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Instituição: UNINORTE

Curso: Engenharia Civil


Disciplina: Estrutura. Madeira e Metálica
Professor: Lourival Paula de Góes, MSc.
Assunto: Nota de Aula 1- Metálica
1–INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ESTRUTURA METÁLICA

1.1 - BREVE HISTÓRIA

Desde a mais remota antigüidade, tem-se notícia da utilizar-se de artefatos


de ferro pelo homem. Iniciando-se pela descoberta do cobre, que se mostrava
demasiadamente dúctil – capaz de deformar-se sob a ação de cargas. O homem
foi aprimorando as suas próprias realizações, através do empreendimento de sua
capacidade de pensar e de realizar, estabeleceu os princípios da metalurgia, que
na definição de alguns autores, é o uso coerente de um conjunto de processos.E
esses processos foram-se desenvolvendo ao longo das necessidades humanas.

1.1 DEFINIÇÕES
Os aços estruturais são aqueles que, devido a sua resistência, ductilidade,
e outras propriedades, são utilizados em elementos estruturais que suportam e
transmitem esforços mecânicos. A sua classificação pode ser feita sob diversas
formas, onde podemos citar suas propriedades mecânicas, quantidade de
carbono, elementos de liga etc.O aço é uma liga de ferro e carbono, com outros
elementos adicionais, como silício,manganês, fósforo, enxofre etc. O teor de
carbono pode variar desde 0% ate 1,7%. O carbono aumenta a resistência do
aço, porém o torna mais duro e frágil. Os aços com baixo teor de carbono têm
menor resistência à tração, porém são mais dúcteis. As resistências à ruptura por
tração ou compressão dos aços utilizados em estruturas são iguais, variando
entre amplos limites, desde300 MPa até valores acima 1200 MPa.

1.2 - TIPOS DE AÇOS ESTUTURAIS


Segundo a composição química, os aços utilizados em estruturas são
divididos em dois grupos: aços-carbono e aços de baixa liga. Os dois tipos podem
receber tratamentos térmicos que modificam suas propriedades mecânicas.
O aço-carbono é o aço mais empregado nas construções, e o aumento da
sua resistência é obtido, principalmente, através do acréscimo de carbono em

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relação ao ferro puro. Este acréscimo de carbono na composição do aço,
conforme anteriormente mencionado, implica em algumas modificações em suas
propriedades, como a redução da sua ductilidade, dificultando a soldagem.
Os aços de baixa liga são aços-carbono acrescidos de elementos de liga
(Nióbio, Manganês, Cobre, Silício, etc.) em pequenas quantidades, com teor de
carbono da ordem 0,20%. Estas adições garantem ao aço a elevação da sua
resistência mecânica, permitindo ainda, uma boa soldabilidade.
Os aços de baixa liga e alta resistência mecânica resistentes à corrosão
atmosférica, são fabricados a partir de aços-carbonos, com teor de carbono igual
ou inferior a 0,25%, com adição de alguns elementos de liga (Vanádio, Cromo,
Cobre, Níquel e Alumínio) não ultrapassando a quantidade de 2%, e limite de
escoamento igual ou superior a 300 MPa. Em combinações adequadas, os
elementos de liga adicionados promovem ao aço melhoras na sua ductilidade,
tenacidade, soldabilidade, resistência à abrasão e a corrosão (até 4 vezes).
O elemento cobre, é o responsável pela criação de uma camada de óxido
compacta e aderente que dificulta a corrosão do aço. Esta proteção é
desenvolvida quando a superfície metálica é exposta a ciclos alternados de
molhamento (chuva, nevoeiro, umidade) e secagem (sol, vento). Esses tipos de
aço resistentes à corrosão atmosférica são denominados patináveis. A Tabela 1
mostra os valores das tensões de escoamento e de ruptura de alguns aços
estruturais. No próximo item serão apresentados os critérios para se obter os
valores apresentados na tabela 1.

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Tabela 1 - Resistência de alguns aços-carbono

1.3- PROPRIEDADES MECÂNICAS


A Figura 1 apresenta o diagrama Tensão x Deformação para alguns aços.
Para obtenção deste diagrama, ensaia-se em laboratório uma haste metálica
(corpo de prova), devidamente presa a uma prensa hidráulica, e aplica-se nesta
haste esforços de tração, medindo-se as deformações do aço. O aparelho
responsável pela medição das deformações na haste é conhecido como
extensômetro.
Caso o corpo de prova seja descarregado e imediatamente recarregado,
durante o período elástico, a peça não apresenta nenhuma deformação residual e
o caminho a ser percorrido será igual ao inicial. Caso esse alívio de tensões
ocorra após o escoamento, a peça apresentará deformações residuais
representadas no gráfico abaixo por 0,002%, onde a reta tracejada é paralela à
reta inicial do ensaio.
As tensões fy e fu, são denominadas, respectivamente como tensão de
escoamento e tensão de ruptura, que serão usadas no dimensionamento dos
elementos estruturais, de acordo com as propriedades mecânicas do aço
ensaiado.

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Figura 1 - Diagrama Tensão x Deformação para alguns aços

 Constantes Físicas do aço – NBR 8.800


 Módulo de Elasticidade: E = 200.000 MPa
 Coeficiente de Poisson:  = 0,3
 Coeficiente de Dilatação Térmica: α = 12 x 10-6°C-1.

 Peso Específico: γ = 78kN/m3.


