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Qual a influência de fatores externos nas decisões do STF.

A política nos rodeia em, praticamente, todas as relações pessoais do dia a dia e não seria
diferente quando os assuntos são decisões da suprema corte. Luís Roberto Barroso aponta que há
uma série de fatores extrajurídicos influenciadores nas decisões judiciais, entre os quais destaca os
valores e ideologia dos juízes, a interação com outros atores políticos e institucionais, a perspectiva
de cumprimento da decisão, as circunstâncias internas dos órgãos colegiados e a opinião pública.
Nesse contexto é possível identificar a relação de convivência entre direito e política. A
distinção entre elas, em parâmetros conceituais, são claras, porém na prática misturam-se como
“café com leite” e o resultado dessa união, para o estado democrático de direito, não tem um gosto
agradável.
Soma-se a essa problemática que a criação e principalmente a aplicação do Direito depende
da atuação de um sujeito, ou melhor, no caso do STF, de onze ministros que, muitas vezes, cada um
em sua ilha particular interpreta de forma introspectiva a norma legal, ou seja, a jurisdição, que é a
interpretação final do direito aplicável e, expressará, em maior ou menor intensidade, a
compreensão particular do juiz ou do tribunal acerca do sentido da norma.
Diante de tais premissas é possível apontar que, todo conteúdo extrajudicial que rodeia o
magistrado, como um mar que circunda uma ilha, lhe influirá nas tomadas de decisões.
Conclui-se que as órbitas das questões extrajudiciais se cruzam com as judiciais, se chocam,
e produzem vítimas dos dois lados, além de não garantirem a segurança jurídica e a legitimidade
democrática. E dessa grande colisão sobra para os interessados fragmentos que não são suficientes
para uma base sólida de credibilidade.

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