Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
417
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Registro: 2016.0000723163
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1042617-27.2015.8.26.0100 e código 456C9D8.
ACÓRDÃO
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIZ ANTONIO SILVA COSTA, liberado nos autos em 03/10/2016 às 16:36 .
Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento aos recursos. V. U.", de
conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.
Voto nº 16/30599
Apelação nº 1042617-27.2015.8.26.0100
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1042617-27.2015.8.26.0100 e código 456C9D8.
Comarca: São Paulo
Juiz de 1º Instância: Paula Regina Schempf
Apelante/Apelado: Amil Assistência Médica Internacional LTDA
Apelado: Marilisa Targa Fernandes
Apelado/Apelante: Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano
do Estado de São Paulo - CDHU
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIZ ANTONIO SILVA COSTA, liberado nos autos em 03/10/2016 às 16:36 .
Ementa: Plano de saúde Manutenção do Autora no plano de
saúde nas mesmas condições em que gozava enquanto vigorava
seu contrato de trabalho - Direito previsto no art. 31 da Lei n.º
9.656/1998 - Funcionária aposentada-demitida - Direito
adquirido quando da aposentadoria - Pagamento integral,
observados os reajustes legais - Impossibilidade de
diferenciação de plano para funcionários ativos e inativos -
Jurisprudência da 1ª Subseção de Direito Privado do TJSP e
do STJ ANS extrapola sua competência legislativa ao
restringir direito garantido legalmente (RN nº 279/2011)
Inexistência de ofensa ao princípio da legalidade (CRFB 5º II
cc art. 4º, inc. XI, da Lei nº 9.961/2000) Sentença mantida
Recursos improvidos.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1042617-27.2015.8.26.0100 e código 456C9D8.
Apela a corré Amil aduzindo, em síntese, que a Autora foi
aposentada em 01/02/2012 e permaneceu prestando serviços a CDHU até
26/12/2012, data de sua demissão. Afirma que nos termos do artigo 30 da
Lei 9656/98 aos funcionários demitidos sem justa causa é permitida a
permanência no plano de saúde por período máximo de 24 meses, assim
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIZ ANTONIO SILVA COSTA, liberado nos autos em 03/10/2016 às 16:36 .
indevida a permanência por tempo indeterminado ante a falta de previsão
legal. Pede a reforma da sentença.
Contrarrazões apresentadas.
É o Relatório.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1042617-27.2015.8.26.0100 e código 456C9D8.
A contribuição por período superior a 10 anos restou
incontroversa e quando a Apelada se aposentou já havia adquirido o direito
a manutenção no plano de saúde, razão pela qual se aplica a ela a regra
prevista no artigo 31 da Lei nº 9.656/98.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIZ ANTONIO SILVA COSTA, liberado nos autos em 03/10/2016 às 16:36 .
Consoante narrado na petição inicial, a Apelada foi funcionária da
CDHU no período de 11/02/1988 a 26/03/2013, quando foi demitida sem
justa causa, sendo certo que em 01/02/2012 se aposentou por tempo de
contribuição. Afirma que a partir de agosto de 2010 o plano de saúde
passou a ser gerenciado pela Amil e quando se desligou da empresa foi
assegurado apenas o direito a manutenção como beneficiária à razão de um
ano para cada ano de contribuição, o que considera ilegal ante a regra
prevista no artigo 31 da Lei nº 9.656/98.
Pois bem.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1042617-27.2015.8.26.0100 e código 456C9D8.
No mérito, ressalto que embora as Rés insistam que a Autora
não preenche os requisitos para manutenção no plano de saúde as provas
trazidas aos autos demonstram o contrário.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIZ ANTONIO SILVA COSTA, liberado nos autos em 03/10/2016 às 16:36 .
ao empregado aposentado que contribuiu por dez anos com plano de saúde
o direito de se manter como beneficiário “nas mesmas condições de
cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do contrato de
trabalho”, condicionado à assunção do pagamento integral da
contraprestação pecuniária.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1042617-27.2015.8.26.0100 e código 456C9D8.
plano de saúde, ou seja, o funcionário deve contribuir pelo período de dez
anos, independentemente de eventual alteração da empresa operadora do
plano de saúde.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIZ ANTONIO SILVA COSTA, liberado nos autos em 03/10/2016 às 16:36 .
ameaças à saúde, o empregado aposentado que buscasse no mercado um
plano de saúde individual ou familiar com cobertura semelhante à que
dispunha certamente encontraria mensalidades muito caras.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1042617-27.2015.8.26.0100 e código 456C9D8.
de aposentadoria, sua permanência no mesmo plano coletivo de
que era parte anteriormente, apenas tendo que pagar
integralmente o preço devido à operadora do plano de saúde”
(AgRg no AREsp 442.970/SP, Rel. Min. Raul Araújo, j. em
16.06.2015 pela 4ª T.).
