222, dois estágios, 88
303,306,316,321,323-24 256, 369, 426, 486, 494-95 velocidade de transporte, 335
coletores centrífugos, 324-25 por vulcanização, 61-6, 70-3, 202, descarregador, 30, 82, 237, 259, 306,
coletores de filtro de cartucho, 324, 326 214, 369, 417, 426, 492, 494, 513 315, 477-9, 488, 502
como alinhador, 123, 175, 227, armazenamento, 37, 44, 48-50, 56
407 suporte, 130-151 E
nas barras de suporte de tensão, 46, 132, 148-49, 261-62, 274- e ângulo de concavidade, 30, 81 CARP
vedação, 139 75, 508 (veja raspadores da correia de ângulo
computador, modelagem (veja alinhamento, 252-277 constante)
modelagem de chute) testando, 252-277 e capacidade da correia, 47, 401, 409-10
confinado, espaço, 8, 53, 99, 104, 113, turnover (veja turnover, correia) tubo, transportador de, 510-11
147, 162, 176, 292, 317, 328, 333, lavagem, 203, 205, 211, 216, 218,
turnover, correia, 202-03
342, 344, 360, 395, 420-22, 429 220-21, 232, 238, 376-95, 403, 407,
e o alinhador da correia, 253, 263-64,
consolidadada, densidade a granel, 399- 469, 475, 489, 499
275
400 desgaste, 85, 97, 107, 136, 185, 188,
e a vedação da calha-guia, 181,
constante, limpeza de área ~, 212-13 221, 299, 356, 378
187, 191
constante, raspador de correia de ângulo cortina de pó, 95, 98, 107, 157-58, 227,
e a bucha de desgaste, 174
~ do, 212-13 289, 299-302, 307, 316, 352, 360
e o sistema de suporte da correia, 132,
consumo de energia, 44, 151, 248-49 e crosta, demolidor de, 217-18, 497, 502
135-36, 149-50
e o raspador de correia, 149, 151, e vedação da borda, 52, 155, 172-73, 185,
221, 223, 234-35, 242 D
190
contrato, manutenção, 11, 98, 214-15, da correia, 85, 97, 106-07, 136, 148, 185, efluente, 377, 382-83, 388-407
229-30, 294, 427, 430-31, 436-37, 188, 212, 221, 226, 299, 349, 356, eletrostático, precipitador, 323-26
447, 462 378 emenda estilo dedos, 62-4
coroadas, polias, 79, 267 das lâminas, 206, 213, 215, 221-24, emenda, 46, 68, 202, 208, 212, 214, 222,
correia com extremidade cortada, 44, 49 229, 379, 487, 495 256, 369, 486, 494-95
correia de alimentação, 80, 167, 191, 265 dano por intrusão, 43, 97, 440 emenda, 47-8, 78, 82-3
correia reversível, e 218, 233 induzido, ar, 91-4, 96-8, 111, 299, emergência, desligamento, 18, 21-2, 35,
correia reversível, na, 259, 265 335, 350, 357-58, 402 264, 439, 441
parede de chute modular, 298 dano, 41, 43, 50-1, 69, 80, 114, 135,440 empoçamento, 110-11
coletor de pó modular (veja coletor danos por calor, 54 entrada, vedação da área, 85-6, 175-78,
de pó removível) deck/cobrir com tábuas, 246, 344, 395, 299, 331-32
correia, 37-60 510 entranhamento, 96, 299, 316, 332, 350-
alinhamento, 252-277 defletor, 10, 80, 96, 98, 102, 108, 259, 51, 360, 371-72
relação de aspecto, e, 41-2, 55, 257 488, 497 ergonomia, 34, 436
carcaça, 37-71, 78-83, 140, 256, 341, defletor, bucha de desgaste 108, 171-74 escada de pedra, 109-10
380 degradação, 33, 105, 111, 349, 505-06 escova, 203, 219-20, 377, 381, 498, 501
limpeza (veja limpeza da correia) DEM (veja método de Modelagem de escovas rotativas, 203, 219-20, 377, 381,
cobertura, 37-47, 50-63, 68, 70, 72, Elemento Discreto) 498, 501
131, 135,183-88,203-08 desalinhamento, 5-6, 45, 51-2, 56-7, 77, espaçamento, 135-36, 147-48, 161, 225,
dano, 50-59, 69-71, 77-82, 88, 111, 79, 108, 117, 134-35, 145, 155, 159, 270
132, 134, 137-40, 154, 184, 206, 212, 185-87, 197-98, 252-77, 308, 345, inclinada, 263-64
216, 221, 277, 349, 370, 440, 490, 351, 360, 371-72, 486, 489, 495, 502 alinhada, 137, 144
492, 495 desgaste, área, 212-13 teste, 52, 102, 134-35, 268, 271-72,
distância da borda, 80-1, 145, 155- desgaste, e, 110, 171-79, 191, 352, 441 274-77, 345-46, 496
57, 172, 184-85, 187,401,410,487 desprendido, ar, 91-3, 300, 310, 350, 358 transição, 30, 47-8, 83-4, 87, 107
plano, 42, 79-80, 82, 133, 167, 401 diagonal, raspador, 79, 247-48, 250, 495 retorno em V, 134-35,496
grau alimentício, 187, 216, 218-19, dianteira, polia, 17, 21, 23, 30-31, 48, 82, espuma, sistemas de supressão de pó por
499 92, 95-6, 98, 104, 107-08, 110, 124, (veja supressão de pó)
graus de, 42-3, 62 197, 204, 209, 211-14, 217, 233-34, explosão de pó (veja explosão)

