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METROLOGIA-2003 – Metrologia para a Vida

Sociedade Brasileira de Metrologia (SBM)


Setembro 01−05, 2003, Recife, Pernambuco - BRASIL

SISTEMA COMPUTADORIZADO PARA VERIFICAÇÃO DE


FUNCIONALIDADE EM INCUBADORAS NEONATAIS
Raimes Moraes – Nestor Agostini

Resumo: Este trabalho apresenta um sistema computa- Quando novas, as incubadoras apresentam, geralmente,
dorizado desenvolvido para verificar a funcionalidade de funcionamento adequado. No entanto, a verificação peri-
controle de grandezas ambientais em incubadoras neona- ódica da funcionalidade destas é desejável, haja vista
tais. que o desgaste natural de seus componentes pode acarre-
A motivação para o desenvolvimento deste trabalho é tar danos aos recém-nascidos [2].
produzir sistema de baixo custo com tecnologia nacional
para executar esta tarefa. Para avaliar a funcionalidade de incubadoras, a Seção 8
O funcionamento deste dispositivo baseia-se nos requisi- da NBR IEC 601-2-19 requer a medição das seguintes
tos da norma NBR IEC 601-2-19 sobre incubadoras grandezas ambientais:
neonatais. Esta norma requer a verificação da medição da
temperatura ambiente (sala onde está a incubadora), da - temperatura ambiente (sala da incubadora);
temperatura em 5 pontos no interior da incubadora, da - temperatura interna em 5 pontos.
umidade do ar e da velocidade do fluxo de ar. - umidade do ar
Para efetuar as medições, um microcomputador (IBM- - velocidade do fluxo de ar.
PC) comunica-se através da porta paralela com um con-
junto de sensores (com precisão e resolução adequados a A Figura 1 mostra as 5 posições de onde a temperatura
este propósito) montados em um dispositivo para posi- interna deve ser medida. O retângulo apresentado repre-
cioná-los dentro da incubadora. Software para o sistema senta o contorno da incubadora. Os pontos devem se
operacional Windows realiza a leitura dos sensores e encontrar numa altura de 10 cm da base da incubadora. O
apresenta o resultado das medições na tela. As alterações ponto A, segundo terminologia da norma, é o ponto de
dos controles da incubadora para realizar as medidas medida da temperatura da incubadora. Os pontos B, C, D
indicadas pela norma são solicitadas através de mensa- e E correspondem a pontos para medição da temperatura
gens apresentadas na tela do PC. do ar. Para as demais medidas, a norma não especifica a
Ao final do ensaio, um relatório em forma de arquivo altura dos sensores. A umidade do ar deve ser medida no
texto é emitido com todas as informações obtidas durante ponto central da incubadora, ou seja, ponto A. A norma
o procedimento. também não determina o local no interior da incubadora
Exemplo de teste realizado com o sistema desenvolvido é para medição da velocidade do fluxo de ar. Neste traba-
apresentado. lho, para esta medição, arbitrou-se o ponto D.

Palavras chave: manutenção, aferição, engenharia


clinica. B D
A
1. INTRODUÇÃO C E

A incubadora neonatal é um equipamento médico-


assistencial destinado a gerar e manter um ambiente Figura 1 - Posição indicada pela norma para medição de
ideal para a sobrevivência de recém-nascidos prematuros, temperatura, umidade e velocidade do ar
com baixo peso ou com disfunções que justifiquem sua 1.1. SENSORES UTILIZADOS
utilização.
O objetivo do controle das grandezas ambientais dentro Para realizar os ensaios de funcionalidade solicitados
das incubadoras é propiciar um ambiente termoneutro. pela norma, desenvolveu-se um sistema que pudesse
Este se consiste em um ambiente para o qual o recém- automatizá-los, considerando as seguintes questões de
nascido praticamente não perde calor, mantendo assim, ordem prática:
um baixo metabolismo que possibilita seu melhor desen-
volvimento [1]. - concordância com a norma em todos os seus requisi-
tos;
PERÍMETRO DA INCUBADORA

- praticidade e facilidade de operação do sistema;