 Ductilidade
É a capacidade que alguns materiais possuem de se deformarem antes da
ruptura, quando sujeitos a tensões elevadas. Quanto mais dúctil o aço, maior a
redução de área ou alongamento antes da ruptura. A ductilidade pode ser medida
a partir da deformação (ε) ou da estricção. Este comportamento fornece avisos de
ocorrência de tensões elevadas em pontos da estrutura. Em outras palavras é a
capacidade do material de deformar-se sob a ação de cargas sem que haja
colapso imediato.
 Fragilidade
Oposto da ductilidade. Propriedade muito importante e merece ser
cuidadosamente estudada, pois o corpo se deforma pouco antes da ruptura, que
ocorre sem aviso prévio (ruptura frágil).
 Elasticidade
É definida como a capacidade que o material possui de retornar ao seu
estado inicial após o descarregamento, não apresentando deformações residuais.

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 Plasticidade
A deformação plástica é uma deformação provocada por tensão igual ou
superior ao limite de escoamento. Neste tipo de deformação, ocorre uma
mudança na estrutura interna do metal, resultando em um deslocamento relativo
entre os seus átomos (ao contrário da deformação elástica),resultando em
deformações residuais.
 Corrosão
Denomina-se corrosão o processo de reação do aço com alguns elementos
presentes no ambiente em que se encontra exposto. A corrosão promove a perda
da seção das peças de aço, podendo se constituir em causa principal de colapso.
A vida útil do aço depende de sua resistência e da proteção que o mesmo tem
contra a corrosão, além, é claro, da resistência à fadiga,dos esforços que recebe
da ação de fogo, variações de temperatura, etc.. A proteção contra a corrosão é
assunto bastante complexo, devendo ser estudada para cada caso.
 Resiliência
É a capacidade de receber energia mecânica em regime elástico, ou, o que
é equivalente, a capacidade de restituir energia mecânica absorvida. É a máxima
energia de deformação que uma barra pode absorver sem sofrer deformações
permanentes.
Módulo de resiliência (ur) de um material é a energia de deformação por
unidade de volume até o limite de proporcionalidade. Ela iguala a área do
diagrama tensão x deformação até o limite de proporcionalidade, conforme figura
2a.
 Tenacidade
É a energia total, elástica e plástica que o material pode absorver por
unidade de volume até a sua ruptura. É uma propriedade desejável para casos de
peças sujeitas a choques e impactos, como engrenagens, correntes, etc. Em
geral, não é definida numericamente. Pode-se considerar de forma similar ao
módulo de resiliência, a área total abaixo da curva (ut) conforme Figura 2b.

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Figura 1 - Diagrama Tensão x Deformação. Módulo resiliência e tenacidade

 Dureza
Denomina-se dureza a resistência ao risco ou abrasão. Na prática mede-se
dureza pela resistência que a superfície do material oferece à penetração de uma
peça de maior dureza. Portanto dureza é uma resposta do material a uma certa
carga e método de teste, sendo calculada com base na resposta do material
testado à esta carga.
 Efeito de Temperatura Elevada
As temperaturas modificam as propriedades físicas dos aços.
Temperaturas superiores a 100ºC tendem a eliminar o limite de escoamento bem
definido, tornando o diagrama tensão x deformação arredondado.
As temperaturas elevadas reduzem as resistências a escoamento fy e
ruptura fu, bem como o módulo de elasticidade E.
 Fadiga
A resistência à ruptura dos materiais é, em geral, medida em ensaio
estático. Quando as peças metálicas trabalham sob efeito de esforços repetidos
em grande número, pode haver ruptura em tensões inferiores às obtidas em
ensaios estáticos. Esse efeito denomina-se fadiga do material. Portanto a fadiga é
a ruptura de componentes, sob uma carga bem inferior à carga máxima suportada
pelo material, devido a solicitações cíclicas repetidas.
 Corrosão
Denomina-se corrosão o processo de reação do aço com alguns elementos
presente no ambiente em que se encontra exposto, sendo o produto desta reação
muito similar ao minério de ferro. A corrosão promove a perda de seção das
peças de aço, podendo constituir uma causa principal de colapso.
A proteção contra corrosão dos aços expostos ao ar é usualmente feita por
pintura ou por galvanização.

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Em geral, as peças metálicas recebem uma ou duas demãos de tinta de
fundo (primer) após a limpeza e antes de se iniciar a fabricação em oficina,
posteriormente são aplicadas uma ou duas demãos da tinta de acabamento.
A galvanização consiste na adição, por imersão, de uma camada de zinco
as superfícies de aço, após a adequada limpeza das mesmas.
Algumas providências adotadas no projeto contribuem para o aumento da
vida útil da estrutura de aço, tais como evitar pontos de umidade e sujeira,
promover a drenagem e aeração e evitar pontos inacessíveis à manutenção e
pintura, Deve-se evitar o contato entre metais diferentes (por exemplo aço e
alumínio), intercalando entre eles um isolante elétrico.

Referência
PFEIL, Walter. PFEIL, Michèle. Estruturas de Aço: Dimensionamento Prático. 8ª ed.
Rio de Janeiro: LTC, 2011.

PINHEIRO, Antônio C. da Fonseca Bragança. Estruturas Metálicas – Cálculo, Detalhes,


Exercícios e Projetos. 2ª ed. São Paulo: Blucher, 2005.

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