Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
LACUNA
U M A R E V I S TA D E P S I C A N Á L I S E – I S S N 2 4 4 7 - 2 6 6 3
Introdução
Desde seu início a psicanálise se apresenta e se compreende como uma teoria e prática
libertadoras. Freud e seus pupilos consideravam a psicanálise, tanto em seus aspectos
teóricos quanto práticos, como um empreendimento que poderia nos libertar de todo
tipo de normas culturais opressivas, particularmente no que diz respeito à sexualidade.
Pensava-se que a psicanálise era uma ameaça à cultura sexual burguesa. Na mesma
linha, Lacan introduziu a história apócrifa que em seu caminho para os Estados Unidos
em 1909, Freud disse para Jung que eles estavam levando a peste para o Novo Mundo[1].
Claramente, Lacan também via a psicanálise como um movimento revolucionário no que
diz respeito ao establishment psiquiátrico e cultural. A psicanálise contemporânea
frequentemente repete essa pretensão.
Freud (e com ele, muitos de seus seguidores) parece trair os aspectos radicais e
liberadores de sua própria teoria. Como resultado, a psicanalise corre o risco de tornar-
se uma teoria normalizadora[7]. É impossível desenvolver esta problemática em todos os
seus aspectos e em relação às diferentes tradições psicanalíticas dentro do escopo de um
artigo somente.
importante para nossa discussão porque ela não contém alguns dos conceitos e teorias
normalizadores (e.g. a perspectiva desenvolvimentista e o complexo de Édipo) que
somente foram introduzidos nas edições posteriores[10].
Todos nós conhecemos a tradicional lista de perversões que foi descrita em grande
detalhe por Krafft-Ebing e outros sexologistas no final do século 19: homossexualidade,
fetichismo, sado-masoquismo, voyeurismo e exibicionismo[11]. Foucault, Davidson e
outros tem demonstrado da forma mais convincente que estas perversões não são tanto
descritas pela primeira vez na segunda metade do século 19 mas foram literalmente
criadas naquele período[12]. Estes autores sustentam que não havia perversões (e
também não havia homo ou heterossexualidade) antes da segunda metade do século 19.
Eles obviamente não querem dizer que não havia comportamento perverso antes deste
período (ou que antes disso as pessoas não teriam interesse em sexo). Eles afirmam, pelo
contrário, que estes atos e atividades foram somente a partir de então consideradas como
sendo a expressão de um tipo específico de indivíduo, um tipo específico de identidade
subjetiva que se mostra, por exemplo, em traços particulares de caráter que são o
resultado de uma história e desenvolvimento psicossexual[13]. Fazendo referência a Ian
Hacking, poderia-se dizer que é somente a partir da segunda metade do século 19 que a
perversão se torna uma “possibilidade de individuação”[14]. Davidson liga essa
possibilidade ao desenvolvimento de um “estilo psiquiátrico de raciocínio” que
determina suas pressuposições. Neste “estilo de raciocínio”, explicações psicológicas
centradas ao redor da própria noção de personalidade desempenham um papel
importante[15]. De uma perspectiva histórica o estilo psiquiátrico de raciocínio substitui
um estilo anatomo-patológico de raciocínio. Em seu estilo posterior, o comportamento
desviante é consistentemente ligado a mudanças anatômicas ou a lesões no substrato
neurológico. Daí, por exemplo, sérias tentativas foram feitas para se ligar a
https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/ 3/24
15/02/2018 Lacan encontra Freud? Reflexões patoanalíticas sobre o estatuto das perversões na metapsicologia lacaniana – Lacuna
Isso é o que Freud diz em 1905. Ou, melhor, isso é o que Freud diz nos primeiros dois
capítulos da edição de 1905 dos Três ensaios[32]. No terceiro capítulo intitulado
“Transformações da Puberdade” Freud parece defender uma posição completamente
diferente. Aqui, por exemplo, Freud escreve o seguinte:
https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/ 5/24
15/02/2018 Lacan encontra Freud? Reflexões patoanalíticas sobre o estatuto das perversões na metapsicologia lacaniana – Lacuna
Como podemos reconciliar esta afirmação com o que Freud já havia afirmado nos
primeiros dois capítulos do livro sob consideração? De um ponto de vista histórico é
patentemente óbvio que os sexologistas a quem Freud está se referindo disseram
exatamente a mesma coisa que o próprio Freud está afirmando, nominalmente, que a
perversão deve ser ligada a uma fraqueza da zona genital[34]. Mas essa citação implica
uma visão teleológica e funcional da sexualidade, que era precisamente a visão que
Freud buscou rejeitar nos primeiros dois capítulos do livro. Davidson está então,
bastante justificado ao afirmar que, à luz de sua própria argumentação, Freud poderia
somente haver dito o seguinte:
