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CENTRO DE ESTUDOS PRESBITERIANO

Prof. João Ricardo Ferreira de França.*

MANUSCRITOLOGIA
DO ANTIGO TESTAMENTO:
APRESENTAÇÃO DO APARATO CRÍTICO SEGUNDO A BÍBLIA HEBRAICA
DE KITEL EM RUTE 1.1-12.

São Raimundo Nonato – PI


2010.

*
O autor é formado em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte (SPN) em Recife – PE; é
coordenador do Departamento de Teologia Exegética do Antigo e Novo Testamento no Seminário
Presbiteriano Fundamentalista do Brasil em Recife - PE. Atualmente lidera a Igreja Presbiteriana do Brasil em
São Raimundo Nonato – PI.

1
RUTE 1.1-12

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2
ANÁLISE TEXTUAL OU MANUSCRITOLÓGICA
BHK
A BHK traz as seguintes informações:

COMPREENDENDO O NOSSO APARATO CRÍTICO:


Na nota do aparato, para esta leitura, no verso 1 e na nota destacada “a” percebemos

que a frase está dentro do intervalo da nota. A chamada é repetida “ ªjpoåv. ‘ymeyBiª” – bimi
shefot - indica que a nota se aplica ao texto entre a nota. Então a variante é toda a frase:
“nos dias em que os juízes...” a seguir percebemos que existe um sinal indicando a
Septuaginta atestada pela Bíblia Rabínica e Códice de Leningrado onde a variante é
acrescida da preposição beit jpov.Bi – bishefot -, depois desta primeira leitura, nós temos,

no aparato, o final da primeira leitura indicado pelo pipe (“||”)


A Segunda variante que aparece em nosso texto encontra-se no final da palavra
b
“ ydEäf.Bi”-bishedi - o aparato sugere que deve ser lido com muitos manuscritos hebraicos

medievais e também por muitas ou todas versões, o aparato nos reporta para a nota do
versículo 6 onde a palavra permanece do mesmo modo como o texto massorético, todavia,

com um m(men) inicial acoplado a ela. A variante que o aparato apresenta é hd:f.Bi-
bishedah- a leitura encerra-se com um pipe.
c
O versículo 1, ainda apresenta-nos uma terceira variante na palavra “ ynEïv.W”-
usheni- aparato manuscritológico nos informa que esta leitura encontra-se ausente do
Códice Vaticano mas é adicionado nos manuscritos medievais da Peshitta. Então, a leitura
termina com pipe.

O versículo 2 de nosso texto nos apresenta uma variante na palavra “ ª%l,m,‡ylia/” –


elimelek - onde o aparato atesta a sua leitura pelo Códice do Vaticano que adicionada aos
manuscritos medievais onde a Septuaginta vale-se da abreviação, o aparato ainda indica
que outros manuscritos da versão Septuaginta e manuscritos medievais atestam a leitura,

3
mas a versão Áquila possui alguma divergência textual em relação à versão anteriormente
citada, neste caso a Septuaginta. A versão Áquila apresenta o “iota” como que para ser
apagado seguindo então uma abreviatura, assim termina a primeira leitura do aparato com
um pipe.
b
A Segunda leitura do versículo 2 tem uma variante na palavra “ ydEf.”-shedi - A

aparato solicita-nos a conferir as informações sobre esta mesma palavra no versículo


primeiro chamada “b”, então, termina a Segunda leitura com um pipe.
Seguiremos agora para o versículo 3, aqui nós temos uma outra variante na palavra

“ª%l,m,Þylia/”- elimelek - a aparato sugere que devemos considerar as informações

apresentadas no versículo 2 na chamada “a”, deste modo, encerra-se a leitura com um pipe.
O versículo 4 não tem nenhuma chamada, todavia, o aparato crítico nos informa que a

versão Peshitta grafa o nome de Rute de outra forma tW[r-r‘uth -, novamente a leitura
termina com o pipe.
Agora, no sexto versículo deste texto encontramos outra chamada para o aparato

crítico na palavra “ ªbv'T'Þw:”-vathashav - o aparato nos informa que a leitura é muito

atestada pela Septuaginta. Assim finda a primeira leitura, seguindo agora para a Segunda
b
leitura com chamada “b” deste versículo temos a palavra “ ydEäF.mi”-mishedi- a aparato nos
remete para o primeiro versículo deste capítulo para as informações ali contidas na
chamada “b”. A leitura é encerrada pelo pipe.
Consideremos agora o versículo 8 onde temos um outra chamada, a palavra neste

momento é “ ªhn"k.leä”-lekenah- a aparato informa que esta palavra encontra-se ausente do


texto grego da Septuaginta segundo a recensão de Luciano de Antioquia. E assim, termina a
leitura do texto com um pipe. A Segunda chamada neste versículo encontra-se na palavra
b
“ HM'_ai”-’imah- a aparato diz que a versão Pishitta oferece outra leitura h;)yt;)wOba}.-’a
vothayah- Deste modo termina a leitura com um pipe. A terceira chamada deste versículo 8
c
está na palavra “ hf,[]y:”-yasher- a aparato diz que esta leitura é conforme o texto escrito e

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c
após os informa que a palavra “ Îf[;y:åД- ya‘as- é como deve ser lida ou conforme o texto é
lido, então, a leitura é encerrada pelo pipe.