555
Índice

explosão, 8, 99, 197, 282-83, 291-93, 301- sobrecarga, ângulo de (veja modular, caixa de lavagem, 381 -82
02, 325-26, 328-29, 333, 372, 408, ângulo) Mohr, Círculo de, 404
420, 492, 494-95 Indicador-Chave de Desempenho (KPI), teor de umidade, 11, 94, 102, 197,
Extremidade/borda, cortes, 56, 245 462, 465 200, 208, 220, 226, 236-37, 290, 308,
inspeção, 16, 18, 24, 33, 59, 72, 113, 125, 320, 323, 326, 335, 351, 355, 378,
F 146-47, 188, 229, 250, 360, 390, 395, 392-94, 399-400, 402-08, 426, 495,
420-22, 424-33, 437-41, 456, 472 498
falha na emenda, 47, 54-5, 82, 134, 440 interface, 356-57, 367, 391 moldada, extremidade da correia,
fechado, transportador, 510 Inspecionar a correia, 424, 428-32 44
filtro, 8, 72, 290, 292, 301-03, 307, 310, Inspecionar a correia, 424-25, 428, 430- múltipla, raspador de lâmina,
317, 323-24, 326-35, 358, 368, 373- 31 206-07
74, 388-89 Inspecionar o transportador, 265, 425, múltiplo, sistema de raspador, 210-
Finite Elementos, Análise de ~ Finitos 428, 430-32, 437 11,215-16, 232, 235, 258, 495
(FEA), 347, 358 interna, fricção, 105, 361, 404-06 multiple-layer sealing, 87, 153, 181,
fixador (see also mechanical splice), 40,
vedação interna, 184-85, 190 186-87, 189, 192
57-8, 61, 64-7, 69-73, 202, 507
invertido, chevron, 507 multiple loading points, 30, 89, 154-55,
fixador tipo dobradiça, 65
161-62, 172
fluxo projetado, 97, 101, 298-99, 343,
J
348-62, 369, 375, 493, 497
N
fluxo, auxiliadores de, 22, 99, 102, 112-
13, 115-29, 254,357,359,421,427-28 K neblina, sistemas de supressão de pó
fluxo, propriedades, 34, 124, 356-57, 359, kilowatt power, exigências (veja consumo por (veja supressão de pó)
403-04, 410 de energia) negativa, pressão, 92, 172, 293, 316
formação de concha, 51 negativo, ângulo, 207-08, 214, 233
FOUNDATION™ , Certificação, 24, L Níveis de Limpeza, 230-31, 239, 481-82
518-19 Nível I, 232, 238, 240, 469, 475
fragmentos de ferro, detector, 30 Laboraório de Testes e Avaliação de Nível H, 232, 238-40, 469, 475,
fricção 105, 200, 276, 355, 405-06, 408, Correias (BELT), 39 480-81
429 lâmina de cobertura, 215 Nível M, 232, 238, 240, 469, 475,
lâmina mestra (veja raspador primário) 481-83
G largura eficaz da correia, 155-57, 183, non-linear, transferência, 102, 106
202
Gerado, ar, 94, 123, 301, 358 laser, inspeção a, 52, 132, 137, 260 O
grade, 110 lavadores de gás, 324-25
Gradual, transição (veja também limites resulatóriose (TLVs), 9 observação, necessidades de, 419
transição), 85, 88 Linear, ajuste, 223-24 opacidade, 11,285-87,473
Gráfico de Gantt, 456, 460 orifício/bico injetor, 118, 122-23, 290,
loco de escoamento, 405-06
307, 309-11, 313-19, 321, 327, 377,
longitudinal, rasgo, 56, 208, 245, 440
H densidade a granel inconsistente, 380, 383-85, 388, 390, 396, 440, 495
horizontal, transportador com curva, 104-05, 361, 399-400, 407, 409-10 oscilação, 225
506, 508, 510 alças, 42
P
humano, fator, 432, 436, 443-451 lubrificação, 146, 371, 416, 435, 438-39,
441 P & L, Demonstração (veja demonstração
I suspenso, 134, 143 de lucros e perdas)
retorno, 30, 134-36, 197-98, 200, para limpeza da correia, 205, 211,216,
impacto, e, 140-42, 105-09, 348-63
202, 225, 237, 239, 248, 250-51, 267, 220-21, 232, 377, 379-80, 469, 475,
lockout (veja também lockout / tagout
274, 365, 368, 375, 427, 475, 493, 487, 507
/ blockout / testout), 18-23, 125, 199,
507 para supressão do pó, 305-08, 312,
317, 421
, emperrado, 5, 37, 235 314
lockout / tagout / blockout / testout,
, autoalinhamento, 134, 274, 277 parede, fricção, 110, 402, 405-06
18, 23, 35, 37, 71, 88, 113, 125, 147,
lucro, 201, 285, 361, 466, 468, 481-82, parede de chute (veja calha-guia)
162, 176, 188, 229, 241, 250, 261,
486 Partícula, distribuição de tamanho de,
273-74, 292, 302, 317, 342, 374, 395,
104, 236, 355, 358, 402, 474
418, 430, 435, 440
impacto, M passarela, 21-2, 35, 146, 162, 250, 317,
346, 348, 371, 416, 418, 422, 430,
bara, 69, 143, 438, 440 manga, 97, 158, 301, 324, 326-29,
435, 438, 440, 474
suporte, 70, 88, 131-32, 135, 138, 331,333,358,493,501
passiva, coleta ~ de pó (veja também
140-44, 146, 148, 352, 382-83, 427, material residual 3-4, 10-2, 53, 196-242,
coleção de pó), 98, 236-37, 293, 296-
486,494, 496, 502 258, 371, 376-96, 343, 407, 469-482,
303, 306, 310, 316,323,334
incêndio, correia me retardante de, 38 487, 495, 503,507,511
peças de reposição, 438
correia plana (veja correia) material, 292, 301-02,331
perdas, demonstração de lucros e, 465,
inclinação (veja ângulo) medida de desempenho, 11, 200, 230-32,
480, 483
inclinação acentuada, transportador 240, 392, 465-83
perfil, rasgos de, 56, 245
com, 507, 509-12 medida de desempenho, 465, 467