Por isso a zona genital é fraca, essa combinação que frequentemente acontece na
puberdade (em vez de: que é requerida de acontecer na puberdade”… isso de fato
implica uma interpretação funcional/teleológica, PvH), fracassará e os mais fortes dos
outros components da sexualidade continuarão sua atividade ( em vez de “continuarão
sua atividade como uma perversão”… a última implica que existe uma “identidade
perversa” que pode ser descrita como tal PvH).[35]
A estrutura perversa
Vamos nos voltar agora para Lacan e seus seguidores para considerar a maneira pela
qual eles repensam o estatuto das perversões sexuais. Meu foco aqui não é nem analisar
a totalidade dos textos de Lacan nem apresentar um relato detalhado de tudo o que
Lacan escreveu sobre as perversões, o que , de fato, não foi muito. Em vez disso eu me
limitarei à ideia de uma estrutura perversa, que é muito popular em muitos círculos
lacanianos e que é supostamente essencialmente diferente das estruturas neuróticas e
psicóticas[36]. De acordo com Verhaeghe, a teoria das diferentes estruturas do sujeito é
geralmente aceita na teoria lacaniana contemporânea[37]. Enquanto a ideia é sem dúvida
baseada em algumas premissas mais fundamentais de Lacan[38], seria porém, injusto
reduzir seu pensamento sobre este tópico à ideia de que a perversão, ou a estrutura
perversa como é frequentemente chamada, é essencialmente diferente das outras duas
estruturas mencionadas. Lacan não pode ser reduzido às versões de cartilha de seu
pensamento. Daí, em seu célebre texto “Kant com Sade”, Lacan tenta compreender as
características básicas do desejo humano como tal a partir da perspectiva do sadismo e,
https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/ 6/24
15/02/2018 Lacan encontra Freud? Reflexões patoanalíticas sobre o estatuto das perversões na metapsicologia lacaniana – Lacuna
Mas no que implica essa teoria das estruturas subjetivas sobre a qual parece haver um
comum acordo? Para termos uma ideia mais clara desta teoria, vale a pena nos focarmos
um pouco mais em Verhaeghe e na maneira pela qual ele tematiza as perversões em seu
bem conhecido livro sobre o diagnóstico diferencial em psicanálise[40]. De fato, o
tratamento das perversões por Verhaeghe torna explícito o paradigma que poderia ser
considerado como subjacente a uma série de outras publicações lacanianas sobre o
mesmo tópico[41]. Assim como esses autores, Verheaghe refere-se, em sua introdução, ao
capítulo sobre as perversões dos Três ensaios sobre a sexualidade, de Freud. Ele
menciona a ideia de Freud de que a sexualidade humana é essencialmente polimorfa
perversa e que a predisposição à perversão está presente em todos nós. Ele então
conclui como se segue: “Consequentemente, de acordo com a teoria freudiana, a
distinção entre traços perversos e a estrutura perversa não é fácil de se fazer”[42]. É
imediatamente claro que essa citação contradiz a perspectiva patoanalítica de Freud que
eu expliquei anteriormente neste artigo. Essa citação pode, de fato, ser apresentada da
seguinte forma: “claro, nós todos temos mais ou menos tendências perversas, e fantasias
perversas são bastante comuns… Mas estas são irrelevantes com relação a uma estrutura
essencialmente neurótica, psicótica ou perversa; a “perversão” verdadeira/real está
situada em outro lugar”. Vale a pena recuperarmos que a distinção entre traços
perversos e a perversão propriamente dita em algumas maneiras ressoam uma distinção
similar que pode ser encontrada no trabalho de Kraft-Ebing de alguns psiquiatras do
século 19. Kraft-Ebing chama as trangressões perversas no contexto de patologias não
sexuais de “perversidades” (Perversitäten) em pessoas de outra forma “saudáveis”. As
últimas seriam vícios que devem ser julgados de um ponto de vista moral ou jurídico.
Perversitäten seriam atos licenciosos cometidos por pessoas que poderiam fazer
diferente, mas que preferem prazeres proibidos ao que a lei considera “normal” ou
“bom”. Como um ponto de princípio, esses “atos perversos” são julgados imorais e são
frequentemente passíveis de punição. Eles tem de ser especificamente distinguidos da
perversão (Perversion) como uma doença que ‘anula’ o livre-arbítrio e que diz respeito à
toda a personalidade — portanto a perversão é uma “possibilidade de individuação”.[43]
É válido notar que assim como autores lacanianos contemporâneos, Kraft-Ebing
https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/ 7/24
15/02/2018 Lacan encontra Freud? Reflexões patoanalíticas sobre o estatuto das perversões na metapsicologia lacaniana – Lacuna
considera a “perversão” não somente como um tipo distinto de identidade, mas também
como um tipo incurável. Uma vez perverso, sempre um perverso!