- custo não proibitivo.
B D
PARA A PORTA A
PARALELA DO PC
C E

2. METODOLOGIA CABO UTP SENSORES ESTRUTURA METÁLICA

10cm
A Figura 2 mostra o diagrama de blocos do sistema de-
Figura 4 - Dispositivo para posicionar sensores para
senvolvido.
medição de temperatura, umidade e veloci-
dade do ar
MICROCOMPUTADOR (PC) DISPOSITIVO POSICIONADOR

Com relação à temperatura interna, a norma exige dispo-


sitivos de medição com resolução e exatidão mínima de
SENSORES PARA
TEMPERATURA 0,05°C na faixa de 20° a 40°C, sendo vetado o uso de
SOFTWARE PARA
termômetro de mercúrio (NBR IEC 601-2-19/Item
PC 50.106).
SENSOR PARA

INTERFACE
UMIDADE RELATIVA Para a implementação do sistema, foram utilizados os
1-WIRE sensores apresentados na Tabela 1.
SENSOR PARA VEL.
DO FLUXO DE AR Tabela 1 - Sensores utilizados no sistema desenvol-
PORTA PARALELA
vido

Medição Sensor Fabricante


Figura 2 – Diagrama de blocos do sistema desenvolvido
Temperatura DS18S20 Maxim-Dallas
Externa [5]
Um microcomputador, executando o software desenvol-
Temperatura DS2438 Maxim-Dallas
vido para este sistema, conecta-se a um módulo externo.
Externa [6]
Este módulo contém 6 sensores montados em placa de
Umidade HIH-3610 Honeywell
circuito impresso. O PC e o módulo externo estão interli-
do ar
gados pela porta paralela através de um cabo do tipo UTP
(Unshielded Twisted Pair - par trançado sem blindagem), Velocidade Termistor NTC Fenwall
utilizando um protocolo de comunicação denominado 1- Do ar
Wire (Maxim-Dallas). O protocolo de comunicação 1- As características que determinaram a utilização destes
Wire permite o compartilhamento do barramento, ou sensores são mostradas nas Tabelas 2 e 3.
seja, pode-se ter vários sensores ligados em paralelo. A
distinção entre os vários sensores é realizada através de Tabela 2 - Características do sensor de temperatura DS18S20
um número serial, incorporado no componente durante a
CARACTERÍSTI- VALORES TÍ- DESVIO
fabricação [4]. A Figura 3 mostra como estão conectados
CA PICOS MÁXIMO
os sensores deste sistema. A disposição dos sensores na
Faixa de medição -55°C até +125°C
incubadora de acordo com a norma é assegurada por sua
montagem em suporte metálico cuja largura e compri- Resolução 0,05°C (13 bits)
mento são ajustáveis (Figura 4). O sensor denominado Tempo máximo de 750ms
EXT monitora a temperatura ambiente. conversão da tempe-
ratura
PORTA PARALELA Tensão de alimenta- 2,4 a 10 Vdc
PC
ção
A B C D E

SENSORES
EXT

Figura 3 - Esquema de ligação dos sensores ao PC


Tabela 3 - Características sensor de temperatura DS2438 Este sensor possui integrado um circuito condicionador
para fornecer, em sua saída, um nível DC proporcional à
umidade relativa do ar. Esta tensão é aplicada à entrada
CARACTERISTI- VALORES TÍPI- DESVIO do conversor A/D do DS2438 [8] de modo a permitir sua
CA COS MÁXIMO leitura no PC.
Faixa de medição -55°C até +125°C A velocidade do ar dentro da incubadora é medida utili-
Resolução 0,03125°C (13 Bits) zando a anemometria térmica [9]. Neste processo, é utili-
Tempo máximo de 3ms 10ms zado um termistor NTC em ponte de Wheatstone que é
conversão mantido aquecido a uma temperatura acima da ambiente.
Tensão de alimenta- 2,4 a 10 Vdc Quando ocorre um deslocamento do ar, há uma variação
ção de temperatura no termistor, que provoca uma alteração
na sua resistência. Esta alteração de resistência produz
uma variação na tensão V+, que, por sua vez, altera a
Além do sensor de temperatura, o circuito integrado tensão de saída do amplificador de instrumentação CI.
DS2438 também possui, internamente, um conversor Esta alteração produz uma mudança no estado de condu-
analógico digital. Neste trabalho, o conversor é utilizado ção do transitor (Q), que tende a reequilibrar a ponte,
para digitalizar as medidas de ventilação e umidade rela- através da alteração da tensão Vo. Esta tensão Vo, por ser
tiva do ar. Nos locais onde é realizada somente a medi- proporcional a temperatura do termistor é utilizada para a
ção de temperatura (pontos B, C e E), o conversor A/D medição da velocidade do fluxo de ar.
não é utilizado. A Tabela 4 apresenta as características do A Figura 5 mostra o circuito utilizado neste trabalho para
conversor analógico digital contido no circuito integrado medição da velocidade do ar [10].
DS2438.
Vcc