556
Índice

permissíveis, limites ~ de exposição pulsado, tecnologoa de limpeza de jato 375, 416, 440-1,486-87,510
(PELs), 9 (veja limpeza de jato reverso), 326 alada, 77-8, 86, 202, 486 ,
Pico, Teste de Abrasão, 43, 188 pulverizador de água, 384, 390, 394 envolto/enrolado, 78
piores condições, 6, 10, 141, 201-02, 210, raspadores da correia
232, 349, 356-58, 374, 384 Q lâmina, 53, 70, 206, 219, 221, 247,
piso, estrutura do transportador, 131-32 378-79, 438, 496
qualidade, sistema, 461
placa, 108, 110 raspadores da correia, 53, 206-13, 215,
Qualitativa, medida, 230, 465, 471-72
placas de pontapé, 108 221-24, 229, 379, 487, 495
quantitativa, medida, 230, 465, 471-72
plenum, 45, 114, 145, 157-58, 163, 168, recuperação, sistema de, 211, 389, 502
360,365-68,371,373-75 relieving angle (veja Ângulos)
R
pneumático, vibrador, 121, 128 residual, sup pressão
pó, amostrador pessoal de. 285-86 rachadura na cobertura superior, 46, respirável, pó, 8, 282-83, 287, 325, 327,
pocket, transportadores, 509 54, 440 360, 494
polia magnética, 498 Radial, adjuste, 147, 213, 223, 233 retorno sobre o investimento (ROI), 34,
montagem de raio de curvatura, 46, 54, 78 175,231, 349, 372, 395, 421, 465-70,
mandril 229 rasgo, detector, 58-9, 427 481-83,513
massa, fluxo de, 399 rasgo, fixador para reparo de, 57-8, 72, reversível, correia, 209, 218, 233, 247-48,
material 438 250, 259, 265, 272-73
polia, 5-6, 11, 17, 21, 23, 29-31, 37-8, raspador de correia de mineração, 216- reverso, ar, 327
41,43,46-9,52-5,61,63 , 17 reverso, limpeza de jato, 327-28, 331,
curva, 30-1, 197 cobertura mínima da lâmina, 205-6 333
poliuretano , bucha de, 174-76 extremidade mínima da correia, revestimento, 11,41, 70, 79, 101, 202,
ponto de transferência linear, 102, 105- 108 209, 441,496
06, 494-95 desalinhamento, 37, 77, 156-57, 203, Reynolds, números de, 403
coletor de pó removível (coletor de 246, 253, 256, 262, 266, 268, 271, ribs, 42, 218-19, 507, 509-10
pó modular), 323, 330, 334-35, 372, 275-77, 369, 513 RMA (veja Rubber Manufacturers
493 raspador de correia pneumático (veja Association-Associação de
pontos de alinhamento para inspeção do lâmina de ar) Fabricantes de Borracha)
transportador, 260 raspador de grau alimentício, 218 Roldana
porta raspador múltiplo, e, 211, 215-16, 232, carregamento, 30, 133, 135, 161,
acesso, 22, 87-8, 102, 113, 299, 333, 235, 258, 476, 508 263-64, 427,440-41
357, 381, 390, 415, 420-21, 427 raspador primário (preraspador), e, 30, catenária, 80, 131, 145, 157, 497,
