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Amor de Perdição
Segundo o autor, a ideia de escrever a obra veio-lhe de ter consultado, na cadeia, o livro de
registos de entradas referente a um seu tio, Simão Botelho, que havia sido degredado para a
Índia e de que se mantinha na família um maço de cartas de amor trocadas com Teresa Albu-
querque, por quem se apaixonara. A história, a que Camilo dá, pois, cunho de relato histórico e
familiar verídico, era, diz-se na Introdução, a história de como Simão, seu tio, “amou, perdeu-se
e morreu amando”, uma história trágica de amor e de ódio que se resolvera na perdição e na
morte prematura [...] de seu tio e, como o relato no-lo dirá, igualmente de Teresa Albuquerque
e de Mariana, vítimas do ódio e da repressão familiar, conventual e judicial. Uma história de
amor e de violência, portanto, bem ao jeito e ao gosto da novela passional de Camilo.
PAIS, Amélia Pinto, 2004. História da Literatura em Portugal
– Uma perspetiva didática. Vol. 2. Porto: Areal (pp. 78-79)