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MARABÁ – PA
2018
CLEBER BRITO DA SILVA
JULLIANA MAISY PINTO DA SILVA
LAÉRCO LINO DE ARAÚJO JÚNIOR
VICTOR MATHEUS COUTINHO
MARABÁ – PA
2018
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------------- 4
3 CONCLUSÃO --------------------------------------------------------------------------------------25
1 INTRODUÇÃO
2 ESTUDO DE CASO
2.1 LAÉRCIO
2.1.1 Localização geográfica
A área de análise que corresponde ao estudo de caso encontra-se aos arredores de uma
mina de bauxita localizada no município de Oriximiná no estado do Pará, á margem direita do
rio Trombetas. A mina pertence a região da Floresta Nacional de Saracá-Taguara, que abrangem
municípios como: Oriximiná, Faro e Terra Santa. O distrito de Porto Trombetas, está localizado
no município de Oriximiná (PA), a 10 km a oeste da confluência do Rio Trombetas com o Rio
Amazonas, distante 450 km de Manaus a leste e 850 km a Oeste de Belém, em linha reta
(SALOMÃO & MATOS, 2002).
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2.1.2 Clima
Caracterizado como clima tropical úmido, com índice médio anual de umidade relativa
superior a 75% e apenas dois meses com média em torno de 70% ( REIS, 2006). As estações
limitam-se ás tradicionais amazônicas, contendo duas estações bem características, a estação
chuvosa e a de seca. A chuvosa se limita aos meses de dezembro a maio com uma média de
precipitação pluviométrica de 265,8 mm/mês e estação de seca compreendendo aos meses de
julho a outubro com uma média de precipitação de 72,3 mm/mês (REIS, 2006).
2.1.3 Geologia
minerada. O estudo de caso adotado exemplifica o método da seguinte maneira: além das áreas
mineradas, há também as áreas dos tanques de rejeito que devem ser revegetadas. O rejeito da
lavagem da bauxita é uma lama que chega ao tanque pulmão ou reservatório de adensamento
com apenas 7% de sólido, onde ocorre o espessamento deste material até atingir a concentração
média de 30% de sólido, e então o rejeito é bombeado para os tanques definitivos
(LYNCH,2004).
Estes taques são construídos sobre as áreas já mineradas e neles, o processo de
adensamento é continuado. Ao ser atingida a capacidade destes, inicia-se a etapa de
revegetação. O material sólido do rejeito é, basicamente, constituído pela argila caulinítica que
contamina o minério. Ao ser depositada nos tanques, irá sofrer um processo lento de
sedimentação, ocorrendo então uma deposição orientada destas argilas. Ao final do processo de
secagem dos tanques, o substrato a ser revegetado apresenta-se como um material compacto,
que forma blocos extremamente resistentes à penetração de raízes, sendo esta uma grande (se
não a maior) limitação ao desenvolvimento de vegetação nestes tanques (LYNCH,2004).
A estratégia de revegetação que tem sido adotada para os tanques é a hidrossemeadura
com gramíneas e espécies leguminosas arbustivas, ainda durante a fase de secagem do tanque
para acelerar este processo através da evapotranspiração das espécies vegetais e, também,
acelerar a incorporação de carbono ao sistema, além de promover uma descompactação do
material ainda não consolidado pelo efeito do crescimento radicular. Em uma segunda fase,
com o tanque mais seco, é feito o plantio de enriquecimento com mudas de espécies arbóreas
nativas, que são plantadas nas brechas dos blocos argilosos formados (LYNCH,2004).
Os autores ainda citam que esses núcleos de energia, dispostos de forma a criarem
rugosidades, propiciam a entrada de biodiversidade sobre as áreas mineradas. Para tal fim, são
feitas transposições do topsoil, chuva de sementes, galharias e instalação de poleiros artificiais,
conforme mostrado nas figuras 4, 5 e 6. A presença de forma heterogênea das espécies é uma
fonte de assegurar maiores probabilidades de sustentabilidade nos ecossistemas em formação.
principal fundamento a internalização da água, considerando seu fluxo vertical como o principal
elemento reestruturador das camadas geológicas e da formação de um novo solo.
