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Capitulo 8 a0 Da rocha ao solo: intem perismo e pedogénese M. Cristina Motta de Toledo, Sonia Maria Barros de Oliveira, Adolpho José Melfi ture e distribuigio das chuvas), 0 releva, (que i Sumario ne de infilira e drenagem das 4g 8.1 Tiposdeintemperismo fauna € flora (fornecem materia orginica p 8.2 Intemperismo, erosdo sedimentagio meeeriapeteh) aa isténcia diferenclada 205 proc 83 ReagSesdo intemperismo quimico 0 Intempérica) ¢, finalmente, o tem, 8.4 _Distribuiedo dos processos de alteracéo superficial ntes intempeéricos, 85 Fatores que controlam a alteracdo intempérica 8.6 Produtos dointemperismo materais presentes na superficie da Tera, dos Ja.sis depende a continuidade da vida, si, sua malor parte, produtas das transforma- ‘sOes que a crosta inental sole na interac com atmosters a hidrosfera e a blosera ou seja, so produtos 1 intemperisme, Consttuem a base de importantes at fades humanas, relacionadas por exempla ao cultiva dos solos @ a0 apreneitamente dos depesi ra indstris& na constfugdo chil A utilzacao sustentavel 9s minerals esses recursos deserde do conhecimento de su natu= reza e da compreenséo de sua geese, o que constituio objetivo principal deste capitulo O intemperismo é © conjunto de modificacGes de saciegaco) € quimica (decomposicSo) que as rochas softer 20 aflorar na superficie da Terra (Os produtas do intemperismo, que Bo a roche alter {da (também chamada ce alterita ou saprolite) e 0 5130 sujltos 20s outios processos do cic ~ 10880, trans exgeno, sedimentacdo ~ osquals acabam levando a denuidagio continental, com 6 cansequente aplainamen odo relewo (ver capitulos 9a 14), Os fatores que contralam a aco do Intempe. rismo 580 0 clima (variagao sazonal da tempera > do so em ese (forrnac: io) ocorre quando as modificagSes quimicas e mineralégicas do 80 dos minerals farmadores do solo — princjpalmente argilomine rodificagdes estruturas, corn reorganiz minio ~ nos nivel papel fund periores do manta de alter ofa do solo que, ao realizarem suas fungGes vitals, nadificam e mavimentam enormes quantidades de material sole aeradlo erenovado em O intemperisma @ a pedogénese levam & fo’ il de intemperismo, perfil de sala pu regi a parte mais superficial ie alteracao, (ver item 8.6) também chamado d= sentar concentracées de subst m te minerais de interesse econdmico poténcial, chegando a formar jazidas. O perfil ¢ estruturado verticalment rocha frest Yum que constituen, juntos, o mar na base, sobre a qual se formam a al (ou saprolit ‘ago, Sendo dependentas da clima e do relevo, o intemperismo e a pedagénese ccarrem de maneira distinta nos rentes compartiinentos morfoclimaticos do globo terrestre, levando & forrnacdo de perfis de alteragao campostos horizontes de diferente espessura © composigdo. Assim, em climas temperados, por causa da menor importa: e teen nde de antitativa dos materials intemperizados, muitas vezes nda hé, nos livros didético: que 20 iantos de intemperismo S80 processo de mais bem s de climas mais quentes © Gmidos, 0s smperismo; ae contrat, nos simples import nvolvidos, o que induz a pesquisas especificas para estes ambientes, nao bas ida nos paises de clima temperado. da pesquisa produ O intemperismo @ a pedoganese agem nao apenas sobr fe rochas igneas ¢ metamerficas, mas também sobre tes da erosdo de antigos perfis de intempe- 4 registrade uma série de eventos ge has sedimentares, elas préprias farmadas fals prover a um examplo notavel de perfil onde e: superpostos: sediment: das (varvito, argilito, slitito e conglom posteriormente internperizadas. ma. A figura 8 logicos ncla de cama ado) | adas € Neste capitulo serao tratadios os tipas dle intemperismo, seus fatores determinantes, sua distribuigao geogtafica © seus pradutas, Cord © solos © outros materiais naturals da supertcle apresentam Cores, que variam em tons ae vermelno, amarelo lstanie, Fox f cinza, gersimants, pedendo também se aprasentar preten ou fm fons eaverdeacas, dependendo de sua composieae mingral | 6 contaudo em maténa organica, Os pigmertos desses materiale lem sido usados desde tempos pré-historcos, cama ate pinturas rupesits am sivereas ragides da mundo, document 89 wlizados 6m wanlas formas de arta, eardo 8 obea da pitt a brasileira Golandia Ayras do Couto um, exemplo notayal da utlizagao dos solos como pigmenia (Mate inlormagées cobre a anista em Mineral Il + solucao de lixiviacao. Stas feagbes estdo sujeitas as leis do das condigoes ambientals. Assim, se componentes, coma a prépria Agua, sfo retrados ou adicionados, as reagées poderdo ser acelerads ou retardadas, ou seguir caminhos diferentes, gerando diferentes minerals secundétios e dife- rentes solugdes de Inviacdo. Na malor parte dos ambientes da superficie da Terra, as dquas percolantes tm pH entre 5 e 9, Nesses ambientes, @ principal reacao do intemperismo 63 hidilise, Em alguns ambientes, o pH 4 das aguas pode ser inferiora 5 e, nesse (230,20 invés da hidhdlise, 2 reagao pre dominante & a acidélise. Estes s30 os dois grandes tipos de reagées quimicas que geram 05 materiais constituintes dos mantos de alteracao e dos solos. Quiros tipos de reagées atuam igualmente nos processos intempéri- cos, porém seus efeitos sa0 mais loca lizados, estringindo-se a alteracao de certos tipos de minerals ou a0 portamento de determinados elemen: 108, So elas: hidratagso, dlissalugao e oxidarao. ° ‘Aguada chuva carregada ‘2m CO, da atmostera levererteacdfcada conforme as raga: HO#CO, — #100, Heo, > we Heo, Heol —e Heo? 4 . alé s ‘Agua de liviagao, areparond ons wore ens, eects ‘bterinene Figura 8.9 - Esavema Us hidilise do altmioa. No felegpato potasiza, em presenga de ‘aqua e éoice earbanco, ooo enraca de H” substtundo K oialments elminade pala ‘9ligte de lblviacao:a silica, apenas patciaints eliminada, recombinase cema alumi, errand uma fase secundaia arpiosa (cabinea)(exemplo de iris parca Picker, fem presenca do dua e cxgénio tem Sou contaido em sles elimina pela supe dé Iniaga, send 0 Fe oxidacoe preciptado na forma ca 6x-hcrcvid (gosta) (examela eerie oa 216 8.3.1 Hidrélise Osprincipaisrrineraisformadores das Tochas, que s80 os siicatos, aadem ser Concebidos como sais de um acido face (HSIO) ¢ de bases fortes (NaOH, KOH, Ca(OH), MgfOH). Quando em cantata com a aqua, os slicatos sofiem hidrdlis, resultando numa solugdo alcalina, pelo fato de o HSI, estar praticamente indis- sociado eas bases muito dissociadas, © fon HY, resultado da ionizagio de aqua, entra nas estruturas minerals, deslocando principalmente 05 cations calinos (K* © Na‘, principaimente) @ alcaino-terrosos (Ca® € Mg, prin- Clpalmente), que so liberedos para a Solucio. A estruture do mineral na in- terface sdlido/solugio de alterago acaba sendo rompida, liberando Si e Al em fons isolados ou polimerizados ara a fase liquida, Esses elementos podem recombinarse, resuitando na neoformago de minerals secundérios, A figura 89 mostra 0 esquema de alte- rade de um feldspato em um mineral secundério neoformado, a caolinita Nafigura 8.10, um arstal de feldspatoem Figura 8.10 — imagem corida 20 micros- (pa slerrico de vareda, mestranco Jeldspalo parciaimente aiscivido pela acto do inerrpersina qumica. Ae cau dides de vssolupso so alongedse ose. ‘Quem 0 padtae de clvagers do mineral Fovo: M,C. M.Teledo, vias de alteracéo por dissolugdo, sem for magéo de produtos secundiétios precip tados, dé uma ideia da percia ce matériae ‘getagao de porosidade causadas pelo mperismo quimico. A hidrlise ocorre sernpre na faba de PH de 5 a 9, Se hé, no meio, candicoes de renovacao des solugdes reagentes, determinadas pela pluviosidade © pela Topografa, estas se mantém sempre di luidas, © as reagdes padem prossegui, iminando 05 componertes. solivels, © grau de eliminagdo dos elementos! vbbstancias dlissolvides define a interr Sidade de hidiise, que pode ser total 04 parcial Hidrétise total Na hidratise total, 100% da stica edo ssio S20 eliminados. A slica, apesar de pouco sokivel na falxa de pH da hi- lise (Figura 8.11), pode ser totalmen- © clminada se as solugbes de alteracao ianecerem diluidas, 0 que acomtece m condigdes de pluviesidade alta e jagem éficiente dos perfis. Nessas IMiimotes por tro Figura 8.11 Solblidade da sos ¢ do ain em tunes do pH, a 25 "6. AG 5H 8, apreximederenta, = sliea € pox ‘ sslvl sua soubisade aumenta em reios mata aleatnos. O alumina & rat net rsolvel ro interval de pH cos onibentes namaie na superior ( a 9) ‘emimeios muta dda cu rutosealinos, eollizaca come Al" & AIO respec rarer Condicdes, 0 residuo de hidrdlse total do Keldspata, por exemple, 0 hidréxi- do de aluminio (gibbsita,insolivel nes sa faixa de pH (Figura 8.12): KAII,O, + BHO > > AIOH), +3H,510, +K* + 0H Nocaso da mesma reac num slica- to com ferro, por exemplo um piroxénio, (residue formado seré um éxi-hideéxido de ferro, como a goethita Figura 8,13) Hidrétise parcial Na hidrélise parclal, em fungao de ccondigées de drenagern menos eficien- tes, parte da sfcapermanece no perfio Potéssio pode ser total ou parcialmente FeO, + 0 do aluminio @ apenas parcial, levando A individualzacso de esmectita argio. C200, —» Ca¥ + CO? Além de goethita ¢ hematta, pode ej akimiiees: NaCl — Nat +c) haver forragdo de compastosférrcos 180 cristalizados, relaivarente abun 9KALSI,O,+32H! > A dissolugdo intensa das rochas,que antes nas altertase solos. 9 35h, Ales Oy Al (OH, + ‘corre mais cornumente-em terrenos cal +15AP*+9K* 4651510, catos, pade leva formacBo ce relevos carsticos, carecterados pela presenca 8.3.3 Hidratagao de cavernas e dolinas (ver capitulo 7. ‘A hidratagéo dos minerals ocorre A pelaatragio.entie 0s dipoles dasmoié- 8-3-5 Oxidagao las de dqua 2 as cargas eéticas 30 —_Alguns elementos podem estar pre- neuralizadas dassuperficiesdoscristais sentes nos minerais em mals de um es Figura 8.14) Na hidratagio, moléculas ado de oxidacio, como, por exemplo, equa podem entrar naestrutura mi- 0 ferro, que se encontra nos minerals neral, modtficando-a e formando, por- _ferrornagnesianos priméios, como bio- tanto, um novo mineral Como exer- ita, anfibstio, poxénio e alivna,prin- flo, pode-se citar a transformagdo de cipalmente sof forma de Fe Liberado anidrita em gipso, segundo reacso: em soluedo, ovide-se a Fe e precipita ‘como umn nove compost férico, Nor e582 14 Figura 615- Cristal cemegneta cma: malmente, ese novo composio ¢ 2 Strate (280, +2H,0 > Cs80,21 goethita Figura &.15) la orlato oo fro durant oem 3.4 Di Dero magem abe ao meets o> Dissolucko, aE 2 itronico de verre FereMC Hh Alguns minerais estaosujeitosadis- > FeSIO,+ 5H,0.