Essa situação confronta a criança com um paradoxo que está, de acordo com nossos
autores, na base da estrutura perversa e explica sua lógica. A criancinha é, de um lado o
objeto que torna possível o gozo do Outro, mas de outro lado, esse estado de coisas exclui
o desenvolvimento de uma identidade separada. De fato, se o infans permanecer como o
objeto que preenche a falta do Outro, ele não poderá desenvolver um desejo próprio. A
criança tenta superar essa situação paradoxal tornando-se — ativamente — ela própria
no instrumento do gozo do Outro. Ele está a serviço do gozo do Outro, cuja possibilidade
ele continua a acreditar firmemente. O gozo do Outro é o objetivo de todo esse trabalho
duro. Isso explicaria, por exemplo, por que sujeitos perversos tão frequentemente
afirmam que as vítimas de seus atos “também gostam/gozam” ou que “eles que
pediram”[48]. O sujeito perverso, isso está claro, se identifica com o objeto que o permite
superar a falta de uma vez por todas. Isso também implica que o sujeito perverso não
aceita a lei da castração e da falta. Mas o gozo do Outro implicaria, inevitavelmente, no
seu próprio desaparecimento como um sujeito desejante. Não há sujeito desejante for a
da falta e da castração. Portanto, a possibilidade de gozo do Outro provoca angústia. Essa
angústia força o sujeito a limitar o gozo e portanto introduzir a lei afinal (o masoquista,
por exemplo, se submete ao Outro e se torna, ele próprio, em objeto de seu gozo, mas ao
mesmo tempo ele se certifica de não perder o controle da situação e define um limite)[49].
Mas essa lei somente pode ser a lei do sujeito perverso, já que pertence à própria
https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/ 8/24
15/02/2018 Lacan encontra Freud? Reflexões patoanalíticas sobre o estatuto das perversões na metapsicologia lacaniana – Lacuna
Mesmo que incompleta, essa descrição deve ser suficiente para indicar o que está em
jogo aqui. Em primeiro lugar, Lacan não está mais preocupado com os tipos de
comportamento sexual (fetichista, sádico…) que podem ser vinculados a um tipo
específico de identidade. Esses tipos de comportamento podem ocorrer em qualquer
estrutura. Lacan está, ao contrário, muito mais interessado emu ma relação estrutural
com a lei (do Outro). É sobre isso que a ideia de uma estrutura perversa é. A noção de
uma estrutura perversa implica que essa relação caracteriza um grupo específico de
pessoas de um modo consistente e invariável. Portanto, nós estamos falando de um tipo
de identidade ou perfil psicológico (o “perverso”) que não mais ameaça a sexualidade
humana, mas a sociedade humana como tal[51]. A lei que o perverso recusa (a lei do pai,
da castração… diferença sexual) é de fato suposta a ser a lei que funda a sociedade
humana. Essa lei (“não”) do Pai (que nos separa do primeiro Outro) se refere
inerentemente à interdição do incesto ou à obrigação de exogamia (e portanto à lei da
diferença sexual) que, de acordo com Lacan, funda a sociedade humana. Como uma
consequência o sujeito perverso não questiona essa ou aquela lei específica. Ao contrário,
ele ativamente subverte a ordem da legalidade como tal.[52] Isso provavelmente explica,
em segundo lugar, porque a qualificação de “perverso” é constantemente e
entusiasticamente aplicada for a da esfera estritamente sexual, enquanto as perversões
sexuais clássicas simultaneamente continuam a ser utilizadas (geralmente com a exceção
da homossexualidade[53]) como paradigmas da perversão. De fato, a lei que o sujeito
perverso recusa (ou denega) está, em ultima análise, estruturalmente vinculada à (lei da)
diferença sexual[54][55]. Desta maneira, as perversões sexuais clássicas continuam a
desempenhar um papel pivô no contexto que estou discutindo aqui. Em terceiro lugar,
essas perversões estão — assim como no passado — tanto implicitamente quanto
explicitamente qualificados de um modo negativo. Nós encontramos essa qualificação
negativa tanto no contexto clínico quanto nos escritos teóricos. Verhaeghe, por exemplo,
escreve que as perversão estão próximas da psicopatia, e ele descreve os sujeitos
perversos como “perpetradores potenciais”[56]. Verhaeghe de fato escreve que nós
encontramos um quadro clínico generalizado da estrutura perversa na prática
forense[57][58]. Isso não deve vir como uma surpresa dado que a perversão é definida, em
primeiro lugar, em termos de uma relação desafiadora à lei.
https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/ 9/24
15/02/2018 Lacan encontra Freud? Reflexões patoanalíticas sobre o estatuto das perversões na metapsicologia lacaniana – Lacuna
Eu sugeri mais cedo que teóricos lacanianos tendem a reintroduzir a ideia de uma
“identidade perversa”. Ao fazê-lo, eu obviamente quis indicar que a maneira que esses
teóricos tematizam as “posições subjetivas” podia sinalizar uma mudança regressiva de
volta ao estilo psiquiátrico de raciocínio que Freud, ao menos inicialmente, rejeitou pelas
razões já expostas. Pode-se, claro, objetar que a sexologia do século XIX tomou seu ponto
inicial em uma função sexual alegadamente “normal” e que Lacan e os lacanianos dos
quais eu falo não aceitam uma posição ou estrutura “normal” ao lado da perversa e
neurótica.
Mas as coisas podem ser mais complicadas do que parecem ser. As três estruturas que
são distinguidas na teoria lacaniana evidentemente não estão no mesmo nível. Posto de
uma maneira bruta, poderíamos dizer que há uma posição neurótica ao lado de uma
posição psicótica e então há “perpetradores potenciais”. A estrutura perversa é
reiteradamente avaliada de forma negativa em relação às duas outras estruturas. Mas
isso não é tudo – ao mesmo tempo a posição ou estrutura neurótica tende a ser descrita
como sendo aquela “normal”. Há muitos exemplos que ilustram essa tendência.
