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Figura 1. Vistas em corte e de topo do impulsor Figura 3. Evolução das pressões numa pá, para diferentes pressões à entrada
Com base em estudos já realizados, é possível fazer uma representa- Se a pressão na entrada do impulsor for ainda mais baixa, a zona ocu-
ção gráfica da evolução das pressões ao longo da pá do impulsor, mais pada por bolhas irá aumentar (fig.3c). Como a pressão não pode baixar
concretamente do lado de aspiração (SS) e do lado de compressão (DS), mais que a pressão de vaporização, o volume de bolhas aumenta, au-
da pá do impulsor (ver fig. 2). mentando a distribuição das mesmas ao longo do lado de aspiração
das pás do impulsor. De notar que existem dois tipos de cavitação: o
fenómeno de que temos vindo a falar, conhecido como “cavitação por
vapor” e outro, diferente, chamado “cavitação por gás”. Na “cavitação por
gás”, a origem das bolhas está dentro do próprio fluido, pois este terá
uma mistura de gases e vapor.
A influência do caudal
Nas bombas centrífugas existem impulsores de diferentes tipos e ta-
manhos. Para cada impulsor existe um valor de caudal ótimo (Qopt): o
caudal para o qual o impulsor foi desenhado, o caudal para o qual o seu
rendimento é máximo. Variações deste caudal, tanto para valores mais
altos como para mais baixos, alteram a direção de entrada do escoa-
Figura 2. Representação gráfica da evolução das pressões numa pá do impulsor mento no impulsor (fig.4), influenciando a evolução da distribuição de
pressões ao longo das pás do impulsor.
Se a pressão mínima (Pmin) ocorrida no interior do impulsor, tiver um va-
lor superior à pressão de vaporização do fluido (PD) à temperatura a que
este se encontra, não haverá formação de bolhas de vapor (fig.3a).
Se noutra situação, Pmin for igual a PD, iremos ter o desenvolvimento de
bolhas de vapor a partir do ponto em que a pressão do fluido igualar
a pressão de vaporização. As bolhas voltam a desaparecer quando o
escoamento atingir uma zona de pressão mais elevada. Figura 4. Entrada do escoamento no impulsor, em função do caudal, face ao caudal
Este fenómeno de formação de bolhas de vapor numa área onde a óptimo
pressão do fluido desce até à pressão de vaporização e o subsequente
desaparecimento das mesmas numa zona de pressões mais elevadas, Para uma pressão constante à entrada do impulsor (P 0=const.), a pres-
é chamado cavitação. são mínima (Pmin) e/ou a queda de Pressão (P 0 –Pmin) no interior do im-
Ao processo, tal como podemos ver na fig. 3b, em que Pmin= PD num pulsor, são dependentes do ponto de funcionamento.
único ponto, chamamos “cavitação incipiente” e corresponde ao início A queda de pressão (P 0 –Pmin), é inferior na gama de funcionamento do
da cavitação. caudal ótimo (Qopt).
Para valores de caudal superiores ao caudal ótimo, os pontos de menor da pressão de vaporização é atingido no ponto de pressão mais bai-
pressão passam do lado da descarga para o lado da aspiração (fig.5). xa (Pmin) e que marca o início de cavitação, é a referência a considerar.
Mas a pressão mais baixa (Pmin) ocorre no lado da descarga. Como tal, normalmente, as curvas de NPSH, marcam o início de cavita-
ção, dando o valor do NPSHreq em função do caudal. Como margem de
segurança, a este valor devemos adicionar 0,5 m, salvo outra indicação
do construtor.
Figura 5. Distribuição das pressões numa pá do impulsor, em função do caudal, face - Cavitação incipiente, inicio da cavitação è NPSHi
ao caudal óptimo - Decréscimo da altura manométrica,
numa certa percentagem è 0% NPSH0
1% NPSH1
NPSH (Altura de Aspiração Positiva – Net Positive Suction Head) 2% NPSH2
O NPSH é um importante conceito que permite avaliar as condições de --- -------
aspiração de uma bomba centrífuga e fazer uma previsão da margem x% NPSHx
de segurança contra os efeitos da cavitação, durante o funcionamento
da bomba. - Decréscimo do rendimento, num certo valor è NPSHDh
Até agora temos escolhido como pressão de referência, a pressão à en-
trada do impulsor (P 0). No entanto, e de um modo geral, não é financei- - Evolução da cavitação ao longo das pás do impulsor, num determinado
ramente viável fazer a leitura desta pressão na secção critica (à entrada comprimento Dx (mm):
do impulsor). Assim, a leitura na tubagem de aspiração da bomba, de
acordo com as especificações das normas, torna-se mais fácil. por exemplo Dx = 5 mm è x1 = 5 mm è NPSHx1
Visto que a secção de medição varia de sistema para sistema e que
regra geral difere da secção critica, existe a necessidade de definir uma è x2 = 10 mm è NPSHx2
variável de referência: o NPSH, ou seja, a diferença entre a energia total
da secção (Ps,Tot), incluindo a energia cinética, e a pressão de vaporização è x1 = 15 mm è NPSHx3
do fluido (PD).
- Destruir uma quantidade especifica de material, numa unidade de
NPSH = (Ps,Tot - PD) / (r . g) tempo: NPSHDm
NPSH requerido (NPSHreq): Uma bomba centrífuga só irá trabalhar sa- - Exceder um determinado nível de ruído: NPSHPhon
tisfatoriamente se não existir formação de vapor no seu interior. Para
tal, a pressão do fluido deverá ser sempre superior a sua pressão de - Exceder um determinado nível de vibração: NPSHVibr.
vaporização. Então, o NPSHreq é o valor mínimo requerido pela bomba
para que não ocorra cavitação. - Cavitação total, colapso do fluxo: NPSHTot.