inspeção, 95, 299, 419-20 44, 204-05, 207-08, 211-14, 217-18, 502
porta traseira, 87 220-21, 225-26, 233, 235, 238-39, muito próximo, 135-37, 143
calha-guia de altura dupla, 161 375, 379, 383, 469, 487, 490, 493, roldanas catenárias ou garland, 145
cobrindo uma emenda, 69 495, 497, 501-02 impacto, 135, 144, 149, 235, 370,
desvio, chute do, 30-1, 103, 124, raspador secundário, e, 30, 204, 427, 440, 502
204, 209, 211, 213-14, 226-28, 233, 208, 211-18, 220-21, 225-26, intermediária, 143-44, 147
357, 407 229, 233, 235-36, 239, 248, 375, rollback
vibrador, 103, 124,227 381-83, 390, 427, 469, 487, 493, correia, 20, 218, 247
tampa de gotejamento, 344 495, 497, 502 material, 85, 370, 488, 507, 509 ROI
transmissão raspador, 30, 78-80, 161, 193, 225, 227- (veja retorno sobre o investimento)
hidrostática,438 28, 242, 245-51, 345-46, 375, 427, vibrador de rotação, 117, 121-22,
dianteira, 259 440, 486, 495-96, 502 128
intermediária, 508 raspador, 66-7, 70, 72, 77, 79, 81-6, 92-3, Rubber Manufacturers Association
polia, 30-1,259, 261-62 95-6, 98, 102-04, 107-08, 110, 146, (RMA- Associação dos Fabricantes
traseira, 259 197, 200, 202, 204-05, 208-09, 211- de Borracha), 42-3, 45, 55
positivo, ângulo, 207-08, 212, 214, 233 14, 216-19, 224, 228, 233, 235-36, bruto (ROM), 29, 145, 502
precipitador, eletrostático, 323-26 239, 245-51, 256-59, 261-63, 265,
pre-raspador (veja raspador primário) 267, 273, 299, 307, 316, 319, 343, S
pressão de limpeza, 200, 203, 205, 208, 345, 357, 375, 382, 416-19, 435,
scavenger, transportador, 103, 204, 215-
211-12, 221-23, 226, 230-31, 235, 440-41, 475, 486, 489, 496-97, 499,
16,226, 228, 233, 495
379, 381, 393, 489, 493 502-03, 506, 509 ,
secagem, 386
pressão, rolete de, 63, 248, 377 magnético, 498
secundária, posição 204, 208, 213, 220
primária, posição, 204-05 traseira, 30-1, 213-16, 219, 245, 258,
segregação, 365, 371
primário, raspador, 30, 204-05, 207-08, 261-62, 440-41
sensores de rolagem, 268-72
211-12, 220-21, 225, 233, 375, 383, tensor, 17, 20-1, 30-1, 41, 64, 78,
tanque de assentamento, 377, 388-
469, 487, 493, 497 245-46, 257-59, 261-62, 369, 380,
89, 407
proteção, equipamento de ~ individual 417-18, 440, 486
shear cell test, 403-06
(EPI), 18,24,99,302,426,430,437 traseiro, 16, 30-1, 47-8, 55, 77-9,
força de carga lateral, 171-72, 178
proteções em equipamentos, 21, 423, 520 81, 84-9, 105, 159, 197, 245-48, 250,
sieve analysis, 239, 408
pulsado, tecnologia de laser, 358-59 257, 264-5, 267, 273, 275, 286, 345,
vistoria no local, 353, 358, 425,