No versículo 12 temos uma chama para o aparato crítico na palavra “ ª!'k.l”eê -lekena-
a aparato nos informa que tal palavra encontra-se omitida no Códice do Vaticano e na
Peshitta.

INTERPRETANDO O APARATO CRÍTICO.

O nosso texto é marcado por um grande número de variantes textuais, dado a isso,
necessitamos interpretar o nosso aparato.
Vs 1 - neste primeiro caso poderíamos indicar o seguinte: a aparato atesta para uma
leitura mais curta da frase com uma preposição, este critério da leitura pode ser usado sem
maiores prejuízos ao texto, então, podemos optar pela leitura da aparato, todavia, podemos
também dizer que no critério da evidência externa sabe-se que o texto massorético é
preferível, então, podemos assumir a leitura como está em nosso texto.

Na Segunda chamada deste versículo a aparato nos apresenta a leitura “ hd:f.Bi”-


bisedah- como muitos manuscritos medievais a apresenta, todavia, esta leitura pode ser
rejeitada , pelas seguintes razões:
1º critério da evidência interna: neste mesmo texto esta palavra aparece por diversas vezes
indicando que era intenção do autor usar tal leitura, onde a leitura mais curta é preferida. É
bom salientar que esta leitura do aparato também pode ser adota, se o critério da evidência
interna pesar, pois, no versículo 6 temos a mesma construção, então, ela pode também ser
aceita como leitura do texto.
2º Critério da evidência externa: O Texto Massorético deve ser preferido a qualquer outra
tradição.
Com respeito à terceira chamada em nosso aparato neste versículo o aparato nos diz

que a palavra “ ynv”-shani- encontra-se ausente no Códice do Vaticano, mas que tal leitura
é aditada nos manuscritos do período medieval e na Peshitta. Levando em consideração a
evidência externa continuamos com a leitura do Texto Massorético.

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No versículo 2 a leitura é confirmada pelo Códice Vaticano e os manuscritos
medievais, todavia, a Septuaginta apresenta alguma abreviação e a versão Áquila se
contrapõe com versão dos LXX sugerindo outra abreviação, diante disso, permanecemos
com o Texto Massorético.
A chamada “b” deste versículo atesta para permanecermos com o termo “ ydEf.”-
shedi- Em nosso texto. De igual modo ocorre no versículo 3 deste capítulo onda a chamada
nos inclina a ficarmos com a leitura do Texto Massorético como sendo a leitura original. O
versículo 4 apresenta o nome de Rute grafada de forma distinta ao usada no TM, tal grafia,
provavelmente seja aramaica, mas em critério da crítica ficamos com o TM, pois, a leitura
não oferece nenhuma dificuldade.
No versículo 6 a aparato oferece-nos a informação de que a Septuaginta atesta
grandemente a leitura que encontramos no TM, por isso, permaneceremos com o texto do
modo como encontra-se grafado. Ainda neste versículo o aparato nos informa que a palavra
ydEäF.mi”-mishedi- deve ser analisada a luz do versículo 1 na chamada “b”, isto corrobora
para o fato de que a palavra pertence ao TM.
No versículo 8 o aparato nos indica que a palavra “ hn"k.leä”-lek(r)enah encontra-se
ausente da versão dos LXX na recensão de Luciano de Antioquia. Mas, nós permanecemos
com o Texto Massorético, pois, é um texto mais antigo e a leitura na apresenta dificuldades.
Na Segunda chamada “b” a versão Peshitta oferece uma leitura distinta do Texto
Massorítico, então, nós continuamos com o TM, visto não haver evidências suficientes para
a leitura apresentada pela Peshitta. E o versículo 8 finda com uma chamada sobre duas
palavras que são confirmadas como leituras originais do TM.

O aparato termina com o versículo 12 indicando que a palavra ª!'k.leê –lek(r)ena-é


omitida do Códice Vaticano e da Peshitta. Mas, a evidência externa atesta que a leitura do
TM é preferível porque o texto a reproduz e, é confiável.

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