Tabela 4 - Características do conversor analógico digital Q


Vo Ie
contido no DS2438
R2 R1
CARACTERISTICA VALORES TÍ- DESVIO
PICOS MÁXIMO V
CI
Número de bits 10 Ib

Resolução 10mV V+

Erro de Conversão A/D ±10mV ±50mV


R3 TERMISTOR
Tempo de conversão 3ms 10ms

O sensor HIH-3610 para medição da umidade relativa do


ar é do tipo capacitivo thermoset com precisão compatí-
vel com as exigências da norma (Tabela 5) [7]. Figura 5 - Circuito utilizado para medir velocidade do ar

Tabela 5 - Características do sensor de umidade HIH-3610


2.2. O SOFTWARE
PARÂMETRO CONDIÇÃO
Exatidão ±2% entre 0% a 100% de umidade, O software que gerencia o sistema foi desenvolvido com
25°C, Vcc=5Vdc o compilador C++Builder. Com isso, obteve-se uma
Linearidade ±0,5% interface amigável e de fácil utilização [12].
Repetibilidade ±0,5% A norma requer a realização de medidas para diferentes
Tempo de respos- 15 s com ar em baixa velocidade e pontos de operação da incubadora. O procedimento de
ta temperatura de 25°C ensaio necessita, portanto, da intervenção do operador
Estabilidade ±1% (em 50% de UR) após 5 anos para ajustar os controles da incubadora.
de uso O software solicita ao operador, através de mensagens, a
Alimentação 4Vdc a 5,8Vdc realização dos ajustes necessários nos controles da incu-
Consumo 200µA com Vcc=5Vdc badora para proceder as medições. O operador sinaliza,
Faixa de operação 0% a 100% (sem condensação) através do mouse, que os ajustes foram feitos e que as
Temperatura de -40°C a 85°C medidas podem ser realizadas.
operação Funcionalmente, o software realiza as seguintes verifica-
ções:
- temperatura ambiente: deve estar entre 21°C e 26°C;
- estabilidade da temperatura da incubadora no ponto A:
não deve variar em mais de &0,5°C;
- tempo de aquecimento (elevação da temperatura interna
em 11°C acima da ambiente): não deve diferir em mais
de 20% do informado pelo fabricante;
- desvio de temperatura em relação à média:
- com colchão na posição horizontal: máximo
permitido &0,8°C;
- com colchão fora da posição horizontal: máxi-
mo permitido &1,0°C;
- sobre-elevação da temperatura acima da ajustada nos
controles da incubadora: máximo 2°C;
- tempo para restaurar a temperatura em caso de sobrele-
vação: máximo 15 min;
- umidade relativa: diferença máxima de 10% entre o
valor lido e o indicado nos controles da incubadora;
- velocidade do fluxo de ar: não deve ser superior a
Figura 7 - tela de acompanhamento gráfico
0,35m/s.
A Figura 6 mostra tela com resultados obtidos durante a
realização de um ensaio. Observar que alguns campos
mostram o valor zero porque ainda não haviam sido 2.3. CALIBRAÇÃO DOS SENSORES
medidos no momento da gravação da tela.
Os sensores de temperatura foram calibrados com o auxí-
lio de um termômetro padrão de mercúrio, com exatidão
e resolução de 0,1°C. O módulo de hardware do sistema
desenvolvido e o termômetro de mercúrio foram inseri-
dos em uma estufa. Um microcomputador foi acoplado
ao hardware e utilizado para executar o software. A
estufa utilizada neste procedimento possui as seguintes
características:
- potenciômetro para regular a temperatura, entre
10°C e 70°C;
- porta de vidro para possibilitar a visualização
interna do termômetro de mercúrio sem necessi-
dade de abertura da porta. A abertura da porta
poderia provocar um desequilíbrio na tempera-
tura interna da estufa, afetando a indicação dos
sensores.
O termômetro foi colocado no interior da incubadora de
Figura 6 - Tela principal do sistema durante um ensaio maneira a poder ser lido do exterior. A porta da estufa foi
fechada. Foi aguardado um período adequado à estabili-
O software permite o acompanhamento gráfico das me- zação dos sensores, sendo esta verificada através das
dições durante a realização do ensaio, conforme mostra- leituras mostradas na tela do microcomputador. Após
do na Figura 7. Nesta tela os dados são renovados a cada este período, foi feita a primeira leitura indicada pelo
10 segundos. A cada 6 medições, a tela é preenchida e termômetro e pelos cinco sensores. Em seguida, iniciou-
guardada em arquivo de modo que é possível visualizar se um procedimento de aumento gradual de temperatura
as telas anteriores, caso haja necessidade. em passos de, aproximadamente, 2°C. Em cada passo foi
aguardado um período adequado a estabilização da tem-
peratura interna. Após a verificação da estabilização
através da indicação mostrada na tela do microcomputa-
dor, foi feita uma nova leitura em cada sensor. Todo o
procedimento foi repetido três vezes de modo que se
obteve três conjuntos de leituras. Com este método, po-
de-se verificar a repetibilidade das leituras e sua precisão.
Com os valores obtidos para cada sensor, calculou-se os
coeficientes de reta de regressão linear para cada conjun-
to de leituras. Depois, para cada sensor, foi feita uma Na seqüência, utilizando uma estufa, anotou-se a tensão
média dos coeficientes encontrados nos três ensaios e o de saída apresentada pelo circuito para várias temperatu-
resultado, um coeficiente linear e um coeficiente angular, ras, dentro da faixa de interesse para este trabalho. De
foi introduzido no software a fim de apresentar as leituras posse destas duas medições, foi aplicado ao software um
corrigidas. polinômio para correção da variação de temperatura, isto
A Figura 8 mostra os dados em forma gráfica. Os círcu- é, para temperaturas diferentes de 23,5°C é feita uma
los mostrados são os pontos experimentais. A reta apre- correção para verificar qual seria a indicação do sensor
sentada é a calculada através de regressão linear que nesta temperatura. Após esta operação, é verificado se a
gerou os coeficientes de correção aplicados ao software. indicação está acima ou abaixo daquela que seria mostra-
da se a velocidade do ar fosse de 0,35 m/s.
Temp. Real X Temp. Indicada no sensor A A Figura 10 mostra o gráfico dos dados obtidos nesta
etapa.
Temp. Ind. no sensor A (°C)

