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ESCOLA SUPERIOR DE ECONOMIA E GESTAO

Av. Zedequias Manganhela, no 309, Tel., Fax: +258 21 414 816 - Maputo
Disciplina: História do Pensamento Jurídico Nível: 1º Ano
Período: Laboral Data: 30.03.2017

GUIÃO DE CORRECÇÃO DO TESTE 1

1. O que entende por História? (2.0 valores)


História é uma ciência humana que estuda o desenvolvimento do homem ao longo do tempo.

2. Definição de Direito

a) Defina o Direito do ponto de vista objetivo. (1.5 valores)


Direito é um conjunto de normas de conduta social, imposto coercitivamente pelo Estado, para
a realização da segurança, segundo os critérios de justiça.

b) Exame a definição por si apresentada. (3.0 valores)


Nesta definição destacamos três elementos-chave:
1º Conjunto de normas de conduta social – além das normas que disciplinam o convívio
social, encontramos disposições que organizam o Estado e se impõem a quem detém parcela de
poder, bem como as que regulam as relações entre as pessoas e os órgãos públicos;
2º Imposto coercitivamente pelo Estado – apenas as normas jurídicas requerem a participação
do estado, assim, o Direito é dotado de um mecanismo de coerção, em que o elemento força se
apresenta em estado latente, mas apto a ser acionado nas circunstâncias próprias;
3º Para a realização da segurança segundo os critérios da justiça – a justiça é a causa final do
Direito, a sua razão de ser, o que pressupõe a organização, ordem jurídica bem definida e a
garantia de respeito ao património jurídico dos cidadãos.

3. Diferencie direito natural e direito positivo. (3.0 valores)


O direito natural não é criado (não é escrito) pela sociedade, nem formulado pelo Estado
enquanto o direito positivo é o direito institucionalizado pelo Estado.
O direito natural é constituído por um conjunto de princípios, e não de regras, de carácter
universal, eterno e imutável, enquanto o direito positivo inclui regras e não eterno, na medida
em que constitui o direito vigente em determinada sociedade.

4. Direito Arcaico

a) Caracterize-o (5.0 valores)


As características do direito arcaico são as seguintes:
1ª Primeiramente, o direito primitivo não era legislado – as populações não conheciam a
escritura formal e suas regras de regulamentação mantinham-se e conservavam-se pela
tradição;
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Correção do Teste 1 – Laboral (30.03.2017)
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2ª Cada organização social possuía um direito único – cada comunidade tinha suas próprias
regras, vivendo com autonomia e tendo pouco contacto com outros povos, a não ser em
condições de beligerância;
3ª Havia uma diversidade dos direitos não escritos – trata-se da multiplicidade de direitos
diante de uma gama de sociedades actuantes, advinda, de um lado, da especificidade para cada
um dos costumes jurídicos concomitantes, de outro, de possíveis e inúmeras semelhanças ou
aproximações de um para outro sistema primitivo;
4ª O direito arcaico está profundamente contaminado pela prática religiosa – o direito estava
totalmente subordinado à imposição de crenças dos antepassados, ao ritualismo simbólico e à
força das divindades, o que tornava difícil distinguir o preceito sobrenatural e o preceito de
natureza jurídica;
5ª Os direitos primitivos são “direitos em nascimento” – ainda não ocorre uma diferenciação
efectiva entre o que é jurídico e o que não é jurídico.

b) Indique os estágios evolução do direito arcaico (1.5 valores)


Os estágios de evolução do direito arcaico são os seguintes:
1º O direito que provém dos deuses;
2º O direito confundido com os costumes;
3º O direito identificado com a lei

5. O que entende por direitos cuneiformes? (2.0 valores)


Direitos cuneiformes são o conjunto de direitos de alguns povos do Oriente da Antiguidade (é
o caso Mesopotâmia) que se serviram de um processo de escrita em forma de cunha, daí a
palavra "cuneiforme".

6. Comente a afirmação “o Direito Egípcio antigo era figurativo”. (2.0 valores)


Concordo com a afirmação.
No Egipto antigo havia figuras que representavam o Direito no que concerne aos julgamentos,
como é o caso da Deusa Maat que representava a Justiça (equilíbrio e harmonia do universo),
a sua imagem era visível em todos órgãos de justiça, também podemos citar como Oziris
considerado Deus do mundo dos mortos.

André Joaquim Gonçalves Xavier


Correção do Teste 1 – Laboral (30.03.2017)
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ESCOLA SUPERIOR DE ECONOMIA E GESTAO
Av. Zedequias Manganhela, no 309, Tel., Fax: +258 21 414 816 - Maputo
Disciplina: História do Pensamento Jurídico Nível: 1º Ano
Período: Pós-Laboral Data: 30.03.2017

GUIÃO DE CORRECÇÃO DO TESTE 1

1. Por que é importante estudar História do Direito? (2.0 valores)


A História do Direito revela ao jurista as constantes da vida nacional (ou do universo),
explica a persistência de instituições antigas, e a eliminação doutras envelhecidas, justifica a
sucessão e substituição das que se encadeiam, mostrando-lhe como, porquê e onde se
produziram Revoluções.
Por outras palavras podemos dizer o seguinte sobre a importância do estudo da História do
Direito:
- Habilita a interpretar muitas leis vigentes cujas raízes mergulham no passado;
- Instrui o legislador sobre a experiência vivida pela Nação (região ou universo), acautelando-
se contra perigosas reincidências em erros funestos, ou aventuras intoleráveis pelo génio
nacional;
- Corrige o orgulho intelectual dos legisladores e homens de ciência com a revelação do
progresso atingido noutras épocas pelas leis e pela doutrina.