Verhaeghe fala de um “contexto normalo-neurótico”[65], assim como chama o
psicanalista de “normalo-neurótico”[66]. Dessa forma, Verhaeghe implicitamente
transforma a estrutura ou posição neurótica no padrão para uma “melhor forma de
viver”. Em linhas semelhantes, Fink escreve sobre um paciente perverso dizendo que há
“pouca esperança” de que ele algum dia se torne neurótico. Citando o ensaio de Freud “A
Divisão do Ego no Processo de Defesa”[67] , o mesmo autor acrescenta o termo
“neurótico” entre parênteses depois de “normal” a uma citação na qual Freud fala das
“consquencias normais da angústia de castração”[68]. Portanto, apesar das aparências,
https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/ 10/24
15/02/2018 Lacan encontra Freud? Reflexões patoanalíticas sobre o estatuto das perversões na metapsicologia lacaniana – Lacuna
esses autores lacanianos — de uma maneira muito mais sistemática que o próprio Lacan
— claramente traem a patoanálise freudiana. A perversão não mais nos informa sobre a
sexualidade como tal, mas está reduzida a uma estrutura particular (patológica) junto a
outras estruturas. Essa estrutura específica não tem nada em princípio a nos ensinar
sobre o desejo humano como tal.
https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/ 11/24
15/02/2018 Lacan encontra Freud? Reflexões patoanalíticas sobre o estatuto das perversões na metapsicologia lacaniana – Lacuna
hipótese ser ainda uma tentativa, a conclusão de Lantéri-Laura certamente não mais nos
vem como uma surpresa: “a noção de uma estrutura perversa, 40 anos depois de Dupré,
assegura exatamente o mesmo papel que aquele da constituição e também para
reinstalar um neo-moralismo”[73][74].
Conclusão
https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/ 12/24
15/02/2018 Lacan encontra Freud? Reflexões patoanalíticas sobre o estatuto das perversões na metapsicologia lacaniana – Lacuna
REFERÊNCIAS
https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/ 13/24
15/02/2018 Lacan encontra Freud? Reflexões patoanalíticas sobre o estatuto das perversões na metapsicologia lacaniana – Lacuna
BUTLER, Judith. Preface (1999). Gender trouble: Feminism and the subversion of identity,
p. vii-xxviii, 1999.
DAVIDSON, Arnold (2001a) The emergence of sexuality: historical epistemology and the
formation of concepts. Cambridge, MA: Harvard University Press.
DEAN, Tim (2008) The frozen countenance of perversions. Parallax, 14(2), pp. 93-114.
FEHER, Judith (2003) A Lacanian approach to the problem of perversion. In: The
Cambridge companion to Lacan (Org. J.-M. Rabaté), pp. 191-207.
https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/ 14/24
15/02/2018 Lacan encontra Freud? Reflexões patoanalíticas sobre o estatuto das perversões na metapsicologia lacaniana – Lacuna
KRAFT-EBING, Richard von (1965) Psychopathia Sexualis. Nova York: Stein and Day
(tradução da 12ª edição).
LACAN, Jacques (1966) “Kant avec Sade”. In: Écrits. Paris: Seuil, pp. 765-790.
_____. (2004). L’angoisse. Le séminaire de Jacques Lacan (Org. J.-A. Miller). Paris: Seuil.
LAPLANCHE, Jean (2007) Sexual. La sexualité élargie au sens de Freud. Paris: PUF
(Quadrige).
MILLER, Jacques-Alain (1996) “On Perversion”. In: Reading seminars I and II: Lacan’s
return to Freud (Org. R. Feldstein; B. Fink; M. Jaanus). Albany: State University of New
York Press.
MOYAERT, Paul (2013) Seksualiteit is niet te integreren: Hoe Freud over de conditio
humana nadenkt, Freud als Filosoof (Org. P. Van Haute; J. De Vleminck). Pelckmans:
Antwerpen, pp. 67-90.
_____. (2014). Sigmund Freud en son temps et dans le nôtre. Paris: Seuil.
https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/ 15/24
15/02/2018 Lacan encontra Freud? Reflexões patoanalíticas sobre o estatuto das perversões na metapsicologia lacaniana – Lacuna
VAN HAUTE, Philippe; GEYSKENS, Tomas (2004) Confusion of tongues. The primacy of
sexuality in Freud, Ferenczi and Laplanche. Nova York: Other Press.
VAN HAUTE, Philippe (2014) Freud against Oedipus. Radical philosophy, 188, pp. 39-46.
VERHAEGHE, Paul (2004) On being normal and other disorders: a manual for clinical
diagnostics. Nova York: Other Press.
_____. (2001) Perversion II: The Perverse Structure. The Letter, 23, pp. 77-95.
[1]
ROUDINESCO, Elisabeth (2014). Sigmund Freud en son temps et dans le nôtre. Paris:
Seuil; p. 194.
[2]
DAVIDSON, Arnold (2001a) The emergence of sexuality: historical epistemology and the
formation of concepts. Cambridge, MA: Harvard University Press.
[3]
VAN HAUTE, Philippe; GEYSKENS, Tomas (2004) Confusion of tongues. The primacy of
sexuality in Freud, Ferenczi and Laplanche. Nova York: Other Press.