557
Índice

428-31 tensora, polia (veja polia) ponta, 266-77


secundário, manutenção do raspador, terciária, posição, 204, 208, 220 vedação vertical da borda, 181-
199 30, 211-18, 220-21, 225-26, 229, terciário, raspador, 30, 210-11, 215-17, 86, 190
233, 235-36, 239, 248, 375, 381, 385, 221,228,233,380,469,495 vedação da saia, e, 185, 187, 253
390, 427, 469, 487, 493, 495, 497, térmica, penalidade, 290, 308-09, vedação externa, 182, 186-87, 190
501-02 314,320-21 vedação flutuante da saia, 184-6
segurança antes do trabalho, 19, 241 testar a correia, procedimento para (veja velocidade de retenção, 335
segurança, cabo de, 125, 127, 247-49 correia) vibrada, densidade a granel (veja
segurança/aviso adesivos/etiquetas, 18, Teste com Maçarico de Propano de Alta densidade a granel consolidada)
22-3,88,241,360,421 Energia, 38 vibrador de pistão, 117, 119, 121
sistema de coleta central de pó, 301, 329 Teste de Fricção de Tambor, 38 vibratório, chute de desvio, 103, 124, 227
sistema de limpeza duplo, 235, 238, 279 teste, 274-75 vibratório, transportador
sistemas vedação, 182-88 testout (veja também lockout / tagout / scavenger, 228
skirted, área, 52, 87, 98, 106, 131, 136, blockout /testout), 18, 20-1 vibração, 419, 513
138, 141, 143, 146-47, 155, 157, 163, Total, Controle de Material®, 3, 11-3, correia, 161,197, 399,429,502 ,
171, 173, 188, 192, 301, 352, 360, 25, 34-5, 168, 410, 445-46, 449-50 sistema de suporte da correia 176
419 transição de concavidade total, 84-85, 87 polias aletadas, 78, 86 impacto na
skiving, 66, 68-70 transição de meia concavidade, 84-5, limpeza da correia, e, 54, 202,208-
sobretensão/sobrepressão, 55, 221, 225- 159-60 09,217,225,501-02
26, 257, 497 risco de marreta, 119 sistema de vedação, e, 60, 182
solda, 61, 124-26, 162, 176-78, 224, análise de perigos, 12-3 vibrador, 93, 112, 117-28, 359, 486,
291,459 , transição, 188, 375, 511 502 ,
trás, 177 , transmissão hidrostática (veja elétrico, 121, 128 ,
soldado a bujão, 177-78 , stitch, transmissão) linear (orpiston), 117-22, 128, 219 ,
125-26, 177 transportador de corrente de limpeza, pneumático (movido a ar), 120-21 ,
subtensão, 222, 265 228 rotativo, 117, 121-22, 128
sulcos na correia, 50-1, 53, 56, 131, 188, transportadores de correia de grau visual, opacidade, 285, 287
203,222,231,381 alimentício, 499 vulcanizada, emenda, 57, 60-4, 70-
superfície de sacrifício, 110, 170-71 traseira, caixa de vedação (veja caixa de 3, 82, 202, 214, 256, 269, 426, 440,
Superfície, Teste de Resistência de, vedação da porta traseira) 492, 494, 513
38 traseira, caixa de vedação da porta, 30,
tensoativo/surfactante (veja 86-8, 332, 357 Z
supressão de pó) traseiro, raspador de proteção (veja zero, ângulo, 207-12
suporte da com estrutura angular em, raspador) zona de carga, 31, 33, 47-8, 59, 76-89,
161 tratamento de água, 325, 388-89 91-3,96-7,99, 102, 110-11, 123, 131-
Suportes travamento 32, 134-36, 138, 140-41, 144-45, 147,
impacto, 70, 88, 131-32, 135, 138, material ,41, 50-2, 77-8, 108, 131- 159-60, 163-67, 172-73, 176-77, 181,
140-44, 146, 148, 352, 370, 427, 486, 32, 135, 137, 139, 159-60, 171, 176, 187-90, 245-46, 253, 262, 273, 275,
494, 496, 502 182, 185, 188, 245-46, 249, 370, 374, 297-300, 318, 323, 346, 357, 370-71,
suporte de vedação, 88-89, 132, 138- 502 373, 375, 500, 502, 508,510
39, 142-43, 146-47, 161, 163, 352, trabalhador ,25, 37, 418
357, 427, 440, 492 travamento,51-2, 108, 160, 171, 176,
supressão de pó, 305, 322 185,370 mecânico
Swinderman, Escala, 472-77 treinamento de pessoal, 8, 14, 23-5, 67,
chave/botão 113, 229, 342, 421, 429, 437, 439,
parada de emergência, 21-2, 445-47, 471
264, 441 tridimensional, modelagem
desalinhamento, 265-66, 427 computadorizada, 347, 353, 357,
ligado, chute, 357 359