+ 40, —» fs ek > 2FeOOH + 24,50, io, que consiste na solubilizaa0, = Distribuicdo dos processos de alteracdo superficial De modo geral, os diferentes tipos de materiais superficiais se distribuem na superficie da Terra em funcao dos parametros climaticos atuais. so ditrbuigéo, representada na As regides semaalteragso quimica —_b) 0 meio & caracterizado por uma ois dominios geogificos alba; _carncia total de agua no estade l= chuva ou por forte evaporacéo: $40 + reaides sem alteragio quimica, cor- guido, ¢ que pode resultar de duas os desertos verdadeltos, como Sahara, respondentes a 14% da superficie situacdes Atacama e Gobi dos continentes; 2} as temperaturas ‘feinantes s80 As egies com alteracSo. quik + regies com alteracio quimica, cor inferiores a 0°C, de tal modo que @ mica correspondem ao restante do Fespondentes a 86% da superficie gua se encontra sempre no estado globo e s8o caracterizadas 20 mes os continentes sélidorsd0 as zonas polares. mo tempo por cetta umidade e pela 20 pit 8 Daoca zo sb: intemprsmo epedotrese Sem ateraczo quimica [ardeze geo) Altizacio Acids total Monossiitizacio Bisiaeagso WB Zona ca aiitizagao Zona da acidalise total MM Zona ca monossiatiizacao Zonas cobertas por gelo I zona a bssialitzagao — Areas tectoricaments ativas (TA), ‘as qusis a clsviouicao dao Zonas WE Zonas muito aidas, som ST, alteragao quimica Figura 816 - Dsirbuigso dos principals orocetees da inemineiona na suerte ds Tena Forts: Pécko 1960 existéncia de cobertura vegetal maisou se degradam lentamente, fornecendo menos desenvolvida, Trata-se de um — complexos organicos capazes de fazer dominio heterogéneo, que € subdivi- 0 aluminia migrar por aciddlise total. ido em quatro zonas de distribuigao Os solos resultantes sio solos podz6- aproximadamente latitudinal, em fun- licas, ricos em quartzo e em matéria $80 de suas caracteristicas ciiméticas: orgdnica, A zona da acidélise total corresponde & zona citcumpolar do 8.4.1 Zona da acidélise total cmisterio norte. S80 as zonas frias do globo (16% da superficie continental), onde a ve- 84.2 Zona daa zacio getagéo ¢ composta principalmente _Cortesponde as regides do do- Por liquens coniferas, cujs residups minio tropical e equatorial (13% da za superficie continental), caracteri- zadas por precipitagao abundante, superior 2 1500 mm, € vegetagio cxuberante. A associacdo mineral caracteristica € de dxi-hidréxidos de ferro e de aluminio, goethita e gibbsita, respectivamente, 8.4.3 Zona da monossialitizagio Esté contida no dominio tropical subtimido (18% da superficie cont rental), com precipitagao superior a 500 mm e temperatura média anual superior a 15 °C. Os principals mi- nerais formados s40 a caolinita e os Oxi-hidroxidos de ferro, 8.4.4 Zona da bissialitizagao Sto as zonas temperadas e ari das (39% da. superficie continen- tab, onde a alteracéo e lixiviagdo 0 pouco intensas, resultande na formacio de argilominerais secun- darios ricos em silicie (do tipo 2:1) Essa zona englobe tanto o ambiente hidrolitico de formagao de esmecti- tas ricas em elementas alcalinos ¢ alcalinoterrosos, como @ ambiente da acidélise parcial, em que se for- mam as esmectitas aluminosas. Esse esquema, valido na escala do planeta, pode ser bastante mo- dificado por condigoes locais de felevo, microclima, racha redo: minante ete, Na bacia Amaz6nica, por exemplo, embora o processo dominante seja a laterizagio, po- de ocorrer, sobre rochas ricas em quartzo, uma acidélise secundaria, resultando na perda de argilas e le- vando 3 formacéo de verdadeiros solos podzélicos, §85 Fatores que controlama alteracao intempérica Varias caracteristicas do ambiente em que se processa o intemperismo influem diretarmente nas reagées de alteracao, no que diz respeito a sua natureza, velocidade e intensidade. 8868 fatores controladores do in- temperismo sda basicarente re- presentados pelo material paren- tal, cima, topografa, biosfera e tempo, 8.5.1 Material parental A alteracio intempérica das rochas depende da natureza dos minerais constituintes da rocha inicial, de sua textura e estruture, Entre os minerats constituintes das rochas, alguns sao mats susceptiveis que tos ¥ alteracdo. série de Goldich (Ta bela 81) representa a sequéncia normal de estabilidade dos principals minerals frenteac intemperismo. Para os minerals slicdticos de origem magmitica, essa sétie é equivalente Série de Reacées tabi een Mais estavel (Oxido de ferro hematita) Hidrovidos de aluminio(gibbsita) Quarto Argilominerats Muscovita Kfeldspato (ortoclésio) Botta Abita Anfibélio. Plroxénio Anortita Olvina Caleta alta Menos estivel de Bowen Wvercapitulo6) que represen- ta a cidem de cistalizacio dos minerais apart do magma. Assim, considerando a sequénca de minerals mficos, aol ving, primetto mineral a cistalizarse, a cerca de 1400°C €0 mineral mais suse ceptivlaaltragao;em sequida vém os pitxénios,anfibslios eas micas cristal zados a temperaturas mals bai. Con- siderando a sequéncie dos plagloclésios, a anortta apresenta temperatura de istalizagdo méxima, ea albita, micima Os Kfeléspatos cistaleamse a tempe- raturas ainda mais bax. Assim, a sus- ceptiblidade 8 alteragdo internpérica & caescente nestes minerais, pela crdem, anor, alita e Kfekdspato. O quartzo, timo mineral a cristaizar-se a partir de uma magma slicético normal, jd atem- peratures proximas de 500°C, €o mineral comum mais resistente ao intemperi mo, Néo & entretanto,inaleravel, pois, em condigdes muito agressvas, de ci mas quentes e Gmidos, intemperirno uimico pode dissolvé-o Figura 817). Como consequéneia dessa diferen- ago no comportamento:dos minerais em relagdo 20 intemperismo, os perfis de alteragdo sio naturalmente en quecidos nos minerais mais resistents, como © quartzo, e empobrecidos ou mesmo desprovidos das minerais mats alterévels como 2 ovina. ‘Accomposiglo mineral6gica da rocha em processo de atetacao modifica o pH das solugées percolentes em fungao das < ' & oe Plagiocls ios sodico (Abita) ¥ Plagloclisio cdleico (Anortita) Maior _, Muscovita Feldspato potéssieo (timo a cristalizae) Quartzo & bata Xx anibajo * Clindpiroxénio Ontpiroxénia oiRina # (primeiroacristaizar) ‘Tabela 8:1 ~ Série de Galeoh orem oe estabiigade dos minerals mais comuns en aolrteripeisno, camparada com a Série do Reagoes de Boman, Capito Ooch aol: remperma epeoytnse reagoes quimicas que ocarer, Embo- (a a carga elétrica global das estruturas minerais deva ser nula, a superficie dos ‘50s pode conter valéncias insaturedss, Assim, no contato com a gue, ocorre hi dratagdo pela atracdo entre os dipalos da qua eas cargas superficias (Figura 814), podendo estaatracda ser forte te para ionizar a aqua. Os fons H* assim gerados substituem os cétians (princk palrente os alcalinos € alcalinaterosos) as superficies as gros minerals, © que resulta no aumento do pH da fase liquide, Assim, a presenca de minerals portado- Fes de elementos alcalinos -terros0s possibilitaa ins mais alcalino nas iden alcal a & dade de abrasio (Tabels deteminado ex rentalmente pela medida do pH de so formada por égua destlada € acido carbdnico em contato, durante cer- to tempa, com a fase mineral pura maida Na natureza, onde raramente as rochas so monominerdlicas,os valores de pH re sultantes do contato delas com as équas 580.2 média ponderada dos valores relat vos 8s fases minerais presentes.O pH de pende também do tempo de contato das Figura 8.17 — Gide de quartn parcial mente dissovido por intemperiemo, ‘beervada em micsascopia oatea, com formagio do tricteie de gibbsta no inte rorda cavidade Gz: quarizo, Gi: piobsita, Foto: Hebiane 2 Solugdes com 05 gros minerals e pode varlar dentro do perf, de acordo corn os minerals presentes. & boa circulagdo das soluctesne perfillevaahomogeneizagao ddo pH. Assim nas partes dos perfisondea akeragéo se processa ja ha algumn tempo, a creulagdo das aguas é mais intensa eo pH dias solubes ¢ mals hornagéneo, Nas Zonas mais profundas do perfil onde a alteregao ¢incipks lofato de as des continuidades ser nadas, resin 8 vatlagso 10 maior, ce rindo de um ponto a outro wloda lum ou outro mineral A textura da rocha original in- fluencia o intemperismo, na mé em que permite maior ou menor in filtragae da agua, Entre os materials sedimentares, os arenosos tendem 3 Ser mals permedveis que os argilosos, Considerando outros tipos de rochas, ‘aquelas com amranjo mais compacto € texturas mais grossas (menor superficie specifica dos gras) alteram-se menos rapidamente que as menos compactas ede texturas mais finas Outres desconti nuidad bém facilitam a percolagao das Sguas e Portanto, a alteragao. € nesse sentido Que © intemperisma fisico, com seu efeito desagregadior do material origi- ral, contribui para acelerar o intempe- risma quimico, ‘como juntas e didclases, tam Mineral Ce es Siticatos Diopsiio Catta{S0), 10-11 Olivina ged, Ee iooii Hornblenda (CaNe) Fea (A810, OF), 0 tetiita alsio, % Aba NaAlsiQ, 9-10 Biotta _ KiMaFelAlSiJO,{0H), a9 Microcinio AIS}, 8-9 RE RETR — J Hiperstenio (tigFe)5,0, 8 Muscovita ‘KAIJAISIJO_ (OH), Ae 5 onectsso ralsio, 8 “Montmorillonita ALSO, (OH), 4.0 6-7 caolinta AIS,0,0H), 5-7 Gibbsita ‘AIO, 6-7 var Sea ae ena RES Hematite Fe0, 6 EE ee Magnesita "Mgc0, 10-11 eeng ico), 30 Géletaearegonita caCo, 8 ‘Tabeta 8.2 - Valores da pH do abrasso para os principals miners, Na figura 818, pode-s ito, ands eroséo, d observar chamado intemperismo diferencial. A rocha mats clara da squencia foi remperizada, tornando- es, senda mals fodida que a rex oacima, que fica suspensa, a oesa, menos afetada pelos 10 semelhante ocorreu cia do Parané, onde as camadas Figura 8.19 As crizss wlcanicas, abso do bosaito (aoa mle scare, foram mais inien= om 89, mais ntensaren ed, isranca 09 proceseos jas do osculturadas psisagens. Tuqua, Fala L.A, Cont saerte intomparizada i Figura 8.18 tovo do cuctas, pice ce rea de arama das ochas vulcénies da bala Secimeniar do Patan, forrad por ntempersmo. arosba clerencais,Jestacanci 0 hasnt (sie reistente, tamara telewos mais aes) to arento als wag, ecnstrunco as caries fais baias a evo). Flo: M.S. Barbosa, mesino um derrame vulednica tempo, ada a fim mo desenvols Te do derrame, haveré adi se infilrem cada ve ogres: aqueas.ag mais e permane ‘Gam mais tempo em contato cam os materiais ainda inalterados, promoven: quimicas d eficlente que no inicio. 8.5.2 Clima O clima 6 0 fator que, isaladamen: te, mais in > intemperismo. A figura 8.20 mostra o papel fundamental jeterminagao do tipo de i ismo, Pontos distribuidos em diferentes latitudes da América (Figura 8.20a) cor nbir acionam-se a di 5es de pluviosidade média anuais, representadas ho grafico na figura 8:20 por meio de diferentes cores, Es e gréfico mostra Que © Intemperismo fisica predami m areas com tempera a & pluviosi- dade baixas; a0 contrério, temperatura pluviosidade mais altas favorecem 0 Intemperismo quimico. Os dois mats Importantes pluviosida a natul pardmetias _climaticos, temperatura, regulam e a velocidade uimicas. Assim, a quantidade de &g disponivel nos perfis de alteracdo, for necida cchuvas, bemn como a tem: ra, agem no sentide OU retardar as reagdes do intemperis mo, ou ainda madificar a nat prod $s neoformados, segundo a ‘compo: entes potencialmente soliveis Quanto r ossibilidade de eliminacaa d ior 8 disponibilidade gua (pluviosia tota) e mais fie for sua renavacio (distibuicdo das chuvas), mais completas serdo as reagdes quimicas emperis 3 aptulo 8 Da ca cooler edger ‘A temperatura desernpenha um papel duplo, condicionando a agao da ‘gua: ao mesmo tempo em que acelera as reagOes quimicas, aumenta a evapo- ‘ago, diminuindo a quantidade de agua disponivel pare a Ibtviaco dos produtos solliveis A cada 10 °C de aumento na Temperatura, a velocidade das reacées uimicas aumenta de duasa trés vezes, Afigura 8.21 mostraqueaquantidade © a natureza dos produtos do intem- erismo esto muito bem correla Gionadas com a precipitago média anual. Assim, em dimas com maior precipitacdo 0 teor em argila € maior (lembrando que argila ¢ a fragéo granu lométrica mais fina - ver capitulo 9 =, formada pela maior parte dos minerais getados durante o interperismo qui co), A mesma figura 821 detalha a cons- tituigo da frac3o argilosa: em climas com pluviosidade menor, a fragao ar- alla 6 constituida por argilominerais 2:1 (esmectita); em climas com pluviosica- des intermediérias, por caolinia (argilo- ‘mineral 1:1}e, inalmente,em areas com Pluviosidades mais altas, por caolinita e ‘xt-hidréxidos de ferro e de aluminio, demonstrando a sequéncia bissaltiza ‘go> moniossiaitizagao — altizagio © ‘eraitizagéo (ver item 84), A figura 822 mostra o efeito com- binado da precipitaggo, temperatura e08 Oxi hidrxidos