Realçam ainda que a atividade de enterrar a galharia (galhos, folhas e raízes) nas cavas
é uma técnica comumente utilizada ne mineração, sendo também a técnica praticada pela Alcoa
anteriormente ao projeto de recuperação de áreas mineradas pela técnica de nucleação. O novo
sistema propiciou a utilização da galharia gerada na supressão vegetal para recuperar as áreas
mineradas. O aproveitamento dos resíduos florestais possibilita que os nutrientes do solo,
armazenados pela floresta amazônica durante milhares de anos, sejam cedidos para a formação
do novo ecossistema, após o processo de mineração.
Figura 7: Caracterização do processo de recuperação ambiental sistêmica via nucleação na Mina de Juruti.
Fonte: Modificado de RAS Restauração Ambiental Sistêmica, 2013.
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Conforme citado por Tavares et. al. (2014), a opção para verificar a expressão do novo
ecossistema florestal, foram previstas avaliações anuais do processo de cobertura vegetal das áreas
e da regeneração natural. Após o terceiro ano de implantação, seria realizada uma avaliação geral
com o objetivo de verificar a necessidade de reintroduzir espécies atrativas para a fauna e de
interesse extrativista para as comunidades locais. Os dados deste trabalho correspondem à primeira
avaliação realizada após 20 meses de implantação do novo sistema de recuperação. A avaliação foi
feita em seis áreas, onde foi realizado um levantamento florístico das mesmas.
Figura 8: Retenção de água (esquerda) e infiltração de água (direita) nas microbacias no processo de recuperação
sistêmica via nucleação da Mina de Juruti.
Fonte: Tavares et. al. (2014).
Figura 9: Área com 100% de cobertura vegetal (esquerda) e área com menor cobertura vegetal (direita) no
processo de recuperação sistêmica via nucleação da Mina de Juruti.
Fonte: Tavares et. al. (2014).
A cobertura vegetal foi iniciada pela regeneração de duas espécies rastejantes que,
rapidamente, cobriram o solo formando uma rede de baraços, contribuindo com a retenção de
sedimentos no processo de deslocamento das partículas sobre os montes e influenciando,
positivamente, o processo de reestruturação do solo (TAVARES et. al., 2014).
Após 20 meses de implantação, o levantamento florístico revelou a presença de 71
morfoespécies. Entre as registradas, detectou-se a presença de espécies de estágios sucessionais
mais avançados, inclusive a presença de espécies emergentes das Florestas de Terra Firme da região
(TAVARES et. al., 2014).
O processo de herbivoria foi observado em todas as áreas em processo de recuperação. A
recolonização de insetos nas áreas ajuda na ciclagem dos nutrientes, bem como a polinização de
flores das espécies pioneiras que já ocupavam a área. Além disso, nesse processo está a formação
da serapilheira sobre o solo que representa uma nova forma de microrrugosidades sobre o solo,
contribuindo para evitar escorrimentos superficiais das águas pluviais e, ao mesmo tempo, para a
formação da neopedogênese com a introdução de matéria orgânica no solo (TAVARES et. al.,
2014).
Foi observada, ainda, a visita de pássaros nos poleiros fixados nas áreas em recuperação
(Figura 10), inclusive nos fragmentos isolados por estradas e mais distantes da borda. Sem a
presença dos poleiros nestas áreas, possivelmente, pelo menos nos períodos iniciais, a presença de
avifauna só seria observada nos módulos localizados próximos a borda do platô (TAVARES et.
al., 2014).
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florestal. As Figura 11 e figura 12, mostram como a regeneração da área está evoluindo ao longo
do tempo (TAVARES et. al., 2014).
Figura 11: Projeção realizada inicialmente da primeira fase (1 a 2 anos) do projeto, com vegetação atingindo até
5 metros de altura nas áreas com aplicação do processo de recuperação sistemática via nucleação.
Fonte: Tavares et. al. (2014).
Figura 12: Aspecto geral da vegetação em regeneração 12 meses após a implantação do processo de recuperação
sistêmica via nucleação (esquerda) e 18 meses após a implantação (direita).
Fonte: Tavares et. al. (2014).
