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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2016.0000723163

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1042617-27.2015.8.26.0100 e código 456C9D8.
ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº


1042617-27.2015.8.26.0100, da Comarca de São Paulo, em que é apelante/apelada
AMIL ASSISTÊNCIA MÉDICA INTERNACIONAL LTDA, é apelada/apelante
COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO HABITACIONAL E URBANO DO
ESTADO DE SÃO PAULO - CDHU e Apelada MARILISA TARGA FERNANDES.

ACORDAM, em 7ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIZ ANTONIO SILVA COSTA, liberado nos autos em 03/10/2016 às 16:36 .
Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento aos recursos. V. U.", de
conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores LUIS MARIO


GALBETTI (Presidente) e MIGUEL BRANDI.

São Paulo, 28 de setembro de 2016.

Luiz Antonio Costa


RELATOR
Assinatura Eletrônica
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Voto nº 16/30599
Apelação nº 1042617-27.2015.8.26.0100

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Comarca: São Paulo
Juiz de 1º Instância: Paula Regina Schempf
Apelante/Apelado: Amil Assistência Médica Internacional LTDA
Apelado: Marilisa Targa Fernandes
Apelado/Apelante: Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano
do Estado de São Paulo - CDHU

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Ementa: Plano de saúde Manutenção do Autora no plano de
saúde nas mesmas condições em que gozava enquanto vigorava
seu contrato de trabalho - Direito previsto no art. 31 da Lei n.º
9.656/1998 - Funcionária aposentada-demitida - Direito
adquirido quando da aposentadoria - Pagamento integral,
observados os reajustes legais - Impossibilidade de
diferenciação de plano para funcionários ativos e inativos -
Jurisprudência da 1ª Subseção de Direito Privado do TJSP e
do STJ ANS extrapola sua competência legislativa ao
restringir direito garantido legalmente (RN nº 279/2011)
Inexistência de ofensa ao princípio da legalidade (CRFB 5º II
cc art. 4º, inc. XI, da Lei nº 9.961/2000) Sentença mantida
Recursos improvidos.

Recursos de Apelação interpostos contra sentença que julgou


procedente Ação proposta pelo beneficiário Apelado em face da operadora
de plano de saúde e da ex-empregadora, Apelantes.

Enquanto empregada da CDHU a Apelada fruiu de plano de


saúde gerido pelo empregador. Continuou a trabalhar na empresa após a
aposentadoria e quando demitida não foi autorizada a manutenção no plano
de saúde, conforme previsto no art. 31 da Lei nº 9.656/98. Considerando
ser ilegal a conduta ajuizou a presente demanda para ser mantida, por
tempo indeterminado, no plano de saúde.

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A ação foi julgada procedente.

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Apela a corré Amil aduzindo, em síntese, que a Autora foi
aposentada em 01/02/2012 e permaneceu prestando serviços a CDHU até
26/12/2012, data de sua demissão. Afirma que nos termos do artigo 30 da
Lei 9656/98 aos funcionários demitidos sem justa causa é permitida a
permanência no plano de saúde por período máximo de 24 meses, assim

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indevida a permanência por tempo indeterminado ante a falta de previsão
legal. Pede a reforma da sentença.

Recorre também a corré CDHU arguindo preliminarmente a


incompetência da justiça estadual para julgamento do feito, ante a origem
em vínculo laboral. Diz ser parte ilegítima para figurar no polo passivo da
demanda, vez que a Autora visa a manutenção no plano de saúde Amil. No
mérito, afirma que a Autora não preenche os requisitos para manutenção
vitalícia no plano de saúde aduzindo observância ao artigo 5º da Resolução
Normativa nº 279/11 da ANS, sendo que a contratação deve se dar a partir
de 02 de janeiro de 1999 e a contribuição pelo período mínimo de 10 anos.
Pede a reforma da sentença.

Recursos tempestivos e suficientemente preparados.

Contrarrazões apresentadas.

É o Relatório.

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Analiso os recursos conjuntamente.

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A contribuição por período superior a 10 anos restou
incontroversa e quando a Apelada se aposentou já havia adquirido o direito
a manutenção no plano de saúde, razão pela qual se aplica a ela a regra
prevista no artigo 31 da Lei nº 9.656/98.

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Consoante narrado na petição inicial, a Apelada foi funcionária da
CDHU no período de 11/02/1988 a 26/03/2013, quando foi demitida sem
justa causa, sendo certo que em 01/02/2012 se aposentou por tempo de
contribuição. Afirma que a partir de agosto de 2010 o plano de saúde
passou a ser gerenciado pela Amil e quando se desligou da empresa foi
assegurado apenas o direito a manutenção como beneficiária à razão de um
ano para cada ano de contribuição, o que considera ilegal ante a regra
prevista no artigo 31 da Lei nº 9.656/98.

Pois bem.

Anoto inicialmente que não há que se falar em competência da


justiça do trabalho, eis que não se discute questão de natureza trabalhista,
tampouco se trata de contrato de plano de saúde na modalidade de
autogestão.