45,00 2,50
40,00
35,00 2,45
30,00 2,40

Valor indicado (V)


25,00
20,00 2,35
15,00 2,30
10,00
5,00 2,25
0,00 2,20
19,00
21,00
23,00
25,00
28,00
30,00
32,00
34,50
36,30
38,00
40,00

2,15
2,10
Temp Real (°C) 21,00 23,00 26,00 28,00 30,00

Figura 8 - Reta calculada por regressão linear para o Temperatura (°C)


sensor A. Os pontos representam dados
Antes de passar à descrição do procedimento de calibra- Figura 10 -Variação da indicação do anemômetro
experimentais
ção do sensor de velocidade do ar, é importante observar em função da temperatura para ar para-
que a norma não exige que a velocidade do ar seja medi- do (0 m/s)
da continuamente. Apenas requer que não seja superior a
0,35 m/s.
O sensor de velocidade do ar foi calibrado utilizando-se O sensor de umidade relativa não necessitou de nenhuma
um túnel de vento com velocidade controlada. O sensor calibração, visto que o fabricante (Honeywell) o fornece
padrão utilizado foi o modelo TA5 (Airflow Inc.), que com a curva de calibração.
possui uma exatidão de 2% na faixa de nosso interesse.
Iniciou-se com uma velocidade 0,1 m/s e esta foi aumen-
tada até atingir 0,5 m/s. Em cada passo intermediário, 3. RESULTADOS
anotou-se a indicação do sensor.
Toda a operação foi realizada a uma temperatura ambien- Esta seção mostra os resultados obtidos em ensaio reali-
te de 23,5°C. zado em incubadora pertencente a um hospital público de
A Figura 9 mostra o gráfico dos resultados obtidos. Santa Catarina
A Figura 11 apresenta a montagem do sistema para reali-
Indicação do anemômetro

