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resenha do livro
new
Arquitetura e política
Ensaios para mundos
alternativos
Josep Maria Montaner
and Zaida Muxí Martinez
Metrocable e, ao fundo, o Parque Biblioteca Espanha, Medellín
2014
Foto Noemi Zein Teles
158.02
abstracts
Em livro recentemente lançado no Brasil por Josep Maria Montaner e Zaida how to quote
Muxí, a arquitetura volta a olhar tête-à-tête para um campo fundamental –
languages
e nem sempre dimensionado – de sua disciplina, qual seja, o espaço
partilhado onde todos estamos inseridos e ao qual chamamos de político. original: português
Montaner e Muxí têm como premissa que as grandes figuras do circuito de
share
starchitects não fornecerão saídas para os desafios atuais das cidades,
neste sentido o livro mapeia, de modo bastante introdutório, episódios
recentes e experimentações contemporâneas que podem superar tais
déficits. 158
Montaner e Muxí trazem de volta algo que talvez tenha ficado esmaecido 158.01
nos anos de pós-modernismo celebratório, a saber, é possível sim uma ação Blowing in the Wind
política a partir da arquitetura. E esta é a questão fundamental que Sergio Bernardes e o
permeia o livro, mais do que apenas encontrar uma chave analítica apagamento de um
traçando relações entre uma esfera e outra. O trabalho historiográfico personagem histórico
recoloca em cena modos situados de atuação com os quais a disciplina pode Pedro Campos Costa
tanto resgatar suas heranças crítico-transformadoras quanto enriquecer 158.03
seu imaginário. Pequeña suma de
arquitectura
Os autores lembram de Adolf Loos na Viena da década de 1920, ao María Elia Gutiérrez
implementar as políticas habitacionais dos Siedlungen pautadas por Mozo
sistemas cooperativos. Os desdobramentos desta referência em Ernst May,
figura central na administração da Frankfurt social democrata, que sob as 158.04
premissas da Nova Objetividade construiu cerca de trinta mil moradias Pensar a Habitação de
populares – algumas mais adaptadas às demandas locais, outras nem tanto. Interesse Social
De arquitetos como William Morris e Hannes Meyer, os autores extraem Exercício do desenho do
aquilo que em Depois do movimento moderno Montaner chamou de “postura amanhã, que já poderia
arquitetônica”, atentando sobretudo para o envolvimento de cada um com as existir hoje
questões de seu tempo. Morris a figura que tentou buscar a ética da Jonathas Magalhães
produção arquitetônica, Meyer o que compreendeu o papel da arquitetura no Pereira da Silva
interior de uma sociedade de classes e, mais do que isso, de cidades que
poderiam ou não fornecer condições dignas para as parcelas maciças da
população . Montaner e Muxí destacam ainda figuras contemporâneas como a
do arquiteto indiano Miloon Kothari e a de Raquel Rolnik, ambos ligados à
luta da Organização das Nações Unidas pela universalização do direito à
moradia adequada.
De uma análise de agentes, na segunda parte passam à análise de cidades.
O diagnóstico traz en passant pontos já conhecidos, como os efeitos
deletérios do rodoviarismo, o caráter esquizofrênico das cidades feitas
de enclaves fortificados, o que classificam aqui como um “neofeudalismo”.
Além disso, reaparecem temas recorrentes nas paisagens europeias, tais
como a transformação das cidades em parques temáticos cuja história se
torna uma coleção de imagens clichês e, ainda, a imigração de povos de
ex-colônias. Em seguida os autores elencam modelos urbanos que talvez não
tenham o status de “alternativas” como querem Muxí e Montaner, mas gozam
de relativo êxito diante das condições contemporâneas.
nota
1
MONTANER, Josep Maria. Arquitetura e crítica. 2ª edição. Barcelona, Gustavo
Gili, 2007.
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