2. Do ponto de vista objetivo, Direito é um conjunto de normas de conduta social, imposto


coercivamente pelo Estado, para a realização da segurança, segundo os critérios da justiça.
a) Examine o conceito supra evidenciado, tendo em conta os três elementos
sublinhados. (4.5 valores)
1º Conjunto de normas de conduta social – além das normas que disciplinam o convívio
social, encontramos disposições que organizam o Estado e se impõem a quem detém parcela de
poder, bem como as que regulam as relações entre as pessoas e os órgãos públicos;
2º Imposto coercitivamente pelo Estado – apenas as normas jurídicas requerem a participação
do estado, assim, o Direito é dotado de um mecanismo de coerção, em que o elemento força se
apresenta em estado latente, mas apto a ser acionado nas circunstâncias próprias;
3º Para a realização da segurança segundo os critérios da justiça – a justiça é a causa final do
Direito, a sua razão de ser, o que pressupõe a organização, ordem jurídica bem definida e a
garantia de respeito ao património jurídico dos cidadãos.

3. Diferencie direito objectivo e direito subjectivo. (3.0 valores)


O direito objectivo é a norma de organização social enquanto o direito subjectivo corresponde
às possibilidades ou poderes de agir, que a ordem jurídica garante a alguém.
O direito objectivo tem um carácter teórico (é uma abstração) enquanto o direito subjectivo é
personalizado, projecta-se na relação jurídica concreta para permitir uma conduta ou
estabelecer consequências jurídicas.
É a partir do conhecimento do direito objectivo que deduzimos os direitos subjectivos de cada
parte dentro de uma relação jurídica.
Por exemplo, quando afirmamos “o Direito do Trabalho não é formalista”, o vocábulo Direito
é usado no sentido objectivo, enquanto quando afirmamos que “O Sr. Cossa tem direito à
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indeminização de 500.000,00MT”, o termo direito é usado no sentido subjectivo (está
personalizado na pessoa do Sr. Cossa).

4. Direito Arcaico
a) Indique as suas fontes (1.5 valores)
As fontes do direito arcaico são as seguintes:
1º Os costumes;
2º Os preceitos verbais;
3º As decisões pela tradição.

b) Caracterize-as (3.0 valores)


1º Costumes – os costumes são considerados a fonte mais importante e mais antiga do direito,
manifestação que se comprova por ser a expressão directa, quotidiana e habitual dos membros
de uma dado grupo social, em que a religião exerce um papel determinante na medida em que
o receio e a ameaça permanente dos poderes sobrenaturais é que garante o rígido cumprimento
dos costumes;
2º Preceitos verbais – certos preceitos verbais não escritos proferidos por chefes de tribos ou de
clãs, que se impõem pela autoridade e pelo respeito que desfrutam, trata-se de verdadeiras leis
ainda que não escritas, repousando no prestígio daqueles que detêm o poder e o conhecimento;
3º Decisões pela tradição – certas decisões reiteradas utilizadas pelos chefes ou anciãos das
comunidades autóctones para resolver conflitos do mesmo tipo são consideradas fonte criadora
de preceituações jurídicas nas sociedades primitivas.

5. O que entende por direitos cuneiformes? (2.0 valores)


Direitos cuneiformes são o conjunto de direitos de alguns povos do Oriente da Antiguidade (é
o caso Mesopotâmia) que se serviram de um processo de escrita em forma de cunha, daí a
palavra "cuneiforme".

6. Caracterize o Direito Egípcio antigo1. (4.0 valores)


As características do Direito Egípcio antigo são as seguintes:
1ª Ausência de um Código legal;
2ª É escrito, destacando-se vários dispositivos normativos como o Decreto de Horemheb, os
Deveres do Vizir, bem como as nomeações, promoções, ordens de missões e até cartas pessoais
do Rei (ou toda decisão ou informação emitida pelo Rei).
3ª É figurativo, ou seja, havia figuras que representavam o Direito no que concerne aos
julgamentos, como Maat e Osíris;
4ª No Egipto a manifestação do dever ser estava directamente ligado à moral, aos costumes e à
magia;
5ª A cultura jurídica favorecia o domínio do Estado sobre o indivíduo, em que o Rei era a
principal fonte do Direito e da religião;
6ª Não se usava uma terminologia técnica, ou seja, os registos legais usavam a linguagem do
quotidiano.

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Indique somente quatro características
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