2,75 zar o ensaio. O dispositivo posicionador dos sensores foi


colocado dentro da incubadora (notar a estrutura metálica
2,70 dentro da incubadora. Este dispositivo encontra-se conec-
tado ao PC, posicionado externamente. A incubadora foi
2,65
(V)

mantida dentro da sala onde é normalmente utilizada,


2,60 com todas as portinholas fechadas, inclusive aquela por
onde passa o cabo de conexão. Após montagem do sis-
2,55 tema foi iniciado o ensaio.
0,10 0,15 0,28 0,35 0,40 0,48

Velocidade do ar (m/s)

Figura 9 – Calibração do anemômetro em função da


velocidade do ar a 23,5°C. Os pontos re-
presentam os dados experimentais
PASSO 2:
MEDIÇÃO DA VELOCIDADE DO AR. VELOCIDA-
DE MÁXIMA PERMITIDA=0,35m/s.
07:41:38 Velocidade do ar: Menor do
que 0,35 m/s.

PASSO 3:
TEMPO PARA ELEVAR A TEMPERATURA EM
11°C.

08:07:38 Tempo para elevar a tempera-


tura em 11°C (min): 25.

PASSO 4:
MEDIÇÃO DA VARIAÇÃO DE TEMPERATURA EM
RELAÇÃO A TEMPERATURA MÉDIA COM O COL-
Figura 11 - Disposição do sistema durante o CHÃO NA POSIÇÃO HORIZONTAL E TEMPERA-
ensaio TURA DE CONTROLE AJUSTADA EM 32°C.
A MÁXIMA VARIAÇÃO PERMITIDA É DE 0,8°C
Ao final do ensaio, obteve-se arquivos, apresentando as EM RELAÇÃO A MÉDIA.
ocorrências. A seguir, são apresentados dois arquivos de
teste. O primeiro foi feito em uma incubadora marca 08:08:40 Temperatura de controle ajus-
Fanem, modelo C-86 (a mesma que aparece na Figura 9). tada em 32°C e colchão na posição ho-
Esta é uma incubadora mais antiga, com controles total- rizontal
mente analógicos. A segunda, também, fabricada pela
09:09:01 ==> Nenhum problema nesta
Fanem, é uma de modelo CT186. Esta é um modelo
etapa
moderno, com controles digitais feitos com microproces-
sadores.
PASSO 5:
MEDIÇÃO DA VARIAÇÃO DE TEMPERATURA EM
Arquivo 1: Incubadora analógica RELAÇÃO A TEMPERATURA MÉDIA COM O COL-
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CHÃO EM POSIÇÃO NÃO HORIZONTAL E TEM-
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA PERATURA DE CONTROLE AJUSTADA EM 32°C.
INSTITUTO DE ENGENHARIA BIOMÉDICA A MÁXIMA VARIAÇÃO PERMITIDA É DE 1,0°C
SENINC - SISTEMA PARA ENSAIO DE INCU- EM RELAÇÃO A MÉDIA.
BADORAS
09:09:12 Temperatura de controle ajus-
RELATÓRIO DE ENSAIO EM INCUBADORAS tada em 32°C e colchão fora da posição
NEONATAIS horizontal
======================================
09:25:45 Temperatura no ponto E varia
Data do ensaio: 16/05/2003 em mais de 1°C em relação a temperatu-
Hora do inicio do ensaio: 07:39:21 ra média

CLIENTE: Hospital PASSO 6:


EQUIPAMENTO EM TESTE: Incubadora 1500 MEDIÇÃO DA VARIAÇÃO DE TEMPERATURA EM
- Marca Fanem - modelo C-86 RELAÇÃO A TEMPERATURA MÉDIA COM O COL-
====================================== CHÃO NA POSIÇÃO HORIZONTAL E TEMPERA-
TURA DE CONTROLE AJUSTADA EM 36°C.
PASSO 1: A MÁXIMA VARIAÇÃO PERMITIDA É DE 0,8°C
MEDIÇÃO DA TEMPERATURA AMBIENTE NO EM RELAÇÃO A MÉDIA.
INICIO DO ENSAIO.
FAIXA PERMITIDA: 21°C ATÉ 26°C. 10:11:10 Temperatura de controle a-
07:39:35 Temperatura ambiente no iní- justada em 36°C e colchão na posição
cio do ensaio: 25°C. horizontal
11:11:16 ==> Nenhum problema nesta
etapa Verifique no arquivo as possíveis
irregularidades.
PASSO 7:
MEDIÇÃO DA VARIAÇÃO DE TEMPERATURA EM
RELAÇÃO A TEMPERATURA MÉDIA COM O COL-
CHÃO EM POSIÇÃO NÃO HORIZONTAL E TEM- Arquivo 2: Incubadora digital microproces-
PERATURA DE CONTROLE AJUSTADA EM 36°C.
A MÁXIMA VARIAÇÃO PERMITIDA É DE 1,0°C sada
EM RELAÇÃO A MÉDIA.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
11:12:31 Temperatura de controle a-
INSTITUTO DE ENGENHARIA BIOMÉDICA
justada em 36°C e colchão fora da po-
SENINC - SISTEMA PARA ENSAIO DE INCU-
sição horizontal
BADORAS
12:12:45 ==> Nenhum problema nesta
RELATÓRIO DE ENSAIO EM INCUBADORAS
etapa
NEONATAIS
======================================
PASSO 8:
VERIFICAÇÃO DA SOBREELEVAÇÃO DA TEMPE-
Data do ensaio: 31/05/2003
RATURA.
Hora do inicio do ensaio: 08:42:21
MÁXIMA PERMITIDA: 2°C
CLIENTE: Hospital
12:14:40 Temperatura de controle ajus-
EQUIPAMENTO EM TESTE: Incubadora 1650
tada em 30°C.
- Marca Famem - Modelo CT186
======================================
12:25:41 Temperatura de controle ajus-
tada em 34°C.
PASSO 1:
MEDIÇÃO DA TEMPERATURA AMBIENTE NO
PASSO 9:
INICIO DO ENSAIO.
VERIFICAÇÃO DO TEMPO PARA RESTAURAÇÃO
FAIXA PERMITIDA: 21°C ATÉ 26°C.
DA TEMPERATURA SELECIONADA (34°C).
08:51:35 Temperatura ambiente no ini-
MÁXIMO PERMITIDO: 15 min.
cio do ensaio: 25°C.
12:35:42 Tempo para restaurar a tempe-
ratura (min):06
PASSO 2:
MEDIÇÃO DA VELOCIDADE DO AR. VELOCIDA-
PASSO 10:
DE MÁXIMA PERMITIDA=0,35m/s.
MEDIÇÃO DA UMIDADE RELATIVA.
08:51:38 Velocidade do ar: Menor do
ESTA INCUBADORA NÃO POSSUI CONTROLE DE
que 0,35 m/s.
UMIDADE.
MÁXIMA DIFERENÇA PERMITIDA ENTRE O
PASSO 3:
VALOR AJUSTADO E O LIDO: 10%.
TEMPO PARA ELEVAR A TEMPERATURA EM
11°C.
12:36:21 Valor lido da umidade:
41.89%
09:21:45 Tempo para elevar a tempera-
tura em 11°C (min): 29.
PASSO 11:
MEDIÇÃO DA ESTABILIDADE DA TEMPERATURA
PASSO 4:
DA INCUBADORA
MEDIÇÃO DA VARIAÇÃO DE TEMPERATURA EM
A VARIAÇÃO MÁXIMA PERMITIDA NO PONTO A
RELAÇÃO A TEMPERATURA MÉDIA COM O COL-
É DE 0,5°C CHÃO NA POSIÇÃO HORIZONTAL E TEMPERA-
TURA DE CONTROLE AJUSTADA EM 32°C.
12:38:01 ==> Nenhum problema nesta A MÁXIMA VARIAÇÃO PERMITIDA É DE 0,8°C
etapa EM RELAÇÃO A MÉDIA.
12:38:23 Final dos testes.
09:23:11 Temperatura de controle ajus- MÁXIMA PERMITIDA: 2°C
tada em 32°C e colchão na posição ho-
rizontal 13:32:21 Temperatura de controle ajus-
tada em 30°C.
10:24:01 ==> Nenhum problema nesta
etapa 13:44:41 Temperatura de controle ajus-
tada em 34°C.
PASSO 5:
MEDIÇÃO DA VARIAÇÃO DE TEMPERATURA EM PASSO 9:
RELAÇÃO A TEMPERATURA MÉDIA COM O COL- VERIFICAÇÃO DO TEMPO PARA RESTAURAÇÃO
CHÃO EM POSIÇÃO NÃO HORIZONTAL E TEM- DA TEMPERATURA SELECIONADA (34°C).
PERATURA DE CONTROLE AJUSTADA EM 32°C. MÁXIMO PERMITIDO: 15 min.
A MÁXIMA VARIAÇÃO PERMITIDA É DE 1,0°C
EM RELAÇÃO A MÉDIA. 14:05:42 Tempo para restaurar a tempe-
ratura (min):08
10:27:01 Temperatura de controle ajus-
tada em 32°C e colchão fora da posição 14:05:44 ==> Nenhum problema nesta
horizontal etapa