de ferro ede aluminio ‘de aril no solo ~ 4000 7000 Puviosade anol {mm 2000 3.000 ‘gua 821 -O ter de aso tertas anos auamenia em funcio da pluvesidade, ‘qe tania dolerina, orm com a tem Peraura, a constivcko predominate da fragso arg: walerinerais 21 (eemectie), 11 (ceoInta) ¢ hires, para plo. ‘kas creseonies. Fie: Sherman, 1252. € vegetacdo sobre © desenvolvimento do perf de alteracaa.O intemperismo mais pronunciado nos trépicas, onde 8 alteracao ¢ intensa, afetando todos os minerais alteréveis, que desaparecem (com relativa rapide7, dando lugar a pro- ditos secundiiios neoformados. Em ge- ral, os mineras primétios estao ausentes, ccom excecao daqueles mais resisten- tes, como, por exemplo, 0 quartzo © a 200 150 100 50 Plvlosidae anual) l ie Te eee Zonade ? postage s E 4 : a é $ Q i Figura 8.20 - Disibulgso ca nian dated intrrparismo fseo © qumien ‘om fngao ca pivestads e empera- lure médiaanuais Os decries portos desacadcs no cominene siretcana {@)comaponceen a ienias cas ‘slo calordos conforms a cr dos ‘miios de iforeries mercies dae ‘wmparemo tse © guica do gréiica (0) Ferse: Mure ta, 686, Savana Savana Flotesta uopical Desertoe semideserto Temperatuc BH Zonadaaitizcso Ml Zonadabisialtizasio Ml Zona da monossaizaséo ‘eferaizacao — Temperate Figur — Preciptacio 3.22 -0 tips a antensidadte do intamperismo poem set rtaclonadas cama empe- = Fvaporacio potencal Falta, plvicsdade evegetacio, Ointernperismo quimica mais pronuncads nos pleos, ono temperatvra media pliviosidade aul sao melee; co eorténd, nas egos poles ‘= decarias onfemperisia & puea mens. muscovita,¢0s perfs apresentam gran de espessura de saprolite e de solum. Nos climas mais fos, 2 alteragdo afeta apenas 05 minetas primirios me- nos resistentes (por exemplo nas rochas mais comuns da crosta, os ferromagne- sianos, detxando inaterados os slum nossilcatos). Esta ateragdo € aiferencial no tempo, resultando em niveisaftera- dos que contém cera quantidade de minerals primarios nao decompostos. Um exemple cléssico da aco do clk ma na velocidede do intempersmo qut rico € dado pelo caso de um obelsco ealpcto Cagulha de Cleépatra’ feo em tanto, com idade de mais de 3000 anos que se encontrava ainda bein preser- vaco em seu local de origem: quando fol retrado exposto em regides mals Unt 2s (Nova lorque, EUA), sofeu tamanha ‘teragao que, apds pouco tempo as ins- rigbes originals 6 ndo erarn mais lege’ 8.5.3 Topografia A topografia regula @ velocidade do escoamento superficial das aguas pluviais (que também depend da co- bertura vegetal) e, portanto, controla a quantidade de gua que se infita nos petfis, de cua eiciéncia depende a el minagae dos componentes solves [As reagdes quimicas do intemperismo ‘ocortem mais intensamente nos com: partimentos do relevo onde é possivel bos infitrag3o da dgua, percolacdo por tempo suficiente para a consu: aco das reagdes @ drenagem para Iixiviacao dos produtos soldvels. Com 2 repeticSo desse processo, os com- ponentes sollveis so eliminados ¢ 0 perfil se aprofunda A figura 823 mostre diferentes si tuacées de releva que influem dire- tamente na infitragao das Aguas ena drenagem interna dos perfis. Em en: Costas muito ingremes,o perfil de alte reso no se aprofunda porque as Sguas escoum rapidamente, no ficando em Contato com os materials tempo sufi- lente para promover as reacées quirni- as, Além disso, material desagregado fer inicio de alteragao ¢ faciimente car- regado pela eroséo. Por outro lado, nas babadas, as aguas ficam muito tempo fem contato com as rochas e tornamn-se cconcentradas nos componentes sol vels, perdendo assim sua cepacidade de continuar promovendo as reacoes de 2.29 —inluéncia da topograta na intensidade do intemperiamo. Ser A: Bo Int 6 bea dronagem faverecera inlampercra quimice. Selo B: Boa iflvagio ma | destavorocem o imiemne'smo quimico, Setor C: Mé infltapso © ms drenagem ‘inlomporemn quinicn@ favoracem & este. ataque aos minerals. Nesses meios cone antes, préximos ao nivel fedtico e sem escoamento suficiente 0 perfil também nao se aprofunda muito € 0 processo atuante é normalmente a bissialtizacéo. CO releva ideal para o desenvolvimen- to de perfis de alteragio profundos e evoluidos, ou seja, portadores de rnine- fais secundios de composicéo pobre em componentes potencialmente soli- vis, 0 de platds corn encostas suaves. esses compartimentos topografics ha desnivel considerdvel em relag30 20 nivel de base regional, permitindo boa Infltragéo das dquas, drenagem interna dos perfiseficente @ consequent all minagao dos produtos dssolvidos. Com © escoamento superficial reduzido, os perfis formadas $80 poupados de uma ‘er0sdo intensa, podenda desenvaiver ‘grandes espessuras, dedezenas oumes mo de centenas de metros. Os minersis secundérios a forrados tendem 2 uma composigSomalssimples x-hidroxidos de ferto@ de aluminio,e caolinita onde a sfica nao tWver sido totalmente Inevind em outa palavras, ocore alitizagao (ou ferraltizagdo) e monossalizago. 8.5.4 Biosfera A qualidade da dqua que promo: ve 0 intemperismo quimico ¢ bastan- te influenciada pela agdo da biosfera Figura 824 — A concentracas hidrage rignea nas radiagoes das razes cs plantas pode ser muito grande (baie HD, facitanco tocas Onicas com 05 140s minerals 28 pit aoa 2 sl empersa ponte A matéria organica morta no solo de- ‘compée-se, liberando CO, cuja cone centragéo nos pores do solo pode ser ‘até com vezes maior que na atmosfera, © que diminui o pH das aguas de inf trago. Em volta das ralzes das plantas © pH é ainda menor, na falxa de 2 a 4, ‘© € mantido enquanto o metabalisma da planta processado (Figura 824), Isso é particularmente importante para (© comportamento do aluminia, que, sendo muito pouco sakivel nos meios normals, torna-se bastante soluivel em BH abaivo de 4 AA biosfera também participa mals diretamente no proceso inte’ rico pela formagao de moléculas nicas capazes de complex minerals, colocando-os em solugao. Os dcidos orgtnices produzidos pelos mic azes de ex- rganismos $80 trait at€ mil vezes mais ferro € aluminio dos silicatos que as aguas da chuva, Superficies rochosas colonizadas. por liquens, que secretamn acido oxélica © cidos fendlicos, sto atacadas pelo intemperisme quimico muito mais ra- pidamente que superiicies rochosas ‘nas, diretamente expostas a0s outros agentes do intempetismo, 8.5.5 Tempo (© tempo necessério para intempe- Tizar determinada racha depende dos varios fatores que controlam o intem> pperismo, principalmente da susceptibi lidade dos constituintes minerais e do clima, Em coridigbes pouco agressivas de intemperismo, é necessério um tem. po mais longo de exposicgo &s Inter péries para_haver o desenvolvimenta ra de um perfil deal A ta atual de in culada por estudos de balanco de massa ecindo-sea salda ubstincias dssolvidas ne drenagem, em bacias pequi fe do intemperis- ae de haves, por exemplo, lavas capeando o Perfil de alteragéo: a datacio absoluta da rocha parental do perfil e das lavas colo- erito pode ser realizada no caso 3 um intervalo maximo de tempo para © desenvolvimento do perfil Avalia-se também o tempo a partir da qual as ra- cchas foram sujeitas ao interperismo pela datacéo das supertcies de aplainamento onde os pertis se desenvolver. Valores da order de 20 a 50 m por mmilho de anos podem ser considerados representativos paraavelocidadede apro- fundarnento da perfil de ateragio,sendo. que 0 extreme superior deste intervalo refere-se aos climas mais agressivos, Em climas muito ftios, como na Escandindvia, superficies granttcas des- cobertss pelo gelo ha cerca de 10 mil anos apresentam umn manto de alters 80 de poucos milimetros de espessura Por autra lado, sob clima tropical, na in ia, cinzas vulcanicas. datadas de 4 mil anos desenvolveram uma camada de solo argiloso de 1,8 m de espessura, Em regides muito Umidas, como no Hava, Internperismo de lavas basalticas recen tes permitlu a formacao de solo 0 bas- tante para cultivo em apenas um ano, Os estudos da decomposiso das roches em monumentos © edifcios também & citi na compreensio do fe tor tempo no fendmena da alteracso intempérica. A velocidade do intem- Perismo dos manumentos pode ser muito pequena, da ordem de alguns milimetres por ano, mas suficiente para causar preocupagio quanto a sua con- setvagio, senda este um ramo_atual de pesquisas. A “agulha de Clespatra’ 8 mencionada, softeu alteragdo. mais intensa em 75 anos em Nova lorque do que em 35 séculos na Egito, em ci ma muito mais seco, demonstrando © feito interativo entre clima e tempo no processo de intemperisma, js Produtos do intemperismo 0 manto de intemperismo (alterita), constitufdo por uma assembleia de minerais secundarios (argilominerais, 6xidos, hidr6xidos, éxi-hidréxidos) e minerais primarios resistentes a aco intempérica, pode gerar dois diferentes tipos de produtos: solos e depésitos minerais lateriticos ou supérgenos. contato Gireto com a atmostere permite que, na parte superior do manto de intemperismo, sobrettude em zonas tmidas, aparega a vegetacéo, parte da esfera viva da Tetra, 8 biosfera, Além de proteger @ alterta 28 2 agdo dos agentes erosivos, que atuam na superficie do planeta, a bios- fera possibilita igualmente a atuagao de processos biogeoquimicas, que transformam a alterita em solo (pro- ccessos pedagenéticas). Em condigoes excepcionals, que exigem uma con- jungdo de varios fatores, entre os quais condigdes relativamente agressivas de intemperismo, formam-se, no manto de intemperismo, horlzontes enrique- cidos em minerals de interesse econd- mico, S80 0s denominados depésitos supérgenos ou lateriticos, por enval verem, na sua formagao, mecanismos de laterizagao. 8.6.1 Solos Os produtos friaveis e méveis for- mados na superficie da Terra como esultado da desagregagio e de- compe: 80 das rochas pela ago do Intemperisma podem nao ser imediatamente erocidos e transpar ados pelos agentes da dinamica ex- ina (vento, gelo, Aguas) para bacias sedimentacéo continentais ou rinhas (zonas deprimidas nos con: inentes, thas, lagos, m: res © cea: NOs) nas processos descritos nos Ge 112 14, Quando for mados em regid s planas, ou de ave, ou, ainda, quando esttio protagidos por cobertura vegetal, releo softem pouco a ago da erasia, so bretudo a erosao fisica ou mecénica Nesta situacdo, a alterita evolul por meio de rearganizacées estruturais efetuadas por processos pedogen- ic0s, dando origem aos solos. Os processos pedogenéticos ou de formagao dos solos saa estudados por um ramo relativamente recen- te das cléncias da Terra, a Pedologia, ciéncia cujas nogées basicas econcei- tos fundamentals foram definidos em 1877 pelocientista russo Dokouchaev A partir dessa data, o sola deixou de ser considerado simplesmente um corpo inerte, que refiete unicamen: te 2 composiggo da rocha que Ihe dev origem (rocha parental), para ser identificada como um material que evolui no tempo, sob ago dos fato- res ativos do ciclo supérgeno (clima, topografia e biosfera. Na0¢ simples definir 0 solo, Isto se prende 20 fato de ser ele um material complexo, multifuncional e cujos con: cceitos variam em funco da sua utiliza fo [Figura 8.25) Assim, para o engenheiro agro nome, flarestal ou ainda para o agri- cultor, © solo é 0 meio necessério. para 0 desenvolvimento das plantas, enquemto para o engenheiro civil é © material que serve para a base ou fundagao de obras de infraestrutura para 0 gedlogo, © salo visto como © produto da alteragio das rochas na superficie do planeta ou como fonte de matéria-prima, enquanto para o arqueslogo ¢ © material fundamen tal para as suas pesquisas, por servir de registro de chillzagdes pretéritas; J para 0 hidrélogo, 