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João Garcia de Guilhade

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Quantos ham
gram coita d'amor ←
eno mundo, qual hoj'eu hei, ←
querriam morrer, eu o sei, ←
e haveriam en sabor; ←
mais, mentr'eu vos vir, mia
5 senhor, ←
sempre m'eu querria viver ←
e atender e atender. ←

Pero já nom posso guarir, ←


ca já cegam os olhos meus ←
10 por vós, e nom mi val i Deus ←
nem vós; mais, por vos nom
mentir, ←
enquant'eu vos, mia senhor,
vir, ←
sempre m'eu querria viver ←
e atender e atender. ←

15 E tenho que fazem mal sem, ←


quantos d'amor coitados som, ←
de querer sa morte, se nom ←
houverom nunca d'amor bem, ←
com'eu faç'; e, senhor, por en ←
20 sempre m'eu querria viver ←
e atender e atender. ←

Nota geral:
Se todos os que sofrem por amor dizem que querem morrer, o trovador diz à
sua senhora que não é esse o seu caso: enquanto a puder ver, só quer viver
para esperar.
Também neste caso, encontramos na obra de João Airas de Santiago uma
cantiga que desenvolve uma razom semelhante, sem que possamos
estabelecer um nexo cronológico ou causal seguro.

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