11:27:04 ==> Nenhum problema nesta PASSO 10:


etapa MEDIÇÃO DA UMIDADE RELATIVA.
ESTA INCUBADORA NÃO POSSUI CONTROLE DE
UMIDADE.
PASSO 6: MÁXIMA DIFERENÇA PERMITIDA ENTRE O
MEDIÇÃO DA VARIAÇÃO DE TEMPERATURA EM VALOR AJUSTADO E O LIDO: 10%.
RELAÇÃO A TEMPERATURA MÉDIA COM O COL-
CHÃO NA POSIÇÃO HORIZONTAL E TEMPERA- 14:05:56 Valor lido da umidade:
TURA DE CONTROLE AJUSTADA EM 36°C. 42.71%
A MÁXIMA VARIAÇÃO PERMITIDA É DE 0,8°C
EM RELAÇÃO A MÉDIA. PASSO 11:
MEDIÇÃO DA ESTABILIDADE DA TEMPERATURA
11:30:10 Temperatura de controle a- DA INCUBADORA
justada em 36°C e colchão na posição A VARIAÇÃO MÁXIMA PERMITIDA NO PONTO A
horizontal É DE 0,5°C

12:30:12 ==> Nenhum problema nesta 14:06:10 ==> Nenhum problema nesta
etapa etapa

PASSO 7: 14:06:13 Final dos testes.