0 solo é simples mente 0 meio paroso que abriga re- servatorios de aguas subterran Figura 8.25 ~ Dietenta ungdee do soo: 2) tagem e depuracso,b) protugso floesial e agreals,c} heranga cute, cl preservaceo genética © podunto. e iaestutua ©) ferte de matéias primes. Foo: acetuo ba Edo, Capi 80a raha ao sokntemperime epedagbese Desta forma, coda uma das especialda des possul uma definigBo que atende a seus objetivo, Até hi pouco tempo, sua utllzcto agricola € que defnia © de- senvolvimento centfico da Pedologie 4 Gércia do solo. Hoje, apesar de sua ustizag50 agricole continuar importante, ganha desteque sua furgao ambiental, ois 0 solo, pelos seus atrbutos fscos, uimicose fsico-quimicos, constitu um excelente fitra bilégico, de grande ut- lidade para a depuracio de tesicuos se- Jam eles agricola, industria ou urbanas (Gepuracio de équasservidasou residuos utbanos se) ainda, fundamental no comtole dos cictos de detenrinados elementos, coma, por exemplo, CN, S tc. Enretanto existe ua definigdo sim rks © que se adapta perfeitamerte aos propésitos das ciéncias ca Tera € que considera © solo como 0 produto do intemperisma, da remanejemento © da crganizagao das camads superires do regoito, ob ago da atmosfera, da hi dosfera da bosferae das trocas cle ener ia envoividas. Para uma alterita tomarse um solo € preciso, em primeito lugar, que, nesse meio, a alimentago mineral dos orga- nisms vivosauttrofos@, em particlay, dos vegetais superires,estja assegu- rada. A vida necessita de gua e de ele- mentos quimicos, que so encontrados no arcu dissolvidos na agua, e que tém como fonte primdiiaasrachas e, secur dariamente, 05 tecidos organics pre- cexistentes. Nas rochas, esses elementos esta0 disponiveis para os organismos fem concentragdes muito babs e, nas solugdes.em concentragb dammente elevadas, para assegurar uma alimentac3o continua e suficiente para (9 organisms vivos, Neste particular, 0 solo desernpenha um papel fundamen tal por se tatar de um meio intermed- aio ent a fase sdlida (cha) e iquida demasia- 28 (gua). No solo, essa fungao vital para os ‘organismmos vivos & desempenhada por uma frag organomineral denominada de plasma argilo-himico, em fungéo da intima associag3oentrea matériamineral {erallominerals)e organica (humus). Esse material, com propriedades coloidais, alta superficie espectica e cargas elét- as insaturadas, influencia diretamente ccertas propriedades clos solos ligadas 8 nutrigdo das plantas: (a) trata-se de um sistema hidra- tado, mesmo em meios fortemente eveporantes; (b} representa um sistema dingm)- 0, pols a adicéo de Sua faz-se com aumento de volume ea desidratacao com teducéo; (© € um sistema muita reative do onto de vista fsico-quimico,em virude das caracterfsticas da Interface s6lido-I uider adsorgaa,traca nica, catlse ete Esta eatividace encontre-se associada 30 (rau de hidratagao do meio, A associagéo do plasma argilo-hi- rmico com minerais residuals, herdados da rocha parental, como, por exemplo, 12 quartzo, fornece a organizagaa estru- tural € textural do solo. A existéncia de cargas elétiicas no complexo argilo- -himico (exibidas tanto pelas particulas minerais, como pela fraga0 o1ganica) confere a0 solo uma de suas mats im- ortantes propriedades, a capacidade ce troca iénica,essencial para.a nutrigao vegetal. Essas cargas elétricas condicio nam a reatividade fisico-quimica das constituintes do solo cam os fons que se encontram na solugaa da solo ou nos ‘outros constituintes minerais, polimeros ‘erganicos ov minerals que possuem ccargas na superficie, De acardo com sua natureza, as cargas podem ser fxas ou varidvels com 0 pH do meio; sua origem std ligada 8 estrutura cristina dos mi nerais e 20 comportamenta dos grupos funcionais que aparecem nas bordss dos pequenos crisis que constituem a fracao araila do solo, Osarglominerais por causa dos cons tantes fendmenos de substituicso dice, apresentam, em getal, um deft de car 925 posits, fazerdo com que apreser: tem cargas negativas fas, cus valores dependem do tina do argilomineral (1:1 0u 21, conforme as reaches vistas ante fformente neste capitulo). Assn, minerals que nso apresentam substituigges como 60.cas0 da caoiiita(estrutura 1:1, fecha da}, tém carga fia nuda. J8 argilominerais como ita € beidelita festrutura 2:1) ossuem cargasnegativas que variam de fracas a fortes respectivarente.Também ‘existem cargas vaidveis, que variam em fungdo.do pH. do meio, igadas as bxidos hidréxidos, substancias que formar Iminerais muito bern representados nos solos tropieas, também ligadas as tup- ‘ura estruturais dos arglominesas ¢ aos compostos orginlcos. Enquanto as cat- 925 fixes sfo negativas e, portanto, io a0 solo capacidade de adsorver cations, 4s varisveis poder ser tanto negativas como postvas, dependendo dos valo- res de pH e, portanta, permitem 20 solo adsorvercétions ou anions Como, de um modo geral nos Solas dominam as car {gas negativas,folamos comumente em ‘apacidade de troca catonica (CTC) dos solos, expressa em meg/100 g (rilequ- velente por 100 g de sole) ou cml (centimol de cargas posiivas por qui ‘rama de solo Emfungdo das condoesambientals (rocha parental, clima, organisms vivos, Incluindo o ser humano, relevo © tem- 0), 05 solos podem apresentar caracte- Tisticas € propriedades fsicas, quimicas sico-quimicas diferenciadas. Assim, eles podem ser argilosos ou arenosos (ariacdes texturais, podem ser verme~ thos, amarelos ou cinza esbranquicados (variagbes quimicas e/ou mineralbgicas), podem ser ficos ou pobres em ratétia organic, podem ser espessos(alaumas dezenas de metros) ou Tasos (alguns ouco centimetros), podem apresentar “se homogéneos ou nitidamente dfe- renciados em horizontes Formagao do solo Na porgo mais superficial do man tode internperisma a alterita, sob a agdo dos fatores que contiolam a alteracéo intempérica, soe profundas e impor tantes modificagées, lustradas na figura 826 e caractetizadas por: (a) perda de matétia, tanto fsice [temogé0 de part ules) como quimica (emogdo ern so- Lugo, ou sea, Ixiiacdo), (b) adiéo de matéria, proveniente de fontes extemas Incluindo matéria orgfinica de origem animal ou vegetal, poeras mineras vin- as da atmostora,e sas minerals trazidos or fluxo ascendente de solutes, (© transtocagso de matéri, isto 6 re- mobilzagio pelos flunos de solugdes 1 interior do perfil (movimentes ver tials € laterais) ou pela acéo da fauna e €)transfornagao ce matéria,em contato coms produtos da decomposio post -mortem da matéa vegetal ¢ animal Fsses mecanismos s4o controlados elas solugdes que percolam o perfil vettical elateralmente, ¢ pelos organis- sos, sejam eles animais ou vegetas. Os pprincipais agentes de remobi- lizagdo dos metetiais do solo sé0 os animais (biorurbacéo), Os vermes sto ©5 mals importantes. bioturbadores, seguidos pelas formiges. Os cupins e outros invertebrados tém panel menos importante, © impacto desses vérios grupos no € uniforme no globo por que habitam ambientes especiicos, Os cupins atuam principalmente na faba tropical, enquanto a atvacSo dos Figura 8.26 -Pincioaic macanisinos ervelidosna formariio da. um solo vermes se estende por toda 0 planeta, concentrada preferencialmente nos am- bientes \imidos das pastagens & flox tas. Em termos geogréficas, as formigas so mais disseminadas que qualquer outro animal A atuagdo da fauna nos solos pode atingir profundidades de até alguns metros, com a escavagéa, trans: porte © redeposicao de considerdveis uantidacies de materia, misturando os varios componentes do solo e promo: vendo a formagao de estruturas tipicas de bioturbacSo. 4 importancia da biotut= bbacio pode ser avalada pele velocidad de construgio de cupinzeiros, que se da na razio de alguns gremas a alguns qui- logramas de material por m por ana. ‘Adigbes, perdas, transiocagées € transformagées de matéria produzem uma reorganizagéo estrutural da alter ta em diferentes camadas ou horizon- tes, que serdo tanto mats diferenciados dda rocha mée quanto mais afastados dela se encontrarem, A sucessio vertical desses horizontes constitu peri dem sole, Quando bem deserwovido. 0 solo possul quatio hor- zontes principals, formados pela agio da pedogtnese (0,A.e8)eum horzante que compreende aalterita() Figure 827) s hotizontes mais superficiais do perfil por conterem quantidades maig- res de matéia orginica, apresentam uma tonalidade mais escura, enquanto (5 horizontes infeiores, mais ricos em argilominerals € éx+-hidréxidos de ferro @ de aluminio, s80 mais claro (regiées temperadas) ou mais avermelhados & amareladas (em regites topical. Reparticéo dos solos Qs solos encontrados na superficie da Tema nao so homogeneos, mas, 0 contrdria, apresentam uma grande opto 8 = Daachao sont epednnese ‘Altera ou ee Saprolte ine © ‘Alterta ou Saproito rosso ena Figura 8.27 Perf de aatd0, consis sa base cara topo, por och read, saposto atria @ sem © salir compreand os rotersss sixanos pola pedogérees (0, Ae (209 coresende a atata [ou saprtte) (0) €0 sol Dezigde dee rovienos: © Horizons \Jeooha atereda, Rose se subdivision sapoo oases (sar ior onde as eSMuRias & teres da rocha esto conservacs) espa tina (oars super, once aheranca marldgie ‘a racha no ¢ als reconhocida. 8 Hosea tis ecaTulseto ce erga, mateiacranica © {xtlkenidos defers ede aluminc.A~ Heizers escuo, com matara miners eorgance ala ‘liao bioligca. © -Harzonte rca ev resoe crgrios om vie de decomposigao. heterogeneidade em funcio das fe- rentes combinacSes de seus fatores de fo1mac0.A cartograia dos solos etapa ‘essencial para sua cometa utilzagio nos diferentes dominios de aplcagéo, © de fundamental importéncia na sua classii- ‘agao. Classifiar um solo é importante, tanto do panto de vista académico, pois permite, pela sua ordenagéo, auiar © estuda de sua génese ¢ funcionamento, como do ponte de vista pratico, de apl- 280, pois permite orientar seu manejo € utllaacio, par fnsagricolas ou outros. lassicar um solo, entetanto, nfo € tarefa fc, pols eles formam um meio continuo ao longo do relevo, sendo ‘que a passagem lateral de um tipo 0 ‘outro se faz de forma gradual, o que di- ficulta em multo casos a colocagao de Lum limite entre varios tioos 20 ‘A classifcagio dos solos pode ser feita segundo diferentes critérios. A énfase na utlizacSo de critérios gené- ticos, morfolégicos ou morfogenéticos varia de pats para pals, 0 que dé origem a diferentes classiicagées pedolécices Sto bastante conhecidas as classifica. $0es francesa, muito utiizeda na car- tografa dos solos tropicals da Aca, a adotada pela FAO (Food and Agricultural Organization) na ssvematizacao da carta mundial de solos, a 1ussa @ a Soil Taxo- nomy, desenvolvida nos EUA, que classi fica 0s solos em 12 ordens, subdivicidas fem sub ordens, grandes grupos, grupos, familias. clasificag’o dos solos do Bra- si iniciada nos anos 1950, teve sua base fundamentada nos conceitos adotados 1 Soil Taxonomy. Varies modificades foram efetuadas no decorrer do tempo 9 Iqualmente foram adotados conceites utlizados na sistematlzaga dos solos muchas (FAO, 1974), sempre na tentat= \a de melhor adeptéla & nossa realidad tropical. Em 2006, a Embrapa publicou 2a versio mais recente do now Sistema Brasleto de lassiicacho de Sols Tabe- 1283) explctado mais aciante, Repartigéo dos solos no mundo Com base na classiicacio adota- a Dela FAO, foi elaborado, em 1974,0 mapa de distribuigdo dos solos na esca- la mundial, lustrado pela figura 8.28, Percebe-se itidamente, nessa fe gura, a distribuicao zonal dos solos em fungao da latitude e,consequentemer- te, do cima. Considerando uma hipoté- tica secg3o transversal indo dos polos em direc30 a0 Equadar,é encontrada 2 