T U
tagout (veja também lockout / tagout / UHMW Polietileno
blockout /testout), 18-20 unidade de coleção de pó, 329-30
tecido, relação ar- ~ , e, 331, 334 usado, correame, 52, 67, 182-83, 201,
passive, 98, 158, 293, 296-303, 306, 205, 299, 486, 494
310,321,323,350
tensionador, raspador da correia, 201, V
213, 222-24, 229-30, 233, 235, 497 V, raspador em, 247-48, 250, 375,
tensoativo, 55, 290, 306, 308, 311-16, 440, 495
321,487,493,501,503 V-return idler, 134-35, 496
jatos/pulverizadores de água, 305- vale, ângulo vertical, guia ~ de
08, 312, 314

558
Chapter Title | Chapter #

Apêndice E

AUTORES & AGRADECIMENTOS

559
Autores

R. Todd Swinderman
Martin Engineering Corporate | Diretor Executivo de Tecnologia Empresarial

Todd Swinderman juntou-se à Martin Engineering em 1979 como Engenheiro de Produtos


de Transportador, antes de se tornar Gerente Geral, Presidente e CEO. Sua visão e seu espírito
de liderança concentram-se em desenvolver soluções inovadoras para o manuseio de materiais a
granel e expandir as capacidades da empresa em todo o mundo. Swinderman tem sido um membro
ativo da CEMA como executivo, presidente do comitê e como chefe editor e força motriz por trás
da sexta edição atualizada de Belt Conveyors for Bulk Materials (Transportadores de Correia para
Materiais a Granel).