[4]
DAVIDSON, Arnold (2001a) The emergence of sexuality: historical epistemology and the
formation of concepts. Cambridge, MA: Harvard University Press.
[5]
Van Haute and Geyskens 2012; VAN HAUTE, Philippe (2014) Freud against Oedipus.
Radical philosophy, 188, pp. 39-46.
[6]
TORT, Michel (2005) Fin du dogme paternal. Paris: Aubier.
[7]
Em tempos mais recentes, Jean Laplanche sem dúvidas tem estado muito atento a essa
temática (ver e.g Laplanche 2007). Sua teoria de uma sedução generalizada implica em
uma crítica feroz da abordagem desenvolvimentista da psicanálise, do complexo de
Édipo e da primazia do falo lacaniana. Desse modo, Laplanche tenta libertar a
psicanálise de suas tendências normalizantes (Laplanche 2007; Van haute 2004)
[8]
No que se segue eu não discutirei a relação entre homossexualidade e psicanálise. Essa
relação é e permanece em muitos modos muito ambígua e complicada (Dean and Lane
2001). É muito óbvio que muitos psicanalistas ainda defendem posições altamente
https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/ 16/24
15/02/2018 Lacan encontra Freud? Reflexões patoanalíticas sobre o estatuto das perversões na metapsicologia lacaniana – Lacuna
[9]
E mais genericamente dos diagnósticos diferenciais enquanto tais. Quando a
psicopatologia nos informa sobre quem nós somos e nos mostra as tendências e
problemáticas fundamentais que são operativas em todos nós, torna-se muito difícil
pensar as diferentes patologias como “identidades” independentes que podem ser
claramente distinguidas uma da outra, quanto mais de uma “normalidade” alegada.
[10] Essa
primeira edição é de fato difícil de se encontrar. Não há tradução para o inglês
disponível no momento. Uma tradução inglesa de 1905 está atualmente em preparação
por Ulrike Kirstner, Herman Westerink e eu para a publicação pela Verso. Para uma
versão recente em alemão ver S. Freud, Drei Abhandlungen zur Sexualtheorie (Hrsg.
Philippe Van Haute, Christian Huber & Herman Westerink), Vienna University Press,
2015.
[11]
KRAFT-EBING, Richard von (1965) Psychopathia Sexualis. Nova York: Stein and Day
(tradução da 12ª edição).
[12]
FOUCAULT, Michel (1976) Histoire de la sexualité 1: La volonté de savoir. Paris: Seuil.,
DAVIDSON, Arnold (2001a) The emergence of sexuality: historical epistemology and the
formation of concepts. Cambridge, MA: Harvard University Press.
[13]
FOUCAULT, Michel (1976) Histoire de la sexualité 1: La volonté de savoir. Paris: Seuil.,
passim; DAVIDSON, Arnold (2001a) The emergence of sexuality: historical epistemology
and the formation of concepts. Cambridge, MA: Harvard University Press. p. 22 ff
[14]
HACKING, Ian (2002) Making up People. In: Historical ontology.
Cambridge/Massachusetts: Harvard University Press, pp. 99-114.: p. 107
[15]
DAVIDSON, Arnold (2001a) The emergence of sexuality: historical epistemology and the
formation of concepts. Cambridge, MA: Harvard University Press.: p. 63
[16]
DAVIDSON, Arnold (2001a) The emergence of sexuality: historical epistemology and the
formation of concepts. Cambridge, MA: Harvard University Press.: p. 6
[17]
DAVIDSON, Arnold (2001a) The emergence of sexuality: historical epistemology and the
formation of concepts. Cambridge, MA: Harvard University Press.: p. 74 and passim
[18]
FREUD, Sigmund (1905) Drei Abhandlungen zur Sexualtheorie. Leipzig / Wien:
Deuticke.; FREUD, Sigmund (1905d) Three essays on the theory of sexuality, SE 7.
https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/ 17/24
15/02/2018 Lacan encontra Freud? Reflexões patoanalíticas sobre o estatuto das perversões na metapsicologia lacaniana – Lacuna
[19]
Eu somente tematizarei a primeira edição. Eu citarei de ambas as edições Alemã 1905
e 1924 que se encontra na Standard Edition. S. Freud, Drei Abhandlungen zur
Sexualtheorie (Hrsg. Philippe Van Haute, Christian Huber & Herman Westerink), Vienna
University Press, 2015.
[20]
VAN HAUTE, Philippe (2014) Freud against Oedipus. Radical philosophy, 188, pp. 39-
46.
[21]
VAN HAUTE, Philippe; WESTERINK, Herman (2015) Hysterie, Sexualität und
Psychiatrie. Eine Relektüre der ersten Ausgabe der’Drei Abhandlungen zur
Sexualtheorie. Vienna : Vienna University Press.
[22]
FREUD, Sigmund (1905) Drei Abhandlungen zur Sexualtheorie. Leipzig / Wien:
Deuticke.: p. 1 ff; FREUD, Sigmund (1905d) Three essays on the theory of sexuality, SE 7.:
p. 135 ff
[23]
FREUD, Sigmund (1905) Drei Abhandlungen zur Sexualtheorie. Leipzig / Wien:
Deuticke.: p. 2; FREUD, Sigmund (1905d) Three essays on the theory of sexuality, SE 7.: p.