Anoto ainda a legitimidade passiva da CDHU, uma vez que


ela tem obrigação de manter o ex-funcionário que contribuiu pelo período
de 10 anos em plano de saúde nas mesmas condições estabelecidas quando

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da vigência do contrato de trabalho.

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No mérito, ressalto que embora as Rés insistam que a Autora
não preenche os requisitos para manutenção no plano de saúde as provas
trazidas aos autos demonstram o contrário.

Começo pela análise do art. 31 da Lei nº 9.656/1998, que garante

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ao empregado aposentado que contribuiu por dez anos com plano de saúde
o direito de se manter como beneficiário “nas mesmas condições de
cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do contrato de
trabalho”, condicionado à assunção do pagamento integral da
contraprestação pecuniária.

No caso, o artigo exige a contribuição por 10 anos, o que restou


evidenciado, independentemente da celebração de nova apólice ou da
efetiva contribuição em folha de pagamento do ex-empregado.

Independentemente de haver contribuição mediante destaque


em comprovante de pagamento ou desconto na verba remuneratória da ex-
empregada, é certo que diante da relação empregatícia seja ou não “salário
in natura” integra o rol de vantagens oferecidas ao trabalhador.

É contraprestação à sua atuação profissional e, portanto, a ele


tal direito pertence, não havendo que se falar em ausência de contribuição.
Ressalto que o artigo 31 da Lei nº 9.656/98 autoriza a manutenção no
plano de saúde de aposentado que contribuir pelo prazo mínimo de dez

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anos, não havendo qualquer disposição que limite a contribuição ao mesmo

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plano de saúde, ou seja, o funcionário deve contribuir pelo período de dez
anos, independentemente de eventual alteração da empresa operadora do
plano de saúde.

Por se encontrar próximo ou dentro da última faixa etária (a


partir de 59 anos, cf. RN 63/2003 da ANS) e, portanto, mais suscetível a

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ameaças à saúde, o empregado aposentado que buscasse no mercado um
plano de saúde individual ou familiar com cobertura semelhante à que
dispunha certamente encontraria mensalidades muito caras.

Dado esse contexto, deduz-se que o propósito da regra do art. 31


da Lei nº 9.656/1998 é resguardar o ex-empregado ora aposentado dos
altos preços dos planos individuais e familiares que encontraria no
mercado, permitindo-lhe que permaneça em plano de saúde coletivo de
qualidade, no qual seu (alto) risco será diluído no conjunto de riscos
(baixos) de outros trabalhadores ativos mais jovens, diminuindo-se,
igualmente, a mensalidade se comparadas ao preço de planos individuais e
familiares do mercado. Nesse sentido o STJ:

“A regra dos arts. 30 e 31 da mencionada Lei teve como objetivo


corrigir grave injustiça praticada contra o consumidor
contribuinte de plano privado coletivo de saúde, o qual, após
anos de contribuição, via-se compelido a contratar novo plano,
quando, muitas vezes, já se encontrava idoso, tendo que se
submeter, inclusive, a novos prazos de carência e a preços muito

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elevados. Por isso, essa norma assegura ao beneficiário, em caso

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de aposentadoria, sua permanência no mesmo plano coletivo de
que era parte anteriormente, apenas tendo que pagar
integralmente o preço devido à operadora do plano de saúde”
(AgRg no AREsp 442.970/SP, Rel. Min. Raul Araújo, j. em
16.06.2015 pela 4ª T.).

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Acrescente-se que esse entendimento coaduna-se com a
expressão final do dispositivo analisado, “desde que assuma o seu
pagamento integral”. Essa condição permite inferir que o legislador
presume que a ex-empregadora realiza pagamentos parciais para alguém,
que, pelo contexto, infere-se sejam os empregados ativos. É dizer: a última
parte do art. 31 dá a entender que os empregados inativos participarão do
mesmo plano que os ativos, que terão parte da contraprestação pecuniária
arcada pela empregadora.

Deste modo, entende-se que a expressão “condições de


cobertura” do art. 31 da Lei nº 9.656/1998 não deve abranger apenas os
serviços cobertos, sob pena de a regra não ter valor algum, à medida que o
mercado seguramente oferece planos de saúde com serviços semelhantes.
O verdadeiro acréscimo normativo surge somente se entendermos que
“condições de cobertura” compreende também o preço.

Esclarecida a “mens legis”, passo à análise da regulamentação do


dispositivo feita pela ANS por meio da RN 279/2011.

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Embora a RN 279 da ANS ofereça às ex-empregadoras e

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operadoras escolher entre manter os ex-empregados no mesmo plano dos
empregados ativos (art. 16) ou mantê-los em plano exclusivo (arts. 17 a
21), com preços, critérios de reajuste e faixas etárias diferentes, entendo
que essa última opção ofende manifestamente o art. 31 da Lei nº
9.656/1998.

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Isso porque oferecer plano de saúde com mesma cobertura, mas
exclusivo para aposentados, ou seja, abrangendo grupo de pessoas com
idade avançada e mais vulneráveis a problemas de saúde, certamente terá
uma sinistralidade muito alta e, consequentemente, mensalidades muito
caras que a regra do art. 31 da Lei nº 9.656/1998 buscava justamente
evitar.