sequéncia descita a sequi. Nas reoides mais frias do globo, onde ‘a temperatura do més mais quente é ge- relmente nfstora 10°Cea vegetagdo é do tipo tundra (lquens, musgose peque- 1nosarbustos) domninam os criossolos(s0- los gelados), S50 poueo desenvolvidos € submeridos 2 temperaturas sempre ine rlores @ 10°C, Durante uma parte do ano estes Solos encontram se congeladios €, gefalmente, em profundidade, ocorre tuma fina camada (alguns centimetros) denominads permafost (onde 0 gelo € Permanente}. Séo solos tnicos da zone Circunvizinha ao oceano Aitico e regibes mais elevadas do Sul da América do Sul Segundo Lepsch (2002), em climas ligeitamente menos fries do tipo tem- petado Umido, onde se desenvolver de maneira acentuada as florestas resi noses, dominam os pode (espodosso- los da classificacdo brasileira). S80 solos dliferenciados,ricos em himus acido © Ccujos horizontes apresentarn uma forte translocagio de compostes de ferro de aluminio. coo eo Arglssolos 20 Cambissolos 3 Chernossolos. <1 Espodossolos 2 Geissolos 3 Latossolos 39 Luvistolos 3 Neossolos 4 Nitossolos 2 eee Solo pouco desenvalvido, com horizonte B incipiemte. Solo bem evoluido, argiloso, apresentande mobilizacgo de argia da parte mais superficial Solo com desenvolvimento mado; atuagao de processos de bssialitizacao, poderdo ou nao apresentar acumulacdo de carbonate de célci, ‘Sola evidenciando a atuagao do processo de podzolizagdo; forte eluviacao de ‘compostos aluminass, om ou sem fervr presena de hiimus acido. ‘Solo hidromrfico (saturado em qual, rco em matéria organica, apresentando intense reducéo dos compostos de ferro Solo altamante evoluido aterizada, rico em argilominerals 1:1 eéxi-hidrdxidos de ferto.ealuminio, Solo com horizonte B de acurnulacio (8 textural), formado por argla de atividade alta (bissialtizacao} horizonte superior lxiviado, Sola pouce evoluide, com auséncia de horizonte B. Predominam as caracteristcas herdadas do material original Solo bem evoluido frgilacaolinitica ~ 6x-hidréxidos),fortemente estruturado [estrutura em blocos), apresentando superficies brilhantes(cerosidade). ‘Organossolos <1 Planossolos 3 Plintossolos 6 Vertisolos 2 mon Soo essencalmente organico; material orignal constitu o proprio slo, Solo com forte perda de erga na parte superficial = concentracao intensa de argila ohorizonte subsuperficial. Solo com expressiva plintitizagao (segregesao e concentragao localiza de ferro) Solo com desenvolvimento restrito; presenta expanséo e contracio pela resena de arailas 2:1 expansive. “Tabela 83 Claseicarso de sios ina nela Eman (as poreeriagans sao spioxrractas a mad\ioadas de Cbeho ef, 2002). Nas regiées atidas ou seridridas do globo (Afica, Austsia, China, Ces- do EUA, Sahel e Nordeste brasilero) recem solos cuja formagao é con- dicionada por um regime hidrico em evaporacia excede largamente ciptagdo, presenga de um horizonte com acu -ormum, nestes Solos, siagdo de sais pouco els gipsita © calcite). Na classficagdo da FA estes 3s S40 denaminadas sofanchaks, so iz gipsissolos ou caleissolos, A medida que o clima toma-se mals 0, entre as regides deséiticas & Gmidas, encontramos uma sequéncia olos que dependem sobretudo da estepes, pradarias eflorestas, izados pela humificagia. So so- extremamente ricos em nutrientes e encontracdos nos EUA, Russia, Canad A FAO catalogou entre estes solos os cchemossolas kastanazens #fasazens. Nas zonas temperadas timidas, a sequér ia mals cléssica inclul desde 1s solos brunos até diferentes tipos de solos Iixiviados, como.0s luvissolos, planossolos, 05 solos podzolizados, os albissolos € 05 umbrissolos, S40 solos heterogéneos quanto 8s suas caract risticas quimicas efiscas, indo desde os lextremamente apropriados para a agri- ura, até os que apresentam sérias restrigées 20 uso agricola, como por exemple certos planossolos brasieiros com horizantes compactados e ricos em sédio, Finalmente 12s regides tropicals Urn- s,como é)caso da Bras na maior par- te de seu terrtérie, ocorrem vérios tpos de solo que apresentam propriedades fsicas, quirricas e marfoldgicas especth mas que em seu conjunto possuen um certo nimero de atrbutes comuns, come, por exemple, compasiglo mi neralégica simples (quartzo, caolinta x-hidiéxidos de ferro @ de aluminio) grande espessura e horizontes com cores dominantemente amarela ou vermalha (erfigura 829 © quadio 8.1}. Em fungdo das processos genéticos do longo tempo envalvido na sua for magao, 08 solos twopicals so em geral ‘empobrecides quimicamente, como re flexo de uma composicao dominada por a1 Figura 8.28 - Mapa de dsii¢aa dos soles no muro Fonte; FAO LGTI- CENA. US 232 Iminerais desprovidesdos elementos mais solves Séo solos ce mais baie fertiila- de, quando comparados com os solos de cima temperado,ricos em argilominerais capazes de reter 05 elementos quimicos necessériosao metabolism vegetal. Nes- ta categoria encontrarrse of fetrabolos, Ibissolos, acrssolos,nitossolos,alissolos e plintssolos,na clasiicacao da FAO, Os solos tropicais representam ecos- sistemas frége’s, exttemamente vulne: rveis 8 aces antropicas, e sofrern de forma acentuade os efeitos da utilizago de técnicas de manejo no sdequades. A degradacio dos solos topicais, que Figura 8.29 Por do sco latorte> (la- ‘essolovermelho amare), com sues.co- pode levélos & destruigdo, € um dos ree coracirtica, Foto: Mugler me mais importantes problemas ambien- HE chermossolos . Zantisces _ Plintisolos Latossolos _ | [IE eoiomnis | | BE easier | | |B rancscios | HB wis005 |B cess 5 heicotes _ io HH verso | —_ aera doce (ose lagos) 1 Figure 8.30 ~ Mana de dst buko dos Sloe no Brash. Fonts: |BGELGT!- CENA USP tals quea humanidade te neste século. Reparticéo dos solos no Brasil © Brasil situa-se quase que intei- ramente no dominio tropical Gmido (exceto a regido Sul e 0 Nordeste semi drido}. Esta sttuacSo, alada a estabiida- de estrutural de seu embasamento, que desde 0 final do Cretéceo nao soffeu movimentagdes de grande porte, lev predominancia de uma cobertura pedo l6gica que reflete de maneira acentuada © fator dlimético como preponderante ra sua formagsa, Nessa escala de andl se, rocha original e condicées topag 'stém importéncia secund: 233 pital 8 -Daroca co so: nempersma epeogtrese Os solos brasileiros, em vinude do importante desenvolvimento dos agroneaécios, tiveram seu conheci- mento amplamente melhorado nes: tas uiltimas décadas. Os sucessives levantamentos cartograficos dos solos do Brasil iniciados na década de 1960 pela Comissa0 Nacional de Solos, foram intenstficados pelo servigo cartogréfico da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria)..0 mapa mais recente dos solos brasileios (er figu: ra 830), publicada em 2006, utiliza a Classificago proposta no Sisterna Bra~ sileiro de Classificagao de Solos, com 13 classes identificadas por caracteris: ticas expostasne tabela 83, Os latossolos (ver figura 6.29), com uma distribuigd aproximada de 40%, so, de longe, os solos mais importantes do ponto de vista da Tepresentagdo geogréfica. Ocorrem em praticamente todas as regibes bioclimaticas do pats, sobre diferen- tes tipos de rochas, Sao solos bastan- te evoluldes, com perfil homogeneo © horlzontes pouco diferenciados, desprovidos de minerais primirios alterdveis. Sao, em geral, acidos & Quimicamente empobrecides em elementos nutrientes (elementos alcalinos e alcalinos terrosos). Comu- mente sdo profundos, com mais de dois metros de profundidade. (5s argissolos anteriormente denor rnados solos podblicas vermelho-ame- telos, sé0 igualmente bem representa dos no Bras (cerca de 20%), Ao contro dos latossolos, apresentam um perfil bem mais diferenciado no sé quanto as cores, mas tamoém quanto & textus ra. Seu horizonte 8 é enriquecido em argia em relacio ao horizonte A, rece bendo a denominagio de horizante Bt (textural) Assim come as latossalos, 24 (0s gros minerals ocorrem em cliversos tamanhes, que recehem nomes, em di- ferentes escalas de axanulometia, como sera visto no capitulo 9, sobre sedimen- Tago. Comumente, usamos as seguintes denominagées: matacao (> 256mm), seixo (256 3 64mm), cascalho (64 a4 mm), granulo a2mmi,areia [2a0,062 mn), silte (0,062 » 0004 mn) e aria (< 0,004mm} Nos perfis-de solos, particulas relativamente grandes, coma seixos © grénulos, com frequéncia sao constituidas de agregados de minerals distintos, herdados das rochas originais ou mesmo cimentados por minerais secundétios. Entre as particules menores, geralmente constituidas por um inico mineral, 0 quartze (que & bastante resistente 8 alteracSo Intempérica] forma gréos de site ¢ arcia, ‘Todos 05 outros ininerats primsrios, coma feldspato, proxénio, anfibalie, magne- ‘ita, calcita © mica, para citar somente os mais comuns, também pader ser en- contrados nestas dimersbes dentio dos pers de intemperisino, antas de serem ‘akerados por campleto; minerals formados nos processes supérgenos também podem ser encontrados nestas jragGes maiotes, como os éxi-hidrOxldas de fer- 0 (goethite/hematita) © de aluminio (gibbsite). Partculas ce argjla encontradas 10s Solos e altertas so predominantemente constituidas por argilominerais (11 ‘Ou 2:7), Nos climas tropicals, o arailomineral precominante & a caolinita, que se Ferma no apenas a partir dos feldspatos, mas também de outros minerals silicé- tices, como as micas; além disso, goathita, hematite e gibbsita, provenientes da alteracdo dos vérios silicatos, so frequentes na fragéo aralla, que pede conter, ainda, mineraiscatbonsticos, fosfticos ou mesmo silica mel cristakzada Ha, em geral, uma confusdo entre a terminalogia utlizada para tamanho de gros omposigao dastes gros, Assim, da mesma forma que nem sempre um mate Tial argiloso, da ponte de vista da tamanha de seus constituintes, & composte ‘xclusivament= por argilominetals, nem sempre os argilominersis ocortem na ‘ogée argila, Outro destaque importante di recperto a frac areias um material 27enaso nem sempre @ constitulde por quartzo, embera a maioria das areias len: ‘contradas em diversos ambientes terrestres) seja prediaminantemente constituiga Por qusrtz0 que, por ser muito resistente ao intemperiema, ressce 80s processos de erasto, transporte ¢ sedimentacio [Figura 8.31), 0 que também ocorte com ‘outros mineraisresistentes menos comuns, como apstit, monsaita, 2i¢0 et. 100 Distrbuigo elativa) Arai ‘Site ‘vein Dimensio dos graos Figura 8.31 - Campasieso mineralégica das ragces grenvlométioas vada para a média 208 sols, Fone: Brady & Wail, 1906 S80 solos dcidos, porém aacidez é, nes te caso, mals marcada. Sua espessura 6 varidvel, mas em geral menor que a os latossolos. Os neossolos s80 solos pouco evo- uidos, constituidos por material mt netal ou orgénico, pouco espessos (menos de 20 em) e sem horizonte B ‘A baixa intensidade de atuacso dos processos pedogeneticos se encontra em geralassociada & existéncia de uma rocha especifica, altarnente resistente a0 intemperismo, como por exern- plo arenitos, quartzitos, ou entio aos fatores de formagao (clim, relevo ou tempo) que atuam de forma a impedir uma maior evolucao pedolégica (por exemplo, tempo curto de atuagao dos processos pedogenéticos,clima sem drido ou releva que impeca um elevado fluxo hfdrico). Foramn subdivididos em quatro classes: solos litslicos (horizonte A diretamente sobre a rochal,fulvicos fssociados a sedimentos aluvionares) regoliicos (horizonte A diretamente acima do ©) e quartzarénicos (sequén- cia A‘Ccomtextura francamente areno- 8), Todos eles séo bem representaclos © recobrem em seu conjunto 14% do territorio brasileiro. 