136
[24]
FREUD, Sigmund (1905) Drei Abhandlungen zur Sexualtheorie. Leipzig / Wien:
Deuticke.: passim
[25]
FREUD, Sigmund (1905) Drei Abhandlungen zur Sexualtheorie. Leipzig / Wien:
Deuticke.: p. 10; FREUD, Sigmund (1905d) Three essays on the theory of sexuality, SE 7.: p.
147-148
[26]
DAVIDSON, Arnold (2001a) The emergence of sexuality: historical epistemology and the
formation of concepts. Cambridge, MA: Harvard University Press.: p. 71
[27]
FREUD, Sigmund (1905) Drei Abhandlungen zur Sexualtheorie. Leipzig / Wien:
Deuticke.: p. 37; FREUD, Sigmund (1905d) Three essays on the theory of sexuality, SE 7.: p.
181
[28]
FREUD, Sigmund (1905) Drei Abhandlungen zur Sexualtheorie. Leipzig / Wien:
Deuticke.: p. 42
[29]
FREUD, Sigmund (1905d) Three essays on the theory of sexuality, SE 7.: p. 188
[30]
Começando com a edição de 1915 a passagem lê-se assim: “É dificilmente possível
evitar a conclusão de que as fundações para a futura primazia sobre a atividade sexual
exercida por essa zona erógena sejam estabelecidas pela masturbação infantil inicial,
que é apenas uma fuga individual” (Freud 1905d: 188)
https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/ 18/24
15/02/2018 Lacan encontra Freud? Reflexões patoanalíticas sobre o estatuto das perversões na metapsicologia lacaniana – Lacuna
[31]
Encontra-se essa interpretação das teorias de Freud em textos dos mais bem-
informados e inteligentes psicanalistas. Ver e.g. Florence 2005
[32]
A introdução de uma abordagem desenvolvimentista junto com a introdução do
complexo de Édipo em versões tardias muda fundamentalmente a perspectiva de Freud
e introduz uma abordagem normalizante. É para além do escopo desse artigo
desenvolver uma teoria sobre essas mudanças. Para um tratamento mais detalhando ver
Vanhaute 2005, 2014 e Van Haute e Westerink 2015.
[33] FREUD, Sigmund (1905) Drei Abhandlungen zur Sexualtheorie. Leipzig / Wien:
Deuticke.: p. 75; FREUD, Sigmund (1905d) Three essays on the theory of sexuality, SE 7.: p.
237
[33]
DAVIDSON, Arnold (2001a) The emergence of sexuality: historical epistemology and the
formation of concepts. Cambridge, MA: Harvard University Press.: p. 89
[34]
VERHAEGHE, Paul (2004) On being normal and other disorders: a manual for clinical
diagnostics. Nova York: Other Press.; FINK, Bruce (1997) Clinical introduction to Lacanian
psychoanalysis: theory and technique. Massachusetts: Harvard University Press.; SWALES,
Stephanie (2012) Perversion: a Lacanian psychoanalytic approach to the subject. Nova
York: Routledge.; BONNY, Pierre; MALEVAL, Jean-Claude (2015) Evolution du concept de
structure perverse-fétichiste dans le courant lacanien. La théorie et sa Clinique.
Evolution psychiatrique, 2015.
<www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0014385515000900>. Consultado
em 16/11/2015.
[35] DAVIDSON, Arnold (2001a) The emergence of sexuality: historical epistemology and
the formation of concepts. Cambridge, MA: Harvard University Press.: p. 89
[36]
VERHAEGHE, Paul (2004) On being normal and other disorders: a manual for clinical
diagnostics. Nova York: Other Press.: p. 77
[37]
“Todo o problema das perversões consiste em conceber como a criança, em relação à
mãe – uma relação constituída em análise não pela sua dependência vital dela, mas pela
sua dependência de seu amor, ou seja, pelo seu desejo de desejo, identifica ela própria (a
criança) com o objeto imaginário de seu desejo na medida em que a mãe ela própria
simboliza a si no falo “(Lacan, 1977: 197-198).
[38]
LACAN, Jacques (1966) “Kant avec Sade”. In: Écrits. Paris: Seuil, pp. 765-790.
[39]
VERHAEGHE, Paul (2004) On being normal and other disorders: a manual for clinical
diagnostics. Nova York: Other Press.
https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/ 19/24
15/02/2018 Lacan encontra Freud? Reflexões patoanalíticas sobre o estatuto das perversões na metapsicologia lacaniana – Lacuna
[40]
FINK, Bruce (1997) Clinical introduction to Lacanian psychoanalysis: theory and
technique. Massachusetts: Harvard University Press.; FEHER, Judith (2003) A Lacanian
approach to the problem of perversion. In: The Cambridge companion to Lacan (Org. J.-M.
Rabaté); DOR, Joël (1987) Structure et perversion. Paris: Denoël.; MILLER, Jacques-Alain
(1996) “On Perversion”. In: Reading seminars I and II: Lacan’s return to Freud (Org. R.
