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As

consequências
do não
pagamento da
pensão de
alimentos aos
filhos

Teresa Silva Tavares & Sofia Vaz Pardal


As consequências do não pagamento da
pensão de alimentos aos filhos – Família com
Direitos
Nas situações de separação, um dos aspetos relevantes da regulação das
responsabilidades parentais respeita à xação de um montante, a ser pago, pela
mãe ou pelo pai, com quem o lho não reside habitualmente, destinando-se este
montante à contribuição para o seu sustento, habitação, vestuário, instrução e
educação, obrigação esta que, atualmente e, em certas circunstâncias, se poderá
manter, até que o filho complete 25 anos.

A xação do montante, com que a mãe ou pai contribuirá, é balizada, em termos


legais, por um critério de necessidade, ou seja, a lei manda atender às concretas
necessidades do filho.

A medida dos alimentos é, também, de nida tomando em conta as reais


possibilidades que o progenitor, a quem incumbe o pagamento da pensão tem,
porquanto, não se pode exigir que uma mãe ou um pai, pague um valor de pensão
de alimentos que seja desproporcionado, face ao valor mensal que aufere e que
contenda, signi cativamente, com as despesas mensais comuns a qualquer
pessoa.

O montante de pensão de alimentos a xar, é ainda equilibrado por uma outra


realidade: as contribuições dos pais não têm que ser simétricas, na medida em
que se atende, também, à concreta situação económica de cada um dos pais e, se
um tem mais possibilidades económicas que o outro, deverá contribuir, em maior
grau, para o sustento do lho, independentemente de ser o progenitor com quem
o menor viva ou não.

Infelizmente, não são raras as situações em que o progenitor obrigado ao


pagamento não o faz, não porque não tenha meios económicos para tal, mas
porque pretende, nomeadamente, exercer pressão sobre o outro progenitor.

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Nestas situações, deve o outro progenitor recorrer ao tribunal, por forma a fazer
cessar o incumprimento no pagamento da pensão de alimentos, optando entre
um incidente de incumprimento ou a uma execução especial por alimentos.

No que respeita ao incidente de incumprimento e, também, por forma a evitar


futuros incumprimentos no pagamento da pensão de alimentos, deverá ser
pedido ao tribunal que ordene que as quantias devidas e não pagas, bem como as
quantias que se venham a vencer, sejam deduzidas nos valores que o progenitor
faltoso recebe.

Se o progenitor faltoso for funcionário público, o valor devido, será deduzido no


seu vencimento mensal, através de requisição feita, pelo tribunal, à entidade
empregadora pública, para posterior entrega ao outro progenitor.

No caso de o progenitor faltoso ser empregado ou assalariado, esses montantes


irão ser deduzidos no seu ordenado ou salário, noti cando o tribunal a respetiva
entidade patronal, a qual ca, como el depositária desses valores, com a
obrigação de os entregar ao outro progenitor.

Quando o progenitor faltoso receba rendas, pensões ou, tenha outros


rendimentos semelhantes, o tribunal noti cará quem tiver que pagar estes
valores, para que retenha a parte correspondente à pensão de alimentos e, na
qualidade de fiel depositário, as entregue ao outro progenitor.

O progenitor que suscite o incidente de incumprimento poderá, ainda, pedir que o


tribunal condene o outro progenitor no pagamento de uma multa, a qual pode
atingir o valor máximo de 2.040,00 euros e, em determinadas situações, no
pagamento de uma indemnização, que poderá ser a seu favor, do lho ou, de
ambos.

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O outro caminho é o do recurso à execução especial por alimentos, caso em que,
para pagamento das pensões vencidas e, também, das que se vierem a vencer, o
progenitor a quem é entregue a pensão de alimentos do lho e que não a recebeu,
pode requerer ao tribunal a adjudicação de parte dos vencimentos ou pensões
que o progenitor faltoso receba ou a consignação de rendimentos a este
pertencentes, sendo o progenitor faltoso citado apenas depois de efetuada a
penhora.

Uma outra vertente, que não costuma ser equacionada é que o não cumprimento
da obrigação de pagamento da pensão de alimentos constitui crime, nos termos
do artigo 250.º do Código Penal, podendo, assim, paralelamente, à utilização de
um dos meios processuais cíveis, supra referidos, ser apresentada queixa-crime
contra o progenitor faltoso, o qual pode vir a ser condenado em pena de multa ou,
mesmo, em pena de prisão, até 2 anos.

Os alimentos correspondem a um direito dos lhos, sendo responsabilidade dos


pais proverem ao seu sustento, razão porque, em caso de incumprimento desta
obrigação, a lei criou mecanismos de proteção, no âmbito cível e penal, sendo que,
acima de tudo, importa que os pais interiorizem a importância que o pagamento
da pensão de alimentos tem para a estabilidade da vida dos lhos, não utilizando
o não pagamento como arma de arremesso contra o outro progenitor, pois, os
danos causados ao filho são, emocionalmente, irreparáveis.

Advogadas associadas na Rogério Alves &Associados- Sociedade de Advogados


R.L.

Teresa Silva Tavares Sofia Vaz Pardal

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