05 latossolos, os agissolos e os neos- solos representam mals de 70% de to- dos 05 solos cartografados no Brasil Merece citagio especial um tipo de solo, que apesar de nao ser bem re- presentado no Brasil (24), pode ocor ‘er formando grandes éreas continuas, como por exemplo, na bacia do alto flo Negro, Trata-se dos espodosso- bs, classficados anteriormente como podzéis Tipicos de regioes fiias, po- dem ocorrer em zonas tropicals imidas om condigées especificas de drena- gem ou de rocha original, que permi- a acumulagaa de sflica na forma de quattzo. S40 solos de baixissima ferilidade, acids e geralmente com altos teores de aluminio tocdvel Sfo caractetizados por um perfil forma- do por um horizonte A de cor cinzenta ou preta, sequido, em profundidade, por lum horizante E (eluvia) de cor cinza-cia- raa branca, Importancia do solo e de sua conservagéo Osolo é sem duvida, 0 recurso na~ tural mais importante de um pais, pois dele que derivam 0s produtos para alimentar sua populacao. Nas regides intertropicaisessa importancia é maior ainda por duas razdes principals: + nessa zona climética encontra-se a quase totaidace dos paises em desen: volvimento, cuja economia depende da utilizacdo de seus recursos naturals, especialmente agricalas; + 9s processos que levamn a formagao dos solos padem, na zonaintertropical, levar também a formagéo de importan ‘te recursos minerais. Entretanto, os solos dessas regides so, em geral, desenvolvides em area tectonicamente estivels e sobre su- perficies deaplainarnento esculpidasa partir do final do Mesozoico. $50, por- tanto, solos antigos,frges, empobre- cidos quimicamente, € que se encon- tram em continua evolugéo, Existem em situagdo de equilibria precério, de tal forma que os impactos provocados por causas naturals ou por atividades aniropicas podem desestabilizar o sis tema, Desmatamento, cultiva de ras, uso de produtos agrotéxicos ¢ ex: plotacao mineral sdo atividades que, se nao forem bem conduzidas, por meio de técnicas desenvolvidas com criteriosa base cienttfica, podem levar 2B er0sio, 8 contaminacSo ¢ poluicdo e, finalmente, a sua degradacdo, Por ser um recurso finita @ nda r novavel, podendo levar milhares de anos para tomar-se terra produtiva, 0 solo, uma vez degradado, desaparece para sempre na escala de tempo de algumas geracées. De acerdo com estimativas recente, as varias formas de degradagao dos solos tém levado a perdas de 5 a 7 milhdes de hecta res de terras cultivdvels por ano, Para compensar essas perdas, seria neces satio a disponibilizagao dessa mesma superficie a cada ano para fins de cul- tivo, o que ¢ cada vez mais dificil As perda dos solos e 0 crescimento demogiifico, que geta grandes pres- ses para a produgdo de maior quane tidade de alimentos, tém resuitado no desmatamento de areas. florestadas pare expansto das areas agricuturvets Essa € uma solugdo luséria,poisos solos das forests tropicas representam siste- mas muito feige's, que acabam sendo degradados com 0 desmatamento, © uso adequado dos solos jd exstentes, prevenindo-se sua destuio, € a me- Ihorsolugao. Além disso, solosde outros ambientes, que nao os florestas, como 0 do certado, por exemplo, com aap cago de formas adequadas de iigagdo «¢ manejo, poderiam contribuirde forma mals concreta e permanente para 0 au mento da producéo de aimentos Pata a protecdo desse re sencial vida humana existe hoje um USO e+ conjunte de técnicas de manejo que inclui ¢ identificacgo © mapeamento dossolos vulneréveis,aimplementagao de solugdes alternativas & forte depen dencia de agroquimicos e, finalmente, reflorestamento. ‘As obras de engenharia também Utlizam os solos como substrato ou como material, 2a geotecnia trata des ta questo (Quadro 82) ‘aptulo 8D mca aos: remansa pedotase | | | Ds solos representam uma importante fonte de material para obras de engenhatia, Principalmente nics climas tropicals © equatorial, onde os perfis atingem grandes espessures. Esablidade © ressténcia mecinica sto propriedades geotécnicas fun- ddamentats para que um solo tenha qualidade, sea para utlizagso como material de constiuedo. sea como sulbsttato para obras. Os materais components dos solos, sea, 0s mineraisfermados pelo intemoerismo e os minerais primariosresistentes, bem come sua argantzagio e dictlaulgse granulemétrica cofferem propriedades muito varlaveis acs solos. Dependendo destas propriedades, os solos podem ser ‘empregados dlretamente em obras como materias de construcso, necessitando em sgeral de compactagao ou dansficacao pata toré:-los mals reSlstentese nals estdvels 23s vollagbes possivels de estado, principalmente frente. agi0 de Sgua. As aplicagtes so diversas, como em barragens, ateros, payimentos et Em algumas situagdes, 05 solos podem ser establizadas, com adiga0 de aglomerantes, como 0 clmento ou cal para Inibir © eardter expanslwo na presenca de qua e/ou para aumento da resistencia. As particulas de argilomineras, por exeiplo, tém um comportamento diferenciado em telagao &s particulas malares, como as de area, principalmente na -presenca de Agua, A composigdo mineralégica dos solos tropicals tem um significado ‘especie, pols 05 Oxi 6xidos de ferra ede alumini podern agit como cimentantes, agregando paticulas ¢ dando, em certas condlgtes, maior establidade e resistencia ‘305 solos. Deve-se ressatar que parte importante dos estudos geotécnicos exisentes le Teorias decorrentas oi elaborada em pafses de cma temperado, cujas solos apie sentam composicio e oxgenieagto dstintas dos de cima topical, 0 que estimula desenvolvimento deste amo da pesquisa na Bras 8.6.2 Depésitos lateriticos —_fosfeto, por concentiagao de epatita de erémio, por concentracio de cro- rita, estanho, por concentragao de cassiterit, ferro, por concentragao ‘Como foi mencionado, 05 proces: 505 que levam 3 formago dos solos podem, na zona intertropical, levar também 8 formagao de importantes, recursos minerais, que s80 05 depdst- 10s laterticos, também chamados re siduais (ver capitulo 19).0s processos dgenéticas que atuam na formaco de tum depésito lateritco classificam-se em do's grupos: + PreservacSo. do. mineral. primério de interesse e sua concentragao por acumulagéo ‘elatia por causa da perda de matéria do perfil duran- te a alteragda. Nesse caso, 0 mineral portador do elemento de Interesse econ6mico é relativamente resisten te-20 intemperismo ¢ permanece no perfil, enquanto os outros minerais sfo alterados, e pelo menos parte da matéria é liniviada do perf. E 0 dos depbsitos de de hematita etc + Destuigio do mineal primo @ for rmaséo de minerals secundétis mas cos ue © mineral primarlo no elemento de interesse. sso corre com elementos de baba solublidade, como o Al € oT, poor exemplo, que foram mineras se ccundéfios (giobsita © anatisio, respect vvamenie, logo apds sua liberago dos minerals primétios portadotes. Gcore também com elementos mais soliveis que migrm no perfil de akerasio € precipita como fases secundiias nos hovizortes que apresentem condigBes propicias para tal. £0 caso do minesio de nique! (gamiertae goethitaniquelfera) e de manganes (pslomeeno e pirclst, entre outs. Em algumas situacées, ocorre um pracesso misto, pelo qual © mineral priméria portador do elemento de in- teresse permanece inalterado em re- lac80.20 seu arcabougo essential, mas sofretransformacées que podem me- thorar ou piorar sua qualidade como mineral de minétio. Um bom exern- plo dessa situagdo s30 0s depésitos laterticos de nidblo, em que o piro- loro do manto lateritica no & mals © Ca-piracloro da rocha parental, mas sim 0 Ba-piracloro, pela modificagao do pitoctoro nical No caso de alguns depdsitos latert ticos, como os de Ouro, 0 mina & for mado pels atuardo conjunta dos dois processos © mineral de minério & uma rmistura de particulas de ouro primatio mais ou menos preservadas da alteracao de particulas de auro secunditio pect pitado a partir de solucbes. Como consequéncia de seu mado de formacéo, por processos de acumu- lacS0 relativa efou absolute deelernen- 105 no perfil de ateracdo,em ambiente de abundancia de dgua e de oxigénio, as jazidas lateticas apresentam algu- mas caracterstcas. comuns. Ocorrem. sempre na superficie da Tera ou préxi- mo dela sob forma de bols6es ou man- tos, o que permite a lava a céu aberto. No. cas0 de elementos que admitem mals de um niimero de oxidacSo, es tes se encontram com seus nimeros de cxidagao mas altos. De modo gerd 0s depésitos lateticos possuem teo- res relativamente baixos, que & com- pensado por tonelagens expressivas, Finalmente, dada a difculdade de pre servagio de formagbes superficials por uum periodo de tempo muito extenso, 0s depésitoslatertcos esto limitados aos tempos geol6gicos mais recentes, principaimente cencadices Para que um depésto letertico se forme, &necessiio que ocora uma core vergénca de fotores de orem tloaica, limética e morfotectonica, Por fatorito- I6gico entende-se a natureza da rocha sobre a qual olntemperismo vai stuat Em ‘92, nas acids laterticas hé um enrique imento piévio do elemento em questdo a rocha parental que, nesse contexto, & :b, c@ a: C.F Gionain Figura 93 - Cenéros en que ocunagae ou @ urbanizagno ccoer sem lear em consideragao 03 prccesses geckglens a) Marginal da io Pinteros, em Se0 Paulo (estado de Sao Paulo), nundada, b) Escoregamento ia comunidads de La Conchita, Ventura County (Califia, EU), 71985: c} Eruso cosiays em Maiios (estado do Parand). em 1895. d)Inlypgés paria da vodovia ere Aal # Jnoranga (esado d= ‘840 Pavia), em 2006 Fotos: a: F Donec, Fo Imagem; Fone oo 8 Paul, 26:de malo de 2005, b: USGS [), cM. Lipel eB. Thasshos @d: PC. F Genin rnatureza reservare & salda de rocha de- composta (eroséo), como encostas de morro, ou’& chegada deles (deposicéo), como 08 pés dessas encostas, mara ris de rios, praias € campos de du nas. Assim, lista de formas de relevo aqui citadas como exemplos de a¢30 de processos sedimentares, € preciso actescentarregibes onde processos na- turais € ccupacso humana interagem cde mado confltuoso, em um auténtico exemplo de equiirioinstavel.Saimos do cartéo-postal para as noticias de Jomak inundagées nas marginals Tieté «Pinheiro, em Sao Paulo (Figura 93), deslizamentos soterrando casas situa: das 205 pés de encostas (Figura 93b), erosio costeira em cidades ltoraneas (Figura 9.30, como Rio de Janeiro, Olin: a, Recife, Fortaleza e Santos, transito fem rodovias e ferrovias intetrompido por “quedas de barrea’ ou de blocos (Figure 93d) Neste capitulo, pattiremos das rela (gOes entre os processos sedimentares ©.8 modelagem da superficie terrestre (telagdes processo-forma) parachegar a acumulagao dos depésitos e formacao das rochas sedirmentares (relagoes pro- ccesso-produto. Estas relades podem serestudadas em diferer 5 escales es ppaciais. De modo geral, quando se am- pliaa escala espacial, aumer a escala do tempo envolvida. O recurso de reduzir e ampliar nossa escala de observacao sera explorado pare exerci- tatmos nossa capacidade de entender natureza destas relagdes. Chamaremos a este recurso de zoorn, em alusdo ao mecanismo das cimeras fotagraficas & filmadoras, como ilustrado na figura 92. Iniciaremos nossa abordagem ob: servando um grao de areia de prata, & tentando contar ou fllmar a sua histé ria. No senso comum, usa-se muftas 23 apitle9-Do goa ct sediment eso deposigio gine vezes a express30"gido de areia’ com © significado de detalhe irrelevante. No entanto, este detalhe torna-se im- portante e sua escala universal quan- do a histéria de um gro pode ser representativa da maioria dos graos que vemos nos ras, nas pralas, nas dunas € ern muitas rochas sedimen- tates. Assim, a que parece ser uma escala de detalhe torna-se, em titima analise, uma escala de