Feldstein; B. Fink; M. Jaanus). Albany: State University of New York Press.; LEBRUN, Jean-
Pierre (2007) La perversion originaire. Paris: Payot.
[41]
VERHAEGHE, Paul (2004) On being normal and other disorders: a manual for clinical
diagnostics. Nova York: Other Press.: p. 403
[42]
“Perversão do instinto sexual… não confundir com a perversidade do ato sexual; já
que a última pode ser induzida pelas condições outras do que psicopatológicas. O ato
perverso concreto, monstruoso como é, não é clinicamente decisivo. Para diferenciar
entre doença (perversão) e vício (perversidade), deve-se investigar toda a personalidade
do motivo individual e original que leva ao ato perverso. Aí será encontrado a chave do
diagnóstico” (Krafft-Ebing 1965: 53).
[43] Para
o que se segue, ver e.g. Verhaeghe 2004: 397-427; Swales 2012.
[44]
_____. (1977) Écrits. A Selection. Nova York/Londres: Norton company.: p. 197-198
[45]
FREUD, Sigmund (1927e) Fetisjism, SE 21.
[46]
VERHAEGHE, Paul (2004) On being normal and other disorders: a manual for clinical
diagnostics. Nova York: Other Press.: p. 411
[47]
VERHAEGHE, Paul (2004) On being normal and other disorders: a manual for clinical
diagnostics. Nova York: Other Press.: p. 425
[48]
É por isso que Lacan chama a perversão de uma ‘père-version’.
[49]
VERHAEGHE, Paul (2004) On being normal and other disorders: a manual for clinical
diagnostics. Nova York: Other Press.: p. 436
[50]
DEAN, Tim (2008) The frozen countenance of perversions. Parallax, 14(2), pp. 93-114.
[51]
Stephanie Swales escreve a esse respeito: “O sujeito perverso é aquele que passou
pela alienação mas denegou a castração, sofrendo de jouissance excessiva e uma crença
central de que a lei e as normas sociais são fraudulentas no pior dos casos e fracas no
melhor dos casos” (Swales 2012: xii).
https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/ 20/24
15/02/2018 Lacan encontra Freud? Reflexões patoanalíticas sobre o estatuto das perversões na metapsicologia lacaniana – Lacuna
[52]
A atitude de muitos psicanalistas lacanianos com relação à homossexualidade
permanece bastante ambígua. Para um tratamento mais detalhado dessa problemática
ver E. Roudinesco 2002, Tort 2005.
[53] FEHER,
Judith (2003) A Lacanian approach to the problem of perversion. In: The
Cambridge companion to Lacan (Org. J.-M. Rabaté), pp. 191-207.
[54] De
fato, o perverso se apresenta como o objeto que pode preencher a falta do Outro e,
ao fazê-lo, nega a diferença sexual. Ele é um “homossexual”. (Lacan 1973: 78).
[55]
“… a linha tênue entre a vítima e o perpetrador é frequentemente transgredida…”
(VERHAEGHE, Paul (2004) On being normal and other disorders: a manual for clinical
diagnostics. Nova York: Other Press.: p. 429).
[56]
VERHAEGHE, Paul (2004) On being normal and other disorders: a manual for clinical
diagnostics. Nova York: Other Press.: p. 405 ff
[57]
Por exemplo, Verhaeghe escreve “em um mundo convencional, a lei será
aparentemente seguida, ou seja, os perversos agem na assunção que outros seguirão as
regras convencionais e ele ou ela farão uso total de seu conhecimento (Verhaeghe 2004:
412)”. Em uma nota de rodapé a essa passagem ele acrescenta: “a associação com a velha
psiquiatria é bem clara…”
[58] FEHER,
Judith (2003) A Lacanian approach to the problem of perversion. In: The
Cambridge companion to Lacan (Org. J.-M. Rabaté), pp. 191-207.: p. 191
[59]
FEHER, Judith (2003) A Lacanian approach to the problem of perversion. In: The
Cambridge companion to Lacan (Org. J.-M. Rabaté), pp. 191-207.: p. 205
[60]
FEHER, Judith (2003) A Lacanian approach to the problem of perversion. In: The
Cambridge companion to Lacan (Org. J.-M. Rabaté), pp. 191-207.: p. 203-204
[61]
Judith Feher claramente não tem ideia do que “falácias informais” são…
[62]
Nós deveríamos de fato nos lembrar que a sexologia clássica tentou se livrar dessas
qualificações negativas afirmando que as perversões eram doenças mentais e que
escapavam de nosso livre-arbítrio. A consequência disso é que os sujeitos perversos
merecem nossa ajuda e atenção, não rejeição.
[63]
Stephanie Swales a quem eu já citei anteriormente (ver nota 13) é um exemplo
perfeito disso. De um lado ela define o sujeito perverso como alguém para quem a lei é
fraudulenta, enquanto ao mesmo tempo – e sob o mesma direção dando um tratamento
muito detalhado das diferentes perversões sexuais (Swales 2012).
https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/ 21/24
15/02/2018 Lacan encontra Freud? Reflexões patoanalíticas sobre o estatuto das perversões na metapsicologia lacaniana – Lacuna
[64]
VERHAEGHE, Paul (2004) On being normal and other disorders: a manual for clinical
diagnostics. Nova York: Other Press.: p. 335
[65]
VERHAEGHE, Paul (2004) On being normal and other disorders: a manual for clinical
diagnostics. Nova York: Other Press.: p. 352
[66]
FREUD, Sigmund (1940e) The splitting of the ego, SE 20.