Como já dito, oferecer plano de saúde com preço distinto daquele


oferecido aos empregados ativos não é vantagem alguma para o ex-
empregado, que certamente pode encontrar no mercado planos de saúde
com cobertura muito semelhante, senão idêntica, àquela oferecida pela sua
antiga empregadora.

Também não há como se aplicar a manutenção prevista no artigo


31 da Lei nº 9.656/98 apenas aos funcionários contratados a partir de 2 de
janeiro de 1999, eis que a Lei que conferiu tal direito é anterior a
Resolução da ANS. Ademais, mesmo que se considere a contratação a
partir de tal data a Apelada teria direito a manutenção no plano nos moldes
do artigo 31 da Lei nº 9.656/98.

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Ao escolher o ex-empregado aposentado como alvo, o art. 31 da
Lei nº 9.656/1998 pretende justamente resguardá-lo do grande aumento da
contraprestação pecuniária que essa faixa etária enfrenta no mercado. Sob
o propósito de regulamentar, no entanto, a ANS solapa absolutamente a
finalidade da Lei, descabendo prevalecer sua interpretação em detrimento
de ato normativo hierarquicamente superior, inexistindo ofensa ao

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princípio da legalidade (CRFB 5º II cc art. 4º, inc. XI, da Lei nº
9.961/2000).

Nesse sentido o entendimento do STJ, ilustrado pelo seguinte


trecho de ementa:

“2. A melhor interpretação a ser dada ao caput do art. 31 da Lei n.


9.656/98, ainda que com a nova redação dada pela Medida
Provisória 1.801/99, é a de que deve ser assegurada ao
aposentado a manutenção no plano de saúde coletivo, com as
mesmas condições de assistência médica e de valores de
contribuição, desde que assuma o pagamento integral desta, a
qual poderá variar conforme as alterações promovidas no plano
paradigma, sempre em paridade com o que a ex-empregadora
tiver que custear” (AgRg no AREsp 686.472/SP, Rel. Min. João
Otávio de Noronha, j. em 25.08.2015 pela 3ª T.).

Assim também inúmeros julgados da 1ª Subseção de Direito


Privado deste e. Tribunal, em casos análogos: 1ª Câm., Ap.

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1005341-52.2015.8.26.0361, Rel. Des. Francisco Loureiro, j. em

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15.12.2015; 2ª Câm., Ap. 1013719-90.2014.8.26.0309, Rel. Des. José
Joaquim dos Santos, j. em 1º.09.2015; 3ª Câm., Ap.
1099592-06.2014.8.26.0100, Rel. Des. Marcia Dalla Déa Barone, j. em
29.10.2015; 4ª Câm., Ap. 1055416-39.2014.8.26.0100, Rel. Des. Enio
Zuliani, j. em 13.01.2016; 5ª Câm., Ap. 1063533-19.2014.8.26.0100, Rel.
J. Fernanda Gomes Camacho, j. em 07.01.2016; 6ª Câm., Ap.

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1026418-27.2015.8.26.0100, Rel. Des. Ana Lucia Romanhole Martucci, j.
em 15.12.2015; 7ª Câm., Ap. 1015976-36.2014.8.26.0100, Rel. Des. Luis
Mario Galbetti, j. em 04.05.2015; 8ª Câm., Ap.
1005481-51.2015.8.26.0405, Rel. Des. Silvério da Silva, j. em 18.01.2016;
9ª Câm., Ap. 1093997-26.2014.8.26.0100, Rel. Des. José Aparício Coelho
Prado Neto, j. em 24.11.2015; 10ª Câm., Ap. 1085361-08.2013.8.26.0100,
Rel. Des. Araldo Telles, j. em 27.01.2016.

Destarte, quanto à forma de cálculo da contraprestação e de seus


reajustes, deve refletir o plano de saúde dos empregados ativos. Não se
ignora que costuma ser problemático o cálculo da parte arcada pela ex-
empregadora, que normalmente apresenta muita resistência em fornecer as
informações pertinentes de forma clara. No entanto, a fim de respeitar a
isonomia entre todos os participantes do plano de saúde, a Apelada deve
arcar exatamente com o valor pago pela ex-empregadora ao plano de saúde
(cota-parte do empregado + cota-parte da empregadora), inclusive reajustes
aplicáveis (pagamento integral). Nesse sentido o último trecho do excerto
de voto do STJ já mencionado:

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“2. (...) deve ser assegurada ao aposentado a manutenção no

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plano de saúde coletivo, com as mesmas condições de assistência
médica e de valores de contribuição, desde que assuma o
pagamento integral desta, a qual poderá variar conforme as
alterações promovidas no plano paradigma, sempre em
paridade com o que a ex-empregadora tiver que custear” (AgRg
no AREsp 686.472/SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, j. em

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25.08.2015 pela 3ª T.).

Assim, a sentença deve ser integralmente mantida.

Isto posto, pelo meu voto, nego provimento aos recursos.

Luiz Antonio Costa


Relator

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