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 Se o agente, utilizando arma de fogo, atira e mata alguém, haverá

homicídio e porte de arma de fogo ou apenas homicídio? Se uma pessoa

pratica homicídio com arma de fogo, a acusação por porte deverá ser

absorvida? Aplica-se o princípio da consunção? R: Depende da situação:

Situação 1: NÃO. O crime de porte não será absorvido se ficar provado

nos autos que o agente portava ilegalmente a arma de fogo em outras

oportunidades antes ou depois do homicídio e que ele não se utilizou da

arma tão somente para praticar o assassinato. Ex: a instrução

demonstrou que João adquiriu a arma de fogo três meses antes de

matar Pedro e não a comprou com a exclusiva finalidade de ceifar a vida

da vítima. Situação 2: SIM. Se não houver provas de que o réu já portava

a arma antes do homicídio ou se ficar provado que ele a utilizou

somente para matar a vítima. Ex: o agente compra a arma de fogo e, em

seguida, dirige-se até a casa da vítima, e contra ela desfere dois tiros,

matando-a. No caso concreto julgado pelo STF, ficou provado que o réu

havia comprado a arma 3 meses antes da morte da vítima. Além disso,

também se demonstrou pelas testemunhas que o acusado, várias vezes

antes do crime, passou na frente da casa da vítima, mostrando

ostensivamente o revólver utilizado no crime. Desse modo, restou

provado que os tipos penais consumaram-se em momentos distintos e

que tinham desígnios autônomos, razão pela qual não se pode

reconhecer o princípio da consunção entre o homicídio e o porte ilegal


de arma de fogo (STF. 1ª Turma. HC 120678/PR, rel. orig. Min. Luiz Fux,

red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, julgado em 24/2/2015; Info 775).

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