Andrew D. Marti
Martin Engineering Corporate | Administrador Global de Comunicações e Marketing
Andy Marti possui mais de 20 anos de experiência em escrever sobre os problemas e soluções
no manuseio de materiais a granel. Trabalhou como autor coordenador e editor em todas as quatro
edições dos livros FOUNDATIONS™ da Martin Engineering, sobre o aperfeiçoamento do
desempenho dos transportadores de correia e pontos de transferência. Marti possui B.A. (Bachelor
in Arts) em Jornalismo pela Central Michigan University e um M.A. (Master in Arts) em Meios de
Comunicações pela University of Northern Iowa.

Larry J. Goldbeck
Martin Engineering USA | Gerente de Tecnologia de Transportadores
Desde que se juntou à Martin Engineering em 1981, Larry Goldbeck viajou por todo o mundo
— da Indonésia à Islândia, de Duluth a Delhi — aplicando soluções aos problemas no manuseio
de materiais a granel. Ele combina conhecimento teórico com 40 anos de experiência prática em
operação, manutenção e solução de problemas dos sistemas de transportador de correia. Goldbeck
é o desenvolvedor e o instrutor líder dos Workshops FOUNDATIONS™ da Martin Engineering
sobre Operação e Manutenção Limpa e Segura dos Transportadores de Correia.

Daniel Marshall
Martin Engineering USA | Engenheiro de Produto
Ele se autodescreve como “o homem dos números”. Daniel Marshall possui B.S. (Bachelor
in Science) em Engenharia Mecânica pela Northern Arizona University. Juntou-se à Martin
Engineering em 2000, como Engenheiro de Pesquisa e Desenvolvimento. Durante sua carreira
na Martin Engineering, Marshall trabalhou com cada um dos produtos de transportador que a
Martin Engineering oferece. Atualmente é um instrumento no projeto e aplicação dos sistemas de
supressão e coleção de pó.

Mark G. Strebel
Martin Engineering USA | Gerente de Marketing EUA
Mark Strebel veio para a Martin Engineering depois de nove anos de experiência como
engenheiro de testes e resultados e supervisor de operações em uma usaina pública de carvão. Na
Martin Engineering, concentrou seus esforços no desenvolvimento e aplicação de tecnologias
para aperfeiçoar o manuseio de materiais a granel, ocupando as posições de Gerente de R & D e
de Produtos de Transportador, antes de assumir o cargo atual. Strebel possui um B.S. (Bacharel in
Science) em Mecânica.

560
Autores

John Barickman Greg Bierie Steve Brody Jörg Gauss Justin Malohn
Martin Engineering Martin Engineering Martin Engineering Martin Engineering Martin Engineering
Corporate Corporate USA Alemanha Corporate
Engenheiro de Desenvolvimento Gerente de Projetos Globais e Especialista em Suporte Gerente de Operações da Gerente de Produtos/
de Produtos Sênior de Vendas Técnicas Técnico Alemanha Produtos de Transportador

Fred McRae Dave Mueller Tim O’Harran Frank Polowy Brad Pronschinske
Martin Engineering Martin Engineering Martin Engineering Martin Engineering Martin Engineering
EUA EUA EUA EUA Corporate
Gerente Regional de Serviços/ Especialista de Produtos Sênior Gerente Nacional de Líder de Projetos da Martin Gerente Global de Produtos/
Região Sudeste Desenvolvimento de Negócios Service Auxílio ao Fluxo

Javier Schmal Andy Stahura Gary Swearingen Terry Thew Barbara Wheatall
Martin Engineering Martin Engineering Martin Engineering Serviços de Equipamentos & Martin Engineering
Brasil EUA EUA Suprimentos Austrália EUA
Diretor Gerente da Gerente Regional Coordenador do Gerente de Coordenadora de Vendas
América Latina Grupo de Projetos Engenharia e Marketing

Outros Escritores
David Craig, PhD | Larry Engle | David Keil
Roger Kilgore | Stephen Laccinole
Arie Qurniawan | Andrew Waters

D. Michele Maki, PhD


Consultora de Redação/Revisão

Marty Yepsen
Martin Engineering
EUA
Gerente da Martin Services

561
Colaboradores e Agradecimentos Importantes

Chelsea Blake Seth Mercer Jared Piacenti Bob Tellier


Martin Engineering Martin Engineering Martin Engineering Martin Engineering
EUA Corporate EUA Corporate
Administradora de Marketing e Especialista Global em Sistemas de Engenharia Especialista Global em
Comunicações Marketing e Comunicações Marketing e Inteligência