MEDIÇÃO DA VARIAÇÃO DE TEMPERATURA EM
RELAÇÃO A TEMPERATURA MÉDIA COM O COL- Verifique no arquivo as possíveis
CHÃO EM POSIÇÃO NÃO HORIZONTAL E TEM- irregularidades.
PERATURA DE CONTROLE AJUSTADA EM 36°C.
A MÁXIMA VARIAÇÃO PERMITIDA É DE 1,0°C
EM RELAÇÃO A MÉDIA. 4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
12:31:31 Temperatura de controle a- Analisando as exigências da norma NBR IEC 601-2-19,
justada em 36°C e colchão fora da po- Seção 8, nota-se que, sem um sistema automatizado, é,
sição horizontal praticamente inviável, realizar as medições necessárias.
Seria necessário possuir seis termômetros, um anemô-
13:31:36 ==> Nenhum problema nesta metro e um higrômetro, todos eles posicionados manu-
etapa almente nos locais indicados na norma. As medições de
velocidade do fluxo de ar e de umidade relativa podem
PASSO 8: ser feitas, seguindo as prescrições da norma, sem dificul-
VERIFICAÇÃO DA SOBREELEVAÇÃO DA TEMPE- dades. No caso das medições de temperatura, temos a
RATURA. dificuldade de que os cinco sensores internos devem ser
lidos ao mesmo tempo, em intervalos de tempo da ordem o túnel de vento, por este motivo, a calibração
de segundos, durante 1 hora (prescrição da norma). Os foi feita conforme descrito neste trabalho.
dados obtidos precisam ser tabulados, para o cálculo da
temperatura média e para a verificação da uniformidade Como observação final, espera-se que o dispositivo seja
de temperatura na incubadora. Este é um trabalho muito utilizado, principalmente, em hospitais com menor poder
difícil, em função da quantidade de leituras exigidas, e da aquisitivo, onde as incubadoras são utilizadas por um
pouca confiabilidade dos resultados, em função das leitu- período de tempo longo, favorecendo, assim, a ocorrên-
ras manuais. cia de desvios no sistema de controle em função do longo
Um dispositivo como o que é apresentado neste trabalho período de utilização.
elimina estes problemas, visto que as únicas intervenções
do operador, durante o ensaio, se referem mudanças na REFERÊNCIAS
incubadora (temperatura selecionada e posição do col-
chão), sem nenhuma influência nas medições. [1] Perlstein, Paul H. “Physical Enviroment.” In Fa-
naroff, Avroy A.; Martin, Richard J.. “Neonatal-Perinatal
5. CONCLUSÕES Medicine, Volume 1. 6ª”, Ed. Saint Louis: Mosby-Year
Books Inc, 1997.
O objetivo deste trabalho foi desenvolver um sistema
para monitoração de grandezas ambientais em incubado- [2] International Electrotechinal Commission – “IEC
ras de acordo com a norma NBR IEC 601-2-19. Outro 601-2-19”, ABNT, 1997.
importante é que seja de fácil operação a fim de estimular
sua utilização. Assim, a motivação foi desenvolver um [3] Dallas Semiconductors, “A 1-Wire protocol”, Dallas
sistema que possa ser efetivamente utilizado em hospi- Semiconductors.
tais, oficinas de manutenção e outros locais onde houver
incubadoras que, eventualmente necessitem de uma ava- [4] Dallas Semiconductors, “App Note 187: 1-Wire Search
Algorithm”, Dallas Semiconductors.
liação quanto à sua funcionalidade. Outro ítem conside-
rado na escolha da forma de realizar o trabalho foi o
custo: a idéia foi a de apresentar um sistema cujo custo [5] Dallas Semiconductors,”DS18S20 High Precision 1-
não o tornasse proibitivo aos possíveis usuários. Wire Digital Thermometer”, Dallas Semiconductors.
Os resultados mostraram que o desempenho deste
sistema está bem adequado as exigências técnicas. A [6] Dallas Semiconductors,”DS2438 Smart Battery
forma como os dados são apresentados, sendo arquivadas Monitor”, Dallas Semiconductors.
todas as informações necessárias, torna a avaliação do
estado da incubadora muito fácil e possibilita um histó- [7] Honeywell, “Humidity Sensors - HIH series”, Hon-
rico de cada incubadora. eywell.
Com relação ao trabalho, é importante frisar alguns pon-
tos importantes: [8] Dallas Semiconductors, “A 1-wire humidity sensor”,
- o termômetro utilizado para a calibração dos Dallas Semiconductors.
sensores de temperatura apresenta uma precisão
e resolução de 0,1°C. A norma técnica exige um [9] Ismail, Raouf, “Air velocity measuring using
termômetro padrão com precisão e resolução de thermistors”, Cambridge AccuSense Inc, 2001.
0,05°C. Como não se dispunha de um termôme-
tro com esta classe de precisão e resolução fez- [10] Kaczmarek, Kurt; Hund, Bruce. “Interfacing flow
se a calibração com o disponível. Portanto, o sensors.” University of Wisconsin-Madison, Ed. Prentice-
correto seria conseguir um termômetro com as Hall, 1988.
características especificadas na norma e realizar
esta calibração novamente; [11] Texas Instruments,” INA332 Low Power Single-
- a calibração do anemômetro foi feita em duas Supply CMOS Instrumentation Amplifiers”, Texas Semi-
etapas. Na primeira foi anotada a indicação (V) conductors
em função da variação da velocidade do fluxo
de ar e na segunda a indicação em função da va- [12] Reisdorph, Kent; Henderson, Ken. “Teach yourself
riação da temperatura ambiente. O ideal teria si- borland C++builder in 21 days”, Sams Publishing, Indi-
do, manter a velocidade do fluxo de ar em 0,35 anapolis (EUA),1997.
m/s, variar a temperatura ambiente dentro da
faixa de interesse e fazer todas as anotações para
esta velocidade. Ocorre que não se dispôs de
uma estufa suficientemente grande para abrigar

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