[67]
FINK, Bruce (1997) Clinical introduction to Lacanian psychoanalysis: theory and
technique. Massachusetts: Harvard University Press.: p. 197
[68]
MAZALEIGUE, Julie (2014) Les déséquilibres de l’amour. La genèse du concept de
perversion sexuelle, de la revolution française à Freud. Paris: Ithaque ; LANTÉRI-LAURA,
Georges (2012) Lecture des perversions. Histoire de leur appropriation medical. Paris:
Economica/Anthropos.: p. 129-137
[69] DUPRÉ,
Ernest (1925) Les perversions instinctives. Pathologie de l’imagination et de
l’émotivité. Paris: Payot, pp. 355-428.: p. 367 et passim
[70] DUPRÉ,
Ernest (1925) Les perversions instinctives. Pathologie de l’imagination et de
l’émotivité. Paris: Payot, pp. 355-428.: p. 419 ; LANTÉRI-LAURA, Georges (2012) Lecture
des perversions. Histoire de leur appropriation medical. Paris: Economica/Anthropos.: p.
133
[71]
LANTÉRI-LAURA, Georges (2012) Lecture des perversions. Histoire de leur
appropriation medical. Paris: Economica/Anthropos.: p. 167
[72]
“…La notion de structure perverse…(assure), quarante ans après E. Dupré,
exactement le même office que celle de constitution, et aussi pour restituer un néo-
moralisme” [A noção de estrutura perversa… (assegura), quarenta anos depois de E.
Dupré, exatamente o mesmo ofício que a da constituição, e também para restituir um
neomoralismo”].
[73]
LANTÉRI-LAURA, Georges (2012) Lecture des perversions. Histoire de leur
appropriation medical. Paris: Economica/Anthropos.: p. 185
[74]
FREUD, Sigmund (1905) Drei Abhandlungen zur Sexualtheorie. Leipzig / Wien:
Deuticke.: p. 35; 1905d: 151 ff
[75]
VAN HAUTE, Philippe; WESTERINK, Herman (2015) Hysterie, Sexualität und
Psychiatrie. Eine Relektüre der ersten Ausgabe der’Drei Abhandlungen zur
Sexualtheorie. Vienna : Vienna University Press.
https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/ 22/24
15/02/2018 Lacan encontra Freud? Reflexões patoanalíticas sobre o estatuto das perversões na metapsicologia lacaniana – Lacuna
[76] A
teoria de Lacan das perversões deveria ser recontextualizada da perspectiva da
história do pensamento psiquiátrico no assunto. Para mais nessa questão, ver
MAZALEIGUE, Julie (2014) Les déséquilibres de l’amour. La genèse du concept de
perversion sexuelle, de la revolution française à Freud. Paris: Ithaque: p. 290.
[77] “Traços
perversos” que ocorrem em estruturas neuróticas e psicóticas não são mais
vistos como intrinsecamente problemáticos ou moralmente “errados” como em Krafft-
Ebing. Pode não ser injusto dizer que para autores lacanianos sob consideração eles não
são nada mais que “frivolidades sexuais” que não merecem atenção.
[78]
Para uma discussão desse problema ver BUTLER, Judith. Preface (1999). Gender
trouble: Feminism and the subversion of identity, p. vii-xxviii, 1999.
[79] A
ideia de que o gozo perverso está intrinsecamente ligado a provocar angústia no
Outro (LACAN, Jacques (2004). L’angoisse. Le séminaire de Jacques Lacan (Org. J.-A.
Miller). Paris: Seuil) ilustra a mesma problemática. Ver também MAZALEIGUE, Julie
(2014) Les déséquilibres de l’amour. La genèse du concept de perversion sexuelle, de la
revolution française à Freud. Paris: Ithaque: p. 290.
[80] LACAN,
Jacques (2004). L’angoisse. Le séminaire de Jacques Lacan (Org. J.-A. Miller).
Paris: Seuil.
[81]
DAVIDSON, Arnold (2001b) Foucault, psychoanalysis and pleasure, homosexuality and
psychoanalysis (Org. T. Dean; Ch. Lane). Chicago: University of Chicago Press.
COMO CITAR ESTE ARTIGO | VAN HAUTE, Philippe (2017) Lacan encontra Freud?
Reflexões patoanalíticas sobre o estatuto das perversões na metapsicologia lacaniana
[Trad. H. Lana]. Lacuna: uma revista de psicanálise, São Paulo, n. -3, p. 1, 2017. Disponível
em: <https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/>.
Compartilhar
Curtir
Relacionado
https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/ 23/24
15/02/2018 Lacan encontra Freud? Reflexões patoanalíticas sobre o estatuto das perversões na metapsicologia lacaniana – Lacuna
lacaniana
Em "artigo"
Blog no WordPress.com.
https://revistalacuna.com/2017/04/28/n3-01/ 24/24