Existem sempre aqueles que, por trás dos refletores, fazem seu Controle do Pó & de Material Mais Limpo, Mais Seguro e Mais
trabalho em silêncio, para que as tarefas sejam cumpridas. Muitas Produtivo). Sem a dedicação, o trabalho árduo e o discernimento
vezes, esses indivíduos, os heróis anônimos, não são reconhecidos dos funcionários da Martin, Chelsea Blake, Seth Mercer, Jared
pelas contribuições que fizeram para o processo. Cinco indivíduos Piacenti e Bob Tellier, além da consultora de redação e revisão D.
constantemente deixaram suas funções, alguns por quase dois Michele Maki, PhD, a quarta edição de FOUNDATIONS™ não
anos, para produzir a quarta edição de FOUNDATIONS™ The teria sido possível.
Practical Resource for Cleaner, Safer, More Productive Dust & No Brasil, este projeto não teria sido concluído sem o primoroso
Material Control (FOUNDATIONS™ O Recurso Prático para um trabalho de revisão e supervisão de Tatiana Furlan.

Este livro também não teria sido concluído sem a compreensão e o auxílio de muitos recursos externos e de muitos
empregados da Martin Engineering. Essas pessoas forneceram informações básicas, especialização técnica, ideias abrangentes
e detalhadas, além de todas as complexidades do “feijão com arroz”. Temos uma dívida com:

Martin Engineering Corporate Martin Engineering USA


Susan Coné, James Daly, Gina Darling, Harry Heath, Bob Burke, Jim Burkhart, Jen DeClercq, Julie Derick,
Michele Ince, Chris Landers, Paul Mengnjoh, Travis Robert Downs, Travis Grawe, Mark Huhn, Sonia Magalhaes,
Miller, Andrea Olson, Chris Schmelzer, Mark Stern, Kathy Kevin McKinley, Greg Milroy, Cheryl Osborne, Rachael
Swearingen, Terry Swearingen, Bonnie Thompson, Kathy Porter, Tracey Ramos, Wayne Roesner, Jim Roark, Becky
Thumma, Jim Turner, Tina Usrey, e Ron Vick Scott, Richard Shields, e Terry Vandemore

Martin Engineering Alemanha Martin Engineering China


Reiner Fertig, Michael Hengl, and Michael Tenzer Eric Zheng

Martin Engineering Brasil Martin Engineering África do Sul


Vanderlei Brunialti Hannes Kotze

Recursos externos Consultores


Mike Braucher, Dave Gallagher e Frank Hyclak, Charles E. Fleming, FOUNDATIONS™, Gerente de
Goodyear Engineered Products Projeto da Quarta Edição
Bernd Küsel, http://www.conveyorbeltguide.com Paul Grisley, Grisley Conveyors
Bob Reinfried, Executive Vice-President, CEMA Bob Law, Engineering Services & Supplies (ESS)
Ed Walinski, Pneutech Engineering Laurie Mueller
Darcy Winn, Winn Conveyor
Para todos aqueles que nos ajudaram,
Ryan Buck and David Pratt, Wethersfield High School
muito obrigado. RTS, ADM, LJG, DM, MGS
Neponset, Illinois, EUA, março 2009

562
Guia Prático para um Controle Mais Limpo,
Seguro e Produtivo de Pó e Material a Granel

Elaborado para auxiliar na educação e


orientação de técnicos de manutenção
de campo, engenherios, equipe de
operadores e pessoal de manutenção, o
livro FOUNDATIONS ™, Quarta Edição,
oferece uma visão abrangente das melhores
práticas em segurança do transportador,
controle e prevenção de material fugitivo
e avanços no projeto do transportador.

Direitos Autorais © 2009 Martin Engineering Company


Form No. L3271-4-4/09 WZ

Impresso no Brasil.
Guia Prático para um Controle mais Limpo, Seguro e Produtivo de Pó e Material a Granel

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ENGINEERING
Rua Estácio de Sá, 2104 – Jardim Santa Genebra
Campinas – SP – Brasil – 13080-010
Tel.: 55 19 3709 7200
Fax: 55 19 3709 7201
martin@martin-eng.com.br
www.martin-eng.com.br

Quarta Edição

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