universalidade E desse modo que responderemos as perguntas mais comuns deste inicio de capitulo, O que @, afinal, urn sedi- mento e © que & um processo sedi- mentar? E qual a diferenca entre os processos sedimentares que ocorrem hoje, por exemplo, na serra do Mar, & aqueles que ocorem nos pantanals eras planiciesltoraneas? A opcao pela praia como cendrio de nosso persona- gem central (0 gro de areia) deve-se apenas, mais urna vez, a uma questao de universalidade do exernplo. Isto é, 205 fatos deo oceana ser o destino fr nial da maioria dos sedimentos, o que facilita a econstituigao de um ciclo sedimentar completo, e dea praia ser a parte dos aceanos mais acessivel para a nossa observagdo, Do ponto de vista dos conceitos que se quer in troduzir, n3o ha diferenga porém en tre este gido de arela ¢ 0 seixo de uma planicie aluvial ou a particula de ar- gila presente no mangue ou numa laguna. Antes de passarmos a hist6ria do gro, portanto, ¢ conveniente co- nhecer a significado dos termos areia, seixo e argila (Quadra 9). ‘tia € um conceito elativo somente 20 tamanho do gro. 0 estudo ou medida do tamanho do gro recebe o nomad granulonnerria. De acordo com a excala de granuloinetria mais uillzacia hoje para classifica sedimenos (Tabela 9.1), um gV30 de aréia possu entre 2.600.082 mm. Os qurlicativos para referirse aos materials secimentares formados predominantemente por cada uma das tes fabas ‘granulométicas principais 530: 1udicea (de tude, qrosso), pare granulagio cascalho;arendceo (de arenal, pera arela;e utaceo (de kito, ‘massa fina e pistca, para lama. Estes termos de etimologja latina, 12m equvaléncia com outros termes, de origem greg: pseiticn, psamitic © peltco,respectvamente. Para referirse.a dep6sitos cndurecos Cochas sedimentares ou sedimenttos), rescenta-se o Sfiao ito aos mesmos radicals: udio,arento €htto ou pseft, psamia epelt, os00250 0.250-0,125 0,125-0,082. 0,062-0,031 0931-0070. 0,076-0,008 0,008-0,008, 0,004 Coy ree en Traduséo usual (portugues) Coarse sand ‘Mécium sand Finesond Very ine sand Coarse ‘eum sit Fine silt Yeryfinesit ay Argiia ‘rela muto grossa rca grossa rela média ‘rei fina ‘rola muito fina ‘Site gross0. Sie médio - Site fin Site muito nino Agila ‘Tabsla 9.1 ~ Escala granulomas do Uden: Wentworth, com 08 tormes original @m ingles ¢ sum tracucds para a portugues, ® Biografia de um grao de areia Escolheremos como referéncia um grao de areia de praia constituido de quartzo. Afinal, ‘rata-se do mineral mais abundante nos sedimentos e um dos mais comuns nas rochas ‘igneas e metamérficas expostas nas areas elevadas dos continentes. Zz numa érea elevada, como a Serra do Mar, que a "biografia" da gro se inicia, Ai ele passou muitos hares ou mihoes de anos no que ‘pederia ser chamado de seu estégio Seal ou estigio pré-ardo. Este esti ‘Se corresponde ao perlado em que © ciistal de quartzo do qual o gra0 = cerivou fol sendo gradualmente Ii- erodo dos cristais vizinhos na rocha <=> liberacdo dé-se por uma gama = process0s de desintegracao fisica © decomposigéo quimica da rocha -=sposta em superficie, portanto su {$22 20 Intemperismo (ver capitulo 8). ‘Arocha onde se opera este periodo de ‘S=t2¢20 do gtto & também conhect = como rocha-mae ou rocha-matriz. Exes nomes s40 muito apropriados a 2 "biografia’ do gro, porque fazem usdo direta 3 idela de gestacda, importante ressaltar que os pro- <=ss0s intempéricos no envolvem Sensporte mecénico significativo, de modo que 0 resultado ndo ¢ ainda sem secimento, mas urn manto de ab 640 In situ, io qual se inclu uma <2mada superior de solo. A rigor, naa odemos falar ainda em gids, mas 222025 em particulas. O termo par Sculas ven do latim, onde significa artes pequenas, as partes menores = um todo, neste caso representa- o pela rocha-mde ou © proprio solo, A partir do momento em que esta particula comeca a softer transporte mecanico em superficie, ela passa a constituir uma particula secimentar, Sndnimo de gréo. Em geoiogia sedi- mentar, 0 termo gido, por definicéo, denota transporte mecanico, Nessa fase de gestacéo do gtéo & que vio ser mals efetivos os fatores principals que controlam a constituiglo rmineraligica de um sedimento: com- pposigo darocha-matrizclima e itern- perismo,tectdnica relevo. Ainteragdo entre clima e tecténice controla a rela~ ‘Bo entreas velocidades de erosdoede intemperismo. 9.2.1 Transporte sedimen- tar:a maturacdo do grao ‘Apts 0 transporte inicial por torren- tes pluviais, quedas de rocha ¢ desliza- mentos nas encostas da serra, 0.9780 ¢ incorporado na cara dos rios e corre- deiras da escarpa, por melo das quais atingité os rios de mais baixo gradiente {na maioria das vezes, com morfologia meandrante (ver capitulo 11), que ca- ractetizam a planice litoranea. © transporte do gro da serra a0 ‘mar corresponde 2 um periodo de in- tenso arnadurecimento ou maturagdo em sua biografia. O gréo pode softer mudangas fisicas (texturais) ou quimir as (mineralégicas),em resposta 8 agd0 dos agentes de intemperismo e trans- porte, A magnitude destas mudangas uma manifestacao deste processo de maturacdo, mes depende também do grau de sensibiidade do mineral ue 0 constitul Assim, por exempio, 0 uartzo € muito menos propenso que © feldspato a tals modificagées, por ser um mineral mais duro, menos su- jeito a quebras (nao possui planos de fraqueza cristalogréfica ou clivagens) quimicarnente muito estavel. As mu= dangas fisicas, as principais durante 0 transporte sedimentar, ncuem a redu- 20 de tamanho € 0 aumento de grau de arredondamento do gro, por causa do desgaste poratritoe a quebra. Qual- quer aro, por softer transporte fisico, estd sujeito 8 acto do atrto e da que bra. Os dois termos técnicos mais uti lizados coro sindnimo de gréo fazem alusdo a estes dois processos. O termo de origem latina detrto significa aquilo que é passivel de softer arto, O outro & de origem areas: clasto, de Mastos, que se quebra: um tipico exemplo de pale- \ra culo significado técnico extrapala a etimologia, pois se entende por clasto em sedimentologia qualquer sedimen- to que experimentou transporte mecé- nico, tenha softid literalmente quebra ‘ou no, Entre as mudangas quimicas, pode-se citar desde alteragbes ténues nassuperficies de fatura eclivagem até 2 completa transformacao ou mesmo a dissolugdo do mineral {ver capitulo 8) Fstas mudangas no so raras em felds- patos e em minerals fertomagnesianos como pirexénios e anfibélios, mas po- dem ser consideradas despreziveis em gros de quartzo. A comparagao do transporte sedi- mentar com uma fase de intensa me: turacao na biografia do graode origem fisica encontra expresso no conceit cde maturidade sedimentar A maturidade representa a experiéncia de um sedi- mento, no sentido de quao efetva foi a histéla dointempersmo e do transporte (est aque ele foi submetido. Entre os pard metros de avaliag3o. da maturldade fisica ou textural de um depésita sed mentar (a areia da praia, por exemolo), destacamn-se a eliminago de matriz pe Itica,a selecao granulométrica (graude homogeneidade dos gras quanto ao Tamanho) € 0 grau de arreciondamen- to. Entre os pardmetros de avaliagao da maturidade quimica ou mineralégica, destaca-se a relagdo entre minerals es tdévets einstdvels,comea razioquartzo/ feldspato (Figura 94), 9.2.2 Principais cenarios da histéria do grao [As Informacdes acumuladas até agora permitem abandoner de detalhe e retornar a visd0 mais abrangente € sintética possivel da histéria do gro ou clasto, Nessa viséo, zoom pode-se reconhecer trés grandes es- ios, fases maiores de sua blografa, comespondentes a trés ograficos principais: 9 topo da serra, sua escarpa frantal © 0 oceania, Pode- se também destacar quatro processos natios ge- geolégicos maiores: o intemperismo, a e10sdo, 0 transporte e a deposicso, (Figura 95), Com que intensidade atuam estes processos maiores em cada um daque- les cenérios? A atuagdo do interpe- fismo € diretamente proporcional 20 tempo de residéncia em superficie da ‘rao e da matéria-prima geolégica em {geral. Assim, a intemperismo & menos atuante nas partes mais ingremes da escama, onde os processos de remnobi lizagéo dos produtos de alteracdo sao acelerados pela intensa ago da gravi- dade. E 6 mais atuante no topo da serra € na planicie litarénea, onde a baixo declve favarece a longa manutencao, ‘em superficie, de solos, depdsitos se 248 pital’ - Dogo hs sede ea, depo e daghese Figura 24 - Exelon de arias quenzosas © quatzledspsias observadas lye eat reascdoica. a) De pias da Fev, casa arttos do FUR b) Oa ressurgancia da aqua om sents Gevonjares, ra exlado do Parana c) De fete do ro Abele de iguane, em Feais- to estado de Sto Pa.) a Dolo 0 to Tits, em Barta Sonia (estado te SAD Paul) 1 Feldpato ccore cero gros faoetados © esbranquizads na imager c, Na imagem a, 0 ‘120 ested ¢ un padago de concra de malusee Foiomictagiaeg V/A Pe Aguiar dimentares @ sedimentos em transito (Fgura 95). © transporte, em contrapartida, domina nas partes mais ingremes, onde 2 retirada sistemética de gréos © particulas caracteriza o processo de erosio, Na serra como na plantcle, 0 transporte do gto pode ter cardter intermitente ©, assim, alternar fases de alta energia e transporte répido ‘com periodes prolongados de arraste lento, ou mesmo retengdo em meio a ‘outtos grd0s do eto temporeriamen: te exposta. A duragdo, intensidade e importancia relativa destas fases ou regimes hidrodinamicos de transporte sedimentar dependem do gradiente de relevo € das condicoes climdticas, A influéncia do clima, conforme vis- 10 no capitule 4, esté em especial na intensidade de agio dos agentes in- tempéricos. Climas quentes e dmidos promovem desintegragdo € decom: osigao mais répida que climas frios Ou 4ridos. Nesses, a fragmentaga © processo dominante A principal influéncia do relevo reside no tempo le acto dos age de desgaste mecanico durante o trans porte, Relevos multa acidentados tes intempéricos € abruptes favorecem curtas distdncias de transporte, por meio de fluxos e tor rentes episédicos e dealta viscosidade, ‘bem como o soterremento répido, que reduz 0 contato dos sedimentos com 05 agentes intempéricos. Relevas sua ves propiciam transporte continuo & pprolongada, atuante sobre gris livres, com longa tempo de agio dos agentes de internperismo (Figura 95), A deposiga0 ocorre preferencial- mente ern algumas porgdes da planicie nea e em grande embora possam existir pequenos sedimentares.temporétios mbém nas drenagens que descem a arpa (Figura 95), Temse, assim, quanto 8 relacdo i nperismo/eroséo/deposicio, és ti .de domiios gengréficos:no primeira ‘ointemperismo predomina sobre a ico. Conresponde, er 550 exerplo, aos locals aplainados no da serra, Num lapso de tempo me Incl tart a planice Itordnea, ve-se lembrar, porém, que por valta 120 mil anos até a maior parte das uais planicies ltoréneas brasileiras en ntrava-se submersa, e, portanta, corn minio de processos deposicionais arinnos (ver capitulo 14). No segundo 100 de dominio, a erasda prevalece so: co intempetismo e a deposicao. Es minio encontrase hoje na escerpa serra. E, por exceléncia, 0 dominio erosdo do transporte sedimentay. onjunte formado por estes dois pri meitos dominios é responsével pelo for imento de sedimentos para o mat, ra280, costumarse denomin: -afonte,eas rochas neleexistentes jochas-fontes (Figura 95). Nesse ser rocha-fonte pode ser considerado nimo para roche-mae ou ccha-matriz. No terceia tipo de dom 0, a deposica predomina is process0s, que ocorre hoje 1 bacia oceénica subm 14 120 mil anos, se estendleria tar 3 stval plaicieitoranea, Essedomn jorecebe o nome de bacia sedimentar Figura 95). & importante