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIZ ANTONIO SILVA COSTA, liberado nos autos em 03/10/2016 às 16:36 .
Acrescente-se que esse entendimento coaduna-se com a
expressão final do dispositivo analisado, “desde que assuma o seu
pagamento integral”. Essa condição permite inferir que o legislador
presume que a ex-empregadora realiza pagamentos parciais para alguém,
que, pelo contexto, infere-se sejam os empregados ativos. É dizer: a última
parte do art. 31 dá a entender que os empregados inativos participarão do
mesmo plano que os ativos, que terão parte da contraprestação pecuniária
arcada pela empregadora.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1042617-27.2015.8.26.0100 e código 456C9D8.
operadoras escolher entre manter os ex-empregados no mesmo plano dos
empregados ativos (art. 16) ou mantê-los em plano exclusivo (arts. 17 a
21), com preços, critérios de reajuste e faixas etárias diferentes, entendo
que essa última opção ofende manifestamente o art. 31 da Lei nº
9.656/1998.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIZ ANTONIO SILVA COSTA, liberado nos autos em 03/10/2016 às 16:36 .
Isso porque oferecer plano de saúde com mesma cobertura, mas
exclusivo para aposentados, ou seja, abrangendo grupo de pessoas com
idade avançada e mais vulneráveis a problemas de saúde, certamente terá
uma sinistralidade muito alta e, consequentemente, mensalidades muito
caras que a regra do art. 31 da Lei nº 9.656/1998 buscava justamente
evitar.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1042617-27.2015.8.26.0100 e código 456C9D8.
Ao escolher o ex-empregado aposentado como alvo, o art. 31 da
Lei nº 9.656/1998 pretende justamente resguardá-lo do grande aumento da
contraprestação pecuniária que essa faixa etária enfrenta no mercado. Sob
o propósito de regulamentar, no entanto, a ANS solapa absolutamente a
finalidade da Lei, descabendo prevalecer sua interpretação em detrimento
de ato normativo hierarquicamente superior, inexistindo ofensa ao
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIZ ANTONIO SILVA COSTA, liberado nos autos em 03/10/2016 às 16:36 .
princípio da legalidade (CRFB 5º II cc art. 4º, inc. XI, da Lei nº
9.961/2000).
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1042617-27.2015.8.26.0100 e código 456C9D8.
15.12.2015; 2ª Câm., Ap. 1013719-90.2014.8.26.0309, Rel. Des. José
Joaquim dos Santos, j. em 1º.09.2015; 3ª Câm., Ap.
1099592-06.2014.8.26.0100, Rel. Des. Marcia Dalla Déa Barone, j. em
29.10.2015; 4ª Câm., Ap. 1055416-39.2014.8.26.0100, Rel. Des. Enio
Zuliani, j. em 13.01.2016; 5ª Câm., Ap. 1063533-19.2014.8.26.0100, Rel.
J. Fernanda Gomes Camacho, j. em 07.01.2016; 6ª Câm., Ap.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIZ ANTONIO SILVA COSTA, liberado nos autos em 03/10/2016 às 16:36 .
1026418-27.2015.8.26.0100, Rel. Des. Ana Lucia Romanhole Martucci, j.
em 15.12.2015; 7ª Câm., Ap. 1015976-36.2014.8.26.0100, Rel. Des. Luis
Mario Galbetti, j. em 04.05.2015; 8ª Câm., Ap.
1005481-51.2015.8.26.0405, Rel. Des. Silvério da Silva, j. em 18.01.2016;
9ª Câm., Ap. 1093997-26.2014.8.26.0100, Rel. Des. José Aparício Coelho
Prado Neto, j. em 24.11.2015; 10ª Câm., Ap. 1085361-08.2013.8.26.0100,
Rel. Des. Araldo Telles, j. em 27.01.2016.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1042617-27.2015.8.26.0100 e código 456C9D8.
plano de saúde coletivo, com as mesmas condições de assistência
médica e de valores de contribuição, desde que assuma o
pagamento integral desta, a qual poderá variar conforme as
alterações promovidas no plano paradigma, sempre em
paridade com o que a ex-empregadora tiver que custear” (AgRg
no AREsp 686.472/SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, j. em
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIZ ANTONIO SILVA COSTA, liberado nos autos em 03/10/2016 às 16:36 .
25.08.2015 pela 3ª T.).