Millennium Inorganic Chemicals do Brasil, está presente em três estados: Paraíba, Bahia e
São Paulo. Na Paraíba, onde está localizada a Mina do Guajú, são desenvolvidas as atividades de
mineração; na Bahia, funciona a unidade de processamento dos minérios, responsável pelo
beneficiamento dos minerais e em São Paulo o escritório responsável pela parte comercial da
empresa. Os principais minerais de interesse comercial que são extraídos na Mina do Guajú são:
ilmenita, zirconita, rutilo e cianita. A demanda por esses minerais ocorre pela necessidade de gerar
matéria-prima para as indústrias químicas. A mina de Guajú é a única da América Latina que produz
o minério ilmenita que é extraído e enviado em grande parte para a fábrica da Bahia e o excedente
é exportado para o exterior.
A ilmenita é o mineral de ocorrência mais comum e mais abundante, possui coloração preta
por conta do ferro, e é matéria-prima para a produção de pigmento branco de TIO2(dióxido de
Titânio), mediante o processo sulfato, para aplicação final nas indústrias de tintas, plástico,
borracha, papel, entre outros.
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Figura 16: (a) Composto orgânico utilizado no processo de recuperação das dunas; (b) Duna recuperada.
Fonte: Eliane marques, 2013.
Os dois métodos foram aplicados nas faces a barlavento e sotavento da duna, durante a
estação chuvosa e tratados com irrigação. Após quatro anos foi realizado nessas dunas um
levantamento florístico e o resultado encontrado foi satisfatório.
Figura 17: Mudas produzidas pela comunidade para a recomposição vegetal das dunas.
Fonte: Souza, 2016.
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A figura 17 apresentada por Souza (2016) em seu trabalho ilustra uma duna em estágio
inicial de recuperação e em um estágio mais avançado. E a partir desta imagem pode-se verificar
o quão delicado é esta operação uma vez que se estabelece todo um ecossistema em um terreno
a onde antes não teria condição alguma de sustentar a vida. No trabalho de Duré (2013) contém
as figuras 18 e 19 apresentadas mais abaixo e com elas é possível expressar que os trabalhos
executados para a recuperação das dunas estão seguindo um bom caminho, pois a semelhança
entre a vegetação nativa e a artificial é incontestável.
3 CONCLUSÃO
Sabe-se que a atividade minerária é um ramo que afeta bastante o meio ambiente, e sem
dúvidas os passivos deixados degradam muito o local em que está inserida. No entanto, medidas
tem sido criadas para recuperar as áreas afetadas, e ao longo dos anos apresentaram uma
evolução significativa em suas aplicações.
Após suas pesquisas Cunha et al (2003) observaram que a irrigação parece não ter
influenciado a cobertura e que o seu emprego ainda gera uma artificialidade ao ambiente,
permitindo o desenvolvimento de espécies características de várzeas. Observaram também que
a adição de substratos orgânicos, como o bagaço de cana, é efetiva na retenção de umidade, no
entanto, observando-se que a adição de bagaço em áreas irrigadas gerou um “acomodamento”
dos sistemas radiculares, ficando aí concentrados e perecendo após a supressão da irrigação.
Constatou-se ainda que a adição de solo de mata favoreceu o desenvolvimento da vegetação,
pois traz melhoras as características físicas, químicas e biológicas dos substratos, promovendo
o aumento do poder de retenção de umidade e a melhoria da textura e servindo como banco de
sementes e fonte de microrganismos, o que garante a evolução da matéria seca e número de
plantas a partir da deposição sobre as dunas.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE, M.S.B. Experiência de revegetação nas dunas costeiras de Natal. Brasil Florestal.
53: 35-42. 1983.
TAVARES, S. C.; TENFEN, V.; PINTO, P. M.; REIS, A.; BOURSCHEID, K. Recuperação
de áreas mineradas na Amazônia por meio da técnica de nucleação. Disponível em:
http://www.rasambiental.com.br/publicacoes/recuperacao-de-areas-mineradas-na-amazonia-
por-meio-da-tecnica-de-nucleacao/. Acesso em: 03 de fev de 2018.