ressaltar que 2 dominio da deposicia sobre as pro: :05 Intempéricos € e1osivos pade gcorrer também em éteas deprimidas e subsidentes no continente, ncluindo planicies aluvials, lagos, lagunas e cam- pos de dunas. Desse modo, baci sedi mentar no implica obrigatoramente arrasé-la, no méximo, até est deposicaa marinha. casosde bi Cnnivel horizontal imaginsrio abaixo _conexdo 30 mar o que inclu planicies do qual a deposiga ceroséo e intemy rismo € acima do qu de base cor erosdo eintemperisme predominamso- fos), 0 nivel bre deposicao recebe 0 nome de base de erosio, ou simplesmente, n= tares continentais ele po! contra v2 9.5) Esta denomina-_-s© sobrelevado em vel de base (F ie le express o fato de que a eroséo nao em relago ao nivel do mar, sendo pode atuar de forma significativa atm —_trolado pelo nivel do leito dos ri ado ako) destenivel.Etambémqueaero- influ a natureza das rachas sto continuada da érea-fonte tenderiaa —estruturas geolé as, Deve-se 1 ‘Ares Fonte Sedimentar Figura 9.5 — Cenarice da exstoncia do um grao cedimentar. tonando como oxomolo o caso alunl de costa pararaerse, no Sul do Brest a) Imagem ce saiaite Landsat 2000. ) Bloco-ciegrama da mesma relen com quentcacso relative des taxas de cst (), ne tomperima I)e depcsigdo (0), Fone a: NASA, = Graos que nao vém da montanha: intraclastos Oconceito de epiciasto nao implica exigéncias quanto a distancia de transporte desde a 4rea-fonte. Tanto 0 gro de quartzo que atravessa milhares de quilémetros desde a area-fonte até a bacia, quanto a carapaca carbonatica de foraminifero plancténico, que, apés a morte do animal, tem apenas de decantar ao longo da espessura da coluna de agua do mar para depositar-se, aten- dem a definicdo de epiclasto. ssim ara distinguir entie estes dois tipos de origens de sed mentas epiclasticos, 0 secimen- © wansportado desde a Srea-fonte (ex tera a hacia, por definica0) é chamado aclasto, enquanto o transportado entra dos limites da bacia se- star denoming-se intraclasto, Paradetalharaclassificagaadossedt 10 intraclticos, deve-se observer = houve ou nao influéncia de proces- 505 quimicos e/ou biol6gicos na forma- 30 do material. Os intraclastos com influencia desses processos incluem (figuras 97 e 98); bioclastos (sses, pallets {pelotihas, dos de excrementas fecais) € ooides (qr0s esferoidais com estutura intr restos mineraliza- na concéntrica formada pela precipi tagdo quimica de sucessivas camadas, em condigdo de agua em movimento} Quando © gro possul estrutura con- céntrica similar @ do ooide, mas com origem bioinduzida incicads pela nlagao das suas camadas interns (ve item 95.1) recebe o nome de oncoi Ooides e oncoides com nticleo interno visivel s80_ genericamente denorit dos grdos revestidos figuras 97F 98) (0s sediments intraclasticos sem fluéncia de pracessos quimicobiolégicos corresnondem a flagmentos ou torres de depésitos preexistentes, retirados 300m Figura 8.7 Exemplosde Intackstos ds origem auimica eoublegériaa a) Grarus bscésleos de pala da pareae roroasa da hace S30 Tors, ‘Gale da Quine, ica coderial sora cesenctamarte do agmenos da slges ealearias vernetnas, Os gr bs escrcs ha atts superior do “inagen s8o de roche wultriea, Aosta celetasa por 098 Maroal dos Res, b) Useario biclésteo slcficaga da rd, rma por ragmenios ‘mimaticos de mousoos.c) Padtlhes ergio-ipanicas sob aria quatzota da praia da lha Compeds (estado da Sto Pau). Moar garde homoganeicacs de fom tare. d) Pelt earcenaticas em cavao xdovcino de Nevada (ELA). e) Odes em calearo, Feleoe=ico da Pecteia Gobba, rego de Taqual (estate de Sas Paulo) Coida cencedicn de Havers (estads do Fla de Janet), isto 0 mcroseanin dic Netresruiura inierna conics ce ersesimenta possvolmente qurrios e nucleo do feldepato com ganinagioxaniez Fotos: a,c. WAP oe Aguero: AS Aaesioe F.C.F Gianrhh cP. F Giana «: PB. Tameka spate (eimento) id ' siecle Ge Soe oe wih "seristazado), we lama carbon) hes Roy pt OA & =m S ees Figura 2.8- Hepresentacio de una seo delgada de otha carsandtca (calcio ou dolomite), canorme vista ao reroscipie¢pea, com 08 prinepais tins de componrtes deposicionas (aréas 6 matrz de lara caroendtica -a mitt) e pds-deposicionas (eimento eepatico o [eudoesasto)O desento 6 dedlizado porque raremente os lfrentes pos ds orice ecoem unt0s, 6m presente de lama arbenaticn 3 Figura 9.9 - Exompios de intrclasics de origam esvenciamments fica. 4) Bolas de lame, prove: Tienies da erosdo das margens de cansis de marguo, espalhadae sobre a aia de Porte fests ‘Seo Paso) em aneto ce 1920. b)Taross de aren prveniones ca ered, portent subaq.osa, de _depesto eco stade aba Helocera roa de Lagura ecto ce Santa Catena.) Fragmetios ‘longacos de aterio erovenintes da eresdo, po taranie subaaunaa, do ceptsto edi stuade abana FFene-Tidssco daragia0 de Sn Polo (esta de Sa Pau) Fragmerto do fooho sitas racha de {granu Tia, mene que 62 un. fokaca) arroxeado, noses acima do conte da su carats hoped (Gente extranquigat) score sua camada de rigs, kn S08 da roca BA G76, Pero-tissica da ol ‘de Maud da Sra cctadeco Pavan) Fotos PCF Gian nicamentedo fundo da mesmabe- fronteiras da bacia sedimentar,é restrta 2 mm, exiber forma reliquiar de est: Cia e redepostados, sem que haja hiato 20 maximo transporte que o intracasto, _turas sedimentares primérias, como po de tempo geol6gico significatiwa entre por seu incipiente estagio de consolida- _ligonos de greta de a deposigo orginal do sedimento e sua ¢o, conseque supo redeposicio (fquras 98 € 9.9). A distin ssecocio de lama nse desfazer, @ estratos tabulares, ¢ recobvern direta mais tipico © comum, os mentea propria camada que oso cla de transporte além de limitar-se as so ruds £05 (maiores que (Figuras9.9b-d) ® Sedimentos que nao sao graos: o transporte quimico Ahistéria de um grdo sedimentar de quartzo, desde a drea-fonte até a bacia, é fol abordada. No entanto, em sua trajetéria de grdo sedimentar, o quartzo pode ser acompanhado nao s6 por grdos de outros minerais e rochas, mas também por fons transportados em solucao. solute possul origem © histé- ria bastante parecidas com as dos sedimentos, com a die renga de que seu transporte é quimico, portanta sem enwvolver carreamento de material sdlido, O desting final da so- juto é igualmente a bacia sedimentay, onde parte dos fons pode se agrupar, adquirr 0 estado sélido e se transfor ‘mar assim em sedimento. {sto amplia S50 concelte de sedimenta, Além das particulas transportadas. mecani- camente, sedimento inclul solutes pre- cipitados dentro da bacia sedimentar, sem nenhum transporte isco. Atrans- farmacio do soluto em sedimento ade acorrer por pelo menos ts mo- dos diferentes: pela precipitagdo quimi- <2, por exemplo er um evaporita (sis formados num mar restito ou na solo or causa da taxa de evaporacio maior que a de precipitagéo); pela agéo direta de organisms vivos, por exemplo em uma caranaca de molusco ou em um recife de corals; ou pela precipitagdo quimica induzida pelo metabolism de seres vvos, por exemiplo em um carbo- ato precipitado em razBo da redugsa de concentragio de gés carbénico na agua, absorvido na fotossintese de al gas ou bactérias. © limite entre ion e particu solida €, por extens6o, entre transparte qui- ico e sco, no &absoluto. Entre um e outro, existe uma categoria interme diéria de particula ou complexoiénico, grossa e pesada demais para tera com- portamento de ion, fina e leve demais, para respeitar a ago das forcas (peso, empuxg atilto etc) segundo as leis da f- sica newtonlana, Em fiuido estacionsrio fem repouse), em vez de decantar em movimento retlineo uniforme, este tipo de particule realiza um movimento apa- rentemente aleatério, denominado mo- viento browiano.que seria matsloem escrito pelas teorias da fisica do caos. Essas particulas que exibem compor- tamentos intermedisrios ou discrepan- tes de solido ebem o nome de coloides. uma est pportante em se racteristicas‘i dime coloides constituem jo da matéria im- logia, com ca- as muito préprias. Sues 5 rinimas e maxi nna dependénci mica e das cor 0 intervalo de 0,01 a 05 milésimo de rmilimetro pode ser considerado tipi- mpasigso qui ses ambientals, mas co, Muitos dos compostos formados por processos quimicos e biolégicos fem ambientes intempéricos € sedl- rmentares precipitam-se originalmente sob 9 forma de caloides, com precé- tio arranjo cristalina, podendo passar mais tarde a arranjos mais organizados efou cristats maiores. E 0 caso de ak uns Sxides metdlicos eda sca (ops la} presentes como cimento de rochas sedimentares ou do carbonato preci pitado pela agio do metabolism de alges bactérias. A materia organica nas aguas de ros e lagos apresenta-se com frequencia sob a forma coloidal e pode ser adsorvida por argilominerais (filossilicatos hidratados, como lita, esmectita € caolinita), esses também comumente coloidais. 9.5.1 Edificios sedimentares biogénicos Sedimentos que no s80 gros po: dem ser depositados por processos quimicos ou bioldgicos. No caso. de processos biolégicos a sdlida fundaco ou ancorsmento do depésito no subs trato eo seu crescimento gradual nsitu, afastando-seda supercede fxaglo (de bab para cima, no cas0 mais comum), permite comparé-los com eciffcos. Osedificios podem serbioconstruldos ‘0u bioinduzidos. No primeito caso, 05 organismos formadores.constroem suas carapacas fixas a um substato, onde sio deixadas apés sua morte No segundo, os organismos provo- cam, por melo de seu metabolismo, rmudangas quimicas e/ou hidrodina- micas que geram a deposiglo sedi- mentar de solutes, Na categoria de edificias biocons: truidos, os representantes cléssicos io os recifes de corals ealgas verme: Ihas. Esses dois tipos de organismos vive em assaciagio em edificios marinhas, trocando oxigénio e gis carbénico necessérios respectiva~ mente para sua respiragao e fotossin- tese. 0 terme recife possul significado dependente do contexto de uso. No sentido mals abrangente € no 251 Figura 9.10 -Piscinas naturals com recies @ core, na Quart Pra SembaPhoio. contexto néuitico, refere-se a qualquer obs totalmente submerso, localizado proxi lonatural 3 navegacao, parcal ou ‘moa costa econstituldo sobre o suostra- to (Figura 9.10). Assim, nem tudo 0 que se conhece como recif bioconstrugdes de dos recfes do Nordeste responds a ats @ algas, Parte brasleito, inclu 0.05 da praia de Boa Viagem, no Recife (estado de Pernambuco}, ¢ formada por Aros cimentados e ndo por colOnias de Coras € algas, Recifas de corals e algas de formato circular podem formar-se no entomo de thas, mult s decorigem vwulcénica, Recebem © nome de atol No Brasil, um exemplo éo atol das Rocas (estado do Rio Grande do Norte), Os ediicios sedimentares bioinduzi- dos so representados por cakérias, ou me nstrugées is raramente fasfiticas 2 formadas pelo metabolismo fotossinte- tizante de micrdbios (algas verdes azuls, ou cianofci substato @ clanobactérias),fx0s 20 S80 comumente laminados, fem virtude da superposigao de esteras miciobianas, quando recebem entdo a denominagéo de estromatélios (do ‘gFe90, stoma, laminacso, e 0, rocha). Do ponto de vista quimica,o mecanismo del icindugda de calcérios pode serert dido com base na equacso quimica que relgdonaasfomasidnica epreciptada do 2 mn) Concha Detathe da concha Recrstalizagao cagenetica © material clistico mais fino com: 1pOe a matric (Figura 935), No exemplo do arenito, a matic seria constituida pelos gros menores que 0)062 mm, ou sea, ardos de site e de aigila. O com portamento das granulagGes que com- ppOem a matriz depende da viscosidade do transporte. Fluxos de lama e escor- regarnentos trensportam e depositam

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