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Acto ilocutório

Consiste em realizar, ou pretender realizar, determinado objectivo mediante a produção de um


enunciado cujo conteúdo proposicional está marcado pela força ilocutória expressa por verbos
performativos, pelo modo do verbo, pela ordem de palavras, pela entoação, por sinais de
pontuação, por advérbios, por interjeições, etc., em conformidade com a intenção do emissor e
num quadro contextual apropriado. O filósofo norte-americano John Searle formulou a seguinte
taxinomia dos actos ilocutórios, que tem merecido grande aceitação:

actos assertivos - o locutor É certo que este Inverno tem chovido


compromete a sua responsabilidade sobre a muito, mas agora a chuva parou e a
existência de um estado de coisas e sobre a temperatura baixou.
verdade da proposição enunciada (asserções,
descrições, constatações, explicações, etc.)

Gostaria que almoçasses lá em casa


actos directivos - têm como finalidade
amanhã.
levar o interlocutor a agir de acordo com o conteúdo
proposicional do acto de fala (ordens, pedidos, Cala-te imediatamente!
convites, sugestões, etc.).

actos compromissivos - o locutor


Comprometo-me a voltar amanhã para
obriga- se a adoptar um determinado terminar o trabalho.
comportamento futuro (promessas, juramentos,
ameaças, etc.).

actos expressivos - o locutor


Lamento imenso o teu desaire.
exprime o seu estado psicológico em relação ao
estado de coisas especificado no conteúdo
proposicional (agradecimentos, congratulações, Muitos parabéns pelos resultados que
condolências, desculpas, etc.). obtiveste este período.

Num casamento: Declaro-vos casados.


actos declarativos - o locutor,
Um juiz, ao proferir a sentença em
mediante a realização com êxito de um acto de fala,
modifica o estado de coisas do mundo ou cria um tribunal: Declaro o réu inocente.
novo estado de coisas (baptismos, casamentos,
nomeações, demissões, condenações, etc.). Demito-me das minhas funções.
Dicionário Terminológico, adaptação

AlexandraCabral

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